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1 Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira Fundado em 13 de fevereiro de 1955 Registro nº 438, Liv A-02 Cartório de Títulos e Documentos CNPJ 07.217.980/0001-28 Declarado de utilidade pública pela Lei nº 310 de 22 de maio 1955. ___________________________________________________________________________ UMA EXPERIÊNCIA ANARQUISTA EM PALMEIRA PR. 1890 1894 Vera Lúcia de Oliveira Mayer 1 O presente artigo tem por objetivo apontar uma cronologia histórica sobre a experiência anarquista efetivada no Município de Palmeira entre os anos de 1890 a 1894, “A Colônia Cecília de Giovanni Rossi” Uma história que sensibilizou e inspirou romancistas, historiadores e tantos pesquisadores, causando inúmeras interpretações sobre o tema. Na eminência da inauguração de um novo memorial, desta feita através de um projeto governamental, quando se reproduzirá pelas artes plásticas um resumo histórico em painéis. A fim de instrumentar estes artistas desde o contexto de sua criação, concretização até chegar os dias atuais, buscou-se a referência de alguns autores que desmistificaram alguns pontos obscuros e errôneos dessa experiência que tem sido propagado no decorrer do tempo, numa narrativa que se buscou a aproximação com a “verdade” acerca dos fatos. Desenvolvido em temáticas que podem auxiliar a compreender a história da Colônia Cecília, a única experiência anarquista da América” de forma mais factual. PALAVRAS CHAVE: anarquismo, anarquia, Colônia Cecília (PR), Giovanni Rossi, Palmeira (PR) ABSTRACT: This article aims to point out a historical chronology of the anarchist experience carried out in the City of Palmeira between the years 1890-1894 , "The Colony Cecilia of Giovanni Rossi" A story that touched and inspired novelists , historians and many researchers , causing numerous interpretations on the theme . On the verge of unveiling of a new memorial, this time through a government project, when it will play the visual arts in a historical summary panels . In order to instrument these artists from the context of its creation, implementation until reaching the present day, we looked for the reference of some authors who demystified some obscure points and erroneous that experience that has been propagated over time, a narrative that sought rapprochement with the "truth " about the facts . Developed in themes that can help you understand the history of "Colony Cecilia, the only anarchistic experience of America " more factual way . KEY WORDS: anarchism, anarchy, Colony Cecilia (PR), Giovanni Rossi, Palmeira, (PR) 1 Vera Lucia de Oliveira Mayer é graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira Diretora do Museu Histórico do Município. Escritora e pesquisadora da História de Palmeira.

Colônia Cecília - Uma Experiência Anarquista em Palmeira – PR. 1890 – 1894

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O presente artigo tem por objetivo apontar uma cronologia histórica sobre a experiência anarquista efetivada no Município de Palmeira entre os anos de 1890 a 1894, “A Colônia Cecília de Giovanni Rossi” Uma história que sensibilizou e inspirou romancistas, historiadores e tantos pesquisadores, causando inúmeras interpretações sobre o tema. Na eminência da inauguração de um novo memorial, desta feita através de um projeto governamental, quando se reproduzirá pelas artes plásticas um resumo histórico em painéis. A fim de instrumentar estes artistas desde o contexto de sua criação, concretização até chegar os dias atuais, buscou-se a referência de alguns autores que desmistificaram alguns pontos obscuros e errôneos dessa experiência que tem sido propagado no decorrer do tempo, numa narrativa que se buscou a aproximação com a “verdade” acerca dos fatos.

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Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira

Fundado em 13 de fevereiro de 1955

Registro nº 438, Liv A-02 Cartório de Títulos e Documentos

CNPJ 07.217.980/0001-28

Declarado de utilidade pública pela Lei nº 310 de 22 de maio 1955.

___________________________________________________________________________

UMA EXPERIÊNCIA ANARQUISTA EM PALMEIRA – PR. 1890 – 1894

Vera Lúcia de Oliveira Mayer 1

O presente artigo tem por objetivo apontar uma cronologia histórica sobre a

experiência anarquista efetivada no Município de Palmeira entre os anos de 1890 a 1894, “A

Colônia Cecília de Giovanni Rossi” Uma história que sensibilizou e inspirou romancistas,

historiadores e tantos pesquisadores, causando inúmeras interpretações sobre o tema. Na

eminência da inauguração de um novo memorial, desta feita através de um projeto

governamental, quando se reproduzirá pelas artes plásticas um resumo histórico em painéis.

A fim de instrumentar estes artistas desde o contexto de sua criação, concretização até chegar

os dias atuais, buscou-se a referência de alguns autores que desmistificaram alguns pontos

obscuros e errôneos dessa experiência que tem sido propagado no decorrer do tempo, numa

narrativa que se buscou a aproximação com a “verdade” acerca dos fatos. Desenvolvido em

temáticas que podem auxiliar a compreender a história da “Colônia Cecília, a única

experiência anarquista da América” de forma mais factual.

PALAVRAS CHAVE: anarquismo, anarquia, Colônia Cecília (PR), Giovanni Rossi,

Palmeira (PR)

ABSTRACT:

This article aims to point out a historical chronology of the anarchist experience carried out

in the City of Palmeira between the years 1890-1894 , "The Colony Cecilia of Giovanni

Rossi" A story that touched and inspired novelists , historians and many researchers , causing

numerous interpretations on the theme . On the verge of unveiling of a new memorial, this

time through a government project, when it will play the visual arts in a historical summary

panels . In order to instrument these artists from the context of its creation, implementation

until reaching the present day, we looked for the reference of some authors who demystified

some obscure points and erroneous that experience that has been propagated over time, a

narrative that sought rapprochement with the "truth " about the facts . Developed in themes

that can help you understand the history of "Colony Cecilia, the only anarchistic experience

of America " more factual way .

KEY WORDS: anarchism, anarchy, Colony Cecilia (PR), Giovanni Rossi, Palmeira, (PR)

1 Vera Lucia de Oliveira Mayer é graduada em Licenciatura em História pela Universidade Estadual

de Ponta Grossa. – Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira – Diretora do Museu

Histórico do Município. Escritora e pesquisadora da História de Palmeira.

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1. INTRODUÇÃO

Era final do século XIX, para o Sul do Brasil o então governo imperial estimulava a

vinda de imigrantes europeus, para colonizarem as vastas terras existentes, que precisavam

ser desbravadas. Em Palmeira já haviam se estabelecidos os portugueses, seus colonizadores,

alguns escravos africanos, os imigrantes alemães do Volga, famílias árabes e os poloneses,

recém chegados.

A colônia de Santa Bárbara, zona rural de Palmeira era um dos locais demarcados

para a colonização, já estavam instalados alguns alemães e os poloneses e em 1890 foram

também enviados os italianos anarquistas, liderados por Giovanni Rossi, para fundar uma

colônia experimental dentro da filosofia anarquista.

Assim, se efetivou a única experiência anarquista da América, e a mais conhecida no

mundo, sediada em terras palmeirenses: A Colônia Cecília. Uma experiência baseada nos

ideais de liberdade. Sem hierarquia, sem religião, sem governo. Na Colônia Cecília seria

posta à prova as verdades do socialismo anárquico.

Em 1890 Palmeira tinha na época da instalação da Colônia, aproximadamente 8.500

habitantes. Vivia-se o momento de transição entre o Brasil Império para o Brasil República,

com mudanças de toda ordem. 2

Motivado pela propaganda brasileira ao mercado de trabalho europeu, Rossi optou

por fundar uma colônia anarquista no Brasil, e, em função das circunstâncias então

encontradas, ele e um pequeno grupo de companheiros acabou se instalando no Paraná, no

município de Palmeira, aí permaneceram durante quatro anos.

A utopia destes idealistas acabou fracassada e a experiência da Colônia Cecília

acabou não dando certo. Muitos voltaram para a Itália, outros se espalharam pelo imenso

Brasil. Permaneceram em Santa Bárbara apenas os Agottani, Artusi e Mezzadri, outros se

deslocaram para a zona urbana de Palmeira, para cidades vizinhas e depois pelo imenso

Brasil.

Se de um lado o anarquismo enquanto ideologia não foi possível, a experiência

anarquista em Palmeira é um legado de histórias da vida de pessoas que contribuíram para o

enriquecimento sócio-cultural do Estado do Paraná.

2 Em novembro de 1889, o Império havia sido substituído pelo regime republicano; e dois anos antes

ocorrera a abolição da escravatura.

3

2. O ANARQUISMO - GIOVANNI ROSSI – E A CECÌLIA

O Anarquismo é a doutrina, teoria ou filosofia política que afirma que a autoridade

política, sob qualquer aspecto, é desnecessária e indesejável.

Baseia-se nos princípios de autogestão de sua economia, política e liberdade plena aos

adeptos, onde o trabalho é distribuído entre seus componentes; sem regulamentos nem

chefes; forma descompromissada da vida sexual entre casais - o amor livre.

ANARQUISTAS: Ação de indivíduos que se opõem e dão combate ao capitalismo,

almejando a derrocada do Estado e a reconstrução de uma “Nova Ordem Social.”. "Dicionário

de Ciências Sociais" FGV.

GIOVANNI ROSSI: Um misto de cientista, filósofo, veterinário de profissão e

agrônomo por vocação, também foi jornalista, poeta e músico.

CECÍLIA: Personagem de um romance escrito por Giovanni Rossi, num país

imaginário chamado de “Paggio Al Mare” cuja inspiração é o que se passava na Itália na

época. Cardias3 é o outro personagem do romance, este fez uma incursão numa região

agrícola, onde havia miséria, ignorância e exploração humana, pregando o socialismo como

manifestação de amor pela humanidade, ideias que encantam Cecília. (BACH, 2011)

A divulgação de uma experiência anarquista, em território italiano, feita por Rossi,

atraiu o interesse de alguns compatriotas que buscavam novas terras e estavam dispostos a

enfrentar desafios em busca de uma vida melhor na América do Sul.

O Italiano Giovanni Rossi, nascido em Pisa – Itália em

1856, membro da Associação Internacional dos

Trabalhadores desde seus 17 anos e convicto das premissas

anarquistas, idealizou uma colônia experimental na América

do Sul. A primeira opção era o Uruguai, certamente em razão

da disputa política naquele país entre os partidos Blanco e

Colorado, optou pelo Brasil.

3. A CHEGADA NO BRASIL.

3 Cárdias é o pseudônimo que Rossi utilizou depois, em diversos artigos que publicou, formatando e

disseminando os ideais anarquistas.

4

Rossi partiu da Itália em um vapor mercante adaptado para o transporte de

passageiros, o Città di Roma. Partiram do porto de Gênova, em 20 de fevereiro de 1890. No

bolso um capital de 2.500 mil liras, com passagem paga pelo governo brasileiro. Na bagagem

um sonho e a esperança.

O grupo pioneiro estava constituído por seis pessoas, cinco homens e uma mulher.

Além de Rossi, vieram o casal Cattina e Achille Dondelli, Evangelista Benedetti, Lorenzo

Arrighini e Giacomo Zanetti. Com exceção de Rossi, que era de Pisa, os demais

componentes do primeiro grupo eram procedentes da Bréscia.

Após a longa travessia, os seis pioneiros italianos anarquistas desembarcam no dia 18

de março no Rio de Janeiro, de lá pra a Ilha das Flores. Em 26 de março o grupo embarcou

no vapor Desterro. Pretendiam chegar ao Rio Grande do Sul. O mal-estar da longa viagem

afetou dois membros do grupo, fez com que eles desembarcassem em Paranaguá em 30 de

março. Resolveram ficar, pois sabiam da existência de um clima ameno e saudável no

Paraná.

Seguiram de trem para Curitiba e se estabeleceram na “Casa do Imigrante”. Em

contato com a Inspetoria de Terras e Colonização do recente governo republicano, receberam

por concessão e parcelamento um terreno com aproximadamente 200 hectares no município

de Palmeira, pelo valor de 15 liras que deveria ser pago em 5 anos.

No dia 2 de abril Giovani Rossi e Evangelista Benedetti, chegam a Palmeira. Dr.

Franco Grillo, há 17 anos no Brasil, médico Italiano então residente em Palmeira hospedou-

os em sua casa e auxiliou Rossi e Benedetti na instalação da Colônia Cecília, viabilizou os

contatos e os encaminhamentos com as autoridades locais. Por isso Dr. Grillo é considerado

um dos beneméritos do empreendimento anarquista no município.

4. FUNDAÇÃO DA COLÔNIA - PALAVRAS DE ROSSI.4

"Foi nos primeiros dias de abril de 1890 que Evangelista Benedetti e eu, depois de

alguns dias de exploração, nos estabelecemos em uma casinha de madeira abandonada, numa

área de 10 quilômetros quadrados, constituída de pradarias e bosques e reservada para nós."

"Não foi estipulado nenhum pacto, nem verbal nem escrito. Nenhum regulamento,

nenhum horário, nenhum encargo social, nenhuma delegação de poderes, nenhuma norma

fixa de vida ou de trabalho". Além disso, seus habitantes "viveram livres de toda e qualquer

4 As anotações de Rossi, são encontradas em diversos livros e artigos quando foram transcritos.

5

lei e autoridade”. “Com efeito, as sanções legais do país em que vivemos não exerceram

nenhuma influência sobre nós”. Giovani Rossi - A ajuda do Governo:

4.700 liras para a instalação; 2.500 liras para viagens de Rossi; 1.100 liras por família

– auxilio para construção das casas; 2.884 francos - ajuda para o grupo. (BACH. 2011 p.63

2011)

LOCALIZAÇÃO: A Colônia Cecília esteve localizada entre as localidades de Mandaçaia,

Santa Quitéria e Santa Bárbara. No terreno5 onde se localizou a sede do núcleo estava um

barracão construído para servir de abrigo e sala de decisões, de auditório, armazém, e

dormitório, local também chamado de “A casa do amor e da fraternidade”. Havia barracos

individuais para os casais.

Os anarquistas costumavam hastear uma bandeira, nas cores vermelha e preta, em

tronco de uma palmeira, defronte ao barracão coletivo utilizado para assembléias.

Na área que lhes estava disponível construíram ruas-estradas, valos para divisão,

moinhos e parreiras, fabricaram tijolos, plantaram milho e outros cereais. “Mesmo mudando

de idiomas falava-se a mesma linguagem, cantavam-se as mesmas canções, erguiam-se as

mesmas barricadas”. (KUPPER, 1993).

“A Colônia Cecília nascia pobre, sem assistência, sem discursos e aplausos. O duro

contraste entre teoria e prática se apresentou nos primeiros dias ao grupo de pioneiros

idealistas. Traziam pouca experiência para cumprir os ideais de sobrevivência de uma

colônia agrícola” (MELLO, 2003). Entre outros aspectos, Giovanni Rossi estabeleceu um

método chamado pedagogia ácrata, considerada o ensinamento ao ar livre.

"Nosso propósito não é a experimentação utopística de um ideal, mas o estudo

experimental - e o quanto possível rigorosamente científico - das atitudes humanas em

relação a um determinado problema." Giovanni Rossi.

A colônia tornou-se um laboratório, onde seu idealizador tinha objetivos técnicos.

Enquanto se desenrolava a experiência, Rossi anotava minuciosamente o comportamento de

seus membros. Passa então a estudar um modelo de família comunitária onde nem os filhos

eram de ninguém, seriam da comunidade.

Ele buscou criar uma colônia em que as suas idéias pudessem ser comprovadas:

mostrar a realização de uma vida comunitária – não sem problemas, logicamente, mas num

5 Atualmente o terreno onde se fez a experiência da Colônia Cecília é de propriedade de um dos

membros da família Arttuzi, descendente de um dos pioneiros da Colônia. Não disponível para

visitação.

6

espírito de camaradagem completa, numa forma de vida em que não deveria haver um poder

constituído, nem no âmbito de Estado, de religião ou de família.

5. A FORMAÇÃO DA COLÔNIA

1890 - Nov - Giovanni Rossi volta à Itália para formar um novo grupo para integrar a

colônia.

1891: Novos integrantes começaram a chegar, eram em sua maioria lavradores vindos

majoritariamente do norte da Itália. Ao mesmo tempo, atraídos pela propaganda de Rossi e por uma

vida sem patrão e sem fome, outras pessoas se mobilizavam para a viagem à América, boa parte

daquelas pessoas queria apenas um pedaço de terra para trabalhar e condições de vida,

melhores do que na Itália.

Segundo os escritos do próprio Rossi, a Colônia Cecília entre o final dos anos de

1891 e os meados de 1892 abrigava cerca de 250 integrantes, não necessariamente seguidores

do pensamento anarquista.

1892 - Novas famílias juntam-se à Colônia, desenvolvendo-se algumas atividades artesanais

de carpintaria, sapataria, abertura de estradas. A agricultura é intensificada. Boas relações

com as autoridades e comerciantes locais que abrem créditos para os cecilianos. Rossi

mantém uma vida social e cultural, integrado com a sociedade palmeirense. Foi o período do

auge da experiência.

Ao instalar a Colônia Cecília, Rossi desafiou de uma só vez a igreja, a família e o

estado. Na Colônia Cecília, a religião não tinha vez: a maioria de seus membros eram ateus, e

as datas religiosas eram ignoradas. Os casamentos não existiam oficialmente e as

propriedades privadas eram negadas. “Rossi passou por cima de leis federais, estaduais e

municipais. Rossi também defendia o amor livre, experiência que ele provou entre o final de

1892 e começo de 1893, quando dividiu a mesma mulher com outro morador da colônia”.

(ANTONELLI, 2013).

Segundo Cararo: “Ninguém deve ser impedido de se organizar. Mas ninguém deve

ser obrigado a se organizar. O anarquismo, ao colocar a liberdade individual em primeiro

plano, sempre privilegiou a organização voluntária”. (CARARO, 2008)

6. A DESINTEGRAÇÃO E O FIM DA EXPERIÊNCIA

Colônia Cecília existiu de 1890 a 1894 e as dificuldades começaram logo após sua

constituição. Entre os idealistas que chegaram havia, filósofos, músicos e outros intelectuais

7

que não tinham nenhuma habilidade com a terra. Os que eram agricultores encontraram

terras pouco férteis, sem divisões, próximas à colônia de poloneses extremamente religiosos,

católicos por excelência, o que dificultou o relacionamento entre vizinhos.

O fim da Colônia Cecília não foi definido por nenhum fato específico, mas pela soma

de alguns pontos que determinaram sua extinção: o grau de miséria em que viviam os

anarquistas: "Não era possível sobreviver em meio à miséria, mesmo em nome de um ideal.

Até porque esse ideal pressupunha uma vida prazerosa e, na miséria, não há prazer que

sobreviva", (MUELLER, 1989.)

1893 - Marcaria o princípio da desagregação definitiva da Colônia:

O Governo republicano tratou os imigrantes anarquistas como os demais, tendo

exigido deles o pagamento de tributos e taxas, inclusive a legislação da posse do terreno,

mediante o pagamento do seu valor venal. Além das dívidas com os fornecedores locais que

agora estavam sendo cobradas.

Todavia, o fracasso da experiência não se deu tão somente à imposição

governamental, pois com a produção agrícola intensificada, já haviam reunido condições de

saldar o débito, porém outros fatores influíram: a fuga do tesoureiro6 da Colônia com o

dinheiro de parte substancial da colheita vendida, veio somar à crise. O furto representou a

ocorrência mais ponderável, porque violentou a ordem anárquica dominante. “A semente da

desconfiança nascera com o episódio, e poucos demonstraram interesse em tentar tudo de

novo, partindo do zero.” (CHAVES, 2001)

O crupe, de caráter epidêmico, deixou cicatrizes nos barracões anarquistas. Sete

crianças do núcleo anarquista faleceram. Todo o otimismo da comunidade havia sido

arrasado, até porque não puderam enterrar seus mortos no cemitério da localidade, tiveram de

criar um cemitério para os “renegados”.

As oportunidades de trabalho em outras comunidades, vantagens materiais em

cidades servidas de energia elétrica, água, diversões, fizeram com que o núcleo fosse, aos

poucos, abandonado. A grande demanda por mão-de-obra e a expectativa de melhores

condições de vida nas cidades vizinhas fizeram com que muitos abandonassem o local e

partissem para Palmeira, Porto Amazonas, Ponta Grossa, Curitiba, depois pelo imenso Brasil.

6. Jose Gariga, misto de espanhol, argentino e italiano, seria o responsável pelas negociações de venda

do milho na cidade. Nunca mais voltou à Colônia com o dinheiro.

8

A colônia vê-se envolvida na Revolução Federalista o que provocou a repressão, a

disputa entre Maragatos e Picas Paus.7 Apesar de não ter ligação com os maragatos da

Revolução Federalista, os membros da colônia eram perseguidos.8

Até o que teria sido um dos fatores de atração da Colônia, o amor livre, poucas vezes

se concretizou na prática, ficando restrito apenas dois casos. Um deles envolvendo uma

mulher de nome Adele e outros três homens, o homem que a acompanhou desde a Itália,

chamado Anniballe; o próprio Rossi e o jovem Jean Géleác (FELICI, 1998, p. 29-30).

Vários jornais anarquistas divulgam notícias sobre a experiência e desencadeia-se

polêmica em torno das idéias de Rossi sobre amor livre, interpretado de modo diferente do

anarquismo.

Segundo Roscoche, a entrada e saída de integrantes da Colônia revelam a instabilidade

que ela sofreu durante os anos. Alguns a abandonaram com medo de dividir ou perder a

mulher, outros com o anseio de adquirir sua propriedade, outros não se adaptaram aos

trabalhos rurais, por possuírem profissões liberais ou ligadas a setores como a indústria.

“Alguns integrantes chegaram até mesmo a roubar bens e capital da colônia quando de saída.

Outra fonte de conflitos teria sido a rivalidade e os ressentimentos entre os que trabalhavam

mais e aqueles que trabalhavam menos”.(ROSCOCHE, 2009)

O poder mantido no seio das famílias: nos momentos de crise, as famílias começaram

a guardar e esconder alimentos para dar a seus filhos, infringindo a ideia anarquista de

divisão comum. O próprio Rossi chegou a atribuir o fim da Colônia à existência da família

como unidade social, “O pior é a família. No seio do parentesco, ordinariamente, os defeitos

são tolerados, os quais, ao contrário, se condenam acerbamente nos outros”.

Além disso, o pouco amor ao trabalho, praticado por alguns participantes do grupo,

não servia de modelo para uma população que vinha incorporando o patriotismo convicto e

os princípios do catolicismo. Também a falta de técnica de muitos dos membros em

agricultura e criação de animais, foi mais um empecilho.

Depois o cansaço de Rossi, que abandona a colônia ao ver comprovada a sua tese: que

a vida comunitária é possível desde que destruídos o casamento monogâmico e, com ele, a

7 “ Mal chegado seu quarto ano de fundação, e com a colheita malmente recolhida, chegou de inopino

um destacamento „pica pau‟ leal ao Marechal Floriano Peixoto, à cata de supostos remanescentes

„maragatos‟, e sem entender quem era quem, pôs fogo nas tulhas e nos paióis que guardavam todo os

suprimentos” (Orlando Pessuti. 2011)

8. O fim da colônia teria sido o apoio dado pelos anarquistas aos Revolucionários Maragatos na

Revolução Federalista. Giovanni Rossi teria atuado como enfermeiro nessa luta armada no Paraná.

(ROSCOCHE,) Revista de Geografia (UFPE) V. 28, No. 1, 2011

9

paternidade. “Independente dos resultados concretos de seus sonhos, são os ideais que

movem a máquina do mundo, empurrando a humanidade para frente” Giovanni Rossi.

O próprio Rossi deixava a Colônia Cecília, dando por encerrada a experiência que

pretendera desenvolver. Vencida essa etapa experimental de seu pensamento social, Rossi

retoma sua vida pessoal e profissional vai para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em

1907, Giovanni Rossi decidiu retornar à Itália com Adele e suas filhas Ebe e Pierina. Faleceu

aos 87 anos no dia 9 de janeiro de 1943. Está sepultado em Pisa, no jazigo da família.

(BACH, 2011. p. 1057).

1894 - Mesmo após sua saída, algumas famílias continuaram chegando à Colônia,

caso, por exemplo, da família Mezzadri, em razão da forte propaganda difundida pelos

veículos da imprensa socialista européia. Encontraram a Colônia em decadência. Esse

movimento, no entanto, não foi suficiente para sua manutenção, e ela se extinguiu por volta

de abril de 1894, juntamente com os Artusi, os Agottani e os Mezzadri foram as últimas

famílias a abandonar definitivamente as terras da Colônia Cecília, estabelecendo-se em áreas

próximas.9.

Declarou certa vez numa entrevista o ator Luiz Melo que: "A Colônia Cecília foi uma

utopia que tinha tudo para dar certo, mas acabou demonstrando que o ser humano ainda não

está preparado para a vida em comunidade, para dividir a mesma cozinha, o mesmo amor,

embora os imigrantes não tenham recebido qualquer tipo de apoio, e estavam numa região

totalmente inóspita" - (LUIS MELLO).

7. O LEGADO

Apesar de sua breve duração, a história da Colônia Cecília ainda hoje exerce um

imenso fascínio sobre os pesquisadores que sobre ela se debruçam.

Para a historiadora Helena Mueller, o experimento de Rossi traz outra mensagem.

“Um dos legados que ele nos deixou é de que é possível lutar para tentar construir um mundo

mais justo e igualitário”.

Hoje, o anarquismo não assusta mais ninguém no Brasil. “Palavra temida,

ridicularizada10

, esta filosofia de vida resiste ao tempo e se tornou tema de monografias,

9 Quando a experiência se desfez, a terra não tinha sido paga e a família Artusi quitou as dívidas e ficou com a

propriedade.

10 A palavra “anarquismo” muitas vezes foi interpretada pelos menos esclarecidos como bagunça, desordem,

vandalismo. Não como uma filosofia de vida política. Anarquia não é confusão. Anarquista não é bagunceiro.

Anarquia, do grego: an (=sem) e arché (=poder).Também podem ser chamados de ácratas, defensores da

10

dissertações e teses de doutoramento, peças de teatro, novelas exibidas na televisão e filmes

de curta e longa metragem.” (RODRIGUES, 1999).

Se, materialmente, a Colônia Cecília não atingiu tudo o que se exige de um grupo

social, serviu, pela ação doutrinária e pelo trabalho de seus membros para consolidar valores.

“Afirma-se, antes, nas idéias germinadas, na tradição operária de lutas que criou e estimulou.

Seus líderes não foram poucos, e cada anarquista deu sua contribuição efetiva aos

movimentos operários do Paraná e do Brasil do século XX”. (CHAVES, 2001)

Segundo Rodrigues11

, a trajetória do anarquismo no Brasil teve a participação de uma

confederação, várias federações, mais de 100 grupos especificamente libertários, seis

editoras, três livrarias, mais de uma dezena de escolas racionalistas, duas universidades

populares, uma intensa propaganda através do teatro “ácrata”.

Os anarquistas fundaram escolas livres, desenvolveram intensa propaganda

educativa, sociológica, de cultura geral, libertária. Foi uma sementeira que germinou, e hoje

alimentam pesquisas, teses de doutoramento e sensibiliza várias editoras comerciais para

publicá-las.

Alguns historiadores descrevem, até com minúcias, o que foi a vida efêmera da

experiência anarquista representada pela Colônia Cecília, localizada no município de

Palmeira dando ênfase, principalmente, à vida íntima de Giovani Rossi. Foram vários

romances, artigos acadêmicos, textos jornalísticos, peças de teatro, além de alguns filmes,

pois a Colônia Cecília motivou a construção de inúmeras versões que se perpetuaram,

deixando marcas significativas na memória coletiva.

No campo historiográfico pode-se pontuar alguns daqueles que foram mais fiéis a

fontes primárias e as fontes orais com os remanescentes e descendentes da Colônia Cecília:

1. Edgar Rodrigues, 1984 em “Os Anarquistas – Trabalhadores Italianos no Brasil”

apresenta um relato vivo das lutas empreendias pelos imigrantes italianos de tendência

anarquista no inicio do século XX no Brasil, que tanta importância teve para a formação e a

consolidação de uma consciência operária no então nascente proletariado brasileiro. Traz

alentada relação nominal de participantes do feito.

Acracia, do grego: an (=sem) e kratos (=governo). Os ácratas, ou anarquistas, querem uma sociedade em que

ninguém governe ninguém. Pela ênfase que dão à liberdade e à negação de qualquer autoridade, são também

conhecidos como libertários.

11

Este autor desenvolveu uma vasta pesquisa sobre a trajetória do anarquismo no Brasil.

11

2. Já Zélia Gattai, em “Anarquistas Graças a Deus” 1979, conta em dois títulos do livro a

participação dos seus ascendentes naquela aventurosa comunidade, inclusive descrevendo

com detalhes a viagem, a chegada e a recepção que tiveram ao atingirem o local de destino.

3. Na tese de Isabelle Felici “A verdadeira História da Colônia Cecília de Giovanni

Rossi” - 1998, na qual a autora desmistifica as lendas e mistos, numa revisão bibliográfica

que separa o que história e o que é romance e ficção, um trabalho de pesquisa puramente

cientifico. Procura apresentar "a verdade" sobre a experiência anarquista, reunindo as

interpretações do passado e do presente sobre o tema. Se concentrou em distinguir a lenda da

realidade, ela também acaba por atribuir um sentido ao vivido na Colônia Cecília,

produzindo uma verdade histórica, uma representação construída a partir das questões do

presente em relação com as representações e sentidos elaborados e dados no passado.

4. O médico pontagrossense Dr. Cândido de Mello Neto publicou em 1998 o livro “O

Anarquismo Experimental de Giovanni Rossi de Poggio al Mare à Colônia Cecília” pela

editora da UEPG, trabalho considerado pela crítica especializada como “o mais completo

estudo sobre a Colônia Cecília”. O autor conseguiu reunir vários documentos e elaborou

vasta pesquisa de fontes, teve acesso a textos de autoria de Giovanni Rossi, documentos raros

que ele disponibiliza em sua obra, descrevendo os caminhos da pesquisa e a origem das

fontes. Além de depoimentos precisos sobre a inédita experiência, fruto de um longo

trabalho de pesquisa na região palmeirense com os descendentes na Itália e em outras

bibliotecas especializadas do Brasil e do mundo.

5. No ano de 2000, a jornalista Marzia Terenzi Vicentini e o escritor Miguel Sanches Neto,

fizeram a tradução dos textos e cartas de Giovanni Rossi e publicaram “Colônia Cecília e

outras utopias” pela imprensa oficial; cujo lançamento em Palmeira aconteceu no dia 26 de

setembro de 2001. Aí tem-se as palavras e conclusões do próprio Rossi a respeito de sua

experiência.

6. Em 2011 o escritor Palmeirense e membro do Instituto Histórico de Palmeira, Arnoldo

Monteiro Bach, publicou “Colônia Cecília” onde fez uma coletânea de informações, buscou

pela oralidade mais de uma dezena de temas (historias locais e regionais) que envolveram

cecilianos, trazendo à tona uma versão humana dessa instigante historia que tem gerado

curiosidade e polêmica. Segundo o próprio autor, nessa teia se movem personagens ligados

aos libertários, por sangue ou ideologia. São eles os atores a se representar, sob a ótica de

quem fez parte da história.

12

7. O Anarquismo da Colônia Cecília: Uma jornada do sonho à desilusão. Um artigo do

Palmeirense Luiz Fernando Roscoche traça um panorama da Colônia Cecília desde o

contexto de sua criação, concretização até chegar os dias atuais levantando algumas

problemáticas sobre o futuro incerto do patrimônio cultural da colônia. Busca-se ainda

desmistificar alguns pontos obscuros e errôneos dessa experiência que tem sido propagados

no decorrer da história. Utilizou-se para tanto, uma revisão teórica baseado em obras de

cunho científico. Ao final do artigo, elabora-se um balanço de algumas das variáveis que se

considerou de maior importância e delineiam-se algumas ações que estão sendo levadas a

cabo na atualidade e que pode auxiliar a compreender o futuro do patrimônio histórico da

Colônia Cecília.

7. Em 2012 um descendente de cicilianos, morador ainda em Santa Bárbara, o Senhor

Darwino Agottani publicou, “A Saga da Colônia Cecília.” através da memória e da

lembrança dos seus antepassados, quando pontuou de modo peculiar a história da Colônia

anarquista no Brasil, a Colônia Cecília em Palmeira.

Além do legado historiográfico, outras ações ajudam a manter viva a história da

Colônia Cecília, o Museu Histórico e Geográfico de Palmeira, dispõem de uma coletânea no

acervo a cerca do assunto. São livros, artigos, reportagens e fotografias que são

disponibilizados para visualização e pesquisa.

De âmbito municipal promulgou-se a Lei nº 2.737 de 01/07/2008, instituindo o dia 01

de abril, como dia da “Colônia Cecília” e em decorrência dos efeitos dessa lei, “passam as

escolas palmeirenses a incluir em seus currículos pedagógicos a temática. Todos os anos o

departamento de Cultura deverá promover atividades que venham tratar do tema: Colônia

Cecília”

Desde 2011, próximo ao Mercado Municipal de Curitiba, no restaurante “Anarco”

essa história é recontada por dois descendentes da Colônia Cecília, Ilsa Agottani e Mauricio

Mezzadri Picanço. Eles juntaram esforços para criar uma ONG e um memorial que conta um

pouco dessa história.

Outra referência à Historia da Colônia Cecília em Palmeira é um memorial do Museu

instalado no Sitio Minguinho, uma iniciativa do professor Arnoldo Monteiro Bach, bem

próximo ao local da instalação da Colônia Cecília que reúne objetos, fotos e uma maquete

que nos mostram o que foi uma experiência anarquista em Palmeira.

13

Desde a promulgação da Constituição do Estado do Paraná12

em 1989, em seu artigo

32 das “Disposições Transitórias”, a indicação da construção de um memorial sobre a

Experiência Anarquista em Palmeira. No entanto ela só vem se efetivando agora em 2013,

depois que o então vereador Sérgio Luiz Belich conseguiu viabilização de recursos através

do Governo Federal para a construção de um memorial, projeto este executado pelas equipes

da Secretaria de Planejamento e Turismo da Prefeitura de Palmeira. Obra que está sendo

executada em terreno doado ao município pelo senhor Evaldo Agottani um descendente da

Colônia Cecília, que será inaugurado no principio do ano vindouro, quando turistas e

pesquisadores poderão se deparar com a materialização da “História da Colônia Cecília, uma

experiência Anarquista de Giovanni Rossi”.

COLONIA CECILIA: “É um grande tema, não serve como modelo, mas como

lição. Os idealistas é que mudam a realidade, mesmo quando falham. Sem o idealismo, tudo

vira pragmático demais, imediatista. Manter um ideal, mesmo correndo o risco de ser

quixotesco, é a única forma de continuar acreditando no ser humano”. (MIGUEL SANCHES

NETO. 2011).

6. Alguns integrantes da Colônia Cecília que foram identificados: Segundo: BACH.

2011.p. 1020 e FELICI. 1998. p. 68

12

Art. 32. O Estado, em colaboração com o Município e a comunidade de Palmeira, e sob a coordenação da

Secretaria de Estado da Cultura, reconstituirá, dentro de 2 (dois) anos da promulgação desta Constituição, parte

da Colônia Cecília, fundada nesse Município, no século XIX, para a preservação de seus caracteres histórico-

culturais

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1. Achille Dondelli

1. Achille Gallina

2. Adele Serenti

3. Adele Serventi

4. Adelina Artusi

5. Aldino Agottani

6. Alessandro Nannoni

7. Amilcare Capellaro

8. Andréa Giuseppe Agottani

9. Aniceto Artusi

10. Ângela Tonelli

11. Antônio Massa

12. Argia Fagnoni

13. Arnaldo Francesco Gattai

14. Arturo Previtalli

15. Aurélio Gattai

16. Bruno Celli

17. Carlo Artusi

18. Carlo Carzino

19. Carlo Soldi

20. Carlo Torti

21. Carlo Mezzadri

22. Caterrina Mezzadri

23. Cattina Dontelli

24. Cursio Corsi

25. Danielle Dusi

26. Dante Mansani

27. Dante Venturini

28. Decio Boni

29. Domenico Códega

30. Domenico Garzino

31. Domenico Mansani

32. Domingos Frattino

33. Elisabetta Arighini

34. Emílio Romani

35. Ernesto Faccini

36. Ernesto Ganassoli

37. Ernesto Gatai

38. Ernesto Tabachi

39. Eugenio Grassi

40. Eugenio Lemmi

41. Evangelista Benedetti

42. Ezígio Cini

43. Florindo Fecci

44. Francesco Nicola

45. Francesco de Francesqui

46. Francesco de Paola

47. Francesco Nicola

48. Fulton Del Frate

49. Giacomo Zanetti

50. Gioacchino Lottici

51. Giovanni Rossi

52. Giuseppe Maderna

53. Giuseppe Soldi

54. Giuseppe Zerla

55. Guerrando Gattai

56. Humberto Verona

57. Jean Saint Pierre

58. José Gariga

59. Lorenzo Arrighini

60. Luigi Concetto Crollanti

61. Luigi Silano

62. Maiol Puig

63. Mardena Giuseppe

64. Marco Soldi

65. Pacifico Agottani

66. Paolo Costalli

67. Pasquale Talignani

68. Pedro Bruno

69. Piero Colli

70. PietroGavarri

71. Pietro Griselli

72. Pietro Lombardini

73. Pietro Minardi

74. Pietro Riva

75. Puig Mayol

76. Primo Crolanti

77. Reinaldo Parodi

78. Rina Gattai

79. Roberto Ganassoli

80. Romano Minardi

81. Romilda Popoli

82. Tranquillo Agottani

83. Umberto Verona

84. Vicenzo Benedetti

85. Zeferino Agottani

86. Zefiro Artusi

Com apenas um nome:

1. Annibale

2. Baldi

3. Balsini

4. Bientinezzi

5. Carnevale

6. Cioli

7. Costtali

8. Fanin

9. Francalacci

10. Lorenzini

11. Mela

12. Novelli

13. Petinatti

14. Ravarani

15. Roncadelli

16. Tabachi

17. Todeschini

18. Tomei

19. Vercezzi

20. Zilli

15

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Alambique- Disponível em http://revistaalambique.wordpress.com/2013/04/18/colonia-

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<http://www.1911enciclopedia.org/Anarchism> aceso em 26/04/2010.

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Disponível em http://www.culturabrasil.pro.br/cecilia.htm.Acesso em 19/12/2013

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(tradução: Edilene T. Toledo; Revisão Sergio S. Silva) Cad. AEL. n. 8/9, 1998 disponível em

http://www.ifch.unicamp.br/ael/website-ael_publicacoes/cad-8/Artigo-1-p09.pdf aceso em

26/04/2009

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MELLO NETO, Candido. O Anarquismo experimental de Giovanni Rossi (de Poggio al

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MUELLER, Helena Isabel. Flores aos rebeldes que falharam – Giovani Rossi e a Utopia

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