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Renata Santana Santos Consultora e Auditora Contábil e Tributária COMO ESTAR EM CONFORMIDADE COM O SPED ECD

COMO ESTAR EM CONFORMIDADE COM O SPED ECD · Resolução CGSN nº 131/2016. • Manutenção de uma única regra de obrigatoriedade de entrega da ECD para as entidades imunes/isentas:

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Renata Santana SantosConsultora e AuditoraContábil e Tributária

COMO ESTAR EM CONFORMIDADECOM O SPED ECD

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SUMÁRIOQuais empresas estãoobrigadas a escrituraro SPED ECD?

CAP.

01

Prazo de EnvioCAP.

02

Pág. 01

Pág. 03

Livros abrangidospela ECD

CAP.

03

Regime especial detributação (RET)

CAP.

04

Pág. 04

Pág. 09

Lançamentos contábeisBloco I

CAP.

05

Demonstrações contábeisBloco J

CAP.

06

Pág. 12

Pág. 29

Multas por atraso naentrega da escrituraçãodigital

CAP.

07 Pág. 38

Mudanças do Leiaute8.00 para o ano Calendário 2019

CAP.

08 Pág. 39

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Este livro irá ajudá-lo a estar em conformidade com as

regras atualmente vigentes da legislação na hora de gerar a

Escrituração Contábil Digital (ECD).

A Instrução Normativa RFB 1.774/2017 editou normas

sobre a Escrituração Contábil Digital (ECD), válidas a partir de

2018, para as demais empresas, destacamos:

• Inclusão da obrigatoriedade de entrega da ECD para

Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP)

que receba aporte de capital, conforme previsão da

Resolução CGSN nº 131/2016.

• Manutenção de uma única regra de obrigatoriedade de

entrega da ECD para as entidades imunes/isentas:

auferiram, no ano-calendário, receitas, doações,

1

1. Quais empresas estãoobrigadas a escriturar oSPED ECD?

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Fica estabelecida que a obrigação de entrega da ECD não

se aplica às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro

presumido que cumprirem o disposto no parágrafo único do

art. 45 da Lei nº 8.981/95.

Atenção Máxima para as empresas tributadas pelo Lucro

Presumido!

Este parágrafo único, do artigo 45, trata sobre a

escrituração de Livro Caixa, que é uma possibilidade admitida

pela Receita Federal do Brasil. Esta dispensa de entrega da

ECD não se aplica às pessoas jurídicas que distribuírem

parcela de lucros ou dividendos sem incidência do Imposto

sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) em montante superior ao

valor da base de cálculo do imposto sobre a renda apurado

diminuída dos impostos e contribuições a que estiver sujeita.

Destaca-se que, segundo o Código Civil, artigos 1.179 e

1.180, o empresário e a sociedade empresária são obrigados a

escrituração contábil regular e a elaboração do LIVRO DIÁRIO,

ou seja, o Código Civil não admite escrituração de Livro Caixa

para fins Contábeis / Societários.

2

incentivos, subvenções, contribuições, auxílios, convênios

e ingressos assemelhados cuja soma seja igual ou superior

a R$ 4.800.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) ou ao

valor proporcional ao período a que se refere a

escrituração contábil (Essa última regra foi alterada em 17

de maio de 2019 na Instrução Normativa RFB n°

1.894/2019).

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Desta forma, considerando que todas as pessoas jurídicas

tributadas pelo Lucro Presumido escrituram Livro Diário (e não

Livro Caixa), por força do Código Civil e das demais Normas

Contábeis, haverá a exigência da entrega da Escrituração

Contábil Digital (ECD).

Caso a empresa faça a opção por escriturar o livro caixa,

opção permitida apenas no âmbito tributário, significa que

para fins tributários irá escriturar o Bloco Q do SPED ECF, que

é o livro caixa.

A pessoa jurídica que escriturar o livro caixa deverá

adotar o regime de caixa.

2. Prazo de Envio

É vedada distribuição isenta de lucros para as pessoas

jurídicas que optarem por escriturar o livro caixa para fins

tributários acima da presunção líquidas de todos os tributos.

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3. Livros abrangidos pela ECD Os livros de escrituração contábil podem ser incluídos no

Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) contábil nas

seguintes formas:

Livro G – Diário geral

Livro R – Diário com escrituração resumida (deve ser vinculado

a um dos dois livros auxiliares: A e/ou Z)

Livro A – Diário auxiliar

Livro Z – Razão auxiliar

Livro B – Balancetes diários e balanços

Na hora de escriturar o livro diário, surge a primeira

questão: quais livros devem ser gerados para a empresa estar

em conformidade com o Código Civil?

Dentro da ECD é fácil escolher. No registro 000, basta

indicar qual o tipo de livro que será gerado (fig.1), porém é

preciso ter atenção com duas questões: quando e quais tipos

de livro serão gerados.

Na sequência será explicado cada um dos livros e em qual

situação eles são utilizados.

Como escolher o livro a ser gerado

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Tipos de livros

Livro G

O livro G é o diário geral; é o completo. Dessa forma, ele

não possui escrituração auxiliar, pois é o livro diário que

independe de qualquer outro. Ele não pode coexistir em

relação a outro período com nenhum outro livro, ou seja, se

for enviado o livro G, não irá nenhum outro.

Como que eu sei se eu gero o G ou não?

De acordo com o artigo 1.184 do Código Civil: “No diário serão

lançadas, com individuação, clareza e caracterização do

documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou

reprodução, todas as operações relativas ao exercício da

empresa”.

Então se a empresa, durante o ano de 2018, que é o nosso

caso em questão, fez os lançamentos contábeis dia a dia com

individuação, com clareza, por exemplo, se a empresa tem N

clientes, N fornecedores e conseguiu lançar funcionário por

funcionário, fornecedor por fornecedor, cliente por cliente na

contabilidade, diretamente no livro, não há necessidade de um

livro auxiliar.

Atenção, tanto em clientes quanto em fornecedores, pois

são as contas mais comuns da empresa não abrir dentro do

lançamento contábil. Se isso ocorrer, o Código Civil aceitará,

mas deverá ser utilizado outro livro.

As exceções ao livro G:

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O Código Civil traz duas exceções em relação ao livro G. A

primeira delas diz respeito à utilização de lançamentos, no

Diário, por totais:

Segundo o Artigo 1.184, §1º: “Admite-se a escrituração

resumida do Diário, com totais que não excedam o período de

trinta dias”.

Essa é a primeira regra. Então por acaso se a empresa fez

algum orçamento sintetizando em até 30 dias, está correto,

porém vai ter que gerar livros auxiliares. O livro G só é

permitido se a empresa fizer os lançamentos diariamente.

Em uma conta numerosa, com muitos lançamentos, é

possível fazer a sintetização. Ainda de acordo com o Artigo

1.184, o mesmo parágrafo: “... relativamente a contas cujas

operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do

estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares

regularmente autenticados, para registro individualizado, e

conservados os documentos que permitam a sua perfeita

verificação”.

Isso significa que, admite-se escrituração resumida do

diário, desde que sejam gerados livros auxiliares.

Livro R

É o livro diário com escrituração resumida. Nos termos do

Artigo 1.184 §1º do Código Civil, citado anteriormente, o livro R

obriga à existência de livros auxiliares (A e/ou Z) e não deve

coexistir com os livros G nem B. Dessa forma, se for enviado o

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G somente, significa que todos os lançamentos estão

individualizados dentro da contabilidade. Mas, caso haja

algum tipo de lançamento sintetizado, deve ser gerado o livro

R juntamente com A ou Z referentes aos lançamentos

sintetizados.

Livro A

O livro A é o livro diário auxiliar ao diário com escrituração

resumida. É o livro auxiliar previsto nos termos do Parágrafo 1º

do artigo 1.184 do Código Civil mencionado nos itens

anteriores, que contém os lançamentos individualizados das

operações lançadas no livro R.

Livro Z

O livro Z é o razão auxiliar (livro contábil auxiliar conforme

leiaute definido pelo titular da escrituração). Este livro não tem

leiaute fixo, sendo que quem o determina é o contador

juntamente com o seu sistema ou software utilizados.

Vamos tomar como exemplo uma empresa que pode ser

obrigada a gerar o livro R, a de construção civil. Nessa área,

algumas empresas não são obrigadas a ter inscrição estadual

e, consequentemente, não precisam escriturar o livro de

inventários de estoques dentro do Sped fiscal. Mas onde ela

escritura o livro de inventário de estoque para fins de imposto

de renda? A resposta é: dentro do Sped contábil. No entanto,

para conseguir fazer isso, a empresa deverá enviar o livro R

com o Z, do inventário. O livro Z seria o livro auxiliar ao

estoque.

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Nesse ramo de atividade é obrigatório analisar essa

situação, se tem a inscrição estadual para enviar o inventário

no próprio Sped fiscal ou se vai ser obrigada a fazer o livro R e

o auxiliar de inventário dentro do Sped contábil. Lembrando

que mesmo que a empresa não tenha estoque, ela deve gerar

o livro Z com saldo zero. Da mesma forma que é feito quando

escrituramos o Sped EFD ICMS-IPI, no bloco H, se a empresa

não possui estoque nenhum, ele fica zerado.

Empresas da construção civil que não possuem Sped

fiscal, que não têm inscrição estadual, são obrigadas a enviar o

livro R, pois sempre terão que escriturar o inventário no livro Z.

Outro exemplo abrange as empresas que escrituram

fornecedores e clientes de forma sintética, elas deverão optar

pelo livro R e terão que escriturar o livro Z, não podendo gerar

o livro G.

Livro B

Regras de convivência dos livros

Esse livro é equivalente ao G e ao R, mas é exclusivo para

instituições financeiras. Somente o Banco Central

regulamentou a utilização deste livro e, praticamente, só é

encontrado em entidades financeiras. A legislação não obsta a

utilização concomitante do livro “Balancetes diários e

balanços” e de livros auxiliares.

A tabela abaixo mostra as regras de convivência entre os

livros abrangidos pelo Sped contábil.

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Tipo de escrituração

Livro G

Livro R

Livro B

Sozinho

Pode coexistir com A ou Z

Sozinho ou pode coexistir com A ou Z

Convivência

(pelo menos um deles)

Se a empresa puder gerar o livro G, ele vai sozinho, e não

coexiste com mais nenhum. Se a empresa tiver alguma

situação de escrituração resumida, ela deve enviar o livro R e

os seus auxliares A ou Z. Nesse caso, pode ser que a empresa

tenha mais de um livro auxiliar: A e Z; apenas Z e às vezes mais

de um livro Z, por exemplo, livro Z de clientes, livro Z de

fornecedores, livro Z de inventário e assim por diante.

É importante lembrar que deve haver no mínimo um

auxiliar quando se faz a opção pelo livro R. Logo, o contador

tem que analisar a escrituração contábil e verificar quais são as

contas que têm lançamento sintético.

Quanto ao livro B, ele pode ser enviado sozinho ou

juntamente com A ou Z.

Uma novidade para a ECD, do ano calendário de 2018, foi

o fato das empresas de construção civil e incorporadoras que

usam o Regime Especial de Tributação, o RET.

4. Regime especial detributação (RET)

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Segundo o artigo 10 da Instrução Normativa RFB n°1.435

(30/12/2013), “O incorporador fica obrigado a manter a

escrituração contábil segregada para cada incorporação

submetida ao RET.

§ 1º A escrituração contábil das operações da incorporação

objeto de opção pelo RET poderá ser efetuada em livros

próprios ou nos da incorporadora, sem prejuízo das normas

comerciais e fiscais aplicáveis à incorporadora em relação às

operações da incorporação.

§ 2º Na hipótese de adoção de livros próprios para cada

incorporação objeto de opção no RET/Incorporação

Imobiliária, a escrituração contábil das operações da

incorporação poderá ser efetivada mensalmente na

contabilidade da incorporadora, mediante registro dos saldos

apurados nas contas relativas à incorporação”.

Essa escrituração contábil segregada poderá ser feita

através de centro de custo, ou de projetos ou ainda de livros

auxiliares. Mas como informar isso na ECD?

Pelo centro de custo. No caso, utilizo o Registro I100. Para

cada centro de custo deverá existir uma informação em

relação à incorporação. E no caso da utilização dos livros da

incorporadora, a segregação dos registros e das contas de

cada empreendimento do RET poderá ser efetuada por centro

de custo. Na figura abaixo, um exemplo dos registros na ECD:

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Para cada lançamento contábil de resultado, e para

alguns lançamentos de controle de ativo, principalmente

imobilizados e estoque, podemos ou devemos, no caso do

resultado, ter o lançamento e a informação de qual centro de

custo está sendo feito aquele lançamento. A conciliação

também precisa ser por centro de custo. E ao gerar a ECD, para

cada lançamento vai ser informado em qual centro de custo

está alocado. Dessa maneira, será possível tirar um balancete

e saber o resultado daquele empreendimento.

No caso de utilização de livros individualizados (livros

próprios da incorporação/RET), em empresas que não fazem o

controle por centro de custo, deverá ser utilizado,

obrigatoriamente, um livro razão auxiliar (Z) ou um livro diário

auxiliar (A) da ECD para cada empreendimento do RET. É um

processo um pouco mais complexo de ser gerado, visto que os

lançamentos terão que estar amarrados de alguma forma.

Em testes com alguns sistemas, percebeu-se que em

empresas que não usam centro de custo, é possível gerar um

livro Z para cada projeto, para cada empreendimento e nele

ficarão só as informações de lançamentos contábeis daquele

projeto, atendendo tanto à regra contábil quanto à fiscal.

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Empresas de construção civil incorporadoras agora, em

referência ao ano 2018, deverão analisar se vão gerar o Sped

contábil por centro de custo, utilizando o registro I100, ou se

vão gerar o Sped contábil com os livros auxiliares, separando

cada projeto em um livro auxiliar.

Registro I010: identificação da escrituração contábil

- Indicador da forma de escrituração contábil

G – livro diário (completo sem escrituração auxiliar)

R – livro diário com escrituração resumida (com escrituração

auxiliar)

A – livro diário auxiliar ao diário com escrituração resumida

B – livro balancetes diários e balanços

Z – razão auxiliar (livro contábil auxiliar conforme leiaute

definido nos registros I500 a I555)

Onde se ler: Código da versão do leiaute contábil (preencher

com 7.00 para 2018 e 8.00 para 2019).

5. Lançamentos contábeisBloco I

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É necessário conferir se foi gerado o tipo de livro correto

dentro do Sped contábil. Para exemplificar, foi escolhido o

livro R. Escolhido o livro R, então, deverão ser preenchidos os

registros I012 e I015.

Registro I012: livros auxiliares ao diário ou livro principal

O registro I012 deve ser preenchido para informar os

livros auxiliares utilizados (fig. 3).

No caso de livro principal: quando o indicador da forma

de escrituração contábil (campo 02) do registro I010 for igual a

R (livro diário com escrituração resumida) ou B (livro

balancetes diários e balanços), deverão ser informados neste

registro os dados dos livros auxiliares A (livro diário auxiliar ao

diário com escrituração resumida) ou Z (razão auxiliar). Nesse

caso, o código hash do livro auxiliar (campo 05) é obrigatório.

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Por exemplo: se for gerado o livro auxiliar de clientes, que

é o Z, deverá ser transmitido o livro Z. No livro R, portanto, será

criado o registro I012 informando qual é o livro auxiliar de

clientes. Nesse caso, o livro 12, auxiliar de clientes (ver fig.3). Se

for a primeira vez que está sendo transmitindo o livro auxiliar,

é o livro 1, auxiliar de clientes. Daí é só clicar nessa linha para

abrir o registro I015.

Registro I015: identificação das contas da escrituração

resumida a que se refere a escrituração auxiliar

Este registro deve ser preenchido com a identificação das

contas da escrituração resumida a que se refere a escrituração

auxiliar. O preenchimento será obrigatório somente quando o

indicador da forma de escrituração contábil (campo 02) do

registro I010 for igual a R (livro diário com escrituração

resumida), A (livro diário auxiliar ao diário com escrituração

resumida) ou Z (razão auxiliar).

Aqui é informada a conta contábil de clientes no plano de

contas, se é cliente diversos ou partes relacionadas, enfim, a

conta contábil que recebe o lançamento sintético de cliente.

No caso do fornecedor, é informada a conta contábil que

recebe o lançamento sintético de fornecedor, e assim

sucessivamente para todos os livros auxiliares. No exemplo

abaixo, será utilizado o livro R:

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Quando for gerado o livro auxiliar, os registros I012 e I015

deverão ser preenchidos. Nos livros auxiliares A e Z, o registro

é preenchido com o número do livro R, 58 no nosso exemplo

(ver fig. 4), que é o livro diário e que informa as contas

sintetizadas.

Registro I030: termo de abertura do livro

Neste registro será preenchido o cadastro, o termo de

abertura. É bem simples, mas em auditorias realizadas, foi

observado que é muito comum o nome da empresa estar

errado. Lembramos que o nome da empresa tem que ser

idêntico ao cartão do CNPJ, sem abreviatura, sem caractere

especial que já não esteja previsto nesse cartão.

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Outro ponto de atenção, para ficar em conformidade, é a

data de encerramento do exercício social. É necessário

verificar se está com a data correta para não dar erro. Se for

colocada outra data aqui, não haverá consistência com a ECD.

Esta data indicará qual é o encerramento do exercício (Ver

fig.5).

Registro I050: plano de contas

A ECD é a contabilidade comercial das pessoas jurídicas e,

portanto, é baseada no plano de contas que estas utilizam

para o registro habitual dos fatos contábeis. Assim, os códigos

das contas analíticas do plano da pessoa jurídica são os que

devem ser informados nos seguintes registros:

I015: identificação das contas da escrituração resumida a que

se refere a escrituração auxiliar

I050: plano de contas

I155: detalhe dos saldos periódicos

I250: partidas do lançamento

I310: detalhes do balancete diário

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I355: detalhes dos saldos das contas de resultado antes do

encerramento

A norma CTG 2001 (R2) em seu item 8, define as

formalidades da escrituração contábil para envio ao Sped: “O

plano de contas, com todas as suas contas sintéticas e

analíticas, deve conter, no mínimo 4 (quatro) níveis e é parte

integrante da escrituração contábil da entidade, devendo

seguir a estrutura patrimonial prevista nos artigos de 177 a

182 na Lei nº 6.404/1976. Na transmissão para o Sistema

Público de Escrituração Digital (Sped) do plano de contas,

juntamente com os livros Diário e Auxiliares, e documentos da

escrituração contábil digital da entidade, devem constar

apenas as contas que tenham saldo ou que tiveram

movimento no período”.

Isso significa que no registro devem aparecer as contas

com lançamento no período ou com saldos no período. Alguns

sistemas ainda estão gerando todas as contas do plano de

contas, o que não pode ocorrer. No entanto, se a empresa

transmitir a ECD em diversos arquivos, ainda que a conta

termine com saldo zero, deve constar no plano de contas de

todos os arquivos.

Código da natureza das contas / Grupos de contas

Código

01 Contas de ativo

02 Contas de passivo

03 Patrimônio líquido

04 Contas de resultado

05 Contas de compensação

09 Outras

Grupo/Conta

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É importante confirmar se os grupos de contas

encontram-se adequadamente classificados no seu plano de

contas, pois dará erro ou advertência na hora de gerar o

balanço. Na demonstração de resultados, será mostrado que

os lançamentos não batem. A soma do ativo e do passivo

devem bater, mas provavelmente alguma conta de ativo não

está classificada como ativo no registro do plano de contas

resultando em advertência. Vale a pena fazer uma checagem.

E é simples, basta seguir a relação (fig. 6). Em conta do ativo, se

fosse passivo, deveria constar 2, e assim sucessivamente,

por exemplo.

Registro I051: plano de contas referencial

O plano de contas referencial não é obrigatório na ECD,

mas é altamente recomendável que seja feito porque facilita

muito na hora de gerar o Sped ECF. É necessário fazer uma

conciliação, pois o plano de contas referencial deve ser feito

por pessoas que conhecem a tributação do imposto de renda

e da contribuição social. Ele é um plano tributário.

A finalidade desse registro é estabelecer um mapeamento

(De/Para) entre as contas analíticas de ativo, passivo,

patrimônio líquido, receitas e despesas do plano de contas da

pessoa jurídica e um plano de contas padronizado.

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Observação: caso a pessoa jurídica utilize subcontas

auxiliares conforme previsão dos art. 295, 296, 298 e 299 da

Instrução Normativa RFB nº1.700, de 14/3/2017, as subcontas

auxiliares devem ser mapeadas para a conta referencial “pai”

da respectiva subconta. Exemplo:

Recomenda-se que seja feita uma revisão do plano de

contas referencial, já que um novo saiu no final de 2018.

Registro I052: indicação dos códigos de aglutinação

As informações deste registro são utilizadas para a

elaboração das demonstrações contábeis nos registros do

bloco J. Deve ser utilizado o código de aglutinação (COD_AGL)

válido na data de encerramento e de maior detalhamento

utilizado nas demonstrações contábeis.

Neste ano, fique atento pois o código de aglutinação vai

dar erro se estiver incorreto. Nos anos anteriores, quando era

gerada a ECD, às vezes aparecia uma advertência informando

que as contas não estavam com os saldos corretos no

Plano de contasda empresa (J050)

Veículos 1.02.03.01.08 Veículos

Veículos – Subconta auxiliar 1.02.03.01.08 Veículos

Subconta AVP(Ajuste a Valor Presente)

1.02.03.01.75 SubcontaAjuste Valor PresenteImobilizado

Mapeamento para o Plano deContas Referencial (J051)

1.02.03.01.08 Veículos

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momento de gerar o Sped contábil no registro J100 (balanço) e

no J150 (demonstração de resultado). No entanto, apesar da

incoerência nas contas, era dada uma advertência mas o

sistema validava. Isso não ocorrerá mais.

O código de aglutinação precisa nascer correto, quando

ele é gerado no registro I052, no momento em que é montado

o formato do balanço, da demonstração de resultado e da

DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido)

dentro do seu sistema. Então essas demonstrações precisam

vir prontas e parametrizadas pelo contador no seu sistema

para ECD.

Lembre-se que existe uma estrutura de balanço de

acordo com a norma que você utiliza, que pode ser NBC TG

1000 para empresas de pequeno e médio porte, ITG 1000 para

microempresas ou a NBC TG 36 no caso das empresas de

grande porte. É preciso prestar atenção à classificação do tipo

de empresa e à norma de escrituração de balanço relacionada

a ela. A ECD deve retratar exatamente um balanço e não um

balancete no registro J100.

Novamente, o registro I052 é para aglutina. Se não

conseguir tirar um balanço, uma demonstração de resultado e

uma DMPL de dentro do seu sistema, provavelmente não

conseguirá também gerar isso de forma correta para ECD.

Nesse caso, é melhor entrar em contato com o suporte do seu

sistema para corrigir essa informação.

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Registro I053: subcontas correlatas

Registro utilizado para demonstrar os grupos (código de

identificação do grupo de conta-subconta – COD_IDT – Campo

02) compostos de uma conta “pai” e uma ou mais contas

correlatas. É possível utilizar o mesmo código de identificação

do grupo para mais de um conjunto de conta “pai” e

subconta(s). De acordo com a Lei nº 12.973, as empresas de

lucro real são obrigadas a fazer o registro I053, no caso da

implantação da norma internacional.

Registro I075: tabela de histórico padronizado

Mais uma situação que tem um volume alto de não

conformidade nas auditorias está relacionada ao histórico das

empresas. O que se recomenda é que a empresa tenha

históricos padronizados para facilitar os lançamentos e para

que haja um modelo único. O histórico das empresas deve

estar completo, informando exatamente a que se refere cada

lançamento. Além disso, muitas empresas não estão

anexando na ECD, no registro de nota 800, a lista de

abreviaturas, pedido pela ITG 2000, em seu item 5: “ Admite-se

o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos

lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo

constar o significado dos códigos e/ou abreviaturas no Livro

Diário ou em registro especial revestido das formalidades

extrínsecas”.

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Dessa forma, quem usa uma abreviatura no histórico

contábil é obrigado a ter um livro de abreviaturas, que

aconselhamos a anexá-lo no registro J800.

A pessoa jurídica define históricos padronizados, que

devem ser únicos para todo o período a que se refere a

escrituração e utiliza somente os códigos predefinidos neste

registro por ocasião do preenchimento do registro relativo ao

detalhamento dos lançamentos contábeis (registro I250).

Registro I100: centro de custo x 0600 do Sped EFD ICMS/IPI

e Sped Contribuições

O registro 0600 – centro de custos – tem como objetivo

identificar os centros de custos referenciados no registro 0305

(informação sobre utilização do bem). Para que haja a

validação do registro, não podem ser informados dois ou mais

registros com a mesma combinação de conteúdo nos campos

DT_ALT e COD_CCUS.

01 REG

Campo Descrição

C

Tipo

004*

TAM

-

Dec

O

02 DT_ALT Data da inclusão/alteração

Texto fixo contendo “0600”

N 008* - O

03 COD_CCUS Código do centro de custos C 060 - O

04 CCUS Nome do centro de custos C 060 - O

Obrig

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O registro I100 refere-se aos centros de custos

mencionados no Regime Especial de Tributação (RET). Muita

atenção porque o centro de custos está sendo relacionado

agora ao Sped fiscal para quem gera ICMS/IPI e ao Sped

contribuições para quem gera PIS/Cofins.

O centro de custo contábil está no registro I100, já o do

Sped fiscal e Sped contribuições está no 0600. Observe que no

registro 0600 ele é obrigatório, então para o Sped fiscal e para

o Sped contribuições o campo centro de custo é obrigatório. E

é o mesmo centro de custos que tem que ser informado no

registro I100 do Sped ECD.

Quem é obrigado a ter centro de custos?

Todas as empresas. É claro que indústrias e serviços que

compõem o custo não tem escapatória, devem ter centro de

custo para compor e demonstrar fiscalmente tais custos. Caso

o contribuinte não adote centro de custos, deverá informar,

pela regra do Sped ICMS/IPI, os seguintes códigos no registro

0600 no campo 03 (COD_CCUS):

a) Tratando-se de atividade econômica comercial ou de

serviço:

Código 1: área operacional

Código 2: área administrativa

b) Tratando-se de atividade econômica industrial:

Código 3: área produtiva

Código 4: área de apoio à produção

Código 5: área administrativa

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Observe que no Sped ICMS/IPI é obrigatório informar o

centro de custo e quando não utilizar o centro de custo dos

seus sistemas, deve ser informado o centro de custo padrão

do Sped fiscal. Se usar o seu sistema, deve informá-lo. Se o

0600 tem uma obrigatoriedade tanto no Sped fiscal quanto no

Sped contribuições, utilize o mesmo centro de custos no I100

do Sped contábil.

Registro I150: saldos periódicos – identificação do período

Este registro identifica o período relativo aos saldos

contábeis. A periodicidade do saldo é, no máximo, mensal,

mas poderá conter fração de mês no caso de situação especial

(cisão, fusão, incorporação ou extinção).

Os saldos devem ser informados no Sped contábil no

registro I150 mensalmente. Não houve nenhuma novidade

nesse campo.

Registro I157: transferência de saldos de plano de contas

anterior

Se a entidade trocou de plano de contas durante o

período de 2018, ela terá que preencher o registro I157

fazendo do/para; do plano de contas anterior para o plano de

contas novo, saldo a saldo, conta a conta. Um para um.

Cada conta do plano anterior tem que ter uma conta nova

no plano contábil, quando não forem realizados lançamentos

contábeis transferindo o saldo da conta antiga para a conta

nova nos registros I200 e I250.

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Registro I200: lançamento contábil

Este registro que define o cabeçalho do lançamento

contábil apresenta novidades. Além dos campos E e N, que já

existiam em 2017, foi incluído o campo X. Portanto, agora são

utilizados três tipos de lançamento:

1) Tipo E: lançamentos de encerramento das contas de

resultado

2) Tipo N: demais lançamentos, denominados lançamentos

normais

3) Tipo X: lançamentos extemporâneos

De acordo com as regras da escrituração contábil

definidas pelo Conselho Federal de Contabilidade e publicadas

em 12/12/2014, os lançamentos extemporâneos abrangem,

entre outros, os lançamentos previstos nos itens 31 a 36 da

Interpretação Técnica Geral (ITG 2000 – R1).

Os lançamentos extemporâneos são, por exemplo, os

erros de decisões passadas aos quais a empresa fez ajustes de

exercícios anteriores. Dessa maneira, a empresa vai ter que

indicar que esses ajustes são registros do tipo X. No registro

I200 ficará assim:

No campo “Data de ocorrência dos fatos objeto do

lançamento extemporâneo” deverá ser informada a data da

ocorrência dos fatos objeto de lançamento extemporâneo, ou

seja, quando ocorreu o erro. Por exemplo, foi simulado o

lançamento em 1/1/2018 e ajustada a data de ocorrência em

31/5/2017. As empresas que possuem ajustes anteriores têm

que fazer o mapeamento disso.

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Mas e se não foi feito o mapeamento e não souber a data?

Nesse caso o Sped permite que seja informado o último

dia do ano do período que foi identificado o erro. Se o erro

ocorreu em 2017, mas não se sabe exatamente o dia e o mês,

deve ser colocado 31/12/2017.

No entanto, se o erro causar impacto tributário, pode

gerar consequências não saber a data, pois como o fisco vai

saber quando aquele lançamento fez o impacto tributário? Se

for receita, de quando ela é? Se for despesa, dedutível de

quando ela é?

Registro I250: partidas do lançamento

Este registro identifica todas as contrapartidas do valor do

lançamento informado no registro I200 (cabeçalho do

lançamento), ou seja, o somatório de todas as contrapartidas a

crédito e o somatório de todas as contrapartidas a débito

devem ser iguais ao valor do lançamento informado no

registro I200.

No histórico completo da partida ou histórico

complementar deverá ser informado tudo que necessita ser

identificado: data do lançamento de origem, informações de

histórico padrão, abreviaturas, etc. E depois será anexado no

registro J800.

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O histórico completo da partida no caso de lançamentos

extemporâneos, tende a obedecer o item 32 do ITG 2000 (R1).

Então, por exemplo, se foi feito um ajuste de decisões

anteriores, o histórico tem que especificar o motivo da

correção, a data e o número de lançamento de origem. É algo

que deve ser feito, não há outra alternativa. Quando se faz um

ajuste, no registro I200 deve ser informada a origem e no

histórico contábil do registro I250, deve constar o motivo da

correção, a data e o número de lançamento de origem.

Registro I350: saldo de contas de resultado antes do

encerramento

Este registro identifica o período relativo aos saldos

contábeis das contas de resultado antes do encerramento. A

periodicidade do saldo é, no máximo, mensal, mas poderá

conter fração de mês nos casos de abertura, fusão, cisão,

incorporação ou extinção. Não houve modificações nesse

campo.

Registro I355: detalhes dos saldos das contas de resultado

antes do encerramento

O registro I355 traz os detalhes das contas de resultado

antes do encerramento, isto é, o valor do saldo final de cada

conta antes dos lançamentos de encerramento.

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Registro I500: parâmetros de impressão e visualização do

razão auxiliar parametrizável

Neste registro deve ser especificado o tamanho da fonte a

ser utilizado na impressão do livro Z, que é um livro auxiliar

com formatação especificada pelo próprio usuário. Trata-se

dos parâmetros para montar o leiaute para gerar o livro Z.

No exemplo acima, foi montado um leiaute: conta

auxiliar, descrição da conta auxiliar, saldo inicial, se a empresa

é devedora ou credora, o total de débito, o total de crédito, o

total do saldo e se é devedora ou credora.

Como é que eu sei o que significa cada um desses

campos?

O manual da ECD apresenta o formato que eu tenho que

gerar esses campos. Assim, na primeira coluna tem que ter

I510, na segunda coluna um resumo da descrição, na terceira,

a descrição do campo, na quarta, o tipo, se é numérico ou se é

letra e assim por diante. Mostra o tamanho da letra, tamanho

do espaço. Tudo para que o usuário consiga montar o leiaute

do livro Z, como se fosse uma coluna de Excel.

O registro I500 é o parâmetro de impressão, onde pode

ser verificado cada campo formado. (Veja fig.7)

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6. Demonstrações contábeisBloco J Registro J005: demonstrações contábeis

O principal ponto do registro J005 é definir se a empresa é

obrigada ou não a consolidar as demonstrações contábeis. No

caso de uma controladora, a empresa será obrigada a

consolidar as demonstrações contábeis e, portanto, deverá

preencher como tipo 1 as próprias demonstrações contábeis e

como tipo 2 a demonstração consolidada.

É necessário lembrar que a regra de consolidação pode

ser que obrigue essa empresa a gerar um outro bloco que é o

K do Sped ECD, referente aos conglomerados econômicos.

Verifique a Lei nº 6.404 e o CPC 36 (Comitê de

Pronunciamentos Contábeis) para certificar-se se a empresa

está obrigada a consolidar de acordo com os conglomerados

econômicos. O campo 2 do registro (figura 7) não está

diretamente ligado a conglomerados econômicos, mas

certamente se a empresa é um conglomerado, ela pertencerá

ao tipo 2. Por causa disso, outras empresas presentes na regra

de consolidação de demonstrações contábeis deverão

preencher os campos 1 e 2, sem precisar do bloco K.

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Em outro exemplo, a empresa gerou de janeiro a

dezembro as demonstrações individuais, obedecendo o

contrato social, e gerou no mesmo período as demonstrações

consolidadas em obediência à regra de consolidação, porque

provavelmente é uma controladora. Ela gerou

trimestralmente, pois talvez seja lucro real trimestral ou lucro

presumido. Sendo assim, pode ser que ela tenha que gerar as

demonstrações mais de um período, mais de um formato

como mostra a estrutura (figura 8).

No exemplo, foi feita a antecipação de distribuição de

lucro. Tecnicamente não existe antecipação, é preciso

demonstrar que houve lucro, por isso deve fazer a

demonstração de resultado e o balanço naquele período de

antecipação. E assim sucessivamente. Toda vez que houver

necessidade de gerar uma demonstração contábil, será aberto

um registro J005 para isso.

Registro J100: balanço patrimonial

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O balanço patrimonial tem que ter estrutura de balanço.

Parece óbvio, mas é importante verificar se o sistema está

gerando essa estrutura corretamente e se os códigos de

aglutinação mostrados aqui anteriormente no registro I052

aparecem na ordem correta. Por exemplo, na figura 8, se ao

invés de 113, 115 e 125 for mostrada uma ordem diferente.

Ainda na figura 8, é possível notar que o código de

geração só aparece nos registros detalhes. No totalizador de

demonstrações contábeis do balanço não existe código de

aglutinação. Ele deve estar em ordem, porém, às vezes o

sistema faz a inversão, colocando que o código gerador 115 é

do caixa e 113, por exemplo, é da conta de investimento.

O problema ocorre quando for tirar o balanço dentro do

Sped contábil, pois ele vai sair bagunçado. O código de

aglutinação tem que estar na ordem que vai sair depois na

emissão do balanço. Em nosso exemplo, ele está na ordem

correta.

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Outro ponto, é saber se o sistema não está gerando um

balancete ao invés de um balanço. A responsabilidade nesse

caso será totalmente do contador, inclusive há uma

observação no registro J100 do manual do Sped ECD.

É preciso ficar atento também ao campo nota da nota

explicativa. Ele deve ser preenchido dentro do balanço.

Conforme mostra o exemplo da figura 9, nesta tela será

informada a referência. Se foi colocado 7.2, significa que a nota

7.2 da nota explicativa diz respeito à caixa e equivalente de

caixa que compõe essa conta. E assim por diante. Esse campo

é obrigatório de acordo com as regras contábeis e não dão

erro na ECD. É responsabilidade do contador estar em

conformidade com essa informação.

Registro J150: demonstração do resultado do exercício

(DRE)

Neste registro deve ser informada Demonstração de

Resultado do Exercício (DRE) da pessoa jurídica a partir dos

códigos de aglutinação informados no registro I052. O nível de

detalhamento das demonstrações contábeis é de

responsabilidade exclusiva da pessoa jurídica. Os registros

devem ser gerados na mesma ordem em que devem ser

visualizados.

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O registro 150 apresenta uma novidade não muito boa

neste ano. No ano passado, havia o valor do ano corrente e o

valor do ano anterior e não existia o campo nota. No leiaute

deste ano foi retirada a referência ao ano anterior que servia

para gerar demonstração de resultado. Dessa forma, as

empresas que precisam se adequar à norma internacional,

que são todas, deverão gerar a demonstração de resultados

novamente e anexar no registro J800 para estar em

conformidade à norma internacional de Contabilidade. No

Sped contábil ficará dessa forma:

Também é obrigatória a referência da nota explicativa

dentro da demonstração de resultado no Sped contábil. Se,

porém, for informada uma referência de nota explicativa e

esta não for anexada no registro J800, dará erro na hora da

validação.

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Registro J210: DLPA – Demonstração de Lucros ou Prejuízos

Acumulados e DMPL – Demonstração de Mutações do

Patrimônio Líquido

O registro J210 – DMPL ou DLPA não tem novidades em

relação ao ano anterior, a não ser o campo nota da nota

explicativa, que deve ser preenchido com atenção para ficar

em conformidade.

Esse relatório não atende 100% da regra internacional já

que não apresenta o ano anterior completo para

comparabilidade, então mais uma vez é recomendado que

seja anexado novamente no registro J800.

Na figura 11, vemos como fica o J210 na ECD: o período, os

lançamentos e o que compõe o fato contábil.

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Registro J800 - outras informações

No registro J800 devem ser anexadas as notas explicativas

nos casos de empresas obrigadas à Demonstração de

Resultado Abrangente (DRA), à Demonstração de Fluxo de

Caixa (DFC) e a de capital aberto a Demonstração de Valor

Adicionado (DVA).

Empresas obrigadas a transmitir o relatório de

administração e parecer de auditores, é recomendado anexar

o balanço, a demonstração de resultados, a DMPL, de acordo

com as normas internacionais de Contabilidade, sendo

inseridas no código 99 (ver figura 12).

Registro J801: termo de verificação para fins de

substituição de ECD

O registro J801 funciona como um termo de verificação

para fins de substituição da ECD. Ele só vai ser preenchido se a

empresa for substituir a ECD, conforme prevê a Instrução

Normativa RFB nº1.420/2013. O prazo máximo para substituir

a ECD é o ano imediatamente anterior. Então, por exemplo, só

é possível substituir a ECD de 2017 até o envio da ECD de 2018.

É preciso ficar atento ao limite de preenchimento desse

campo.

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A entidade deverá preencher o registro J801 com o código

do motivo da substituição:

001 – Mudanças de saldos das contas que não podem ser

realizadas por meio de lançamentos extemporâneos

002 – Alteração de assinatura

003 – Alteração de demonstrações contábeis

004 – Alteração da forma de escrituração contábil

005 – Alteração do número do livro

099 – Outros

Registro J900: termo de encerramento

Basicamente é preciso prestar atenção se o período e o

nome da empresa estão corretos.

Registro J930: signatários da escrituração

Quem deve assinar a ECD? De acordo com o manual do

Sped contábil essa é uma regra estritamente fiscal, inclusive há

uma observação sobre isso em sua atualização deste ano. A

ECD deve ser assinada pelo contador e pelo e-CNPJ, mas para

estar em obediência também ao Código Civil, é necessário

verificar o contrato social da empresa.

Se no contrato social estiver escrito que um dos sócios

deve assinar, então a ECD será assinada pelo e-CPF, além dos

já mencionados e-CNPJ e o contador. É importante ressaltar

que dentro da ECD é preciso estar em conformidade com as

legislações, tributárias e societárias. Mesmo assim, há muitas

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empresas transmitindo a ECD seguindo as regras tributárias e

esquecendo-se das societárias. No passado, quando a ECD era

enviada à Junta Comercial para autenticação, aquelas cujas

assinaturas estavam inconsistentes ou não estavam de acordo

com o contrato social, voltavam. A regra continua valendo, a

diferença é que não é a Junta que a analisa, quem o faz é o

próprio contador. Fiquem atentos para não assinar da forma

incorreta.

Registro J932: signatários do termo de verificação para fins

de substituição da ECD

O registro J932 identifica os signatários do termo de

verificação somente se a empresa estiver substituindo a ECD.

Se for a ECD original, não se preenche este campo.

As ECDs substitutas devem ter o termo de verificação para

fins de substituição da ECD assinado:

I – pelo próprio profissional da contabilidade que assina os

livros contábeis substitutos; e

II – quando as demonstrações contábeis tenham sido

auditadas por auditor independente, pelo próprio profissional

da contabilidade que assina os livros contábeis substitutos e

também pelo seu auditor independente.

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7. Multas por atraso naentrega da escrituração digital No final do ano passado, o artigo 12 da Lei nº 13.670/2018

trouxe algumas modificações em relação às multas por atraso,

erros ou omissões da ECD. Se anteriormente, por exemplo, a

empresa de lucro presumido que não enviasse a ECD teria

uma multa de R$ 500,00 por mês ou fração e não existia limite,

pela nova lei, a multa é 0,02% da receita bruta por dia, limitada

a 1% em cinquenta dias de atraso. A mesma multa se aplica

nos casos de empresas de lucro real. Ainda sobre o lucro real,

no caso da ECF a multa é de 0,25% do lucro líquido, e limitação

diferente. As duas multas referem-se ao lucro real, se não for

transmitir a ECD, e para a ECD, apenas uma.

Quanto a informações inexatas, também houve uma

mudança. Ao invés de 3%, atualmente é 5% do valor da receita

bruta; 5% do valor da operação e o limite é 1% do valor da

receita bruta. As multas tendem a ser mais pesadas, porque

atualmente são em cima da receita. Veja o quadro

comparativo (figura 12).

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É preciso ficar atento para não atrasar a entrega, para que

não haja incorreções, erros ou vícios dentro da escrituração.

Para aqueles que se encontram nessas situações, as multas

podem ser reduzidas de acordo com as regras abaixo:

Reduções:

Em 90% se apresentada até 30 dias após o prazo;

Em 75% se apresentada até 60 dias após o prazo;

Em 50% se apresentada antes da intimação fiscal;

Em 25% se apresentada no prazo fixado na intimação.

As alterações de leiaute da ECD para o ano-calendário 2019

são as discriminadas abaixo. Os Manuais de orientação serão

publicados até o dia 30 de novembro de 2019.

1 - ECD – Leiaute 8

1.1 - Bloco C – construído pelo próprio programa (recuperação

da ECD anterior).

1.2 - Registro 0000 - Criação de três campos:

Campo IND_CENTRALIZADA: indicativo de modalidade de

escrituração centralizada ou descentralizada (0 – Escrituração

centralizada; 1 – Escrituração Descentralizada).

8. Mudanças do Leiaute 8.00para o ano calendário 2019:

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Campo IND_MUDANCA_PC: indicativo de mudança de

plano de contas (0 – Não houve alteração de plano de contas;

1 – Existe alteração no plano de contas).

Campo COD_PLAN_REF: código do plano referencial

(códigos de um dos planos referenciais existentes ou vazio –

na ECD não há obrigatoriedade de mapeamento).

1.3 - Registro I051 – Exclusão do campo COD_PLAN_REF -

código do plano referencial.

1.4 - Registro J100

- Serão permitidas duas linhas de nível 1: Ativo Total e Passivo

Total.

- Serão exigidos, no mínimo, três níveis.

1.5 - Registro J150

- Será permitida uma linha de nível 1: Resultado do período.

- Serão exigidos, no mínimo, três níveis.

- Criação de três campos.

Campo NU_ORDEM: número de ordem da linha na

visualização da DRE (será o campo que ordenará as linhas da

DRE no momento da impressão).

Campo VL_CTA_ULT_DRE: valor total do código de

aglutinação informado na DRE do período imediatamente

anterior.

Campo IND_DC_CTA_ULT_DRE: indicador da situação do

valor total do código de aglutinação da DRE do período

imediatamente anterior (D = Devedor, C = Credor).