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Como escrever texto científico Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque A vida acadêmica e profissional, quase sempre, exige a produção de textos científicos. Às vezes, surgem muitas ideias para escrever, mas entre a elaboração mental e a produção textual parece haver um grande abismo. As palavras somem da memória, as frases parecem desarticuladas e as idéias desorganizadas. A sensação de impotência mexe com a auto-estima. Escrever bem parece uma competência impossível de se desenvolver. Porém, felizmente existem estratégias que podem ajudar na construção do texto. A regra básica consiste em estruturá-lo em introdução, desenvolvimento e conclusão. Muitos estudiosos afirmam que bons leitores são bons produtores de texto. Essa afirmativa não é totalmente verdadeira. Ler e escrever exigem competências diferenciadas. A leitura propicia idéias, novos pontos de vistas e visão crítica ao leitor, isto é, oferece os ingredientes para confecção do bolo. Por sua vez, a escrita requer organização e representação das ideias, de maneira lógica e coerente. Ou seja, os ingredientes precisam ser colocados na medida certa, com procedimentos adequados. A Beleza do bolo está na elegância do estilo do autor. Para escrever bem é necessário ler para se ter ideias e praticar a escrita. Inicialmente, requer identificar o assunto principal e os conceitos relacionados. Em seguida, esboçar um esquema do que será tratado e em que ordem. Isso porque um erro bastante comum é abordar os assuntos secundários em vários parágrafos, isto é, com repetição freqüente do assunto, sem segmentar o texto. A regra básica no que concerne à organização dos conteúdos é a construção textual em introdução, desenvolvimento e conclusão. Apesar da aprendizagem da técnica se iniciar na educação básica, nem sempre o texto é produzido considerando tal estrutura. A primeira parte do texto é a introdução, cuja função é apresentar ao leitor o assunto a ser abordado e a sua importância, bem como os objetivos do autor em relação ao texto. Em geral, pela introdução o leitor avaliará a relevância do assunto e se o mesmo é oportuno para as suas necessidades de informação. Por isso, torna-se crucial dar uma visão geral do texto para instigar a curiosidade do leitor a continuar a leitura. Em casos de pesquisas,

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Como escrever texto científico

Kelley Cristine Gonçalves Dias Gasque

A vida acadêmica e profissional, quase sempre, exige a produção de textos científicos. Às

vezes, surgem muitas ideias para escrever, mas entre a elaboração mental e a produção

textual parece haver um grande abismo. As palavras somem da memória, as frases

parecem desarticuladas e as idéias desorganizadas. A sensação de impotência mexe

com a auto-estima. Escrever bem parece uma competência impossível de se desenvolver.

Porém, felizmente existem estratégias que podem ajudar na construção do texto. A regra

básica consiste em estruturá-lo em introdução, desenvolvimento e conclusão.

Muitos estudiosos afirmam que bons leitores são bons produtores de texto. Essa

afirmativa não é totalmente verdadeira. Ler e escrever exigem competências

diferenciadas. A leitura propicia idéias, novos pontos de vistas e visão crítica ao leitor, isto

é, oferece os ingredientes para confecção do bolo. Por sua vez, a escrita requer

organização e representação das ideias, de maneira lógica e coerente. Ou seja, os

ingredientes precisam ser colocados na medida certa, com procedimentos adequados. A

Beleza do bolo está na elegância do estilo do autor.

Para escrever bem é necessário ler para se ter ideias e praticar a escrita. Inicialmente,

requer identificar o assunto principal e os conceitos relacionados. Em seguida, esboçar

um esquema do que será tratado e em que ordem. Isso porque um erro bastante comum

é abordar os assuntos secundários em vários parágrafos, isto é, com repetição freqüente

do assunto, sem segmentar o texto.

A regra básica no que concerne à organização dos conteúdos é a construção textual em

introdução, desenvolvimento e conclusão. Apesar da aprendizagem da técnica se iniciar

na educação básica, nem sempre o texto é produzido considerando tal estrutura. A

primeira parte do texto é a introdução, cuja função é apresentar ao leitor o assunto a ser

abordado e a sua importância, bem como os objetivos do autor em relação ao texto. Em

geral, pela introdução o leitor avaliará a relevância do assunto e se o mesmo é oportuno

para as suas necessidades de informação. Por isso, torna-se crucial dar uma visão geral

do texto para instigar a curiosidade do leitor a continuar a leitura. Em casos de pesquisas,

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é importante relatar brevemente a metodologia utilizada. O tamanho da introdução

depende do gênero textual. Em dissertações e teses, as introduções são mais extensas.

No artigo científico, de aproximadamente 15 paginas, a introdução deve abranger por

volta de 1 página. Em textos pequenos, de uma a duas paginas, um parágrafo é

suficiente. Esses são alguns parâmetros (não rígidos!) que podem ajudar os estudantes.

Na fase de “desenvolvimento” do texto são tratados os conceitos apresentados na

introdução. O assunto é organizado em vários tópicos e subtópicos com os respectivos

títulos e subtítulos, se necessário. Entre um tópico e outro é desejável finalizar o assunto

relacionando-o com o próximo conteúdo a ser tratado. Deve-se construir “pontes” que

integrem os vários tópicos de maneira lógica para que os leitores percebam o fio

condutor, como explicam Platão e Fiorin:

“Ao primeiro contato com um texto qualquer, por mais simples que ele pareça,

normalmente o leitor se defronta com a dificuldade de encontrar unidade por trás de

tantos significados que ocorrem na sua superfície (...). Mas, quando se trata de um bom

texto, por trás do aparente caos há ordem. Quando após varias leituras, encontra-se o fio

condutor, a primeira impressão de desorganização cede lugar à percepção de que o texto

tem harmonia e coerência (...). A partir da observação dos dados concretos da superfície,

pode se chegar à compreensão de significados mais abstratos, que dão unidade e

organização ao texto”.(1997,p.35).

No desenvolvimento do texto, os conceitos principais de cada tópico devem ser bem

definidos. Uma dica importante é iniciar pelo sentido etimológico do conceito e pela

análise das citações, preferencialmente, indireta de dois ou mais autores que pesquisam

sobre o assunto. Essa estratégia é conhecida como “argumento de autoridade”, visto que

um texto ganha mais credibilidade, quando se sustenta em outros textos que tratam do

mesmo tema.

Somente isso não é suficiente para tornar o texto convincente. Existem outros recursos de

argumentação que devem ser usados, quais sejam, a unidade textual, estabelecimento de

correlações lógicas entre as partes, uso de exemplos concretos e adequados e a

refutação de argumentos contrários. A unidade textual refere-se ao foco no assunto,

evitando dispersões e informações desencontradas. A variedade é bem-vinda desde que

desenvolvida e concluída dentro do tema central. As correlações lógicas referem-se à

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articulação entre as partes relacionando as causas e efeitos das proposições, que devem

ser confirmadas com exemplos concretos que revelem os dados da realidade observável.

Por fim, a refutação de argumentos contrários é o procedimento de apresentar as opiniões

opostas às defendidas, expondo com clareza as objeções conhecidas e os argumentos

que as refutam. (PLATÃO;FIORIN,1997).

Um ponto importante a ressaltar trata da questão do plágio. Qualquer ideia retirada de

outro texto/autor precisa ser citada. Isso vale para citação literal - transcrição da forma

como consta no texto e, também, para as paráfrases ou citações indiretas - transcrições

similares ao texto. Portanto, o plágio se refere à cópia da ideia sem citação da autoria!

Plágio é crime!

A conclusão é o fechamento do texto com chave de ouro. Para isso, deve-se recapitular o

assunto e apresentar dados relacionados com os objetivos propostos e com as questões

levantadas, mostrando de forma sucinta os resultados encontrados. Um erro comum a ser

evitado na conclusão é trazer conceitos e assuntos novos que não constam no corpo do

trabalho. Ao contrário disso, a conclusão requer precisão para sintetizar os aspectos mais

importantes do estudo, bem como mostrar ao leitor as limitações encontradas no estudo,

sugerindo novos temas de pesquisas.

Após finalizar o texto, deixe-o “de molho” por algumas horas ou dias para depois lê-lo

novamente. Isso ajuda a ter outra visão do texto. Leia-o mais duas ou três vezes para

avaliar se ele representa as suas ideias de maneira clara e objetiva. Avalie se a

introdução propicia uma visão geral ao leitor. Observe se os tópicos estão bem articulados

e se a conclusão está adequada. Escrever é reescrever tantas vezes quanto forem

necessárias para o texto ficar bom.

Enfim, escrever bem requer leituras - fonte de inspiração das idéias - visão crítica

dedicação e persistência. Dessa maneira, de acordo com Mario de Andrade, “Você irá

escrevendo, irá escrevendo, se aperfeiçoando, progredindo, progredindo aos poucos: um

belo dia (se você aguentar o tranco) os outros percebem que existe um grande escritor”.

Sugere-se a leitura de dois livros:

BOAVENTURA, Edivaldo. Como ordenar as idéias. São Paulo: Ática, 2002.

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FIORIN, Jose Luiz; PLATAO. Para entender o texto: leitura e redação. 13 ed. São Paulo:

Ática, 1997.

P.s: Na parte 2, serão abordadas mais dicas sobre o texto científico.

Principais tópicos do texto cientifico

Como escrever texto científico – Parte II

Escrever um texto acadêmico requer estruturá-lo em introdução, desenvolvimento e

conclusão. Contudo, outros aspectos também são importantes para que ele fique objetivo,

preciso e elegante, por exemplo, evitar os “defeitos de argumentação” e estar atento às

normas lingüísticas.

Antes de discutir sobre os defeitos de argumentação, é necessário explicar o que se

entende por argumentação. De acordo com o Idicionário Aulete, o termo refere-se ao

raciocínio apresentado para convencer alguém ou chegar a uma conclusão. Se o objetivo

do autor é persuadir o leitor pelos argumentos, ele deve utilizar os recursos lógicos e

lingüísticos, tais como, unidade textual, argumento de autoridade, correlações lógicas

entre as partes do texto, demonstração por meio de modelos e exemplos e refutação dos

argumentos contrários.

Os defeitos de argumentação, de acordo com Platão e Fiorin (1997), referem-se, em

primeiro lugar, ao emprego de noções confusas com uso de palavras de extensão

abrangente, caráter amplo e vago como liberdade, justiça, violência, por exemplo. Essas

palavras podem ter significados diferentes de acordo com o contexto em que se inserem e

precisam ser definidas no texto para evitar ambigüidade. Em segundo, há o emprego das

noções de totalidade indeterminada, isto é, o uso de afirmações genéricas que demonstra

ausência de visão analítica e falta de informação, propiciando margem à contra-

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argumentação. Um exemplo desse tipo de problema é a frase: “todos os políticos são

iguais, só querem poder e dinheiro”. Pode até parecer verdade, mas existem políticos

(talvez difíceis de serem encontrados!) honestos, que pensam em projetos em longo

prazo e no bem-estar da população.

O terceiro defeito de argumentação relaciona-se ao emprego de noções

semiformalizadas. Expressões como classe social, práxis, burguesia, comunismo, devem

estar claramente definidas, pois os termos científicos não podem ser empregados no

senso comum. Platão e Fiorin (1997) exemplificam a questão com o enunciado: “Não se

deve negar ao cidadão o direito de protestar. Isso já é comunismo!”. No exemplo, o autor

usa o termo comunismo, quando deveria usar autoritarismo. Outro problema ocorre pelo

uso de ilustração ou modelos inadequados que levam a falsa conclusão. Muitas vezes,

usam-se fatos que não correspondem à verdade. Isso pode ser observado na frase: “a

maioria da população ativa no Brasil ganha acima de dez salários mínimos”. E, por fim,

um erro recorrente observado nos textos dos alunos é o da falsa conclusão. Esse

problema ocorre, em geral, após o relato de uma sequência de episódios, em que as

conclusões não estão contidas nos dados apresentados.

O uso das normas lingüísticas é importante para dar maior credibilidade ao texto e

convencer o leitor das idéias apresentadas. O texto científico admite a impessoalidade no

texto, ou seja, o uso da terceira pessoa do singular na voz ativa, por exemplo, “pretende-

se com esse trabalho...”. Deve-se usar a língua padrão ou norma culta, evitando

linguagem rebuscada, cheia de preciosismos e palavras difíceis de serem compreendidas

pela maioria das pessoas, além de palavras supérfluas, gírias, e ainda, aumentativos,

diminutivos e superlativos. Os termos usados devem estar claros e precisos. Uma boa

dica é evitar frases longas, com mais de três linhas.

Em relação às palavras supérfluas, Dad Squarizi publicou artigo intitulado “lipoaspiração

no texto” no Correio Braziliense com 5 dicas para a elegância e objetividade do texto.

1. Cortar os artigos indefinidos: o artigo indefinido deve ser usado com parcimônia

extrema, visto que atenua a força do substantivo, tornando-o vago e impreciso. Por

exemplo:

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Hugo Chávez quer implantar (um) novo socialismo na América do Sul.

Sarcozy deu (uma) entrevista ao Correio Braziliense.

Em 2010, haverá (uma) renovação no Congresso Nacional.

2. Cortar os pronomes “seu” e “sua” : os referidos pronomes tornam o vocábulo

ambíguo ou, sem função. Eis alguns exemplos:

No (seu) pronunciamento, Lula elogiou o acordo bilionário com a França.

No acidente, quebrou a (sua) perna, fraturou os (seus) dedos, arranhou o (seu) rosto.

Antes de sair, calçou os (seus) sapatos, vestiu a (sua) blusa e pôs os (seus) óculos.

3. Cortar o pronome sujeito:

(eu) saio, (ele) sai, (nós) saímos, (eles) saem.

4. Cortar o pronome “todos”: o artigo definido engloba “todos”. Ao dizer "os candidatos

fazem campanha pela internet", englobam-se todos os candidatos, o que requer cortar o

pronome todos em muitas situações, por exemplo:

Estudo inglês todas as terças e quintas-feiras.

Estudo inglês às terças e quintas-feiras.

Todos os estudantes que faltaram perderam a explicação.

Os alunos que faltaram perderam a explicação.

5. Cortar expressões desnecessárias:

Decisão tomada no âmbito da diretoria.

Decisão tomada pela diretoria.

Trabalho de natureza temporária.

Trabalho temporário.

Problema de ordem familiar.

Problema familiar.

Curso em nível de pós-graduação.

Curso de pós-graduação

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São muitos os problemas associados à norma culta, os mais comuns podem ser

categorizados em 4 classes:

Questões ortográficas: tais como acentuação, pontuação, uso de crase.

Questões de sintaxe: referem-se à combinação das palavras ou frases. Nessa categoria

estão os problemas de concordância, de regência e a colocação de pronomes.

Questões de morfologia: referem-se aos aspectos gramaticais que descrevem os

processos de formação e de flexão das palavras, tais como conjugação verbal, flexão de

substantivos e adjetivos e palavras invariáveis.

Questões de léxico: referente ao vocabulário utilizado no texto

Não se pretende abordar os aspectos gramaticais em detalhes, visto que podem ser

encontrados em boas gramáticas da língua portuguesa. Porém, descrevem-se exemplos

comuns de vícios a serem evitados, de acordo o mini dicionário Sacconi da língua

portuguesa (1996) e exemplos observados em gramáticas. As frases são apresentadas,

em primeiro lugar, de forma correta, seguida da forma errada, a ser evitada:

1) Torcemos pelo Cruzeiro. Torcemos para o cruzeiro.

2) Isso é para eu fazer. Isso não é “prá mim” fazer.

3) Fiquei para recuperação, na escola, por isso perdi minhas férias. Fiquei de

recuperação, na escola, por isso perdi minha féria.

4) A que horas começa a festa?. Que horas começa a festa?

5) Ele chega às 20h. Ele chega as 20h.

6) Nunca disse um palavrão desses. Nunca disse um palavrão “desse”.

7) Quando chegar, bata à porta!. Quando chegar, bata na porta!

8) Desfrute tudo na vida. Desfrute de tudo na vida.

9) Compartilho sua opinião. Compartilho de sua opinião.

10) Ela deu à luz gêmeos. Ela deu a luz a gêmeos.

11) Daqui a Campinas é longe? Daqui em Campinas é longe?

12) Está muito alto o preço das coisas. Está muito caro o preço das coisas.

13) O jantar está na mesa. A janta está na mesa!

14) Sentei-me à mesa com eles. Sentei na mesa com eles.

15) Você é como o seu pai: teimoso! Você é que nem o seu pai: teimoso!

16) Farei uma expedição à Antártica. Farei uma expedição à Antártida.

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17) Tinha chegado cedo à escola. Tinha chego cedo à escola.

18) Tenho trazido pouco dinheiro. Tenho trago pouco dinheiro.

19) Acusaram o goleiro de ter entregado o jogo. Acusaram o goleiro de ter entregue o

jogo.

20) Não posso pagar-lhe hoje. Não posso pagar-lo hoje.

21) O pai não quis perdoar-lhe. O pai não quis perdoar-lo.

22) Você sabe fazer a prova dos noves? Você sabe fazer a prova dos nove?

23) Em que pese aos políticos, o Brasil vai indo. Em que pese os políticos, o Brasil vai

indo.

24) A 5ª e 6ª series estão sem aula. As 5ª e 6ª series estão sem aula.

25) De quem é o par de sapatos e aquele maço de cigarros? De quem é o par de

sapato e aquele maço de cigarro?

26) O professor medeia as relações em sala. O professor media as relações em sala.

27) Dois bilhões de pessoas assistiram as últimas Olimpíadas. Duas bilhões de

pessoas assistiram a última Olimpíada.

28) Um milhão de eleitores votou nele. Um milhão de eleitores votaram nele.

29) Um bilhão de estrelas brilha no céu. Um bilhão de estrelas brilham no céu.

30) Entregamos em domicílio. Entregamos à domicílio.

31) Houve muitas reclamações. Houveram muitas reclamações.

32) Faz dez anos que não viajo. Fazem dez anos que não viajo.

33) Espero que você seja feliz! Espero que você seje feliz!

34) Que Deus esteja convosco! Que Deus esteje convosco!

35) Impetrar mandado de segurança. Impetrar mandato de segurança.

36) Dois milhares de latas foram retirados das praias. Duas milhares de latas foram

retiradas das praias.

37) Os aficionados de computadores reivindicam preços mais acessíveis. Os

aficcionados de computadores reinvindicam preços mais accessíveis.

38) Os pedágios são controlados pelo DERSA. Os pedágios são controlados pela

DERSA.

39) Após a partida, os jogadores confraternizaram. Após a partida,os jogadores se

confraternizaram.

40) Compro frutas e legumes no CEASA. Compro frutas e legumes na CEASA.

41) Comprei duzentos gramas de presunto. Comprei duzentas gramas de presunto.

42) O jogador saiu de campo, puxando da perna esquerda. O jogador saiu de campo,

puxando a perna esquerda.

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43) Fui classificado em octogésimo lugar. Fui classificado em octagésimo lugar.

44) Não tenho pegado resfriados ultimamente. Não tenho pego resfriados ultimamente.

45) Onde você mora ? Aonde você mora ?

46) “Viver a Divina Comédia Humana em que nada é eterno....”.”Viver a Divina Comédia

Humana onde nada é eterno....”

47) O caminhão veio de encontro ao muro. O caminhão veio ao encontro do muro.

48) Trata-se de um mau administrador. Trata-se de um mal administrador.

49) O mal é que não se toma nenhuma atitude. O mau é que não se toma nenhuma

atitude.

50) As moedas fortes mantêm o câmbio praticamente ao par. As moedas fortes mantêm o

câmbio praticamente a par.

51) Tais fatos aconteceram há dez anos. Tais fatos aconteceram a dez anos.

52) Partiriam dali a duas horas. Partiriam dali há duas horas.

53) Ele foi à festa, mas voltou bem cedo. Ele foi à festa, mais voltou bem cedo.

54) Haverá uma palestra acerca das consequências das queimadas sobre a temperatura

ambiente. Haverá uma palestra a cerca das consequências das queimadas sobre a

temperatura ambiente.

55) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos. Os primeiros

colonizadores surgiram acerca de quinhentos anos.

56) Ele teve cerca de mil votos a favor. Ele teve a cerca de mil votos a favor.

57) São personalidades afins. São personalidades a fins.

58) Mostra-se capaz de inúmeras tarefas a fim de nos enganar. Mostra-se capaz de

inúmeras tarefas afim de nos enganar.

59) Preciso de mais um copo de leite. Preciso demais um copo de leite.

60) Estou até bem demais! Estou até bem de mais!

61) Não fazia coisa alguma senão criticar. Não fazia coisa alguma se não criticar.

62) Se não houver seriedade, o país não sairá da situação em que se encontra. Senão

houver seriedade, o país não sairá da situação em que se encontra.

Os exemplos descritos mostram que a língua portuguesa é complexa. Para escrever um

bom texto acadêmico é necessário, além do assunto, recorrer com frequência às

gramáticas e aos dicionários. E ainda assim, corre-se o risco de errar! A produção textual

não é tarefa fácil, mas com observação dos preceitos linguísticos, muita prática e reescrita

é possível escrever bem. Stephen Kanitz, em “Como escrever um bom artigo”, afirma que

o texto deve ser esculpido e não escrito! Para ele, o segredo do bom texto não é uma

questão de talento, mas de dedicação e persistência. Então, a dica é praticar muito até

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que escrever se torne um ato fácil e simples, como descrito ironicamente por Pablo

Neruda: “Você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio

você coloca as idéias”. Simples, assim!!!

Texto escrito por: GASQUE, Kelley Cristine Gonçalves Dias. Como escrever textos

científicos – Parte II. Disponível em: < http://kelleycristinegasque.blogspot.com/>.

Para rir um pouquinho:

ERRO DE ESCRITA

Aquela cidadezinha do interior enfrentava um problema gravíssimo: faltava sal. todo

mundo estava cozinhando sem tempero, por causa da escassez. Um grupo de cidadãos

resolve apelar ao prefeito para resolver a parada.

- Deixem comigo!! - ele responde - Já encaminhei um pedido ao governo federal, que vai

nos abastecer de sal por muito tempo!!!

Dias depois, chega à cidade um comboio de caminhões. O prefeito arma um fuzuê para

receber a carga. A população leva o pó branco pra casa e o resultado é que muita gente

sofre intoxicação. Exames mostram que o produto não era sal, mas sim, cal. O povo se

concentra na porta da prefeitura em protesto. O prefeito, constrangido, aparece na janela

e se justifica:

- Desculpe, meu povo. Ô cabeça, a minha! Esqueci de pôr a cedilha no "c"!!!

Referências:

AULETE. Idicionario Aulete. Disponível em: http://aulete.uol.com.br. Acesso em: 7 mai.

2011.

FIORIN, Jose Luiz; PLATAO. Para entender o texto: leitura e redação. 13 ed. São Paulo:

Ática, 1997.

KANITZ, Stephen. Como escrever um bom artigo. Disponível em:

http://www.kanitz.com.br/impublicaveis/como_escrever_um_artigo.asp

SACCONI, Luiz Antonio. Minidicionário Sacconi da Língua Portuguesa. São Paulo: atual,

1996.

Disponível no site: http://kelleycristinegasque.blogspot.com.br/2011/05/como-escrever-

texto-cientifico-parte-ii.html

Acessado em 21.08.2012