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    Formao segmentada

    CDIGO DE INSOLVNCIA

    Nuno B. M. Lumbrales

    Pedro Roque

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    I - ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO DE INSOLVNCIA

    1.Introduo

    Art. 1 do CIRE:"O processo de insolvncia um processo de execuo universal que tem comofinalidade a satisfao dos credores pela forma prevista num plano de insolvncia,baseado, nomeadamente, na recuperao da empresa compreendida na massainsolvente

    , ou, quando tal no se afigure possvel, na liquidao do patrimnio dodevedor insolvente e a repartio do produto obtido pelos credores

    Um devedor pode ser declarado insolvente numa de duas situaes (Cfr. art. 3 doCIRE):

    - Quando no seja capaz de cumprir as suas obrigaes vencidas; ou- No caso das pessoas coletivas ou patrimnios autnomos por cujas dvidasno responda pessoal e ilimitadamente qualquer pessoa singular, quando orespetivo passivo seja manifestamente superior ao ativo.

    A insolvncia considera-se declarada na data e hora em que for proferida a sentena

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    I - ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO DE INSOLVNCIA

    O tribunal competente para tramitar o processo de insolvncia o da sede dodevedor

    O processo urgente (no podendo em regra ser suspenso, salvo por fora dapendncia de um ou mais processos de insolvncia anterior(es) contra o mesmodevedor)

    O processo da competncia do juiz singular

    Quando o devedor morrer na pendncia do processo de insolvncia, este passa acorrer contra a respetiva herana, que se manter indivisa at ao encerramento doprocesso de insolvncia

    A aplicao do CIRE no prejudica a vigncia de alguns regimes especiais (legislaoreferente proteo do consumidor relativamente restruturao do respetivopassivo e tambm o mecanismo do Procedimento Especial de Conciliao, geridopelo IAPMEI

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    I - ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO DE INSOLVNCIA

    2.Massa Insolvente, Crditos Sobre a Insolvncia

    e Crditos Sobre a Massa Insolvente

    A massa insolvente constituda por todos os bens e direitos penhorveis de que odevedor for titular data da declarao da insolvncia, ou que venha a adquirir durantea pendncia do processo de insolvncia, constituindo um patrimnio autnomo cujafinalidade a de assegurar a satisfao dos crditos que existam sobre a massainsolvente e sobre a insolvncia

    Os crditos sobre a insolvncia so essencialmente os crditos dos credores do devedorinsolvente, constitudos antes da data da declarao de insolvncia, bem como oscredores de crditos sobre terceiros, que sejam garantidos, no todo ou parte, por bensque integrem a massa insolvente

    Os crditos sobre a massa insolvente, ou dvidas da insolvncia, so essencialmente ascontradas pela massa insolvente j aps a declarao da insolvncia (custas doprocesso, a remunerao do Administrador da Insolvncia, as que resultem dos atos deadministrao da massa insolvente, seja em sede de liquidao do patrimnio dodevedor, seja em sede de recuperao da empresa e da respetiva atividade)

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    Os crditos sobre a insolvncia podem ser classificados de diversas categorias, asquais determinam a prioridade e termos do respetivo pagamento:

    Crditos comuns: aqueles que no tm qualquer caracterstica especial

    Crditos privilegiados: quando beneficiem de privilgios creditrios, o que sucede,designadamente, com os crditos laborais e com os crditos do Estado e da Segurana Social)

    Crditos garantidos: quando beneficiem de garantia real, v.g. Hipoteca,

    Crditos sob condio: quando o respetivo reconhecimento dependa da verificao de um fatofuturo incerto, como por exemplo o resultado de uma ao judicial ainda pendente de deciso,ou a prvia excusso do patrimnio de terceiro, quando o devedor insolvente apenasresponda subsidiariamente pela satisfao do crdito em questo)

    Crditos subordinados: essencialmente os crditos correspondentes a juros constitudos jdepois da data da declarao da insolvncia, bem como outros crditos que, por estaremligados ao devedor ou a pessoas especialmente relacionadas com ele, ou ainda por se teremconstitudo em circunstncias efetivamente ou presumivelmente suspeitas, so consideradosmenos atendveis que todos os restantes

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    I - ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO DE INSOLVNCIA

    3.Administrador da Insolvncia

    O Administrador da Insolvncia em regra nomeado pelo Juiz, de entre osprofissionais inscritos nas respetivas listas oficiais, podendo o Tribunal seguir ou nouma eventual indicao sugerida pelo requerente da insolvncia (seja este o devedorou um dos seus credores) na petio inicial.

    Quando a especial dimenso da empresa insolvente, especificidade do respetivo

    ramo de atividade ou complexidade do processo ou justifique(m), podem oscredores, nomear como Administrador da Insolvncia pessoa no inscrita nas listasoficiais

    Quando "o processo de recrutamento assuma grande complexidade", pode qualquercredor ou grupo de credores requerer ao Juiz a nomeao de Administradores da

    Insolvncia adicionais

    Podem ainda os credores votar por maioria simples "dos votantes e dos votosemitidos"a substituio do Administrador da Insolvncia nomeado pelo Juiz

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    O Administrador da Insolvncia inicia funes assim que notificao da suanomeao, cabendo-lhe, sob fiscalizao e com a cooperao da Comisso deCredores (quando exista), assumir a gesto da massa insolvente e assegurar atravsda mesma o pagamento das dvidas da massa insolvente e da insolvncia

    O Administrador da Insolvncia exerce, em regra, pessoal e autonomamente as suasfunes, sem prejuzo da possibilidade de substabelecer determinados atos concretosnoutros Administradores de Insolvncia, e ainda da possibilidade de se fazercoadjuvar, sua responsabilidade, por tcnicos ou outros auxiliares (incluindo oprprio devedor, mediante autorizao da Comisso de Credores ou, se esta noexistir, do Juiz), remunerados ou no

    Enquanto administrador da massa insolvente, o Administrador da Insolvnciasubstitui-se ao devedor insolvente na gesto de todos os ativos que compem a

    massa insolvente, podendo designadamente substituir-se ao mesmo para efeitos deconfisso, desistncia ou transao em qualquer litgio judicial pendente em que odevedor insolvente ou a massa insolvente sejam parte, desde que a Comisso deCredores manifeste a sua concordncia nesse sentido

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    O Administrador da Insolvncia est obrigado a prestar ao Juiz e Comisso deCredores, rgos que fiscalizam a sua atividade, todas as informaes relativas suaadministrao da massa insolvente e respetiva liquidao

    O Administrador da Insolvncia deve:

    apresentar trimestralmente relatrios sucintos sobre o estado da administrao eliquidao da massa insolvente,

    apresentar contas, sob a forma de conta corrente acompanhada dos respetivosdocumentos de suporte, resumindo toda a receita e despesa da massainsolvente, no prazo de dez dias contados da cessao das funes, ou durante oseu exerccio, sempre que tal lhe seja solicitado pela Comisso de Credores oupelo Juiz

    Quando o Administrador da Insolvncia no preste contas, o Juiz pode nomearterceiro idneo para proceder respetiva elaborao, sendo que o Administrador daInsolvncia responde civil e, eventualmente, tambm criminalmente, pelos prejuzosque, no exerccio das suas funes, causar massa insolvente, aos respetivoscredores e aos credores da insolvncia

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    Sempre que entenda existir justa causa para o efeito, o Juiz pode, depois de ouvidosa Comisso de Credores (caso exista), o devedor e o prprio Administrador daInsolvncia, decidir a destituio deste ltimo, e a respetiva substituio,respeitando, quanto a este ltima aspeto, eventual indicao da Assembleia deCredores

    A obrigatoriedade da apresentao de contas anuais do devedor, nos termos geraisda legislao comercial e fiscal, no posta em, causa pela existncia, paralela, decontas prestadas pelo Administrador da Insolvncia no mbito do processo deinsolvncia.

    O devedor insolvente e respetivos legais representantes mantm-se obrigados aocumprimento das obrigaes declarativas e fiscais do devedor, respondendo pelorespetivo incumprimento, com referncia ao perodo da sua administrao.

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    4.A Comisso de Credores

    O Juiz designa, em princpio logo na sentena que declara a insolvncia do devedor,uma Comisso de Credores, com trs ou cinco membros efetivos e dois suplentes,regra geral presidida pelo maior credor da insolvncia

    A Assembleia de Credores pode, a todo o tempo e sem necessidade de justa causa,deliberar a criao, extino ou modificao da composio da Comisso de Credores

    A Comisso de Credores deve fiscalizar a atividade do Administrador da Insolvncia eprestar-lhe colaborao

    As deliberaes da Comisso de Credores so comunicadas ao Juiz pelo respetivopresidente, sendo que porm delas no cabe reclamao para o Tribunal

    Os atos praticados pelo Administrador da Insolvncia em execuo de deliberaesda Comisso de Credores so, esses sim, passveis de reclamao para o Juiz, decuja deciso, por sua vez, poder caber recurso para o Tribunal da Relao

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    5.A Assembleia de Credores

    Tm assento na Assembleia de Credores todos os credores da insolvncia, que sepodem fazer representar por mandatrios com poderes especiais para o efeito

    O Administrador da Insolvncia, o devedor e respetivos administradores, e osmembros da Comisso de Credores tm o direito e, simultaneamente, o dever departicipar nas reunies da Assembleia de Credores.

    O Ministrio Pblico e os representantes dos trabalhadores tm tambm esse direito,mas sem carcter de obrigatoriedade

    Cada credor dispe de um voto por cada euro ou frao do crdito que lhe forreconhecido e no for objeto de impugnao por parte do Administrador daInsolvncia ou de outro credor com direito de voto

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    Aos crditos sob condio, impugnados ou subordinados, so atribudos votos peloJuiz, na proporo do respetivo valor e da maior ou menor probabilidade da respetivaatendibilidade, deciso essa que no passvel de recurso, e no produz quaisqueroutros efeitos que no os de determinar os votos disposio de cada um doscredores em causa na reunio da Assembleia de Credores em questo.

    Da mesma forma, as deliberaes tomadas na mencionada reunio no podem serimpugnadas com base na alegada atribuio a uym determinado credor de umnmero incorreto de votos

    A Assembleia de Credores presidida pelo Juiz, que dirige os respetivos trabalhos, equando necessrio, determina a sua suspenso para um dos 15 dias seguintes

    A convocao das reunies da Assembleia de Credores feita pelo Juiz,

    oficiosamente ou a requerimento do Administrador da Insolvncia, da Comisso deCredores, ou de um grupo de credores representativo de pelo menos 20% doscrditos no subordinados

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    I - ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO DE INSOLVNCIA

    As deliberaes da Assembleia de Credores so, salvo disposio especfica da lei emcontrrio, tomadas por maioria simples dos votos expressos, independentemente donmero de credores representados na reunio da Assembleia de Credores em que a

    deliberao seja tomada

    O Administrador da Insolvncia ou qualquer credor com direito de voto podereclamar para o Juiz contra deliberaes da Assembleia de Credores que sejamcontrrias ao interesse geral dos credores

    Da deciso do Juiz sobre a reclamao podem recorrer todos os credores que atenham votado favoravelmente ou, quando a reclamao tenha sido indeferida,apenas os credores que a tenham subscrito (e j no os credores que, muito emboratendo votado contra a deliberao em causa dela no tenham reclamado)

    A Assembleia de Credores prevalece sobre os demais rgos da insolvncia

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    6.Efeitos da Declarao da Insolvncia

    a) Sobre o Devedor e Outras Pessoas:

    O principal efeito da declarao da insolvncia sobre o devedor a perda, pelomesmo, dos poderes de administrao e alienao do seu patrimnio, que passam apertencer ao Administrador da Insolvncia

    Quando o devedor insolvente seja uma pessoa coletiva, os seus rgos deadministrao mantm-se em funes, mas sem direito a remunerao (exceto noscasos, raros, em que a administrao da massa insolvente seja atribuda aodevedor). Os titulares desses rgos tm o direito a renunciar aos respetivosmandatos, mas apenas depois de procederem apresentao e depsitos das contasdo devedor, com referncia data da deciso de liquidao do respetivo patrimnio

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    b) Efeitos Processuais:

    O Administrador da Insolvncia substitui o insolvente em todos os processos judiciaispendentes que possam afetar o valor da massa insolvente, ou que tenham interessepara esta.

    So apensados ao processo de insolvncia todos os processos judiciais em que oinsolvente seja parte que o Administrador da Insolvncia considere relevantes para o

    processo de insolvncia, e tambm todos aqueles em que tenha sido ordenada aapreenso, sob qualquer forma, de ativos que integrem a massa insolvente

    Com a declarao de insolvncia:

    fica suspensa a eficcia de convenes arbitrais em que o insolvente seja parte suspendem-se, quanto ao devedor insolvente, todas as aes executivas e

    procedimentos cautelares em curso que possam atingir os bens integrantes damassa insolvente, no podendo igualmente, durante a pendncia do processo deinsolvncia, ser instaurados novos processos deste tipo contra o devedor, porparte dos credores da insolvncia.

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    As aes instauradas para cobrana de dvidas da massa insolvente correm porapenso ao processo de insolvncia (exceto no caso das execues fiscais), mas spodem ser instauradas depois de decorridos pelo menos trs meses sobre a data da

    declarao da insolvncia

    c) Efeitos Sobre os Crditos

    Uma vez declarada a insolvncia e at ao encerramento do processo de insolvncia,

    os credores apenas podero exercer os seus direitos durante a pendncia doprocesso de insolvncia

    Todas dvidas do insolvente, exceto as que estejam subordinadas verificao decondies suspensivas (fatos futuros incertos de que dependa a existncia ouconstituio efetiva da dvida) vencem-se imediatamente com a declarao da

    insolvncia

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    I - ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO DE INSOLVNCIA

    O vencimento antecipado das dvidas do devedor insolvente implica que seconsiderem incumpridos os planos de pagamento estipulados no mbito deexecues Fiscais pendentes contra o devedor, podendo os crditos exequendos ser

    reclamados na sua totalidade

    Os crditos que estejam sujeitos a uma condio resolutiva (fato futuro e incerto quedetermine a extino da dvida existente) so tratados como incondicionados at quea condio, eventualmente, se verifique, caso em que o credor em causa ter quedevolver quaisquer pagamentos que haja recebido

    Com a declarao da insolvncia extinguem-se alguns privilgios creditrios egarantias reais (Cfr. Art. 97, n. 1, do CIRE)

    Declarada a insolvncia, deixa de ser possvel registar hipotecas legais sobre bens do

    devedor para garantia dos crditos sobre a insolvncia, mesmo aps o encerramentodo processo de insolvncia, salvo o pedido de registo tiver sido apresentado antes dadeclarao da insolvncia, ou dois meses antes dessa data, quando tais hipotecasvisem garantir crditos pertencentes ao Estado, Segurana Social ou autarquiaslocais

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    d) Efeitos Sobre os Negcios em Curso

    A regra geral sobre os negcios bilaterais em curso (ou seja, ainda nocompletamente executados nem pelo insolvente nem pela contra-parte) a respetivasuspenso, at que o Administrador da Insolvncia, por sua iniciativa ou nasequncia de interpelao pela contra-parte, opte pelo cumprimento do contrato oupela recusa desse cumprimento

    Em caso de recusa do cumprimento do contrato, nenhuma das partes tem direito restituio das prestaes j efetuadas (exceto, eventualmente, quando haja direito separao da coisa). Cada uma das partes pode exigir outra o cumprimento dacontra-prestrao correspondente parte da sua prestao que j tenha cumprido,sendo que, quando esse direito assista contra-parte, ser tratado como um crditosobre a insolvncia.

    O direito a indemnizao pelos danos causados pelo incumprimento do contrato,nestes casos, limitado ao valor da prestao ainda no cumprida que a massainsolvente possa exigir parte contrria, e ainda abatido do valor da prestao que acontra-parte possa exigir massa insolvente, sendo tratado como crdito sobre ainsolvncia

    contrato ou pela recusa desse cumprimento (Cfr. Art. 102, n. 1 e n. 2, do CIRE)..

    Em caso de recusa do cumprimento do contrato, nenhuma das partes tem direito restituio das prestaes j efetuadas (exceto, eventualme

    correspondente parte da sua prestao que j tenha cumprido, sendo que, quando esse direito assista contra-parte, ser tratado como um crdito sobre a i

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    Relativamente a vendas com reserva de propriedade e outros negciossimilares, quando o insolvente seja o vendedor (ou o locador, em casos de leasingou ALD), a parte contrria poder exigir o cumprimento do contrato se a coisa j lhe

    tiver sido entregue antes da declarao da insolvncia

    Relativamente a contratos promessa, o Administrador da Insolvncia no poderecusar o cumprimento daqueles que tenham eficcia real, quando o insolvente sejao promitente vendedor e j tenha havido entrega da coisa ao promitente comprador

    No que se refere aos contratos de locao em que insolvente seja locatrio, osmesmos no se suspendem, nem pode haver recusa de cumprimento por parte doAdministrador da Insolvncia, que pode porm denunciar o contrato com um pr-aviso de 60 dias ao locador, ou inferior, se a lei o ou contrato, em concreto, opermitirem

    As disposies do CIRE relativas aos efeitos da declarao da insolvncia sobre osnegcios em curso so imperativas, sendo por isso insuscetveis de serem afastadasou modificadas por disposies contratuais

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    e) Resoluo em Benefcio da Massa Insolvente

    Alm dos negcios em curso, tambm atos ou negcios jurdicos j integralmentecumpridos ou levados cabo podem ser afetados pela declarao de insolvncia, muitoembora nesse caso j no como um efeito automtico.

    O princpio geral o de que "Podem ser resolvidos em benefcio da massa insolventeos atos prejudiciais massa praticados dentro dos dois anos anteriores data do

    incio do processo de insolvncia"

    Por outro lado "Consideram-se prejudiciais massa os atos que diminuam, frustrem,dificultem, ponham em perigo ou retardem a satisfao dos credores da insolvncia"

    So considerados particularmente suspeitos e lesivos para a massa insolvente, e porisso suscetveis de resoluo incondicional, ou seja, sem dependncia de quaisqueroutros requisitos, os atos elencados nas vrias alneas do n. 1 do art. 121 do CIRE(atos de disposio gratuitos, partilhas, pagamentos antecipados, constituio degarantias, ou reembolso de suprimentos, etc.)

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    7.Reclamao e Verificao de Crditos, Separao e Restituio de Bens

    Todos os credores que pretendam intervir no processo de insolvncia, e assim obtero pagamento dos seus crditos atravs da massa insolvente, devem reclamar os seuscrditos no prazo que for estipulado pelo Tribunal na sentena que declarar ainsolvncia do devedor (geralmente 30dias)

    Nos 15 dias posteriores ao termo do prazo para reclamao de crditos, o

    Administrador da Insolvncia apresenta as listas dos crditos reconhecidos e noreconhecidos, elaboradas com base nas reclamaes de crditos e nos elementosconstantes na contabilidade do devedor, bem como noutros que, por qualquer outraforma, sejam do seu conhecimento

    No prazo de 10 dias, pode qualquer interessado impugnar as listas de credores

    reconhecidos e no reconhecidos, com fundamento na indevida incluso ou exclusode crditos, bem como na sua errada quantificao ou qualificao

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    8.Encerramento do Processo

    O Juiz declara o encerramento do processo, com publicidade equivalente conferida nasentena declaratria da insolvncia, quando:

    Esteja concluda a liquidao do patrimnio do insolvente, e efetuado o rateio final dorespetivo produto entre os credores;

    Aps o trnsito em julgado de sentena que homologue plano de insolvncia cujo

    contedo no implique o prosseguimento do processo; A pedido do devedor, quando este deixe de se encontrar em situao de insolvncia,

    ou quando mesmo mantendo-se o devedor nessa situao, todos os credoresconsintam na extino do processo;

    Quando o Administrador da Insolvncia verifique que a massa insolvente no contmativos suficientes para assegurar o pagamento das custas do processo e restantes

    dvidas da massa insolvente; e No despacho inicial do incidente de exonerao do passivo restante, caso o processo

    no tenha ainda sido encerrado anteriormente.

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    I - ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO DE INSOLVNCIA

    Com o encerramento do processo cessam a generalidade dos efeitos substantivos eprocessuais da declarao da insolvncia, voltando, desse momento em diante, asrelaes entre o devedor e os seus credores (incluindo-se aqui quer os credores da

    insolvncia, quer os credores da massa insolvente) a pautar-se pelas regras gerais

    Quando o devedor seja uma sociedade comercial, a mesma poder prosseguir a suaatividade aps o encerramento do processo de insolvncia quando esseencerramento tenha ocorrido no mbito de um plano de insolvncia que preveja acontinuao da atividade da sociedade ou, mediante deliberao dos scios nessesentido, quando o encerramento do processo decorra do deferimento de pedido dodevedor, fundado na cessao da situao de insolvncia ou no consentimento detodos os credores

    A sociedade considera-se no entanto extinta quando o encerramento do processo deinsolvncia ocorra aps a realizao do rateio final, ou decorra da insuficincia damassa insolvente para assegurar o pagamento das custas do processo e demaisdvidas da massa, caso em que a liquidao da sociedade prosseguir os seus termosadministrativamente

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    9.Insolvncias Transfronteirias

    Regulamento (CE) n. 1346/2000, do Conselho, de 29 de Maio, em cuja execuoforam integrados no CIRE os respetivos arts. 271 a 274, mas cuja influncia seestende, em bom rigor, at ao art. 296 do CIRE.

    Essencialmente, o Regulamento regula as relaes entre processos de insolvnciaabertos contra o mesmo devedor em diferentes Estados-Membros, designadamente

    porque a atividade econmica do devedor insolvente se reparta por vrios pases.

    Determina-se, essencialmente, que o Estado-Membro competente para o processoprincipal de insolvncia ser o pas onde se situe o principal centro de interesses dodevedor, presumindo-se que este seja aquele onde se situa o respetivo domiclio ousede social.

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    10.Indiciao de Infrao Penal

    Perante fato que indiciem a prtica de crimes falenciais (insolvncia dolosa,insolvncia negligente, frustrao de crditos e favorecimento de credores), o Juizdeve disso dar conhecimento ao Ministrio Pblico, para efeitos do exerccio da aopenal

    Se a denncia for feita na petio inicial e houver lugar a julgamento, sero extradas

    certides dos depoimentos das testemunhas que depuserem sobre a matriacriminal, as quais sero depois remetidas ao Ministrio Pblico para efeitos doexerccio da ao penal

    As principais decises proferidas no mbito do processo penal (arquivamento ouacusao, deciso instrutria, sentenas e acrdos) devem ser objeto de emisso de

    certido, a ser remetida para o processo de insolvncia

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    11.Disposies Finais do CIRE

    Custas

    A taxa de justia devida reduzida a metade quando a insolvncia do devedor novenha a ser declarada, e a um quarto se o processo findar antes de realizada aaudincia de julgamento

    Sendo declarada a insolvncia mas sendo aprovado um plano de insolvncia,implique ele ou no a recuperao da empresa, a taxa de justia reduzida a doisteros

    A responsabilidade pelo pagamento das custas do processo de insolvncia cabe massa insolvente, quando a insolvncia do devedor seja declarada por deciso

    judicial transitada em julgado, ou ao requerente da insolvncia (seja ele o devedorou um credor) no caso contrrio.

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    IILIQUIDAO DA MASSA INSOLVENTE

    1.Providncias Conservatrias

    Proferida a sentena declaratria da insolvncia, o Administrador da Insolvncia deveapreender imediatamente os elementos da contabilidade do devedor, bem comotodos os seus bens que devam integrar a massa insolvente (com a nica exceodaqueles que hajam sido apreendidos em processo crime ou contra-ordenacional),ficando depositrio dos mesmos

    A apreenso efetuada por meio de arrolamento ou entrega direta atravs debalano, sendo em qualquer dos casos elaborado auto onde contem a identificao,descrio, e avaliao dos ativos apreendidos, bem como a respetiva entrega aoAdministrador da Insolvncia ou a depositrio especial, e se faa meno deeventuais ocorrncias relevantes para o processo, auto esse que ser assinado peloAdministrador da Insolvncia e pelo detentor dos bens apreendidos ou, quando esteno possa ou no queira assinar, por duas testemunhas

    Os autos de arrolamento ou de entrega por balano so juntos ao processo deinsolvncia, por apenso

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    IILIQUIDAO DA MASSA INSOLVENTE

    2. Inventrio, Lista de Credores e Relatrio do Administrador da Insolvncia

    Como elementos preparatrios da primeira reunio da Assembleia de Credores, oAdministrador da Insolvncia deve preparar um inventrio e uma lista provisria decredores, que sero anexos ao seu relatrio, o qual dever ser junto ao processo atoito dias teis antes da data designada para realizao da Assembleia de Apreciaodo Relatrio

    Quando o valor de alguns desses bens ou direitos possa variar em funo dacontinuao ou no da atividade da empresa, o Administrador da Insolvncia devermencionar no inventrio ambos os valores, de modo a prever ambas as hipteses, ese avaliao de algum ou alguns dos ativos integrados na massa insolvente forparticularmente difcil, tal(ais) avaliao(es) poder(o) ser confiada(s) a perito

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    IILIQUIDAO DA MASSA INSOLVENTE

    A lista provisria de credores elaborada pelo Administrador da Insolvncia combase nas reclamaes de crditos e na contabilidade do devedor, incluindoigualmente outros crditos cuja existncia seja por qualquer outra forma do seu

    conhecimento, indicando, relativamente a cada um desses crditos, a identificao emorada do credor, o montante, fundamento, natureza do crdito, bem comoeventuais possibilidades de compensao do mesmo.

    A lista conter igualmente uma avaliao estimativa das dvidas da massainsolvente, no cenrio pressuposto de uma pronta liquidao da massa

    Estes dois documentos so anexados ao relatrio do Administrador da Insolvncia noqual expe Assembleia de Credores, principal rgo da insolvncia, a situaoeconmica, financeira e patrimonial do devedor, e quais as perspetivas possveis deprosseguimento do processo e desfechos previsveis em cada uma delas.

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    IILIQUIDAO DA MASSA INSOLVENTE

    3.Liquidao

    Na Assembleia de Apreciao do Relatrio, antes da votao, este apreciado pelodevedor, pela Comisso de Credores e pela Comisso de Trabalhadores, quandoexistam

    A principal deliberao tomada nesta primeira reunio da Assembleia de Credores aque determina o encerramento ou manuteno em atividade da empresa e/ou

    estabelecimento(s) que integre(m) a massa insolvente

    A venda dos ativos que integram a massa insolvente efetuada pelo Administradorda Insolvncia, na sequncia do trnsito em julgado da sentena declaratria dainsolvncia e da Assembleia de Apreciao do Relatrio, no respeito pelasdeliberaes tomadas pelos credores na referida Assembleia ou noutras que se lhe

    sigam

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    IILIQUIDAO DA MASSA INSOLVENTE

    No mbito da liquidao da massa insolvente, o Administrador da Insolvncianecessita da autorizao da Comisso de Credores ou, quando esta no exista, daAssembleia de Credores, para praticar atos de especial relevo para a massa

    insolvente

    O critrio no essencial semelhante ao da distino entre actos de administraoordinria e de administrao extraordinria.

    A empresa insolvente , preferencialmente, alienada como um todo

    Quando o devedor seja uma pessoa singular e a massa insolvente no compreendauma empresa, o Administrador da Insolvncia pode, com o prvio acordo dodevedor, requerer ao Juiz a dispensa da liquidao, substituindo-se esta pelaentrega, pelo devedor ao Administrador da Insolvncia, de um valor em dinheiro

    equivalente ao que resultaria da realizao da liquidao, no prazo de oito dias dadeciso do Juiz que deferir o pedido e estipular o montante pecunirio adequado

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    ORDEM DOS TCNICOS OFICIAIS DE CONTAS 32

    IILIQUIDAO DA MASSA INSOLVENTE

    4. Pagamento aos Credores

    Antes de proceder ao pagamento dos crditos sobre a insolvncia, o Administradorda Insolvncia assegura o pagamento das dvidas da massa insolvente, presentes eprevisveis at ao termo do processo, colocando de parte os recursos necessrios

    igualmente depositado parte valor do produto da venda de bens que j tenhamsido liquidados (ou, quando o valor do produto da respetiva venda no possa ser

    determinado v.g. porque os bens em questo tenham sido alienados em um oumais lotes, conjuntamente com outros - o valor que lhes tiver sido atribudo eminventrio) mas sejam objeto de ao de restituio ou separao de bens cujoprotesto esteja em vigor, de modo a precaver a eventual procedncia da ao

    O pagamento dos crditos sobre a insolvncia depende do respetivo reconhecimento

    e verificao por sentena transitada em julgado

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    IILIQUIDAO DA MASSA INSOLVENTE

    Os credores garantidos podem porm receber o pagamento, total ou parcial, da partedo seu crdito que seja objeto da garantia real invocada logo aps a liquidao dobem sobre o qual incide a sua garantia, respeitadas as prioridades em caso de

    concorrncia de garantias sobre o mesmo bem e abatido do valor a ser imputado sdvidas da massa

    O mesmo se passa com os credores privilegiados

    Recebem depois os credores comuns e, se as foras da massa assim o permitirem, oscredores subordinados, pela ordem de prioridades correspondente ordem dasalneas do art. 48, do CIRE, salvo se, no caso de o carcter subordinado do crditoresultar de conveno entre o respetivo titular e o devedor, tiver sido acordado outrograu de prioridade

    Se o produto da liquidao da massa insolvente for suficiente para pagar a todos oscredores, o Administrador da Insolvncia devolve o remanescente ao devedor ou, seeste for uma pessoa coletiva, distribui-o entre os respetivos participantes ou d-lheoutro destino que esteja previsto na lei ou nos respetivos estatutos

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    1.Plano de Insolvncia

    O plano de insolvncia regula o pagamento dos crditos sobre a insolvncia, aliquidao da massa insolvente, a repartio do respetivo produto, e aresponsabilidade do devedor findo o processo de insolvncia, podendo derrogar amaior parte da normas do CIRE, mas s podendo afetar a esfera jurdica dosinteressados ou de terceiros nos termos previstos no CIRE ou medianteconsentimento dos visados

    Caso tenha como finalidade a recuperao do devedor, o plano designar-se- planode recuperao, meno que constar em toda a documentao que lhe digarespeito

    Podem apresentar propostas de plano de insolvncia o Administrador da Insolvncia,o devedor, qualquer responsvel legal pelas dvidas do insolvente, e qualquer credorou grupo de credores representativo de 20% dos crditos no subordinados sobre ainsolvncia

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    O Administrador da Insolvncia elaborar a proposta do plano de insolvncia emcolaborao com a Comisso de Credores (se existir), com a Comisso deTrabalhadores, e com o devedor, no respeito pelas deliberaes que, a esse respeito,

    hajam sido tomadas pela Assembleia de Credores

    Caso tenha como finalidade a recuperao do devedor, o plano designar-se- planode recuperao, meno que constar em toda a documentao que lhe digarespeito

    Podem apresentar propostas de plano de insolvncia o Administrador da Insolvncia,o devedor, qualquer responsvel legal pelas dvidas do insolvente, e qualquer credorou grupo de credores representativo de 20% dos crditos no subordinados sobre ainsolvncia

    O plano de insolvncia deve respeitar o princpio da igualdade dos credores

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    nulo qualquer acordo paralelo ao plano de insolvncia, que atribua vantagens adeterminado(s) credores em contrapartida de determinados comportamentos noprocesso de insolvncia, designadamente o exerccio do direito de voto na

    Assembleia de Credores (Cfr. Art. 194, n. 3, do CIRE).

    O plano de insolvncia pode conter perdo total ou parcial de crditos, com ou semclusula de regresso de melhor fortuna, o condicionamento do pagamento sdisponibilidades do devedor, modificao de prazos de vencimento e/ou taxas dejuro, a constituio de garantias, ou a cesso de bens aos credores, no podendo, no

    entanto, afetar garantias reais ou privilgios creditrios acessrios de crditosdetidos pelo Banco Central Europeu, pelos Bancos Centrais de Estados-Membros daUnio Europeia, ou de participantes num sistema de pagamentos tal como definidona alnea a) do art. 2 da Diretiva n. 98/27/CE, do Parlamento e do Conselho, de 19de Maio ou equiparvel

    A menos que o plano de insolvncia disponha expressamente o contrrio, os direitosinerentes a garantias reais e privilgios creditrios mantm-se integralmente, oscrditos subordinados so integralmente perdoados, o cumprimento do plano deinsolvncia exonera o devedor e os responsveis legais da totalidade das dvidas dainsolvncia remanescentes

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    Se o devedor for uma sociedade comercial, o plano de insolvncia pode, dentro decertas condies, prever a realizao de uma srie de operaes societrias, comoaumentos e/ou redues de capital social, converso de crditos em participaes

    sociais, alterao dos estatutos socias e/ou do tipo societrio, alterao dacomposio dos rgos sociais, ou excluso de scios

    O plano de insolvncia pode propor aos credores em geral ou a algum deles opesalternativas, mas nesse caso dever indicar uma como sendo a supletivamenteaplicvel caso o(s) credor(es) em questo no tomem opo expressa por nenhuma

    das alternativas indicadas no prazo que lhes for fixado

    O plano de insolvncia apenas pode estar sujeito a condies suspensivas quecorrespondam realizao de prestaes ou tomada de medidas que devam serprvias homologao do plano pelo Juiz, e no pode estar sujeito a condiesresolutivas

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    A deciso do Juiz de admitir uma proposta de plano de insolvncia no recorrvel,mas a deciso contrria recorrvel, nos termos gerais

    Admitida a proposta de plano de insolvncia, o Juiz notifica a Comisso deTrabalhadores (ou, quando esta no exista, os representantes designados pelosmesmos), a Comisso de Credores, o devedor e o Administrador da Insolvncia, parase pronunciarem sobre a mesma no prazo de 10 dias

    Findo o prazo referido, o Juiz convoca a Assembleia de Credores, com antecednciamnima de 20 dias, para discutir e votar o plano de insolvncia proposto, ficando aproposta e os pareceres das pessoas e entidades consultadas disponveis naSecretaria Judicial, para consulta dos interessados

    O plano de insolvncia pode ser alterado pelo proponente, durante a reunio da

    Assembleia de Credores destinada sua discusso, apreciao e votao, com vista aassegurar a respetiva aprovao

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    O plano de insolvncia aprovado se, estando reunido qurum deliberativo (estandopresentes ou representados da Assembleia os titulares de um tero dos crditos comdireito de voto), a proposta conseguir reunir, cumulativamente, dois teros do total

    dos votos expressos e mais de metade dos votos correspondentes a crditos nosubordinados, no se considerando as abstenes como votos expressos

    Com a homologao do plano de insolvncia, o mesmo produz os seus efeitos sobretodos os crditos existentes sobre a insolvncia, incluindo aqueles que no tenhamsido reclamados no processo

    A sentena de homologao do plano de insolvncia confere eficcia a todos os atosou negcios jurdicos previstos no plano de insolvncia, independentemente dasrespetivas exigncias legais de forma, desde que constem no processo osconsentimentos das pessoas ou entidades envolvidos ou afetados que sejamlegalmente necessrios

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    A moratria ou perdo concedido ao devedor no plano de insolvncia fica sem efeito,quando:

    (i) este incumpra a obrigao de pagamento de um crdito reconhecido por decisojudicial, ainda que no transitada em julgado, depois de essa dvida estar vencida ede subsequente interpelao escrita do credor para pagamento da mesma erespetivos juros moratrios no prazo de 15 dias,

    (ii) se o devedor voltar a ser declarado insolvente em novo processo de insolvncia,ou

    (iii) se ocorrer outro facto a que o plano de insolvncia atribua essa consequncia,durante um perodo mximo de trs anos contados da data da homologao doplano).

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    O perodo de fiscalizao da execuo do plano de insolvncia tem a durao mximade trs anos, e cessa logo que:

    (i) estejam satisfeitos os crditos sobre a insolvncia, nos termos estipulados noplano;

    (ii) o devedor (ou a(s) sociedade(s) constituda(s) no mbito do plano deinsolvncia) seja declarado insolvente, em novo processo de insolvncia, sendo,em qualquer dos casos, o encerramento do perodo de fiscalizao pode serconfirmado por meio de deciso proferida pelo Juiz, a requerimento doAdministrador da Insolvncia, do devedor ou da(s) sociedade(s) constituda(s)no mbito do plano de insolvncia

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    2.Administrao pelo devedor

    Quando na massa insolvente esteja compreendida uma empresa, o Juiz pode, na

    sentena declaratria da insolvncia, determinar que a administrao da massainsolvente se mantenha a cargo do devedor

    Para que isso seja possvel, deve o devedor ter apresentado requerimento nessesentido, apresentando proposta de plano de insolvncia que preveja a continuao daexplorao da empresa por si prprio, ou comprometendo-se a apresent-la no prazode 30 dias contados da sentena que declarar a sua insolvncia, sem que hajamotivos para recear atrasos na tramitao do processo ou outras desvantagens paraos credores, sendo igualmente necessrio obter a concordncia do requerente dainsolvncia, quando esta no tenha sido requerida pelo prprio devedor

    A Administrao da massa insolvente tambm pode ser confiada ao devedor que otenha requerido por deliberao da Assembleia de Credores, na reunio paraapreciao do relatrio ou noutra que eventualmente a preceda

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    III-RECUPERAO DE EMPRESA

    Ao Administrador da Insolvncia caber fiscalizar a administrao da massainsolvente por parte do devedor, e informar o Juiz e a Comisso de Credores (ou,quando esta no exista, todos credores que tenham reclamado crditos no processo

    de insolvncia) de quaisquer actos ou circunstncias que desaconselhem amanuteno dessa administrao, podendo inclusivamente exigir que fiquem a seucargo todos os recebimentos em dinheiro e a efectivao de todos os pagamentos

    Apesar de isso no pr em causa a validade do acto perante terceiros, o devedor nodever praticar actos de gesto corrente a que o Administrador da Insolvncia se

    oponha, nem actos de administrao extraordinria sem a respectiva autorizao

    A Administrao da massa insolvente por parte do devedor remunerada e cessa arequerimento do mesmo, por deliberao da Assembleia de Credores, se deixarem dese verificar os pressupostos legais dessa administrao e ainda se o devedor noapresentar plano de insolvncia no prazo que lhe for fixado, ou se esse plano de

    insolvncia no chegar a ser admitido, aprovado ou homologado

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    IV-INSOLVNCIA DE NO EMPRESRIOS E PEQUENASEMPRESAS

    O regime especial previsto nos arts. 249 a 266 do CIRE apenas aplicvel adevedores no empresrios (sendo estes aqueles que no tenham sido titulares deempresa durante os trs anos anteriores ao incio do processo de insolvncia) e a

    pequenas empresas, sendo estas aquelas que no tenham dvidas laborais, notenham mais do que 20 credores e no tenham um passivo global superior a 300.000

    Nestes casos, no admissvel a elaborao de um plano de insolvncia, nem aatribuio da administrao da massa insolvente ao devedor. O devedor pode no

    entanto apresentar, com a petio inicial ou em alternativa contestao, um planode pagamento aos credores

    Plano de pagamentos: no essencial um documento semelhante ao plano deinsolvncia, ainda que mais simples, onde o devedor tentar propor aos credoresuma soluo que acautela na medida das suas possibilidades os interesses daqueles,

    e que poder conter moratrias, perdes totais ou parciais, extino total ou parcialde privilgios creditrios e garantias, a calendarizao do(s) pagamento(s), e outrasmedidas que o devedor entenda tomar com vista melhoria da sua situaofinanceira e patrimonial

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    IV-INSOLVNCIA DE NO EMPRESRIOS E PEQUENASEMPRESAS

    O regime especial previsto nos arts. 249 a 266 do CIRE apenas aplicvel adevedores no empresrios e a pequenas empresas, sendo estas aquelas que notenham dvidas laborais, no tenham mais do que 20 credores e no tenham um

    passivo global superior a 300.000

    Se o plano de pagamentos for aprovado por todos os credores (entendendo-se que orecusam aqueles que o declararem expressamente, e tambm os que tenhamcontestado a quantificao ou demais elementos do(s) seu(s) crdito(s) em termosque no tenham sido aceites pelo devedor), tem-se, naturalmente, por aprovado

    Caso o plano tenha sido aprovado por credores titulares de pelo menos 2/3 doscrditos relacionados pelo devedor, pode este ou qualquer daqueles requerer a Juiz osuprimento do consentimento dos credores que tenham recusado a aprovao doplano de pagamentos

    Aprovado o plano de insolvncia, o Juiz profere sentena de homologao do mesmoe, aps o respetivo trnsito em julgado, tambm sentena declaratria da insolvnciado devedor, nos autos principais

    IV INSOLVNCIA DE NO EMPRESRIOS E PEQUENAS

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    IV-INSOLVNCIA DE NO EMPRESRIOS E PEQUENASEMPRESAS

    Em caso de incumprimento do plano de pagamentos por parte do devedor, amoratria ou perdo previstos no mesmo ficam sem efeito, sendo o incumprimentodo plano aferido em condies similares quelas em que o o incumprimento do

    plano de insolvncia, mas sem necessidade de reconhecimento judicial da(s)dvida(s) em mora

    Os credores relacionados pelo devedor que tenha solicitado a aprovao de um planode pagamentos apenas podem requerer a declarao de insolvncia do devedornoutro processo se:

    (i) o plano de pagamentos for incumprido pelo devedor, ou

    (ii) tendo mantido a divergncia com o devedor no que se refere ao montante edemais elementos do(s) seu(s) crdito(s), provarem que lhes assiste razo

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    V-INSOLVNCIA DE AMBOS OS CNJUGES

    possvel a coligao de marido e mulher enquanto insolventes no mesmo processo,desde que o regime patrimonial do casamento no seja o da separao de bens

    Um cnjuge pode apresentar-se insolvncia no mbito de processo pendente contrao seu consorte, necessitando da respetiva anuncia para o efeito, mas j no daanuncia do requerente (se este no for o devedor)

    Caso um dos cnjuges se oponha declarao da insolvncia, e outro apresenteproposta de plano de pagamentos, este apenas poder vir a ser aprovado caso aoposio ao pedido de declarao da insolvncia seja julgada procedente; caso taloposio seja julgada improcedente, declarada a insolvncia de ambos os cnjuges,sem benefcio do plano de pagamentos

    Na proposta de plano de pagamentos, nas reclamaes de crditos, na lista decredores reconhecidos e na sentena de verificao e graduao de crditos,identificar-se-o quais as dvidas comuns e prprias de cada um dos cnjuges

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    A Lei n. 16/2012, de 20 de abril: instituiu o processo especial de revitalizao(PER), a que correspondem os art.s 17-A a 17-I do CIRE, que constituem oCaptulo II - Processo especial de revitalizao do Ttulo I - Disposies introdutrias

    do CIRE.

    O processo especial de revitalizao um mecanismo vocacionado para a pr-insolvncia:Com o novo Processo Especial de Revitalizao (PER), particularmentedestinado a empresas em situao econmica difcil e de insolvncia

    iminente, ir criar-se um instrumento alternativo insolvncia, mais gil emais eficaz para a sua proteo e recuperao

    Condio necessria para a aplicao do PER: que a insolvncia seja meramenteiminente, ou seja, a empresa enfrenta srias dificuldades para a satisfao pontualdas suas obrigaes mas no est j efetivamente impossibilitada de as cumprir.

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    O PER pode ser utilizado por todo o devedor que, mediante declarao escrita e

    assinada, ateste que rene as condies necessrias para a sua recuperao.

    (a lei nada refere sobre o contedo mnimo que tal declarao dever conter)

    O PER essencialmente um processo de negociao: o PER inicia-se pela

    manifestao de vontade do devedor e de, pelo menos, um dos seus credores, por

    meio de declarao escrita e assinada por todos os declarantes, de encetarem

    negociaes conducentes revitalizao daquele por meio da aprovao de um plano

    de recuperao.

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    O devedor munido da declarao referida, deve, de imediato, adotar os seguintesprocedimentos:

    - Comunicar que pretende dar incio s negociaes conducentes sua recuperaoao juiz do tribunal competente para declarar a sua insolvncia, devendo este nomear, deimediato, por despacho, administrador judicial provisrio, aplicando-se o disposto nosart.s 32 a 34, com as necessrias adaptaes (escolha, remunerao e competnciasdo administrador judicial provisrio);

    - Remeter ao tribunal cpias dos documentos elencados no n 1 do art. 24, asquais ficam patentes na secretaria para consulta dos credores durante todo o processo.

    O juiz proceder ento nomeao por despacho do administrador judicial provisrio

    O devedor ento notificado do despacho do juiz

    Dever comunicar, de imediato e por meio de carta registada, a todos os seus credoresque no hajam subscrito a declarao apresentada no tribunal.

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    Qualquer credor dispe ento de 20 dias para reclamar crditos

    O administrador judicial provisrio, no prazo de cinco dias, elabora uma lista

    provisria de crditos

    A lista provisria de crditos imediatamente apresentada na secretaria do tribunal epublicada no portal Citius, podendo ser impugnada no prazo de cinco dias teis edispondo, em seguida, o juiz de idntico prazo para decidir sobre as impugnaesformuladas. No sendo impugnada, a lista provisria de crditos converte-se de

    imediato em lista definitiva.

    Os credores que decidam participar nas negociaes em curso declaram-no aodevedor por carta registada.

    Findo o prazo para impugnaes, os declarantes dispem do prazo de dois mesespara concluir as negociaes encetadas, o qual pode ser prorrogado, por uma s veze por um ms, mediante acordo prvio e escrito entre o administrador judicialprovisrio nomeado e o devedor

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    Durante as negociaes o devedor presta toda a informao pertinente aos seuscredores e ao administrador judicial provisrio que haja sido nomeado

    As negociaes encetadas entre o devedor e os seus credores regem-se pelos termosconvencionados entre todos os intervenientes ou, na falta de acordo, pelas regrasdefinidas pelo administrador judicial provisrio nomeado, nelas podendo participar osperitos que cada um dos intervenientes considerar oportuno

    O administrador judicial provisrio participa nas negociaes, orientando e

    fiscalizando o decurso dos trabalhos e a sua regularidade, e deve assegurar que aspartes no adotam expedientes dilatrios, inteis ou, em geral, prejudiciais boamarcha daquelas.

    Durante as negociaes os intervenientes devem atuar de acordo com os princpiosorientadores aprovados pela Resoluo do Conselho de Ministros no 43/2011, de 25de outubro (ANEXO 1)

    VI PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    Do incio do procedimento de revitalizao resultam os seguintes efeitos:

    Durante todo o tempo em que perdurarem as negociaes, no s no podem ser

    instauradas quaisquer aes para cobrana de dvidas contra o devedor, comotambm se verifica a suspenso, quanto ao devedor, das aes em curso comidntica finalidade.

    Caso seja aprovado e homologado um plano de recuperao, ento as referidasaes extinguir-se-o, salvo se o referido plano preveja a sua continuao;

    Caso o juiz nomeie administrador judicial provisrio, o devedor fica impedido depraticar atos de especial relevo, tal como definidos no art. 161 do CIRE, sem quepreviamente obtenha autorizao para a realizao da operao pretendida por partedo administrador judicial provisrio

    Os processos de insolvncia em que anteriormente haja sido requerida a insolvnciado devedor suspendem-se na data de publicao no portal Citius do despacho a quese refere a alnea a) do n 3 do art. 17-C, desde que no tenha sido proferidasentena declaratria da insolvncia, extinguindo-se logo que seja aprovado ehomologado plano de recuperao.

    VI PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    Caso o processo de negociao tenha sucesso, com a concluso das negociaes econsequente aprovao unnime do plano de recuperao conducente revitalizaodo devedor, em que intervenham todos os seus credores, este deve ser assinado por

    todos, sendo de imediato remetido ao processo, para homologao ou recusa damesma pelo juiz, acompanhado da documentao que comprova a sua aprovao,atestada pelo administrador judicial provisrio nomeado, produzindo tal plano derecuperao, em caso de homologao, de imediato, os seus efeitos.

    Concluindo-se as negociaes com a aprovao de plano de recuperao conducente

    revitalizao do devedor, mas sem que essa aprovao seja unnime ou nointervindo todos os credores, o devedor remete o plano de recuperao aprovado aotribunal.

    Nesse caso, considera-se aprovado o plano de recuperao que rena a maioria dosvotos prevista no n 1 do art. 212

    VI PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    O juiz decide se deve homologar o plano de recuperao ou recusar a suahomologao, nos 10 dias seguintes receo da documentao referida, aplicando,com as necessrias adaptaes, as regras vigentes em matria de aprovao e

    homologao do plano de insolvncia previstas no Ttulo IX-Plano de Insolvncia, emespecial o disposto nos art.s 215 e 216.

    A deciso do juiz vincula os credores, mesmo que no hajam participado nasnegociaes, e notificada, publicitada e registada pela secretaria do tribunal, nostermos dos art.s 37 e 38, que emite nota com as custas do processo de

    homologao, sendo estas de conta do devedor.

    Esgotado o prazo de dois meses para a concluso das negociaes (eventualmenteprorrogado, por uma s vez e por um ms) sem que se alcance acordo ou caso odevedor ou a maioria dos credores prevista no n 3 do art. 17-F concluamantecipadamente no ser possvel alcanar acordo, o processo negocial encerrado,

    devendo o administrador judicial provisrio comunicar tal fato ao processo, sepossvel, por meios eletrnicos e public-lo no portal Citius.

    VI PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    Nos casos em que o devedor ainda no se encontre em situao de insolvncia, oencerramento do processo especial de revitalizao acarreta a extino de todos os

    seus efeitos.

    Estando o devedor j em situao de insolvncia, o encerramento do PER acarreta ainsolvncia do devedor, devendo a mesma ser declarada pelo juiz no prazo de trsdias teis, contados a partir da receo pelo tribunal da comunicao efetuada pelo

    administrador judicial provisrio.

    Compete ao administrador judicial provisrio na comunicao que dever terefetuado ao processo e mediante a informao de que disponha, aps ouvir odevedor e os credores, emitir o seu parecer sobre se o devedor se encontra emsituao de insolvncia e, em caso afirmativo, requerer a insolvncia do devedor

    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

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    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    Caso o PER tenha sucesso e seja aprovado o plano de recuperao, os credores vodispor de algumas garantias resultantes deste processo:

    - As garantias convencionadas entre o devedor e os seus credores durante oprocesso especial de revitalizao, com a finalidade de proporcionar quele osnecessrios meios financeiros para o desenvolvimento da sua atividade, mantm-semesmo que, findo o processo, venha a ser declarada, no prazo de dois anos, ainsolvncia do devedor;

    - Os credores que, no decurso do processo, financiem a atividade do devedordisponibilizando-lhe capital para a sua revitalizao gozam de privilgio creditriomobilirio geral, graduado antes do privilgio creditrio mobilirio geral concedidoaos trabalhadores.

    O processo especial de revitalizao pode igualmente iniciar-se pela apresentaopelo devedor de acordo extrajudicial de recuperao, assinado pelo devedor e porcredores que representem pelo menos a maioria de votos prevista no n 1 do art.212, acompanhado dos documentos previstos no n 2 do art. 17-A e no n 1 doart. 24.

    VI-PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

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    VI PROCESSO ESPECIAL DE REVITALIZAO

    VII-ASPETOS FISCAIS

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    VII ASPETOS FISCAIS

    O CIRE prev um conjunto de benefcios emolumentares e fiscais(Ttulo XIII - Benefcios emolumentares e fiscais - art.s 267 a 270)

    Dispensa de pagamento de emolumentos registo;

    Em sede de IRS/IRC:

    As mais-valias realizadas por efeito da dao em cumprimento de bens do devedor e dacesso de bens aos credores esto isentas de impostos sobre o rendimento das pessoas

    singulares e coletivas, no concorrendo para a determinao da matria coletvel dodevedor;

    No entram igualmente para a formao da matria coletvel do devedor as variaespatrimoniais positivas resultantes das alteraes das suas dvidas previstas em plano deinsolvncia ou em plano de pagamentos;

    o valor dos crditos que for objeto de reduo, ao abrigo de plano de insolvncia ou deplano de pagamentos, considerado como custo ou perda do respetivo exerccio, paraefeitos de apuramento do lucro tributvel dos sujeitos passivos do imposto sobre orendimento das pessoas singulares e do imposto sobre o rendimento das pessoascoletivas.

    VII-ASPETOS FISCAIS

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    VII ASPETOS FISCAIS

    Imposto do selo: esto isentos de imposto do selo, quando a ele se encontrassemsujeitos, os seguintes atos, desde que previstos em planos de insolvncia ou depagamentos ou praticados no mbito da liquidao da massa insolvente:

    a) As modificaes dos prazos de vencimento ou das taxas de juro dos crditos sobre ainsolvncia;b) Os aumentos de capital, as converses de crditos em capital e as alienaes decapital;c) A constituio de nova sociedade ou sociedades;

    d) A dao em cumprimento de bens da empresa e a cesso de bens aos credores;e) A realizao de operaes de financiamento, o trespasse ou a cesso da exploraode estabelecimentos da empresa, a constituio de sociedades e a transferncia deestabelecimentos comerciais, a venda, permuta ou cesso de elementos do ativo daempresa, bem como a locao de bens;f) A emisso de letras ou livranas.

    VII-ASPETOS FISCAIS

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    VII ASPETOS FISCAIS

    Em sede de IMT, esto isentas as seguintes transmisses de bens imveis, integradasem qualquer plano de insolvncia ou de pagamentos:

    a)As que se destinem constituio de nova sociedade ou sociedades e realizao doseu capital;

    b)As que se destinem realizao do aumento do capital da sociedade devedora;

    c)As que decorram da dao em cumprimento de bens da empresa e da cesso de bensaos credores.

    O n 2 do art. 270 dispe que ainda que esto igualmente isentos de impostomunicipal sobre as transmisses onerosas de imveis os atos de venda, permuta oucesso da empresa ou de estabelecimentos desta integrados no mbito de plano de

    insolvncia ou de pagamentos ou praticados no mbito da liquidao da massainsolvente.

    VII-ASPETOS FISCAIS

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    Na perspetiva do credor h ainda a considerar os seguintes aspetos:

    a) Em sede de IRC:

    Aceitao como gasto ou perda em sede de IRC de crditos concedidos econsiderados incobrveis, nos termos previstos no art. 41 (Crditos incobrveis) doCIRC

    b) Em sede de IVA

    A possibilidade do credor efetuar uma regularizao de IVA a seu favor, nos termosprevistos no n 7 do art. 78 (Regularizaes) do CIVA.

    VII-ASPETOS FISCAIS

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    A Administrao Fiscal, pela Circular n 1/2010, de 2 de fevereiro , expressatambm o seu entendimento no que respeita a vrias matrias, sendo a seguinte a

    sistematizao da referida Circular:

    I- Da declarao de insolvncia;

    II - Das obrigaes em sede de IRC;

    III- Das obrigaes em sede de IVA.

    Art. 55 (Deveres para com a administrao fiscal) do EOTOC

    VIII-RESPONSABILIDADES DO TOC

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    O CIRE no atribui ao TOC qualquer responsabilidade especfica no mbito do processode insolvncia (e agora no processo especial de revitalizao), mas no podemosesquecer as responsabilidades previstas no Estatuto da Ordem dos Tcnicos Oficiais deContas (ETOC), vlidas em qualquer fase da vida da empresa (seja esta pessoa singularou pessoa coletiva)

    O art. 6. - Funes (ETOC) dispe que so atribudas aos tcnicos oficiais de contas asseguintes funes:

    Planificar, organizar e coordenar a execuo da contabilidade; Assumir a responsabilidade pela regularidade tcnica, nas r;as contabilstica e

    fiscal; Assinar as respetivas demonstraes financeiras e declaraes fiscais, fazendo

    prova da sua qualidade; Assumir a responsabilidade pela superviso dos atos declarativos para a

    segurana social e para efeitos fiscais relacionados com o processamento desalrios.

    VIII-RESPONSABILIDADES DO TOC

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    A responsabilidade dos TOC vai-se pois colocar em trs planos:

    - Em primeiro lugar: conhecimento rigoroso da situao patrimonial do devedor(posies devedoras e credoras do devedor perante terceiros);

    - Em segundo lugar: conhecimento da situao econmica do devedor, ou seja saberse o valor do ativo superior ou no ao valor do passivo;

    - Finalmente, porque o cumprimento da obrigao prevista no art. 24 do CIRE(Juno de documentos pelo devedor) depende da existncia de uma contabilidade

    regularmente organizada.

    VIII-RESPONSABILIDADES DO TOC

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    Tambm no que respeita qualificao da insolvncia, a questo da existncia de umacontabilidade regularmente organizada pode assumir extrema importncia.

    O art. 186 (Insolvncia culposa) do CIRE determina que se considera sempre culposaa insolvncia do devedor que no seja uma pessoa singular quando os seusadministradores, de direito ou de fato, tenham:

    -Criado ou agravado artificialmente passivos ou prejuzos, ou reduzido lucros, causando,

    nomeadamente, a celebrao pelo devedor de negcios ruinosos em seu proveito ou node pessoas com eles especialmente relacionadas;

    - Incumprido em termos substanciais a obrigao de manter contabilidade organizada,mantido uma contabilidade fictcia ou uma dupla contabilidade ou praticadoirregularidade com prejuzo relevante para a compreenso da situao patrimonial efinanceira do devedor;

    VIII-RESPONSABILIDADES DO TOC

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    O art. 227 (Insolvncia dolosa) do Cdigo Penal dispe que o devedor que cominteno de prejudicar os credores:

    -Diminuir ficticiamente o seu ativo, dissimulando coisas, invocando dvidas supostas,reconhecendo crditos fictcios, incitando terceiros a apresent-los, ou simulando,por qualquer outra forma, uma situao patrimonial inferior realidade,nomeadamente por meio de contabilidade inexata, falso balano, destruio ouocultao de documentos contabilsticos ou no organizando a contabilidade apesarde devida;

    - Criar ou agravar artificialmente prejuzos ou reduzir lucros

    punido, se ocorrer a situao de insolvncia e esta vier a ser reconhecidajudicialmente, com pena de priso at 5 anos ou com pena de multa at 600 dias.

    O terceiro que praticar algum dos fatos descritos no n 1 deste art., com oconhecimento do devedor ou em benefcio deste, punido com a pena prevista nosnmeros anteriores, conforme os casos, especialmente atenuada.

    VIII-RESPONSABILIDADES DO TOC

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    O quadro de responsabilizao de TOCs e ROCs veio agora agravado com as alteraesao CIRE introduzidas pela Lei n 16/2012, de 20 de abril, que entrou em vigor no

    passado dia 20 de maio.

    Com efeito, o art. 189 (Sentena de qualificao) passou a dispor no seu n 2 que, nasentena que qualifique a insolvncia como culposa, o juiz deve:

    Identificar as pessoas, nomeadamente administradores, de direito ou de fato, tcnicos

    oficiais de contas e revisores oficiais de contas, afetadas pela qualificao, fixando,sendo o caso, o respetivo grau de culpa;

    Condenar as pessoas afetadas a indemnizarem os credores do devedor declaradoinsolvente no montante dos crditos no satisfeitos, at s foras dos respetivos

    patrimnios, sendo solidria tal responsabilidade entre todos os afetados.

    VIII-RESPONSABILIDADES DO TOC

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    Como que, num hipottico cenrio de desorganizao contabilstica, o juiz vai fixar o

    grau de culpa de um TOC, sem lhe ter dado previamente o contraditrio, quando, para o

    dito cenrio, podem ter concorrido inmeros fatores alheios ao mesmo? E no contexto

    atual de crise financeira, no vamos assistir a uma proliferao do jogo do empurra,

    em que o devedor, sistematicamente, imputa a responsabilidade pela insolvncia culposa

    ao seu TOC?

    Helena Silva Reis, jurista da OTOC em art. intitulado "Reviso do quadro da insolvncia culposa"publicado em 08.06.2012 no semanrio Vida Econmica (Anexo 4)

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    Obrigado