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CLIPPING DE NOTÍCIAS 01.09.2008 (Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório) ÍNDICE DE ASSUNTO - Concorrentes - Administrativo - Advogados - Agronegócios - Ambiental - Arbitragem - Aviação - Bancário - China - Comércio Exterior - Concorrência - Consumidor - Diversos - Energia, Petróleo e Gás - Imigração Empresarial - Imobiliário - Judiciário - Marítimo - Mineração - Propriedade Intelectual - Seguro - Societário - Tabaco - Tecnologia - Telecomunicação - Trabalhista e Previdenciário - Tributário CONCORRENTES. Direito profissional: Advocacia virou negócio e escritórios, empresas. TozziniFreire. (Conjur) Disputas de domínio, problemas para empresas. Dannemann Siemsen. (GM) Solução de conflitos - Cláusula arbitral atinge 90% dos contratos: A tendência é que questões relacionadas a negócios fiquem fora da esfera judicial. Pinheiro Neto, Barbosa Mussnich. (GM) Página 1 de 331

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CLIPPING DE NOTÍCIAS01.09.2008

(Compilado para uso Exclusivo dos integrantes do Escritório)

ÍNDICE DE ASSUNTO

- Concorrentes - Administrativo

- Advogados - Agronegócios

- Ambiental - Arbitragem

- Aviação - Bancário

- China - Comércio Exterior

- Concorrência - Consumidor

- Diversos - Energia, Petróleo e Gás

- Imigração Empresarial - Imobiliário

- Judiciário - Marítimo

- Mineração - Propriedade Intelectual

- Seguro - Societário

- Tabaco - Tecnologia

- Telecomunicação - Trabalhista e Previdenciário

- Tributário

CONCORRENTES.

Direito profissional: Advocacia virou negócio e escritórios, empresas. TozziniFreire. (Conjur)

Disputas de domínio, problemas para empresas. Dannemann Siemsen. (GM)

Solução de conflitos - Cláusula arbitral atinge 90% dos contratos: A tendência é que questões relacionadas a negócios fiquem fora da esfera judicial. Pinheiro Neto, Barbosa Mussnich. (GM)

Governo quer ampliar fatia do Fisco no pré-sal: Para Lobão, Petrobras paga pouco imposto. Medida seria contrapartida para manutenção dos campos com a estatal. TozziniFreire. (Globo)

Estados determinam Escrituração Digital para grandes contribuintes. Pinheiro Neto. (Migalhas)

STJ permite redução de IR com créditos de ICMS. TozziniFreire, Demarest & Almeida. (Valor)

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Penal - Crime fiscal ainda persiste na Justiça: Denúncias antes do fim da ação administrativa continuam apesar de decisão do STF e STJ. Mattos Filho. (Valor)

ADMINISTRATIVO.

Logística - Licitações para concessão deverão viabilizar interocêanico até 2011: Além de impulsionar a área de infra-estrutura, os projetos deverão também trabalhar no sentido de ter aduanas integradas que facilitam o trânsito comercial netre os países. (DCI)

Marco Regulatório - Onda de ações desafia agências reguladoras. (Estado)

Metrô e consórcio negam irregularidade em licitação da linha 2: Companhia atribui antecipação de resultado de concorrência a "um tiro no escuro'; consórcio diz que respeita princípios éticos. (Folha)

Marco Regulatório – Ações põem em risco atuação de agências em xeque: Pesquisa da Abdib mostra que, até julho, tramitavam na Justiça 1.754 contestações. Entre 2002 e 2007, o número de ações subiu 293%. (JC)

Abdib: Ambiente de negócios é afetado. (JC)

Defesa da criação de varas de arbitragem. (JC)

Transportes - Arco Rodoviário do Rio atrai investimentos: Áreas em torno do novo corredor logístico são disputadas por projetos industriais e residenciais. (Valor)

Dívida Pública - Fundo de precatórios já está em estudo na Caixa: Proposta foi eleborada por grupo de advogados e economistas. (Valor)

ADVOGADOS.

Direito profissional: Advocacia virou negócio e escritórios, empresas. (Conjur)

Posse na ABLJ - O ministro Luiz Fux, do Superior Tribunal de Justiça, será o novo membro da ABLJ (Academia Brasileira de Letras Jurídicas). O ministro ficará na cadeira número 32, que vinha sendo ocupada pelo professor de direito constitucional José Alfredo de Oliveira Barracho. A posse ocorrerá nesta segunda-feira (1/9), às 19h, no Auditório do Instituto dos Advogados Brasileiros, no Rio de Janeiro. A informação é do jornal Correio Braziliense.Nota na íntegra. (Conjur - 01.09.2008) http://www.conjur.com.br/static/text/69412,1

Corte em cursos de Direito: O governo aperta o cerco em torno de cusrsos superiores de baixa qualidade. (Estado)

MEC reduz número de vagas em cursos de Direito. (JC)

AGRONEGÓCIOS.

Comércio Exterior - Agronegócio precisa de choque de qualidade: Enfrentar velhos problemas sanitários, como a aftosa, ajudará a alargar os mercados, dizem especialistas. (Estado)

Hora do choque de qualidade: mais rigidez na área de defesa sanitária e a solução dos problemas de logística de transporte são apontados por especialistas como essenciais para a preservação da condição do país de grande exportador agrícola. (JC)

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Renegociação - Ruralista reage a possível veto à MP da dívida agrícola. (Valor)

AMBIENTAL.

Amazônia - Desmatamento cresce 64% em 1 ano: Dados do Deter apontam devastação acumulada de 8,1 mil km2; em relação a junho deste ano houve queda. (Estado)

Ambiente - Setor industrial britânico sugere corte de emissões - Empresas lançam amanhã no Brasil um estudo com várias medidas ambientais; grupo responde por 1% do CO2 emitido anualmente no mundo. (Estado)

Brasil precisa adequar norma para pneus em 2008, diz OMC: País deve pôr em prática determinação até dezembro. (Folha)

Gasolina nacional gera mais ozônio, diz estudo da USP: Produção do poluente em São Paulo cairia 43% se carros utilizassem combustível com padrão californiano de refino. (Folha)

Aquecimento global - Setor privado britânico calcula custos dos cortes das emissões: estudo mostra que para cumprir todas as metas o custo será de € 40/toneladas em 2030. (GM)

Entrevista – Marina Silva: “Mangabeira não conhece a Amazônia” – Ex-ministra se diz surpresa e preocupada com ações ‘na contra-mão’ da política ambiental e vê risco de retorcesso. (Globo)

Ambiente - Brasil terá programa de compensação voluntária: empresas com projetos de grande impacto, como hidrelétricas e térmicas, buscarão ações mais amplas de contrapartida, como reflorestamento. (JC)

Meio Ambiente - Cresce desmatamento em Porto Velho: Atividade madeireira, agronegócios e especulação imobiliária afetam a região. (Valor)

Clima - Empresários lançam plano para corte de emissões: Entidade britânica defende mais energia nuclear, eólica e das marés. (Valor)

Siderurgia adota novo processo, menos poluente. (Valor)

Pneus usados - A Organização Mundial de Comércio (OMC) deu prazo até dezembro para que o Brasil adote a regra de não-discriminação entre países para a proibição de importação de pneus usados. O país pedia prazo até setembro de 2009. A União Européia abriu um painel contra o Brasil na OMC, argumentando que o país proibia a importação de pneus usados europeus, mas permitia a entrada se viessem do Mercosul Nota na Íntegra (Valor Econômico 01.09.2008 p. A2 Brasil)

ARBITRAGEM.

Solução de conflitos - Cláusula arbitral atinge 90% dos contratos: A tendência é que questões relacionadas a negócios fiquem fora da esfera judicial. (GM)

Defesa da criação de varas de arbitragem. (JC)

AVIAÇÃO.

Aviação - TAM muda diretoria e Gol compartilha vôo. (DCI)

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Aviação - Com aviões mais vazios, Gol mima agentes de viagens: Companhia aumenta as comissões dos agentes, quase dois anos depois de cortá-las. (Estado)

BRA fecha acordo com credores para voltar a voar: Humberto Folegatti deixa a empresa, que obtém desconto de 70% nas dívidas e volta a atuar com vôos fretados. (Estado)

Estatal Alitalia pede concordata: Companhia será controlada por dono da fábrica de motos Piaggi o. (Estado)

Aviação comercial - Azul elege Santos Dumont para sua base operacional. (GM)

ANAC libera tarifa - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou na sexta-feira que vai liberar a oferta de descontos nas tarifas aéreas para vôos entre o Brasil e outros países da América do Sul. A medida que entra em vigor hoje derruba o limite de 30% de redução no preço que era utilizado até fevereiro de 2008. Em março foi autorizado desconto de até 50% e em junho passou a vigorar o limite de 80%, que não existirá mais a partir de hoje. Segundo dados da agência, em 2007 mais de 2 milhões de pessoas viajaram para os demais países da América do Sul - número que ultrapassa o 1,96 milhão de passageiros que visitaram a Europa no mesmo período. Os demais países já praticam a liberdade tarifária. Nota na íntegra. (Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-3 Transportes)

Mais um projeto para o Galeão: Infraero planeja construção de terminal de aviação executiva no aeroporto do Rio. (Globo)

Três empresas entram na disputa pela Alitalia: Britsh Airways, Air France-KLM e Lufthansa estariam interessadas. Para Abav, não há risco para passageiros. (Globo)

Aviação - Alitalia pede concordata e abre processo de venda: plano do governo revê a transferência de divisões não-lucrativas e a fusão com Air One, maior rival, criando empresa com 65% do mercado doméstico. (JC)

Aviação - Lufthansa vai comprar 45% da belga Brussel. (Monitor)

Aviação - Credores aprovam o plano da BRA. (Valor)

BANCÁRIO.

Banco falido: Economista não consegue suspender ação no Supremo. (Conjur)

Bancos - Acionistas do Banco Santander aprovam incorporação do Real. (DCI)

Mais um banco vai à falência nos EUA - Mais um banco entrou em falência dos Estados Unidos por causa da crise das hipotecas de alto risco (subprime). Na sexta-feira, órgãos reguladores do Estado da Georgia fecharam o Integrity Bank e venderam todos os depósitos para o Regions Financial Corp, com sede no Alabama. O banco, que até junho contava com US$ 1,1 bilhão de ativos e US$ 974 milhões em depósitos, foi o 10º a quebrar neste ano pelos prejuízos do subprime. A instituição estava sob inspeção dos reguladores desde o início do ano, devido ao crescente volume de calote de empréstimos atrelados a uma incorporadora imobiliária da Flórida. Nota na Íntegra (Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B2 Economia)

Mudança contábil que tira prejuízo do BC é alvo de críticas: Agora, perdas sofridas com impacto do câmbio são imediatamente repassadas ao Tesouro Nacional e não afetam resultado do banco. (Folha)

Aquisição cria o 2º maior banco alemão: Commerzbank vai adquirir Dresdner por US$ 14 bi; operação deve resultar em corte de 9.000 empregos. (Folha)

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Manter credibilidade de bancos e varejo eletrônico: Investimentos no setor de finanças devem incluir uma estratégia de segurança. (GM)

Contratos bancários terão decisão única do STJ: Ao utilizar a lei dos recursos repetitivos, tribunal quer resolver questões controverssas e agilizar Justiça. (Globo)

Plano Verão – Corrida para repor as perdas vai até dezembro. (JC)

Banif capta para fundo ambiental. (Valor)

EUA têm 10ª falência de banco no ano. (Valor)

CHINA.

Portos - China eleva tarifa para importação de minério. (GM)

Ásia - China aprova lei de corte de impostos. (GM)

Comércio Exterior - Antes de oportunidade, a China é desafio: participação do Brasil no mercado chinês começou tarde e hoje é de apenas 1,92%. (GM)

Novos negócios da China: Crescimento de uma classe média com estilo ocidental abre portas para marcas brasileiras. (Globo)

Empresas do Brasil e dos EUA pedem mais proteção contra têxteis da China. (Valor)

Equipamentos - Motorola perde participação na China. (Valor)

COMÉRCIO EXTERIOR.

Comércio Exterior - Agronegócio precisa de choque de qualidade: Enfrentar velhos problemas sanitários, como a aftosa, ajudará a alargar os mercados, dizem especialistas. (Estado)

Brasil precisa adequar norma para pneus em 2008, diz OMC: País deve pôr em prática determinação até dezembro. (Folha)

Fórum - Brasil pode ser o melhor dos BRIC. (GM)

Doha e OMC: Com os avanços da tecnologia, agora mais densos e mais rápidos, as questões comerciais se alargam e se complicam, sobretudo, ante os desdobramentos que acusam a inovação e nanotecnologia e que se espraiam celeremente sobre a economia como um todo. (JC)

Empresas do Brasil e dos EUA pedem mais proteção contra têxteis da China. (Valor)

Comércio - Governo divulgará portaria sobre cota Hilton. (Valor)

Pneus usados - A Organização Mundial de Comércio (OMC) deu prazo até dezembro para que o Brasil adote a regra de não-discriminação entre países para a proibição de importação de pneus usados. O país pedia prazo até setembro de 2009. A União Européia abriu um painel contra o Brasil na OMC, argumentando que o país proibia a importação de pneus usados europeus, mas permitia a entrada se viessem do Mercosul Nota na Íntegra (Valor Econômico 01.09.2008 p. A2 Brasil)

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CONCORRÊNCIA.

Combustíveis - Mato Grosso é alvo de operação contra cartel. (DCI)

CONSUMIDOR.

Consumidor - Fabricante é responsável por garantias. (GM)

Portabilidade pode ter armadilha ao consumidor: Segundo especialistas, o usuário pode ficar preso a um novo contrato de fidelidade ao levar o número de telefone para a nova operadora. (Globo)

Defesa do Consumidor - Garantias que só existem no papel: Fabricantes deixam clientes sem assistência, mas produtos continuam à venda nas lojas. (JB)

DIVERSOS.

Decreto mantido: Circulação de veículos em orla do Rio fica restrita. (Conjur)

Pesquisa - Expansão e treinamento são as grandes preocupações dos CEOs: Boa parte das empresas está contratando, mas sofre para encontrar pessoal capacitado. (GM)

ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS.

As vantagens do biodiesel brasileiro: O estabelecimento de marco regulatório é importante por se tratar de atividade econômica com forte presença do Estado. (DCI)

Pré-Sal - Lula inaugura exploração do pré-sal amanhã em Jubarte: O presidente participa de cerimônia no local, mas o óleo jé vem sendo retirado do local desde o dia 15 de julho em fase de testes. (DCI)

Petróleo - IBP alerta para respeito aos contratos vigentes. (DCI)

Energia Elétrica - Santo Antonio recebe incentivo fiscal enquanto disputa continua. (DCI)

Marco Regulatório - Escritório pode substituir estatal no controle do pré-sal: Novas áreas seriam exploradas pelo regime de partilha de produção ou por joint ventures. (Estado)

Áreas da União vão para estatal: Fontes do setor dizem que proposta ganhou força. (Estado)

Marco Regulatório - Debate do pré-sal pode atrasar investimentos em outras jazidas: Técnicos alertam para o potencial acima da camada de sal, que duplicaria as reservas de petróleo do País. (Estado)

Petróleo - Brasil tem pouco espaço para ampliar tributação de petróleo: Frente aos 78% cobrados na Noruega, País já pratica alíquota média de 60% sobre lucros. (Estado)

Tecnologia - Europeus buscam energia nas rochas: Franceses e alemães extraem energia de reservas de água aquecida por rochas a 5 mil metros de profundidade. (Estado)

Energia - O petróleo não é de nenhum Estado, diz Lula: Os recursos das jazidas não irão para Estados, mas para educação e redução da pobreza, segundo o presidente. (Estado)

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Brasil quer parte do mercado nuclear da Índia: País pode exportar urânio enriquecido para as usinas nucleares que a Índia pretende construir até 2020. (Estado)

Santo Antônio terá vantagens fiscais - A usina Hidrelétrica de Santos Antônio (3.150 MW), a primeira a ser construída no Rio Madeira, em Rondônia, foi incluída no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi). A medida, publicada no Diário Oficial da União, sexta-feira, permitirá que investidor tenha vantagens fiscais na compra de equipamentos. A usina foi arrematada pelo consórcio liderado pela Odebrecht e por Furnas. Nota na Íntegra (Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B2 Economia)

Custo do pré-sal pode passar de US$ 1 tri: Estimativa mais pessimista do UBS para gasto com extração de petróleo na bacia de Santos equivale ao valor do PIB de 2007.(Folha)

Petrobras quer mudar regime de exploração, afirma Mercadante. (Folha)

Pré-sal pode expandir a indústria naval: Sindicato do setor prevê 338 empreendimentos nos próximos oito anos, incluindo petroleiros, navios-sonda e plataformas. (Folha)

Governo gera falsa expectativa com pré-sal: Especialistas vêem produção relevante só a partir de 2014 e possível uso eleitoral do petróleo na campanha de 2010. (Folha)

Usina completa um ano sem suprimento regular de gás da Bolívia: Desde agosto de 2007, termelétrica responsável por atender 70% da demanda de Mato Grosso só operou de forma plena durante 35 dias e com óleo diesel. (Folha)

América Latina - Argentina fecha acordo com o Chile. (GM)

Petróleo - Petrolíferas vêem risco na exploração do pré-sal: Empresários defendem, no Rio, o atual modelo de concessão de áreas exploratórias. (GM)

Mercadante quer 'divisão mais justa de royalties': Para evitar desequilíbrios, senador de São Paulo defende alterações no pagamento para estados e municípios. (Globo)

Paraguai quer acelerar negociações com Brasil sobre hidrelétrica de Itaipu: Presidentes vão discutir revisão do tratado. Entre as demandas, reajuste no preço. (Globo)

Governo quer ampliar fatia do Fisco no pré-sal: Para Lobão, Petrobras paga pouco imposto. Medida seria contrapartida para manutenção dos campos com a estatal. (Globo)

Opinião - Pré-sal: a desculpa que faltava. (JB)

Pré-sal domina Rio Oil & Gas: exploração das reservas de camadas mais profundas do subsolo marinho, que pode demandar US$ 6000 bilhões em investimentos e consolidar indústria de equipamentos, polariza maior encontro do setor petrolífero no país. (JC)

Energia nuclear - Brasil quer parte do mercado da Índia. (JC)

Marinha quer ter usina para combustível nuclear até 2010. (Valor)

US$ 400 bi de reservas - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as reservas internacionais devem dobrar a partir de 2010 ou 2011, passando de US$ 200 bilhões para US$ 400 bilhões, com as negociações do gás e do petróleo existente nas camadas pré-sal. As reservas internacionais fecharam os cinco primeiros meses deste ano em US$ 197,9 bilhões. "Não haverá mais problemas de contas externas no Brasil", garantiu Mantega. Nota na Íntegra (Valor Econômico 01.09.2008 p. A2 Brasil)

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IMIGRAÇÃO EMPRESARIAL.

Oficial canadense - Já existe resolução recente do Conselho Nacional de Imigração dando visto a gays estrangeiros que vivam em união estável com brasileiros aqui. Mas o STJ também entra na parada nesta semana. Julga o caso de um oficial canadense que deseja o visto, alegando união estável de Nota na Íntegra (O Globo 01.09.2008 p. 12 Coluna Ancelmo Gois - Rio)

IMOBILIÁRIO.

Fazendeiros têm até fim do mês para sair de área no Pará. (Valor)

Hotelaria - Com a LA Hotels, GP faz aquisições e pisa do calo dos concorrentes: Após adquirir empreendimento em Angra dos Reis, grupo tira Accor da gestão. (Valor)

JUDICIÁRIO.

Poder X Poder - Presidência da República grampeou o Supremo Tribunal Federal. (Conjur)

Escuta no Supremo: Ministros reagem contra grampo ilegal na Corte. (Conjur)

Análise dos fatos: PF pode pedir à Veja cópia de conversa de autoridades. (Conjur)

Estado de bisbilhotice: OAB cobra resposta do governo sobre grampo ilegal no STF. (Conjur)

Estado policialesco: Juízes pedem punição aos responsáveis por grampos ilegais. (Conjur)

Encontro marcado: Lula e Gilmar Mendes encontram-se nesta segunda-feira. (Conjur)

O Judiciário apenas julga, não legisla: Conclama-se que o Judiciário exerceu atribuição do Congresso em razão da omissão deste. (DCI)

O Judiciário desce do Olimpo: Decisões começam a se banhar nas águas que jorram de fontes populares. (Estado)

Tráfico de Influência - CNJ manda apurar irregularidades: Corregedor do Conselho Nacional de Justiça determina abertura de sindicância no TJ-RJ, diante de casos de tráfico de influência relevados pelo 'JB’. (JB)

Tráfico de Influência - Sindicato desmente juiz com documentos: Desbloqueio de saldo de R$ 250 mil impediria o leilão. (JB)

Artigo - Censura agora é do Poder Judiciário. (JB)

Tráfico de Influência - Tribunal da OAB anuncia hoje decisão sobre Marlan Jr.: Casos de benefícios sobre leilão de imóveis revoltam partes prejudicadas. (JB)

Novas fontes de recursos - Entrevista - Rui Stoco. (JC)

STF - Em vigor a súmula que proíbe nepotismo. (JC)

OAB condena grampo da Abin no telefone de Gilmar Mendes do STF. (OAB)

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Encontro da AMB discute lei dos recursos repetitivos. (STJ)

Mendes e Lula reúnem-se hoje para discutir denúncia de grampo. (Valor)

MARÍTIMO.

Pecém, um dos maiores portos do País. Em breve: Terminal do Ceará vai escoar produção de siderúrgica, e refinaria, que devem ficar prontas em 2012 e 2014. (Estado)

Pré-sal pode expandir a indústria naval: Sindicato do setor prevê 338 empreendimentos nos próximos oito anos, incluindo petroleiros, navios-sonda e plataformas. (Folha)

Petróleo - Falta de espaço tira encomenda da Rio Naval: Estaleiro venceu licitação para construir nove navios para Transpetro, contrato estimado em US$ 1,1 bi. (Valor)

MINERAÇÃO.

Portos - China eleva tarifa para importação de minério. (GM)

ICMS poderá incidir sobre exportação de minérios in natura. (NF)

Siderurgia adota novo processo, menos poluente. (Valor)

PROPRIEDADE INTELECTUAL.

Disney pode perder os direitos sobre Mickey. (ABPI.Empauta.com)

Proposta altera atribuição da Anvisa sobre patentes. (ABPI.Empauta.com)

Laep vende a marca Poços de Caldas para a Morrinhos - São Paulo - A Laep Investments, por meio da sua controlada Companhia de Alimentos Glória, informou ao mercado a venda das marcas registradas da Poços de Caldas à Laticínios Morrinhos. O valor global da negociação foi da ordem de R$ 50 milhões. A Glória também cedeu a Morrinhos o uso exclusivo da marca Paulista no Brasil, na Bolívia e no Paraguai, para produção e comercialização de requeijão, por 15 anos. Na divulgação dos últimos dados da Laep, controladora da Parmalat, o presidente da empresa, Marcos Elias, já havia revelado a intenção de reduzir o tamanho da companhia, que fechou o segundo trimestre com prejuízo de de R$ 73,3 milhões.Nota na Íntegra (DCI 01.09.2008 p. B5 Agronegócios)

Consumo - Governo muda foco do ataque à pirataria: Estratégia é deixar de associar compra de produtos ao crime. (Estado)

Falsificação - Estudo pede mudanças nas campanhas contra pirataria. (Folha)

Rio Grande do Sul - Paquetá começa a vender tênis das principais marcas pela internet. (GM)

Disputas de domínio, problemas para empresas. (GM)

"O Rio de Janeiro é uma marca fantástica": Com mais de R$ 20 milhões de investimento em eventos realizados na Cidade Maravilhosa, o publicitário aposta que a capital carioca voltará a ser o cenário mais importante do País. (GM)

Disputa Judicial - Microsoft briga por patente de mouse. (GM)

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Navio pirata balança, mas não afunda: Apreensões aumentam mais de 50% em relação a 2007, mas batalha está longe do fim. (Globo)

Higiene e limpeza - Bombril compra a marca Lysoform. (JC)

Governo admite fracasso de campanhas e quer associar pirata à ilegal - Pirataria: governo não pensa em reprimir preço alto. (Monitor)

SEGURO.

Seguros - Regulação do microsseguro será entregue ao governo até dezembro: Desafio do setor para o segmento é definir custos de tributação, tipos de produtos e os canais de distribuição. (DCI)

SOCIETÁRIO.

A capitalização dos juros e a MP 2.170/01. (CB)

Papel & Celulose - VCP vende fatia em associação com a Ahlstrom por R$ 67 mi. (DCI)

Bancos - Acionistas do Banco Santander aprovam incorporação do Real. (DCI)

Ações - Presidente da CVM afirma que pessoa física traz liquidez para ofertas iniciais: No entanto, Maria Helena Santana alerta para a necessidade de que o investidor leia o prospecto final. (DCI)

Laep vende a marca Poços de Caldas para a Morrinhos - São Paulo - A Laep Investments, por meio da sua controlada Companhia de Alimentos Glória, informou ao mercado a venda das marcas registradas da Poços de Caldas à Laticínios Morrinhos. O valor global da negociação foi da ordem de R$ 50 milhões. A Glória também cedeu a Morrinhos o uso exclusivo da marca Paulista no Brasil, na Bolívia e no Paraguai, para produção e comercialização de requeijão, por 15 anos. Na divulgação dos últimos dados da Laep, controladora da Parmalat, o presidente da empresa, Marcos Elias, já havia revelado a intenção de reduzir o tamanho da companhia, que fechou o segundo trimestre com prejuízo de de R$ 73,3 milhões.Nota na Íntegra (DCI 01.09.2008 p. B5 Agronegócios)

BRA fecha acordo com credores para voltar a voar: Humberto Folegatti deixa a empresa, que obtém desconto de 70% nas dívidas e volta a atuar com vôos fretados. (Estado)

Estatal Alitalia pede concordata: Companhia será controlada por dono da fábrica de motos Piaggio. (Estado)

Mais um banco vai à falência nos EUA - Mais um banco entrou em falência dos Estados Unidos por causa da crise das hipotecas de alto risco (subprime). Na sexta-feira, órgãos reguladores do Estado da Georgia fecharam o Integrity Bank e venderam todos os depósitos para o Regions Financial Corp, com sede no Alabama. O banco, que até junho contava com US$ 1,1 bilhão de ativos e US$ 974 milhões em depósitos, foi o 10º a quebrar neste ano pelos prejuízos do subprime. A instituição estava sob inspeção dos reguladores desde o início do ano, devido ao crescente volume de calote de empréstimos atrelados a uma incorporadora imobiliária da Flórida. Nota na Íntegra (Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B2 Economia)

Aquisição cria o 2º maior banco alemão: Commerzbank vai adquirir Dresdner por US$ 14 bi; operação deve resultar em corte de 9.000 empregos. (Folha)

Transparência - Estratégia de risco entra na alta gestão das companhias: Nova prática é um avanço dos processos de gerenciamento, diz Daryus Consultoria. (GM)

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CVM - Entressafra evidencia preço justo de ativos. (GM)

Brasil faz proposta de listagem dupla. (GM)

Capital Aberto - Bolsa estréia dois índices de ações para fomentar liquidez: Objetivo é que carteiras descolem de oscilações dos preços das matérias-primas. (GM)

Compra da Anheuser-Busch - Bancos vão emprestar US$ 45 bilhões à InBev Um consórcio de nove bancos vai se juntar aos financiadores da InBev na compra da Anheuser-Busch, fornecendo US$ 45 bilhões do total de US$ 52 bilhões que serão pagos aos controladores da empresa americana. O consórcio é formado pelo Bank of America, BayernLB, Dresdner Bank, Intesa Sanpaolo, KBC Bank NV, Rabobank International, Scotia Capital, Société Générale e o Toronto-Dominion Bank. Em comunicado distribuído a partir de sua sede em Leuven, na Bélgica, a InBev informou que um novo consórcio de bancos deverá ser constituído no decorrer deste mês de setembro.Nota na íntegra. (Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-3 Opinião)

Engenet conclui fusão avaliada em US$ 1 milhão. (Globo)

Alemanha - Commerzbank compra o Dresdner por 9,8 bi de euros. (JC)

Aviação - Alitalia pede concordata e abre processo de venda: plano do governo revê a transferência de divisões não-lucrativas e a fusão com Air One, maior rival, criando empresa com 65% do mercado doméstico. (JC)

Ressaca - A compra da cervejaria Anheuser-Bush, fabricante da Budweiser, pela brasileira e belga InBev não desceu redondo no orgulho americano. A poderosa revista inglesa The Economist colocou uma pitada de malte ao indagar: "Poderia alguma coisa simbolizar a pêra da supremacia econômica dos Estados Unidos mais claramente do que sua marca de cerveja favorita cair em mãos estrangeiras?"Nota na íntegra. (Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. A4 Economia - Confidencial - Aziz Ahmed)

Saliança entre Sumitomo e Barclays - O Sumitomo Mitsui, o terceiro maior banco do Japão, e o Barclays farão aliança para oferecer derivativos de commodities a empresas desejosas de proteger ativos contra a alta dos preços das matérias-primas. O banco japonês pretende vender produtos desenvolvidos pelo Barclays.Nota na íntegra. (Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-3 Empresas)

Aviação - Lufthansa vai comprar 45% da belga Brussel. (Monitor)

STJ discute se pode haver alteração do contrato social sem consentimento de sócios excluídos. (NF)

CVM está preocupada com minoritários em incorporações. (NF)

Um suspense societário nas telas de cinema. (RR)

Aviação - Credores aprovam o plano da BRA. (Valor)

Crise de Crédito - Lehman Brothers liquida patrimônio e segue seu calvário: Quinto maior banco de investimento dos EUA põe a venda uma de suas principais empresas. (Valor)

Fiscalização - CVM fecha acordo com executivos do Banco Itaú. (Valor)

Mercado de Capitais - Ação da BM&FBovespa estréia no Ibovespa e IBrX: Por conta da união das duas ações após a fusão, peso dos papéis nos índices fica acima do esperado e estimula compras dos fundos passivos. (Valor)

Alimentos - Quatro meses após compra, Laep vende Poços de Caldas: Ativos foram alienados à empresa da GP Investimentos pelo mesmo valor da aquisição, para trazer liquidez ao negócio. (Valor)

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Energia - CEEE planeja oferta de ações para 2009. (Valor)

Contabilidade – Migração dos EUA para IFRS é desafio para companhias: Empresas terão de se acostumar a seguir princípios contábeis gerais, muito menos detalhados do que as normas americanas. (Valor)

EUA têm 10ª falência de banco no ano. (Valor)

Alteração contratual - Um pedido de vista do ministro João Otávio de Noronha suspendeu o julgamento de uma ação em que se discute se é possível fazer a cessão de cotas a terceiros sem o consentimento de sócios minoritários excluídos do quadro da empresa. O caso envolve a clínica médica PAI - Pronto Atendimento Infantil, localizada em Brasília. Quatro sócios ajuizaram uma ação contra outros sete por estes terem feito uma alteração contratual sem o seu consentimento após sua saída da sociedade, transferindo suas cotas a dois outros sócios. Os sócios foram à Justiça alegando que havia a concordância anterior da totalidade dos sócios de encerrar as atividades da empresa e vender os imóveis onde ela funciona. A primeira instância anulou a alteração contratual, mas o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) a considerou válida. O relator do caso no STJ, ministro Fernando Gonçalves, considerou a alteração contratual válida, mas o pedido de vista suspendeu o julgamento. Nota na Íntegra (Valor Econômico 01.09.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

TABACO.

Saúde Pública - Prefeitura de SP não faz valer lei antitabaco: Somente 2 multas foram emitidas este ano por fumo em local proibido por causa da falta de fiscalização. (Estado)

Restrição ao fumo gera divergência: Especialistas admitem necessidade de regulação, mas alguns vêem precedente perigoso para liberdade individual. (Estado)

SP gasta R$ 92 mi ao ano para tratar as "doenças do cigarro": Esse foi o valor gasto em 2007 na rede pública, segundo cálculo da Secretaria da Saúde. (Folha)

A FAVOR - "Lei é constitucional", diz professora da USP sobre veto ao tabaco. (Folha)

CONTRA - Estado não pode legislar sobre o tema, diz professor da PUC. (Folha)

Inca avalia que cigarro mais caro diminui consumo, principalmente entre jovens. (IDEC)

Jucá propõe definição mais precisa sobre proibição de fumo em ambientes coletivos. (Senado)

Tião Viana quer aumentar preço de cigarros e proibir o fumo em lugares públicos. (Senado)

Senado participa do Dia Nacional de Combate ao Fumo. (Senado)

TECNOLOGIA.

Disputas de domínio, problemas para empresas. (GM)

Esquenta a guerra dos navegadores: Mozila traz novo conceito de navegação, e Microsoft apresenta versão de teste do IE 8. (Globo)

Hospedando arquivos online e grátis: Em vez de ficar mandando emails com anexos imensos, por que não enviar apenas um link? (Globo)

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Adobe - Videoclipes com jeito de filme de Hollywood. (JC)

TELECOMUNICAÇÃO.

Telefonia - Começa hoje a nova "batalha" entre as teles: No primeiro ano, portabilidade gerará R$ 46,5 milhões com migrações, valor que será assumido pelas operadoras, que não cobrarão pelo serviço. (DCI)

TV por Assinatura - Net compra ESC 90 por R$ 94,6 milhões. (DCI)

Telecomunicações - Portabilidade começa a valer em 714 cidades, a partir de 2ª-feira: Em sete Estados, clientes de telefonia fixa e celular já poderão mudar de operadora mantendo o númer o. (Estado)

Maioria das operadoras vai oferecer serviço de graça: Promoções mais agressivas devem começar quando a portabilidade chegar a mercados como Rio e São Paulo. (Estado)

Tecnologia - Revolução do celular está só começando: Para especialista do MIT, telefonia repetirá a evolução da internet. (Estado)

Teles aderem a "plano B" para portabilidade: Índice de sucesso do serviço terá de chegar a 95%; Anatel fixa taxa em R$ 4 e quatro operadoras anunciam isenção. (Folha)

Portabilidade numérica imporá disputa no preço da telefonia: ABR Telecom, responsável pelo banco de dados, receberá R$ 4,90 por transferência. (GM)

Telecomunicações - Net e GVT devem ganhar com portabilidade numérica: Para analistas, empresas tendem a avançar sobre base das teles tradicionais. (GM)

Portabilidade de telefonia vai custar até R$4: Sistema que permite ao assinante manter número de fixo ou celular tem início em 7 estados na segunda-feira e será tabelado. (Globo)

Portabilidade pode ter armadilha ao consumidor: Segundo especialistas, o usuário pode ficar preso a um novo contrato de fidelidade ao levar o número de telefone para a nova operadora. (Globo)

Portabilidade numérica: consumidor poderá exigir este direito. (IDEC)

Telecomunicações - Portabilidade favorece Net e GVT: Para analistas, empresas tendem a avançar sobre base das telefônicas tradicionais. (JB)

Conexão - Panasonic faz teste no Brasil: empresa japonesa está de olho na regulamentação do serviço de internet pela rede elétrica, colocado em consulta pública pela Anatel, e coloca três modens para experiência em cidade do Maranhão. (JC)

TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO.

Trabalho - Se aprovada súmula, folha de pagamento deve aumentar: Alteração da Súmula 228 do Tribunal Superior do Trabalho determina que cálculo de 40% será sobre o salário do trabalhador, e não mais sobre salário mínimo. (DCI)

Previdência - Justiça nega incidência de contribuição em adicional de férias. (DCI)

Primeiros frutos da súmula vinculante. (GM)

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Decisão - Adicional de férias é isento de INSS: STJ acompanha entendimento do STF no sentido de que não deve incidir a contribuição previdenciária. (JC)

Técnicas do trabalho pericial. (NF)

Empregados de financeira são enquadrados como bancários. (NF)

Sindicato das empresas de transporte público do DF recusa pedido de acordo da Justiça do Trabalho. (TRT DFT)

JT concede danos morais a empregado vítima de acusação humilhante. (TRT MG)

Empresa é condenada a pagar reflexos do salário. (TRT MG)

Contrato de gestão isenta empresa de responsabilidade subsidiária. (TST)

Adicional de férias - A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não incide contribuição previdenciária sobre o adicional de férias. O entendimento foi tomado durante o julgamento de um recurso do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrafesc) contra uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, que afirmou ser legítima a contribuição previdenciária, inclusive sobre o adicional de férias, visto que ele está inserido no conceito de remuneração previsto no parágrafo único da Lei nº 9.783, de 1999, que trata da contribuição para o custeio da Previdência Social dos servidores públicos. O relator do caso no STJ, ministro Mauro Campbell Marques, reconheceu haver decisões anteriores da corte nos dois sentidos e optou por aplicar o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à não-incidência da contribuição. Nota na Íntegra (Valor Econômico 01.09.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

TRIBUTÁRIO.

Contas Públicas - Estado quer usar reforma para abater dívidas: Confaz quer corte nas dívidas dos estados com a União para compensar perdas de receita com a reforma tributária; Ministério da Fazenda é contra. (DCI)

Tributação - ICMS pode incidir sobre exportação de minérios. (DCI)

Receita amplia parcelamento de dívidas - A Receita Federal vai permitir, a partir de segunda-feira, o parcelamento de débitos de tributos para quem já aderiu a outros programas desse tipo. O contribuinte poderá dividir valores de até R$ 100 mil por tributo em um prazo de até 60 meses. Estão excluídos apenas os débitos previdenciários. A técnica da Coordenação de Arrecadação e Cobrança da Receita, Neuza Silva, explicou que a lei de julho de 2002 havia vetado o parcelamento de alguns tributos, como o Imposto de Renda Retido na Fonte, e a possibilidade de haver mais de um parcelamento por contribuinte no mesmo tributo. Nota na Íntegra (Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B2 Economia)

Guerra Fiscal - Será realizado no dia 3 de setembro, o seminário "Guerra Fiscal - Impactos sobre os contribuintes", na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O objetivo do evento é apresentar aos participantes os principais aspectos sobre a guerra fiscal, que atrai investimentos aos seus respectivos estados, porém provoca distorções na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O seminário abordará o tema com palestrantes ligados nas esferas política e econômica. Nota na íntegra. (Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-11 Direito Corporativo)

Substituição Tributária - No dia 2 de setembro, o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp)- Distrital Zona Leste, realiza um debate empresarial sobre "Substituição Tributária - Impacto em seus negócios". O tema será exposto sob seus aspectos legais, a influência no regime tributário

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federal em 2009, o cálculo do ICMS sobre os estoques, entre outros assuntos. As inscrições (gratuitas e limitadas)podem ser feitas pelo telefone (11)2601.7664. Nota na íntegra. (Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-11 Direito Corporativo)

Governo quer ampliar fatia do Fisco no pré-sal: Para Lobão, Petrobras paga pouco imposto. Medida seria contrapartida para manutenção dos campos com a estatal. (Globo)

Tributos - Dívida com Fisco vai ser parcelada via web: Decisão da Receita Federal valerá 2ª feira para débitos de até R$ 100 mil. (JB)

Da ilegalidade dos limites impostos à dedução do PAT-Programa de Alimentação do Trabalhador do IR devido pelas pessoas jurídicas. (Miglhas)

Estados determinam Escrituração Digital para grandes contribuintes. (Migalhas)

STJ permite redução de IR com créditos de ICMS. (Valor)

Penal - Crime fiscal ainda persiste na Justiça: Denúncias antes do fim da ação administrativa continuam apesar de decisão do STF e STJ. (Valor)

Portaria regula comunicados ao MP. (Valor)

A Receita Federal brasileira sob nova direção: Na última década priorizou-se o tributo indireto, embutido no preço e pouco visível ao contribuinte. (Valor)

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ÍNTEGRA DAS NOTÍCIAS

ADMINISTRATIVO

Marco Regulatório - Onda de ações desafia agências reguladoras(Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B1-B4 Economia)

Renée Pereira

Uma onda de ações judiciais tem posto em xeque a atuação das principais agências reguladoras do País, que vivem um dos piores momentos desde a sua criação, na década de 90. Asfixiadas por cortes no orçamento e constantes interferências políticas, essas autarquias acabaram perdendo parte da credibilidade e já não conseguem fazer com tanta eficiência a conciliação entre governo, empresas e consumidor.

Por isso, a solução de conflitos cada vez mais tem sido transferida para os tribunais. Levantamento preparado pela Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) mostra que, até julho, tramitavam na Justiça 1.754 contestações a atos dos reguladores. Entre 2002 e 2007, o número de ações saltou 293%.

Mas foram nos últimos dois anos que a escalada de ações e execuções atingiu patamar preocupante para o ambiente de negócios e futuro das agências. Do total de protestos na Justiça, 25% ingressaram no ano passado, quando o volume praticamente dobrou em relação a 2006. O problema é que não há sinais de reversão do quadro. Até julho, o número já equivalia a quase 100% do total de contestações impetradas em todo o ano de 2006.

Há processos de todos os tipos, desde questões ligadas a metodologias de cálculos de tarifas, mandados de segurança para o funcionamento de atividade irregular até a suspensão de decisões dos órgãos. A campeã de ações é a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com 668 questionamentos.

A autarquia tem sido bombardeada por uma série de ações movidas por municípios, especialmente do Nordeste, reivindicando o pagamento de royalties na distribuição de gás natural, o que, segundo a agência, não existe. Além disso, postos de gasolina entram com mandato de segurança para evitar a fiscalização da ANP, que muitas vezes resulta na interdição do estabelecimento por combustível adulterado.

O mesmo ocorre com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que, além de regular as rodovias, fiscaliza as linhas interestaduais. De acordo com o órgão - o segundo com maior número de ações -, ônibus multados por falta de condições de trafegar recorrem à Justiça para continuar nas ruas. A agência afirma que cerca de 200 viagens clandestinas ocorrem todos os dias no País. Mas também há questionamentos referentes aos reajustes de pedágio das concessionárias.

Esse tipo de conflito domina as ações judiciais contra a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As revisões tarifárias, que ocorrem de quatro em quatro anos, sempre criam uma série de discussões, pois a metodologia de cálculo nem sempre agrada a todos. Isso, sem contar que o setor é campeão em número de encargos, o que provoca a ira de investidores e órgãos de defesa do consumidor.

Executivos sugerem varas de arbitragem: Nova instância serviria para resolver contestações de atos das agências

Renée Pereira

Uma das alternativas para conter a escalada do número de ações e execuções judiciais contra as agências reguladoras seria a criação de instâncias superiores de conciliação e arbitragem. Essa tem sido a sugestão de especialistas e até de alguns diretores dos órgãos reguladores, mas não consta da última versão do projeto de lei que criará um novo marco regulatório para as autarquias.

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Na avaliação do presidente da Abdib, Paulo Godoy, o atual momento de fragilidade exige uma ampla reflexão sobre o segundo ciclo de funcionamento das agências para evitar um esvaziamento ainda maior. “Elas foram constituídas em diferentes fases e hoje atuam de forma distinta, dependendo dos ministérios a que estão ligadas e da postura de seus diretores”, afirma o executivo.

Em 2004, um estudo do americano Ashley C. Brown, diretor-executivo do Harvard Eletricity Policy Group of Council, patrocinado pelo Banco Mundial (Bird), já mostrava o risco que as agências corriam diante da possibilidade de uma enxurrada de ações judiciais, lembra o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman. Segundo ele, na época, o americano alertava que isso seria um desastre para a atuação dos órgãos e sugeria a criação de varas especializadas em regulação econômica para contornar o problema.

“Talvez essa fosse mesmo a melhor saída, porque num tema delicado e complexo como revisões tarifárias, por exemplo, não seria razoável um juiz de primeira instância entender de tudo para dar uma decisão justa”, destaca Kelman. Segundo ele, em casos como esses, os tribunais sempre estão mais propensos a dar ganho de causa ao lado mais fraco.

Outro defensor de uma instância para mediar os conflitos é o presidente da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Luiz Carlos Guimarães. A entidade tem duas ações na Justiça contra a Aneel. Uma contesta a base de remuneração da revisão tarifária das empresas do setor, que ocorre de quatro em quatro anos.

A outra pede que a conta do apagão, criada para cobrir os prejuízos do racionamento, em 2001, seja estendida aos consumidores livres, que compram energia sem intermediação das concessionárias. “Hoje, da maneira como as agências funcionam, não há alternativa a não ser entrar na Justiça para reivindicar nossos direitos”, diz Guimarães.

PROJETO DE LEI

Na opinião do deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ), relator do projeto de lei dos reguladores, o número de ações cresce na medida em que as agências perdem credibilidade no mercado. Mas criar uma instância superior não seria a melhor solução.

Por esse motivo, diz ele, esse instrumento não consta do projeto de lei, que somente deverá ser posto para votação depois do primeiro turno da eleições municipais, em outubro. “Decidimos em reunião na semana passada que esse não é momento para aprovar um projeto polêmico como o das agências.”

O conjunto de medidas, que está há mais de 4 anos no Congresso, estabelece mandatos de 4 anos para os diretores, sem renovação, e exige experiência no setor. Além disso, confirmará a necessidade de quatro diretores em cada autarquia. Picciani diz ainda que a criação da figura do ouvidor está mantida na versão atual do projeto de lei. Esse profissional será indicado pelo presidente da República e sabatinado pelo Congresso. Por outro lado, a polêmica proposta de criar um contrato de gestão para as agências foi retirado para que o projeto fosse adiante, diz o deputado.

Ele, no entanto, defende o estabelecimento de um mecanismo para medir a qualidade dos serviços dos reguladores. “Sou favorável ao fortalecimento das agências, mas elas precisam prestar contas do que fazem”, diz Picciani.

Para o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Ricardo Lima, é preciso um “choque de gestão nas agências”. Ele acabou de entrar, no dia 20, com uma ação na Justiça contra a Aneel.

Como no caso da Abradee, a entidade também exige que a cobrança de um encargo, criado para manter a segurança do sistema elétrico, seja para todos os participantes do setor, não apenas para os consumidores livres e cativos das distribuidoras. É preciso ter isonomia, garante ele, que lamenta o enfraquecimento das agências nos últimos anos.

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O presidente da Associação Brasileira das Agências Reguladoras (Abar), Wanderlino Teixeira de Carvalho, discorda. Para ele, a escalada das ações na Justiça é um direito da população, não significa que essas autarquias estão fortes ou fracas. “Essa prerrogativa está prevista na Constituição Federal. Se a decisão não atende às expectativas, pode-se recorrer.”

Carvalho diz que o grande problema é que se esperava que as agências no Brasil funcionassem como nos Estados Unidos. “Lá, a decisão do regulador não pode ser contestada. Aqui, para isso ocorrer, só mudando a Constituição.”

Falta pessoal e dinheiro nas agências: Para executivos, órgãos foram transformados em braços do Estado

Renée Pereira

O principal efeito da onda de ações e execuções contra as agências reguladoras é o aumento da insegurança jurídica e elevação do risco Brasil para novos investimentos. “A expansão desses processos não é nada bom para o ambiente de negócios. Entrar com 500 ações na Justiça não significa que haverá 500 soluções para os problemas”, destaca o presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy.

Na opinião dele, o levantamento feito pela entidade é um alerta para o futuro das agências, criadas no governo de Fernando Henrique Cardoso para regular e fiscalizar os serviços públicos. Nos últimos anos, diz Godoy, algumas perderam a capacidade de conciliar os conflitos por causa de uma série de fatores. Entre eles, está a falta de pessoal suficiente para arcar com um número crescente de atividades cada vez mais complexas e o contingenciamento de recursos necessários para o bom funcionamento das autarquias.

Junta-se a isso a tentativa do governo federal de transformar as agências em departamentos de Estado. “As agências sofreram um enfraquecimento muito grandes nos últimos anos. Deixaram de modelar para cumprir determinações de comitês e conselhos externos”, avaliou o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Ricardo Lima, referindo-se às definições do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Segundo ele, algumas vezes, os técnicos das agências são até contrários às medidas, mas são obrigados a regulamentar daquela forma.

Lima reclama também do crescimento do número de resoluções criadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Só em 2006, diz ele, foram 900 resoluções. “Cada problema que aparece é solucionado com uma resolução, mas ninguém olha a repercussão que essa medida terá no conjunto do setor”, diz o executivo.

CÍRCULO VICIOSO

Reclamações à parte, o fato é que o País embarcou num círculo vicioso. Entra-se na Justiça porque as agências estão enfraquecidas e, ao fazer isso, reduz-se ainda mais a capacidade regulatória das autarquias. O movimento vai na contramão da campanha do mercado para fortalecer os órgãos reguladores. “Esse tipo de medida apenas vai enfraquecer as agências, elevar o Risco Brasil e aumentar as tarifas para o consumidor”, avalia o diretor-executivo da Aneel, Jerson Kelman.

Para ele, a escalada das ações também é resultado do aumento da transparência nos processos decisórios, “uma grande conquista do País”. “Mas, a partir do momento em que abrimos todas as medidas, damos espaço a contestações”, diz ele, que considera o processo do setor elétrico complexo e confuso. “Há uma incompreensão muito grande em relação às metodologias adotadas.”

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Metrô e consórcio negam irregularidade em licitação da linha 2: Companhia atribui

antecipação de resultado de concorrência a "um tiro no escuro'; consórcio diz que respeita princípios éticos;

(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. C4 Cotidiano)

Ministério Público Estadual anunciou ontem que irá investigar se houve irregularidades na licitação para construção da linha 2

DA REDAÇÃO

O Metrô de São Paulo e o Consórcio Via Permanente Linha 2 negaram ontem irregularidades na licitação em obra da linha 2-verde. A Folha mostrou ontem que um texto cifrado na Folha Online antecipou em oito horas o vencedor da concorrência -o consórcio liderado pela Camargo Corrêa.Para o Metrô, há uma "guerra de liminares e notas na imprensa" que tentam pôr em dúvida a "lisura dos procedimentos da companhia". A empresa atribuiu a antecipação do vencedor a um "tiro no escuro" que se mostrou correto.Em nota, a companhia afirma ainda que o autor da reportagem pode ter publicado textos cifrados com as outras duas empresas habilitadas pelo Metrô a participar da licitação -a Andrade Gutierrez, que ofereceu R$ 222,1 milhões, e a OAS, cuja proposta foi de R$ 226 milhões. O vencedor foi o consórcio formado pela Camargo Corrêa e pela Queiroz Galvão, que pediu R$ 219,7 milhões.Uma simples busca no Google das páginas em "cache" (armazenadas), porém, revelaria outros textos cifrados -o que não ocorre.Vencedor da concorrência, o consórcio negou irregularidades no processo -disse que respeitou "princípios éticos e a legislação vigente". Disse, ainda, não ter sido procurado. A Máquina da Notícia, responsável pela assessoria de imprensa do Consórcio Via Permanente Linha 2, foi procurada por duas vezes, na manhã de anteontem. Na ocasião, a empresa disse que não se manifestaria, pois isso caberia ao Metrô.A licitação antecipada pela Folha Online diz respeito à construção da via permanente da linha 2-verde. A proposta do consórcio liderado pela Camargo Corrêa é 12% superior aos R$ 196 milhões previstos pelo Metrô. Ontem, a Promotoria anunciou que irá investigar a licitação.

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Logística - Licitações para concessão deverão viabilizar interocêanico até 2011: Além de impulsionar a área de infra-estrutura, os projetos deverão também trabalhar no sentido de ter

aduanas integradas que facilitam o trânsito comercial netre os países(DCI 01.09.2008 p. B2 Serviços)

CURITIBA - Trabalhar de forma bilateral em busca da consolidar um corredor interocêanico, baseado em uma ligação rodoviária para integrar Brasil, Bolívia e Chile e contemplar não só o comércio exterior entre os países, mas também o desenvolvimento turístico na região, é a nova meta dos governos atentos ao perímetro compreendido pelo projeto, que parte do centro-oeste brasileiro, em um percurso que ligará tanto cargas como passageiros, entre os oceanos Atlântico e Pacífico, e motivo de diversas agendas de conversação entre os países envolvidos, que calculam o período de consolidação dessa ação de 2009 a 2011.

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A viabilização do projeto provavelmente seria por meio de licitações, em que o governo brasileiro poderá fazer concessões para a iniciativa privada, como acontece com as concessões rodoviárias no País. Vale lembrar que já existem negócios bilaterais na área de infra-estrutura e transporte, como, por exemplo, a recuperação de dois trechos bolivianos feitos por empreiteiras brasileiras, com linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nessa nova etapa, porém, não se trata só de infra-estrutura.

"Temos de trabalhar no sentido de ter aduanas integradas que facilitem o trânsito comercial entre os países, permitindo o desenvolvimento do centro-oeste brasileiro, o norte do Chile e a Bolívia", comentou Álvaro Diaz, embaixador do Chile, durante um encontro com empresários e especialistas no mercado de infra-estrutura, turismo e logística, realizado no decorrer da semana passada, em São Paulo, e denominado Semana do Chile.

Êxito

As parcerias público-privadas (PPPs) estão bem cotadas para a contribuição nesse processo. Durante o encontro, Roberto Salinas, do Departamento de Concessões Chilenas, demonstrou que o país lida com modelos avançados e, para se ter idéia, de 2008 a 2010, o país calcula investimentos de US$ 5,9 bilhões no desenvolvimento de infra-estrutura, na maioria por concessões. Nos últimos 15 anos foram aplicados US$ 11 bilhões no setor, em concessões de rodovias, edifícios públicos, terminais aeroportuários e complexos hospitalares, entre várias outras áreas. "E ainda estão na agenda, para o futuro, aplicar a estratégia no segmento educacional, habitacional e de equipamentos urbanos", colocou Salinas, em entrevista ao DCI, durante o encontro, em São Paulo.

Para Álvaro Diaz, embaixador do Chile, os empresários precisam de uma boa infra-estrutura não só para a passagem de suas mercadorias, mas também para que possam apostar no desenvolvimento econômico do entorno do eixo interocêanico. Na opinião de Maurício Dorpher, que responde atualmente como embaixador da Bolívia, o projeto sairá dentro do prazo estipulado, uma vez que os países continuam o trabalho de forma bilateral, em termos de cooperação mútua.

A BR-262, que passa pela cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, será o principal elo de ligação com os países envolvidos, ao passo que dessa mesma parte do corredor os brasileiros terão acesso ao Chile.

O governo brasileiro está lançando editais para as obras de revitalização na rodovia, enquanto cada país afirma que irá se esforçar para contribuir com a empreitada. A idéia é melhorar os trechos de 2.525 quilômetros de Santos à fronteira com a Bolívia, em Porto Suarez e San Matias. Nesse projeto, do lado do Brasil está a retomada da construção de um anel viário, em Corumbá, entre outros trechos que devem ser melhorados para dar viabilidade à tão sonhada integração dos três países.

A empreitada também estabelecerá um ligação entre o Porto de Santos (SP) e os Portos de Arica e de Iquique, no Chile, passando pelo Mato Grosso, o que, segundo especialistas do setor, trará grandes benefícios econômicos ao estado. A BR-262 cortará Campo Grande, Aquidauana e Corumbá para adentrar a Bolívia, passando por Puerto Soares e Santa Cruz de La Sierra, onde a ligação adentrará o Chile, e, por fim, ligará os portos.

Recentemente, o Secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, mencionou a capacidade brasileira de exportar 135 milhões de toneladas de grãos em 2010, por conta do projeto, e ele inclui o potencial turístico das regiões envolvidas, citando as rodovias, ferrovias e hidrovias.

A ligação do Brasil a outros países também envolve o termo de construção da Rodovia Rurrenabaque-Riberalta, que terá financiamento do governo brasileiro. Em entrevista em julho, o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, disse que serão liberados US$ 260 milhões para a construção de 508 quilômetros de rodovia que ligará Porto Velho, capital de Rondônia, a La Paz, capital boliviana.

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Nas discussões sobre o interocêanico, o fomento ao turismo está em planejamento feito pelo Instituto Pantanal Pacífico, que pretende estabelecer uma política de incentivo a uma rota turística do centro-oeste aos demais países envolvidos no projeto, como uma rota única de viagem que incluirá possibilidades que envolvem seis países - a princípio, Brasil, Chile, Bolívia e Peru, e que contam, ainda, com a inclusão da Argentina e do Paraguai no circuito.

"Precisamos estabelecer um grande vínculo cultural, humano e acadêmico que possibilite a utilização dessa matéria-prima turística preciosa e ociosa dessa região", comentou Val Carvalho, presidente do Instituto Pantanal Pacífico. A presidente colocou que a idéia é estabelecer "a maior aventura das Américas", possibilitando que as pessoas possam transitar nesse eixo em seus veículos de passeio. E não é só isso: o instituto pleiteia rotas aéreas que cortem essas pequenas regiões de modo que facilitem o transito dos turistas, evitando que tenham de passar por conexões nos grandes centros aéreos.

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Transportes - Arco Rodoviário do Rio atrai investimentos: Áreas em torno do novo corredor logístico são disputadas por projetos industriais e residenciais

(Valor Econômico 01.09.2008 p. B8 Empresas)

Chico Santos, do Rio

A construção do arco rodoviário do Rio de Janeiro, principal projeto de infra-estrutura viária em andamento no Estado, está com atraso de quatro a dez meses, dependendo de como se eleja o momento no qual ela deveria ter começado, mas a simples tomada de decisão de executar a obra já vem movimentando empresas interessadas em se instalar nas suas proximidades. Pelo menos duas grandes indústrias já compraram terrenos para utilizar as vantagens logísticas da via. E próximo à confluência da futura via de 122,9 quilômetros com a rodovia presidente Dutra está nascendo um ambicioso projeto imobiliário de uma cidade totalmente planejada para até 128 mil pessoas de renda média baixa.

O projeto batizado de Cidade Paradiso é uma parceria entre o escritório de arquitetura carioca STA e a incorporadora CR2, também do Rio. Ele ficará no remoto distrito de Cabuçu, uma área rural pobre, com forte tendência à favelização, no município de Nova Iguaçu, o segundo mais populoso da Baixada Fluminense (830 mil habitantes, pela contagem do IBGE de 2007).

A âncora do empreendimento é um enorme clube, com vocação de parque aquático, construído pelos donos originais da fazenda, cujas terras foram adquiridas para a execução do projeto. O parque funciona desde o fim de 2006 em área de 242 mil metros quadrados

Segundo o economista Marcelo Conde, diretor-superintendente da STA, a idéia é concluir "a maior parte" do projeto em cinco anos, embora ele admita que a viabilização de cada etapa é que irá determinar o ritmo da construção. "É um projeto de longo prazo", afirma. As obras da primeira fase do projeto residencial, com 1,8 mil unidades divididas em 20 condomínios com 90 habitações cada, já estão em andamento. A expectativa dos empreendedores é entregar as chaves aos futuros moradores em meados de 2009.

Além do clube e das moradias, casas na maioria, a "cidade" está planejada para ter centros comerciais, escritórios, escolas, incluindo uma universidade, serviços e até indústrias leves. As casas na primeira fase custarão entre R$ 59 mil e R$ 80 mil. O projeto fica dentro de um triângulo formado pela rodovia Presidente Dutra (a 4 km), próximo ao município de Queimados; o traçado do futuro Arco Rodoviário (a cerca de 8 km); e a prometida expansão da Via Light (a 2 km), uma rodovia de pista

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dupla que corta hoje três cidades da Baixada Fluminense. "Achamos que o Arco vai irradiar para toda a região. Quando vier, vamos nos conectar a ele por vários caminhos", disse Conde.

Quem já vai nascer conectado à rodovia é a primeira fábrica da Companhia de Coque Calcinado de Petróleo (Coquepar), uma parceria da Petrobras (40%) com o fundo austríaco Brazil Energy (30%) e a Unimetal (30%). Com investimento de US$ 250 milhões, a empresa vai produzir, a partir do final de 2010, até 350 mil toneladas anuais de coque calcinado de petróleo. Esse produto é obtido da queima a alta temperatura do coque verde de petróleo, utilizado principalmente para a transformação de alumina em alumínio.

A unidade ficará no município de Seropédica (RJ), perto da confluência da Via Dutra com o Arco Rodoviário e próximo dos trilhos da MRS Logística, que ligam o Rio a São Paulo. Segundo Mário Popp, diretor da Coquepar, a empresa vai receber coque da Refinaria do Planalto (Replan), em Paulínia, por ferrovia e da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), pelo Arco. "A região foi escolhida pela confluência de rodovias e ferrovia", disse Rubens Novicki, presidente da empresa.

Segundo o executivo, a produção da Coquepar será, basicamente, destinada ao mercado externo, aproveitando a elevada aceitação do coque brasileiro que tem como característica o baixo teor de enxofre. Além da unidade do Rio, a empresa construirá outra, com investimento igual, no Paraná, próximo à Refinaria de Araucária (Repar).

A indústria de cosmético Niely, uma das principais fabricantes de tinturas para cabelos do país, é outra que já comprou terreno próximo ao Arco Rodoviário para construir uma fábrica. Segundo Daniel de Jesus, fundador e presidente da empresa que emprega hoje 2.000 pessoas em Nova Iguaçu, foi adquirido um terreno de 530 mil metros quadrados no distrito de Santa Rita, a menos de um quilômetro do traçado do Arco. Essa área vai receber, segundo Jesus, a maior fábrica de cosméticos do Rio de Janeiro.

No terreno funcionava uma antiga fábrica de fios de cobre da Ficap. Jesus disse que as operações da Niely estão hoje divididas em quatro prédios do centro de Nova Iguaçu. Na nova área todas as operações da empresa serão unificadas, aumentando também a produção de cosméticos que hoje é de 80 milhões de unidades por ano. O investimento total será de R$ 40 milhões. "A nossa decisão (de comprar o terreno) foi tomada ao sabermos que o Arco Rodoviário passaria tão perto", disse o empresário, que pretende aumentar a força de trabalho da empresa em 15%.

O interesse em estar próximo ao Arco Rodoviário explica-se por sua característica de ligar o porto de Sepetiba às três mais importantes rodovias que cortam o Estado do Rio de Janeiro - a Dutra (BR-116), a Rio-Belo Horizonte (BR-040) e a BR-101. Além disso, o corredor terminar ao lado do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), o maior empreendimento individual da Petrobras hoje em andamento, com investimento de pelo menos US$ 8,4 bilhões.

Para fechar o arco em torno da região metropolitana do Rio de Janeiro faltarão cerca de 26 quilômetros até a rodovia RJ-106, no município de Maricá, trecho já reivindicado por empresários e políticos da região. Previstas inicialmente para começar em novembro do ano passado, as obras tiveram os construtores anunciados no final de abril (consórcios Odebrecht/Andrade Gutierrez, Carioca/Queiróz Galvão e OAS/Camargo Corrêa), mas ainda patinam. O valor é de R$ 797 milhões, sendo 75% do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.

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Dívida Pública - Fundo de precatórios já está em estudo na Caixa: Proposta foi eleborada por grupo de advogados e economistas

(Valor Econômico 01.09.2008 p. E2 Legislação & Tributos)

Adriana Aguiar, de São Paulo

A Caixa Econômica Federal (CEF) já está estudando a possibilidade de gerenciar um fundo nacional de recebíveis públicos - idéia lançada por um grupo de economistas e advogados, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) como alternativa ao problema do atraso no pagamento de precatórios - para a compra de precatórios no mercado com a anuência dos governos devedores. Segundo o vice-presidente da gestão de ativos de terceiros da Caixa, Bolivar Tarragó Moura Neto, o projeto já foi encaminhado ao jurídico do banco para a análise da viabilidade de implantação. O grupo de economistas e advogados que elaborou a proposta acredita que ela possa ser posta em prática sem a elaboração de nenhuma nova lei e que ela não fere a legislação vigente no país. Se não houver entrave legal, diz Moura Neto, a perspectiva é a de que haja uma definição da estrutura do fundo até o fim deste ano, para que seja possível a captar investidores e credores a partir do primeiro semestre de 2009.

A idéia do fundo foi elaborada com a intenção de dar um prazo mais longo para União, Estados e municípios pagarem suas dívidas - os governos passariam a ter mais 25 anos para quitá-las - e, ao mesmo tempo, garantir o pagamento imediato dos precatórios aos credores. O projeto foi criado em contraposição à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 12, em tramitação no Congresso Nacional, que pretende dar novos prazos e formas para o pagamento dos precatórios, mas encontra resistência da comunidade jurídica. O grande desafio na implantação da proposta, segundo Moura Neto, seria diminuir o risco de inadimplência desses ativos. Para isso, o banco deve analisar quais serão as possibilidades que poderão ser aplicadas na cobrança, caso o governo passem a dever. "Hoje em dia é raríssimo que haja dívida de um Estado ou município com a Caixa, mas quando isso ocorre, inscrevemos o devedor no Cadin e não emprestamos mais dinheiro até que a dívida seja quitada. A idéia agora é verificar se poderemos aplicar o mesmo mecanismo em caso de inadimplência com o fundo", diz. Ele ressalta, no entanto, que o risco seria dos investidores, já que o banco apenas gerenciaria o fundo.

Outra garantia prevista na proposta que poderá trazer mais segurança ao fundo seria a assinatura de um termo de confissão de dívida pelo Estado ou município abrindo mão de qualquer recurso contra o pagamento daquele precatório. Também será estudada a possibilidade de transformar esses precatórios em títulos padronizados com registro na Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos (Cetip). Reduzindo riscos, o vice-presidente de ativos da Caixa acredita que os precatórios poderão ser vendidos com um deságio menor. "Porém, será complicado trabalharmos com a tabela de deságios proposta no projeto. Estamos fazendo simulações quanto a isso não acredito que esses poderão ser tabelados", diz Moura Neto. A tabela indica que os credores poderão receber mais de 80% do valor de face, chegando a 90% no caso de precatórios alimentares.

Para ele, no início o fundo provavelmente seria fechado, sem liquidez diária e oferecido apenas para investidores qualificados, com valores abaixo do que tinham sido estipulados no projeto inicial, de R$ 3 bilhões. "Para dar certo é necessário que haja o apoio tanto do Judiciário quanto dos devedores", diz.

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ADVOGADOS

Corte em cursos de Direito: O governo aperta o cerco em torno de cusrsos superiores de baixa qualidade

(Estado de São Paulo 01.09.2008 p. A3 Notas e Informações)

A decisão de cortar 24 mil vagas em cursos de Direito, anunciada pelo Ministério da Educação (MEC), é mais uma demonstração da importância dos mecanismos de avaliação do ensino superior. Essas vagas eram oferecidas por cursos que receberam notas 1 e 2, numa escala de 1 a 5, tanto no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) quanto no Indicador de Diferença de Desempenho (IDD), que mede os conhecimentos que as instituições universitárias conseguem agregar na formação dos alunos durante a graduação.

Dos 81 cursos de Direito reprovados nos dois indicadores, 74 aceitaram firmar um “termo de compromisso” com o MEC. Pelo acordo, esses cursos só continuarão funcionando porque se comprometeram a tomar várias providências, no prazo de um ano, para tentar elevar a qualidade do ensino. Entre as medidas mais importantes destacam-se a melhoria das instalações físicas, a renovação das bibliotecas, a renovação dos programas, a contratação de mais professores com mestrado e doutorado e, principalmente, a redução na oferta de vagas nos exames vestibulares. “A redução de vagas é importante porque ajusta o número de alunos à capacidade real de educar da instituição”, diz o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Enquanto estiver em vigor o “termo de compromisso”, esses cursos ficarão sob supervisão direta da Secretaria de Ensino Superior (Sesu). Caso o acordo firmado seja descumprido ou as providências adotadas não surtam efeito nas próximas avaliações, eles correm o risco de ser descredenciados. E seus alunos, segundo o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, podem pleitear a devolução das mensalidades, impetrar ações judiciais para exigir indenizações por danos morais e até processar o próprio Estado, por não ter agido antes, e de modo eficiente, para punir as instituições com mau desempenho.

A maioria dos cursos que aceitaram cortar vagas, depois de assinar o “termo de compromisso” com o MEC, fica em cidades de porte médio situadas nas áreas metropolitanas da Região Sudeste e em capitais nas Regiões Norte e Nordeste. Quase todos são oferecidos por universidades privadas e vários funcionam em sistema de franquia.

Depois da divulgação dos resultados do último Enade e do IDD, muitas instituições reprovadas alegaram que, por terem o status jurídico de “centros universitários”, têm autonomia acadêmica para fixar o número de vagas que bem entenderem, em seus cursos de graduação, e ameaçaram levar o caso aos tribunais.

Em resposta, o secretário de Ensino Superior, Ronaldo Mota, e o ministro Fernando Haddad lembraram que a Constituição confere à União a prerrogativa de “desenvolver ações para suprir deficiências no ensino superior”. Há muito tempo, aliás, as autoridades educacionais, a Associação Nacional das Universidades Particulares e a Associação Brasileira de Mantenedores do Ensino Superior vêm travando uma acirrada polêmica sobre os limites da intervenção do Estado no ensino privado e sobre o alcance do princípio da autonomia universitária.

A oferta desenfreada de vagas no ensino superior, por parte de instituições particulares e confessionais, começou na época da desregulamentação da área, entre o final da década de 80 e início da década de 90. Para ganhar mercado, essas instituições passaram a abrir unidades em bairros das grandes cidades e em municípios de pequeno e médio portes. Mas a oferta de vagas acabou sendo maior do que a demanda e várias instituições tiveram problemas para amortizar os investimentos. Para cortar custos, elas deixaram de comprar livros, equipar laboratórios e contratar docentes com pós-graduação, o que comprometeu ainda mais a já baixa qualidade de seus cursos. Muitas sobreviveram à custa do Programa Universidade para Todos, pelo qual o MEC dá bolsas a

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estudantes carentes. Mas várias não conseguiram manter um padrão mínimo de qualidade do ensino, sendo reprovadas no Enade e no IDD. Foram essas instituições que o MEC em boa hora enquadrou.

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MEC reduz número de vagas em cursos de Direito(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-7 Direito e Justiça)

O número de vagas nos cursos de Direito para os vestibulandos no próximo ano será reduzido em 54%, em decorrência da supervisão e dos termos e saneamento de deficiência implantados pelo MEC sobre os cursos com conceitos inferiores a 3 no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enad) e no Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observados e Esperado (IDD) e com baixo aproveitamento nos Exame de Ordem promovidos pela OAB para acesso à carreira de advogado.

Para o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´Urso, a decisão do MEC de reduzir a oferta de vagas, de 45.042 para 24.380 em todo o país, não resolverá por si a questão da baixa qualidade de ensino, "mas, sem dúvida, poderá contribuir, uma vez que, com oferta menor de vagas, o número de alunos por sala de aula tende a ser reduzido, permitindo que os professores tenham contingente menor de estudantes para ensinar, o que pode melhorar o desempenho dos bacharéis nos Exames de Ordem", afirmou D´Urso.

O novo presidente da Comissão de Ensino Jurídico da OAB-SP, Dirceo Torrecillas Ramos, lembra que São Paulo teve corte de 15.063 vagas. "A medida é salutar e a OAB , por meio pelo Conselho Federal e das Seccionais em todo o país, tem acompanhado e auxiliado o trabalho do MEC no sentido de sanear as deficiências dos cursos de Direito. Há muitas faculdades com deficiência na grade curricular, no corpo docente e no projeto pedagógico. Todas essas deficiências desaguam nas edições dos Exames de Ordem, que vêm apresentando aprovações abaixo de 20% dos inscritos", afirmou Dirceo.

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Direito profissional: Advocacia virou negócio e escritórios, empresas(Conjur – 01.09.2008)

Por Rodrigo Haidar e Aline Pinheiro

Ela está por trás da estrutura administrativa dos maiores escritórios do país. Nos 20 anos em que trabalha com a advocacia, a consultora de marketing Anna Luiza Boranga desenvolveu projetos de administração profissional para grandes nomes do Direito: desde Syllas Tozzini até Márcio Thomas Bastos e José Carlos Dias.

Hoje, Anna Luiza considera que a idéia de profissionalizar a administração dos escritórios de advocacia já pegou de vez. “A advocacia deixou de ser uma idéia artística bonita para se tornar business”, constata.

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A consultora se refere à mudança que aconteceu com os profissionais do Direito principalmente nas duas últimas décadas. Se antes o advogado se preocupava apenas em criar grandes teses, hoje ele precisa estar antenado no mercado de trabalho, se preocupar com a sua imagem e identificar espaços para crescer. “A idéia romântica do advogado artista, hoje, se aplica para meia dúzia de pessoas que podem se dar ao luxo de ser pareceristas.”

A partir do momento em que a advocacia virou negócio, os escritórios passaram a ser vistos como empresas. Daí a necessidade de entregar a administração do escritório para quem entende do assunto.

E, nessa área, Anna Luiza sabe do que está falando. Ela foi a pioneira a profissionalizar a administração dos escritórios. Começou em 1988, no Tozzini, Freire, Teixeira e Silva. No começo, “meus colegas achavam que eu fazia decoração de escritórios”. Do Tozzini, ela foi desenvolvendo projetos de escritório para escritório. Hoje, soma mais de 100 escritórios Brasil a fora que trabalham sob seus projetos.

Anna Luiza é responsável, também, pela Fenalaw, feira dedicada à área jurídica, principalmente à parte tecnológica, que já é a segunda maior feira sobre o assunto no mundo, conta orgulhosa. Só perde para uma feira anual que acontece nos Estados Unidos.

A Fenalaw está em sua quinta edição, sempre em São Paulo. Esse ano, será do dia 7 a 9 de outubro. São esperadas mais de 4 mil pessoas por lá. Anna Luiza também foi a criadora e é a responsável pelo curso de administração legal da Fundação Getúlio Vargas, em Brasília.

Leia a entrevista

ConJur — Os escritórios de advocacia se enxergam como empresas?Anna Luiza Boranga — A forma como os escritórios se enxergam mudou bastante. Hoje, já está ficando natural o escritório se considerar uma empresa. Isso não vale só para os escritórios grandes que se destacam no mercado de São Paulo e do Rio de Janeiro. A profissionalização já chegou em outras capitais do Brasil.

ConJur — Escritórios de advocacia precisam de administração profissional?Anna Luiza Boranga — Sim. A formação das sociedades de advogados levou os escritórios a perceberam isso. A administração não precisa ser sofisticada, mas tem que ser centralizada para evitar incoerências, por exemplo, na divisão de honorários. Na medida em que crescem, os escritórios percebem primeiro a necessidade de um gerenciamento financeiro mais profissional e, depois, expande isso para as outras áreas, como a de recursos humanos.

ConJur — Os escritórios já se distanciaram, então, da idéia romântica do advogado que só cria grandes teses?Anna Luiza Boranga — Há alguns anos, o advogado era tido como um artista criador de teses. Ele se sentava, escrevia e entregava o trabalho, sem se preocupar com o que estava à sua volta. Não precisava se preocupar em buscar clientes, já que estes iam até ele. Só se importava com o conteúdo. Hoje, o advogado usa computador, internet e tudo é mais rápido. A advocacia deixou de ser uma idéia artística bonita para se tornar business. A idéia romântica do advogado artista, hoje, se aplica para meia dúzia de pessoas que podem se dar ao luxo de ser pareceristas. Não é o padrão.

ConJur — Quando a advocacia começou a se transformar em negócio?Anna Luiza Boranga — Há cerca de 20 anos, alguns escritórios começaram a perceber que, conforme cresciam, precisavam ter a ajuda de administradores profissionais para competir no mercado. Era preciso um profissional para desenvolver estratégias de crescimentos e também para cuidar da parte de suporte — seja financeiro ou administrativo, com biblioteca e arquivos, por exemplo.

ConJur — Houve resistência dos advogados para deixar um administrador cuidar dos seus negócios?

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Anna Luiza Boranga — Os escritórios notaram que isso não dependia de aceitação ou não. Era indispensável profissionalizar a administração. Para os escritórios pequenos e médios, ainda é difícil aceitar. Estes ainda enxergam o administrador como um intruso nos seus negócios, e não como um solucionador. Ainda hoje, encontramos escritórios pequenos, mas com faturamento alto, que deixam a administração com um sócio. E isso acontece não porque o sócio não gosta de advogar e prefere administrar, mas porque os sócios acham que um deles tem que cuidar da administração.

ConJur — Qual é o papel do administrador em um escritório de advocacia?Anna Luiza Boranga — O administrador tem que prover a estrutura para os advogados. É diferente do que faz o sócio-gerente, a quem cabe sintetizar a posição dos sócios e levar isso para o administrador. O administrador tem que comandar a parte administrativa e se comunicar com o sócio-gerente, a quem cabe cuidar da parte técnica. Esse conceito tem sido muito importante nos departamentos jurídicos que, na advocacia, são o ramo que mais cresce.

ConJur — Mais do que escritórios de advocacia?Anna Luiza Boranga — Sim. Assim como os escritórios, eles têm um diretor jurídico e um diretor administrativo trabalhando juntos. O que aconteceu com a advocacia é o mesmo que a aconteceu com a medicina. Os hospitais notaram que precisavam de administradores profissionais, e não de médicos na parte administrativa. Hoje, temos a administração legal como uma área de especialização dentro da administração de empresas. As procuradorias do Estado, secretarias de Justiças e até os tribunais já estão se preocupando com a profissionalização da administração.

ConJur — O mercado de administração legal cresce na mesma proporção que os escritórios de advocacia?Anna Luiza Boranga — Não. Estão sendo criados muitos escritórios, mas a administração legal só cresce quando os escritórios assumem um porte diferente. Entram muitos advogados no mercado que são absorvidos por escritórios maiores. E isso não influencia na administração desse escritório. O que eu digo é que a administração profissional é necessária a partir de um grupo de cinco advogados, mais ou menos. Mas, uma vez estabelecida, ela não precisa crescer na mesma proporção que cresce o escritório.

ConJur — A administração do escritório de advocacia tem especificidades suficientes para justificar a criação de um curso de administração legal?Anna Luiza Boranga — A Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, já tem esse curso. É um curso de extensão, com 120 horas de aula. Ele foi criado há cinco anos porque ninguém estava preparado para trabalhar nesse nicho da administração. Eu, com a minha consultoria, não conseguia contratar administrador para escritório. Ninguém tinha idéia de que existia esse mercado. Meus colegas de faculdade, por exemplo, só descobriram o que eu fazia quando criei a Fenalaw. Até então, eles achavam que eu fazia decoração de escritórios. Ninguém imaginava que tinha espaço para administrador em um escritório de advocacia.

ConJur — E como a senhora começou nessa área?Anna Luiza Boranga —Eu comecei há 20 anos, no Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados, como administradora. Eu era cliente deles enquanto trabalhava em uma empresa da minha família. Eles eram nossos advogados e me chamaram para administrar o escritório deles. As pessoas de lá achavam que eu ia só comprar um tapete novo e não que ia mexer com o faturamento, recrutamento e informática. Naquela época, não existia softwares para a administração de escritórios. Hoje, há diversos. O que eu tinha de fazer lá era treinar todo mundo. No curso de administração legal, o estudante aprende como trabalha o advogado e como pode auxiliar. Aprende como montar, por exemplo, plano de carreira em um escritório de advocacia e como trabalhar com o marketing. A maior parte dos que procuram os cursos são advogados, mas há também administradores.

ConJur — O advogado pode ser um bom administrador do escritório de advocacia?Anna Luiz Boranga — Há advogados que não gostam de advogar e podem ser bons administradores. Quando eu falo que o escritório precisa de um administrador profissional não quero dizer que precisa necessariamente ser alguém formado em administração de empresas, mas que tem de ter alguém que se dedique única e exclusivamente para administrar o escritório. Se o advogado quiser fazer os dois — advogar e administrar — não vai conseguir fazer nada direito.

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ConJur — Como é a administração de escritórios nos outros países? O Brasil está muito atrás?Anna Luiza Boranga — O Brasil está atrás porque está crescendo agora. Hoje, já é o terceiro maior mercado de advogados do mundo — só perde para os Estados Unidos e a Índia. O Brasil hoje tem também a segunda maior feira jurídica, que á a Fenalaw, perdendo só para a feira que acontece anualmente nos Estados Unidos. Lá, a tendência de profissionalização na administração dos escritórios já tem 35 anos porque o próprio desenvolvimento do país gerou negócios em um nível que promoveu antecipadamente o aparecimento de profissionais dedicados à área. Mesmo assim, eles copiam o Brasil em algumas coisas, como na política de cobrança de honorários.

ConJur — Qual a diferença da política de honorários do Brasil?Anna Luiza Boranga —A Justiça brasileira é emperrada. Os advogados trabalham, então, com diversas opções para o cliente pagar honorários: cobrança mensal, um valor fixo, cobrança por êxito e assim vai. Nos Estados Unidos, a cobrança era só por hora. Pressionados por problemas econômicos, eles estão tendo de mudar isso. O brasileiro já teve de lidar com diversas crises econômicas e, por isso, está mais apto a lidar com as questões de mercados, muito mais do que os americanos.

ConJur — Como um escritório pode fazer para captar sócios?Anna Luiza Boranga — É muito difícil levar sócios para o escritório porque isso pressupõe tirar um sócio de outro ou, então, pegar de um escritório um advogado que, por algum motivo, não se tornou sócio. O ideal é formar a equipe e tentar tornar sócias as pessoas que já estão no escritório, com um plano de carreira. Outra alternativa é incorporar um escritório de menor porte.

ConJur — Como é o marketing nos escritórios de advocacia?Anna Luiza Boranga — Fazer marketing de serviço não é a mesma coisa que fazer marketing de um produto. Propaganda não traz cliente para o advogado porque o serviço dele funciona muito mais com indicação e tradição. O marketing dos escritórios, portanto, é promover o serviço, estar presente nos lugares certos, fazer carreira acadêmica e política, escrever artigos para jornais.

ConJur — Não esbarra nos limites éticos impostos pela OAB?Anna Luiza Boranga — Não porque o que a OAB não quer é propaganda paga. O que eu digo para o escritório fazer é propaganda não paga. Nos Estados Unidos, eles usam propaganda mesmo em outdoor e televisão para promover o advogado. É horrível. Denigre a imagem do profissional. O que divulga o trabalho do advogado e traz cliente são as teses e artigos que ele publica, as entrevistas nas quais ele mostra que conhece o tema, por exemplo. Tem advogado que, na ânsia de fazer marketing, muitas vezes se confunde. Ele acha que, porque tem com cargo na OAB e dá aula para advogados, está fazendo marketing jurídico. Não está, porque não é esse o público que vai se tornar cliente dele. No marketing jurídico, outra coisa importante é a imagem: como são as instalações do escritório e como as secretárias atendem ao telefone, por exemplo. Aí, mais uma vez, a importância da administração do escritório. Identificar um nicho de mercado também é importante. É a parte mais difícil porque a tendência do advogado é achar que ele tem que atender o cliente em todas as áreas. Aí, ele entra num campo competitivo muito complicado, porque são inúmeros os escritórios que fazem tudo para todo mundo.

ConJur — Como o advogado pode identificar os nichos?Anna Luiza Boranga — Tem que analisar quais são os negócios que estão acontecendo na região onde ele quer atuar. É preciso fazer uma pesquisa de mercado, e não escolher de acordo com aquilo que ele gosta mais. Depois de escolhida a área, precisa criar um diferencial. O mercado do agronegócio, por exemplo, está crescendo na região centro-oeste. Em Campo Grande, me surpreendi com escritórios organizados, de bom nível, que podem concorrer com os melhores de São Paulo, que se desenvolveram por conta desse nicho na área rural.

ConJur — Há muitos escritórios que crescem apenas em determinado nicho?Anna Luiza Boranga — São os escritórios que mais crescem hoje. Nunca vão virar mega escritórios, mas conseguem um faturamento bom e chegam a ter até 40 advogados. Ao mesmo tempo, nos

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escritórios, cresce a necessidade de uma equipe multidisciplinar. O advogado precisa se acostumar a trabalhar com engenheiros, geólogos, biólogos, médicos, dependendo da área em que atua.

http://www.conjur.com.br/static/text/69383,1

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AGRONEGÓCIOS

Comércio Exterior - Agronegócio precisa de choque de qualidade: Enfrentar velhos problemas sanitários, como a aftosa, ajudará a alargar os mercados, dizem especialistas

(Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B14 Economia)

Fabíola Salvador e Denise Chrispim Marin, BRASÍLIA

O fracasso das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) deixou uma tarefa ingrata para o agronegócio brasileiro: encarar a necessidade de um choque de qualidade e produtividade. A preservação da condição do Brasil de grande fornecedor mundial de produtos agrícolas depende da solução de dilemas que dificultam as exportações brasileiras e são “mascarados” pela crescente demanda mundial por alimentos.

A adoção de procedimentos mais duros nas áreas de defesa sanitária e o fim dos problemas de logística de transporte são apontados por especialistas como medidas essenciais para um país que pretende ocupar o posto de celeiro do mundo.

“O agronegócio brasileiro é altamente competitivo e demonstra elevado grau de qualidade. Mas o preço do acesso aos mercados é a eterna vigilância”, sustenta o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. “É preciso acabar com os argumentos do outro lado”, completa, referindo-se às barreiras técnicas aplicadas pelos países importadores aos produtos agropecuários brasileiros.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, as exportações do agronegócio cresceram 2,5 vezes nos últimos dez anos. Renderam US$ 58,4 bilhões no ano passado, ante US$ 23,4 bilhões em 1997. Mas o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, adverte que é preciso aproveitar o bom momento do setor para dar um novo salto de qualidade.

“Agora é a hora de começar um novo ciclo; não podemos achar que está tudo bem porque alcançamos uma posição de destaque”, defende Camargo Neto. O representante da Abipecs bate forte na necessidade de erradicação da febre aftosa, que está no centro das restrições à importação das carnes bovina e suína brasileiras.

Os últimos casos da doença ocorreram no final de 2005 em Mato Grosso do Sul e no Paraná. “A situação melhorou muito nos últimos anos, mas não é aceitável que continuem sendo registrados focos da doença no País. Nos últimos 10 anos, houve cinco focos. É muito para quem quer ser referência nesse mercado”, avalia.

Um levantamento inédito da Abipecs mostra que o Brasil poderia elevar em 1,171 milhão de toneladas as exportações de carne suína se a aftosa estivesse erradicada do território nacional. A

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venda adicional renderia US$ 3,5 bilhões somente neste ano. De janeiro a julho, os embarques de carne suína somaram 326,79 mil toneladas, o que correspondeu a US$ 876,72 milhões.

“Só a erradicação da aftosa abre novos mercados. Nós não vendemos para países importantes, como os Estados Unidos, o Japão, a Coréia do Sul e o México, porque não conseguimos ainda acabar com a doença”, diz Camargo Neto.

A aftosa também emperra as negociações para exportação de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos e o Japão, mercados considerados exigentes em termos de qualidade. Além disso, há dificuldades pontuais nas vendas de carne bovina enlatada para os EUA. Esses embarques estão suspensos desde o início de julho por causa de diferenças nos critérios de avaliação do sistema de produção dos frigoríficos.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Luiz Carlos de Oliveira, explica que essa suspensão de embarques foi um procedimento necessário para a “harmonização” de procedimentos entre o Ministério da Agricultura do Brasil e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Apesar de argumentar que não foram descobertas falhas graves nos 20 frigoríficos credenciadas para venda para os EUA, ele lamenta o ocorrido. “A suspensão acaba arranhando a imagem do sistema de inspeção do Brasil; é um desgaste”, afirma Oliveira.

“CERTA TOLERÂNCIA”

Os problemas de transportes também causam “certo constrangimento” ao agronegócio brasileiro, alerta o consultor de Logística e Infra-Estrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet. Ele diz que os custos de logística no Brasil são quase o dobro dos norte-americanos, outra potência agrícola mundial. Além disso, só para acompanhar o crescimento do agronegócio nacional os portos brasileiros precisarão ter capacidade operacional de 170 milhões de toneladas em 2017. “Se queremos competir, precisamos investir pesado nessa área”, avalia Fayet.

Para o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, as falhas de qualidade costumam ser minimizadas neste momento incomum, no qual a demanda por produtos agrícolas supera a oferta. “Há uma certa tolerância”, resume.

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, concorda com essa afirmação e conta que o setor foi “surpreendido” pela decisão da Índia de abrir seu mercado para o frango brasileiro, neste mês, a despeito das negociações bilaterais que se arrastavam há anos.

“Foi logo depois do fracasso de Doha”, lembra Turra, referindo-se ao impasse criado pela decisão da Índia de não aceitar a proposta de acordo agrícola. “A demanda acabou falando mais alto”.

O fato é que o naufrágio das negociações da Rodada Doha deixou o agronegócio brasileiro sem alternativa para a expansão de mercados para seus produtos - a não ser a adoção de medidas rígidas de controle e de fiscalização de doenças e pragas e de rastreamento de rebanhos.

Segundo Barral, as negociações de acordos comerciais podem ser relevantes para a derrubada de barreiras tarifárias e por trazerem no seu bojo acertos que diminuem a burocracia dos procedimentos de controle e de fiscalização sanitária. Entretanto, além de se prolongarem no tempo, as negociações de acordos de livre comércio entre o Mercosul e outros parceiros têm resultados incertos. A União Européia (UE) travou as discussões com o Mercosul, em 2005, justamente por não aceitar um grau razoável de abertura de seu mercado agrícola.

O chanceler Celso Amorim disse, duas semanas atrás, que ainda não há garantias de que a retomada dessas conversas será para valer. “É preciso voltar à mesa de negociação para testar se há possibilidade de acordo”, afirmou Amorim.

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Renegociação - Ruralista reage a possível veto à MP da dívida agrícola (Valor Econômico 01.09.2008 p. B11 Agronegócios)

De São Paulo

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB/SC), disse esperar que o presidente Lula "respeite o Congresso" e não vete a Medida Provisória que renegocia R$ 75 bilhões das dívidas dos produtores rurais, aprovada na quarta-feira no Senado. "Se não é para respeitar [a decisão], que faça um decreto", afirmou.

Na quinta-feira, o secretário adjunto de Política Econômica, Gilson Bittencourt, disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai recomendar ao presidente Lula o veto à mudança da taxa de juros Selic pela TJLP na dívida ativa que envolve a renegociação dos financiamentos rurais.

No começo de agosto, na aprovação do projeto de conversão da MP 432, os deputados mudaram o indexador do passivo de R$ 7,1 bilhões inscritos na Dívida Ativa da União. O texto original definiu a Selic (13% ao ano), mas os parlamentares optaram pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), atualmente em 6,25% ao ano.

Colatto disse que o argumento para um eventual veto do governo à MP é a interpretação de que os débitos do setor seriam dívidas fiscais. "Esse argumento não é verdadeiro, é dívida agrícola".

Segundo o deputado, se Lula vetar a MP, a bancada vai se mobilizar para reverter a decisão. "A agricultura não tem condições de trabalhar com Selic", afirmou.

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Hora do choque de qualidade: mais rigidez na área de defesa sanitária e a solução dos problemas de logística de transporte são apontados por especialistas como essenciais para a

preservação da condição do país de grande exportador agrícola(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. A4 Economia)

Fabíola Salvador e Denise Chrispim MarinDa agência estado

O fracasso das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) deixou uma tarefa ingrata para o agronegócio brasileiro: encarar a necessidade de um choque de qualidade e produtividade. A preservação da condição do Brasil de grande fornecedor mundial de produtos agrícolas depende da solução de dilemas que dificultam as exportações brasileiras e são "mascarados" pela crescente demanda mundial por alimentos.

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A adoção de procedimentos mais duros nas áreas de defesa sanitária e o fim dos problemas de logística de transporte são apontados por especialistas como medidas essenciais para um país que pretende ocupar o posto de celeiro do mundo.

"O agronegócio brasileiro é altamente competitivo e demonstra elevado grau de qualidade. Mas o preço do acesso aos mercados é a eterna vigilância", sustenta o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. "É preciso acabar com os argumentos do outro lado", completa, referindo-se às barreiras técnicas aplicadas pelos países importadores aos produtos agropecuários brasileiros.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, as exportações do agronegócio cresceram 2,5 vezes nos últimos dez anos. Renderam US$ 58,4 bilhões no ano passado, ante US$ 23,4 bilhões em 1997. Mas o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, adverte que é preciso aproveitar o bom momento do setor para dar um novo salto de qualidade.

"Agora é a hora de começar um novo ciclo; não podemos achar que está tudo bem porque alcançamos uma posição de destaque", defende Camargo Neto. O representante da Abipecs bate forte na necessidade de erradicação da febre aftosa, que está no centro das restrições à importação das carnes bovina e suína brasileiras.

Os últimos casos da doença ocorreram no final de 2005 em Mato Grosso do Sul e no Paraná. "A situação melhorou muito nos últimos anos, mas não é aceitável que continuem sendo registrados focos da doença no País. Nos últimos 10 anos, houve cinco focos. É muito para quem quer ser referência nesse mercado", avalia.

Levantamento inédito da Abipecs mostra que o Brasil poderia elevar em 1,171 milhão de toneladas as exportações de carne suína se a aftosa estivesse erradicada do território nacional. A venda adicional renderia US$ 3,5 bilhões somente neste ano. De janeiro a julho, os embarques de carne suína somaram 326,79 mil toneladas, o que correspondeu a US$ 876,72 milhões.

"Só a erradicação da aftosa abre novos mercados. Nós não vendemos para países importantes, como os Estados Unidos, o Japão, a Coréia do Sul e o México, porque não conseguimos ainda acabar com a doença", diz Camargo Neto.

A aftosa também emperra as negociações para exportação de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos e o Japão, mercados considerados exigentes em termos de qualidade. Além disso, há dificuldades pontuais nas vendas de carne bovina enlatada para os EUA. Esses embarques estão suspensos desde o início de julho por causa de diferenças nos critérios de avaliação do sistema de produção dos frigoríficos.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Luiz Carlos de Oliveira, explica que essa suspensão de embarques foi um procedimento necessário para a "harmonização" de procedimentos entre o Ministério da Agricultura do Brasil e o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Apesar de argumentar que não foram descobertas falhas graves nos 20 frigoríficos credenciadas para venda para os EUA, ele lamenta o ocorrido. "A suspensão acaba arranhando a imagem do sistema de inspeção do Brasil; é um desgaste", afirma Oliveira.

CUSTOS. Os problemas de transportes também causam "certo constrangimento" ao agronegócio brasileiro, alerta o consultor de Logística e Infra-Estrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet. Conforme pondera, os custos de logística no Brasil são quase o dobro dos americanos, outra potência agrícola mundial. Além disso, só para acompanhar o crescimento do agronegócio nacional os portos brasileiros precisarão ter capacidade operacional de 170 milhões de toneladas em 2017. "Se queremos competir, precisamos investir pesado nessa área", avalia Fayet.

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Para o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, as falhas de qualidade costumam ser minimizadas neste momento incomum, no qual a demanda por produtos agrícolas supera a oferta. "Há certa tolerância", resume.

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, concorda com essa afirmação e conta que o setor foi "surpreendido" pela decisão da Índia de abrir seu mercado para o frango brasileiro, neste mês, a despeito das negociações bilaterais que se arrastavam há anos."Foi logo depois do fracasso de Doha", lembra Turra, referindo-se ao impasse criado pela decisão da Índia de não aceitar a proposta de acordo agrícola. "A demanda acabou falando mais alto".

O fato é que o naufrágio das negociações da Rodada Doha deixou o agronegócio brasileiro sem alternativa para a expansão de mercados para seus produtos - a não ser a adoção de medidas rígidas de controle e de fiscalização de doenças e pragas e de rastreamento de rebanhos.

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AMBIENTAL

Amazônia - Desmatamento cresce 64% em 1 ano: Dados do Deter apontam devastação acumulada de 8,1 mil km2; em relação a junho deste ano houve queda

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. A34 Vida&)

Herton Escobar

O desmatamento na Amazônia calculado via satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para o mês de julho foi de 323 quilômetros quadrados, uma área quase do tamanho de Ilhabela, no litoral paulista. O número, divulgado ontem, representa uma queda brusca em relação a junho (63%), maio (70,5%) e abril (71%) - justamente na época em que a pressão sobre a floresta costuma ser mais forte, por causa da seca. Essa é a boa notícia.

A má notícia é que, ainda assim, o desmatamento acumulado nos últimos 12 meses (8.147 km2) foi 64% maior do que no ano passado, quando o Inpe registrou 4.974 km2 de floresta perdida. A taxa anual de desmate na Amazônia é calculada de 1º de agosto de um ano a 31 de julho do ano seguinte.

“O peso da má notícia é muito maior do que o da boa. Isso é o que mais preocupa”, avaliou Roberto Smeraldi, diretor da organização Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.

Os números, por enquanto, são do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), de menor resolução, que só identifica áreas maiores que 25 hectares. A taxa anual “verdadeira” será calculada nos próximos meses com base em imagens do sistema Prodes, de alta resolução, que detecta clareiras de até 6 hectares.

Não há dúvida de que o desmatamento este ano será maior do que em 2007, quebrando uma seqüência de três anos de queda. Resta saber quanto. O total do Prodes é sempre maior do que o do Deter, porque o sistema “enxerga” muitos desmates pequenos que não são vistos nas imagens de menor resolução.

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A diferença entre as taxas do Deter e do Prodes foi de 29% em 2006 e 132%, em 2007. “A variação anual significativa entre pequenos e grandes desmatamentos indica que não se pode estimar o Prodes com base no Deter”, disse Câmara ao Estado. Ele acha improvável, porém, que o aumento oficial seja tão grande (64%). Nesse caso, a taxa anual do Prodes saltaria de 11.532 km2 para 18.900 km2 - acima da taxa de 2005, quando os índices começaram a cair.

Outra diferença é que o Prodes calcula apenas áreas de corte raso, onde a floresta foi completamente derrubada, enquanto o Deter registra áreas de corte raso e floresta degradada. Segundo o Inpe, 79,5% dos 323 km2 de desmatamento detectados em julho foram corte raso.

A maior parte dos desmatamentos - até 90%, segundo estimativas - é ilegal. Em julho, o Estado com mais área desmatada foi o Pará, com 235 km2 de floresta derrubada ou degradada. No acumulado de 12 meses, porém, a “medalha de ouro” ficou com Mato Grosso, responsável por 55,7% da área total desmatada na Amazônia. O Pará aparece em um distante segundo lugar (20,7%), seguido de Rondônia (8,7%) e Roraima (6,5%).

AVALIAÇÃO

Foi um ano difícil para o Inpe, que foi chamado de “mentiroso” pelo governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), e precisou aprimorar seus métodos de pesquisa para defender a credibilidade do Deter. Com isso, desde maio, os boletins mensais passaram a fazer a diferenciação estatística entre corte raso e floresta degradada, o que não era feito antes.

O secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Luiz Henrique Daldegan, disse que já pediu várias vezes ao Inpe a localização das áreas que são de corte raso versus degradação, mas nunca recebeu as informações. “Eles dão os números, mas não identificam as áreas, assim não podemos fazer a verificação de campo”, criticou. “Se a política é de transparência, por que não fazem isso?”

Os dados finais são favoráveis ao Pará, que foi o campeão de desmatamento no Prodes de 2006 e 2007, mas está em segundo lugar no Deter de 2008. O secretário de Meio Ambiente do Estado, Valmir Ortega, atribui a queda a uma combinação de pressões “de governo, de mercado e da sociedade”. Ele citou a operação Arco de Fogo, em que o Estado colaborou com o governo federal para coibir o desmatamento. “Demos uma sinalização forte de que não haveria tolerância por parte das autoridades locais.”

Vários especialistas atribuem o aumento do desmate nos últimos 12 meses ao reaquecimento dos mercados internacionais de soja e carne, que estavam em baixa nos três anos em que o desmatamento caiu.

Ministro diz que 'pé quente' ajudou na queda de julho

João Domingos

A constante queda nos índices de desmatamento na Amazônia foi atribuída pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, não só a fatores objetivos, como restrição ao crédito agrícola, apreensão de bois, embargos de propriedades e aumento da fiscalização. Encontrou também uma justificativa pouco provável para a boa notícia: ele próprio. “Carlinhos Minc é pé quente. Já viram”, disse, ao celebrar a queda no desmate.

O ministro é conhecido pelo show à parte em que transforma toda aparição pública. Ontem, não foi diferente. Disse que ainda está preocupado com agosto, estação seca. Olhando para cima, orou: “Não pode aumentar, Deus do céu!” Em seguida, imitou o presidente Lula, que para elogiar seu próprio governo criou o bordão “nunca antes na história deste País”. Ao falar sobre julho, disse: “Nunca antes na história do Deter houve tamanha queda num mês de pico.”

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Ambiente - Setor industrial britânico sugere corte de emissões - Empresas lançam amanhã no Brasil um estudo com várias medidas ambientais; grupo responde por 1% do CO2 emitido

anualmente no mundo (Estado de São Paulo 01.09.2008 p. A16 Vida&)

Cristina Amorim

A indústria britânica precisa diminuir sua pegada ecológica, ou seja, a marca que deixa no planeta pela atividade, e deve começar o processo nos próximos dois ou três anos. Quem diz isso é o próprio setor, em um estudo encomendado pela Confederação Britânica de Indústrias (CBI), que será apresentado amanhã no Brasil.

O grupo de trabalho responsável pelo estudo, formado por 18 das maiores empresas do país, emite aproximadamente 370 milhões de toneladas de CO2, o equivalente a cerca de 1% das emissões globais de gases do efeito estufa.

São companhias que empregam quase 2 milhões de pessoas no mundo e geram uma receita anual de US$ 1,8 trilhão. As cem maiores empresas da Grã-Bretanha respondem, sozinhas, por cerca de 1,5% de todo o CO2 que é emitido anualmente no planeta.

A influência - tanto ambiental quanto econômica - dá peso às conclusões do relatório, resultado de dez meses de trabalho. Ele sugere uma série de medidas, entre elas investir pesadamente em eficiência energética, incorporar políticas de baixa emissão de carbono, inclusive com o envolvimento dos funcionários, medir sistematicamente suas emissões e fornecer essas informações aos consumidores de forma transparente.

Pede do governo britânico, em contrapartida, incentivos, regulamentação e estruturas tributárias, além de investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias e do estabelecimento de um preço real e de longo prazo para o carbono, cujo mercado eles esperam que se expanda.

As empresas não assumem uma meta para o setor, mas dão o exemplo ao detalhar seus próprios objetivos. No máximo, dizem que “os setores industrial e de transportes podem contribuir juntos com 40%” das reduções necessárias. “As metas do governo para 2050 são ambiciosas, porém viáveis, tanto do ponto de vista operacional quanto econômico, desde que todos comecemos a agir imediatamente”, descreve o relatório. “O nível de emissões tem de atingir um máximo e começar a decrescer dentro dos próximos 10 ou 20 anos.”

A Grã-Bretanha se impôs uma das mais duras metas de corte de emissão de CO2 do mundo. O país se comprometeu a reduzir suas emissões entre 26% e 32% até 2020, e em 60% até 2050, em relação aos níveis de 1990. Cerca de 2% das emissões globais de gases do efeito estufa vêm de lá.

CASO BRASILEIRO

No Brasil, onde não há metas de corte de emissão - somente a intenção, uma vez que é um país em desenvolvimento -, o tema tem pouca penetração no setor industrial, especialmente nas empresas de pequeno porte.

“Algumas empresas, por seu perfil, precisam ter um diferencial competitivo” e investem em tecnologias limpas, afirma a gerente de meio ambiente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Greice Dalla Pria. “Já para 94% delas, formada por pequenas empresas, a questão tecnológica significa custo.”

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Greice afirma que o governo não oferece mecanismos econômicos para quem deseja reduzir a emissão de CO2 no processo produtivo. “Os incentivos são minúsculos.” Ela afirma que o trabalho britânico será discutido na CNI, mas que não há previsão para que algo semelhante seja feito no País, pelo menos por enquanto. “O relatório é interessante como piloto consolidado em outro país, que pode ser trazido para cá. Mas precisamos responder antes se é possível fazer o mesmo no Brasil e se vale a pena”, diz.

A indústria brasileira contribui com cerca de 15% das emissões nacionais de gases do efeito estufa. As maiores fontes brasileira são o desmatamento e as queimadas, que respondem por 75% das emissões.

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Brasil precisa adequar norma para pneus em 2008, diz OMC: País deve pôr em prática determinação até dezembro

(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B8 Dinheiro)

MARCELA CAMPOSDA REDAÇÃO

A OMC (Organização Mundial do Comércio) determinou ontem, no caso entre Brasil e União Européia sobre a importação de pneus usados e recauchutados, que o país deverá aplicar as recomendações da organização até dezembro deste ano, recusando a argumentação brasileira de que seria necessário estender o prazo até setembro de 2009. Um conjunto de resoluções e portarias de vários ministérios proíbe a importação de pneus usados no Brasil desde 1991.O painel na OMC foi aberto em janeiro de 2006, a pedido da UE. Segundo os europeus, a proibição brasileira de importar pneus usados da Europa, enquanto permite importações no âmbito do Mercosul, é discriminatória e infringe os princípios da OMC. Os membros do painel já haviam reconhecido, em relatório anterior, a consistência da preocupação ambiental brasileira -pneus remoldados duram menos e tornam-se resíduos difíceis de serem aproveitados-, mas exigiram a adequação à regra de não-discriminação entre países. Em 15 de janeiro, o Brasil declarou que seguiria as determinações da organização, mas que precisava de um prazo para isso.O árbitro Yasuhei Taniguchi -designado pelo diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, já que não houve acordo para um nome em comum- disse, em sua decisão, que se limitou a avaliar se deveria ou não conceder o prazo pedido pelo Brasil, já que o país e o bloco têm discricionaridade para definir como se adequar às normas.O Brasil, ao requisitar o prazo maior, argumentou que havia iniciado, em 2006, no STF (Supremo Tribunal Federal), procedimento para validar a constitucionalidade da proibição de importações, sob a justificativa de que comprar pneus usados do exterior contraria o direito constitucional de proteger o ambiente. Eventual decisão do STF revogaria todas as liminares vigentes e proibiria novas autorizações, em instâncias inferiores, de importação.O país também diz precisar de mais tempo para negociar acordo com os membros do Mercosul porque só estender a proibição ao bloco conflitaria com interpretação do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul. Seria necessário criar novo regime para pneus usados, a ser aprovado pelo órgão executivo do bloco.A requisição da UE era que o prazo se encerrasse em outubro de 2008. O bloco considerou a proposta brasileira de ação no STF "bastante extravagante" e "especulativa", já que os Poderes são independentes.Os europeus afirmam que o cálculo do prazo deve se basear no tempo necessário ao legislador para suprimir a incompatibilidade com as normas da OMC da forma mais breve possível. Citam, inclusive, possibilidade de edição de medida provisória. Sustentam que "é um procedimento usado com

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freqüência pelo Brasil" e que resoluções do OSC (Órgão de Solução de Controvérsias da OMC) "devem ter urgência comparável à que se atribui aos assuntos internos". Assim, "se não houver outro caminho proposto, a única opção será a derrogação da proibição das importações de pneus recauchutados".A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que a decisão será examinada pela missão brasileira em Genebra, que definirá os procedimentos a serem adotados. Em julho, a Camex redimensionou as cotas para importação de pneus reformados do Mercosul. Por ano, passaram de 120 mil para 168 mil (Paraguai) e de 130 mil para 164 mil (Uruguai). Em 2006, chegaram ao Brasil 7,6 milhões de pneus reformados de países da UE, via liminares.

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Gasolina nacional gera mais ozônio, diz estudo da USP: Produção do poluente em São Paulo cairia 43% se carros utilizassem combustível com padrão californiano de refino

(Folha de São Paulo 31.08.2008 p. A26 Ciência)

Pesquisa, ainda inédita, usa modelo computacional para revelar sujeira química oculta e abre debate sobre reformulação da gasolina

EDUARDO GERAQUEDA REPORTAGEM LOCAL

Simulações feitas nos computadores da USP acabam de escancarar a oculta sujeira química que existe na gasolina usada em toda a região metropolitana de São Paulo.Se a frota de veículos leves queimasse o combustível que abastece os carros da Califórnia (EUA), a quantidade do nocivo gás ozônio lançado no ar paulista cairia 43%. Outros cinco cenários, todos desfavoráveis ao combustível nacional, foram calculados (veja texto à dir.)."Podemos dizer, sim, que a nossa gasolina é pouco refinada, para não dizer suja", afirma a química Leila Martins, autora do estudo ainda inédito, mas já aceito para publicação no periódico "The Open Atmospheric Science Journal".O modelo matemático usado pela pesquisadora do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP está calibrado com dados reais obtidos nos túneis paulistanos -ao ar livre, existem muitas outras variáveis que atrapalham as medições dos gases emitidos pelos veículos.A gasolina da Califórnia acabou escolhida, segundo Martins, porque ela é bastante refinada. Foram feitas duas reformulações químicas no combustível na última década.Exatamente por isso, diz a pesquisadora, os dados gerados por elas são suficientes para abrir um outro debate. A gasolina brasileira -assim como deve ser feito com o óleo diesel- não precisaria passar por uma reformulação imediata?De acordo com a ANP (Agência Nacional de Petróleo), existe um plano de reformular as características técnicas da gasolina comercializada no Brasil. Porém, agora, a prioridade é tirar o enxofre do diesel.

SubprodutoO ozônio troposférico, poluente que forma o "smog" (não confundir com o estratosférico, que existe acima de 20 km de altitude e protege a Terra contra os raios ultravioleta), não é eliminado diretamente pelos escapamentos dos carros.Ele resulta de uma reação entre os chamados compostos orgânicos voláteis (ou COVs, no jargão dos químicos) presentes nos combustíveis e a luz solar. Por isso ele é chamado de poluente secundário.No caso específico da gasolina, explica o físico especialista atmosfera Paulo Artaxo, também da USP, o que determina a quantidade de ozônio produzido é o teor de dois tipos de molécula: as chamadas olefinas e os compostos aromáticos.

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Quem olha os dados do estudo da USP não precisa ser muito bom em química para entender a diferença entre a gasolina refinada e a suja. O combustível da Califórnia, desde 2004, pode ter no máximo 4% de olefinas e 22% de compostos aromáticos por unidade de volume.A brasileira, segundo a portaria 309 da ANP editada em 2001 e ainda em vigor, também em limites máximos, pode ter até 30% de olefinas e 45% de compostos aromáticos.A diferença no teor de enxofre, aliás, também é grande. O limite no combustível californiano é de 15 ppm (partes por milhão) e na gasolina brasileira é de 1.000 ppm."A reformulação da gasolina é importante. Mas temos de dar prioridade ao diesel", diz Artaxo. No caso do ozônio, explica o pesquisador, outras medidas igualmente importantes podem ser tomadas de imediato. "A inspeção e a regulagem dos veículos são duas delas", diz, já que motores regulados queimam melhor o combustível.Para que a gasolina brasileira colabore menos com a formação de ozônio -o gás é um dos principais poluentes que se formam em São Paulo- a mudança na formulação química do combustível precisa ser radical.As olefinas, segundo Martins, deveriam ser reduzidas em 86,6%. Os aromáticos em 22,2% e os benzenos em 30%.Apesar de a modelagem feita por Martins servir apenas para a zona metropolitana de São Paulo, engana-se quem acha que isso é um problema local. "O ozônio se espalha bastante, nós o exportamos ele para outras regiões", diz a cientista, que agora vai começar a investigar outro problema ainda oculto: o real impacto do ozônio na saúde dos paulistanos.

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Meio Ambiente - Cresce desmatamento em Porto Velho: Atividade madeireira, agronegócios e especulação imobiliária afetam a região

(Valor Econômico 01.09.2008 p. A5 Brasil)

Daniel Rittner, de Porto Velho

"Vendem-se lotes", diz uma faixa à chegada de Jaci-Paraná, distrito a 80 quilômetros do centro de Porto Velho que é cortado pela BR-364, a ligação de Rondônia com o Acre. Do outro lado da rodovia, quase em frente ao anúncio que expõe a intensa especulação imobiliária no distrito, chama a atenção a presença de lojas de motosserras. Essa convivência não é casual. Simboliza a nova pressão sobre as florestas de Rondônia - que, depois das madeireiras e do agronegócio, sofrem as ameaças do crescimento populacional de Porto Velho, como conseqüência da massa de migrantes atraída pela construção das hidrelétricas do rio Madeira.

Com base nos números do Deter, sistema de monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a organização não-governamental Amigos da Terra - Amazônia Brasileira compilou os números do desmatamento em Porto Velho nos 12 meses anteriores e superiores à emissão da licença prévia ambiental do complexo hidrelétrico do Madeira, em julho do ano passado. A devastação identificada pelo Deter alcançou 105 quilômetros quadrados de julho de 2006 a junho de 2007, apenas em Porto Velho. De julho de 2007 a junho de 2008, o corte de mata nativa subiu para 191 quilômetros quadrados. Em Nova Mamoré, município vizinho, o desmatamento cresceu de 10 para 44 quilômetros quadrados na mesma comparação. Apesar de o sistema do Inpe não detectar áreas desmatadas abaixo de 25 hectares, "há uma tendência nítida de aumento", conclui Roberto Smeraldi, diretor da ONG Amigos da Terra.

Por ora, seria exagero atribuir o grosso desse crescimento à especulação imobiliária. Conforme reconhece a própria chefe da divisão de controle e fiscalização da superintendência do Ibama em

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Rondônia, Nanci Rodrigues da Silva, a maior pressão ainda vem da atividade madeireira, apesar das recentes operações para coibir o negócio. O metro cúbico de madeiras menos nobres, em tora, vale pelo menos R$ 60. Uma árvore dá três ou quatro metros cúbicos. No caso do ipê, supera R$ 200. A cerejeira chega a R$ 300. "É uma forma rápida de se capitalizar para outras atividades", afirma Nanci, referindo-se aos pastos que geralmente vêm em seguida. Tauari e jequitibá, espécies quase desprezadas há algum tempo, hoje são alvo de cobiça dos madeireiros, observa.

Nanci explica que o desmatamento disparou em Rondônia depois da promulgação da Lei de Gestão de Florestas Públicas, quando o monitoramento e as autorizações para o manejo sustentável passaram do Ibama aos Estados. Os dois níveis de governo trabalhavam com registros cadastrais diferentes e as madeireiras que respondiam a processos por crimes ambientais aproveitaram a confusão para voltar a atuar. "Essas empresas atualizaram seus cadastros como se não tivessem um passivo ambiental."

Apesar de atribuir à exploração da madeira e ao agronegócio os principais danos ambientais na região, a chefe de fiscalização do Ibama está preocupada com os efeitos da construção das usinas do Madeira. "A pressão habitacional é muito grande", diz Nanci. Ela aponta que uma das maiores pressões será a possibilidade de ocupação das áreas de preservação permanente que envolvem 30 metros de cada margem dos igarapés (córregos) de Porto Velho. "Podemos ter tudo isso descaracterizado, sem falar na poluição", teme. Porto Velho tem, segundo ela, 60 quilômetros de igarapés.

Um dos desafios é a falta de regularização fundiária, que atinge praticamente toda a periferia do município e "anda passo a passo com o desmatamento", acredita Nanci. "As áreas tituladas e com escritura têm um escudo contra a grilagem e facilitam a punição de crimes ambientais. Quando não há identificação, vira a casa da sogra."

Jaci-Paraná é um dos distritos de Porto Velho com maior potencial de crescimento populacional, por estar entre os futuros canteiros de Santo Antônio e de Jirau. Tem de 3 mil a 5 mil habitantes (depende de quem faz o cálculo) e a principal corretora local vende sobretudo lotes de 250 metros quadrados em áreas recém-lançadas. Não tem escritura, água nem esgoto. Cada lote custa R$ 5 mil e apenas uma das várias áreas sendo exploradas tem 180 unidades, totalizando 45 mil metros quadrados. Bem ao lado de onde o corretor tenta vender lotes, uma área de mata nativa de igual tamanho parece ter os dias contados. "Ainda não estamos com lotes à venda, mas estamos negociando com o dono dessa área para derrubar tudo", informa o corretor à reportagem, que se identificou como interessada em fazer negócio.

A estimativa de chegada de migrantes ao longo da construção da obra varia de 36 mil (cálculo apresentado por Odebrecht e Furnas no projeto básico ambiental enviado ao Ibama) a 150 mil (hipótese mais pessimista da prefeitura). Outro foco de preocupação para ambientalistas e para urbanistas é o futuro da margem do rio Madeira ainda relativamente desocupada, pela falta de pontes. A recuperação total da BR-319 (Porto Velho-Manaus) inaugurará uma ligação viária entre as duas margens e deverá pressionar esse lado do rio, que também abrigará o canteiro da usina Santo Antônio. Há quem tenha, no entanto, uma visão mais otimista. "Com o crescimento econômico, o Brasil tem muitas oportunidades em diversas regiões. A migração para Porto Velho será seletiva", acredita o subprocurador-geral da Justiça de Rondônia, Ivo Benitez.

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Clima - Empresários lançam plano para corte de emissões: Entidade britânica defende mais energia nuclear, eólica e das marés

(Valor Econômico 01.09.2008 p. A9 Internacional)

Daniela Chiaretti, de São Paulo

Os empresários britânicos têm enfrentado as mudanças climáticas com senso de urgência e como uma oportunidade para remodelar a economia. Dezoito executivos do alto escalão das maiores empresas do Reino Unido se debruçaram sobre o tema durante 10 meses, produzindo um relatório que detalha com profundidade como o governo, as corporações e os consumidores devem agir para tentar reduzir o aquecimento global no futuro e se adequar a ele no presente. A estratégia rumo a uma economia de baixa emissão de carbono prevê desde investimentos de 100 libras ao ano em cada casa, até 2030, ao surgimento de 12 novas usinas nucleares nas ilhas.

"Este relatório não foi escrito por ativistas", avisa a primeira linha do prefácio de "Mudanças climáticas: um assunto do interesse de todos", o estudo do grupo de trabalho sobre o assunto da CBI, a Confederação das Indústrias Britânicas. "Foi

escrito pela comunidade empresarial." Isto significou reunir os planos de diretores-executivos e

presidentes de empresas de diversos setores sediadas no Reino Unido, que

empregam quase dois milhões de pessoas no mundo e têm uma receita anual que bate em um

trilhão de libras esterlinas - o que é bem mais que o PIB brasileiro. Ali se lê, por exemplo, que em 2030, se os britânicos

quiserem atingir as metas de cortes de emissão propostas pelo governo, 15 milhões de casas deverão ser reformadas para ter isolamento térmico mais eficiente e os produtos elétricos terão que consumir 30% menos energia que os de hoje. Com isso, deixarão de lançar à atmosfera 68 milhões de toneladas de CO2 equivalente - medida que expressa a quantidade de aquecimento global produzida pelos gases-estufa tomando o CO2 como base. Em 22 anos, o Reino Unido terá que ter três mil usinas de geração de energia eólica e 10% de automóveis híbridos, além de aposentar os combustíveis fósseis tradicionais, se quiser realmente dar uma guinada na economia e cortar a emissão de gases-estufa.

Hoje o Reino Unido responde por cerca de 2% das emissões globais. O estudo mostra que se for considerada a "pegada de carbono", a responsabilidade britânica é ainda maior. "Pegada de carbono" é a quantidade de emissões de gases-estufa que está ligada a uma atividade. No caso, significa o carbono emitido na produção de artigos importados que os britânicos consomem, assim como o relativo ao que exportam. A estimativa é que as emissões globais diretas das 100 maiores empresas do Reino Unido representem, sozinhas, cerca de 1,5 % do total mundial.

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"Os próximos dois ou três anos serão decisivos", diz o estudo. Lá se propõe que, no próximo triênio, sejam tomadas decisões que alterem a tributação de empresas premiando as que tiverem atitudes realmente ecológicas, que se estudem taxações sobre automóveis e que exista um novo acordo sobre as emissões de CO2 dos carros e até que as compras governamentais sejam feitas pensando em adquirir bens que emitam menos. As compras do setor público batem em 150 bilhões de libras esterlinas ao ano, ou 12% do PIB. O estudo dos empresários calcula que o governo seja responsável por cerca de 7% das emissões do Reino Unido. "É preciso reconhecer a urgência da situação se quisermos atingir as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa a um custo razoável e ocupar um papel de liderança internacional na futura economia de baixa emissão de carbono", diz o relatório, feito a partir de uma análise encomendada à McKinsey. A conclusão da empresa de consultoria é que o governo dificilmente conseguirá atingir as metas de redução de gases-estufa que propôs para 2020. Tem alguma chance com as outras, definidas para 2050, se poder público, empresas e consumidores começarem a se mexer agora.

Para trabalhar com horizonte mais curto e palpável, o estudo da McKinsey projetou um roteiro de ações para 2030. A economia britânica terá que funcionar de outro jeito. A migração para fontes de energia de baixa emissão de carbono e a racionalização do uso de energia elétrica em edifícios poderão representar, cada uma, 30% a mais nas reduções necessárias. A aposta é numa geração de eletricidade mais limpa à medida que as usinas antigas forem substituídas por termoelétricas a gás mais modernas e as energias renováveis ficarem mais baratas.

Trata-se de um esforço gigantesco pela frente. O setor industrial, por exemplo, terá que substituir os combustíveis fósseis convencionais por fontes de energia como biomassa ou lixo. A dependência de geração elétrica aos fósseis, que hoje representa 70% do consumo no Reino Unido, terá que ser reduzida à metade e o restante compensado com investimentos na geração da energia dos ventos, das marés e nucleares. "É preciso começar já a planejar a substituição e expansão da atual frota de usinas nucleares para que as obras tenham início nos próximos cinco anos", recomendam. Tudo isso sem que a economia perca vigor e estimando um crescimento anual do PIB de 2% a 3%.

Em paralelo a esta busca por novas fontes de energia, o trabalho aposta no desenvolvimento de tecnologias que capturem e armazenem o carbono emitido pelas termoelétricas, as chamadas CAC. A idéia é que todas as novas termoelétricas a carvão tenham CAC em 2025. Os cortes nas emissões também podem ser obtidos com melhor gerenciamento. Um exemplo é a aviação. As viagens aéreas internacionais e domésticas significam 6% das emissões do Reino Unido. Pelo menos 73 milhões de toneladas de CO2 são jogadas por ano na atmosfera devido ao congestionamento de aviões no céu ao redor do aeroporto de Heathrow. "A modernização dos sistemas de controle de tráfego aéreo na Europa poderia cortar o consumo de combustível em 12%", estima.

Para chegar ao que se pretende em 2050, os níveis de eficiência energética terão que ser muito superiores aos atuais. E os impostos e a legislação que foram feitos para a "antiga economia" devem ser ajustados para um mundo "onde o carbono seja uma nova moeda e os consumidores e as

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empresas sejam recompensados por tomar as decisões certas." Esta nova moeda deverá ter um valor máximo para que as coisas funcionem. Segundo a análise da McKinsey, a tonelada de CO2 equivalente terá que custar, no máximo, 40 euros em 2030. Este valor será mais alto em 2020 (60 euros a 90 euros) É o tempo para que o custo inicial das novas tecnologias caia.

Os britânicos já vêm sentindo os efeitos das mudanças climáticas. A barreira contra enchentes do Tâmisa, inaugurada em 1983 para proteger Londres das inundações, foi acionada 55 vezes até 2005 - 28 delas nos últimos cinco anos. A ameaça é real, mas as oportunidades também, reforça o estudo. "As mudanças climáticas abrirão excelentes oportunidades para desenvolver, no Reino Unido, novas áreas de geração de riqueza", diz. O mercado mundial voltado para as soluções a este megaproblema pode atingir US$ 1 trilhão nos primeiros cinco anos. Haverá oportunidades para empresas inglesas de tecnologia da informação, finanças, aeroespaciais, automotivas, de arquitetura e de varejo. A intenção, também, é se transformar num líder mundial na adaptação ao inevitável - os segmentos de negócios, no caso, seriam os de previsão climática, engenharia civil, tratamento de água e artigos farmacêuticos. O relatório coordenado pelo grupo de trabalho dos empresários britânicos será divulgado amanhã, em São Paulo, por Martin Broughton, presidente da CBI.

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Siderurgia adota novo processo, menos poluente(Valor Econômico 01.09.2008 p. B9 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

Evan Ramstad, The Wall Street Journal, de Pohang, Coréia do Sul

Confrontadas com exigências ambientais e disparada nos custos, algumas siderúrgicas resolveram reformular a receita de séculos para a fabricação do ferro usado na produção do aço.

Empresas da Europa, Austrália e América do Norte desenvolveram processos que contornam uma etapa altamente poluente da produção do ferro e estão encontrando siderúrgicas da Ásia e da África dispostas a apostar na inovação. Mas a sul-coreana Posco, a terceira maior siderúrgica do mundo, foi ainda além do tradicional alto-forno.

O aço é normalmente feito pelo refino do ferro em três etapas. Primeiro, o minério de ferro e o carvão são aquecidos e transformados em materiais - sínter e coque, respectivamente - que podem se misturar facilmente. Aí, eles são carregados no alto-forno, onde se combinam para se tornar ferro-gusa. Finalmente, o ferro-gusa é fundido ainda mais e misturado com outros materiais numa forma líquida de aço, que é então moldada em formas ou laminada.

A Posco, porém, construiu um alto-forno que pode preparar tipos mais baratos de carvão e minério de ferro para serem convertidos em

ferro-gusa sem colocá-los nos fornos altamente poluentes usados na fabricação tradicional. Ela

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investiu mais de US$ 2 bilhões em pesquisa para criar o processo, chamado Finex, que desenvolveu em conjunto com a empresa antecessora da Siemens-VAI, hoje uma divisão da alemã Siemens AG.

A unidade da Siemens construiu antes o alto-forno em usinas da Saldanha Steel, que pertence à ArcelorMittal, na África do Sul; da Jindal Vijayanagar Steel Ltd. na Índia; e da Baosteel Group Corp. na China. O processo Corex eliminou a necessidade de processamento separado do coque e do sínter, e a Baosteel, a maior siderúrgica chinesa, está agora erguendo seu segundo alto-forno Corex, que deve começar a produzir em 2010.

A Posco e a Siemens-VAI haviam planejado construir uma pequena usina de demonstração usando o processo Corex, mas elas decidiram tomar um passo adicional. Embora o Corex possa usar fino de carvão barato, o processo Finex usa tanto fino de carvão como fino de minério de ferro, o que o torna mais eficiente em termos de custos.

As siderúrgicas vêm experimentando novos processos na etapa de produção do ferro há muitos anos, principalmente com alterações na relação dos ingredientes, na esperança de reduzir o uso do coque. A maioria das alternativas nunca chegou ao mercado porque consumia muita energia. "Se você consegue fazê-lo sem gastar muito mais energia que o processo normal, ganha tudo", diz Jerome Lambert, gerente ambiental e de tecnologia do escritório de Pequim do Instituto Internacional do Ferro e do Aço.

O ferro criado no alto-forno Finex pode ser usado em qualquer tipo de aço, inclusive os de alta qualidade usados na indústria automobilística, dizem executivos. A Posco afirma que usa para o ferro-gusa Finex os mesmos processos de inspeção e controle de qualidade de outros altos-fornos. Em ambos os casos, o ferro tem de ter a mesma composição.

A usina Finex da Posco, que começou a operar em maio de 2007, operou abaixo das metas de produção e acima das projeções de consumo de energia por meses, em parte por causa de problemas mecânicos. "No começo estávamos tentando fazer várias coisas", diz Lee Chang-hyung, um engenheiro da Posco. Até setembro de 2007, diz, "não podíamos alcançar nossa meta (de produção) diária. Depois disso, a estabilizamos".

No momento, a usina da Posco produz 1,5 milhão de toneladas de ferro por ano, ou cerca de 6% das necessidades siderúrgicas da empresa. Seu custo operacional, que não inclui despesas fixas, é equivalente a 90% do custo nos dez altos-fornos tradicionais da empresa, quando medido numa base de produção comparável. Com planos de se expandir para a Índia e o Vietnã, a empresa tem pelo menos seis outros altos-fornos nos planos, e executivos dizem que devem usar o projeto Finex para eles.

Nos últimos meses, as pressões de custos aumentaram para as siderúrgicas, que foram forçadas a aceitar grandes aumentos de preço para o carvão siderúrgico e o minério de ferro.

A diferença nos preços por tonelada entre o carvão siderúrgico e o fino de carvão mais barato usado no novo alto-forno da Posco pulou de US$ 15 para US$ 50 este ano. Recentemente, a Posco concordou em pagar à mineradora Rio Tinto 96% mais por minério de ferro granulado, o tipo usado em altos-fornos tradicionais. Já o preço do minério de ferro usado em seu novo alto-forno subiu apenas 79%, e a partir de uma base mais baixa.

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Aquecimento global - Setor privado britânico calcula custos dos cortes das emissões: estudo mostra que para cumprir todas as metas o custo será de € 40/toneladas em 2030

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-5 Nacional)

A comunidade científica está cada vez mais convencida de que o aquecimento da Terra se deve ao aumento das emissões de gases de efeito estufa produzidas pelo homem como decorrência da industrialização. Com relação ao Reino Unido, a maior parte dessas emissões resulta da queima de combustíveis fósseis com o propósito de atender necessidades de energia em casa, no trabalho e no transporte.

Uma das principais economias desenvolvidas - e responsável por cerca de 2% das emissões globais de gases de efeito estufa -, ao Reino Unido cabe um papel significativo nesse desafio mundial, conforme o estudo "Mudanças Climáticas: Um Assunto do Interesse de Todos", divulgado pelo grupo de trabalho de mudanças climáticas da Confederação Britânica da Indústria (CBI). O peso do Reino Unido nas emissões mundiais sobe para 10% do total se contabilizado o carbono oriundo da produção de artigos importados e o dos bens e serviços exportados. Estima-se

que as emissões globais diretas das 100 maiores empresas britânicas representem, sozinhas, cerca de 1,5% do total mundial. "Se nos perguntarem se temos certeza de que o clima está mudando, teremos que pedir desculpa, pois não cabe a nós da comunidade empresarial dar esta resposta.. Se a questão for se temos certeza de que as mudanças climáticas de fato representam um risco capaz de afetar profundamente a sociedade e a economia em que vivemos, a resposta mais apropriada é, sem dúvida, sim", afirma o presidente da CBI, Martin Broughton. Segundo ele, os próximos dois ou três anos serão decisivos e é preciso reconhecer a urgência da situação se o Reino Unido quiser ocupar um papel de liderança internacional na futura economia de baixa emissão de carbono. Somente com esforço adicional atingirá a meta fixada pelo governo, de cortar em mais da metade, até 2030, as emissões previstas. Os benefícios econômicos e os custos de diferentes opções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa foram levantadas pela pesquisa. O estudo - o primeiro com esse nível de aprofundamento realizado naquele país com participação de algumas das principais empresas lá sediadas e baseado em pesquisa encomendada à McKinsey - estima que colocar em prática todas as iniciativas necessárias ao cumprimento dessa meta implica um preço máximo de € 40 por tonelada, em 2030. Isso se traduz em investimentos de pouco mais de € 100 ao ano por domicílio - menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) - até 2030. Ainda de acordo com o documento da CBI, esses investimentos vão contribuir para um mundo de vida mais sustentável e para redirecionar recursos aos setores da economia que forneçam produtos e serviços com baixa emissão de carbono. A pesquisa deu ênfase à busca por maior eficiência energética, com a substituição das atuais fontes por outras de baixa emissão de carbono, além da busca de acordos internacionais de mitigação dessas emissões. Ainda de acordo com o documento, até 2030 o uso eficiente de energia em casa, nas empresas e no transporte tem que representar cerca de 60% das reduções necessárias. No setor de transportes, a previsão é de que boa parte das reduções virá dos veículos de transporte e de passeio, com a incorporação de avanços de eficiência nos motores. Já no setor industrial, a esperança recai sobre a melhoria nos processos de produção, com a substituição dos combustíveis fósseis pela biomassa. Sem mudanças substanciais no funcionamento da economia não haverá transformação, afirma o documento. Embora muitas tecnologias e soluções estejam disponíveis, ainda não são viáveis do ponto de vista comercial. Segundo o relatório, embora em 2030 a migração para fontes de energia de

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baixa emissão de carbono e a racionalização do uso de energia elétrica em edifícios possam representar, cada uma, 30% a mais nas reduções necessárias, e os setores industrial e de transportes possam contribuir juntos com os 40% restantes, os entraves são muitos.

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Ambiente - Brasil terá programa de compensação voluntária: empresas com projetos de grande impacto, como hidrelétricas e térmicas, buscarão ações mais amplas de contrapartida,

como reflorestamento(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. A6 Economia)

ELIZABETH OLIVEIRADO JORNAL DO COMMERCIO, DE SÃO PAULO*

O Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) lançou em São Paulo na última sexta-feira, o Programa de Compensação Voluntária para Negócios e Biodiversidade (BBOP, na sigla em inglês), iniciativa internacional que já promove parcerias com empresas e outros segmentos sociais em cerca de 30 países. No Brasil, a idéia é mobilizar empreendimentos causadores de grandes impactos na fauna, flora e seus ambientes naturais, com objetivo de compensá-los a partir da utilização de mecanismos que extrapolam as exigências legais.

O lançamento do BBOP ocorreu durante a quarta edição dos Diálogos Sustentáveis, série de eventos realizada pelo Funbio, com patrocínio da Alcoa, para debater ações e estratégias focadas na conservação da biodiversidade e inclusão social. Durante o encontro de sexta-feira, em torno da temática "Além da compensação: como superar impactos e fazer negócios positivos para a biodiversidade", a senadora Marina Silva (PT-AC) defendeu que as empresas que se antecipam às exigências legais e adotam critérios de sustentabilidade nos negócios conseguem retorno duplicado dos seus investimentos.

"É preciso criar um ambiente de cooperação para se ter segurança jurídica", ressaltou a ex-ministra do Meio Ambiente ao opinar sobre a importância de ações como as que se propõe o BBOP. Marina Silva lembrou ainda que, apesar dos inúmeros desafios enfrentados pelo Brasil na proteção do seu patrimônio natural, a sociedade brasileira tem dado sinais de amadurecimento e de capacidade de mobilização, assim como o governo tem avançado em propostas concretas de redução do desmatamento da Amazônia, além de combatido outras ilegalidades ambientais.

Entre exemplos positivos de mobilização da sociedade, a senadora citou a recente criação do Fundo Amazônia para patrocinar iniciativas de proteção e uso sustentável da floresta a partir da arrecadação de US$ 1 bilhão, tendo já garantida uma doação de US$ 100 milhões do governo da Noruega. "Temos que trazer à luz o que está dando certo. O Brasil é um país que está há 30 anos na frente com a produção de etanol e defende a certificação dos biocombustíveis entre outras formas de garantia à segurança alimentar. Temos sim capacidade de desenvolver um novo modelo de produção de carne, grãos e biocombustíveis com foco na sustentabilidade", opinou.

O secretário geral do Funbio, Pedro Leitão, enfatizou que o agronegócio e mineração são algumas das atividades econômicas do Brasil consideradas prioritárias no âmbito do BBOP pelos seus potenciais impactos ambientais na biodiversidade. "Estamos formando um grupo de trabalho para definir estratégias de mobilização desses e de outros segmentos empresariais com os quais queremos trabalhar ações de compensação voluntária", afirmou. Segundo ele, os que defendem o desenvolvimento da produção de bens de consumo e a proteção do patrimônio natural,

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historicamente, têm formado forças antagônicas. O que iniciativas como o BBOP têm buscado, afirmou, é apontar caminhos possíveis de cooperação entre essas duas vertentes, a fim de garantir o equilíbrio ambiental, gerando também trabalho, renda e inclusão social a partir da sustentabilidade.

A diretora do BBOP, Kerry Ten Kate, afirmou que o programa tem conseguido mobilizar grandes empresas internacionais como a Shell, a mineradora Rio Tinto, entre outros conglomerados internacionais, a partir de parcerias com capacidade de agregar valor aos negócios, reduzir riscos de financiamento além de perdas de biodiversidade, gerando ainda, inclusão social de comunidades na em países africanos, Nova Zelândia, e demais áreas do planeta onde crescem as pressões de grupos humanos e econômicos em relação aos ambientes naturais. "Temos muitos parceiros nos setores de mineração, petróleo e gás. Considero que no Brasil o agronegócio pode ser um forte aliado do programa", reforçou.

Segundo a diretora, o BBOP mobiliza mais de 40 organizações, empresas, instituições de pesquisa, agentes governamentais e instituições financeiras nos países onde o programa já foi implementado. "O que consideramos prioridade é que sejam definidas metas de mitigação das perdas de biodiversidade e planejadas as formas de compensação, além de garantida a participação de todos os atores interessados. As formas de compensação devem ser desenvolvidas no longo prazo e não podem ficar só no papel", enfatizou Kerry afirmando ainda que esse tipo de iniciativa pode contribuir para que as empresas gerenciem melhor os seus riscos.

O assessor da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ricardo Henriquez, destacou que a proposta do BBOP está alinhada com as preocupações da instituição financeira que tem estado cada vez mais atenta à garantia de crescimento econômico com redução das desigualdades sociais e redução dos riscos ambientais. "A agenda do crescer pelo crescer, indiferente às preocupações socioambientais tem que ser superada e estamos contribuindo para esse processo de superação com enfoque na sustentabilidade", reforçou o executivo.

Segundo o executivo, além de ter recursos disponíveis para financiamento de projetos empresariais focados em sustentabilidade, o BNDES está atento às empresas que já conseguiram recursos da instituição e que na implementação das suas atividades deixam de cumprir as leis em vigor, se envolvendo, por exemplo, com uso de trabalho infantil, escravo, entre outras ações ilegais. Nesse caso elas podem ter a suspensão dos contratos firmados.

Henriquez destacou que os empreendedores que aderirem às iniciativas como as que são propostas pelo BBOP podem sim ter seus riscos reduzidos em caso de avaliação para financiamentos de projetos pelo BNDES entre outras instituições financeiras. "Mais do que considerar bem-vindo esse tipo de programa queremos ser parceiros dessa iniciativa no Brasil", reforçou.

Entre outros convidados da quarta edição dos Diálogos Sustentáveis também participaram o co-fundador da Natura e presidente do Conselho Deliberativo do Funbio, Guilherme Leal; o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto para o Agronegócio Responsável (Ares), Roberto Waak; o coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário; e o diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias.

A repórter viajou a convite do Funbio

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ARBITRAGEM

Solução de conflitos - Cláusula arbitral atinge 90% dos contratos: A tendência é que questões relacionadas a negócios fiquem fora da esfera judicial

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-11 Direito Corporativo)

A tradicional cláusula contratual "em caso de conflitos, as partes elegem o foro judicial" está com os dias contados. Uma nova tendência está sendo verificada pelos escritórios de advocacia: mais de 90% dos contratos assinados entre empresas trocaram o Judiciário pelas câmaras arbitrais para a solução de conflitos. O reflexo no Judiciário, dizem especialistas, deve ocorrer já nos próximos anos. "O Judiciário vai perder terreno nas disputas envol-vendo empresas", afirma o advogado Caio Campello, sócio do escritório Lefosse Advogados. De acordo com ele, 90% dos contratos entre empresas assinados por meio do seu escritório já tem a previsão da cláusula arbitral", complementa o advogado. A mesma percepção tem o escritório Pinheiro Neto Advogados. "É uma tendência inexorável. Cada vez mais teremos mais e mais demanda para a arbitragem", diz o sócio da banca Carlos Alberto Moreira Lima Júnior. Ele explica que praticamente todos os contratos assi-nados por intermédio do escritório têm a cláusula arbitral. "Eu diria que 95% dos contratos prevêem a arbitragem", diz. Apenas esse ano, a banca participou de 28 operações de fusões e aquisições. "Propomos aos nossos clientes que adotem a arbitragem como solução de conflitos", garante Lima Júnior. A advogada Maria Rita de Carvalho Drummond, do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, lembra que há quatro anos tinha que explicar aos clientes o que era a cláusula arbitral. "Hoje já faz parte da própria negociação", diz Maria Rita. "Atualmente a exceção é a eleição de foro judicial nos contratos", complementa a advogada ao afirmar que, com essa nova tendência, haverá uma diminuição grande de demandas no Judiciário. "Discussões comerciais serão resolvidas pela arbitragem e apenas casos específicos, como execução, serão submetidos ao Judiciário", enfatiza Maria Rita. Transparência No início do mês de agosto, o escritório Lopes da Silva Advogados assessorou um dos seus clientes, que ele prefere não identificar, na venda de posição acionária. O contrato, envolvendo mais de € 7 milhões, apresentava a obrigatoriedade do uso da arbitragem em caso de conflitos. "A arbitragem dá mais transparência ao negócio porque as regras podem ser definidas, pelas partes, já na assinatura do contrato", diz a advogada da banca, Ana Lúcia Vidigal. Ela conta que a cláusula arbitral pode ser aberta (que não tem todos os detalhes e regras) ou fechada (todas as regras são especificadas no contrato). "A arbitragem é muito interessante para pessoas jurídicas. E praticamente todos os contratos recentes interempresarias já incluem a cláusula arbitral", afirma Ana Lúcia. Cada vez mais cientes dos pontos positivos da arbitragem, os empresários agora discutem também qual a câmara escolher, se a arbitragem será no Brasil ou no exterior e em que idioma será realizada. "As discussões estão se sofisticando", diz Maria Rita. Vantagens Os advogados mostram três pontos que seriam os mais positivos da arbitragem. O primeiro é a agilidade na solução do conflito. Enquanto um processo na Justiça pode levar mais de 10 anos para ser solucionado, na arbitragem é resolvido em no máximo 18 meses. "A demora em dar uma decisão é ruim para ambas as partes", diz Lima Júnior ao lembrar que a morosidade na solução pode representar um custo maior do que a própria arbitragem. "Na arbitragem tem que pagar os árbitros, é cara, mas não necessariamente mais cara que o Judiciário", comenta o advogado. "E com a decisão mais rápida, a empresa não precisa provisionar na sua contabilidade o valor durante os vários anos que o processo pode demorar para ser resolvido no Judiciário", lembra Ana Lúcia. A confidencialidade no processo é o segundo ponto destacado pelos advogados. O processo arbitral é sigiloso. Por fim, os advogados destacam a tecnicidade nas decisões. Os árbitros são escolhidos pelas partes e podem ser técnicos no tema discutido. "No Judiciário cai tudo na vala comum, e lá tem que ser assim mesmo porque os juízes têm muitas causas", comenta Lima Júnior. "Já na arbitragem, é possível escolher árbitros que são técnicos e isso é fundamental porque os contratos são cada vez mais sofisticados", complementa o advogado. Entre advogados Não é só nos contratos entre empresas que a arbitragem está ganhando força. Nos contratos dos escritórios com os advogados, disputas também são decididas pela arbitragem. É o que prevê o contrato assinado na última quinta-feira pelo escritório Homero Costa Advogados e uma advogada

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associada. "A arbitragem ajuda a evitar desgastes em caso de conflito entre a sociedade e o advogado", diz o sócio da banca, Stanley Martins Frasão. Ele lembra que recentemente a seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) estabeleceu o tribunal de mediação, conciliação e arbitragem para solução de conflitos entre sociedade de advogados, sócios ou advogados associados. "A OAB de São Paulo também tem uma câmara semelhante", comenta o advogado.

(Gilmara Santos)

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AVIAÇÃO

Aviação - Com aviões mais vazios, Gol mima agentes de viagens: Companhia aumenta as comissões dos agentes, quase dois anos depois de cortá-las

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B22 Negócios)

Mariana Barbosa

Com a taxa de ocupação de seus aviões em queda, o grupo Gol/Varig anunciou na quinta-feira um “mimo” para os agentes de viagem. A empresa, que até então pagava 7% de comissão, ante 10% da rival TAM, começou a pagar 12%, promoção que se estenderá até o final de setembro. A partir de 1º de outubro, a empresa passará a aplicar os mesmos valores da TAM. Para o diretor da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem (Abav), Leonel Rossi, a comissão de 12% é sinal de “baixa temporada”. “É temporada de liquidação”, disse.

O aumento nas comissões representa uma grande mudança no relacionamento da Gol com os agentes de viagem. Em janeiro do ano passado, a Gol chegou a sofrer boicote de mais de 6 mil agentes de todo o País ao anunciar uma redução de 10% para 7% na comissão para vôos domésticos.

Em seu modelo de negócios original, a Gol apostava todas as suas fichas na venda direta pela internet, e inovou ao introduzir o bilhete eletrônico. “Mas logo perceberam que, sem os agentes, não existe estrutura para vender”, afirma o diretor da Abav.

Os agentes de viagem são responsáveis por 85% das vendas da TAM e por 70% das vendas da Gol/Varig. Na época do boicote à Gol, há um ano e meio, 80% das vendas da TAM eram feitas por intermédio de agentes de viagem, ante 73% da Gol. Já a venda pela internet representa 12% para a TAM e 18% para a Gol/Varig.

“O incentivo deve levar a um aumento da venda de passagens da Gol e da Varig pelos agentes de viagem”, avalia Rossi. “Há espaço para tudo, venda direta e via agentes. A única coisa que o agente não quer é vender sem ser comissionado.”

A Gol confirma o aumento na comissão, mas nenhum executivo estava disponível para dar entrevistas. O aumento na comissão tem por objetivo reverter uma tendência de queda na taxa de ocupação das aeronaves e perda de participação de mercado. De junho para julho deste ano, a taxa

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de ocupação nos vôos da Gol caiu de 68% para 63%, enquanto na Varig caiu de 62% para 58%. Em contrapartida, a TAM viu a ocupação de seus aviões subir de 67% para 70% no período.

Para o presidente do Instituto de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo, Respício do Espírito Santo Junior, a queda na ocupação dos vôos da Gol e da Varig está relacionada com o fim dos vôos internacionais de longo curso da Varig. “A Varig tinha um tráfego de alimentação para os vôos internacionais que ela perdeu.”

Além do fim dos vôos de longo curso, Respício acredita que o grupo Gol/Varig esteja sofrendo com o avanço de empresas menores, como a Webjet. “A CVC (dona da Webjet) está investindo pesado e a Webjet começa a comer pelas bordas”, afirma. “Dois anos atrás, a Webjet não conseguia crescer por falta de aviões. Agora, está sobrando 737-300 barato no mercado e a empresa já fala em uma frota de 10 aviões até o final do ano.”

Quando comprou a Varig, em março de 2007, a Gol estava em franco crescimento e a diferença de participação das duas em relação à TAM era inferior a três pontos porcentuais. Em julho deste ano, porém, a diferença chegou a quase 10%. A TAM tinha 51,09%, ante 41,77% da Gol/Varig. Dados extra-oficiais colhidos até o dia 28 de agosto mostram que essa diferença pode passar de 13 pontos este mês.

Compartilhamento autorizado

Isabel Sobral

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou o compartilhamento de vôos entre as companhias aéreas Gol e Varig. A Anac explicou, no entanto, que essa autorização não está relacionada ao pedido de fusão das duas companhias, feito no início de agosto pela Gol. A agência diz que ainda está analisando a solicitação de integração das empresas. A previsão é de que esse tipo de pedido leve em torno de três meses para ser respondido.

De acordo com a resolução da Anac, os consumidores terão de ser avisados da possibilidade de operações compartilhadas nas viagens pretendidas, até mesmo quanto à eventual troca de equipamentos e tempo estimado de espera para conexões. Essas informações terão de estar disponíveis em qualquer meio pelo qual haja oferta de passagens das empresas.

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BRA fecha acordo com credores para voltar a voar: Humberto Folegatti deixa a empresa, que obtém desconto de 70% nas dívidas e volta a atuar com vôos fretados

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B22 Negócios)

A BRA vai voltar às origens e se relançar como uma empresa de fretamentos de vôos. Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, a BRA conseguiu ontem a aprovação dos credores para o seu plano de recuperação judicial. Em assembléia realizada na sede da empresa, em São Paulo, os credores concordaram com um deságio de 70% na dívida de R$ 180 milhões. Os credores, a maioria bancos - Real, Santander, Safra e Sofisa -, receberão seus créditos em cinco anos, depois de três anos de carência.

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A falência da BRA era dada como certa por todas as partes envolvidas. O Brazilian Air Partners (BAP), grupo de fundos estrangeiros, além do Gávea, que detêm 42% do capital total da companhia, já tinha registrado o prejuízo e deixado de acompanhar o processo.

“Até um mês atrás, nada avançava”, conta Walter Folegatti, sócio-fundador da empresa ao lado do irmão Humberto. “Os fundos estrangeiros entregaram a Deus, nem compareceram às assembléias.”

De acordo com Folegatti, a idéia de voltar como uma empresa de vôos charter foi uma última cartada. “Eu não acreditava que os investidores iam topar. Iam achar que era 171 (artigo do código penal que trata de estelionato). Se soubesse que seria aprovada, não teria demorado nove meses para apresentar essa proposta.”

Até então, a BRA insistia em um modelo de negócios de vôos regulares, proposta defendida principalmente por Humberto, sem sucesso. Humberto, o mais passional dos irmãos, já muito desgastado com os sócios estrangeiros, resolveu sair da sociedade, vendendo sua parte para Walter.

Depois de aprovar o plano na manhã de ontem, Walter saiu da assembléia e foi direto para um banco negociar um empréstimo de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões, recurso necessário para dar a largada no plano. A intenção é voltar ao mercado em dezembro, com três Boeings 737-300. Até lá, a empresa deve contratar de 100 a 120 funcionários, entre tripulantes, mecânicos e pessoal administrativo. Pelo plano aprovado ontem, a empresa pretende chegar até 2016 com sete jatos.

A nova empresa também vai gerar receita com a incorporação da operadora de turismo fundada pelos irmãos Folegatti, a PNX Travel - que poderá ou não mudar de nome. A PNX chegou a ter 25% do mercado de operadoras de turismo. Com a crise da BRA, essa participação caiu para 1,5%.

A BRA nasceu em 1999 como empresa de fretamento. Além de vender pacotes para agências de viagem, a BRA completava o avião com a venda de bilhetes avulsos, com base em uma legislação do antigo Departamento de Aviação Civil (DAC). Com o sucesso do modelo híbrido de fretamento com bilhetes avulsos, a companhia foi pressionada pela concorrência a se transformar em empresa regular.

A empresa resistiu, mas acabou virando regular em 2005. O modelo de negócios não se adaptou aos custos e às exigências da aviação regular, e a empresa passou a ter prejuízo. A entrada dos sócios estrangeiros no final de 2006 não foi suficiente para reverter a situação, e em novembro passado a BRA parou de operar.M.B.

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Estatal Alitalia pede concordata: Companhia será controlada por dono da fábrica de motos Piaggio

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B22 Negócios)

Agências Internacionais, Milão

A companhia aérea estatal italiana Alitalia anunciou ontem que pediu concordata, como parte de uma última tentativa de resgate elaborada pelo governo da Itália, que possui 49,9% de participação na empresa, para salvá-la da falência. O esperado pedido de concordata é um passo necessário no plano de ajuda desenvolvido pelo banco italiano Intesa Sanpaolo, encarregado pelo governo de agir como consultor da Alitalia.

O plano prevê que a empresa seja dividida em duas, com os ativos lucrativos sendo vendidos para uma nova companhia formada por um consórcio de investidores italianos. O grupo de investidores -

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liderados por Roberto Colaninno, presidente da fabricante de motocicletas italiana Piaggio - criou uma nova empresa, chamada Compagnia Aérea Italiana, que tem 1 bilhão (US$ 1,46 bilhão) em capital e vai comprar os ativos lucrativos da Alitalia e fundi-los com uma empresa aérea italiana menor, a Air One.

De acordo com o plano do Intesa, cerca de 1,1 bilhão em dívidas e em operações deficitárias serão deixados em uma companhia “ruim”, que deverá ser liquidada por um administrador escolhido pelo governo. Em outro passo importante no plano do Intesa, ontem o governo aprovou a revisão de uma lei de proteção contra falência que vai permitir que a Alitalia seja reestruturada rapidamente.

Segundo as metas do plano de resgate, a Alitalia reestruturada deverá voltar ao lucro em 2011, atingindo um resultado operacional positivo de 250 milhões dois anos depois. A receita atingiria 5 bilhões em 2013.

O futuro da Alitalia ficará nas mãos de um empresário conhecido por resgatar empresas italianas falidas. No processo, Colaninno ganha muito dinheiro, mas ele costuma tratar as intervenções que fez em empresas como a Piaggio e a Olivetti como “atos de patriotismo”.

“É um serviço público”, disse Colaninno, em entrevista ao jornal italiano La Reppublica. “Ou deixo esse país ou fico e tento fazer a minha parte.”

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Aviação - Lufthansa vai comprar 45% da belga Brussel(Monitor Mercantil 01.09.2008 p. 6 Financeiro)

A Lufthansa está em negociações para comprar 45% da companhia belga Brussel Airlines, com opção de adquirir os 55% restantes nos próximos dois anos. O preço proposto para os primeiros 45% é de 65 milhões de euros, que serão injetados na holding através de aumento de capital. A compra do restante deverá ser associada à evolução do desempenho da Brussel Airlines.

Colaboração

Em comunicado, a Lufthansa destacou que seu objetivo é a "colaboração com a Brussels Airlines como companhia aérea operacionalmente autônoma dentro do grupo de afiliadas da Lufthansa".

A negociação é divulgada dias após a Lufthansa anunciar ser candidata à compra de uma posição na Austrian Airlines e estar em negociações com a Thomas Cook e TUI para a fusão das companhias Germanwings, Condor e TUIFly.

A companhia aérea alemã já havia divulgado a compra da Swiss e informou que, nas próximas semanas, concluirá negociações com a belga SN Airholding - o fechamento de um acordo ainda depende da aprovação das autoridades da concorrência, de seu Conselho de Supervisão e da administração e acionistas da holding belga.

A Brussel

Sediada em Bruxelas, a Brussel Airlines é o resultado de uma fusão de 2004 entre SN Brussels Airlines e da Sabena com a Virgin Express Holdings. A companhia opera vôos dentro da Europa e é especializada em ligações com a África.

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No primeiro semestre de 2008, A Brussels Airlines era a 17ª maior companhia de rede européia em número de passageiros. No mesmo período, a Lufthansa ficou em 1º lugar no número de passageiros e em 2ª posição em tráfego e capacidade, segundo dados da Association European Airlines.

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Aviação - TAM muda diretoria e Gol compartilha vôo(DCI 01.09.2008 p. B2 Serviços)

SÃO PAULO - No mesmo dia em que o Conselho de Administração da TAM Linhas Aéreas aprovou mudanças na cúpula da companhia, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou o compartilhamento de vôos entre Gol Linhas Aéreas e VRG (Varig), ambas controladas pela Gol Transportes Aéreos.

Segundo a portaria publicada na última sexta-feira, os consumidores deverão ser avisados da possibilidade de operações compartilhadas nas viagens pretendidas, inclusive quanto à eventual troca de equipamentos e ao tempo estimado de espera para conexões.

A Anac explicou que essa autorização de compartilhamento de vôos não está relacionada ao pedido de fusão das duas companhias feito no início de agosto pela Gol. A Anac ainda está analisando a solicitação.

Gestão

A TAM anunciou que está mudando a sua gestão. Dentre as mudanças, a nova Vice-Presidência Comercial e de Planejamento, sob a gestão de Paulo Castello Branco, incorpora as áreas de Diretoria de Vendas, Special Service, TAM Viagens, a Diretoria de Canais Eletrônicos, TAM Cargo e as Gerências Internacionais.

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Aviação - Credores aprovam o plano da BRA (Valor Econômico 01.09.2008 p. B4 Empresas)

Roberta Campassi, de São Paulo

Os credores da BRA aprovaram o plano de recuperação judicial da companhia aérea na sexta-feira, numa das últimas tentativas de evitar a falência. A empresa se propôs a operar vôos fretados para o mercado de viagens a lazer e também oferecer pacotes turísticos, fazendo uso de três hotéis na Bahia que pertencem ao sócio Walter Folegatti.

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Desta vez, o plano levado à assembléia foi considerado factível pelos credores, especialmente porque a BRA nasceu como uma empresa de vôos fretados e era considerada bem sucedida enquanto se manteve com essa estratégia. Folegatti assumirá a administração da aérea. Seu irmão Humberto Folegatti, que junto com Walter detém 58% da BRA, afastou-se da companhia recentemente. A Brazilian Air Partners (BAP), união de seis fundos estrangeiros e mais o brasileiro Gávea, detentora de 42% das ações da BRA, já estava afastada da companhia desde o início da crise.

A BRA pretende levantar R$ 7,5 milhões e alugar duas aeronaves Boeing 737 para fazer os vôos já a partir do início do ano que vem - e não dentro de um ano e meio, como o Valor publicou equivocadamente na quinta-feira. "Esse novo plano deixou de lado a aventura dos vôos regulares", afirma Thomas Felsberg, advogado que trabalha para a BRA. A companhia, fundada em 1999, passou a fazer vôos regulares em 2005 mas não se adaptou ao segmento e paralisou totalmente as operações em novembro de 2007.

Os credores aceitaram um desconto sobre o valor da dívida da companhia que pode variar de 50% a 70%. Para fazer os pagamentos, a BRA emitirá debêntures que poderão ser convertidas em ações da empresa. Segundo Felsberg, a situação da BRA não permitiria pagamentos maiores.

Há pouco mais de um mês, a aérea cogitava pedir falência porque não havia conseguido aprovar planos anteriores, que previam a retomada dos vôos regulares. Para um advogado que representa um banco credor da BRA, a falência teria sido pior pois reduziria a quase zero as chances de a maioria dos credores recuperar seus créditos.

A dívida total da BRA é de R$ 220 milhões, sendo a maior parte com instituições financeiras. No início da recuperação, explica o advogado, os credores esperavam que os sócios da BRA se dispusessem a discutir e quitar as dívidas. Mas tanto os irmãos Folegatti quanto a BAP, segundo ele, nunca se dispuseram a negociar com os credores.

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Aviação comercial - Azul elege Santos Dumont para sua base operacional(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-3 Transportes)

A Azul Linhas Aéreas ainda não começou a voar oficialmente, mas dentre os inúmeros segredos que envolvem as estratégias da companhia aérea novata no mercado brasileiro, um dos mais importantes passa a ser público. Apesar de baseada administrativamente em um complexo em Alphaville (São Paulo), rebatizado de Azulville, a empresa criada por David Neeleman elegeu o Rio de Janeiro como a sua base de operações no País. Gestões estão sendo conduzidas junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que os jatos Embraer 195 de 118 assentos decolem sempre do Aeroporto Santos Dumont para destinos fora dos eixos saturados dos grandes centros a partir do início de 2009. Há uma convergência de interesses para que isso ocorra num período de grande movimento. A definição depende da liberação das licenças de operação, entre elas a principal, o Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo (Cheta). Semana passada um jato da empresa chegou ao Rio para passar pelos testes. "Estávamos estudando três centros para se tornarem o foco do início das operações, Campinas, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, quando soubemos da possibilidade de abertura do Aeroporto Santos Dumont a outros vôos, além da ponte aérea", explica o presidente da Azul, Pedro Janot. Convenientemente, há um antigo hangar no aeroporto que era usado pela falida Vasp e que estaria prestes a entrar em processo de desocupação pela Infraero. A liberação do local cairia como uma luva para as dimensões reduzidas do Embraer - em relação ao Boeing 737 e Airbus A319 que operam no terminal. Da mesma forma, as dimensões da pista (1.323 metros para a 20L e 1.240

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metros para a 20R) também tornam os pousos e decolagens dos jatos brasileiros mais fáceis. Além disso, houve um forte investimento na instalação de equipamentos que ampliam as margens de segurança. É o caso do Head Up Display (Hud) duplo, tanto para o piloto como para co-piloto. O equipamento, de origem na aviação militar, projeta no pára-brisas, diante dos olhos, os principais parâmetros de vôo. Com isso, não há necessidade de acompanhá-los pelo painel. "Esse sistema aumenta muito a segurança nas operações porque o olho humano sempre necessita de uma fração de tempo para se adaptar à nova imagem que observa. Com o Hud essa necessidade não existe. Nós seremos a única companhia aérea no mundo a equipar 100% da frota com esse dispositivo", descreve Janot. Os planos são de voar inicialmente entre o Santos Dumont e Navegantes, em Santa Catarina. A escolha dessa rota se deveria ao fato de a cidade catarinense ser pólo que concentra boa parte da indústria de moda, um interesse estratégico para a economia do Rio. Outras freqüências são Rio–São José dos Campos e Rio–Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

(Marcelo Ambrosio)

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Aviação - Alitalia pede concordata e abre processo de venda: plano do governo revê a transferência de divisões não-lucrativas e a fusão com Air One, maior rival, criando empresa

com 65% do mercado doméstico(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. A7 Economia)

Andrew DavisDa agência Bloomberg

A Alitalia SpA declarou na sexta-feira estar insolvente e pediu concordata, iniciativa que representa o sinal de largada para o plano patrocinado pelo governo italiano de vender a empresa aérea estatal. Segundo o plano, batizado de Phoenix, as divisões não- lucrativas da Alitalia serão vendidas ou liquidadas e a divisão de viação aérea será fundida com a Air One SpA, sua principal concorrente nacional, criando empresa aérea isenta de dívidas com domínio de 65% do mercado italiano.

Grupo de investidores, encabeçados por Roberto Colaninno, presidente do Conselho Administrativo da Piaggio SpA, vai gastar cerca de 1 bilhão de euros (US$ 1,46 bilhão) na compra e no custeio da nova companhia aérea.

O governo italiano modificou na quinta-feira a principal lei de falência do país para preparar-se para o pedido de concordata da Alitalia. O ministro da Indústria, Claudio Scajola, ou o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, vão agora nomear comissário especial para implementar a reorganização e a venda de ativos da viação aérea.

"Esta é a medida inicial necessária rumo à recondução da empresa à lucratividade", disse Edoardo Liuni, analista da IlNuovoMercato de Roma. Segundo ele, o próximo passo, fundamental, será escolher a parceira internacional correta.

O Air France-KLM Group, a sócia da Alitalia na aliança SkyTeam, anunciou que deverá comprar participação na nova empresa. Em abril deste ano a Air France desistiu da oferta pela qual compraria a companhia italiana como todo devido à oposição dos sindicatos e de Silvio Berlusconi durante sua bem- sucedida campanha para se tornar primeiro-ministro.

Berlusconi qualificou de arrogante a oferta da Air France, que contava com o apoio do governo anterior, e prometeu formar grupo de investidores para manter a companhia aérea em mãos italianas.

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Depois de assumir o poder, Berlusconi manteve a viação em operação com empréstimo de 300 milhões de euros do governo, e encarregou o Intesa Sanpaolo SpA, o segundo maior banco do país, de formular estratégia para salvar a empresa aérea, que registrou mais de 3 bilhões de euros em prejuízos nos últimos sete anos.

O plano da Intesa prevê eliminações de até 7 mil postos de trabalho. O governo pretende oferecer por sete anos o seguro- desemprego e outros benefícios aos funcionários que forem afastados. Alguns deles serão transferidos para outras empresas estatais.

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BANCÁRIO

Mudança contábil que tira prejuízo do BC é alvo de críticas: Agora, perdas sofridas com impacto do câmbio são imediatamente repassadas ao Tesouro Nacional e não afetam

resultado do banco(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B6 Dinheiro)

"O que preocupa é o BC ter liberdade para fazer dívida quando quiser", diz Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor da instituição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A mudança nos critérios usados para contabilizar as perdas do Banco Central com as operações no mercado de câmbio é vista com ressalvas por ex-diretores do banco consultados pela Folha. Ontem foram divulgadas as demonstrações financeiras do BC no primeiro semestre -com a mudança, um prejuízo de R$ 41,6 bilhões virou lucro de R$ 3,2 bilhões.A mudança ocorreu na maneira como são contabilizados os resultados obtidos pelo BC na administração das reservas internacionais e nas operações com o chamado "swap" cambial. Ambas as aplicações acompanham de perto a variação da cotação do dólar. Ou seja, quando o real se valoriza em relação à moeda dos Estados Unidos, como tem ocorrido nos últimos anos, o BC tem perdas.Pela regra antiga, eventuais prejuízos apurados pelo BC eram cobertos pelo Tesouro Nacional no prazo de até um ano. Agora, os prejuízos sofridos com o impacto do câmbio sobre as reservas ou sobre as operações de "swap" são imediatamente repassados ao Tesouro e, por isso, não afetam o resultado contábil do BC.Para Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor da Área Bancária (1985-1986) e da Dívida Pública (1988-1989) do BC, a mudança dá excessiva liberdade à instituição, já que os prejuízos são cobertos automaticamente pelo Tesouro, sem maiores discussões sobre os motivos que levaram ao resultado negativo."O BC ter prejuízo não significa que ele está sendo mal administrado. Mas o que preocupa realmente é ele ter liberdade para fazer dívida quando quiser, que ninguém mais [no setor público] tem. O BC está tendo cada vez mais independência para atuar, mas o controle da sociedade sobre essa atuação está cada vez menor."Gustavo Loyola, que foi diretor de Normas (1990-1992) e presidente (1995-1997) do BC, diz que a medida tem a vantagem de "ajudar a explicitar que o custo da política cambial acaba recaindo sobre o Tesouro". Mesmo não sendo computadas como prejuízo propriamente dito, as perdas que a valorização do real causam ao BC continuam sendo publicadas em seção específica dos balanços.

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Loyola ressalta, porém, que o fato de o Banco Central passar a contabilizar lucros nos balanços não deve ser entendido como sinal de que a instituição deva, obrigatoriamente, buscar resultados positivos com suas operações. "Política monetária e política cambial não existem para dar lucro. O BC não pode seguir essa linha de raciocínio. São políticas que têm outros objetivos."A mudança, feita no final de junho por medida provisória, já vinha sendo discutida no governo e foi patrocinada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

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Aquisição cria o 2º maior banco alemão: Commerzbank vai adquirir Dresdner por US$ 14 bi; operação deve resultar em corte de 9.000 empregos

(Folha de São Paulo 01.09.2008 p. B3 Dinheiro)

DA REPORTAGEM LOCAL

O banco Commerzbank vai comprar o Dresdner Bank por 9,8 bilhões (cerca de US$ 14,4 bilhões), numa operação que criará a segunda maior instituição financeira da Alemanha.O negócio entre o Commerzbank e a seguradora Allianz, controladora do Dresdner, deve ser concluído só no segundo semestre de 2009. Um dos efeitos da operação será a demissão de funcionários, que poderá alcançar 9.000 pessoas nas duas instituições financeiras.Para o presidente da Allianz, Michael Diekmann, a operação representa um ponto fundamental "na consolidação do sistema bancário alemão", que é muito fragmentado e com as menores margens de lucro da Europa."Juntas, as duas instituições de crédito formarão o líder no mercado alemão de clientes privados e pequenas empresas", disse Diekmann.A nova instituição financeira, que passará a contar com aproximadamente 11 milhões de clientes e 72 mil funcionários, ainda será um pouco menor que o líder entre os bancos alemães, o Deutsche Bank.A operação ainda terá de ser avaliada e posteriormente aprovada pelas autoridades antimonopólio alemãs.Como parte do acordo de aquisição, "vão ser cortados cerca de 9.000 empregos, mas isso será feito de modo socialmente responsável", afirmou o Commerzbank em comunicado divulgado ontem.A compra é a maior transação realizada no sistema bancário alemão desde abril de 2001, quando a própria Allianz -que é o maior grupo segurador da Europa- adquiriu o Dresdner Bank por 23,5 bilhões.O banco estatal China Development Bank era outro candidato apontado por analistas como possível comprador do Dresdner.Em uma primeira etapa, o Commerzbank ficará com 60,2% do Dresdner, transação a ser feita por meio de ações. O Commerzbank também pagará à seguradora Allianz 2,5 bilhões em efetivo, além de ceder o fundo Cominvest, avaliado em 700 milhões.Na segunda etapa, o Dresdner vai se unir ao Commerzbank por meio da aquisição de todas as suas ações, por um valor em torno de 3,2 bilhões.A Allianz irá controlar cerca de 30% do novo grupo, segundo o comunicado divulgado após o término da reunião extraordinária de seu conselho de administração realizada ontem em Frankfurt.

Riscos e perdasComo parte da transação, os dois bancos decidiram criar um fundo de riscos, no valor de 1,25 bilhão.Esse fundo será usado para cobrir possíveis prejuízos contábeis futuros no Dresdner, em decorrência da atual crise financeira. O Dresdner apresentou prejuízos nos últimos três trimestres devido à crise financeira internacional.A Allianz teve de rebaixar seu lucro líquido em 50% no primeiro semestre por causa das perdas que o Dresdner Bank tem sofrido.

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A expectativa é que a divisão de negócios do Dresdner, que enfrenta problemas, seja uma das mais afetadas com os esperados cortes de vagas.Com a participação no Commerzbank, a seguradora Allianz conseguirá acesso a uma rede ampla de agências e novos clientes para tentar vender seus produtos. Ao comprar o Dresdner, há sete anos, a Allianz avaliava que poderia conquistar lucros maiores por meio da combinação das atividades de seguros e bancárias.

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Bancos - Acionistas do Banco Santander aprovam incorporação do Real(DCI 01.09.2008 p. A13 Finanças)

SÃO PAULO - O Banco Santander deu mais um passo no processo para incorporar definitivamente o Banco Real. Os acionistas da instituição aprovaram por maioria de votos na última sexta-feira, em Assembléia Geral Extraordinária, a incorporação da totalidade das ações de emissão do Banco Real e da AAB Dois Par ao patrimônio do Santander e a conversão de ambos em subsidiárias integrais do banco espanhol. Para isso, os acionistas do Banco Real receberão 30.660,029 ações ordinárias e 26.644,580 ações preferenciais de emissão do Santander em substituição de cada mil ações ordinárias de emissão do Real a serem incorporadas ao patrimônio do Santander. Já os acionistas da AAB Dois Par receberão 5.202,961 ações ordinárias e 4.521,546 ações preferenciais de emissão do banco espanhol em substituição de cada mil ações ordinárias de emissão da AAB Dois Par a serem incorporadas ao patrimônio do Santander.

Por maioria de votos também foi aprovado o aumento de capital do Banco Santander, mediante a conferência de todas as ações dos atuais acionistas do Banco Real e da AAB Dois Par, exceto as ações de propriedade do próprio Santander, com base no valor econômico das referidas ações, no montante de aproximadamente R$ 38,920 bilhões, do qual R$ 38,020 bilhões serão destinados à conta de capital e R$ 900 milhões à conta de reserva de capital, passando o capital, portanto, dos atuais cerca de R$ 9,131 bilhões para R$ 47,152 bilhões. Já a Incorporação dos papéis da AAB Dois Par ao patrimônio do banco espanhol acarretará um aumento de capital do Santander no valor de R$ 1,730 bilhões.

Em julho último, o Santander recebeu aval do Banco Central holandês e brasileiro para dar prosseguimento ao processo de fusão com o Real. Assim que teve o sinal verde da BC nacional, Fabio Barbosa, que até então comandava o Real, assumiu a presidência do Grupo Santander no Brasil.

A compra do Real pelo Santander se deu na maior transação já realizada pelo mercado financeiro. Em 2007, o ABN Amro, até então dono do Real, foi vendido por 71,1 bilhões de euros (cerca de US$ 100 bilhões) para o consórcio formado pelo Santander, Fortis e liderado pelo Royal Bank of Scotland (RBS), após disputa de meses com o britânico Barclays. O Santander ficou com as operações no Brasil, entre outras.

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Banif capta para fundo ambiental (Valor Econômico 01.09.2008 p. C2 Finanças)

Vera Saavedra Durão, do Rio

O Banif Banco de Investimentos inicia hoje a captação de R$ 400 milhões para investir no Caixa Ambiental, um fundo de investimento em participações (FIP) também conhecido como "private equity", criado em parceria com a Caixa Econômica Federal.

A Caixa vai administrar o fundo. O banco português será o gestor e a consultoria Voga, o consultor do negócio. O FIP vai investir em empresas da área de saneamento ambiental de água, esgoto, lixo e tratamento de afluentes, tendo como cotistas investidores institucionais os fundos de pensão Previ, Funcef, Petros, Infaprev, Ceres e BNDES, informou ao Valor o diretor da área de "private equity" do banco português, Marcos Rechtman.

O Caixa Ambiental terá uma duração de dez anos, sendo quatro de investimento. A expectativa do Banif é devolver o dinheiro aos cotistas com taxa de retorno alta, de 20%. "O prazo é de dez anos, mas espero vender antes. O plano é ficar entre três a quatro anos na empresa, levá-la a mercado e devolver os recursos antes do prazo de duração do Fundo", disse o diretor do Banif. O FIP terá 20% de participação na empresa e os donos, 80%.

O executivo informou que foram contactadas 15 empresas das quais cinco a seis serão selecionadas pelo comitê de investidores para desenvolver projetos que as levem num prazo máximo de quatro anos a lançamentos na Bolsa.

"Vamos submeter uma média de duas empresas por mês ao comitê e esperamos ter todas as empresas escolhidas num prazo de dois anos". A idéia do banco é trabalhar bastante com estas empresas promovendo operações de consolidação setorial.

Com esta integração, o banco português pretende aumentar a capacidade competitiva de todas elas e torná-las mais rentáveis para o mercado de capitais. Ele atribui a atual crise das bolsas a um excesso de IPOs (operações de abertura de capital). "Algumas operações deveriam ter passado por um estágio de 'private equity'. Na minha visão vamos ter este estágio até 2011. A partir daí, prevejo nova onda de IPOs", previu.

Este é o primeiro FIP que o Banif fecha de um plano estratégico com investidores institucionais para lançar quatro FIPs no mercado até 2011, no valor total de R$ 2,4 bilhões. Os outros três são o Brasil Governança, que ainda não foi fechado, em parceria com o Banco do Brasil Investimentos (BBBI), para o qual o Banif pretende captar R$ 600 milhões junto a investidores institucionais brasileiros. O Bioetanol, para investidores institucionais estrangeiros, com captação externa de R$ 400 milhões e o FIP de logística, arenas esportivas, hotéis de baixa tarifa, silos agrícolas e galpões industriais. Este último FIP é um projeto do Banif de R$ 1 bilhão para investidores institucionais nacionais e estrangeiros.

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Manter credibilidade de bancos e varejo eletrônico: Investimentos no setor de finanças devem incluir uma estratégia de segurança

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-3 Opinião)

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Disponibilidade e segurança são essenciais para as instituições financeiras e empresas de comércio eletrônico. Essas características reforçam a credibilidade, fator decisório para qualquer transação econômica, como um investimento em fundo ou compra no cartão de crédito. E tudo, tudo mesmo, passa por aplicativos. A saber: "aplicativos" são os softwares empresariais, da solução de gestão de relacionamento com clientes ao internet banking ou o aplicativo que processa o pedido em um site. Para clientes e funcionários, aplicativos são a porta de entrada para se relacionar com a empresa e gerar valor aos negócios. Para pessoas inescrupulosas, são o caminho mais curto para acessar dados sigilosos que não deveriam ser fornecidos. A tecnologia da informação (TI) garante que as ferramentas de trabalho - os aplicativos - estejam disponíveis para cliente e funcionário. Evidentemente, disponibilidade não fará sentido se a segurança de dados for comprometida, quer seja por alguém de fora ou, pior, por um profissional interno ou parceiro. Há a meta de manter o aplicativo externo seguro - internet banking ou formulário de compra - para responder a ataques externos contra o aplicativo e não apenas à rede, protegendo todos os dados. A segurança de aplicativo é um ponto tão relevante que o consórcio mundial das operadoras de cartão de crédito responsável pelas práticas de segurança - PCI/DSS - prevê que, a partir de 2009, todos os empreendimentos de comércio eletrônico no mundo tenham um dispositivo de firewall de aplicativo no data center. Esta é uma exigência para que sigam operando com as principais bandeiras de cartão de crédito. O "firewall" de aplicativo protege os dados acessíveis via solução web de uma forma inteligente, não exigindo alterações no aplicativo web em si, mas sim compreendendo como o software funciona e identificando que tipo de dado deve ser fornecido em uma transação convencional. Qualquer atividade fora do normal é imediatamente barrada. Assim, o aplicativo não é uma via de entrada para acessar dados sigilosos. Nesta linha, o comércio eletrônico protege clientes e o próprio negócio, que já faturou R$ 5,74 bilhões no primeiro trimestre de 2008, de acordo com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (CBCC). Internamente, instituições financeiras e o comércio eletrônico também minimizam riscos operacionais. Instalar aplicativos de computador em computador cria dificuldades para atualizar as ferramentas de trabalho, ocasionando incompatibilidade de versões e interrupção no serviço. Isso gerará insatisfação na base de clientes e minará negócios. Na boca do caixa ou na frente do PC, o sistema não pode "cair". Ao adicionar mobilidade, o resultado é mais explosivo. Qual o custo financeiro e em credibilidade no roubo de um notebook ou smartphone com dados sigilosos? Investimentos volumosos, tais como os do setor de finanças em TI, que chegou a R$ 6,2 bilhões em 2007, precisam vir acompanhados de uma estratégia de segurança. A fim de manter a qualidade do serviço fornecido, o grau de segurança exigido atinge novos níveis, tais como um monitoramento de atividades de funcionários que grava a sessão de uso de aplicativos ou armazenar este conteúdo de forma segura para consulta posterior de auditorias. Isso é fundamental em especial na terceirização de serviços. Torna-se a ferramenta disponível para o parceiro executar o trabalho que agregará valor, sem abrir qualquer brecha que possa ser usada para se obter mais do que isso, além de certificar-se que o prestador está cumprindo seu papel. A superação dos desafios de disponibilidade e segurança interna e externa depende de soluções essenciais que, por sua vez, não podem se escorar em uma infra-estrutura tecnológica rígida, onerosa e de difícil adaptabilidade. Uma infra-estrutura de entrega de aplicativo, focada no aplicativo - a principal ferramenta de usuários e clientes - é a saída para superar as questões de hoje e de amanhã destes setores. Com a infra-estrutura de entrega de aplicativo, empresas tornam seus aplicativos seguros sem precisar reescrevê-los continuamente; informações dos clientes são preservadas mesmo quando notebooks ou PCs quebram ou são extraviados e as soluções estão sempre disponíveis. Enfim, a TI responde mais rapidamente aos negócios. E a empresa ou instituição, mais velozmente ao mercado.

JAIR LONGO JR.* - Diretor-geral da unidade brasileira da Citrix Systems, Inc.

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Banco falido: Economista não consegue suspender ação no Supremo(Conjur – 01.09.2008)

O economista Oscar Mendes Pimentel não conseguiu suspender, no Supremo Tribunal Federal, uma Ação Penal. Ele é acusado de ser um dos responsáveis pela falência do Banco São Jorge. O ministro Cezar Peluso negou a liminar.

Em julho, o economista pediu Habeas Corpus ao STF para suspender o processo a que responde na 2ª Vara Federal Criminal em São Paulo. Ele foi denunciado pelo Ministério Público, com outras 12 pessoas, por crime de fraude contra o sistema financeiro nacional, previsto na Lei dos Crimes de Colarinho Branco (7.492/86).

A defesa alega que não há justa causa para a ação porque “é certo que o paciente não chegou a tomar posse como membro do Conselho de Administração do Banco São Jorge S/A”. Inicialmente, o juiz da primeira instância afirmou que não poderia receber a denúncia porque não estava descrita a participação de cada um dos denunciados. O MP recorreu e conseguiu que a denúncia fosse recebida pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (SP e MS).

A defesa de Pimentel entrou então com um HC no Superior Tribunal de Justiça, que negou o pedido sob o argumento de que seria necessário analisar as provas para comprovar que ele não tomou posse no Conselho. Ao recorrer ao STF, os advogados apresentaram o mesmo argumento.

No entanto, Cezar Peluso entendeu que não há causa urgente que justifique uma liminar. Segundo o ministro, as informações do TRF mostram que, da leitura de uma ata do banco, é possível concluir que o economista teria assumido o cargo de vice-presidente do Conselho em junho de 1989.

O ministro concordou com a decisão do STJ. Também afirmou que a divergência de informações no processo requer que as provas sejam examinadas, o que não pode ser feito por HC. Após negar a liminar, o relator pediu informações ao juiz da 2ª Vara Federal.HC 95.507

http://www.conjur.com.br/static/text/69393,1

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CHINA

Novos negócios da China: Crescimento de uma classe média com estilo ocidental abre portas para marcas brasileiras

(O Globo 01.09.2008 p. 15 Economia)

Eliane Oliveira

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Algoz das indústrias brasileiras de têxteis e calçados, a China pode se transformar num mercado altamente promissor para fabricantes de sapatos, confecções, produtos de higiene, cosméticos, metais e pedras preciosas do Brasil. Mas é preciso fazer um rigoroso dever de casa para aproveitar o enriquecimento dos chineses, a partir da abertura e do aquecimento do consumo no país asiático. É o que diz um estudo inédito da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) denominado "Oportunidades de negócios para os setores de moda brasileira na China".

Com uma participação pequena nas importações chinesas, o Brasil não atende hoje a um clube que abrange de milionários - cada vez mais sensíveis à marca e ao produto de luxo - a uma classe média de 300 milhões de consumidores, que também passaram a se interessar por produtos ocidentais que representem o status de quem os usa, principalmente grandes marcas.

"A abertura do mercado e as mudanças econômicas e demográficas provocaram alterações estruturais na China, o que afetou o estilo de vida local, especialmente nas grandes cidades. Os consumidores passam por um processo de ocidentalização, ainda que os padrões sociais e culturais, tipicamente chineses, continuem a definir o comportamento de consumo", diz a pesquisa.

Para os próximos dez anos, uma ainda grande expansão do consumo é esperada na China, guiada pela combinação do aumento dos salários e do salário-mínimo, maiores lucros e ampliação do investimento governamental em áreas rurais. Estima-se que o número de famílias ganhando mais que US$5 mil por ano cresça 24%.

Osklen já está de olho nos chineses

Cerca de 5,8 milhões de famílias chinesas já possuem o estilo ocidental de consumo, com renda superior a US$10 mil por ano. Outro dado que chama a atenção é que, apesar das baixas taxas de juros na China, os chineses têm uma das poupanças mais altas do mundo, estimada entre 25% e 30% dos salários.

Os empresários brasileiros já estão se mexendo e usam como estratégia a promoção de seus produtos nos mercados desenvolvidos - Estados Unidos, União Européia e Japão - para depois entrarem nos emergentes. É o que revela Oskar Metsavaht, do Osklen Group:

- Estamos semeando investimentos nos grandes centros para, em seguida, conquistarmos a China.

Sem poder concorrer com o luxo europeu e as marcas populares americanas, os fabricantes nacionais usam como trunfo o "jeito de ser do brasileiro", conforme classificou o estilista Amir Slama, da grife Rosa Chá:

- O que nos diferencia é o estilo de vida, o clima de verão. Nossa moda é sofisticada, mas despretensiosa. Chique e, ao mesmo tempo, despojada.

Segundo Metsavaht, a investida já apresenta resultados. Alguns grupos chineses já entraram em contato com a Osklen, que tem lojas em Milão, Roma, Tóquio, Genebra e Lisboa.

- Ainda teremos o mercado chinês. Estamos investindo em criatividade e no posicionamento de nossas marcas no exterior - afirmou.

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Empresas do Brasil e dos EUA pedem mais proteção contra têxteis da China (Valor Econômico 01.09.2008 p. A2 Brasil)

Raquel Landim, de São Paulo

O aumento de um crédito tributário para produtos têxteis e vestuário na China, que é considerado subsídio à exportação pelos empresários de Brasil e Estados Unidos, gerou uma reação protecionista nos dois países. Os setores privados estão pressionando seus respectivos governos a reagir, com a adoção de uma sobretaxa de importação e/ou a renegociação dos acordos de restrição das exportações.

A decisão de Pequim inflamou os ânimos dos empresários brasileiros e americanos, que já estavam temerosos de uma invasão de confecções "made in China" no fim do ano, quando expira os acordos bilaterais que possuem com o país e o prazo permitido pela Organização Mundial de Comércio (OMC) para aplicar salvaguardas contra têxteis chineses. O limite foi estabelecido em 2001, quando a China ingressou na entidade.

No início do mês passado, o gigante asiático elevou de 11% para 13% do valor do produto o crédito tributário que concede para as empresas locais na hora de exportar produtos têxteis e de vestuário. O país também anunciou recentemente que prepara medidas adicionais como redução das taxas de juros para empréstimos ao setor e mais recursos para novos equipamentos e modernização.

Com essas iniciativas, o governo chinês atende às reivindicações dos fabricantes locais, que reclamam da desaceleração da economia mundial, do aumento dos custos da mão-de-obra e outros insumos, como energia. A medida, no entanto, é uma guinada na posição do país, que vinha reduzindo os créditos tributários, que chegaram a ser de 17%, em uma tentativa de desacelerar as exportações e acalmar a pressão internacional.

"Solicitamos ao governo uma medida compensatória desse subsídio", disse Fernando Pimentel, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). O Ministério do Desenvolvimento informou que ainda não recebeu um pedido oficial. Para obter uma medida compensatória, é preciso comprovar a existência de subsídio e pedir a abertura de uma investigação. O setor têxtil também pediu recentemente a troca da tarifa "ad valorem", em percentagem, para uma tarifa "ad rem", em reais por peso, em alguns produtos. Essa discussão está mais avançada, já virou lei no Congresso e o governo agora avalia apenas a maneira de implementá-la.

As importações brasileiras de produtos têxteis chineses saíram de apenas US$ 61 milhões em 2000 para US$ 992 milhões no ano passado. Apesar do acordo de restrição de exportações em vigor há três anos, os chineses incrementaram suas vendas para o Brasil em 43% em 2005, 69% em 2006 e 63% em 2007. Pimentel argumenta que, com a desaceleração nos mercados dos países ricos, a China está desviando produtos para o Brasil.

Os diretores da Abit estão conversando por telefone e trocando e-mails com sua contraparte americana, o Conselho Nacional das Organizações Têxteis (NCTO). No combate às importações de produtos chineses, a NCTO conta com o apoio da Coalizão de Ações do Comércio da Indústria

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Americana (Amtac). Esses lobbies conseguiram que os deputados apresentassem um projeto de lei no Congresso dos EUA, que, entre outros temas, ajudaria a resolver o problema do setor têxtil, mas até agora não obtiveram sucesso. De acordo com Augustin Tantillo, diretor-executivo da Amtac, o presidente George W. Bush não está empenhado em resolver o assunto, que deixou para a próxima administração.

O crédito concedido pela China para as exportações de têxteis não pode ser questionado na OMC. Pequim dá o benefício como compensação para o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), uma exceção permitida pelo extinto Gatt desde a década de 40. Com exceção dos americanos, quase todos os membros da OMC possuem algum tipo de sistema de ressarcimento de tributos na exportação, inclusive o Brasil, que concede crédito ao exportador pelo ICMS pago. "O problema é que a China, ao contrário de outros países, manipula o sistema para estimular as exportações", disse Tantillo.

O subsídio à exportação é a ponta do iceberg de problemas que a China promete para os fabricantes de têxteis ao redor do mundo a partir de 2009, quando termina o prazo para que os países estabeleçam cotas para a importação de têxteis chineses. Esse setor é um dos mais protegidos do mundo, por conta do potencial de geração de emprego. O Acordo de Têxteis e Vestuários (ATV) regulou o comércio internacional durante 50 anos e só deixou de existir no fim de 2004.

Em 2005, as exportações chinesas do setor têxtil para Estados Unidos e União Européia avançaram 84% e 57%, respectivamente. A movimentação assustou os dois gigantes mundiais, que aplicaram salvaguardas contra as importações chinesas e pressionaram o país a fechar acordos de restrição de exportações. O Brasil foi o único país que também conseguiu esse tipo de benefício. A renovação desses acordos é polêmica. Enquanto os fabricantes argumentam que é legítimo se os países chegarem a um acordo voluntário com a China, os varejistas argumentam que as regras da OMC dizem que não.

O setor privado brasileiro está tentando renovar o seu acordo com a China sem sucesso até agora. A idéia é estender o prazo até 2013 e trocar os produtos sujeitos a cota. Segundo a Abit, os produtos incluídos no acordo representam hoje 20% do comércio. Quando o acerto foi fixado, esse percentual chegava a 70%. Os negociadores brasileiros estiveram em Pequim duas vezes, em setembro de 2007 e em julho deste ano. As negociações, no entanto, não avançaram. Os chineses também marcaram reuniões no Brasil, mas não vieram. "O aumento dos subsídios à exportação demonstra que os chineses não querem discutir essa questão seriamente", reclamou Pimentel.

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Equipamentos - Motorola perde participação na China (Valor Econômico 01.09.2008 p. B3 Empresas)

Bruce Einhorn e Roger O. Crockett, Business Week, de Pequim

Por anos, a Motorola exibiu com orgulho seu logotipo no topo de sua sede na China, em Pequim. A rival Samsung Electronics, no entanto, foi patrocinadora oficial da Olimpíada deste ano e as autoridades chinesas decretaram que nenhuma outra empresa poderia anunciar telefones celulares durante os Jogos Olímpicos. Portanto, enquanto a Samsung cobria a cidade com seus anúncios, a Motorola não pôde nem manter sua publicidade no prédio.

O blecaute publicitário foi apenas o mais recente golpe sofrido pela Motorola nos últimos dois anos de contratempos na China, outrora um mercado de sucesso para a empresa durante muito tempo. Por anos, a Motorola foi a primeira ou segunda maior no mercado de telefones celulares da China. A

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participação de mercado despencou de mais de 21% em 2006 para um número estimado em 7,9% neste ano, de acordo com a empresa de pesquisas de mercado Gartner. Em contraste, a participação da Nokia chegou a 38% e a da Samsung deverá avançar para 8,3% neste ano, arrebatando o segundo lugar.

A Motorola não pode dar-se o luxo de continuar em queda livre no país. Com 583 milhões de usuários de celulares, a China é o maior mercado mundial do setor. Os chineses compraram 176 milhões de aparelhos no ano passado e deverão adquirir mais 192 milhões em 2008, segundo a Gartner. Neste ano, foram vendidos 186 milhões de telefones celulares nos Estados Unidos e Canadá. A situação na China é particularmente dolorosa para a Motorola porque, antes do declínio, o país havia ajudado a empresa a encurtar a diferença global em relação à arqui-rival Nokia. A "posição (da Motorola) na China era mais forte do que no mercado global", afirma Aloysius Choong, gerente de análises, em Cingapura, da empresa de pesquisas de mercado IDC. As vendas da Motorola na China somaram US$ 2,6 bilhões em 2007, 7% da receita mundial. Em 2006, haviam sido de US$ 4,7 bilhões, 11% do total global.

O que saiu errado? Até certo ponto, a Motorola enfrenta na China o mesmo problema que a afeta em outros lugares: não conseguiu produzir um substituto à altura do popular modelo Razr, lançado em 2004. Na China, oferecer novos modelos é importante porque os consumidores das grandes cidades substituem seus aparelhos com freqüência e priorizam modelos com visual atraente e preço moderado. "Eles não apareceram com o produto da próxima geração para substituir (o Razr)", afirma Mark McKechnie, analista de equipamentos de telecomunicações da American Technology Research. "Os sujeitos que o substituíram foram a Nokia, Samsung e até LG." De fato, enquanto os rivais surgiram com modelos similares, os novos produtos da Motorola eram aparelhos multimídia caros que não se sintonizaram com o gosto dos consumidores. Embora a companhia tenha desenvolvido um telefone inteligente para o mercado chinês, chamado Ming, o aparelho sensível ao toque pouco ajudou a melhorar a posição da Motorola.

Resultado: os consumidores chineses ficaram avessos à marca Motorola. Chen Xin, residente em Pequim, 37 anos, funcionário de uma empresa local de tecnologia da informação, chegou a comprar cinco telefones Motorola em um intervalo de quatro anos. Agora, contudo, prefere os modelos Nokia e Sony Ericsson, tachando os aparelhos da Motorola de "feios e não muito fáceis de operar".

Também não ajudou em nada o fato de os concorrentes da Motorola terem se saído tão bem na abordagem do mercado chinês. Como patrocinador olímpico, a Samsung associou-se com a experiência prazerosa que milhões de chineses tiveram com a Olimpíada. A empresa sul-coreana vende tanto modelos baratos, entre os quais o Anycall CC03, sucesso entre os usuários novatos de celulares, quanto aparelhos de alto padrão. "Tentamos assegurar que os chineses mais precoces (no uso de celulares) estivessem entre os primeiros a ter nossos telefones de primeira linha", diz Roh Ki Hak, vice-presidente sênior da Samsung.

Por seu lado, a Nokia continua confortavelmente à frente do resto, graças a sua ampla variedade de modelos. "A Nokia realmente cobriu todos os segmentos", comenta Dave Carini, analista em Pequim da Maverick China Research. A empresa também vem liderando o desafio de tornar o sistema de distribuição mais ágil, ao cortar intermediários e trabalhar diretamente com os varejistas. A eficiência da companhia finlandesa é um dos motivos pelos quais sua margem de lucro operacional gira em torno a 20%, enquanto a da Motorola mal se equilibra em terreno positivo, segundo McKechnie, da American Technology.

As notícias vindas da China, entretanto, não são todas lúgubres para a Motorola. A empresa ganhou recentemente importantes contratos de infra-estrutura com operadoras telefônicas chinesas. No início de agosto, a Motorola anunciou contratos de US$ 431 milhões para fornecer à China Mobile, líder do mercado, equipamentos de segunda geração do Sistema Global para Comunicações Móveis (GSM, na sigla em inglês). Até o mesmo período de 2007, a companhia havia obtido menos, US$ 394 milhões, em operações similares. A empresa também trabalha com outras duas operadoras de telefonia celular, China Unicom e China Telecom, segundo o presidente da Motorola na região da Ásia-Pacífico, Simon Leung. "Somos os únicos com a tecnologia para resolver as necessidades de todas as três", afirma. Quanto aos problemas com os telefones celulares, o executivo admite que a

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companhia tirou "os olhos da bola por um tempinho". A Motorola, entretanto, apresentou novos modelos, como os de uma linha atualizada e ampliada dos telefones inteligentes Ming, segundo o vice-presidente sênior de aparelhos móveis da companhia, Bruce Brda.

Será suficiente para virar a sorte da Motorola na China? "Não os descartaria", observa Sandy Shen, diretora de análise de aparelhos móveis da Gartner, em Xangai. Contudo, dada a profundidade dos problemas, acrescenta, "não esperaria com muita expectativa".

(Tradução de Sabino Ahumada)

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Portos - China eleva tarifa para importação de minério(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-3 Transportes)

A Rizhao Port Co., o maior complexo portuário de minério de ferro da China, vai elevar as tarifas de manuseio de minério de ferro em 11% a fim de se beneficiar da alta das importações. O porto, localizado na província de Shandong, no leste da China, vai cobrar 30,5 iuan (US$ 4,46) das siderúrgicas e das tradings pelo manuseio de cada tonelada de minério de ferro a partir de 1º de setembro, em relação aos atuais 27,5 iuani. A China, a maior consumidora mundial de minério de ferro, aumentou suas importações do produto em 22% nos sete primeiros meses do ano, num momento em que siderúrgicas como a Baoshan Iron & Steel Co. elevaram sua capacidade. O governo chinês também pediu aos portos este ano que diminuíssem seus estoques de minério de ferro, uma vez que seu crescente acúmulo poderia levar a um congestionamento. A Rizhao suplantou a Qingdao Porto Group Co. como o maior complexo portuário chinês de manipulação de minério de ferro este ano, depois que o governo chinês determinou que a Qingdao reduzisse suas operações.

(Bloomberg News)

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Ásia - China aprova lei de corte de impostos(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-13 Internacional)

O Legislativo da China aprovou uma lei envolvendo gastos fiscais, cortes de impostos e outras medidas para promover o crescimento econômico sustentável via conservação de recursos e controle da população, noticiou a mídia oficial chinesa no sábado. A lei, aprovada na sexta-feira, no encerramento da quarta sessão do comitê permanente do Congresso Nacional do Povo, foi sancionada pelo presidente Hu Jintao e passará a valer em 1 de janeiro de 2009, informou a agência de notícias Xinhua. A lei prevê um forte monitoramento de indústrias poluidoras e que utilizam recursos intensivamente, como siderúrgica e de construção. Ela irá encorajar as indústrias a adotarem tecnologias para poupar

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água e usar fontes de energia limpa, tais como gás natural e combustíveis alternativos. A legislação também promove a reciclagem ou o uso de materiais desperdiçados. O governo fixou uma meta para 2010 de reduzir o consumo de energia por unidade do PIB em 20% e de emissão de poluentes em 10% sobre os níveis de 2005.

(Reuters)

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Comércio Exterior - Antes de oportunidade, a China é desafio: participação do Brasil no mercado chinês começou tarde e hoje é de apenas 1,92%

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-6 Nacional)

O crescimento acelerado da economia chinesa, próxima de se tornar a maior potência mundial, criou a perspectiva de efervescência de negócios na rota Brasil-China. Entretanto, para montar na garupa desse cavalo encilhado, as empresas brasileiras precisam superar vários fatores limitantes, a começar por uma postura mais pró-ativa no mercado asiático. Também é imprescindível uma maior aproximação entre as duas culturas, o que envolve melhor conhecimento mútuo - geral e negocial - e até deixar de lado preconceitos cultural e ideológico, não raramente o pano de fundo nas negociações empresariais. Hoje, a participação do Brasil nesse mercado é modesta - de apenas 1,92% -, sendo o

14fornecedor. Por isso, a China, ao mesmo tempo que é vista como uma grande oportunidade para o Brasil, ainda é um enorme desafio. Essa é a opinião de dirigentes de entidades e empresários que se dedicam ao comércio bilateral e alguns trader de negócios – voltados principalmente para a atração de investimentos chineses e asiáticos. Ouvidos pela Gazeta Mercantil, eles constatam uma série de avanços nas relações entre os dois países, mas apontam um longo caminho a ser percorrido. O clima em relação à China nos meios empresarial e governamental nos três níveis (federal, estadual e municipal) é melhor hoje em comparação com o passado, assim como a sintonia com as tendências mundiais também cresceu. O esforço para "fazer a lição de casa", entretanto, ainda está aquém das

possibilidades oferecidas pelas circunstâncias positivas.Afinal, em cerca de dez anos a China deixou de ser o país das bicicletas para tornar-se candidata a maior potência mundial, ultrapassando os Estados Unidos e um mercado em franca ascensão com 1,3 bilhão de pessoas - e boa parcela saindo da pobreza. No ano passado, a China comprou US$ 956 bilhões em mercados, dos quais apenas 1% do Brasil. O Brasil manteve-se "lanterninha" na relação com a China até 2006. Somente a partir de 2007 os governadores, prefeitos e empresários de várias áreas passaram a visitar com freqüência cada vez maior as cidades e feiras chinesas. A Agência de Promoção das Exportações (Apex), pela primeira vez, vai participar neste ano da Feira de Atração de Investimentos de Xiamen, na província de Fujian ,

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de Taiwan, de 10 a 13 de setembro. Dos 15 estados convidados pela Apex, oito já confirmaram presença. Ao mesmo tempo em que isso demonstra uma certa mudança de postura, denuncia a falta de pró-atividade dos órgãos oficiais, mais voltados para outros mercados. Essa é a décima-segunda edição da feira de investimentos. "Parece que de repente houve uma queda geral de fichas, o meio empresarial se ligou em relação à China, na lógica do ‘se não pode combatê-los, una-se a eles’", afirma Milton Pomar, gerente geral na China da BWP Projetos, Consultorias e Participações S.A., empresa do Grupo Brasif que se dedica a incrementar o conhecimento mútuo sobre ambos os países, e desfazer alguns mitos. Quanto ao governo federal como um todo, há uma transformação notável em curso. Além da participação da Apex na feira de investidores, faz parte da "força-tarefa China" criada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e outros órgãos maior divulgação nas principais cidades chinesas. Além disso, a agência levará o pessoal de Relações Internacionais de vários governos estaduais para participar de um evento China-América Latina, na cidade de Harbin, em 20 e 21 de outubro. E o Ministério do Turismo e Embratur aumentaram a presença em eventos da área. Essas iniciativas poderão se traduzir, em breve, em aumento dos valores da balança comercial brasileira com a China, deficitária a partir do ano passado. Entretanto, é preciso considerar que os vários saltos ocorridos se devem mais ao fato de ser quase impossível ignorar a China e seu desenvolvimento, analisa Wladimir Pomar, pioneiro no Brasil em marketing favorável às repercussões positivas do crescimento chinês para o Brasil e autor do livro "O Enigma Chinês, Capitalismo ou Socialismo (Alfa-Omega, 1987)", escrito depois de duas viagens àquele país - em 1981 e 1984. Na época, Pomar chegou a ser chamado de lunático, tamanho o ceticismo doméstico relacionado ao assunto. Passados 20 anos, Pomar não tem dúvida: os chineses conhecem pouco sobre o Brasil, e muitos supõem que se trata apenas da terra do futebol e do Carnaval. "Os brasileiros também conhecem muito pouco sobre a China, o que é agravado por mitos e preconceitos sombrios, como trabalho escravo, povo miserável, ditadura feroz, desenvolvimento insustentável, fábrica de quinquilarias", afirma. Para o presidente do Conselho de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos e consultor da Rubens Barbosa & Associados, as empresas brasileiras continuam tentando entrar no mercado chinês "de peito aberto". "Nossas empresas pensam que são capazes de desenvolver sozinhas negócios em mercados tão diferentes do nosso. Consultoria é vista como despesa e não como investimento", analisa. Miltom Pomar concorda com Barbosa. Segundo ele, apesar de um certo progresso na aproximação entre os dois países, o problema continua sendo a falta de projetos por parte dos brasileiros. "As empresas daqui geralmente vão lá de mãos abanando e isso é perda de tempo e dinheiro", diz. Ele considera um passo fundamental as iniciativas crescentes de envio de missões empresariais lideradas por governos estaduais -- que inclusive estabelecem relação de irmandade com províncias chinesas, caso recente do Pernambuco, Bahia e Amazonas. E também por federações das indústrias do Pará, Ceará, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina, que promoveram viagens empresariais àquele país. Efeito Olimpíada O desafio aumenta daqui para frente, lembra Barbosa, por causa da incerteza sobre como os chineses vão enfrentar a desaceleração da economia global. Os investimentos (equivalentes a R$ 68 bilhões) realizados em infra-estrutura para a realização das Olimpíadas 2008 ajudaram a manter a economia doméstica aquecida, mas não se sabe ainda o que será colocado no lugar para amortecer os efeitos negativos do crescimento menor no resto do mundo. E isso, segundo o consultor, vai se refletir de alguma forma nas trocas comerciais, inclusive com o Brasil.

Ele mesmo sentiu na pele a dureza de negociar com os chineses. Por quatro vezes, em 2004, Barbosa tentou desenvolver negócios naquele país asiático para empresas brasileiras, mas acabou desistindo. "Tudo era muito demorado, complicado, centralizado e burocrático", conta. Hoje ele retomou esse projeto, estimulado pelo amadurecimento dos próprios investidores chineses. "Como aqui, a China também se modificou e as barreiras ainda existentes não são impeditivas para a ampliação dos negócios", diz o ex-embaixador. Mas acrescenta que fazer negócio com estatais continua sendo mais delicado do que com o setor privado.

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O empresário gaúcho Cassiano Guarese, sócio-proprietário da People4Business, de Caxias do Sul (RS), e desde 2004 atuando na prestação de serviços para importação e exportação entre os dois países, ressalta como particularidade das negociações com os chineses a barreira do idioma, uma vez que somente em Xangai e Pequim, e especialmente as novas gerações, dominam o inglês. Outro ponto relevante é a forma de negociar (veja quadro nessa página). "Não é da primeira vez que se fecha um negócio com os chineses. Para vender, eles estão sempre prontos, mas para comprar ou fechar uma parceria, só depois de confiarem no outro lado", afirma. Para Marco Polo Moreira Leite, da Asian Trade Link (sediada no Rio de Janeiro e com filial em Pequim), e presidente do Conselho de Comércio Exterior da Associação Comercial do Rio, o nome do jogo atual é pró-atividade. "Já passou da hora de só pensarmos em proteção interna para adotarmos uma postura mais moderna", enfatiza.

(Liliana Lavoratti)

País já é o segundo parceiro do Brasil

A corrente de comércio entre o Brasil e a China - de US$ 23,4 bilhões no ano passado, dez vezes acima do valor registrado em 2000, de US$ 2,3 bilhões -- poderia crescer em ritmo bem mais acelerado, observa o presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), Paul Liu. Isso, no entanto, depende de uma decisão firme das empresas brasileiras de buscar mais os mercados asiáticos . "O Brasil precisa descobrir a China, deixar de ver a concorrência com os chineses como uma ameaça e, sobretudo, aproveitar as inúmeras possibilidades abertas a cada dia", afirma. Ele relaciona pelo menos uma dezena de áreas com elevado potencial para novos negócios para empresas brasileiras - carnes, frutas e até vinhos, só para ficar em alguns itens. Nos últimos cinco anos, a China passou a ser o segundo parceiro comercial do Brasil, deixando a Argentina para trás. Para Liu, isso é um sinal de que o terreno é fértil e promissor, apesar dos problemas, como a demora em sair do papel um acordo firmado em 2004 para abrir o mercado chinês para a carne produzida aqui. As exportações, que no ano passado totalizaram US$ 10,7 bilhões, já

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equivalem à metade das destinadas aos Estados Unidos, o principal comprador dos produtos brasileiros no exterior, contra US$ 1 bilhão em 2000. As importações também cresceram - passaram de US$ 1,2 bilhão em 2000 para US$ 12,6 bilhões em 2007, invertendo o sinal da balança comercial, que deixou de ser positiva para o Brasil (em 2006 houve superávit de US$ 411 milhões) para um déficit de US$ 1,9 bilhão. O saldo negativo deverá se repetir neste ano, na casa de US$ 2 bilhões. Para Liu, a super-exposição da China durante as Olimpíadas servirá também para reduzir as barreiras culturais e resultará em maior interesse dos brasileiros, como do resto do mundo, em conhecer os mercados orientais. Assim como a Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, foi definitiva para a China ingressar no mercado mundial, as Olimpíadas 2008 representaram um segundo marco na maior integração daquele país com o mundo globalizado, ressalta o presidente da CBCDE. L.L.

Apex refaz estratégia para atrair capitalA Agência de Promoção das Exportações (Apex) vem atuando na China por meio de projetos em vários setores - têxtil, mármores e granitos, máquinas e equipamentos, entre outros -, afirma o diretor de Negócios, Mauricio Borges. Segundo ele, a agência não participou das edições anteriores da Feira de Atração de Investimentos em Xiamen - uma das mais importantes da China - porque o evento não estava entre as prioridades da área de investimentos e por falta de estrutura do órgão para buscar na Ásia parcerias em negócios no Brasil. Foi necessário antes reorganizar a área, informou Borges. A expectativa é que a participação do Brasil no evento contribua para o aumento do volume de investimentos diretos no País, em 2008, em comparação com o ano passado. "Várias empresas multinacionais estão enxergando o Brasil como melhor posicionado em relação até mesmo à China e à Índia para o destino de seus investimentos", acentua o diretor da Apex. Em 2003, se questionava se o Brasil deveria fazer parte do restrito grupo de países emergentes com maior potencial de desenvolvimento - os chamados Bric. "Hoje vivemos uma situação inversa, competimos com a Rússia, China e Índia como foco de investimentos diretos", ressalta. Durante a Feira de Atração de Investimentos, de 10 a 13 de setembro, a Apex vai oferecer um conjunto de informações para os investidores internacionais, detalhadas por estado e também por setores da economia. Segundo Borges, os investidores também terão a chance de conhecer a infra-estrutura física e como ela está sendo modificada pelas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na opinião do diretor da Apex, a distância geográfica e cultural é uma barreira para as negociações entre brasileiros e chineses, mas não insuperável. "Uma rede de entidades governamentais e privadas oferece capacitação para os empresários transporem as dificuldades. Da mesma forma, a gente vê um esforço por parte dos chineses nesse sentido." O calendário da Apex prevê participação neste ano em vários eventos no continente asiático. (L.L.)

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COMÉRCIO EXTERIOR

Comércio Exterior - Agronegócio precisa de choque de qualidade: Enfrentar velhos problemas sanitários, como a aftosa, ajudará a alargar os mercados, dizem especialistas

(Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B14 Economia)

Fabíola Salvador e Denise Chrispim Marin, BRASÍLIA

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O fracasso das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) deixou uma tarefa ingrata para o agronegócio brasileiro: encarar a necessidade de um choque de qualidade e produtividade. A preservação da condição do Brasil de grande fornecedor mundial de produtos agrícolas depende da solução de dilemas que dificultam as exportações brasileiras e são “mascarados” pela crescente demanda mundial por alimentos.

A adoção de procedimentos mais duros nas áreas de defesa sanitária e o fim dos problemas de logística de transporte são apontados por especialistas como medidas essenciais para um país que pretende ocupar o posto de celeiro do mundo.

“O agronegócio brasileiro é altamente competitivo e demonstra elevado grau de qualidade. Mas o preço do acesso aos mercados é a eterna vigilância”, sustenta o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. “É preciso acabar com os argumentos do outro lado”, completa, referindo-se às barreiras técnicas aplicadas pelos países importadores aos produtos agropecuários brasileiros.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, as exportações do agronegócio cresceram 2,5 vezes nos últimos dez anos. Renderam US$ 58,4 bilhões no ano passado, ante US$ 23,4 bilhões em 1997. Mas o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, adverte que é preciso aproveitar o bom momento do setor para dar um novo salto de qualidade.

“Agora é a hora de começar um novo ciclo; não podemos achar que está tudo bem porque alcançamos uma posição de destaque”, defende Camargo Neto. O representante da Abipecs bate forte na necessidade de erradicação da febre aftosa, que está no centro das restrições à importação das carnes bovina e suína brasileiras.

Os últimos casos da doença ocorreram no final de 2005 em Mato Grosso do Sul e no Paraná. “A situação melhorou muito nos últimos anos, mas não é aceitável que continuem sendo registrados focos da doença no País. Nos últimos 10 anos, houve cinco focos. É muito para quem quer ser referência nesse mercado”, avalia.

Um levantamento inédito da Abipecs mostra que o Brasil poderia elevar em 1,171 milhão de toneladas as exportações de carne suína se a aftosa estivesse erradicada do território nacional. A venda adicional renderia US$ 3,5 bilhões somente neste ano. De janeiro a julho, os embarques de carne suína somaram 326,79 mil toneladas, o que correspondeu a US$ 876,72 milhões.

“Só a erradicação da aftosa abre novos mercados. Nós não vendemos para países importantes, como os Estados Unidos, o Japão, a Coréia do Sul e o México, porque não conseguimos ainda acabar com a doença”, diz Camargo Neto.

A aftosa também emperra as negociações para exportação de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos e o Japão, mercados considerados exigentes em termos de qualidade. Além disso, há dificuldades pontuais nas vendas de carne bovina enlatada para os EUA. Esses embarques estão suspensos desde o início de julho por causa de diferenças nos critérios de avaliação do sistema de produção dos frigoríficos.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Luiz Carlos de Oliveira, explica que essa suspensão de embarques foi um procedimento necessário para a “harmonização” de procedimentos entre o Ministério da Agricultura do Brasil e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Apesar de argumentar que não foram descobertas falhas graves nos 20 frigoríficos credenciadas para venda para os EUA, ele lamenta o ocorrido. “A suspensão acaba arranhando a imagem do sistema de inspeção do Brasil; é um desgaste”, afirma Oliveira.

“CERTA TOLERÂNCIA”

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Os problemas de transportes também causam “certo constrangimento” ao agronegócio brasileiro, alerta o consultor de Logística e Infra-Estrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet. Ele diz que os custos de logística no Brasil são quase o dobro dos norte-americanos, outra potência agrícola mundial. Além disso, só para acompanhar o crescimento do agronegócio nacional os portos brasileiros precisarão ter capacidade operacional de 170 milhões de toneladas em 2017. “Se queremos competir, precisamos investir pesado nessa área”, avalia Fayet.

Para o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, as falhas de qualidade costumam ser minimizadas neste momento incomum, no qual a demanda por produtos agrícolas supera a oferta. “Há uma certa tolerância”, resume.

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, concorda com essa afirmação e conta que o setor foi “surpreendido” pela decisão da Índia de abrir seu mercado para o frango brasileiro, neste mês, a despeito das negociações bilaterais que se arrastavam há anos.

“Foi logo depois do fracasso de Doha”, lembra Turra, referindo-se ao impasse criado pela decisão da Índia de não aceitar a proposta de acordo agrícola. “A demanda acabou falando mais alto”.

O fato é que o naufrágio das negociações da Rodada Doha deixou o agronegócio brasileiro sem alternativa para a expansão de mercados para seus produtos - a não ser a adoção de medidas rígidas de controle e de fiscalização de doenças e pragas e de rastreamento de rebanhos.

Segundo Barral, as negociações de acordos comerciais podem ser relevantes para a derrubada de barreiras tarifárias e por trazerem no seu bojo acertos que diminuem a burocracia dos procedimentos de controle e de fiscalização sanitária. Entretanto, além de se prolongarem no tempo, as negociações de acordos de livre comércio entre o Mercosul e outros parceiros têm resultados incertos. A União Européia (UE) travou as discussões com o Mercosul, em 2005, justamente por não aceitar um grau razoável de abertura de seu mercado agrícola.

O chanceler Celso Amorim disse, duas semanas atrás, que ainda não há garantias de que a retomada dessas conversas será para valer. “É preciso voltar à mesa de negociação para testar se há possibilidade de acordo”, afirmou Amorim.

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Brasil precisa adequar norma para pneus em 2008, diz OMC: País deve pôr em prática determinação até dezembro

(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B8 Dinheiro)

MARCELA CAMPOSDA REDAÇÃO

A OMC (Organização Mundial do Comércio) determinou ontem, no caso entre Brasil e União Européia sobre a importação de pneus usados e recauchutados, que o país deverá aplicar as recomendações da organização até dezembro deste ano, recusando a argumentação brasileira de que seria necessário estender o prazo até setembro de 2009. Um conjunto de resoluções e portarias de vários ministérios proíbe a importação de pneus usados no Brasil desde 1991.O painel na OMC foi aberto em janeiro de 2006, a pedido da UE. Segundo os europeus, a proibição brasileira de importar pneus usados da Europa, enquanto permite importações no âmbito do Mercosul, é discriminatória e infringe os princípios da OMC. Os membros do painel já haviam reconhecido, em relatório anterior, a consistência da preocupação ambiental brasileira -pneus

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remoldados duram menos e tornam-se resíduos difíceis de serem aproveitados-, mas exigiram a adequação à regra de não-discriminação entre países. Em 15 de janeiro, o Brasil declarou que seguiria as determinações da organização, mas que precisava de um prazo para isso.O árbitro Yasuhei Taniguchi -designado pelo diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, já que não houve acordo para um nome em comum- disse, em sua decisão, que se limitou a avaliar se deveria ou não conceder o prazo pedido pelo Brasil, já que o país e o bloco têm discricionaridade para definir como se adequar às normas.O Brasil, ao requisitar o prazo maior, argumentou que havia iniciado, em 2006, no STF (Supremo Tribunal Federal), procedimento para validar a constitucionalidade da proibição de importações, sob a justificativa de que comprar pneus usados do exterior contraria o direito constitucional de proteger o ambiente. Eventual decisão do STF revogaria todas as liminares vigentes e proibiria novas autorizações, em instâncias inferiores, de importação.O país também diz precisar de mais tempo para negociar acordo com os membros do Mercosul porque só estender a proibição ao bloco conflitaria com interpretação do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul. Seria necessário criar novo regime para pneus usados, a ser aprovado pelo órgão executivo do bloco.A requisição da UE era que o prazo se encerrasse em outubro de 2008. O bloco considerou a proposta brasileira de ação no STF "bastante extravagante" e "especulativa", já que os Poderes são independentes.Os europeus afirmam que o cálculo do prazo deve se basear no tempo necessário ao legislador para suprimir a incompatibilidade com as normas da OMC da forma mais breve possível. Citam, inclusive, possibilidade de edição de medida provisória. Sustentam que "é um procedimento usado com freqüência pelo Brasil" e que resoluções do OSC (Órgão de Solução de Controvérsias da OMC) "devem ter urgência comparável à que se atribui aos assuntos internos". Assim, "se não houver outro caminho proposto, a única opção será a derrogação da proibição das importações de pneus recauchutados".A assessoria de imprensa do Itamaraty afirmou que a decisão será examinada pela missão brasileira em Genebra, que definirá os procedimentos a serem adotados. Em julho, a Camex redimensionou as cotas para importação de pneus reformados do Mercosul. Por ano, passaram de 120 mil para 168 mil (Paraguai) e de 130 mil para 164 mil (Uruguai). Em 2006, chegaram ao Brasil 7,6 milhões de pneus reformados de países da UE, via liminares.

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Empresas do Brasil e dos EUA pedem mais proteção contra têxteis da China (Valor Econômico 01.09.2008 p. A2 Brasil)

Raquel Landim, de São Paulo

O aumento de um crédito tributário para produtos têxteis e vestuário na China, que é considerado subsídio à exportação pelos empresários de Brasil e Estados Unidos, gerou uma reação protecionista nos dois países. Os setores privados estão pressionando seus respectivos governos a reagir, com a adoção de uma sobretaxa de importação e/ou a renegociação dos acordos de restrição das exportações.

A decisão de Pequim inflamou os ânimos dos empresários brasileiros e americanos, que já estavam temerosos de uma invasão de confecções "made in China" no fim do ano, quando expira os acordos bilaterais que possuem com o país e o prazo permitido pela Organização Mundial de Comércio (OMC) para aplicar salvaguardas contra têxteis chineses. O limite foi estabelecido em 2001, quando a China ingressou na entidade.

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No início do mês passado, o gigante asiático elevou de 11% para 13% do valor do produto o crédito tributário que concede para as empresas locais na hora de exportar produtos têxteis e de vestuário. O país também anunciou recentemente que prepara medidas adicionais como redução das taxas de juros para empréstimos ao setor e mais recursos para novos equipamentos e modernização.

Com essas iniciativas, o governo chinês atende às reivindicações dos fabricantes locais, que reclamam da desaceleração da economia mundial, do aumento dos custos da mão-de-obra e outros insumos, como energia. A medida, no entanto, é uma guinada na posição do país, que vinha reduzindo os créditos tributários, que chegaram a ser de 17%, em uma tentativa de desacelerar as exportações e acalmar a pressão internacional.

"Solicitamos ao governo uma medida compensatória desse subsídio", disse Fernando Pimentel, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). O Ministério do Desenvolvimento informou que ainda não recebeu um pedido oficial. Para obter uma medida compensatória, é preciso comprovar a existência de subsídio e pedir a abertura de uma investigação. O setor têxtil também pediu recentemente a troca da tarifa "ad valorem", em percentagem, para uma tarifa "ad rem", em reais por peso, em alguns produtos. Essa discussão está mais avançada, já virou lei no Congresso e o governo agora avalia apenas a maneira de implementá-la.

As importações brasileiras de produtos têxteis chineses saíram de apenas US$ 61 milhões em 2000 para US$ 992 milhões no ano passado. Apesar do acordo de restrição de exportações em vigor há três anos, os chineses incrementaram suas vendas para o Brasil em 43% em 2005, 69% em 2006 e 63% em 2007. Pimentel argumenta que, com a desaceleração nos mercados dos países

ricos, a China está desviando produtos para o Brasil.

Os diretores da Abit estão conversando por telefone e trocando e-mails com sua contraparte americana, o Conselho Nacional das Organizações Têxteis (NCTO). No combate às importações de produtos chineses, a NCTO conta com o apoio da Coalizão de Ações do Comércio da Indústria Americana (Amtac). Esses lobbies conseguiram que os deputados apresentassem um projeto de lei no Congresso dos EUA, que, entre outros temas, ajudaria a resolver o problema do setor têxtil, mas até agora não obtiveram sucesso. De acordo com Augustin Tantillo, diretor-executivo da Amtac, o presidente George W. Bush não está empenhado em resolver o assunto, que deixou para a próxima administração.

O crédito concedido pela China para as exportações de têxteis não pode ser questionado na OMC. Pequim dá o benefício como compensação para o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), uma exceção permitida pelo extinto Gatt desde a década de 40. Com exceção dos americanos, quase todos os membros da OMC possuem algum tipo de sistema de ressarcimento de tributos na exportação, inclusive o Brasil, que concede crédito ao exportador pelo ICMS pago. "O problema é que a China, ao contrário de outros países, manipula o sistema para estimular as exportações", disse Tantillo.

O subsídio à exportação é a ponta do iceberg de problemas que a China promete para os fabricantes de têxteis ao redor do mundo a partir de 2009, quando termina o prazo para que os países estabeleçam cotas para a importação de têxteis chineses. Esse setor é um dos mais protegidos do

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mundo, por conta do potencial de geração de emprego. O Acordo de Têxteis e Vestuários (ATV) regulou o comércio internacional durante 50 anos e só deixou de existir no fim de 2004.

Em 2005, as exportações chinesas do setor têxtil para Estados Unidos e União Européia avançaram 84% e 57%, respectivamente. A movimentação assustou os dois gigantes mundiais, que aplicaram salvaguardas contra as importações chinesas e pressionaram o país a fechar acordos de restrição de exportações. O Brasil foi o único país que também conseguiu esse tipo de benefício. A renovação desses acordos é polêmica. Enquanto os fabricantes argumentam que é legítimo se os países chegarem a um acordo voluntário com a China, os varejistas argumentam que as regras da OMC dizem que não.

O setor privado brasileiro está tentando renovar o seu acordo com a China sem sucesso até agora. A idéia é estender o prazo até 2013 e trocar os produtos sujeitos a cota. Segundo a Abit, os produtos incluídos no acordo representam hoje 20% do comércio. Quando o acerto foi fixado, esse percentual chegava a 70%. Os negociadores brasileiros estiveram em Pequim duas vezes, em setembro de 2007 e em julho deste ano. As negociações, no entanto, não avançaram. Os chineses também marcaram reuniões no Brasil, mas não vieram. "O aumento dos subsídios à exportação demonstra que os chineses não querem discutir essa questão seriamente", reclamou Pimentel.

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Comércio - Governo divulgará portaria sobre cota Hilton (Valor Econômico 01.09.2008 p. B12 Agronegócios)

Alda do Amaral Rocha, de São Paulo

O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC) deve soltar, nesta semana, portaria que trata das regras para a distribuição da Cota Hilton para os frigoríficos exportadores de carne bovina. A Hilton é uma cota de cortes bovinos nobres destinada ao mercado europeu. O Brasil tem direito a um volume de 5 mil toneladas anuais.

Os exportadores vinham se queixando que, apesar de o ano-cota 2008/2009 (de 1º de julho a 30 de junho) já ter começado, o MDIC ainda não havia distribuído as cotas às empresas. Na semana passada, setor privado e governo se reuniram para tratar do tema. Para os exportadores, o atraso no repasse da cota prejudica o setor.

Na sexta-feira, o Ministério do Desenvolvimento informou, porém, que apenas dois frigoríficos - dos 23 autorizados a vender - haviam manifestado interesse em exportar, dentro do período previsto nas regras da cota Hilton. Conforme o regulamento, o requerimento deve ser protocolado em até sete dias úteis a contar do início da vigência do ano-cota. Isto é, o prazo expirou no dia 7 de julho passado. Até a sexta, segundo o MDIC, cinco empresas haviam se manifestado.

O atraso na distribuição das cotas tem incomodado os frigoríficos porque no último ano-cota, o 2007/2008, que terminou em 30 de junho passado, as empresas já não conseguiram preencher o volume em decorrência de restrições impostas pela UE à carne bovina brasileira desde o início deste ano. Das 5 mil toneladas, apenas 49,62% da cota foram utilizadas.

Procurado no dia 22, pelo Valor, o Ministério do Desenvolvimento justificou que a cota ainda não havia sido distribuída porque governo e exportadores estavam negociando como seria a divisão após o problemas do ano-cota passado. Segundo a Pasta, a portaria com a regulamentação deve ser divulgada esta semana. O órgão, no entanto, não deu informações sobre o seu conteúdo. Com a publicação da portaria, as licenças dos frigoríficos devem ser liberadas.

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Fórum - Brasil pode ser o melhor dos BRIC(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-5 Nacional)

O Brasil tem condições de ser melhor do que a Rússia, a Índia e a China, as quatro economias que formam o BRIC, mas há um longo caminho a ser percorrido para que se alcance esse objetivo, segundo o ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso. Rússia e China são potências mundiais e a Índia tem registrado níveis extraordinários de crescimento econômico. Mas cada uma dessas nações tem limitações que não estão presentes no quadro brasileiro. Segundo Velloso, a China, até 1979, era um país pobre, até com um certo complexo de inferioridade. Foi só a partir das reformas de Deng Xiao Ping que explodiu em termos de desenvolvimento. "Mas até hoje enfrenta muitos óbices internos. Primeiro é que o progresso econômico ocorre preponderantemente nas províncias do litoral. Na área rural, que tem 700 milhões de pessoas, há uma pobreza assombrosa", diz Velloso. A Índia, segundo Velloso, vive a questão crucial de ter ilhas de prosperidade num oceano de grande pobreza. E Rússia, afirma, está potencializando suas vulnerabilidades ao retomar a postura imperialista da extinta União Soviética, o que prejudica sensivelmente suas possibilidades de cresci-mento econômico, dada a instabilidade e riscos que assume. Nesse quadro, Reis Velloso entende que, apesar de todos os problemas brasileiros, o País tem menos vulnerabilidades do que os demais integrantes do BRIC. Segundo ele, o Brasil aproveitou a fase de crescimento da economia mundial, conseguiu melhorar os fundamentos econômicos. Para aproveitamento das vantagens, solidificadas com a estabilidade dos últimos anos, Velloso preconiza a modernização do Estado brasileiro, mediante uma inserção internacional inteligente, para evitar a volta do risco de vulnerabilidade externa, com queda relativa de exportações e aumento do déficit em transações correntes que começam a aparecer no horizonte. O primeiro passo para isso seria balizar um avanço também nas áreas institucional e política. "Se formos às raízes dos escândalos e apagões, veremos que são as mesmas: o arcaísmo e conseqüente necessidade de modernização das instituições políticas, ainda frágeis, com fraqueza dos partidos, falta de iniciativas relevantes pelo Congresso que sequer tem agenda própria, ao lado de um presidencialismo imperial", destaca Reis Velloso. É esse tipo de discussão que motivou uma diversificação na agenda de convidados do Fórum, que se realiza de quarta-feira a sexta-feira, no auditório do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Normalmente com participação de especialistas da área econômica, desta vez, lá estarão os presidentes da Câmara e do Senado e líderes do PMDB, PSDB, PT e DEM. Todos dispostos a debater o fortalecimento de suas instituições, para articular a sociedade na direção do progresso. A expressão BRIC foi cunhada em 2003 pelo economista inglês Jim O''Neill, um dos principais executivos do Goldman Sachs, para referir-se a um bloco de países emergentes que reuniria as melhores condições de desenvolvimento.

(Ubirajara Loureiro)

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Doha e OMC: Com os avanços da tecnologia, agora mais densos e mais rápidos, as questões comerciais se alargam e se complicam, sobretudo, ante os desdobramentos que acusam a

inovação e nanotecnologia e que se espraiam celeremente sobre a economia como um todo.(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. A17 Opinião)

Jayme Magrassi de Sá - Economista, ex-presidente do BNDES

Após quase oito anos de colóquios, Doha deu em nada. Não é de surpreender, pois a OMC não tem nem tradição, nem compleição funcional para o tipo de pactuação que esboçara quando a desregulação levou a que o refrão"globalização"revelasse perspectivas de precária estabilidade (depois da impulsão inicial dos acordos de Washington). Os termos do acerto tentativo derrotado basicamente pela Índia eram linhas mestras que, no máximo, buscavam prevenir ou evitar o advento e o agravamento de entraves ao crescimento do intercâmbio, ainda que baseado em débil sustentação de compromissos fundamente discutíveis.

A OMC colocara o chapéu onde as mãos não alcançavam, tanto no âmbito dos desenvolvidos, quanto dos emergentes. As trocas de "compromise"previstas ao fim das negociações em Doha, quer no cenário norte americano, quer no europeu, baseavam-se em níveis gerais; a mesma coisa quanto aos emergentes, com escapes e escolhas pouco consistentes em ambos os casos. E bastou um anseio de esquematização operativa - a salvaguarda - para revelar que o então concordado não vingaria na prática; como não vingou convencionalmente.

Não houve erro por parte dos negociadores brasileiros. Fizeram o que podiam e como podiam. O erro vinha da Rodada Uruguai que, ao fim de uns sete anos de bla,bla,bla, substituiu de fato o elaborado GATT por uma semi- operacional OMC, cujo núcleo só podia fazer o que tem feito burocraticamente - dirimir controversas pontuais. Na verdade, tratar contenciosos ao longo de itens do intercâmbio e dar-lhes um cobro, nem sempre positivo ao usar o processo da retaliação punitiva. Fez-se, pois, naquela ocasião, o pior, já que, ao invés de aperfeiçoar e adequar o acordo Geral aos tempos atuais e às exigências em matéria de negociações estruturais, erigiu-se algo que, esquivamente baseado na plena liberdade de decisão e de mercado, jogava por terra a possibilidade de negociações especificas de maior fôlego ao abrigo da multilateralidade via cláusula de nação mais favorecida. A OMC não tem capacidade para a tarefa maior, pois é de concepção fundamentalmente conjuntural.

Mas Doha teve um benefício: mostrou que se exauriu o péssimo status de contencioso -macro, isto é, entre produtos primários e produtos do setor secundário. Esse tipo de esgrima estrutural acabou. Daqui para frente as concepções terão que ser outras, mais específicas e menos impactantes.

Se for intenção de preservar o pouco que resta da OMC, será o caso de dar-lhe nova estrutura que, em substância, não a leve a perfilhar a idéia de acertos estruturais de amplitude dentro do conceito de multilateralidade e através de múltiplos partícipes agindo simultaneamente.

Objetivamente falando, a OMC passaria a ter um núcleo negociador de itens pontuais sob controvérsia, atuando, como tem feito, através dos panels prospectivos. Chamemos esse mecanismo de ações de ordem micro. A par disso, teria vertentes específicas que promoveriam periodicamente workshops sobre: a. políticas agrícolas; b. políticas industriais; c. políticas de serviços e de atuação intelectual; d. políticas energéticas; e. políticas de preservação ambiental; e tantas outras quanto a realidade e a dinâmica do intercâmbio as indicassem. Nesses workshops, de presença voluntária ainda que a convite, haveriam análises aprofundadas do comércio mundial; na medida do possível, a realização de encontros mais objetivos, que poderiam, quiçá, resultar em avanço nas condutas coletivas, mesmo que não formalmente contratualizado.

Passaria, portanto, a OMC a ter dupla ação de fundo criativo, visando sempre e naturalmente a expansão do comércio mundial.

Com evolução desse tipo, a OMC poderia vir a ser útil e mesmo patrocinar melhor entendimento entre as players do intercâmbio,, chegando até, com a ajuda da sorte e do bom senso, a eventual elaboração de acordos tipo, referidos a determinados aspectos e que viessem a merecer, senão total, pelo menos ampla adesão.

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Com os avanços da tecnologia, agora mais densos e mais rápidos, as questões comerciais se alargam e se complicam, sobretudo, ante os desdobramentos que acusam a inovação e nanotecnologia e que se espraiam celeremente sobre a economia como um todo. A OMC poderia, quem sabe, vir a ser capaz de tornar menos aguerridos os embates que tanto castigam os anseios de maior aproximação comercial.

Algo a ver, portanto. E a tentar converter o colapso de Doha em contribuição ao que teria sido o propósito inicial do encontro no Quatar - somar forças e intenções para mais intercâmbio com benefícios mais eqüitativos. Seria forma objetiva de aproveitar aquelas intenções iniciais e o que de substantivo possa ter ocorrido ao longo dos prolongados e extenuantes trabalhos que conformaram o cerne do episódio Doha. É de reconhecer-se que houve empenho e denso labor durante a quase década em que Doha foi alvo de atenções generalizadas. Ao esforço das diversas delegações não se pode regatear reconhecimento. A tarefa era, porém, substantivamente desfavorável e foi isso que perlustrou negativamente os trabalhos da ação negocial entre as partes.

E-mail: jmagrassi.sagmail.com

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CONCORRÊNCIA

Combustíveis - Mato Grosso é alvo de operação contra cartel(DCI 01.09.2008 p. A10 Legislação)

MATO GROSSO - Cinco mandados de busca e apreensão de documentos para obter provas adicionais da prática de cartel no mercado de combustíveis em Cuiabá foram cumpridos na última sexta-feira. A ação faz parte da operação "Madona", deflagrada em abril deste ano na cidade de Cuiabá (MT), Agora ela foi denominada "Madona II". As empresas que receberam buscas foram a BR Distribuidora, Ipiranga, Podium Corretora de Combustíveis e MM Original.

Mais de 25 técnicos da Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), do Ministério da Fazenda, e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Mato Grosso, foram envolvidos na operação.

Para a diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica (DPDE), Ana Paula Martinez, garantir a livre concorrência no mercado de combustíveis é uma das prioridades do Ministério da Justiça. "É muito importante a cooperação e a troca de informações entre os diversos órgãos competentes. A boa interação entre a SDE, Gaeco e SEAE demonstra que isso só beneficia o consumidor".

Da operação

No dia 23 de abril, nove empresários foram detidos em Cuiabá por possível envolvimento em cartel de revenda de combustíveis. Donos de postos de gasolina foram acusados de combinar os preços da gasolina em detrimento do consumidor.

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Esta foi a quarta operação de busca e apreensão que a SDE realizou no setor de combustíveis em todo o País.

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CONCORRENTES

STJ permite redução de IR com créditos de ICMS (Valor Econômico 01.09.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Laura Ignacio, de São Paulo

As empresas exportadoras comemoram uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que permitiu que créditos não utilizados de ICMS possam ser contabilizados como custo nos balanços das empresas. Assim, como a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) são os rendimentos, a Indústria de Madeiras Guilherme Butzke, de Santa Catarina, que ajuizou a ação, terá diminuída a carga tributária referente a ambos os tributos. Segundo especialistas, a decisão é um importante precedente para outras empresas que acumulam créditos de ICMS. De acordo com um estudo de 2007 do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o estoque desses créditos equivale a cerca de R$ 15 bilhões.

Na decisão, tomada pela primeira turma do STJ, o ministro relator José Delgado declarou que "em que se trata de empresa exportadora imune ao pagamento de ICMS, que se vê acumulando créditos mês a mês sem que consiga obter junto ao Estado o ressarcimento de tal custo tributário, a norma do regulamento que proíbe que se considere o ICMS suportado como custo acaba por implicar a tributação de lucro inexistente, tanto a título de IRPJ como de CSLL". O regulamento do Imposto de Renda - o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 - veda a inclusão de impostos que são recuperáveis, pelo menos teoricamente, como o ICMS e o IPI, que são tributos sobre o valor agregado.

O advogado Gilberto de Castro Moreira Júnior, do escritório Vella Buosi Advogados, explica que a decisão é um precedente que poderá ser usado por outras empresas exportadoras obterem o mesmo no Judiciário. "Se a empresa optar por, com base na decisão, excluir por conta própria o ICMS da receita para cálculo do IR, corre o risco de ser autuada", alerta. Ele afirma que há outros setores empresariais que poderão usar a decisão como precedente. Um exemplo são as empresas que fabricam produtos de alíquota baixa, como os que fazem parte da cesta básica. Essas empresas também podem acumular crédito de ICMS. "Mas as que mais nos procuraram até agora são as exportadoras. Vamos entrar com mandado de segurança ou ação ordinária, que pedirá o reconhecimento do direito de considerar como custo o saldo credor de ICMS", comenta.

A maioria dos Estados, como o Rio de Janeiro, por exemplo, não quer aceitar a transferência de créditos de uma empresa para outra. São Paulo permite a utilização dos créditos apenas para pagamento a fornecedores. O advogado do escritório TozziniFreire, Jorge Henrique Zaninetti, afirma que com o crescimento das exportações, cada vez mais as empresas buscam ferramentas para ao menos aliviar essa situação. "Essa decisão do STJ é conseqüência disso. E sua pretensão é legítima para empresas exportadoras ou preponderantemente exportadoras", afirma.

Zaninetti comenta que empresas que adquirem componentes importados têm pedido a suspensão do imposto devido nessa compra para compensar o acúmulo de créditos de ICMS. "Já os investidores estrangeiros ou empresas que mudam de Estado incluem maneiras de compensar créditos de ICMS em pacotes de incentivos fiscais firmados com os Estados", afirma.

O advogado Luiz Rogério Sawaya Batista, do escritório Nunes e Sawaya Advogados, afirma que havia decisões de tribunais inferiores favoráveis e desfavoráveis à tese. "Por isso, é interessante que

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o STJ se posicione permitindo o abatimento do saldo credor de ICMS do rendimento da empresa", diz. O advogado lembra que uma das decisões favoráveis ao contribuinte foi a sentença da juíza Adriana Barretto de Carvalho Rizzotto, da 22ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro.

O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, comemora a decisão. "Ela poderá ser usada por outras exportadoras. Espero que também em relação a créditos de PIS e Cofins", afirma. É possível compensar créditos de PIS e Cofins com outros tributos federais. Mas, segundo Castro, há empresas que não pagam tributos em valor equivalente ao montante de créditos de PIS e Cofins acumulados. Há 300 associados na AEB.

O economista e presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto, acredita que a decisão resultará em uma ajuda bastante significativa para as empresas que buscarem a Justiça para obter o mesmo que a indústria de madeiras. "Conheço empresas que ajuizaram ação judicial para que seja autorizada a negociar o crédito acumulado de ICMS com outras empresas do mesmo Estado e há decisões a favor e contra", diz Segatto. Para o economista, futuras decisões como a que beneficiou a Butzke poderão conferir ao menos um alívio para aqueles que não conseguiram o direito de fazer esse tipo de transação. A Abracex reúne aproximadamente 1.200 empresas.

Os advogados Régis Pallotta Trigo e Luiz Felipe Ferraz, do Demarest & Almeida, afirmam que já receberam consulta sobre a possibilidade de contabilizar os créditos de ICMS chamados de "crédito podre" como custo. "Essa decisão do STJ é interessante porque baliza isso", diz Trigo. Os advogados alertam que o ideal seria que a segunda turma do STJ também se manifestasse no mesmo sentido antes do ajuizamento de ação para obter o mesmo. "Mas é bom lembrar que esses créditos vencem em cinco anos a contar de sua geração", finaliza.

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Penal - Crime fiscal ainda persiste na Justiça: Denúncias antes do fim da ação administrativa continuam apesar de decisão do STF e STJ

(Valor Econômico 01.09.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Zínia Baeta, de Belo Horizonte

Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido em 2003 que os contribuintes só podem ser responder por crimes tributários após o término dos processos administrativos em que se discutem os débitos e, recentemente, tanto o Supremo quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) terem aplicado o mesmo posicionamento para as discussões relativas a contribuições previdenciárias, a abertura de inquéritos policiais e as denúncias contra contribuintes continuam a ocorrer. Segundo advogados criminalistas, o problema persiste principalmente em relação às contribuições à Previdência. Já para as questões tributárias, houve uma redução do número de denúncias, porém ainda há casos em que os empresários são denunciados por falsificação de documentos, que seria o chamado "crime-meio" para a prática do "crime-fim", que seria a sonegação.

"Nesta semana recebi o caso de um cliente denunciado pelo Ministério Público por falsidade documental", afirma o criminalista Marcelo Leonardo, titular do escritório que leva seu nome. Segundo Leonardo, no caso de seu cliente, não houve ainda o esgotamento da via administrativa. O advogado Roberto Delmanto Júnior, sócio do escritório Delmanto Advocacia Empresarial, também confirma que denúncias têm se baseado no crime-meio e não no principal - o que, para ele, seria uma forma de burlar a jurisprudência sobre o tema já definida pelos tribunais superiores.

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O problema, segundo o sócio do escritório Mattos Filho Advogados, Roberto Quiroga Mosquera, tem ocorrido principalmente na área previdenciária. Muitos dos contribuintes atingidos pelo procedimento são representantes de entidades filantrópicas e assistenciais que não obtiveram a renovação de seus certificados de assistência social (CNAs). Quando isso ocorre, afirma o advogado, há o início de uma fiscalização e, ocorrendo um auto de infração, a administração notifica o Ministério Público para que o órgão denuncie os responsáveis pela entidade. Filantrópicas e entidades assistenciais são isentas do pagamento da contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a cada três anos devem obter a renovação do certificado para terem direito a essa isenção. O advogado afirma que possui cerca de quatro clientes da área que foram denunciados criminalmente no último ano. Ele também lembra de casos de algumas faculdades de São Paulo cujos dirigentes foram denunciados, quando as entidades perderam seus certificados, e tiveram que entrar com pedidos de habeas corpus na Justiça. Para ele, porém, esse tipo de procedimento deve mudar com a estruturação da Super-Receita. O advogado avalia que esse é atualmente um procedimento mais comum ao INSS do que à Receita Federal.

O advogado Antônio Moraes Pitombo, do escritório Moraes Pitombo Advogados, afirma que infelizmente os tribunais regionais federais (TRFs) tem dado um tratamento diferenciado entre questões previdenciárias e outras envolvendo os demais tributos. Ele exemplifica com o caso de um cliente cuja denúncia do Ministério Público foi recebida pela primeira instância. Pitombo entrou com um habeas corpus no TRF da 3ª região que foi negado. O advogado, que recorreu aos tribunais superiores, alega que a denuncia não poderia ocorrer enquanto não for finalizado o procedimento administrativo. "A contribuição previdenciária tem natureza de tributo", diz. Por isso, afirma, não faz sentido que haja tratamento diferenciado.

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Disputas de domínio, problemas para empresas(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-8 Administração e Serviços)

Disputas de domínio de endereços virtuais são freqüentes. Muitas empresas entram com ações judiciais contra registros que são semelhantes ou iguais aos seus endereços eletrônicos. Em 1996, o site americano Amazon.com perdeu uma ação contra o site brasileiro Amazon.com.br, na qual o juiz Edson Ferreira da Silva, entendeu que a brasileira não vendia os mesmos produtos que americana e por isso, não trazia prejuízos à última. "Neste caso, o juiz pode conceder o direito de usar o mesmo domínio porque a marca tem sentido genérico", explica o advogado Diego Vieira, sócio do escritório Daniel Advogados. "A internet é complicada, é sempre mais fácil conseguir o direito exclusivo, quando a marca não possui um nome comum." O advogado afirma que o que não pode ser feito é uso de mesmo domínio com "má fé", ou seja, "uma empresa se aproveita da marca da outra para lucrar com isso". Como aconteceu com o site IG, cliente do escritório Dannemann Siemsen. Um site de notícias registrou-se como "ignoticias com.br" e justificou ao juiz que "ig" significava integração de notícias. "Obviamente, o juiz não aceitou a justificativa e nossa cliente foi indenizada", diz o advogado Felipe Cabral, do Danneman

(Fernanda Bompan)

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Estados determinam Escrituração Digital para grandes contribuintes(Migalhas – 01.09.2008)

Luiz Roberto Peroba Barbosa*Renato Henrique Caumo**

1. Nos termos do Protocolo ICMS nº 76, de 14.8.2008 ("Protocolo 76/08"), diversos Estados brasileiros1 estabeleceram a obrigatoriedade da Escrituração Fiscal Digital --também conhecida como SPED estadual--, por parte dos maiores contribuintes do ICMS.

2. Com isso, a partir de 1.1.2009 os contribuintes listados nos anexos do Protocolo 76/08 ficarão obrigados a prestar diversas informações contábeis e fiscais, em meio digital, às Secretarias de Fazenda dos Estados brasileiros em que operam, conforme já determinava o Convênio ICMS nº 143, de 20.12.2006.

3. Vale destacar, nesse sentido, que caberá aos próprios Estados esclarecerem, em legislação local, a exata extensão das informações a serem prestadas pelos grandes contribuintes.

4. Contudo, em face da maior integração pretendida pelas autoridades fiscais e federais, espera-se que a validação das informações eletrônicas observe o mesmo sistema operacional aplicável ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED federal)2, previsto no Decreto nº. 6.022/07 (clique aqui), de maneira a evitar a criação de processo semelhante em âmbito estadual, em prejuízo do contribuinte.

5. Por fim, considerando o curto prazo fixado pelo Protocolo 76/08 e o fato de diversos Estados ainda não terem publicado a totalidade das regras e esclarecimentos necessários para a operacionalização do SPED estadual, cabe aos contribuintes ficarem alertas. O prejuízo aos que não se adequarem pode ser relevante._______________1 Alagoas, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

2 Cláusula 1ª, §2º, do Convênio ICMS nº 143/06.____________________*Sócio do escritório Pinheiro Neto Advogados**Associado da Área Tributária do escritório Pinheiro Neto Advogados

http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=67894

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Direito profissional: Advocacia virou negócio e escritórios, empresas(Conjur – 01.09.2008)

por Rodrigo Haidar e Aline Pinheiro

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Ela está por trás da estrutura administrativa dos maiores escritórios do país. Nos 20 anos em que trabalha com a advocacia, a consultora de marketing Anna Luiza Boranga desenvolveu projetos de administração profissional para grandes nomes do Direito: desde Syllas Tozzini até Márcio Thomas Bastos e José Carlos Dias.

Hoje, Anna Luiza considera que a idéia de profissionalizar a administração dos escritórios de advocacia já pegou de vez. “A advocacia deixou de ser uma idéia artística bonita para se tornar business”, constata.

A consultora se refere à mudança que aconteceu com os profissionais do Direito principalmente nas duas últimas décadas. Se antes o advogado se preocupava apenas em criar grandes teses, hoje ele precisa estar antenado no mercado de trabalho, se preocupar com a sua imagem e identificar espaços para crescer. “A idéia romântica do advogado artista, hoje, se aplica para meia dúzia de pessoas que podem se dar ao luxo de ser pareceristas.”

A partir do momento em que a advocacia virou negócio, os escritórios passaram a ser vistos como empresas. Daí a necessidade de entregar a administração do escritório para quem entende do assunto.

E, nessa área, Anna Luiza sabe do que está falando. Ela foi a pioneira a profissionalizar a administração dos escritórios. Começou em 1988, no Tozzini, Freire, Teixeira e Silva. No começo, “meus colegas achavam que eu fazia decoração de escritórios”. Do Tozzini, ela foi desenvolvendo projetos de escritório para escritório. Hoje, soma mais de 100 escritórios Brasil a fora que trabalham sob seus projetos.

Anna Luiza é responsável, também, pela Fenalaw, feira dedicada à área jurídica, principalmente à parte tecnológica, que já é a segunda maior feira sobre o assunto no mundo, conta orgulhosa. Só perde para uma feira anual que acontece nos Estados Unidos.

A Fenalaw está em sua quinta edição, sempre em São Paulo. Esse ano, será do dia 7 a 9 de outubro. São esperadas mais de 4 mil pessoas por lá. Anna Luiza também foi a criadora e é a responsável pelo curso de administração legal da Fundação Getúlio Vargas, em Brasília.

Leia a entrevista

ConJur — Os escritórios de advocacia se enxergam como empresas?Anna Luiza Boranga — A forma como os escritórios se enxergam mudou bastante. Hoje, já está ficando natural o escritório se considerar uma empresa. Isso não vale só para os escritórios grandes que se destacam no mercado de São Paulo e do Rio de Janeiro. A profissionalização já chegou em outras capitais do Brasil.

ConJur — Escritórios de advocacia precisam de administração profissional?Anna Luiza Boranga — Sim. A formação das sociedades de advogados levou os escritórios a perceberam isso. A administração não precisa ser sofisticada, mas tem que ser centralizada para evitar incoerências, por exemplo, na divisão de honorários. Na medida em que crescem, os escritórios percebem primeiro a necessidade de um gerenciamento financeiro mais profissional e, depois, expande isso para as outras áreas, como a de recursos humanos.

ConJur — Os escritórios já se distanciaram, então, da idéia romântica do advogado que só cria grandes teses?Anna Luiza Boranga — Há alguns anos, o advogado era tido como um artista criador de teses. Ele se sentava, escrevia e entregava o trabalho, sem se preocupar com o que estava à sua volta. Não precisava se preocupar em buscar clientes, já que estes iam até ele. Só se importava com o conteúdo. Hoje, o advogado usa computador, internet e tudo é mais rápido. A advocacia deixou de ser uma idéia artística bonita para se tornar business. A idéia romântica do advogado artista, hoje, se aplica para meia dúzia de pessoas que podem se dar ao luxo de ser pareceristas. Não é o padrão.

ConJur — Quando a advocacia começou a se transformar em negócio?

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Anna Luiza Boranga — Há cerca de 20 anos, alguns escritórios começaram a perceber que, conforme cresciam, precisavam ter a ajuda de administradores profissionais para competir no mercado. Era preciso um profissional para desenvolver estratégias de crescimentos e também para cuidar da parte de suporte — seja financeiro ou administrativo, com biblioteca e arquivos, por exemplo.

ConJur — Houve resistência dos advogados para deixar um administrador cuidar dos seus negócios?Anna Luiza Boranga — Os escritórios notaram que isso não dependia de aceitação ou não. Era indispensável profissionalizar a administração. Para os escritórios pequenos e médios, ainda é difícil aceitar. Estes ainda enxergam o administrador como um intruso nos seus negócios, e não como um solucionador. Ainda hoje, encontramos escritórios pequenos, mas com faturamento alto, que deixam a administração com um sócio. E isso acontece não porque o sócio não gosta de advogar e prefere administrar, mas porque os sócios acham que um deles tem que cuidar da administração.

ConJur — Qual é o papel do administrador em um escritório de advocacia?Anna Luiza Boranga — O administrador tem que prover a estrutura para os advogados. É diferente do que faz o sócio-gerente, a quem cabe sintetizar a posição dos sócios e levar isso para o administrador. O administrador tem que comandar a parte administrativa e se comunicar com o sócio-gerente, a quem cabe cuidar da parte técnica. Esse conceito tem sido muito importante nos departamentos jurídicos que, na advocacia, são o ramo que mais cresce.

ConJur — Mais do que escritórios de advocacia?Anna Luiza Boranga — Sim. Assim como os escritórios, eles têm um diretor jurídico e um diretor administrativo trabalhando juntos. O que aconteceu com a advocacia é o mesmo que a aconteceu com a medicina. Os hospitais notaram que precisavam de administradores profissionais, e não de médicos na parte administrativa. Hoje, temos a administração legal como uma área de especialização dentro da administração de empresas. As procuradorias do Estado, secretarias de Justiças e até os tribunais já estão se preocupando com a profissionalização da administração.

ConJur — O mercado de administração legal cresce na mesma proporção que os escritórios de advocacia?Anna Luiza Boranga — Não. Estão sendo criados muitos escritórios, mas a administração legal só cresce quando os escritórios assumem um porte diferente. Entram muitos advogados no mercado que são absorvidos por escritórios maiores. E isso não influencia na administração desse escritório. O que eu digo é que a administração profissional é necessária a partir de um grupo de cinco advogados, mais ou menos. Mas, uma vez estabelecida, ela não precisa crescer na mesma proporção que cresce o escritório.

ConJur — A administração do escritório de advocacia tem especificidades suficientes para justificar a criação de um curso de administração legal?Anna Luiza Boranga — A Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, já tem esse curso. É um curso de extensão, com 120 horas de aula. Ele foi criado há cinco anos porque ninguém estava preparado para trabalhar nesse nicho da administração. Eu, com a minha consultoria, não conseguia contratar administrador para escritório. Ninguém tinha idéia de que existia esse mercado. Meus colegas de faculdade, por exemplo, só descobriram o que eu fazia quando criei a Fenalaw. Até então, eles achavam que eu fazia decoração de escritórios. Ninguém imaginava que tinha espaço para administrador em um escritório de advocacia.

ConJur — E como a senhora começou nessa área?Anna Luiza Boranga —Eu comecei há 20 anos, no Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados, como administradora. Eu era cliente deles enquanto trabalhava em uma empresa da minha família. Eles eram nossos advogados e me chamaram para administrar o escritório deles. As pessoas de lá achavam que eu ia só comprar um tapete novo e não que ia mexer com o faturamento, recrutamento e informática. Naquela época, não existia softwares para a administração de escritórios. Hoje, há diversos. O que eu tinha de fazer lá era treinar todo mundo. No curso de administração legal, o estudante aprende como trabalha o advogado e como pode auxiliar. Aprende como montar, por

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exemplo, plano de carreira em um escritório de advocacia e como trabalhar com o marketing. A maior parte dos que procuram os cursos são advogados, mas há também administradores.

ConJur — O advogado pode ser um bom administrador do escritório de advocacia?Anna Luiz Boranga — Há advogados que não gostam de advogar e podem ser bons administradores. Quando eu falo que o escritório precisa de um administrador profissional não quero dizer que precisa necessariamente ser alguém formado em administração de empresas, mas que tem de ter alguém que se dedique única e exclusivamente para administrar o escritório. Se o advogado quiser fazer os dois — advogar e administrar — não vai conseguir fazer nada direito.

ConJur — Como é a administração de escritórios nos outros países? O Brasil está muito atrás?Anna Luiza Boranga — O Brasil está atrás porque está crescendo agora. Hoje, já é o terceiro maior mercado de advogados do mundo — só perde para os Estados Unidos e a Índia. O Brasil hoje tem também a segunda maior feira jurídica, que á a Fenalaw, perdendo só para a feira que acontece anualmente nos Estados Unidos. Lá, a tendência de profissionalização na administração dos escritórios já tem 35 anos porque o próprio desenvolvimento do país gerou negócios em um nível que promoveu antecipadamente o aparecimento de profissionais dedicados à área. Mesmo assim, eles copiam o Brasil em algumas coisas, como na política de cobrança de honorários.

ConJur — Qual a diferença da política de honorários do Brasil?Anna Luiza Boranga —A Justiça brasileira é emperrada. Os advogados trabalham, então, com diversas opções para o cliente pagar honorários: cobrança mensal, um valor fixo, cobrança por êxito e assim vai. Nos Estados Unidos, a cobrança era só por hora. Pressionados por problemas econômicos, eles estão tendo de mudar isso. O brasileiro já teve de lidar com diversas crises econômicas e, por isso, está mais apto a lidar com as questões de mercados, muito mais do que os americanos.

ConJur — Como um escritório pode fazer para captar sócios?Anna Luiza Boranga — É muito difícil levar sócios para o escritório porque isso pressupõe tirar um sócio de outro ou, então, pegar de um escritório um advogado que, por algum motivo, não se tornou sócio. O ideal é formar a equipe e tentar tornar sócias as pessoas que já estão no escritório, com um plano de carreira. Outra alternativa é incorporar um escritório de menor porte.

ConJur — Como é o marketing nos escritórios de advocacia?Anna Luiza Boranga — Fazer marketing de serviço não é a mesma coisa que fazer marketing de um produto. Propaganda não traz cliente para o advogado porque o serviço dele funciona muito mais com indicação e tradição. O marketing dos escritórios, portanto, é promover o serviço, estar presente nos lugares certos, fazer carreira acadêmica e política, escrever artigos para jornais.

ConJur — Não esbarra nos limites éticos impostos pela OAB?Anna Luiza Boranga — Não porque o que a OAB não quer é propaganda paga. O que eu digo para o escritório fazer é propaganda não paga. Nos Estados Unidos, eles usam propaganda mesmo em outdoor e televisão para promover o advogado. É horrível. Denigre a imagem do profissional. O que divulga o trabalho do advogado e traz cliente são as teses e artigos que ele publica, as entrevistas nas quais ele mostra que conhece o tema, por exemplo. Tem advogado que, na ânsia de fazer marketing, muitas vezes se confunde. Ele acha que, porque tem com cargo na OAB e dá aula para advogados, está fazendo marketing jurídico. Não está, porque não é esse o público que vai se tornar cliente dele. No marketing jurídico, outra coisa importante é a imagem: como são as instalações do escritório e como as secretárias atendem ao telefone, por exemplo. Aí, mais uma vez, a importância da administração do escritório. Identificar um nicho de mercado também é importante. É a parte mais difícil porque a tendência do advogado é achar que ele tem que atender o cliente em todas as áreas. Aí, ele entra num campo competitivo muito complicado, porque são inúmeros os escritórios que fazem tudo para todo mundo.

ConJur — Como o advogado pode identificar os nichos?Anna Luiza Boranga — Tem que analisar quais são os negócios que estão acontecendo na região onde ele quer atuar. É preciso fazer uma pesquisa de mercado, e não escolher de acordo com aquilo

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que ele gosta mais. Depois de escolhida a área, precisa criar um diferencial. O mercado do agronegócio, por exemplo, está crescendo na região centro-oeste. Em Campo Grande, me surpreendi com escritórios organizados, de bom nível, que podem concorrer com os melhores de São Paulo, que se desenvolveram por conta desse nicho na área rural.

ConJur — Há muitos escritórios que crescem apenas em determinado nicho?Anna Luiza Boranga — São os escritórios que mais crescem hoje. Nunca vão virar mega escritórios, mas conseguem um faturamento bom e chegam a ter até 40 advogados. Ao mesmo tempo, nos escritórios, cresce a necessidade de uma equipe multidisciplinar. O advogado precisa se acostumar a trabalhar com engenheiros, geólogos, biólogos, médicos, dependendo da área em que atua.

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Solução de conflitos - Cláusula arbitral atinge 90% dos contratos: A tendência é que questões relacionadas a negócios fiquem fora da esfera judicial

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-11 Direito Corporativo)

A tradicional cláusula contratual "em caso de conflitos, as partes elegem o foro judicial" está com os dias contados. Uma nova tendência está sendo verificada pelos escritórios de advocacia: mais de 90% dos contratos assinados entre empresas trocaram o Judiciário pelas câmaras arbitrais para a solução de conflitos. O reflexo no Judiciário, dizem especialistas, deve ocorrer já nos próximos anos. "O Judiciário vai perder terreno nas disputas envol-vendo empresas", afirma o advogado Caio Campello, sócio do escritório Lefosse Advogados. De acordo com ele, 90% dos contratos entre empresas assinados por meio do seu escritório já tem a previsão da cláusula arbitral", complementa o advogado. A mesma percepção tem o escritório Pinheiro Neto Advogados. "É uma tendência inexorável. Cada vez mais teremos mais e mais demanda para a arbitragem", diz o sócio da banca Carlos Alberto Moreira Lima Júnior. Ele explica que praticamente todos os contratos assi-nados por intermédio do escritório têm a cláusula arbitral. "Eu diria que 95% dos contratos prevêem a arbitragem", diz. Apenas esse ano, a banca participou de 28 operações de fusões e aquisições. "Propomos aos nossos clientes que adotem a arbitragem como solução de conflitos", garante Lima Júnior. A advogada Maria Rita de Carvalho Drummond, do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão, lembra que há quatro anos tinha que explicar aos clientes o que era a cláusula arbitral. "Hoje já faz parte da própria negociação", diz Maria Rita. "Atualmente a exceção é a eleição de foro judicial nos contratos", complementa a advogada ao afirmar que, com essa nova tendência, haverá uma diminuição grande de demandas no Judiciário. "Discussões comerciais serão resolvidas pela arbitragem e apenas casos específicos, como execução, serão submetidos ao Judiciário", enfatiza Maria Rita. Transparência No início do mês de agosto, o escritório Lopes da Silva Advogados assessorou um dos seus clientes, que ele prefere não identificar, na venda de posição acionária. O contrato, envolvendo mais de € 7 milhões, apresentava a obrigatoriedade do uso da arbitragem em caso de conflitos. "A arbitragem dá mais transparência ao negócio porque as regras podem ser definidas, pelas partes, já na assinatura do contrato", diz a advogada da banca, Ana Lúcia Vidigal. Ela conta que a cláusula arbitral pode ser aberta (que não tem todos os detalhes e regras) ou fechada (todas as regras são especificadas no contrato). "A arbitragem é muito interessante para pessoas jurídicas. E praticamente todos os contratos recentes interempresarias já incluem a cláusula arbitral", afirma Ana Lúcia. Cada vez mais cientes dos pontos positivos da arbitragem, os empresários agora discutem também qual a câmara escolher, se a arbitragem será no Brasil ou no exterior e em que idioma será realizada. "As discussões estão se sofisticando", diz Maria Rita. Vantagens

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Os advogados mostram três pontos que seriam os mais positivos da arbitragem. O primeiro é a agilidade na solução do conflito. Enquanto um processo na Justiça pode levar mais de 10 anos para ser solucionado, na arbitragem é resolvido em no máximo 18 meses. "A demora em dar uma decisão é ruim para ambas as partes", diz Lima Júnior ao lembrar que a morosidade na solução pode representar um custo maior do que a própria arbitragem. "Na arbitragem tem que pagar os árbitros, é cara, mas não necessariamente mais cara que o Judiciário", comenta o advogado. "E com a decisão mais rápida, a empresa não precisa provisionar na sua contabilidade o valor durante os vários anos que o processo pode demorar para ser resolvido no Judiciário", lembra Ana Lúcia. A confidencialidade no processo é o segundo ponto destacado pelos advogados. O processo arbitral é sigiloso. Por fim, os advogados destacam a tecnicidade nas decisões. Os árbitros são escolhidos pelas partes e podem ser técnicos no tema discutido. "No Judiciário cai tudo na vala comum, e lá tem que ser assim mesmo porque os juízes têm muitas causas", comenta Lima Júnior. "Já na arbitragem, é possível escolher árbitros que são técnicos e isso é fundamental porque os contratos são cada vez mais sofisticados", complementa o advogado. Entre advogados Não é só nos contratos entre empresas que a arbitragem está ganhando força. Nos contratos dos escritórios com os advogados, disputas também são decididas pela arbitragem. É o que prevê o contrato assinado na última quinta-feira pelo escritório Homero Costa Advogados e uma advogada associada. "A arbitragem ajuda a evitar desgastes em caso de conflito entre a sociedade e o advogado", diz o sócio da banca, Stanley Martins Frasão. Ele lembra que recentemente a seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) estabeleceu o tribunal de mediação, conciliação e arbitragem para solução de conflitos entre sociedade de advogados, sócios ou advogados associados. "A OAB de São Paulo também tem uma câmara semelhante", comenta o advogado.

(Gilmara Santos)

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CONSUMIDOR

Defesa do Consumidor - Garantias que só existem no papel: Fabricantes deixam clientes sem assistência, mas produtos continuam à venda nas lojas

(Jornal do Brasil 31.08.2008 p. E7 Economia)

Todo cuidado é pouco na hora de comprar ou trocar um eletroeletrônico. Um negócio que poderia ser bom pode causar dor de cabeça. O consumidor deve estar alerta em relação a algumas marcas que se encontram em dificuldades financeiras. Caso da Benq Siemens, Gradiente e Philco, fabricantes que acumulam ações judiciais e reclamações em órgãos de defesa do consumidor. Embora não ofereçam assistência técnica e nem a disponibilidade de peças de substituição, as marcas continuam a estampar as prateleiras de redes de grandes lojas. As três marcas estão no topo da lista das empresas do segmento com pendências judiciais. Só no Juizado Especial do município do Rio, a Benq Siemens e a Gradiente acumulam 295 processos e a Philco, 208. Os processos são de 2007 e 2008, com reclamações sobre o não cumprimento da garantia. As centrais de atendimento dos fabricantes não respondem aos chamados dos consumidores. Os números estão desativados. Até mesmo os órgãos de defesa do consumidor, como o Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon) e a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa do Estado

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do Rio de Janeiro (Alerj) encontram dificuldades de contato com os responsáveis pelos fabricantes. Essas empresas não têm condições de manter as terceirizadas que prestam assistência técnica. Por isso, aconselhamos os consumidores a não comprarem produtos dessas marcas, ou se tiverem dúvidas quanto a outras marcas, procurem o Procon diz José Teixeira Fernandes, subsecretário adjunto de Direito do Consumidor do Procon, órgão onde constam 188 reclamações contra Benq Siemens, 60 da Gradiente e três da Philco. A Siemens é a empresa que está com dificuldades financeiras há mais tempo, dois anos e meio.

Responsabilidade

Dois artigos do Código de De- fesa do Consumidor determinam a responsabilidade do fabricante e do fornecedor em relação aos produtos. De acordo com os artigos 3 e 18 do código, ambos respondem pela qualidade dos produtos e pelos problemas que possam aparecer após a venda dentro do prazo de garantia. O fabricante não é o único responsável pelo produto. O consumidor tem o direto de reclamar. Quando ele não consegue resolver o problema junto ao fabricante e a loja pode entrar na Justiça e pedir o conserto do aparelho, a troca e até a devolução do dinheiro esclarece a deputada estadual e presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj, Cidinha Campos (PDT). A secretária Marlene Ferreira do Nascimento, 53 anos, não contava que a compra de um DVD viraria um pesadelo. Em agosto de 2007, ela comprou um DVD da Philco por R$ 149, no Hipermercado Extra. O produto quebrou com apenas um mês de uso. Até hoje ela não conseguiu consertar o aparelho. Comprei um DVD e joguei o dinheiro fora. É uma total falta de respeito com o consumidor reclama. As marcas corem o risco terem a comercialização impedida, segundo Flávio Citro, juiz do 2º Juizado Especial Cível. Estamos nos preparando para darmos entrada no Ministério Público para proibir a comercialização desses produtos alerta. O JB encontrou à venda os produtos das três marcas nas Lojas Americanas, Casa & Vídeo, Ricardo Eletro, FNAC e Hipermercados Extra. Embora as mercadorias da Benq Siemnes e Philco sejam oferecidas nas gigantes, a maioria informa que não responde a ações ações judiciais. Ricardo Eletro, Lojas Americanas e Casa & Vídeo informaram que os produtos da Philco à venda são fabricados pela Britânia e os telefones sem fio da marca Siemens não pertencem mais ao grupo Benq Siemens. O Hipermercado Extra garante que os produtos Philco são apenas mostruário e aqueles que apresentarem problemas são levados para a assistência técnica do grupo em São Paulo, ou trocados por outros de marcas similares. A FNAC não se pronunciou. O JB procurou a Benq Siemens, Gradiente e Philco, mas ninguém foi encontrado para prestar esclarecimentos sobre as denúncias.

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Consumidor - Fabricante é responsável por garantias(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-11 Direito Corporativo)

Todo cuidado é pouco na hora de comprar ou trocar um eletroeletrônico. Um negócio que poderia ser bom pode causar dor de cabeça. O consumidor deve estar alerta em relação a algumas marcas que se encontram em dificuldades financeiras. Caso da Benq Siemens, Gradiente e Philco, fabricantes que acumulam ações judiciais e reclamações em órgãos de defesa do consumidor. Embora não ofereçam assistência técnica e nem a disponibilidade de peças de substituição, as marcas continuam a estampar as prateleiras de redes de grandes lojas. As três marcas estão no topo da lista das empresas do segmento com pendências judiciais. Só no Juizado Especial do município do Rio, a Benq Siemens e a Gradiente acumulam 295 processos e a Philco, 208. Os processos são de 2007 e 2008, com reclamações sobre o não cumprimento da garantia. As centrais de atendimento dos fabricantes não respondem aos chamados dos consumidores. Os números estão desativados. Até mesmo os órgãos de defesa do consumidor, como o Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon) e a Comissão de Defesa do Consumidor da

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Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) encontram dificuldades de contato com os responsáveis pelos fabricantes. "Essas empresas não têm condições de manter as terceirizadas que prestam assistência técnica. Por isso, aconselhamos os consumidores a não comprarem produtos dessas marcas, ou se tiverem dúvidas quanto a outras marcas, procurem o Procon", diz José Teixeira Fernandes, subsecretário adjunto de direito do consumidor do Procon, órgão onde constam 188 reclamações contra Benq Siemens, 60 da Gradiente e três da Philco. O Código de Defesa do Consumidor determina a responsabilidade do fabricante e do fornecedor em relação aos produtos. Tanto a Benq Siemens, quanto a Gradiente e Philco foram procuradas, mas ninguém foi encontrado para comentar as denúncias.

(Eloisa Leandro)

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DIVERSOS

Pesquisa - Expansão e treinamento são as grandes preocupações dos CEOs: Boa parte das empresas está contratando, mas sofre para encontrar pessoal capacitado

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-11 Vida Executiva)

As maiores preocupações dos CEOs brasileiros são a expansão dos negócios (68%), o treinamento de funcionários (58%) e a redução de custos (57%). As conclusões são de uma pesquisa feita pela

TEC/Vistage, organização internacional dedicada a aumentar a eficácia dos presidentes, diretores e gerentes gerais de empresas. No total, foram ouvidos 106 executivos de companhias nacionais. "Procuramos descobrir o que o que se passa na alma e na cabeça dos nossos integrantes", diz o sócio-gerente da TEC/Vistage, Antonio Cortese, que já dirigiu o private bank do Citibank para o Brasil. Segundo ele, os principais obstáculos ao crescimento das empresas têm sido o treinamento e a retenção de pessoal qualificado, dificuldade enfrentada por outros países emergentes, como a China e a Índia. "Percebemos que há uma preocupação muito

grande [das empresas] com a produtividade", diz Cortese. Conforme a pesquisa, 67% das companhias estão contratando. Esse movimento, aliás, foi verificado com mais força entre as empresas menores (até 150 funcionários) e no setor de intermediação (comércio, serviços e finanças). Nestas áreas, 71% da organizações disseram estar contratando. Ao mesmo tempo, apenas 36% dos entrevistados admitiram que estão demitindo. Entre os pesquisados, 73% informaram que estão comprando 21% a mais neste ano do que nos anteriores. Segundo o estudo, as companhias estão investindo e repondo estoques devido à expansão econômica nacional. "Uma grande parte dos nossos associados pertence a média e pequenas empresas. Muitas estão em grande expansão. Mesmo que as outras companhias estejam crescendo, dificilmente o estão de modo tão intenso quando este grupo", assegura Cortese. Dor de cabeça constante

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Para conhecer o que aflige os seus integrantes, a TEC/Vistage elaborou uma relação de 54 preocupações comuns entre o empresariado. A lista foi desenvolvida com base em estudos conduzidos anteriormente. Para fins de análise, todos os itens foram agrupados em oito categorias. As áreas de gestão (92%), setor público (85%) e mercado (80%) apareceram como as que mais tiram o sono dos CEOs. No aspecto gestão, o fator mais apontado pelos executivos foi o treinamento de funcionários (58%), seguido da administração interna (40%). Neste contexto, os temores em relação à capacitação são conseqüência direta do crescimento dos negócios. As empresas cresceram, ganharam produtividade, mas não estão conseguindo repor as perdas de pessoal. Exatamente por isso, a necessidade de treinar e capacitar novos profissionais tem sido uma dor de cabeça constante para os gestores. "A empresa tem necessidade de um tipo de mão-de-obra que nem sempre está adequado às necessidades do mercado", diz o responsável pela pesquisa, Carlos Matheus, ex-diretor-geral do Instituto Gallup e atualmente um dos diretores da consultoria Doxometria. "Esse ponto envolve aspectos ligados à competitividade e adequação ao mercado, pois hoje a essa adequação exige uma constante reciclagem das pessoas, e esse treinamento nem sempre é feito de modo a adequar as empresas ao mercado". Na categoria setor público, os itens que mais afligem os pesquisados são inflação (40%) e tributação (39%). Já na categoria mercado, as principais preocupações são competição (43%) e crescimento da economia (36%). "Os empresários esperam uma série de coisas do setor público", comenta Matheus. "Se preocupam com a inflação, os altos imposto e a necessidade de reformas. Os empresários acham que o setor público, muitas vezes, tem um papel mais inibidor do que de incentivar os negócios", avalia.

Pequenas e preocupadas A distribuição das oito categorias de inquietações de acordo com o tamanho das empresas mostrou que, entre as de menor porte, as preocupações são maiores: gestão (99%), setor público (98%) e mercado (98%). O mesmo acontece com as empresas de intermediação, que mostram maiores percentuais de inquietação do que a média: gestão (99%), setor público (90%) e mercado (68%). Outro conclusão do estudo é que, mesmo de forma incipiente, as questões sociais já estão na lista de prioridades de um terço dos empresários. Dentro dessa categoria, o principal item é a qualidade de vida dos funcionários (29%). A preocupação com a formação revelada pelos CEOs fez com que a TEC/Vistage programasse uma palestra sobre o tema para os seus integrantes, a ser ministrada por Edward Ryan. O palestrante é presidente e fundador da consultoria norte-americana

Marketing Personnel Research (MPR), especializada na melhoria da produtividade pela seleção e pelo gerenciamento de talentos em todas as posições. Ele fará sobre o tema "Talentos: ingredientes essenciais para a sobrevivência e o sucesso", no dia 9, no Hotel Sofitel, em São Paulo. Universo brasileiro De acordo com Matheus, esta é a primeira de uma série de pesquisa que serão realizadas com os integrantes da TEC/Vistage. O estudo teve por finalidade levantar o perfil do grupo de CEOs da consultoria, que tem uma composição muito próxima do universo dos empresários brasileiros - mesmo perfil, mesma distribuição por tamanho e ramos de atividades -, além de levantar material para que o grupo se conhecesse melhor. Segundo o executivo, já há outro estudo em andamento, que deve ser concluído em outubro. A intenção agora será aprofundar os pontos mais importantes para os CEOs, como os paradigmas que as empresas têm como referências, quais expectativas têm em relação ao mercado e quais práticas estão adotando nos treinamentos, entre outras temas. "Esse primeiro questionário foi uma introdução.

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Agora queremos levantar aspectos mais específicos questões práticas. A intenção é traçar tendências do comportamento do grupo", revela. A TEC/Vistage foi fundada em 1957 e reúne mais de 14 mil profissionais em 16 países. Os executivos são distribuídos em grupos estruturados, que se reúnem para trocar experiências e debater idéias. Segundo Cortese, no Brasil, um grupo médio é formado por dez CEOs e um coordenador, geralmente um ex-executivo "Esses profissionais precisam, em algum momento, ter a experiência de conviver em um grupo de baixo conflito de interesses", afirma. No País, TEC/Vistage conta com cerca de 170 integrantes, divididos em 18 grupos. Apreensões corporativasEm junho, a consultoria de gestão Ken Blanchard divulgou mais uma edição do seu relatório anual sobre assuntos corporativos. O estudo revelou que os executivos estão apreensivos com as turbulências econômicas. A pesquisa, que obteve mais de 1,8 mil respostas, identificou que os desafios às organizações são as pressões competitivas (63%), os desafios econômicos (61%) e o crescimento (59%). Já um estudo do instituto de pesquisa Conference Board, divulgado no final de 2007, mostrou as prioridade de presidentes de companhias de diversos países. Os cinco principais desafios apontados pelos participantes foram a excelência na execução, o crescimento firme e sustentável da receita, a execução consistente da estratégia pela equipe de gestão, o aumento de lucros e a procura de gestores talentosos e qualificados. O instituto ouviu 769 CEOs de 40 países. Por fim, uma pesquisa divulgada em janeiro de 2007, conduzida pela consultoria Accenture e realizada com mais de 900 executivos em todo o mundo, revelou que muitos gestores estão preocupados com o fato de suas empresas não terem as competências necessárias à obtenção de sucesso no mercado global: 22% afirmaram que elas estão pouquíssimo preparadas para tal desafio.

(João Paulo Freitas)

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Decreto mantido: Circulação de veículos em orla do Rio fica restrita(Conjur – 01.09.2008)

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, cassou liminares dadas pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e manteve válido o decreto que restringiu dia e hora para a circulação de veículos de carga na orla marítima da cidade. O pedido de Suspensão de Segurança foi ajuizado pelo município do Rio de Janeiro.

Segundo a ação, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro editou o Decreto 29.231, de 24 de abril de 2008, proibindo a circulação de veículos de carga e a operação de carga e descarga nos períodos das 6h às 10h e das 17h às 20h, de segunda-feira à sexta feira, na orla marítima e nas vias que especifica. As restrições previstas no decreto não se aplicaram aos veículos de socorro e emergência, de transporte de valores e de transporte de mudanças residenciais, aos serviços de utilidade pública e aos veículos de transporte de combustíveis e lubrificantes que abastecem os aeroportos da cidade.

Em 6 de maio de 2008, o prefeito editou um novo Decreto, o de número 29.250, para estabelecer que vans, kombis ou caminhonetes, que venham a ser utilizadas em substituição aos veículos de carga como forma de burlar o Decreto 29.231, seriam apreendidas e levadas a depósitos.

As empresas Tele Rio Eletrodomésticos, Casa Nunes Martins S/A Importadora e Exportadora, Indústria de Produtos Alimentícios Piraquê S/A, Rio de Janeiro Refrescos, Sadia S/A, Rio Paiva Vidros e Cristais, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Município do Rio de Janeiro, o Sindicato do Comércio Atacadista de Drogas e Medicamentos do estado do Rio de Janeiro,

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a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação e a Associação de Supermercados do estado do Rio de Janeiro entraram com pedidos de Mandados de Segurança.

As empresas alegaram que os decretos municipais violaram o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade, o direito ao livre exercício da atividade econômica, o direito à liberdade de locomoção, a competência da União para legislar sobre trânsito e os princípios da legalidade e da igualdade. Os argumentos foram aceitos pela Justiça fluminense. O município do Rio de Janeiro recorreu ao STF.

Decisão“No caso, entendo que se encontra devidamente demonstrado o risco de grave lesão à ordem pública”, afirmou o ministro Gilmar Mendes, ao decidir. Ele ressaltou que as decisões questionadas, ao suspenderem os efeitos dos Decretos Municipais 29.231 e 29.250, “prejudicaram a execução das medidas adotadas pela Administração municipal, eleitas como necessárias para a melhoria da circulação de veículos nas vias municipais”.

De acordo com Gilmar Mendes, a Constituição Federal (artigo 22, inciso XI) dispõe que é competência privativa da União legislar sobre trânsito e transporte. Entretanto, informou que a competência dos municípios para disciplinar o trânsito e o tráfego no seu território, especialmente quanto às regras de circulação de veículos e suas restrições, é reconhecida pela jurisprudência do STF como decorrência do artigo 30, inciso I, da Constituição. O ministro lembrou os precedentes: Recurso Extraordinário 191.363 e Recurso Ordinário em Mandado de Segurança 9.190.

“Os estudos técnicos realizados pelos órgãos municipais indicam que o trânsito de veículos de carga e a realização de operações de carga e descarga nos horários de pico contribuem de forma decisiva para a maior lentidão do fluxo de veículos, a dificuldade de locomoção da população, a ocorrência de colisões de grandes proporções e de congestionamentos ocasionados por defeitos nos veículos”, salientou. Segundo ele, reportagens veiculadas na imprensa local demonstram a efetividade das restrições impostas pela prefeitura para a melhoria do trânsito na cidade.

De acordo com o presidente do Supremo, documento juntado pelo município informa que a adoção de medidas restritivas à circulação de veículos representa uma economia de R$ 104 milhões. O relator afirmou que este valor corresponde à “redução da emissão de gases poluentes, à diminuição do custo das operações dos veículos em função da redução do tempo de viagem e a melhor utilização do tempo dos cidadãos com a diminuição das horas gastas no trânsito”

Por fim, o ministro Gilmar Mendes, registrou que o fundamento central para a concessão das liminares foi o de que o decreto, ao prever apenas o prazo de dez dias corridos para a adaptação dos usuários às novas regras de circulação, violou os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. “No entanto, os decretos datam de abril e maio deste ano, não subsistindo mais dúvida de que já houve prazo razoável e proporcional para que as empresas atingidas elaborassem novo planejamento logístico”, finalizou.SS 3.629

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ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS

Marco Regulatório - Escritório pode substituir estatal no controle do pré-sal: Novas áreas seriam exploradas pelo regime de partilha de produção ou por joint ventures

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B4 Economia)

Ribamar Oliveira, BRASÍLIA

Uma reviravolta está ocorrendo nas discussões dentro do governo em torno do novo marco regulatório para o petróleo. A idéia inicial de criar uma nova empresa 100% estatal para administrar o pré-sal está perdendo apoio, enquanto aumenta o número dos defensores da criação de apenas um escritório de administração do estoque de reservas de petróleo da União, que poderia existir no âmbito do Ministério de Minas e Energia ou do Palácio do Planalto.

Esse escritório seria responsável pela gestão das áreas do pré-sal que ainda não foram licitadas e estão afastadas dos nove blocos onde já foram descobertos indícios de petróleo. Essas áreas novas, administradas pelo escritório, seriam exploradas pelo regime de partilha de produção ou por meio de joint ventures - empresas que seriam criadas com participação da União, da Petrobrás e de empresas privadas.

A Lei do Petróleo será alterada para, entre outras coisas, permitir o regime de partilha, além do regime de concessão existente. O governo deixaria a possibilidade do regime de concessão também para o pré-sal, embora não pretenda utilizá-lo. O argumento para que ele permaneça na lei é que, no futuro, o Estado brasileiro poderá ter necessidade de fazer caixa e, assim, licitar uma área para arrecadar o bônus de assinatura.

Esse novo modelo prevê que as concessões já feitas na área do pré-sal (nove no total) serão respeitadas, ou seja, não haverá quebra de contrato ou desapropriações dos blocos da Petrobrás ou das empresas privadas que ganharam as licitações. Mas não haverá mais concessões nessa região. Todas as áreas circunvizinhas aos blocos onde se descobriu petróleo, ainda não licitadas e pertencentes à União, serão utilizadas para capitalizar a Petrobrás.

Como o governo acredita que todos os blocos já licitados, onde se encontrou petróleo, estão localizados em um único e imenso campo de petróleo ou, no máximo, em dois ou três campos gigantes, haverá um processo de unitização, previsto pelo artigo 27 da Lei do Petróleo. Ou seja, todos os concessionários terão de sentar à mesa para decidir quanto caberá a cada um e fazer uma exploração em parceria. Nesse caso, as áreas ainda não licitadas próximas aos nove blocos, e pertencentes à União, terão grande valor comercial.

O governo chegou à conclusão de que, se fosse licitar os blocos do pré-sal próximos aos blocos onde já foram descobertos indícios de petróleo, o bônus de assinatura seria tão elevado que a Petrobrás não conseguiria concorrer com as grandes multinacionais.

Além disso, o governo admite que precisa capitalizar a Petrobrás para que ela tenha condições de investir na exploração de Tupi, Júpiter, Parati, Carioca, Bem-Te-Vi, Iara, Guará e Caramba - as concessões na área do pré-sal que contam com a participação da empresa. O governo quer também que a empresa faça investimentos pesados na área de refino e do gás.

Com o processo de capitalização, o governo quer elevar a participação da União na Petrobrás, que hoje é de 32,2% do capital total e de 55,7% do capital votante. O pressuposto dos defensores dessa proposta é que boa parte dos acionistas minoritários não irá subscrever o aumento de capital, dado o elevado montante a ser realizado.

A idéia de criar apenas um escritório para administrar as reservas de petróleo da União surgiu no PT e é defendida pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, para quem ainda não está demonstrada a necessidade de uma nova empresa 100% estatal. Ela recebeu o apoio do senador Aloizio

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Mercadante (PT-SP) e também tem a simpatia do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, que também é filiado ao PT.

Nas discussões do governo, Mercadante defende a tese de que a Petrobrás deve ganhar o status de “empresa prioritária” na exploração das áreas do pré-sal, que serão submetidas ao regime de partilha ou de joint ventures. “Se o governo não fizer uma aliança com a Petrobrás, ele não terá condições políticas para enfrentar os desafios da mudança da lei do petróleo”, pondera o senador petista.

O novo modelo que está sendo defendido por setores importantes do governo aproxima-se mais ainda daquele adotado na Noruega. Lá, a Petoro, empresa 100% estatal responsável por administrar as reservas do Estado norueguês, teve início em um escritório da estatal Statoil, antes de abrir o capital à iniciativa privada.

A proposta em estudo prevê ainda um aumento substancial da participação especial em áreas já licitadas. Atualmente, a empresa petrolífera pode pagar até 40% do valor da produção a título de participação especial. A idéia é elevar o porcentual, de tal forma que a União possa ser compensada pelo fato de que as áreas onde já se descobriu petróleo tiveram valores muito baixos como bônus de assinatura. Segundo técnicos do governo, a União ganhou apenas R$ 345 milhões em bônus por toda a área do pré-sal já concedida.

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Áreas da União vão para estatal: Fontes do setor dizem que proposta ganhou força

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B4 Economia)

Kelly Lima e Nicola Pamplona, RIO

A Petrobrás tem o apoio de seus sócios no pré-sal em sua proposta de assumir a parcela das reservas que vaza para áreas ainda sem concessão. A idéia foi levada ao governo no início da semana e, segundo fontes próximas aos parceiros da estatal, pode contribuir para agilizar o desenvolvimento das reservas gigantes da Bacia de Santos. A proposta, porém, trata apenas das áreas no entorno de Tupi, Carioca e outros reservatórios já conhecidos na região.

Há fortes indícios de que as reservas de alguns blocos do pólo de Tupi se estendam para além dos limites licitados e atinjam as áreas ainda não concedidas, ou seja, de propriedade da União. Nesse caso, os concessionários teriam de iniciar um processo de unitização - espécie de unificação de dois ou mais blocos que possuam um reservatório contíguo.

Sócio da Petrobrás em descobertas no pré-sal, como Tupi, o presidente da filial brasileira da petroleira britânica BG, Luiz Costamilan, disse que é partidário de soluções que não atrasem os projetos. “A principal preocupação é que a unitização, se houver, não atrase o desenvolvimento dos blocos.” Há, no mercado, o temor de que a falta de interlocutores para negociar em nome da União prejudique o desenvolvimento de Tupi.

A proposta foi defendida enfaticamente pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), em seminário sobre os desafios do pré-sal promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Não há nenhuma alternativa para o pré-sal que não passe pelo fortalecimento da Petrobrás”, disse o senador, única voz dissonante em um evento que se transformou em ato de defesa do modelo regulatório atual.

A idéia em estudo prevê a troca das reservas em poder da União por ações da Petrobrás, que seriam emitidas com esse fim. A estatal, por outro lado, teria de emitir novos papéis para minoritários, mantendo a composição acionária atual, na qual o governo tem 32% do capital total da companhia.

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Não há no mercado consenso sobre a legalidade da proposta de transferência das reservas para a estatal. Fontes próximas ao governo avaliam que não há necessidade de mudança na legislação para que a União transfira à Petrobrás suas reservas. Segundo a Lei do Petróleo, no caso de haver unitização com áreas em poder da União, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) pode atuar como um dos concessionários.

Ivan Simões, membro do Comitê de Exploração e Produção do IBP, discorda: “A unitização está prevista na legislação, mas, para que ocorra, é preciso quantificar a reserva. E, para isso, é preciso fazer perfurações nas áreas não leiloadas. Mas a atual lei não prevê qualquer operação num bloco que ainda não esteja sob concessão.”

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Marco Regulatório - Debate do pré-sal pode atrasar investimentos em outras jazidas: Técnicos alertam para o potencial acima da camada de sal, que duplicaria as reservas de petróleo do

País (Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B5 Economia)

Nicola Pamplona, RIO

Enquanto o futuro do pré-sal é discutido nos gabinetes de Brasília, as sondas de perfuração de petróleo continuam operando a plena carga em campos distantes das áreas de Tupi, Carioca e adjacências. Mas os investidores mantêm um olho no alvo certo do pós-sal e outro no incerto universo que cerca as descobertas. Especialistas alertam que as incertezas podem prejudicar a busca de reservas acima da camada de sal, onde os custos e prazos de exploração são menores, colocando em risco a auto-suficiência nacional.

O potencial de reservas no pós-sal, onde está quase todo o petróleo produzido atualmente no País, é menor do que o da descoberta na Bacia de Santos - dizem técnicos do setor -, mas não deve ser desprezado. As estimativas variam, mas é consenso que as jazidas ainda a descobrir no pós-sal podem, pelo menos, duplicar as reservas brasileiras, hoje em 14 bilhões de barris de óleo equivalente.

Segundo algumas projeções, o Brasil ainda tem entre seis e oito campos com mais de 1 bilhão de barris a serem descobertos em camadas do subsolo acima do sal. A última reserva desse porte confirmada no Brasil está na província petrolífera batizada de Parque das Baleias, no norte da Bacia de Campos, com cerca de 1,2 bilhão de barris. O volume, pequeno na comparação com os 8 bilhões estimados para Tupi, equivale ao do campo de Thunder Horse, onde está a maior plataforma de produção da porção americana do Golfo do México.

“Se o País descuidar de tudo aquilo de antes do pré-sal, corre risco mais relevante do que a gente imagina de perder a auto-suficiência”, disse esta semana o especialista em petróleo do Banco UBS, Gustavo Gatass. Segundo ele, o campo de Tupi só atingirá seu pico de produção a partir de 2017. Até lá, o Brasil terá de repor a produção perdida anualmente em campos mais antigos com descobertas acima da camada de sal.

Em apresentações recentes, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, estimava que as concessões atuais garantem a auto-suficiência até meados da próxima década. Com isso, ele esperava convencer o governo a aprovar a 10ª Rodada de Licitações, mas a decisão ficou para setembro. No ano em que completa uma década de leilões, o País corre o risco de não realizá-los.

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Segundo o diretor do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) Ivan Simões, o prazo para a realização de uma rodada em 2008 é exíguo. “Prazo regulamentar há, porque são necessários apenas 45 dias após a publicação do edital. O problema é o tempo necessário para avaliar as áreas oferecidas. A análise dos dados, a negociação de parcerias, tudo isso leva uns seis meses.” O IBP defende a realização de leilão, mesmo sem áreas do pré-sal.

A avaliação do mercado é que as discussões sobre o novo modelo vêm afetando empresas que sequer teriam condições de buscar reservas abaixo da camada de sal. Há hoje no Brasil 76 companhias petrolíferas em operação, a maioria voltada apenas para pequenos campos em terra. Desde a abertura do setor, em 1997, o País atrai ainda todo tipo de fornecedores de bens e serviços para a indústria petrolífera, que também podem ser prejudicados.

“O período exploratório em terra é de três anos. Um ano sem rodadas tem um impacto negativo enorme nas encomendas para o já reduzido parque fornecedor, podendo causar até a desmobilização das sondas terrestres e equipes sísmicas, além de não permitir que o setor cresça para um tamanho que garanta a sustentabilidade das operações”, diz o secretário executivo da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (Abpip), Paulo Buarque Guimarães.

Ofuscadas pelo debate sobre o pré-sal, o pós-sal ainda deve respaldar a alta da produção nos próximos anos. Atualmente, a Petrobrás desenvolve grandes campos nessas condições, como Parque das Baleias e Roncador, na Bacia de Campos, que produzem hoje cerca de 300 mil barris por dia. Com mais duas plataformas, vai se tornar o maior produtor de petróleo do País até Tupi atingir seu pico.

A atividade exploratória também continua em alta, embora o ritmo de descobertas marítimas esteja reduzido - apenas um campo foi confirmado este ano, na Bahia. Segundo o portal Rigzone, a costa brasileira tem hoje 34 sondas de perfuração em atividade, sete a mais do que um ano atrás. Desse total, apenas duas estão na região do pré-sal na Bacia de Santos.

“Você tem um banquete no domingo, mas hoje é segunda-feira. Então você vai precisar comer, nem que seja um pouco, todos os dias até lá”, diz o presidente da Associação Brasileira das Perfuradoras de Petróleo (Abrapet), José Eduardo Jardim, em analogia ao momento pelo qual passa o setor: sabe-se que o pré-sal é grande, mas até que comece a produzir é necessário continuar apostando em reservas acima do sal.

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Petróleo - Brasil tem pouco espaço para ampliar tributação de petróleo: Frente aos 78% cobrados na Noruega, País já pratica alíquota média de 60% sobre lucros

(Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B8 Economia)

Sérgio Gobetti, BRASÍLIA

O espaço que o governo brasileiro tem para ampliar a tributação do setor de petróleo e se aproximar dos parâmetros noruegueses não é tão amplo quanto o Palácio do Planalto sonhava. Estimativas preliminares feitas pela equipe econômica indicam que, comparando com os 78% cobrados pelo governo da Noruega sobre o lucro das empresas, o Brasil já pratica uma alíquota média de 60%, incluindo royalties, participações especiais, Imposto de Renda e contribuição social.

Atualmente, a arrecadação do setor de petróleo rende aos cofres federais cerca de R$ 40 bilhões ao ano, sem contar os dividendos recebidos da Petrobrás. Na Noruega, a receita rende ao governo 200

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bilhões de coroas, o equivalente a cerca de R$ 60 bilhões anuais. O grande diferencial do governo norueguês são os lucros recebidos pela sua fatia direta nos poços de petróleo, que somam mais R$ 37 bilhões por ano.

É essa participação direta nos lucros que o governo Lula quer importar da Noruega para o Brasil, criando uma estatal para administrá-la. Atualmente, o governo norueguês é sócio das empresas de petróleo em praticamente todos os campos do Mar do Norte. Sua fatia nas parcerias varia de 5% a 58%, como em Heidrun Unit. A média é de 27,5%.

CONCEITO FUNDAMENTAL

O direito do governo da Noruega sobre os campos de petróleo precede a criação de uma estatal especial para administrá-lo, a Petoro, em 2001. Inicialmente, o direito era exercido pela Statoil, a estatal norueguesa equivalente à Petrobrás. Em 1985, o governo norueguês criou um fundo independente da Statoil, mas administrado por ela, para receber o dinheiro referente aos “interesses financeiros diretos do Estado”. Nascia o SFDI (States's Direct Financial Interest).

É precisamente esse fundo que a equipe de Lula planeja criar no Brasil. Se ele será administrado por uma estatal ou por um escritório subordinado ao Ministério da Fazenda é um detalhe que está sendo adequado agora à reação da opinião pública brasileira e aos balões de ensaio que estão sendo testados no Palácio do Planalto. Na Noruega, a decisão de criar uma estatal foi tomada em 2001 porque a Statoil teve seu capital aberto ao setor privado. “O fundamental é o conceito: a União precisa exercer seu direito sobre essa fonte de riqueza de modo direto”, disse ao Estado uma importante fonte da equipe econômica.

O imbróglio na discussão existe porque, ao contrário da Noruega, em que a parceria sob controle estatal existe desde os primórdios da exploração de petróleo, no Brasil, ele seria introduzido agora, quando parte considerável dos campos de pré-sal já foi concedida à Petrobrás e às multinacionais.

O governo não cogita revogar essas licenças, mas planeja ampliar a cobrança de impostos. Uma simples mudança em um decreto permitiria ampliar as alíquotas da chamada participação especial do petróleo, um tipo de royalty cobrado sobre a receita líquida dos campos mais rentáveis. Atualmente, apenas 14 dos 73 campos localizados em mar pagam esse tributo, com uma alíquota média de 18%.

Na Noruega, não existem royalties, mas uma taxa especial de 50% sobre o lucro das empresas cobrada junto do imposto de renda, que subtrai outros 28%. Apesar do elevado nível de tributação, entretanto, o governo norueguês concede um desconto grande para as empresas que mais investem, que pode chegar a 130% do valor investido em quatro a seis anos.

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Tecnologia - Europeus buscam energia nas rochas: Franceses e alemães extraem energia de reservas de água aquecida por rochas a 5 mil metros de profundidade

(Estado de São Paulo 01.09.2008 p. B6 Economia)

Andrei Netto, PARIS

Pesquisadores franceses e alemães estão extraindo de forma experimental, nas florestas de Kutzenhausen, na Alsácia, uma nova fonte de energia limpa e renovável capaz de gerar eletricidade. A energia geotérmica de rochas profundas consiste na extração de calor de reservas de água,

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aquecidas a 200°C no subsolo - a 5 mil metros de profundidade -, para movimentar turbinas que produzirão energia elétrica.

O método é semelhante ao usado pela geotérmica vulcânica, mas mais abrangente, já que possibilitaria a geração de energia elétrica abundante, em tese, em qualquer lugar do planeta. A primeira central está instalada na região de Soultz-sous-Forêt, a 50 quilômetros de Estrasburgo, na fronteira entre a França e a Alemanha, e produz desde junho 1,5 megawatt de energia, um quarto de sua capacidade instalada.

Os 80 milhões investidos na fase experimental são financiados pela União Européia e pelos governos dos dois países. A estratégia da UE, com apoio da Agência Internacional de Energia, ganhou importância após o acordo de Kyoto, em 1997, com a meta de 20% de energia de fontes renováveis até 2020. A pesquisa de campo fica a cargo de engenheiros e geólogos da gigante de energia EDF e do Escritório de Pesquisas Geológicas e Mineiras (BRGM), ambos franceses, além de outros 13 laboratórios de pesquisa da Europa.

O trabalho dos engenheiros é criar gêiseres - fonte termal que lança ao ar, em erupções regulares, jatos de água em alta temperatura - artificiais, por meio de injeções de água em falhas geológicas de rochas aquecidas. Na Alsácia, essas perfurações - três no total, duas para injeção (cada uma com capacidade para 50 litros de água por segundo) e uma para erupção (com capacidade de 100 litros por segundo) - chegam a 5 mil metros de profundidade. Com isso, a água aquecida chega à superfície a 163°C, suficiente para alimentar as duas turbinas, cada uma com 25 megawatts.

FONTE LIMPA E RENOVÁVEL

O método garante produção de eletricidade de uma fonte limpa e renovável, já que as camadas rochosas do subsolo são reaquecidas pelos fluxos térmicos da Terra. E as perspectivas são estimulantes, por duas razões: a tecnologia permite, ao mesmo tempo, escavar em profundidades cada vez maiores - cálculos indicam que a 40 quilômetros de profundidade será possível aquecer água a 1.000°C - e, com turbinas mais eficientes, extrair mais energia de baixas temperaturas. Há 18 anos, quando as primeiras pesquisas foram realizadas, era preciso aquecer água a 200°C para gerar energia, enquanto hoje o nível mínimo é de 130°C.

“Com a procura de investidores, verificada desde a inauguração da central, imagino que o sucesso comercial da energia geotérmica de rochas profundas já possa ser alcançado em 20 anos”, disse ao Estado o geólogo Albert Gender, coordenador científico do projeto. “Em curto e médio prazos, não teremos geração nos preços da energia nuclear, por exemplo. Mas em longo prazo será possível.”

Desde que foi acionada, a central alsaciana vem recebendo técnicos de vários países, dos EUA à Austrália. O problema é o custo. Na França, um quilowatt produzido em usinas nucleares é comprado pelo Estado por 0,08, enquanto em Soultz o quilowatt - a preços subsidiados - ainda custa 0,124. Hoje, seu preço real será 0,21, em razão da escala de produção, ainda pequena.

Brasil também estuda tecnologia

A prospecção de energia geotérmica em Soultz-sous-Forêt, na França, traz para os supersticiosos a expectativa do sucesso. Historiadores europeus apontam as florestas de Kutzenhausen, na Alsácia, como a mesma região em que teria acontecido, em 1813, a descoberta do petróleo em poços subterrâneos.

O suposto pioneirismo da Alsácia está registrado no Museu do Petróleo de Merckwiller. A versão contraria a narrativa clássica, de que a primeira extração moderna do “ouro negro”, como o óleo era chamado, teria sido realizada por Edwin Laurentine Drake, em 1859, nos Estados Unidos.

No Brasil já estão sendo feitas algumas experiências com energia geotérmica. A Petrobrás, por exemplo, tem usando o calor de poços de petróleo que estão secos para aquecer cerca de 500 mil metros cúbicos/dia de gás natural, no Rio Grande do Norte. Esse combustível é usado em outros

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poços produtores da empresa. O uso da nova tecnologia teria evitado a construção de gasoduto de quase US$ 50 milhões.

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Energia - O petróleo não é de nenhum Estado, diz Lula: Os recursos das jazidas não irão para Estados, mas para educação e redução da pobreza, segundo o presidente

(Estado de São Paulo 01.09.2008 p. B7 Economia)

Clarissa Oliveira

Em meio ao debate que se formou nos últimos meses sobre o pagamento de royalties do petróleo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que as jazidas descobertas pela Petrobrás na camada pré-sal não pertencem a nenhum Estado da Federação. “Este petróleo não é de nenhum Estado. Este petróleo está a 300 quilômetros de distância da costa. A 300 quilômetros. E a 2 mil metros de profundidade”, declarou o presidente.

Em vez de alimentar cofres estaduais, como pretendem os governadores, Lula quer que a receita proveniente da exploração das novas jazidas seja destinada a um fundo governamental. Os recursos, de acordo com o presidente, teriam como destino investimentos na erradicação da pobreza e na educação.

“Nós queremos, com esse petróleo, criar um fundo com dois compromissos. Pode ter outros, mas de dois eu não abro mão. Acabar com a pobreza neste país, ou seja, ajudar o povo mais pobre e transformá-los em cidadãos. E, ao mesmo tempo, pagar a dívida que nós temos com a educação”, completou.

A discussão sobre a distribuição dos royalties de petróleo ganhou força desde que a Petrobrás descobriu as novas jazidas no pré-sal. No Congresso Nacional, por exemplo, cresceu a articulação por uma mudança na legislação que trata do assunto, com base no argumento de que a exploração das novas reservas tende a gerar uma concentração grande demais das riquezas em determinadas regiões.

As afirmações de Lula foram feitas ontem em Santo André, durante o último de quatro comícios dos quais o presidente participou no fim de semana em São Paulo e no ABC paulista. Desviando completamente seu discurso da temática eleitoral, Lula disse que o País vive hoje uma situação “mágica”.

“Eu acho que Deus veio morar no Brasil. Ele toma conta do mundo todo, mas acho que ele resolveu fincar o pé aqui”, disse o presidente, que aproveitou para brincar com a descoberta das jazidas. “A preocupação que eu tenho é que a gente tem que cavar tão fundo, tão fundo, que daqui a pouco a Petrobrás vai tirar um japonesinho lá do fundo.”

Prosseguindo com a brincadeira, Lula disse que até advertiu o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, para que oriente seus parentes no Japão a ficarem “bem longe da broca da Petrobrás”.

Em meio ao discurso descontraído, Lula avisou que vai amanhã ao Espírito Santo para anunciar o início da exploração de 10 mil barris de petróleo tirados da camada pré-sal. Ele voltou a dizer que o País vai aproveitar a oportunidade para se tornar um exportador de derivados de petróleo e não um mero vendedor de óleo cru no exterior.

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INFLAÇÃO

O presidente reservou parte de sua fala ao tema da inflação. Voltando a afirmar que o País vive um dos melhores momentos das últimas décadas, Lula ponderou que um dos desafios do governo é manter a inflação sob controle. “A inflação é a pior desgraça que pode acontecer na vida do trabalhador”, disse.

Ele voltou a atribuir a alta dos preços de commodities às pressões provocadas pela demanda em países como Índia e China. “Dizem que é porque os indianos estão comendo muito, porque os chineses estão comendo muito. E é verdade”, afirmou, repetindo que o atual cenário abre uma “oportunidade” para o Brasil. Segundo ele, “nenhum País” no mundo está melhor posicionado para ampliar a produção de alimentos.

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Brasil quer parte do mercado nuclear da Índia: País pode exportar urânio enriquecido para as usinas nucleares que a Índia pretende construir até 2020

(Estado de São Paulo 01.09.2008 p. B7 Economia)

Denise Chrispim Marin, BRASÍLIA

O Grupo de Supridores Nucleares (NSG, na sigla em inglês) deverá aprovar no dia 5, em Viena, uma exceção para que seus 45 membros possam firmar acordos na área nuclear com a Índia. A medida vai desencadear uma super concorrência entre três potências nucleares - Estados Unidos, Rússia e França - pela construção e fornecimento de combustível para as usinas nucleares que a Índia planeja construir até 2020.

Conjuntamente, esses reatores seriam capazes de gerar 20 mil megawatts de energia elétrica - quase duas Itaipu - e atender a cerca de 25% da demanda por eletricidade.

O valor total do negócio é estimado em US$ 100 bilhões. Mas a tendência é que, nessa disputa, os Estados Unidos corram na lanterna.

Com um acordo de cooperação praticamente finalizado com a Índia, o governo brasileiro igualmente espera a decisão do NSG para iniciar sua parceria com a Índia na área nuclear e dar uma mordida nesse mercado.

O acordo Brasil-Índia envolverá o projeto de construção de uma usina nuclear conjunta, que permitirá também a exportação de urânio enriquecido para os indianos, além do desenvolvimento da tecnologia nuclear aplicada à medicina, à agricultura e à indústria.

Especialistas brasileiros que acompanham o tema afirmam que o mercado indiano será estratégico para os países que atuam no desenvolvimento de reatores de potência - negócio que não envolve somente a construção e a instalação de maquinário, mas também o fornecimento corrente de combustível nuclear.

No caso da Índia, essa questão é especialmente sensível. O país dispõe de grandes reservas de tório, mas não de urânio. O Brasil, que ambiciona tornar-se competitivo na exportação de urânio enriquecido, avalia que essa é uma oportunidade para entrar no mercado.

SALVAGUARDAS

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A negociação dessa brecha nas regras da NSG tomou impulso com a aprovação pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), no dia 1º de agosto, de um acordo de salvaguardas com a Índia. Esse acordo significou a reintrodução da Índia no circuito internacional dos negócios relacionados à tecnologia nuclear com fins pacíficos, a despeito de o país não ser membro do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP). Como contrapartida à autorização para a inspeção das Nações Unidas em suas plantas nucleares, o acordo de salvaguardas permitirá a venda de material e de tecnologia nuclear à Índia, que possui reservas limitadas de urânio e depende da importação de combustível nuclear. Especialmente, para as suas futuras usinas.

Na disputa por esse novo mercado, os EUA saem em desvantagem por causa da agenda imposta pelas eleições presidenciais ao Congresso americano. Embora seu acordo nuclear com a Índia esteja pronto e assinado, a administração de George W. Bush disporá apenas do período de 8 a 26 de setembro para analisar e aprovar o acerto. O prazo é menor que os 30 dias de tramitação exigidos pelo regulamento do Capitólio.

A missão de aprovar o acordo no Congresso recairá, inevitavelmente, no colo do vencedor das eleições de novembro. Até fevereiro de 2009, quando se dará a posse do sucessor de Bush na Casa Branca, os governos da França e da Rússia terão cinco meses de vantagem para selar novos compromissos com Nova Délhi.

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Custo do pré-sal pode passar de US$ 1 tri: Estimativa mais pessimista do UBS para gasto com extração de petróleo na bacia de Santos equivale ao valor do PIB de 2007

(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B3 Dinheiro)

"Essa história de que não há risco no pré-sal não existe", afirma Murilo Marroquim, do Instituto Brasileiro de Petróleo

ROBERTO MACHADOJANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

O custo total de exploração e produção de petróleo da área do pré-sal, só na bacia de Santos, pode chegar a US$ 1,2 trilhão, segundo estimativa apresentada ontem, em seminário no Rio, pelo analista do banco UBS Pactual Gustavo Gattass.No cenário mais "otimista", o custo será de US$ 635 bilhões -conforme estimativa que o UBS Pactual havia divulgado há alguns meses. Para efeito de comparação: todo o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro somou US$ 1,3 trilhão em 2007.A diferença entre os dois cenários se deve a uma série de fatores: o volume de óleo extraído de cada poço, o tempo gasto na perfuração e o custo do aluguel de equipamentos -como sondas de perfuração.No cenário mais pessimista, a produção dos poços será menor e o custo pode dobrar, segundo Gattass: "Com 20 mil barris diários de produção por poço, o custo total pode ficar em US$ 12,5 por barril. Se ficar em 10 mil barris diários, aí sobe para US$ 25".O analista observa que, nas duas hipóteses, trata-se só de projeção -e hoje ainda é impossível determinar com alguma previsibilidade quanto custará extrair o petróleo que está abaixo da camada de sal: "Do ponto de vista prático, ainda não foi testado".O confronto entre as duas estimativas do UBS Pactual joga luz sobre questões ainda sem respostas na discussão sobre o pré-sal: não há informações disponíveis sobre o tamanho das reservas, a produtividade dos campos e a infra-estrutura operacional necessária para extrair o petróleo.

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Mas tudo isso terá impacto sobre a equação que norteia os investimentos em qualquer país ou setor: os custos da operação confrontados com o retorno financeiro estimado. No limite, num cenário de preço do barril em baixa e alto custo de extração, o pré-sal pode vir a se tornar pouco atrativo.O governo e a Petrobras trabalham com a hipótese de baixo risco exploratório -o que foi questionado por representantes do setor privado, em seminário realizado pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo) e pela Fundação Getulio Vargas.Segundo representantes da indústria, ainda não é possível determinar os riscos geológicos e comerciais na exploração do pré-sal -nem os custos de extrair petróleo em condições inéditas no mundo, a 300 quilômetros da costa e a 7.000 metros de profundidade.

O coordenador do comitê de exploração e produção do IBP, Murilo Marroquim, disse que há risco de os custos do pré-sal serem muito maiores que os esperados. "Há também o risco de os reservatórios não corresponderem em termos de produtividade. Essa história de que não há risco no pré-sal não existe", disse Marroquim, observando que a Petrobras furou mais de 150 poços no pré-sal da bacia de Campos sem encontrar reservas de petróleo com viabilidade comercial.Segundo o documento do UBS Pactual, só na primeira etapa da exploração a Petrobras terá que desembolsar US$ 20 bilhões na bacia de Santos -e as sócias privadas entrariam com outros US$ 16 bilhões: "E esses US$ 36 bilhões são apenas o que é preciso para começar a recuperar investimento. Até aí você só colocou dinheiro, não está tirando nenhum", disse Gattass.

ImpostosO estudo do UBS mostra ainda que a carga de impostos em Tupi será recorde para a indústria de petróleo do país -podendo ultrapassar 63% do lucro obtido com a exploração e a comercialização do óleo.Como a carga tributária leva em conta a produtividade e a rentabilidade dos campos e poços, num cenário em que o petróleo está cotado a US$ 121 no mercado internacional, os impostos levariam 63,3% do lucro obtido no campo de Tupi.Já num cenário de redução drástica do preço do barril -para uma faixa de US$ 60-, os impostos subiriam a 65%, ultrapassando a média da Noruega (64%), apontada como uma das mais altas cargas tributárias ao redor do mundo.O economista Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central, afirmou que os investimentos necessários para viabilizar a exploração do petróleo na camada pré-sal podem fazer o Brasil chegar a um ritmo de crescimento de 6% ao ano."Isso vai representar um salto em direção ao crescimento sustentável", disse Langoni, ressaltando que a estimativa inclui os investimentos que serão feitos em toda a cadeia industrial e de serviços que atende ao setor do petróleo.Na avaliação do ex-presidente do BC, a taxa de investimento da economia -essencial para garantir um crescimento sustentável- subirá dos atuais 16% para cerca de 25%. Langoni descartou também os efeitos da chamada "doença holandesa", quando a dependência de uma única commodity provoca desindustrialização.

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Petrobras quer mudar regime de exploração, afirma Mercadante(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B3 Dinheiro)

DA SUCURSAL DO RIODA FOLHA ONLINE, NO RIO

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O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse ontem que é "evidente" que a Petrobras não quer a continuidade do regime de concessão para exploração do pré-sal. Para ele, diante do programa de investimentos que a empresa tem para os próximos anos, da ordem de US$ 112,4 bilhões, e mais os recursos necessários para explorar petróleo na camada do pré-sal, ela ficaria "fragilizada" se tivesse de disputar as novas áreas."Temos a obrigação de dar musculatura financeira para a empresa enfrentar o desafio do plano de investimentos e do pré-sal", disse. Uma das opções na visão de Mercadante é precificar a área contígua ao que foi concedido e fazer um aporte de ativos em ações da Petrobras. "Não há alternativa para o pré-sal que não passe pelo fortalecimento da Petrobras." Sobre os eventuais impactos para os acionistas minoritários, ele afirmou que não seria interessante para eles terem participação em uma empresa fraca.Mercadante foi o único entre os políticos que participaram do seminário Os Desafios do Pré-Sal a defender uma mudança no regime de exploração. Segundo Francisco Dornelles (PP-RJ), o sistema adotado no Brasil tem mais transparência do que o da Noruega. "Não vejo necessidade de mudança na legislação, no regime de concessão ou de criação de uma nova estatal", disse. Para Dornelles, as discussões no Congresso podem contribuir para paralisar os investimentos e atrasar a exploração dos campos.Dornelles e Delcídio Amaral (PT-MS) afirmaram que o país está adotando um viés errado na discussão sobre o pré-sal ao se preocupar mais com o destino das receitas do que com as condições necessárias para explorar o petróleo. "A discussão deve começar com a política de investimento e depois vem o destino da receita."Amaral resumiu o clima em relação ao pré-sal, com pedidos de várias áreas do governo para se apropriar de parte dos recursos, dizendo que "virou uma "Porta da Esperança'", em referência ao programa do SBT.Mercadante defendeu a criação de uma nova estatal do petróleo, mas disse que ela não competiria com a Petrobras. Os demais participantes do evento foram contrários à proposta. Mercadante evitou comentar diretamente o projeto da senadora Ideli Salvati (PT-SC) que resultaria em mudança na distribuição de royalties e participações especiais, mas afirmou que é preciso discutir as mudanças sem prejudicar Estados ou municípios. "A minha proposta é manter a distribuição como é hoje, sem nenhum prejuízo, mas temos de evitar a hiperconcentração de recursos."Para Amaral, a tramitação do projeto de Salvati será difícil e deverá prejudicar a discussão principal. O secretário de Desenvolvimento do Rio, Júlio Bueno, afirmou que os contratos devem ser preservados e que 50% das receitas do petróleo são apropriadas pelo governo federal.

(RM, JL E CIRILO JÚNIOR)

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Pré-sal pode expandir a indústria naval: Sindicato do setor prevê 338 empreendimentos nos próximos oito anos, incluindo petroleiros, navios-sonda e plataformas

(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B11 Dinheiro)

Com descoberta de campos, número de encomendas pode dobrar e até triplicar; BNDES elabora política industrial para o petróleo

JANAINA LAGEDA SUCURSAL DO RIO

A vinda de empresas da cadeia de fornecedores para a indústria naval é o principal plano do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o setor. Impulsionada pelas encomendas da Transpetro e da Petrobras, a indústria tenta recuperar o vigor do passado, quando

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chegou a ser a segunda no ranking mundial, mas se ressente da falta de estrutura na fabricação de peças. A expectativa é de mercado ainda mais aquecido com as descobertas de petróleo na camada pré-sal.Nos cálculos do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), estão previstos 338 empreendimentos nos próximos oito anos, o que inclui, entre outros, 49 navios petroleiros encomendados pela Transpetro no Promef 1 e 2 (Programa de Modernização e Expansão da Frota), 146 navios de apoio marítimo a plataformas de produção de petróleo, 6 plataformas de produção de petróleo e 28 navios-sonda de perfuração. O país tem hoje 26 estaleiros de grande e médio porte com capacidade de processamento de aço de 630 mil toneladas por ano.Segundo Franco Papini, vice-presidente do Sinaval, o setor voltou hoje ao patamar de 40 mil empregos, o mesmo da década de 70, e deve chegar a 70 mil dentro de quatro a cinco anos. "O número de encomendas pode dobrar ou triplicar com o pré-sal. Ainda é impossível mensurar o impacto exato que ele terá para o setor", disse em entrevista após evento da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.O presidente do BNDES afirmou nesta semana que o banco está elaborando uma política industrial do petróleo, voltada para suprir a necessidade de equipamentos para exploração da região.

Mais encomendasO banco está em uma fase embrionária na discussão sobre a vinda de fornecedores da indústria naval para o Brasil e mantém conversas com empreendedores. De 1996 a 2007, as encomendas de navios no mundo cresceram ao ritmo de 36% ao ano, o que reforça a necessidade de criação de plantas no Brasil para atender a demanda crescente do setor."Há uma demanda estrutural forte nos próximos anos que representa oportunidade para o país. É uma área que gera muitos empregos e tem efeito de encadeamento grande para outras indústrias. Não temos toda a cadeia desenvolvida no Brasil e isso faz com que seja necessário atrair empresas internacionais", afirma Júlio Ramundo, superintendente da área de indústria do banco.A carteira do banco entre operações contratadas, em análise, consulta e em perspectiva soma financiamentos de R$ 20,4 bilhões e investimentos totais de R$ 27,8 bilhões.

Padrão internacionalO BNDES mapeou três estágios em que pode atuar na revitalização da cadeia de fornecedores. A idéia é priorizar equipamentos relevantes ou estratégicos para o setor. Nessa atividade, os produtos precisam atender padrão internacional para evitar atrasos e aumento de custos em casos de necessidade de reparos.Segundo o banco, num primeiro estágio estão os produtos mais simples, que já foram produzidos aqui, como cabos elétricos, bombas e mobiliário para o setor. Num segundo nível, equipamentos mais complexos, como motor principal; em uma terceira etapa, equipamentos de ponta, produzidos em número restrito de países. A primeira etapa levaria de 12 a 24 meses para implantação. A terceira pode levar anos.Ramundo cita como exemplo o estaleiro Atlântico Sul, que atraiu como sócia a sul-coreana Samsung Heavy Industries, o que facilita a troca de tecnologia.A indústria naval conta com um limite de participação elevado dos financiamentos do banco no total de investimentos e com prazo longo de pagamento. A abertura de novas fábricas resolveria também a exigência de conteúdo nacional.Segundo Antonio Carlos Tovar, gerente do departamento de logística, com a implantação de novas fábricas e a reativação de indústrias seria possível ultrapassar os 75% de conteúdo nacional na produção de petroleiros, graneleiros e porta-contêineres.O banco é um dos repassadores dos recursos do Fundo de Marinha Mercante, usados na construção de navios. Os outros agentes são o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste. Há possibilidade de que a Caixa Econômica Federal também passe a distribuir os recursos. Até o dia 21 deste mês, o BNDES tinha operações contratadas neste ano, com recursos do fundo, de R$ 657,45 milhões.

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Governo gera falsa expectativa com pré-sal: Especialistas vêem produção relevante só a partir de 2014 e possível uso eleitoral do petróleo na campanha de 2010

(Folha de São Paulo 31.08.2008 p. B9 Dinheiro)

Para governo, prioridade é definir situação de áreas já leiloadas para que empresas comecem a investir imediatamente

HUMBERTO MEDINAVALDO CRUZDA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Especialistas em petróleo alertam de que o governo pode estar gerando uma falsa expectativa em relação à camada de pré-sal de olho na campanha política de 2010. Segundo eles, só haverá produção relevante nos campos a partir de 2014 e, mesmo assim, ela estará garantida apenas se o governo definir um modelo que atraia investidores externos. Para isso, eles defendem que o melhor caminho é manter as regras atuais.Do lado do governo, ministros envolvidos na discussão dizem reconhecer que no mandato de Lula não entrará praticamente nada de recursos do pré-sal no caixa do Tesouro, mas contestam os especialistas afirmando que a economia já sentirá os efeitos desse petróleo nos próximos dois anos.Motivo: as empresas petroleiras terão de investir forte em 2009 e 2010 para garantir a exploração dos campos em 2011 e 2012, já no mandato do sucessor de Lula. Daí porque o governo avalia que a prioridade agora é definir claramente como ficará a situação das áreas já leiloadas, para que as empresas invistam imediatamente.Para obter recursos de investimento para o governo e para a Petrobras, por exemplo, o Ministério da Fazenda estuda lançar títulos recebíveis no exterior lastreados na receita futura do petróleo. Mas só para investimentos. A idéia inicialmente discutida de antecipar receita para gasto corrente em educação, por exemplo, foi descartada por Lula. Ele avalia que seria acusado de gastar hoje uma verba ainda não certa.

Política"O governo está com uma plataforma eleitoral. É extemporâneo, estamos a seis ou sete anos de uma produção significativa. Não é hora de falar o que fazer com o dinheiro", disse o pesquisador Giuseppe Bacoccoli, da Coppe/UFRJ.Na avaliação do pesquisador, ainda há várias incógnitas a respeito da produção na camada pré-sal: custo dos poços, como aproveitar o gás e se haverá disponibilidade física de equipamento para a produção. Bacoccoli disse que, por conta dessas incertezas, é difícil estimar o custo total de produção, mas fez uma projeção de que poderá ficar entre US$ 200 bilhões e US$ 300 bilhões.O pesquisador reconhece, porém, que, mesmo que o preço do barril de petróleo caia, dificilmente a exploração do pré-sal deixará de ser vantajosa. "O preço do petróleo deve cair, mas não tanto. Não cai muito abaixo dos US$ 100 [por barril]. Certamente vai ser econômico." Ele avaliou que o pré-sal é economicamente viável com petróleo na casa de US$ 50 ou US$ 60 por barril -atualmente está cotado a cerca de US$ 115."Politizou-se muito a questão. Não está mais ligada à dinâmica do processo, são razões políticas", disse o professor Saul Suslick, do Cepetro (Centro de Estudos do Petróleo), da Unicamp. "Essa politização pode complicar, porque pode atrapalhar o fluxo de investimentos no setor", afirmou.De acordo com a avaliação de Suslick, só depois dos testes que serão realizados pela Petrobras a partir de fevereiro do ano que vem é que se poderá ter uma idéia de como será a extração de óleo no pré-sal. Para o professor, a exploração no pré-sal seria viável com o barril de petróleo cotado a até US$ 80.

"Lobby"Na última semana, o governo evitou comentar publicamente os estudos sobre o novo modelo de exploração do petróleo no país. Reservadamente, no entanto, ministros contestam os especialistas lembrando que pelo menos no complexo da bacia de Santos há estimativas seguras de que existe um

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reservatório que pode girar entre 50 bilhões e 70 bilhões de barris de petróleo, bem acima das reservas brasileiras atuais, de 14 bilhões de barris.Além disso, avaliam que simplesmente manter as regras atuais seria entregar a riqueza do pré-sal às empresas petrolíferas, em detrimento do interesse da população brasileira. "Nesse lobby não vamos cair", disse um ministro.Para a advogada Sônia Agel, do escritório Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira & Agel, o governo precisa ter muita cautela na discussão. "Estão tratando de forma simples um tema que é bastante complexo", avalia Agel, ex-procuradora da ANP (Agência Nacional do Petróleo). "E o pior é que isso tudo está acontecendo em um momento que o atual modelo está dando certo", disse.

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Usina completa um ano sem suprimento regular de gás da Bolívia: Desde agosto de 2007, termelétrica responsável por atender 70% da demanda de Mato Grosso só operou de forma

plena durante 35 dias e com óleo diesel(Folha de São Paulo 31.08.2008 p. B10 Dinheiro)

RODRIGO VARGASDA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A usina termelétrica Mario Covas, em Cuiabá, completou na semana passada um ano sem receber suprimentos regulares de gás natural da Bolívia.Desde o dia 26 de agosto de 2007, a usina, que tem capacidade para gerar 480 megawatts (70% da demanda de Mato Grosso), só operou de forma plena durante 35 dias -e ainda usando óleo diesel.O fornecimento foi cortado por iniciativa da companhia estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos). À ocasião, a empresa do país vizinho alegou que enfrentava dificuldades de produção e que, por conta disso, teria de priorizar os maiores contratos -como o firmado com a Petrobras, que prevê o envio de 31 milhões de metros cúbicos diários para São Paulo.O anúncio interrompeu também as negociações que vinham sendo travadas entre a estatal boliviana e a empresa Pantanal Energia, proprietária da termelétrica, desde a nacionalização do setor de hidrocarbonetos empreendida pelo presidente Evo Morales, em maio de 2006.Para assegurar o funcionamento da usina, a Pantanal aceitou exigências como a redução à metade do fornecimento projetado inicialmente -de 2,2 milhões de metros cúbicos diários para 1,1 milhão de metros cúbicos- e um reajuste de cerca de 300% no preço do gás natural. O cenário, porém, só piorou desde então.Em janeiro deste ano, o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, disse que o país poderia não cumprir a meta da venda de gás para o Brasil. "No final de ano estaremos, produzindo em média 42 milhões de metros cúbicos diários, e essa quantidade não nos permitirá cumprir os contratos com a Argentina e com o Brasil", afirmou o ministro.Desde agosto, a usina vem recebendo quantidades de gás suficientes apenas para a chamada geração de manutenção dos equipamentos. No primeiro semestre, por conta de uma portaria do Ministério de Minas e Energia, a usina operou durante 35 dias queimando óleo diesel. Desde abril, porém, toda a estrutura está parada.

NegociaçõesProcurada pela reportagem, a Pantanal Energia informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o assunto ainda está em negociação e que, por conta disso, não irá se manifestar. O mesmo disse o chefe do escritório de representação do governo de Mato Grosso em Brasília, Jeferson Castro, que participa das discussões com o governo boliviano.

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Opinião - Pré-sal: a desculpa que faltava(Jornal do Brasil 31.08.2008 p. A15 Opinião)

As recentes descobertas de petróleo na área do pré-sal vêm provocando um alvoroço inacreditável no governo federal. Ainda não se sabe o tamanho dos poços, nem qual o investimento necessário para explorá-los, mas todos já vêem cifrões e mais cifrões pela frente e querem um pedaço do bolo.

A confusão de projetos e propostas é enorme. Ninguém se entende. Notícias intempestivas são lançadas a cada dia, tumultuando o mercado e afastando os investidores e parceiros.

A Petrobras é uma empresa séria e capaz. Quando da quebra do monopólio estatal do petróleo em 1997, houve uma grita enorme dos setores nacionalistas garantindo que isto seria o fim da Petrobras. Depois de 10 anos o que se viu foi que a Petrobras só fez crescer e as empresas estrangeiras que chegaram ao Brasil se associam a ela para investir. É a Petrobras que conhece nosso subsolo. São mais de 50 anos de pesquisas e investimentos que não podem ser minimizados.

Apesar de toda a capacidade técnica da Petrobras para exploração de petróleo em águas profundas, a tecnologia para se extrair o produto na área do pré-sal ainda está sendo desenvolvida. Quanto tempo vai levar para que a exploração destes poços seja economicamente viável? Ninguém sabe.

O governo federal e os políticos, no entanto, querem começar a distribuir um dinheiro que ainda não existe. Existirá, é verdade, mas a que custo e quando? Ainda é uma incógnita.

A descoberta do petróleo na área do pré-sal é a desculpa que faltava para se tentar reduzir o volume de royalties e de participações especiais que o Rio de Janeiro recebe. Responsável hoje por 80% da produção de petróleo e gás do Brasil, o Estado do Rio é, conseqüentemente, o bem mais aquinhoado nesta distribuição.

No entanto, com a cobrança do ICMS do petróleo no destino, ao invés de na origem, como em todos os outros produtos, o Estado do Rio recebe menos royalties e participações especiais do que receberia de ICMS se fosse cobrado na origem.

Esquecem os defensores da redistribuição dos royalties, que estes recursos não são uma benesse, mas uma compensação financeira por esta exploração, tendo em vista os transtornos por que passam os municípios, a começar pelo enorme crescimento demográfico. Isto exige investimentos em infra-estrutura de transporte, saneamento, habitação, meio ambiente, além de hospitais e escolas. No município de Macaé, por exemplo, a população local pulou de 75 mil em 1980 para 169 mil habitantes em 2006.

Não há dúvida de que estes municípios precisam se preparar para quando acabar o petróleo. Precisam se capitalizar e buscar novos rumos, para não virarem cidades fantasmas. Esta é que deveria ser a principal preocupação do governo e dos políticos: o futuro sem petróleo.

O governo federal quer a receita do pré-sal do petróleo para aplicar em educação, mas não destina a ela nem um centavo do que já obtém com os royalties e as participações especiais. No ano passado, a União, sem contar os impostos que arrecada com a Petrobras, recebeu R$ 2,6 bilhões em royalties e mais R$ 3,2 bilhões em participações especiais. Estes recursos, no entanto, estão sendo utilizados para engordar o superávit primário.

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O Brasil é um país pobre e carente. A lista de carências é interminável. Mas não se pode falar em falta de recursos, simplesmente porque os recursos existentes são mal aplicados. O nível de impostos praticamente dobrou nos últimos 15 anos e mesmo assim não houve melhora em nenhum dos setores que dependem de recursos públicos: educação, saúde, saneamento, habitação popular ou segurança.

O Estado do Rio de Janeiro, como principal produtor de petróleo, não pode ser prejudicado como já foi. O governador Sérgio Cabral está atento em defesa dos interesses do Estado e a bancada parlamentar do Rio precisa cuidar para que não sejamos atropelados como fomos com a fusão do Estado do Rio com o Estado da Guanabara e, mais recentemente, com a cobrança do ICMS do petróleo no destino.

Francis Bogossian - Presidente da Aeerj – ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS DE ENGENHARIA DO RIO DE JANEIRO

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Mercadante quer 'divisão mais justa de royalties': Para evitar desequilíbrios, senador de São Paulo defende alterações no pagamento para estados e municípios

(O Globo 30.08.2008 p. 39 Economia)

Erica Ribeiro e Ramona Ordoñez

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu ontem mudanças na divisão dos royalties do petróleo. Segundo ele, é necessário repartir de "forma mais justa" os ganhos da exploração, e a discussão deve começar agora, em função dos recursos que virão do pré-sal. O objetivo seria evitar o desequilíbrio já existente na divisão entre os municípios, que tende a aumentar quando começar a extração nos novos campos da Bacia de Santos.

Ao ser perguntado sobre o projeto da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) que muda a divisão dos royalties - deixando o Rio fora da área que receberia recursos do pré-sal, conforme publicado ontem pelo GLOBO -, Mercadante disse que é preciso evitar a "hiperconcentração de recursos":

- Vamos ter que rediscutir a questão dos royalties sem prejudicar nenhum estado, mas pensando no futuro. Hoje, há um grande desequilíbrio. O município de Quissamã recebe R$7 mil por habitante/ano e Belford Roxo, R$13. Deve-se repartir esse recurso de forma mais justa. A minha proposta é evitar hiperconcentração e dividir especialmente os recursos do pré-sal, criando um fundo soberano.

O senador de São Paulo representou uma voz dissonante durante o debate, ontem, sobre os desafios do pré-sal na sede da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Segundo o senador Delcídio Amaral (PT-MS), ainda é cedo para discutir alterações nos cálculos dos royalties sobre a produção de petróleo, antes de o país definir qual será a nova regulamentação para a exploração nas áreas do pré-sal.

-- Isso vai prejudicar o debate principal, que é o modelo de regulamentação. Vai criar dificuldades com estados e municípios - destacou.

Já o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) disse que o Rio sempre estará presente na discussão sobre royalties, mas mostrou-se contrário a mudanças:

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- As discussões do pré-sal devem ser para atrair mais investidores e não para discutir a destinação de receitas.

O deputado Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES) afirmou que é preciso cautela, pois os recursos que ainda nem existem:

- Nos somamos àqueles que defendem que não comecemos a discutir a partilha, contar com a galinha que não nasceu ainda.

Além da alteração na divisão dos royalties, Mercadante também defendeu mudanças no modelo de concessões das áreas do petróleo, alegando que o marco regulatório foi adequado na época em que foi criado, mas que o cenário agora é outro.

- O pré-sal vai significar historicamente um salto de qualidade na economia do petróleo. Devemos discutir com profundidade se não devemos alterar parte dos parâmetros do marco regulatório.

Delcídio Amaral: "É a porta da esperança"

Para Mercadante, a indústria tem mais interesse no regime de concessão porque a reserva, depois de reconhecida, passa a ser um ativo da empresa.

- Se o governo criar um mecanismo de fazer das reservas um ativo do Estado, terá muito mais flexibilidade de usar essa riqueza no desenvolvimento do país.

Segundo Delcídio, o modelo de concessão pode ser aperfeiçoado, mas não agora.

- Isso não é para agora, e estou vendo que muita gente está pedindo dinheiro do pré-sal para algum tipo de fundo. É a porta da esperança.

Mercadante defendeu também a capitalização da Petrobras pelo governo, por meio de aporte a partir dos blocos que não foram licitados na Bacia de Santos. Retomar as áreas já licitadas, afirmou, só contribuiria para descapitalizar a Petrobras. Ele negou que haja intenção de se criar uma estatal do pré-sal, afirmando que seria uma empresa para gestão de ativos.

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As vantagens do biodiesel brasileiro: O estabelecimento de marco regulatório é importante por

se tratar de atividade econômica com forte presença do Estado(DCI 01.09.2008 p. A2 Opinião)

Desde o mês de julho, de acordo com decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o percentual de biodiesel que deve ser adicionado ao diesel comum, em todo o Brasil, subiu de 2% para 3%.

Trata-se de um aumento tímido, que vai significar apenas um acréscimo de cerca de 400 milhões de litros ao volume demandado do biocombustível a cada ano.

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Nessa mesma direção, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, já deu sinais de que existe a possibilidade de que o governo federal antecipe a adoção do B-5 (com adição de 5% de biodiesel ao diesel comum) para 2010 -três anos antes do prazo atual.

Esse movimento é importante para sinalizar ao mercado quais serão os próximos passos do governo federal em relação aos biocombustíveis. Agora, é preciso ir além.

Já está mais do que na hora de se estabelecer uma cooperação entre o governo federal e a indústria do biodiesel para a elaboração de uma política clara para o setor.

O estabelecimento de marcos regulatórios é ainda mais importante por se tratar de uma atividade econômica com forte presença do Estado, seja por meio de agência reguladora, seja no papel de maior acionista do principal player do mercado, a gigante Petrobras.

Para um segmento como o de biodiesel, que exige planejamento de médio e longo prazos, é fundamental que as regras do jogo estejam muito bem definidas.

Só dessa forma será possível estruturar as atividades e os investimentos de toda a indústria. O aumento gradual da utilização do biodiesel só vai trazer benefícios -de ordem econômica, social e ambiental- para o Brasil.

Com a adoção do B-3, a demanda por biodiesel vai alcançar um pouco mais do que a marca de 1,2 bilhão de litros ao ano.

A indústria está mais do que preparada para aumentos ainda mais expressivos da mistura: a capacidade instalada do parque de usinas do País atualmente está em 2,5 bilhões de litros de biodiesel ao ano.

Caso se mantenha a política de incremento da mistura, o Brasil tem capacidade para elevar sua produção de biodiesel, ajudando, assim, a consolidação do setor.

Com uma indústria forte de biodiesel, que se soma ao já bem estruturado setor de etanol, o País ganha autonomia em termos de energia. Além disso, avança para se tornar uma superpotência em biocombustíveis.

Antes que surja novamente qualquer tipo de ilação precipitada ligando o biodiesel brasileiro ao aumento mundial no preço dos alimentos, é imprescindível esclarecer quais são as características que diferenciam o biodiesel brasileiro (e também o etanol) de biocombustíveis produzidos em outros países.

No Brasil, não existe a dicotomia entre alimentos e biocombustíveis. A matéria-prima utilizada na produção do biodiesel não está deixando de alimentar ninguém.

O Brasil possui -já deixando fora dessa conta toda a Amazônia e as reservas legais- 321 milhões de hectares agriculturáveis. Desse total, somente 58 milhões de hectares são utilizados para todas as culturas. Ainda há muito espaço para a agricultura sustentável neste país -tanto para a produção de alimento quanto de matéria-prima para biocombustíveis.

A produção de biodiesel e a substituição do diesel comum, derivado do petróleo, pelo biocombustível renovável só trazem ganhos para o País.

De início, diminui a dependência do País em relação ao petróleo -cujos preços internacionais estão em disparada e são muito sensíveis às instabilidades políticas dos principais países produtores. Outra grande vantagem do biodiesel diz respeito à questão ambiental -cada vez mais importante no mundo atual.

O biodiesel é muito menos poluente do que o diesel comum, além de ser produzido a partir de matérias-primas renováveis.

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Com isso, a adoção do biodiesel vai diminuir a quantidade de dióxido de carbono emitido pelos caminhões, que são grande fonte de emissão de gases do efeito estufa.

Se levarmos em conta que o Brasil adotou o modal rodoviário como principal matriz de transporte, a vantagem de adotar o biodiesel para combater as mudanças climáticas fica ainda mais evidente.

Para finalizar, existe uma vantagem que não pode ser coadjuvante em um país como o Brasil, cujas desigualdades sociais são incompatíveis com o tamanho da economia brasileira e, principalmente, com o país que cada brasileiro gostaria de ter. A produção de biodiesel tem um imenso impacto na cadeia produtiva brasileira, principalmente no que se refere à agricultura familiar.

Essa informação, que à primeira vista pode parecer pouco importante, está explicitada na própria Lei nº 11.907/05, que legisla sobre a adição do biodiesel à matriz energética brasileira.

A lei diz que, na produção do biodiesel brasileiro, será dada preferência à utilização de matérias-primas provenientes de agricultura familiar. Sem dúvida alguma, esse caráter social é uma das principais características da indústria de biodiesel. Expandir o mercado para o agricultor familiar vender sua produção é uma forma de assegurar a elevação da renda e de proporcionar inclusão social.

Para que todas essas vantagens sejam transportadas para a realidade brasileira é preciso que o mercado de biodiesel no Brasil seja ampliado cada vez mais, com o apoio do governo e da sociedade.

Afinal, em relação aos biocombustíveis, o Brasil é uma potência: possui vastas terras agriculturáveis, tecnologia de cultivo de ponta e uma das maiores produtividades do mundo.

Mais do que se orgulhar do biodiesel brasileiro, o País deve incentivar a incorporação gradual, à matriz energética brasileira, dessa nova fonte de energia -limpa, renovável e de grande potencial econômico.

Delmo Vilhena é membro do Conselho de Administração da Comanche Clean Energy.

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Pré-Sal - Lula inaugura exploração do pré-sal amanhã em Jubarte: O presidente participa de cerimônia no local, mas o óleo jé vem sendo retirado do local desde o dia 15 de julho em fase

de testes(DCI 01.09.2008 p. A7 Indústria)

RIO DE JANEIRO - Localizado a 77 quilômetros da costa sul do Espírito Santo, o campo de Jubarte será o primeiro no Brasil a produzir óleo na camada pré-sal. Apesar de ser na Bacia de Santos que estão sendo depositadas as expectativas de maior volume de reservas, é no litoral capixaba, ainda na Bacia de Campos, que o primeiro óleo será retirado desta formação geológica.

Amanhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de cerimônia no local para a divulgação do feito, mas o óleo já vem sendo retirado do local desde o dia 15 de julho em fase de testes.

A plataforma utilizada é a P-34, com capacidade de produzir 60 mil barris de óleo por dia. Ligada a 15 poços produtores, apenas um deles traz o óleo do pré-sal. Serão entre 10 mil e 15 mil barris por dia a

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partir de setembro. Os demais poços estão localizados sobre a camada de sal. Ao contrário das descobertas da Bacia de Santos, no entorno de Tupi, que revelaram reservatórios abaixo da camada de Sal, no norte da Bacia de Campos, já no litoral capixaba, há reservas também acima.

No pré-sal da região do Parque das Baleias, a placa de sal menos espessa (cerca de 200 metros, ou dez vezes a menos do que a de Santos, com 2 mil metros) permitiu que o óleo "vazasse" para níveis superiores. Daí a expressão comum no setor de que há uma bacia petrolífera abaixo da outra.

As reservas acima e abaixo da camada de sal também diferem em qualidade. Assim como na Bacia de Santos, os reservatórios do pré-sal possuem 28 a 30 graus API ante os 17 graus do óleo localizado em reservatórios encontrados em camadas menos profundas do subsolo, uma vez que as frações mais leves do óleo se perderam durante a migração.

Descoberto em janeiro de 2001, o campo de Jubarte faz parte de um complexo petrolífero batizado pela estatal de Parque das Baleias, com 1,2 bilhão de barris de petróleo equivalente (somado ao gás) em reservas provadas. Quatro descobertas foram feitas pela estatal naquela região, abaixo da camada de sal, mas ainda estão sob avaliação. Além de Jubarte, há ainda Cachalote, que terá dois novos poços do pré-sal em 2010, e os campos de Pirambu e Caxaréu, que apresentam reservatórios do mesmo tipo.

Pós-Sal

Enquanto o futuro do pré-sal é discutido nos gabinetes de Brasília, os investidores mantêm um olho no alvo certo do pós-sal e outro no incerto universo que cerca as descobertas. Especialistas alertam que as incertezas podem prejudicar a busca de reservas acima da camada de sal, onde os custos e prazos de exploração são menores, colocando em risco a auto-suficiência nacional.

O potencial de reservas no pós-sal, onde está quase todo o petróleo produzido hoje no País, é menor do que o da descoberta na Bacia de Santos, dizem técnicos do setor, mas não deve ser desprezado. Estimativas variam, mas é consenso que as jazidas ainda a descobrir no pós-sal podem, ao menos, duplicar as reservas do País - 14 bilhões de barris de óleo equivalente. Segundo projeções, o Brasil ainda tem até oito campos com mais de 1 bilhão de barris a serem descobertos em camadas acima do sal.

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Petróleo - IBP alerta para respeito aos contratos vigentes(DCI 01.09.2008 p. A7 Indústria)

RIO DE JANEIRO - Para o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, tanto o modelo de exploração por concessão de blocos como o contrato de partilha de produção poderão levar o governo aos mesmos recursos. "Deveria se tentar esgotar as tentativas de adaptar o atual modelo, para que o governo tenha seu direito de elevar a participação sem mudar a lei do petróleo", opinou.

De Luca foi enfático ao afirmar que os contratos de exploração atuais devem ser respeitados, sem sequer aumento da carga tributária, como chegou a cogitar a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo ele, o IBP tem parecer jurídico indicando que um possível aumento na participação especial cobrada sobre a produção de petróleo representaria quebra de contrato. "O mais importante é respeito absoluto aos contratos existentes", frisou.

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Energia Elétrica - Santo Antonio recebe incentivo fiscal enquanto disputa continua(DCI 01.09.2008 p. A7 Indústria)

SÃO PAULO - Desde sexta-feira o consórcio Madeira Energia S.A. (Mesa), vencedor do leilão para a usina hidroelétrica de Santo Antonio, no rio Madeira, está enquadrada no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi).

Desse modo, o consórcio se beneficiará de incentivos fiscais para a compra e importação de equipamentos para o empreendimento. A decisão foi tomada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e publicada no Diário Oficial da União.

Promulgada em julho de 2007, a lei prevê a suspensão de cobrança da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e Cofins-Importação de empresas que tenham projetos aprovados para implantação de obras de infra-estrutura no País.

Entre os setores agraciados estão o de energia e saneamento básico, desde que essas empresas estejam em regularidade fiscal em relação aos impostos e contribuições administradas pela Receita Federal.

A usina, licitada em 10 de dezembro de 2007, terá a potência de 3.150 MW e é uma das maiores hidroelétricas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos da ordem de R$ 12 bilhões. A previsão de entrada em operação comercial é 2012.

Desmentido

O ministro Edison Lobão teve que enfrentar uma saia justa na sexta-feira com a divulgação da informação de que os representantes dos dois consórcios envolvidos na disputa pela outra usina do Complexo Madeira, a Jirau, pela Suez Energy (Enersus) e a Odebrecht (Jirau Energia), diferentemente do anunciado pelo MME, não prometeram evitar a justiça caso o resultado do leilão seja mantido.

A Jirau Energia poderá acionar a justiça, caso o projeto seja aprovado e a Enersus, vencedora do leilão, promete defender a alteração da localização da usina, pois o edital do leilão permite a chamada otimização do projeto original da hidroelétrica.

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Marinha quer ter usina para combustível nuclear até 2010 (Valor Econômico 01.09.2008 p. A3 Brasil)

Agência Brasil, de São Paulo

A Marinha espera concluir até 2010 sua própria usina para transformar o concentrado de urânio em gás e assim produzir combustível nuclear na quantidade necessária para continuar desenvolvendo seu programa nuclear. Com o fôlego renovado desde a promessa do governo federal de destinar R$

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1 bilhão para que dê continuidade ao programa, a Marinha estima construir até 2014 um laboratório onde poderá gerar energia elétrica a partir da tecnologia nuclear.

Tanto a Usexa - a Usina de Hexafluoreto de Urânio, o gás UF6 - quanto o Laboratório de Geração Núcleo-Elétrica (Labgene) irão funcionar no Centro Experimental de Aramar (CEA), mantido pela Marinha no município de Iperó, interior de São Paulo.

Embora domine todo o ciclo de produção do combustível nuclear, da prospecção mineral à fabricação das pastilhas de urânio que alimentam os reatores nucleares, o Brasil segue dependente de outros países para produzir a quantidade de combustível necessária para alimentar as usinas de Angra 1 e 2, por não conseguir produzir nem o gás UF6 nem o urânio enriquecido nos volumes necessários.

Segundo o superintendente do Programa Nuclear da Marinha, comandante Arthur Campos, a conversão do urânio em pó ("yellow cake") no gás UF6 - processo que poderá ser feito na Usexa tão logo fique pronta - hoje é realizada no Canadá. O enriquecimento do urânio é feito na Europa, pela companhia Urenco , consórcio formado pelo Reino Unido, Alemanha e a Holanda.

Com a Usexa em funcionamento, a Marinha será capaz de produzir 40 toneladas de UF6. O chefe da divisão do Laboratório de Materiais Nucleares do CEA, Lauro Roberto, explica que com 24 quilos de UF6 podem ser produzidos cerca de 17 quilos de dióxido de urânio, matéria-prima para fabricação de quase 3 mil pastilhas usadas como combustível nos reatores nucleares.

"A energia contida em uma só pastilha de urânio de 7 gramas, enriquecida a 3,5%, equivale a três barris de petróleo e a uma tonelada de carvão. Não significa que você vá obter toda essa energia, mas é possível ver o potencial do material", explica Roberto.

Já o projeto do Labgene visa a construção de uma planta nuclear capaz de gerar energia elétrica. O reator que deverá ser utilizado terá cerca de 11 megawatts de potência, o que, segundo a Marinha, é suficiente para iluminar uma cidade de aproximadamente 20 mil habitantes. Sozinha, a usina Angra 1 gera cerca de 600 megawatts.

Além de garantir que as instalações do laboratório servirão de base para eventual projeto de desenvolvimento de um reator nuclear brasileiro, a Marinha também assegura que o Labgene servirá como um protótipo do sistema de propulsão naval, que permitirá a obtenção de parte do conhecimento necessário à possível construção de um submarino nuclear.

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América Latina - Argentina fecha acordo com o Chile(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-2 Infra-estrutura)

As empresas Enarsa (Argentina), YPF-Repsol (Espanha) e Enap Sipetrol (Chile) anunciaram um investimento de US$ 150 milhões para a exploração de hidrocarbonetos no sul do Atlântico, em um ato do qual participou a presidente argentina Cristina Kirschner. Trata-se de dois projetos de exploração no chamado Mar Argentino, por meio de uma plataforma em mar aberto que chegará ao país sul-americano no início de setembro, procedente de Houston, nos Estados Unidos. "Hoje é um dia muito importante porque os argentinos tornaram a explorar em mar aberto e também no Estreito de Magalhães, em associação com o Chile", enfatizou Kirschner. "Estamos empreendendo uma exploração offshore com o Chile. Um sinal dos tempos", completou, referindo-se aos conflitos limítrofes que os dois países enfrentaram no passado na zona austral. A iniciativa foi apresentada à Kirschner pelo vice-presidente da YPF-Repsol, Enrique Eskenazi, pelo titular da estatal Enarsa, Exequiel Espinoza, e pelo gerente geral da Enap Sipetrol, Salvador Harambour.

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A perfuração será realizada por meio da plataforma Ocean Specter, e compreende dois projetos: o denominado Hélix E2, que será desenvolvido na Cuenca Austral e compreende o consórcio tríplice formado pela Enarsa, YPF e Enap Sipetrol Argentina, e o projeto Aurora, no Golfo de San Jorge, que será operado com exclusividade pela YPF-Repsol. O investimento de US$ 150 milhões será aplicado em 12 meses e terá como objetivo ampliar as reservas de hidrocarbonetos do país, indicou o ministro do Planejamento Federal, Julio de Vido. O ministro destacou que se trata de investimentos "de risco" e que "a média de êxito é de 20% a 25%, superior à media de 18% mundial". Eskenazi recordou que a YPF-Repsol se comprometeu com um gasto de US$ 600 milhões em um ano, dois quais US$ 150 milhões destinados a esse empreendimento em mar aberto. Espinoza assegurou que, nos locais a serem explorados, existem estruturas geológicas interessantes, e informou que a plataforma, uma vez instalada, se elevará 10 metros sobre o nível do mar. Harambour, por seu lado, ressaltou "a colaboração de empresas estatais da Argentina e do Chile" no projeto. (AFP)

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Petróleo - Petrolíferas vêem risco na exploração do pré-sal: Empresários defendem, no Rio, o atual modelo de concessão de áreas exploratórias

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-2 Infra-estrutura)

As discussões sobre a exploração do petróleo do pré-sal respingaram no modelo atual de concessões. A complexidade de Tupi e o tamanho das reservas exigiria, segundo defendem alguns, um tempo maior para as licenças, que hoje é da ordem de 30 anos. "A viabilidade dos campos não está comprovada, só lá para 2026 vai chegar no pico da produção e em 2027 começa a recuperar o investimento", afirmou Ivan Simões Filho, diretor da British Petroleum (BP) e ex-diretor da ANP. A mesma preocupação com relação ao tempo concedido para as empresas é exposta pelo analista Gustavo Gatass, do UBS. Segundo ele, Tupi deverá produzir 1,2 milhão de barris por dia em 2017, pouco mais da metade do que o Brasil produz atualmente. O declínio do campo começaria em 2039, bem depois do fim da concessão. Mas nem para todos o fato de sobrar petróleo do campo para a União incomoda. "Trinta anos é um bom tempo para as empresas ficarem com essas áreas, considerando que vamos começar a produzir na metade da próxima década", disse o presidente da BG, Luiz Costamilan. O especialista do UBS calcula que os investimentos necessários para explorar o pólo de Tupi, que reúne sete blocos, se situam entre US$ 600 bilhões US$ 1,2 trilhão. O valor depende do tempo que se levaria para furar os poços, da vazão dos reservatórios e do preço das sondas. Excluídas das discussões sobre a regulamentação do setor de petróleo, as petroleiras abandonaram o tom diplomático e resolveram atacar. Contra a criação de um novo marco regulatório, argumentam que existe forte risco exploratório nos campos do pré-sal, ao contrário do que defende o governo. Procuram mostrar que a adoção do sistema de partilha nas reservas ainda sem licitação provocaria confusão de todos os lados no pré-sal de Santos. Sem falar da falta de recursos da União para explorar as jazidas - que custaria até US$ 1,2 trilhão na pior das hipóteses. O argumento do governo de que o modelo de exploração petrolífera no País deve ser mudado porque não há risco no pré-sal foi derrubado na sexta-feira no seminário "Os Desafios do Pré-Sal", promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) e a Fundação Getúlio Vargas. O presidente da Devon no Brasil, Murilo Marroquim, disse que mais de 100 poços foram perfurados na bacia de Campos na camada pré-sal sem sucesso. "Essa história de que não há risco no pré-sal não existe. Não há risco no pólo Tupi", disse. "O governo não pode criar um modelo para o pré-sal, pensando apenas em Tupi", alertou Marroquim, que também é coordenador do comitê de exploração e produção do IBP. Ivan Simões, por sua vez, afirma que a Petrobras obteve sucesso em cerca de 10% das tentativas de encontrar óleo no pré-sal da bacia de Campos. A produção de campos como Badejo, lembra ele, vem do pré-sal de Campos.

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Costamilan, Marroquim e Simões apostam que haverá confusão na produção de Tupi se o governo adotar novas regras para as áreas que não foram licitadas e ficar comprovado que as reservas se interligam. "Como vai ser administrar as regras atuais, como royalties e participações especiais definidas, com novas alíquotas ou outro modelo na produção unificada?", questionam. Além disso, temem atraso na produção de campos já descobertos por causa da espera em definir as reservas das áreas não licitadas que podem ser contíguas a Tupi, Carioca e outros blocos no cluster de Santos. O presidente da Devon disse que a prática mundial determina que não se deve iniciar a produção até que as definições sobre a possível unitização sejam concluídas. A Petrobras, contudo avalia que é possível começar a produção antes da definição sobre a unitização, por meio de compensações no futuro. Para o IBP, o atual modelo de concessão de áreas de petróleo deve ser mantido, com a continuidade dos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP). E para remunerar o governo, considerando as grandes reservas do pré-sal, o instituto sugere aumento do valor cobrado pelos bônus de assinatura nos leilões e elevação das taxas pagas pelos investidores sobre a produção, como royalties e participação especial. O presidente do IBP, João Carlos de Luca, observou, porém, que as taxas devem levar em consideração o caráter volátil do preço do petróleo, para evitar que numa eventual queda da commodity o investidor não tenha sua produção inviabilizada. "O desenvolvimento do pré-sal vai demandar muitos recursos e deve se ter cuidado para não inviabilizar a exploração por lá, porque se o preço do petróleo cair tem que ter flexibilidade na taxação para que ela seja reduzida também", alertou Luca, também presidente da Repsol. (Sabrina lorenzi e Reuters)

Langoni diz que descoberta elevará PIB para 6% ao anoOs investimentos necessários para viabilizar a exploração do petróleo na camada pré-sal podem elevar o padrão de crescimento da economia do Brasil dos atuais 4% para 6% ao ano, avaliou o ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni, em um seminário no Rio de Janeiro na sexta-feira. Segundo o economista, o pré-sal pode elevar a taxa de investimento do País dos atuais 16% para 25% a 26% do Produto Interno Bruto (PIB), no período de uma década, colocando o Brasil definitivamente em uma rota de crescimento sustentado. "O Brasil passa por um período de transição econômica. Estamos na ante-sala do crescimento econômico que pode chegar a 6% ao ano com distribuição de renda e geração de riqueza", disse Langoni, na abertura do seminário da Firjan. Ele ressaltou que o pré-sal movimentará a cadeia de petróleo, mas também estimulará investimentos indiretos no segmento de fornecedores de equipamentos e geração de serviços. "Com isso, o pré-sal se constituiu em mais um elemento de redução da vulnerabilidade e mais um elemento para potencializar o crescimento brasileiro", afirmou. Para Langoni, a descoberta do pré-sal veio na hora certa e é fruto do modelo regulatório brasileiro, que a partir de 1998 abriu o mercado a empresas estrangeiras e permitiu que a Petrobras pudesse realizar novos investimentos. "Deus de fato é brasileiro. Ele nos deu essa riqueza no momento certo", disse.

Acirra-se disputa pelos recursos da regiãoNem uma gota de petróleo do pré-sal foi produzida ainda e já há uma fila de chapéu na mão interessada em gastar o dinheiro da megadescoberta. Todos querem uma fatia do bolo que só deve ficar pronto a partir de 2014. Do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ministros e políticos, todo mundo opina sobre o destino dos recursos e disputa por uma cota na partilha de um produto ainda a ser explorado é acirrada. E quando começar a jorrar petróleo, será que vai ter para todo mundo? Quem largou na frente pedindo a sua "parte nesse latifúndio" foi o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que em junho passado reivindicou recursos para reaparelhar a Marinha, visando defender o próprio pré-sal. Logo em seguida, senadores e deputados iniciaram uma corrida de propostas para o uso dos bilhões, a maioria defendendo a distribuição dos royalties para além dos Estados e municípios produtores. No Congresso, já tramitam projetos destinando o dinheiro do petróleo para as mais diversas áreas. "Nós começamos o discurso do pré-sal pelo fim, só escuto falar de fundo para saúde, fundo para meio ambiente, fundo para a cultura, fundo para a Olimpíada 2016", ironizou o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), um dos palestrantes do evento realizado sexta-feira no Rio de Janeiro. Virou uma "porta da esperança", definiu no melhor estilo fogo amigo o senador Delcídio Amaral (PT-MS).

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O presidente Lula fomentou o debate pelos recursos ainda inexistentes ao declarar que o pré-sal será usado para fazer política pública, com investimentos na educação e no combate à pobreza. Uma lista de ministros também já manifestou intenção de dividir o dinheiro ainda virtual. O ministro da Fazenda, Guido Mantega , deseja aplicar os recursos do pré-sal no fundo soberano para impedir pressões inflacionárias e mais valorização do real. Fernando Pimentel (Previdência) trabalha para que os recursos gerados com a exploração do petróleo ajudem a pagar o déficit da previdência rural. José Gomes Temporão (Saúde) também defendeu seu quinhão. Já o novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, assumiu a pasta na última quinta-feira definindo até percentual de repasse para sua pasta: 1%. "Nós daremos a cada ministério aquilo que for possível dar. Nem mais, nem menos", alertou Lula na véspera, em resposta ao apressado pedido de Ferreira.

(Reuters)

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Pré-sal domina Rio Oil & Gas: exploração das reservas de camadas mais profundas do subsolo marinho, que pode demandar US$ 6000 bilhões em investimentos e consolidar

indústria de equipamentos, polariza maior encontro do setor petrolífero no país(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. A5 Economia)

CEZAR FACCIOLIDo Jornal do Commercio

As descobertas do pré-sal, estimadas em até 80 bilhões de barris, mudam os paradigmas não só da indústria do petróleo, mas do ambiente econômico do País. Confirmados os dados preliminares, as reservas brasileiras se aproximariam das da Arábia Saudita e do Iraque, líderes no ranking. A produção nacional de óleo poderia quintuplicar, chegando a 10 milhões de barris. Gerente do Bloco de Perspectivas Jurídicas e Econômicas da Rio Oil & Gas (ROG), Felipe Dias explica que o interesse despertado pelas descobertas faz prever um número recorde de expositores e visitantes no encontro. "São esperados 35 mil visitantes e 4 mil congressistas, o que seria um público maior do que o registrado em 2000, quando a ROG coincidiu com o Congresso Mundial do Petróleo. Teremos um recorde também em termos de diversidade de países representados," conta.

Presidente do IBP, João Carlos França de Luca destaca a amplitude da pauta do congresso. "O pré-sal dominará as discussões, mas há muito o que se debater sobre demanda por equipamentos e mão-de-obra, a importância da abertura do terminal de GNL no Brasil, trazendo flexibilidade para o mercado de suprimento de gás no País, os biocombustíveis, investimentos em infra-estrutura de refino e transporte, e responsabilidade socioambiental."

A exposição paraleta também alimenta o entusiasmo do executivo, que preside a Repsol e foi diretor de Exploração & Produção da Petrobras: "A exposição demonstra o volume de recursos e pessoal envolvido com o setor. São empresas e profissionais que cresceram com a abertura do mercado e com o aumento dos investimentos. A indústria tem todo o interesse em contribuir para o debate. Esperamos que todos os envolvidos na discussão aproveitem a Rio Oil & Gas como um fórum qualificado para ampliar e consolidar os debates. Vivemos um dos melhores momentos para a indústria brasileira de petróleo," conclui De Luca.

Não há projeções oficiais sobre o volume de investimentos necessário para produzir no pré-sal, camada mais profunda do subsolo marinho, mas o UBS, um dos maiores investment banks do mundo, estimou esse montante em US$ 600 bilhões. A Petrobras previu investimentos da ordem dos mesmos US$ 600 bilhões, no que toca às áreas melhor mapeadas. A projeção, contudo, terá de ser revista caso os preços do aço e dos equipamentos, por exemplo, sigam na trajetória ascendente registrada nos últimos cinco anos.

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Detentora dos direitos, sozinha ou em parceria com gigantes como Shell e BP, nos principais blocos já mapeados, a Petrobras anunciou a intenção de promover uma capitalização recorde da empresa, da ordem de US$ 100 bilhões, para custear seus projetos na área, que se estende do Espírito Santo a Santa Catarina, com as maiores concentrações no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em recente encontro no Planalto, para promover o boom de investimentos vivido pelo País, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, explicou que o desembolso do Plano Estratégico da empresa, de US$ 120 bilhões até 2012, inclui alguns blocos do pré-sal, não toda a área.

Controle. Literalmente bilionárias, tais cifras garantiriam por si só uma intensa movimentação à Rio Oil & Gas, tanto que os organizadores, como o Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP), tiveram que reservar espaços extras no Riocentro. O congresso marcado para 15 a 18 deste mês coincide com a reta final dos trabalhos da comissão interministerial encarregada de definir a proposta federal para o pré-sal. A intenção de aumentar o controle da União sobre as reservas e mudar o modelo de concessões deflagrou uma disputa mais ampla, que envolve de conflitos entre facções do governo a quedas-de-braço com estados e municípios.

A heterogeneidade do IBP, que reúne a Petrobras a empresas privadas, dificulta uma tomada de posição no debate sobre a partilha dos recursos. "A discussão acontece num cenário digno e correto, de respeito à Constituição. O País está diante de algo (o pré-sal) que muda não só a indústria petrolífera por aqui, mas o ambiente econômico," admite Felipe Dias. Assessor de Economia e Política Energética do IBP, ele adverte para o risco de uma certa paralisia nos investimentos. "A indústria pode pisar no freio, à espera de novas regras. Nesse caso, dinheiro e tempo estão mais ligados do que nunca. Primeiro, por atrasar a produção," alerta. "Há uma corrida para produzir novas sondas de perfuração, capazes de operar em lâminas d'água acima de 2 mil metros. Adiamentos implicam perder um momento favorável de redução expressiva do custo de captação do Brasil, com a recuperação da economia, e marcar passo na corrida por equipamentos altamente especializados, mais difíceis de serem repostos à medida que a exploração vai sendo empurrada para áreas mais profundas e distantes da costa," enfatiza.

Atraso. Advertências desse tipo têm partido de personalidades bem diferentes, do senador do PP Francisco Dornelles, ex-ministro de FHC que integra a base de apoio do governo Lula ao colega do PT Delcídio Amaral, que dirigiu a área de Gás da Petrobras durante a presidência do tucano Henri Philippe Reichstul, e o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, dirigente histórico do PC do B, aliado do PT desde a primeira eleição presidencial disputada por Lula, em 1989.

A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), manifestam o temor de que a suspensão dos leilões de licitação de blocos, afetando até as área distantes do pré-sal e portanto de maior risco, prejudique as metas de aumento do conteúdo nacional perseguidas pelo próprio governo federal. "No passado, boom de encomendas foi seguido de desaceleração das atividades e deixou os fornecedores a pé no mundo inteiro," lembra Felipe Dias.

Fazer a discussão do pré-sal sem pôr a perder o cronograma de investimentos é o desafio que deve polarizar não apenas a Rio Oil & Gas, mais importante encontro da indústria petrolífera no País, mas toda a agenda do setor para este ano e os próximos, conforme adverte o ex-secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo, Wagner Victer.

Desafio tecnológico estará em pauta

A questão regulatória deve tomar o primeiro plano, mas o congresso não descuidará dos dilemas tecnológicos. "Logo no primeiro dia, teremos um painel sobre os desafios tecnológicos, com o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, e o presidente da Chevron Energy Technology,Harold Mayer. A Chevron opera alguns dos poços mais profundos do planeta, no Golfo do México, e é das poucas empresas que podem ser comparadas á Petrobras nesse aspecto," conta Felipe Dias.

As sessões devem ser concorridas, dadas as características desafiadoras do pré-sal. As condições de produção, como a grande profundidade de lâmina d'água, da ordem de 2 mil metros, a

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profundidade dos campos, do fundo do mar até os reservatórios, que chega a 5 mil metros, já impõem por si novos avanços tecnológicos.

"Além disso, o sal se move e dificulta a perfuração, o que implica a pesquisa de materiais e ângulos de abordagem diferentes. O tratamento e escoamento do óleo serão feitos de forma distinta do habitual. No caso do gás, em que a armazenagem é mais limitada, o desafio é maior ainda, o que interfere no custo," conclui Felipe Dias.

RECEITA. A margem para aumentar impostos é bem menor do que sonha a o Planalto. Estimativas preliminares da equipe econômica indicam que, comparando com os 78% cobrados pela Noruega sobre o lucro das empresas, o Brasil já pratica uma alíquota média de 60%, incluindo royalties, participações especiais, Imposto de Renda e contribuição social. (Com Agência Estado)

Agenda própria com todo o gás

Foco central na revisão da matriz energética _ tocada pelo governo para reduzir a dependência das chuvas para a oferta de eletricidade _, o gás natural está longe da auto-suficiência alcançada pelo País no petróleo. A defasagem ajuda a explicar o volume recorde destinado pela Petrobras para o gás, de US$ 19 bilhões até 2012, enquanto o potencial crescente do mercado, apesar do susto com a crise boliviana, justifica os R$ 6 bilhões programados pelas distribuidoras estaduais.

A queda abrupta dos investimentos na Bolívia, principal fornecedor do Brasil e que optou pela nacionalização dos ativos das indústrias petrolíferas, aumentou a urgência de aumentar a produção brasileira. Some-se a isso a importância do gás natural como insumo para a fabricação de fertilizantes, essenciais para a meta estratégica de aumento exponencial da oferta de alimentos, e se tem uma medida da relevância que o gás deverá alcançar na Rio Oil & Gas (ROG).

Gerente do bloco na ROG, Jorge Belmonte prevê três grandes debates: quanto de gás novo virá do pré-sal, a Lei do Gás que tramita há dois anos no Congresso (o embate na Comissão de Constituição e Justiça do Senado polariza as distribuidoras, reunidas na Abegás, e o Ministério das Minas e Energia) e a disponibilidade do combustível para as usinas termelétricas. Personagem central nas discussões, como braço-direito da ministra Dilma Rousseff, a diretora de Gás e Novos Negócios da Petrobras, Graça Foster é presença garantida no encontro.

O pré-sal exigirá soluções tecnológicas ainda não testadas em grande escala, pelo menos no Brasil. É o caso da liquefação em alto mar, por navios ou estações flutuantes especialmente frigorificadas. "Uma opção em estudo é a geração termelétrica offshore, em que cabos levariam ao continente a energia gerada, o que é em tese mais seguro e barato do que transportar o gás. O desafio aí é tornar a usina flutuante rentável, operando a grandes capacidades," explica Belmonte.

PÓS-SAL. O potencial de reservas no pós-sal, onde está quase todo o petróleo produzido atualmente no País, é menor do que o da descoberta na Bacia de Santos, mas não deve ser desprezado. As estimativas variam, mas é consenso que as jazidas ainda a descobrir no pós-sal podem, pelo menos, duplicar as reservas brasileiras, hoje em 14 bilhões de barris de óleo equivalente. O Brasil ainda teria seis a oito campos com mais de 1 bilhão de barris a serem descobertos em camadas acima do sal. A última reserva desse porte está no Parque das Baleias, no norte da Bacia de Campos, com cerca de 1,2 bilhão de barris. O volume, pequeno face aos 8 bilhões estimados para Tupi, equivale ao do campo de Thunder Horse, onde está a maior plataforma de produção da porção americana do Golfo do México.

(Com Agência Estado)

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Energia nuclear - Brasil quer parte do mercado da Índia(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. A7 Economia)

Denise Chrispim MarinDa Agência Estado

O Grupo de Supridores Nucleares (NSG, na sigla em inglês) deverá aprovar no dia 5, em Viena, uma exceção para que seus 45 membros possam firmar acordos na área nuclear com a Índia. A medida vai desencadear uma super concorrência entre três potências nucleares - Estados Unidos, Rússia e França - pela construção e fornecimento de combustível para as usinas nucleares que a Índia planeja construir até 2020. Conjuntamente, esses reatores seriam capazes de gerar 20 mil megawatts de energia elétrica - quase duas Itaipu - e atender a cerca de 25% da demanda por eletricidade. O valor total do negócio é estimado em US$ 100 bilhões. Mas a tendência é que, nessa disputa, os Estados Unidos corram na lanterna.

Com um acordo de cooperação praticamente finalizado com a Índia, o governo brasileiro igualmente espera a decisão do NSG para iniciar sua parceria com a Índia na área nuclear e dar uma mordida nesse mercado. O acordo Brasil-Índa envolverá o projeto de construção de uma usina nuclear conjunta, que permitirá também a exportação de urânio enriquecido para os indianos, além do desenvolvimento da tecnologia nuclear aplicada à medicina, à agricultura e à indústria.

Especialistas brasileiros que acompanham o tema afirmam que o mercado indiano será estratégico para os países que atuam no desenvolvimento de reatores de potência - negócio que não envolve somente a construção e a instalação de maquinário, mas também o fornecimento corrente de combustível nuclear. No caso da Índia, essa questão é especialmente sensível. O país dispõe de grandes reservas de tório, mas não de urânio. O Brasil, que ambiciona tornar-se competitivo na exportação de urânio enriquecido, avalia que essa é uma brecha para o mercado.

A negociação dessa brecha nas regras da NSG tomou impulso com a aprovação pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), no dia 1º de agosto, de um acordo de salvaguardas com a Índia. Esse acordo significou a reintrodução da Índia no circuito dos negócios de tecnologia nuclear com fins pacíficos, a despeito de o país não ser membro do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP).

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IMOBILIÁRIO

Fazendeiros têm até fim do mês para sair de área no Pará (Valor Econômico 01.09.2008 p. A5 Brasil)

Folhapress, de São Paulo

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Termina no fim deste mês o prazo para que sete fazendeiros acusados de ocupar irregularmente terras em unidades de conservação da Terra do Meio, região paraense entre os municípios de Altamira e São Félix do Xingu, deixem a área. Os ruralistas são processados por grilagem pelo Ministério Público Federal (MPF) e insistem em permanecer no local, apesar de ordens de despejo já terem sido decretadas.

A primeira ordem de despejo foi para Lourival Medrado. A Justiça também decretou o perdimento, em favor da União, de mais de 3 mil cabeças de gado que estavam nas terras. O lote foi vendido dia 28 pelo Ibama por R$ 1,3 milhão, após três tentativas frustradas de leilão. O valor arrecadado será entregue ao Programa Fome Zero.

Assim como ocorreu com Medrado, os fazendeiros José Avelino Neto, João Soares Rocha, Ozório de Oliveira Pereira, Raimundo Alves Pinheiro, Abel Rodrigues Filho e Sebastião da Silva Lopes também podem perder as boiadas caso não retirem o gado e deixem a área até setembro. Eles receberam ordens de despejo no início de 2008.

Os ruralistas ainda respondem a processos por danos ambientais, já que teriam, de acordo com o MPF, recorrido ao desmatamento para criação de pastagens nas unidades de conservação. Na Estação Ecológica da Terra do Meio e no Parque Nacional da Serra do Pardo, 24 mil hectares da cobertura florestal foram derrubados. As áreas fazem parte de área de conservação implantada pelo governo federal após o assassinato da missionária Dorothy Stang, em 2005.

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Hotelaria - Com a LA Hotels, GP faz aquisições e pisa do calo dos concorrentes: Após adquirir empreendimento em Angra dos Reis, grupo tira Accor da gestão

(Valor Econômico 01.09.2008 p. B1 Empresas)

Roberta Campassi, de São Paulo

Oito meses após colocar os pés na hotelaria, a GP já começa a pisar no calo da concorrência. Por meio da LA Hotels, braço criado para explorar o segmento, o maior gestor de fundos de participações do país vem comprando hotéis de três e quatro estrelas e implementando a sua própria administração, numa estratégia que deve perturbar a vida das redes hoteleiras.

A Accor, maior administradora de hotéis do país, com cerca de 145 empreendimentos, é a primeira a registrar uma baixa por causa da LA. O hotel de 117 quartos que a rede opera em Angra dos Reis (RJ), dentro do empreendimento Porto Bali, foi comprado pela empresa da GP em junho deste ano, por R$ 27 milhões. Imediatamente após a aquisição, a Accor foi informada que não irá mais geri-lo. Em seu lugar, a partir de 1 de outubro, entrará a administração da própria LA e a marca Golden Tulip.

Outra rede que assistiu à entrada da LA num dos hotéis que administra é a InterContinental. Também em junho, a LA adquiriu, por R$ 12,5 milhões, 103 apartamentos que pertenciam à construtora São José num hotel em Salvador, hoje operado com a bandeira Holiday Inn. Com esse número de quartos, a LA passou a deter 43% do empreendimento. Se, na teoria, essa fração não garante o controle do hotel, na prática a empresa da GP pode ter a maioria dos votos em assembléias. Isso porque o Holiday Inn de Salvador foi construído num modelo de "flats" e as unidades restantes estão pulverizadas entre diversos proprietários. Segundo especialistas do setor, as assembléias dos

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condomínios costumam ser tão vazias que 40% de participação são suficientes para determinar as decisões.

A dúvida, agora, é se a LA vai tirar a InterContinental do hotel e colocar sua própria administração. Um executivo de uma rede hoteleira multinacional, que prefere não ser identificado, acredita que o contrato entre o empreendimento de Salvador e a rede hoteleira prevê uma multa em casos de rescisão e, sendo assim, o melhor a fazer pode ser pressionar a gestão por melhores resultados, ao invés de trocá-la. Consultada, a LA Hotels disse que estuda as alternativas. Informou, ainda, que o empreendimento em Salvador está indo razoavelmente bem, mas há espaço para melhorar o resultado.

À parte os negócios já concretizados, a LA Hotels vem batendo na porta de outros proprietários de hotéis. Uma das negociações é com o Grupo LN, dono de seis hotéis no Paraná, sendo três deles operados com a marca Holiday Inn Express, da InterContinental. Luís Napoleão Filho, diretor da LN, confirma as conversas com a LA Hotels e mais "um fundo de investimentos e um grupo mexicano", mas afirmou desconhecer que a LA pertence ao GP. "Fomos procurados por um corretor e não tivemos contato direto com eles. Portanto, não tenho essa informação", diz o diretor. A LA não confirma nem nega a negociação.

Um diretor de uma das maiores redes hoteleiras do país conta que, recentemente, o proprietário de um hotel administrado por ela, também no Sul do país, foi contatado pela LA Hotels. Mas, segundo o executivo, o investidor não quis ouvir propostas para vender o empreendimento.

Marcas registradas dos dirigentes do GP, agressividade e discrição não faltam à LA Hotels. Uma das empresas que compõem o fundo GP Capital Partners IV, a LA começou a funcionar em dezembro de 2007 com investimento inicial de US$ 150 milhões. Sem fazer alarde, já acumula sete aquisições. A primeira empresa comprada foi a Chambertin, uma administradora de hotéis com 15 unidades no país que possui franquia das bandeiras holandesas Golden Tulip e Tulip Inn - as marcas que a LA está usando para administrar sua rede. Mais tarde, a empresa comprou os três hotéis que pertenciam à rede Luxor, no Rio de Janeiro - em um deles, a participação é de 25% e nos outros é de 100%. Embora sejam antigos, os empreendimentos estão sendo reformados, têm boa localização e tornaram-se "achados" numa cidade onde praticamente inexistem terrenos para novos empreendimentos em bairros cobiçados. A LA também adquiriu o hotel Della Volpe, em São Paulo, além de hotéis em Angra e Salvador.

Porém, ao mesmo tempo em que não faz esforço para chamar a atenção, a LA Hotels também não esconde seu estratégia:

"consolidar o segmento hoteleiro, por meio da aquisição e administração de hotéis ou companhias que possuam ativos hoteleiros no Brasil e em outros países da América Latina", tornando-se uma das líderes do setor na região - LA, inclusive, é a sigla para "Latin America", em, inglês. O plano não é muito diferente do que a GP fez, por exemplo, com a empresa de shoppings BR Malls, que já é a maior do país e número de empreendimentos.

No setor hoteleiro, a estratégia da LA se destaca porque une investimentos em propriedades com a administração dos hotéis, dois negócios que, nos últimos anos, andaram separados. A idéia é ganhar, ao mesmo tempo, com a valorização imobiliária e com a atividade hoteleira em si.

Entre executivos do setor, a estratégia é bem vista. "Ela é excelente", diz Ricardo Mader, consultor da Jones Lang la Salle Hotels que trabalhou para a LA. José Ernesto Marino, consultor da BSH, prevê que a LA encontrará muitas barreiras para comprar participações significativas nos hotéis, uma vez

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que a maioria dos empreendimentos foi erguida no formato de condomínio e possui dezenas de proprietários. "Os hotéis que estão nas mãos de poucos investidores são minoria e são antigos".

(Colaborou Marli Lima, de Curitiba)

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JUDICIÁRIO

O Judiciário desce do Olimpo: Decisões começam a se banhar nas águas que jorram de fontes populares

(Estado de São Paulo 31.08.2008 p. A2 Espaço Aberto)

Gaudêncio Torquato

O Judiciário brasileiro vive dias de glórias. Desce do Olimpo para habitar o mundo dos mortais. Até parece que pediu licença às divindades para passar um tempinho conversando ao pé do ouvido com os terráqueos, Joões, Marias e Josés que perambulam pelas ruas, engrossam as filas de ambulatórios e acorrem aos corredores das repartições públicas. E a conversa, podem ter certeza, é recheada de boas notícias. Crianças menores de 5 anos, de Blumenau (SC) e de Santo André (SP), terão direito a creche e pré-escola. Essa decisão, que se poderá estender a todo o território nacional, partiu do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e do Superior Tribunal de Justiça, em resposta a ações interpostas pelo Ministério Público Estadual. Aqui, ali e lá em cima, na Corte Suprema, as decisões de juízes começam a se banhar nas águas que jorram das fontes populares. O Judiciário brasileiro, até que enfim, dá sinais de que uma das máximas da romana Lei das 12 Tábuas (451 a.C.) ainda inspira o espírito público dos juízes: salus populi suprema lex (a salvação do povo é a suprema lei).

A referência ao escopo que impregnou o Direito Romano não significa que o nosso Judiciário deva sempre contemplar o passado. Ao contrário. Hoje, uma leitura daquele arrazoado deixa transparecer aberrações como morte à “criança monstruosa”; morte ao devedor, que deve ser cortado em pedaços na hipótese da existência de vários credores; pena capital para autores de injúrias e ultrajes públicos difamatórios; ou mesmo punição a mulheres que “arranhem o rosto e soltem gritos imoderados”. O que se pretende dizer é que, na longa história das leis, muitas caducam e algumas vingam. E uma das tarefas mais dignificantes aos corpos que administram a justiça é descobrir qual estatuto legal de alguma época da humanidade ou de qualquer país reúne condições para ser aplicado. Pois bem, o Judiciário brasileiro atravessa um ciclo auspicioso, por incorporar um papel político - no sentido aristotélico, que é o de servir ao bem comum - tão reclamado pela sociedade. Basta lembrar a agenda de impacto sob a égide da Suprema Corte, envolvendo questões como a interrupção de gestação em caso de anencéfalos, a demarcação de terras indígenas, as cotas raciais em universidades, o casamento homossexual, a lei seca e a Lei de Imprensa.

O Supremo Tribunal Federal (STF) torna-se protagonista do debate público que abriga grandes questões nacionais, assumindo papel de destaque entre os Poderes, porque sua palavra tem o condão de se transformar em regra. É inegável que, ao afinar a sintonia com as temáticas de impacto, a alta Corte passa a ser a instituição de maior força para a modelagem da vida nacional. A polêmica aberta por conta do ativismo judicial do Supremo é até compreensível, mas não deve ser motivo para obstruir a missão “política” a que nos últimos tempos se tem dedicado. A missão é preencher as lacunas abertas pela Constituição de 88, que, em atendimento aos conjuntos corporativos da sociedade, deu cobertura às demandas, passando a exigir uma teia infraconstitucional. Esta, infelizmente, não foi costurada por completo. Nesse caso, o vácuo legislativo está sendo ocupado pela interpretação dada pelo STF. Ademais, a mais alta Corte de Justiça passou a dar vazão aos instrumentos que lhe foram conferidos pela Constituição federal, a ação direta de inconstitucionalidade e a argüição de descumprimento de preceito fundamental.

Se a inapetência do Poder Legislativo “beirava a anorexia”, conforme lembra o ministro Carlos Ayres Britto, o Supremo também se limitava a constatar o fato. Mas as situações começaram a bater na

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Corte com tanta intensidade que os magistrados, no vácuo legislativo, decidiram agir. Ministros direcionam suas antenas para captar o ruído social. Britto e Joaquim Barbosa são firmes defensores de posicionamento mais ativo do Supremo para solucionar questões sociais, na esteira de uma tendência que se observa nos EUA e na Europa. O próprio presidente, Gilmar Mendes, se posiciona a favor de um STF como “verdadeiro legislador positivo”, quando prega acréscimos às leis para que estas se ajustem à letra constitucional. Fez essa defesa por ocasião da decisão sobre o uso científico de células-tronco. Noutras ocasiões, “a interpretação segundo a Constituição” dada por ministros até muda o sentido de normas infraconstitucionais. Nos últimos tempos, questões de natureza política receberam do STF interpretações que causaram fortes críticas do Parlamento, dentre elas, a infidelidade partidária e o nepotismo.

A diretriz que parece inspirar o ativismo judicial dos altos magistrados é a da aproximação entre povo e Justiça. Essa meta é uma promessa até hoje não cumprida pela democracia, conforme nos lembra o filósofo Norberto Bobbio. O ciclo de descrença que a instituição política atravessa favorece, por seu lado, a intervenção das Cortes na esfera legislativa. A proibição de nepotismo na administração pública é exemplo de decisão que caiu muito bem aos olhos da sociedade. É evidente que a ação política das Cortes oferece riscos. Ao ingressar no espaço cotidiano, com decisões que afetam a vida das pessoas, os juízes passam a ser também objeto de questionamento de grupos insatisfeitos com as sentenças. A proibição indiscriminada do uso de algemas, por exemplo, gerou movimentos de revolta por parte de juízes de primeira instância, promotores e delegados. Ou seja, quando um magistrado começa a respirar, bem perto, o clima social, não se pode esquivar de ouvir aplausos e apupos.

Mas esse é um risco que vale a pena ser enfrentado. O País não pode andar ao léu. A sociedade precisa de régua e espaço. Ademais, o Congresso se eximiu da tarefa de regulamentar por inteiro a Constituição. Que os magistrados decidam - e bem - no caminho na justa sentença, agindo como o Senhor, que costuma abrir o seu caminho elevando os vales e abaixando as montanhas.

Gaudêncio Torquato, jornalista, é professor titular da USP e consultor político

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Tráfico de Influência - CNJ manda apurar irregularidades: Corregedor do Conselho Nacional de Justiça determina abertura de sindicância no TJ-RJ, diante de casos de tráfico de influência

relevados pelo 'JB'(Jornal do Brasil 31.08.2008 p. A2 Tema do Dia)

De Brasília

O corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro César Asfor Rocha, determinou a instauração de sindicância para apurar possíveis irregularidades no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

A decisão está relacionada às recentes reportagens do Jornal do Brasil sobre casos de tráfico de influência no Poder Judiciário do Rio, a partir de operações do advogado Marlan de Moraes Marinho Jr., filho e sobrinho de desembargadores, e irmão do juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho, da 24ª Vara Cível.

No despacho, o ministro César Rocha – que toma posse como presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na próxima quarta-feira – afirma que tais denúncias sobre tráfico de influência

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"revestem-se de gravidade, daí porque a sindicância representa o instrumento regimental hábil para examinar fatos que, em tese, podem configurar infração disciplinar".

O caso será apurado no chamado "segredo de Justiça", previsto em lei para as situações em que o Judiciário entende que é preciso preservar a imagem dos envolvidos. Por isso, o Jornal do Brasil não teve acesso à integra do pedido de providências do CNJ.

O corregedor, um dos 15 integrantes do CNJ, tem como funções, entre outras, receber as reclamações e denúncias de qualquer interessado contra magistrados e outros servidores do Judiciário em casos de suspeita de corrupção, tráfico de influência ou mau desempenho de suas atividades.

Na última segunda-feira, o ministro César Rocha disse que considerava "graves e contundentes" as denúncias que vêm sendo publicadas pelo Jornal do Brasil.

Juiz chama sindicalistas de ‘descamisados’

Da redação

A entrevista do juiz de Direito Marcelo Almeida de Moraes Marinho, da 24ª Vara Cível do Rio de Janeiro, sobre seu envolvimento no leilão da sede do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), arrematada pelo irmão dele, Marlan de Moraes Marinho Júnior, foi marcada pela irritação do magistrado. O juiz ameaça diretores da entidade, chama-os de "descamisados"; ofende advogados; ataca o Jornal do Brasil; refere-se à palavra "conluio", nunca mencionada nas reportagens e pronunciamentos do sindicato sobre o caso; perde-se com ela em ato falho, e é desmentido por documento que recebeu, e protocolou de próprio punho.

O juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho insistiu várias vezes que "jamais" houve bloqueio judicial de R$ 250 mil do saldo bancário do Sindicato, que poderia ser liberado por ele para evitar o leilão de 17 salas da sede da entidade, arrematadas em abril do ano passado pelo irmão Marlan Jr. O advogado-irmão pagou pelos imóveis R$ 280 mil, enquanto o valor de mercado era de R$ 800 mil.

– Nunca soube que meu irmão era interessado na arrematação. O processo que correu na 24ª Vara Cível não tem a menor conexão com o da 48ª Vara – declara.

O bloqueio feito por Marcelo Almeida de Moraes Marinho, na 24ª Vara, de exatos R$ 24.081,34, foi usado para pagar dívida do Sindicato Nacional dos Aeroviários com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transportes Aéreos no Município do Rio de Janeiro, numa demanda sobre área de representação sindical, que se arrastava desde 2001. O juiz entrou no caso em 2006 no processo de execução da dívida.

Na 48ª Vara, o juiz Mauro Nicolau Júnior determinou o leilão das 17 salas para a quitação de dívida da entidade, de R$ 163.481,89, com o Condomínio do Edifício Inúbia, à Avenida Presidente Wilson, 210, no centro da cidade.

– Ocorreram duas penhoras de valores em contas bancárias do Sindicato. Uma, feita em 24 de outubro de 2006, outra dia 10 de janeiro de 2007, que somavam algo em torno de R$ 10 mil. Outras contas da entidade estavam zeradas. Jamais fiz pedido de penhora de R$ 250 mil, como esses senhores do sindicato dizem. Eles serão interpelados para confirmar que alegam que houve conluio entre eu e meu irmão. Nos vários momentos do processo, eu digo que a penhora se limita a R$ 24 mil e poucos reais – afirma o juiz Marcelo, batendo a mão na mesa.

O juiz revela que tomará medidas criminais e civis contra os sindicalistas e contra o JB.

– Não havia dinheiro para ser bloqueado. É uma alegação espúria, leviana, de má-fé e oportunamente, eles responderão por isso. Obviamente, também serão tomadas medidas contra o jornal, os editores, os jornalistas e todos que participaram ativamente...

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Marcelo de Moraes Marinho segue atacando:

– A reboque dessa campanha difamatória surgem descamisados, como esse senhor do Sindicato aqui (referindo-se ao presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Fernando Galdino da Silva, que revelou o caso, juntamente com a secretária-geral Selma Balbino). – Levantam injustiças de outrora e levantam grandes injustiças praticadas pela minha família, mas são "descamisados". É o famoso "chororô do perdedor".

O juiz da 24ª Vara Cível lembra que se dá muito bem com o irmão, Marlan Jr.

– Tenho certeza absoluta que meu irmão, ao arrematar as salas, não sabia que possuía processo aqui comigo – comenta.

Marcelo Marinho afirma que ficará satisfeito com inquérito

O juiz Marcelo ameaçou encerrar a entrevista duas vezes quando questionado sobre o pedido de desbloqueio de aproximadamente R$ 250 mil, que evitaria o leilão. Aqui, ele dá outra informação.

– Na verdade, eu sabia que ele (o irmão Marlan Jr.) se preparava para arrematar uma sala. No entanto, eu não tinha a menor idéia de qual sala era, qual o processo era, qual o valor das salas. Eu não poderia ser grosseiro e dizer que não durmo com ele.

O titular da 24ª Vara Cível estranhou que os advogados do Sindicato não tenham argüido suspeição contra ele, fato abordado pelo JB. Disseram-se preocupados com a reação do juiz, que poderia sentir-se ofendido com a eventual citação da relação familiar, pois dependiam da decisão de Marcelo Almeida de Moraes Marinho para a liberação do dinheiro, o pagamento da dívida no condomínio e o cancelamento do leilão.

– O sindicato não fez um só recurso contra o bloqueio on-line (definido diretamente pelo juiz junto ao Banco Central, que congela os saldos das contas solicitadas pela Justiça). Por que será? Incompetência do advogado? Não me parece. Eu acho que eles sabiam que não tinham direito. Só que, agora, eles retornam a carga achando que vão conseguir algum fato novo para anular o conlu... leilão. O sindicato perdeu a sede porque era inadimplente.

O juiz da 24ª Vara Cível não se recorda de ter sido procurado por advogados do Sindicato Nacional dos Aeroviários e alertado sobre a necessidade de liberação do saldo bancário da entidade (cerca de R$ 250 mil, valor repetidamente negado pelo juiz) para que o leilão fosse evitado.

– Tenha certeza: se algo tão relevante fosse levantado aqui – como eles dizem que sabiam que o meu irmão estava arrematando – com certeza eu não teria prosseguido no processo. Desbloquear o que não foi bloqueado é algo impossível para mim.

Entidade recorreu

Sem o desbloqueio informado pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários, o cheque usado pela entidade para quitar a dívida do condomínio foi devolvido por insuficiência de fundos.

A entidade recorreu contra o leilão. O desembargador Marco Aurélio Fróes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), negou liminarmente o recurso contra o pregão e condenou o uso do cheque sem fundos. Fróes disse, em entrevista, conhecer muito bem Marlan Jr. e o juiz Marcelo de Moraes Marinho.

Os nomes dos irmãos estão no processo, em agravo de instrumento requerido ao TJ-RJ – uma nova tentativa de anulação do leilão da entidade, que associou, assim, os dois processos – o da 24ª (do bloqueio) e o da 48ª Vara (do leilão).

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– Esse recurso foi interposto contra a ação que ocorreu na 48ª Vara Cível, da qual eu não participei, não fui ouvido nem cheirado – explicou o juiz. – O desembargador é conhecido pela sua competência, sua técnica e sua ética. E se negou, o fez baseado nas provas que estão nos autos.

Marcelo de Moraes Marinho criticou mais uma vez o sindicato, referindo-se à existência de outros processos contra a entidade.

– Isso significa dizer que ele não é realmente uma parte que deveria ser identificada como uma vítima sofredora e injusta ali.

Más lembranças

Esqueceu-se do encontro com advogados do Sindicato Nacional dos Aeroviários, antes do leilão, mas lembrou-se de um outro detalhe, referente ao pedido de desbloqueio de R$ 250 mil – uma notícia de abril do ano passado, no dia seguinte à arrematação das 17 salas por Marlan Jr. (O leiloeiro público, Silas Barbosa, não aceitou a apresentação do cheque da entidade para a quitação da dívida no condomínio.)

– Nem me recordo desse pedido, mas me recordo da nota maldosa que foi lançada pelo Ancelmo Gois (colunista de O Globo) com o nome "libera meritíssimo", que insinuava que eu realmente havia bloqueado essa verba. Verifiquei isso: jamais havia tido um bloqueio nesse valor.

Sobre o interesse do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Ordem dos Advogados do Brasil em apurar as operações de Marlan Jr., o juiz-irmão disse que não deve satisfação à representação dos advogados.

– Quanto ao CNJ, não ouvi nada quanto a isso. As notícias do JB, lamentavelmente, eu não dou grande validade a elas – portanto, eu não posso ter isso como fidedigno. Entretanto, é da natureza da minha profissão que todos os meus atos sejam públicos e sejam fiscalizados pelas entidades superiores. Se o CNJ ou o Tribunal de Justiça entenderem por bem abrir um inquérito, vou ficar até satisfeito porque vai provar a lisura da minha atuação no processo. Por mais que a tempestade pareça pesada agora, ela vai passar.

O juiz da 24ª Vara Cível e o advogado Marlan Jr. são filhos do desembargador Marlan de Moraes Marinho, homem que construiu reputação ilibada no Judiciário fluminense, aposentado em 2006. Marcelo Almeida de Moraes Marinho afirma que o pai "está apreensivo".

– Ele encontra-se irritado com esse ataque injusto contra nós. Porque o JB, para se vingar do meu irmão, ataca a todos.

Desde que revelou operações de tráfico de influência de Marlan Jr., o jornal é transparente em revelar, mais de uma vez, que, a favor ou contra, o advogado atua em processos de organizações de comunicação, desde O Globo e os Diários Associados, até a Editora Jornal do Brasil, que edita o JB e a Gazeta Mercantil.

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Tráfico de Influência - Sindicato desmente juiz com documentos: Desbloqueio de saldo de R$ 250 mil impediria o leilão

(Jornal do Brasil 31.08.2008 p. A4 Tema do Dia)

Da redação

O juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho, da 24ª Vara Cível do Rio de Janeiro, recebeu duas vezes advogados do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), que solicitavam o desbloqueio de R$ 250 mil para evitar o leilão da sede da entidade, arrematado pelo próprio irmão, Marlan de Moraes Marinho Jr..

O documento que comprova a existência de R$ 250.453,01 de saldo do Sindicato está citado na folha 596 do processo, protocolado de próprio punho pelo juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho, dia 4 de abril do ano passado, conforme o requerimento de "urgente desbloqueio da conta corrente do SNA" – antes, portanto, do leilão encerrado em 9 de abril.

O comprovante apresentado no processo é um extrato da Caixa Econômica Federal, de fevereiro, posterior aos dois bloqueios citados na entrevista do juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho.

Na página 600 do processo da 24ª Vara Cível, dia 4 de abril, o Sindicato Nacional dos Aeroviários junta guia de depósito de R$ 163.481,89 para evitar o leilão realizado pela 48ª Vara Cível.

O Sindicato apresenta uma proposta alternativa para o caso de o juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho negar-se a liberar o total (R$ 250.453,01). O SNA pede que seja deferido, pelo menos, o desbloqueio de R$ 170 mil para possibilitar o pagamento do valor devido (no leilão) e impedir a venda de sua sede.

Diante deste cenário, o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), Fernando Galdino da Silva, e da secretária-geral Selma Balbino desabafam:

– O SNA só quer defender um patrimônio de sua categoria. A declaração do juiz, nos definindo como "descamisados", revela claramente seu preconceito com trabalhadores – temos 66 anos de atividade, 11 mil associados no país, 4.032 só no Rio de Janeiro.

O histórico do processo de leilão das 17 salas que compunham a sede do Sindicato Nacional dos Aeroviários chama a atenção desde que o Condomínio do Edifício Inúbia, que o cobrava judicialmente, suspendeu a negociação de acordo com a entidade. Foram duas vezes, documentadas.

O síndico Jonas de Oliveira e a conselheira do condomínio e advogada Elenice Calvão de Almeida – que foi colega de escritório de Marlan Jr. no mesmo prédio das salas arrematas – nunca explicaram claramente o abandono das tratativas de acordo, contam os sindicalistas. Só se soube do leilão – o primeiro dia 19 de março, sem interessados e o segundo dia 9 de abril, com um único pretendente, Marlan Jr. – depois que o próprio advogado esteve visitando as salas.

Os advogados Álvaro Quintão e Fernando Almeida explicaram que a dívida do SNA com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Aéreos no Município do Rio de Janeiro (Simarj), de R$ 24.081,34, é considerada quitada desde janeiro do ano passado, antes do leilão. Pelo ofício 75/2007, o juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho determinou que o valor fosse transferido da conta do sindicato, na Caixa Econômica Federal (CEF), para a conta do Banco do Brasil.

– O Simarj concordou com o valor – afirmou Quintão.

O advogado Fernando Almeida disse que o pedido de desbloqueio de R$ 250.453,01 ou de, pelo menos R$ 170 mil, do saldo disponível do sindicato, na CEF, foi despachado diretamente com o juiz da 24ª Vara Cível.

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– A situação foi explicada ao juiz Marcelo nos documentos do dia 22 de março, depois do primeiro leilão, e no dia 4 de abril, antes do segundo, realizado dia 9. Havia o bloqueio on-line do saldo – lembrou.

Os advogados explicaram o funcionamento do sistema eletrônico.

– O juiz tem uma senha, acessa o Banco Central e pode bloquear todas as contas cadastradas que entender necessárias. O banco faz a transferência automaticamente ou não dá resposta. Então, é acionado. Posteriormente, o juiz pode entrar no sistema e liberar os valores.

O juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho recebeu os advogados e não liberou o bloqueio. Só voltou a se manifestar sobre o pedido de 4 de abril no dia 3 de maio. Seu irmão, Marlan Jr., arrematou as 17 salas do sindicato dia 9 de abril do ano passado.

A secretária-geral do sindicato, Selma Balbino, lamenta a declaração do juiz sobre a existência de várias ações judiciais contra a entidade.

– O Sindicato Nacional dos Aeroviários advoga, por exemplo, para todos os demitidos da Varig. Tem ações envolvendo empresas sobre pagamento de arrecadação sindical. São centenas de processos, que fazem parte da rotina da entidade no interesse dos seus associados.

A insinuação de que houve declaração de que o juiz e seu irmão, Marlan Marinho, agiram em "conluio", palavra usada por Marcelo Almeida de Moraes Marinho, é rechaçada.

– Na primeira entrevista, dissemos que, nos parece, que isso tudo, está claro e evidenciado, só pode ser tráfico de influência. Ou então estamos diante de uma terrível rede de coincidências, impensável, inverossímil – comentaram o presidente do sindicato, Fernando Galdino da Silva, e a secretária-geral Selma Balbino.

Ao saber das declarações do juiz, o advogado Fernando de Almeida fez questão de ressaltar:

– As informações foram prestadas no processo. O juízo de valor é dele.

Até hoje o saldo bancário do Sindicato Nacional dos Aeroviários – relacionado ao total de R$ 250.453,01, na CEF – está bloqueado. A liberação é discutida em processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Artigo - Censura agora é do Poder Judiciário(Jornal do Brasil 31.08.2008 p. B3 Caderno B)

Paulo Cesar de Araújo, ESCRITOR

Um espectro ronda a sociedade brasileira: o espectro da censura. Livros, jornais, revistas, programas de TV e até desfiles de escola-de-samba têm sido atingidos por ela ultimamente. O caso da hora é a proibição da foto da atriz Carol Castro segurando um terço nas páginas de Playboy. Mas qual será o próximo? Parece que mais de duas décadas de exercício democrático ainda não foram suficientes para exorcizar os espíritos autoritários que vagueiam em nosso meio.

O escritor Fernando Morais afirma que há hoje no Brasil o ressurgimento de uma "censura togada". De fato, ao contrário do que ocorria nos anos de chumbo, quando a censura era promovida pelos

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agentes da ditadura, agora é executada por membros do poder judiciário. O próprio Fernando Morais foi vítima disso, em 2005, com seu livro Na toca dos leões. Na época o juiz Jeová Sardinha Moraes, da 7ª Vara Cível de Goiânia, determinou a busca e apreensão da obra por uma suposta ofensa ao deputado Ronaldo Caiado. O juiz também proibiu expressamente o escritor de dar declarações públicas sobre o trecho do livro referente ao deputado.

Outro caso de grande repercussão ocorreu às vésperas do carnaval carioca deste ano. A juíza Juliana Kalichsztein, do Tribunal de Justiça do Rio, proibiu a escola de samba Unidos do Viradouro de apresentar um carro alegórico que fazia alusão ao Holocausto. E como já é por demais sabido, o livro Roberto Carlos em detalhes, de minha autoria, também foi proibido depois de uma grotesca audiência de conciliação presidida pelo juiz Tércio Pires, do 20º Fórum Criminal em São Paulo.

Por mais que certa retórica jurídica queira negar, existe censura no Brasil, e com conseqüências ainda imprevisíveis. Renomados juristas advertem que em uma sociedade com os nossos antecedentes políticos é extremamente perigoso esse crescente cerceamento da liberdade de expressão. O professor de direito constitucional Luiz Roberto Barroso, por exemplo, defende que "sempre que houver uma via alternativa para reparar um eventual dano será melhor do que a proibição". Porém, não é isto o que tem acontecido.

O caso da biografia de Roberto Carlos é eloqüente. O livro tem 504 páginas e milhares de informações sobre o cantor e a música brasileira. Pois bem: de tudo isso ele reclamou na Justiça de sete trechos que considerou invasivos de sua vida - o que totaliza menos de 1% do volume total da obra. Mesmo assim Roberto Carlos quis proibir todos os capítulos, todas as páginas, todas as frases, todas as vírgulas, tudo da biografia. Além disso, 11 mil exemplares da obra lhe foram entregues para serem destruídos – numa violência cultural sem precedentes em países sob vigência do Estado democrático de Direito.

O curioso é que todo esse surto censor no país é realizado evocando-se a Constituição. A mesmíssima Constituição-cidadã que em seu artigo 5º, parágrafo IX, diz que "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença". Sim, existem outros artigos da lei que parecem colidir com o enunciado acima, porém, não há a preponderância de qualquer outro sobre a liberdade de expressão – ao contrário do que tem afirmado certos juízes censores.

Sabemos que a maior parte do nosso corpo jurídico é formado por pessoas sérias, competentes, comprometidas com as conquistas democráticas da sociedade. Porém, alguns integrantes do judiciário têm andado na contramão, enquanto outros parecem se acreditar até acima do bem e do mal. A juíza Adriana Sette Raposo, por exemplo, titular do TRT de Santa Rita, na Paraíba, é uma expressão disso. Ano passado, ao negar pedido de indenização a um trabalhador rural, afirmou no texto da sentença toda a magnificência da profissão que escolheu, comparando-se a Deus. "A liberdade de decisão e a consciência interior situam o juiz dentro do mundo, em um lugar especial que o converte em um ser absoluto e incomparavelmente superior a qualquer outro ser material".

Por tudo isso, a sociedade precisa estar cada vez mais mobilizada para o esforço de compatibilização da garantia dos direitos individuais - sagrados - com a dinâmica democrática. Uma República de cidadãos deve rebelar-se contra todo tipo de censor.

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Tráfico de Influência - Tribunal da OAB anuncia hoje decisão sobre Marlan Jr.: Casos de benefícios sobre leilão de imóveis revoltam partes prejudicadas

(Jornal do Brasil 01.09.2008 p. A13 País)

O presidente do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional do Rio de Janeiro, Paulo Saboya, deve anunciar hoje a abertura de inquérito para apurar casos característicos de tráfico de influência do advogado Marlan de Moraes Marinho Jr. no Poder Judiciário fluminense.

Na última sexta-feira, o corregedor do Conselho Nacional de Justiça, ministro César Asfor Rocha, determinou sindicância para investigar irregularidades no Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RJ), onde se concentram as operações de Marlan Jr.

O advogado e seu irmão Marcelo Almeida de Moraes Marinho, juiz da 24ª Vara Cível do Rio, são figuras-chave no episódio do leilão de 17 salas do Sindicato Nacional dos Aeroviários, como o Jornal do Brasil detalhou ontem.

Os imóveis, avaliados em R$ 800 mil, foram arrematados por Marlan Jr. por R$ 280 mil em abril do ano passado.

O Sindicato revelou extrato bancário superior a R$ 250 mil antes do pregão, mas o dinheiro estava bloqueado pelo juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho para quitação de uma dívida da entidade de aproximadamente R$ 24 mil, segundo seus advogados.

O juiz–irmão foi procurado pelos integrantes da representação sindical para que autorizasse o desbloqueio do dinheiro, o que evitaria o leilão de sua sede, no Centro da cidade.

Há outra reclamação contra o juiz da 24ª Vara Cível, Marcelo Almeida de Moraes Marinho. O advogado Luiz Pereira Neto, da cidade de Araruama, na região dos Lagos, queixa-se também de irregularidades protagonizadas pelo irmão de Marlan Jr. em processo de leilão de uma casa naquele município.

Pereira Neto apontou erros, a exemplo de falta de pagamento do valor do imóvel no prazo considerado legal. Queria anular o pregão. O juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho, consultado pelo advogado, falou que analisaria o caso. No dia seguinte, determinou que os ocupantes da casa deixassem o imóvel, liberando-a para os arrematantes. Na semana passada, o juiz Marcelo Marinho explicou que o caso é recente.

– Esse senhor, na verdade, é um mau-caráter. Ele realmente esteve no meu gabinete informando diversas nulidades, antigas. Ele não pedia a suspensão, mas a imissão de posse do imóvel. Entendi que não me era possível mais modificar o resultado do leilão em razão do trânsito em julgado da sentença.

O advogado Luiz Pereira Neto voltou ao gabinete do juiz no mesmo dia do indeferimento.

– Apareceu no meu gabinete profundamente transtornado, mal-educado. Tentou criar situações de conflito e confronto comigo. Por motivo de foro íntimo não me pareceu mais justo que eu fosse o juiz a analisar o processo dali em diante. Esse senhor foi tão grosseiro que isso quebrou a minha imparcialidade. (O caso foi transferido para a juíza tabelar – que substitui o titular em casos assim – Simone Gastesi).

Para o advogado, as declarações do juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho "são incompatíveis com a recomendável serenidade e o indispensável autocontrole que, obrigatoriamente, tem que ter um magistrado no desempenho de suas relevantes funções sociais, taxando, de início, este maduro advogado, de mau caráter".

– Sua Excelência poderia ter se valido dos seguranças presentes no corredor do fórum, para mandar prender, em flagrante , este advogado, pelo suposto desacato . E tal não aconteceu porque uma das

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virtudes deste advogado, além do seu conhecimento jurídico, é, exatamente, a sua educação – contesta Luiz Pereira Neto. – No mínimo, pedir-se-á a atuação da OAB, em defesa das irrenunciáveis prerrogativas dos advogados.

Leitores condenaram, por e-mails, a prática de tráfico de influência no Judiciário.

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O Judiciário apenas julga, não legisla: Conclama-se que o Judiciário exerceu atribuição do Congresso em razão da omissão deste

(DCI 01.09.2008 p. A2 Opinião)

Não sei quem disse que, como o Congresso não legislava, amordaçado pela quantidade de medidas provisórias, o STF passou a legislar de modo a suprir a deficiência parlamentar. Divulgada a versão, a que não faltavam ingredientes factuais verdadeiros, passou ela a ser repetida por gregos e troianos como expressão corrente de uma realidade.

Até o presidente do Senado repetiu a sentença. Parece-me equivocada a assertiva, não quando aponta o excesso de medidas provisórias como causa do mau funcionamento do Legislativo, que tenho como exata, mas quando afirma que o STF, em conseqüência, passou a legislar substituindo o Congresso.

Não que o Poder Judiciário, no exercício regular do poder jurisdicional, não complemente a lei, suprindo suas eventuais lacunas, ou lhe atribuindo entendimento novo, se não construindo a seu modo dimensões novas a leis antigas. Afinal, quem tem de aplicar a lei tem de interpretá-la, e, ao fazê-lo, fixa seu alcance. Não é isso, no entanto, que tem sido proclamado como verdade inconcussa, o Judiciário teria exercido atribuição do Congresso em razão de omissão dele.

Esse entendimento é que não me parece correto. O Judiciário não tem usurpado atribuições legislativas, pelo menos nos julgamentos que recentemente têm despertado a atenção e o interesse de largas faixas da população, seja pela densidade humana de determinadas questões, seja pela novidade de algumas delas, seja ainda pela divulgação que os julgamentos normalmente não tinham, e que passaram a ter pelo fabuloso poder da televisão, hoje implantada nas salas dos tribunais. Mas, até onde sei, o Judiciário não tem invadido o que seria próprio do parlamento.

O que tem acontecido, ou pode acontecer, é que a reflexão maior, o estudo mais acurado, fatos novos, experiências diferentes, tenham erodido interpretações dominantes, que pareciam definitivas, e que essa mudança tenha decorrido apenas de um reexame dos fundamentos das mesmas leis.

Vou dar um exemplo: Suponho que o primeiro julgamento a mudar antiga orientação que parecia irretocável foi o referente à denominada fidelidade partidária.

Não saberia dizer quando firmei a convicção de que o mandato eletivo não pertence exclusivamente ao partido, ou ao eleito, mas que seria um condomínio em que dois são titulares, um, pessoa jurídica, e outro, pessoa física.

A propósito, a tese uma vez foi vitoriosa no Tribunal de Justiça rio-grandense e por unanimidade; um candidato a deputado, não tendo sido eleito e ficado como primeiro suplente, desligou-se do partido pelo qual concorrera, e ingressou em outro.

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Vagando um lugar na bancada, do partido que abandonara, pretendeu ocupá-lo, foi obstado pelo partido que seria lesado em sua representação e pela decisão unânime do Tribunal de Justiça.

Bem mais tarde, caso semelhante chegou ao TSE e ao STF, e em ambas as Cortes, por maioria, prevaleceu a tese contrária. Passados alguns anos, a migração partidária tomou proporções constrangedoras. No próprio dia da posse a representação popular, desenhada nas urnas, mudava de perfil e o TSE veio a reexaminar a questão e o STF, em memorável decisão, depois de anos passados, também por maioria, reformulou sua anterior orientação. Invadiu atribuição legislativa? Não. Deu nova interpretação à mesma lei. O Congresso poderia ter mudado a lei? Poderia, mas não o fez.

Por motivação exclusivamente jurídica, sempre entendi que não era a melhor exegese adotada pelo Judiciário e, 18 anos depois de ter ficado vencido em ambas as Cortes, vim a festejar a orientação que, por fim, sempre me parecera a correta. Mudando o entendimento, ainda por maioria, o Judiciário decidiu a questão no exercício de suas atribuições regulares. Alegada uma lesão de direito, o Judiciário conhece e julga a pretensão.

É certo que a Constituição ampliou o acesso ao Supremo. O que era prerrogativa do procurador-geral da República até 1988 foi alargado, e muito. E o número de ADINs, bem ou mal fundamentadas, ganhou relevo na pauta da Corte Suprema.

Paulo Brossard é jurista, foi deputado e senador pelo Rio Grande do Sul, ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal.

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Mendes e Lula reúnem-se hoje para discutir denúncia de grampo (Valor Econômico 01.09.2008 p. A6 Política)

Raymundo Costa e Arnaldo Galvão, de Brasília

Os presidentes da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, reúnem-se hoje para discutir a crise entre os poderes a partir da denúncia de que o serviço secreto do governo espionou sistematicamente dirigentes do Judiciário e do Legislativo. Segundo o Palácio do Planalto, Lula só vai se posicionar após ouvir as exigências de Mendes com relação a providências imediatas.

Acusada de espionar, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) decidiu abrir sindicância e pediu que o Ministério da Justiça e a Procuradoria Geral da República também sejam acionados para tomar providência "com vistas à adoção das medidas investigatórias cabíveis para o esclarecimento dos fatos em toda sua extensão".

Os onze ministros do Supremo também farão uma reunião fechada às 16h, "em conselho". O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, convocou uma reunião da Executiva Nacional para discutir o assunto, na quarta-feira. "esse tipo de atentado, além de ilegal, é uma grave ameaça contra os direitos e os valores democráticos duramente conquistados pela sociedade brasileira", disse o presidente tucano.

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Além do líder Arthur Virgílio, outros senadores do PSDB tiveram supostamente os telefones grampeados: Tasso Jereissati (CE) e Álvaro Dias (PR). Há um petista na lista: Tião Viana (AC), que é virtual candidato à presidência do Senado.

A denúncia segundo a qual a Abin espionara o presidente do Supremo, o presidente do Congresso e líderes da oposição, como o senador Artur Virgílio (PSDB-AM), foi publicada na última edição da revista "Veja". De acordo com a revista, também o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, fora objeto da espionagem oficial.

A revista transcreve uma conversa ocorrida entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), relator da CPI da pedofilia, na qual o senador pede ajuda ao ministro em relação a um juiz de Roraima que estaria criando dificuldades para a tomada de depoimento de uma testemunha na comissão de inquérito.

Em nota, a Abin afirmou que reiterava sua "confiança no corpo funcional da instituição e espera que os fatos apresentados na reportagem sejam definitivamente esclarecidos".

Além de Gilmar Mendes, que chegou a referir-se à existência de um "estado policialesco" e classificou as interceptações telefônicas de "crime extremamente grave", as reações mais duras partiram do Congresso. O presidente do Senado, Garibaldi Alves, que só irá a Brasília amanhã, conversou com Gilmar Mendes sobre as providências a serem adotadas no âmbito do Congresso. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que um representante da Abin pode ser chamado para prestar esclarecimentos.

O presidente da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), cobrou do presidente Lula o afastamento dos dirigentes da Abin como prova de que o governo não é conivente com esses métodos. Fortes também acusa o diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, de ter faltado com a verdade quando, em depoimento na CPI dos Grampos, negou, recentemente, o envolvimento de subordinados em atividades ilegais.

O senador prometeu apurar todos os fatos e afirmou, por meio de nota distribuída ontem à imprensa, que, se os grampos ilegais forem confirmados, esse será um dos fatos mais grave ocorridos nos dois mandatos do presidente Lula. De acordo com a nota, há sinais de que existe um poder paralelo de espionagem funcionando dentro dos dois principais sistemas de informação do Estado: a Abin e a Polícia Federal.

No sábado, por meio de nota divulgada na página da Abin na internet, o diretor-geral Paulo Lacerda determinou à Corregedoria-Geral a abertura de sindicância para apurar se funcionários da agência envolveram-se nas interceptações telefônicas ilegais. Também informou que mandará ofício ao ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Jorge Félix, para que sejam acionados a Procuradoria-Geral da República e o Ministério da Justiça.

Ontem, o líder da bancada do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal, também divulgou nota lamentando a "instauração de um poder paralelo, criminoso e antidemocrático, semelhante em ação às milícias e ao tráfico de drogas, que se escondem sob o manto nebuloso da clandestinidade". Os tucanos exigem que o presidente Lula dê satisfação imediata à sociedade sob pena de permitir a dedução de que é conivente com a "realidade policialesca que teima em tentar se instalar no Brasil, fato que parece ser verdade já que assinou medida provisória criando cerca de 400 cargos para a Abin".

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Novas fontes de recursos - Entrevista - Rui Stoco(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-6 Direito e Justiça)

GISELLE SOUZADO JORNAL DO COMMMERCIO

Os tribunais do País teriam à disposição pelo menos 30 fontes de recursos, diferentes das estabelecidas na legislação atual, para incrementar seus orçamentos e complementar os gastos que têm com a prestação jurisdicional. Esta informação foi dada aos presidentes das cortes brasileiras pelo membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Rui Stoco, durante o Encontro Nacional do Judiciário, realizado na semana passada, em Brasília. O conselheiro é presidente da Comissão de Fundos e Reaparelhamento dos Tribunais, que foi instituída pelo CNJ justamente para estudar

os caminhos que possam levar os tribunais a conquistarem autonomia financeira. A identificação das 30 formas resulta do trabalho desenvolvido pelo grupo.

"Ainda não as apresentei aos presidentes dos tribunais, mas posso dar uma amostragem. Os projetos são de largo alcance, com objetivos maiores", disse Rui Stoco, que explica de que maneira seria possível o aumento na receita. Nesse sentido, ele ressaltou apenas as verbas que poderiam compor o fundo de reaparelhamento, previsto na legislação de muitos estados, mas que ainda não foi completamente implementando ou é subutilizado.

Novas fontes de recursos

JORNAL DO COMMERCIO - No Encontro Nacional do Judiciário, o senhor afirmou que a da Comissão de Fundos e Reaparelhamento dos Tribunais já teria identificado 30 novas fontes de recursos dos tribunais. Quais seriam as principais?

- Ainda não as apresentei aos presidentes dos tribunais, mas posso dar uma amostragem. Os projetos são de largo alcance, com objetivos bem maiores. Essas fontes de receita que mencionei são apenas aquelas relativas ao fundo de reaparelhamento. Temos inúmeros outros projetos para desenvolver. Em quase todos os estados já há lei tratando do fundo de reaparelhamento. O que estamos preconizando é uma lei ideal, para a qual os estados poderão decidir se querem adotar, ou apenas retirar dela todas as possibilidades. Nesse sentido, temos a intenção de propor a todos os tribunais a remessa de um projeto ao Congresso para uma nova lei de assistência judiciária gratuita. A atual Constituição tem uma determinação que está em descompasso com a lei em vigor, que data de 1950.

Por que a lei traz prejuízos?- Com o atual sistema, temos evasão de recursos de mais de 70%. Hoje basta a pessoa chegar e dizer que não pode pagar para ganhar a isenção. O problema é que um número muito grande de pessoas que entram em juízo pode pagar, apesar de alegarem o contrário. Com isso (a revisão da lei), evitaremos a sonegação.

Que outra proposta a comissão elaborou?- Em relação ao fundo de reaparelhamento, além da participação que o Judiciário tem direito no orçamento global, medida que se tem mostrado insuficiente, há possibilidade de os tribunais arrecadarem diretamente outras verbas que nascem da prestação de serviço que prestam. Por exemplo, a Constituição agora diz que a arrecadação das custas pertence ao Judiciário. Então, a idéia é que essas custas sejam arrecadadas diretamente pelas cortes, o que melhoraria e dinamizaria a arrecadação. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por exemplo, arrecada diretamente, mas grande parte das cortes não. Essa verba vai para os cofres do Executivo, que a repassa. E esse é um ganho muito grande. Outra fonte importante de arrecadação são as taxas das certidões negativas que os tribunais expedem. Outra seriam os valores cobrados para a inscrição nos concursos de ingresso para a magistratura ou serviço público no Judiciário. Essas taxas poderiam ser redirecionadas para o fundo de reaparelhamento. Por exemplo, quando os tribunais realizam cursos, congressos e

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seminários, o valor que se cobra dos participantes também poderia ser destinado ao fundo. Os tribunais editam revistas e publicações especializadas, que poderiam ser cobradas; e os valores, destinados ao fundo. Os tribunais, às vezes, têm bens… carros quebrados, com muitos anos e que não servem mais. Esses bens poderiam ir a leilão e gerar valores razoáveis, que também poderiam ser depositados nesse fundo.

A proposta da comissão se destina apenas aos tribunais estaduais ou também aos federais e do trabalho?- Acho que deveria haver uma lei própria quanto ao Judiciário federal. Nesse sentido, já existe projeto na Câmara dos Deputados. Nos tribunais de Justiça, as leis são dos estados; e, em quase todos, há uma lei criando esse fundo. É que, às vezes, são leis que não buscaram todas as fontes de arrecadação possíveis. Estamos pensando dar a eles essa possibilidade.

Então a proposta do CNJ destina-se apenas as cortes estaduais?- Sim. Quando aprovada a lei que permite a criação de fundos no âmbito federal, evidentemente que vamos convidar todos os tribunais para reuniões de trabalhos, justamente para buscar uma maneira de ajudá-los a arrecadar e buscar meios suficientes para que tenham suas necessidades atendidas.

Os estados terão que adaptar as leis segundo o projeto do CNJ?- Quase todos os estados têm a lei (criando o fundo). Se faltar é apenas um ou dois. Mas (a adaptação só vai ocorrer) se eles entenderem que será algo vantajoso. Eu acho que é porque a proposta do Conselho retrata o que tem de melhor em todas as leis existentes. Foi feita uma comparação de todas as leis, de todos os Estados, e tirados de cada uma delas o que havia de melhor. Além disso, estudamos outras fontes de arrecadação que não foram previstas em nenhuma delas.

O CNJ ajudará na articulação com o Legislativo dos Estados para aprovação das mudanças propostas?- Cada presidente de tribunal é tão chefe de Poder quanto o governador do Estado ou presidente da Assembléia Legislativa. Então, eles conversam de igual para igual. Por isso, não há necessidade. Mas, evidentemente, eles saberão que o CNJ está apoiando, colaborando e realizando um trabalho conjunto. Isso é muito importante.

Quando a proposta será encaminhada aos tribunais?- Agora vamos fazer reuniões de trabalho com os tribunais. Depois vamos realizar um simpósio. Em seguida, cada Estado faria o encaminhamento daquilo que entendesse ser o mais adequado, mas sempre sabendo que tem a assinatura e o acordo do CNJ.

Que outra fonte de recurso a comissão identificou?- Os depósitos judiciais são feitos numa instituição financeira oficial, segundo a lei. A idéia é que essas contas, que hoje são abertas individualmente, fossem abrigadas em um sistema de conta única, porém com a individualização do valor que cada pessoa depositou. Com isso, teríamos um volume de dinheiro bastante considerável que permitiria que uma pequena parte fosse destinada ao tribunal, sem prejuízo da remuneração da conta. Isso possibilitaria aos tribunais valores bastante expressivos, permitiria aporte de valores que hoje nem todos têm. Em cada Estado o Tribunal de Justiça tem uma realidade completamente diferente do outro. Por exemplo, o do Rio de Janeiro tem uma situação muito confortável em razão das boas administrações que teve. Talvez seja o Estado que esteja mais bem aparelhado, mas essa situação não é a padrão. Queremos que não haja desigualdade tão grande (entre os tribunais estaduais). Por isso, a intenção é essa: conseguirmos um fundo de reaparelhamento bom, que a conta a única forme um volume que seja bastante expressivo de sorte que o banco depositário possa entregar ao tribunal, além da remuneração da conta, um percentual de participação. Isso vai ajudar muito. Há Estados que têm obtido até R$ 2 milhões de participação. Então são valores animadores.

Que importância tem para os tribunais essa maior autonomia financeira?- O fundo vai abrigar todas as receitas, inclusive as custas judiciais. Vai abrigar aquilo que arrecadar em razão da conta única. Estuda-se também a colaboração das serventias judiciais, destinando aos tribunais um percentual dos valores que arrecadam, assim como dos cartórios extrajudiciais, de notas

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e registros de imóveis, que também poderiam destinar um percentual, ainda que pequeno, para os tribunais.

Que outro ponto consta do projeto do CNJ para essa maior autonomia?- Estudamos também a possibilidade de instituir no Brasil o selo de autenticidade dos documentos que são emitidos pelos cartórios. O selo garante a autenticidade do documento. Isso não só vai dar segurança aos documentos públicos como vai permitir arrecadação razoável para atender a necessidade dos tribunais na própria fiscalização desse serviço.

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STF - Em vigor a súmula que proíbe nepotismo(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-7 Direito e Justiça)

DA REDAÇÃO

Já está em vigor a Súmula Vinculante nº 13, que proíbe a prática do nepotismo nos três poderes da União: foi publiocada na edição da última sexta-feira (edição 162/2008) do Diário da Justiça Eletrônico (DJE). Com a publicação da súmula passa a ser possível contestar, no próprio STF, por meio de reclamação, a contratação de parentes para cargos da administração pública direta e indireta no Judiciário, no Executivo e no Legislativo de todos os níveis da Federação.

A íntegra do verbete afirma que "a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".

A decisão de editar a Súmula foi tomada na sessão plenária do último dia 21, por unanimidade. De acordo com o STF, o dispositivo tem que ser seguido por todos os órgãos públicos e, na prática, proíbe a contratação de parentes de autoridades e de funcionários para cargos de confiança, de comissão e de função gratificada no serviço público. A súmula veda também o nepotismo cruzado, que ocorre quando dois agentes públicos empregam familiares um do outro como troca de favor. Ficam de fora do alcance da súmula os cargos de caráter político, exercido por agentes políticos: ministro de Estado, secretário estadual e secretário municipal.

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Encontro da AMB discute lei dos recursos repetitivos(STJ – 01.09.2008)

Rio de Janeiro (RJ) - Em menos de um mês de vigência, a Lei 11.672, que trata da tramitação dos recursos repetitivos no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, poderá livrar o tribunal de julgar 96.251 processos. A informação é do presidente eleito do STJ, ministro Cesar Asfor Rocha, em encontro promovido pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) no Rio de Janeiro, que

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contou com a participação de diversos ministros do STJ e do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, do Supremo Tribunal Federal.

O tema do Encontro promovido pela AMB foi sobre a repercussão geral, no âmbito do STF, e a lei dos recursos repetitivos, no STJ. O ministro Cesar Rocha informou que o total de processos que serão distribuídos em separado para análise e identificação das matérias já afetadas por ministros do STJ é de 17.449. Esses recursos que serão distribuídos separados contêm como uma das partes a BrasilTelecom, bancos, Fazenda Nacional, Fazenda Estadual e Estados. Se contiverem as mesmas teses controversas, os recursos ficarão suspensos até que a Corte Especial firme entendimento definitivo.

“A Lei 11.672 chegou em muito boa hora”, disse o ministro Cesar Rocha, ao estimar que pode chegar a 120 mil processos que deverão deixar de ser julgados pelo Tribunal (os que estão com status de distribuídos e os que podem deixar de ser distribuídos por envolverem matérias afetadas e repetitivas). Ele ressaltou a importância de se racionalizar a carga de processos do STJ sob o risco do Tribunal se inviabilizar pelo excesso de recursos.

Pela Lei 11.672, os presidentes dos tribunais de origem (tribunais de justiça e tribunais regionais federais) podem admitir um ou mais recursos representativos de questão idêntica e encaminhá-los ao STJ para o pronunciamento definitivo da matéria. A Lei dispõe ainda que, se essa providência não for adotada pelos tribunais de origem, o relator no STJ poderá determinar a suspensão de recursos repetitivos nos tribunais de segunda instância dos recursos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.

Temas já selecionadosNo STJ, os ministros Ari Pargendler, Aldir Passarinho Junior e Nancy Andrighi, da Segunda Seção e o ministro Teori Albino Zavascki, da Primeira Seção, já aplicaram a Lei de recursos repetitivos para recursos que tratam de temas de direito público, contratos bancários e em processos envolvendo a Brasil Telecom (veja a relação dos recursos repetitivos suspensos no STJ na página principal do site eletrônico do Tribunal).

Após a publicação do julgado do STJ (o entendimento definitivo da tese), será aplicado o disposto na Lei 11.672. Os recursos que discutam decisões coincidentes com a orientação do STF terão seguimento negado já nos tribunais de origem, não subindo mais para a Corte superior.

Os processos já analisados pelos tribunais de origem com decisão divergente do entendimento do STJ deverão ser novamente examinados pelas instâncias anteriores. Os recursos repetitivos poderão subir à Corte superior somente em caso de manutenção dos julgados divergentes pelos tribunais de origem, desde que preencham os requisitos necessários à subida de recursos.

Presente ao encontro da AMB, o ministro Luiz Fux fez uma série de sugestões sobre a aplicação da Lei e propôs a realização de um encontro com a participação de servidores de órgãos julgadores dos tribunais regionais federais de justiça para dialogar sobre os procedimentos do dispositivo legal. O ministro também observou que, na medida em que a Lei 11.672 atinge os processos em curso, os recursos cujas matérias já estejam sumuladas ou pacificadas no STJ devem ser devolvidos imediatamente aos tribunais de origem.

O encontro contou com a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Alberto Menezes Direito, que falou sobre a Lei da Repercussão Geral. O ministro do STF também enfatizou que o instrumento da repercussão geral livrou o STF de um volume de processos inviável de ser julgado. “A repercussão geral veio reduzir o volume de processos que chegam ao Supremo”, afirmou. Menezes Direito informou que os processos que têm repercussão geral têm prioridade para julgamento no Pleno e que isso tem resultado em um maior número de súmulas vinculantes editadas pelo Tribunal (como a do nepotismo e a que trata sobre o uso de algemas, por exemplo).

Estavam presentes ao encontro da AMB os ministros do STJ Fernando Gonçalves, Luiz Fux, João Otávio de Noronha, Herman Benjamin, Luis Felipe Salomão (um dos organizadores do evento),

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Mauro Campbell Marques, o ministro nomeado Benedito Gonçalves e o desembargador federal convocado Carlos Mathias.

O presidente da AMB, Mozart Valadares Pires, destacou a importância do debate sobre as leis de repercussão geral e de recursos repetitivos, assim como o presidente do Colégio de Presidentes de TJs, desembargador Marcus Faver. Também participaram do encontro o corregedor-geral de Justiça do TJ-RJ, Luiz Sveiter, além de diversos magistrados.

http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=88958

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Poder X Poder - Presidência da República grampeou o Supremo Tribunal Federal(Conjur – 01.09.2008)

O braço de espionagem do Palácio do Planalto, destinado a prover o presidente da República das informações de interesse do Estado, faz interceptações telefônicas clandestinas. A bisbilhotagem criminosa passa pelo Congresso, pelo Supremo Tribunal Federal e não perdoa nem os aliados e integrantes do governo. A revelação é feita pelos jornalistas Policarpo Junior e Expedito Filho na revista Veja que começou a circular neste sábado (30/8).

A revista informa ter tido acesso à transcrição de um dos grampos, que registra diálogo entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), mostrando que as autoridades estão sendo monitoradas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A transcrição, informa a revista, foi obtida de um funcionário da própria Abin.

Leia a Reportagem:

A Abin gravou o ministroDiálogo comprova que espiões do governo grampearam o presidente do Supremo Tribunal Federal. Autoridades federais e do Congresso também foram vigiadasHá três semanas, VEJA publicou reportagem revelando que o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, foi espionado por agentes a serviço da Agência Brasileira de Inteligência. O diretor da Abin, Paulo Lacerda, foi ao Congresso e negou com veemência a possibilidade de seus comandados estarem envolvidos em atividades clandestinas. Sabe-se, agora, que os arapongas federais não só bisbilhotaram o gabinete do ministro como grampearam todos os seus telefones no STF. VEJA teve acesso a um conjunto de informações e documentos que não deixam dúvida sobre a ação criminosa da agência. O principal deles é um diálogo telefônico de pouco mais de dois minutos entre o ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), gravado no fim da tarde do dia 15 de julho passado. A conversa, reproduzida na página anterior, não tem nenhuma relevância temática, mas é a prova cabal de que espiões do governo, ao invadir a privacidade de um magistrado da mais alta corte de Justiça do país e, por conseqüência, a de um senador da República, não só estão afrontando a lei como promovem um perigoso desafio à democracia.

O diálogo entre o senador e o ministro foi repassado à revista por um servidor da própria Abin sob a condição de se manter anônimo. O relato do araponga é estarrecedor. Segundo ele, a escuta clandestina feita contra o ministro Gilmar Mendes, longe de ser uma ação isolada, é quase uma rotina em Brasília. Os alvos, como são chamadas as vítimas de espionagem no jargão dos arapongas, quase sempre ocupam postos importantes. Somente neste ano, de acordo com o funcionário, apenas

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em seu setor de trabalho já passaram interceptações telefônicas de conversas do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, e de mais dois ministros que despacham no Palácio do Planalto – Dilma Rousseff, da Casa Civil, e José Múcio, das Relações Institucionais. No Congresso, a lista é ainda maior. Segundo o araponga, foram grampeados os telefones do presidente do Senado, Garibaldi Alves, do PMDB, e dos senadores Arthur Virgílio, Alvaro Dias e Tasso Jereissati, todos do PSDB, e também do petista Tião Viana. Esse último, conforme o araponga, foi alvo da interceptação mais recente, que teve o objetivo "de acompanhar como ele está articulando sua candidatura à presidência do Senado". No STF, além de Gilmar Mendes, o ministro Marco Aurélio Mello também teve os telefones grampeados.

As gravações ilegais feitas pela Abin servem de base para a elaboração de relatórios que têm o presidente da República como destinatário final. Isso não quer dizer que Lula necessariamente tenha conhecimento de que seus principais assessores estejam grampeados ou que avalize a operação. Os agentes produzem as informações a partir do que ouvem, mas sem identificar a origem. Por serem ilegais, depois de filtradas, as gravações são destruídas. A do ministro Gilmar Mendes foi preservada porque, ao contrário das demais, ela foi produzida durante uma parceria feita entre a Abin e a Polícia Federal na operação que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, no início de julho. Os investigadores desconfiavam de uma suposta influência do banqueiro no STF e decidiram vigiar o presidente da corte. Gilmar Mendes já havia sido informado de que alguns comentários que ele fez com assessores no interior do gabinete tinham chegado ao conhecimento de outras pessoas – uma evidência de que suas conversas estavam sendo ouvidas. Desconfiado, solicitou à segurança do tribunal que providenciasse uma varredura. Os técnicos constataram a presença de sinais característicos de escutas ambientais, provavelmente de aparelhos instalados do lado de fora da corte. Não era só isso. O presidente do STF também tinha os telefonemas de seu gabinete gravados ininterruptamente. A Abin recebia e analisava, por dia, mais de duas dezenas de ligações do ministro. Foi para provar o que dizia que o funcionário mostrou uma delas.

De acordo com os registros, o senador Demóstenes Torres ligou para o ministro Gilmar Mendes às 18h29 para tratar de um problema relacionado à CPI da Pedofilia. Na ocasião, Mendes não pôde atender porque estava a caminho do Palácio do Planalto para uma audiência com o presidente Lula. Três minutos depois, às 18h32, a secretária retornou a ligação para o gabinete do senador e a transferiu para o celular do ministro. A conversa foi rápida. O presidente do Supremo agradeceu a Torres pelo pronunciamento no qual havia criticado o pedido de impeachment protocolado contra ele no Congresso. Na semana anterior, Mendes havia mandado soltar o banqueiro Daniel Dantas, o que provocou, além do pedido de impeachment, uma barulhenta reação da polícia e do Ministério Público. As entidades enxergaram na decisão do ministro – polêmica, mas felizmente tomada sob inspiração das leis vigentes – uma tentativa de impedir a punição dos corruptos. A Polícia Federal e a Abin interpretaram a decisão como uma confirmação de que alguma coisa errada se passava no gabinete do ministro e decidiram intensificar as ações ilegais. A partir daí, o presidente do Supremo e seus assessores mais próximos passaram a ser ouvidos, grampeados e seguidos pelos arapongas.

O diálogo em poder da Abin foi apresentado ao ministro Gilmar Mendes e ao senador Demóstenes Torres. Ambos confirmaram o teor da conversa, a data em que ela aconteceu e reagiram com indignação. "Não há mais como descer na escala da degradação institucional. Gravar clandestinamente os telefonemas do presidente do Supremo Tribunal Federal é coisa de regime totalitário. É deplorável. É ofensivo. É indigno", disse o ministro, anunciando que vai pedir providências diretamente ao presidente Lula. "Não acredito que a ação da Abin ou da Polícia Federal seja oficial, com o conhecimento do governo, mas cabe ao presidente da República punir os responsáveis por essa agressão", acrescentou Mendes. O senador Demóstenes Torres também protestou: "Essa gravação mostra que há um monstro, um grupo de bandoleiros atuando dentro do governo. É um escândalo que coloca em risco a harmonia entre os poderes". O parlamentar informou que vai cobrar uma posição institucional do presidente do Congresso, Garibaldi Alves, sobre o episódio, além de solicitar a convocação imediata da Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso para analisar o caso. "O governo precisa mostrar que não tem nada a ver e nem é conivente com esse crime contra a democracia."

A atuação descontrolada dos arapongas oficiais está provocando crises dentro do próprio governo. Em conversas reservadas com assessores, Gilberto Carvalho, o chefe de gabinete do presidente

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Lula, que também foi vítima de espionagem clandestina, suspeita de uma conspiração em andamento para criar dificuldades ao governo. A teoria ganhou um reforço de um peso pesado do petismo. O ex-ministro José Dirceu, acostumado a freqüentar o noticiário como suspeito de alguma coisa, tem contado a amigos que é vítima de uma intensa perseguição de arapongas. A mais explícita, segundo ele, aconteceu em março passado. Um advogado, muito amigo do ex-ministro, recebeu a informação de que os telefones de Dirceu, de seus advogados e de alguns familiares estariam clandestinamente grampeados. Além disso, o escritório de Dirceu em São Paulo sofreria uma "entrada" – no jargão dos arapongas isso significa uma invasão clandestina disfarçada de roubo. O alerta, segundo o advogado, foi feito por um policial. Dias depois, o escritório do ex-ministro foi invadido. De acordo com o boletim de ocorrência registrado na delegacia, eram ladrões diferenciados, pois não se interessaram em levar uma televisão de plasma, uma cafeteira italiana, celulares e objetos de valor. Furtaram apenas a CPU do computador. Os "ladrões" também não deixaram marcas nas portas nem impressões digitais. A polícia paulista informou que o crime provavelmente foi praticado por uma gangue de catadores de papel.

No fim de junho, José Dirceu avisou o presidente Lula que estava sendo vítima de operações ilegais e que suspeitava da ação conjunta da Polícia Federal e da Abin. Em público, o ministro não faz acusações diretas contra ninguém, mas, para o presidente, ele foi explícito: Dirceu acusa o atual diretor da Abin, Paulo Lacerda, e o ministro da Justiça, Tarso Genro, de estarem por trás de um complô para prejudicá-lo, recorrendo a supostas ações ilegais contra ele, inclusive a invasão do escritório. "Mandei também avisar o presidente que estava sendo escutado ilegalmente", disse o ex-ministro a um interlocutor na semana passada. Dirceu considera Tarso Genro, que é do PT, mas de uma corrente interna diferente da sua, como desafeto político. O ministro da Justiça estaria usando o aparato policial contra Dirceu para tentar minar sua influência no partido. Paranóia? Talvez. O fato é que a ação clandestina dos arapongas, sejam eles da Abin ou ligados à Polícia Federal, está criando entre políticos, magistrados e autoridades em Brasília um clima que não se percebia desde os tempos do velho SNI, o serviço de inteligência criado no regime militar, que serviu, por mais de duas décadas, como instrumento de perseguição de adversários. Havia mais de um ano que o ministro Gilmar Mendes suspeitava que seus telefones estavam sendo grampeados. Parecia paranóia.

A transcrição do grampoGilmar Mendes – Oi, Demóstenes, tudo bem? Muito obrigado pelas suas declarações.Demóstenes Torres – Que é isso, Gilmar. Esse pessoal está maluco. Impeachment? Isso é coisa para bandido, não para presidente do Supremo. Podem até discordar do julgado, mas impeachment...Gilmar – Querem fazer tudo contra a lei, Demóstenes, só pelo gosto...Demóstenes – A segunda decisão foi uma afronta à sua, só pra te constranger, mas, felizmente, não tem ninguém aqui que embarcou nessa "porra-louquice". Se houver mesmo esse pedido, não anda um milímetro. Não tem sentido.Gilmar – Obrigado.Demóstenes – Gilmar, obrigado pelo retorno, eu te liguei porque tem um caso aqui que vou precisar de você. É o seguinte: eu sou o relator da CPI da Pedofilia aqui no Senado e acabo de ser comunicado pelo pessoal do Ministério da Justiça que um juiz estadual de Roraima mandou uma decisão dele para o programa de proteção de vítimas ameaçadas para que uma pessoa protegida não seja ouvida pela CPI antes do juiz.Gilmar – Como é que é?Demóstenes – É isso mesmo! Dois promotores entraram com o pedido e o juiz estadual interferiu na agenda da CPI. Tem cabimento?Gilmar – É grave.Demóstenes – É uma vítima menor que foi molestada por um monte de autoridades de lá e parece que até por um deputado federal. É por isso que nós queremos ouvi-la, mas o juiz lá não tem qualquer noção de competência.Gilmar – O que você quer fazer?Demóstenes – Eu estou pensando em ligar para o procurador-geral de Justiça e ver se ele mostra para os promotores que eles não podem intervir em CPI federal, que aqui só pode chegar ordem do Supremo. Se eles resolverem lá, tudo bem. Se não, vou pedir ao advogado-geral da Casa para preparar alguma medida judicial para você restabelecer o direito.Gilmar – Está demais, não é, Demóstenes?Demóstenes – Burrice também devia ter limites, não é, Gilmar? Isso é caso até de Conselhão.

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(risos)Gilmar – Então está bom.Demóstenes – Se eu não resolver até amanhã, eu te procuro com uma ação para você analisar. Está bom?Gilmar – Está bom. Um abraço, e obrigado de novo.Demóstenes – Um abração, Gilmar. Até logo.

http://www.conjur.com.br/static/text/69399,1

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Escuta no Supremo: Ministros reagem contra grampo ilegal na Corte(Conjur – 01.09.2008)

O ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, cancelou a viagem que faria para a Coréia do Sul neste final de semana, onde participaria da celebração de 20º aniversário da Constituição e da Corte Constitucional do país. O ministro falou por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e combinaram de se reunir na segunda-feira. Deve participar também do encontro o presidente do Senado, Garibaldi Alves.

O motivo é a reportagem publicada pela revista Veja, indicando que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) — órgão da Presidência da República — está grampeando ilegalmente congressistas, o presidente do STF e até aliados do governo. Antes do encontro com o presidente, os ministros do Supremo deverão reunir-se a portas fechadas para que Gilmar compareça ao Planalto levando a opinião de todo o colegiado.

Na primeira rodada de discussões no Palácio do Planalto sobre os grampos ilegais feitos pela Abin, a tendência foi negar os fatos e inverter a situação, partindo para cima da revista Veja. Pela lei, a Abin, órgão subordinado ao Palácio do Planalto, não tem competência para fazer monitoramento telefônico, com ou sem ordem judicial.

Ministros do Supremo, do Superior Tribunal de Justiça e juízes ouvidos pela revista Consultor Jurídico consideraram o fato gravíssimo e disseram que a Presidência da República tem o dever de apurar os fatos relatados pela revista semanal e dar explicações sobre eles. A reportagem de Veja traz diálogo do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Segundo a revista, a transcrição foi repassada por um funcionário da própria Abin, que informou da existência de monitoramento de deputados, senadores, ministros de estado e de outro integrante do STF, o ministro Marco Aurélio.

Em Atibaia (SP), onde participou de evento da Escola Paulista da Magistratura, o presidente do Supremo afirmou que não acredita que a prática conte com o consentimento do presidente Lula. Segundo ele, o problema não é a interceptação telefônica, prevista na Constituição, mas a prática criminosa de monitoramento à margem da lei — o que se torna mais grave quando se trata de ação praticada pelo poder público.

Questionado sobre o que acha da vulnerabilidade do cidadão em um país em que até o presidente de um poder da República é grampeado ilegalmente, Gilmar Mendes respondeu que “aí é que está o problema. É essa a questão que se coloca ao presidente da República”.

Ao jornal Estado de S. Paulo, o presidente do Supremo afirmou que, na manhã deste sábado, recebeu o telefonema do vice-presidente José Alencar. Diante disso, resolveu convocar a reunião

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com os outros dez ministros do Supremo na próxima segunda-feira. “O STF deve chamar Lula para esclarecer o caso”, disse. O ministro afirmou, ainda, que vai exigir uma investigação enérgica e medidas sobre o caso. Gilmar Mendes revela estar preocupado com o “Estado policialesco” que está se instalando no país.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, exigiu que o presidente Lula anuncie medidas para restabelecer a credibilidade do governo. “O presidente tem de provar que controla a situação, que não é refém de um grupo de bandoleiros, renegados, bandidos e malfeitores hoje instalado no serviço de inteligência.”

Disse também que vai conversar com o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), para estudar quais medidas podem ser tomadas pelo Legislativo. Demóstenes declarou que a Abin é necessária para qualquer governo. No entanto, não aceita que integrantes de um órgão da Presidência da República façam grampos ilegais. E pediu explicações sobre a finalidade das escutas.

Ouvido pela ConJur, o ministro Ricardo Lewandowski, também do STF, se disse perplexo com a notícia: “É um ato gravíssimo e que abala os alicerces do Estado Democrático do Direito”. O ministro, que também está em Atibaia, afirmou que a reação da maior parte dos juízes presentes ao encontro é semelhante à sua.

O ministro Marco Aurélio considerou gravíssimo o episódio e diz que o presidente da República tem de identificar e demitir os responsáveis pelos grampos. “Quem cometeu desvio de conduta tem de pagar. Só assim haverá mudança cultural”, disse à ConJur. Marco Aurélio não acredita no envolvimento do presidente Lula no caso, mas pede ação. “Não podemos ficar só no faz-de-conta. O presidente precisa ter pulso de aço com luva de pelica”, declarou.

Para o ministro, os grampos clandestinos feitos pela Abin revelam a perda de parâmetro. “A administração pública só pode fazer o que está autorizada por lei a fazer. Bisbilhotar não está autorizado. Isso entra no campo da ilicitude e do crime.” Ele espera que, tudo vindo à tona, “não sendo escamoteado”, sirva para a correção dos rumos do país.

O ministro Cesar Asfor Rocha, que toma posse da presidência do Superior Tribunal de Justiça na quarta-feira (3/9), disse que o grampo ilegal no STF é o fato de maior gravidade institucional que viu nos últimos tempos: "É simplesmente inadmissível".

Para o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Mozart Valadares, o fato é a negação do Estado de Direito. "O grampo ilegal é inaceitável quando feito contra qualquer cidadão, mas se torna mais grave quando seu alvo é o presidente da Suprema Corte do país", disse Mozart.

Não é a primeira vez que o assunto vem à tona. Desde 2007, informações de que ministros do Supremo têm sido monitorados ilegalmente têm sido divulgada. Mas é a primeira vez que surge prova de que houve, de fato, interceptação ilegal. Recentemente, o diretor da Abin e ex-diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas que a agência não faz monitoramento.

O presidente Lula, que está em São Paulo para fazer campanha para a candidata petista à prefeitura, Marta Suplicy, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

http://www.conjur.com.br/static/text/69400,1

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Análise dos fatos: PF pode pedir à Veja cópia de conversa de autoridades(Conjur – 01.09.2008)

O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa informou ao jornal Estado de S. Paulo, através de sua assessoria, que a PF vai fazer “uma análise mais profunda e concreta dos fatos” narrados pela revista Veja. A reportagem traz diálogo do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Segundo a revista, a transcrição foi repassada por um funcionário da própria Abin, que informou a existência de monitoramento de autoridades pelo órgão.

Uma das primeiras providências pode ser pedir à revista cópia da gravação captada ilegalmente. Só depois da análise é que decidirá se abre inquérito com o objetivo de investigar a realização de grampos ilegais por agentes da Abin. “Se houve um monitoramento contra um poder da União, é competência e obrigação da PF investigar”, afirmou o diretor.

A direção da PF negou que tenha realizado o grampo divulgado pela revista e afirmou que o diálogo não existe no inquérito que apura condutas do banqueiro Daniel Dantas, durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, ou em qualquer outro inquérito conduzido pelo órgão. A revista afirmou que a Polícia Federal e a Abin intensificaram “ações ilegais” depois que o ministro Gilmar Mendes mandou soltar o banqueiro Daniel Dantas.

Também negou qualquer “cooperação institucional” com a Abin na investigação sobre Dantas. “A PF atua no campo da espionagem, mas dentro da legalidade, para a produção de provas. Todas as escutas têm autorização judicial e estão vinculadas a um inquérito. O sistema de monitoramento telefônico (realizado por intermédio de um software chamado ‘Guardião’) é auditável”, afirmou a PF.

“Se houve algum tipo de cooperação entre Abin e PF no inquérito, foi no campo da informalidade, entre agentes e o delegado”, afirma. Provocada por denúncias anteriores, a PF abriu há um mês inquérito para investigar a suposta cooperação informal que, segundo o orgão, é irregular.

http://www.conjur.com.br/static/text/69404,1

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Estado de bisbilhotice: OAB cobra resposta do governo sobre grampo ilegal no STF(Conjur – 01.09.2008)

Em nota divulgada neste sábado (30/8), a Ordem dos Advogados do Brasil exigiu resposta imediata do Poder Público quanto às denúncias feitas pela revista Veja, de que a de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está grampeando ilegalmente autoridades do Judiciário e Legislativo.

“Qual o sentido de a Abin espionar o senador Tião Viana? Quer saber sua estratégia de campanha? Para quê? Está a serviço de outro candidato? E por que espiona o líder da oposição, senador Arthur Virgílio? E o ex-ministro José Dirceu?”, pergunta o presidente da OAB, Cezar Britto. Para a OAB, a situação demonstra insegurança jurídica e desmoralização institucional.

A reportagem traz diálogo do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Segundo a revista, a transcrição foi repassada por um funcionário da própria Abin, que informou a existência de monitoramento de deputados, senadores, ministros de estado e de outro integrante do STF, como o ministro Marco Aurélio.

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Gilmar Mendes, que embarcaria para Seul, na Coréia do Sul, neste sábado, acabou cancelando a viagem. No início da próxima semana, todos os ministros do Supremo vão se reunir para discutir a informação de espionagem pela Abin. Pela lei, o órgão, que é subordinado ao Palácio do Planalto, não tem competência para fazer monitoramento telefônico, nem mesmo com ordem judicial.

Leia a notaÉ simplesmente intolerável que fatos como esses denunciados na edição que circula a partir de hoje (30) da revista Veja continuem a ocorrer sem que respostas imediatas – e exemplares - sejam dadas à sociedade brasileira pelo Poder Público.

Espionar a mais alta autoridade do Poder Judiciário, o ministro Gilmar Mendes, é um escândalo que dispensa adjetivos. Ultrapassa as piores expectativas. Mas o estado de bisbilhotice, que vem sendo denunciado pela OAB, inclusive na cerimônia de posse do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, não pára aí: atinge hoje praticamente todo o espectro político.

Vai da base parlamentar governista à oposição. Espiona ministros, assessores do Presidente da República, o Presidente do Senado e chega ao extremo de se envolver na sucessão à Presidência daquela casa legislativa.

Qual o sentido de a Abin espionar o senador Tião Viana? Quer saber sua estratégia de campanha? Para quê? Está a serviço de outro candidato? E por que espiona o líder da oposição, senador Arthur Virgílio? E o ex-ministro José Dirceu?

São perguntas inevitáveis – e constrangedoras -, que revelam o grau de insegurança jurídica e baixeza institucional que tais aberrações produzem, reeditando os piores momentos da ditadura militar.

A OAB, como tribuna da sociedade civil brasileira, exige apuração rigorosa e imediata dos fatos e responsabilização penal dos envolvidos neste ato criminoso que afronta o Estado democrático de Direito e fragiliza a credibilidade das instituições do Estado.

CEZAR BRITTOPresidente do Conselho Federal da OAB

http://www.conjur.com.br/static/text/69403,1

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Estado policialesco: Juízes pedem punição aos responsáveis por grampos ilegais(Conjur – 01.09.2008)

A direção da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) se reuniu neste final de semana para, em nota pública, repudiar “energicamente” os grampos ilegais que teriam sido feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em telefones do Supremo Tribunal Federal, de membros do Congresso Nacional e da própria Presidência da República, órgão a quem é subordinada. A denúncia foi feita na última edição da revista Veja. A Apamagis pede a identificação e punição aos responsáveis pelos atos ilegais.

A entidade lembra que, de acordo com a Constituição Federal, as interceptações telefônicas só podem ser feitas com autorização judicial e apenas nos casos em que houver investigação criminal

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ou instrução processual em andamento. O que não é o caso do presidente do Supremo, ministro Gilmar Mendes, nem do senador Demóstenes Torres. Eles estão entre as autoridades que tiveram ligações grampeadas. A Veja publicou transcrição de uma conversa telefônica entre os dois, o que comprova as antigas suspeitas de interceptações ilegais.

“A ocorrência de um episódio como este revela as garras de um estado policialesco, no qual todos são culpados até prova em contrário, e, por si só, representa uma afronta aos princípios estabelecidos pela "Constituição Cidadã”, maculando uma data que deveria ser de plena comemoração.”

Na nota, os representantes do Judiciário paulista se comprometem a organizar encontros e audiências com autoridades do Executivo e Legislativo para “obter providências que colaborem para coibir ações ilícitas de espionagem”.

Leia a notaNota pública

A Associação Paulista de Magistrados (Apamagis) vem a público repudiar, energicamente, o uso equivocado e ilegal da interceptação telefônica. A Lei é clara quando diz que "é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal" (art. 5º, inciso XII, da Constituição Federal; a Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, se encarrega de fornecer detalhes em relação às situações em que são permitidas as escutas).

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres não se encaixam em nenhuma das premissas prescritas pela Carta Magna, que, neste ano, completa 20 anos de vigência. A ocorrência de um episódio como este revela as garras de um estado policialesco, no qual todos são culpados até prova em contrário, e, por si só, representa uma afronta aos princípios estabelecidos pela "Constituição Cidadã”, maculando uma data que deveria ser de plena comemoração.

Diante da gravidade do fato, a Apamagis reivindica que as autoridades competentes adotem as medidas cabíveis para que os responsáveis por ação tão arbitrária sejam identificados e punidos. A entidade representante da Magistratura paulista firma, aqui, seu compromisso de promover encontros e audiências com autoridades do Legislativo e Executivo a fim de obter providências que colaborem para coibir ações ilícitas de espionagem, preservando a privacidade - sagrada garantia constitucional.

Por fim, a Apamagis reafirma a sua confiança no Supremo Tribunal Federal (STF), manifestando sua solidariedade ao presidente da Corte e sua indignação diante lamentável episódio.

Apóia o teor dessa nota o presidente da Academia Paulista de Magistrados, desembargador Heraldo de Oliveira Silva.Henrique Nelson CalandraDesembargador do TJ/SP e Presidente da ApamagisPaulo Dimas de Bellis MascarettiDesembargador do TJ/SP e 1º Vice-Presidente da ApamagisRoque Antonio Mesquita de OliveiraDesembargador do TJ/SP e 2º Vice-Presidente da Apamagis

http://www.conjur.com.br/static/text/69410,1

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Encontro marcado: Lula e Gilmar Mendes encontram-se nesta segunda-feira(Conjur – 01.09.2008)

A revelação feita pela revista Veja de que o serviço de espionagem da Presidência da República monitora telefones do Supremo Tribunal Federal, de congressistas e do próprio Planalto será examinada pelos presidentes da República e do STF às 9h desta segunda-feira (1/9). O tribunal foi informado do agendamento, neste domingo, pelo chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho — outro grampeado, segundo a reportagem assinada por Policarpo Júnior e Expedito Filho.

O vice-presidente do Supremo, Cezar Peluso, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Britto, também participarão da reunião com o presidente Lula. Pela tarde, às 16h, os ministros do STF irão se reunir para tratar do mesmo também. Será uma reunião de conselho, evento a portas fechadas que se convoca para tratar de temas que fogem da pauta das sessões jurisdicionais ou administrativas.

Sem negar a existência da interceptação telefônica ilegal — já que a revista Veja publicou a transcrição de diálogo entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres — o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, prometeu, em nota oficial, apurar o que ocorreu.

No Supremo Tribunal Federal, a nota da Abin fez lembrar episódio anterior que envolveu Gilmar Mendes e Lacerda. Assim que o ministro do STF assinou Habeas Corpus em favor de acusados na Operação Navalha, distribuiu-se à imprensa a informação de que o ministro recebera "mimos" da empreiteira Gautama e que seu nome fora citado em diálogos grampeados — o que se comprovou ser falso. A tentativa de intimidação fora passada aos jornalistas pelo assessor de imprensa de Lacerda, François René. Na ocasião, o então diretor da PF também prometeu que iria apurar a origem da calúnia, mas não o fez. Ao ser deslocado da PF para a Abin, Paulo Lacerda levou consigo o mesmo François René que continua sendo seu assessor.

A prioridade para Lacerda é descobrir quem o prejudicou. A revelação do grampo evidencia rejeição ao diretor da Abin ou a seus métodos. Nas cogitações feitas na Praça dos Três Poderes está a de que algum rival poderia grampear as autoridades para comprometer Lacerda — o que não chega a parecer absurdo tal a influência que as disputas entre grupos chegam a ter nas operações da Polícia Federal, especialmente as que envolvem endinheirados.

A notícia publicada pela revista causou indignação nos ministros do STF Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski, e no futuro presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Cesar Asfor Rocha, entrevistados pela ConJur. O ministro Marco Aurélio considerou gravíssimo o episódio e diz que o presidente da República tem de identificar e demitir os responsáveis pelos grampos. “Quem cometeu desvio de conduta tem de pagar. Só assim haverá mudança cultural”, disse. “É simplesmente inadmissível”, constata Asfor Rocha. “É um ato gravíssimo e que abala os alicerces do Estado Democrático do Direito”, observou Lewandowski.

O presidente Lula até o momento não se pronunciou publicamente sobre o assunto. O jornal O Globo informou que a frase atribuída ao presidente de que houve "uma violência gravíssima do direito à comunicação. Seria [violência] com qualquer cidadão e é com o presidente do STF e com um senador da República", na verdade, foi dita pelo senador Aloísio Mercadante. A retificação é feita aqui, uma vez que o site reproduziu a frase noticiada pelo diário fluminense.

http://www.conjur.com.br/static/text/69408,1

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OAB condena grampo da Abin no telefone de Gilmar Mendes do STF(OAB – 01.09.2008)

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, condenou hoje (30), com veemência, o grampo feito pela Abin - Agência Brasileira de Inteligência, no telefone do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, conforme denuncia a revista Veja. Após considerar "intolerável" a atitude da Abin, Britto afirmou em nota que "a OAB, como tribuna da sociedade civil brasileira, exige apuração rigorosa e imediata dos fatos e responsabilização penal dos envolvidos neste ato criminoso que afronta o Estado democrático de Direito e fragiliza a credibilidade das instituições do Estado". Eis a nota da OAB:

"É simplesmente intolerável que fatos como esse denunciados na edição que circula a partir de hoje (30) da revista Veja continuem a ocorrer sem que respostas imediatas - e exemplares - sejam dadas à sociedade brasileira pelo Poder Público.

Espionar a mais alta autoridade do Poder Judiciário, o ministro Gilmar Mendes, é um escândalo que dispensa adjetivos. Ultrapassa as piores expectativas. Mas o estado de bisbilhotice, que vem sendo denunciado pela OAB, inclusive na cerimônia de posse do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, não pára aí: atinge hoje praticamente todo o espectro político.

Vai da base parlamentar governista à oposição. Espiona ministros, assessores do Presidente da República, o Presidente do Senado e chega ao extremo de se envolver na sucessão à Presidência daquela casa legislativa.

Qual o sentido de a Abin espionar o senador Tião Viana? Quer saber sua estratégia de campanha? Para quê? Está a serviço de outro candidato? E por que espiona o líder da oposição, senador Arthur Virgílio? E o ex-ministro José Dirceu?

São perguntas inevitáveis - e constrangedoras -, que revelam o grau de insegurança jurídica e baixeza institucional que tais aberrações produzem, reeditando os piores momentos da ditadura militar.

A OAB, como tribuna da sociedade civil brasileira, exige apuração rigorosa e imediata dos fatos e responsabilização penal dos envolvidos neste ato criminoso que afronta o Estado democrático de Direito e fragiliza a credibilidade das instituições do Estado."

http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=14480

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MARÍTIMO

Pecém, um dos maiores portos do País. Em breve: Terminal do Ceará vai escoar produção de siderúrgica, e refinaria, que devem ficar prontas em 2012 e 2014

(Estado de São Paulo 31.08.2008 p. B10 Economia)

Renée Pereira, SÃO GONÇALO DO AMARANTE (CE)

Encravado entre as belas praias e dunas do litoral cearense, o moderno Terminal Portuário do Pecém, a 60 quilômetros da capital Fortaleza, vive a expectativa de entrar definitivamente para o grupo dos portos mais importantes do País. O empreendimento, inaugurado em 2002, foi concebido para dar suporte à movimentação do Complexo Industrial do Pecém, que previa a instalação de uma siderúrgica e uma refinaria na região.

Com o fracasso das negociações e a ida dos projetos para outros Estados, o terminal foi obrigado a se remodelar para atender à demanda de cargas gerais e contêineres e ser incluído na rota marítima internacional de navios de grande porte. Mas agora a história pode mudar.

Semana retrasada, a Petrobrás assinou com o governo do Ceará um protocolo de entendimentos para a instalação de uma refinaria Premium, no valor de US$ 11 bilhões. Além disso, a Vale firmou parceria com a coreana Dongsung para construir uma siderúrgica, que exigirá investimento de US$ 1 bilhão, também no Estado.

Junta-se aí a transferência do parque de tancagem de combustíveis do Porto de Mucuripe para o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, afirma Francisco Humberto Castelo Branco, diretor da CearáPortos, que administra o terminal, cujo controle é do governo estadual. A expectativa, diz ele, é que o empreendimento comece a operar a partir de 2012, assim como a siderúrgica. A refinaria, porém, ficaria pronta em 2014.

É claro que tudo ainda dependerá de muita conversa e um acordo entre as partes. No passado, por divergência política, o Ceará perdeu para o Estado de Pernambuco a refinaria que seria construída em Pecém pela Petrobrás e pela venezuelana PDVSA. Desta vez, o presidente da estatal brasileira, José Sérgio Gabrielli, está otimista.

Segundo ele, o projeto básico já está sendo montado e a expectativa é iniciar as obras da nova refinaria no Ceará em dezembro de 2009. “Vamos acelerar a compra dos equipamentos, já que o mercado está muito aquecido. Uma torre, que antes era entregue em 300 dias, agora não sai antes de 1.700 dias”, diz o executivo, na cerimônia de assinatura do protocolo de entendimento. De acordo com o documento, as partes têm 120 dias para negociar, elaborar e pactuar um termo de compromisso.

No mesmo evento, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que a Vale prometeu o início da operação da nova siderúrgica, no Complexo de Pecém, até dezembro de 2012. Ela também lembrou que a construção da Ferrovia Transnordestina atrairá uma quantidade expressiva de carga para o Terminal de Pecém.

A estrada de ferro vai beneficiar os nove Estados do Nordeste, do Maranhão até a Bahia, interligando os pólos de produção agrícola, mineral e industrial da região. Hoje o terminal já é atendido pela malha da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), responsável pela construção da Transnordestina.

Um dos diferenciais do Porto de Pecém é o calado natural de 16 metros, um dos maiores do País. Com essa profundidade, o terminal permite a atracação de navios de grande porte, como os post-panamax, que têm custo de transporte menor que os navios mais antigos. Mas, apesar das boas condições, o terminal trabalha hoje com apenas 45% da capacidade. No ano passado, Pecém movimentou 2 milhões de toneladas de mercadorias, sendo 73% referentes à importação.

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Castelo Branco, da CearáPortos, diz que nos últimos anos o terminal foi surpreendido pela quantidade de cargas em contêiner, em especial as frigorificadas. Inclui-se aí a exportação de frutas da região, como melão, abacaxi, banana e caju. Segundo os dados da CearáPortos, desde 2006 Pecém lidera o ranking de portos que mais exportam frutas no País. Também está em primeiro lugar no desembarque de algodão vindo do exterior.

Outro empreendimento importante para o desenvolvimento do Terminal do Pecém foi inaugurado na semana passada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se do Terminal de Regaseificação de GNL, que será operado pela Transpetro, subsidiária da Petrobrás, e acrescentará 7 milhões de metros cúbicos de gás à oferta do País.

O combustível será usado para abastecer três termoelétricas instaladas nas redondezas de Pecém. São elas: TermoCeará, TermoFortaleza e Termoaçu.

Curiosamente, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém foi batizado com o nome do ex-governador paulista Mário Covas, que ganhou a disputa com o ex-governador cearense Virgílio Távora. Covas ganhou um busto na entrada do terminal portuário.

Projeto de expansão vai custar R$ 1,7 bi: Porto vai se preparar para atender à demanda de refinaria e siderúrgica

Renée Pereira, São Gonçalo do Amarante (CE)

Apesar de trabalhar com apenas 45% da capacidade total, o Terminal Portuário do Pecém exigirá forte expansão para atender à demanda criada pela refinaria, pela siderúrgica e pelo parque de tancagem de combustíveis. De acordo com os planos da Cearáportos, administradora do terminal, cerca de R$ 1,7 bilhão serão investidos nos próximos anos para aumentar ainda mais a capacidade do porto.

Hoje Pecém trabalha com quatro berços de atracação. Esse número será elevado para 12 até o ano de 2012, explica o diretor de Infra-Estrutura e Desenvolvimento Operacional da Cearáportos, Francisco Humberto Castelo Branco. Segundo ele, a expansão inclui um Terminal de Múltiplo Uso (TMUT) para a movimentação de contêineres, que elevará a capacidade atual de 250 mil teus (contêineres de 20 pés) para 510 mil teus.

Também há um projeto de instalação de correias transportadoras para a carga e descarga de granéis sólidos. Essa expansão foi pensada com base nos projetos da siderúrgica e numa nova térmica da MPC, de Eike Batista, que demandarão grande quantidade de carvão. Uma outra correia será construída para a movimentação de minérios, diz Castelo Branco.

Ele afirma que o edital para construção do TMUT já foi publicado pelo governo estadual. A expectativa é que a licitação seja lançada em 17 de setembro. Na primeira tentativa, diz o executivo, não apareceu nenhum interessando. “Eles argumentaram que o retorno oferecido pelo governo estava muito baixo.” De qualquer forma, o preço, de R$ 350 milhões, foi mantido. “Agora, se não houve nenhum interessado, podemos fazer a contratação direta, via pregão”, explicou Castelo Branco.

Mas, além da expansão do porto, as cidades vizinhas do Complexo Industrial e Portuário de Pecém exigirão investimentos de peso para ampliar a infra-estrutura e abrigar a possível migração de pessoas para a região. Só a construção da refinaria da Petrobrás vai criar 90 mil postos de trabalho diretos e indiretos.

O município de São Gonçalo do Amarante, que abriga o distrito de Pecém, uma antiga vila de pescadores, tem 45 mil habitantes, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo da cidade, Raimundo Vieira Neto. Ou seja, parte significativa da mão-de-obra que levantará os novos empreendimentos virá da capital Fortaleza e do resto do País.

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Por isso, diz Neto, será necessário aumentar o número de escolas e postos de saúde. Segundo ele, São Gonçalo do Amarante conta hoje com dez empresas na produção de cachaça, rapadura e pequenos engenhos, entre outros.

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Pré-sal pode expandir a indústria naval: Sindicato do setor prevê 338 empreendimentos nos próximos oito anos, incluindo petroleiros, navios-sonda e plataformas

(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B11 Dinheiro)

Com descoberta de campos, número de encomendas pode dobrar e até triplicar; BNDES elabora política industrial para o petróleo

JANAINA LAGEDA SUCURSAL DO RIO

A vinda de empresas da cadeia de fornecedores para a indústria naval é o principal plano do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o setor. Impulsionada pelas encomendas da Transpetro e da Petrobras, a indústria tenta recuperar o vigor do passado, quando chegou a ser a segunda no ranking mundial, mas se ressente da falta de estrutura na fabricação de peças. A expectativa é de mercado ainda mais aquecido com as descobertas de petróleo na camada pré-sal.Nos cálculos do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), estão previstos 338 empreendimentos nos próximos oito anos, o que inclui, entre outros, 49 navios petroleiros encomendados pela Transpetro no Promef 1 e 2 (Programa de Modernização e Expansão da Frota), 146 navios de apoio marítimo a plataformas de produção de petróleo, 6 plataformas de produção de petróleo e 28 navios-sonda de perfuração. O país tem hoje 26 estaleiros de grande e médio porte com capacidade de processamento de aço de 630 mil toneladas por ano.Segundo Franco Papini, vice-presidente do Sinaval, o setor voltou hoje ao patamar de 40 mil empregos, o mesmo da década de 70, e deve chegar a 70 mil dentro de quatro a cinco anos. "O número de encomendas pode dobrar ou triplicar com o pré-sal. Ainda é impossível mensurar o impacto exato que ele terá para o setor", disse em entrevista após evento da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.O presidente do BNDES afirmou nesta semana que o banco está elaborando uma política industrial do petróleo, voltada para suprir a necessidade de equipamentos para exploração da região.

Mais encomendasO banco está em uma fase embrionária na discussão sobre a vinda de fornecedores da indústria naval para o Brasil e mantém conversas com empreendedores. De 1996 a 2007, as encomendas de navios no mundo cresceram ao ritmo de 36% ao ano, o que reforça a necessidade de criação de plantas no Brasil para atender a demanda crescente do setor."Há uma demanda estrutural forte nos próximos anos que representa oportunidade para o país. É uma área que gera muitos empregos e tem efeito de encadeamento grande para outras indústrias. Não temos toda a cadeia desenvolvida no Brasil e isso faz com que seja necessário atrair empresas internacionais", afirma Júlio Ramundo, superintendente da área de indústria do banco.A carteira do banco entre operações contratadas, em análise, consulta e em perspectiva soma financiamentos de R$ 20,4 bilhões e investimentos totais de R$ 27,8 bilhões.

Padrão internacionalO BNDES mapeou três estágios em que pode atuar na revitalização da cadeia de fornecedores. A idéia é priorizar equipamentos relevantes ou estratégicos para o setor. Nessa atividade, os produtos

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precisam atender padrão internacional para evitar atrasos e aumento de custos em casos de necessidade de reparos.Segundo o banco, num primeiro estágio estão os produtos mais simples, que já foram produzidos aqui, como cabos elétricos, bombas e mobiliário para o setor. Num segundo nível, equipamentos mais complexos, como motor principal; em uma terceira etapa, equipamentos de ponta, produzidos em número restrito de países. A primeira etapa levaria de 12 a 24 meses para implantação. A terceira pode levar anos.Ramundo cita como exemplo o estaleiro Atlântico Sul, que atraiu como sócia a sul-coreana Samsung Heavy Industries, o que facilita a troca de tecnologia.A indústria naval conta com um limite de participação elevado dos financiamentos do banco no total de investimentos e com prazo longo de pagamento. A abertura de novas fábricas resolveria também a exigência de conteúdo nacional.Segundo Antonio Carlos Tovar, gerente do departamento de logística, com a implantação de novas fábricas e a reativação de indústrias seria possível ultrapassar os 75% de conteúdo nacional na produção de petroleiros, graneleiros e porta-contêineres.O banco é um dos repassadores dos recursos do Fundo de Marinha Mercante, usados na construção de navios. Os outros agentes são o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste. Há possibilidade de que a Caixa Econômica Federal também passe a distribuir os recursos. Até o dia 21 deste mês, o BNDES tinha operações contratadas neste ano, com recursos do fundo, de R$ 657,45 milhões.

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Petróleo - Falta de espaço tira encomenda da Rio Naval: Estaleiro venceu licitação para construir nove navios para Transpetro, contrato estimado em US$ 1,1 bi

(Valor Econômico 01.09.2008 p. B7 Empresas)

Vera Saavedra Durão e Chico Santos, do Rio

O consórcio Rio Naval, formado pela MPE e Sermetal, ganhou nove do 26 navios licitados pela Transpetro, um contrato estimado em US$ 1,1 bilhão, mas não deverá construir nenhum. A área que o consórcio utilizaria para fazer as embarcações, parte das instalações do antigo estaleiro Ishibrás, na Ponta do Caju (zona norte do Rio), é considerada insuficiente pela para fazer os navios com tecnologia de última geração. A encomenda faz parte da primeira fase do programa de reaparelhamento da frota da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, confirmou que os navios terão de ser feitos em outro local, mas não disse qual será a solução a ser adotada. Uma das saídas é fazer nova licitação. Outra, seria realocar as embarcações entre os estaleiros que ganharam as outras 17 encomendas. A direção da MPE não foi localizada para dar sua posição. Várias vezes questionada pela demora em começar a construção dos navios, a Transpetro começa, formalmente, na sexta-feira a tirar o projeto do papel. Está agendada uma cerimônia de corte da primeira chapa no Estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Atlântico Sul pertence aos grupos brasileiros Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e PJMR e ao coreano Samsung. Ele vai montar dez navios do tipo Suezmax, os maiores do pacote, cada um com capacidade para 165 mil toneladas de porte bruto (tpb), aproximadamente um milhão de barris de óleo. Os outros sete navios serão feitos pelo estaleiro Mauá, do Rio (quatro para transporte de derivados de óleo) e pelo estaleiro Itajaí, em Santa Catarina (três embarcações para transporte de gás). O Rio Naval faria quatro navios tipo Aframax , de 120 mil tpb, e quatro Panamax (entre 70 mil e 80 mil tpb). Pelo perfil dos três estaleiros, se houver uma redistribuição, o Atlântico Sul é candidato a ficar com os Aframax e o Mauá, com os Panamax.

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Esse arranjo deixaria o Rio de Janeiro, historicamente o maior centro de construção naval do país, com apenas oito dos 26 navios. Pernambuco, que nunca teve antes um grande estaleiro, ficaria com 15. O problema, segundo explicou Machado, é que a tecnologia moderna prevê a montagem do navio em poucos e grandes blocos que somente no final se encaixam no dique ou na carreira de montagem. Isto exige grandes espaços para a execução dos blocos. As áreas dos antigos estaleiros do Rio não se enquadram nessa configuração.

Na tentativa de dar ao Rio um estaleiro de grande porte e tentar recuperar sua liderança no setor de construção naval, o Estado conseguiu com a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) a liberação de um grande terreno em Itaguaí, próximo ao porto local (antigo porto de Sepetiba). A idéia é licitar essa área para interessados em construir um novo estaleiro de grande porte, uma vez que o Brasfles, em Angra dos Reis, está concentrado na execução de plataformas de petróleo offshore.

Para o Rio Naval seria a chance de conseguir uma área adequada para se candidatar à disputa dos 23 navios que a Transpetro vai coloca em licitação no dia 8 de outubro, na segunda fase do programa de reaparelhamento. Machado disse que a área, que precisaria ser vendida em pouco mais de um mês para permitir ao ganhador entrar na disputa dos navios, poderá ser disputada pelos gigantes sul-coreanos STX e Daewoo, que estariam interessados em entrar no mercado brasileiro.

Atrair os coreanos, líderes mundiais em construção naval, é considerado por Machado como essencial na estratégia do governo de desenvolver no país uma indústria naval competitiva internacionalmente, ao contrário de experiências passadas. O Samsung, segundo maior da Coréia do Sul, já possui 10% do estaleiro Atlântico Sul. "É preciso falar a linguagem da competência, não vamos fazer navio a qualquer preço", disse o presidente da Transpetro, justificando a demora para a construção das primeiras embarcações.

Outra batalha em busca da competitividade, segundo ele, é conseguir que o preço do aço brasileiro se equipare ao do mercado asiático. Após o Atlântico Sul comprar uma parte, de 18,5 mil toneladas de chapas navais grossas, na Ucrânia e outra, de 12 mil toneladas, da Usiminas/Cosipa, única fabricante brasileira, Machado foi à China. Ele negocia a entrada de siderúrgicas chinesas, consideradas as mais competitivas do mundo, na próxima tomada de preços, para 10 mil toneladas. A expectativa é de que a entrada dos chineses derrube os preços gerais. Machado considera estratégico para o Brasil e para a Petrobras ter no país uma indústria naval competitiva, até porque a empresa já estuda os efeitos que pode vir a ter o petróleo do pré-sal na ampliação da sua frota.

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MINERAÇÃO

Siderurgia adota novo processo, menos poluente(Valor Econômico 01.09.2008 p. B9 Empresas - The Wall Street Journal Americas)

Evan Ramstad, The Wall Street Journal, de Pohang, Coréia do Sul

Confrontadas com exigências ambientais e disparada nos custos, algumas siderúrgicas resolveram reformular a receita de séculos para a fabricação do ferro usado na produção do aço.

Empresas da Europa, Austrália e América do Norte desenvolveram processos que contornam uma etapa altamente poluente da produção do ferro e estão encontrando siderúrgicas da Ásia e da África

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dispostas a apostar na inovação. Mas a sul-coreana Posco, a terceira maior siderúrgica do mundo, foi ainda além do tradicional alto-forno.

O aço é normalmente feito pelo refino do ferro em três etapas. Primeiro, o minério de ferro e o carvão são aquecidos e transformados em materiais - sínter e coque, respectivamente - que podem se misturar facilmente. Aí, eles são carregados no alto-forno, onde se combinam para se tornar ferro-gusa. Finalmente, o ferro-gusa é fundido ainda mais e misturado com outros materiais numa forma líquida de aço, que é então moldada em formas ou laminada.

A Posco, porém, construiu um alto-forno que pode preparar tipos mais baratos de carvão e minério de ferro para serem convertidos em ferro-gusa sem colocá-los nos fornos altamente poluentes usados na fabricação tradicional. Ela investiu mais de US$ 2 bilhões em pesquisa para criar o processo, chamado Finex, que desenvolveu em conjunto com a empresa antecessora da Siemens-VAI, hoje uma divisão da alemã Siemens AG.

A unidade da Siemens construiu antes o alto-forno em usinas da Saldanha Steel, que pertence à ArcelorMittal, na África do Sul; da Jindal Vijayanagar Steel Ltd. na Índia; e da Baosteel Group Corp. na China. O processo Corex eliminou a necessidade de processamento separado do coque e do

sínter, e a Baosteel, a maior siderúrgica chinesa, está agora erguendo seu segundo alto-forno Corex, que deve começar a produzir em 2010.

A Posco e a Siemens-VAI haviam planejado construir uma pequena usina de demonstração usando o processo Corex, mas elas decidiram tomar um passo adicional. Embora o Corex possa usar fino de carvão barato, o processo Finex usa tanto fino de carvão como fino de minério de ferro, o que o torna mais eficiente em termos de custos.

As siderúrgicas vêm experimentando novos processos na etapa de produção do ferro há muitos anos, principalmente com alterações na relação dos ingredientes, na esperança de reduzir o uso do coque. A maioria das alternativas nunca chegou ao mercado porque consumia muita energia. "Se você consegue fazê-lo sem gastar muito mais energia que o processo normal, ganha tudo", diz Jerome Lambert, gerente ambiental e de tecnologia do

escritório de Pequim do Instituto Internacional do Ferro e do Aço.

O ferro criado no alto-forno Finex pode ser usado em qualquer tipo de aço, inclusive os de alta qualidade usados na indústria automobilística, dizem executivos. A Posco afirma que usa para o ferro-gusa Finex os mesmos processos de inspeção e controle de qualidade de outros altos-fornos. Em ambos os casos, o ferro tem de ter a mesma composição.

A usina Finex da Posco, que começou a operar em maio de 2007, operou abaixo das metas de produção e acima das projeções de consumo de energia por meses, em parte por causa de problemas mecânicos. "No começo estávamos tentando fazer várias coisas", diz Lee Chang-hyung, um engenheiro da Posco. Até setembro de 2007, diz, "não podíamos alcançar nossa meta (de produção) diária. Depois disso, a estabilizamos".

No momento, a usina da Posco produz 1,5 milhão de toneladas de ferro por ano, ou cerca de 6% das necessidades siderúrgicas da empresa. Seu custo operacional, que não inclui despesas fixas, é equivalente a 90% do custo nos dez altos-fornos tradicionais da empresa, quando medido numa base de produção comparável. Com planos de se expandir para a Índia e o Vietnã, a empresa tem pelo

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menos seis outros altos-fornos nos planos, e executivos dizem que devem usar o projeto Finex para eles.

Nos últimos meses, as pressões de custos aumentaram para as siderúrgicas, que foram forçadas a aceitar grandes aumentos de preço para o carvão siderúrgico e o minério de ferro.

A diferença nos preços por tonelada entre o carvão siderúrgico e o fino de carvão mais barato usado no novo alto-forno da Posco pulou de US$ 15 para US$ 50 este ano. Recentemente, a Posco concordou em pagar à mineradora Rio Tinto 96% mais por minério de ferro granulado, o tipo usado em altos-fornos tradicionais. Já o preço do minério de ferro usado em seu novo alto-forno subiu apenas 79%, e a partir de uma base mais baixa.

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Portos - China eleva tarifa para importação de minério(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-3 Transportes)

A Rizhao Port Co., o maior complexo portuário de minério de ferro da China, vai elevar as tarifas de manuseio de minério de ferro em 11% a fim de se beneficiar da alta das importações. O porto, localizado na província de Shandong, no leste da China, vai cobrar 30,5 iuan (US$ 4,46) das siderúrgicas e das tradings pelo manuseio de cada tonelada de minério de ferro a partir de 1º de setembro, em relação aos atuais 27,5 iuani. A China, a maior consumidora mundial de minério de ferro, aumentou suas importações do produto em 22% nos sete primeiros meses do ano, num momento em que siderúrgicas como a Baoshan Iron & Steel Co. elevaram sua capacidade. O governo chinês também pediu aos portos este ano que diminuíssem seus estoques de minério de ferro, uma vez que seu crescente acúmulo poderia levar a um congestionamento. A Rizhao suplantou a Qingdao Porto Group Co. como o maior complexo portuário chinês de manipulação de minério de ferro este ano, depois que o governo chinês determinou que a Qingdao reduzisse suas operações.

(Bloomberg News)

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ICMS poderá incidir sobre exportação de minérios in natura(Res. Notícias Fiscais – 01.09.2008)

A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 283/08, que determina a incidência de ICMS sobre a exportação de minerais in natura, e o Projeto de Lei Complementar (PLP) 390/08, que fixa a alíquota aplicável a essas operações. As duas propostas foram apresentadas pelo deputado Roberto Rocha (PSDB-MA).

O projeto de lei complementar estabelece uma escala gradativa de alíquotas, com os seguintes percentuais calculados sobre a maior alíquota interna do estado ou do Distrito Federal: 0% nos cinco

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primeiros anos de vigência da lei complementar; 20% no 6º ano; 40% no 7º ano; 60% no 8º ano; 80% no 9º ano; e 100% a partir do 10º ano.

Se aprovada, a lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro do ano seguinte. O estabelecimento desses prazos têm o objetivo de reduzir os danos comerciais e permitir que a economia reaja bem à expectativa de queda nas exportações.

O PLP 390/08 altera a Lei Complementar 87/96, que isenta a exportação de mercadorias (inclusive produtos primários e industrializados semi-elaborados) ou serviços da cobrança de ICMS. A Constituição também libera da cobrança do imposto as operações que destinem mercadorias para o exterior e os serviços prestados a destinatários no exterior. As propostas de Roberto Rocha situam os minerais in natura como exceção à norma.

Desenvolvimento industrialCom a tributação da exportação desses minérios, Rocha espera corrigir distorções e evitar riscos para a economia brasileira. Um desses riscos é a desindustrialização. A grande entrada de moeda estrangeira no País, resultante da exportação de commodities, como minerais não processados, pode levar à valorização do câmbio e à queda na competitividade da indústria.

O deputado observa que o crescimento industrial no País tem sido tímido e concentrado. Contraditoriamente, afirma, um dos destaques da indústria nacional é o extrativismo, que utiliza maquinário predominantemente importado e não processa industrialmente seu produto.

Apesar de reconhecer que a exportação de commodities gera recursos para o País, o deputado critica o não-processamento dos recursos naturais em território nacional e também os benefícios fiscais existentes para a exportação de minerais in natura. "Não agregamos valor no Brasil a um bem esgotável, geramos empregos fora do País - seja pela importação de equipamentos especializados ou pelo processamento dos bens naturais - e nem sequer tributamos a exportação. Por fim, observamos a remessa dos lucros das atividades extrativas para o exterior", lamenta.

TramitaçãoO Projeto de Lei Complementar 390/08 será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), antes de ser votado pelo Plenário.

Já a PEC 283/08 terá sua admissibilidade avaliada pela CCJ. Se aprovada, será analisada por uma comissão especial, antes de ser votada em dois turnos pelo Plenário.

Íntegra da proposta:- PLP-390/2008- PEC-283/2008

http://www.noticiasfiscais.com.br/tributarias1.asp?data=01/09/2008&preview=19712

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PROPRIEDADE INTELECTUAL

Consumo - Governo muda foco do ataque à pirataria: Estratégia é deixar de associar compra de produtos ao crime

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B6 Economia)

Isabel Sobral, BRASÍLIA

Uma fatia de 75% da população brasileira admite consumir algum tipo de produto falsificado. Essa grande maioria, espalhada por todas as classes sociais, reconhece o mal que isso causa ao País, mas não se sente responsável porque não vê o seu “pequeno” ato contribuindo para um crime.

Essas são as principais conclusões de um estudo organizado pelo Instituto Akatu, em parceria com a empresa Microsoft, sobre o comportamento do consumidor brasileiro em relação à pirataria no País. O levantamento foi entregue ontem ao Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), vinculado ao Ministério da Justiça, que o usará como subsídio às ações de combate à pirataria.

O Instituto Akatu organizou o levantamento aproveitando pesquisas anteriores realizadas, entre 2005 e 2007, na cidade de São Paulo e cruzou com percepções colhidas em grupos de consumidores convidados a debater o assunto. “O trabalho foi feito em São Paulo, mas pode retratar qualquer cidade do País”, disse a pesquisadora Marta Capacla, uma das coordenadoras do estudo.

Com base nas conclusões, o presidente do CNCP e secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, anunciou mudanças nas próximas ações de combate à venda de produtos piratas que serão patrocinadas pelo conselho. O foco das campanhas publicitárias, por exemplo, deverá ser a primeira alteração, pois fará menos vinculação entre pirataria e crime organizado e será mais voltado à questão ética.

“A reação das pessoas mostra que campanhas que destaquem apenas a ligação com o crime não funcionam, temos que dar um passo no sentido da educação”, afirmou Barreto.

Na parte qualitativa da pesquisa, as pessoas ouvidas responsabilizaram o “governo” e os “fabricantes” pelos altos preços dos produtos originais desejados, o que as leva ao consumo das versões falsificadas, mais baratas.

Outra orientação do estudo é a mudança de abordagem como, por exemplo, o uso do termo pirataria. “A palavra teria algo de sedutor às pessoas e, particularmente, aos jovens”, comentou Marta Capacla, citando o apelo publicitário e cinematográfico da imagem do pirata criado em filmes recentes.

Para a pesquisadora, pode ser mais útil no sentido de convencer as pessoas associar este tipo de mercadoria aos termos “falsificado” ou “ilegal”. O secretário-executivo anunciou a criação, ainda este ano, de um portal de combate aos produtos falsificados na internet, que deverá ter a participação do governo e da iniciativa privada.

As análises por faixa etária das pessoas que reconheceram consumir pirataria mostram aumento porcentual dos consumidores com idades entre 15 e 40 anos, mas também uma “leve alta” entre as pessoas com mais de 60 anos. O produto mais falsificado, com 53% da preferência, é o DVD.

Segundo balanço apresentado pelo conselho, os resultados das ações de fiscalização e combate à pirataria revelam crescimento nas operações de repressão, mas também sugerem um aumento do consumo de mercadorias falsificadas.

Em 2007, foram instaurados 8,7 mil inquéritos pela Polícia Federal para investigar comércio ilegal. Somente no primeiro semestre deste ano, o número já chega a 6,3 mil. Pelos dados da Receita, os valores dos produtos apreendidos em operações em 2007 totalizaram R$ 1,051 bilhão. Em 2006, esse valor foi de R$ 871,7 milhões.

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Falsificação - Estudo pede mudanças nas campanhas contra pirataria(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B9 Dinheiro)

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Estudo realizado pelo Instituto Akatu e patrocinado pela Microsoft aponta a necessidade de reformular as campanhas contra produtos falsificados no Brasil, a começar pelo menor uso da palavra pirataria. A nova abordagem vai apelar ao sentimento de ética e atacar o "jeitinho brasileiro" e a "cultura de permissividade".

No estudo, os pesquisadores do Akatu constataram que as propagandas contra pirataria veiculadas hoje tendem a "cair no vazio" porque "responsabilizam o consumidor" e passam a idéia de que a sociedade "transfere responsabilidade".O diagnóstico, então, indica que o consumidor brasileiro compra produtos piratas mesmo sabendo que a atividade tem relação com o crime organizado e sonega tributos. A desconfiança dos consumidores com o destino dos impostos, a venda de produtos piratas à luz do dia e uma sensação de que a compra ajuda o camelô também são aspectos presentes entre as pessoas que compram itens falsificados.

Como o ataque à pirataria em si não vem trazendo resultados, governo e empresários devem adotar campanhas focadas em ética e desigualdade. Uma das maneiras de conscientizar a população sobre o uso de produtos piratas será relacionar pequenos deslizes a grandes crimes.

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Governo admite fracasso de campanhas e quer associar pirata à ilegal - Pirataria: governo não pensa em reprimir preço alto

(Monitor Mercantil 01.09.2008 p. 5 Negócios & Empresas)

Uma fatia de 75% da população brasileira admite consumir algum tipo de produto falsificado e responsabiliza a instituição "governo" e os "fabricantes" pelos altos preços dos produtos originais desejados, o que as leva ao consumo das versões falsificadas que são mais baratas. Essas são as principais conclusões de um estudo organizado pelo Instituto Akatu, em parceria com a empresa Microsoft, sobre o comportamento do consumidor brasileiro em relação à pirataria no país.

O levantamento foi entregue, nesta sexta-feira, ao Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), vinculado ao Ministério da Justiça, que o usará como subsídio às ações de combate à ilegalidade. O Instituto Akatu organizou o levantamento aproveitando estatísticas de pesquisas anteriores realizadas, entre 2005 e 2007, na cidade de São Paulo e cruzou com percepções colhidas em grupos de consumidores convidados a debater qualitativamente o assunto.

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"O trabalho foi feito em São Paulo, mas pode retratar qualquer cidade do país", comentou a pesquisadora Marta Capacla, uma das coordenadoras do estudo. Com base na conclusão, o presidente do CNCP e secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, anunciou mudanças nas próximas ações de combate à comercialização de produtos piratas que serão patrocinadas pelo conselho.

O foco das campanhas publicitárias, por exemplo, deverá ser a primeira alteração, pois fará menos vinculação entre pirataria e crime organizado e será mais voltado à questão ética. "A reação das pessoas mostra que campanhas que destaquem apenas a ligação com o crime não funcionam, temos que dar um passo no sentido da educação", afirmou Barreto.

Outra orientação do estudo é a mudança de abordagem como, por exemplo, o uso do termo pirataria. "A palavra teria algo de sedutor às pessoas e, particularmente, aos jovens", comentou Marta Capacla, citando o apelo publicitário e cinematográfico da imagem do pirata criado em filmes recentes.

Para a pesquisadora, pode ser mais útil no sentido de convencer as pessoas associar este tipo de mercadoria aos termos "falsificado" ou "ilegal". O secretário-executivo anunciou ainda a criação ainda este ano de um portal de combate aos produtos falsificados na Internet que deverá contar com a participação do governo e da iniciativa privada. O estudo revelou ainda que evitar a compra de produtos falsificados não está na agenda dos brasileiros em geral, segundo Marta Capacla.

As análises por faixa etária das pessoas que reconheceram consumir pirataria mostram crescimento dos percentuais de pessoas com idades entre 15 e 40 anos, mas também uma "leve alta" entre as pessoas com idades superiores a 60 anos nos últimos anos. O produto mais falsificado, com 53% da preferência, é o DVD.

Segundo balanço apresentado pelo conselho, os resultados das ações de fiscalização e combate à pirataria revelam aumento no número de operações de repressão, mas também sugerem um crescimento do consumo de mercadorias falsificadas. Em 2007, por exemplo, somaram 8,7 mil os inquéritos instaurados pela Polícia Federal para investigação de comércio ilegal. Somente no primeiro semestre deste ano, o número de inquéritos já chega a 6,3 mil.

De acordo com dados da Receita Federal, os valores dos produtos apreendidos em operações em todo o ano passado totalizaram R$ 1,051 bilhão. Em 2006, o total apreendido foi de R$ 871,7 milhões.

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Rio Grande do Sul - Paquetá começa a vender tênis das principais marcas pela internet(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-9 Administração e Serviços)

O grupo Paquetá, uma das principais redes varejistas de calçados do País, vai iniciar pela sua operação de artigos esportivos a venda pela Internet. De acordo com a gerente de marketing da rede, Paulina Bacher, os tênis das principais marcas têm, geralmente, uma padronização maior de número, o que facilita a comercialização sem a exigência de experimentá-los, como ocorre com os demais tipos de calçados, onde o risco da necessidade de troca da mercadoria seria maior. A Paquetá Esportes, que conta com 12 lojas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro, também vende outros artigos esportivos como acessórios, bolas, camisetas de times de futebol e confecções. Segundo Paulina, o e-commerce da Paquetá Esportes ainda está em fase inicial de desenvolvimento e deve entrar em operação apenas no final deste ano ou início de 2009. "Tínhamos essa vontade há mais tempo, mas vemos que agora a internet se consolidou como canal de vendas pelo acesso de todas as classes ao computador. A internet tornou-se mais democrática", entende Paulina, lembrando

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que o público da Paquetá Esportes tem familiaridade com a Internet. A entrega em todo o território nacional, a partir do Centro de Distribuição em Porto Alegre, será feita pelos Correios. O grupo Paquetá controla ainda as bandeiras Paquetá (que vende calçados em geral no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro), Gaston (voltado para o público infantil, apenas no mercado gaúcho) e Esposende (rede localizada no Nordeste). No total são mais de 100 lojas. A tendência é que as demais também tenham vendas pela internet, mas não há prazo. Desconfiança no interior Já a Lojas Herval tem uma experiência de três anos de e-commerce, área de vendas que mais cresce na rede, a uma taxa superior a 30% ao ano. Apesar do avanço, o gerente de comércio eletrônico da empresa, Cássio Weber, diz que ainda se depara com certa resistência do consumidor gaúcho às compras pela internet, principalmente no interior, onde a rede tem a maioria de suas lojas. Segundo ele, o maior volume de compras é de consumidores de Porto Alegre e os itens mais procurados são os relacionados à informática, o que dá pistas sobre o perfil do cliente da loja virtual da Herval, sediada na pequena Dois Irmãos (RS). Segundo dados da Herval, rede que comercializa móveis e eletrônicos, o tíquete médio nas vendas pela internet é aproximadamente 50% maior que o das lojas. Weber lembra que a empresa teve de aprender "na marra" as peculiaridades do comércio eletrônico até acertar. "Nas lojas físicas, por exemplo, a questão logística é uma parte. No comércio eletrônico é o ponto chave", observa. Nas cidades onde a Herval tem loja, a entrega leva, no máximo, dois dias, com o produto transportado pela frota própria da empresa desde o Centro de Distribuição na matriz. No restante do País a entrega é feita por meio de transportadoras parcerias. Outro ponto importante é a segurança dos dados pessoais do cliente, questão que ainda gera desconfiança principalmente nos clientes do interior. Weber observa ainda que as vendas pela internet são facilitadas onde há presença de lojas físicas da Herval. "Isso dá a confiança de o cliente saber onde poderá recorrer em caso de algum problema", diz

(Caio Cigana)

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Disputas de domínio, problemas para empresas(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-8 Administração e Serviços)

Disputas de domínio de endereços virtuais são freqüentes. Muitas empresas entram com ações judiciais contra registros que são semelhantes ou iguais aos seus endereços eletrônicos. Em 1996, o site americano Amazon.com perdeu uma ação contra o site brasileiro Amazon.com.br, na qual o juiz Edson Ferreira da Silva, entendeu que a brasileira não vendia os mesmos produtos que americana e por isso, não trazia prejuízos à última. "Neste caso, o juiz pode conceder o direito de usar o mesmo domínio porque a marca tem sentido genérico", explica o advogado Diego Vieira, sócio do escritório Daniel Advogados. "A internet é complicada, é sempre mais fácil conseguir o direito exclusivo, quando a marca não possui um nome comum." O advogado afirma que o que não pode ser feito é uso de mesmo domínio com "má fé", ou seja, "uma empresa se aproveita da marca da outra para lucrar com isso". Como aconteceu com o site IG, cliente do escritório Dannemann Siemsen. Um site de notícias registrou-se como "ignoticias com.br" e justificou ao juiz que "ig" significava integração de notícias. "Obviamente, o juiz não aceitou a justificativa e nossa cliente foi indenizada", diz o advogado Felipe Cabral, do Danneman

(Fernanda Bompan)

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"O Rio de Janeiro é uma marca fantástica": Com mais de R$ 20 milhões de investimento em eventos realizados na Cidade Maravilhosa, o publicitário aposta que a capital carioca voltará a

ser o cenário mais importante do País(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-5 Comunicação)

Se depender do publicitário e empresário Nizan Guanaes, o Rio de Janeiro vai se tornar uma referência nacional em eventos e vai mobilizar gente do País inteiro. Segundo ele, "a cidade vai voltar a bombar". O executivo tem feito investimentos sistemáticos em diversos eventos no Rio, e até o fim do ano serão investidos mais de R$ 20 milhões. Já promoveu os shows de Roberto Carlos e Caetano Veloso juntos, além do de João Gilberto, realizado recentemente. Há também a Stock Car, que teve ontem a Corrida do Milhão realizada em Jacarépagua, e o Rio Summer, desfile de moda praia, que acontece ainda este ano e que já tem cerca de 80% dos patrocinadores confirmados. Para o empreendedor, que já foi redator, dono de agência e agora é um dos sócios do Grupo ABC (Advertising, Branding Services e Content) a violência no Rio de Janeiro não é obstáculo. Ele diz acreditar no potencial fortíssimo da cidade, que não precisa mudar nada, só o comportamento. "O carioca precisa é perder a mania de reclamar", afirma. Gazeta Mercantil - O Rio é uma boa marca para investimentos? É uma marca que você só precisa soprar e dar uma polidinha. É fantástica. Você conhece um lugar melhor para fazer um evento? Vamos investir nela para ganhar dinheiro, pois acho que é um mercado que está aberto. E apostaremos nele. Gazeta Mercantil - A violência não atrapalha? Vocês cariocas têm mania de falar da violência o tempo todo. Esse é o problema. Decididamente, isso não vai ajudar a cidade. É preciso lembrar as coisas boas que acontecem aqui e dão muito certo. O Rio de Janeiro fez os Jogos Pan-Americanos e fez muito bem, também teve o show dos Rolling Stones e deu tudo certo. A Madonna já esteve aqui. O carnaval acontece todos os anos e reúne milhões de pessoas. Problemas existem em todas as cidades do mundo. Olha essa paisagem, olha a praia, essa cidade é maravilhosa. Acho que a violência no Rio é muito localizada lamentavelmente nas favelas. Gazeta Mercantil - É preciso mudar alguma coisa? Nada. Não tem de mudar nada. Nós é que temos de mudar, parar de reclamar. Uma mudança de postura, uma mudança de atitude. A cidade vai bombar outra vez. Os hotéis vão ficar cheios novamente. Os negócios vão crescer, aumentarão a cada ano. Gazeta Mercantil - O risco é menor quando um evento é associado ao nome Nizan Guanaes ? Não. O risco é o mesmo. Eu luto, trabalho. No caso da Stock Car, quem na realidade organiza o evento é quem entende do assunto. É o Carlos Col da Vicar. O meu objetivo, como eu disse, é promover. Mas toda a parte técnica fica com o Carlos, que conhece isso há anos. Ele é ex-piloto. Gazeta Mercantil - Qual é o seu objetivo? É criar uma plataforma nacional de eventos por todo o País. Eu faço o carnaval da Bahia. Tenho o X Games em São Paulo, que é o segundo maior evento de esportes radicais do mundo. Além da Stock Car e da Rio Summer, além dos shows de Bossa Nova. Mas boa parte desses eventos vão acontecer no Rio e em Salvador, que são cidades com vocação fortíssima. Gazeta Mercantil - Você ainda participa da criação de campanhas? Como funciona o Grupo ABC? Ainda sim, mas cada vez mais fico com o planejamento estratégico. O Grupo ABC , criado em 2002, é uma holding de comunicação. Inicialmente foi fundado por João Augusto Valente, Nizan Guanaes e Banco Icatú. O grupo também mudou a posição acionária. Em 2007, o fundo de investimentos Gávea, capitaneado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, tornou-se sócio do grupo, que mudou de nome e deu novo passo para o processo de internacionalização. O grupo conta com 14 empresas, mais de 140 clientes e cerca de 1,4 mil colaboradores. Gazeta Mercantil - Você vai trabalhar em alguma campanha política? Não, detesto. Não emagreci 60 quilos para ficar em cima do muro. Sou empresário, hoje mais do que publicitário, sou um empresário. Tenho um grupo que é o 21º do mundo, tenho 1,4 colaboradores. A gente não tem um lado, não toma partido. Minhas agências são completamente separadas. Africa, MPM, DM9DDB, Loducca concorrem entre si. Não me meto, não tenho vocação. Acho que o

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raciocínio empresarial é completamente diferente do político. O político é de construir consenso. E o empresarial precisa executar, fazer, e esse é o meu objetivo. No Rio de Janeiro a bola fica quicando o tempo todo. No show do Caetano Veloso e Roberto Carlos, no Theatro Municipal, você não sabia se olhava para a platéia ou para o palco, porque era um verdadeiro show. Gazeta Mercantil - Qual sua avaliação sobre o mercado publicitário carioca? Detesto a expressão mercado carioca. O mercado aqui não é carioca, o Rio é uma cidade mundial. Por que o nome do jornal é Jornal do Brasil? Por que as empresas do Rio só têm de ficar pensando no mercado do Rio se existe avião, internet. O Rio tem empresas de design que são nacio-nais. As agências do Rio que se destacaram foram aquelas que se posicionaram nacionalmente. Quero fazer aqui eventos nacionais, não quero fazer eventos para o Rio de Janeiro. Os eventos serão a partir do Rio de Janeiro para o Brasil e para o mundo. Claro que isso parece megalomaníaco, mas dá só uma olhada para aquilo ali (Morro Dois Irmãos). É pequeno? Então, vamos sonhar na proporção da geografia da cidade. A cidade só tem coisa grande, por isso vamos pensar grande. Gazeta Mercantil - O mercado publicitário nacional está bem? Sim, falta mão-de-obra. A economia aquecida favorece o setor. Lotado de petróleo, o Rio atrai cada vez mais investidores de fora. O Brasil vive um momento excelente para se lançar ao mercado internacional. Olha esse hotel. Você já viu os preços? Não são baratos. E está tudo lotado. Daí você vai me perguntar se todos estão lotados? Tem um monte de hotel que está vazio. Mas qual o diferencial que esse tem? Qualidade do serviço entre outras coisas. Para isso tem de construir e também acreditar. Gazeta Mercantil - Qual sua projeção para o mercado daqui a 10 anos? O Brasil vai estar entre as maiores economias do mundo. Agora a gente tem de expandir para fazer tudo. Por que você acha que hoje meu grupo está entre as mais diversas áreas? Acabei de comprar uma empresa de internet em São Francisco (EUA). Gazeta Mercantil - Foi fácil se tornar um empresário? Venho de um mercado, embora criativo, muito tradicional do ponto de vista de gestão. No iG, conheci um monte de gente. Aprendi disciplina, uma coisa que eu não tinha, e capacidade de gestão. Então, revi e comecei a pensar em oportunidades de negócios. Gazeta Mercantil - Falta estilo empreendedor ao brasileiro? Não, acho que o brasileiro é muito empreendedor. O que havia antes eram condições muito duras para se conseguirem as coisas. Agora há no Brasil um terreno altamente favorável ao empreendedorismo. E nosso papel é divulgar isso. O amor pelo trabalho, por estudar, por fazer. Não havia essa correlação entre o sujeito trabalhar e ficar rico. E o empreendedor é aquele sujeito que ganhou dinheiro mas continua trabalhando e criando porque sabe que aquilo contribui para a sociedade e o País. Gazeta Mercantil - O governo dá condições ao empresário brasileiro? Acho que a economia brasileira vive um grande momento e a gente tem que aproveitar. E outra coisa, temos que parar com essa coisa de ficar chorando e esperando sempre as condições do governo. Quem fica esperando eternamente o momento certo nunca vai ter esse momento. Tem que meter a cara. É melhor aproximadamente agora do que exatamente nunca. Gazeta Mercantil - Você irá para Nova York divulgar o Rio Summer? Vou em setembro vender o Rio Summer lá, embora a meta de patrocinadores já ter chegado aos 80%. O evento já é um sucesso do ponto de vista comercial. Gazeta Mercantil - Você está satisfeito?A minha grande questão sempre foi dar retorno ao patrocinador. Evento é uma coisa muito boa, mas você tem de ter visibilidade. Hoje um dos patrocinadores veio comigo de São Paulo para ver o hotel e decidir como eles podem mostrar a marca. Gazeta Mercantil - É restrito ao mercado interno? Nós vamos trazer 100 compradores do mundo inteiro. O hotel Fasano foi fechado para isso. As tendas vão ser no Forte de Copacabana, e na abertura haverá um show do Caetano Veloso. Gazeta Mercantil - Qual é o objetivo do Rio Summer e qual o investimento? Serão as maiores marcas nacionais. O evento é para tornar o Rio a capital da moda praia no mundo. Com todo respeito que eu tenho a Miami (EUA), mas não é possível que ela seja a capital da moda praia. O Rio é dono desse imaginário e a gente deve dar a ele esse tributo. Está orçado em R$ 10 milhões. Gazeta Mercantil - Você é um homem vaidoso?

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Não. Minha mulher compra as minhas roupas. Sou vaidoso profissionalmente e só pelas coisas que sei. As coisas que não sei eu ouço e corro atrás. Falta de vaidade é ser irredutível. A pessoa que se ferra só para ter razão realmente não tem vaidade nenhuma. Gazeta Mercantil - Quais são seus hábitos? Tenho uma grande diversão que se chama trabalho. Isso não significa que eu sou um chato e que não consigo viver sem o celular. Quando viajo, vou curtir. Fim de semana, eu trabalho até meio-dia e depois vou curtir com amigos. Acredito num negócio chamado nizócio criativo, uma mistura de Nizan, ócio e negócio. Você pode trabalhar se divertindo e se divertir pensando em negócios.

(Ludmilla Totinick)

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Disputa Judicial - Microsoft briga por patente de mouse(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-11 Direito Corporativo)

A Microsoft, uma das maiores fabricante de software do mundo, persuadiu autoridades comerciais dos Estados Unidos a revisarem um pedido que exige o bloqueio das importações da tecnologia para mouses de computador, que americana afirma que infringem suas patentes. A Microsoft, sediada em Redmond, Washington, entrou com a petição, em julho deste ano, depois de não conseguir chegar a um acordo de licenciamento com a também fabricantes de produtos eletrônicos, Primax Electronics de Taiwan. A Comissão Comercial Internacional (ITC, na sigla em inglês) dos EUA, disse em um comunicado divulgado na sexta-feira passada, que começou a investigar a ação judicial e ainda não tomou uma decisão quanto ao mérito do caso. A ITC, cujo propósito é proteger os mercados dos Estados Unidos de práticas comerciais injustas, tem o poder de bloquear importações de produtos que estejam infringindo patentes americanas. A Microsoft registrou o pedido depois de a Primax não participar das "negociações de boa fé", alegou a fabricante de software em julho. A Microsoft raramente entra com processos acusando companhias de violar suas patentes. Ela mais freqüentemente se defende de processos impetrados por donos de patentes. Mais de 20 companhias licenciaram a tecnologia usada nos mice (plural de mouse) da Microsoft, que é parte de um programa mais amplo para licenciar patentes para hardware, disse a empresa americana. A petição inicial acusa a Primax, sediada em Taipei, de infringir sete patentes relacionadas às tecnologias chamadas U2 e Tilt Wheel da Microsoft. A Primax estimou que o custo médio para licenciar a tecnologia para mice da Microsoft é de US$ 20 centavos a US$ 30 centavos por unidade, disse em julho Simon Hwang, advogado interno da companhia. Foi caro demais para a Primax, que fabrica mice para outras companhias e não consegue cobrar tanto quanto se estivesse vendendo um produto de marca, disse Hwang na época. Representantes da unidade da Primax sediada nos EUA não retornaram de imediato o telefonema que buscava comentários na quinta-feira passada. As invenções U2 permitem que um dispositivo periférico, como um mouse, seja usado tanto com uma interface na porta USB quanto com uma porta PS2 para se conectar a um computador. Isso permite que os fabricantes de aparelhos façam um produto único que possa ser usado com tipos diferentes de computador. As Tilt Wheels são um tipo de scroll localizado em cima do mouse que pode se mover para os lados, ou para cima e para baixo, para que o cursor tenha maior movimento.

(Bloomberg News)

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Higiene e limpeza - Bombril compra a marca Lysoform(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-3 Empresas)

da redação

A Bombril anunciou na sexta-feira que fez acordo de compra da Milana, empresa que há mais de 50 anos é fabricante dos produtos da marca Lysoform, símbolo mundial de higiene e limpeza.

O grupo Bombril afirmou que, seguindo com o objetivo de estar presente em cada categoria do mercado de limpeza, quer em curto prazo aumentar substancialmente o faturamento anual da marca Lysoform, que atualmente é de R$12 milhões, e consolidar o tema desinfecção e proteção familiar.

"Marca tradicional e reconhecida por sua qualidade como esta combina com a forma de atuação da Bombril. Acreditamos que com a nossa distribuição, a linha Lysoform tem grande oportunidade de crescimento", disse Gustavo Ramos, presidente da Bombril.

Além de reforçar a participação da Bombril no mercado em que atua, a aquisição traz para a empresa novo canal de vendas - o Farma - o que abre oportunidade para segmentação em novos produtos.

Segundo a Bombril, isso reforça o compromisso do grupo de oferecer todas as soluções de higiene e limpeza no segmento doméstico.

A Bombril manterá a atual equipe de distribuição da Milana e utilizará sua força de vendas interna para dar cobertura em pontos-de-venda descobertos. A conclusão da operação está sujeita a tomada de providências preliminares pela Milana, destinadas principalmente a segregar alguns ativos que não integram o negócio.

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SEGURO

Seguros - Regulação do microsseguro será entregue ao governo até dezembro: Desafio do setor para o segmento é definir custos de tributação, tipos de produtos e os canais de

distribuição(DCI 01.09.2008 p. A13 Finanças)

SÃO PAULO - Depois da definição do que é microsseguro, a Superintendência de Seguros Privados, (Susep) terá até o dia 31 de dezembro de 2008 para entregar ao governo a regulação desse novo produto. Durante esse período, o desafio das seguradoras e entidades do mercado é desenvolver pesquisas para atender a população de baixa renda, classe que será atingida pelo microsseguro. O primeiro passo a ser discutido pelo setor é o custo da regulação e da tributação para esse segmento. Segundo o superintendente da Susep, Armando Vergílio dos Santos Júnior, esses custos devem ser insignificantes devido ao baixo valor desses produtos.

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Para o presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Antonio Cássio dos Santos, um modelo de tributação mais atrativo pode aproximar investidores do microsseguro. "Os operadores têm interesse de entrar no negócio, que tem um viés muito grande de inserção social". Segundo ele, a Susep também pode negociar com o governo modelos de subsídios para alavancar o segmento. Na Colômbia, por exemplo, quando a baixa renda não pode mais pagar o seguro saúde, o governo compra o restante das apólices. Na Índia, o governo estimula a cultura do seguro, comprando 250 mil apólices para distribuir a comunidade carente.

Outro ponto a ser definido é a gama de produtos que fará parte do microsseguro. Para Santos, a idéia é oferecer o seguro funeral, odontológico, residencial, de propriedade rural, de proteção financeira e de acidentes pessoais (em ônibus e motos). "Até o final do ano vamos propor a criação de seguros para carros acima de dez anos de uso", afirma Santos. Segundo o presidente de microsseguros da Zurich, Brandon Matheus, é preciso ir a campo e conversar com a classe de baixa renda brasileira para conhecer suas reais necessidades.

O setor de seguros brasileiro também discute a forma de inserção do microsseguro nas classes emergentes. "Os canais de distribuição também são essenciais para alcançar essas pessoas e inseri-las no mercado de seguros", diz Matheus. Para ele, os corretores especializados devem começar por igrejas, pequenas associações escolares e sindicatos. Para o presidente da Fenaprevi, alguns modelos de seguros no Brasil que são vendidos por celular podem ser repassados para o microsseguro.

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SOCIETÁRIO

BRA fecha acordo com credores para voltar a voar: Humberto Folegatti deixa a empresa, que obtém desconto de 70% nas dívidas e volta a atuar com vôos fretados

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B22 Negócios)

A BRA vai voltar às origens e se relançar como uma empresa de fretamentos de vôos. Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, a BRA conseguiu ontem a aprovação dos credores para o seu plano de recuperação judicial. Em assembléia realizada na sede da empresa, em São Paulo, os credores concordaram com um deságio de 70% na dívida de R$ 180 milhões. Os credores, a maioria bancos - Real, Santander, Safra e Sofisa -, receberão seus créditos em cinco anos, depois de três anos de carência.

A falência da BRA era dada como certa por todas as partes envolvidas. O Brazilian Air Partners (BAP), grupo de fundos estrangeiros, além do Gávea, que detêm 42% do capital total da companhia, já tinha registrado o prejuízo e deixado de acompanhar o processo.

“Até um mês atrás, nada avançava”, conta Walter Folegatti, sócio-fundador da empresa ao lado do irmão Humberto. “Os fundos estrangeiros entregaram a Deus, nem compareceram às assembléias.”

De acordo com Folegatti, a idéia de voltar como uma empresa de vôos charter foi uma última cartada. “Eu não acreditava que os investidores iam topar. Iam achar que era 171 (artigo do código penal que trata de estelionato). Se soubesse que seria aprovada, não teria demorado nove meses para apresentar essa proposta.”

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Até então, a BRA insistia em um modelo de negócios de vôos regulares, proposta defendida principalmente por Humberto, sem sucesso. Humberto, o mais passional dos irmãos, já muito desgastado com os sócios estrangeiros, resolveu sair da sociedade, vendendo sua parte para Walter.

Depois de aprovar o plano na manhã de ontem, Walter saiu da assembléia e foi direto para um banco negociar um empréstimo de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões, recurso necessário para dar a largada no plano. A intenção é voltar ao mercado em dezembro, com três Boeings 737-300. Até lá, a empresa deve contratar de 100 a 120 funcionários, entre tripulantes, mecânicos e pessoal administrativo. Pelo plano aprovado ontem, a empresa pretende chegar até 2016 com sete jatos.

A nova empresa também vai gerar receita com a incorporação da operadora de turismo fundada pelos irmãos Folegatti, a PNX Travel - que poderá ou não mudar de nome. A PNX chegou a ter 25% do mercado de operadoras de turismo. Com a crise da BRA, essa participação caiu para 1,5%.

A BRA nasceu em 1999 como empresa de fretamento. Além de vender pacotes para agências de viagem, a BRA completava o avião com a venda de bilhetes avulsos, com base em uma legislação do antigo Departamento de Aviação Civil (DAC). Com o sucesso do modelo híbrido de fretamento com bilhetes avulsos, a companhia foi pressionada pela concorrência a se transformar em empresa regular.

A empresa resistiu, mas acabou virando regular em 2005. O modelo de negócios não se adaptou aos custos e às exigências da aviação regular, e a empresa passou a ter prejuízo. A entrada dos sócios estrangeiros no final de 2006 não foi suficiente para reverter a situação, e em novembro passado a BRA parou de operar.M.B.

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Estatal Alitalia pede concordata: Companhia será controlada por dono da fábrica de motos Piaggio

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B22 Negócios)

Agências Internacionais, Milão

A companhia aérea estatal italiana Alitalia anunciou ontem que pediu concordata, como parte de uma última tentativa de resgate elaborada pelo governo da Itália, que possui 49,9% de participação na empresa, para salvá-la da falência. O esperado pedido de concordata é um passo necessário no plano de ajuda desenvolvido pelo banco italiano Intesa Sanpaolo, encarregado pelo governo de agir como consultor da Alitalia.

O plano prevê que a empresa seja dividida em duas, com os ativos lucrativos sendo vendidos para uma nova companhia formada por um consórcio de investidores italianos. O grupo de investidores - liderados por Roberto Colaninno, presidente da fabricante de motocicletas italiana Piaggio - criou uma nova empresa, chamada Compagnia Aérea Italiana, que tem 1 bilhão (US$ 1,46 bilhão) em capital e vai comprar os ativos lucrativos da Alitalia e fundi-los com uma empresa aérea italiana menor, a Air One.

De acordo com o plano do Intesa, cerca de 1,1 bilhão em dívidas e em operações deficitárias serão deixados em uma companhia “ruim”, que deverá ser liquidada por um administrador escolhido pelo governo. Em outro passo importante no plano do Intesa, ontem o governo aprovou a revisão de uma lei de proteção contra falência que vai permitir que a Alitalia seja reestruturada rapidamente.

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Segundo as metas do plano de resgate, a Alitalia reestruturada deverá voltar ao lucro em 2011, atingindo um resultado operacional positivo de 250 milhões dois anos depois. A receita atingiria 5 bilhões em 2013.

O futuro da Alitalia ficará nas mãos de um empresário conhecido por resgatar empresas italianas falidas. No processo, Colaninno ganha muito dinheiro, mas ele costuma tratar as intervenções que fez em empresas como a Piaggio e a Olivetti como “atos de patriotismo”.

“É um serviço público”, disse Colaninno, em entrevista ao jornal italiano La Reppublica. “Ou deixo esse país ou fico e tento fazer a minha parte.”

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Aquisição cria o 2º maior banco alemão: Commerzbank vai adquirir Dresdner por US$ 14 bi; operação deve resultar em corte de 9.000 empregos

(Folha de São Paulo 01.09.2008 p. B3 Dinheiro)

DA REPORTAGEM LOCAL

O banco Commerzbank vai comprar o Dresdner Bank por 9,8 bilhões (cerca de US$ 14,4 bilhões), numa operação que criará a segunda maior instituição financeira da Alemanha.O negócio entre o Commerzbank e a seguradora Allianz, controladora do Dresdner, deve ser concluído só no segundo semestre de 2009. Um dos efeitos da operação será a demissão de funcionários, que poderá alcançar 9.000 pessoas nas duas instituições financeiras.Para o presidente da Allianz, Michael Diekmann, a operação representa um ponto fundamental "na consolidação do sistema bancário alemão", que é muito fragmentado e com as menores margens de lucro da Europa."Juntas, as duas instituições de crédito formarão o líder no mercado alemão de clientes privados e pequenas empresas", disse Diekmann.A nova instituição financeira, que passará a contar com aproximadamente 11 milhões de clientes e 72 mil funcionários, ainda será um pouco menor que o líder entre os bancos alemães, o Deutsche Bank.A operação ainda terá de ser avaliada e posteriormente aprovada pelas autoridades antimonopólio alemãs.Como parte do acordo de aquisição, "vão ser cortados cerca de 9.000 empregos, mas isso será feito de modo socialmente responsável", afirmou o Commerzbank em comunicado divulgado ontem.A compra é a maior transação realizada no sistema bancário alemão desde abril de 2001, quando a própria Allianz -que é o maior grupo segurador da Europa- adquiriu o Dresdner Bank por 23,5 bilhões.O banco estatal China Development Bank era outro candidato apontado por analistas como possível comprador do Dresdner.Em uma primeira etapa, o Commerzbank ficará com 60,2% do Dresdner, transação a ser feita por meio de ações. O Commerzbank também pagará à seguradora Allianz 2,5 bilhões em efetivo, além de ceder o fundo Cominvest, avaliado em 700 milhões.Na segunda etapa, o Dresdner vai se unir ao Commerzbank por meio da aquisição de todas as suas ações, por um valor em torno de 3,2 bilhões.A Allianz irá controlar cerca de 30% do novo grupo, segundo o comunicado divulgado após o término da reunião extraordinária de seu conselho de administração realizada ontem em Frankfurt.

Riscos e perdasComo parte da transação, os dois bancos decidiram criar um fundo de riscos, no valor de 1,25 bilhão.Esse fundo será usado para cobrir possíveis prejuízos contábeis futuros no Dresdner, em decorrência da atual crise financeira. O Dresdner apresentou prejuízos nos últimos três trimestres devido à crise financeira internacional.

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A Allianz teve de rebaixar seu lucro líquido em 50% no primeiro semestre por causa das perdas que o Dresdner Bank tem sofrido.A expectativa é que a divisão de negócios do Dresdner, que enfrenta problemas, seja uma das mais afetadas com os esperados cortes de vagas.Com a participação no Commerzbank, a seguradora Allianz conseguirá acesso a uma rede ampla de agências e novos clientes para tentar vender seus produtos. Ao comprar o Dresdner, há sete anos, a Allianz avaliava que poderia conquistar lucros maiores por meio da combinação das atividades de seguros e bancárias.

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Aviação - Lufthansa vai comprar 45% da belga Brussel(Monitor Mercantil 01.09.2008 p. 6 Financeiro)

A Lufthansa está em negociações para comprar 45% da companhia belga Brussel Airlines, com opção de adquirir os 55% restantes nos próximos dois anos. O preço proposto para os primeiros 45% é de 65 milhões de euros, que serão injetados na holding através de aumento de capital. A compra do restante deverá ser associada à evolução do desempenho da Brussel Airlines.

Colaboração

Em comunicado, a Lufthansa destacou que seu objetivo é a "colaboração com a Brussels Airlines como companhia aérea operacionalmente autônoma dentro do grupo de afiliadas da Lufthansa".

A negociação é divulgada dias após a Lufthansa anunciar ser candidata à compra de uma posição na Austrian Airlines e estar em negociações com a Thomas Cook e TUI para a fusão das companhias Germanwings, Condor e TUIFly.

A companhia aérea alemã já havia divulgado a compra da Swiss e informou que, nas próximas semanas, concluirá negociações com a belga SN Airholding - o fechamento de um acordo ainda depende da aprovação das autoridades da concorrência, de seu Conselho de Supervisão e da administração e acionistas da holding belga.

A Brussel

Sediada em Bruxelas, a Brussel Airlines é o resultado de uma fusão de 2004 entre SN Brussels Airlines e da Sabena com a Virgin Express Holdings. A companhia opera vôos dentro da Europa e é especializada em ligações com a África.

No primeiro semestre de 2008, A Brussels Airlines era a 17ª maior companhia de rede européia em número de passageiros. No mesmo período, a Lufthansa ficou em 1º lugar no número de passageiros e em 2ª posição em tráfego e capacidade, segundo dados da Association European Airlines.

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Papel & Celulose - VCP vende fatia em associação com a Ahlstrom por R$ 67 mi(DCI 01.09.2008 p. A6 Indústria)

SÃO PAULO - A VCP, divisão de celulose e papel do Grupo Votorantim, anunciou na sexta-feira que vendeu toda sua participação na joint venture Ahlstrom VCP Indústria de Papéis Especiais S.A. (JV) para a empresa finlandesa Ahlstrom Corporation. O valor do negócio é de aproximadamente R$ 67 milhões.

Com a venda, a VCP encerra a parceria com a empresa finlandesa, anunciada em fevereiro de 2007, e que envolvia os negócios de papéis produzidos na unidade de Jacareí (SP). Segundo informações da VCP, as duas companhias firmaram contrato para formação da JV, cuja capacidade de produção é de 105 mil toneladas/ano de papéis não revestidos, com possibilidade de revestimento de até 80 mil toneladas/ano.

A venda anunciada na semana passada atende ao Contrato de Opção de Compra e Venda, relativo à participação da VCP (40%) e que teria prazo de até dois anos a partir de setembro de 2007 para ser concretizado. De acordo com o comunicado ao mercado da empresa da família de Antônio Ermírio de Moraes, a transação está limitada à venda da participação da VCP na JV e não envolve os ativos da unidade da VCP em Jacareí destinados à produção de celulose de eucalipto para o mercado, cuja capacidade é de 1,1 milhão de toneladas/ano.

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Bancos - Acionistas do Banco Santander aprovam incorporação do Real(DCI 01.09.2008 p. A13 Finanças)

SÃO PAULO - O Banco Santander deu mais um passo no processo para incorporar definitivamente o Banco Real. Os acionistas da instituição aprovaram por maioria de votos na última sexta-feira, em Assembléia Geral Extraordinária, a incorporação da totalidade das ações de emissão do Banco Real e da AAB Dois Par ao patrimônio do Santander e a conversão de ambos em subsidiárias integrais do banco espanhol. Para isso, os acionistas do Banco Real receberão 30.660,029 ações ordinárias e 26.644,580 ações preferenciais de emissão do Santander em substituição de cada mil ações ordinárias de emissão do Real a serem incorporadas ao patrimônio do Santander. Já os acionistas da AAB Dois Par receberão 5.202,961 ações ordinárias e 4.521,546 ações preferenciais de emissão do banco espanhol em substituição de cada mil ações ordinárias de emissão da AAB Dois Par a serem incorporadas ao patrimônio do Santander.

Por maioria de votos também foi aprovado o aumento de capital do Banco Santander, mediante a conferência de todas as ações dos atuais acionistas do Banco Real e da AAB Dois Par, exceto as ações de propriedade do próprio Santander, com base no valor econômico das referidas ações, no montante de aproximadamente R$ 38,920 bilhões, do qual R$ 38,020 bilhões serão destinados à conta de capital e R$ 900 milhões à conta de reserva de capital, passando o capital, portanto, dos atuais cerca de R$ 9,131 bilhões para R$ 47,152 bilhões. Já a Incorporação dos papéis da AAB Dois Par ao patrimônio do banco espanhol acarretará um aumento de capital do Santander no valor de R$ 1,730 bilhões.

Em julho último, o Santander recebeu aval do Banco Central holandês e brasileiro para dar prosseguimento ao processo de fusão com o Real. Assim que teve o sinal verde da BC nacional,

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Fabio Barbosa, que até então comandava o Real, assumiu a presidência do Grupo Santander no Brasil.

A compra do Real pelo Santander se deu na maior transação já realizada pelo mercado financeiro. Em 2007, o ABN Amro, até então dono do Real, foi vendido por 71,1 bilhões de euros (cerca de US$ 100 bilhões) para o consórcio formado pelo Santander, Fortis e liderado pelo Royal Bank of Scotland (RBS), após disputa de meses com o britânico Barclays. O Santander ficou com as operações no Brasil, entre outras.

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Ações - Presidente da CVM afirma que pessoa física traz liquidez para ofertas iniciais: No entanto, Maria Helena Santana alerta para a necessidade de que o investidor leia o prospecto

final(DCI 01.09.2008 p. A14 Finanças)

SÃO PAULO - A participação de investidores pessoas físicas em ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) é vista positivamente pela a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana. "Essa operação não é problema, pelo contrário, contribui, do ponto de vista do emissor, para diversificar a base de acionistas", afirma a presidente. em palestra sobre a evolução do mercado brasileiro de capitais. Para Maria Helena, a operação colabora para um mercado secundário mais ativo e mais líquido.

A participação de investidores pessoa física em IPO gerou polêmica, principalmente devido à dificuldade imposta pelos prospectos divulgados pelas companhias antes de abrir o capital. Recentemente, o diretor do Credit Suisse, José Olympio, defendeu que os investidores que não tiverem condições de entender o documento não participem desse tipo de operação. A opinião do ex-presidente da CVM e sócio da Trindade Sociedade de Advogados, Marcelo Trindade, também foi parecida: "O investidor que tem pouca informação não precisa comprar no IPO", disse Trindade. Segundo Maria Helena, a pessoa que comprar ação de empresas que estão no mercado pela primeira vez deve saber o que está fazendo e não achar que alguém vai traduzir o prospecto da empresa.

A presidente também comenta sobre o cenário atual do mercado de capitais. "Estamos em um momento claro de entressafra e de retração por parte dos investidores internacionais, e embora as causas não sejam do mercado doméstico, o reflexo aqui do nosso mercado é muito evidente", diz. Para ela, o resultado é visível no patamar de preço dos ativos, se refletindo no valor das empresas na Bolsa de Valores. "Até que essa situação se ajuste as pessoas devem ficar reticentes em vir ao mercado", afirma.

Sobre a possibilidade de o governo criar uma outra estatal para a exploração da camada pré-sal, o que poderia prejudicar a Petrobras, Maria Helena argumenta que a CVM não faz comentários sobre os risco de situações em andamento. "Ainda não recebemos reclamações de acionistas minoritários", afirma. Segundo ela, a CVM faz o possível para prestar maiores informações a o mercado.

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Aviação - Credores aprovam o plano da BRA (Valor Econômico 01.09.2008 p. B4 Empresas)

Roberta Campassi, de São Paulo

Os credores da BRA aprovaram o plano de recuperação judicial da companhia aérea na sexta-feira, numa das últimas tentativas de evitar a falência. A empresa se propôs a operar vôos fretados para o mercado de viagens a lazer e também oferecer pacotes turísticos, fazendo uso de três hotéis na Bahia que pertencem ao sócio Walter Folegatti.

Desta vez, o plano levado à assembléia foi considerado factível pelos credores, especialmente porque a BRA nasceu como uma empresa de vôos fretados e era considerada bem sucedida enquanto se manteve com essa estratégia. Folegatti assumirá a administração da aérea. Seu irmão Humberto Folegatti, que junto com Walter detém 58% da BRA, afastou-se da companhia recentemente. A Brazilian Air Partners (BAP), união de seis fundos estrangeiros e mais o brasileiro Gávea, detentora de 42% das ações da BRA, já estava afastada da companhia desde o início da crise.

A BRA pretende levantar R$ 7,5 milhões e alugar duas aeronaves Boeing 737 para fazer os vôos já a partir do início do ano que vem - e não dentro de um ano e meio, como o Valor publicou equivocadamente na quinta-feira. "Esse novo plano deixou de lado a aventura dos vôos regulares", afirma Thomas Felsberg, advogado que trabalha para a BRA. A companhia, fundada em 1999, passou a fazer vôos regulares em 2005 mas não se adaptou ao segmento e paralisou totalmente as operações em novembro de 2007.

Os credores aceitaram um desconto sobre o valor da dívida da companhia que pode variar de 50% a 70%. Para fazer os pagamentos, a BRA emitirá debêntures que poderão ser convertidas em ações da empresa. Segundo Felsberg, a situação da BRA não permitiria pagamentos maiores.

Há pouco mais de um mês, a aérea cogitava pedir falência porque não havia conseguido aprovar planos anteriores, que previam a retomada dos vôos regulares. Para um advogado que representa um banco credor da BRA, a falência teria sido pior pois reduziria a quase zero as chances de a maioria dos credores recuperar seus créditos.

A dívida total da BRA é de R$ 220 milhões, sendo a maior parte com instituições financeiras. No início da recuperação, explica o advogado, os credores esperavam que os sócios da BRA se dispusessem a discutir e quitar as dívidas. Mas tanto os irmãos Folegatti quanto a BAP, segundo ele, nunca se dispuseram a negociar com os credores.

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Crise de Crédito - Lehman Brothers liquida patrimônio e segue seu calvário: Quinto maior banco de investimento dos EUA põe a venda uma de suas principais empresas

(Valor Econômico 01.09.2008 p. C8 Finanças)

David Henry e Matthew Goldstein, Business Week

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O Lehman Brothers poderá ter um aviso esfarrapado e meio apagado com os dizeres "liquidação", pendurado em sua sede em Times Square. Há quatro meses o quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos vem tentando vender ativos - bons e ruins - para permanecer vivo. Ele se desfez de posições avaliadas em US$ 140 bilhões no primeiro trimestre. Agora o Lehman está oferecendo a jóia de sua coroa, a administradora de investimentos Neuberger Berman, e poderá tentar de desfazer de alguns títulos imobiliários comerciais.

A aparência de desespero do Lehman é o tipo de medo mais potente a pairar sobre Wall Street e os mercados de capitais da Europa hoje. Grandes bancos estão se preparando para outra rodada de perdas, que poderá desencadear as maiores vendas de ativos desde o começo da crise de crédito há mais de um ano. O tamanho em potencial das liquidações: cerca de US$ 2 trilhões. O Lehman não quis fazer comentários para este artigo.

Os investidores "abutres" estão levantando volumes recordes de recursos, mas esse dinheiro poderá não ser suficiente para devorar esses ativos. E se esperam encontrar compradores, os bancos poderão se ver forçados a reduzir até o osso os preços que estão pedindo, o que abalaria ainda mais seus balanços.

"Não há dinheiro", diz Joseph Mason, professor da Louisiana State University. "Vamos ver vendas fracassadas."

O medo é que se os bancos não conseguirem vender ativos suficientes, mais firmas seguirão o caminho dos extintos Bear Stearns e IndyMac. Em 27 de agosto, a Federal Deposit Insurance Corp. (FDIC), a autoridade reguladora que supervisiona os bancos nos EUA, informou que o número de instituições em sua chamada lista problemática deu um pique de 30% no segundo trimestre, para 117. "São tempos realmente tenebrosos e a coisa vai piorar mais", afirma Christopher Whalen da Institutional Risk Analytics, empresa de consultoria e estudos.

A situação poderá pressionar o governo federal dos EUA a apressar uma solução ampla, com uma sensação quase retrô. Especialistas bancários começam a falar da necessidade de uma versão atualizada da Resolution Trust Corp. (RTC), o veículo que o congresso americano criou em 1989 para reunir ativos de sociedades de crédito imobiliário falidas e vendê-los de uma maneira ordeira. A RTC foi uma reencarnação da Reconstruction Finance Corp. da época da Grande Depressão.

Os resultados do terceiro trimestre, que as firmas divulgarão nas próximas semanas, poderão compensar a avalanche de vendas. Analistas de crédito da JP Morgan Securities estimam que bancos de todas as partes do mundo terão perdas adicionais de US$ 200 bilhões nesse período, sobre os US$ 500 bilhões que eles já sofreram. Quando a crise de crédito estiver terminado, a contagem total poderá superar os US$ 2 trilhões, segundo estimativas mais pessimistas.

Até agora, os bancos vêm substituindo a maior parte do capital perdido com dinheiro de investidores de fora. Mas esses recursos estão secando. Por exemplo, está ficando mais difícil emitir o tipo de título especial que os fundos de investimento soberanos e outros acharam atraentes quando fizeram grandes injeções de dinheiro no Citigroup, Merrill Lynch e outras instituições financeiras com problemas. Além disso, muitas dessas instituições que se movimentaram antecipadamente estão provocando dores-de-cabeça em seus investidores, uma vez que os valor dos investimentos vem sendo corroído de maneira dramática.

Sem "white knights" (investidores amigáveis que os defendam de tentativas de takeovers), os bancos provavelmente vão recorrer à venda de ativos para manter níveis de capital satisfatórios para as autoridades reguladoras e os credores. Quanta coisa poderia ser vendida? No geral, os bancos comerciais tentam manter US$ 1 de capital para cada US$ 10 em ativos que eles possuem; para os bancos de investimento a relação sobe para cerca de US$ 20. Isso significa que se os bancos e outras instituições financeiras perderem os estimados US$ 200 bilhões no atual período, poderá haver mais ou menos US$ 2 trilhões em ativos à venda, incluindo posses muito estimadas.

Mas a grande venda de propriedades de Wall Street poderá não ser bem acompanhada. Fundos que investem em empresas com problemas, os principais "abutres", já levantaram US$ 70 bilhões nos

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últimos 18 meses, segundo a Dow Jones Private Equity Analyst. Outros administradores de investimentos podem ter um adicional de US$ 30 bilhões reservados para ativos financeiros. Os vendedores poderão fornecer condições de financiamento generosas que transformariam esses US$ 100 bilhões num poder de compra de US$ 400 bilhões, seguindo pistas deixadas pela Merrill Lynch. No fim de julho, a firma de private equity Lone Star Funds comprou da Merrill Lynch US$ 30,6 bilhões em obrigações de dívida garantidas (collateralized debt obligations, ou CDOs), por US$ 6,7 bilhões. A Merrill financiou 75% do preço de aquisição. Mesmo esticando seus dólares dessa maneira, os abutres e outros investidores oportunistas provavelmente não conseguirão absorver o grande volume de títulos.

Embora os bancos estejam se desfazendo de ativos para evitar uma situação sem saída, eles não estão fazendo o suficiente. Algumas instituições relutam em se desfazer de posições num momento em que os mercados estão fracos. Outras vendas foram compensadas quando os bancos tiveram que lançar de volta os títulos em seus balanços - o que equivale a tentar tirar água de um barco furado com uma esponja. O Citigroup, por exemplo, vendeu seu banco de varejo na Alemanha por US$ 7,7 bilhões para o Crédit Mutuel da França em julho. Um mês depois, o Citi acertou a recompra de até US$ 7,7 bilhões em "auction-rate securities" (instrumentos de dívida de longo prazo cujos juros são determinados em leilão) de clientes, num acordo com as autoridades reguladoras.

Ao tentar deixar seu balanço mais leve, o Lehman tomou a decisão incomum de criar compradores preparados. Este ano, o banco de investimento forneceu capital para alguns de seus ex-operadores de banqueiros, que começaram fundos de hedge na sede do Lehman. Os dois portfólios, R3 Capital Management e One William Street Capital Management, acumularam quase US$ 5 bilhões em investimentos lastreados em hipotecas do Lehman, além de empréstimos corporativos com classificação "junk" e títulos baseados em contratos de arrendamento de equipamentos para treinamento de pilotos de avião.

Isso é pouco comparado ao que o Lehman ainda poderá ter de vender. David A. Hendler, da CreditSights, estima que o banco sofrerá um golpe trimestral de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões, e que poderá ter de vender cerca de US$ 40 bilhões em ativos. Por ser por isso que o diretor-presidente do Lehman, Richard Fuld, está tentando criar uma entidade independente para comprar títulos imobiliários comerciais, segundo a agência Bloomberg News.

Essas medidas podem estar chegando tarde demais. "A resposta foi se livrar das coisas ruins antes que as pessoas percebessem o quanto a situação estava ruim", diz Brad Golding, gerente de portfólio da Christopherson, Robb & Co. "Não há mercado para muitos desses ativos, de modo que eles estão sendo forçados a vender a prata da família."

Para complicar a situação, os compradores podem estar retraídos - esperando para ver quão tentadoras serão as barganhas, ou temendo que uma oferta de ativos excessiva derrube os preços de aquisições anteriores. Alguns analistas suspeitam que o Lehman pode estar tendo dificuldades para firmar o acordo sobre a Neuberger, uma vez que há especulações de que outras administradoras de investimentos também podem estar à venda, incluindo a do Wachovia. Em público, o Wachovia diz que seu grupo de investimentos não está à venda, mas que vai de desfazer de ativos "não essenciais".

Alguns bancos poderão conseguir evitar a venda de muitos ativos. Novos compradores poderão surgir, como os fundos de pensão. "Com o prolongamento da crise, há mais tempo para as pessoas avaliarem produtos que de outra forma elas nunca pensariam em comprar", diz Anil Kashyap, professor da Graduate School of Business da Universidade de Chicago. Os bancos também cortar despesas. E o Federal Reserve, ao manter os juros baixos, está tornando mais lucrativo absorver o spread, a diferente entre os custos dos empréstimos tomados pelos bancos e as taxas mais altas que eles cobram para emprestar a seus clientes.

No entanto, esse tipo de reabilitação leva tempo - um luxo que muitos bancos não têm hoje.

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Fiscalização - CVM fecha acordo com executivos do Banco Itaú (Valor Econômico 01.09.2008 p. D2 Eu& Investimentos)

De São Paulo

A Intrag DTVM, empresa de administração de fundos do Banco Itaú, e seu diretor Alexandre Zakia Albert fecharam um acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), comprometendo-se a pagar multa de R$ 50 mil cada. A celebração do termo de compromisso põe fim ao processo administrativo em que foram acusados de não observar regras contábeis aplicáveis aos fundos de investimento. Eles avaliaram pela cotação de fechamento as ações em carteira de fundos sob sua administração.

A CVM também aprovou acordo com o Banco Itaucard S.A e seu diretor Carlos Henrique Mussolini. Ambos se comprometeram a pagar multa de R$ 50 mil para encerrar processo administrativo em que também eram acusados de avaliar pela cotação de fechamento as ações em carteira de fundos.

Em outro processo, a CVM aceitou receber de João Cox Neto e Ricardo Del Guerra Perpetuo multa de R$ 100 mil de cada um. Tanto Cox, que ocupava a diretoria de relações com investidores da Telemig Celular Participações e da Tele Norte Celular Participações., quanto Perpetuo, que era diretor de relações com investidores da Telemig Celular e da Amazônia Celular., foram acusados de não publicar fato relevante sobre a aprovação do valor ser investido na migração tecnológica das redes de telefonia celular das companhias.

Foi aprovada também proposta de termo de compromisso apresentada por Carlos Guilherme Steagall Gertsenchtein, vice-presidente do Banco Morgan Stanley, a fim de interromper a continuidade de processo, aberto para apurar indícios de violação à chamada "Lei do Silêncio", por ocasião da veiculação de nota jornalística contendo informações sobre a oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias de emissão da Le Lis Blanc Deux Comércio e Confecções de Roupas. O banco era coordenador da oferta. Gertsenchtein propôs pagar à CVM multa de R$ 50 mil.

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Mercado de Capitais - Ação da BM&FBovespa estréia no Ibovespa e IBrX: Por conta da união das duas ações após a fusão, peso dos papéis nos índices fica acima do esperado e estimula

compras dos fundos passivos(Valor Econômico 01.09.2008 p. D5 Eu& Investimentos)

Por Ana Paula Ragazzi, de São Paulo

As ações da BM&FBovespa estréiam hoje na carteira do principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa. O ingresso, já sinalizado na segunda prévia da composição do indicador, serviu para engrossar as compras da ação por parte dos gestores dos fundos passivos, aqueles cujas carteiras replicam os índices da bolsa. Além do Ibovespa, os papéis também entram no IBrX-50 e no IBrX-100- esses são os principais referenciais do mercado. Semana passada, os papéis da BM&FBovespa acumularam alta de 9,8% .

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Inicialmente, a segunda prévia, divulgada em 18 de agosto, apontava participação de 2,12% para as ações da Bovespa Holding no Ibovespa, de 0,70% no IBrX-50 e de 0,6% no IBrX-100. Dois dias depois, em 20 de agosto, no entanto, a ação da Bovespa Holding deixou de existir, substituída pela BM&FBovespa. A partir de então, o mercado passou a avaliar que as fatias da nova empresa poderiam ser maiores, diante da incorporação do peso da BM&F SA.

Com a divulgação da terceira prévia do índice, sexta-feira, a expectativa de aumento de participação não só se confirmou como superou as expectativas dos operadores. A participação prevista de BM&FBovespa no Ibovespa cresceu para 3,90% - a terceira maior do índice, abaixo apenas de Petrobras e Vale. O salto foi ainda maior no IBrX-50, para 3,48%; e no IBrX-100, para 3,1%.

A nova composição dos índices da bolsa começa a vigorar hoje. Para entrar em um indicador, os papéis têm de atender a critérios definidos na metodologia de cada um deles. No caso do Ibovespa, por exemplo, a participação de cada ação tem relação direta com a representatividade desse título no mercado à vista em termos de número de negócios e volume financeiro, obtida pelo cálculo do índice de negociabilidade.

Após a divulgação do balanço do segundo trimestre, os papéis da bolsa brasileira têm mostrado fôlego renovado. Um dia antes da união das duas ações, houve o rebalanceamento do Índice MSCI, calculado pelo banco Morgan Stanley e que reúne papéis de empresas de países emergentes. Por conta da metodologia do índice, a fusão dos dois papéis se traduziu em aumento de liquidez para as novas ações.

A partir da estréia, as ações devolveram um pouco dessa alta e depois voltaram a subir, em razão das novas perspectivas de incremento de volume na bolsa.

Na sexta-feira, teve início BM&FBovespa o chamado acesso direto (DMA, na sigla em inglês) a seus produtos para os grandes investidores. Pelo sistema, esses clientes poderão fechar operações apenas com um cadastro nas corretoras, sem ter de passar ordens a um operador, em um sistema semelhante ao homebroker, utilizado pela pessoa física em operações com

ações.

Ricardo Binelli, diretor da Petra Corretora, afirma que alguns estudos internacionais apontam para crescimento muito significativo nos volumes de bolsas estrangeiras depois do DMA, da ordem de até 50%. Segundo informou a bolsa, 23 corretoras se habilitaram para usar o DMA e a maioria realizou negócios no primeiro dia.

Para daqui a um mês, a bolsa prevê a oferta de seus produtos na Globex, a plataforma de negociação da parceira, a Chicago Mercantile Exchange (CME). Hoje, a BM&F conta com 770 terminais para oferecer os produtos aos investidores e computa, em média, 17 mil negócios ao dia. Quando a parceria vigorar, o número de terminais superará os 100 mil - daí a perspectiva de fortes crescimentos de volume.

O analista da Itaú Corretora, Victor Mizusaki, lembra que, nos dias antes da união, as bolsas brasileiras estavam sendo negociadas com desconto de 30% em relação aos pares internacionais. "Esse desconto estava claramente exagerado", diz. Ele ressalta também que as perspectivas são favoráveis, diante do acesso direto, da Globex. "Mas as novidades precisam rapidamente se refletir em aumento dos volumes, do contrario, as ações tendem a voltar a sofrer."

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Alimentos - Quatro meses após compra, Laep vende Poços de Caldas: Ativos foram alienados à empresa da GP Investimentos pelo mesmo valor da aquisição, para trazer liquidez ao

negócio (Valor Econômico 01.09.2008 p. D6 Eu& Investimentos)

Por Alda do Amaral Rocha, de São Paulo

Pouco mais de quatro meses depois de ter adquirido da francesa Danone, por R$ 50 milhões, os ativos relacionados à marca Poços de Caldas e a licença da marca Paulista por 15 anos, a Parmalat Brasil, controlada pela Laep Investments, vendeu os ativos para o Laticínios Morrinhos, controlado pelo GP Investimentos, pelo mesmo valor.

A decisão surpreende pelo curto espaço de tempo que a Laep manteve os ativos e também é um indicativo da gravidade da situação da empresa atualmente, uma vez que a companhia se desfez de um negócio tido como estratégico para seu crescimento.

A Laep e a GP Investimentos não se pronunciaram sobre a transação. O Valor apurou que a venda desses ativos faz parte do programa de racionalização lançado pela Laep, mês passado, depois de ver suas ações despencarem na Bovespa e de reportar prejuízo. Para tentar contornar a escassez de crédito após a queda das ações, a empresa anunciou medidas de racionalização, como fechamento de unidades e redução de turnos na Parmalat. As operações da fábrica de Ouro Preto d'Oeste, em Rondônia, foram suspensas, e fontes do setor de

lácteos informaram que a captação de leite foi reduzida em mais de 50%.

Em abril passado, quando anunciou a aquisição da marca Poços de Caldas e todos os ativos relacionados a ela e a licença, por 15 anos, da marca Paulista, o presidente da Laep, Marcus Elias, previu, otimista, que o faturamento da empresa cresceria na esteira dessas aquisições e de outras futuras. Destacou que o objetivo, com as compras, era agregar valor, segmentar e ampliar o portfólio de marcas e produtos. Também disse, à época, que a intenção era ter outros produtos sob a marca Poços de Caldas, além do requeijão.

Quatro meses depois, Elias, conhecido por investir em empresas em dificuldades para reestruturá-las, admitiu, durante teleconferência com investidores, ter errado "no timing ao dobrar a companhia de tamanho em um momento em que o mercado estava totalmente adverso".

De fato, o setor de lácteos vive um momento delicado. A razão principal é o forte aumento na produção de leite do país, estimulado pelos preços altos em 2007, seguida por queda na demanda, o que afetou as margens do setor.

A oferta maior atualmente está pressionando as cotações do leite longa vida - um item importante no portfólio de empresas como a Parmalat. De acordo com a Scot Consultoria, o litro do longa vida no atacado em São Paulo teve decréscimo de 8,01% em agosto. No varejo, conforme a pesquisa, o recuo foi de 7,52%.

A Laep está no olho do furacão desde o começo de julho, quando um relatório do banco de investimentos UBS Pactual, mesmo que coordenou a oferta inicial de ações da empresa, cortou a

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recomendação e as projeções para os papéis da empresa. No relatório, o banco também questionou a governança da companhia, por ter aplicado os recursos obtidos na Bovespa - R$ 507 milhões em outubro do ano passado - de forma diferente do que havia prometido aos investidores quando se apresentou ao mercado. A empresa estava, então, com pouco caixa e havia gasto os recurso em aquisições.

O balanço divulgado em junho mostra que, no segundo trimestre deste ano , as receitas da empresa não cobriram sequer as despesas operacionais. A companhia teve faturamento líquido de R$ 405 milhões e prejuízo de R$ 73,3 milhões. Com um caixa de R$ 41 milhões, tinha dívida bruta de R$ 426 milhões. Nos próximos 12 meses, quando incluídos os débitos com os fornecedores, teria de encarar responsabilidade que, somadas, alcançavam R$ 450 milhões.

Mas a Laep não é a única novata a enfrentar dificuldades poucos meses após abrir capital. Companhias de outros setores, por razões específicas de cada uma, também viram os recursos obtidos na oferta de ações se extinguirem e o caixa apertar diante das responsabilidades. Além de Brasil Ecodiesel, na semana passada as discussões no mercado se concentraram sobre a construtora Tenda. A produtora de biodiesel conseguiu, depois de pegar empréstimos com o controlador, renegociar seus vencimentos junto aos bancos. Já a construtora informou, na sexta-feira, que está estudando diversas formas de obter recursos e que as disponibilidades são suficientes para suas necessidades até o primeiro trimestre de 2009.

Em evento em São Paulo, na sexta-feira, a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, destacou a fase de "absoluta ressaca" que vive o mercado de capitais brasileiro.

(Colaboraram Silvia Fregoni e Murillo Camarotto, do Valor Online)

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Energia - CEEE planeja oferta de ações para 2009 (Valor Econômico 01.09.2008 p. D6 Eu& Investimentos)

Sérgio Bueno, de Porto Alegre

A Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT), controlada pelo governo do Rio Grande do Sul, pretende fazer uma oferta primária de ações preferenciais (PN, sem direito a voto) no próximo ano para captar recursos destinados a novos investimentos, que no período 2007-2008 deverão ficar limitados a cerca de R$ 130 milhões. O montante da emissão ainda não foi definido, mas o plano é realizar a operação no segundo semestre de 2009, disse o presidente do conselho de administração da estatal e secretário de infra-estrutura e logística do Estado, Daniel Andrade.

A intenção de capitalizar a Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações (CEEE Par), que controla a CEEE-GT e a distribuidora CEEE-D, já havia sido revelada pela governadora Yeda Crusius (PSDB) no ano passado, depois que o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) captou R$ 800 milhões com uma emissão de ações sem direito a voto. Na época, o governo também arrecadou R$ 1,2 bilhão com a oferta secundária de papéis preferenciais do banco.

Conforme o novo presidente da CEEE Par, Sérgio Campos de Morais, que assumiu o cargo na semana passada, o Estado também poderá fazer uma oferta secundária combinada com a emissão primária, mas sem perder o controle da CEEE-GT. O governo gaúcho detém 67,0% das 380,7 bilhões

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de ações ordinárias (ON, com direito a voto) da companhia, 0,7% dos 6,6 bilhões de papéis preferenciais e 65,9% do capital total. A Eletrobrás tem participações de 32,2%, 53,4% e 32,6%, respectivamente.

Os preparativos para a emissão devem começar no mês que vem, com o apoio do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade (PGQP) e do Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial (INDG), que vão montar o novo planejamento estratégico da companhia, informou Morais. Depois disso, uma nova consultoria será contratada para definir o nível de governança corporativa que será adotado e o valor da operação. Hoje os papéis da empresa são negociados no mercado de balcão.

A CEEE-GT controla um parque gerador de 15 hidrelétricas com 910 megawatts (MW) de potência instalada, além de 181,3 MW correspondentes a participações em outras usinas no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Na área de transmissão, são 6 mil quilômetros de linhas e cerca de 60 subestações de energia. De janeiro a junho deste ano, apurou receita líquida de R$ 289,5 milhões e lucro líquido de R$ 68,1 milhões. O patrimônio líquido da empresa é de R$ 373 milhões e o endividamento financeiro, de R$ 410,6 milhões.

Conforme Morais, o Estado pretende fazer a oferta de papéis da geradora porque ela apresenta uma situação econômica financeira "bem melhor" do que a distribuidora, cujo patrimônio líquido é de apenas R$ 18,3 milhões. As empresas foram cindidas em dezembro de 2006 por força das novas regras do setor elétrico brasileiro, determinadas pela Lei 10.848, de 2004. No primeiro semestre deste ano, a distribuidora apurou receita líquida de R$ 808,8 milhões, quase três vezes a mais do que a geradora, mas teve lucro líquido de apenas R$ 2,7 milhões.

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Transparência - Estratégia de risco entra na alta gestão das companhias: Nova prática é um avanço dos processos de gerenciamento, diz Daryus Consultoria

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. B-4 Governança Corporativa)

Desde a década de 80 a preocupação com a gestão de risco das empresas tem crescido exponencialmente. O desenvolvimento de novas tecnologias no fim do século passado promoveu uma maior integração entre os mercados, ampliando o número possível de operações a serem realizadas pelas companhias. Esse cenário tornou mais complexas as análises e os fatores de risco. Para enfrentar os novos desafios, as companhias criaram um patamar acima dos processos de gestão para tratar de risco, já batizado pelo mercado de governança de risco. Jeferson D‘Addario, sócio diretor da empresa de consultoria Daryus Estratégia de Risco, uma das pioneiras no Brasil na prestação deste serviços, comenta a diferença entre os processos de gerenciamento de risco e a prática da governança de risco. "O gerenciamento é um processo de monitoramento dos riscos da companhia no dia-a-dia, está ligada ao operacional. Já a governança é uma estratégia de risco, definida ligada a alta gestão da companhia. Ela estabelece as metas e os objetivos que a companhia pretende alcançar em termos de risco", conta o consultor.

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Existem muitas vantagens competitivas para uma companhia praticar a governança de risco, mas uma é fundamental: "não destruir seu próprio valor", afirma Anselmo Bonservizzi, sócio da área de risco da empresa de consultoria Deloitte. Uma pesquisa feita pela consultoria entre 1995 e 2005 com 1.000 companhias negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, mostrou que os três principais itens de perda de valor das companhias são os riscos operacional, de estratégia e de mercado. "Quando a empresa não faz governança de risco, naturalmente fica mais exposta. Só o fato de

analisar os riscos já traz benefícios para a companhia, acrescento Anselmo Bonservizzi. A governança de risco também ganhou importância com a crise americana do subprime (crédito hipotecários de alto risco), que ascendeu a luz vermelha sobre a eficiência dos processos adotadas pelas empresas. O risco é o principal vetor das decisões de crédito, afirmam analistas. Além disso é um fator determinante nas decisões de investimento na companhia. É ele quem determina uma maior ou uma menor flexibilidade no processo de decisão de investimentos, principalmente nas empresas de capital pulverizado, que é uma tendência da estrutura de propriedade desenvolvida no Brasil. A governança de risco está prevista no tópico controle A.14, da certificação ISO 27.001, um selo de garantia para sistemas de gerência da segurança da informação. (ISMS - Information Security Management System). Nesse item, com 18 empresas certificadas, o Brasil não está entre as

primeiras colocações de acordo com o ranking dos países com maior número de empresas com ISO 27.001, elaborado pela Daryus. Na opinião de Bonservizzi, a certificação não é uma boa medida de aferição das práticas de governança de risco no País. Embora ainda haja muito a ser feito, o Brasil está bem encaminhado nessas práticas. Como exemplo, o consultor da Deloitte cita os bancos brasileiros. "Como o Brasil faz parte do acordo de Basiléia, os bancos brasileiros adotam processos de gestão de risco que estão no mesmo nível de sofisticação dos exigidos para a certificação do ISO 27.001", afirma. Certificação da Serasa Para o presidente da unidade de negócios de serviços de certificação da Serasa, Dorival Dourado, a certificação da ISO 27.001 é fundamental para a empresa porque seu negócio é a informação. "A certificação garante o padrão de qualidade que precisamos manter e permite que nos avaliemos em relação as melhores práticas de segurança adotadas no mundo." A certificação também é uma oferta de valor para os clientes.

(Lucia Rebouças)

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CVM - Entressafra evidencia preço justo de ativos(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. B-4 Governança Corporativa)

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está avaliando, juntamente com a Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid), medidas para driblar o conflito de interesse de bancos coordenadores de oferta pública na formação de preço da ação, quando os mesmos são financiadores da ofertante e serão pagos com recursos provenientes do IPO. Segundo Maria Helena Santana, presidente da CVM, a opção mais considerada hoje é inserir mais um agente no chamado bookbuilding, na tentativa de isolar diferentes interesses. "O financiamento por parte do banco que acompanha a empresa é uma prática antiga. O preço da ação não varia somente pelo conflito do underwriter (responsável pela subscrição), mas chama atenção para esse aspecto e avaliamos incluir um banco intermediário para rodar os livros na formação de preço", diz. Ela afirma que a CVM fez um comparativo entre o preço das ações de ofertas desde 2004 com apoio do empréstimo dos coordenadores, sem vínculo com destinação de recursos da oferta para pagar a dívida, e o desempenho das ações que tiveram oferta suportada por um private equity, modelo considerado positivo. "O desempenho dessas ações foi muito parecido. Já nos casos em que o equity kicker ou financiamento do coordenador seria pago com a oferta, o desempenho foi muito pior, talvez indicando conflito na formação de preço." Conforme especialistas do mercado, isso acontece porque o coordenador, responsável pelo processo de formação de preço da ação através do equilíbrio entre demanda e oferta, embute no valor do papel um "ágio" para que o empréstimo seja pago pela companhia em seguida da distribuição pública. Um dos casos recentes mais notórios foi a operação da Agrenco, que abriu capital com suporte financeiro do coordenador da oferta, o banco Credit Suisse, mas o bom desempenho dos papéis a princípio foi interrompido pela divulgação da real situação da companhia – que entrou em processo de recuperação judicial menos de um ano depois do IPO, quando captou R$ 666 milhões. O caso da Agrenco é singular, já que havia envolvimento de controladores e administradores em operações cambiais ilegais e uso de documentos falsos, segundo a Polícia Federal, mas serve para mostrar que muitos investidores andaram comprando gato por lebre e estão descobrindo isso agora. "Estamos num momento de entressafra (de ofertas) e ressaca dos investidores, com a mudança de patamar no preço dos ativos, começando com as small caps no ano passado e agora também com as blue chips", ressalta Maria Helena. Ela avalia que, para operações menores e setores menos visados pode não haver demanda e, apesar da maior maturidade, o mercado de capitais brasileiro não deve retomar os níveis de 2007 - "onde claramente havia uma bolha instalada". "Os investidores agora estão com a noção clara de que perderam dinheiro e na entressafra aparecem as fragilidades de comunicação com o mercado, governança e falsas expectativas geradas, indicação de que a preparação para vir a mercado não foi satisfatória."

(Maria Luíza Filgueiras)

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Brasil faz proposta de listagem dupla(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. B-1 Finanças e Mercados)

A bolsa brasileira BM&F Bovespa, terceira maior do mundo em valores de mercado e líder na América Latina, fez uma proposta de listagem dupla de empresas para as bolsas de valores do Chile. Com isso, as empresas chilenas poderão listar suas ações na bolsa brasileira e vice e versa. A informação foi dada pelo diretor executivo de desenvolvimento e fomento de negócios da BM&F Bovespa, Paulo de Sousa Oliveira Júnior, que encerrou uma viagem de dois dias ao Chile, na última sexta-feira. Sousa visitou as três bolsas chilenas, o órgão regulador do mercado de capital e a central de depósitos de valores do mercado local. Segundo ele, o mesmo tipo de acordo será oferecido também para as bolsas da Colômbia e do Perú. Sousa já tem visitas agendas a esses países em setembro e outubro. "A proposta da bolsa brasileira é ter acordo de cooperação com todas as bolsas

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que quiserem. Não é nosso interesse comprar ninguém", afirmou o diretor em entrevista por telefone, concedida do Chile. A BM&F Bovespa também ofereceu nos acordos de cooperação faz seu know how em controle e administração de risco, plataformas eletrônicas de negociação e suja expertise em desenvolvimento de contratos, contou. "Através das plataformas de negociação da bolsa brasileira as empresas da América Latina também poderão negociar com o mundo." No final de setembro, início de outubro começa a funcionar o acordo de negociação da bolsa brasileira com a Bolsa de Chicago. Pelo acordo, 100 mil terminais do mundo estar disponíveis para operação na BM&F. No ano passado, as bolsas de Chile, México e Brasil haviam assinado acordos em linhas gerais para permitir negociações interfronteiras e o intercâmbio de inclusão de empresas.

(Lucia Rebouças)

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Capital Aberto - Bolsa estréia dois índices de ações para fomentar liquidez: Objetivo é que carteiras descolem de oscilações dos preços das matérias-primas

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. B-1 Finanças e Mercados)

A BM&FBovespa contará a partir de hoje com dois novos índices acionários que poderão ajudar a fomentar a liquidez de papéis de alguns setores de atividade com presença no pregão. Um dos objetivos dos produtos é que investidores passem a ter a possibilidade de diversificar suas aplicações em empresas que não sejam atreladas à cotação das matérias-primas. Atualmente, cerca de 30% do peso do Ibovespa, carteira de referência do mercado brasileiro, pode ser atribuído às ações de Petrobras e Vale. "A diversificação diminui os riscos dos investidores, que passam a ter uma cesta maior de opções. As recentes quedas do Ibovespa estão muito ligadas à oscilação das commodities", afirma o diretor-executivo de produtos da nova bolsa, Murilo Robotton. Metodologia

Para formatar as carteiras foram consideradas todas as 447 companhias que

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negociam papéis em ambiente de bolsa de valores. Em um primeiro recorte foi considerado o valor de mercado das empresas, fruto da multiplicação do total de seus papéis por seu preço. Aquelas cujos ativos representavam 85% do valor de mercado da Bolsa foram agrupadas em um índice, conhecido como midlarge Cap. As companhias que não alcançaram esse limite ficaram em uma carteira de small caps. Em um segundo recorte, as empresas inclusas nos dois grupos foram submetidas a outros filtros. O primeiro comparou seu valor de mercado considerando apenas o percentual de ações em circulação no mercado. O segundo filtro levou em consideração a liquidez dos papéis, que têm de ter participado de todos os pregões nos últimos 12 meses. Ficaram de fora dos índices empresas que emitem Brasilian Depositary Receipts (BDRs) ou que estejam em recuperação judicial ou falência decretada. As duas novas carteiras de ações sofrerão atualização ao fim de cada quadrimestre. A expectativa de Robotton é que a indústria de fundos possa ser impulsionada pelas novas carteiras. Atualmente, a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) contabiliza 28 carteiras referenciadas exclusivamente por papéis de small caps. "Com os novos índices, haverá muito mais facilidade para investidores que queiram comprar papéis de determinados setores e precisavam montar suas próprias carteiras. Além de ser positivas para a indústria de fundos, as novas carteiras também devem movimentar o segmento de empresas de menor porte, que podem querer abrir seu capital", afirma. Outro objetivo com que trabalha a Bolsa com a criação dos novos índices é aumentar o interesse de analistas e bancos de investimento pela cobertura adequada dos papéis de small caps. Até o final do ano, deve entrar em vigor no mercado brasileiro uma carteira acionária composta exclusivamente por papéis de empresas de setores ligados à construção civil. A BM&FBovespa também não descarta a possibilidade de criar um índice de ações para bancos médios. Somente no ano passado, dez instituições dessas fizeram ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês).

(Luciano Feltrin)

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A capitalização dos juros e a MP 2.170/01(Correio Braziliense – 01.09.2008)

Jansen Fialho de Almeida

Juiz de direito titular da 2ª Vara Cível de Brasília, diretor do Conselho Deliberativo da Anamages (Associação Nacional dos Magistrados Estaduais) no DF. Tema para o qual não têm se atentado os juízes e tribunais é o limite temporal da capitalização mensal dos juros, também conhecido como anatocismo, autorizado pela Medida Provisória nº 2.170/01. Saliente-se que tramita no STF a ADI n° 2.316, ajuizada por partido político, tendo como objeto justamente o art. 5°, caput, e parágrafo único da MP 2.170/01, cujo julgamento da medida liminar encontra-se pendente, já com dois votos a favor de sua inconstitucionalidade. Discute-se a possibilidade ou não de se editar tal tipo de norma em se tratando de matéria afeta ao direito financeiro, reservada à lei complementar.

A jurisprudência atual do colendo STJ consolidou-se na admissão da capitalização mensal dos juros, considerando válida e eficaz a citada MP, enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, e desde que pactuada, i.é., não pode estar implícita, mas expressa no contrato. No entanto, ao que nos parece, os operadores do direito não estão se debruçando para o texto literal da MP, senão vejamos: “Art. 5º — Nas operações realizadas pelas instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional, é admissível a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano”.

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Como suscita, nos contratos com periodicidade igual ou superior a um ano, as entidades integrantes do sistema financeiro não estão autorizadas a cobrar juros sobre juros, ainda que expressamente pactuados, vigorando nestes casos a Súmula 121 do STF: “É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada”. E isso é lógico, porquanto o legislador, ainda que na discutível via da Medida Provisória, abriu uma exceção — tal como nas cédulas de crédito comercial e industrial —, mas limitando o anatocismo a contratos de financiamento de curto prazo, ou seja, inferiores a um ano, pena de oneração excessiva a outra parte contratante, por simples raciocínio matemático.

Cumpre enfatizar, malgrado os financistas possam dar interpretação de que o termo “periodicidade” se refere tão somente à capitalização dos juros e não aos contratos, esta não pode prevalecer em vista da própria limitação da norma. Caso o legislador assim quisesse, bastaria autorizar pura e simplesmente a capitalização, sem qualquer ressalva. Se a periodicidade, diga-se, limitação temporal, não se aplicasse aos prazos dos contratos, a norma não teria qualquer sentido lógico.

De sua vez, ainda que se empreguem as regras de português para se analisar o sentido lingüístico da locução, cediço que a exegese não pode prosperar somente sob esse prisma, devendo o aplicador da norma atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum (art. 5º da LICC), sobretudo em se tratando de relação de consumo, onde vigem os princípios gerais de direito e a equidade (art. 7º, CDC). Todavia, em nossas pesquisas, vislumbramos que os juízes de primeira instância, os tribunais estaduais, regionais federais e mesmo o Superior Tribunal de Justiça ainda não observaram essa peculiaridade.

Nenhum até agora, s.m.j., mesmo depois de ultrapassadas essas duas barreiras jurídicas (constitucionalidade e previsão expressa), analisam o caso concreto: o contrato tem periodicidade inferior a um ano, aplicando-se a regra literal do art. 5º da norma? E isso é imprescindível, sobretudo porque a grande maioria dos pactos tem periodicidade igual ou superior a um ano.

A nosso aviso, milhares de consumidores estão pagando juros sobre juros às instituições financeiras ao arrepio e em afronta à lei, no caso, a MP 2.170/01. Em conclusão: relativamente à interpretação e extensão da MP 2.170/01, no comando de seu art. 5º, é possível a capitalização dos juros nos contratos regidos pelo Sistema Financeiro Nacional com periodicidade inferior a um ano, desde que expressamente pactuados; nos contratos com prazo de duração igual ou superior a um ano é proibida a capitalização, ainda que expressamente convencionada (Súmula 121 do STF).

http://www2.correioweb.com.br/cbonline/direitojustica/sup_dej_1.htm?

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Alemanha - Commerzbank compra o Dresdner por 9,8 bi de euros(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-3 Empresas)

André LachiniDa agência Estado/Dow Jones

A seguradora alemã Allianz SE, a maior da Europa em capitalização de mercado, anunciou ontem a venda do Dresdner Bank AG ao banco alemão Commerzbank AG, numa transação avaliada em 9,8 bilhões de euros, o que marca um dos maiores movimentos na consolidação do sistema bancário alemão. O acordo será implementado em duas etapas e estará completo até o final de 2009, informou a Allianz.

O Commerzbank financiará a aquisição com a emissão de novas ações, algumas das quais serão vendidas no mercado e outras que serão dadas à Allianz, como parte do acordo. A aquisição, que combinará o segundo e o terceiro maiores bancos da Alemanha em ativos, criará um rival mais formidável para o Deutsche Bank AG.

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A Allianz informou que o Commerzbank pagará 2,5 bilhões de euros em dinheiro vivo na transação. Desta soma, 975 milhões serão usados como um seguro de cobertura de ativos do Dresdner, e serão pagos apenas em 2018, se não forem usados na cobertura. Segundo a Allianz, o acordo tem o potencial de economizar 5 bilhões de euros em sinergias, após a dedução dos custos de reestruturação.

Em comunicado separado, o Commerzbank anunciou que a sinergia total das operações ocorrerá em 2011, e que 2 bilhões de euros serão gastos na reestruturação em 2009. O Commerzbank também informou que a fusão levará à eliminação de 9 mil dos 67 mil empregos que os dois bancos têm no momento.

"Apenas um banco forte pode oferecer empregos seguros a longo prazo," disse Eric Strutz, chefe-financeiro do Commerzbank. Cerca de 2,5 mil desses empregos serão cortados fora da Alemanha, informou o Commerzbank, acrescentando que 70% dos cargos afetados relacionam-se à controladoria, investing banking e produção.

O Dresdner Bank já eliminou 17 mil empregos desde 2001.A Allianz comprou o Dresdner Bank por 24 bilhões de euros em 2001.

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Aviação - Alitalia pede concordata e abre processo de venda: plano do governo revê a transferência de divisões não-lucrativas e a fusão com Air One, maior rival, criando empresa

com 65% do mercado doméstico(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. A7 Economia)

Andrew DavisDa agência Bloomberg

A Alitalia SpA declarou na sexta-feira estar insolvente e pediu concordata, iniciativa que representa o sinal de largada para o plano patrocinado pelo governo italiano de vender a empresa aérea estatal. Segundo o plano, batizado de Phoenix, as divisões não- lucrativas da Alitalia serão vendidas ou liquidadas e a divisão de viação aérea será fundida com a Air One SpA, sua principal concorrente nacional, criando empresa aérea isenta de dívidas com domínio de 65% do mercado italiano.

Grupo de investidores, encabeçados por Roberto Colaninno, presidente do Conselho Administrativo da Piaggio SpA, vai gastar cerca de 1 bilhão de euros (US$ 1,46 bilhão) na compra e no custeio da nova companhia aérea.

O governo italiano modificou na quinta-feira a principal lei de falência do país para preparar-se para o pedido de concordata da Alitalia. O ministro da Indústria, Claudio Scajola, ou o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, vão agora nomear comissário especial para implementar a reorganização e a venda de ativos da viação aérea.

"Esta é a medida inicial necessária rumo à recondução da empresa à lucratividade", disse Edoardo Liuni, analista da IlNuovoMercato de Roma. Segundo ele, o próximo passo, fundamental, será escolher a parceira internacional correta.

O Air France-KLM Group, a sócia da Alitalia na aliança SkyTeam, anunciou que deverá comprar participação na nova empresa. Em abril deste ano a Air France desistiu da oferta pela qual compraria

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a companhia italiana como todo devido à oposição dos sindicatos e de Silvio Berlusconi durante sua bem- sucedida campanha para se tornar primeiro-ministro.

Berlusconi qualificou de arrogante a oferta da Air France, que contava com o apoio do governo anterior, e prometeu formar grupo de investidores para manter a companhia aérea em mãos italianas.

Depois de assumir o poder, Berlusconi manteve a viação em operação com empréstimo de 300 milhões de euros do governo, e encarregou o Intesa Sanpaolo SpA, o segundo maior banco do país, de formular estratégia para salvar a empresa aérea, que registrou mais de 3 bilhões de euros em prejuízos nos últimos sete anos.

O plano da Intesa prevê eliminações de até 7 mil postos de trabalho. O governo pretende oferecer por sete anos o seguro- desemprego e outros benefícios aos funcionários que forem afastados. Alguns deles serão transferidos para outras empresas estatais.

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STJ discute se pode haver alteração do contrato social sem consentimento de sócios excluídos

(Res. Notícias Fiscais – 01.09.2008)

O pedido de vista do ministro João Otávio de Noronha suspendeu o julgamento, na Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de ação na qual se discute se, excluídos os sócios minoritários do quadro da pessoa jurídica, pode ser feita a cessão de cotas a terceiro sem o consentimento daqueles que não ostentam mais a condição de sócio.

No caso, segundo o relator, ministro Fernando Gonçalves, houve um ajuste entre os sócios para extinguir a sociedade, optando a maioria pela sua continuidade, com a exclusão dos dissidentes, em função da perda da ‘affectio societatis’. Assim, o ministro deu provimento ao recurso proposto pela médica Luzia Libâneo Diniz e outros considerando válida a alteração contratual realizada em fevereiro de 2000.

“Ora, como ninguém pode ser forçado”, assinalou o relator, “contra a vontade, a permanecer no estado de sócio, apresenta-se como causa justa a exclusão daqueles que optaram pela extinção da sociedade que, por opção da maioria, sobrevive.” O ministro Aldir Passarinho Junior divergiu do relator, mantendo a anulação da alteração contratual.

Entenda o caso Irineu Belluco e mais três médicos ajuizaram uma ação contra Luzia Libâneo Diniz e mais seis médicos, todos sócios da empresa PAI – Pronto Atendimento Infantil Ltda., localizada em Brasília (DF), para anular uma alteração contratual realizada em 22/2/2000. Luzia Libâneo, mediante procuração outorgada pelos primeiros e sob o fundamento de perda da ‘affectio societatis’, teria feito a alteração, excluindo Belluco e os outros médicos da sociedade e transferindo as suas cotas das procurações a dois novos sócios, de sorte a formar novo quadro social.

Alegaram não existir, de fato, qualquer perda de ‘affectio societatis’, por ter concordância anterior da totalidade dos sócios em encerrar as atividades da empresa e, por isso mesmo, não poderiam ter promovido a mencionada alteração contratual, notadamente depois de ter anuído com a venda dos imóveis onde funciona a pessoa jurídica.

Em primeiro grau, a alteração contratual foi anulada. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal, ao julgar a apelação, considerou válida entendendo que “a assinatura do instrumento de alteração

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contratual por mandatário que detinha amplos poderes outorgados por outros quatro sócios, compondo a maioria do capital social, não padece de qualquer nulidade”.

Entretanto, no julgamento dos embargos infringentes (tipo de recurso), restabeleceu-se o voto então vencido na apelação, dando pela anulação da alteração contratual. Inconformados, Luiza e os outros três médicos recorreram ao STJ sustentando que, excluídos os sócios minoritários do quadro da pessoa jurídica, não há motivo para impedir a cessão de cotas a terceiro sem o consentimento daqueles que não ostentam mais a condição de sócio.

http://www.noticiasfiscais.com.br/contabeis1.asp?data=01/09/2008&preview=19724

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CVM está preocupada com minoritários em incorporações(Res. Notícias Fiscais – 01.09.2008)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) reforçou, nesta sexta-feira (29/08), que vai editar um parecer de orientação sobre deveres dos administradores de empresas incorporadas. A presidente da reguladora, Maria Helena Santana, demonstrou preocupação sobre casos em que o principal executivo da companhia adquirida toma decisões sem levar em consideração os interesses dos demais stakeholders, principalmente, dos interesses de acionistas minoritários. “A obrigação é de negociar de forma justa. Destacar a responsabilidade dos administradores é prioridade para a CVM em várias frentes”, disse Maria Helena, em palestra a executivos do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças, em São Paulo. “Ele deve lealdade à empresa e acionistas e o compromisso de ser diligente. Não é apenas um funcionário”, completou. Maria Helena se referiu à posição privilegiada do dono da incorporada, de poder votar no conselho da controladora e, ao memso tempo, tomar as decisões na controlada. Ela destacou aos executivos que a responsabilidade em casos de incorporação é grande e que os majoritários da incorporada devem estar prontos para cumpri-la.

http://www.noticiasfiscais.com.br/contabeis1.asp?data=01/09/2008&preview=19723

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Um suspense societário nas telas de cinema(Relatório Reservado 3454 – 01.09.2008)

A norte-americana UCI e o Grupo Severiano Ribeiro são protagonistas de um thriller societário. O motivo do frenesi é o destino da joint venture entre as duas empresas, firmada há mais de uma década. A UCI já não esconde mais a disposição de reescrever este roteiro. Vem fazendo pressão para comprar uma participação direta ou o próprio controle do grupo brasileiro. Os herdeiros de Luiz Severiano Ribeiro, fundador da empresa, resistem ao assédio. Para não entregar os dedos aos norte-americanos, aceitam abrir mão de alguns anéis e acenam com uma extensão do acordo com a UCI. A idéia é integrar à parceria os novos 50 cinemas que as duas empresas pretendem inaugurar ao longo dos próximos dois anos. Desta forma, a joint venture passará a administrar mais de 90 salas de exibição.

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Os controladores do Grupo Severiano Ribeiro enxergam o acordo como uma conta de chegada. A UCI poderá aumentar sua influência sobre a rede da empresa brasileira, sem alteração no controle. Ao mesmo tempo, o novo modelo servirá como uma decantação das operações da UCI e do Severiano Ribeiro. Praticamente todos os cinemas mais rentáveis das duas companhias passariam a ser administrados de forma compartilhada. As salas de menor lucratividade – leia-se, principalmente, os últimos cinemas de rua ainda em funcionamento – continuarão com a gestão separada. Recomenda-se aos espectadores se ajeitar na poltrona e aguardar as próximas cenas deste filme.

http://www.relatorioreservado.com.br/Arquivo/2008/RR_08_09_01.asp

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TABACO

Saúde Pública - Prefeitura de SP não faz valer lei antitabaco: Somente 2 multas foram emitidas este ano por fumo em local proibido por causa da falta de fiscalização

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. A35 Vida&)

Felipe Grandin, JORNAL DA TARDE

Enquanto o governo do Estado pretende endurecer o combate ao cigarro, a Prefeitura de São Paulo não consegue nem aplicar a legislação em vigor. Este ano, foram emitidas apenas duas multas por fumo em local proibido na capital. Nos últimos 16 anos, foram 131 autuações - média de menos de uma por mês. Isso em uma cidade com 2,2 milhões de fumantes e cerca de 55 mil bares e restaurantes, 15 mil ônibus, 2 mil agências bancárias e milhares de outros locais em que o uso do cigarro não é permitido.

E o problema não é falta de lei. Desde 1980 existem regras para restringir o fumo na capital. De lá para cá, a legislação antitabagista mudou pelo menos dez vezes. A última lei foi decretada no mês passado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM), dessa vez consolidando todas as anteriores. Com isso, uma delas foi revogada sem ter sido sequer aplicada: a Lei nº 14.695, que proíbe charutos, cigarrilhas e cachimbos em bares e restaurantes, aprovada cinco meses antes.

Segundo o Sindicato dos Agentes Vistores do Município, faltam fiscais para dar conta do trabalho. De acordo com a entidade, existem 753 profissionais da categoria na cidade, dos quais 490 estão na rua. E eles têm outras centenas de atribuições além de vigiar fumantes.

“Precisamos, no mínimo, de 3 mil agentes vistores”, calcula o presidente do sindicato, José Carlos Jorge. “Nós temos que vistoriar de lixo a feira livre. De obra a camelô.”

A Prefeitura nega a falta de agentes e garante que o baixo número de multas se deve ao fato de a fiscalização atuar com base em denúncias - mas não informa quantas. Por isso, afirma, muitas vezes, quando o fiscal chega para multar, não há ninguém desrespeitando a lei.

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O projeto de lei proposto ontem pelo governo estadual pode seguir o mesmo caminho. A proposta proíbe o fumo em qualquer estabelecimento fechado de uso público, com ou sem fumódromo, o que amplia ainda mais a área de atuação dos fiscais.

A Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), no entanto, acredita que a forma como o projeto foi formulado vai facilitar o seu cumprimento. “A lei deixa bem claro em que locais o fumo é proibido. Antes, não ficava bem definido o conceito de fumódromo, por exemplo, o que dificultava a vistoria”, afirma Mônica Andreis, diretora da ACT. “Outro ponto interessante é que explicita quem serão os responsáveis por essa fiscalização.”

A vistoria ficará por conta da Coordenação de Vigilância Sanitária Estadual (Covisa), do Procon-SP e, é claro, dos cidadãos. Até a Polícia Militar pode ser acionada, segundo projeto, caso o fumante se recuse a apagar o cigarro ou a se retirar do local.

A Covisa e as vigilâncias sanitárias municipais têm, ao todo, 2.400 fiscais para atuar em todo o Estado. O Procon-SP não quis comentar o assunto e nem informar quantos vistores tem em seus quadros, tendo em vista que a proposta “ainda é um projeto de lei” e precisa ser votado pela Assembléia Legislativa.

O órgão de defesa do consumidor pode aplicar multas que vão de R$ 220 a R$ 3,2 milhões - há possibilidade de cassação da licença. Já as punições da Vigilância Sanitária ficam entre R$ 148,80 e R$ 148 mil. As multas podem ser somadas, se aplicadas pelos dois órgãos.

Um estudo do Departamento de Saúde de Nova York sobre lei que proibiu o fumo em locais fechados apontou que a medida não teve impacto negativo sobre o faturamento de bares e restaurantes.

LEI FEDERAL

O Brasil ratificou em 2005 um tratado internacional de saúde pública, a Convenção Quadro para Controle do Tabaco, que estabelece em seu artigo 8º a adoção de medidas de proteção contra o fumo passivo. Em recente encontro dos signatários do tratado, definiu-se que essa proteção só é possível mediante a proibição total do fumo em ambientes fechados, pois não há níveis seguros de exposição aos componentes tóxicos da fumaça do tabaco. Segundo os princípios da convenção, mesmo sistemas de ventilação não solucionam o problema.

Um projeto de lei federal em análise na Casa Civil retira parte do artigo 2º da Lei 9.294/96. O texto em vigor diz que “é proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer outro produto, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente”. A intenção do Ministério da Saúde é retirar o trecho que prevê a exceção para áreas destinadas a esse fim, como fumódromos, mesmo que sejam em empresas.

COLABOROU FABIANE LEITE

Projeto de lei federal ainda está em análise na Casa Civil

Lígia Formenti, BRASÍLIA

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, tirou o projeto que proíbe os fumódromos no País de seu repertório. Questionado esta semana sobre o andamento da proposta, enviada para a Casa Civil no início de fevereiro, ele foi econômico: “Está lá, em avaliação.”

A reação já foi bem diferente. Empolgado com o tema, no passado o ministro fazia defesa enfática da necessidade da adoção dessa medida - incluída até mesmo no Mais Saúde, o PAC de sua pasta.

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Aos poucos, o assunto foi deixado de lado. No início, o ministro dizia ser preciso aguardar o momento político adequado para enviar o projeto ao Congresso. E esse momento seria quando outros temas polêmicos fossem totalmente resolvidos.

“O projeto não anda por razões políticas. Não há nenhum problema técnico, jurídico”, assegura a diretora-executiva da Aliança de Controle do Tabagismo, Paula Johns. Diante da lentidão do governo, ativistas resolveram mudar o foco de ação. Agora a meta é convencer municípios e Estados a criar regras próprias para proibir fumódromos. Embalados por exemplos bem-sucedidos como o do Rio, ativistas avaliam que o caminho está livre. “A Justiça tem decidido que tanto Estado quanto município têm competência para tratar do tema”, diz Paula.

Neste primeiro momento, a atenção dos ativistas será centrada em capitais e municípios mais populosos. “Belo Horizonte, Florianópolis, têm projetos prontos para serem votados”, disse a diretora.

Outra área de ação eleita pelos ativistas é o Legislativo. Há três projetos sobre o tema, bem semelhantes ao que estão sob análise da Casa Civil. “O importante é garantir a saúde da população, o resultado. Não importa se a medida foi proposta pelo Executivo ou Legislativo.”

Paula espera que, com a repercussão positiva das ações locais, o governo federal resolva também se apoderar do tema. “O governo já enfrentou questões muito mais polêmicas. A verdade é que este assunto não é prioridade.”

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Restrição ao fumo gera divergência: Especialistas admitem necessidade de regulação, mas alguns vêem precedente perigoso para liberdade individual

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. A36 Vida&)

Alexandre Gonçalves

O projeto de lei encaminhado pelo governo de São Paulo à Assembléia Legislativa que proíbe o fumo em lugares fechados e acaba com fumódromos está gerando polêmica entre juristas, médicos e intelectuais. Todos defendem restrições para que o cigarro não incomode os não-fumantes. Mas alguns acreditam que o governo “passou dos limites”.

O filósofo Denis Lerrer Rosenfield, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que há uma tendência no Estado brasileiro de considerar o cidadão “um menor incapaz de escolher o melhor para si mesmo”. “Isso causa uma redução progressiva das liberdades”, afirma Rosenfield. Ele defende a criação de fumódromos realmente separados das áreas para não-fumantes.

A escritora Ilana Casoy, fumante há mais de 20 anos, reclama que atualmente tudo que é politicamente correto se transforma em lei. “O Estado se preocupa com o direito do não-fumante. E com o meu direito de fumar, o Estado não se preocupa?”, questionou. Segundo ela, é dever do Estado encontrar soluções que amparem também os fumantes e não os exclua, como a construção de fumódromos e a reserva de alas em bares e restaurantes, por exemplo, onde o cigarro seja liberado.

Já o professor titular de Direito administrativo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Adilson Dallari não considera a medida excessiva. “O governo estadual tem direito de legislar sobre saúde”, explica. “A regra é razoável porque não proíbe de forma absoluta o cigarro.” Ele afirma que,

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com a lei, o “jogo econômico” produzirá bares para não-fumantes e bares (registrados como tabacarias) para fumantes.

A professora da Universidade de São Paulo (USP) Odete Medauar também reafirma que o Estado pode legislar sobre o tema, pois é uma questão de saúde pública. “Estamos seguindo a tendência dos países mais avançados do mundo com relação ao tabaco”, argumenta Odete. Ela recorda que, na sua primeira viagem à França, ficou do lado de fora em um evento porque a fumaça dos cigarros lhe incomodava. No ano passado, Odete voltou ao mesmo lugar e verificou com satisfação que, desta vez, uma nova lei obrigava fumantes a ficar do lado de fora.

O médico Geraldo Jotz acredita que fumódromos com exaustão adequada podem resolver o problema. “Há muitas coisas que fazem mal à saúde: cigarro, colesterol, agrotóxicos. Não basta tomar medidas extremas só com o cigarro”, afirma. “É preciso explicar para as pessoas todos os fatores de risco.”

Para o juiz estadual catarinense Alexandre Rosa, o projeto, mais do que uma tentativa de salvaguardar direitos individuais, é uma manifestação de intolerância diante das escolhas de terceiros. “Ele viola os princípios do Estado de Direito”, afirma. O juiz também defende a existência de fumódromos.

O pneumologista Sérgio Ricardo Santos, por outro lado, considera a medida uma “estratégia legítima de proteção em massa” da população. “A medida não é nem exagerada nem permissiva”, afirma Santos.

TRAMITAÇÃO

O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado estadual Barros Munhoz (PSDB), afirma que a lei deve ser aprovada em 30 dias. “É uma lei de consenso. Ninguém vai se opor à aprovação”, afirma.

O vice-líder da bancada do PT, deputado Simão Pedro (PT), considera a medida positiva para a saúde pública. Mas aponta a necessidade de discutir pontos controversos. “O projeto tem um princípio muito punitivo e exagera quando proíbe o fumo em ambientes coletivos de condomínio, por exemplo.” Ele considera real o risco de ferir liberdades individuais e manifesta o desejo de discutir o projeto em audiências com especialistas. Mas afirma que o governo pode utilizar a maioria na Assembléia para aprovar o projeto sem debates prévios.

COLABOROU LAURA DINIZ

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SP gasta R$ 92 mi ao ano para tratar as "doenças do cigarro": Esse foi o valor gasto em 2007 na rede pública, segundo cálculo da Secretaria da Saúde

(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. C1 Cotidiano)

Com essa quantia é possível custear por um ano o funcionamento de dois hospitais de médio porte, com 200 leitos cada um

RICARDO WESTINDA REPORTAGEM LOCAL

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No Estado de São Paulo, os pacientes que estão sendo tratados de doenças provocadas pelo cigarro custaram à rede pública de saúde, no ano passado, pelo menos R$ 92 milhões.O cálculo foi feito, a pedido da Folha, pela Secretaria de Estado da Saúde e inclui os gastos que o Ministério da Saúde, o governo estadual e as prefeituras paulistas tiveram em 2007 com internações de pacientes e sessões de quimioterapia e radioterapia.Anteontem, o governador José Serra (PSDB) enviou à Assembléia Legislativa um projeto de lei que proíbe o cigarro em todos os ambiente coletivos fechados, até mesmo nos chamados fumódromos. Se aprovada a lei, só será permitido fumar ao ar livre e dentro de casa.Um dos argumentos do governo é justamente o gasto elevado do tratamento das doenças decorrentes do fumo. Reconhecido como doença, o tabagismo dá origem a outros 56 males, como diversos tipos de câncer, bronquite, osteoporose e até impotência sexual.Os R$ 92 milhões que o SUS (Sistema Único de Saúde) gastou no ano passado no Estado de São Paulo foram para o tratamento de pacientes com câncer (principalmente de pulmão, laringe e esôfago) e doenças cardíacas e circulatórias. Foi considerada a fração dessas doenças que, de acordo com a literatura médica, tem origem no cigarro. Isso varia de acordo com a doença; no caso de câncer de pulmão, 90% dos casos têm o fumo como causa.Com essa quantia é possível bancar por um ano o funcionamento de dois hospitais públicos de médio porte, com cerca de 200 leitos cada um."É um volume expressivo de recursos, especialmente se levarmos em conta que essas doenças podem ser prevenidas", diz o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata. "E a questão não são apenas os recursos, mas a qualidade de vida. Os cânceres de pulmão, bexiga, laringe e esôfago, por exemplo, são doenças muito graves ligadas ao tabagismo. As pessoas definham, têm uma morte lenta e dolorosa."Segundo a economista da saúde Márcia Pinto, da Fundação Oswaldo Cruz, o valor que se gasta com internações, quimioterapia e radioterapia é "apenas a ponta do iceberg".Ela lembra que as doenças decorrentes do tabaco incluem exames, remédios, os chamados cuidados paliativos e até mesmo as aposentadorias por invalidez e as pensões que passam a ser pagas precocemente. "Quando morre ou se aposenta por invalidez, a pessoa deixa de produzir", acrescenta.No final do ano passado, Márcia defendeu na Escola Nacional de Saúde Pública um trabalho de doutorado em que calculou os custos do SUS com as doenças do cigarro. De acordo com ela, só com os novos casos de câncer de pulmão, esôfago e laringe, o dispêndio anual é de cerca de R$ 1,12 bilhão. Um doente de câncer de pulmão avançado, por exemplo, custa R$ 29 mil até sua morte ou alta.A médica sanitarista Tânia Cavalcante, que coordena no Inca (Instituto Nacional de Câncer) o Programa Nacional de Controle do Tabagismo, elogia o projeto de lei apresentado em São Paulo. "Não existem níveis seguros de exposição à fumaça do cigarro", diz ela.

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A FAVOR - "Lei é constitucional", diz professora da USP sobre veto ao tabaco(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. C3 Cotidiano)

Odete Medauar, que leciona direito administrativo, afirma que todas as esferas do poder podem legislar na área da saúde"Quando a competência é de todos, a União fixa as diretrizes gerais e os Estados e os municípios podem complementar", afirma

DA REPORTAGEM LOCAL

Odete Medauar, professora titular de direito administrativo da Universidade de São Paulo, afirma não ver inconstitucionalidade na proposta de legislação paulista para restrição do fumo em locais fechados, mesmo sendo mais restritiva que a proposta federal.

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Segundo ela, que não é fumante, tanto municípios, quanto Estados e governo federal têm competência para legislar sobre o assunto. FOLHA - A restrição estadual para uso do cigarro é inconstitucional?ODETE MEDAUAR - Não acho que haja qualquer tipo de inconstitucionalidade. Porque, primeiro, em matéria de saúde, todos têm competência para atuar na área. A competência comum serve justamente para a saúde ser protegida em todos os níveis de governo, seja federal, estadual ou municipal.

FOLHA - Mas a legislação estadual não pode confrontar a federal.MEDAUAR - Quando a competência é de todos, a União fixa as diretrizes gerais -as chamadas normas gerais- e os Estados e os municípios podem complementar. Então, na área do direito, ninguém sabe explicar com exatidão o que são normas gerais e o que não são normas gerais.

FOLHA - Se a lei federal diz que pode haver fumódromos e a estadual diz que não, como fica?MEDAUAR - Isso aí pode não ser considerado norma geral. Porque é muito detalhe. Outros podem considerar que é. Você vai procurar em qualquer livro o que são normas gerais e o que são normas específicas e não vai achar nenhum critério preciso para separar. Tem uma discussão muito grande. Eu acho que essa permissão não seria exatamente uma norma geral, porque é uma minúcia. No meu ponto de vista, a lei estadual não está brigando com a federal porque a restrição é igual, a de fumar em lugares fechados. Esse é o princípio. Não acho um desrespeito.

FOLHA - Não terá muito sucesso quem recorrer à Justiça?MEDAUAR - Não acho que teria muito sucesso. Claro que não podemos afirmar, porque cada um pensa de um jeito, os magistrados decidem como eles acham que é. Existem interpretações. Não é coisa pacífica, o mesmo ocorreu com o cinto de segurança e com o rodízio.Os argumentos dos fumantes são muito estranhos.

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CONTRA - Estado não pode legislar sobre o tema, diz professor da PUC(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. C3 Cotidiano)

Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira diz que proposta de veto ao cigarro apresentada por José Serra é inconstitucional - Professor afirma que só o município pode conceder ou cassar o alvará de funcionamento de um estabelecimento comercial

DA REPORTAGEM LOCAL

A regulamentação sobre o funcionamento de bares e restaurantes é de competência do município, e o Estado não pode legislar sobre o tema. Essa é a opinião do professor de direito constitucional da PUC-SP, Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira.Ele, que não é fumante, afirma ver inconstitucionalidade no projeto de lei enviado pelo governador José Serra (PSDB) à Assembléia Legislativa. A proposta proíbe o cigarro em todos os ambientes coletivos fechados, sejam eles públicos ou privados, e veta ainda as áreas destinadas aos fumantes -os fumódromos. FOLHA - Há inconstitucionalidade nessa proposta do governo de São Paulo?LUIZ TARCÍSIO TEIXEIRA FERREIRA - Há. E vai haver questionamentos sérios sobre isso. A licença de funcionamento de estabelecimento comercial, as condições de funcionamento são fixadas pelo município. Portanto, em princípio, competência para legislar se pode ou não ter fumódromo nos ambientes é uma questão do município.

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FOLHA - Não é uma área comum entre as esferas da administração?FERREIRA - Tem uma competência comum, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, que é cuidar da saúde. Cuidar da saúde significa manter hospitais etc. Isso é competência para promover atos visando cuidar da saúde.Cuidar é de atribuição de todos, mas não legislar -que é competência da União ou do município. Ora, por que o Estado está resolvendo legislar sobre isso? Ele está ofendendo a autonomia dos municípios.

FOLHA - Quando há divergência entre a legislação municipal e a federal?FERREIRA - Sobre certas normas, prevalece a da União. Neste caso estamos falando de licenciamento de estabelecimento comercial. Se fosse para a proibição da fabricação do fumo, aí seria da União. No caso da legislação do Serra, o afetado não é o produtor, não é a indústria nem quem vende nem quem compra. Mas quem abriga o fumante. Esse local é licenciado pelo município. Tem uma ameaça de cassação do alvará.Só quem pode cassar o alvará licenciado no município é o município. No meu modo de ver isso vai suscitar uma batalha. A proteção da saúde se faz com ação administrativa. Então, vamos promover conscientização e disponibilizar medicamentos.

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Inca avalia que cigarro mais caro diminui consumo, principalmente entre jovens(IDEC – 01.09.2008)

A estratégia de aumentar impostos e os preços dos produtos derivados do tabaco é capaz de reduzir o consumo de cigarro, principalmente entre os jovens, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A chefe da divisão de controle de tabagismo do órgão, Tânia Cavalcante, destaca que a medida faz parte das recomendações do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pode ter eficácia, sobretudo, em um país que produz um dos cigarros mais baratos do mundo.

"Esse é um fator que facilita o acesso dos jovens, junto com a capilaridade dos ponto de venda. Sem dúvida, o Brasil precisa avançar, já que o aumento dos preços é uma medida parte de um tratado internacional, a Convenção Quadro para Controle do Tabaco", disse a especialista em entrevista concedida hoje (29), no Dia Nacional de Combate ao Fumo.

Dados do Inca indicam que o tabaco responde por 45% das mortes por infarto do miocárdio, por 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema), por 25% das mortes por doença cérebro-vascular (derrames) e por 30% das mortes por câncer.

O cigarro mata, anualmente, 5 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, são 200 mil mortes a cada ano. Se a atual tendência de consumo for mantida, em 2020 a média mundial subirá para 10 milhões de mortes por ano, das quais 70% ocorrerão em países em desenvolvimento. De acordo com o Inca, essa estimativa superaria a soma das mortes por alcoolismo, aids, acidentes de trânsito, homicídios e suicídios.

Tânia Cavalcante explica que, sob a ótica da saúde pública, a possibilidade de evitar que as pessoas comecem a fumar por meio do aumento do preço é uma manobra importante para evitar futuros "adoecimentos" e mortes de jovens que se tornarão dependentes caso experimentem o cigarro. A população brasileira que possui menor renda e menor escolaridade, segundo a especialista, é a que mais concentra, atualmente, a prevalência do tabagismo no país. "O bolso vai ser uma outra forma de estímulo."

A especialista rebate as críticas de que a medida, na prática, não seja eficaz na redução do consumo de tabaco porque os usuários buscariam outras alternativas para ter acesso ao cigarro. Ela admite,

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entretanto, que o mercado ilegal representa uma ameaça à estratégia e um "problema de saúde pública" por disponibilizar o produto ao consumidor com preços ainda mais reduzidos.

"No Brasil, a maior parte da população que fuma é a de baixa renda e isso é considerado pelo Banco Mundial e pela OMS um fator agravante da pobreza e que impede o desenvolvimento sustentável. Muitos chefes de famílias dependentes deixam de comprar alimentos e outros bens de consumo que vão propiciar um bem-estar para a sua família porque têm que comprar o cigarro, porque são dependentes de nicotina."

Ela explica que existe ainda um trabalho de informação e de ajuda ao dependente químico em processo de implantação no Sistema Único de Saúde (SUS) e reforça que, mesmo nos maços de cigarro, o número do Disque Saúde - Pare de Fumar pode ser encontrado. "O aumento dos preços não é algo isolado, é mais uma medida que vem apoiar o fumante para que ele deixe de fumar."

A especialista lembra que a Receita Federal tem papel central de propor mudanças tanto na alíquota quanto na forma de cálculos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para gerar reflexos nos preços do mercado de tabaco.

"Ela está analisando isso e esperamos que, em breve, tenha algum resultado nesse sentido. No ano passado, a Receita aumentou a alíquota do IPI e gerou um aumento de 30% dos cigarros brasileiros. Foi um grande avanço. Claro que ainda não é o que gostaríamos em termos de preço mas foi um grande passo no sentido de alinhar a política de preços e impostos sobre o setor fumo aos compromissos que o Brasil assumiu."

Quem deseja parar de fumar pode buscar orientações pelo Disque Saúde - Pare de Fumar, que atende pelo número 0800 611997. "É uma forma de estimular aquelas pessoas que estão pensando em para de fumar, mas ainda não tomaram a decisão, fundamental para o seu bem-estar e de todos os que as cercam", ressalta Tânia Cavalcante.

http://www.idec.org.br/noticia.asp?id=10809

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Jucá propõe definição mais precisa sobre proibição de fumo em ambientes coletivos(Senado – 01.09.2008)

Proposta do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), pretende definir com mais clareza os locais vedados a fumantes. Para o autor, a atual legislação permite interpretações subjetivas.

"A cada dia, surgem leis, tanto estaduais como municipais, que estabelecem regramento jurídico diverso ao constante na legislação em vigor, invadindo a competência exclusivamente outorgada à União pela Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 220, parágrafo 4º, no que se refere à edição de normas gerais em matéria da proteção e defesa da saúde", diz Romero Jucá, em sua justificativa.

O projeto (PLS 316/08) proíbe o fumo em recintos coletivos fechados, tanto públicos como privados, inclusive prédios comerciais, industriais, casas de espetáculos, shoppings, aeroportos e restaurantes. Ficam excluídos da proibição os locais abertos em pelo menos um de seus lados, como varandas, calçadas, terraços, balcões externos e similares. Também estabelece que, em caso de recintos fechados com mais de 100m², o proprietário pode reservar até 30% da área para uso dos fumantes, desde que haja isolamento por barreira física e exaustão do ar para o ambiente externo. Mas, pela

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proposta, não podem ter área para fumantes os recintos coletivos fechados voltados para a saúde ou educação.

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=78030&codAplicativo=2

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Tião Viana quer aumentar preço de cigarros e proibir o fumo em lugares públicos(Senado – 01.09.2008)

Já está em fase de recebimento de emendas, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), projeto que proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto considerado fumígero, derivado ou não de tabaco, em ambiente fechado, público ou privado (PLS 315/08). De autoria do senador Tião Viana (PT-AC), o projeto foi apresentado juntamente com outra proposição (PLS 314/08) em que o parlamentar propõe o aumento dos impostos sobre os cigarros e outros produtos do tabaco.

Na justificativa do PLS 315, Tião Viana afirma que a razão de um grande número de países ter aprovado leis que proíbem o ato de fumar em ambientes fechados é o reconhecimento de que não existem meios técnicos eficazes para proteger os não-fumantes e, principalmente, os trabalhadores que labutam nesses ambientes, da ação dos poluentes que decorrem da queima de tabaco.

Em maio de 2003, informou Tião Viana, foi aprovado o art. 8º da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco - adotada por todos os Estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Assembléia Mundial da Saúde daquele ano -, que estabeleceu, como um de seus objetivos, a proteção contra a poluição causada pelo uso do tabaco.

A norma foi baseada no fato de que a exposição à fumaça de tabaco causa morte, doença e deficiência, explicou o senador. Por isso, a OMS decidiu promover a adoção de legislação para prover a proteção das pessoas contra a exposição à fumaça do tabaco em ambientes de trabalho, transportes coletivos, ambientes públicos e outros ambientes de uso coletivo.

Com o mesmo objetivo de proteção do ser humano e do meio ambiente, e reconhecendo que uma das medidas mais efetivas para a redução do consumo do tabaco é a majoração do preço dos cigarros, o senador propõe no PLS 314 o aumento da incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre esses produtos. A proposta tramita na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

"Dessa forma, ao mesmo tempo em que se desestimula o consumo, eventual aumento no produto de sua arrecadação será destinado a ações de saúde, um dos componentes da Seguridade Social", explica o parlamentar, que estima uma elevação de 10% dos produtos no preço de venda a varejo.

Tião Viana lembra, ao justificar seu projeto, que um relatório do Banco Mundial concluiu que, em média, um aumento real de preço de 10% reduziria a demanda por produtos de tabaco em cerca de 4% em países de renda elevada e em cerca de 8% em países de renda média e baixa, repercutindo em redução significativa do número de fumantes e de mortes relacionadas ao tabagismo.

"Estudos da mesma natureza confirmam que os consumidores brasileiros são sensíveis às mudanças nos preços dos cigarros e que a medida poderá ter, em nosso meio, impacto similar: um aumento de 10% no preço dos cigarros reduziria seu consumo em, no mínimo 1,1% e, no máximo, em 1,9%", argumenta ainda o senador.

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O parlamentar apresentou os projetos e defendeu sua aprovação em pronunciamento no Plenário na sessão da terça-feira (26).

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=78023&codAplicativo=2

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Senado participa do Dia Nacional de Combate ao Fumo(Senado – 01.09.2008)

Com o intuito de marcar no Senado a passagem do Dia Nacional de Combate ao Fumo - 29 de agosto, a Secretaria de Assistência Médica e Social do Senado (SAMS) instalou nesta sexta-feira (29) um ponto de esclarecimentos e informações sobre o tabagismo. Um vídeo sobre diversas doenças causadas pelo vício - como câncer de boca e de pulmão - e campanhas educativas sobre os malefícios do cigarro fazem parte da iniciativa.

A campanha do Senado conta com a presença de médicos prontos a orientar os fumantes sobre formas de largar o vício. Também participa do evento uma assistente de um laboratório farmacêutico que oferece gratuitamente o exame de espirometria, um teste de função pulmonar que detecta a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, mais conhecida pela sigla DPOC.

A iniciativa da SAMS, além de inserir o Senado na campanha do Dia Nacional de Combate ao Fumo, visa convocar servidores dispostos a parar de fumar. A médica pneumologista Elisabeth Oliveira Rosa e Silva explicou que o trabalho será iniciado ainda neste semestre, mediante a aplicação de um método criado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, e aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para isso, a Diretoria-Geral da Casa já aprovou proposta de criação de grupos de servidores que deverão reunir-se uma vez por semana durante três meses.

O Dia Nacional de Combate ao Fumo foi instituído por lei federal (Lei 7.488/86) que determina o

lançamento de campanha nacional, na semana que antecede à data, com o objetivo de "alertar a população, em particular os adolescentes e adultos jovens - alvos preferidos da indústria do tabaco - sobre os males causados pelo fumo à saúde".

Os profissionais da SAMS e do laboratório participante permanecem à tarde - perto das Alas Senador Teotonio Vilela e Tancredo Neves - prestando informações a respeito dos malefícios do tabagismo.

http://www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=78019&codAplicativo=2

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TECNOLOGIA

Disputas de domínio, problemas para empresas(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-8 Administração e Serviços)

Disputas de domínio de endereços virtuais são freqüentes. Muitas empresas entram com ações judiciais contra registros que são semelhantes ou iguais aos seus endereços eletrônicos. Em 1996, o site americano Amazon.com perdeu uma ação contra o site brasileiro Amazon.com.br, na qual o juiz Edson Ferreira da Silva, entendeu que a brasileira não vendia os mesmos produtos que americana e por isso, não trazia prejuízos à última. "Neste caso, o juiz pode conceder o direito de usar o mesmo domínio porque a marca tem sentido genérico", explica o advogado Diego Vieira, sócio do escritório Daniel Advogados. "A internet é complicada, é sempre mais fácil conseguir o direito exclusivo, quando a marca não possui um nome comum." O advogado afirma que o que não pode ser feito é uso de mesmo domínio com "má fé", ou seja, "uma empresa se aproveita da marca da outra para lucrar com isso". Como aconteceu com o site IG, cliente do escritório Dannemann Siemsen. Um site de notícias registrou-se como "ignoticias com.br" e justificou ao juiz que "ig" significava integração de notícias. "Obviamente, o juiz não aceitou a justificativa e nossa cliente foi indenizada", diz o advogado Felipe Cabral, do Danneman (Fernanda Bompan)

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Adobe - Videoclipes com jeito de filme de Hollywood(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-8 Tecnologia)

DA REDAÇÃO

A Adobe Systems acaba de lançar o software Adobe Premiere Elements 7. Disponível para Windows, este upgrade apresenta opções fáceis de usar para criar filmes, de modo que usuários possam criar histórias em minutos, oferecendo ainda oportunidades para que ampliem e desenvolvam suas habilidades de edição.

A Adobe também anunciou o software Adobe Photoshop Elements 7, uma solução completa para edição de fotos. Disponíveis separadamente ou em conjunto em um único pacote de varejo, o pacote Adobe Photoshop Elements & Adobe Premiere Elements oferece aos fãs da fotografia e vídeo tudo o que precisam para uma completa experiência em imagem digital.

"Com a explosão dos vídeos em sites de rede social e de compartilhamento, deve ser fácil, rápido e sem esforço transformar vídeo bruto em filmes elaborados que valham à pena exibir no YouTube ou em seu próprio website," disse Doug Mack, vice-presidente e gerente-geral de Consumer and Hosted Solutions da Adobe. "O Premiere Elements 7 oferece aos usuários técnicas de Hollywood para fazerem exatamente aquilo proposto, com praticamente nenhum esforço necessário".

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O Adobe Premiere Elements 7 permite aos usuários produzirem seus próprios vídeos como um vídeo de locadora, sem exigir experiência. O software analisa, de modo inteligente, cada clipe de vídeo (incluindo aqueles no recém-suportado formato AVCHD) quanto à qualidade, número de rostos, áudio e muito mais.

O software então aplica Smart Tags para que os usuários possam encontrar rapidamente os melhores clipes em segundos.

O InstantMovie cria vídeos de aparência profissional com um simples arrastar e soltar do tema em uma série de videoclipes. Também contém um pacote de músicas, títulos e transições baseados em temas, como aniversários, casamentos ou esportes radicais.

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TELECOMUNICAÇÃO

Telecomunicações - Portabilidade começa a valer em 714 cidades, a partir de 2ª-feira: Em sete Estados, clientes de telefonia fixa e celular já poderão mudar de operadora mantendo o

número (Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B16 Economia)

Leonardo Goy, BRASÍLIA

A partir de segunda-feira, clientes de telefonia fixa e celular de 714 cidades brasileiras poderão mudar de operadora conservando o número do telefone. É o início da chamada portabilidade numérica. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) calcula que, inicialmente, cerca de 17,5 milhões de consumidores terão acesso, nessa primeira etapa, ao benefício.

A lista inclui as capitais Goiânia (GO), Teresina (PI), Campo Grande (MS) e Vitória (ES), além de 217 cidades do interior paulista dos códigos de área 14 e 17, como Bauru, Ourinhos e São José do Rio Preto. Clientes de outras seis áreas também terão direito ao benefício: 27 (ES), 37 (MG), 43 (PR), 62 (GO), 67 (MS) e 86 (PI). “Estamos começando em cidades relativamente menores. Depois, gradualmente, passaremos às de maior porte até atingir as grandes”, disse o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg.

De acordo com o cronograma, até 1º de março de 2009, o sistema valerá em todo o País. Na capital paulista, começa entre os dias 23 de fevereiro e primeiro de março de 2009. No Rio de Janeiro e em Brasília, deverá funcionar entre 9 e 15 de fevereiro do ano que vem. Em Salvador, as regras mudam entre 24 e 29 de novembro deste ano. Em Belo Horizonte, entre 19 e 25 de janeiro de 2009.

Sardenberg informou que os consumidores que optarem pela troca de operadora mantendo o número terão de pagar uma taxa de até R$ 4,00 pela operação. Ele mesmo ponderou, no entanto, que algumas empresas, interessadas em atrair novos clientes, já dizem que devem absorver o custo.

Segundo o presidente da Anatel, o custo total por cliente da portabilidade é de R$ 4,90 por operação. Isso significa que, mesmo que as empresas não ofereçam a transação gratuitamente para os clientes, terão de absorver pelo menos R$ 0,90 por troca.

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A Anatel esclareceu que, na telefonia fixa, a portabilidade também vale para a troca de endereço mesmo dentro de uma única operadora. Ou seja, se um cliente mudar de bairro, mas não trocar de empresa, ele pode carregar consigo o número do telefone fixo. Na prática, isso vai acabar, no longo prazo, com a correlação entre bairros e prefixos que existe hoje.

A Anatel também esclareceu algumas diferenças entre as regras de portabilidade na telefonia fixa e na móvel. No caso dos celulares, a troca de operadora com a manutenção do número vale para a mesma área de registro. Já no caso da telefonia fixa, vale apenas para a mesma área local. Isso significa que a portabilidade não se aplica se uma pessoa mudar de uma cidade para outra, mesmo que tenha DDD igual. A portabilidade não valerá para mudanças de Estado. “Mais tarde poderemos trabalhar para essas outras hipóteses”, comentou Sardenberg.

Nas últimas semanas, algumas empresas de telefonia pediram para a Anatel adiar o início da portabilidade, alegando que os testes têm apresentado problemas. Sardenberg anunciou, no entanto, que muitas empresas já se comprometeram a corrigir as falhas. “Doze empresas que tinham mais problemas aderiram a um compromisso conosco de fazer um plano de contingência para ativar medidas internas para corrigir eventuais falhas”, disse.

Elas terão tempo para sanar dificuldades, uma vez que, quando o cliente solicitar a transferência, as regras da portabilidade estipulam um prazo de cinco dias úteis para a conclusão da operação. Neste intervalo, o usuário não ficará sem telefone. “Será tudo simultâneo. O cliente não deverá ficar nenhum minuto sem o serviço”, disse.

NOVO SERVIÇO

O que é portabilidade numérica? É a regra que permite aos usuários de telefonia fixa e celular trocar de operadora sem mudar o número do telefone

Quando entra em vigor? A partir de 1º de setembro começa a valer em oito códigos de área (DDD) de sete Estados. Na primeira etapa, terão acesso ao benefício 17,5 milhões de clientes

E em SP? Na primeira “leva” da portabilidade, a regra começará a valer nos DDDs paulistas 14 e 17, que incluem cidades como Bauru, Botucatu, Ourinhos e Avaré (14) e São José do Rio Preto, Barretos e Catanduva (17). Fora de São Paulo, a portabilidade começa na segunda-feira nos códigos 27 (ES), 37 (MG), 43 (PR), 62 (GO), 67 (MS) e 86 (PI). A portabilidade começará a vigorar em outras áreas do País gradativamente até março do ano que vem. Para o código 11, da capital paulista, a previsão é de que a portabilidade seja implementada entre 23 de fevereiro e 1º de março de 2009

Quanto custa? A taxa para trocar de operadora mantendo o número do telefone é de R$ 4. Mas, considerando a competição que será gerada entre as empresas, é possível que algumas operadoras absorvam o custo e ofereçam transferências gratuitas

Há regras diferentes para telefones celular e fixo? No caso do celular, a troca de operadora com a manutenção do número vale para a mesma área de registro, ou seja, para o mesmo DDD. No caso da telefonia fixa, a portabilidade vale apenas para a mesma área local. Isso significa que, se uma pessoa mudar de uma cidade para outra que, apesar de ter o mesmo DDD, esteja em área distinta, a portabilidade não se aplica

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Maioria das operadoras vai oferecer serviço de graça: Promoções mais agressivas devem começar quando a portabilidade chegar a mercados como Rio e São Paulo

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B16 Economia)

Michelly Teixeira e Renato Cruz

A maioria das operadoras de telecomunicações decidiu oferecer a portabilidade numérica de graça. Telefônica, Oi, GVT, Vivo, Claro e TIM informaram que não vão cobrar pelo serviço. A Brasil Telecom ainda não decidiu. A gratuidade deve incentivar a adesão ao serviço no País. “Mas é preciso lembrar que, na telefonia fixa, em alguns lugares os consumidores não têm opção para onde mudar”, destaca Vinícius Caetano, analista de Telecomunicações da consultoria IDC.

Neste primeiro momento, em que a portabilidade estréia em mercados menores, não deve haver muita agressividade das operadoras. A preocupação dos próximos dias é ter certeza de que o sistema funcionará bem. “Muito mais importante do que sair para conquistar clientes é entender como eles vão se comportar”, afirma Alcides Troller Pinto, vice-presidente de Varejo da GVT, concorrente da Brasil Telecom.

A empresa começou há dois meses a mandar correspondência para seus clientes avisando sobre a portabilidade. O objetivo é convencer quem tem linhas das duas operadoras a migrar os números da Brasil Telecom para a GVT. “São principalmente pequenas e médias empresas”, diz o executivo.

As operadoras evitam falar sobre lançamentos de produtos e serviços e sobre promoções para aproveitar a portabilidade. Provavelmente, estão guardando suas armas para quando o serviço estiver disponível em mercados maiores, como as cidades de São Paulo e do Rio. O presidente da TIM, Mario Cesar Pereira de Araujo, fala em qualidade de serviço: “ Ainda temos muito a melhorar, mas estamos trabalhando há tempos para cumprir esses objetivos.”

“Estamos com grande expectativa em São Paulo”, diz Roderlei Generali, diretor de Mercado da Oi em São Paulo. A empresa espera estrear sua operação de telefonia móvel no Estado na primeira quinzena de outubro. “Teremos uma oferta agressiva para ganhar clientes.” Segundo o executivo, a portabilidade faz parte dessa estratégia, mas os planos e serviços não estão sendo desenhados exclusivamente por causa da portabilidade.

A Claro não planeja nenhuma oferta especial para o início da portabilidade. “Nossas promoções já são agressivas o suficiente”, diz Erik Fernandes, diretor de Marketing da Claro. Ele acredita que a telefonia móvel de terceira geração (3G) e o iPhone serão armas para atrair e manter clientes.

Pelo fato de a Vivo ter a maior base de clientes, com as linhas mais antigas - e, portanto, mais gente disposta a manter o número de telefone -, os analistas acham que a operadora pode ser a mais afetada, dentre as móveis, pela portabilidade. Mas o vice-presidente de Marketing e Inovação da Vivo, Hugo Janeba, acha que o serviço lhe abre uma grande oportunidade de negócios. “Quando começamos nosso reposicionamento de marketing, em março de 2007, com foco na qualidade do serviço, já estávamos nos preparando para este momento.”

O analista sênior do Yankee Group, Júlio Püschel, desaconselha as empresas a usarem o preço como arma, especialmente para as operadoras que se colocam como alternativa às líderes de mercado, cujo fôlego financeiro seria suficiente para virar o jogo. “Mais de 80% da receita das operadoras de telefonia ainda vem dos serviços de voz”, destaca.

O consultor sênior da consultoria Frost & Sullivan, Francisco Molnar, chama a atenção para o mercado corporativo e, principalmente, para os serviços de 0800, setor em que a Embratel lidera. “Esse é um número de telefone que as empresas não querem perder para não quebrar o relacionamento com o cliente.”

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Tecnologia - Revolução do celular está só começando: Para especialista do MIT, telefonia repetirá a evolução da internet

(Estado de São Paulo 30.08.2008 p. B23 Negócios)

Renato Cruz

Quem acha que os celulares já fazem bastante coisa se prepare. “A mobilidade está numa fase parecida com que estava a internet em 1996”, disse ontem o professor Federico Casalegno, diretor do Laboratório de Experiência Móvel do Massachusetts Institute of Technology (MIT), durante seminário da AgênciaClick. O pesquisador mostrou alguns projetos desenvolvidos em seu laboratório, que incluem tecnologia de localização, comunicação de campo de curta distância (em inglês, Near Field Communication, ou NFC) e redes sociais.

“O celular não é um computador pequeno, que pode ser carregado para vários lugares”, disse Casalegno. “A experiência de uso é bastante diferente.” O computador foi criado como uma ferramenta para calcular e para fazer coisas, conforme destacou o professor. Usar o PC é uma experiência imersiva, em que a pessoa se isola do que acontece à sua volta.

“Os meios móveis são diferentes”, disse. O celular foi criado para as pessoas se comunicarem, e pode ser usado em qualquer situação social. No lugar de imersivo, seu uso é periférico. Ou seja, é possível usar o celular ao mesmo tempo que se interage com outras pessoas e com o ambiente.

Um projeto apresentado por Casalegno se chama eLens, e foi testado na Espanha há dois anos. Usando celulares com sistema de localização, permitia às pessoas colocarem “etiquetas virtuais” em prédios e outros lugares. Com os celulares, as pessoas relacionavam mensagens de texto, voz, imagem ou vídeo a um determinado lugar, que poderiam ser acessadas depois por outros visitantes, também via celular.

“As etiquetas funcionam como um ‘post-it’”, disse. “Eu posso ir a um restaurante e deixar uma mensagem, com uma avaliação sobre ele, que somente meus amigos podem ver. Quando eles visitarem o mesmo restaurante, vão conseguir saber se eu gostei da comida.”

Ele mostrou outro sistema, com tecnologia NFC, que permite que o telefone compartilhe informações com celulares ou outros dispositivos a uma distância de cerca de 10 cm. Num vídeo, Casalegno mostrou que é possível comprar bilhetes de metrô, conferir horários aproximando o celular de um sensor no ponto de ônibus, enviar dinheiro ou informações que estão na rede social e destravar portas.

“É uma tecnologia diferente do Bluetooth, porque permite uma comunicação imediata”, disse. O sistema já é usado no Japão para, por exemplo, pagar a entrada no metrô. “Esse é o lado positivo da tecnologia”, destacou. “Poderia fazer outro vídeo com o lado negativo.”

O lado negativo é a ameaça à privacidade (e até mesmo à segurança). “Eles poderão saber o que você faz, onde está, o que compra e quem são seus amigos”, destacou. “É assustador.” Segundo Casalegno, a publicidade nesse ambiente móvel será muito diferente do que conhecemos hoje. “Ela precisa ser relevante para mim, levando em conta onde estou.”

NOVOS RECURSOS

Localização: O sistema de localização via satélite (GPS, na sigla em inglês) é um recurso cada vez mais comum nos telefones celulares, mas ainda pouco aproveitado pelos desenvolvedores de

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serviços. A pesquisa do professor Federico Casalegno mostra como, com a localização, é possível agregar informação a lugares públicos, que pode ser compartilhada com outros usuários de celular

Proximidade: A tecnologia de NFC permite que o celular se comunique com outros dispositivos a distâncias de cerca de 10 quilômetros. A japonesa NTT DoCoMo iniciou um projeto pioneiro, há dois anos, em que o usuário conseguia liberar sua entrada no metrô aproximando o aparelho da catraca. Para Casalegno, a possibilidade de uso da tecnologia é bem ampla. O vídeo que apresentou durante o seminário mostrava que era possível encomendar comida aproximando o aparelho de um cartaz que tinha pontos especialmente preparados para se comunicarem com o celular. Cada opção do cardápio era um ponto e, ao aproximar o aparelho, o usuário registrava o seu pedido

Rede social: As redes sociais são muito populares na internet. Quando levadas ao mundo da mobilidade, criam novas possibilidades de aplicação. Um exemplo é a possibilidade de compartilhar informação sobre restaurantes e passeios com os amigos, combinando rede social e localização

Com um toque, fotos do telefone para o computador: Fabricantes de celulares e operadoras buscam formas de simplificar a transmissão de imagens

Bob Tedeschi, THE NEW YORK TIMES

Para a maioria das pessoas, câmeras de telefone celular são o local onde preciosos momentos da vida se extinguem. Fotografe os primeiros passos de seu filho com o celular, e a chance é que essa foto fique lá até que os cabelos dele estejam grisalhos.

Isso não é nada bom para as empresas de tecnologia sem fio, que sabem o quanto o uso de dados no celular pode ser uma mina de ouro. Não surpreende, então, que as empresas de telefonia estejam comprando equipamentos e serviços para passar as fotos de celulares para a internet, onde elas podem ganhar vida em MySpaces e Orkuts.

Há anos existem maneiras de passar a foto do celular para o computador. Mas nenhuma delas era simples, e finalmente as operadoras e fabricantes perceberam que os usuários queriam uma opção “envie minha foto agora”.

A Verizon Wireless vai lançar nas próximas semanas um serviço nesse formato. A Alltel, empresa que a Verizon planeja adquirir, criou uma opção para que, a cada foto tirada, o celular pergunte se o usuário quer enviá-la para o Photobucket, Flickr ou qualquer outro site predefinido pelo usuário. O serviço custa US$ 3 ao mês.

Já a T-Mobile permite enviar as fotos como mensagem para o número 222, e elas vão parar na página pessoal do cliente.

Enquanto as operadoras engatinham no assunto, os fabricantes se atiram de cabeça. A Nokia anunciou para o fim do ano seu telefone com câmera N96 - capaz de bater fotos com 5 megapixels e lentes especiais com focos variados.

Mas o principal: após tirar a foto com o N96, a câmera oferece quatro opções: salvar a foto na memória da câmera, apagar, enviar por e-mail ou enviar para o Ovi, um banco de dados online da Nokia. O fotógrafo pode editar a foto no site, baixar para o PC ou enviar para outros serviços online.

Alguns modelos mais recentes da Motorola (como o Z8 e o Z10) e da Samsung (SGH F330 e SGH i550) vêm com um software facilitador de envio da ShoZu. A ShoZu diz que milhares de celulares já virão com seu programa pré-instalado a partir deste ano nos Estados Unidos.

Caso o usuário não tenha um telefone desses, o programa pode ser baixado da internet no site www.shozu.com ou pelo site para celular m.shozu.com.

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As melhorias provavelmente farão você considerar a possibilidade de adquirir ou aumentar seu plano de transmissão de dados por celular. Mas, quanto mais as câmeras e os sistemas de envio evoluírem, maior a chance de que logo as operadoras lhe façam propostas.

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Teles aderem a "plano B" para portabilidade: Índice de sucesso do serviço terá de chegar a 95%; Anatel fixa taxa em R$ 4 e quatro operadoras anunciam isenção

(Folha de São Paulo 30.08.2008 p. B7 Dinheiro)

Serviço que permite troca de operadora mantendo o mesmo número começa na próxima segunda-feira e segue até março de 2009

JULIO WIZIACKDA REPORTAGEM LOCAL

LORENNA RODRIGUES DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

A partir de segunda-feira, a operadora que tiver problemas ao fazer a portabilidade -que permitirá trocar de companhia levando o número do telefone, fixo ou móvel- poderá ser multada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que fixou em R$ 4 a taxa pelo serviço para o consumidor.A agência afirma que 12 das 18 operadoras que participaram da fase de testes decidiram adquirir um "sistema de contingência". Entre elas estão CTBC, Intelig, Oi, Sercomtel, Brasil Telecom, Telefônica e TIM. O sistema servirá de "estepe" em casos de falhas.Pelas regras da Anatel, a empresa terá prazo de até cinco dias para efetuar a portabilidade, com carência de duas horas após o horário definido como limite para o cliente. O índice mensal de sucesso terá de ser de 95%. Até ontem, os testes indicavam 87% de sucesso. Caso contrário, a agência abrirá um processo administrativo.A multa mínima é de R$ 3 milhões. Caso o atraso passe de sete dias, o processo é aberto automaticamente mediante reclamação do cliente à agência.Quatro operadoras anunciaram isenção da taxa de R$ 4 cobrada pela portabilidade: Vivo, Claro, Oi e Telefônica.Inicialmente, o serviço será oferecido para 17,5 milhões de clientes. Eles se concentram no interior de São Paulo, nas áreas de DDDs 14 e 17, Espírito Santo (DDD 27), Minas Gerais (DDD 37), Paraná (DDD 43), Goiás (DDD 62), Mato Grosso do Sul (DDD 67) e Piauí (DDD 86).São Paulo (DDD 11) e Rio de Janeiro (DDD 21), onde estão as maiores concentrações de linhas, só entrarão em 2009.A previsão da Anatel é que 11,3 milhões de clientes solicitem a portabilidade até agosto de 2009, quando o sistema estará operando em escala nacional. Na média, seriam 941 mil pedidos de portabilidade por mês. Espera-se que, na fase inicial, os pedidos não passem de 300 mil a cada mês.

FidelidadePara ter acesso à portabilidade, o consumidor não precisará sequer falar com sua operadora atual. Ele deverá procurar a companhia para onde quer migrar. A regra vale mesmo para os consumidores que tenham contrato de fidelidade por um ano com a operadora atual.A nova empresa entrará em contato com a operadora antiga e o consumidor receberá, na sua casa, uma conta com as ligações que ainda não foram pagas e, caso esteja previsto em contrato, o valor da multa pela quebra da fidelidade.

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Para evitar surpresas nessa hora, recomenda-se negociar antes com a operadora antiga o pagamento das penalidades, especialmente se o cliente ainda estiver pagando as prestações dos telefones subsidiados.Para a telefonia celular, o consumidor poderá pedir a portabilidade dentro da área com o mesmo DDD -o serviço ainda não será possível fora dessa área. O consumidor pode ainda mudar de pré-pago para pós-pago ou vice-versa e manter o número.Na telefonia fixa, o consumidor só poderá manter o número se for dentro da mesma cidade ou da mesma localidade -região em que é possível fazer ligação local (mesmo DDD). Também será possível mudar de endereço sem trocar de operadora, mantendo o número.Outra precaução deve ser o pedido de desbloqueio do aparelho na hora da portabilidade. Como a maior parte das teles móveis vendem aparelhos bloqueados (porque concedem subsídios), pode ser que um não funcione na rede da outra. Esse serviço deve ser prestado gratuitamente ao cliente.A portabilidade não valerá entre telefones fixos e móveis. No futuro, a expectativa é que se possa fazer a portabilidade completa, entre todos os Estados e tipos de telefone.

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Telecomunicações - Portabilidade favorece Net e GVT: Para analistas, empresas tendem a avançar sobre base das telefônicas tradicionais

(Jornal do Brasil 01.09.2008 p. A20 Economia)

Vinícius Pinheiro-SÃO PAULO

A entrada em vigor da portabilidade numérica inaugura mais um capítulo no competitivo setor de telecomunicações brasileiro. Entre as empresas com ações na BM&F Bovespa, Net e GVT despontam como possíveis vencedoras na disputa pelos clientes.

Como possuem uma base de clientes menores e estão há menos tempo no mercado, as duas empresas só têm a ganhar com a portabilidade, destaca a analista Jacqueline Lison, da Fator Corretora. No caso da GVT, que atua na área de concessão da Brasil Telecom (nas regiões Centro-Oeste e Sul do país), a empresa conta também com a vantagem de atuar apenas nas localidades mais viáveis economicamente, ao contrário das teles tradicionais que precisam cumprir metas de universalização e manter a atuação em locais não rentáveis.

Para suprir o déficit nessas regiões, as operadoras precisam praticar o chamado "subsídio cruzado", que consiste em praticar preços mais elevados nas regiões em que as empresas obtêm lucro.

– Como pode escolher onde atuar, a GVT tem condições de oferecer preços menores para conquistar os clientes mais rentáveis das teles fixas – observa Jacqueline.

Além da liberdade de atuação, a Net conta com um outro trunfo para conquistar os usuários das outras operadoras: o pacote que inclui TV por assinatura e banda larga. A analista lembra que a empresa já oferece a seus clientes a isenção da assinatura no serviço de telefonia, e poderá estender a possibilidade de manutenção do número.

A definição dos vencedores do jogo da portabilidade dependerá também da qualidade, na opinião da analista da Fator.

– O preço pode ser decisivo para conquistar o cliente, mas se o serviço não for adequado ele acabará voltando para a empresa anterior – analisa.

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Já no caso das operadoras de telefonia móvel, os especialistas acreditam que o impacto da portabilidade será menor. Ao contrário das fixas, a competição entre as celulares já é plena.

– Algumas cidades, como São Paulo, terão em breve a atuação de cinco operadoras – destaca.

Operacional

Como o boom da telefonia celular no Brasil é relativamente recente, a mudança de número não costuma ser um impedimento para a troca de operadora, segundo Jacqueline. Ela diz ainda que as empresas apresentaram uma melhora operacional, em especial a Vivo, que obteve sucesso na implementação da rede GSM.

Segundo a analista Susana Salaro, do Unibanco, a TIM pode se beneficiar com a implementação da portabilidade porque possui uma licença de telefonia fixa.

– Isso significa que a empresa pode captar usuários dos dois tipos de serviços – explica.

A profissional do Unibanco acredita que a possibilidade de a portabilidade numérica ficar apenas no papel é pequena. Ela considera que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) conseguiu reunir as principais condições para a nova regra dar certo: estabeleceu preços baixos e prazos curtos para a transferência.

Segundo a analista, outro fator importante é o fato de que a operadora que receber o cliente será a responsável por efetuar a mudança.

Os primeiros resultados da medida devem levar algum tempo para surgir nos balanços das empresas, segundo a chefe da equipe de análise da corretora SLW, Kelly Trentin.

A analista afirma que algumas ações do setor, como as da Net, são uma boa opção de curto prazo.

Multa

O consumidor que assinou contrato de fidelidade com uma operadora de telefonia celular poderá trocar de prestadora mantendo o mesmo número, mas terá que pagar a multa de rescisão prevista no acordo. O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg, acredita que o valor da multa poderá ser negociado com as empresas.

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Portabilidade de telefonia vai custar até R$4: Sistema que permite ao assinante manter número de fixo ou celular tem início em 7 estados na segunda-feira e será tabelado

(O Globo 30.08.2008 p. 40 Economia)

Mônica Tavares

BRASÍLIA. A portabilidade - mecanismo que permite que o assinante que mudar de endereço ou de operadora mantenha seu número de telefone fixo e celular - entrará em vigor na segunda-feira em cidades de sete estados e terá preço tabelado, confirmou ontem a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As empresas - que estão sob forte fiscalização da Anatel - não poderão cobrar do cliente mais do que R$4 para efetuar o serviço. Segundo o presidente do órgão regulador,

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embaixador Ronaldo Sardenberg, este valor máximo pode ser reduzido à medida que mais regiões forem adotando o sistema, que estará em funcionamento em todo o país no início de março de 2009.

O custo total do primeiro ano do sistema no Brasil, entre setembro de 2008 e agosto de 2009, segundo a agência, será de R$45,618 milhões. Sardenberg disse que o universo de assinantes de telefones fixo e móvel atingido na primeira etapa (DDDs 14, 17, 27, 37, 43, 62, 67 e 86), considerando as trocas de empresa, será de 17.488.735, cerca de 10% do total:

- Começamos com áreas relativamente pequenas.

Os dados se referem à manutenção do número de telefone em caso de mudança de operadora. A portabilidade por troca de endereço, dentro da mesma área local e mantida a operadora, começa a valer em todo o Brasil já na segunda-feira.

A maioria das operadoras de telefonia móvel - Oi, Vivo e Claro - informou que não vai efetuar a cobrança, por se sentirem prontas para a competição e entenderem que os clientes que migrarem vão gerar receitas com outros serviços. A TIM e a Brasil Telecom GSM ainda vão decidir se cobram ou não.

Prazo inicial para mudança será de cinco dias úteis

Entre as grandes operadoras fixas, apenas a Oi, que atua Rio de Janeiro e mais 15 estados de Sudeste, Nordeste e Norte, informou que a portabilidade será sem custos. Brasil Telecom e Telefônica ainda estudam como vão proceder.

A Anatel disse ainda que o prazo para que o consumidor tenha o pedido atendido será de cinco dias úteis nos próximos seis meses, enquanto a implantação estiver em curso. Em março de 2009, a mudança solicitada terá de ser efetuada em, no máximo, três dias úteis.

Entre o pedido e a efetivação do serviço, segundo a Anatel, o consumidor não poderá ficar sem telefone por mais de duas horas. O sistema de transferência é simples: basta ir à operadora para a qual quer se transferir com os documentos pessoais. A regra vale mesmo que ele tenha contrato de fidelidade com a empresa anterior.

A portabilidade existe em mais de 40 países e é tida como um estímulo à concorrência. As operadoras queriam adiar a entrada do serviço no Brasil, alegando dificuldades técnicas. Mas a Anatel negou e prevê que o serviço não terá problemas.

- Segundo a área técnica da agência, as medidas internas previstas pelas operadoras para sanar os problemas que ocorrerem são plenamente exeqüíveis - disse Sardenberg.

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Telefonia - Começa hoje a nova "batalha" entre as teles: No primeiro ano, portabilidade gerará R$ 46,5 milhões com migrações, valor que será assumido pelas operadoras, que não cobrarão

pelo serviço(DCI 01.09.2008 p. B1 Empresas & Negócios)

SÃO PAULO - Hoje inicia-se uma nova etapa na concorrência do mercado de telefonia móvel e fixa, com o início da portabilidade numérica. Para conquistar os clientes de suas concorrentes, as

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operadoras preparam melhor qualidade de serviços e de cobertura, manutenção das promoções agressivas e até aparelhos gratuitos, além de investirem em atendimento ao cliente e se apoiarem na oferta de serviços convergentes.

Para impedir a barreira de entrada e investir na aquisição de clientes, Telefônica, Vivo, Claro, Oi, GVT, CTBC, Embratel e Sercomtel e TIM desembolsarão, somadas, praticamente todos os R$ 46,5 milhões que a portabilidade deverá movimentar no primeiro ano, quando 11 milhões de usuários migrarão de operadora, e já comunicaram que não cobrarão a taxa de migração fixada em R$ 4 pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

No primeiro momento, a portabilidade entrará em vigor em oito códigos de área em sete estados. São eles: São Paulo (códigos 14 e 17), Espírito Santo (27), Minas Gerais (37), Paraná (43), Goiás (62), Mato Grosso do Sul (67) e Piauí (86). Em março de 2009, o serviço estará disponível em todo o território brasileiro. A estratégia das operadoras inclui entenderem o comportamento de mercado neste início da portabilidade, para somente depois tomarem posturas mais agressivas. A Vivo, atual líder de mercado de telefonia móvel, é a que tem maior propensão a perder clientes, segundo analistas, por ser a empresa com a maior base. Para garantir os seus usuários e atrair os das suas rivais, a Vivo apostará em uma boa qualidade de serviços, além de manter forte campanha com subsídios de aparelhos, oferecendo, até, celulares gratuitos para os clientes pós-pago, além de promoções agressivas em relação às tarifas.

Segundo Carlos Cipriano, diretor regional da Vivo para São Paulo, promoções que garantam a retenção dos clientes ou que atraiam novos usuários serão importantes na portabilidade, se aliadas a serviço e atendimento de qualidade. "A relação de custo- benefício é o mais interessante para o cliente. A soma de promoções agressivas com um serviço de qualidade é uma grande saída para reter e conquistar consumidores. Teremos um Natal muito forte e seremos agressivos", disse.

Para atrair os clientes de classes C e D ou usuários de pré-pago, a estratégia da Vivo será lançar recargas com maior duração, como a de R$ 10 com duração de 90 dias anunciada pela operadora. "Esse é um outro atrativo para os clientes deste perfil, que valorizam o tempo de duração de suas recargas", completou Cipriano.

Apostando na portabilidade para ultrapassar a TIM, segunda colocada no ranking, a Claro, com a terceira maior participação de mercado, manterá suas promoções agressivas, que estão dando resultados, e aposta em uma ampla cobertura e boa qualidade de serviços. "A portabilidade é o real direito de escolha para o consumidor. Além do preço, o nome da batalha será cobertura e qualidade. Esta será nossa estratégia", contou Francisco Oliveira, diretor da Claro para São Paulo.

Com o intuito de trazer maiores atrativos para o cliente, a operadora oferecerá planos de tarifa segmentados, de acordo com o perfil do público, pois avalia que, com a portabilidade, é necessário aumentar a profundidade de conhecimento dos clientes para assim atendê-los o melhor possível.

Entre os novos pacotes, a Claro disponibiliza chamadas a tarifa-zero para qualquer número da operadora durante os finais de semana ou após a franquia, ligações com tarifa-zero a qualquer número fixo e um pacote que permite chamadas com tarifas reduzidas para até três números cadastrados.

A Oi, que investiu mais de R$ 400 milhões para estar apta à portabilidade numérica, apoiará sua estratégia no desbloqueio de aparelhos, principalmente para abrir caminho para a sua chegada a São Paulo, prevista para outubro. "A portabilidade casa muito bem com a estratégia da Oi em São Paulo. Agora, além do aparelho desbloqueado, o cliente poderá manter o mesmo número. Esta é uma grande oportunidade para a Oi conquistar clientes", disse Roderlei Generali, diretor da Oi para o mercado paulista. A Oi já desbloqueou 22 mil celulares na nova região. Além disso, já capacitou 500 lojas de eletrônicos para fazer o desbloqueio, dando suporte técnico para o aprendizado da operação.

Para garantir qualidade de atendimento, a operadora treinou 15 mil novos atendentes exclusivamente enfocados na portabilidade. Em relação a benefícios, além de apostar em tarifas agressivas, a Oi apoiará sua estratégia de subsídio no Oi Paggo, serviço de cartão de crédito via celular que só pode

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ser assinado por clientes da Oi e que concede bônus de R$ 1 mil para os clientes usarem como quiserem.

"Ele pode comprar um celular na loja da Oi ou em outro lugar. Ele decide como e com o que quer gastar", afirmou Generali. Essa é uma estratégia para a Oi manter o clienteem sua base, pois, por meio do Paggo, o consumidor terá um contrato de fidelização com a operadora.

Fixas

Em relação à telefonia fixa, o que dará o tom da disputa, segundo analistas, será a oportunidade de as teles oferecem mais benefícios nos pacotes convergentes, como o aumento das velocidades de banda larga ou o aumento do número de canais de TV por assinatura, sem elevar os preços. Essa estratégia será usada principalmente para reter os clientes na base, evitando que estes migrem para as rivais.

"Quando o cliente tem mais serviço com preço mais em conta, ele sente-se valorizado pela operadora", afirmou Milton Bonservizzi, diretor de produtos da CTBC, ressaltando que uma das próximas ofertas da operadora será o quadruple play, o que "aumentará nossa atratividade durante a portabilidade". Para Alcides Troller, vice-presidente de Varejo da GVT, a empresa já detém preços muito agressivos e por isso "esperará pelo comportamento do mercado para avaliar mudanças no modelo de negócios".

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TV por Assinatura - Net compra ESC 90 por R$ 94,6 milhões(DCI 01.09.2008 p. B1 Empresas & Negócios)

SÃO PAULO - A Net Serviços, maior operadora de TV a cabo do Brasil, anunciou na sexta-feira a compra, por R$ 94,624 milhões, da ESC 90 Telecomunicações, operadora de TV por assinatura e de banda larga que atua no Estado do Espírito Santo, nas cidades de Vitória e Vila Velha. Com a nova aquisição, a Net passa a atuar em todas as capitais das Regiões Sudeste e Sul do País. O pagamento será feito em dinheiro, na data de fechamento da operação, que ainda precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

De acordo com João Elek, diretor executivo-financeiro e de Relações com Investidores da Net, as negociações ocorrem de forma acelerada. "Conseguimos chegar a um valor justo e equilibrado para ambas as empresas e isso contribuiu para que o negócio fosse fechado com rapidez. A ESC 90 tem uma rede complementar que fortalece nossa presença na Região Sudeste", afirmou Elek.

No entanto, a Net pode fazer novas aquisições ainda neste ano. "A Net continua a avaliar possibilidades para expandir sua área de atuação", revelou José Félix, presidente da Net, que disse recentemente ao DCI que a Net visa aumentar sua cobertura nas Regiões Norte e Nordeste e no interior de São Paulo.

A ESC 90 tem 31 mil clientes de TV por assinatura e 24 mil de Internet em banda larga, com uma rede que cobre 106 mil domicílios e tem uma extensão de 593 quilômetros. A receita líquida anualizada em julho foi de R$ 49 milhões, com margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida) de 48%. A ESC 90 já atuava como franqueada da Net Brasil, utilizando a marca Net. Com os clientes da ESC 90 e da BigTV, aquisição que ainda precisa ser

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aprovada pela Anatel, a Net teria 1,874 milhão de clientes de banda larga, superaria a Oi e se tornaria a segunda maior do setor. Em TV por assinatura, a Net somaria 2,847 milhões de clientes.

Data center

A Locaweb, empresa de serviços de Internet, comprou um terreno em São Paulo por R$ 18,7 milhões, onde construirá um segundo data center e a nova sede da companhia, com área de 28 mil metros quadrados.

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Portabilidade numérica imporá disputa no preço da telefonia: ABR Telecom, responsável pelo banco de dados, receberá R$ 4,90 por transferência

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. C-1 Empresas e Negócios)

Os quase R$ 190 bilhões investidos pelas operadoras de telefonia fixa e móvel em atuação no Brasil desde a abertura do setor de telecomunicações ao investimento privado, em 1998, passam pelo novo desafio de lidar com um mercado em que o cliente sai do cativeiro do número telefônico e ganha a liberdade de escolher com qual prestadora vai vincular-se como usuário, pagando a modesta taxa de R$ 4,00 a cada troca, e por quantas vezes desejar. "A portabilidade é a carta de alforria total!", comemorou o conselheiro-relator do processo - que consumiu cerca de cinco anos de estudos e mais três de tramitação na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) -, Pedro Jaime Ziller de Araújo, referindo-se aos 175,4 milhões de donos de telefones em serviço no País (135,4 milhões de celular e 40,1 milhões de linhas fixas). Esta segunda-feira, 1º de setembro, marca o início da implementação da portabilidade em todo o

território nacional, após 18 meses da edição do Regulamento Geral da Portabilidade, em 7 de março de 2007. Até março, todo o País estará integrado ao sistema. "Começa pelas localidades com menor número de clientes, para evitar que todo mundo se dirija ao guichê ao mesmo tempo. Ficaria entupido", disse o presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, procurando demonstrar a insatisfação do consumidor e o otimismo oficial com a medida. Em países da Europa e nos Estados Unidos, a portabilidade promoveu maior concorrência entre as prestadoras, reduziu preços e melhorou a qualidade

do atendimento. Inicialmente, terão acesso à portabilidade somente 17,4 milhões de assinantes (cerca de 10% do total) de alguns municípios do estado de São Paulo, com códigos de DDD 14 e 17, Espírito Santo (código 27), Minas Gerais (37), Paraná (43), Goiás (62), Mato Grosso do Sul (todo o estado) e Piauí (86). Avaré, Bauru, Lins, Marília, Barretos, Catanduva, Santa Rita D´Oeste, São José do Rio Preto são as primeiras cidades paulistas a usufruir da portabilidade. Na capital, só chega em 28 de fevereiro (ver quadro ao lado). Sala de guerra

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Mas é em Barueri, próximo à Alphaville, na região metropolitana de São Paulo, que se localiza a "Sala de Guerra" do processo de implementação da portabilidade, revelou à Gazeta Mercantil o superintendente de serviços públicos da Anatel, Gilberto Alves. Na sala, reuniões com representantes das prestadoras, da ABR Telecom, responsável pelo gerenciamento do banco de dados e pela compensação entre as prestadoras e da Anatel, avaliam diariamente o andamento do processo e as correções necessárias. As 12 empresas que temem algum tipo de pane aderiram ao compromisso de implementar um plano de contingência, mantido em sigilo pela Anatel. "Caso haja (pane), as contingências serão ativadas imediatamente", disse Sardenberg, que definiu como "tranqüilo" o estado de espírito das autoridades da agência em relação ao início da portabilidade. A área de telefonia fixa do órgão regulador tem 20 pessoas envolvidas diretamente com a virada, e a da móvel, outras 12. Portar é simples Para trocar de empresa "sem ser punido com a perda do número", como afirmou Ziller, o assinante só precisará se apresentar à nova prestadora, identificar-se e dizer: "Quero portar o meu número". Em cinco dias úteis, sem qualquer interrupção no serviço, ele já estará vinculado à concorrente. "O impacto para o cidadão é quase nulo", observou o superintendente de fiscalização da agência, Edílson Ribeiro do Santos, que nos últimos dias tem se dedicado a monitorar e acompanhar os testes das redes. A Anatel acredita que o interesse da nova prestadora em obter o assinante da concorrente deve eliminar a cobrança da taxa de R$ 4,00, assumindo o custo da transferência e todos os procedimentos relativos a eventual passivo pretérito do titular. "A receptora terá a liberdade de negociar com a empresa original o que ficou do passado, apresentando uma única conta ao usuário, inclusive com a cobrança de eventual multa de fidelização", disse Ziller, ao lembrar que a migração não elimina débitos anteriores, nem altera o prazo de 120 dias para cobrança de serviços já prestados. A remuneração total a que a ABR terá direito é de R$ 4,90 por número portado, mas os R$ 0,90, adicionais aos R$ 4,00 que caberiam ao usuário, serão de responsabilidade das empresas telefônicas. Sardenberg estimou que cerca de 11 milhões de assinantes podem solicitar a portabilidade numérica nos primeiros 12 meses, gerando uma arrecadação de R$ 45,6 milhões à entidade administradora independente, a ABR. Para a ‘virada de chave’ de hoje, um minucioso cronograma de implantação da portabilidade fixado pela Anatel foi cumprido pelas prestadoras, que gastaram quase R$ 1 bilhão com todo o processo de implantação. Mesmo assim, na reta final, o Grupo de Implantação da Portabilidade (GIP), sob controle da Anatel, registrou índice de acerto de 90% nos procedimentos de transporte e troca de dados entre as prestadoras e a ABR Telecom. "A ABR funciona como uma câmara de compensação", explicou o conselheiro da agência Plínio de Aguiar. Há um banco de dados centralizado na instituição, que está interligado com todas as prestadoras do serviço de telefonia, permitindo a identificação daquela que detém o número telefônico e informando sobre qualquer movimentação. O processo de intermediação centralizada exercido pela ABR é indispensável à emissão da conta mensal pela prestadora e à cobrança de eventuais compensações financeiras entre aquela que perdeu e a que ganhou o novo cliente. Por isso não pode haver falhas, risco que levou a maioria delas a pedir o adiamento da portabilidade duas semanas antes do dia da virada - pedido recusado pela agência. Somente Embratel, Claro, Intelig e GVT consideram-se aptas a iniciar o processo já. "Até segunda-feira, as falhas poderão ser corrigidas", atenuou Sardenberg, em relação ao risco de pane. "Nossa consideração é que é factível fazer (a implantação da portabilidade) nos prazos fixados. Importante é que o sistema comece a funcionar", observou.(Márcio de Morais)

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Telecomunicações - Net e GVT devem ganhar com portabilidade numérica: Para analistas, empresas tendem a avançar sobre base das teles tradicionais

(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. B-3 GazetaInveste)

A entrada em vigor da portabilidade numérica inaugura mais um capítulo no competitivo setor de telecomunicações brasileiro. Entre as empresas com ações na BM&F Bovespa, Net e GVT despontam como possíveis vencedoras na disputa pelos clientes, que a partir desta semana terão a opção de manter o número de telefone na troca de operadora, na avaliação de especialistas.

Como possuem uma base de clientes menores e estão há menos tempo no mercado, as duas empresas, em princípio, só têm a ganhar com a portabilidade, destaca a analista Jacqueline Lison, da Fator Corretora. No caso da GVT, que atua na área de concessão da Brasil Telecom (nas regiões Centro-Oeste e Sul do País), a empresa conta também com a vantagem de atuar apenas nas localidades mais viáveis economicamente, ao contrário das teles tradicionais, que precisam cumprir metas de universalização e manter a atuação em locais não

rentáveis. Para suprir o déficit nessas regiões, as operadoras precisam praticar o chamado "subsídio cruzado", que consiste em praticar preços mais elevados nas regiões em que as empresas obtêm lucro. "Como pode escolher onde atuar, a GVT tem condições de oferecer preços menores para conquistar os clientes mais rentáveis das teles fixas", observa Jacqueline. Além da liberdade de atuação, a Net conta com um outro trunfo para conquistar os usuários das outras operadoras: o pacote que inclui TV por assinatura e banda larga. A analista lembra que a empresa já oferece a seus clientes a isenção da assinatura no serviço de telefonia, e poderá estender a possibilidade de manutenção do número para conquistar clientes. A definição dos vencedores do jogo da portabilidade dependerá também da qualidade, na opinião da analista da Fator. "O preço pode ser decisivo para conquistar o cliente, mas se o serviço não for adequado ele acabará voltando para a empresa anterior." Já no caso das operadoras de telefonia móvel, os especialistas acreditam que o impacto da portabilidade será menor. Ao contrário das fixas, a competição entre as celulares já é plena. "Algumas cidades, como São Paulo, terão em breve a atuação de cinco operadoras", destaca a analista. Como o boom da telefonia celular no Brasil é relativamente recente, a mudança de número não costuma ser um impedimento para a troca de operadora, segundo Jacqueline. Ela diz ainda que as empresas apresentaram uma melhora operacional, em especial a Vivo, que obteve sucesso na implementação da rede GSM. Segundo a analista Susana Salaro, do Unibanco, a TIM pode se beneficiar com a implementação da portabilidade porque possui uma licença de telefonia fixa. "Isso significa que a empresa pode captar usuários dos dois tipos de serviços", explica. Vai pegar? A profissional do Unibanco acredita que a possibilidade de a portabilidade numérica ficar apenas no papel é pequena. Ela considera que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) conseguiu reunir as principais condições para a nova regra dar certo: estabeleceu preços baixos e prazos curtos para a transferência. De acordo com a determinação da Anatel, o custo para a manutenção do número do telefone na troca de operadora será de R$ 4,00. A tendência, porém, é de que as empresas interessadas em captar novos usuários acabem arcando com esse valor. As operadoras terão até cinco dias úteis para efetuar a transferência, prazo que cai para três dias úteis a partir de março de 2009.

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Segundo a analista, outro fator importante para o sucesso da medida é o fato de que a operadora que receberá o cliente, e não a atual, será a responsável por efetuar a mudança. "A empresa corrente do usuário, por razões óbvias, não tem interesse em realizar o serviço", ressalta. Os primeiros resultados da medida - positivos ou negativos - devem levar algum tempo para surgir nos balanços das empresas, segundo a chefe da equipe de análise da corretora SLW, Kelly Trentin. Pelo cronograma da Anatel, a portabilidade é válida a partir de hoje em oito códigos de área de sete Estados. Na região metropolitana de São Paulo, a portabilidade estará disponível apenas em fevereiro de 2009. A analista da SLW afirma que algumas ações do setor, como as da Net, são uma boa opção de curto prazo para quem pretende investir. Para quem tem um horizonte de tempo maior, no entanto, ela pondera que as empresas ainda são uma opção de alto risco. "O setor passa por constantes mudanças tecnológicas, o que impõe investimentos pesados e redução das margens de lucro." O desempenho em bolsa corrobora a análise da profissional da SLW. Nos últimos 12 meses, as ações do setor - representadas pelo índice ITEL, da BM&F Bovespa - ficaram bem abaixo do Ibovespa. (Vinícius Pinheiro)

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Portabilidade numérica: consumidor poderá exigir este direito(IDEC – 01.09.2008)

A partir do próximo dia 1º de setembro começa a ser implementada no Brasil a portabilidade dos números de telefones fixos e celulares. Com esta regra, o consumidor poderá mudar de endereço ou de empresa prestadora de serviço de telefonia celular ou fixa e manter o mesmo número de telefone.

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) definiu um cronograma para implantação da portabilidade, por datas e código de DDD das cidades. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o serviço entrará em vigor em março de 2009. Assim, apesar de entrar em vigor no dia 1º de setembro, a portabilidade numérica somente será efetivada em todo o território nacional a partir de 1º de março do próximo ano.

Após a implementação, o consumidor poderá solicitar a manutenção do número à operadora de telefonia para a qual mudará, que terá a responsabilidade de realizar os trâmites administrativos para tanto. No início, a mudança não poderá demorar mais do que cinco dias - depois de um ano este prazo diminui para três dias. Além disso, o telefone não poderá ficar mudo por mais de 24 horas - a meta para 99% dos casos, estabelecida pela Anatel, é a de que essa interrupção do serviço não demore mais do que 2 horas.

Vale ressaltar que mesmo com a definição de amplo prazo para a vigência da regra, de modo a possibilitar a adequação do setor, as empresas de telefonia ainda tentaram a prorrogação, alegando dificuldades de modificações na rede.

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) participou das discussões para definição das regras pelo setor e contribuiu intensamente, manifestando seus posicionamentos, visando à defesa dos direitos dos consumidores. Isto porque a garantia deste direito representa uma importante conquista para os consumidores, uma vez que possibilitará o fomento da concorrência no setor de telefonia. Como conseqüência do aumento da competitividade, há a expectativa que ocorra a melhoria da qualidade dos serviços e, ainda, a redução nas tarifas cobradas.

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Importante ressaltar que, segundo o entendimento do Idec, um ponto que poderá prejudicar a efetiva concorrência é o fato de a regulamentação da Anatel permitir que o consumidor seja cobrado para exercer o direito a portabilidade. A definição com relação ao valor da cobrança caberá ao Conselho Diretor da Anatel, e ainda não foi divulgado oficialmente.

Por isso, o Instituto defende que a portabilidade numérica deve ser gratuita para que realmente estimule a competição entre as empresas prestadoras do serviço de telefonia. Entretanto, considerando que a própria regulamentação permite a referida cobrança, tudo indica que a Anatel irá estabelecê-la. Mas tendo em vista este cenário, o Idec tem cobrado a atuação da Agência para que não estabeleça um valor que inviabilize o exercício do direito. Afinal a portabilidade é esperada há muito tempo, e os seus objetivos (liberdade de escolha, competição entre as empresas e qualidade do serviço) não podem ser obscurecidos.

Importante que o consumidor também saiba que a nova regra não contempla a possibilidade de manter o número, caso altere o serviço de fixo para celular ou vice-versa. Assim, este fato é desfavorável ao direito de escolha do consumidor em localidades em que não há opções de prestadores de serviços no mesmo segmento.

Para orientar os consumidores sobre seus direitos, o Idec disponibilizou em seu site o informativo Idec Explica a Portabilidade Numérica, com perguntas e respostas, a respeito das dúvidas mais freqüentes, bem como o cronograma completo com as datas de implementação por localidade.*Advogada do Idec

http://www.idec.org.br/noticia.asp?id=10808

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Conexão - Panasonic faz teste no Brasil: empresa japonesa está de olho na regulamentação do serviço de internet pela rede elétrica, colocado em consulta pública pela Anatel, e coloca três

modens para experiência em cidade do Maranhão(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-8 Tecnologia)

TAÍS FUOCODA AGÊNCIA REUTERS

A japonesa Panasonic está de olho na regulamentação do serviço de banda larga pela rede elétrica no mercado brasileiro. A companhia trouxe seus modems para conexão pela tecnologia PLC (da sigla power line communication) e está testando o serviço em Barreirinhas, no Maranhão, em parceria com a Associação de Empresas Proprietárias de Infra-estrutura e Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel).

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocou em consulta pública na semana passada uma proposta para regulamentar o serviço de internet pela rede elétrica no País.

Como explicou Eduardo Kitayama, consultor técnico de vendas da Panasonic Brasil, a empresa colocou três equipamentos em Barreirinhas, em uma biblioteca pública, em um restaurante e em uma loja, onde as conexões estão sendo feitas a uma velocidade de 200 Mbps - hoje as velocidades mais altas no País são a 30 Mbps.

Outros testes devem ser iniciados em 2009, segundo ele, também em parceria com a Aptel. Em Recife (PE), por exemplo, elas deverão testar o PLC em um novo empreendimento imobiliário que está em fase de construção.

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Antes mesmo da regulamentação, algumas concessionárias de energia já realizaram testes da tecnologia em suas regiões. Esse é o caso, por exemplo, de Estados como Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo.

Complemento. De acordo com Kitayama, o PLC poderá ser um complemento a outras tecnologias de conexão, como o Wi-Fi, especialmente em regiões onde a rede fixa de telefonia não esteja presente.

"Dos 58 milhões de domicílios existentes no Brasil, 20 milhões não têm rede de telefonia fixa. Já a energia elétrica está em 99% das casas", comparou.

Nas grandes metrópoles, especialmente em prédios antigos, o PLC também pode ser uma alternativa à uma infra-estrutura já obsoleta e congestionada, por exemplo.

Ele explicou que hoje os modems da Panasonic são fabricados na Malásia e no Japão. No Brasil, entretanto, "a tecnologia é nova e ainda desconhecida do consumidor final".

Ele espera, no entanto, que "a partir de 2009 comece a existir uma certa demanda" e, quando ela o justificar, a empresa poderá nacionalizar a sua produção. "É preciso ter volume para justificar a fabricação".

A companhia já vende modems para conexões pela rede elétrica em seu próprio país de origem, além de nos Estados Unidos, México e algumas nações da Europa.

No Japão, explicou ele, "o modem PLC já é vendido nas prateleiras das lojas".

A empresa também planeja a conexão de equipamentos através desta tecnologia. No Japão, por exemplo, um interfone é conectado a uma TV de plasma e, com a conexão via PLC, permite ao morador ver a imagem da pessoa que está batendo em sua porta.

Como admite que "a escassez de energia é uma preocupação", Kitayama afirma que o PLC poderá, inclusive, ajudar no controle de gastos de cada eletrodoméstico se estiverem conectados aos medidores de consumo da concessionária de energia.

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TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIO

Trabalho - Se aprovada súmula, folha de pagamento deve aumentar: Alteração da Súmula 228 do Tribunal Superior do Trabalho determina que cálculo de 40% será sobre o salário do

trabalhador, e não mais sobre salário mínimo(DCI 01.09.2008 p. A10 Legislação)

SÃO PAULO - A alteração na Súmula Vinculante nº 228 pode custar caro às empresas cujo adicional de insalubridade é utilizado. Isso porque, se o pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) julgar pela validade da nova redação, o valor real dos salários deve aumentar, ao menos para o empregador. Especialistas em direito do trabalho ouvidos pela reportagem do DCI são unânimes: a folha de pagamento das empresas no final do mês vai aumentar.

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Em abril deste ano, o STF editou a Súmula Vinculante nº 4, vedando a utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado e, ainda, sua substituição por decisão judicial. Com isso, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu, em junho, alterar a redação da Súmula nº 228: ao invés do salário mínimo, a base de cálculo seria o salário do trabalhador.

"Se aprovada, isso representará um aumento astronômico no gastos das empresas. E, no fim, quem vai pagar a conta maior será o trabalhador, que terá dificuldade em conseguir aumentos salariais, e nós, consumidores, que veremos repassados os custos com a aprovação do adicional", afirma o advogado trabalhista Guilherme Gantus, sócio do Gantus advogados. No entendimento do especialista, até alterações salariais serão mais difíceis. "É claro que o empregador vai pensar duas vezes em conceder aumento salarial", acredita.

Ato vedado

Indignada, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) ajuizou a Reclamação Constitucional nº 6266, sustentando que, uma vez que a Súmula Vinculante nº 4 do Supremo veda a substituição do salário mínimo por decisão judicial, o TST não poderia adotar o salário básico no cálculo da insalubridade. Em julho, o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, concedeu liminar suspendendo a aplicação da Súmula 228 até que o Pleno do Supremo julgue o mérito da reclamação da CNI.

No entendimento de Mendes, "a nova redação estabelecida para a Súmula 228 revela aplicação indevida da Súmula Vinculante nº 4, porquanto permite a substituição do salário mínimo pelo salário básico no cálculo do adicional de insalubridade sem base normativa".

Com a nova redação, o adicional passaria a ter como parâmetro de cálculo o salário básico do trabalhador, modificando assim a base de cálculo historicamente definida pelo artigo 192 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Esta alteração teria forte impacto na folha de pagamento de diversos setores da indústria brasileira, bem como de outros setores.

De acordo com o advogado Cássio Borges, gerente jurídico da CNI, a base de cálculo da insalubridade no salário mínimo é algo que não se discute desde 1977, quando da última alteração do artigo 192 da CLT. "O adicional não tem vácuo e deve ser calculado pela Súmula Vinculante nº 4. Prevalece, ainda, a necessidade de o poder legislativo estabelecer uma nova base por lei. A CNI confia no entendimento e lucidez da ministra Carmem Lúcia [que deve julgar o assunto agora] e acreditamos que ela vai suspender os efeitos dessa Súmula 228", diz.

Segundo Borges, a CNI entende que a questão, levada à discussão por servidores, não deve atingir funcionários estatutários. "Uma das categorias que mais paga esse adicional é a indústrias", afirma o advogado.

As empresas costumam calcular o adicional de insalubridade baseando-se na determinação de 40% do salário mínimo vigente. Sendo assim, o adicional máximo chegaria a R$ 166 em uma cidade como São Paulo, na qual o valor do mínimo é de R$ 415. Mas, com a alteração da súmula, a base será o salário profissional normativo.

De acordo com a advogada Dania Fiorin Longhi, sócia do escritório Pires e Fiorin, isso representa um gasto excessivo às empresas. "Os gastos dentro de uma empresa podem dobrar. Hospital é um local que paga adicional a todos os funcionários. Por exemplo, um médico recebe R$ 5.000 para trabalhar durante quatro horas, R$ 1.000 vai ser só de insalubridade", diz a especialista.

A advogada trabalhista Ana Cristina Valetim, do Koury Lopes Advogados, concorda. "Essa alteração gera uma grande alíquota para o empregador", comenta. Ela explica que o TST não tem competência para fixar a alteração e que, por isso, em alguns casos, ainda está sendo utilizada a Súmula 4, com base no salário mínimo. "Os juízes estão sem saber qual base de cálculo aplicar".

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A alteração na Súmula Vinculante nº 228 pode custar caro às empresas que usam adicional de insalubridade. Ela determina que cálculo de 40% será sobre o salário do trabalhador, e não mais sobre o mínimo.

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Previdência - Justiça nega incidência de contribuição em adicional de férias(DCI 01.09.2008 p. A10 Legislação)

BRASÍLIA - A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendeu, ao dar parcial provimento ao recurso especial do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrafesc), que não deve incidir contribuição previdenciária sobre o adicional de férias. O relator do caso, ministro Mauro Campbell Marques, reconheceu haver decisões anteriores nos dois sentidos, optando, então, por aplicar o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal.

O sindicato recorreu ao STJ após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negar provimento à apelação interposta em favor dos trabalhadores. Ao manter a decisão de primeira instância, o tribunal afirmou ser legítima a contribuição previdenciária, inclusive sobre o adicional de férias, visto que ele está inserido no conceito de remuneração previsto no parágrafo único da Lei n. 9.783/99 (sobre a contribuição para o custeio da previdência social dos servidores públicos).

No recurso para o STJ, o sindicato alegou violação à legislação em vigor sobre a questão que envolve a contribuição para o custeio da previdência dos servidores públicos ativos, inativos e pensionistas. Afirmou, ainda, que a decisão ofendeu também a Constituição Federal. A Terceira Turma deu parcial provimento ao recurso. Segundo o relator, há decisões divergentes na Primeira e na Segunda Turma, bem como decisões monocráticas tanto pela incidência como pela não-incidência.

Em 2006, a ministra Denise Arruda deu provimento a recurso especial afirmando que não incide contribuição previdenciária sobre valores, ainda que permanentes, que não se incorporam aos proventos da aposentadoria, como o terço constitucional de férias e as horas extraordinárias.

Ao dar parcial provimento ao recurso especial do Sintrafesc, o ministro resolveu adotar o entendimento que conclui pela não-incidência. "O Supremo Tribunal Federal vem externando o posicionamento pelo afastamento da contribuição previdenciária sobre o adicional de férias sob o fundamento de que somente as parcelas incorporáveis ao salário do servidor devem sofrer a incidência."

Para o advogado Marco Aurélio Serau Junior, colaborador do livro Legislação Previdenciária, da DPJ editora, a decisão foi acertada. "É correta principalmente pela proteção social que a decisão atinge. Agora temos o caminho para a unificação deste entendimento", acredita.

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Primeiros frutos da súmula vinculante(Gazeta Mercantil - 01.09.2008 p. A-2 Editoriais)

Sempre recebi com reservas as propostas de adoção de súmulas vinculantes, firme no que aprendi na vida acadêmica de que as decisões de primeiro grau e dos tribunais regionais são os poros que permitem ao direito respirar justiça. O mundo real, entretanto, muitas vezes desmente as teorias e os ensinamentos doutrinários. A discussão judicial sobre a base de cálculo do adicional de insalubridade é neste sentido emblemática e escancara os ganhos para a sociedade com a adoção de súmulas vinculantes. Segundo informação do ministro Vantuil Abdala (entrevista à TV TST disponível no site do tribunal), tramitam no Tribunal Superior do Trabalho (TST) 5 mil processos em que se discute a matéria, sendo certo que o número vem aumentando progressivamente à medida que se repetem decisões de instâncias inferiores elegendo base de cálculo diversa do salário mínimo (regra prevista no art. 192 da CLT). A utilização do salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade sempre foi matéria pacífica na Justiça do Trabalho, mesmo após a CF de 1988. Por força de manifestações do STF em processos específicos, de que a vinculação seria inconstitucional, juízes e tribunais trabalhistas passaram a estabelecer base de cálculo maior do que a prevista na CLT ora vinculada ao piso da categoria, ora ao salário do empregado. Neste cenário, o STF adotou a Súmula Vinculante n 4 estabelecendo que a vinculação ao salário mínimo é inconstitucional, mas os juízes não podem estabelecer outra base de cálculo. Assim, apenas pela via legislativa ou por força de negociação coletiva poderá ser eleita nova base de cálculo do adicional de insalubridade. Mesmo com a adoção da súmula vinculante, juízes do trabalho continuaram elegendo outro indexador, culminando com a adoção pelo TST de nova redação para sua Súmula n 228, estabelecendo que a base de cálculo, a partir de 9 de maio, é o salário básico do trabalhador. A súmula que deveria trazer segurança jurídica foi o estopim para novas discussões, sendo certo que com uma penada o TST criou um passivo trabalhista a partir de 9 de maio atingindo a todos os empresários que atuam no País. O texto de redação infeliz levou a interpretações diversas, tendo o TST escalado o decano da Corte, o ilustre ministro Vantuil Abdala, para dar uma entrevista "esclarecedora". O ministro afirma que salário básico é um conceito conhecido e que deve ser entendido como salário da categoria (piso salarial) e que o TST aplicou por analogia a regra válida para o adicional de periculosidade. Ora, a base de cálculo do adicional de periculosidade é o salário do empregado e salário básico nunca foi piso salarial. O TST botou mais lenha na fogueira. Usando do remédio jurídico da reclamação ao STF, cabível quando do descumprimento de súmula vinculante, a CNI pediu liminarmente a suspensão da súmula do TST, o que foi deferido pelo ministro Gilmar Mendes. O fundamento é de que enquanto não for alterada a lei, a base de cálculo é o salário mínimo, não sendo possível a fixação de outro indexador pelo Judiciário. Caso a vinculação ao entendimento sumulado do STF não existisse teríamos uma enxurrada de processos que se somariam aos 5 mil em tramitação no TST e a outros 50 mil nas cortes inferiores. Levando-se em conta que o custo de um processo trabalhista para a sociedade é de R$ 6 mil (valor calculado a partir do orçamento anual do TRT/4ª Região dividido pelo número de processos), podemos calcular o ganho da sociedade brasileira apenas neste caso emblemático em que o acionamento da máquina judicial estatal não será incentivado. Flávio Obino Filho, advogado trabalhista, Rio Grande do Sul

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Técnicas do trabalho pericial(Res. Notícias Fiscais – 01.09.2008)

Francisco de Assis dos Santos

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IntroduçãoA técnica do trabalho pericial exige do profissional perito que busque satisfazer as necessidades do usuário; atendendo a lide e que procure o máximo possível de acerto, então esta técnica visa tão somente apresentar ao judiciário serviço de boa qualidade, e que os fatos postos a esclarecer que sejam elucidados de maneira justa, clara e objetiva.O perito então logo se vê diante de uma necessidade que deverá aduzir a luz da ciência de forma técnica, assim como seja justo e esclarecedor. Logo, o profissional inicia a prover o seu trabalho com papeis de trabalho adequados a auxiliá-lo, passa então a criar documentos próprios que irão ajudá-lo a descoberta da verdade dos fatos.Cabe ao perito analisar e criar seus métodos próprios de forma a ser guiado por conduta técnica adequada a encontrar o objeto da perícia, e trata-lo com esmero para que possa aduzir aos autos os elementos suficientes para auxiliar o juízo na tomada de decisão.As técnicas têm o escopo de encontrar o objeto da perícia e de investigar e examinar com todo zelo possível, usando metodologias adequadas para encontrar a resposta à determinada situação em que há um conflito.Às vezes é necessário realizar diligência com o propósito de se encontrar o objeto da perícia, e através da diligência é que se encontram elementos que vão auxiliar no objeto da perícia, que muito contribui para que os fatos em estudo e análise sejam esclarecidos.A cada perícia aplica-se uma técnica adequada por que são casos diferentes a serem tratados de acordo com a necessidade requerida ao caso.

1. Técnicas preliminares e básicasO trabalho pericial exige do perito conhecimento técnico, que irá auxiliar o profissional a encontrar a prova e poder esclarecer o fato para que o juiz e as partes tomem conhecimento do caso e, obviamente, possam tomar a iniciativa correta.Uma vez que o juiz e as partes não sabem o que de fato ocorreu para gerar determinado problema, cabe ao perito pôr as coisas de maneira clara, mas de forma técnica, embora, evidentemente, deva o perito procurar esclarecer, ou seja, elucidar os fatos, procurando usar linguagem de fácil compreensão.Inicialmente, teremos um objeto da perícia, que será um caso a ser analisado dentro de um processo; estuda-se o caso analisando detalhadamente, de acordo com o que foi consultado no processo e partindo desse princípio, inicia-se o trabalho técnico.Uma vez que se definiu o objeto da perícia, deve-se proceder a uma análise pormenorizada para que se possa, através desse estudo, examinar o que se pretende provar para o juiz e as partes, mostrando, através de laudo pericial, o objeto da perícia, elucidando o fato que foi proposto.Na maioria das vezes, o que se quer achar na perícia não está bem claro; e até mesmo o usuário não sabe nem mesmo como fazer as perguntas através dos quesitos, porém o perito, com as habilidades inerentes à profissão, deverá procurar no processo em estudo os fatos e trazê-los à clareza para conhecimento do juízo, para a posterior sentença.Às vezes se faz necessário que o perito, ao ler o processo, e verificando que as informações são insuficientes para poder executar seus trabalhos, se valha de outros meios, como fazer diligência para colher informações necessárias para o trabalho da perícia, ou mesmo compulsar livros contábeis e outros documentos que possam contribuir para elucidar o fato.No caso da diligência, se faz necessário a presença do perito, pois desta maneira, o profissional irá, por si só, tirar suas conclusões acerca da lide e obter maiores resultados.Deve o perito se munir de documentos que posteriormente possam lhe dar respaldo, caso necessite no processo, e é através da diligência que poderá o perito conseguir documentos que muito auxiliará no processo e, obviamente, na conclusão da perícia. Isso tudo deverá o perito estar atento aos documentos e tudo o mais que for colhido, pois irá contribuir para que o laudo pericial seja de suma importância em esclarecimentos para o juiz.É nesse ponto que o perito deve ser bastante observador, criterioso, pois será o ponto de partida para se encontrar a prova do fato, que trará a elucidação do problema para conhecimento de todos, principalmente do juízo, pois é quem vai sentenciar o caso. O perito, nesse caso, provará perante o juiz as suas habilidades técnicas e a perspicácia usada para obter bons resultados, conduzindo o juiz a formar convicção da lide.As técnicas básicas são determinadas segundo a finalidade ou as necessidades que a perícia assim necessitar.

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Para se obter a prova pericial há técnicas que são necessárias para se poder encontrar a prova propriamente dita. São elas: o exame, a vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação, certificação.Esse conjunto de técnicas visa buscar através de métodos próprios, mostrarem em que consiste a prova pericial, qual a sua origem e fundamentação, desta forma, o laudo ficará mais bem elaborado e com informações precisas.O exame tem por objetivo a decomposição dos elementos que compõe a matéria que está sendo analisada, tendo por escopo formar a convicção a respeito do caso.A vistoria é o ato de inspecionar ou verificar o objeto de perícia, que pode ser um elemento qualquer. É também a apreensão de um objeto para se fazer o exame.Indagação é o ato de se obter testemunho a respeito de um objeto de perícia através de pessoas ligadas ao objeto da perícia e que tem conhecimentos de fatos pertinentes à matéria.Investigação é a pesquisa que se busca para o laudo pericial sobre o que está oculto, de fatos obscuros em benefício da verdade.Arbitramento é a técnica para determinar valores, através de procedimentos estatísticos e analógicos com o intuíto de fundamentar certo valor que se quer achar.Avaliação é uma análise que visa identificar valor de coisas, que é objetivamente calculável e demonstrável, que pode ser através de pesquisa ou valor de mercado, entre outros meios utilizados.Certificação é a informação afirmativa posta no laudo pelo perito e dada como autêntica, em virtude da fé pública atribuída ao profissional, que pode ser de natureza doutrinária, científica ou acessória.

1.2 As técnicas científicasA perícia é executada com base em conhecimentos técnicos e científicos, de modo que se verifica que há uma metodologia de trabalho científico.Quando o perito desenvolve seu trabalho e através de técnicas não consegue demonstrar o que queria, ou seja, não atingiu o objetivo proposto, poderá recorrer à metodologia da ciência contábil aplicada ao caso em especial.Sabe-se que a metodologia científica busca através de estudos do todo decomposto em partes ou da reunião das partes para formar um todo, sustentadas pela análise e síntese, tudo levando em consideração que houve um experimento.É óbvio que o perito deverá estar alerta para poder fazer uso de tal trabalho, observando a realidade concreta dos fatos em estudo, para ter uma conclusão de maneira coerente.

Considerações finaisSão as técnicas que o perito usará que irão contribuir para a conclusão do laudo pericial, e, portanto é atribuição pertinente ao profissional de criar métodos de trabalho que sejam adequados a elaboração do laudo pericial.As técnicas realizadas durante o trabalho devem ser esclarecidas no corpo do laudo a fim de informar ao usuário a maneira como se procedeu e o que foi feito. Quando o profissional apresenta um trabalho pericial e cita sua maneira de executar os serviços, e do que se valeu para chegar a tal conclusão, também é um fato de convicção para as partes envolvidas; pois tem certas ocasiões em que fica a dúvida quanto ao laudo pericial, e sendo apresentado os procedimentos em que irá auxiliar ao usuário a entendê-lo melhor.Em certas situações terá o profissional que complementar o seu trabalho tendo que esclarecer em juízo, ou então informar nos autos o trabalho como foi executado, e as técnicas aplicadas ao caso. Assim o perito ao apresentar sua maneira de executar o serviço, a técnica plicada estará então evitando que posteriormente seja chamado a esclarecer em juízo.Mas ainda assim a técnica deve ser respaldada em uma linha de conduta que está orientada pela norma do Conselho Federal de Contabilidade, bem como por procedimentos adotados pelo profissional amparados pela legislação própria conforme a necessidade da perícia assim exigir ao caso.O perito deve ser perspicaz ao examinar os autos e adotar as medidas de trabalho a ser executado, pois dependerá dessa medida a ser adotada que se tornará em uma conclusão louvável para a justiça, e o perito.

http://www.noticiasfiscais.com.br/artigos1.asp?data=01/09/2008&preview=19730

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Decisão - Adicional de férias é isento de INSS: STJ acompanha entendimento do STF no sentido de que não deve incidir a contribuição previdenciária

(Jornal do Commercio - 01.09.2008 p. B-7 Direito e Justiça)

DA REDAÇÃO

Não deve incidir contribuição previdenciária sobre o adicional de férias. A decisão é da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao dar parcial provimento ao recurso especial do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrafesc). O relator do caso, ministro Mauro Campbell Marques, reconheceu haver decisões anteriores nos dois sentidos, optando, então, por aplicar o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O sindicato recorreu ao STJ após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) haver negado provimento à apelação interposta em favor dos trabalhadores. Ao manter a decisão de primeira instância, o TRF afirmou ser legítima a contribuição previdenciária, inclusive sobre o adicional de férias, visto que ele está inserido no conceito de remuneração previsto no parágrafo único da Lei 9.783/99 (sobre a contribuição para o custeio da previdência social dos servidores públicos).

No recurso para o STJ, o sindicato alegou violação à legislação em vigor sobre a questão que envolve a contribuição para o custeio da previdência dos servidores públicos ativos, inativos e pensionistas. Afirmou, ainda, que a decisão ofendeu também a Constituição Federal. Segundo sustentou o sindicato, o adicional de férias não está incluso no conceito de remuneração da Lei 8.112/90 e da Lei 8.852/94, o qual não foi alterado pela Lei 9.783/99. Pediu, então, provimento ao recurso para que o adicional de férias não fosse integrado ao salário de contribuição utilizado como base de cálculo para a incidência das contribuições sociais.

Provimento. A Terceira Turma deu parcial provimento ao recurso. Segundo o relator, há decisões divergentes na Primeira e na Segunda Turma, bem como decisões monocráticas tanto pela incidência como pela não-incidência. Em 2006, a ministra Denise Arruda deu provimento a recurso especial afirmando que não incide contribuição previdenciária sobre valores, ainda que permanentes, que não se incorporam aos proventos da aposentadoria, como o terço constitucional de férias e as horas extraordinárias.

"Isso porque o sistema previdenciário vigente, a partir da emenda constitucional n.20/98, encontra-se fundado em base rigorosamente contributiva e atuarial, o que implica equivalência entre o ganho na ativa e os proventos recebidos durante a inatividade", explicou a ministra na ocasião.

Ao dar parcial provimento ao recurso especial do Sintrafesc, o ministro resolveu adotar o entendimento que conclui pela não-incidência. "O Supremo Tribunal Federal vem externando o posicionamento pelo afastamento da contribuição previdenciária sobre o adicional de férias sob o fundamento de que somente as parcelas incorporáveis ao salário do servidor devem sofrer a incidência. Conheço parcialmente e, nessa parte, dou provimento ao recurso especial examinado para reconhecer a não-incidência da contribuição previdenciária sobre o adicional de férias", concluiu Mauro Campbell.

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JT concede danos morais a empregado vítima de acusação humilhante(TRT/MG – 01.09.2008)

A 3ª Turma do TRT-MG, com base no voto do juiz convocado Danilo Siqueira de Castro Faria, condenou a empresa ré ao pagamento de uma indenização no valor de R$ 3.000,00, a título de danos morais, a um ex-empregado vítima de acusações constrangedoras e humilhantes em local público. Pelo que foi apurado no processo, o superior hierárquico se referiu a ele como “rato”, na presença de terceiros, gerando abalo moral ao trabalhador.

No caso, as testemunhas relataram que o reclamante encontrou seu superior hierárquico em uma lanchonete próxima ao local de trabalho, em companhia de outros colegas. O chefe fez comentário sobre o furto ocorrido na empresa e disse ao reclamante que este estaria preso. Quando o reclamante perguntou por que razão, o chefe respondeu que “rato deveria estar preso”. Essa cena foi presenciada por várias pessoas, que perguntaram ao reclamante o que estava acontecendo.

O relator destaca a importância da prova testemunhal na formação do convencimento do juiz sentenciante que, nesses casos, deve ser valorizada. “O convencimento do Juízo de origem propendeu em favor da prova apresentada pelo reclamante e deve ser mantido e valorizado, haja vista que ao interrogar as partes e colher a prova testemunhal, manteve contato direto e pessoal com as partes e testemunhas, vivenciado as expressões e gestos destes. Tal situação, à luz dos princípios da imediatidade e da oralidade, empresta vital importância à avaliação da prova testemunhal e ao efeito de persuasão que a mesma contém. Prevalece, pois, a força probante dos depoimentos prestados pelas testemunhas trazidas pelo autor, no aspecto.”- enfatiza o relator.

Nesse contexto, a Turma confirmou a sentença que reconheceu o dano moral e a responsabilidade da reclamada por ato inadequado de seu representante, que feriu a honra do reclamante. O valor fixado de R$3.000,00 a título de indenização por danos morais, possui caráter pedagógico.

(RO nº 00076-2008-077-03-00-0)

http://as1.trt3.jus.br/pls/noticias/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_area_noticia=ACS&p_cod_noticia=1956

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Empresa é condenada a pagar reflexos do salário(TRT/MG – 01.09.2008)

A 8ª Turma do TRT-MG, acompanhando o voto da desembargadora Denise Alves Horta, manteve a decisão de 1º Grau que condenou a reclamada ao pagamento de reflexos do salário extrafolha - ou seja, o acréscimo salarial pago habitualmente, sem constar no contracheque do empregado – sobre as demais parcelas salariais.

No caso, a reclamante alegou que seu salário total era formado por uma parcela constante nos recibos de pagamento e a outra paga “por fora”, correspondente ao valor igual ou superior ao declarado em folha. Ou seja, a reclamada costumava pagar, de maneira informal, 100% ou mais do salário recebido oficialmente pela reclamante.

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A desembargadora ressalta a dificuldade de produção de provado pagamento extrafolha, uma vez que essa prática, em regra, não é documentada pela empregadora. Em razão disso, nesses casos deve-se dar atenção especial aos indícios e às provas testemunhais. A testemunha da reclamante confirmou, em seu depoimento, que recebia um salário anotado na carteira de trabalho e outro pago “por fora”. Declarou ainda que essa prática era comum a quase todos os funcionários da empresa e que a folha extraoficial de salários ficava em poder da empregadora. A testemunha da reclamada entrou em contradição declarando, em seu depoimento, que recebia como salário uma importância superior à registrada oficialmente na carteira de trabalho.

A relatora explica que a sonegação do salário real recebido pelo trabalhador é uma forma de precarização das relações de trabalho. Esse artifício, usado pelo empregador para baratear a mão-de-obra, gera prejuízos ao trabalhador: “A contraprestação salarial pelo empregador, em face do trabalho realizado pelo empregado, deve ser considerada na sua inteireza para os fins de direito, pois é a partir do salário percebido que o empregado tem assegurados os consectários e outros direitos que integram o seu patrimônio material trabalhista.”

Com base nesses fundamentos, a Turma manteve a sentença, reconhecendo a existência do pagamento extrafolha, bem como a natureza salarial dessa verba, razão pela qual são devidos os seus reflexos sobre as demais parcelas salariais.

( RO nº 00204-2008-047-03-00-3 )

http://as1.trt3.jus.br/pls/noticias/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_area_noticia=ACS&p_cod_noticia=1957

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Contrato de gestão isenta empresa de responsabilidade subsidiária(TST – 01.09.2008)

A responsabilidade subsidiária não se aplica ao contrato de gestão firmado entre a Companhia Industrial Santa Matilde, de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, e a Trans – Sistemas de Transportes S.A. A Sexta Turma do Tribunal Superio r do Trabalho concluiu que a situação não é de terceirização de serviços, e, assim, a Trans não pode ser condenada solidariamente por dívida trabalhista de um montador dispensado em maio de 2001.

O trabalhador foi admitido na Santa Matilde em agosto de 1997 e lá permaneceu até 2001. Após a demissão, ajuizou ação reclamatória e pleiteou o pagamento de seis meses de salários atrasados, recolhimento do FGTS, horas extras e verbas rescisórias. Na inicial, incluiu a Trans como responsável pelos créditos a que teria direito, porque, de acordo com o montador, a empresa também foi beneficiada por seus serviços.

Segundo a Vara do Trabalho de Conselheiro Lafaiete, a Trans fez um contrato de gestão para gerenciar, supervisionar e fiscalizar a produção de vagões pela Companhia Santa Matilde, utilizando a mão-de-obra dos empregados da companhia, com o objetivo de garantir a qualidade dos produtos destinados à venda, da qual possuía uma participação direta. Para o juiz de primeira instância, se as vantagens econômicas provenientes do contrato firmado entre as empresas foram alcançadas, a Trans não poderia isentar-se de obrigações trabalhistas descumpridas pela Santa Matilde, tentando transferir todos os ônus à empregadora. Assim, responsabilizou-a subsidiariamente a pagar os

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débitos trabalhistas do empregado até a data de março de 2001, quando houve o término do contrato entre as empresas.

A Trans recorreu da sentença, alegando que o ajuste entre as empresas visou à aplicação de tecnologia de ponta à Companhia Industrial Santa Matilde, e que teve estrita observância judicial para isso. Afirmou, ainda, que o contrato afastava expressamente a responsabilidade da Trans por débitos trabalhistas e que a sua participação, como contratada, limitava-se à colocação dos produtos da Santa Matilde no mercado.

O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), ao avaliar a situação e o contrato que vigorou entre julho de 1998 e março de 2001, concluiu que não houve vínculo de emprego entre o trabalhador e a Trans, que se limitou a “auferir ganhos para conduzir, temporariamente, o empreendimento da Santa Matilde, situação que não se confunde com a terceirização de serviços”. A empresa foi então absolvida da condenação subsidiária.

De acordo com o TRT/MG, a Trans atuou no negócio como “mera gerente”, sendo a Santa Matilde “a real empregadora e única destinatária dos serviços prestados pelo seu corpo de empregados”. No agravo de instrumento ao TST, o trabalhador alega que a Trans sabia da situação falimentar da Companhia Industrial e aceitou o pacto de gestão judicial de negócios, e que, por essa razão, haveria a responsabilização subsidiária, de acordo com a Súmula nº 331, IV, do TST.

No entanto, a Sexta Turma considerou inaplicável aquela súmula, porque trata de questão diversa, ou seja, a jurisprudência reconhece a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços em decorrência da contratação de prestação de mão-de-obra, e não da celebração de contrato de gestão. Assim, acabou por negar provimento ao agravo do empregado, mantendo o entendimento do Tribunal Regional. ( AIRR-428/2002-055-03-00.4 )

http://ext02.tst.gov.br/pls/no01/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_noticia=8638&p_cod_area_noticia=ASCS

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Sindicato das empresas de transporte público do DF recusa pedido de acordo da Justiça do Trabalho

(TRT/DFT – 01.09.2008)

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros e das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros do Distrito Federal (Setransp/DF) não aceitou o acordo de arcar com parte da culpa dos transtoos gerados pela paralisação no transporte público coletivo em junho deste ano. A decisão de não conciliação foi anunciada em audiência, realizada nesta sexta-feira (29) no Tribunal Regional do Trabalho da 10º Região, com o presidente juiz Mário Caron. O dissídio coletivo foi ajuizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

A defesa das empresas de transporte entrou com requerimento para que a Justiça do Trabalho tenha acesso ao conteúdo televisivo veiculado no dia da paralisação. O intuito da defesa é comprovar que a responsabilidade pelo não atendimento à população é dos rodoviários. O MPT terá 10 dias para para se pronunciar e marcar novas audiências.

Se acatasse o acordo, o sindicato patronal teria de pagar a multa de R$ 200 mil, aplicada pelo juiz do trabalho João Luis Rocha Sampaio, autor da ação cautelar 231/2008, como punição pelo descumprimento da ação judicial. “Não há acordo, pois não pagaremos multa”, afirmou o presidente do Setransp/DF, Wagner Canhedo Filho.

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Na cautelar, o TRT 10 determinou que os sindicatos patronal e funcional deveriam garantir 60% dos veículos utilizados regularmente permanecessem rodando do dia da greve dos rodoviários. No entanto, mesmo com a determinação judicial, ocorreu a paralisação total da circulação de transporte coletivo no dia 2 de junho. A classe trabalhista divulgou não ter cumprido a determinação pelo fato de as garagens terem ficado trancadas durante o dia. A alegação é desmentida pelo sindicato das empresas de ônibus. “Nossos ônibus estavam na garagem, não tinha era servidor”, argumentou Canhedo.

Também participaram da audiência de conciliação representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Passageiros Urbanos, Interestaduais, Escolares, Turismo e de Transporte de Carga do Distrito Federal (Sittrater/DF). O sindicato funcional mostrou-se favorável ao pedido de acordo, proposto pelo presidente do TRT10. “Concordamos com o acordo por entendermos que a nossa decisão terá como principal beneficiado a sociedade”, afirmou o diretor de finanças do Sittrater/DF, João Osório da Silva.

Em seus argumentos, o Ministério Público do Trabalho enfatizou que o descumprimento da ordem judicial caracterizou o abuso de greve, provocando uma penalização que satisfaça o interesse público. “Assistimos um flagrante ato abusivo”, avaliou o procurador do Trabalho Valdir Pereira da Silva.

A greve do mês de julho gerou duas ações, ambas propostas pelo Ministério Público do Trabalho. A primeira, ação cautelar, teve o objetivo de evitar que a greve trouxesse prejuízos a população de Brasília. A segunda, dissídio coletivo visando solucionar as divergências entre patrões e trabalhadores, envolveu questões econômicas.

http://www.trt10.jus.br/?modulo=/ascom/consulta_noticias_internet.php

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Empregados de financeira são enquadrados como bancários(Res. Notícias Fiscais – 01.09.2008)

Decisão da 8ª Turma do TRT-MG manteve enquadramento dos empregados da Losango Promoções de Vendas Ltda. como bancários, por entender que esta é, de fato, instituição financeira que substitui o Banco HSBC, seu sócio majoritário, nas operações de crédito e financiamento, usando recursos financeiros desse banco.

A decisão se assenta no artigo 17 da Lei 4.595/64, que equipara às instituições financeiras as pessoas jurídicas que exerçam atividades ligadas a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, conjugado com a cláusula 25 do Contrato Social da reclamada, a qual define, como seu objeto social, a recepção e encaminhamento de pedidos de empréstimos e de financiamentos, o controle das operações pactuadas, além da administração de cartões e recebimento de pagamentos e faturas em geral.Como esclarece a desembargadora Cleube de Freitas Pereira, relatora do recurso interposto pela Losango, os empregados da ré exercem atividades tipicamente bancárias, ligadas às do Banco HSBC, já que efetuam o cadastro dos clientes que desejam obter financiamento, aprovando-o ou não. “Ora, a concessão de empréstimos pessoais é uma atividade típica de instituição financeira, não se olvidando que a ré também disponibiliza cartão de crédito com bandeira própria” - pontua.A relatora acrescenta que o fato de não haver autorização do Banco Central para o funcionamento da reclamada como instituição financeira não impede o seu enquadramento como tal, já que foi usado o artifício de contratação de empresa para o desenvolvimento de atividades tipicamente bancárias, justamente, com o intuito de fraudar a legislação. “Aliás, o caso nem é de contratação de empresa interposta, já que o Banco HSBC é acionista majoritário da recorrente” - completa.

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Assim, a conclusão da Turma foi de que o enquadramento dos empregados da Losango no sindicato das empresas de assessoramento, perícias, informações e pesquisas é inadequado, mantendo o enquadramento da reclamada na categoria de instituição financeira e o recolhimento da contribuição sindical em prol do sindicato autor, ligado à categoria dos bancários.

http://www.noticiasfiscais.com.br/trabalhistas1.asp?data=01/09/2008&preview=19721

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TRIBUTÁRIO

Tributos - Dívida com Fisco vai ser parcelada via web: Decisão da Receita Federal valerá 2ª feira para débitos de até R$ 100 mil

(Jornal do Brasil 30.08.2008 p. A18 Economia)

O contribuinte com dívidas na Receita Federal poderá fazer o parcelamento pela internet a partir de segunda-feira.

O parcelamento simplificado só está disponível para quem quer parcelar até R$ 100 mil de cada tributo devido – por exemplo, Imposto de Renda, PIS, Cofins, IOF.

Até agora, a renegociação e o parcelamento de dívidas com a Receita só podiam ser feitos pessoalmente nos postos de atendimento. Os impostos retidos na fonte, como o IR e o IOF, não podiam ser parcelados. A única forma de quitá-los era pagar de uma só vez. A partir de segunda, esses tributos entrarão no programa de parcelamento. Outra mudança é a possibilidade de parcelar a dívida de mais de um tributo. Até hoje, o devedor só podia renegociar a dívida de um imposto por vez.

A Receita explicou que os contribuintes com dívidas acima de R$ 100 mil poderão usar o parcelamento simplificado pela internet, mas o que exceder esse limite entrará na dívida ativa da União, ou seja, a dívida será reduzida, mas não extinta. Quem quiser quitar um valor maior deve procurar um posto de atendimento.

O número máximo é de 60 parcelas e o valor será atualizado pela Selic, hoje em 13% ao ano.

Os contribuintes que já renegociaram suas dívidas podem reparcelá-las, mas a mudança não vale a pena para quem refinanciou com juros menores do que os que estão em vigor hoje.

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Contas Públicas - Estado quer usar reforma para abater dívidas: Confaz quer corte nas dívidas dos estados com a União para compensar perdas de receita com a reforma tributária;

Ministério da Fazenda é contra(DCI 01.09.2008 p. A3 Política Econômica)

SÃO PAULO - Depois de diversas tentativas frustradas ao longo dos últimos anos para flexibilizar o grau de comprometimento de seus caixas com o pagamento da dívida que mantêm com o governo federal, os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal agora lançam mão de uma nova estratégia para quebrar a resistência do Tesouro Nacional e conseguir, finalmente, reduzir o impacto de um débito que forma um estoque de R$ 321 bilhões em 2008. A bola da vez é a reforma tributária.

O DCI apurou que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), colegiado técnico das Secretarias Estaduais de Fazenda, incluiu dois artigos na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 233 que prevêem o abatimento da dívida com a União em caso de prejuízos na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cuja cobrança passará a ser feita em maior parte no destino, ou seja, onde ocorre o consumo final de um produto taxado pelo imposto estadual.

As unidades federativas não confiam na capacidade do Fundo de Equalização de Receitas (FER), previsto na reforma, de cobrir eventuais perdas. "A União sempre se comprometeu em aplicar recursos próprios para viabilizar a reforma tributária, constituindo fundos para compensar o fim da guerra fiscal e as perdas de arrecadação dos Estados com o novo modelo. Contudo, segundo estudos realizados por diversos Estados, esses recursos são insuficientes", diz a justificativa do Confaz para as medidas. "O acerto da composição do FER ainda não está claro e isso vai atrasar a aprovação da reforma", reforça Mauro Benevides Filho, coordenador do Confaz e secretário da Fazenda do Ceará.

Válvula de escape

De acordo com a proposta atual, uma parte do FER será composta pelo repasse de 1,8% da arrecadação do novo Imposto sobre Valor Adicionado Federal (IVA-F), do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a outra, por recursos do Tesouro. "Vamos depender de recursos do orçamento da União, que não estão bem delineados, então [os estados] criaram essa válvula de escape para abatimento. Isso seria extraordinário, pois o que não falta é dívida", comenta José Cruz, representante de Pernambuco no Confaz.

Os abatimentos seriam feitos mensalmente e estariam de acordo com a exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. "Os estados e o Distrito Federal poderão deduzir automaticamente as diferenças não compensadas das parcelas mensais das suas dívidas com a União. (...) Os valores deduzidos terão efeito de cumprimento de metas de ajuste fiscal e a respectiva parcela da dívida será considerada quitada de imediato", informam os novos parágrafos 5º e 6º da PEC da reforma tributária. Para valer, esse mecanismo precisará ser criado por meio de uma Lei Complementar.

Em nota oficial, o Ministério da Fazenda rechaça a nova tentativa dos estados de alterar a estrutura de suas dívidas com a União. "O FER terá volume de recursos suficiente e dará segurança aos estados de que não serão prejudicados pela reforma tributária, mas não concorda com a proposta de compensação de eventuais perdas através do abatimento da dívida, pois este modelo enfraquece o arcabouço de responsabilidade fiscal solidária construído com a renegociação das dívidas dos Estados e a Lei de Responsabilidade Fiscal".

Segundo José Raimundo Trindade, secretário da Fazenda do Pará, a maior resistência vem do Tesouro Nacional. "Mesmo se tratando de compensações, o Tesouro vincula a idéia a uma nova capacidade de contrair endividamento", lamenta. O Pará, ao contrário de outros estados, aproveitou a boa arrecadação tributária para amortizar seu débito com a União. O estoque da dívida paraense caiu 21,83%, para R$ 1,692 bilhão, do fim do ano passado até abril deste ano. Para Trindade, o corte na dívida ampliaria a capacidade de investimento dos estados. "O que a gente deve para a União é repassado em parte para o FER, abrindo margem para mais investimentos".

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Ricos e pobres

Cruz diz que a medida tem o caráter estratégico de fazer avançar a aprovação da reforma tributária, uma vez que é um ponto de consenso entre os governos e beneficia os estados mais ricos e mais endividados. "É o receio de perdas que gera impasse, a criação desse mecanismo quase automático afastaria esse medo e poderia viabilizar a reforma tributária. Os estados do Norte e Nordeste são solidários aos estados mais ricos nesse ponto".

No caso de São Paulo, o estado mais endividado do País (R$ 121,8 bilhões), a medida possibilitaria a diminuição de gastos correntes. Santa Catarina também defende a proposta do Confaz como meio de reduzir sua conta com a União, de R$ 7,120 bilhões. "Os recursos do FER não estão fechados, o que causa resistência. Por isso somos favoráveis à solução do Confaz", diz João Carlos Kunzler, auditor da Fazenda catarinense.

Os estados, por meio do Conselho Nacional de Política Fazendária, incluíram artigos no projeto de reforma tributária que prevêem abatimento da dívida com a União se houver prejuízo no recolhimento do ICMS.

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Tributação - ICMS pode incidir sobre exportação de minérios(DCI 01.09.2008 p. A5 Política)

BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 283/08, que determina a incidência de ICMS sobre a exportação de minerais in natura, e o Projeto de Lei Complementar (PLP) 390/08, que fixa a alíquota aplicável a essas operações. As duas propostas foram apresentadas pelo deputado Roberto Rocha (PSDB-MA).

O projeto de lei complementar estabelece uma escala gradativa de alíquotas, com os seguintes percentuais calculados sobre a maior alíquota interna do estado ou do Distrito Federal: 0% nos cinco primeiros anos de vigência da lei complementar; 20% no 6º ano; 40% no 7º ano; 60% no 8º ano; 80% no 9º ano; e 100% a partir do 10º ano.

Se aprovada, a lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de janeiro do ano seguinte.

O estabelecimento desses prazos tem o objetivo de reduzir os danos comerciais e permitir que a economia reaja bem à expectativa de queda nas exportações.

O PLP 390/08 altera a Lei Complementar 87/96, que isenta a exportação de mercadorias (inclusive produtos primários e industrializados semi-elaborados) ou serviços da cobrança de ICMS. A Constituição também libera da cobrança do imposto as operações que destinem mercadorias para o exterior e os serviços prestados a destinatários no exterior. As propostas de Roberto Rocha situam os minerais in natura como exceção à norma.

O Projeto será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), antes de ser votado pelo Plenário.

A PEC 283/08 terá sua admissibilidade avaliada pela CCJ.

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STJ permite redução de IR com créditos de ICMS (Valor Econômico 01.09.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Laura Ignacio, de São Paulo

As empresas exportadoras comemoram uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que permitiu que créditos não utilizados de ICMS possam ser contabilizados como custo nos balanços das empresas. Assim, como a base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) são os rendimentos, a Indústria de Madeiras Guilherme Butzke, de Santa Catarina, que ajuizou a ação, terá diminuída a carga tributária referente a ambos os tributos. Segundo especialistas, a decisão é um importante precedente para outras empresas que acumulam créditos de ICMS. De acordo com um estudo de 2007 do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o estoque desses créditos equivale a cerca de R$ 15 bilhões.

Na decisão, tomada pela primeira turma do STJ, o ministro relator José Delgado declarou que "em que se trata de empresa exportadora imune ao pagamento de ICMS, que se vê acumulando créditos mês a mês sem que consiga obter junto ao Estado o ressarcimento de tal custo tributário, a norma do regulamento que proíbe que se considere o ICMS suportado como custo acaba por implicar a tributação de lucro inexistente, tanto a título de IRPJ como de CSLL". O regulamento do Imposto de Renda - o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 - veda a inclusão de impostos que são recuperáveis, pelo menos teoricamente, como o ICMS e o IPI, que são tributos sobre o valor agregado.

O advogado Gilberto de Castro Moreira Júnior, do escritório Vella Buosi Advogados, explica que a decisão é um precedente que poderá ser usado por outras empresas exportadoras obterem o mesmo no Judiciário. "Se a empresa optar por, com base na decisão, excluir por conta própria o ICMS da receita para cálculo do IR, corre o risco de ser autuada", alerta. Ele afirma que há outros setores empresariais que poderão usar a decisão como precedente. Um exemplo são as empresas que fabricam produtos de alíquota baixa, como os que fazem parte da cesta básica. Essas empresas também podem acumular crédito de ICMS. "Mas as que mais nos procuraram até agora são as exportadoras. Vamos entrar com mandado de segurança ou ação ordinária, que pedirá o reconhecimento do direito de considerar como custo o saldo credor de ICMS", comenta.

A maioria dos Estados, como o Rio de Janeiro, por exemplo, não quer aceitar a transferência de créditos de uma empresa para outra. São Paulo permite a utilização dos créditos apenas para pagamento a fornecedores. O advogado do escritório TozziniFreire, Jorge Henrique Zaninetti, afirma que com o crescimento das exportações, cada vez mais as empresas buscam ferramentas para ao menos aliviar essa situação. "Essa decisão do STJ é conseqüência disso. E sua pretensão é legítima para empresas exportadoras ou preponderantemente exportadoras", afirma.

Zaninetti comenta que empresas que adquirem componentes importados têm pedido a suspensão do imposto devido nessa compra para compensar o acúmulo de créditos de ICMS. "Já os investidores estrangeiros ou empresas que mudam de Estado incluem maneiras de compensar créditos de ICMS em pacotes de incentivos fiscais firmados com os Estados", afirma.

O advogado Luiz Rogério Sawaya Batista, do escritório Nunes e Sawaya Advogados, afirma que havia decisões de tribunais inferiores favoráveis e desfavoráveis à tese. "Por isso, é interessante que o STJ se posicione permitindo o abatimento do saldo credor de ICMS do rendimento da empresa",

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diz. O advogado lembra que uma das decisões favoráveis ao contribuinte foi a sentença da juíza Adriana Barretto de Carvalho Rizzotto, da 22ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro.

O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, comemora a decisão. "Ela poderá ser usada por outras exportadoras. Espero que também em relação a créditos de PIS e Cofins", afirma. É possível compensar créditos de PIS e Cofins com outros tributos federais. Mas, segundo Castro, há empresas que não pagam tributos em valor equivalente ao montante de créditos de PIS e Cofins acumulados. Há 300 associados na AEB.

O economista e presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto, acredita que a decisão resultará em uma ajuda bastante significativa para as empresas que buscarem a Justiça para obter o mesmo que a indústria de madeiras. "Conheço empresas que ajuizaram ação judicial para que seja autorizada a negociar o crédito acumulado de ICMS com outras empresas do mesmo Estado e há decisões a favor e contra", diz Segatto. Para o economista, futuras decisões como a que beneficiou a Butzke poderão conferir ao menos um alívio para aqueles que não conseguiram o direito de fazer esse tipo de transação. A Abracex reúne aproximadamente 1.200 empresas.

Os advogados Régis Pallotta Trigo e Luiz Felipe Ferraz, do Demarest & Almeida, afirmam que já receberam consulta sobre a possibilidade de contabilizar os créditos de ICMS chamados de "crédito podre" como custo. "Essa decisão do STJ é interessante porque baliza isso", diz Trigo. Os advogados alertam que o ideal seria que a segunda turma do STJ também se manifestasse no mesmo sentido antes do ajuizamento de ação para obter o mesmo. "Mas é bom lembrar que esses créditos vencem em cinco anos a contar de sua geração", finaliza.

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Penal - Crime fiscal ainda persiste na Justiça: Denúncias antes do fim da ação administrativa continuam apesar de decisão do STF e STJ

(Valor Econômico 01.09.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

Zínia Baeta, de Belo Horizonte

Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido em 2003 que os contribuintes só podem ser responder por crimes tributários após o término dos processos administrativos em que se discutem os débitos e, recentemente, tanto o Supremo quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) terem aplicado o mesmo posicionamento para as discussões relativas a contribuições previdenciárias, a abertura de inquéritos policiais e as denúncias contra contribuintes continuam a ocorrer. Segundo advogados criminalistas, o problema persiste principalmente em relação às contribuições à Previdência. Já para as questões tributárias, houve uma redução do número de denúncias, porém ainda há casos em que os empresários são denunciados por falsificação de documentos, que seria o chamado "crime-meio" para a prática do "crime-fim", que seria a sonegação.

"Nesta semana recebi o caso de um cliente denunciado pelo Ministério Público por falsidade documental", afirma o criminalista Marcelo Leonardo, titular do escritório que leva seu nome. Segundo Leonardo, no caso de seu cliente, não houve ainda o esgotamento da via administrativa. O advogado Roberto Delmanto Júnior, sócio do escritório Delmanto Advocacia Empresarial, também confirma que denúncias têm se baseado no crime-meio e não no principal - o que, para ele, seria uma forma de burlar a jurisprudência sobre o tema já definida pelos tribunais superiores.

O problema, segundo o sócio do escritório Mattos Filho Advogados, Roberto Quiroga Mosquera, tem ocorrido principalmente na área previdenciária. Muitos dos contribuintes atingidos pelo procedimento são representantes de entidades filantrópicas e assistenciais que não obtiveram a renovação de seus

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certificados de assistência social (CNAs). Quando isso ocorre, afirma o advogado, há o início de uma fiscalização e, ocorrendo um auto de infração, a administração notifica o Ministério Público para que o órgão denuncie os responsáveis pela entidade. Filantrópicas e entidades assistenciais são isentas do pagamento da contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a cada três anos devem obter a renovação do certificado para terem direito a essa isenção. O advogado afirma que possui cerca de quatro clientes da área que foram denunciados criminalmente no último ano. Ele também lembra de casos de algumas faculdades de São Paulo cujos dirigentes foram denunciados, quando as entidades perderam seus certificados, e tiveram que entrar com pedidos de habeas corpus na Justiça. Para ele, porém, esse tipo de procedimento deve mudar com a estruturação da Super-Receita. O advogado avalia que esse é atualmente um procedimento mais comum ao INSS do que à Receita Federal.

O advogado Antônio Moraes Pitombo, do escritório Moraes Pitombo Advogados, afirma que infelizmente os tribunais regionais federais (TRFs) tem dado um tratamento diferenciado entre questões previdenciárias e outras envolvendo os demais tributos. Ele exemplifica com o caso de um cliente cuja denúncia do Ministério Público foi recebida pela primeira instância. Pitombo entrou com um habeas corpus no TRF da 3ª região que foi negado. O advogado, que recorreu aos tribunais superiores, alega que a denuncia não poderia ocorrer enquanto não for finalizado o procedimento administrativo. "A contribuição previdenciária tem natureza de tributo", diz. Por isso, afirma, não faz sentido que haja tratamento diferenciado.

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Portaria regula comunicados ao MP (Valor Econômico 01.09.2008 p. E1 Legislação & Tributos)

De Belo Horizonte

A Portaria nº 665 da Receita Federal, publicada em abril deste ano, poderá ter efeitos desastrosos para os contribuintes se colocados em prática pelos fiscais determinados pontos da orientação. A norma estabelece os procedimentos a serem seguidos pelos auditores na comunicação de fatos que possam configurar crimes fiscais ao Ministério Público (MP) federal. A norma foi um dos temas debatidos durante o XII Congresso Internacional de Direito Tributário, realizado pela Associação Brasileira de Direito Tributário (Abradt) em Belo Horizonte na semana passada.

O advogado Igor Mauler Santiago, sócio do escritório Sacha Calmon Misabel Derzi Consultores e Advogados, afirma que, de um modo geral, a portaria segue a orientação jurisprudencial dos tribunais superiores em relação ao término dos procedimentos administrativos para a possibilidade de oferecimento de denúncias. No entanto, na avaliação do advogado, a orientação possui algumas incongruências. Se o contribuinte realizar parcelamentos, por exemplo, a fiscalização poderá remeter autos de representação penal para o Ministério Público, como afirma Santiago. A exceção da norma seria apenas para os parcelamentos concedidos pelo Refis e Paes. "O Supremo Tribunal Federal (STF), porém, já disse que o parcelamento suspende a pretensão punitiva", diz. No caso das pessoas físicas, a orientação da Receita prevê a representação para qualquer tipo de parcelamento.

O advogado Américo Lacombe, ex-presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região e um dos palestrantes do congresso, afirma que tanto o Supremo quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendem que o parcelamento suspende a punibilidade, ou seja, a capacidade punitiva do Estado. Se o parcelamento deixar de ser pago, aí sim, o contribuinte poderá ser denunciado. Além disso, ele lembra que já há casos em que a Justiça admitiu a suspensão mesmo para os parcelamentos ocorridos após as denúncias.

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Em relação às questões previdenciárias, Santiago afirma que a portaria estabelece que basta existir o auto de infração para que a denúncia possa ocorrer. O que também, afirma o advogado, contraria a jurisprudência do Supremo. Lacombe afirma que essa orientação já está gerando problemas. (ZB)

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A Receita Federal brasileira sob nova direção: Na última década priorizou-se o tributo indireto, embutido no preço e pouco visível ao contribuinte

(Valor Econômico 01.09.2008 p. E2 Legislação & Tributos)

Fernando Aurelio Zilveti

Após um longo período de desastrosa política fiscal, a direção da Receita Federal foi alterada. A nova secretária da Receita Federal, Lina Maria Vieira, disse em recente entrevista que estudará aumentar o número de alíquotas do Imposto de Renda, agravando a progressividade do imposto. Ela promete analisar a questão da tributação que hoje grava mais aquele que ganha menos. Parece haver, em princípio, uma mudança de direção em matéria de política fiscal. Também são anunciados avanços da fiscalização, bem como programas de implementação à perseguição do contribuinte. A Receita ainda quer ver aprovada a contribuição social para a saúde - a chamada CSS.

A notícia do aumento da renda do brasileiro também chama a atenção. O rendimento médio do trabalhador cresceu em relação aos anos anteriores. Os expressivos índices de crescimento acima da média combatem a alta taxa de desemprego e com o emprego formal de carteira assinada. Há um notório aumento do número de contribuintes que ultrapassam a faixa considerada de pobreza. Com isso, é crescente a base de tributação direta e indireta, mais sensível na classe média com emprego formal. Justamente a classe média, que responde pela maior fatia da tributação, tem um sentimento de que as recompensas da prosperidade e os avanços do fisco não tiveram efeito efetivo sobre eles. O contribuinte brasileiro não vê, afinal, sentido para tanta tributação.

Não se leva em conta, na política fiscal nacional, aquilo que concerne ao tributo como objeto de expropriação, de dominação, de indução, de fiscalização, de participação social e, mais recentemente, de redistribuição de riquezas. Se verdadeira a retórica da redistribuição, como o contribuinte não percebe isso? De qual participação social toma parte, afinal, o contribuinte?

O único propósito do tributo é produzir receita para o Estado. Todos, inclusive os pobres, devem pagar tributos. William Kennedy, celebrado financista do século XIX, dizia que os tributos deveriam ser distribuídos na proporção direta da renda. O método razoavelmente adequado de atingir esse objetivo seria através de um sistema tributário compensatório. Cada tributo poderia até mesmo ser injusto se analisado isoladamente, porém essa injustiça seria compensada com outra, que a cancelaria. O Imposto de Renda deveria recair sobre a classe média e rica, jamais sobre a pobre. Os tributos aduaneiros recairiam sobre um determinado número de contribuintes que praticassem importação de mercadorias. O patrimônio seria gravado para atingir aqueles contribuintes de posses. Os tributos sobre operações financeiras, por seu turno, atingiriam somente aqueles que navegassem por aquele mercado. A tributação sobre o consumo tenderia a atingir a todos indistintamente, porém, com maior vigor, proporcionalmente, sobre aqueles de menor renda.

Na última década priorizou-se o tributo indireto, embutido no preço e pouco visível ao contribuinte

Infelizmente o sistema de compensações sugerido por Kennedy não foi levado adiante pelo fisco. Embora a tributação da renda não seja novidade entre contribuintes brasileiros, é sistematicamente preterida. Prioriza-se a tributação sobre o consumo. Integram o sistema tributário brasileiro os tributos

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diretos, que incidem sobre a renda e o patrimônio, e os tributos indiretos, que incidem sobre o consumo. Ademais, o fisco tributa quase 100% a mais a produção do que a média dos demais países, o que também reflete sobre o consumo.

Os tributos diretos são essencialmente o IR, o INSS, o IPTU, o ITR e o IPVA. Os indiretos são basicamente o ICMS, o IPI, a Cofins, o PIS e a Cide. O impacto regressivo dos tributos indiretos é mais sentido sobre os pobres. Na última década priorizou-se o tributo indireto, embutido no preço e pouco visível ao contribuinte. Os últimos dois governos complicaram ainda mais o sistema, com uma enxurrada de normas e regulamentos, especialmente para os tributos indiretos. O resultado é que os pobres comprometem muito mais sua renda do que os ricos.

Presente na legislação imperial, o Imposto de Renda foi, de fato, posto em vigor no primeiro terço do século XX. Dizia-se que o contribuinte brasileiro não tinha renda e que seria inútil gravar somente um punhado de aquinhoados. A história brasileira não rebate essa teoria, principalmente se for analisada a ocupação demográfica do país e a evolução econômica. Já é tempo de implementar a tributação mais efetiva sobre a renda. A renda é a melhor expressão de riqueza.

Não é o caso, porém, de aumentar excessivamente a progressividade ou o número de alíquotas. Isso seria um atentado à eficiência fiscal. A Alemanha, por exemplo, tem três alíquotas de Imposto de Renda, entre 22,9% e 53% do rendimento anual do contribuinte. Isso torna o imposto mais efetivo para aqueles de maior renda. Os países europeus, os Estados Unidos e o Japão preferem trabalhar com um número reduzido de alíquotas e poucas deduções. Adotaram a praticidade fiscal e simplicidade normativa. Sugere-se, então, que a reforma tributária brasileira siga os moldes internacionais. A sociedade civil espera que a nova direção de Receita Federal ponha seu foco nisso.

Fernando Aurelio Zilveti é advogado, mestre em direito constitucional e doutor em direito tributário pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), professor da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e conselheiro do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT)

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

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Da ilegalidade dos limites impostos à dedução do PAT-Programa de Alimentação do Trabalhador do IR devido pelas pessoas jurídicas

(Migalhas – 01.09.2008)

Érica de Carvalho E. Rodrigues*

Em 14 de abril de 1976, foi editada a Lei nº. 6.321 (clique aqui), que permitiu às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real deduzir do Imposto de Renda devido, a título de incentivo fiscal, as despesas de custeio em Programas de Alimentação do Trabalhador (PAT), relativamente aos trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos.

Atualmente, a Lei 6.321⁄76 é regulamentada pelo Decreto nº. 5, de 14 de janeiro de 1991 (clique aqui), cujo artigo 1º assim determina:

Art. 1º - A pessoa jurídica poderá deduzir, do Imposto sobre a Renda devido, valor equivalente à aplicação da alíquota cabível do Imposto sobre a Renda sobre a soma das despesas de custeio

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realizadas, no período-base, em Programas de Alimentação do Trabalhador, previamente aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social - MTPS, nos termos deste Regulamento

Conforme o decreto regulamentador acima mencionado, a dedução do Imposto sobre a Renda estará limitada a 4% do imposto devido em cada exercício, podendo o eventual excesso ser transferido para dedução nos dois exercícios subseqüentes. Serão admitidas como despesas de custeio aquelas que vierem a constituir, além do custo direto e exclusivo do serviço de alimentação, a matéria-prima, mão-de-obra, encargos decorrentes de salários, asseio e os gastos de energia diretamente relacionados ao preparo e à distribuição das refeições.

Denota-se, portanto, que a lei e o decreto regulamentador estipularam que, para a concessão do incentivo, seriam exigíveis: i) a existência do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT, devidamente aprovado pelo Ministério do Trabalho, eii) o atendimento aos requisitos legais (no entanto, sem contemplar a fixação de custos máximos para a refeição).

Entretanto, atualmente, a IN da SRF nº. 267, de 23 de dezembro de 2002 (clique aqui), veio limitar o benefício a R$1,99 (um real e noventa e nove centavos) por refeição individual, valor esse correspondente a 80% do custo máximo admitido por refeição, qual seja, R$2,49 (dois reais e quarenta e nove centavos), conforme previsão constante no parágrafo 2º, do artigo 2º, in verbis:

Art. 2º A pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor equivalente à aplicação da alíquota do imposto sobre a soma das despesas de custeio realizadas no período de apuração em programas de alimentação do trabalhador (PAT) nos termos desta Seção, sem prejuízo da dedutibilidade das despesas, custos ou encargos.

§ 1º (...)§ 2º O benefício fica limitado ao valor da aplicação da alíquota do imposto sobre o resultado da multiplicação do número de refeições fornecidas no período de apuração pelo valor de R$ 1,99 (um real e noventa e nove centavos), correspondente a oitenta por cento do custo máximo da refeição de R$ 2,49 (dois reais e quarenta e nove centavos).

Todavia, a limitação implementada por meio de instrução normativa mostra-se inconstitucional, por afrontar ao princípio da legalidade, uma vez que ato infra legal não pode restringir, ampliar ou alterar direitos decorrentes de lei.

A legalidade tributária implica não a simples preeminência da lei, mas a reserva absoluta de lei, vale dizer, a necessidade de que toda a conduta da Administração tenha o seu fundamento positivo na lei, ou, por outras palavras, que a lei seja o pressuposto necessário e indispensável de toda a atividade administrativa, como anota Alberto Xavier1.

Nesse sentindo, o Superior Tribunal de Justiça, em recente decisão no Recurso Especial nº 990.313 - SP, confirmando entendimento do TRF da 3ª Região, considerou ilegais os atos administrativos que fixaram valores máximos para as refeições individuais, como condição para que a empresa obtivesse o direito ao incentivo fiscal decorrente das despesas com alimentação dos trabalhadores.

Dessa forma, depreende-se do que foi exposto, que a restrição imposta pela Instrução Normativa nº. 267⁄2002, ato interno da Receita Federal do Brasil, restringe direito resguardado em lei, em flagrante ofensa ao princípio da legalidade, devendo as pessoas jurídicas participantes do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT questionarem a restrição ao benefício fiscal junto ao Poder Judiciário.

http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=67973

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Estados determinam Escrituração Digital para grandes contribuintes(Migalhas – 01.09.2008)

Luiz Roberto Peroba Barbosa*Renato Henrique Caumo**

1. Nos termos do Protocolo ICMS nº 76, de 14.8.2008 ("Protocolo 76/08"), diversos Estados brasileiros1 estabeleceram a obrigatoriedade da Escrituração Fiscal Digital --também conhecida como SPED estadual--, por parte dos maiores contribuintes do ICMS.

2. Com isso, a partir de 1.1.2009 os contribuintes listados nos anexos do Protocolo 76/08 ficarão obrigados a prestar diversas informações contábeis e fiscais, em meio digital, às Secretarias de Fazenda dos Estados brasileiros em que operam, conforme já determinava o Convênio ICMS nº 143, de 20.12.2006.

3. Vale destacar, nesse sentido, que caberá aos próprios Estados esclarecerem, em legislação local, a exata extensão das informações a serem prestadas pelos grandes contribuintes.

4. Contudo, em face da maior integração pretendida pelas autoridades fiscais e federais, espera-se que a validação das informações eletrônicas observe o mesmo sistema operacional aplicável ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED federal)2, previsto no Decreto nº. 6.022/07 (clique aqui), de maneira a evitar a criação de processo semelhante em âmbito estadual, em prejuízo do contribuinte.

5. Por fim, considerando o curto prazo fixado pelo Protocolo 76/08 e o fato de diversos Estados ainda não terem publicado a totalidade das regras e esclarecimentos necessários para a operacionalização do SPED estadual, cabe aos contribuintes ficarem alertas. O prejuízo aos que não se adequarem pode ser relevante._______________1 Alagoas, Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

2 Cláusula 1ª, §2º, do Convênio ICMS nº 143/06.____________________*Sócio do escritório Pinheiro Neto Advogados**Associado da Área Tributária do escritório Pinheiro Neto Advogados

http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=67894

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