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FUNDAÇÃO DE ENSINO “EURÍPIDES SOARES DA ROCHA” CENTRO UNIVERSITÁRIO EURÍPIDES DE MARÍLIA – UNIVEM CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM LINHA DE FORMAÇÃO EM MARKETING ANA CAROLINA TENÓRIO DE LIMA FLÁVIA MOURA VANZO JAQUELINE DE LIMA O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NAS FEIRAS LIVRES DA CIDADE DE MARÍLIA MARÍLIA 2007

comportamento do consumidor - feira livre - marília

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FUNDAÇÃO DE ENSINO “EURÍPIDES SOARES DA ROCHA” CENTRO UNIVERSITÁRIO EURÍPIDES DE MARÍLIA – UNIVEM

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO COM LINHA DE FORMAÇÃO EM MARKETING

ANA CAROLINA TENÓRIO DE LIMA FLÁVIA MOURA VANZO

JAQUELINE DE LIMA

O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NAS FEIRAS LIVRES DA CIDADE DE MARÍLIA

MARÍLIA 2007

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ANA CAROLINA TENÓRIO DE LIMA FLÁVIA MOURA VANZO

JAQUELINE DE LIMA

O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR NAS FEIRAS LIVRES DA CIDADE DE MARÍLIA

Trabalho de Curso apresentada ao Curso de Administração da Fundação de Ensino “Eurípides Soares da Rocha”, Mantenedora do Centro Universitário Eurípides de Marília – UNIVEM, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração com linha de formação em marketing. Orientadora: Prof. Msc. Melise Dantas Machado

MARÍLIA 2007

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LIMA, Ana Carolina Tenório; LIMA, Jaqueline; VANZO, Flávia Moura.

O comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília/ Ana Carolina Tenório de Lima; Jaqueline de Lima; Flávia Moura Vanzo; orientador: Profª. Msc. Melise Dantas Machado, SP: [s.n.], 2007.

50 f.

Trabalho de Conclusão Graduação em Administração de Empresas com Linha de Formação em Marketing de Marília, Fundação de Ensino Eurípides Soares da Rocha, Mantenedora do Centro Universitário Eurípides de Marília - UNIVEM.

1. Comportamento do Consumidor 2. Feiras Livres 3. Fatores de Influência no Processo de Compra

CDD: 658.8

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Dedicamos este Trabalho às nossas famílias pelo apoio e

incentivo durante toda a nossa trajetória de estudo, aos nossos amigos, por sempre se fazerem presentes na hora certa e a Deus por todas as nossas conquistas.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por sempre nos iluminar e nos guiar em nossas vidas.

Às nossas famílias pela compreensão e pelo amor dedicado a nós.

A nossa orientadora, Prof. Msc. Melise Dantas Machado, pelo acompanhamento em todas

as etapas deste trabalho e por acreditar em nosso potencial.

A todos os professores que de alguma maneira contribuíram para o desenvolvimento deste

trabalho.

Aos colegas e amigos da XI turma de Marketing, “a galera” que sempre esteve junto até

mesmo quando nós não estávamos dispostas e em especial aos amigos Junior Teixeira (menino

LINDO), Diego Cortezz e Bruna Silvestrim pela ajuda nos momentos de dificuldade.

E finalmente, a todos que de alguma forma contribuíram para realização deste trabalho,

seja, pela ajuda constante ou pela palavra de amizade.

Muito Obrigada!!!

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"Leva tempo para alguém ser bem sucedido porque o êxito não é mais do que a recompensa natural pelo tempo gasto em fazer algo direito”

Joseph Ross

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LIMA, Ana Carolina Tenório; LIMA, Jaqueline e VANZO, Flávia Moura. O comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília, 2007. Trabalho de Conclusão – Centro Universitário Eurìpides de Marília, Fundação de Ensino Eurípides Soares Da Rocha, Marília, 2007.

RESUMO

Este trabalho expõe uma organização coerente de idéias originadas por meio de levantamentos bibliográficos e pesquisa de campo relacionada ao comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília, sendo demonstrados os fatores que influenciam o consumidor e o processo de compra. Para Kotler (2000), os fatores que influenciam na decisão de compra são as motivações, a personalidade e as percepções dos consumidores. Também não se pode deixar de destacar outras variáveis que são muito importantes no ato da compra: as variáveis sociais, econômicas e as culturais. Para desenvolver este trabalho foi adotada uma pesquisa com questões fechadas a ser aplicada nas três principais feiras da cidade de Marília. Palavras-chave: Comportamento do consumidor. Feiras livres. Fatores de influência no processo de compra.

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LIMA, Ana Carolina Tenório; VANZO, Flávia Moura e LIMA, Jaqueline. O comportamento do consumidor nas feiras livres da cidade de Marília, 2007. Trabalho de Conclusão – Centro Universitário Eurìpides de Marília, Fundação de Ensino Eurípides Soares Da Rocha, Marília, 2007.

ABSTRACT

This work displays a coherent organization of ideas originated by means of bibliographical surveys and research of field related to the behavior of the consumer in the free fairs of the city of Marília, being demonstrated the factors that influence the consumer and the process of purchase. For Kotler (2000), the factors that influence in the purchase decision are the motivations, the personality and the perceptions of the consumers. Also it cannot leave show other variables that are important in the very act of purchase: the social variables, economic and cultural. To develop this work was adopted with a search with closed questions to be applied in three major fairs of the city of Marília. Keywords: Behavior of the consumer. Free fairs. Factors of influence in the purchase process

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Fatores de influência no processo de decisão de compra ..........................22

FIGURA 2 – Hierarquia das necessidades de Maslow....................................................27

FIGURA 3 - Ato de compra e suas subetapas .................................................................31

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Dados das feiras livres da cidade de Marília ...........................................18

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Escala de Nota de 1 a 10..........................................................................43

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Sexo dos consumidores das feiras livres.................................................35

GRÁFICO 2 – Estado civil dos consumidores das feiras livres......................................36

GRÁFICO 3 – Faixa etária dos consumidores das feiras livres ......................................36

GRÁFICO 4 – Classificação econômica dos consumidores das feiras livres .................37

GRÁFICO 5 – Grau de instrução dos consumidores das feiras livres ............................37

GRÁFICO 6 – Ocupação dos consumidores das feiras livres.........................................38

GRÁFICO 7 – Primeiro contato dos consumidores com as feiras livres ........................38

GRÁFICO 8 – Freqüência dos consumidores nas feiras livres .......................................39

GRÁFICO 9 – Principal motivo para ir a feira livre .......................................................39

GRÁFICO 10 – Alimentos consumidos nas feiras livres................................................40

GRÁFICO 11 – Principal motivo da escolha da feira livre para comprar, se alimentar

ou passear ......................................................................................................................40

GRÁFICO 12 – Itens de compra dos consumidores das feiras livres .............................41

GRÁFICO 13 – Média das notas para as características das feiras livres.......................41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FLV: Frutas, legumes e verduras

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SUMÁRIO INTRODUCAO....................................................................................................................... 15

1 OBJETIVOS......................................................................................................................... 16

2 METODOLOGIA................................................................................................................. 17

3 REFERENCIAL TEORICO................................................................................................. 20

3.1 Comportamento do consumidor ........................................................................................ 20

3.2 Fatores de Influência ......................................................................................................... 21

3.2.1 Fatores Culturais............................................................................................................. 22

3.2.2 Fatores Sociais................................................................................................................ 23

3.2.3 Fatores Pessoais.............................................................................................................. 25

3.2.3 Fatores Psicológicos ....................................................................................................... 26

3.3 Processo de Compra .......................................................................................................... 30

4 PANORAMA GERAL DO VAREJO E DAS FEIRAS LIVRES NO BRASIL.................. 32

5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS....................................................................................... 35

5.1 Apresentação dos dados complementares ......................................................................... 44

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................................... 46

CONCLUSÃO......................................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 50

APÊNDICE 1- MODELO DE QUESTIONÁRIO.................................................................. 52

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INTRODUÇÃO

Para o desenvolvimento desse trabalho foi escolhido o formato de rua (feira livre)

por ser um dos menos estudados em trabalhos nacionais e também por ser de grande

relevância dentro do contexto da cultura regional.

Os formatos de rua são compostos pelas lojas em que não se tem um espaço físico

permanente reservado para a atividade comercial, sendo que as mesmas são montadas em

ruas, calçadas ou praças (QUEIROZ, 2005).

Hoje a feira diversifica ao máximo seu lastro de comércio, possuindo desde produtos

sofisticados até produtos de baixo valor. No entanto, elas ficam em segundo plano do

convívio comercial, tendo em vista que, o que predomina hoje em dia é a formação de

supermercados, pelo grande mix de produtos ofertados a seus clientes. Além disso, na maioria

das vezes os preços oferecidos ao consumidor pelos supermercados são menores e os feirantes

não conseguem competir nesse tipo de concorrência.

O mercado hoje é dinâmico e complexo, no qual todos competem pela conquista e

preferência do consumidor. Nas feiras livres não é diferente, por isso, compreender as

motivações do consumidor e se adaptar a elas deixam de ser uma alternativa, é uma

necessidade para a sobrevivência e sucesso de qualquer negócio, e o estudo do

comportamento do consumidor, consequentemente, tenta entender essas preferências e

necessidades. Portanto, este trabalho tem como tema o comportamento do consumidor nas

feiras livres da cidade de Marília.

No município de Marília-SP, existe a feira central, que é a mais tradicional, e várias

outras feiras menores localizadas em bairros próximos e distantes da zona central. Essas

inúmeras feiras menores aparentemente funcionam como uma versão reduzida da feira

central, por isso para encontrar a resposta para o problema de pesquisa, optou-se por realizar

uma pesquisa nas três principais feiras de Marília, abordando consumidores no próprio local

com um questionário estruturado visando compreender o seu comportamento, analisando as

influências sociais, culturais, econômicas, comportamentais, situacionais e os fatores de

relevância para as decisões de compra nas feiras livres.

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16

1 OBJETIVOS

O objetivo geral deste trabalho de curso (TC) é analisar o comportamento do

consumidor de feiras livres da cidade de Marília, estado de São Paulo.

Os objetivos específicos são:

Identificar o perfil do consumidor das feiras livres;

Averiguar o motivo que leva os consumidores às feiras livres;

Verificar os fatores que influenciam o processo de compra.

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17

2 METODOLOGIA

Segundo Mattar (2001), existem três métodos de pesquisa: a pesquisa exploratória, a

pesquisa descritiva e a pesquisa causal. Para o desenvolvimento deste Trabalho de Curso

foram utilizados dois métodos: o estudo exploratório e o estudo descritivo.

Inicialmente a pesquisa exploratória foi adotada porque visa fornecer ao pesquisador

maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. É apropriada para

os primeiros estágios de investigação quando a familiaridade, conhecimento e a compreensão

do fenômeno por parte do pesquisador são geralmente, pouco ou inexistente (MATTAR,

2001).

Na pesquisa exploratória foram utilizados dados secundários sobre o setor

investigado, por meio de fontes como livros acadêmicos, artigos, revistas, instituições

governamentais e municipais, associações de pesquisa e Internet. Além disso, também foi

realizado um embasamento teórico sobre o comportamento do consumidor, o varejo e as

feiras livres.

O estudo descritivo foi adotado, pois procura descrever situações de mercado a partir

de dados primários obtidos originalmente por meio de entrevistas pessoais ou discussões em

grupo, relacionando e confirmando as hipóteses levantadas na definição do problema de

pesquisa (SAMARA, 2005).

Segundo Kotler (2006), os dados primários podem ser coletados de cinco maneiras:

pesquisa por observação, pesquisa de grupo de foco, levantamentos, dados comportamentais e

pesquisa experimental. Neste trabalho utilizou-se o levantamento que visa aprender sobre o

conhecimento, as convicções, as preferências e o grau de satisfação das pessoas, mensurando

essas magnitudes na população em geral.

O instrumento de pesquisa para a coleta de dados primários foi um questionário

estruturado não disfarçado, com treze perguntas fechadas de múltipla escolha (Apêndice 1).

Ele foi direcionado a pessoas maiores de 18 anos, sem distinção de sexo ou classe social.

Para a pesquisa ser aplicada de maneira eficaz, foi realizado no dia 23 de agosto de

2007 um teste piloto no qual foram aplicados 15 questionários na feira da rua Lima e Costa

que funciona as quintas–feiras. Identificou-se na ocasião problemas de entendimento na

questão de numero 13, formulada por meio da escala de importância definida por Kotler

(2006), para os itens da feira como limpeza, tamanho da feira, horário, qualidade e outros. O

problema foi solucionado adotando a classificação por nota de 1 a10, sendo 1 a nota mínima e

10 a nota máxima. Por ser um questionário de perguntas fechadas, identificou-se a falta de

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algumas opções de resposta nas questões 7 e 12, solucionado por meio da inclusão das

mesmas.

Para identificar a classe econômica dos freqüentadores das feiras livres adotou-se o

Critério de Classificação Econômica Brasil, “que enfatiza sua função de estimar o poder de

compra das pessoas e famílias urbanas, abandonando a pretensão de classificar a população

em termos de classes sociais” (ABEP, 2003).

A pesquisa final foi aplicada nos dias de 25, 26 e 31 de agosto e 02 de setembro de

2007 nas três principais e maiores feiras da cidade de Marília, localizadas na Avenida

Sargento Ananias, identificada no trabalho como feira A; Rua Arthur Calina e Geraldo

Severino Cacique, identificada como feira B; e Avenida Tancredo Neves, feira central,

identificada como feira C, como demonstrado no quadro 1. A feira central tem uma

freqüência média de 4.000 pessoas, enquanto nas demais em média é de 600 pessoas por dia

de funcionamento.

Quadro 1. Dados das feiras de Marília

Feira Dia de funcionamento Horário de funcionamento Freqüência média A Sexta – feira 7 h a 12 h 600 pessoas B Sábado 7 h a 12 h 600 pessoas C Domingo 6 h a 12 h 4000 pessoas

Fonte: Desenvolvido pelas autoras com base nos dados fornecidos pela Secretaria Municipal da Agricultura (2007).

Para alcançar resultados mais confiáveis na pesquisa, o número de entrevistados foi

definido por meio de uma amostragem probabilística. “A amostragem probabilística é

caracterizada pelo conhecimento da probabilidade de que cada elemento da população possa

ser selecionado para compor a amostra” (MATTAR, 2001). Ainda, segundo Kotler (2006) a

amostragem probabilística permite calcular os limites de confiabilidade para erros de

amostragem.

A partir disto, optou-se por utilizar uma fórmula estatística para se calcular a amostra

da população, a fórmula que segue abaixo é citada por Stevenson (1981), no qual traduz

informações de uma população finita.

n = Z² (x/n) [1-(x/n)]. (N) (N-1) e² + Z² (x/n).[1-(x/n)] onde,

x = número de itens que apresentam determinada característica.

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z = abscissa da distribuição normal padrão, fixado um nível de confiança (x/n) = proporção

amostral (razão entre o número de itens que apresentam certa característica e o número total

de observações).

e = erro máximo admitido.

N = tamanho da população.

n= tamanho da amostra.

“o intervalo é máximo quando p =0,50, decrescendo quando p aumenta ou diminui em razão do efeito sobre o produto p por (1 –p). De fato, sob condições de completa incerteza, pode-se admitir inicialmente p = 0,50, o que revelará a maior quantidade de elementos possível” (STEVENSON, 1981).

Neste sentido, p é o mesmo que (x/n) e corresponde à proporção de ocorrência de

determinada variável na amostra.

No trabalho estimou-se uma população média de cinco mil e duzentas pessoas, com a

resolução da fórmula obteve-se uma amostra de duzentos e cinqüenta e quatro pessoas a

serem pesquisadas. Assim, o questionário foi aplicado proporcionalmente em cada feira, trinta

questionários na feira A; trinta questionários na feira B e cento e noventa e quatro

questionários na feira C. Foi adotada a probabilidade de erro de 6 % para mais ou menos.

A pesquisa foi realizada por meio de uma amostragem por conglomerado, no qual

dentro de cada conglomerado as pessoas foram selecionadas aleatoriamente. Segundo

Stevenson (1981), a amostragem por conglomerado pressupõe a disposição dos itens de uma

população em subgrupos heterogêneos representativos da população global.

A análise dos dados coletados na pesquisa descritiva foi realizada por meio do

cruzamento das informações que foram apresentadas em gráficos comparativos e o método

para essa comparação, foi à utilização da tabela dinâmica. No entanto, no gráfico 13,

destacamos a utilização das ferramentas estatística, desvio padrão e mediana para encontrar a

média das notas para as características das feiras livres. Deste gráfico foram escolhidas três

características das feiras livres consideradas de relevância para serem apresentadas

isoladamente em uma tabela de escala de notas.

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20

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo é apresentado o referencial teórico adotado para desenvolver este

trabalho de conclusão. Inicialmente é abordada a definição do comportamento do consumidor,

os fatores que influenciam o comportamento do consumidor e o processo de compra.

3.1 Comportamento do Consumidor

Segundo o Código de Defesa e Proteção do Consumidor (2003), consumidor é toda

pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final,

equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja

intervindo nas relações de consumo. Segundo Schiffman (2000), “o termo consumidor é

freqüentemente usado para descrever dois tipos diferentes de entidades consumidoras:

consumidor pessoal e o consumidor organizacional”. Este o trabalho foi desenvolvido

focando apenas no consumidor pessoal.

Consumidor pessoal compra bens e serviços para seu uso próprio, para seu uso do lar

ou um presente para um amigo. Em cada um desses contextos, os bens são comprados para

uso final dos indivíduos, que são conhecidos como os usuários finais ou consumidores finais.

(SCHIFFMAN, 2000). Ainda segundo Schiffman (2000), “o consumo final talvez seja o mais

completo dos tipos de comportamento do consumidor, porque envolve cada indivíduo de cada

idade, formação, em seu papel de comprador, usuário ou ambos”.

“o consumidor é como um iceberg. Os grandes blocos de gelo que flutuam nas águas geladas dos pólos possuem uma característica singular. A maior parte de sua estrutura fica submersa, deixando visível aos olhos do observador apenas uma pequena parte. Enquanto ele se movimenta, é impossível ter uma compreensão clara e total da sua real dimensão e poder” (SAMARA, 2005).

O campo do comportamento do consumidor surgiu como um campo de estudo, na

década de 60, mais precisamente em 1968, por meio da influência de escritores como Engel,

Blackweel e Miniard, que visavam identificar as variáveis que rodeiam o consumidor

(MEDEIROS, 2005).

Segundo Schiffman (2000), existem muitas razões pelas quais o estudo do

comportamento do consumidor se desenvolveu como uma disciplina de marketing

independente. Além de observarem que há muito tempo os consumidores nem sempre reagem

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21

de acordo com as inferências de marketing, o autor cita que existem outras razões para o

desenvolvimento do interesse no comportamento do consumidor.

“a taxa de desenvolvimento de novos produtos, o crescimento dos movimentos de defesa do consumidor, as preocupações relativas à ação governamental, as preocupações ambientais e o crescimento, tanto do marketing filantrópico quanto do internacional” (SCHIFFMAN, 2000).

Ainda segundo o autor, o conceito de comportamento do consumidor caracteriza uma

forma de ciência interdisciplinar que investiga as atividades dos indivíduos relacionadas ao

consumo.

Com outra visão, Solomon apud Medeiros (2005), conceitua o comportamento do

consumidor como “o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos

selecionam, compram, usam ou dispõem de produtos, serviços, idéias ou experiências para

satisfazer necessidades e desejos”.

O estudo do comportamento do consumidor é o estudo de como gastar seus recursos

disponíveis (tempo, dinheiro, esforço) em itens relacionados ao consumo (SCHIFFIMAN,

2000).

Caracteriza-se o comportamento do consumidor pelas atividades mentais e

emocionais realizadas na seleção, compra e uso de produtos/serviços para a satisfação de

necessidades e desejos (RICHERS apud MEDEIROS, 2005). De acordo com Kotler e Keller

(2006), uma vez que o propósito do marketing centra-se em atender e satisfazer às

necessidades e aos desejos dos consumidores torna-se fundamental conhecer o seu

comportamento de compra.

O comportamento do consumidor como regra é intencional e orientado a objetivos.

Os produtos e serviços são aceitos ou rejeitados com base na extensão em que eles sejam

percebidos como relevantes às necessidades e ao estilo de vida (ENGEL, 2000).

3.2 Fatores de Influência

A compreensão dos fatores que influenciam o comportamento do consumidor

possibilita não só uma visão aprofundada da dinâmica da compra, mas também abre um leque

de possibilidades de intervenções com o uso de estímulo de marketing que objetivem gerar

bons resultados no comportamento de compra criando valor para o cliente e produzindo a

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22

satisfação com o produto e o conseqüente envolvimento do consumidor com a compra

(PINHEIROS, 2004).

Kotler (1998) compreende que o indivíduo, como consumidor, sofre influências

psicológicas, pessoais, sociais e culturais.

Além das influencias abordadas por Kotler, como mostra o figura 1 a seguir, uma

mais recente influência merece atenção neste trabalho, que são os fatores situacionais.

Figura 1 - Fatores de influência no processo de decisão de compra Fonte: Kotler (1998).

3.2.1 Fatores Culturais

Os fatores culturais são aqueles que exercem a mais ampla e profunda influência

sobre os consumidores (Kotler e Keller, 2006). Os fatores culturais encontram-se

subdivididos em três: cultura, subcultura e classe social.

A primeira definição do termo “cultura” é aquela que se refere a todos os aspectos

gerais da realidade social. Para Santos apud Medeiros (2005), “cultura diz respeito às

maneiras de conceber e organizar a vida social e seus aspectos materiais, o modo de produzir

para garantir a sobrevivência e o modo de ver o mundo”. Por isso, segundo o autor, ao se

discutir sobre cultura, deve-se sempre ter em mente a humanidade em toda a sua riqueza e

multiplicidade de formas de existência.

Numa visão mais mercadológica, Schiffman e Kanuk (2000) definem cultura como

“a soma total das crenças, valores e costumes aprendidos que servem para direcionar o

comportamento de consumo dos membros de determinada sociedade”. Complementando

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23

Kotler (2006), afirma que “a cultura é o principal determinante do comportamento e dos

desejos da pessoa. À medida que cresce a criança adquire valores, percepções, preferências e

comportamento de sua família e outras instituições”.

Por fim, Engel (2000) conclui que “a cultura afeta os produtos específicos que as

pessoas compram, assim como, a estrutura de consumo, a tomada de decisão individual e a

comunicação numa sociedade”.

Segundo Pinheiros (2004), “é comum a divisão da cultura nacional em segmentos

denominados subculturas”. Kotler (2000) diz que “cada cultura consiste em subculturas que

fornecem identificação, socialização mais especificas para seus membros. Podem-se

classificar a partir de nacionalidade, religião, grupos raciais e regiões geográficas”.

Segundo Medeiros (2005), “tendo-se por base a antropologia e a sociologia, torna-se

importante conceituar algumas expressões que dizem respeito à subcultura brasileira”:

a) identidade nacional: para Damatta apud Medeiros (2005), identidade nacional

traduz as singularidades que distinguem uma nação da outra, que estão presentes nas tradições

e culturas, origens e raças;

b) identidade nacional do Brasil: Damatta apud Medeiros (2005), afirma que é

imprescindível dizer que a junção das três raças (branco, negro e índio) proporcionou uma

singularidade que é a base da identidade brasileira.

Para finalizar os fatores de influência cultural Kotler (2000), declara “as classes não

apenas refletem a renda, mas também indicadores como ocupação, grau de instrução e área de

residência”.

Nesse sentido, tendo-se por base Churchill e Peter (2000), a distribuição da

população brasileira em classes sociais, segundo o Critério Brasil, dá-se em função de um

sistema de pontuação baseado na posse de bens de consumo duráveis, instrução do chefe da

família e outros fatores, como a presença de empregados domésticos.

3.2.2 Fatores Sociais

“O comportamento às vezes é afetado mais por pressões do ambiente social do que

por atitudes pessoais” (ENGEL, 2000). Kotler (2000) define alguns fatores sociais como

grupos de referência, família, papéis e status que acabam por influenciar o comportamento de

compra.

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24

O grupo de referência de uma pessoa são aqueles que exercem alguma influência

direta (face a face) ou indireta sobre atitudes ou comportamento dessa pessoa (KOTLER,

2000). Por ser um processo social, o comportamento de consumo sofre a influência da ação de

grupos, e também, por almejarem participar de outros grupos, a influência das situações de

interação social é de extrema importância na aquisição e estabilização das ações de compra

dos indivíduos. (PINHEIRO, 2004).

Ainda segundo Pinheiro (2004), dentro dos grupos de referência, algumas pessoas

podem sobressair por causa de suas habilidades pessoais, conhecimento ou características

individuais, exercendo também um efeito sobre o comportamento de outros indivíduos. Estas

pessoas são chamadas líderes de opinião, cujo destaque obtido por seu sucesso individual

acaba por ser uma fonte explorada pelos profissionais de marketing para influenciar o

comportamento dos consumidores. Pinheiro, ainda cita os autores Lamb Jr., Hair Jr. e Mc

Daniel, que classificam os grupos de referência em dois tipos: diretos e indiretos. Os grupos

de referências diretos dizem respeito aqueles que interferem diretamente na vida das pessoas

em virtude da sua interação regular face a face. Eles podem ser primários (grupos pequenos e

informais) ou secundários (grupos grandes e formais). Já os grupos de referência indiretos se

referem a grupo aos qual o indivíduo não pertence. Eles podem ser aspiracionais (aqueles aos

qual o indivíduo deseja se associar) ou não-aspiracionais (ou de evitação, os quais o indivíduo

não quer se identificar ou procura evitar).

A família é grupo de referência de tamanha importância em termos de seus efeitos

sobre o comportamento do consumidor que merece ser examinada separadamente (SAMARA,

2005). Segundo Kotler (2000), “os membros da família constituem o grupo de referência

primário mais influente. Podem-se distinguir duas famílias: a de orientação – que consiste em

pais e irmãos de uma pessoa e a família de procriação – o cônjuge e os filhos”.

Dentro do contexto da família, vários aspectos da decisão de consumo podem ser

controlados por seus diferentes membros. Durante a fase de coleta de informações, os adultos

e as crianças da família podem contribuir para a obtenção de conhecimento sobre os produtos.

As decisões sobre produtos e marcas podem ser tomadas por uma única pessoa da família ou

pela combinação de vários de seus membros. O comprador final pode ser tanto o tomador de

decisão quanto outro membro da família, que simplesmente faz o papel de “anotador de

pedidos”. Finalmente, há o consumidor real, que pode não ter participado em qualquer das

outras influências sobre o processo decisório (SAMARA, 2005).

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25

Quanto aos papéis e status, Kotler (2000), “define um papel com as atividades que

uma pessoa deve desempenhar. Cada papel carrega um status” Neste sentido, é fato que as

pessoas escolham produtos que comuniquem seu papel e status na sociedade.

Churchill e Peter (2000), afirmam que “as pessoas de diferentes classes sociais

tendem a fazer escolhas diferentes em relação a suas roupas, decoração doméstica, uso do

tempo de lazer, escolha dos meios de comunicação e padrões de gastos e poupanças.

3.2.3 Fatores Pessoais

Kotler (2000) apresenta quatro elementos que constituem os fatores pessoais: idade e

estágio do ciclo de vida, ocupação e circunstâncias econômicas, estilo de vida e

personalidade. O autor salienta, “que as necessidades e os desejos das pessoas modificam-se

ao longo de suas vidas”.

Nesse sentido, Churchill (2000) comenta a existência dos ciclos de vida familiar, isto

é, “conjunto de estágios pelos quais as famílias passam e que influenciam suas necessidades e

a capacidade de satisfazê-las”.

A escolha de produto também é extremamente afetada pelas circunstâncias

econômicas, como renda disponível (nível, estabilidade e padrão de tempo), economias e bens

(incluindo o percentual liquido), débitos, capacidade de endividamento e atitude em relação a

gastar versus economizar (KOTLER, 2000).

O estilo de vida é o padrão de vida expresso por atividades, interesses e opiniões

(KOTLER, 2000). Segundo Cobra (2006), as pessoas compram roupa, se alimentam, curtem

lazer, entre outros produtos e serviços em função da natureza do seu trabalho e do tipo de

atividade social e esportiva. É o estilo de vida que dita às normas de comportamento social e

profissional.

Para finalizar as influências pessoais, Kotler (2000), salienta que quando é usado o

termo personalidade, refere-se às características psicológicas distintas que levam a reações

relativamente coerentes e continuas no ambiente.

Embora não haja consenso entre os estudiosos de marketing que a personalidade de

fato influencia o comportamento do consumidor, é razoável sugerir que os traços de

personalidade, que descrevem a pessoa como tímida, direta, ousada ou conscienciosa, estarão

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26

manifestados numa série de situações, incluindo a avaliação e as escolha dos produtos

(SAMARA, 2005).

3.2.4 Fatores Psicológicos

As escolhas de compra de uma pessoa são influenciadas por quatro fatores

psicológicos predominantes: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes

(KOTLER, 2006).

Uma pessoa possui muitas necessidades em qualquer momento. Algumas

necessidades são fisiológicas que surgem de tensão fisiológica, como fome, sede e

desconforto. Outras necessidades são psicológicas, elas surgem do estado de tensão

psicológico, como necessidade de reconhecimento, estima ou integração (KOTLER, 2000).

Segundo Samara (2005), para satisfazer ou atingir suas metas, todo indivíduo é

orientado por uma força energética interna, a motivação humana, responsável pela

intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para alcançar determinada

meta. A motivação é uma força variável e dinâmica que resulta da sua interação com a

situação.

Os psicólogos desenvolveram teorias para estudar a motivação humana. Três das

mais conhecidas, defendidas por Sigmund Freud, Maslow e Frederick Hersberg, trazem

implicações bem diferentes para a análise do consumidor e a estratégia de marketing

(KOTLER, 2000).

Sigmund Freud concluiu que as forças psicológicas que formam o comportamento

das pessoas são basicamente inconscientes e que basicamente não podem conter

completamente suas motivações (KOTLER, 2000).

Segundo Samara (2005), a teoria freudiana, ou teoria psicanalítica, vê a

personalidade como o resultado final das forças que atuam dentro do indivíduo. Como a

personalidade é um fenômeno altamente individualista resultante da história da vida de cada

um, Freud acreditava que os conflitos emocionais aparecem nos indivíduos por causa da

interação entre o impulso instintivo do indivíduo, o superego e o ego. Esse construto1 ou

divisão da psique humana em três entidades: id, ego e superego, explicaria os motivos que

estão por trás das ações humanas.

1 Conceito elaborado com dados simples.

Page 28: comportamento do consumidor - feira livre - marília

27

Na década de 1960, o psicólogo humanista Maslow, criou um modelo de hierarquia

das necessidades, objetivando classificar as necessidades mais básicas (instintivas) até as de

cunho social (aprendidas). Samara (2005) cita que Maslow desenvolveu a hierarquia de

estados de necessidades biogênicas e psicogênicas. Essas necessidades universais e comuns a

todos os seres humanos em determinadas épocas e situações, foram organizadas em cinco

categorias, ordenadas das mais urgentes para a menos urgente, em uma escala piramidal de

importância. Essa ordenação hierárquica parte do pressuposto de que o indivíduo ascenderá na

pirâmide à medida que for satisfazendo as necessidades do nível anterior da escala.

Embora o estudo de Maslow tenha focalizado as necessidades e motivações humanas

básicas e não as necessidades e as motivações do consumidor, hoje se vive no contexto de

uma sociedade de intenso consumo de massa, no qual a tentativa dos indivíduos de satisfazer

suas necessidades humanas básicas manifesta-se parcialmente na aquisição de bens e serviços.

Maslow define um conjunto de cinco necessidades, como mostra a Figura 2.

Figura 2. Hierarquia das necessidades de Maslow Fonte Kotler (1998)

Para Maslow, de acordo, com a figura 2 as necessidades de nível mais baixo

(fisiológicas) devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto (auto-realização).

NECESSIDADES SOCIAIS

NECESSIDADES DE SEGURANÇA

NECESSIDADES DE AUTO - REALIZAÇÃO

NECESSIDADES DE ESTIMA

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

Page 29: comportamento do consumidor - feira livre - marília

28

Frederick Hersberg desenvolveu a teoria de dois fatores, que apresenta insatisfatores

(fatores que causam insatisfação) e os satisfatores (fatores que causam satisfação). A falta de

insatisfatores não basta, os satisfatores devem estar claramente presentes para motivar uma

compra.

A teoria de Hersberg possui duas implicações. Primeiro os vendedores fariam o que

fosse possível para evitar os insatisfatores. Embora esses elementos não vendam um produto,

podem perfeitamente evitar que ele seja vendido. Segundo, o fabricante deve identificar os

satisfatores ou motivadores principais de compra no mercado e agregá-los a seu produto. Os

satisfatores terão papel fundamental em relação às marcas que o consumidor comprará

(KOTLER, 2000).

A percepção é um processo dinâmico que rege as relações do indivíduo com o

mundo que o cerca, exercendo importante impacto em seu comportamento. É relevante,

portanto, identificar as características que a compõe:

Subjetiva;

Seletiva;

Simplificadora;

Limitada no tempo;

Cumulativa.

A percepção é subjetiva, pois se refere à forma como apropria-se de um produto ou

de uma situação a partir da qual se constrói uma realidade. Essa realidade resulta de um viés

perceptual, isto é, há discrepância entre o estímulo emitido pelo ambiente e aquele que é

recebido. Ela é seletiva quando filtra as informações recebidas, processando apenas aquilo

que é interessante. Ela é simplificadora, uma vez que se é incapaz de processar a totalidade de

dados percebidos. Diante da complexidade, somente a repetição permite a consideração de

todas as facetas de uma mensagem. Ela é limitada no tempo, pois a menos que se memorize

uma informação, ela não permanece mais do que um curtíssimo tempo. É cumulativa,

possibilitando a compreensão pela combinação acumulada de dados, já que uma impressão é a

soma de diversas percepções (SAMARA, 2005).

Segundo Kotler (2000), a percepção é o processo por meio do qual uma pessoa

seleciona, organiza e interpreta as informações recebidas. A percepção depende não apenas de

estímulos físicos, mas também da relação desses estímulos com o ambiente e das condições

anteriores da pessoa.

Page 30: comportamento do consumidor - feira livre - marília

29

A palavra chave na definição de percepção é indivíduo. Uma pessoa pode perceber

um vendedor que fale depressa demais como agressivo e falso e outra pode ver esse mesmo

vendedor como inteligente e prestativo. As pessoas podem ter diferentes percepções do

mesmo objeto devido a três processos: atenção seletiva, distorção seletiva e retenção seletiva.

Percepção é a maneira como as pessoas coletam e interpretam os estímulos provindos do seu

meio ambiente. Cada um de nós usa a percepção para criar sua própria realidade. Pelo fato de

a mente humana ter limites para a quantidade de estímulos com que pode lidar, filtra as

informações do meio ambiente de forma coerente com aquilo que cada um de nós acredite ser

pertinente e importante (SAMARA, 2005).

Segundo Samara (2005), fatos importantes de influência psicológicas no

comportamento do consumidor é o aprendizado ou aprendizagem, pois grande parte do

processo de consumo é um comportamento aprendido. A aprendizagem é um processo mais

ou menos permanente de aquisição de tendências para se comportar de determinada forma em

resposta a determinados estímulos ou situações.

Para Kotler e Armstrong (2003), os teóricos da aprendizagem dizem que muitos

comportamentos humanos são aprendidos. A aprendizagem ocorre por meio da interação de

impulsos, estímulos, sinais, respostas e reforços.

Uma crença é o pensamento descritivo que uma pessoa mantém a respeito de alguma

coisa. As crenças podem ter como base conhecimento, opinião ou fé. Elas podem ou não

conter uma carga emocional.

Uma atitude corresponde avaliações, sentimentos e tendências de ação duradouros,

favoráveis ou não a algum objeto ou idéia. As pessoas têm atitude em relação à quase tudo:

religião, política, roupa, música e comida. As atitudes predispõem as pessoas a gostar ou não

de um objeto, o que as aproxima ou afasta dele (KOTLER, 2000).

Para finalizar os fatores de influência, Belk apud Samara (2005), citam os fatores

situacionais como:

“todos aqueles fatores específicos de um momento e lugar de observação que não provêm do conhecimento de atributos pessoais (intraindividuais) e estímulos (alternativa de escolha), os quais têm um efeito demonstrável e sistemático sobre o comportamento em curso”.

Pinheiro (2004) destaca que esses fatores “dizem respeito a uma gama de influências

momentâneas e circunstancias, tais como ambientalização da loja, display nos pontos de

venda, disposição dos corredores, posição de produtos nas gôndolas e outros”. Ainda segundo

Pinheiro (2004), o segmento varejista é uma das áreas que mais vem se beneficiando do uso

de técnicas que focalizam a situação de compra, especialmente pelo fato, de que a aquisição

Page 31: comportamento do consumidor - feira livre - marília

30

dos produtos é, na grande maioria das vezes, decidida na prateleira e nas grandes gôndolas da

loja.

3.3 Processo de Compra

Cobra (2006), ressalva que “compra é um processo, cuja decisão depende de

inúmeros fatores. Por exemplo, quando uma pessoa está só, ela pode decidir mais rapidamente

pela compra do que quando a decisão depende de outras pessoas”.

Para Kotler (2000), a tomada de decisão de compra é mais ampla, vai do iniciador do

processo de compra, passa pelo iniciador, influenciador e pelo decisor, chega ao comprador e,

por fim, ao usuário do produto ou serviço.

O processo de tomada de decisão de consumo é elaborado mais emocionalmente do

que racionalmente. Em cada momento da sua vida cotidiana, o consumidor se vê diante de um

dilema: comprar ou não comprar (COBRA, 2006). Por trás do ato de comprar encontra-se um

importante processo decisório que merece investigação, são eles o reconhecimento do

problema, busca de informações, avaliação de alternativa e decisão de compra (PINHEIRO,

2004).

O reconhecimento de problema é a percepção da distância significativa entre as

situações em que a pessoa se sente confortável e as situações que elas enfrentam de fato.

Segundo Samara (2005), “a detecção de uma necessidade ou desejo a ser satisfeito,

desencadeia o processo em busca de sua satisfação a compra ou uso de um bem ou serviço

para atingir o estado de equilíbrio desejado”. Cobra (2006) ainda acrescenta que o ser humano

é estimulado a reconhecer os problemas que o afligem. Esses estímulos são de duas naturezas:

interna, que é o estado percebido de desconforto, novamente de natureza física ou psicológica

(fome, sede, sexo), e estímulo externo, como o aroma de café, o cheiro de churrasco, o cheiro

de pão fresquinho, são apenas alguns exemplos de sensações externas que agem sobre o

indivíduo estimulando a consumir.

Depois de reconhecer um problema inicia-se a buscar de informações para preencher

a lacuna percebida, o que configura o estágio do processo decisório de consumo. O estágio de

busca de informações esclarece o problema para o consumidor, uma vez que sugere critérios

para orientar a venda.

Page 32: comportamento do consumidor - feira livre - marília

31

Segundo Churchill, (2000) “por meio desse processo de avaliação de alternativas, os

consumidores tentam identificar a compra que lhes trará o maior valor. Assim, eles pensam

nos benefícios que consideram importantes em relação aos custos esperados da transação”.

Depois de examinar as alternativas do conjunto evocado, o consumidor já está

praticamente pronto para tornar uma decisão de compra. Segundo Samara (2005), o ato de

compra abrange três etapas: a identificação da alternativa preferida; a intenção de compra e a

implementação da compra, como apresentado na Figura 3. Após comprar um produto, o

consumidor compara seu desempenho com as expectativas anteriormente nutridas sobre ele e

fica satisfeito ou insatisfeito.

Identificação

da alternativa

preferida

Intenção

de

compra

Implementação

da

compra

Figura 3. Ato de compra e suas subetapas. Fonte Samara (2005)

Page 33: comportamento do consumidor - feira livre - marília

32

4 PANORAMA GERAL DO VAREJO E DAS FEIRAS LIVRES NO BRASIL

O varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços

diretamente a consumidores finais para o uso pessoal, e não empresarial (KOTLER, 2000).

Segundo Las Casas apud Queiroz (2005), a concepção do varejo, como elemento

intermediário dos sistemas produtivos, se deu nos Estados Unidos e Inglaterra, no século XIX,

quando surgiram as chamadas general stores, ou lojas de mercadorias gerais, onde se

comercializava praticamente todos os tipos de mercadorias: alimentos, tecidos, utilidades

domésticas, armas e munições, ferramentas e diversos outros. Em 1886 teve início a Sears,

um varejo que vendia por meio de catálogos, que mais tarde se transformou em loja de

departamento.

O varejo no Brasil, tal qual se conhece hoje, começou a ser esboçado no final do

século XIX, com o início da industrialização e o surgimento dos meios e vias de transporte.

Os historiadores citam o Visconde de Mauá como um dos primeiros e mais importante

varejistas, além de ser responsável por fundações de bancos, construção de estradas de ferro,

estaleiros indústrias e investimentos importantes em companhias de iluminação a gás no Rio

de Janeiro (PARENTE apud BORGES, 2001).

O que se observa no Brasil hoje é um grande fluxo de consumidores no setor

varejista de alimentos, onde se encontram instaladas grandes redes, competindo lado a lado

com formatos menores de varejo pela preferência do consumidor, como no caso das feiras

livres. O supermercado é o formato de varejo que mais se destaca no sistema de auto-serviço,

principalmente, por ter maior visibilidade e freqüência de visitas. Por isso, ele chama tanto a

atenção dos consumidores como dos fornecedores das mais variadas linhas e tipos de

produtos.

Kotler (2000) lembra aos varejistas que é preciso considerar, ao planejarem suas

estratégias, as tendências apresentadas pelo mercado, tais como: o surgimento contínuo de

novos formatos e combinações de varejo; o curto ciclo de vida dos formatos, que são

rapidamente copiados e perdem seu caráter de novidade; a expansão do varejo sem loja,

graças ao avanço dos recursos tecnológicos; a concorrência intraformatos, com as superlojas

mostrando poder e capacidade de oferecer preços menores por causa do volume de compras e

pressão sobre os fornecedores. Como se pode notar, o varejo está vivendo um momento de

definições, ou indefinições, entre o grande e o pequeno, o avançado e o ultrapassado, o

Page 34: comportamento do consumidor - feira livre - marília

33

criativo e o limitado, o ágil e o lento, o bonito e o feio, o próximo e o distante (QUEIROZ,

2005).

Silva (2003) destaca que a feira livre é um equipamento varejista móvel, cuja

característica principal é a circulação de instalações provisórias nas vias públicas. O feirante

tem possibilidades de realizar compras diretas do produtor, permitindo-lhe vender ao

consumidor a preços mais convenientes.

A formação de excedentes de produção dos produtores acredita-se ser a principal

causa da origem das feiras. Com as sobras de uns, contra as faltas de outros, é que houve a

necessidade de intercâmbio de mercadorias, a princípio inter-grupos, sem a exigência de um

lugar, onde a busca de se conseguir as mercadorias que necessitam é mais intensa. A

existência das feiras foi uma solicitação natural de um ambiente que congregasse todos os

produtos que se estivessem disponíveis para outrem; e, neste contexto, seria importante que se

trocassem seus excessos em busca de outros produtos que não se houve condições de

produzir. Com isto, verifica-se a importância das feiras para os tempos modernos (SOUSA,

2004).

No Brasil as feiras livres existem desde o tempo da colônia. Apesar dos "tempos

modernos" e dos contratempos que elas causam em grandes cidades, elas não desaparecem.

Em muitos lugares no interior do país elas são o principal e, às vezes, o único local de

comércio da população. Muitas vezes elas funcionam também como centros culturais e de

lazer.

Estas feiras se originaram há muito tempo, quando as pessoas se reuniam

periodicamente em algum ponto pré-determinado da cidade para vender seus produtos à

população ou mesmo realizar trocas. Com o tempo o número de pessoas foi aumentando e o

poder público interveio com o objetivo de disciplinar, fiscalizar e, é claro, cobrar os impostos.

A feira é um lugar cheio de sons, movimentado e colorido. Talvez por isto chame a

atenção numa primeira análise. Os feirantes gritam apregoando a qualidade dos seus produtos

e garantindo que o seu preço é o melhor da feira. As pessoas circulam muito, examinam,

pechincham ou simplesmente estão à procura do que desejam. Outras já têm suas barracas

preferidas, conhecem o feirante de longa data e às vezes parecem mais amigos do que

fregueses. Em muitas barracas nota-se que as pessoas que estão trabalhando são todas de uma

mesma família.

No meio disto tudo ainda existem vendedores ambulantes, com tabuleiros montados

em cima de caixotes ou simplesmente no chão, que aproveitam a feira para tentar vender

diversos produtos. Meninos se oferecem para ajudar as pessoas a carregar as mercadorias. Em

Page 35: comportamento do consumidor - feira livre - marília

34

suma: uma "confusão" perfeitamente organizada onde tudo parece funcionar na hora e no

lugar certo. Para quem observa de fora a feira parece um teatro cheio de personagens, cada

um com sua história. Um lugar com cheiros e sons que remete as pessoas ao passado e, talvez,

à infância (AGAPIO, 2007).

Inegavelmente, as feiras contribuíram para o desenvolvimento e até mesmo da

formação dos mercados, quer seja oligopolístico2 ou mesmo monopolístico3. E neste sentido,

é que se vê o desaparecimento das tradicionais feiras que determinam preços ingenuamente,

entre compradores e vendedores. A falência das feiras é devido ao que previu MARX, já no

século XVIII, o poder de concentração e centralização da economia industrial, tornando os

ricos mais ricos e os pobres mais pobres. No mundo dos oligopólios, as feiras livres ficam no

segundo plano do convívio comercial, tendo em vista que, o que predomina hoje em dia é a

formação de supermercados (SOUSA, 2004).

Os supermercados substituem as feiras livres e até mesmo, o comércio natural da

cidade, ao se considerar que tudo que se busque para o dia-a-dia do ser humano, encontra-se

nos supermercados. Dentro deste complexo de comércio existem as subdivisões que

funcionam como empresas individualizadas, com todas as funções próprias e independentes,

trabalhando a sua própria realidade. Portanto, nesta estrutura de mercado já não existe a

pechincha (pedir para baixar os preços) e nem a competição acirrada na busca de conseguir

consumidores, como no mercado livre (SOUSA, 2004).

2 Situação de mercado em que a oferta é controlada por um pequeno número de vendedores, e em que a competição tem por base, não as variações de preços, mas a propaganda e as diferenças de qualidade. 3 Situação de mercado em que um só vendedor controla toda a oferta de uma mercadoria ou de um serviço.

Page 36: comportamento do consumidor - feira livre - marília

35

5 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Para o desenvolvimento deste TC, uma pesquisa foi realizada nas três principais

feiras de Marília, identificadas no trabalho como feira A, feira B e Feira C. As feiras A e B

estão localizadas em bairros e a feira C no centro da cidade. Foram entrevistadas duzentos e

cinqüenta e quatro pessoas, de forma proporcional foram aplicados trinta questionários na

feira A, trinta questionários na feira B e cento e noventa e quatro questionários na feira C,

representando uma população média de cinco mil e duzentas pessoas.

O Gráfico 1 apresenta a quantidade de pessoas do sexo feminino e masculino que

freqüentam as feiras livres. No total geral dos consumidores das feiras livres mais de 50% são

do sexo masculino, seguindo o mesmo padrão as feiras B e C, porém na feira A, 60% dos

entrevistados são do sexo feminino.

60,00%

43,33% 44,85% 46,46%40,00%

55,15% 53,54%56,67%

a b c Total geral

feminino

masculino

Gráfico 1. Sexo dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

Como se observa no Gráfico 2, em todas as feiras livres, a maior freqüência são de

pessoas casadas, o que representa 63,78% da média geral. Na feira A destaca-se a freqüência

de consumidores viúvos, já nas feiras B e C, a proporção de consumidores solteiros é maior

que os divorciados e viúvos.

Page 37: comportamento do consumidor - feira livre - marília

36

60,0

0%

10,0

0%

13,3

3%

16,6

7%

70,0

0%

6,67

%

20,0

0%

3,33

%

63,4

0%

7,73

%

23,2

0%

5,67

%

63,7

8%

7,87

%

21,6

5%

6,69

%

casado divorciado solteiro viuvo

abcTotal geral

Gráfico 2. Estado Civil dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

A maior parte dos consumidores das feiras está entre 41 e 60 anos, como destaca o

total global, do Gráfico 3. Contudo, analisando cada feira separadamente têm-se os seguintes

resultados: a feira C segue o padrão do total global, o que não ocorre com as feiras A e B, as

faixas etárias predominantes estão entre 71-80 e 61-70 anos, respectivamente.

6,67

%

16,6

7% 20, 1

0%

18,1

1 %

3,33

%

10,0

0% 12,8

9%

11,4

2%

10,0

0%

10,0

0%

23,2

0%

20,0

8%

26,6

7%

23,3

3%

22,6

8%

23,2

3%

20,0

0%

33,3

3%

14,9

5%

17,7

2%

30,0

0%

6,67

%

6,19

% 9,06

%

3,33

%

0,00

%

0,00

%

0,39

%

a b c Total Global

18-3031-4041-5051-6061-7071-80mais de 90

Gráfico 3. Faixa etária dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

No Gráfico 4, por meio da utilização da classificação econômica do Critério Brasil,

definiu-se a classe social dos consumidores das feiras. A classe econômica dos consumidores

das feiras é predominante a Classe C (42,52%), seguida da classe B2 (22,44%). Contudo, as

feiras A e B fogem a regra, na feira A, a classe subseqüente a classe C é a D, e na feira B as

classes seguintes a classe C são B1 e D (16,67%). Segundo o Critério Brasil a classe C

representa uma renda familiar média de R$ 927 reais, a classe D equivale a R$ 424 reais. No

entanto, vale ressaltar que as classes econômicas de maior poder aquisitivo representam no

Page 38: comportamento do consumidor - feira livre - marília

37

total global aproximadamente 43% dos consumidores, sendo 22,44% para as classes B2 (R$

1.669 reais), 12,20% para a B1 (R$ 2.804 reais), 7,67% para a A2 (R$ 4.648 reais) e de forma

menos representativa 0,78% para a A1 (R$ 7.793 reais) e para a classe E (R$ 207 reais)

1,18%.

0,00

%

0,00

%

1,03

%

0,79

%

10,0

0%

3,33

% 8,25

%

7,87

%

10,0

0% 16,6

7%

11,8

6%

12,2

0%

13,3

3%

13,3

3%

25,2

6%

22,4

4%

50,0

0%

46,6

7%

40,7

2%

42,5

2%

16,6

7%

16,6

7%

11,8

6%

12,9

9%

0,00

%

3,33

%

1,03

%

1,18

%

a b c Total Global

A1

A2

B1

B2

C

D

E

Gráfico 4. Classe econômica dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

No Gráfico 5 foi identificado o grau de instrução dos consumidores das feiras livres

também por meio da utilização da classificação econômica do Critério Brasil. Nas feiras

livres A e B prevalece o grau de escolaridade: analfabeto/primário incompleto. No entanto, no

total global a maioria dos consumidores possui colegial completo/superior incompleto como

também identificado na feira C.

33,3

3%

40,0

0%

13,9

2% 19,2

9%

16,6

7% 20,0

0%

29,3

8%

26,7

7%

10,0

0%

16,6

7%

15,9

8%

15,3

5%

10,0

0%

10,0

0%

21,1

3%

18,5

0%

30,0

0%

13,3

3% 19,5

9%

20,0

8%

a b c Total Global

analf./prim.inc.col.com/sup.incompgin compl/col.inc.prim.comp/gin.inc.super. Com.

fico 5. Grau de instrução dos consumidores das feiras livres po.

GráFonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de cam

Page 39: comportamento do consumidor - feira livre - marília

38

No gráfico 6 foi identificado a ocupação dos consumidores das feiras, por meio da

classificação de profissões do Sebrae. Os aposentados e autônomos representam mais de 50%

dos consumidores das três feiras livres. Mas a grande disparidade entre as ocupações se

encontra na feira A, no qual 50% dos consumidores são aposentados, seguidos de autônomos

e pessoas do lar (16,67%).

50,0

0%

23,3

3%

19,5

9% 23,6

2%

16,6

7%

26,6

7%

28,8

7%

27,1

7%

0,00

%

3,33

%

1,55

%

1,57

%

16,6

7%

26,6

7%

12,8

9%

14,9

6%

3,33

%

0,00

%

0,00

%

0,39

%

10,0

0%

13,3

3%

17,0

1%

15,7

5%

0,00

%

0,00

% 7,22

%

5,51

%

0,00

%

0,00

%

3,09

%

2,36

%

3,33

%

6,67

%

9,79

%

8,66

%

a b c Total Global

aposentadoautonomodesempregadodo lardomesticaE.E. Privadaempresarioestudantefun.publ.

Gráfico 6. Ocupação dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

O Gráfico 7 demonstra a forma pela qual os consumidores tiveram o primeiro

contato com a feira livre. A família é responsável por quase 50% do primeiro contato dos

consumidores com as feiras livres, na feira C esse percentual chega a 54,64%. Porém, nas

feiras A e B, a maioria dos consumidores (mais de 50%), conheceu a feira por residirem perto

do local no qual ela funciona.

16,6

7%

6,67

% 13,9

2%

13,3

9%

16,6

7%

6,67

% 15,9

8%

14,9

6%

3,33

%

0,00

%

4,12

%

3,54

%10,0

0% 16,6

7%

54,6

4%

44,8

8%53,3

3%

66,6

7%

8,76

%

20,8

7%

0,00

%

3,33

%

2,58

%

2,36

%

a b c Total Global

amigos

curiosidade

ex-feirante

familia

resid. Perto

vizinhos

Gráfico 7. Primeiro contato dos consumidores com as feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

Page 40: comportamento do consumidor - feira livre - marília

39

O Gráfico 8 apresenta a freqüência dos consumidores nas feiras livres. Mais da

metade deles freqüentam a feira livre semanalmente. Na feira A, mais de 83,33% das pessoas

vão à feira toda a semana, enquanto as feiras B e C têm freqüência de 56,67% e 46,71%,

respectivamente.

0,00

%

0,00

%

7,22

%

5,51

%

10,0

0%

6,67

% 19,0

7%

16,5

4%

0,00

%

0,00

%

5,67

%

4,33

%

6,67

%

23,3

3%

13,9

2%

14,1

7%

83,3

3%

56,6

7%

46,9

1%

52,3

6%

0,00

% 13,3

3%

7,22

%

7,09

%

a b c Total Global

anualmensalprimeira vezquinzenalsemanalsemestral

Gráfico 8. Freqüência dos consumidores nas feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

No gráfico 9 identifica-se o principal motivo dos consumidores irem até a feira. O

principal deles é a compra, em segundo lugar a lazer ou passeio e por último para se

alimentar. Na feira B, a compra é o motivo da freqüência de mais de 80% dos consumidores,

na feira A esse número passa de 90%. Na feira C destaca-se o alto percentual (36,08 %) de

consumidores que vão à feira a lazer.

Gráfico 9. Principal motivo para ir a feira livre Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

No Gráfico 10 identificam-se os principa alimentos consumidos nas feiras livres.

Dos con

3,33

%

10,0

0%

36,0

8%

29,1

3%

3,33

%

3,33

%

6,19

%

5,51

%

93,33%86,67%

57,73%65,35%

a b c Total Global

a lazeralimentarcomprar

is

sumidores que vão a feira para se alimentar (em média 5,51%), 100% dos

Page 41: comportamento do consumidor - feira livre - marília

40

consumidores tem preferência em consumir pastel, ressalva-se que a pesquisa possui uma

probabilidade de erro de 6%.

96,67% 96,67% 92,78% 93,70%

3,33% 3,33% 7,22% 6,30%

a b c Total Global

Não sealimentoupastel

Gráfico 10. Alimentos consumidos nas feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

O Gráfico11 apresenta o principal motivo para os consumidores escolherem

comprar/se alimentar ou passear na feira. O três principais motivo dos consumidores

escolherem a feira para comprar, passear ou se alimentar são: por residirem perto do local de

funcionamento da feira (20,08%), pelo hábito (19,69%)e a existência de alimentos frescos

(19,69%). O fator residir perto da feira foi o mais citado nas feiras A e B, já na feira C o fator

hábito teve maior proporção. Em todas as feiras alimentos frescos é o segundo principal

motivo da escolha da feira para comprar, passear ou para alimentação.

Gráfico 11. Principal motivo da escolha da feira livre para comprar, se alimentar ou passear

Total gerala b c

horario alim. Fres. habitoperto da res. movimentacao organiz/higiene

preco varidade de produtos vontade

Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

Page 42: comportamento do consumidor - feira livre - marília

41

O Gráfico 12 identifica quais são os principais itens de compra dos consumidores das

feiras livres. Os FLV são os produtos mais comprados pelos consumidores nas feiras livres.

Em segundo plano vem o café, os condimentos e os ovos. Juntos esses produtos representam

81,17%, dos itens mais comprados na feira.

57,14%

51,11%55,06% 54,78%

2,04

%

4,44

%

4,49

%

4,04

%

4,08

%

0,00

%

1,69

%

1,84

%

12,2

4%

6,67

%

8,43

%

8,82

%

10,2

0%

13,3

3%

8,43

%

9,56

%

2,04

%

2,22

%

1,12

%

1,47

%6,12

%

6,67

%

2,25

%

3,68

%

0,00

%

2,22

%

2,25

%

1,84

%

0,00

%

0,00

%

2,81

%

1,84

%

2,04

%

4,44

%

4,49

%

4,04

%

4,08

% 8,89

%

8,99

%

8,09

%

a b c Total geral

LVF ferro velho animaiscondimentos café utensilios domestpescado roupas e afins acessórios e bijueletronicos ovos

Gráfico 12. Itens de compra dos consumidores das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

O Gráfico 13 apresenta a média de notas dadas para as principais características das

feiras livres. A avaliação média das características da feira livre são maiores que 7 para todos

os itens, em uma escala de 1 a 10, com exceção do preço que tem nota média 6,2 na feira B.

As maiores notas dos consumidores são para o atendimento dos feirantes e para o horário da

feira.

8,7

7,77,0

8,8

7,4

8,48,5

7,3

8,4

9,28,6

9,1

7,4

6,27,1

9,3 9,38,7

9,1

7,8 7,9

9,1

8,0 8,2

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

a b c

Limpeza Variedade de barracasTamanho da feira HorárioPreço Atendimento dos feirantesExposição dos produtos Qualidade

Gráfico 13. Média das notas para as características das feiras livres Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

Page 43: comportamento do consumidor - feira livre - marília

42

Para melhor analisar as informações do Gráfico 13 destaca-se na Tabelas 1 os dois

itens que obtiveram as menores notas gerais (limpeza e o preço da feira) e o item que obteve

as maiores notas (atendimento do feirante).

A Tabela 1 destaca as notas de 1 a 5 dadas pelos consumidores das feiras livres.

Observa-se que aproximadamente 16% dos consumidores das feiras B e C deram nota 5 para

a limpeza da feira. Vale destacar também que 23,33%, 16,67% e 20,62% dos consumidores

das feiras A, B e C, respectivamente, deram a nota 5 para o preço da feira. Ainda com relação

aos preços, destaca-se que 13,33% dos consumidores da feira B conferiram a nota 1 para o

preços oferecidos.

A feira C foi a única a receber dos consumidores a nota 1 (1,04%) para o

atendimento dos feirantes e também recebeu o maior percentual de nota 5 (6,7%) para este

item. Na feira B as notas 4 e 5 para o atendimento dos feirantes foram citadas por pouco mais

de 3% dos consumidores. Na feira A das notas de 1 a 5, somente a nota 3 foi citada por

3,33% dos consumidores.

A Tabela 1 também destaca as notas de 6 a 10 dadas pelos consumidores das feiras

livres. Aproximadamente 50% dos consumidores da feira A deram nota 10 para a limpeza da

feira. Na feira B o maior percentual para limpeza também foi a nota 10 com 26,67%,

contudo, na feira C a nota 8 foi a mais citada pelos consumidores com 25,77%.

Em relação ao preço das feiras, a feira A apresenta o maior percentual de nota 10

(26,67%), a feira C também teve um grande percentual de nota 10 (23,20%). A feira B

apresenta o maior percentual de nota 6 (10,00%), porém a nota mais citada pelos

consumidores é a nota 8 com 30%.

Nas feiras A, B e C, o atendimento dos feirantes obteve os maiores percentuais de

nota 10 e na escala de notas de 6 a 10, a nota 6 foi a menos mencionada pelos consumidores.

Page 44: comportamento do consumidor - feira livre - marília

43

NOTAS/ % FEIRA

Limpeza da feira

Preço da feira

Atendimento dos feirantes

A 0 3,33 0

B 3,33 13,33 0

1 C 3,1 4,13 1,04

A 0 0 0

B 0 0 0

2 C 0,52 1,03 0

A 0 0 3,33

B 0 0 0

3 C 2,56 1,03 0

A 0 3,33 0

B 0 6,67 3,33

4 C 4,64 2,06 0

A 0 23,33 0

B 16,67 16,67 3,33

5 C 15,98 20,62 6,7

A 6,67 3,33 0

B 3,33 10 0

6 C 5,67 8,76 2,58

A 16,67 6,67 3,33

B 13,33 10 3,33

7 C 21,13 14,43 9,28

A 23,33 30 13,33

B 23,33 30 6,67

8 C 25,77 20,1 19,07

A 6,67 3,33 13,33

B 13,33 3,33 10

9 C 5,67 4,64 10,82

A 46,67 26,67 66,67

B 26,67 10 73,33

10 C 14,99 23,2 50,52 Tabela 1. Escalas de notas de 1 a 10.

Fonte: Desenvolvida pelas autoras com base em pesquisa de campo.

Page 45: comportamento do consumidor - feira livre - marília

44

5.1 Apresentação dos Dados Complementares

O questionário foi elaborado com perguntas fechadas, porém o contato dos

entrevistadores com os consumidores de feiras livres e com o próprio local permite o

reconhecimento de fatos novos que dão ênfase ao trabalho e merecem ser destacados. Sobre o

perfil do consumidor se destaca o não inibimento de alguns homens em assumir que suas

mulheres são “as chefes” de família de sua casa, isso demonstra que as características

culturais, principalmente ao que se refere à família vem mudando constantemente.

Sobre as feiras destaca-se a feira A, na qual a higiene e a limpeza se diferenciam das

demais. O setor de FLV, visualmente, deixa claro que os produtos são mais frescos. Também

foi confirmado por vários feirantes que a maioria das FLV, chegam no dia da feira. Os

feirantes tomam mais cuidado com a limpeza ao redor e a maior parte dos consumidores

enxergam este diferencial.

Um ponto fraco nas feiras, que é de fácil solução, é a inexistência de lixeiras nas

barracas, algo que faz o final da feira ser assustador. Na hora que foi questionada a nota a ser

dada para a limpeza da feira, ouvia-se na maior parte das vezes: “Durante ou quando

termina?” Isso se deve ao desleixo com alimentos podres, papéis, lixo em geral que são

jogados no chão tanto pelos feirantes quanto pelos consumidores, resultando em um ambiente

sujo nas ruas onde as feiras funcionam. Uma das pessoas entrevistadas relatou sobre uma

queda que teve durante sua saída da feira ao escorregar em uma fruta.

Banheiros e estacionamento também foram colocados como outro ponto fraco da

feira, principalmente pelos consumidores da feira C, algumas pessoas se queixaram de terem

que deixar os carros há cerca de oito quarteirões de distância da feira por não possuir

estacionamento.

As pessoas se mostram na maioria das vezes interessadas em melhorias, algumas

fazem da ida à feira um hábito prazeroso, tornando a compra um momento de descontração e

bate papos. Observa-se que os feirantes estão sempre sorrindo e utilizando marketing pessoal

e direto para chamar a atenção de seus clientes, existem feirantes que motivam os

consumidores a se aproximarem, experimentarem os produtos e tomarem a decisão de compra

naquele momento. Utilizam a voz para aproximar as pessoas, com bordões como: “olha a

verdura... fresquinha, fresquinha...”.

Percebe-se nesse momento a grande importância do boca a boca e do marketing

pessoal dentro da feira. Quando há um feirante mal humorado, todos os consumidores sabem

descrever inclusive seu nome e sua barraca.

Page 46: comportamento do consumidor - feira livre - marília

45

Nas feiras existe uma comparação de preços, de qualidade, de sorrisos, de

atendimento, onde o feirante que desenvolve a melhor estratégia e o melhor contato com o

cliente sai ganhando, pois consegue prolongar a cada dia o bom relacionamento com o

consumidor.

Um exemplo de bom relacionamento foi observado na feira A. A cliente vai até a

barraca da feira onde costuma comprar e o feirante faz a entrega em sua casa, buscando

atender e reter a cada dia mais o seu cliente, neste caso a retenção já dura 15 anos.

Nas três feiras foram abordados consumidores que já residiram em grandes cidades

como São Paulo, e tinham uma visão crítica em relação às feiras de Marilia, já que utilizam

como referência a organização, exposição e seletividade dos produtos das grandes feiras.

A novidade para o setor na cidade de Marília é o começo da feira noturna, chamada

Por do Sol. Ela irá funcionar todas as quintas-feiras das 18:00h às 22:00h, na Avenida das

Industrias. A secretaria da Agricultura pretende renovar o conceito de feira livre, para isso não

poderão ser utilizadas barracas como já é de costume, acopladas a perua do feirante. Serão

utilizados 600 boxes padronizados e divididos em três segmentos: hortifrutigranjero, praça de

alimentação e feira do artesanato. Vale ressaltar que apesar de aparentar um ótimo negócio, os

feirantes mais antigos reclamam do valor cobrado pela compra do ponto e da mensalidade do

box.

Page 47: comportamento do consumidor - feira livre - marília

46

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Por meio da pesquisa realizada nas feiras da cidade de Marília, os resultados obtidos

mostram que existe grande diferença de perfil dos consumidores e uma pequena diferença no

comportamento de compra das feiras de bairro para a feira central. Contudo, as três feiras

possuem alguns fatores em comum.

A classe econômica predominante é a classe C, grande parte dos consumidores é

casada e freqüentam a feira semanalmente. O principal motivo encontrado para a ida a feira é

a compra, sendo o produto mais comprado as frutas, verduras e legumes. O segundo motivo

mais citado foi o lazer/passeio e o último se alimentar, sendo o pastel o único alimento citado

para consumo nas feiras.

Nas feiras A e B o principal motivo para os consumidores escolherem a feira para

comprar, passear ou se alimentar são os fatores: residir perto, alimentos frescos e variedade de

produtos. Na feira C, por ter um grande número de pessoas que vão a lazer, além dos fatores

alimentos frescos e variedade de produtos, a movimentação e principalmente o hábito foram

mencionados como fator de decisão da ida a feira central aos domingos.

O primeiro contato com as feiras de bairro ocorre pelo fato das pessoas residirem

perto das ruas onde elas funcionam, já na feira central (C), os consumidores em sua maioria

(54,64%) tiveram o primeiro contato com a feira por meio da família, acredita-se que isso

ocorre porque a feira central é uma das feiras mais antigas de Marília, sendo a tradição de

freqüentar a feira é transmitida de geração para geração.

Na feira A encontramos consumidores de maior faixa etária (71-80 e acima de 90

anos) e aposentados. Como conseqüência foi a maior incidência de viúvos das feiras

pesquisadas, normalmente pessoas idosas e viúvas não possuem uma quantidade maior de

eletrodomésticos, automóveis, itens questionados pelo Critério Brasil para a classificação

social, por este motivo a classe social D vem em segundo lugar na classificação de renda dos

consumidores da feira A.

Os consumidores da feira B são na maioria autônomos e pessoas do lar, com um

número significativo de aposentados devido à faixa etária predominante de 61-70 anos. A

feira B apresenta o maior percentual de desempregados, por essa diversidade de ocupações as

classes sociais B1 e D se destacam em seguida da classe C.

A feira C possui uma grande rotatividade de pessoas, no qual um número

significativo delas está ali pela primeira vez (5,67%). A feira central por ser num dia de

descanso tradicional, o domingo, possui a maior diversidade de faixa etária, classes sociais e

Page 48: comportamento do consumidor - feira livre - marília

47

ocupação das pessoas. A feira C também é responsável pela maior incidência de pessoas que

vão à feira a lazer (36,06%).

As notas dadas para avaliar às feiras foram em média altas, as notas menores foram

em relação ao preço. A opinião das pessoas de forma geral é que eles são altos relacionados

aos dos supermercados, além do supermercado oferecer maior comodidade. Ainda assim,

alguns consumidores dão preferência às feiras, pois terem contato direto com os feirantes,

tendo conhecimento das origens dos produtos e maior proximidade com amigos e conhecidos

no ambiente da feira.

Page 49: comportamento do consumidor - feira livre - marília

48

CONCLUSÃO

Este trabalho se propôs, por meio de uma pesquisa exploratória e descritiva, analisar

o comportamento dos consumidores das feiras livres da cidade de Marília-SP, compreendendo

quais as influências do processo de compra e o perfil do consumidor.

A teoria mostra que o consumidor age diferentemente um dos outros, segundo seus

costumes e estilo de vida, porém os resultados obtidos comprovam que nas feiras de bairro

existe uma igualdade no perfil dos consumidores, no qual este se opõe à feira central. Pode se

concluir que as compras em feiras livres são influenciadas pela posição econômica, cultural,

pessoal, social e psicológica das pessoas dentro do seu convívio social.

As feiras livres sofreram um baque com o início da atividade dos supermercados

principalmente as feiras livres do interior. Em Marília não foi diferente, mesmo com várias

feiras livres funcionando na cidade, não há um apoio efetivo dos órgãos públicos municipais e

com isso elas estão diminuindo cada vez mais. Maior parte dos feirantes compra de pequenos

agricultores em pequenas quantidades e por este motivo pagam mais caro pelos produtos, a

outra parte dos feirantes cultiva os alimentos, ou produzem os produtos artesanais, o que

também eleva o custo dos produtos. E com produtos mais caros e a falta de estrutura

oferecida, as feiras livres não conseguem competir com os supermercados e por isso perdem

cada vez mais consumidores.

Como limitação desta pesquisa apresenta-se o fato do estudo ter sido realizado em

apenas três das feiras livres da cidade.

Como contribuições do trabalho para o segmento estudado (feiras livres), os

varejistas de feiras livres da cidade, devem considerar os fatores que influenciam o

comportamento dos consumidores para melhorar, satisfazer e reter os clientes. Sugere-se

desenvolvimento de estratégias diferentes para a feira central e as feiras de bairros, na feira C

maior atenção para o desenvolvimento de estratégias focadas ao público que vai a feira livre a

lazer (mais de 35%). E nas feiras A e B desenvolvimento de estratégia ligado ao processo de

compra.

Como contribuições acadêmicas têm-se a aplicação da teoria do comportamento do

consumidor, com o objetivo de verificar atributos que atraem os consumidores para as feiras

livres.

Page 50: comportamento do consumidor - feira livre - marília

49

Como sugestão, trabalhos semelhantes poderão ser realizados em outras localidades

com maior ou menor concentração urbana ou uma nova pesquisa utilizando a comparação do

comportamento de compra dos consumidores das feiras com o consumidor de supermercados.

Page 51: comportamento do consumidor - feira livre - marília

50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa – 2003 – disponível em: www.abep.org – [email protected], acesso em: 26 set. 2007. AGAPIO, Roberti. As feiras Livres. Disponível em: <(http://www.robertoagapio.fot.br/texto01.htm)> . Acesso em: 15 jul. 2007. BRASIL, Código de Defesa do Consumidor – nova ed.rev., atual e ampl. com o Decreto nº 2.181, 20 de março de 1997 – Brasília : Ministério da Justiça, 2003.

BORGES, Adimir Roberto. As estratégias adotadas pelos supermercados de vizinhança para conquistar e fidelizar clientes, Marketing de Varejo (2001) Autor do programa de pós-graduação, pela Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em : < http://www.ufsc.br> Acesso em: 01 ago. 2007. CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva, 2000.

COBRA, Marcos. Administração de Marketing do Brasil. São Paulo: Cobra editora e marketing, 2006.

ENGEL, James F.; BLACKWELL, Roger D.; MINIARD, Paul N. Comportamento do Consumidor: Livros Técnicos e Científicos. 8º ed. Rio de Janeiro: Editora S., 2000. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 5º ed. São Paulo: Atlas, 1998. KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 9º ed. São Paulo: editora Prentice Hall, 2003. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 12º ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. MATTAR, Jauze Najib. Pesquisa de marketing: Metodologia de Planejamento. São Paulo: Atlas, 2001. MEDEIROS, Janine Fleith e CRUZ, Cassiana Maris Lima. Comportamento do Consumidor: Fatores que influenciam no processo de compra dos consumidores. Disponível em: <http:www.upf.br/cepeac/download/rev_esp_2006_art8.pdf)>. Acesso em:25 jul. 2007. PINHEIRO, Roberto Meireles, et al. Comportamento do consumidor e pesquisa de marketing. Rio de Janeiro: FGV, 2004. QUEIROZ, Nibia . Valor Percebido pelos Consumidores em Relação aos Formatos de Rua (Feiras Livres) Área Temática: Marketing e Comunicação .Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Disponível em: <http:/ www.ufms.br-> . Acesso em:01 ago. 2007.

Page 52: comportamento do consumidor - feira livre - marília

51

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Page 53: comportamento do consumidor - feira livre - marília

52

APÊNDICE 1 – MODELO DO QUESTIONÁRIO

Page 54: comportamento do consumidor - feira livre - marília

Questionário Feira Livre de Marília

Pesquisa realizada com o intuito de descobrir o comportamento do consumidor nas feiras livres de Marília. Local Feira: _________________ Horário: ___________

1. Sexo: ( )F ( ) M 2. Estado Civil: ( )solteiro ( )casado ( )viúvo ( ) divorciado 3. Qual sua idade? ( ) 18 – 30 ( ) 51 - 60 ( ) 31 – 40 ( ) 61 – 70 ( ) 41 – 50 ( ) 71 – 80 4.Critério Brasil:

0 1 2 3 4 ou +Televisão em cores 0 2 3 4 5 Rádio 0 1 2 3 4 Banheiro 0 2 3 4 4 Automóvel 0 2 4 5 5 Empregada domestica 0 2 4 4 4 aspirador de pó 0 1 1 1 1 maquina de lavar 0 1 1 1 1 Vídeo cassete/DVD 0 2 2 2 2 Geladeira 0 2 2 2 2 freezer 0 1 1 1 1

5.Grau de Instrução: ( ) Analfabeto/Primário Incompleto

( ) Perto da residência ( ) Organização/higiene

( ) Primário Completo/Ginasial incompleto ( ) Hábito ( ) Variedade de produtos ( ) Ginasial Completo/Colegial incompleto

( ) Colegial completo/Superior incompleto ( ) Superior completo 6. Ocupação: ( ) Do lar ( ) Desempregado ( ) Estudante ( ) Autônomo ( ) Empresário ( ) Emp. Emp. Privada ( ) Aposentado ( ) Outros___________ ( ) Func. Public. 7. Como você conheceu a Feira livre? ( ) Através da Família ( ) Através de Amigos ( ) Através Vizinhos ( ) Residência perto ( ) Outros__________ 8. Com que freqüência você vem à feira? ( ) Primeira Vez ( ) Mensal ( ) Semanal ( ) Semestral ( ) Quinzenal ( ) Anual ( ) Outros_________

9. Você vem à feira livre para: ( ) Comprar ( ) Se alimentar ( ) A lazer/passeio ( ) Outros__________ 10. Se sim para compra: Especifique: ( ) Legumes/verduras/frutas. ( ) Ferro velho ( ) Animais ( ) Condimentos ( ) Café/pó ( ) Utensílios domésticos ( ) Pescado/carne ( ) Roupas e afins ( ) Acessórios e bijuteria ( ) Eletrônico ( ) Ovos ( ) Outros________________ 11. Se sim para Alimentação: Especifique: ( ) Pastel/salgados ( ) Caldo de cana ( ) Refrigerante/água ( ) Café ( ) Pamonha ( ) Outros_______ 12. Qual é o principal motivo para você escolher a feira para comprar/consumir/passear?

( ) Horário ( ) Movimentação ( ) Alimentos frescos ( ) Outros ________________ 13. De 1 a 10, sendo a nota 1 a pior nota e 10 a melhor, dê uma nota aos seguintes itens da feira:

Limpeza Variedade de Barracas

Tamanho da feira Horário

Preço Atendimento dos feirantes

Exposição dos produtos

Qualidade

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