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Como conceber uma fundamentação teórica:
roteiro prático para a pesquisa jurídica
Geraldo Batista Júnior1
Resumo: O presente trabalho tem por fim apreender o sentido teórico e a aplicação prática de
uma fundamentação teórica em pesquisa jurídica, em consonância com as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT. A partir da exposição sobre aspectos
metodológicos de um projeto de pesquisa e da formulação sobre o mesmo, o texto busca
precisar o sentido de uma fundamentação teórica. Expõem também, sobre a aplicação dos
conceitos operacionalizados da metodologia científica à seara jurídica. É desenvolvido exemplo
de fundamentação teórica especialmente na área jurídica com o fim de demonstrar a aplicação
dos conceitos à pesquisa no sentido prático. È, ainda, utilizado um tema da área jurídica
(direitos fundamentais), de modo exemplificativo sem a pretensão de esgotá-lo, para explicar
de modo mais claro como se pode desenvolver uma fundamentação teórica tanto em projeto
de pesquisa como na própria concepção de trabalhos acadêmicos.
Palavras-chave: Metodologia Científica; Pesquisa em Direito; Fundamentação Teórica.
Sumário: Introdução – 2. A noção de Fundamentação teórica – 3. O que deve conter uma
Fundamentação Teórica em Projeto de Pesquisa Jurídica (Dos Conceitos Gerais) – 4. O que
deve conter uma Fundamentação Teórica em Projeto de Pesquisa Jurídica (Dos Conceitos
específicos) – 5. Um exemplo de desenvolver uma fundamentação teórica na área do Direito
Constitucional ( o caso daTeoria dos Direitos fundamentais) – 6. Conclusão – Referências.
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1 Leia mais: http://jus.com.br/artigos/22322/como-conceber-uma-fundamentacao-teorica-roteiro-pratico-para-
a-pesquisa-juridica/2#ixzz2cbsxOtuX
Introdução
O presente texto tem por fim esclarecer o que é, em metodologia do trabalho científico, uma
fundamentação teórica, item central de um projeto de pesquisa especialmente quando é
desenvolvido nas Ciências Jurídicas, onde as pesquisas são em sua maioria teóricas, ou seja,
são pesquisas desenvolvidas com base em teorias expostas em Tratados de Direito.
As pesquisas empíricas - coleta de dados com base em pesquisa de campo (quantitativa) - são
mais raras em Direito (à exceção das ciências afins como Sociologia, Ciência Política,
Antropologia Jurídica e Psicologia Jurídica), assim sendo, as pesquisas teóricas acabam por
ser a espécie mais utilizada de pesquisa científica jurídica.
Considerando como essencial da pesquisa jurídica a espécie pesquisa teórica, temos que ter
em conta que a Fundamentação Teórica, elemento da maior parte dos projetos de pesquisa
acadêmica, constitui, muitas vezes, um complicado enigma a ser desvendado. No entanto,
tentaremos mostrar que esse importante elemento, quiçá, fundamental, de um projeto de
pesquisa na área jurídica e dos próprios resultados que poderão por ele ser obtidos, não é
suficientemente idôneo para obstruir a própria atividade investigatória em si mesma.
Em verdade, tal complicação, ou dificuldade de compreensão sobre a fundamentação teórica
não constitui um obstáculo intransponível. A fundamentação teórica, para a área jurídica,
enquanto elemento de um projeto de pesquisa é uma decorrência, dos demais elementos
dessa atividade de investigação científica: Introdução/apresentação, objetivos, justificativa,
hipótese, etc.
Admitimos, contudo, que no Direito alguns manuais de metodologia e monografia jurídica não
são suficientemente claros quanto à definição de fundamentação teórica.
Não olvidamos em admitir que existam trabalhos relevantes publicados nessa área
(MEZZAROBA & MONTEIRO, 2004; LEITE, 2008; BITTAR, 2011)[1], e que estes trabalhos são
importantes fontes de pesquisa para a exposição dos elementos da metodologia científica para
os cursos jurídicos, também o são para o desenvolvimento da pesquisa jurídica, em si, e para a
concepção de trabalhos de conclusão de cursos (monografia, dissertação, tese).
Entretanto, o espaço reservado à fundamentação teórica não é suficiente para esclarecê-la.
Mas, um leitor atento não encontrará dificuldades em deduzir, a partir de tais obras, o que é
uma fundamentação teórica tendo em conta as noções concisas que são nelas expostas em
conexão com o plano geral das mesmas.
Reconhecemos, porém, que é comum no meio acadêmico, uma certa falta de atenção quanto a
isso. Muitas vezes, o aluno tem idéia do que pretende pesquisar, sabe da existência de
algumas obras onde possa encontrar a base teórica para o seu trabalho, sabe o caminho que
pode percorrer na pesquisa, e acaba por fim não sabendo o que significa uma fundamentação
teórica. Ora a fundamentação teórica, em apertada síntese, é a elaboração de um texto
baseado na doutrina que expõe o tema da pesquisa que se pretende desenvolver.
Contudo, a preocupação maior em conceber o trabalho acadêmico em sua inteireza, e a
preocupação menor com ao que antecede a pesquisa e o desenvolvimento da mesma na área
jurídica acaba dificultando o esclarecimento devido sobre o conteúdo de uma fundamentação
teórica.
Nas sessões seguintes tentaremos descrever os componentes conceituais da Fundamentação
teórica, com estrita pertinência quanto à matéria jurídica. Afinal de contas, a forma não poderá
subordinar o conteúdo. Ou seja, existem peculiaridades na elaboração de trabalhos
acadêmicos no Direito que de algum modo os diferenciam dos trabalhos das demais ciências
sociais.
2. A noção de Fundamentação Teórica
Fundamentação – substantivo feminino que significa: “1. ação ou efeito de fundamentar(-se). 2.
Aquilo que serve de fundamento, ou de justificativa (por. Ex., para afirmar algo):
fundamentação de uma teoria”(FERREIRA, 2001, p. 363). Teórica – adjetivo – relativo à teoria;
esta, por sua vez, significa: “1. conhecimento especulativo meramente racional. 2. Conjunto de
princípios fundamentais de duma arte ou duma ciência. 3. Doutrina ou sistema fundado nesses
princípios” (FERREIRA, 2001, p. 705).
Nos Manuais de Metodologia Científica[2] extraímos os seguintes sentidos de Fundamentação
Teórica (com denominações diferentes): marco teórico de referência (SALOMON, 2010);
Embasamento teórico/Teoria de base (LAKATOS, MARCONI, 2005) Quadro Teórico
(SEVERINO, 2007).
Para Délcio Salomon (2010, p. 221), o marco teórico de referência reflete:
a) A opção do pesquisador dentro do universo ideológico e teórico em que se situam as
diversas escolas, teorias e abordagens de seu campo de especialização;
b) síntese a que chegou, após as análises e críticas a que se submeteu os textos lidos e
consultados;
c) O conjunto de conceitos, categorias e constructos abstratos que constituem o arcabouço
teórico, em que se situam suas preocupações científicas, particularmente os problemas
cognitivos que preocupam (tanto os já explicitados como os em gestação);d) a
relevância contemporânea ou o caráter de atualização científica exigidos de toda
pesquisa;e) o balizamento teórico em que se dará a delimitação do problema – sua
formulação e a operacionalização de conceitos e definições;f) a base e o referencial da
metodologia da pesquisa (não esquecer que teoria e método estão intimamente
relacionados).
Por sua vez, Lakatos e Marconi (2005, p. 226), afirmam que:
A finalidade da pesquisa científica não é apenas um relatório ou descrição de fatos levantados
empiricamente, mas o desenvolvimento de um caráter interpretativo, no que se refere aos
dados obtidos. Para tal, é imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo teórico,
optando-se por um modelo teórico que serve de embasamento à interpretação do significado
dos dados e fatos colhidos ou levantados.
Todo projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o
pesquisador (o coordenador e os principais elementos de sua equipe) fundamentará sua
interpretação.
O professor Antonio Joaquim Severino (2007, p. 131) assevera que o objetivo de uma
fundamentação teórica, por ele denominada de quadro teórico é de esclarecer as várias
categorias que serão utilizadas para dar conta dos fenômenos a serem abordados e
explicados. Muitas vezes essas categorias integram algum paradigma teórico específico, de
modo explícito. Outras vezes, trata-se de definir bem as categorias explicativas de que se
precisa para analisar SOS fenômenos que são objeto da pesquisa.
Portanto, os estudos nas áreas das Ciências Sociais têm suporte “em teorias para o que é
importante dimensionar qual ou quais teorias fornecem a indicação à pesquisa” (SANTOS,
2010, 218). Na área jurídica, o raciocínio a guiar o procedimento do autor de um projeto ou
texto (artigo), deverá ser o mesmo.
Assim sendo, a partir do esclarecimento sobre o significado dos elementos da expressão
fundamentação teórica, nesta seção, é possível desenvolver a sua noção tendo em conta não
apenas isso, mas também o sentido prático que dela podemos extrair.
Faz-se necessário expor, em apertada síntese, sobre os demais elementos que compõem um
projeto de pesquisa, para atingir, logicamente, o êxito em desvendar o sentido de uma
fundamentação teórica.
Para o propósito de estruturação de pesquisa acadêmica nos Cursos de Direito, em geral, os
elementos essenciais de um Projeto de Pesquisa são: Título – ainda que provisório, deve
expressar o quanto possível o conteúdo do trabalho, de modo delimitado; se for o caso, deve
conter um subtítulo a fim de melhor expressar o título; Introdução (Apresentação - que constitui
uma exposição concisa sobre o tema objeto a ser pesquisado e como se chegou a ele;
Objetivos – são os resultados que precisam ser alcançados através do tema da pesquisa
proposto na Introdução, de modo genérico e específico; Justificativa – cabe ao pesquisador
adiantar a contribuição que se espera dar com os resultados da pesquisa, justificando-se a
relevância e a oportunidade de sua realização, mediante o desenvolvimento do projeto. Deve-
se aqui se referir a trabalhos anteriores apontando eventuais limitações dos mesmos e
destacar a necessidade de se continuar a pesquisar tal tema; Hipótese – que hipóteses devem
ser utilizadas para explicitar o problema da pesquisa; são indagações que são formuladas com
o fim de serem esclarecidas ao final da investigação científica; Fundamentação Teórica –
elemento que tentaremos esclarecer no presente trabalho; Bibliografia ou Referências – quanto
à denominação deste item do projeto, optamos pela de Referências, seguindo, portanto as
normas da ABNT – Associação brasileira de Normas Técnicas[3].
Tendo isso em conta, cada uma destas partes deve necessariamente constituir um roteiro
lógico para o desenvolvimento da pesquisa para um procedimento eficaz e racional e a
Fundamentação Teórica representa a base sobre a qual os conceitos são expostos a fim de
esclarecer o problema levantado pela investigação sobre determinadas hipóteses.
A fundamentação teórica deve ser desenvolvida em uma única seção dentro do projeto de
pesquisa. Não é recomendável a estruturação de uma fundamentação teórica dividida em
várias seções. A divisão em seções dar-se-á quando da transposição do embasamento teórico
exposto na fundamentação, no texto final resultado da pesquisa: monografia, dissertação, tese
etc.
O desenvolvimento textual da fundamentação teórica deve partir de conceitos genéricos a
conceitos mais específicos permitindo um encadeamento lógico no texto. Os conceitos mais
gerais devem necessariamente encaminhar o leitor à descoberta de particularidades que serão
os elementos pertinentes ao tema da investigação científica.
Considerando que a formatação (a forma) de uma fundamentação teórica já está devidamente
esclarecida, entendemos que para fins de aplicação prática à pesquisa no Direito (ciência)
remeteremos a obras e autores que poderão nos auxiliar sobre o conteúdo de uma
fundamentação teórica.
3. O que deve conter uma Fundamentação Teórica em Projeto de Pesquisa Jurídica (dos
Conceitos Gerais)
Como o método aplicável à pesquisa jurídica e até mesmo a forma do desenvolvimento do
raciocínio na composição de trabalhos acadêmicos é, em regra, o método científico dedutivo,
temos que a fundamentação teórica também deve ser estruturada dedutivamente. Isto é,
partindo de teorias genéricas sobre determinado assunto, com referência às obras gerais que
possam fornecer maiores esclarecimentos sobre conceitos jurídicos fundamentais.
Até mesmo a consulta em obras de Introdução ao Estudo do Direito constitui tarefa importante
na realização de tal intento (p. ex.: REALE, 1998; DINIZ, 2010; FERRAZ JR, 2010)[4]. Isso é
assim, porque muitas dessas obras, não apenas iniciam ao estudo do direito, mas dão um
embasamento elucidativo sobre os conceitos jurídicos operacionalizados em um artigo
científico, em uma monografia, dissertação.
Esses tratados de Teoria Geral do Direito (ou Introdução ao Direito) constituem relevantes
fontes de investigação para os pesquisadores em todos os ramos do direito. No entanto, se for
possível ir além, ou seja, da leitura de manuais, é importante manter contato com obras
específicas sobre temas jurídicos que sejam de relevância para a elucidação de conceitos que
por ventura possam ser manipulados em uma pesquisa teórica do Direito.
Nesse contexto, não apenas obras de autores nacionais (ADEODATO, 2007), mas também
traduções de autores estrangeiros que são acessíveis a todos (DWORKIN, 2002) podem ser
muito úteis na elaboração do texto resultado da pesquisa, como também podem ser fontes de
inspiração para a elaboração das próprias idéias[5].
No primeiro caso, destaco a obra do Prof. João Maurício Adeodato por ser uma coletânea
bastante abrangente e, de certo modo, não restrita à abordagem dogmática do direito, voltada
a uma apreensão crítica do fenômeno jurídico de modo bastante claro que pode ser
compreendida por alunos de pós-graduação e também de graduação. Essa obra discute temas
como Direito e subdesenvolvimento, ética, teoria emancipatória da legitimação, positivismo,
modernidade, etc.
Em suma, é um livro que trata de diversos temas, embora conexos entre si, que permite ao
leitor um alargamento de sua visão sobre o direito. Além disso, permite que tenhamos uma
visão mais crítica sobre o direito sem partir para a negação do necessário dogmatismo do qual
ainda não podemos prescindir.
No caso de Ronald Dworkin (Teórico norte-americano), encontramos na sua obra sensíveis
contribuições à teoria do Direito muito discutidas hoje no Brasil. Pouquíssimos manuais de
Direito Constitucional ou de Teoria Geral do direito deixam de mencioná-lo, especialmente a
sua tese sobre a teoria dos princípios[6].
Apesar de sua recepção tardia em nossos meios acadêmicos[7], suas posições teóricas, aceitas
ou rejeitas, são muito discutidas na teoria jurídica contemporânea. Ao se falar de princípios
jurídicos hoje, não há como ignorar a obras de Dworkin e muito menos as contribuições, nesse
contexto, de outro grande teórico (ALEXY, 2008) que figura nas referências em obras de Direito
Constitucional e em artigos, monografias e teses dessa mesma área e da Teoria Geral do
Direito.
Outras teses de outros autores também podem ser utilizadas para a composição de uma
fundamentação teórica. O professor paranaense Luiz Fernando Coelho explorou em um livro
muito conhecido do mundo jurídico acadêmico as vertentes do pensamento crítico do Direito. A
sua Teoria Crítica do Direito, (1991) expõe os conceitos jurídicos fundamentais à luz de
diversas teorias centradas em diversas ciências afins do direito, tais como: a Sociologia, a
Semiologia, a Psicanálise e Epistemologia.
O propósito da obra é discutir o Direito criticamente em face de tais teorias e da ideologia do
Estado, sem prescindir de uma análise sobre a racionalidade e a legitimidade do direito em
rigorosa síntese científica.
Na “ordem do dia” se encontra também a obra de Lênio Luiz Streck, Hermenêutica Jurídica
e(m) crise (2007), obra que constitui hoje uma reviravolta na teoria jurídica pátria no que
concerne à hermenêutica e interpretação do direito[8]. As abordagens do ilustre professor
gaúcho em torno do problema hermenêutico referente ao Direito buscam superar os modelos
tradicionais da teoria da interpretação jurídica, colocando em bases da Hermenêutica Filosófica
(Heidegger e Gadamer) a sua análise sobre o direito enquanto texto.
A obra busca superar, como dissemos acima, os modelos tradicionais da Interpretação do
direito, tais como: vontade do legislador, vontade da lei, métodos e elementos de interpretação
do direito (gramatical, lógico, sistemático, teleológico) com o fim de inserir nesse contexto as
bases da Hermenêutica Filosófica, para a construção de sentido do direito enquanto texto. E,
por fim, esclarecer que a norma de direito é o resultado do processo de interpretação fundado
nesse paradigma hermenêutico. Realça, portanto, a diferença entre texto (de Direito) e
norma[9].
Existe, certamente, uma gama enorme de obras que poderiam ser referenciadas aqui. No
entanto, não dispomos de espaço suficiente para tanto. Esperamos não ter cometido injustiça
com grandes obras e seus autores[10]. Mas, é intenção indicar exemplificativamente, o
levantamento de determinadas obras com o propósito de explicitar a estrutura de uma
fundamentação teórica, visando, especialmente, alertar o aluno de Direito para uma parte do
universo jurídico que o cerca.
As referências aqui a essas obras são uma demonstração de que uma fundamentação teórica
não deve ser concebida apenas com obras estritamente vinculadas ao tema da pesquisa. Isso
quer dizer que, em uma pesquisa sobre Direito Civil, por exemplo, não é recomendável que a
fundamentação teórica de um projeto de pesquisa nessa área fique adstrita aos “manuais” de
Direito Civil.
O que uma fundamentação teórica deve demonstrar é que a pesquisa está bem estrutura em
bases teóricas em relação às quais há o reconhecimento da comunidade acadêmica. Ela deve,
também, apresentar densidade quanto ás referências (as fontes).
Em outros termos, a problematização no contexto de uma fundamentação não deve ser
puramente copista – reprodução do que dizem os manuais e monografias de pouca
profundidade – que, no final das contas, pouco deve acrescentar à pesquisa científica em
termos gerais.
Sabemos que não é possível o esgotamento da bibliografia existente no Brasil e no mundo
sobre determinado tema jurídico. Contudo existem obras acessíveis que não podem ser
dispensadas e, a partir delas se chegar a outras que contribuirão decisivamente para a
elaboração do texto tanto da fundamentação teórica quanto do texto final de um trabalho
acadêmico.
Nesses casos o que se pode fazer é escolher entre aqueles que brilham mais na constelação
da teoria jurídica pátria e internacional e consultar suas obras de maior relevo; além de se
proceder com o afã de curiosidade peculiar a todo pesquisador e fazer descobertas e daí
construir o seu próprio pensamento.
O que deve conter uma Fundamentação Teórica em projeto de pesquisa jurídica (Dos
conceitos específicos). No estrito sentido específico uma fundamentação teórica deve trazer
em seu conteúdo as referências sobre teses (expostas em artigos, tratados, etc.)
desenvolvidas sobre o tema da pesquisa que se pretende desenvolver.
O comum é que o aprofundamento maior sobre um tema jurídico seja publicado por meio de
trabalho monográfico (Livro, Artigo, tese de Doutorado constante dos bancos de dados das
diversas Universidades do país), pois resultam de trabalho que se delimitou a abordar aquele
tema.
Muitas vezes, tais trabalhos são também, um aprofundamento daquele capítulo específico de
um Manual de determinada área jurídica que, por razões de limite da obra, não pôde ser
suficientemente abordado.
Vejamos um exemplo: na obra “Direitos Fundamentais e controle de constitucionalidade:
estudos de direito constitucional” (2007), o Ministro do STF (Supremo tribunal Federal), Gilmar
Ferreira Mendes, analisa dois temas interessantes e de fundamental importância para o Direito
constitucional.
A obra aprofunda temáticas relativas à Teoria dos direitos Fundamentais que não são
suficientemente abordadas em manuais de Direito Constitucional; do mesmo modo,
peculiaridades sobre o Sistema de Controle de Constitucionalidade são revistos em estudo
mais cuidadosos. Algo que não seria possível em um Manual elaborado especificamente para
a graduação.
Já dissemos que a consulta exaustiva aos Manuais de direito para definição de conceitos não é
um procedimento recomendável. No entanto, muitos manuais têm a sua grandeza teórica,
constituindo-se em verdadeiros Tratados sobre um ramo do direito.
Podemos aqui mencionar a obras de J. J. Gomes Canotilho no Direito Constitucional (2003), de
Celso Antonio Bandeira de Mello e seu Curso de direito Administrativo (2006), como exemplo
de manuais de Direito que constituem obras em que se remete necessariamente, de um modo
geral, quando da elaboração de trabalhos monográficos nos respectivos ramos do direito.
Contudo, se se trata de “pesquisa jurídica” e, por força da exigência de cientificidade, o
procedimento correto é que se delimite o quanto possível um tema a ser pesquisado. Em
outros termos, pesquisa só é pesquisa científica quando se apresenta um tema específico a ser
abordado. Caso contrário é um manual sobre o tema ou um repertório bibliográfico sem maior
valor científico, pois além de não especificar o tema não problematiza o mesmo a fim de se
conferir a ele um caráter científico.
Assim sendo, é preciso muito cuidado com os manuais. Primeiro porque eles existem para
apresentar conceitos gerais e “doutrinar” o leitor sobre os tópicos fundamentais de um ramo do
direito. E, em segundo lugar, eles podem restringir conceitos sem a preocupação maior de
aprofundamento.
Um pecado que deve ser evitado é o uso abusivo de citações indiretas (ou o uso de fontes
secundárias). Ou seja, o procedimento no qual se utiliza em pesquisas e na elaboração de
trabalhos acadêmicos, de citações de autores através de outros autores. O uso do apud
(expressão latina que significa “citado por”) só se justifica, entre outros casos, quando a obra é
estrangeira e de difícil acesso, ou se a obra é nacional, for de difícil acesso ou se encontra
esgotada.
Não se justifica, portanto, abordar qualquer problemática sobre, por exemplo, as teorias sobre
o constitucionalismo contemporâneo, e fazer uso de Manuais para citar indiretamente (de modo
secundário) autores que expõem o tema em obras específicas e consagradas.
Veja o exemplo de uso de citação indireta que deve ser descartada:
“A introdução da idéia de ´constitucionalização simbólica´ deve-se a Marcelo Neves em
trabalho apresentado para a obtenção do cargo de Professor titular da universidade Federal de
Pernambuco realizado em 1992” (LENZA, 2009, 31).
Ou, de outra maneira, o caso de ser citada uma passagem do autor Marcelo Neves através de
Pedro Lenza utilizando-se a seguinte fórmula: (NEVES, apud LENZA, 2009, p. 31).
A obra do prof. Marcelo Neves (2007) é acessível a todos quanto possam adquiri-la no
mercado editorial brasileiro. Se não se dispõem de verba suficiente para adquirir o livro ou se a
biblioteca mais próxima não dispõe em seu acervo desse título, então existe a alternativa de
recorre a artigos do mesmo autor publicado em periódicos de meio físico ou eletrônico (2005).
O que poderá ser útil ao pesquisador quanto ao conhecimento da idéia central de legislação
simbólica utilizada pelo renomado jurista.
O que foi exposto aqui é importante não apenas para a fundamentação teórica, mas também
para a composição de trabalhos científicos acadêmicos (artigos, monografias, dissertações e
teses). Esperamos que até então tenha sido possível a interpretação dos conceitos e diretrizes
expostas para a construção de sentido de uma fundamentação teórica.
Mas para reafirmar o que abordamos até agora passaremos a tratar da fundamentação teórica
num sentido mais prático, com base em um tema jurídico determinado, que poderá, assim
entendemos, permitir a compreensão global sobre a criação científica. Desse modo na seção
seguinte utilizaremos o tema Direitos Fundamentais para, em apertada síntese, demonstrar
como seria a composição de uma fundamentação teórica que embasará um artigo científico ou
uma monografia jurídica.
4.Um exemplo de como se pode desenvolver uma fundamentação teórica na área do
Direito Constitucional (a Teoria dos Direitos fundamentais)
Tradicionalmente a doutrina de Direito Constitucional no Brasil expunha a doutrina dos direitos
fundamentais com base no apanhado histórico da formação dessa categoria de direitos,
remetendo-se necessariamente, às declarações de direito na era moderna (Declaração dos
Direitos da Virgínia-EUA e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – França) com a
indicação da evolução que cada uma delas promoveu à conceituação e ampliação dos direitos
fundamentais (SILVA, 2000).
E de outra parte, se explanava, em geral, as causas históricas fincadas nas teorias filosóficas
liberais que inspiraram politicamente tais fatos históricos, que, diga-se de passagem, são de
notória importância da evolução do constitucionalismo ocidental refletindo na maior parte dos
países, inclusive no Brasil (FERREIRA FILHO, 2007). Ou, em outro prisma, tais obras se
edificavam em torno de comentários dos artigos da Constituição Federal embasado
estritamente nos direitos de liberdade e de igualdade (PINTO FERREIRA, 1989).
Seguindo esse itinerário, os “manuais” de Direito Constitucional, após noticia histórica sobre os
direitos fundamentais, acresciam ainda capítulos sobre a Teoria dos direitos fundamentai, os
quais se referiam em essência a transposição das “lições dos clássicos” sobre a Igualdade,
Liberdade e outros princípios que foram assim concebidos desde o séc. XVIII pelos teóricos
políticos liberais (Locke, Montesquieu, Rousseau). Portanto, se constituíam em teorizações um
tanto imóveis, tendo em vista o valor da Constituição e sua força normativa.
Desse modo, a exposição apenas indicativa das declarações de direito e sobre o que
dispunham, negligenciava o fato de cada uma das declarações de direito tinha de relevância
em termos de inovação de uma para outra, especialmente no contexto dos direitos sociais. Ou
seja, o caráter mais libertário da declaração dos Direitos da Virgínia, e o caráter mais social da
declaração francesa.
Com as obras de Paulo Bonavides (2004), Gilmar ferreira Mendes (2007) e Ingo Wolfgang
Sarlet (2008)[11] as abordagens sobre a teoria dos direitos fundamentais não ficaram adstritas
a apenas um apanhado histórico e na elucidação de conceitos, muitas vezes baseados nos
doutrinadores estrangeiros que definiam os direitos fundamentais pelo prisma tradicionalista.
Essas obras foram mais além.
O manual de Direito Constitucional do Prof. Paulo Bonavides, por exemplo, passou a trazer
lições preciosas sobre a evolução histórica e teórica das gerações de direitos e em outro
importante capítulo aborda as formas contemporâneas como diversas teorias européias se
posicionam sobre os direitos fundamentais. Além disso, o ilustre constitucionalista, trouxe, em
seu manual, uma explanação primordial sobre o princípio da proporcionalidade que é um tema
estreitamente conexo aos direito fundamentais.
O professor e Ministro do STF, Gilmar Ferreira Mendes foi um dos primeiros autores nacionais
a discutir, sob os auspícios da doutrina germânica, uma nova dogmática dos Direitos
Fundamentais. O ilustre jurista expõem de modo lapidar a classificação dos direitos
fundamentais tendo em conta a postura do Estado em face dos cidadãos e destes em face do
Estado, como também a eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas (eficácia
horizontal).
Trata ainda, do âmbito de proteção dos direitos fundamentais elucidando sobre a determinação
de proteção e as restrições a eles, sem descuidar do exame da exigência da reserva de lei
quando cabível em relação à eficácia de tais direitos.
De sua parte o Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e Prof. Ingo
Wolfgang Sarlet, concebeu uma das mais expressivas obras sobre a aplicabilidade dos direitos
fundamentais. Mas a obra não descura quanto à elaboração de uma importante e
imprescindível noticia teórica sobre a definição conceitual dos direitos fundamentais. Nesse
sentido, o autor, esclarece as diferenças terminológicas entre direitos humanos, direitos
humanos fundamentais, direitos fundamentais e outras denominações (SALET, 2008).
Além disso, o ilustre jurista é hoje considerado uma das maiores referências quanto ao tema. A
sua obra A eficácia dos direitos fundamentais, constitui leitura obrigatória para quem pretende
se debruçar sobre o tema. O que há de importante nessa obra, não é apenas a abrangência
quanto ao tema, mas a sua inovadora perspectiva em esclarecer que, pelo prisma
constitucional, não há que se divergir quanto à denominação dos direitos fundamentais. Vale
sim, entender que os chamados direitos humanos, em âmbito nacional, estão hoje positivados
no texto da Constituição de 1988.
O que importa, para o referido autor, é discutir a eficácia dos direitos humanos que foram
inseridos no texto constitucional e tê-los em conta como direitos assegurados e que há uma
força ideológica em não mais tratar os direitos humanos como ideais a serem conquistados em
termos de positivação dos direitos. Pois a questão central é a aplicabilidade e eficácia das
conquistas, quando a esses direitos, auferidas pelo texto constitucional de 1988.
Se o pesquisador já tem um tema específico definido poderá buscar uma boa fundamentação
nas obras mencionadas acima. Caso ainda esteja percorrendo antes da elaboração de um
projeto essa seara a fim de se definir, poderá descobrir que existem muito problemas a serem
enfrentado a partir da teoria dos direitos fundamentais com forte repercussão prática.
Importa destacar, portanto, que a consulta a essas obras constituirá uma valiosa consulta para,
em termos de direitos fundamentais, proceder a um esboço de uma pesquisa mais
aprofundada que possa contribuir de modo especial (não necessariamente original),
diferentemente de trabalhos já escritos à teoria jurídica.
5.Conclusão
Vimos em linhas gerais como pode ser elaborada uma fundamentação teórica a partir das
indicações metodológicas aqui expostas. A fundamentação teórica é uma atividade prática,
mas que tem forte base teórica e poderá ser decisiva na pesquisa jurídico teórica, tendo em
conta o cuidado que o pesquisador ou o autor de um texto monográfico deve ter.
A preocupação com a aplicação de conceitos metodológicos à área jurídica foi o que nos
norteou para a concepção do presente trabalho. Entendemos pertinente que a atenção que se
deve ter aos referenciais teóricos não é destituída de valor e utilidade. Essas fontes teóricas
(os referenciais) em cada área de conhecimento acabam por ser passagem obrigatória para a
concepção de trabalhos acadêmicos.
A escolha do tema, direitos fundamentais, para exemplificar o modo como se pode desenvolver
uma fundamentação teórica é devido a maior afinidade do autor com essa área do Direito.
Os conceitos metodológicos gerais podem ser utilizados em outros ramos jurídicos.
Uma última palavra: a questão de ser original muitas vezes não está atrelada,
necessariamente, à novidade do tema que deva ser revelado pelo pesquisador, mas sim,
estritamente, à forma como um determinado aspecto da teoria jurídica poderá ser abordado de
modo inovador.
Uma abordagem inovadora revela certa originalidade, mesmo sobre temas ou problemas já
anteriormente desenvolvidos em pesquisa. Se não fosse assim não seriam originais, após
Aristóteles, as teorias sobre o problema da justiça distributiva. A questão da originalidade em
ciências humanas é muito discutida. Mas isso é assunto para outro estudo.
REFERÊNCIAS
ADEODATO, João Maurício. Ética e retórica: para uma teoria dogmática jurídica. 3 ed. São
Paulo: Saraiva, 2007.
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo:
Malherios editores, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e documentação –
Referências – Elaboração, NBR 6023/2002. Rio de Janeiro, 2002.
BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da pesquisa jurídica: teoria e prática da monografia para
os cursos de direito. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
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Notas
[1] Apesar de existir uma vasta bibliografia sobre metodologia científica aplicada ao Direito, e
Monografia Jurídica, são os autores das outras Ciências Sociais que acabam sendo
consultados primaria e secundariamente para fins de formatação de trabalhos acadêmicos na
seara jurídica.
[2] Os autores divergem quanto aos elementos de um projeto de pesquisa e a denominação de
cada um deles: de acordo com Soares (2010) os elementos de um projeto de pesquisa são:
Problema, Hipóteses, Objetivos Justificativa, Metodologia, Sistema Conceitual, Teoria de Base
(entendemos que estes dois últimos são partes de uma Fundamentação teórica), Instrumentos,
Orçamento/Recursos, Cronograma; para Lakatos e Marconi (2010) os elementos que
compõem a estrutura de um projeto de pesquisa são: Apresentação, Objetivos, Justificativa,
Objeto, Metodologia, Embasamento Teórico, Cronograma, Orçamento, Instrumentos de
Pesquisa, Bibliografia. De outra parte, Délcio Salomon restringe a estrutura do projeto de
Pesquisa aos seguintes elementos: Tema e Problema, Formulação de Hipóteses, Marco
Teórico de Referência (fundamentação Teórica), Bibliografia Básica, Justificação, Metodologia,
Cronograma, Orçamento. Para Antonio Joaquim Severino (2007) um Projeto de Pesquisa deve
ser estruturado a partir dos elementos a seguir: Título, Apresentação, Objeto e Problema a
pesquisa, Justificativa, Hipóteses e Objetivos, Quadro Teórico (fundamentação teórica),
Fontes, procedimentos e etapas, Cronograma, bibliografia.
[3] NBR 6023/2002 – Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT.
[4] O livro da professora Maria Helena Diniz (Compêndio de Introdução à Ciência do Direito) é
uma obra consagrada nos meios acadêmicos sobre Teoria Geral do Direito e conhecimentos
afins, tanto filosóficos como sociológicos; ela traz um excelente capítulo (Capítulo II, 4) sobre a
evolução do pensamento jurídico e suas diversas vertentes teóricas e ideológicas, associado
cada uma dessas teorias a autores consagrados considerados clássicos da teoria do direito;
encontramos ainda na mesma obra e no mesmo capítulo uma seção (Capítulo II, 8) sobre a
definição da Ciência do Direito e sua concepção ontológica, o ser do Direito ( Capítulo II, 9). O
Capítulo II I é inteiramente dedicado aos conceitos jurídicos fundamentais. Todas esses
conceitos, categorias e institutos jurídicos podem ser aplicados a qualquer sub-área do Direito
(ramo do Direito). De outra parte, a obra do Prof. Tércio Sampaio Ferraz Jr. traz uma
abordagem inovadora sobre o conceito do direito; ela está estruturada em diversas concepções
metodológicas da teoria jurídica do autor: dogmática analítica, dogmática hermenêutica e
dogmática da decisão ou teoria dogmática da argumentação jurídica. Neste último âmbito
específico, argumentação, o autor revela a importância da teoria da argumentação e sua
aplicabilidade no âmbito jurídico. A importância disso reside no fato de que a teoria da
argumentação não é apenas aplicável à retórica (na prática jurídica, por exemplo), mas,
também na construção de argumentos científicos em defesa de determinado ponto de vista.
Quanto à Miguel Reale, é ele considerado um dos maiores juristas de todos os tempos e
sempre é recomendável lançar mão de suas lições sobre o direito para iniciar textos científicos;
além disso a sua teoria tridimensional do direito constitui uma das mais brilhantes formulações
epistemológicas sobre o fenômeno jurídico e é reconhecida internacionalmente.
[5] Devemos esclarecer que a alusão feita a esses autores é apenas exemplificativa e não
exaustiva. Existem, obviamente, muitos outros autores que podem ser consultados. Mas deve-
se ter em mente que as fontes não podem ser esgotadas nos dias de hoje, por essa razão, o
pesquisador poderá lançar mão de autores de sua preferência para elaboração de sua base
teórica.
[6] É importante fazer menção a um grande autor brasileiro que desenvolveu uma teoria própria
sobre os princípios jurídicos: Humberto Ávila (2005). Sobre uma crítica às teorias de Alex,
Doworkin e de Ávila, c.f. Virgílio Afonso da Silva (2003; 2008).
[7] A obra Taking Rights Seriously (Levando os Direitos a Sério) foi lançada nos estados Unidos
da América em 1977.
[8] Sem desconsiderar, entretanto, a importante contribuição de Juarez Freitas a teoria da
interpretação do direito, com a sua obra Interpretação Sistemática do direito (2010).
[9] Ver também do mesmo autor: Diferença (ontológica) entre texto e norma: afastando o
fantasma do relativismo (2005).
[10] Mas pelo menos o nome de um grande teórico não pode ser aqui esquecido: Norberto
Bobbio. Este pensador italiano, um tanto eclético, por sinal, escreveu uma obra muito vasta
sobre Teoria do Direito (1995; 1999) e da Política (2003), como também, para a teoria dos
Direitos Fundamentais (2004)
[11] A par dessas obras o pesquisador poderá ter acesso a outras tantas que são referidas pelos
ilustres pensadores do direito; além disso, ele poderá vivenciar a experiência de ser induzido a
buscar nas fontes por eles indicas valiosas contribuições que possam ser mais próximas ao
objeto específico do seu trabalho de pesquisa.
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/22322/como-conceber-uma-fundamentacao-teorica-roteiro-pratico-para-a-
pesquisa-juridica/2#ixzz2cbs1YE3r