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Como o P&D da Light tem contribuído com o combate às perdas Conheça os projetos e as soluções inovadoras que estão auxiliando a companhia no desafio de melhorar a arrecadação, atender às metas regulatórias e inibir o furto de energia

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Como o P&D da Light tem contribuído com o combate às perdas

Conheça os projetos e as soluções inovadoras que estão auxiliando a companhia no desafio de melhorar a arrecadação, atender às metas regulatórias e inibir o furto de energia

Seja bem-vindo!

O P&D da Light apresenta a mais nova edição da

Revista Saber.

Para melhor interatividade e navegação, leia nossa revista

no Acrobat Reader.

No link abaixo, você poderá baixá-lo gratuitamente.

O dia a dia no setor elétrico é complexo e adverso, com desafios a serem superados, muitos deles em um curto período de tempo. No entanto, é imprescindível priorizar momentos de reflexão para ideias e soluções, visando ao alcance de novas conquistas por meio da inovação. O Programa de P&D da Light está inserido nesse contexto de busca permanente por resultados cada vez mais inovadores para a empresa, sua área de concessão e para o Brasil.

Na Revista Saber, você lerá sobre nossos projetos orientados à busca de soluções que agregam melhorias às atividades de distribuição e geração de energia elétrica, com foco nas especificidades da concessão da Light. As pesquisas que serão realizadas entre 2018 e 2020 terão como tema central o combate ao furto de energia e a melhoria da qualidade, questões essenciais para a sustentabilidade da empresa e para a satisfação de nossos clientes.

Acreditamos que o segredo para o sucesso do Programa de P&D da Light está no envolvimento efetivo de nossos profissionais e fornecedores, atribuindo real importância à pesquisa e à inovação nos processos da companhia, com a internalização contínua dos resultados obtidos. Vamos em frente!

Luís Fernando Paroli Presidente da Light

P&D: alavanca para superar desafios e criar valor

Mensagem do Presidente

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3Mensagem do PresidenteD

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SumárioCapaConheça os projetos de P&D que vão atuar diretamente no combate às perdas e entenda por que eles são estratégicos para a Light no desafio de melhorar a arrecadação

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P&D no ServiçoSoluções inovadoras propostas pela área vão ajudar a companhia a melhorar ainda mais a performance de indicadores de qualidade como DEC e FEC

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Avaliação InternaFatores que dificultam a internalização de resultados

53 Recursos HumanosNovas oportunidades no P&D

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Convidado Especial

Combate à cultura do furto

5 15 Gestão do Programa

P&D na Superintendênciade Regulação

Expansão do Programa

P&D lança Chamada Pública

21 P&D na Alta Tensão

Inovação ajuda em atuação preventiva

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63 Propriedade IndustrialP&D da Light conquista terceira patente internacional

78 Jaíba SolarLivro sobre energia solar amplia estudos na área

72 EventoPrograma recebe dois prêmios no Citenel

82 O Que Vem Por AíChat inteligente e gestão financeira participativa

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Combate à cultura do furto

Washington Fajardo

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5Convidado Especial

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Urbanista Washington Fajardo defende que

é preciso melhorar a gestão da segurança

para haver controle dos territórios

Nascido na cidade de São Paulo em 1972, o arquiteto e urbanista Washington Fajardo é uma das principais referências do país quando o assunto é desenvolvimento urbano. Pós-graduado em Urbanismo pela UFRJ, com o projeto de pesquisa “Projetos Urbanos e Estruturação do Espaço”, Fajardo possui uma longa trajetória dedicada a analisar a qualidade de vida nas grandes cidades.

À frente de projetos de revitalização de vários bairros do Rio de Janeiro, ele acumulou as funções de assessor especial da Prefeitura do Rio para Assuntos Urbanos com a de presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, no governo do ex-prefeito Eduardo Paes.

Em entrevista à Revista Saber, Fajardo denunciou a acentuada precariedade da estrutura urbana brasileira; explorou o conceito de “caminhabilidade” e valorizou a importância de um pacto social que integre vários setores da sociedade como caminho para a solução dos principais problemas da cidade, como a corrupção e a falta de políticas sociais.

Ele acredita que o combate ao furto de energia deva ser feito em grande escala, com projetos de conscientização que alertem sobre os prejuízos de uma prática cotidiana viciada em desvios.

6 Convidado Especial

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Revista Saber: O Brasil está entre os países com a maior ta-xa de urbanização do mundo, com mais de 85% de seu espa-ço em situação urbanizada. Até que ponto essa urbanização é positiva?

Washington Fajardo: Pesquisas recentes afirmam que toda a população brasileira caberia numa área de cerca 6% do terri-tório nacional. Essa situação sinaliza que há muitas áreas livres em todo o país, mas não quer dizer que vivemos uma medida de eficiência da urbanização. A cidade é um espaço territorial decisivo para a espécie huma-na, mas, nem por isso, as cidades oferecem boas condições para as pessoas. Especialmente no Brasil, o desafio da urbani-zação é crítico, e boa parte da crise em que vivemos hoje é de-corrente de uma problemática da urbanização. Os centros ur-banos oferecem uma imagem de insegurança e precariedade. A experiência urbana no Brasil possui uma imagem muito ne-gativa, e o Rio de Janeiro está inserido nessa realidade.

Revista Saber: Com os eventos esportivos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o poder público coordenou ações de melhoria na estrutura da cidade. Em que melhora-mos nos últimos anos quanto a políticas habitacionais e na promoção de um espaço urbano de qualidade?

Washington Fajardo: Na década de 1990, foi traçado um plano estratégico para posicionar o Rio como uma cidade capaz de realizar eventos globais. Tivemos a Rio-92 abrindo as portas e, claro, o maior projeto de todos foi receber os Jo-gos Olímpicos, com avanços significativos na área de trans-portes. Foram criadas interligações entre ônibus, trem e me-trô, além de novas modalidades, como o BRT e o VLT, que fazem com que os passageiros possam circular por toda a cidade de maneira integrada. Por outro lado, não alcança-mos bons resultados na política habitacional. Desde o fim do Banco Nacional da Habitação, o conhecido BNH, empresa

Convidado Especial

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pública criada para fomentar o financiamento e a produção de empreendimentos imobiliários, na década de 1980, po-demos afirmar que não existe um plano federal de política habitacional. O programa “Minha Casa, Minha Vida” produz uma política de produção de moradias localizada apenas nas periferias, onde a terra urbana é barata, e em espaços carentes de serviços públicos. Estamos muito atrasados em comparação a países da América do Sul, inclusive. Mesmo nos Estados Unidos, há terras comunitárias, e, na Europa, criam-se políticas de moradia acessível, casos até de políti-cas de controle de preço de aluguel. Há uma determinada zona dentro da cidade onde o aluguel não é estabelecido pelo mercado, mas por um zoneamento. Precisamos inves-tir no conceito de aluguel social, com moradias que perten-çam ao Estado e que sejam oferecidas a preços acessíveis para pessoas de classes menos favorecidas.

Revista Saber: As consequências dessa falta de planejamen-to habitacional criam o processo de favelização, que gera pro-blemas socioeconômicos claros. Como lidar com a questão?

Washington Fajardo: Eu diria que vivemos, no país, um fe-nômeno com duas formas urbanas muito claras: além das favelas, que se estabelecem com indivíduos em busca de soluções desesperadas de encontrar moradias sem infraes-trutura, há também o esvaziamento das áreas centrais. As 40 maiores cidades brasileiras possuem regiões centrais sem população morando, o que cria uma imagem urbana muito negativa.

Revista Saber: O senhor defende o conceito de mobilidade sustentável e utiliza a expressão “caminhabilidade” para definir a viabilidade que os indivíduos possuem para se deslocar nas grandes cidades. Como essa realidade se insere no acesso às comunidades mais carentes?

Convidado Especial

“A cidade onde não se pagam impostos gera a cidade que não paga energia. A dimensão fiscal também é uma dimensão de sustentabilidade.”

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Washington Fajardo: Em inglês, se chama “walkabi-lity”, e, no Brasil, “caminhabilida-de” ou “andabilidade”, que é a lógica de planejar a cidade tendo o pedestre como parte ativa e importante de sua estrutura, como ocorria no século 20, antes do surgimento do automóvel. É uma situação que transcende à condição social. É claro que temos dificulda-des de mobilidade nas comunidades, mas isso não é uma característica específica dos locais mais carentes.Perceba que bairros de classe alta, como a Barra da Tijuca, por exemplo, possuem péssima “andabilidade”, na medi-da em que é um bairro projetado para carros e estruturado dentro de condomínios. Já em comunidade planas, como a Cidade de Deus, é mais agradável caminhar.

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Convidado Especial

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Revista Saber: Mas temos o componente da violência im-pedindo deslocamentos de pedestres em certas localidades. Nesse ínterim, há a dificuldade de acesso da Light, por exem-plo, às comunidades por conta da falta de segurança.

Washington Fajardo: A “caminhabilidade” não traz apenas o conceito do deslocamento. Também passa pela relação dos indivíduos dentro daquele espaço e também passa pela per-cepção de sensação de insegurança, uma vez que não saber para onde se movimentar é um entrave à “caminhabilidade”. Mas essa sensação de insegurança não é uma característi-ca presente apenas nas comunidades carentes. Quando fa-lamos da necessidade de se manter a cidade dentro de uma estrutura social e econômica formal, falamos sobre evitar a informalidade nos processos. A cidade onde não se pagam impostos gera a cidade que não paga energia. A dimensão fiscal também é uma condição de sustentabilidade.

Revista Saber: No caso do poder público, a falta de acessibi-lidade gera sérios danos econômicos. Os números de perda de energia, principalmente de furto, nas áreas informais são alarmantes.

Washington Fajardo: O furto de energia elétrica nas co-munidades tem um componente cultural nocivo. É fácil re-conhecermos práticas corruptas no andar de cima, mas fechamos os olhos para a corrupção do dia a dia, e não apenas ao roubo de energia, mas ao desrespeito às leis de trânsito, por exemplo. O território cria os meios para que o problema aconteça. Mas o território informal não é por si só uma justificativa para o problema. Não é porque existe fa-vela que temos insegurança e ilegalidades, mesmo saben-do que aquela condição territorial torna mais difícil criar uma estrutura. Muitas vezes, as autoridades da área de se-gurança pública tendem a dizer que o trabalho deles es-barra na condição do território. Como urbanista, afirmo que

Convidado Especial

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isso não é verdade. Problemas com a segurança precisam ser enfrentados com políticas de segurança. E, nesse sen-tido, estamos no caminho errado. Para que esses espaços fiquem seguros, é preciso melhorar a qualidade da inves-tigação e a capacidade efetiva de combater esses proble-mas. O que vai melhorar a segurança não é a urbanização, e sim a qualidade da gestão da segurança. É preciso ha-ver um controle do território. Sem esse controle, com a ile-galidade atuando dentro de um estado paralelo, o furto de energia vai estar sempre presente.

Revista Saber: A questão do furto de energia também pas-sa pela falta de respeito com o bem público. As pessoas não percebem que fazendo o mal afetam a comunidade como um todo. Como o senhor vê essas questões?

Washington Fajardo: A omissão do estado se torna um es-pelho, e o cidadão se apega a uma prática individualista, que acaba gerando um consenso comunitário com base na distorção. Essa situação aparece em diversos segmentos da sociedade, não apenas em áreas em que a informalidade é algo comum. São práticas viciadas em desvios, em vários

“É preciso haver controle do território. Com a ilegalidade atuando dentro de um estado paralelo, o furto de energia vai estar sempre presente.”

Convidado Especial

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ambientes. E aí acaba valendo a lógica do “resolver o meu primeiro”, em que a lógica do furto e do desvio está inserida. Os furtos geram danos econômicos, mas a questão também passa pelo componente emocional. É preciso fazer com que as pessoas percebam que deve haver um pacto social em que todos reflitam sobre seus próprios atos. Há pessoas que acham que não conseguem tocar seu negócio caso não so-neguem impostos. Outras creem que não vão sobreviver caso não pratiquem furto de energia. Essas práticas preci-sam ser combatidas sempre, e mudar a realidade apenas pelo setor elétrico não é a solução. Existe um problema de comunicação entre os setores da sociedade, que precisam se unir para combater essas práticas. Existe uma cultura do furto que precisa ser combatida.

Revista Saber: Mas como combater se a Light não consegue entrar nas comunidades para manter com qualidade o siste-ma nessas regiões, pois o “poder” local não permite o aces-so e coloca em risco a integridade física dos funcionários da concessionária?

Washington Fajardo: Perceba que, nas comunidades, até a construção civil é controlada. Existe uma economia imo-biliária própria. Precisamos considerar que fazemos a ges-tão de uma sociedade paralela dentro da própria cidade. E essa outra sociedade precisa de água, esgoto e eletricida-de, e o poder paralelo simplesmente se apropria disso. Pre-cisamos fazer com que as comunidades venham para den-tro da sociedade. A comunidade é um acordo de identidade entre comuns. Mas há uma vida humana ali disposta, caren-te de cidadania plena, de arranjo social. Não tratamos des-sas mudanças de uma maneira geral. Se não mudarmos a nossa cultura frente a essas corrupções cotidianas, vamos ficar sofrendo as consequências para sempre. Alimentamos uma sociedade altamente corrupta, e o setor elétrico é par-te desse sistema. Como disse antes, é um problema mais de

Convidado Especial

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comunicação entre os setores, que não se entendem quan-to a definir prioridades. Revista Saber: Se, de um lado, há a questão cultural, de ou-tro, há a ausência do Estado, que não ocupa seu espaço nem oferece a todos, igualmente, serviços básicos de saúde e edu-cação. Até que ponto isso reflete e interfere nas questões ur-banas e sociais do Rio de Janeiro?

Washington Fajardo: Aí cabe uma pergunta interessante: se-rá que só vai melhorar de cima para baixo? Só teremos avan-ços quando governantes iluminados estiverem no poder? Precisamos tratar primeiro da ideia de construção de cidada-nia. Cito a cidade de Bogotá, na Colômbia, que não resolveu o problema investindo apenas em segurança. Lá os setores da sociedade apostaram em campanhas cívicas de conscien-tização, chamando a atenção da população para se unir no combate às ditas pequenas corrupções com foco na educa-ção diária. Grupos de teatro, de arte, com músicos e poetas, se uniram com ações pontuais nas ruas e promoveram essa conscientização. A arte e a cultura podem mudar o compor-tamento da sociedade, e isso nos falta aqui. No Brasil, preci-samos focalizar em uma reengenharia de comportamento.

Revista Saber: A área de Pesquisa & Desenvolvimento da Light tem empreendido projetos com propostas inovadoras para reduzir as perdas de energia e o furto. Com base no atual cenário do Rio, de insegurança e ausência do Estado, qual a relevância e o papel da inovação para a sustentabilidade eco-nômica das empresas, de forma geral, e para a melhoria da qualidade de vida nas comunidades, em particular?

Washington Fajardo: Não acredito em ganho qualitativo en-quanto cada um estiver dentro do seu quadrado. Não é um problema apenas de um único setor, e sim da sociedade em geral. Sobre as ações nas comunidades, penso que a Light

Convidado Especial

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poderia trabalhar com outras organizações em prol de produ-zir um bom geoprocessamento nessas regiões. Se o território é um gerador de problema e impacta o setor, além de afetar outras áreas, será preciso ir a fundo nesse território e conhe-cê-lo definitivamente. Não temos dados concretos, nem base censitária consistente nas comunidades. O trabalho do IBGE é muito superficial. Precisamos, de fato, mudar esse cenário. Há uma matemática do caos nas comunidades, e vai ser preciso estar lá dentro, buscar internamente essa reposta. A solução não vai vir dos escritórios. Precisamos mudar a abordagem.

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Convidado Especial

P&D na superintendênciade Regulação

Ângela Magalhães, superintendente de Regulação

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Gestão do Programa

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Soluções inovadoras têm contribuído no

combate às perdas e na qualidade do

serviço, principais desafios da empresa

Até 2020, o Programa de P&D da Light tem o desafio de in-vestir cerca de R$ 110 milhões em projetos de pesquisa e de-senvolvimento. Essa onda de investimento será direcionada, principalmente, ao combate às perdas e à melhoria da qua-lidade do serviço prestado aos mais de quatro milhões de clientes em toda a área de concessão.

Algumas iniciativas já foram tomadas nesse sentido, entre elas, as duas Chamadas Públicas de P&D realizadas em 2017. A segunda, lançada oficialmente em outubro, é direcionada às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, conforme determi-nação regulatória de fomentar investimentos nessas regiões.

Outra importante decisão da companhia foi transferir a área de P&D para a superintendência de Regulação. “Essa mudan-ça no organograma era uma tendência natural, considerando que o P&D é um programa regulado pela ANEEL. Mas não apenas isso: estando na Regulação, estamos mais fortale-cidos para contribuir de forma assertiva com os desafios da companhia, que são as perdas e a qualidade do serviço”, jus-tifica o coordenador do P&D da Light, José Tenório Júnior. Segundo Tenório, apesar de o P&D ter migrado para a área re-gulatória, o que poderia dar uma ideia de que o foco é o mero cumprimento de um rito regulatório, o objetivo é outro. “Ló-gico que isso é importante, mas estamos mais preocupados em trazer resultados para a empresa e para os stakeholders. Vir para a regulação foi um avanço que nos dá maior muscu-latura”, acrescenta.

Gestão do Programa

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Visão da superintendência

Para a superintendente de Regulação, Ângela Magalhães, in-dependentemente de ser ou não regulado, o Programa de P&D está atuando em questões que são, de fato, grandes de-safios para a Light: perdas e qualidade. “Especificamente no combate às perdas em áreas onde a Light consegue atuar, o P&D está contribuindo de forma significativa a partir do de-senvolvimento de dispositivos para aumentar a assertividade na identificação de fraudes e reduzir custos. Além de fomen-tar a indústria local, tem criado produtos inovadores que po-dem ser patenteados e comercializados”, analisa Ângela.

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Equipe da superintendência de

Regulação

Gestão do Programa

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As perdas em áreas de risco são um caso à parte. No Rio de Ja-neiro, há regiões onde a Light não consegue entrar para com-bater o furto de energia devido à insegurança e à violência. O Estado e a polícia não estão presentes, e as comunidades são comandadas por poderes paralelos. A situação fica pior duran-te os conflitos armados. “Especificamente nesse caso, há um projeto de P&D da área regulatória da Light sendo desenvol-vido por pesquisadores do Grupo de Estudos do Setor Elétri-co (GESEL), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Com investimentos da Light na pesquisa, eles estão em busca de soluções inovadoras para ajudar a companhia a resolver o problema do acesso às áreas de risco”, conta Ângela.

Melhorando a qualidade

Para melhorar a qualidade do serviço, a Light precisa de so-luções inovadoras, tanto na baixa quanto na média e alta ten-são. “São áreas que necessitam se inovar bastante. Somos uma empresa de quatro milhões de clientes. A tecnologia da informação e o tratamento de dados proporcionados pelo Programa de P&D fazem a diferença. Trata-se de olhar para a informação e tirar o máximo dela para a nossa gestão ser cada vez mais eficiente”, pontua Ângela.

Com os projetos de P&D, a Light tem conseguido empreender soluções inovadoras para, por exemplo, otimizar o despacho da equipe para campo e priorizar ações que atuem na redu-ção dos índices de DEC/FEC como um todo. “Com o P&D, po-demos tentar avançar mais no desenvolvimento de equipa-mentos de proteção de rede, de forma que uma interrupção de energia atinja o mínimo de clientes”, acrescenta.

No atendimento ao cliente, há vários projetos de P&D que são muito úteis para melhorar os indicadores de qualidade. Um deles torna mais assertiva a previsão de restabelecimento da energia em caso de interrupção. “Agora, há um sistema que

Gestão do Programa

Ângela Magalhães, superintendente de Regulação da Light

“Os resultados das pesquisas devem trazer valor agregado de médio e longo prazo para a empresa e para o entorno, fomentando a inovação e a excelência acadêmica dos diferentes stakeholders.”

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calcula um prazo mais real para a energia ser restabelecida e faz isso com base em séries históricas de determinada região. O cliente se sente mais confortável quando liga para a Light e tem uma previsão de retorno, mesmo que seja longa. Não é uma previsão padrão, mas um dado específico para o caso dele. Esse é mais um exemplo de como o P&D tem trazido soluções inovadoras para aprimorar a qualidade no atendi-mento”, cita a superintendente.

De forma geral e em relação ao P&D, o maior desafio é que os projetos sejam internalizados e perdurem. Para isso, também há estudos em andamento. “Os resultados das pesquisas de-vem trazer valor agregado de longo prazo para a empresa e

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Gestão do Programa

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para o entorno, fomentando a inovação e a excelência acadê-mica dos diferentes stakeholders”, diz Ângela.

Para ela, se o Programa de P&D conseguir caminhar para o de-senvolvimento de produtos e tecnologias que tragam inova-ção para a geração e a distribuição, o ganho de longo prazo será não apenas para a Light, mas para toda a sociedade.

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Gestão do Programa

P&D lança Chamada Pública para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste

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Novas soluções para o combate ao furto de

energia estão entre as prioridades da Light

Superintendente de Recuperação de Energia, Rainilton de Andrade, destaca, no evento,

a importância da inovação no combate às perdas

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Expansão do Programa

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Inovação no combate ao furto de energia: esse foi um dos principais temas apresentados no workshop realizado no dia 17 de outubro pela Light, que marcou o lançamento oficial da Chamada Pública de P&D para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A expansão da pesquisa para além do Sudes-te atende a um critério regulatório estabelecido pela ANEEL, com o objetivo de oferecer oportunidades a instituições de outras regiões do país.

Com a Chamada Pública, a Light busca propostas inovado-ras que atendam às prioridades. O evento teve como objeti-vo apresentar as demandas da companhia e tirar dúvidas dos proponentes. O público-alvo da Chamada são universidades, centros de pesquisa, indústrias, consultorias e startups.

Além dos temas propostos, foram abertas oportunidades para apresentação de projetos de tema livre que estejam ali-nhados ao Plano Estratégico de P&D da empresa. Ao todo, 23 projetos foram apresentados durante o workshop.

Na abertura do evento, o superintendente de Recuperação de Energia, Rainilton de Andrade Gomes, destacou a impor-tância da inovação para o combate às perdas. “Nossos resul-tados são expressivos, mas precisamos unir esforços e avan-çar ainda mais, especialmente com as soluções inovadoras trazidas pelo P&D da Light”, afirmou Rainilton.

Inovação na geração e na distribuição

A segunda Chamada Pública de P&D está em busca de solu-ções inovadoras para as duas principais empresas do Grupo Light: Light Energia e Light SESA. Os temas englobam gera-ção e distribuição e preveem diversos projetos, alguns deles com foco no combate às perdas.

Expansão do Programa

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Na área de geração, a Light espera receber projetos que pos-sam fazer a previsão da vazão dos rios com base na previ-são climatológica e desenvolver um veículo para inspeção de barragem, por exemplo. Já na área de distribuição, estão previstas soluções para garantir a confiabilidade da leitura do medidor, localizar fraudes embutidas e identificar religamen-tos não autorizados.

Após a fase de inscrição, as propostas serão analisadas pe-las áreas operacionais da Light em conjunto com o P&D para verificar se os projetos atendem aos requisitos estabelecidos pela ANEEL, bem como às demandas da companhia.

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Expansão do Programa

Conheça alguns temas da Segunda Chamada Pública de P&D

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Equipamento para verificar desgaste em cabo subterrâneo.

Caixa securizada com alarme

visual para evitar fraudes.

Equipamento para detecção de religamentos não

autorizados.

Rastreador de desvios subterrâneos por meio da temperatura do cabo.

Medidor de múltipla função com tecnologia

de baixo custo.

Câmera de identificação de fraudes embutidas.

Equipamento de captação automática

de leitura de medidores.

Veículo de inspeção de barragens.

Expansão do Programa

Sistema para previsão de chuva/vazão,

visando à eficiência de armazenamento

nos reservatórios.

Detector de tensão para luvas utilizadas em redes elétricas de alta e baixa tensão.

Inovação ajuda em atuação preventiva

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P&D na Alta Tensão

Segmento de alta tensão conta com

tecnologia desenvolvida pelo P&D para

detectar vazamentos em cabos aéreos e

subterrâneos

Para a superintendência de Alta Tensão, o Programa de P&D da Light agrega novas tecnologias e novos processos para melhorar a confiabilidade do sistema, otimizar recursos e evi-tar falhas que venham impactar os indicadores operacionais. “O nosso grande desafio é antecipar a falha. Por isso, os pro-jetos de P&D da nossa área estão direcionados para o mo-nitoramento e as ações preventivas em nossas instalações”, define o superintendente Marcio Ridolfi.

Um dos projetos em anda-mento estuda o desenvolvi-mento de uma solução que seja capaz de identificar o local exato de uma falha do sistema subterrâneo. “A pro-posta é injetar material ra-

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Marcio Ridolfi, Superintendente de

Alta Tensão

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P&D na Alta Tensão

dioativo no canal interno do condutor e, posteriormente, com equipamento de localização, identificar o local onde esse ma-terial entrou em contato com o solo, sabendo assim o ponto exato do vazamento”, explica Ridolfi. O defeito elétrico causa-do pela falha no cabo e, em última escala, o desligamento da linha deixam os clientes sem energia, impactando também os indicadores de qualidade (DEC e FEC) da Light.

O projeto vai melhorar a confiabilidade das instalações subter-râneas de 138 kV porque viabiliza, em uma única escavação, a detecção do problema, e a solução pode ser equacionada em até 24 horas, contra os atuais 30 dias. O desenvolvimento do produto prevê uma atuação conjunta com o Laboratório

“O nosso grande desafio é antecipar a falha. Por isso, os projetos de P&D da nossa área estão direcionados para o monitoramento e as ações preventivas em nossas instalações.”

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P&D na Alta Tensão

Marcio Ridolfi, superintendente de

Alta Tensão

de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cujas conversas foram iniciadas em fevereiro de 2017.

“Hoje temos um processo lento e oneroso na localização dos vazamentos de óleo. Queremos identificar e corrigir o proble-ma o mais rápido possível. Se tudo der certo, vamos garantir maior eficiência no atendimento”, explica Adriano Menezes, engenheiro eletricista da Light e gerente do projeto.

Monitorando microfissuras em cabos

Diante da necessidade de monitorar também microfissuras nos cabos do sistema de transmissão subterrânea, o Progra-ma de P&D está desenvolvendo uma solução específica para localizar microvazamentos de óleo isolante, que são mais di-fíceis de identificar do que os vazamentos.

“Trata-se de uma atuação antecipada em caso de uma pos-sível falha. Se há curto-circuito, demora-se também cerca de 30 dias para normalizar o sistema, a um custo de R$ 1 milhão. Essa nova tecnologia envolve um software inteligente com microssensores para microvazamentos”, explica Ridolfi.

Outro P&D que está em andamento busca soluções para identificar o estágio de degradação dos condutores energi-zados das linhas de transmissão aéreas. “Quem vai fazer esse trabalho é um robô se deslocando sobre o cabo da linha. O objetivo é atuar preventivamente antes que a falha aconteça. Além da falta de energia, se as falhas em linhas de transmis-são provocarem o rompimento do cabo, nós podemos demo-rar de 8 a 12 horas para normalizar a instalação”, frisa Ridolfi.

28 P&D na Alta Tensão

P&D contribui com o combate às perdas

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O furto de energia não é apenas um desafio da Light, mas de todo o país. Segundo a ABRADEE, o problema está presente em todas as regiões brasileiras, com o Sudeste liderando o ranking nacional. Em volume de energia furtada, a Light também ocupa a primeira posição no ranking em compara-ção com outras distribuidoras.

Dentro da área de concessão, mais de 15% da energia dis-tribuída têm sido furtados, com Zona Oeste e Baixada Flu-minense liderando as posições. Entre os fatores que contri-buem com essas estatísticas, está a dificuldade de atuar em áreas de risco, como as favelas cariocas. Nelas, mais de 80% da energia que circula vêm do conhecido “gato”. Por outro lado, o nível de perdas não técnicas também é alto em re-giões que são consideradas seguras, onde a Light consegue atuar, chegando a 8% da energia distribuída”.

As consequências de tudo isso são contas mais caras, inter-rupções de energia, perda de R$ 500 milhões de arrecada-ção de ICMS, R$ 1,5 bilhão que deixa de ser faturado para a Light, desperdício e impacto ambiental com aumento da geração térmica.

Light à frente dos fraudadores

Os dados e as consequências são alarmantes, mas a Light não está de braços cruzados. Ao contrário, existe toda uma estrutura de inteligência desenvolvida para combater as per-das, regularizar as ligações clandestinas e recuperar a ener-gia perdida. Nessa estrutura, insere-se o Programa de P&D, cujas propostas vão ao encontro das demandas da Superin-tendência de Recuperação de Energia.

“Nossa expectativa de que o Programa de P&D possa con-tribuir no combate às perdas é muito grande, principalmen-te porque existe um mercado paralelo de fraudadores, que,

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muitas vezes, lança mão da tecnologia para promover o furto. Esperamos que os projetos nos tornem mais competitivos e nos ofereçam soluções inovadoras para combater as fraudes”, declara o superintendente da área, Rainilton de Andrade.

Algumas propostas já estão em andamento, inclusive, elas dão o tom da segunda Chamada Pública de P&D. Entre elas, está a necessidade de se desenvolver um produto que seja

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Rainilton de Andrade, superintendente de

Recuperação de Energia

Soluções para o combate às perdas

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capaz de fazer o rastreamento do desvio da energia, tanto embutido em paredes quanto enterrado em jardins. “É cada vez mais comum que as fraudes sejam instaladas na cons-trução do imóvel. Isso tem ocorrido em grandes condomí-nios, inclusive em mansões. Para que a polícia autorize uma intervenção no local, a Light precisa ter a certeza de que ali, naquele ponto, existe um desvio de energia, porque, se não houver, vamos ter que pagar o prejuízo do cliente”, explica o executivo.

E é aqui que entra o P&D da Light. “Com o equipamento, va-mos conseguir identificar de forma rápida e assertiva o pon-to onde a energia começa a se derivar, o local exato onde o furto começa. Vai ser um produto inovador no setor elétrico, inspirado naquele tipo de dispositivo que constata radiação no solo”, acrescenta Rainilton. A Light vai ganhar também em produtividade: o que a equipe levaria um dia para fazer entre a intervenção e os procedimentos técnico-policiais, poderá ser feito em questão de poucas horas.

Medidor de energia portátil

Outro produto inovador que, uma vez desenvolvido e inter-nalizado, poderá contribuir de maneira significativa para o combate às perdas é o medidor de energia elétrica portátil. A função dele será medir a energia consumida por ligações irregulares, informando quantos kWh o desvio consumiu num determinado período de tempo.

“É muito comum a equipe identificar fios conectados à casa do cliente de forma irregular, caracterizando um desvio explícito, geralmente para alimentar aparelhos de ar-condicionado. A companhia até pode autuar, mas, por critérios da Resolução 414, da ANEEL, o consumo só poderá ser faturado se a Light, por exemplo, identificar qual aparelho está sendo alimentado pelo desvio ou se está evidenciada a redução do consumo,

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o chamado degrau do consumo”, explica Rainilton. Com esse medidor portátil, após as devidas homologações oficiais, a Light pretende usar o próprio consumo do aparelho para fazer o cálculo e cobrar do cliente, não sendo mais necessário entrar na casa dele.

Vale a pena citar também o desenvolvimento de um equi-pamento que trace o perfil de consumo do cliente depois de passar um determinado período de tempo instalado na unidade consumidora. Os relatórios vão poder ajudá-lo na decisão de aderir ou não à Tarifa Branca, que entra em vigor em 2018. Criada pela ANEEL, o objetivo é redistribuir a car-ga no sistema elétrico para que possa melhorar a utilização da energia distribuída. “Hoje, nós temos apagões e escassez de reservatórios porque a energia, no Brasil, é utilizada nos momentos de pico e, sobretudo, com desperdício. O que a ANEEL quer é redistribuir essa carga para outros horários ao longo do dia, deslocando o consumo. Para isso, o cliente terá a opção de aderir, de forma voluntária, podendo alterar os hábitos de consumo como, por exemplo, o horário do ba-nho”, explica Rainilton.

Hoje, paga-se, aproximadamente, R$ 0,83 o kWh da tarifa re-sidencial. Na Tarifa Branca, poderá haver redução de 20%. O equipamento que será fruto de um P&D vai justamente con-tribuir com a análise da adesão por parte do consumidor ao mostrar para ele o seu perfil de consumo e quais os melhores horários para consumir energia. “Como as agências de aten-dimento e call center serão muito demandados pelos clientes indecisos e, muitas vezes, leigos no assunto, esse equipamen-to contribuirá para o fluxo desse processo, dando agilidade ao atendimento, pois a atendente solicitará a instalação des-se equipamento, e o cliente terá informações para auxiliá-lo na decisão”, complementa o superintendente.

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Mais segurança e assertividade

Atualmente, a falta de segurança no Rio de Janeiro, sobretudo nas áreas de risco, compromete não só a assertividade da leitura do medidor, mas também a vida dos leituristas. Sob ameaças do tráfico e da milícia, em alguns casos, esses profissionais são obri-gados a fazer a leitura incorreta, com o intuito de se pagar menos pela energia consumida. “Muitos se calam, preferem admitir um erro de visão ou de digitação a contar que foram pressionados por membros do poder paralelo”, conta Rainilton.

A proposta é que o P&D desenvolva um equipamento para captação automática da leitura, não sendo necessário digi-tar. “O que queremos é que esse dispositivo traga segurança e confiabilidade na cobrança do consumo, bem como mais assertividade dos faturamentos da distribuidora”, completa. A ideia é captar os dados e emitir a conta na hora.

Por fim, mas não menos importante, é a proposta de se desen-volver um medidor de múltipla função, com uma tecnologia mais barata e que esteja preparado para a Tarifa Branca, identificando o consumo por períodos. “Esperamos que, além de apresentar a energia consumida por períodos do dia, ele nos ofereça ou-tros recursos técnicos como, por exemplo, se houve variação de tensão no fornecimento de energia capaz de ter queimado um equipamento do cliente e outras informações mais ágeis. Isso vai reduzir custos do processo que a distribuidora tem atualmente, entre outros benefícios”, destaca o superintendente.

“Se todas essas tecnologias forem desenvolvidas, nós vamos dar um salto na Light e graças ao P&D. Todos esses produ-tos, inovadores, vão melhorar o nosso resultado em termos de produtividade, de custos, de combate a perdas e de qua-lidade do serviço”, finaliza o executivo.

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Soluções inovadoras

Conheça alguns projetos que prometem revolucionar o combate às perdas

A Light está totalmente empenhada em reverter os índices de perdas da companhia. O desafio é ainda maior quando a em-presa precisa lidar com fatores que fogem ao controle dela, como a insegurança do Rio de Janeiro, as áreas de risco, os conflitos armados, o furto de energia em locais onde o poder paralelo não deixa a Light entrar.

“O sucesso do combate às perdas em uma distribuidora de energia depende fundamentalmente do envolvimento de to-dos os setores. Considerando que as perdas comprometem a receita da empresa, é importante que os colaboradores, independentemente em qual área atuem, participem ativa-mente no combate ao furto de energia, sugerindo, fazendo indicações de locais suspeitos de fraude e ajudando outras pessoas a entenderem os males dessa prática ilegal. Não há como uma área se eximir dessa responsabilidade se todos saem perdendo com as perdas, por isso todos devem se en-gajar e dar a sua contribuição para a Light vencer esse grande desafio, que é posicionar as perdas abaixo do índice regu-latório”, frisa o superintendente de Recuperação de Energia, Rainilton de Andrade.  

Dentro desse cenário, há uma Light onde todos trabalham em conjunto na busca por soluções que possam contribuir com

Isto

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esse desafio. Uma das áreas que está alinhada com isso é o P&D. Atualmente, há vários projetos em andamento e previs-tos para começar com propostas inovadoras para a Light e para o setor elétrico em geral. Conheça algumas delas.

REGULAÇÃO ESPECÍFICA PARA ÁREAS DE RISCO

Nova metodologia regulatória pretende tornar o ambiente mais equilibrado em termos de compromissos e responsabilidades por parte da Light

Esse projeto de P&D, desenvolvido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL), da Universidade Federal do Rio de Ja-neiro, tem como objetivo central o desenvolvimento de uma metodologia regulatória inovadora para as distribuidoras de energia que lidam com áreas de risco onde há altos níveis de perdas não técnicas, como é o caso da Light.

“Vamos propor uma nova metodologia regulatória para apri-morar os conceitos utilizados pela ANEEL em resposta à reali-dade social das áreas de risco da concessão da Light. O cená-rio atual no Rio de Janeiro justifica o desenvolvimento desse estudo, por meio do qual pretendemos sugerir um método regulatório que torne o ambiente mais equilibrado em termos de compromissos e responsabilidades perante o cliente e o órgão regulador”, explica a superintendente de Regulação da Light, Ângela Magalhães.

A originalidade do projeto está relacionada, entre outros fatores, à proposta de uma abordagem regulatória específica e inovadora para tratar as perdas nas áreas onde a ação da

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Light está comprometida devido à insegurança e à ausência do Estado, mas, ao mesmo tempo, onde continuam sendo exigidas metas de universalidade, qualidade do fornecimento e redução de perdas.

No fim do projeto, entre os produtos gerados, destacam-se a apresentação de um relatório à ANEEL com propostas regulatórias para o tratamento de perdas não téc-nicas em áreas de alto risco e a realização de um workshop para a apresentação dos resultados.

PROTEÇÃO CONTRA FURTOS

Transformadores monitorados poderão reduzir perdas não técnicas a distância

Muito comum em ambientes onde há consumo elevado de energia, os transformadores de corrente são utilizados em lar-ga escala na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O pro-blema de sua utilização está na incidência de fraudes, as cha-madas perdas não técnicas, que consideram, principalmente, os furtos de energia e os erros de medição.

O P&D da Light está investindo em um projeto que vai viabili-zar a evolução dos transformadores. Ele terá como finalidade proteger o sistema de medição em relação a irregularidades comuns, como o desvio de energia. A corrente elétrica será monitorada constantemente, e a empresa vai receber infor-mações de forma mais precisa quanto ao consumo. Espera--se, com esse produto de P&D, identificar fraudes sem a ne-cessidade da presença do técnico em campo.

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O gerente de Gestão e Controle da Medição na Light, Dani-lo Ribera, está à frente do projeto e lidera uma equipe de 14 profissionais, entre pesquisadores, consultores e engenhei-ros. “Fiz questão de gerenciar esse projeto por acreditar muito

nele. Com esse sistema, teremos 100% de certeza de que há fraude”, explica. O projeto está em fase piloto. No

fim de 2018, um lote pioneiro com cerca de 20 equipamentos vai chegar ao mercado.

SISTEMA PARA IDENTIFICAR FRAUDES

Dados integrados e otimizados vão ajudar na tomada de decisão

Com o propósito de contribuir com a eficiência na detecção de irregularidades no segmento de baixa tensão indireta, um projeto de P&D vai desenvolver um algoritmo que seja capaz de identificar os casos de fraude nos clientes desse segmen-to. Esse novo sistema vai registrar o perfil de consumo e gerar uma grande massa de dados a distância, ajudando o analista da Light em sua tomada de decisão.

Atualmente, os dados são colhidos por um equipamento que depende do técnico ir a campo. “Não apenas a gama de infor-mações, mas também a capacidade de análise vai ser muito maior com esse novo modelo analítico. O sistema vai gerar todos os dados de maneira integrada e otimizada”, explica Danilo Ribera, gerente do projeto.

O novo sistema vai fazer inferências no âmbito digital, com consultas à internet e ao banco de dados da empresa, bem como gerar apontamentos para os analistas que vão enviar os técnicos a campo. O projeto deve ser concluído no segundo semestre de 2019.

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“O sucesso do combate às perdas depende do envolvimento de todos os setores. É importante que os colaboradores participem ativamente, sugerindo, fazendo indicações de locais suspeitos de fraude e ajudando outras pessoas a entenderem os males dessa prática ilegal.”

Isto

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40

Rainilton de Andrade, superintendente de

Recuperação de Energia

Capa

VARIAÇÃO REMOTA DE TENSÃO

Pesquisadores vão desenvolver transformador cuja tensão pode ser alterada do Centro

de Controle, a distância

O objetivo desse projeto é criar um transformador que possa variar – aumentar ou reduzir – a tensão da energia utilizada pelo cliente de forma automática, de maneira remota, sem ir a campo, ao contrário do que acontece hoje em dia. Esse produto vai possibilitar que a Light atue em áreas com fur-to e desperdício, mas onde a empresa não consegue entrar devido à insegurança e aos conflitos armados.A ideia inicial partiu de um dos engenheiros da equipe, Ro-drigo Silveira, que atua em campo, visitando áreas de risco.

A falta de acesso a alguns locais despertou nele a possi-bilidade de se tentar resolver a questão dos furtos

atuando a distância. O projeto foi apresen-tado na primeira Chamada Pública

de 2017, e a previsão é de que tenha início em 2018.

MEDIDOR COMIDENTIFICAÇÃO DE VIOLAÇÃO

Aparelho vai combater furtos em áreas de risco

Projeto de P&D desenvolvido em parceria com a Escola Po-litécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o novo medidor de energia com identificação de violação vai

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otimizar a detecção de desvios de energia. Já em fase de tes-tes, o equipamento vai sinalizar para a Light qualquer tipo de irregularidade. “A forma como será essa sinalização é o P&D que vai dizer, mas já temos a certeza de que o produto terá uma aplicabilidade importante e vai reduzir de maneira impactante o índice de perdas não técnicas”, de-fende Carlos Noronha, gerente de Recupe-ração de Energia da Light, que está à frente do projeto.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL CONTRA PERDAS

Ferramenta vai aprimorar a análise de inspeções de fraudes

O objetivo principal desse projeto é o desenvolvimento de um algoritmo, baseado no método random forest, para analisar irregularidades e identificar potenciais consumidores frauda-dores ou com anomalias de consumo. A ferramenta utilizará técnicas de inteligência computacional para explorar o his-tórico de inspeções da empresa, tendo acesso a todo o pro-cesso de inspeção, desde o indício de fraude até o término da vistoria em campo. Dessa forma, a Light contará com um ambiente integrado de análise e inteligência para construir diferentes modelos de combate a fraudes, facilitando assim a tomada de decisão.

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SUPORTE PARA OS TOMADORES DE DECISÃO

Sistema de apoio aos cálculos de irregularidade

O projeto propõe a criação de um sistema que ofereça supor-te aos analistas da área de Recuperação de Energia da Light nas atividades de cálculo e faturamento do Termo de Ocor-rência e Inspeção (TOI). A ideia é que esse sistema ofereça informações sobre inspeções, curvas de consumo e demais eventos relevantes nas instalações dos clientes para auxiliar na tomada de decisão. O objetivo desse projeto é mitigar ou reduzir os altos índices de perdas não técnicas no setor de energia elétrica.

DENÚNCIAS MAIS ASSERTIVAS

Identificação inteligente de endereços vai facilitar inspeção de fraudadores

O projeto consiste no desenvolvimento de um sistema para captar, localizar, potencializar, filtrar e valorar as denúncias de fraudes feitas por qualquer cidadão na área de concessão da Light. “As sugestões de endereços inteligentes do aplicativo ajudarão todo o sistema a melhor localizar a denúncia realiza-da, agregando outros indícios de fraude. Assim, será possível melhorar a produtividade das ações de inspeção”, explica Ana Paula Guimarães, gerente de Planejamento de Recuperação de Energia da Light e também gerente do projeto.As ferramentas convencionais de denúncia ajudam, mas não conseguem ser tão assertivas quanto esse novo produto se propõe a ser. Junto com esse projeto, vem também o desafio da Light em conscientizar cada vez mais os clientes sobre o alto custo provocado pelo furto de energia.

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Inovações contribuem na qualidade do serviço

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André Barata, superintendente

de Distribuição

P&D no Serviço

Projeto da UFRJ vai propor nova metodologia

para indicadores de fornecimento de energia

em áreas de risco

Assim como na superintendência de Recuperação de Energia, a superintendência de Distribuição, que cuida da qualidade do serviço prestado ao cliente, também vem se deparando com o desafio de atender às metas da ANEEL para os indi-cadores coletivos de continuidade DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora).

Segundo o superintendente André Barata, os dados globais são positivos: de 2013 a 2016, houve redução de 37% no DEC, pas-sando de um patamar de 18 para 11 horas de interrupção no fornecimento de energia. A média móvel dos últimos 12 me-ses está em torno de 10 horas e 20 minutos frente à meta de 11 horas e 39 minutos. “Entretanto, esse quadro se altera quando separamos as áreas possíveis das áreas de risco. Atualmente, cerca de 20% dos clientes da Light estão em áreas inseguras e dominadas por poderes paralelos, o que corresponde a 879 mil clientes. Nesses locais, onde a empresa não consegue atuar de forma sistêmica, os indicadores de continuidade ficam compro-metidos, impactando os dados globais da Light”, destaca Barata.

Interferência externa nos indicadores

Em relação ao FEC, a dificuldade da Light está em entrar nas comunidades para fazer a manutenção preventiva da rede. E, mesmo que consiga, investir no fornecimento pode sig-nificar “alimentar” o furto. Já em relação ao DEC, uma vez interrompida, a energia demora a ser restabelecida porque os técnicos têm restrições de acesso a esses locais. “Muitas vezes, não conseguimos entrar para fazer o atendimento. Em

45 P&D no Serviço

determinadas regiões, mesmo sem conflito presente, depois das 17h, a Light não entra mais. Só vamos fazer o atendimento no dia seguinte, pela manhã. Temos que garantir a segurança dos nossos colaboradores. E há regiões que têm interrupção de energia no momento de conflito. Exemplo: Rocinha, que fi-cou mais de 30 dias em conflito permanente. Essas condições comprometem os indicadores de qualidade”, relata Barata.

A área de concessão da Light é uma das mais complexas do se-tor elétrico brasileiro, perdendo apenas para a CELPA, Centrais Elétricas do Pará. No atual modelo aplicado pelo órgão regu-lador, os conjuntos elétricos da Light que atendem às áreas de risco são comparados aos conjuntos elétricos de uma conces-sionária que está atendendo a uma região acessível, sem riscos. “Nossa meta atual para o conjunto São Conrado, por exemplo, são 13 horas, mas já estamos em 44 horas de interrupção em 2017 por causa dos conflitos na Rocinha”, destaca o superinten-dente. “Quando as metas de DEC foram definidas, não estáva-mos no estágio em que o Rio de Janeiro se encontra hoje em dia, o que atrapalha o nosso resultado”, acrescenta Barata.

Por isso, o projeto de P&D conduzido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (GESEL), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem sido aguardado com bastante expectativa. Ele vai ajudar a Light a demonstrar para o regulador toda essa dificuldade. “Esperamos que esse projeto de P&D desenvolva um modelo inovador para que a gente consiga trabalhar junto à ANEEL a construção de uma metodologia diferente da que é aplicada atualmente, de forma que se possa acompanhar e medir os indicadores, considerando a complexidade das áreas de risco”, analisa o superintendente.

Novas metas para áreas de risco

O projeto conduzido pelo GESEL junto à área regulatória da Light vai colher informações, tratar e mostrar o impacto que

46 P&D no Serviço

essa complexidade tem dentro da concessão, propondo so-luções e, até mesmo, novos parâmetros dentro da atual rea-lidade da área de concessão da Light. Mas, além dele, há de-mandas também para as áreas onde é possível atuar. Alguns projetos de P&D em curso prometem, a partir de modelos de previsibilidade, ajudar a companhia na tomada de decisão so-bre onde e como investir para melhorar os indicadores.

“Estamos propondo a criação de um sistema de inteligência artificial para a tomada de decisão na operação do sistema. Como se comportar diante da falha do sistema e na sua re-composição? Por mais que a gente tenha procedimentos para

“Estamos num patamar em que, para reduzir ainda mais o DEC, temos que ser assertivos. E essa assertividade passa por novas tecnologias e novas formas de fazer. Isso está diretamente relacionado à pesquisa e ao desenvolvimento de novos produtos.”

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André Barata, superintendente

de Distribuição

P&D no Serviço

isso, eles podem ser aperfeiçoados com uma inteligência ar-tificial, no sentido de olhar se estamos recompondo da me-lhor forma”, cita.

O P&D da Light tem contribuído com pesquisas e inovações também na área de manutenção. Hoje, o ativo da Light tem um grande volume de postes de madeira, cuja substituição é extremamente cara para a companhia. Por isso, o P&D vai dar continuidade ao projeto que criou a manta polimérica. Agora, além de proteger postes saudáveis contra incêndios e pragas, o novo produto também vai recompor a estrutura de postes que já estão danificados.

“Estamos evoluindo nos indicadores de qualidade a partir da uti-lização de ferramentas que já estão disponíveis no mercado, mas também contamos com o P&D para potencializar novas solu-ções que tragam melhorias dos índices apurados. Estamos num patamar em que, para reduzir ainda mais o DEC, temos que ser assertivos. E essa assertividade passa por novas tecnologias e novas formas de fazer. Isso está diretamente relacionado à pes-quisa e ao desenvolvimento de novos produtos”, finaliza Barata.

48 P&D no Serviço

P&D atua na melhoria dos indicadores de qualidade

Índices de DEC e FEC serão diretamente

impactados com as novas soluções em

estudo

A missão da Light é prover energia e serviços com excelência e de forma sustentável. Para isso, além de toda a tecnologia disponível no mercado, a superintendência de Distribuição conta também com soluções inovadoras desenvolvidas pelo Programa de P&D da Light. Veja, a seguir, os projetos que es-tão se destacando.

Isto

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49 P&D no Serviço

VIDA LONGA AOS POSTES DE MADEIRA

Tecnologia vai recuperar estrutura desgastada

Esse projeto vai dar continuidade à pesquisa inicial que de-senvolveu a manta polimérica, cujo objetivo é proteger os postes saudáveis contra incêndios e pragas. Dessa vez, o ob-jetivo dos pesquisadores é chegar a uma tecnologia de po-límero que seja capaz de prolongar a vida útil dos postes de madeira, cuja inspeção indicou relativo grau de degradação estrutural. Os resultados desse projeto estão diretamente relacionados aos indicadores de DEC, FEC e multas. Por exemplo, a subs-tituição de um poste normalmente é um processo que, em função de sua complexidade, demanda tempo e recursos financeiros e operacionais, acarretando ainda a interrupção do serviço de eletricidade. Quanto menor a necessidade de substituição, menor a frequência da interrupção (associada ao FEC) e menor o tempo em que cliente fica sem energia (associado ao DEC).

“É muito estimulante e, ao mesmo tempo, desafiador parti-cipar de projetos de pesquisa e inovação que possam agre-gar benefícios tecnológicos, ambientais e financeiros para a Light e seus stakeholders. Quando idealizamos um projeto, estamos pensando em vencer os atuais obstáculos que es-tão contrapondo nossas ações e impactando os resultados no presente”, explica Fabrício Alves Nunes, da gerência de Planejamento da Operação e Manutenção, que está à frente desse projeto.

Desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisas Tec-nológicas do Estado de São Paulo (IPT) e com a Innovatec, o projeto conta com uma equipe de 16 profissionais, entre coor-denador, pesquisadores e dois auxiliares técnicos do IPT.

50 P&D no Serviço

MONITORAMENTO INTEGRADO DE DADOS

Novo software vai auxiliar na tomada de decisão

Esse projeto consiste basicamente no desenvolvimento de um software que vai monitorar diversas variáveis, por exem-plo, condições de trânsito, clima, demanda de ocorrências de emergência, recursos disponíveis, tempos de deslocamento, carregamento de circuitos, transitórios em rede, áreas de ris-co, entre outras, disponibilizando informações em um painel informativo, denominado dashboard, que vai gerar dados para a tomada de decisão da Light.

O projeto está principalmente relacionado ao DEC, pois, com essa ferramenta, será possível encontrar a melhor forma de atender a uma ocorrência, minimizando o tempo de desloca-mento das equipes e de restabelecimento da energia.

“Um dos principais objetivos é melhorar as atuais condições operacionais, para que a gente consiga ganhos de escala na melhoria da qualidade do serviço, mitigando riscos e reduzindo custos”, destaca Fabrício, que também gerencia esse projeto.

PROTEÇÃO AOS TRANSFORMADORES

Nova tecnologia vai combater as falhas de curta duração

Esse projeto vai criar um produto, denominado limitador de curto-circuito híbrido, para atuar nas subestações elétricas de pequeno porte, podendo também ser aplicado no futuro em subestações de grande porte onde forem verificados al-tos índices de falhas em seus transformadores. Os pesquisa-dores vão desenvolver uma nova tecnologia para a limitação da corrente de curto-circuito em sistemas de energia elétrica, visando à proteção dos transformadores e demais compo-nentes de subestações de distribuição.

51 P&D no Serviço

Os principais objetivos do limitador híbrido são reduzir os im-pactos no transformador decorrentes dos eventos de curtos--circuitos, bem como diminuir o impacto nos indicadores de qualidade decorrentes dos eventos de curtos-circuitos tran-sitórios, visto que, nesses casos, não haverá o desligamento temporário dos clientes supridos pelo transformador.

O projeto contribui com a melhoria dos indicadores da quali-dade do serviço na medida em que propõe diminuir a quan-tidade de queimas nos transformadores, reduzindo assim o tempo em que o cliente fica sem energia. Além disso, é espe-rado o aumento da vida útil dos transformadores, proporcio-nando economia na compra de novos equipamentos.

O projeto surgiu em uma parceria com o departamento de En-genharia Elétrica da Universidade Federal Fluminense (UFF) e está na primeira etapa: construção do protótipo. “O grande objetivo do projeto é reduzir gastos com a compra de novos transformadores e deixar o cliente satisfeito com o atendi-mento da Light, gerando nele uma percepção de qualidade no serviço”, explicou Bruno Sodré, coordenador de Planeja-mento de Distribuição da Light e gerente do projeto.

52 P&D no Serviço

Pesquisa analisa fatores que interferem na internalização de resultados

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53Avaliação Interna

Em 2016, uma avaliação interna dos projetos de P&D da Light resultou no artigo “Gerenciamento do pós-projeto – Uma metodologia para avaliar a internalização de resultados”, dos autores José Tenório Junior, coordenador da área, e Felippe Vicencio, engenheiro da Light. A partir desse estudo, a área de P&D conseguiu apresentar um plano de ação para potencializar os resultados positivos dos projetos, identificando e ajustando eventuais situações que impactem na internalização e na utilização dos produtos resultantes das pesquisas.

Premiado, em agosto de 2017, no IX Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica (Citenel), e, em outubro do mesmo ano, no Seminário Nacional de Produção e Transmis-são de Energia Elétrica – XXIV SNPTEE, em Curitiba, obtendo o segundo lugar na categoria “Melhor trabalho técnico em Pes-quisa e Desenvolvimento P&D”, o estudo retrata uma maneira de avaliar a internalização dos projetos pela Light e indica solu-ções para aumentar a aplicação deles na estrutura da empresa.

“Esse trabalho reflete um olhar no ciclo de vida do produto. O projeto acaba e é entregue à ANEEL, juntamente com os re-latórios finais e as devidas comprovações, mas como avaliar o uso efetivo do resultado? Para tanto, analisamos cerca de 60 projetos produzidos entre 2012 e 2016, realizando entre-vistas e aplicando ferramentas como Pareto e Diagrama de Ishikawa, sempre com foco na priorização das causas. Nosso objetivo é potencializar os fatores que levam os projetos ao sucesso e mitigar os riscos que dificultam a internalização”, explica José Tenório.

Divergências tecnológicas, custo-benefício

inviável e turnover são apontados

como principais fatores que impactam a

internalização de resultados

5454 Avaliação Interna

Os gerentes entrevistados responderam a um questioná-rio sobre pontos fortes e fracos do P&D, a partir dos quais foi possível analisar e propor soluções para melhorar a internali-zação dos resultados pela Light.

“Tivemos a oportunidade de entrevistar os gerentes de pro-jeto para identificarmos os pontos de melhoria no que se

“Tivemos a oportunidade de entrevistar os gerentes de projeto para identificarmos os pontos de melhoria no que se refere ao uso de resultados de P&D.”

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5555

Felippe Vicencio Gomes,engenheiro da Light

Avaliação Interna

refere ao uso de resultados de P&D. O saldo final desse tra-balho vai contribuir de forma significativa não apenas para a empresa, mas também para todo o setor de energia”, co-menta Felippe Vicencio.

Principais fatores de risco

A pesquisa apontou os principais fatores que dificultam a internalização dos resultados. Os três mais comuns são divergências tecnológicas com os sistemas de Tecnolo-gia da Informação (TI) da Light, custo-benefício inviável e turnover. Em relação à TI, o grande desafio é o produto final de P&D conseguir se adaptar às evoluções tecnoló-gicas aceleradas. Tudo muda muito rápido nos dias atuais, tanto que uma das ações propostas para o pós-projeto, a partir de agora, é disponibilizar um profissional da área de TI para dar suporte aos projetos.

“Quando chega o momento da aplicabilidade, ou seja, de co-locar a solução inovadora em prática, a área já não é mais a mesma, o gestor é outro, as condições são diferentes, fazen-do o projeto perder força. Para a área de P&D, o pós-proje-to tornou-se a melhor maneira de verificar de que forma os projetos estavam sendo aproveitados dentro da companhia”, acrescenta Felippe.

O P&D já deu início a um forte trabalho junto às áreas que gerenciam projetos na Light, reforçando o papel das equi-pes e do gerente do projeto. A área de TI também tem sido envolvida nos processos de melhoria, pois tem um papel relevante na internalização dos resultados, principalmente quando se trata de software. A área de RH, por sua vez, tem contribuído na capitalização de mão de obra própria para os projetos e no planejamento de um futuro programa para profissionais inovadores.

5656 Avaliação Interna

Ações sugeridas para melhorar a internalização de resultados

Criação de um ponto focal na TI.

Participação da área de TI na reunião de planejamento de requisitos, no kick-off e no acompanhamento do projeto.

Criar a figura do suplente do gerente de projeto, que deve ser atuante desde o início das pesquisas.

Monitorar novas tecnologias no ambiente externo durante a execução do projeto.

Maior envolvimento do gerente funcional da área do projeto.

Reavaliar a viabilidade de mercado do projeto no decorrer de sua execução.

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5757 Avaliação Interna

Principais fatores que interferem na internalização dos resultados na Light

5858 Avaliação Interna

Histograma

Novas oportunidades no P&D

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59

59Recursos Humanos

6060 Recursos Humanos

Programa com foco em profissionais

inovadores está nos planos da área em

parceria com o RH da Light

No modelo atual, os projetos de pesquisa e desenvolvimen-to de novos produtos e soluções são gerenciados nas áreas técnicas, e a área de P&D da Light, por meio de um Escritó-rio de Projetos (PMO), trabalha como mentora dos gerentes de projeto. Ainda assim, as demandas do dia a dia são muito grandes, e eles acabam dedicando menos atenção do que gostariam, em alguns casos comprometendo o cronograma e os resultados da pesquisa.

Uma possível solução para esse desafio tem sido avaliada pela área de P&D em conjunto com o RH da Light. Já existem algumas possibilidades sendo desenhadas e com previsão de início em 2018. Uma delas seria a criação de um progra-ma com foco em profissionais inovadores. “A ideia é contratar profissionais para atuar nos projetos de P&D em tempo inte-gral. Eles trabalharão num modelo ‘projetizado’, com atuação exclusiva nos projetos de P&D junto aos gerentes de projeto,” explica José Tenório Júnior, coordenador do P&D da Light.

A atuação desses novos profissionais pode ajudar também na internalização dos resultados após o encerramento dos pro-jetos, outro grande desafio do P&D. Além disso, esse progra-ma estará diretamente relacionado à capacitação.

Futuramente, esses novos colaboradores poderão fazer ca-pacitações em temas ligados ao setor elétrico e à inovação e, até mesmo, atuar em outras áreas da empresa.

“A ideia é contratar profissionais para atuar nos projetos de P&D em tempo integral. Eles trabalharão num modelo ‘projetizado’ com atuação exclusiva nos projetos de P&D, atuando junto aos gerentes de projeto.”

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José Tenório Júnior,coordenador do

P&D da Light

Recursos Humanos

6262

Mão de obra própria

Nesse mesmo programa, outra iniciativa ligada aos recursos hu-manos é a capitalização da mão de obra própria envolvida em projetos de P&D. “A possibilidade de trazer gente de fora é muito enriquecedora, mas também decidimos aumentar a apropriação de mão de obra a partir do contingente da Light que tenha inte-resse em atuar integralmente nos projetos de P&D”, conta Tenório.

O turnover é um dos principais fatores que dificultam a in-ternalização de resultados. A solução foi investir em mão de obra própria, criando a figura do suplente do gerente de pro-jeto e uma equipe Light mais robusta. Cabe a essa equipe ser atuante desde o início, acompanhando de perto as ativida-des das instituições e dos centros de pesquisa, bem como se comprometendo diretamente com os resultados esperados.

“O RH identificou uma grande oportunidade na parceria com P&D, entendendo seu papel estratégico no desenho da so-lução e identificando profissionais adequados para alavancar os projetos e dar ainda mais visibilidade e sustentabilidade aos resultados da empresa”, ressalta a gerente de Desenvol-vimento Humano e Organizacional da Light, Aline Nuffer.

Recursos Humanos

P&D da Light conquista terceira patente internacional

Por Humberto Fernandes

63

63Propriedade Industrial

6464 Propriedade Industrial

Todos os três produtos patenteados até hoje

são reconhecidos por sua aplicabilidade e

inovação

Um sistema que verifica o problema em cabos elétricos de maneira otimizada acaba de conquistar sua patente no ex-terior. O produto surgiu a partir de um projeto de P&D da Light e levou cerca de dois anos para adquirir a certificação.

Em sua história, o P&D da Light recebeu mais duas certifi-cações internacionais: em 2015, para um medidor eletrôni-co com mecanismo integrado, com o propósito de verificar fraudes de maneira remota; e, em 2014, para uma manta polimérica para revestimento em postes de madeira.

A solicitação de pedidos de patentes em outros países, vi-sando à proteção de invenções no exterior, vem se tornan-do tendência dentro das empresas brasileiras, dado o ní-vel de importância do documento e a intenção de explorar mercados estrangeiros.

P&D Light e a propriedade intelectual

Desde a sua implantação em 1999, a Light tem mantido o compromisso assumido junto à ANEEL para a realização do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). E, para tan-to, vem desenvolvendo importantes projetos com o objetivo de agregar novos conhecimentos e contribuir para a criação de produtos inovadores que possam atender às necessida-des específicas da concessionária.

Ao longo dessas quase duas décadas, a área de P&D tem tra-balhado conjuntamente com as demais áreas da empresa, e essa parceria tem garantido o desenvolvimento de grandes projetos, dando origem a produtos inovadores e com forte

As três patentes internacionais obtidas pelo P&D da LightD

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Uma das principais vantagens da patente é o direito ao uso exclusivo pelo seu inventor, impedindo a fabricação e a comercialização por terceiros sem a sua devida autorização.

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atuação no mercado. Sua importância tem se revelado por meio de pedidos de proteção à propriedade intelectual in-gressados no Brasil e no exterior.

Atualmente, a empresa conta com 53 pedidos, assim distri-buídos: 47 em patente de invenção; quatro em registro de desenho industrial; um em patente de modelo de utilidade; e um em registro de software.

A grande vantagem da proteção da propriedade intelec-tual consiste em garantir todos os direitos exclusivos do seu proprietário sobre o invento. Em um mercado cada vez mais competitivo, a proteção à propriedade intelectual é um grande diferencial para aqueles que vislumbram na inven-ção um ativo intangível da empresa com forte impacto em

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seus lucros. Por outro lado, tal proteção também permite ao seu proprietário uma forma de se defender contra eventuais abusos cometidos por terceiros.

Existe um longo caminho a ser percorrido desde a apresen-tação do pedido até a concessão do direito à propriedade intelectual. Por ser um direito que fica restrito ao território onde foi requerida a proteção, o inventor ou proprietário deve apresentar o seu pedido em cada país, dentro do prazo regulamentado por cada um. Apesar da existência de trata-dos internacionais sobre o assunto, na prática, esses docu-mentos são utilizados apenas para assegurar a questão da prioridade, ou seja, para não quebrar a novidade do objeto. Brasil: processos dificultam a concessão do direito

Nos últimos cinco anos, no Brasil, foram registrados mais de 29 mil pedidos de patente e, no mesmo período, foram deferidas apenas 3.230 concessões. Considerando que o prazo médio para a análise de uma patente aqui leva dez anos, podemos concluir que aqueles pedidos sequer foram analisados.

A demora para se obter uma concessão de patente no Brasil, o mercado internacional em franco aquecimento e as vanta-gens da obtenção do direito foram os principais fatores que levaram o P&D da Light a desenvolver a ideia de explorar a propriedade industrial também em outros países.

Até o momento, a concessionária conta com 29 pedidos de patentes apresentados no exterior, envolvendo sete países: Argentina, Bolívia, Canadá, Estados Unidos, Índia, Paraguai e Uruguai. Desses pedidos, a Light obteve, dentro de um período médio de três anos, a concessão de três patentes internacionais, aumentando ainda mais o seu prestígio não só no mercado internacional, como principalmente no seg-mento do setor elétrico nacional.

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Se comparado com o longo processo aqui no Brasil, as três patentes no exterior foram obtidas em um tempo recorde. A título de exemplo, a patente nacional do Selo de Segurança com Indicador Químico de Violação, obtida em março desse ano, levou quase 12 anos desde o depósito do pedido em 8 de junho de 2005 até a concessão do direito.

Vantagem estratégica das patentes internacionais

A rapidez no processo de análise de um pedido de patente no exterior é um atrativo para aqueles que buscam a prote-ção do seu invento. As vantagens começam desde uma pos-tura defensiva por parte do proprietário que deseja impedir a exploração por terceiros sem a devida autorização e vão até a questão da pró-competitividade, ou seja, vislumbrando um mercado com grande lucratividade.

A obtenção das três patentes internacionais faz do P&D Light uma área antenada e alinhada com as necessidades da con-cessionária frente ao mercado e aberta para a oferta de pro-dutos inovadores que despertam o interesse de investidores no Brasil e no exterior.

Sinônimo de anos de pesquisas, esses produtos foram o resul-tado de projetos de P&D realizados por uma equipe de pes-quisadores e profissionais fortemente comprometidos com os objetivos da empresa na busca por oferecer um serviço de energia elétrica com qualidade e eficiência.

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“A titularidade de patentes internacionais coloca a Light em uma posição de destaque não só no Brasil como no exterior. Em compasso com a sustentabilidade, inovação, pesquisa e desenvolvimento tecnológico, essa é mais uma prova do compromisso assumido pela concessionária de oferecer um serviço com excelência.”

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Humberto Fernandes dos Santos é analista de Assuntos Regulatórios (P&D) da

Light. Advogado e Doutorando em Ciências Jurídicas, possui Mestrado em Direito Internacional do Trabalho, Especialização em Relações Trabalhistas e em Direito Empresarial com ênfase em Propriedade Intelectual.

Empregado na Light desde 2005, tem atuado em diversas áreas da empresa, permanecendo

na equipe de P&D ao longo dos últimos cinco anos.

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Patentesda Light com forte impacto internacional

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Massa de preenchimento, tinta de revestimento e compósito para revestir para postes de madeira Carta de patente nº US 8,735,307País do depósito: Estados Unidos Data do depósito: 06/10/2011Data da concessão: 27/05/2014Projeto: Desenvolvimento de manta polimérica, protetora para postes de madeira (P&D 10/07).Aplicabilidade: recobrir o poste com uma manta capaz de protegê-lo contra queimadas e diversas pragas, como cupins, vespas e besouros.

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Dispositivo e método para inspeção de cabos de alumínio com um núcleo de aço

Carta de patente nº US 9,696,280País do depósito: Estados Unidos Data do depósito: 10/07/2015Data da concessão: 04/07/2017Projeto: Sistema de detecção da corrosão (SDC) para cabos CAA em linha energizada (P&D 62/10).Aplicabilidade: O uso do SDC possibilita a realização da ma-nutenção preventiva da rede de cabos de uma concessioná-ria de energia elétrica com base em critérios objetivos, o que reduz significativamente a retirada desnecessária de lances de cabo, ao mesmo tempo em que aumenta a eficiência na detecção de trechos comprometidos e reduz a probabilidade da queda de cabos, sem a necessidade de desligamento do trecho inspecionado.

Medidor eletrônico de energia elétrica com mecanismo in-tegrado de certificação digital para comunicação segura

Carta de patente nº US 9,219,713País do depósito: Estados Unidos Data do depósito: 25/11/2011Data da concessão: 22/12/2015Projeto: Desenvolvimento de uma plataforma de redes inte-ligentes, integrando sistemas de medição de energia e auto-mação de redes de distribuição, utilizando certificação digi-tal e criando interoperabilidade para suportar o programa de Smart Grid (P&D 57/10).Aplicabilidade: Trata-se de um sistema de medição eletrôni-ca automatizada de consumidores de energia elétrica, com a utilização das técnicas de certificação e assinatura digitais para o tráfego de dados de faturamento e de comando de conexão/desconexão remota de consumidores.

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P&D da Light recebe dois prêmios no Citenel

Professor Maurício Frota, pesquisador da PUC-RJ; André Pepitone da Nóbrega, diretor da ANEEL; e Felippe Vicencio, engenheiro da Light

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Projeto sobre limpeza de trocadores de calor

é um dos destaques do evento

A cidade de João Pessoa, na Paraíba, recebeu, de 2 a 4 de agosto, o IX Congresso de Inovação Tecnológica em Energia Elétrica (Citenel) e o V Seminário de Eficiência Energética no Setor Elétrico (Seenel), realizado bienalmente pela ANEEL.

Considerado o maior evento de inovação e eficiência do setor elétrico brasileiro, o Citenel/Seenel teve como tema, em 2017, “Inovação e integração: respostas locais para bar-reiras globais” e recebeu o maior número de participantes de todas as edições anteriores, com 1,2 mil congressistas aproximadamente. A programação desse ano contou com apresentações técnicas e quatro painéis de debates sobre inovação no setor.

O evento premiou dois projetos da Light. Na categoria “Me-lhor Trabalho Técnico de Pesquisa e Desenvolvimento em P&D”, ficou com o segundo lugar o projeto “Metodologia para avaliar a internalização de resultados de projetos”, de autoria de José Tenório Júnior, coordenador do P&D da Li-ght, e Felippe Vicencio, engenheiro da Light. “Foi gratifi-cante participar, confesso que não esperava uma premia-ção. O evento vale também pelo intercâmbio e pela troca de conhecimento com profissionais de outros estados”, analisa Felippe.

Na categoria “Melhor Produto em Exposição”, participaram 97 concorrentes, com destaque para o projeto “Solução Ino-vadora para o Sistema de Resfriamento de Hidrogeradores”, da Light Energia, que ficou com o prêmio de terceiro melhor produto. O projeto consiste na criação de um sistema ino-vador de limpeza de trocador de calor utilizado no arrefeci-mento de hidrogeradores, o SIREA.

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Engenheiro da Light e gerente do projeto, Gílson Valente elo-gia a parceria com a PUC-RJ e afirma que os ganhos com o novo equipamento serão vistos em breve. “O SIREA já foi tes-tado e aprovado em laboratório e nas oficinas da Light Ener-gia. Neste momento, estamos fazendo a instalação dele nas unidades geradoras para os testes em campo. É muito gratifi-cante receber o prêmio e poder mostrar a real aplicabilidade e a importância do produto”, conclui Valente.

“A conquista desse prêmio é um sinal de que a estratégia ado-tada parece robusta e que o terreno é fértil para seguirmos em frente, constituindo um marco que muito valorizamos no desafio de participar do bem-sucedido Programa de P&D re-gulado pela ANEEL”, conclui o professor Maurício Frota, pes-quisador do Programa de Pós-Graduação em Metrologia para Qualidade e Inovação da PUC-Rio e coordenador do projeto.

A agente administrativo sênior da Light, Eliane Reis valoriza a importância do Citenel para o setor. “Estamos no maior evento de pesquisa e desenvolvimento da ANEEL. Receber os prê-mios é o maior reconhecimento da qualidade da nossa ges-tão na área de P&D”, define Eliane.

O SIREA

O “Projeto das Bolinhas”, como fi-cou popularmente, é um sistema inteligente que utiliza a água de resfriamento para fazer circular esferas abrasivas no interior dos tubos do trocador e realizar a reversão do fluxo dessa água, viabilizando uma alternativa tecnológica online de limpeza que não requer a interrupção da geração. O equipamento já foi aprovado em laboratório e está pronto para ser instalado nas unidades geradoras.

ABRACONEE inclui o tema inovação em evento de contabilidade

José Tenório, do P&D da Light, fala no ENCONSEL sobre P&D e inovação

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P&D da Light participa e destaca a

importância de uma atuação integrada por

parte dessas duas áreas

A Associação Brasileira dos Contadores do Setor de Energia Elétrica (ABRACONEE) realizou, entre 18 e 22 de novembro de 2017, o XXXIII ENCONSEL – Encontro Nacional dos Contado-res do Setor de Energia Elétrica, em Fortaleza, no Ceará.

O coordenador do P&D da Light, José Tenório Júnior, foi con-vidado para participar e representar a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE). Na ocasião, Tenório apresentou a palestra “Novas metodologias aplica-das ao Programa de P&D no setor elétrico e seus efeitos na apuração contábil”.

“Ter uma palestra de P&D e inovação nesse evento foi um de-safio, já que o público presente não era tão familiar com o tema, mas a ideia surgiu em função da ABRACONEE entender que seria uma oportunidade de sensibilizar os contadores das empresas de energia elétrica para os temas ligados à pesqui-sa, desenvolvimento e inovação”, defendeu Tenório.

Durante a apresentação, Tenório ressaltou a necessidade de uma maior integração entre as áreas de P&D e contabilidade. “Os pontos mais enfatizados trataram do impacto dos investimentos expressivos em P&D até 2020, face à inclusão do saldo gerado pela SELIC na conta de P&D; do correto direcionamento contábil, ou seja, se estamos trabalhando com novidade, como classificar um produto novo do ponto de vista contábil; e da questão do recebimento de royalties, para explicar como esses recursos entram na empresa contabilmente e como impactam na modicidade tarifária”, acrescentou Tenório.

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Equipe do projeto de P&D da área

de Contabilidade compartilha ideias sobre o projeto com a direção

geral da ANEEL

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Duas outras questões também foram frisadas: a operacionali-zação de glosas, para entender como se dará o procedimento contábil em casos de reprovação ou reconhecimento parcial dos gastos de P&D pela ANEEL, e o consequente provisiona-mento, impactando os resultados da organização.

Segundo o diretor da ABRACONEE, Edilson Silveira, a parti-cipação da ABRADEE foi fundamental para demonstrar a im-portância de uma atuação integrada, tanto por parte de P&D quanto pela contabilidade das empresas. “O trabalho conjun-to dessas duas áreas contribui para se demonstrar com pro-priedade os processos que envolvem uma área de P&D nas organizações”, disse Silveira.

De acordo com ele, muitos contadores ainda desconheciam diversas variantes em relação às glosas, por exemplo. “Todos ficaram muito satisfeitos. As informações transmitidas pelo coordenador do P&D da Light esclareceram diversos pontos obscuros para os profissionais de contabilidade, que saíram do evento com uma compreensão muito maior sobre tudo o que envolve um programa de P&D”, concluiu.

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Livro sobre energia solar amplia estudos na área

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78Jaíba Solar

Marcio Romero Galardo Júnior, um dos responsáveis pelo projeto

por parte da Light; João Vieira de Araújo, superintendente de

Gestão da Geração na Light Energia; e Marcos Cesar Filho,

engenheiro eletricista

P&D lança obra sobre uso da tecnologia

fotovoltaica

Produzir conteúdo direcionado ao estudo de tecnologias que visem à utilização da energia fotovoltaica no Brasil, de modo a estimular projetos e incentivar a geração de energia a par-tir desse tipo de fonte no país, levando em consideração a integração dos aspectos técnicos, econômicos e ambientais. Esse é o principal objetivo do livro Usina fotovoltaica Jaíba So-lar: planejamento e engenharia, uma parceria entre diversas instituições do setor de energia.

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O Jaíba Solar, como a obra ficou popularmente conhecida, é resultado de um projeto de P&D Estratégico do Programa de P&D da ANEEL, denominado “Arranjos técnicos e comerciais para a inserção da energia solar fotovoltaica na matriz ener-gética brasileira”.

Além da Light Energia, a obra envolveu a participação de vá-rias entidades executoras, como a CEI Solar e o Centro de Pesquisas em Energia Elétrica (CEPEL), da Eletrobrás, além de 16 empresas cooperadas do setor elétrico.

João Vieira de Araújo,superintendente de Gestão da Geração da Light Energia

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“A energia solar é, de fato, uma fonte muito promissora. Ainda nos faltam baratear os equipamentos e criar painéis de captação mais eficientes. Acredito que o livro poderá abrir muitas portas para o desenvolvimento dessa tecnologia no país.”

Jaíba Solar

João Vieira de Araújo, superintendente de Gestão da Geração na Light Energia, é um dos coautores do livro. Ele enfatiza a importância e o pioneirismo da obra como formas de agregar conhecimento à área. “A energia solar é, de fato, uma fonte muito promissora. Ainda nos faltam baratear os equipamen-tos e criar painéis de captação mais eficientes. Acredito que o livro poderá abrir muitas portas para o desenvolvimento des-sa tecnologia no país”, defende João Vieira.

Previsto pelo projeto de P&D, o livro traz um estudo profundo so-bre o tema. “Ele poderá ser utilizado no futuro como contribuição para novos desafios na geração de energia solar, ainda mais por ter sido escrito por pesquisadores que dominam o tema”, acres-centa Marcio Galardo, gerente do projeto na Light Energia.

Engenheiro eletricista da gerência de Futuros Empreendi-mentos da Light, Marcos Cesar Filho está há três anos na em-presa e colaborou com a obra em seu primeiro P&D. “O Bra-sil tem muito potencial de geração de energia fotovoltaica, com um apelo ambiental muito forte para a utilização de uma energia limpa. A tecnologia está muito popularizada, já sendo utilizada em residências. O Estádio do Mineirão, em Belo Ho-rizonte, por exemplo, faz uso da energia solar com resultados amplamente positivos”, acrescenta Marcos.

Inicialmente, foram produzidos quatro mil exemplares, dis-tribuídos pelas concessionárias e durante o Citenel, um dos maiores eventos do setor elétrico no Brasil, realizado de 2 a 4 de agosto, em João Pessoa, na Paraíba.

Curiosidade: onde fica Jaíba?

Jaíba é uma cidade de Minas Gerais. A região se destaca pelo potencial de energia solar e pelos mais altos níveis de radia-ção solar, tendo sido esse o principal motivo para a escolha do local para desenvolvimento do projeto estratégico de P&D.

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Chat inteligente e gestão financeira participativa

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82O que Vem por Aí

Conheça as novidades que o P&D pretende

desenvolver a partir de 2018

A Lei nº 9.991/2000 determina que as concessionárias do setor de energia elétrica precisam aplicar 1% de sua Recei-ta Operacional Líquida (ROL) em projetos de pesquisa e de-senvolvimento e eficiência energética. O Programa de P&D da Light promove parcerias com universidades e centros de pesquisa em busca de parceiros dispostos a desenvolver projetos inovadores e de grande aplicabilidade.

Ultimamente, não tem faltado criatividade quando o assun-to é escolher temas para viabilizar projetos, que são criados de acordo com a necessidade da empresa, muitos deles li-gados à inventividade por força do crescente uso da tecno-logia no setor.

Entre os principais projetos para 2018 está um que pretende melhorar e aumentar a capacidade de atendimento para os clientes virtuais da Light, aqueles que procuram na internet o contato com a empresa. Trata-se do “atendimento virtual inteligente”, que se baseia na utilização de técnicas de inte-ligência computacional para se alimentar, em um primeiro momento,  do histórico de conversação entre atendente e cliente, de forma que o atendente virtual (no caso, um robô) seja capaz de aprender a interpretar as dúvidas e solicita-ções do cliente.

O novo sistema realiza o atendimento ao criar um histórico de conversação no ambiente virtual, facilitando a utilização e respondendo às necessidades e solicitações do cliente com o conteúdo digitado. Os principais objetivos do projeto estão na melhoria da interação com os clientes e na substituição progressiva do atendimento humano para o virtual.

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“O caminho da ampliação tecnológica tem sido muito posi-tivo na companhia. Hoje em dia, tornou-se tendência usar a inteligência artificial na área de atendimento. É preciso saber analisar as respostas dos usuários e estar sempre em busca de novas alternativas”, explica Cátia Lopes, gerente de Cen-trais de Relacionamento e Suporte da Light e responsável pelo projeto.

Entenda o text mining

No atendimento virtual, tudo se concretiza por meio da téc-nica de text mining (ou mineração de textos), que consiste numa ferramenta capaz de agrupar textos com conteúdos semelhantes, priorizando palavras-chave dentro da deman-da do cliente. O programa reúne as etapas de coleta, pré--processamento, indexação e análise da informação de ma-neira integrada.

“O cliente vai ter sensação de ser atendido com mais eficiên-cia, e daremos a ele condições de resolver suas questões de forma rápida, eficaz e resolutiva”, define Karla Figueiredo, da equipe da gerência técnica do projeto na PUC.

O projeto é resultado de uma atuação conjunta entre a Light e o Departamento de Engenharia Elétrica da PUC-RJ, que já trabalha no atendente virtual atual.

Projeto contábil marca sua estreia no P&D

O setor de Contabilidade da Light inscreveu, no Programa de P&D, um projeto que busca melhorar os indicadores fi-nanceiros da empresa. Com o título “Modelagem de indica-dores de desempenho em empresa do setor elétrico: uma análise de desempenho à luz das linguagens contábil, eco-nômica e financeira”, o projeto pretende, além de acompa-nhar de maneira detalhada a realidade financeira da com-

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panhia, criar um processo de gestão participativa, em que todos os setores, de diretores a clientes, possam avaliar o desempenho da empresa.

Dessa forma, o modelo a ser construído irá qualificar a ges-tão da concessão, apontar ações de prevenção e correção de rumos e prevenir possíveis penalidades. “É a primeira vez que teremos um projeto contábil dentro do P&D. A com-preensão da nossa rotina precisa estar clara e transparente e ser assimilada por todos, desde os nossos gerentes até os stakeholders”, conclui Simone Cerruti, gerente de Contabili-dade da Light SESA.

O projeto será conduzido por uma equipe multidisciplinar, que abrange, além de profissionais da área de Contabilidade, pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis da UFRJ e ainda técnicos da ABRACONEE.

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DIRETORIA DA LIGHT

Diretor-Presidente LUÍS FERNANDO PAROLI SANTOS

Diretor de Comunicação RONALD CAVALCANTE DE FREITAS

Diretor de Engenharia DALMER ALVES DE SOUZA

Diretor de Gestão Empresarial FABIO AMORIM DA ROCHA

Diretor de Finanças ROBERTO CAIXETA BARROSO

Diretor de Energia LUIS FERNANDO DE ALMEIDA GUIMARÃES

Diretor Comercial WILSON COUTO OLIVEIRA

Diretor de Desenvolvimento de Negócios e RI FABIO AMORIM DA ROCHA

Diretor Jurídico FERNANDO ANTÔNIO FAGUNDES REIS

SABER | REVISTA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA LIGHT Superintendência de Regulação ÂNGELA MAGALHÃES GOMES

Coordenação do Programa de P&D JOSÉ TENORIO BARRETO JUNIOR [email protected]

Gerência de Comunicação Corporativa GIULIANE MARIA CALVI

REDAÇÃO

MASSI COMUNICAÇÃO

Jornalista Responsável VIVIANE MASSI - MTB 7149/MG

Colaboração PABLO LIMA

Revisão CLAUDIA MANZOLILL

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO

QUADRATTA COMUNICAÇÃO E DESIGN

FOTOGRAFIAS

LIGHT

BANCO DE IMAGEM

ISTOCKPHOTO

Soluções para ocombate às perdas