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COMPUTADOR E INTERNET - diaadiaeducacao.pr.gov.br · a implantação da computação na Educação Brasileira é mais antiga. Para TERUYA (2003), desde a década de 1970 já era pensada

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COMPUTADOR E INTERNET: a importância do uso pedagógico no trato da

informação e comunicação para a produção do conhecimento

Autor: Edmilson Izauro Dias1

Orientadora: Isabel Cristina Ferreira2

RESUMO

O presente artigo é resultado de um projeto de intervenção pedagógica realizado no

Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio, Santo Antônio

do Caiuá, Paraná, segundo semestre 2.011, com os gestores, pedagogos e

professores da Rede Estadual de Ensino do município, objetivando o uso das novas

tecnologias da informação e comunicação como ferramentas pedagógicas, teve

início com a pesquisa de coleta de dados referente à utilização dos computadores e

da Internet do laboratório do colégio citado, bem como o domínio da informática e

internet pelos profissionais da educação, com a obtenção e análise dos dados foi

proposto e desenvolvido um curso de formação básico em informática e em nível

mais avançado sobre Internet, voltado para informação, comunicação e produção

sistematizada do conhecimento e seu uso pedagógico, propiciando uma

aprendizagem colaborativa e a formação de um profissional crítico, criativo, reflexivo

e autônomo na forma de pensar, agir e trabalhar em grupo criando ambientes de

aprendizagem que enfatizem a produção do conhecimento primordial para atender

as demandas da era do conhecimento neste mundo cada vez mais digital. Teve

como objetivo a capacitação em informática e internet num processo constante de

formação continuada, buscando sempre o aprender a aprender para superar as

dificuldades encontradas pela não formação digital ofertada nos cursos de

graduação e romper a simples implantação das novas tecnologias da comunicação e

informação nos ambientes escolares favorecendo a sua implementação de fato para

o compartilhamento da informação e comunicação para a produção e socialização

do conhecimento, superando as resistências e atitudes defensivas frente às

mudanças e a utilização das novas tecnologias.

Palavras-chave: Novas Tecnologias; Capacitação; Aprendizagem Colaborativa.

1 Professor de Matemática da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná – SEED / NRE de

Paranavaí. 2 Professora Orientadora, Mestre em Educação “A Pesquisa como Processo de Ensino

Aprendizagem”, Graduada em Pedagogia, Professora de Métodos e Técnicas de Pesquisas e Políticas Educacionais da UNESPAR - Campus Paranavaí.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente a nossa sociedade vem experimentando os avanços gigantescos

com as inovações tecnológicas. Esses avanços criaram a necessidade da utilização

das tecnologias da informação e comunicação no ambiente escolar.

Para TERUYA (2003) PAPERT desenvolveu a linguagem LOGO para o

computador, um método educacional destinado a crianças, cujo objetivo é criar um

ambiente favorável de aprendizagem, numa perspectiva filosófica epistemológica e

psicológica das teorias interacionista-construtivista. Sua proposta é mostrar que o

computador contribui nos processos mentais e influencia o pensamento das

pessoas.

[…] a presença do computador nos permitira mudar o ambiente de

aprendizagem fora das salas de aula de tal forma que todo o programa que

as escolas tentam atualmente ensinar com grandes dificuldades, despesas

e limitado sucesso. Será aprendido como a criança aprende a falar, menos

dolorosamente, com êxito e sem instrução organizada. Isso implica

obviamente, que as escolas como as conhecemos hoje não terão lugar no

futuro (PAPERT, 1986 apud TERUYA, 2003. p. 471).

É claro que a utilização das tecnologias da informação e comunicação na

educação (do Ensino Fundamental ao Superior), permitem o rápido acesso às

pesquisas e as novas informações de forma mais interessante e envolvente, o que

facilita o processo de ensino e aprendizagem.

Mas nenhuma tecnologia salva o mau professor. À medida que surgem as

grandes auto-estradas eletrônicas da informação, aumenta

simultaneamente a necessidade dos intermediários críticos, dos que sabem

interpretar, dos que ensinam a aprender a aprender” (MORAN, 1994.

p.137).

A inserção de recursos tecnológicos computadorizados nas escolas através

de políticas públicas seja: Federal, Estadual ou Municipal permite que os segmentos

escolares: professores, pedagogos, funcionários, alunos e demais membros da

comunidade escolar tenham acesso a esta tecnologia. Mas será que a simples

implantação, por si só, garante a sua utilização e incorporação como ferramenta

preciosa para o ensino aprendizagem?

As Tecnologias da Comunicação e Informação - TIC´s tem produzido

mudanças significativas em nossa sociedade numa velocidade exponencial ponto de

provocar revoluções em determinados setores, essas novas tecnologias

principalmente as telemáticas, ou seja, a junção das telecomunicações com a

informática tem provocado alterações variadas em todos os setores, seja ele

comportamental, profissional, industrial, comercial, econômico, político, social, entre

outros, provocando interferências antes nunca visto, tais mudanças tem provocado

alterações importantes na vida de todas as pessoas interferindo diretamente na

forma de se relacionar, trabalhar e viver como um todo. A educação como instituição

do conhecimento sistematizado não pode estar alheia a essas transformações. Os

primeiros passos para a implantação da informática nos Sistemas de Ensino é antigo

com início na década de 70 com programas interessantes, mas no Brasil, um país

de dimensão continental, os projetos demoram a ser concretizados. No Paraná

foram implantados programas nessa área, onde podemos destacar o PROEM, o

PROINFO e mais recente o PRDIGITAL, caracterizando a distribuição de varias

máquinas para as escolas dando um verniz de modernidade. Com a implantação

desses programas realizei a coleta de dados no colégio citado anteriormente, quanto

à utilização do laboratório de informática pelos professores e alunos, em seguida

apliquei um questionário para os diretores, pedagogos e professores da rede

estadual sobre a utilização das Tic´s, os resultados obtidos foram tabulados e

analisados, os quais serviram de objeto norteador para o desenvolvimento do

Projeto de Intervenção Pedagógica para gestores, pedagogos e professores da

Rede Estadual de Ensino do município de Santo Antônio do Caiuá, PR, realizado no

Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio, no segundo

semestre do ano de 2.011, sob a forma de Curso de Extensão em parceria com a

Universidade Estadual de Maringá - UEM e Universidade Estadual do Paraná –

UNESPAR – Campus Paranavaí, promovendo a capacitação na utilização das novas

TIC`s (computador e Internet), visando à utilização mais efetiva e sistematizada

dessas novas tecnologias que deverão ser incorporadas e integradas de forma a

contribui para o avanço e a melhoria da forma de ensinar e aprender num processo

de formação continuada voltada para a utilização da E-learning (aprendizagem

eletrônica) propiciando o trabalho em rede de aprendizagem colaborativa num

processo contínuo do aprender a aprender.

2 DESENVOLVIMENTO

O Projeto de Intervenção Pedagógica teve início com a coleta de dados

sobre a implantação das novas TIC´s, especificamente o computador e a internet, no

Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio (CEDUCA),

sendo constatado que o primeiro computador foi adquirido pela Associação de Pais,

Mestres e Funcionários – APMF em 1995, o qual foi utilizado no setor administrativo;

através do Programa Expansão Melhoria e Inovação no Ensino Médio do Paraná –

PROEM, em 1998 foi construído o Laboratório de informática com 11 máquinas

instaladas, a conexão com a internet foi a partir de 2003, através da via rádio, os

computadores foram utilizados até 2010, quando se tornaram obsoletos e foram

descartados; recentemente em 2008, através do Programa Paraná Digital – PRD, foi

instalado outras 20 máquinas, sendo 16 no laboratório de informática e 4 na

secretaria todas conectadas a internet por fibra ótica; atualmente já foi instalada a

estrutura de lógica e eletricidade no mesmo laboratório, aguardando as máquinas

que serão distribuídas pelo Programa Nacional de Informática – Proinfo.

O primeiro contato com a computação no CEDUCA foi a partir de 1995, mas

a implantação da computação na Educação Brasileira é mais antiga.

Para TERUYA (2003), desde a década de 1970 já era pensada a utilização

de computadores na educação brasileira através de ações políticas governamentais

para a inserção da tecnologia da informática na educação com o objetivo de

melhorar a educação brasileira, quando foi criada a Secretaria Especial de

Informática – SEI, órgão executivo do Conselho da Segurança Nacional da

Presidência da República.

Em 1981, foi realizado o I Seminário Nacional de Informática na Educação

na Universidade de Brasília.

Em 1982, O MEC, SEI e o CNPq promoveram, na Universidade Federal da

Bahia, o II Seminário Nacional de Informática na Educação, com o objetivo de

viabilizar as aplicações do uso do computador em todas as modalidades do ensino:

do Ensino Fundamental até o Ensino Superior.

A partir de 1982, o Ministério da Educação – MEC criou o Centro de

Informática do MEC – Ceinfor e somente em 1983, foi implantado o projeto

EDUCOM – Educação com computador – o Projeto Brasileiro de Informática na

Educação.

Com a criação dos Centros de Informática Educativa – CIEds em diferentes

estados do Brasil, nos períodos de 1988 e 1989, o MEC iniciou as atividades de

capacitação dos professores dos sistemas estaduais do ensino público, feito pelo

Projeto FORMAR, oferecido pela Unicamp.

No Estado do Paraná de acordo com TONO, CANTINI e FREITAS no artigo

sobre Políticas Públicas de Inclusão Digital no Paraná de 1995 a 2006, apresenta

que em 27 de maio de 1996 o Decreto nº 1.917 criou a Secretaria de Educação à

Distância (SEaD), como um órgão integrante do MEC, responsável pela definição e

implantação da política de educação à distância. Em setembro de 1996, na III

Reunião Extraordinária do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de

Educação (CONSED) foi apresentada proposta para implementação do Programa

Nacional de Informática na Educação – PROINFO, o qual seria monitorado pela

SEED, e objetivaria disseminar o uso do computador nas escolas públicas estaduais

e municipais de todos os estados brasileiros e criar Núcleos de Tecnologia

Educacional (NTE) para concentrar ações de sensibilização e de capacitação dos

professores das escolas para incorporar esta ferramenta em seu trabalho

pedagógico.

A inserção dos computadores nas escolas estaduais ocorreu através da

política da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, pela qual o

governo propôs o Programa Expansão Melhoria e Inovação no Ensino Médio do

Paraná – PROEM. Esse programa objetivava a construção e instalação de um

laboratório de Informática nas escolas que aderissem ao PROEM com a proposta de

melhoria da qualidade da escola, o Plano de Ação-Gestão compreendeu o período

de 1996 a 1998.

Desde o ano de 2003, a SEED/PR tem implantado Política de inclusão digital

que delineou ações de ordem administrativa, gerencial, técnica e pedagógica no que

tange a integração de tecnologias de informação e comunicação com a educação

básica, a égide do Programa Paraná Digital – PRD - a proposta deste Programa tem

como princípio, a democratização do acesso para a totalidade das 2.077 escolas

públicas estaduais existentes, visando desenvolver a cultura do software livre e o

uso do sistema operacional Linux no ambiente escolar público da rede básica de

ensino, considerando a experiência do Departamento de Informática da

Universidade Federal do Paraná - UFPR no aspecto estritamente técnico (hardware

e software), com repasse progressivo de “know-how” tecnológico para a Companhia

de Informática do Paraná (CELEPAR), enquanto o aspecto político e pedagógico

amadurecido no contexto gestacional da SEED/PR. O Programa PRD é

essencialmente constituído por três estruturas fundamentais:

- Estrutura tecnológica e logística do Programa Paraná Digital: Esta

vertente corresponde ao parque de computadores, aos mobiliários para os

laboratórios de informática das escolas e a conectividade.

- Estrutura do Portal educacional da SEED/PR: Para fortalecer o processo

de disseminação do uso do computador para as escolas, foi criado em 2004, um

portal educacional, identificado por “Portal Dia-a-dia Educação” como um ambiente

virtual institucionalizado da SEED/PR, destinado à busca, troca e publicação de

informações de cunho educacional, de acesso livre para todos os gestores,

educadores, alunos, e enfim, para a comunidade educacional em geral do Paraná.

- Estrutura metodológica para qualificação docente na apropriação

pedagógica de tecnologias: Implantação das 32 (CRTEs) - Coordenação

Regional de Tecnologia na Educação nos Núcleos Regionais de Educação

organizadas segundo a assessoria técnica-pedagógica e de capacitação ocorridas

diretamente nas escolas. Cada Assessor da CRTE deve atuar diretamente na

Escola sob sua responsabilidade, orientando Direção, Equipe Pedagógica e

professores em atividades relacionadas ao uso das tecnologias como ferramentas

contribuintes do processo de ensino e de aprendizagem.

Os dados evidenciaram que o colégio foi contemplado com a implantação

das Políticas Públicas da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED de

inclusão digital. Diante dessa estrutura realizei uma pesquisa sobre a utilização do

laboratório de Informática pelos professores do colégio juntamente com os alunos

em suas respectivas aulas. Os dados foram oferecidos pela secretaria do colégio

onde era feito o simples agendamento pelos professores para a utilização do

laboratório de informática com os alunos no horário normal das aulas. Foram

coletados os dados do trimestre compreendido entre setembro a novembro de 2010.

Neste trimestre o colégio ofertava no período matutino 4 turmas do Ensino

Fundamental e 3 turmas do Ensino Médio, no período vespertino 4 turmas de Ensino

Fundamental e no período noturno 3 turmas do Ensino médio. Durante os três

meses houve 59 dias letivos que multiplicados pelas 5 aulas diárias durante os três

períodos perfazendo um total de 885 aulas disponíveis, sendo utilizadas 226 aulas

ou seja 25,54% do total disponível. Distribuídos por ensino e período apresentou os

seguintes resultados:

Figura 1 – Utilização do Laboratório de Informática do CEDUCA no trimestre setembro a novembro de 2010.

Fonte: Secretaria do CEDUCA.

Figura 2 – Utilização do Laboratório de Informática do CEDUCA no trimestre setembro a novembro de 2010.

23,89%

16,82%

21,68%

37,61%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

Ensino Médio Matutino

Ensino Fundamental Matutino

Ensino Fundamental Vespertino

Ensino Médio Noturno

1 - Utilização do Laboratório de Informática distribuido por Ensino e Turno

15,93% 14,16%

18,14% 20,80%

30,97%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

segunda-feira terça-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira

2 - Utilização do Laboratório de Informática distribuido pelos dias da semana

Fonte: Secretaria do CEDUCA.

Esses dados ressaltam a sexta-feira como o dia em que mais se utilizou o

laboratório de informática, apresentando uma diferença notável.

Figura 3 – Utilização do Laboratório de Informática do CEDUCA no trimestre setembro a novembro de 2010.

Fonte: Secretaria do CEDUCA.

Figura 4 – Utilização do Laboratório de Informática do CEDUCA no trimestre setembro a novembro de 2010.

Fonte: Secretaria do CEDUCA.

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

3 - Ensino Fundamental por disciplina e turno

EF - Matutino

EF - Vespertino

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

4 - Ensino Médio por disciplina e turno

EM - Diurno

EM - Noturno

O resultado deste levantamento evidenciou que não há uma relação direta

entre as disciplinas, ensino ou turno e que a utilização ou não do laboratório de

informática esta mais vinculada ao professor que a disciplina, ensino ou período, ou

seja, a utilização das TIC´s não faz parte de um planejamento definido

pedagogicamente.

Para ampliar a coleta de dados, apliquei um questionário no mês de

dezembro de 2010 com a finalidade investigativa sobre o uso das TIC´s,

especificamente o computador e a internet para os professores da rede estadual de

ensino do município de Santo Antônio do Caiuá das duas Instituições Estaduais de

Ensino existentes, o Colégio Estadual Duque de Caxias-EFM – Ceduca e Escola de

Educação Especial Sol Nascente – Apae, enviados 32 questionários, sendo 24 para

professores do Ceduca e 7 para professoras da Apae, tendo uma que trabalha nos

dois Estabelecimentos, todos foram devolvidos no mesmo mês, além das questões

foram acrescidas algumas informações adicionais quanto ao vínculo empregatício,

faixa etária e tempo de serviço no estado, apresentando os seguintes resultados:

Figura 5 – Vínculo empregatício dos gestores, pedagogos e professores. Fonte: Questionário com os gestores, pedagogos e professores da Rede Estadual de Ensino do

Município de Santo Antônio do Caiuá.

68,70%

31,30%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Efetivos - QPM e QUP Contratos Temporários - PSS

5 - Vínculo empregatício com o Estado do Paraná

Figura 6 – Faixa etária dos gestores, pedagogos e professores. Fonte: Questionário com os gestores, pedagogos e professores da Rede Estadual de Ensino do

Município de Santo Antônio do Caiuá.

Figura 7 – Tempo de serviço no Estado do Paraná dos gestores, pedagogos e professores. Fonte: Questionário com os gestores, pedagogos e professores da Rede Estadual de Ensino do

Município de Santo Antônio do Caiuá.

O resultado evidenciou que a maioria são efetivos (68,7%), faixa etária

predominante esta acima de quarenta anos (53,125%) e o tempo de serviço na rede

estadual prevaleceu a fase inicial até 5 anos (46,87%).

O questionário sobre o uso das TIC´s, especificamente o computador e a

internet foi elaborado com 20 questões objetivas, sendo que algumas estavam

relacionadas às respostas anteriores, portanto poderia ou não ser respondidas,

também podia possuir mais de uma resposta com a finalidade de conhecer a

18,75%

28,13%

53,12%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

21 a 30 anos 31 a 40 anos Mais de 40 anos

6 - Faixa etária

46,87%

12,50%

6,25% 6,25%

25,00%

3,13%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

50,00%

até 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos 16 a 20 anos Mais de 20 anos

Não respondeu

7 - Tempo de serviço no Estado do Paraná

realidade de algumas questões relacionadas ao uso do computador e da internet

pelos profissionais envolvidos. Foi selecionado quatorze questões que serviram de

base para os encaminhamentos do projeto de intervenção, as quais apresentaram

os resultados, conforme os gráficos abaixo:

Figura 8 – Quanto à posse e modelo do computador de uso pessoal. Fonte: Pergunta 1 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

Figura 9 – Quanto ao domínio do computador. Fonte: Pergunta 2 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá

3,13%

87,50%

21,88%

3,13%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Não possui computador

Computador de mesa (desktop etc.)

Computador portátil (laptop etc.)

Computador de mão (palmtop etc.)

8 - Possui computador de uso pessoal? Qual o modelo?

96,88%

3,13% 0,00% 0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

Informática básica Informática avançada não domina

9 - Qual o seu domínio da informática?

Figura 10 – Quanto ao tipo de sistema operacional utilizado. Fonte: Pergunta 3 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

Figura 11 – Quanto à forma de obtenção das habilidades para o uso do computador. Fonte: Pergunta 4 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

93,75%

34,38%

0,00% 6,25%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Microsoft/Windows Linux Outro Não sabe

10 - Qual o sistema operacional utilizado?

56,25%

37,50%

71,88%

9,38% 12,50%

18,75%

0,00% 0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Por conta própria

Em cursos de treinamento

pago (escola de informática)

Com parentes , amigos ou colegas de

trabalho

Em uma instituição formal de

ensino (escola etc.)

Em cursos de treinamento

gratuito (ONGs , associações)

Em cursos de treinamento

oferecidos pela SEED

De outra forma

11 - Como obteve as habilidades para o uso do computador?

Figura 12 – Quanto ao domínio das habilidades relacionadas ao uso do computador. Fonte: Pergunta 5 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

Figura 13 – Quanto ao emprego do computador no ambiente escolar. Fonte: Pergunta 6 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

100,00%

68,75%

87,50%

12,50% 18,75% 15,63%

0,00% 0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

Usar o mouse Copiar ou mover um

arquivo ou uma pasta

Usar um editor de texto (Ex.

Word)

Usar uma planilha de cálculo (Ex.

Excel)

Usar um editor de slides (Ex. PowerPoint)

Conectar ou instalar

periféricos e programas

Nenhuma das mencionadas

12 - Qual o seu domínio das habilidades relacionadas ao uso do computador?

75,00%

31,25%

71,88%

3,13%

12,50%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Editar ( textos , avaliações , etc... )

Conectado ao projetor e / ou TV Pen drive

para projeção

Para acessar a internet ( Baixar arquivos , vídeos , etc , para preparar aulas).

Outros Não respondeu

13 - Como emprega o computador no ambiente escolar?

Figura 14 – Quanto ao acesso a internet. Fonte: Pergunta 7 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

Figura 15 - Quanto ao local de acesso a internet.

Fonte: Pergunta 8 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

0,00%

71,88%

25,00%

0,00% 3,13%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Não acessa Diariamente Pelo menos uma vez por semana

Pelo menos uma vez por mês

Não respondeu

14 - Qual a frequência de acesso a internet?

90,63%

71,88%

0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

No domicílio No trabalho (escola)

Centros públicos de acesso

gratuito

Centros públicos de acesso pago (Ex. lanhouse )

Outros locais

15 - Qual o local de acesso a internet?

Figura 16 - Quanto ao domínio das habilidades relacionadas ao uso da internet. Fonte: Pergunta 9 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

Figura 17 - Quanto ao tipo de conta de e´mail utilizada. Fonte: Pergunta 10 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

96,88%

65,63%

46,88%

6,25% 0,00% 0,00%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

120,00%

Usar um mecanismo de busca da informação (ex. Google)

Enviar e´mail com arquivos

anexados

Enviar mensagens em salas de bate-papo,

etc.

Baixar e instalar

softwares

Criar uma página na

web

Nenhuma das relacionadas

16 - Qual o domínio das habilidades relacionadas ao uso da internet?

59,38%

15,63%

59,38%

3,13%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

Grátis Pago Institucional ( expresso e´mail da

SEED)

Não tem conta de e´mail

17 - Qual o tipo de conta de e´mail utilizada?

Figura 18 - Quanto às atividades desenvolvidas na internet. Fonte: Pergunta 11 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

Figura 19 - Quanto ao uso da internet no ambiente escolar. Fonte: Pergunta 16 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

87,50% 87,50% 93,75%

90,63%

9,38%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Comunicação Lazer Busca de informações e

serviços on line

Capacitação e educação

Outras atividades

18 - Quais são as atividades desenvolvidas na internet?

78,13%

59,38%

43,75% 43,75%

6,25% 0%

6,25%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

Pesquisa individual

Pesquisa com os alunos no

laboratório de informática

Formação continuada

Troca de informações através de

e´mails , bolgs , fóruns , etc

Não utiliza a internet no

trabalho

Outros Não respondeu

19 - Quais utilizações da internet no ambiente escolar?

Figura 20 - Quanto à opinião pessoal sobre a importância das novas TIC´s – Tecnologias da Informação e Comunicação (computador/Internet) como ferramenta para a melhoria do ensino e

aprendizagem. Fonte: Pergunta 17 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede

Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

81,26%

18,24%

0,00% 0,00% 0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

Muita importância Média importância Pouca importância Nenhuma importância

20 - Qual sua opinião sobre a importância das novas TIC´s – (computador/Internet) como ferramenta para a melhoria do ensino e

aprendizagem?

90,63%

0,00%

9,37%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Sim Não Não respondeu

21 - Tem intenção de participar de curso de capacitação sobre o uso do computador/internet no ambiente escolar?

Figura 21 - Quanto à intenção de participar de curso de capacitação sobre o uso do computador/internet no ambiente escolar?

Fonte: Pergunta 20 do questionário respondido pelos gestores, pedagogos e professores da Rede Estadual de Ensino do Município de Santo Antônio do Caiuá.

Os resultados apresentados evidenciam dados importantes como: a posse

do computador e o acesso a internet no domicílio e local de trabalho; o domínio

básico da informática e o interesse pela capacitação, no entanto a grande maioria

aprendeu a manipular a máquina com parentes, amigos ou sozinhos; baixa

participação em cursos oferecidos pela SEED; o sistema operacional mais utilizado

é Microsoft/Windows e o Estado utiliza; a edição de texto e a pesquisa individual na

internet dominam o emprego do computador no ambiente escolar e sua utilização

pedagógica é pouco aplicada, mas considera muito importante o uso das tecnologias

como ferramenta pedagógica para a melhoria do ensino e aprendizagem.

2.1 O COMPUTADOR E A INTERNET NA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA

PROFESSORES EM TECNOLOGIA TELEMÁTICA

Estamos vivendo numa sociedade cada vez mais complexa, riquíssima em

informação e pautada no conhecimento. Para viver, aprender e trabalhar nesta

sociedade, criou-se a necessidade do aluno se tornar cada vez mais qualificado para

o uso de tecnologias da informação, pessoa que busca, analisa, reflita, organiza,

depura, sintetiza e avalia a informação, para tomada de decisões e aplicação nas

resoluções de problemas, tornando-se usuário criativo, reflexivo, comunicador,

colaborador, editor e produtor do conhecimento.

Neste contexto da aprendizagem, o professor é o principal agente,

responsável para criar ambiente propício para estabelecer e oportunizar as

aprendizagens que facilite o uso da tecnologia. Portanto, torna essencial que todos

professores estejam preparados para oferecer essas possibilidades para os alunos.

Para MORAM (2009, pp. 11-15) o campo da educação está pressionado por

mudanças. Percebe-se que a educação é o caminho fundamental para transformar a

sociedade. Pressões de grupos financeiros procuram implantar as tecnologias

telemáticas de alta velocidade, para conectar alunos, professores e administradores.

Objetivo principal é ter classes conectadas a internet e cada aluno com um notbook

criaram-se a expectativa de que novas tecnologias nos trarão soluções rápidas para

o ensino, mas é claro que ensinar não depende só das tecnologias, são relevantes,

pois ensinar e aprender envolve questões desafiadoras e complexas, principalmente

neste momento da transição do modelo industrial para o da informação e do

conhecimento.

A sociedade cobra das instituições de ensino uma educação de qualidade e

para falarmos em educação de qualidade temos que promover um ensino de

qualidade.

[...] Ensino e educação são conceitos diferentes. No ensino organiza-se

uma série de atividades didáticas para ajudar os alunos a compreender

áreas específicas do conhecimento (ciências, história, matemática). Na

educação o foco, além de ensinar é ajudar a integrar ensino e vida,

conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade. Educar

é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso caminho

intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para

modificar a sociedade que temos. (idem, p.12).

Na verdade temos um ensino que predominam a fala massiva baseado na

transmissão do conhecimento pelo professor para alunos silenciosos, sentados,

enfileirados que passivamente procuravam assimilar a aprendizagem através da

escuta, leitura, escrita e memorização não retrata a realidade atual, pois vemos

alunos que valorizam mais o diploma que a aprendizagem, que faz o mínimo (em

geral) para ser aprovado. Tal realidade, criou-se a necessidade de docentes

inovador, criativo, articulador, coordenador e parceiro de aluno, buscando e

estimulando sempre a análise, a criatividade, a criticidade, a reflexão e a pesquisa,

num processo organizado e sistematizado para a produção coletiva do

conhecimento.

Segundo MORAN (2009, pp.18-21) o processamento da informação para a

construção do conhecimento na sociedade da informação acontece de várias

formas, segundo o nosso objetivo e o nosso universo cultural. A forma mais habitual

é o processamento lógico-sequencial, que se expressa na linguagem falada e

escrita, em que vamos construindo o sentido aos poucos, em sequencias espacial

ou temporal, dentro de um código relativamente definido que é a língua, com maior

liberdade na fala e na escrita pessoal ou coloquial.

Em outros momentos processamos a informação de forma hipertextual,

contando histórias, relatando situações que se interconectam e ampliam, e, nos

levam a novos significados importantes, inesperados ou que terminam diluindo-se

nas ramificações de significados secundários. É a comunicação “linkada”, através de

nós intertextuais. A leitura hipertextual é feita como “ondas”, em que uma leva a

outra, acrescentando novas significações, com a implantação do computador e da

internet nos ambientes escolares aumenta a utilização dessa linguagem. Nesta

linha, MERCADO (1999, p.68) afirma que “A base da internet é o hipertexto,

sistemas que estão cada vez mais se disseminando no ensino apoiado por novas

tecnologias, por ser totalmente dirigidos pelo usuário”. E acrescenta que:

O Hipertexto pode ser definido como um sistema que permite criar e

manter conjunto de trechos em textos interligados de forma não seqüencial.

Quando além de trechos e gráficos, o sistema suporta outros meios, tais

como fotografias, filmes, animação, voz, música, recebe o nome de

hipermeios ou hipermídias, ou seja, são documentos em hipertexto, que

envolve gráficos, texto, som, vídeo. [...] (Idem, p 68).

Atualmente, cada vez mais processamos também a informação de forma

multimídica, juntando pedaços de textos de várias linguagens superpostas

simultaneamente, que compõem um mosaico impressionista, na mesma tela, e que

se conectam com outras telas multimídia. MERCADO (1999, p.69) “multimídia é um

recurso característico da Internet, com o uso multisensorial, integrado, intuitivo e

interativo da informação reunindo diversas tecnologias num só sistema, [...]. A leitura

é cada vez menos seqüencial. As conexões são tantas que o mais importante é a

visão ou leitura em “flash”, no conjunto, uma leitura rápida, que cria significações

provisórias, dando uma interpretação rápida para o todo.

Neste sentido o autor relata que convivemos com essa diferente forma de

processamento e de acordo com os objetivos pretendidos predominará o

processamento seqüencial, hipertextual ou o multímidico, ou seja para objetivos bem

específico e bem determinado, predominará o processamento seqüencial, para

pesquisas, projetos de médio prazo, interessará hipertextual e se tivermos de dar

respostas imediatas e situar-nos rapidamente, precisaremos do multimídico, mas

ressalta que quanto mais mergulhamos na sociedade da informação, mais rápidas

são as demandas por respostas instantâneas, em síntese, cada vez mais são

difundidas as formas de informação multimídica ou hipertextual e menos a lógica-

sequencial. As crianças e jovens estão totalmente sintonizados com a mutimídia e

quando lidam com texto fazem-no mais facilmente com texto conectado através de

links, de palavra-chave, o hipertexto. Por isso o livro se torna uma opção inicial

menos atraente; podemos utilizar todos os momentos, mas teremos maior

repercussão se começarmos pela mutimídica, passarmos para hipertextual e, em

estágios mais avançados, concentrarmo-nos na lógico-sequencial.

Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espaço-temporal,

pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de

pesquisa e de comunicação. Uma das dificuldades atuais é conciliar a

extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o

aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos

engessados. Temos informação demais e dificuldades em escolher quais

são significativas para nós em conseguir integrá-las dentro da nossa mente

e da nossa vida. (MORAN, 2009, p.29).

Acumular dados, o acesso a muitas informações não significam

necessariamente mais e melhor conhecimento, as tecnologias podem trazer, hoje,

textos, dados, imagens, sons, resumos de forma mais rápida e atraente, mas o

professor tem um papel fundamental, o de ajudar e orientar o aluno a interpretar

esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los significativamente, tornando assim

um orientador do processo da aprendizagem, facilitado pelo acesso das tecnologias

e telemáticas.

Para BEHRENS, 2009 a produção do conhecimento demanda ações que

levem professor e aluno a buscar o processo de investigação e pesquisa. A grande

quantidade de informações acumulada em todas as áreas, com potencial real de

armazenamento em bancos de dados variados, gera a necessidade de aprender

acessar essas informações disponíveis em redes informatizadas, que agiliza e

desafia o docente a buscar nova metodologia para ultrapassar o seu papel em suma

autoritário, dono da verdade absoluta, para tornar um investigador, um pesquisador

do conhecimento crítico e reflexivo. Nesta nova visão, o professor deve mudar o foco

do ensino reprodutivo do conhecimento para a aprendizagem, em especial “aprender

a aprender”, superando a reprodução abrindo espaços coletivos de busca

investigativa, crítica e reflexiva para produção do conhecimento seu e do aluno.

Portanto o professor precisa refletir e realinhar sua prática pedagógica no sentido de

criar possibilidades de instigar a aprendizagem do aluno. Então, o foco passa da

ênfase do ensinar para a ênfase do aprender.

Conforme BEHRENS,

O desafio imposto aos docentes é mudar o eixo do ensinar para optar pelos

caminhos que levem ao aprender. Na realidade, torna-se essencial que

professores e alunos estejam num permanente processo de aprender a

aprender. (BEHRENS, 2009, p. 73)

JAQUES DELORS (1998) coordenou o “Relatório para a UNESCO da

Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI”, no qual aponta a

necessidade de uma educação continuada ao longo de toda vida, apresentando

aprendizagens fundamentais pautada em quatro pilares: aprender a conhecer,

aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.

O autor enumera como primeiro pilar, o aprender a conhecer:

Este tipo de aprendizagem que visa não tanto à aquisição de um repertório

de saberes codificados, mas antes o domínio dos próprios instrumentos do

conhecimento pode ser considerado, simultaneamente, como um meio e

como uma finalidade da vida humana. Meio, porque se pretende que cada

um aprenda a compreender o mundo que o rodeia, pelo menos na medida

em que isso lhe é necessário para viver dignamente, para desenvolver as

suas capacidades profissionais, para comunicar. Finalidade, porque seu

fundamento é o prazer de compreender, de conhecer, de descobrir.

(DELORS, 1998, p. 91)

Como segundo pilar, o autor aponta aprender a fazer:

Aprender a fazer não pode, pois, continuar a ter o significado simples de

preparar alguém para uma tarefa material bem determinada, para fazê-lo

participar no fabrico de alguma coisa. Como conseqüência, as

aprendizagens devem evoluir e não podem mais ser consideradas como

simples transmissão de práticas mais ou menos rotineiras, embora estas

continuem a ter um valor formativo que não é de desprezar. (Idem, p. 93)

O terceiro pilar enumerado por DELORS refere-se ao aprender a viver juntos:

A educação tem por missão, por um lado, transmitir conhecimentos sobre a

diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar

consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres

humanos do planeta. Desde tenra idade a escola deve, pois, aproveitar

todas as ocasiões para esta dupla aprendizagem. (Ibidem, pp. 97,98)

Esse pilar alerta que “as escolas precisam rever seus processos pedagógicos

que ainda neste momento histórico instigam o trabalho individual, competitivo e

mecanicista” (BEHRENS, 2001, p.82). Na interpretação da autora:

A visão holística implica pensar coletivamente, uns dependendo do sucesso

dos outros, das parcerias, do trabalho coletivo. Portanto, a escola precisa

oferecer situações de problematizações, fazendo refletir sobre a realidade,

para que os alunos aprendam a administrar conflitos, pensamentos

divergentes, respeitar a opinião dos outros, saber contra-argumentar sem

que esse processo seja de luta, agressão e competitividade. (Idem, p. 82)

O Quarto pilar refere-se ao aprender a ser. DELORS destaca:

A educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa —

espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético,

responsabilidade pessoal, espiritualidade. Todo o ser humano deve ser

preparado, especialmente graças à educação que recebe na juventude,

para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus

próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir

nas diferentes circunstâncias da vida. (DELORS, 1998, p. 99)

O relatório apresenta um novo paradigma para a educação, o foco principal é

a aprendizagem, o aprender passa a ocupar o centro educacional e a aprendizagem

passa ater um novo significado, sendo concebida como um processo contínuo de

apropriação individual para superar a simples acumulação do conhecimento, pois

coloca o próprio indivíduo como responsável pela sua formação, devendo procurá-la,

analisá-la e selecioná-la de acordo com as suas necessidades do conhecimento

para sua integração ou sobrevivência na sociedade.

2.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O Projeto de Intervenção Pedagógica foi desenvolvido no Laboratório de

Informática do Colégio Estadual Duque de Caxias – Ensino Fundamental e Médio

(CEDUCA), município de Santo Antônio Caiuá, Paraná, no segundo semestre de

2.011, sob a forma de Curso de Extensão em parceria com a Universidade Estadual

de Maringá – UEM e UNESPAR – Campus Paranavaí, para 21 cursistas, sendo

gestores, pedagogos e professores da Rede Estadual de Ensino atuante nas

Instituições Estaduais de Ensino do município, através de cinco oficinas práticas

presenciais e quatro atividades à distância totalizando 36 horas.

Na primeira oficina foram apresentados: o Projeto de Intervenção Pedagógica

- objetivos: geral e específicos, participação e critério de avaliação - e o Laboratório

de Informática. De acordo com os dados coletados inicialmente a grande maioria

utiliza o sistema operacional Microsoft/Windows, foi necessário a apresentação do

funcionamento do Laboratório de Informática para a familiarização da plataforma

Linux do Paraná Digital.

Na segunda oficina foram desenvolvidas atividades práticas sobre

ferramentas básicas do aplicativo “BrOffice-Writer, para o processamento de

textos.

Na terceira oficina foi trabalhado a Netiqueta e as ferramentas da Internet:

website; Portal dia a dia; E´mail Expresso, sites de busca, lista de contato e blog.

Na quarta oficina foram desenvolvidas atividades práticas sobre ferramentas

básicas do aplicativo “BrOffice-Impress”, para a produção de slaides.

Na quarta oficina foram desenvolvidas atividades práticas sobre ferramentas

básicas do aplicativo “BrOffice-Calc”, para o processamento de planilhas e

apresentação Projeto de Aprendizagem Colaborativa para análise e opiniões sobre a

utilização dessa metodologia de trabalho.

No desenvolvimento das oficinas os cursistas receberam o material

impresso em forma de apostila e em meio digital através dos Tutoriais

disponibilizados no meu blog: http://prof-dias.blogspot.com . Os quais foram

acessados e projetados através do projetor de imagens.

A metodologia empregada durante as oficinas foi a prática para a

instrumentalização no domínio dos aplicativos computacionais e das ferramentas

básicas da Internet, utilizando o computador conectado a rede mundial de

computadores como ferramentas de apoio para a produção de textos, slaides,

planilhas, lista contatos, lista de discussões, numa aprendizagem eletrônica e seu

uso pedagógico, seja dentro ou fora da sala de aula, voltada para integração das

tecnologias com metodologias apropriadas que possibilite transitar por vários

formatos de informação e comunicação utilizandos as diversas linguagens: escrita,

oral, lógico-sequencial, hipertextual ou multimídica para a produção do

conhecimento que é a base fundamental do ensino e da aprendizagem.

3 CONCLUSÃO

Vivemos num mundo tecnológico e o seu emprego em determinadas áreas

apresentam contrastes interessantes, por exemplo, na educação enquanto há

professores que usa e abusa do quadro e giz, há professores interconectados na

rede mundial de computadores. Existe uma atualização tecnológica numa

velocidade impressionante, que em determinadas áreas do conhecimento a

obsolescência é quase imediata, mas em educação a integração dos recursos

tecnológicos é muito importante, uma nova tecnologia não substitui à velha e a

integração dessas tecnologias é fundamental, diante das inovações a formação

continuada dos professores é extremamente necessária para não ficar ultrapassado

no tempo. Compete ao Estado promover mais cursos de capacitação sistematizados

em aprendizagem eletrônica (E-learning) na modalidade presencial ou a distância,

essa última utilizando o vários recursos tecnológicos desde os impressos, auditivos

e os visuais, potencializados pelos recursos digitais, alguns bem conhecidos como:

pagina da web, e`mail, chats, fóruns, lista de discussão, videoconferência, entre

outros, tornou-se mais rápida, encurtando o espaço e o tempo, além de integrar

vários recursos tecnológicos tornando o processo mais eficiente e produtivo.

Neste momento histórico da sociedade do conhecimento desencadeou

mudanças para ultrapassar a visão de terminalidade nos cursos de graduação

profissional, para uma formação continuada permanente. Nesta perspectiva,

professor precisa repensar a sua prática pedagógica, pois o universo informacional

aumentou exponencialmente e, vai continuar expandindo, precisa ter consciência de

que é humanamente impossível absorver todo esse universo da informação para

transmitir a seus alunos, portanto o eixo da ação docente precisa passar do ensinar

para enfocar o aprender, principalmente, o aprender a aprender.

Tão imprescindível quanto a existência de equipamentos e salas adequadas

para garantir o acesso frequente dos professores e alunos é a capacitação para o

uso do computador e seus aplicativos conectados a internet explorando suas

ferramentas: e´mail, fóruns, lista de discussão, pesquisa em sites de busca,

construção de página entre outras.

É claro que a sua utilização deverá estar pautada sempre no uso pedagógico

o que requer metodologias voltadas para o uso das novas tecnologias em favor de

uma aprendizagem cada vez mais colaborativa.

O professor ao apresentar uma nova metodologia, baseadas em formas

diferenciadas de apropriação do conhecimento e produção do próprio conhecimento,

pode enfrentar resistências por parte dos alunos e colegas de profissão. O poder de

convencimento do professor devera estar pautado na sua atuação e qualificação

profissional.

4 REFERÊNCIAS

DELORS, Jacques et al. Learning: the treasure within. Trad. de José Carlos

Eufrázio. São Paulo: Cortez Editora, 1998. Disponível em

<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ue000009.pdf >, acesso em: 08

Abr. 2011.

História dos microprocessadores. Disponível em

<http://www.youtube.com/watch?v=qeCWoNoeoPQ&feature=fvwrel>, acesso em 04

Abr. 2011.

MERCADO, Luiz Paulo Leopoldo. Formação continuada de professores e novas

tecnologias. Maceió: Edufal, 1999.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas

tecnologias e mediação pedagógica. 15. ed. São Paulo: Papirus, 2009.

Rápida história da evolução dos microprocessadores. Disponível em

<http://www.youtube.com/watch?v=8MY5gSrCr4E&feature=related>, acesso em: 04

Abr. 2011.

TERUYA, T. K. O uso do computador na escola pública e as expectativas dos

estudantes. In: Teoria e Prática da Educação – 6(14): 469-481, Ed. Especial, 2003

– ISSN 1415-837X.

TONO, Cineiva C. P.; CANTINI, Marcos César e FREITAS, Maria do Carmo D.

Políticas públicas de inclusão digital no Paraná – 1997 a 2006. In: XIX Simpósio

Brasileiro de Informática na Educação (SBIE 2008). Disponível em: <http://www.br-

ie.org/pub/index.php/sbie/article/viewFile/744/730>, acesso em 29/09/10.

UNESCO. ICT competency Standards for techers: competency Standards

modules. Paris, 2008. Tradução de Cláudia Bentes David. Disponível em

<http://unesdoc.unesco.org/images/0015/001562/156207por.pdf>, acesso em: 04

Abr. 2011.

VIEIRA, Augusto Cesar Gadelha (Org.). Pesquisa sobre o uso das tecnologias da

informação e da comunicação no Brasil 2007. 2ª ed. São Paulo:2008. Disponível

em <www.cetic.br>, acesso em: 17 Nov. 2010.