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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA (PPMEC) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI (UFSJ) COMPÓSITOS PARTICULADOS EM MATRIZ EPÓXI REFORÇADOS COM SERRAGEM, CIMENTO E SILICATO DE MAGNÉSIO Zélia Maria Velloso Missagia São João del-Rei, 18 de Fevereiro de 2013

COMPÓSITOS PARTICULADOS EM MATRIZ EPÓXI REFORÇADOS … · universidade federal de sÃo joÃo del-rei (ufsj) compÓsitos particulados em matriz epÓxi reforÇados com serragem,

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

(PPMEC)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI (UFSJ)

COMPÓSITOS PARTICULADOS EM MATRIZ EPÓXI

REFORÇADOS COM SERRAGEM, CIMENTO E

SILICATO DE MAGNÉSIO

Zélia Maria Velloso Missagia

São João del-Rei, 18 de Fevereiro de 2013

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

(PPMEC)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI (UFSJ)

COMPÓSITOS PARTICULADOS EM MATRIZ EPÓXI

REFORÇADOS COM SERRAGEM, CIMENTO E

SILICATO DE MAGNÉSIO

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado

em Materiais e Processos de Fabricação da

Universidade Federal de São João del-Rei, como

requisito para obtenção do título de Mestre em

Engenharia Mecânica.

Área de concentração: Materiais e processos de

fabricação.

Orientador: Prof. Dr. André Luis Christoforo

São João Del Rei, 18 de Fevereiro de 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI (UFSJ)

COMPÓSITOS PARTICULADOS EM MATRIZ EPÓXI

REFORÇADOS COM SERRAGEM, CIMENTO E SILICATO DE

MAGNÉSIO

Autor: Zélia Maria Velloso Missagia

Orientador: Prof. Dr. André LuisChristoforo

A Banca Examinadora, composta pelos membros examinadores abaixo, considerou

aprovada esta Dissertação.

____________________________________________________

Prof. Dr. André Luis Christoforo – Presidente da Banca

Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

____________________________________________________

Prof. Dr. Alexandre Carlos Eduardo

Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)

____________________________________________________

Prof. Dra. Sara Del Vecchio

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais

São João del-Rei, 18 de Fevereiro de 2013

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"Se você quer transformar o mundo, experimente

primeiro promover o seu aperfeiçoamento

pessoal e realizar inovações no seu próprio

interior".

Dalai Lama

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me dar fé, perseverança e saúde para chegar ao fim deste

empreendimento.

Agradeço aos meus pais, Antonio e Zélia, que possibilitaram a minha educação

desde a minha infância.

Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. André Luis Christoforo, por toda a sua

ajuda, conhecimentos, atenção, apoio e presteza, que muito contribuiu para o

desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço a minha irmã, Profª. Drª. Vânia Regina Velloso Silva, por me motivar

e auxiliar a desenvolver pesquisa em nível de mestrado.

Agradeço aos meus colegas do mestrado, que de forma direta ou indireta

acabaram contribuindo para com o desenvolvimento da minha dissertação. Em especial,

agradeço ao mestrando Júlio César dos Santos, pelos vários momentos de auxílio

prestados principalmente na caracterização física dos materiais desenvolvidos, e ao

aluno de graduação Sérgio Luiz Moni Ribeiro Filho, pelos auxílios prestados na

confecção dos materiais compósitos.

Agradeço a Profª. Drª. Maria Tereza Paulino e a Universidade Federal de Minas

Gerais (UFMG) por auxiliar e disponibilizar laboratório para a realização de alguns

ensaios mecânicos.

Agradeço aos técnicos Emílio e Francisco pelo auxílio na execução dos ensaios

mecânicos realizados na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Agradeço a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES) pela concessão da bolsa de estudos.

Agradeço ao Programa de Mestrado em Materiais e Processos de Fabricação

(PPMEC) da UFSJ por todo o auxílio prestado.

Agradeço aos meus filhos Rogério e Rafaela por todo carinho e compreensão

demonstrados durante o período de desenvolvimento deste trabalho.

E por fim, agradeço ao meu querido esposo Rogério, que sempre acreditou no

meu potencial, e que muito contribuiu por concretizar este trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico com muito carinho este trabalho aos meus pais e aos meus filhos.

Dedico com muito amor ao meu esposo Rogério.

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RESUMO

Este trabalho objetivou investigar propriedades físicas (densidade aparente; densidade

volumétrica; absorção de água) e mecânicas (módulo de elasticidade e resistência à

compressão) de materiais compósitos particulados em matriz epóxi reforçados com

serragem de madeira, cimento Portland e silicato de magnésio. Um planejamento

experimental inicial foi elaborado envolvendo apenas a resina epóxi e a serragem de

madeira. Os fatores investigados neste planejamento foram: espécies de madeira

(Eucalyptus grandis - Eucalipto e Tabebuiaserratifolia- Ipê), faixa granulométrica (4-10

e 50-80 US-Tyler) e fração mássica de serragem sobre a resina (30%; 50%), fornecendo

oito condições experimentais distintas. Posteriormente, elegeu-se o tratamento que

forneceu os maiores valores para o módulo de elasticidade na compressão. Para esta

condição escolhida, foram desenvolvidas outras quatro condições, incorporando-se 10 e

20% em fração mássica de partículas de silicato de magnésio e cimento Portland (CP-V)

sobre a resina. Os compostos com 30% de serragem da madeira Eucalipto e faixa

granulométrica 50-80 US-Tyler apresentaram os melhores valores para o módulo de

elasticidade na compressão, sendo utilizados como condição de referência para a

inclusão das partículas de cimento e do talco. O emprego do cimento nos compostos

conferiu aumentos significativos no módulo de elasticidade à compressão, densidade

aparente e com a redução da absorção de água o mesmo não ocorrendo com a

incorporação de partículas de silicato de magnésio, apresentando ser significativa

apenas na absorção, sendo os maiores valores provenientes dos materiais fabricados

com a adição de 20% de partículas deste reforço. Concluiu-se que a classificação do

material, quanto à resistência à compressão, é de um concreto de baixa força ou

concreto não estrutural de baixo peso e que, a adição de uma segunda fase de partículas

contribui para um aumento do modulo de elasticidade em detrimento da perda de outras

propriedades.

PALAVRAS-CHAVE: madeira, resistência à compressão, planejamento de

experimentos.

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ABSTRACT

This study aimed to investigate the physical properties(density, bulk density, water

absorption) and mechanical properties (modulus of elasticity and compressive strength)

of composites in particulate reinforced epoxy sawdust, Portland cement and

magnesium silicate. An initial experimental design was developed involving only the

epoxy resin and sawdust. The factors investigated in this design were: wood species

(Eucalyptusgrandis-Eucalyptus and Tabebuiaserratifolia-Ipe), particle size range(4-10

and 50-80US-Tyler) and mass fraction of sawdust on the resin (30%, 50%) providing

eight different experimental conditions. Subsequently, the treatment was chosen which

gave the highest values for the modulus of elasticity in compression. For this chosen

condition, four other conditions were developed, incorporating 10 to 20% in mass

fraction of particles of magnesium silicate, and portland cement(PC-V) on the resin.

Compounds with 30% Eucalyptus wood sawdust and US-range 50-80 Tyler sieve

showed the best values for the elastic modulus in compression, being used as a

reference condition for the inclusion of particles of cement and talc. The use of cement

in the compounds gave significant increases in the compressive modulus of elasticity,

bulk density and with reduced water absorption which does not occur with the

incorporation of particles of magnesium silicate, presenting be significant only in

absorption, being the highest values resulting from materials manufactured by adding

20% of the reinforcement particles. It was concluded that the classification of the

material for resistance to compression, is a low-strength concrete or concrete

nonstructural low weight and, adding a second phase particles contributes to an

increased modulus of elasticity over loss of other properties.

KEYWORDS: wood, compression strength, design of experiments (DOE).

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LISTA DE FIGURAS

Tabela 1.1 Condições do planejamento experimental dos materiais fabricados com resina e

serragem. ..................................................................................................................................... 25

Figura 3.1 - Agitador de peneiras vibratórias .............................................................................. 27

Figura 3.2 - Serragem de Eucalipto nas faixas granulométricas 4-10 (a) e 50-80 US-Tyler (b).27

Figura 3.3 - Serragem de Ipê nas faixas granulométricas 4-10 (a) e 50-80 US-Tyler (b). ......... 27

Figura 3.4: Silicato de magnésio (a) e cimento Portland CP-V (b). ............................................ 28

Figura 3.6: Mistura manual entre serragem de Ipê e resina epóxi. ............................................. 29

Figura 3.7:Geometria e dimensões dos corpos de prova. ............................................................ 29

Figura 3.8 - Formação dos corpos de prova. ............................................................................... 30

Figura 3.9 - Faceamento dos corpos de prova. ............................................................................ 30

Figura 3.10 - Compostos fabricados com resina e serragem. ...................................................... 31

Figura 3.11 - Fluxograma das de etapas envolvidas na fabricação dos corpos de prova. .......... 31

Figura 3.12 - Ensaio de compressão uniaxial. ............................................................................. 32

Figura 3.13 - Submersão de corpos de prova. ............................................................................. 33

Figura 4.1 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre as propriedades físicas e mecânicas dos

compostos resina-serragem. ........................................................................................................ 37

Figura 4.2 - Gráfico de efeitos principais sobre o MOE dos compostos resina-serragem. ......... 38

Figura 4.3 - Gráfico de efeitos principais sobre o MOR dos compostos resina-serragem. ......... 38

Figura 4.5 - ANOVA do fator fração de cimento sobre o MOE. ................................................ 40

Figura 4.6 - Gráfico de efeitos principais do fator fração de cimento sobre o MOE. ................. 41

Figura 4.7 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre a densidade aparente dos materiais

fabricados com a adição de cimento. .......................................................................................... 42

Figura 4.8 - Gráfico de efeitos principais do fator fração de cimento sobre densidade aparente

dos materiais fabricados com cimento. ....................................................................................... 42

Figura 4.9 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre a absorção de águados materiais fabricados

com a adição de cimento. ............................................................................................................ 43

Figura 4.10 - Gráfico de efeitos principais do fator fração de cimento sobre a absorção de água

dos materiais fabricados com cimento. ....................................................................................... 44

Figura 4.11 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre o MOE dos materiais fabricados com a

adição de talco. ............................................................................................................................ 45

Figura 4.12 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre densidade aparente dos materiais fabricados

com a adição de talco. ................................................................................................................. 45

Figura 4.13 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre absorção de água dos materiais fabricados

com a adição de talco. ................................................................................................................. 46

Figura 4.14 - Gráfico de efeitos principais do fator fração de talco sobre a absorção de água. .. 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1- Propriedades físicas e mecânicas dos compostos resina-serragem. ................. 35

Tabela 4.2 - Resultados da ANOVA para os compostos resina-serragem. ......................... 36

Tabela 4.3 - Resultados das propriedades físicas e mecânicas dos compostos com a adição

de cimento e talco. ............................................................................................................... 40

Tabela 4.5 - Teste de Tukey para a densidade aparente dos materiais com adição de

cimento. ............................................................................................................................... 43

Tabela 4.6 -Teste de Tukey para a Am dos materiais com adição de cimento. .................. 44

Tabela 4.7 - Teste de Tukey para o Am dos materiais com adição de silicato. ................... 47

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ASTM: American Society for Testing and Materials.

BS: Normas Britânicas de Regulamentação;

CITEC: Centro de Inovação e Tecnologia em Compósitos;

HIPS: Poliestireno de Alto Impacto;

FRP: Polímeros Reforçados com Fibras;

MEV: Microscopia eletrônica de varredura;

Minitab: Software para análises estatísticas;

NBR: Normas Brasileiras de Regulamentação;

PP: polipropileno;

P-valor: Estatística utilizada para sintetizar o resultado de um teste de hipóteses;

PVC: Policloreto de polivinila (plástico);

UFSJ: Universidade Federal de São João del-Rei;

UFMG: Universidade Federal de Minas Gerais;

US-Tyler: Tamanho de malha para seleção;

WPC: Wood Plastics Composites;

PP-MAH: Anidrido Maleico;

MMA: Metacrilato de Metilo;

CO-60: Cobalto-60;

UPR: Resina de Poliester Insaturado;

PET: Poli Tereftalato de Etila

ANOVA : Análise de Variância;

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas;

CP V ARI: Cimento Portland de Alta Resistência Inicial;

TS: Tipo de serragem;

FG: Faixa Granulométrica;

FS: Fração de Resina;

k: Kilo (mil unidades da grandeza);

M: Mega (um milhão de unidades da grandeza);

G: Giga (um bilhão de unidades de grandeza);

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LISTA DE SÍMBOLOS

m1: Massa inicial;

m12: Massa da amostra a 12% de umidade;

MOE: Módulo de elasticidade;

MOR: Módulo de resistência;

ms: Massa seca da amostra;

n: Porosidade;

v12: Volume da amostra a 12% de umidade;

vsat: Volume da amostra saturada;

vt: Volume total da amostra.

vv: Volume de vazios na amostra;

Pa: Pascal;

DP: Desvio Padrão;

Ρap; Porosidade aparente;

η(%): Absorção de água;

m:Coeficiente angular da reta ajustada no trecho linear do diagrama ;

Fmax: Força máxima;

S: Área;

ρv: Densidade volumétrica;

m12: Massa da amostra;

v12: Volume da amostra;

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SUMÁRIO

Capítulo 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14

1.1. Objetivos ..................................................................................................................... 15

1.2. Justificativa ................................................................................................................. 15

Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 16

2.1. Compósitos fabricados com serragem de madeira ...................................................... 16

2.1.1. Tratamentos para melhoria das condições de interface ........................................... 18

2.1.2. Aplicações dos materiais fabricados com resina e serragem ................................... 20

2.2. Conclusões da revisão bibliográfica ............................................................................ 23

Capítulo 3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................... 25

3.1. Materiais constituintes................................................................................................. 26

3.2. Fabricação dos materiais ............................................................................................. 28

3.3. Fabricação dos corpos de prova .................................................................................. 29

3.4. Experimentações ......................................................................................................... 31

3.4.1. Ensaios mecânicos ................................................................................................... 32

3.4.2. Ensaios físicos ......................................................................................................... 33

Capítulo 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................... 35

Tabela 4.1- Propriedades físicas e mecânicas dos compostos resina-serragem. ................. 35

Tabela 4.2 - Resultados da ANOVA para os compostos resina-serragem. ......................... 36

Tabela 4.3 - Resultados das propriedades físicas e mecânicas dos compostos com a adição

de cimento e talco. ............................................................................................................... 40

Tabela 4.5 - Teste de Tukey para a densidade aparente dos materiais com adição de

cimento. ............................................................................................................................... 43

Tabela 4.6 -Teste de Tukey para a Am dos materiais com adição de cimento. .................. 44

Tabela 4.7 - Teste de Tukey para o Am dos materiais com adição de silicato. ................... 47

Capítulo 5. CONCLUSÕES ................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 50

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Capítulo 1. INTRODUÇÃO

Os resíduos oriundos do processamento da madeira tem se apresentado como

agravante contribuição à geração de impactos ambientais, motivando pesquisas que

visem soluções a esta problemática de dimensões mundiais, promovendo opções para

diminuir a escassez de matrizes energéticas e além disso, garantindo a sustentabilidade

do planeta.

Dentre estes resíduos, destaca-se o da madeira como pó de lixa e serragem, por

serem materiais de baixa densidade, exigindo maior espaço para estocagem além de

serem altamente explosivos (YAMAJI e BONDUELLE, 2004).

Há atualmente uma grande expansão no uso destes resíduos visando um melhor

aproveitamento da madeira, viabilizando um processamento sem perda de qualidade do

produto final e paralelamente alertando a população para que haja um destino

apropriado para o mesmo (SALVASTANO, 1998; MIOTTO e DIAS, 2006;

PASSEROTTI et al., 2008).

Um exemplo dos materiais a base de madeira são os chamados compósitos

plástico-madeira (wood plastic composites - WPC), compostos de pó de madeira com

algum tipo de resina plástica (KOENIG e SYPKENS, 2002), que consiste em um

produto inovador por oferecer acabamento estético e beleza para o ambiente, benefício

no consumo e compromisso com a preservação do planeta. Substituem a madeira

convencional com significativas melhorias, sendo ecologicamente corretos por

possuírem resíduos madeireiros como matéria prima principal (PASSEROTTI et al.,

2008).

Os WPC têm sido desenvolvidos para diversos fins (STARK, 2001), geralmente

caracterizados na flexão (MISSAGIA et al., 2012), apresentando algumas vantagens em

relação à madeira maciça como a de não rachar e não empenar, exigindo ainda pouca ou

nenhuma manutenção durante sua vida útil (BRANDT e FRIDLEY, 2003).

Estas e outras pesquisas objetivam a disseminação do emprego de resíduos de

madeira na elaboração de novos materiais, cujas propriedades físicas e mecânicas,

dependendo dos fatores e níveis experimentais estipulados, podem alcançar ou até

ultrapassar as da madeira maciça (ENGLISH, 2002), mostrando-se, além de outras

aplicações, como soluções alternativas na forma de reparo ou reforço em estruturas de

madeira, móveis em geral. (YAMAJI e BONDUELLE, 2004).

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1.1. Objetivos

Este trabalho objetivou o desenvolvimento e a caracterização física e mecânica

(compressão) de materiais compósitos em matriz epóxi reforçados com serragem de

madeira, cimento e silicato de magnésio, possibilitando investigar o seu potencial na

forma reparo ou reforço em peças ou em estruturas de madeira, integrando os princípios

de sustentabilidade e impactos ambientais.

1.2. Justificativa

A motivação para o desenvolvimento do presente trabalho consistiu na

possibilidade do aproveitamento dos resíduos sólidos de madeira, normalmente

descartados na natureza (YAMAJI e BONDUELLE, 2004), na elaboração de materiais

compósitos plástico-madeira, contribuindo por aumentar a gama de conhecimento sobre

suas propriedades físicas e mecânicas assim como por disseminar o uso da serragem na

elaboração de novos materiais.

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Capítulo 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Na revisão bibliográfica procurou-se apresentar pesquisas referentes ao

desenvolvimento de materiais compósitos fabricados com serragem e resina, tipos de

tratamentos utilizados para melhoria das condições de interface destes materiais e as

formas usuais do seu emprego, sendo utilizadas para tanto, as bases de dados: Web of

Science, Engineering Village, Portal Capes Periódicos, Scielo, Science Direct entre

outras.

2.1. Compósitos fabricados com serragem de madeira

A empregabilidade de fibras naturais como reforço em compósitos poliméricos

se justifica basicamente pela possibilidade da obtenção de boas propriedades físicas e

mecânicas, redução do custo final (quando comparado aos materiais fabricados com

fibras sintéticas) e por serem biodegradáveis, contribuindo por minorar os impactos

ambientais (CARVALHO, 2003; MCHENRY e STACHURSKI, 2003;

PANTHAPULAKKAL et al., 2005; PASSEROTTIet al., 2008).

O compósito constituído de pó de madeira e resinas fenólicas ficou conhecido

como baquelite, uma resina termofixa que foi o primeiro plástico sintetizado

industrialmente. Isto revolucionou a apresentação do produto, principalmente na

fabricação de eletrodomésticos nas décadas de 20 até a de 50, quando então os novos

plásticos (poliamida ou Nylon®) o substituíram (TEIXEIRA, 2005).

Na indústria de transformação de materiais, foram desenvolvidos estudos que

revelaram que a utilização de cargas naturais (reforços) nos materiais compósitos

representam um aumento de até 60% em aplicações dentro da indústria automobilística,

principalmente nos materiais que usam o PVC como matriz de fibras naturais

(HRISTOV et al., 2004; TORRES e CUBILLAS, 2005; CRESPO, 2006).

Diante desta evidência, nota-se que a preocupação social, política e econômica

existente com a proteção do meio ambiente têm-se refletido na defesa elevada de

recursos florestais. Assim, a combinação de agentes de reforço naturais e polímeros

sintéticos, de modo a fabricar produtos baratos que substituam os materiais de madeira

tradicionais, oferecem uma gama bastante variada de aplicações

(PANTHAPULAKKAL et al., 2005).

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Historicamente, o uso de partículas de madeira como reforço em termoplásticos

tem sido relatado por inúmeros autores (BLEDZIK et al., 2005; Yamaji e Boudelle,

2004; PAES et al, 2011).

English et al. (1997)fabricaram um material compósito a partir de farinhas de

resíduos de madeira Pinus e de madeira de demolição com resina sintética

(polipropileno)e outros reforços (talco; fibra de vidro; carbonato de cálcio), utilizando

frações mássicas de 20 e 40% da farinha de madeira sobre a resina, com o objetivo da

redução do peso específico de embalagensde transporte. Os resultados mostraram que a

fibra de vidro associada à fração de 40% de resíduos forneceram os melhores valores

resistência à tração (39 MPa), módulo de elasticidade (3,80 GPa) e resistência à flexão

(36 MPa), consistindo ainda na melhor condição para o peso específico.

Clemons (2002) discute que o emprego de pó ou fibras de madeira de qualquer

espécie em uma proporção de 2 a 50% em fração mássica sobre resinas termoplásticas

(polietileno, poliproprileno e poliestireno) possibilita aumento nas propriedades de

rigidez à flexão( de 1,19 GPa para 3,22 GPa), de maneira tal que possam ser usados em

perfis de construção para janelas e decks (áreas externas), pois também apresentam

melhoria significativa na permeabilidade do material.

Correa et al. (2003) avaliaram propriedades mecânicas de resistência e rigidez à

flexão em compósitos de poliestireno de alto impacto (HIPS) com a inclusão de três

tipos de resíduos de madeira Pinus com e sem tratamento com anidrido maleico (PP-

MAH). Os autores verificaram a ação positiva do compatibilizante PP-MAH através do

aumento do módulo de rigidez e resistência à tração das misturas compatibilizadas de

polipropileno e farinha de madeira. Ganhos de rigidez foram significativos para

quantidades de até 30% em peso do compatibilizante.

Khouylou (2006)fabricou e comparou propriedades físicas e mecânicas de

materiais compósitos com pastas cimentícias (cimento com areia e água) e serragem de

madeira sem espécie definida, impregnados com resina de poliéster insaturado,

contendo estireno e/ou metacrilato de metilo (MMA) seguido por exposição a radiação

gama de Co-60. Os resultados mostraram que a resistência à compressão e o módulo de

flexão foram comparados às do betão (concreto convencional) de alta qualidade sendo

sua porosidade significadamente reduzida.

Salemane et AL .(2006) demonstraram em seu estudo, que quando a serragem

(WP- Wood-press – madeira prensada) é utilizada como agente de reforço em adição a

materiais plásticos (PP-polipropileno), tende a aumentar a rigidez, não proporcionando

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melhorias na resistência.Também afirmou que as partículas de serragem muito finais

são de difícil dispersão, são pois formados aglomerados que vão comportar-se como

grandes partículas, e que o possível tratamento químico com anidrido maleico (MAPP)

para dispersão e melhoria das condições de interface pode agredir as partículas,

especialmente as finas, podendo influenciar fortemente nas propriedades finais do

compósito, assim como discutido no trabalho de Tang (1997).

Ashori e Nourbakhsh (2009) investigaram o uso de material reciclado de fibras

de madeira e plásticos na confecção de WPCs- (Wood PlasticComposite) - compósitos

plástico-madeira. Os polímeros utilizados foram o polietileno de alta densidade

reciclado e polipropileno. O material lignocelulósico para este estudo consistiu em

fibras de papel de jornal velho. Os painéis fabricados foram prensados a quente e a

avaliação das propriedades físicas de densidade e absorção de água mostrou que a

utilização do polipropileno como agente de acoplamento melhorou a interface entre os

elementos constituintes. Foi observado que compósitos feitos de polipropileno de alta

densidade promoveram propriedades mecânicas superiores moderadas (Modulo de

flexão > 2,0 GPa e Módulo de elasticidade aproximadamente 670 MPa), se comparadas

aos compósitos feitos de puro polipropileno.

Hisham et al.(b) (2011) desenvolveram materiais compósitos em resina epóxi

reforçados por resíduos de produtos de madeira obtidos da indústria madeireira

originários de vários tipos de madeira em três tamanhos diferentes, sendo caracterizados

na tração. A análise de variância acusou ser significativo o tamanho das fibras no

módulo de elasticidade e resistência à tração, apresentando os maiores valores os

compostos fabricados com as fibras de maior comprimento.

2.1.1. Tratamentos para melhoria das condições de interface

A adesão fibra-matriz é um dos pontos mais importantes a ser considerado sobre

as propriedades mecânicas de um material compósito, pois a incompatibilidade entre as

fases pode conduzir a propriedades mecânicas inferiores.

Atualmente, os métodos aplicados para melhorar a adesão fibra-matiz incluem:

emaranhamentos da cadeia molecular, boa mecânica de contato, correspondência de

tensões superficiais e formações de ligações químicas através da utilização de agentes

químicos de acoplamento (BLEDZKI e GASSAN, 1999; MOON et al.,2005).

Joseph et al. (1999) investigaram o efeito do uso de raios ultravioleta

(degradabilidade) nas propriedades físicas (teor de umidade) e mecânicas (módulo e

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resistência à tração) de materiais compósitos com matriz em polipropileno reforçados

por fibras de sisal. Dentre outros, os autores concluíram que o uso de raios gama provou

ser um método alternativo eficiente para compatibilizar os dois constituintes.

Dibenedetto (2001) discute que a maior dificuldade na confecção de compósitos

com fibras naturais consiste na adesão fibra/matriz, a qual pode ser melhorada com o

uso de agentes acopladores, como a sílica amorfa, que modifica a superfície da fibra

reduzindo a energia interfacial.

Yuan et al. (2004) fabricaram materiais compósitos com matriz em polipropileno

reforçados por fibras de madeira de Pinus, que após misturados foram prensados a

quente, sendo investigado o efeito do tratamento superficial das fibras por plasma. Os

resultados obtidos das análises microscópicas indicaram que o tratamento por plasma

foi capaz de melhorar a compatibilidade das fibras com o polipropileno.

Kamel et al. (2008) investigaram propriedades físicas e mecânicas de compósitos

fabricados com serragem de madeira de Pinus e polietileno de baixa densidade,

utilizando-se o anidrido maleico como forma de tratamento das partículas. Os resultados

dos ensaios de flexão e tração evidenciaram a eficiência do tratamento, apresentando

ainda os materiais com anidrido maleico os menores valores da absorção de água.

Nassar (2007) avaliou propriedades físicas e mecânicas de compósitos

fabricados com fibras de serragem de Pinus, cascas de arroz e resina epóxi, utilizando

tratamento químico com etileno acetato de vinilo. Os resultados obtidos por

microscopia eletrônica de varredura (MEV) e pelos testes físicos evidenciaram a

eficiência do tratamento químico utilizado.

Ahmad et al. (2008) desenvolveu um compósito com serragem de madeira

Acácia, resina de poliéster insaturado (UPR) e PET reciclado com tratamento alcalino

para a despolimerização e a glicólise. Foram avaliadas a resistência e rigidez na flexão e

na tração e a absorção de água. Os resultados mostram que há aumento do modulo de

elasticidade devido à redução na fração de volume da matriz. A resistência à tração

diminui com o teor de carga. O tratamento alcalino pode melhorar o modulo de tração

de flexão pelo aumento na área superficial eficaz disponível e a incorporação de

serragem aumenta rigidez do material. O tamanho da partícula de serragem

desempenhou papel significativo nas propriedades mecânicas. Os autores concluíram

que o tratamento utilizado provocou uma melhor adesão entre a matriz e a serragem,

reduzindo ainda a absorção de água dos compósitos.

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20

Ku et al.(2009)desenvolveram materiais compósitos com resina fenólica e três

faixas granulométricas de serragem, sendo adicionados Garamite e propilenoglicol para

melhoria das condições de interface. Dentre outras, os autores concluíram que o

tratamento químico proporcionou aumento nas propriedades de rigidez dos compostos

fabricados.

Raman et al. (2008) e Raman et al.(2010) afirmam que as propriedades

mecânicas de fibras naturais em compósitos reforçados com polímero podem ser

significativamente melhorada por pré-tratamento das fibras por iodato de sódio e pós

tratamento com utotropina de uréia.

Ku et al. (2011)avaliaram propriedades físicas e mecânicas de materiais

compósitos em matriz epóxi reforçados com serragem, sendo utilizados dois

tratamentos térmicos distintos para melhoria da condição de interface, um por estufa

(60oC) e o outro por micro-ondas. Dentre outras, os autores concluíram que o

tratamento químico proporcionou aumento nas propriedades de rigidez

(aproximadamente 2,0 GPa) dos compostos fabricados. Deste ponto, chegou-se à

conclusão que a resistência à fratura aumentou com o aumento da carga de partículas.

Estas propriedades são vitais para aplicações de engenharia civil, porque as estruturas

civis precisam de compósitos com alta rigidez e tenacidade à fratura.

De forma alternativa, os resíduos de madeira têm sido utilizados na fabricação

de compósitos destinados a diversas aplicações tecnológicas: na indústria

automobilística, na construção civil (reparo e reforço em estruturas), em brinquedos,

materiais de uso externo (móveis) bem como também em embalagens em geral

(KURUVILLA et al., 1999; AL-QUERISH et al., 1999).

2.1.2. Aplicações dos materiais fabricados com resina e serragem

AIJWE et al. (1998) produziram materiais compósitos com resina epóxi, palha

de arroz e serragem destinados ao emprego na forma de telha para coberturas

residenciais, sendo as propriedades físicas e mecânicas comparadas com as oriundas de

telhas cerâmicas fabricadas em escala industrial. Os resultados obtidos indicaram que as

propriedades mecânicas dos materiais fabricados foram compatíveis com as das telhas

cerâmicas, e que a adição da palha proporcionou redução considerável na absorção de

água.

Dagher et al. (2002) estudaram comparativamente três tecnologias de reforço em

vigas de madeira durante seis anos, utilizando compósitos laminados reforçados com

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21

fibra de vidro, fibras de carbono e fibras naturais, concluindo que de acordo com o

projeto e o uso adequado, os três tipos de reforços se apresentam viáveis do ponto de

vista mecânico e econômico.

A utilização de plástico reciclado para fabricação de WPC’s (Wood Plastic

Composites) tem sido estudada por um grande numero de autores com aplicações na

forma de pisos externos e internos, vasos, cestas, bancos, mesas, tambores, etc (AVILA

e DUARTE, 2003; JAYARAMAN e BHATTACHARYYA, 2004).

Com relação à construção civil, em projetos estruturais deve-se avaliar as

características de durabilidade dos materiais do mesmo modo que seus custos, de

maneira que resistam sem deterioração por muitos anos. As intervenções não são

somente para restaurar a capacidade de carga da estrutura (reparo) ou para aumentar a

capacidade de carga da mesma (reforço), mas também para minimizar a ação de agentes

agressores externos ao material utilizado na confecção dos elementos estruturais,

(GARCEZ et al., 2004).

Pesquisas e estudos com o reforço em estruturas de madeira com fibras naturais

encontram-se em fase de inicialização. Pelas vantagens apresentadas (abundância;

biodegrabilidade; baixo ou nenhum custo) com relação às sintéticas, sendo estas últimas

ainda as mais utilizadas (MIOTTO et al., 2006), acredita-se que o desenvolvimento de

novos trabalhos venham a evidenciar o potencial do emprego das fibras naturais como

reforço em estruturas (SANCHES, 2001).

O ataque biológico representa uma das principais causas de degradação em

estruturas de madeira, resultando em perda de massa e, consequentemente,de resistência

(MIOTTO et al., 2006).

Erros de projeto e/ou construção, degradação e envelhecimento dos materiais,

alterações nos códigos de dimensionamento (disposições mais severas ou ocorrência de

acidentes) são os principais fatores que tem motivado o desenvolvimento de pesquisas

para esta problemática, destacando-se o emprego de compósitos, por apresentarem boa

relação entre resistência mecânica e densidade, de fácil execução (a arquitetura geral é

pouco afetada) e por serem geralmente imunes à corrosão (RANGEL, 2010).

Aigbomian e Fan (2013) desenvolveram materiais compositos utilizando

resíduos de serragem (tratados em estufa a 100°C), resíduos de papel (embebido em

água), e cal virgem, avaliando seu desempenho mecanico (resistência à compressão) e

físico (densidade), obtendo os resultados das melhores condições para a densidade (358-

713 Kg/m³) e resistência à compressão (0,06-0,80MPa). Os resultados revelaram que o

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material foi capaz de resistir a considerável quantidade de carga, sendo adequado para

painéis de parede entre outras aplicações semi estruturais, com boa propriedade de

isolamento termico.

Vijay et al (2011) desenvolveram materiais compósitos com resina uréia-

formaldeído e serragem de madeira para recuperação de pilares (sujeitos às intempéries)

de pontes de madeira da estrada de ferro South Branch Valley Railroad. O reparo pôde

ser aplicado sem que fosse interrompido o trafego normal na ponte. Depois de fixados

os compostos nos pilares danificados, estes foram posteriormente envoltos por um

compósito laminado em fibra de vidro. Após a restauração foram realizados ensaios não

destrutivos de avaliação. Estes ensaios comprovaram melhora na resistência e rigidez

das colunas reparadas.

Sales et al. (2011) desenvolveram materiais compósitos feitos com resíduos de

madeiraPinus, “lodo” resultante da empresa de tratamento de água da cidade de São

Carlos e pasta cimentícia (cimento, água e areia). Os resultados obtidos de módulo de

elasticidade, resistência à compressão, absorção de água e massa específica foram

respectivamente iguais a15,9 GPa, 11,1 MPa, 8,8% e 1847 kg/m3, classificando-os

como habilitados para reparos estruturais. Os autores comparam o módulo de

elasticidade na compressão dos compostos com o de um concreto intitulado

convencional (27,90 GPa), sendo este último 75,5% superior ao módulo dos materiais

fabricados.

A produção de chapas aglomeradas homogêneas com partículas de madeiras da

Amazônia de baixa e média densidade (Erismauncinatum, Nectrandalanceolata,

Erismasp.) foram estudadas por Silva e Lahr (2007). Nas avaliações realizadas de

acordo com a norma brasileira regulamentadora NBR 14810:2002b da Associação

Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), as chapas de partículas da madeira

Nectrandalanceolata apresentaram os maiores valores de resistência na flexão, sendo

estes superiores ao limite estabelecido pela norma citada.

Dias (2008) estudou propriedades mecânicas de painéis de madeira aglomerada

constituídos de resina poliuretana à base de mamona. Os resultados obtidos para o

módulo de elasticidade na flexão não atingiram o valor mínimo de 18 MPa,

possivelmente justificado pela má distribuição do adesivo durante o processo de

formação dos painéis.

Akgüla e Çamlibelb (2008) estudaram a resistência e a rigidez de painéis de

partículas fabricados com a madeira Rhododendron, tendo as partículas teor de umidade

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23

de 14% e unidas por adesivo à base de uréia-formaldeído. Os resultados obtidos das

condições investigadas indicaram o emprego da madeira Rhododendron na fabricação

de painéis.

Também o uso de serragem de madeiraPinus elliiottii e resina poliuretana à base

de mamona possui grande empregabilidade na fabricação de chapas de fibras e painéis

de partículas aglomeradas (PAES et al., 2011).

A viabilidade de produção de painéis de partículas em clones de seringueira

RRIM 2020 com quatro anos de idade foram estudadas por Saffianet al. (2011), sendo

avaliados os módulos de elasticidade (MOE) e de ruptura (MOR). Os resultados

encontrados indicaram ser possível a fabricação de painéis com os clones de seringueira

avaliados.

Hisham (2011) (a) realizou estudos em chapas de partículas fabricadas com

resíduos da indústria de madeira (diversas espécies), três faixas granulométricas e duas

frações mássicas de resina epóxi (10 e 20%) sobre as fibras, sendo prensadas (3MPa) a

frio. Os resultados obtidos das propriedades físicas e mecânicas na flexão foram ambos

satisfatórios, sendo equivalentes aos obtidos por outros autores.

Paes et al. (2011) estudaram o efeito da combinação de pressão e temperatura

em painéis de partículas com resíduos de madeira de Pinus elliottii e resina poliuretana

derivada de mamona nas propriedades: densidade, inchamento e absorção de água;

módulo de elasticidade e de ruptura à flexão, arrancamento de parafuso e ligação

interna, concluindo que as combinações 3,0 MPa e 90ºC e 3,5 MPa e 60ºC apresentaram

os melhores resultados, comprovando ser a temperatura de prensagem a variável mais

significativa quanto a qualidade das chapas elaboradas.

2.2. Conclusões da revisão bibliográfica

O emprego de fibras naturais como reforço em materiais compósitos tem sido o

foco de diversas pesquisas, motivadas na tentativa de substituir os compostos

comumente fabricados com reforços sintéticos, por apresentarem as fibras boas relações

entre resistência mecânica e peso, aliadas a questões de sustentabilidade.

Resistência e rigidez à flexão foram às propriedades mecânicas mais exploradas

nas pesquisas envolvendo os compósitos com resina e serragem, sendo poucos os

trabalhos desenvolvidos em que foram investigadas as propriedades de resistência e

rigidez na compressão uniaxial, sendo este um dos principaisobjetivosda presente

pesquisa.

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O uso conjunto de partículas e de fibras de madeira como fase reforçante em

compostos com resina (matriz) tem sido pouco explorado por pesquisadores,

consistindo a adição de partículas (cimento e silicato de magnésio) em um fator a ser

investigado sobre as propriedades físicas e mecânicas avaliadas.

O tratamento para melhoria da adesão entre resina e fibras de madeira foi foco

de diversas pesquisas, sendo empregados métodos de tratamento físicos e químicos,

com resultados favoráveis em boa parte dos trabalhos apresentados, entretanto, não

sendo utilizado neste trabalho, nenhum método para o tratamento superficial das

partículas de serragem.

A versatilidade de emprego dos materiais compósitos feitos com resina e

serragem é evidenciada pelos trabalhos elencados, podendo ser utilizados na forma de

telha, reparo ou reforço em estruturas e móveis em geral, pisos, painéis (aplicações

diversas), componentes de peças de veículos automotivos entre outras, motivando ainda

mais o desenvolvimento de novos trabalhos que venham contribuir por firmar o uso de

resíduos de madeira na elaboração de novos materiais.

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Capítulo 3. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste item são descritos os métodos de fabricação dos materiais, os testes físicos

e mecânicos utilizados (respaldados pelo uso de documentos normativos) e a abordagem

estatística utilizada na análise dos resultados obtidos.

Para a avaliação das propriedades físicas e mecânicas dos materiais compósitos

fabricados com resina epóxi, serragem de madeira, cimento e silicato de magnésio

foram realizados dois estudos distintos. No primeiro, foi realizado um planejamento

experimental utilizando uma matriz de resina epóxi e reforços de serragem de madeira,

e à condição investigada referente ao maior valor do módulo de elasticidade foram

incorporadas partículas de silicato de magnésio (talco) e cimento.

Os fatores estipulados no estudo dos compostos fabricados com resina e

serragem foram: espécies de madeira (Eucalyptus grandis - Eucalipto;

Tabebuiaserratifolia- Ipê), faixa granulométrica (4-10; 50-80 US-Tyler) e fração

mássica de serragem sobre a resina (30%; 50%), conduzindo a um planejamento fatorial

completo do tipo 23, fornecendo oito condições experimentais (CE) distintas,

explicitadas na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 Condições do planejamento experimental dos materiais fabricados com

resina e serragem.

CE Tipo de serragem Granulometria (US-Tyler) Fração de serragem (%)

C1 Eucalipto 4-10 30

C2 Eucalipto 4-10 50

C3 Eucalipto 50-80 30

C4 Eucalipto 50-80 50

C5 Ipê 4-10 30

C6 Ipê 4-10 50

C7 Ipê 50-80 30

C8 Ipê 50-80 50

As variáveis-resposta investigadas nos materiais das oito condições

experimentais da Tabela 3.1 foram: densidade aparente (ρap), absorção de água em 24

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horas, módulo de elasticidade na compressão (MOE) e módulo de resistência à

compressão (MOR).

A análise de variância (ANOVA) foi empregada para investigar a influência dos

fatores individuais (espécies de madeira; faixa granulométrica; fração mássica de

serragem) assim como da interação entre ambos nas propriedades físicas e mecânicas de

interesse.

Segundo Werkema e Aguiar (1996), um fator ou a interação entre dois ou mais

fatores é considerada significativa quando o P-valor obtido da ANOVA resultar em um

número inferior a 0,05 (5%). Os autores discutem ainda que a análise da interação entre

os fatores envolvidos é mais importante do que a dos fatores individuais, fazendo-se

necessário nestes casos investigação apenas dos efeitos de interação. Acusado

significativo o fator ou a interação entre ambos nas respostas investigas pela a ANOVA,

foi-se empregado posteriormente o teste de comparação de Médias de Tukey.

Descoberta dentre os oito tratamentos a condição de maior valor para o módulo

de elasticidade na compressão, a esta são adicionadas separadamente cimento Portland

de alta resistência inicial(CP-V ARI) e silicato de magnésio em duas frações mássicas

sobre a resina, sendo de 10% e 20%. ANOVA é empregada para verificar a influência

da inclusão das duas frações de partículas de cimento no composto de maior MOE

(referência), sendo utilizado posteriormente o Teste de Tukey. A mesma abordagem

estatística foiempregada para análise da influência da adição das partículas de silicato de

magnésiono composto de maior módulo de elasticidade. As variáveis-resposta

investigadas destes materiais são as mesmas dos materiais resina-serragem, com

exceção do módulo de resistência à compressão. Ressalta-se que todas as estatísticas

foram desenvolvidas com o auxílio do software Minitab® versão 14.

3.1. Materiais constituintes

Os resíduos de madeira de Eucalipto e Ipê foram fornecidos pela Serraria

Agostini e Madeireira Gouvêa, empresas do ramo madeireiro do município de São João

del-Rei (MG).

A serragem obtida foi peneirada por cinco minutos segundo as recomendações

da norma americana ASTM D1921:2012, com o auxílio de um agitador de peneiras

vibratórias (Figura 3.1) disponível no Laboratório de Materiais do Departamento de

Engenharia Mecânica da UFSJ, de modo a classificar os resíduos nas faixas

granulométricas 4-10 e 50-80 US-Tyler (malha). As Figuras 3.2 e 3.3, ilustram

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27

respectivamente, as serragens de madeira de Eucalipto e Ipê para ambas as faixas

granulométricas investigadas.

Figura 3.1 - Agitador de peneiras vibratórias

(a) (b)

Figura 3.2 - Serragem de Eucalipto nas faixas granulométricas 4-10 (a) e 50-80 US-

Tyler (b).

(a) (b)

Figura 3.3 - Serragem de Ipê nas faixas granulométricas 4-10 (a) e 50-80 US-Tyler (b).

Depois de classificados os resíduos, os mesmos foram conduzidos em estufa

para correção do teor de umidade em 12%, seguindo a premissas e orientações da norma

brasileira ABNT NBR 7190:1997 (Projeto de Estruturas de Madeira).

O silicato de magnésio (Figura 3.4-a) e o cimento Portland CP-V ARI (Figura

3.4-b) utilizados na fabricação dos compósitos foram os das marcas VERBAZZA® e

CAUE® respectivamente, fornecidos por empresas de comércio de materiais de

construção da cidade de São João del-Rei (MG).

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Figura 3.4: Silicato de magnésio (a) e cimento Portland CP-V (b).

A resina epóxi (Figura 3.5-a), Araldite-M da marca Hunstman® e o endurecedor

RenShape HY 956 (Figura 3.5-b) foram fornecidos pela empresa Mundo da Resina,

situada na cidade de Belo Horizonte (MG), sendo utilizadas as proporções de 5 partes

de resina para 1 de catalizador, assim como especificado pelo fabricante.

Figura 3.5: Resina (a) e catalizador (b).

3.2. Fabricação dos materiais

As misturas entre os materiais resina-serragem (Figura 3.6), resina-serragem-

cimento e resina-serragem-talco foram realizadas de forma manual, e as proporções de

partículas 30% e 50% em fração mássica sobre a resina foram assim definidas após a

realização de testes iniciais (misturas entre as fases). Optou-se por utilizar proporções

em massa e não em volume pela grande variabilidade na densidade damadeira,

potencialmente aumentada por ser tratar de resíduo. Esta prática é comum em trabalhos

envolvendo a composição de fibras de madeira e resina, entretanto, diferenciando-se um

pouco dos painéis e chapas de partículas em que a fração de adesivo é definida sobre a

massa das fibras de madeira.

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Figura 3.6: Mistura manual entre serragem de Ipê e resina epóxi.

3.3. Fabricação dos corpos de prova

Em razão das propriedades mecânicas investigadas serem obtidas por ensaios de

compressão uniaxial e as físicas independerem da forma dos corpos de prova, para

ambas as experimentações utilizaram-se amostras de geometrias cilíndricas, com 40 mm

de comprimento (h) e 20 mm de diâmetro (d), assim como ilustrado na Figura 3.7,

mantendo-se a relação h = 2·d estabelecida pela norma americana ASTM D695-

10:2010.

Figura 3.7:Geometria e dimensões dos corpos de prova.

Depois de misturadas as fases (Figura 3.8), os materiais resultantes de cada

condição experimental foram inseridos manual e gradualmente em tubos de PVC

(Figura 3.8-a), com 20 mm de diâmetro interno e 60 mm de comprimento, devidamente

encaixados em um suporte de madeira e compactados com o auxílio de um cilindro de

aço torneado (Figura 3.8-b).

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(a) (b)

Figura 3.8 - Formação dos corpos de prova.

Esta compactação foi realizada manualmente, ajustando-se o cilindro de aço no

tubo de PVC (20 mm de diâmetro) e abandonando um cilindro secundário (1Kg) a uma

altura de aproximada de 5 cm, conferindo uma pressão de compactação de

aproximadamente 31 kPa, com o intuito de reduzir a porosidade encontrada nos corpos

de prova dos ensaios preliminares e, consequentemente, contribuindo por aumentar as

propriedades de resistência e rigidez à compressão dos compósitos.

Passados sete dias (tempo de cura) da inserção dos compostos nos moldes em

PVC, os mesmos foram retirados com o auxílio de uma serra elétrica e posteriormente

levados para serem faceados (Figura 3.9).

Figura 3.9 - Faceamento dos corpos de prova.

A Figura 3.10 ilustra os corpos de prova fabricados das oito condições

experimentais (Tabela 3.1) referentes aos compostos resina-serragem.

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Figura 3.10 - Compostos fabricados com resina e serragem.

A Figura 3.11 explicita a sequencia de etapas envolvidas na fabricação dos

corpos de prova.

Figura 3.11 - Fluxograma das de etapas envolvidas na fabricação dos corpos de prova.

3.4. Experimentações

Para a realização dos testes físicos e mecânicos, por condição experimental (CE)

investigada foram fabricados 14 corpos de prova, 10 destinados aos ensaios de

compressão e os quatro restantes para os ensaios de densidade volumétrica e absorção

em 24 horas. Para os compostos resina-serragem foram fabricados 112 corpos de prova,

28 para os compostos resina-serragem-talco e outros 28 para os compósitos resina-

serragem-cimento, totalizando 168 corpos de prova, perfazendo um total de 168

experimentações entre testes físicos e mecânicos. Os corpos de prova por condição

Fabricação

1 . Seleção de Material Serragem/Resina

2 . Peneiramento e correção do teor de

umidade

3 . Mistura manual ou homogeinização

Serragem 30% e 50%

4 . Moldagem e Prensagem manual

5 . Cura e Endurecimento 7 dias

6 . Desmoldagem e faceamento

7 . Ensaios

Compressão

Densidade/Absorção de água

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experimental, foram fabricados com um espaço de tempo de cinco dias, tanto para os

testes mecânicos como para os testes físicos (duas réplicas por condição experimental),

possibilitando verificar a homogeneidade obtida no processo de confecção dos

materiais.

3.4.1. Ensaios mecânicos

Os ensaios mecânicos (Figura 3.12) consistiram na obtenção do módulo de

elasticidade (MOE) e no módulo de resistência à compressão (MOR). Para tanto foram

utilizadas as premissas e os procedimentos de cálculo descritos pela norma americana

ASTM D695-10:2010. Os materiais compósitos resina-serragem-cimento e resina-

serragem-talco foram ensaiados nas dependências do Departamento de Engenharia de

Materiais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e os demais (resina-

serragem) sendo realizados Laboratório de Materiais do Departamento de Engenharia

Mecânica da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).

Figura 3.12 - Ensaio de compressão uniaxial.

Cada corpo de prova foi prensado com uma força de 50 KN à velocidade de 3

mm/s na máquina universal de ensaios do Laboratório de comportamento mecânico da

UFMG, considerando uma temperatura de 24°C e uma umidade de 12%.

O MOE e MOR dos compostos foram obtidos com o uso das Equações 3.1 e 3.2

respectivamente, sendo m o coeficiente angular da reta ajustada no trecho linear do

diagrama tensão×deformação, Fmáx a força máxima aplicada e S a área da seção

transversal do corpo de prova.

MOE m (3.1)

máxFMOR

S

(3.2)

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33

Os resultados obtidos foram tabelados para obtenção da média e lançados no

software Minitab® versão 14 para realização do trabalho estatístico.

3.4.2. Ensaios físicos

Como discutido anteriormente, os ensaios físicos consistiram na obtenção da

densidade volumétrica (ρv) e absorção de água após 24 horas (Am), obtidas de acordo

com os procedimentos metodológicos das normas EN 323:1993 e EN 317:1993

respectivamente. Para obtenção das propriedades físicas foram utilizados um

paquímetro digital, uma balança analítica com precisão de 0,01g em um sistema à

vácuo.

Figura 3.13 - Submersão de corpos de prova.

Os corpos de prova após a imersão em água ficaram em bomba de vácuo a uma

pressão 0,5 bar durante 24 horas.

A densidade volumétrica (Equação 3.3) é definida pela razão entre a massa

(m12%) e o volume da amostra (v12%) para o teor de umidade de 12%.

12%

12%

v

m

v (3.3)

A obtenção da absorção em 24 horas (Am) foi calculada de acordo com a

equação 3.4, sendo m1 e m2 respectivamente as massas medidas antes e após a imersão

em água dos corpos de prova.

2 1

1

(%) 100m

m mA

m

(3.3)

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34

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Capítulo 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Tabela 4.1 apresenta as estatísticas descritivas das variáveis-resposta

investigadas dos materiais fabricados com resina e serragem.

Tabela 4.1- Propriedades físicas e mecânicas dos compostos resina-serragem.

CE Estatísticas MOE (MPa) MOR (MPa) ρap (g/cm3) Am24h(%)

C1

Xm 2112 58,50 0,87 1,96

DP 296,55 3,54 0,17 0,39

CV(%) 14 6,04 19,90 20,00

C2

Xm 1104 36 0,94 4,01

DP 140,22 2,83 0,16 0,84

CV(%) 12,70 7,85 17,44 20,95

C3

Xm 2540 62 0,98 3,49

DP 254,56 11,31 0,01 0,31

CV(%) 10,02 18,24 1,73 8,93

C4

Xm 968 30 0,98 5,66

DP 124,74 2,12 0,14 1,07

CV(%) 12,88 7,19 14,83 18,90

C5

Xm 1811 44,5 1,04 2,68

DP 142,84 3,53 0,082 0,43

CV(%) 7,89 7,94 7,88 16,11

C6

Xm 906 25 1,01 3,52

DP 65,05 4,24 0,09 0,54

CV(%) 7,18 16,97 9,07 15,59

C7

Xm 1757 44 1,03 3,35

DP 191,82 1,41 0,05 0,65

CV(%) 10,91 3,21 5,82 19,49

C8

Xm 1897 43 0,97 4,70

DP 325,76 4,94 0,04 0,65

CV(%) 17,33 11,64 4,61 13,99

De acordo com Sales et al .(2011), o valor da resistência à compressão dos

compostos fabricados com matriz cimentícia e resíduos oriundos do tratamento de água

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36

e de madeira Pinusforam em médias iguais a 11,1 MPa, sendo 75,5% inferior a

resistência do concreto convencional (20,9 MPa), classificando os materiais como

habilitados para reparos estruturais. Pelos valores médios encontrados das resistências à

compressão dos compostos resina-serragem (C3-melhor condição) fabricados [25;

62MPa], conclui-se, de acordo com Sales et al. (2011), que estes materiais podem

também serem classificados como habilitados para reparos estruturais ou até como

reforço, por ser o maior valor de resistência mecânica (C3) 199,66% superior à

resistência do concreto convencional.

O trabalho de Aigbomian e Fan (2013) apresentou resultados de resistência à

compressão de 0,80 MPa para os seus compostos considerando-os adequados para

painéis de parede e outras aplicações semi estruturais com boa propriedade de

isolamento termico, possibilitando concluir, que o material aqui desenvolvido,

apresenta-se adequado além destas aplicações, como reforço estrutural moderado.

A Tabela 4.2 apresenta os resultados da ANOVA para as propriedades físicas e

mecânicas investigadas, encontrando-se sublinhados os P-valores menores que 0,05,

considerados significativos a um nível de confiabilidade de 95%, sendo TS o tipo de

serragem, FG a faixa granulométrica, FS a fração de serragem e TS*FG, TS*FS,

FG*FSeTS*FG*FS as interações entre os fatores.

Tabela 4.2 - Resultados da ANOVA para os compostos resina-serragem.

P-valor

Respostas TS FG FS TS*FG TS*FS FG*FS TS*FG*FS R2 (Adj)

MOE 0,380 0,012 0,000 0,127 0,001 0,242 0,003 89,47%

MOR 0,019 0,209 0,000 0,087 0,011 0,457 0,026 84,43%

ρap 0,213 0,655 0,749 0,411 0,570 0,788 0,730 74,85%

Am24h 0,612 0,016 0,005 0,443 0,254 0,712 0,826 63,61%

A Figura 4.1 apresenta os gráficos de resíduos da ANOVA em relação às

propriedades físicas e mecânicas dos compostos resina e serragem, comprovando

normalidade nas distribuições dos resíduos pelos P-valores encontrados serem ambos

superiores a 0,05, auxiliando por validar o modelo da ANOVA. Em todas as respostas

investigadas, além da normalidade dos resíduos, foram verificadas as suas outras duas

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37

premissas (homogeneidade e independência dos resíduos) através dos gráficos de

resíduos.

Para análise de variância (ANOVA) fazem-se os pressupostos que ambas as

amostras são extraídas a partir de populações independentes, que podem ser descritas

por uma distribuição normal (MONTGOMERY, 2005). A Figura 4.1 exibe os gráficos

residuais para as respostas investigadas, a fim de verificar se suas amostras estão em

conformidade com os pressupostos da Análise de variância. Os pontos distribuídos

uniformemente ao longo da reta atendem as condições de normalidade e

homogeneidade exigidas para validação do modelo da ANOVA. (WERKEMA e

AGUIAR, 1996).

2001000-100-200

99,9

99

959080706050403020105

1

0,1

MOE

Perc

en

tua

l

Mean 3,662

StDev 62,09

N 80

AD 0,413

P-Value 0,331

1050-5-10-15

99,9

99

9590

80706050403020

105

1

0,1

MOR

Perc

en

tua

l

Mean 0,04087

StDev 3,473

N 80

AD 0,386

P-Value 0,384

(a) (b)

0,30,20,10,0-0,1-0,2-0,3

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

Densidade

Perc

en

tua

l

Mean 0,02784

StDev 0,1248

N 32

AD 0,424

P-Value 0,301

1,00,50,0-0,5-1,0-1,5

99

95

90

80

7060504030

20

10

5

1

Absorção 24 horas (%)

Perc

en

tua

l

Mean -0,2570

StDev 0,5573

N 32

AD 0,459

P-Value 0,246

(c) (d)

Figura 4.1 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre as propriedades físicas e mecânicas

dos compostos resina-serragem.

Da Tabela 4.2, nota-se que as interações entre os três fatores investigados para as

propriedades MOE e MOR dos compostos resina-serragem foram significativas. As

Figuras 4.2 e 4.3 ilustram os gráficos de interações dos fatores principais sobre o

módulo de elasticidade e de resistência à compressão respectivamente.

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38

50-804-10 5030

2000

1500

1000

2000

1500

1000

Tipo de Serragem

Faixa Granulométrica

Fração de Serragem

Eucalipto

Ipê

Serragem

Eucalipto

Ipê

Serragem

4-10

50-80

Granulométrica

Faixa

MOE(MPa)

Figura 4.2 - Gráfico de efeitos principais sobre o MOE dos compostos resina-serragem.

50-804-10 5030

60

45

3060

45

30

Tipo de Serragem

Faixa Granulométrica

Fração de Serragem

Eucalipto

Ipê

Serragem

Eucalipto

Ipê

Serragem

4-10

50-80

Granulométrica

Faixa

MOR(MPa)

Figura 4.3 - Gráfico de efeitos principais sobre o MOR dos compostos resina-serragem.

Tanto para o MOE quanto para o MOR (interações significativas) foi-se

utilizado o teste de comparações de Tukey fixando-se cada fator e avaliando os efeitos

dos respectivos níveis, concluindo das análises efetuadas que os compostos fabricados

com 30% de serragem de madeira de Eucalipto na faixa granulométrica US-Tyler 50-80

apresentaram os melhores resultados, assim como pode ser visto na Figura 14, sendo a

condição experimental C3 a utilizada na elaboração dos materiais com a adição de

cimento Portland CP-V AIRI e silicato de magnésio. Ressalta-se a normalidade e a

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39

equivalência entre as variâncias dos níveis dos fatores por resposta investigada foram

ambos atendidos, validando-se desta forma os resultados dos agrupamentos por Tukey,

sendo a normalidade avaliada com o teste de normalidade de Anderson-Darling e a

equivalência entre variâncias com o uso de teste de hipótese (P teste bilateral),

considerando equivalência entre as variâncias para a hipótese nula (H0: σ12= σ2

2) e não

equivalência para a hipótese H1.

Os P-valores da ANOVA sobre a densidade aparente mostraram que os fatores

individuais e interações não foram significativos, conduzindo a resultados

estatisticamente equivalentes. Com relação a absorção de água, apenas os fatores

individuais: faixa granulométrica e fração de serragem foram significativos. A Figura

4.4 ilustra os gráficos dos fatores principais para a absorção de água.

50-804-10

4,4

4,2

4,0

3,8

3,6

3,4

3,2

3,0

Faixa Granulométrica

Méd

ias

Absorção 24 horas (%)

5030

4,50

4,25

4,00

3,75

3,50

3,25

3,00

Fração de Serragem

Méd

ias

Absorção 24 horas (%)

(a) (b)

Figura 4.4 - Gráfico de efeitos principais sobre absorção de água (η).

As Figuras 4.4-a e 4.4-b revelaram que a malha 4-10 e a fração de 30% de

serragem forneceram os melhores valores da absorção de água. Os materiais fabricados

com uso da malha 4-10 apresentaram ser 28% inferiores aos elaborados da malha 50-80,

e os confeccionados com 30% de serragem foram 38% inferiores em média aos

fabricados com 50% de serragem.

A Tabela 4.3apresenta as estatísticas descritivas dos resultados dos compostos da

condição C3 com as adições de cimento e silicato de magnésio.

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40

Tabela 4.3 - Resultados das propriedades físicas e mecânicas dos compostos com a

adição de cimento e talco.

CE Estatísticas MOE (MPa) ρap (g/cm3) Am (%)

Cimento (10%)

Xm 2616 1,08 4,22

DP 253,72 0,26 0,65

CV(%) 9,70 24,41 15,40

Cimento (20%)

Xm 2778 1,12 4,96

DP 381,56 0,18 1,32

CV(%) 13,74 16,07 26,61

Talco (10%)

Xm 2370 1,11 3,78

DP 296,43 0,20 0,79

CV(%) 12,51 18,01 20,90

Talco (20%)

Xm 2463 1,13 4,08

DP 336,08 0,11 0,93

CV(%) 13,64 9,73 22,79

O P-valor da ANOVA do fator fração de cimento sobre o MOE dos materiais

fabricados foi igual a 0,029 (R2(Adj)=83%), implicando ser significativo o emprego das

partículas de cimento no MOE dos compostos. A Figura 4.5 ilustra o gráfico de

resíduos, auxiliando por validar o modelo da ANOVA.

7550250-25-50

99

95

90

80706050403020

10

5

1

MOE

Perc

en

tua

l

Mean -1,133

StDev 24,60

N 30

AD 0,512

P-Value 0,180

Figura 4.5 - ANOVA do fator fração de cimento sobre o MOE.

A Figura 4.6 ilustra o gráfico de efeitos principais do fator frações de cimento

sobre o módulo de elasticidade na compressão dos compostos resina-serragem-cimento.

A inclusão de 10% em fração mássica de cimento proporcionou aumento de 4,15% em

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41

relação à condição de referência (C3), sendo 9,70% superior o MOE dos materiais

fabricados com 20% de cimento em relação aos da condição C3.

20,00%10,00%0,00%

2800

2750

2700

2650

2600

2550

2500

Cimento

Méd

ias

MOE(MPa)

Figura 4.6 - Gráfico de efeitos principais do fator fração de cimento sobre o MOE.

A Tabela 4.4 apresenta os resultados do teste de Tukey do fator fração de

cimento sobre o MOE dos materiais fabricados da condição de referência. Ressalta-se

que foram investigadas as equivalência entre variâncias (premissa do teste de médias de

Tukey) dos níveis dos fatores de interesse para todas as variáveis-resposta, sendo

utilizado para tanto um teste de hipótese da equivalência entre variâncias.

Tabela 4.4 - Teste de Tukey para o MOE dos materiais com adição de cimento.

MOE0% MOE10% MOE20%

Média (MPa) 2540 2616 2778

Agrupamento B B A

Da Tabela 4.4, o agrupamento revelou que os materiais fabricados sem e com

10% de cimento apresentaram resultados equivalentes para o módulo de elasticidade na

compressão, sendo não equivalente e superior o MOE dos materiais fabricados com

20% de cimento em relação aos feitos com 10% e 0% deste reforço.

O P-valor da ANOVA para a densidade aparente dos materiais fabricados com a

adição de cimento foi igual a 0,000 (R2(Adj.)=76%), sendo a inclusão de cimento

significativa na densidade dos materiais fabricados. A Figura 4.7 apresenta o gráfico de

normalidade dos resíduos.

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0,0500,0250,000-0,025-0,050

99

95

90

80706050403020

10

5

1

Densidade

Perc

en

tua

l

Mean 0,0001667

StDev 0,02438

N 12

AD 0,335

P-Value 0,445

Figura 4.7 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre a densidade aparente dos materiais

fabricados com a adição de cimento.

A Figura 4.8 ilustra o gráfico de efeitos principais do fator frações de cimento

sobre a densidade aparente dos compostos. A inclusão de 10% em fração mássica de

cimento proporcionou aumento de 13,54% em relação à condição de referência (C3),

sendo 17,70% superior a ρap dos materiais fabricados com 20% de cimento em relação

aos da condição C3.

20,00%10,00%0,00%

1,14

1,12

1,10

1,08

1,06

1,04

1,02

1,00

Cimento

Méd

ias

Densidade

Figura 4.8 - Gráfico de efeitos principais do fator fração de cimento sobre densidade

aparente dos materiais fabricados com cimento.

A Tabela 4.5 apresenta os resultados do teste de Tukey do fator fração de

cimento sobre densidade aparente dos materiais fabricados da condição de referência.

Os resultados indicaram equivalência entre o uso das frações de 10 e 20% de cimento

nos compostos, apresentando serem não equivalentes (superiores) à condição de

referência (menor valor médio).

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43

Tabela 4.5 - Teste de Tukey para a densidade aparente dos materiais com adição de

cimento.

ρap 0% ρap 10% ρap 20%

Média (g/cm3) 0,98 1,08 1,12

Agrupamento B A A

O P-valor da ANOVA para a absorção de água dos materiais fabricados com a

adição de cimento foi igual a 0,000 (R2(Adj)=66%), sendo a inclusão deste reforço

significativa na absorção de água dos materiais fabricados. A Figura 4.9 apresenta o

gráfico de normalidade dos resíduos.

0,30,20,10,0-0,1-0,2-0,3

99

95

90

80706050403020

10

5

1

Absorção 24 horas (%)

Perc

en

tua

l

Mean -9,25186E-18

StDev 0,1151

N 12

AD 0,252

P-Value 0,672

Figura 4.9 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre a absorção de águados materiais

fabricados com a adição de cimento.

A Figura 4.10 ilustra o gráfico de efeitos principais do fator frações de cimento

sobre a absorção de água dos compostos. A inclusão de 10% em fração mássica de

cimento proporcionou aumento de 14% em relação à condição de referência (C3), sendo

36,62% superior a Am dos materiais fabricados com 20% de cimento em relação aos da

condição C3.

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20,00%10,00%0,00%

5,00

4,75

4,50

4,25

4,00

3,75

3,50

Cimento

Méd

ias

Absorção 24 horas (%)

Figura 4.10 - Gráfico de efeitos principais do fator fração de cimento sobre a absorção

de água dos materiais fabricados com cimento.

A Tabela 4.6 apresenta os resultados do teste de Tukey do fator fração de

cimento sobre absorção de água dos materiais fabricados. Os resultados indicaram que

os materiais que apresentaram os maiores valores de absorção de água foram os

confeccionados com 20% de cimento, seguidos pelos materiais fabricados com o uso de

10% e 0% deste tipo de reforço.

Tabela 4.6 -Teste de Tukey para a Am dos materiais com adição de cimento.

Am 0% Am10% Am 20%

Média (%) 3,49 4,22 4,96

Agrupamento C B A

O P-valor da ANOVA do fator fração de silicato de magnésio sobre o MOE dos

materiais fabricados sobre a condição de referência C3 foi igual a 0,371

(R2(Adj)=81%), implicando não ser significativo o emprego das porcentagens de talco

no MOE dos compostos. A Figura 4.11 ilustra o gráfico de resíduos obtido da ANOVA.

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8006004002000-200-400-600-800

99

95

90

80706050403020

10

5

1

MOE

Perc

en

tua

l

Mean -1,66741E-13

StDev 289,4

N 30

AD 0,289

P-Value 0,591

Figura 4.11 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre o MOE dos materiais fabricados

com a adição de talco.

O P-valor da ANOVA do fator fração de silicato de magnésio sobre densidade

aparente dos materiais fabricados foi igual a 0,192 (R2(Adj)=72%), implicando não ser

significativo o emprego das partículas de silicato na densidade dos compostos. A Figura

4.12 ilustra o gráfico de resíduos obtido da ANOVA.

0,30,20,10,0-0,1-0,2-0,3

99

95

90

80706050403020

10

5

1

Densidade

Perc

en

tua

l

Mean 1,850372E-17

StDev 0,1156

N 12

AD 0,414

P-Value 0,281

Figura 4.12 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre densidade aparente dos materiais

fabricados com a adição de talco.

O P-valor da ANOVA do fator fração de silicato de magnésio sobre absorção de

água dos materiais fabricados foi igual a 0,002 (R2(Adj)=63%), implicando ser

significativo o emprego das partículas de talco na absorção de água dos compostos. A

Figura 4.13 ilustra o gráfico de resíduos obtido da ANOVA.

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46

1,00,50,0-0,5-1,0

99

95

90

80706050403020

10

5

1

Absorção 24 horas

Perc

en

tua

l

Mean -2,03541E-16

StDev 0,3495

N 12

AD 0,581

P-Value 0,103

Figura 4.13 - Gráfico de resíduos da ANOVA sobre absorção de água dos materiais

fabricados com a adição de talco.

A Figura 4.14 ilustra o gráfico de efeitos principais do fator frações de talco

sobre a absorção de água dos compostos. A inclusão de 10% em fração mássica de

silicato de magnésio proporcionou aumento de 10,73% em relação à condição de

referência (C3), sendo de 18,64% superior a Am dos materiais fabricados com 20% de

talco em relação aos da condição C3.

20,00%10,00%0,00%

4,1

4,0

3,9

3,8

3,7

3,6

3,5

Cimento

Méd

ias

Absorção 24 horas (%)

Figura 4.14 - Gráfico de efeitos principais do fator fração de talco sobre a absorção de

água.

A Tabela 4.7 apresenta os resultados do teste de Tukey do fator fração de talco

sobre absorção de água dos materiais fabricados da condição de referência. Os

resultados indicaram que os materiais com 10 e 20% de partículas de talco apresentaram

equivalência estatística, sendo maiores que a absorção de água dos materiais da

condição de referência (menor valor).

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Tabela 4.7 - Teste de Tukey para o Am dos materiais com adição de silicato.

Am 0% Am 10% Am 20%

Média (%) 3,49 3,78 4,08

Agrupamento B A A

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Capítulo 5. CONCLUSÕES

O processo de fabricação dos compósitos desenvolvidos mostrou-se simples,

sendo os materiais obtidos da mistura direta entre as fases. Para melhoria das

propriedades físicas e mecânicas investigadas, utilizou-se uma peça de aço com o

objetivo de proporcionar leve compressão, procedimento que, pode ser seguramente

reproduzido com outros equipamentos no caso da produção e, uso deste material para

fins específicos.

A incorporação progressiva da serragem, como esperado, conferiu reduções no

módulo de elasticidade e na resistência à compressão dos compósitos.

O tipo de serragem (espécie de madeira) foi significativo nas propriedades

mecânicas dos compósitos. A espécie de Eucalipto, cujo módulo de elasticidade é

inferior ao da madeira de Ipê, apresentou os maiores valores das propriedades

mecânicas.

As faixas granulométricas e as frações de serragem foram significativasna

absorção de água dos materiais resina-serragem fabricados, apresentando os compostos

com partículas da malha mais fina e a maior fração mássica de serragem os maiores

valores.

Doscompósitos resina-serragem fabricados, o tratamento com 30% de serragem

de madeira de Eucalipto e faixa granulométrica 50-80 US-Tyler apresentou os melhores

resultados para o módulo de elasticidade na compressão, sendo esta a condição base

(referência) eleita para a inclusão das partículas de cimento e talco.

A inclusão das frações mássicas de cimento mostrou-se significativa em todas as

variáveis-resposta investigadas, conferindo aumento no módulo de elasticidade na

compressão dos compostos.

A inclusão de partículas de silicato de magnésio nos compostos da condição

base foi significativa apenas na absorção de água, não sendo no módulo de elasticidade

e nem na densidade aparente. Dessa forma, a inclusão de silicato de magnésio nas

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frações investigadas não se apresentou como boa solução, pois além de apresentar

resultados equivalentes ao dos compostos resina-serragem, possui valor agregado maior

do que o da serragem.

De acordo com os resultados apresentados por outros autores, pode-se concluir

que os compostos resina-serragem aqui produzidos, poderão ser habilitados para uso

como painéis e reforço estrutural moderado, pelo valores obtidos de suas propriedades

mecânicas serem consideravelmente maiores.

Os materiais resina-serragem aqui fabricados, apresentaram comprovada

eficiência na resistência mecânica, sendo assim, ainda podem ser classificados como

habilitados para reparos estruturais, implicando dessa forma em mais uma das possíveis

aplicações dos compostos resina-serragem aqui produzidos.

Para trabalhos futuros, espera-se realizar tratamento físico ou químico nas fibras

de madeira, visando à melhoria das condições de interface, estudar novas proporções

com a adição do cimento nestes materiais assim como do uso conjuntos de fibras e

resinas distintas.

Vale ressaltar que o composto aqui desenvolvido não apresentou quase nenhum

custo, sendo que o benefício incorporado será, além das questões ambientais, uma

possibilidade tanto de aproveitamento do resíduo serragem, como possibilidade de

geração de empregos na fabricação deste material.

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