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Comentário à Regra da Militia Sanctae Mariae, Brasil, 13setembro2014, feito por Kleber Batista
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COMENTÁRIO À REGRA
DA
MILITIA SANCTAE MARIAE - Brasil
- Capítulo de setembro de 2014 –
“Do serviço de Nossa Senhora” (IV, 7)
Os Cavaleiros da Ordem serão ardorosos em promover o reino de Nossa Senhora nas almas como nas instituições. Serão sempre os defensores da sua honra, não se resignando a ver desconhecidos ou passados sob silêncio os títulos sagrados da Mãe de Deus. Em todo o lado em que Maria for rainha, Jesus Cristo será Rei. _______________________________________________________________________
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Salve Maria!
Algumas vezes, como que querendo transformar o cristianismo em uma religião privada,
esquecemos o conceito importantíssimo do reinado social e universal de Nosso Senhor.
Vejamos que, não poucas pessoas, mesmo dizendo professar a fé católica em sua integridade,
quando confrontadas com oportunidades de exprimir publicamente no que creem, não o
fazem. Dão como argumento que professam a fé em sua integridade, mas privadamente. O
reinado social de Cristo, neste caso e para essas pessoas, não existiria. Nosso Senhor pode
reinar perfeitamente no coração dessas pessoas, mas elas não permitem que Ele reine
verdadeiramente no mundo.
Com o pecado original, toda a criação manchou-se. Tudo caiu em desordem. E ainda que mais
tarde a própria Igreja tenha chamado, no precônio pascal, o pecado original de “felix culpa”,
culpa feliz, ela o pôde fazê-lo apenas tendo em vista a Redenção operada por Cristo. Toda a
criação, com o Sacrifício único e irrepetível de Nosso Senhor na Cruz, foi restaurada e,
inclusive, elevada a uma dignidade superior à que havia anteriormente. Da mesma forma que
existe uma diferença infinita entre as virtudes morais apontadas por Aristóteles (que baseiam-
se em um autocontrole humano) e as mesmas virtudes cristianizadas (e, neste caso, também
infusas, porque cheias da Graça santificante e capazes de produzir mérito), também há uma
infinita diferença na criação nova, operada por Nosso Senhor, daquela antiga.
E como Nosso Senhor redimiu toda a humanidade e toda a criação, Ele tem o direito de reinar
sobre a sociedade cristã, não apenas sobre a œcumene, o conjunto dos cristãos, mas sobre
todo o universo, sobre a orbis terrarum que tantas vezes nos fala a Sagrada Escritura. E a
Igreja, em sua sabedoria maternal e divina, recorda a cada ano os fiéis desse reinado social e
universal de Cristo na solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, instituído pelo
papa Pio XI em 1925 e celebrado no último domingo do Tempo Comum, na Forma Ordinária
do Rito Romano, ou o último domingo de outubro, na Forma Extraordinária.
Para os cavaleiros, dar testemunho público do reinado social de Nosso Senhor é um imperativo
de sua própria vocação. Lhe é intrínseco. A Regra nos relembra que (III, 1) “O Cavaleiro
combate por Cristo e pelo Seu reino”. E o cavaleiro deve defender o reino de Cristo em todas
as suas esferas, seja interior por um processo contínuo de penitência, mortificação, oração e
exercício das virtudes; como ainda mais exteriormente, defendendo os direitos de Cristo na
sociedade e no mundo, não apenas na esfera do natural (onde o homem, por desígnio divino,
foi criado para aperfeiçoá-la e conservá-la, para nela trabalhar, “ut operaretur et custodiret
illum” (Gn 2, 15)), mas na sociedade que, neste momento, sofre um acelerado processo de
descristianização. Todas as leis que são antinaturais, como o aborto, a pesquisa com células-
tronco embrionárias, a eutanásia, a liberação de drogas, devem não apenas serem boicotadas,
porque leis injustas, segundo o Doutor Angélico, desobrigam o fiel, mas devem ser
severamente combatidas.
Tenhamos a certeza que, apenas com o combate, honrado, constante e justo, contra toda
torpeza e pecado, a começar por aqueles menores e mais pessoais, será recompensado por
Nosso Senhor. O cavaleiro combate defendendo a fé, sob a bandeira de Cristo, tendo Santa
Maria por Suserana, dentro de si e no mundo. Combate o demônio que o quer perder e o
demônio que deseja perder o mundo.
E será apenas com o exemplo augustíssimo de Santa Maria, que dispôs tudo que tinha e cada
momento que tinha para o Senhor, que poderemos verdadeiramente viver. Se a crise de hoje é
uma crise de santos, nada melhor que o exemplo daquela que, imaculada, disse seu “fiat” à
vontade de Deus para nos inspirar. E, diz Roberto abade, se Cristo é “Rei do Universo, do
universo também é Maria Rainha”.
Lutar pelo reinado social e universal de Cristo, em nossas vidas e no mundo, é lutar pelo Reino
de Maria e, não nos esqueçamos de sua promessa em Fátima, “Ao fim, meu imaculado oração
triunfará”.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Salve Maria.
Kleber Batista