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Ministério do Meio Ambiente Departamento de Apoio ao Conselho Nacional do Meio Ambiente DCONAMA/MMA Uso de Dispersantes Químicos no Brasil Queima in-situ São Paulo - CETESB - 28/03/2012 Robson José Calixto

Conama Dispersantes Queima Insitu

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Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) acerca da queima in situ de petroleo e do uso de dispersantes.

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  • Ministrio do Meio Ambiente

    Departamento de Apoio ao Conselho

    Nacional do Meio Ambiente

    DCONAMA/MMA

    Uso de Dispersantes Qumicos no Brasil

    Queima in-situ

    So Paulo - CETESB - 28/03/2012

    Robson Jos Calixto

  • Uso de Dispersantes Qumicos

  • Resoluo CONAMA No. 269/2000

    Sobre o Uso de Dispersantes Qumicos

    Base Legal - Duas Referncias:

    Conveno Internacional sobre Preparo, Resposta e Cooperao em Caso de Poluio por leo (OPRC),

    assinada em Londres, em 30 de novembro de 1990, a

    qual foi promulgada no Brasil por meio do Decreto No

    2.870, de 10 de dezembro de 1998;

    Lei No. 9.966, de 28 de abril de 2000, que dispe sobre a preveno, o controle e a fiscalizao da poluio

    causada por lanamento de leo e outras substncias

    nocivas ou perigosas em guas sob jurisdio nacional

    e d outras providncias.

  • Art. 1 A produo, importao, comercializao e uso de

    dispersantes qumicos para as aes de combate aos

    derrames de petrleo e seus derivados no mar somente

    podero ser efetivados aps a obteno do registro do

    produto junto ao IBAMA.

    Pargrafo nico. O IBAMA estabelecer, por meio de

    Instruo Normativa, os procedimentos e exigncias

    necessrios para a obteno do registro dos dispersantes

    qumicos.

  • Instruo Normativa IBAMA No. 7, de 6 de julho de

    2001(Altera a IN No. 1, de 14 de julho de 2000)

    Nome qumico de acordo com a nomenclatura da International Union

    of Pure and Applied Chemistry - IUPAC, sinonmia, frmulas

    estrutural e bruta do(s) principal(is) ingrediente(s) ativo(s);

    composio quali-quantitativa declarada pelo fabricante dos principais

    componentes incluindo surfactantes, solventes e aditivos

    propriedades fsico-qumicas do produto

    teste de eficincia do produto pelo mtodo Warren Spring Labortory"

    (adquirir metodologia no IBAMA), ou Swirling Flask Test

    (publicao USEPA: 40 Code of Federal Regulations (CFR) PArt. 300,

    Appendix C, reviso 01/julho/2000) devendo o produto atender s

    determinaes para este parmetro contidas no Anexo 2 desta

    Instruo Normativa

    testes de toxicidade aguda para Mysidopsis juniae (Norma CETESB

    L5.251) e Artemia (Norma CETESB L5.021), devendo o produto

    atender s instrues contidas no Anexo 2 desta Instruo Normativa;

    teste de biodegradadilidade conforme norma OECD 306

    Biodegradability in seawater

  • Pargrafo nico

    No sero concedidos registros aos dispersantes que

    contiverem em sua formulao os seguintes produtos:

    benzeno, tetracloreto de carbono ou outros

    hidrocarbonetos clorados, fenis, cresis, lcalis, metais

    pesados e cianetos.

    Dispersantes aprovados: Corexit, Ultraperse II.

  • Instruo Normativa IBAMA N 5, de 17 de Maio de 2010

    Art. 1 Estabelecer os procedimentos e exigncias a serem adotados para

    efeito de anuncia prvia para a realizao de pesquisa e experimentao,

    registro e renovao de registro de produtos remediadores.

    Art. 2 Para os efeitos desta Instruo Normativa, entende-se por:

    I - REMEDIADOR: produto, constitudo ou no por microrganismos,

    destinado recuperao de ambientes e ecossistemas contaminados,

    tratamento de efluentes e resduos, desobstruo e limpeza de dutos e

    equipamentos, atuando como agente de processo fsico, qumico, biolgico

    ou combinados entre si, podendo caracterizar-se, dentre outros, como:

    b) Remediador qumico ou fsico-qumico: remediador que apresenta

    como ingrediente ativo substncia ou composto qumico oxidante,

    surfactante ou dispersante, ou, ainda, polmeros, enzimas, entre outros,

    capaz de degradar, adsorver ou absorver compostos e substncias

    contaminantes.

    Art. 7 As embalagens e os rtulos de produtos remediadores, bem como

    bulas e folhetos informativos, quando existentes, devem ser aprovados

    pelo IBAMA, por ocasio do registro do produto ou quando da

    necessidade de alterao dos mesmos.

  • Os Dispersantes Qumicos Podero Ser Utilizados

    (Resoluo CONAMA No. 269/2000):

    a) Em consonncia com a Conveno sobre a Salvaguarda

    da Vida Humana no Mar (SOLAS/74), quando for necessria

    a adoo de medidas emergenciais decorrentes do derrame

    de leo, nas quais haja risco iminente de incndio com perigo

    para a vida humana no mar ou regies costeiras, envolvendo

    instalaes martimas ou navios prprios ou de terceiros;

    b) Em situaes nas quais outras tcnicas de resposta, tais

    como conteno e recolhimento do leo, no sejam eficientes,

    em funo das caractersticas do leo, do volume derramado

    e das condies ambientais;

  • c) Em situaes nas quais a mancha de leo estiver se

    deslocando para reas designadas como ambientalmente

    sensveis, devendo ser aplicados no mnimo a 2.000 m da

    costa, inclusive de ilhas, ou em distncias menores do que

    esta, se atendidas as profundidades maiores que as

    isbatas, encontradas ao longo do mar territorial, como

    definido a seguir:

    Do Cabo Orange a Foz do Rio Parnaba - 10 m

    Da Foz do Rio Parnaba ao Cabo Calcanhar - 15 m

    Do Cabo Calcanhar Ilhus - 20 m

    De Ilhus ao Chu - 15 m;

    Os Dispersantes Qumicos Podero Ser Utilizados

    (Resoluo CONAMA No. 269/2000): - continuao

  • Os Dispersantes Qumicos Podero Ser Utilizados

    (Resoluo CONAMA No. 269/2000): - continuao

    d) Em situaes que sua aplicao mais eficiente e

    vantajosa na minimizao do impacto global de um derrame,

    que possa vir a atingir reas ambientalmente sensveis, a fim

    de assegurar que a mistura leo/dispersante no chegue a

    comprometer o ambiente costeiro e nem outros ativos

    ambientais importantes;

    e) Em reas e situaes especficas no previstas nos itens

    anteriores, desde que devidamente autorizados pelo rgo

    ambiental competente.

  • Restries para Uso

    Os dispersantes qumicos no podero ser utilizados em:

    i. reas costeiras abrigadas, com baixa circulao e

    pouca renovao de suas guas, onde tanto o dispersante

    qumico quanto a mistura de leo possam permanecer

    concentrados ou ter um alto perodo de residncia, tais

    como corpos dgua costeiros semi-fechados;

    ii. Esturios, canais, costes rochosos, praias arenosas,

    lodosas ou pedregulhos ou, ainda, reas sensveis tais

    como manguezais, marismas, recifes de corais, lagunas,

    restingas, baixios expostos pela mar, unidades de

    conservao, parques ecolgicos e reservas ambientais;

  • iii. reas discriminadas nos mapas de sensibilidade como sendo de:

    ressurgncia; desova e berrio naturais de peixes; espcies ameaadas de extino; populaes de peixes ou frutos do mar de interesse

    comercial ou ainda de criadouros artificiais de peixes,

    crustceos ou moluscos (aquacultura);

    migrao e reproduo de espcies (mamferos, aves, tartarugas);

    recursos hdricos para o uso tanto de abastecimento humano como para fins industriais.

    Os dispersantes qumicos no podero ser utilizados em:

  • iv. Derrames de petrleo ou derivados que possuam

    viscosidade dinmica inferiores a 500 mPa.s ou superiores a

    2.000 mPa.s 10 oC, pois a eficincia dos dispersantes sobre

    este tipo de leo baixa ou nula;

    v. Casos em que o processo de formao da emulso gua-

    leo tenha sido iniciado (mousse de chocolate) ou, ainda,

    quando o processo de envelhecimento da mistura de leo for

    visvel;

    vi. Situaes nas quais se deseja manter apenas a esttica do

    corpo hdrico, mas sem que tal fato seja preponderante sobre

    aspectos de eficincia e oportunidade para proteo

    ambiental; e

    vii. Na limpeza de instalaes porturias, em qualquer tipo

    de embarcao, bem como em equipamentos utilizados na

    operao de resposta ao derrame de petrleo ou derivados.

    Os dispersantes qumicos no podero ser utilizados em:

  • Derramede leo

    1. Determinar as caractersticas:do derrame, os aspectos relativ os

    salv aguarda da v ida humana no mar,as condies de mar e meteorolgicas.2. Prev er o deslocamento da mancha.

    A mancha se desloca para umarea ambientalmente sensv el

    ou proibida para uso dedispersante qumico?

    Adoo de mtodos especf icos e recomendados

    SIM

    NO

    A operao estsendo ef iciente?

    NO

    SIM

    Aplicar dispersante homologadoe garantir as condies de agitao

    da superf cie do mar

    H riscos para a v ida humana,perigo de incndiona instalao e/ou

    embarcao?

    Interromper a aplicao,proteger as reas sensv eis,ef etuar limpeza das reas

    atingidas pela mancha

    NO

    Concluir a operao emonitorar o meio ambiente

    SIM

    Apresentar Relatrioda Operao ao

    rgo Ambiental Competente

    NO

    A conteno e o recolhimento do leo, por meio

    mecnico ou outro meio, ef iciente ?

    SIM

    NO

    Fluxograma de tomada

    de deciso

  • Avaliao Ambiental da Operao

    No prazo de 90 dias, dever ser apresentado ao OEMA e

    representao do IBAMA local, documento com a avaliao dos

    impactos ambientais e scio-econmicos provocados tanto pelo derrame

    quanto pela aplicao do dispersante qumico, privilegiando em suas

    observaes, relatos e comentrios sobre os impactos scio-econmicos

    e ambientais gerados pelo leo derramado e pelas manchas

    quimicamente dispersadas.

    Para a elaborao do documento podero ser utilizados, alm dos

    relatos formais da operao de resposta ao acidente (notas, memrias e

    relatrios), os seguintes subsdios:

    mapas de sensibilidade da zona costeira;

    inventrios ambientais;

    diagnsticos scio-ambientais;

    propostas de zoneamento; ou

    outras informaes disponveis.

  • Classificao das reas para Uso de Dispersantes

    Para orientar e agilizar a utilizao de dispersantes qumicos, recomenda-

    se que as reas sujeitas a derrames de leo sejam classificadas, mapeadas

    e dadas a conhecer pelas instituies responsveis pela gesto integrada

    dos ambientes costeiros e marinhos como sugerido a seguir:

    a) reas de Excluso reas nas quais o uso de dispersantes qumicos

    no permitido;

    b) reas Pr-Aprovadas reas nas quais o uso de dispersante

    qumicos permitido, desde que atendidos os requisitos dos critrios e

    restries para uso;

    c) reas Condicionadas reas nas quais o uso de dispersante qumico

    deve ser previamente negociada com o OEMA ou representao do

    IBAMA local, em funo de caractersticas especficas dos ecossistemas

    envolvidos, do deslocamento das manchas e das vantagens de se utilizar

    ou no o dispersante.

  • O Que No Est Previsto na Norma Nacional?

    Deepwater Horizon

    Aplicao submarina de dispersantes qumicos

    Na boca do poo (1.500 m)

    A ordem de grandeza do volume

    4.9 milhes de barris (780.000 m3 780.000.000 litros) de leo x 1,100,000 US gallons (4.200 m3 - 4.200.000 litros) de

    dispersantes 0,53% do total de leo derramado

    National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) estimou que 409.000 barris (65.000 m3 65.000.000 litros)

    de leo foram dispersados debaixo dgua 8.3% do total de

    leo derramado

    Ganho Ambiental (Net Environmental Benefit)?

  • QUEIMA IN-SITU

    A queima in-situ a combusto do leo no

    local do derramamento, realizada

    diretamente no mar. A espessura da

    mancha de leo um fator importante ao

    utilizar-se a queima in-situ.

  • As Vantagens e Desvantagens Desse Tipo de

    Queima

    As vantagens da queima in-situ incluem:

    rpida remoo do leo sobre a superfcie da gua;

    requer menos equipamentos e trabalho se comparado com outras tcnicas;

    reduo significativa da quantidade de material para disposio final;

    remoo significativa de componentes de emisso voltil; e

    pode ser a nica soluo possvel, tais como situaes de leo em reas geladas.

  • As desvantagens se referem:

    criao de pluma de fumaa;

    gerao de resduos da queima;

    ao tempo limitado para ignio;

    conteno que deve ser efetuada se o leo no tem a espessura mnima para a queima; e

    ao fogo que pode se espalhar para outros materiais combustveis, quando prximo a embarcaes ou

    instalaes de armazenamento.

    As Vantagens e Desvantagens Desse Tipo de

    Queima

  • Qualidade do Ar

    Vrios estudos foram realizados sobre as emisses

    resultantes da queima in-situ, sendo mostrado que a

    pluma de fumaa consiste principalmente de

    carbono e que componentes txicos gerados so

    desprezveis.

    Tratados Internacionais x Queima in-situ

  • As altas temperaturas alcanadas durante a queima

    in-situ resultam na remoo eficiente da maioria dos

    componentes do leo.

    A espessa fumaa negra venha a ser uma

    preocupao para as populaes prximas ou reas

    ambientalmente sensveis.

    Uma vez que a maior parte da precipitao de

    fuligem ocorre perto do fogo, essa a rea de

    principal preocupao. A pluma um impacto visual.

    Qualidade do Ar

  • A queima in-situ deveria ser evitada em reas

    ambientalmente sensvel ou rea muito populosa,

    dependendo das condies meteorolgicas tais como

    turbulncia do ar, inverso atmosfrica, nveis de

    contaminao prvia do ar,

    Nenhuma emisso maior do que um quarto dos limites

    de exposio da sade humana foram detectados alm

    de 1 km do leo queimado,

    Os aspectos ambientais e scio-econmicos da queima

    do leo devem ser considerados, com relao a

    contaminao da linha de costa.

    Qualidade do Ar (continuao)

  • Qualidade da gua

    Medies mostrariam que a queima no acelera a

    liberao dos componentes do leo ou os derivados

    da combusto na coluna dgua. Queima altamente

    eficiente de leos pesados podem formar um resduo

    denso que afunda.

  • Consideraes Quanto Fauna e Flora

    Embora nenhuma preocupao especfica

    relacionada ao uso da combusto in-situ tenha sido

    identificada at hoje, recursos bnticos podem ser

    afetados pelo resduo do leo queimado que tenha

    afundado.

  • Consideraes de Segurana

    A segurana da operao proposta a considerao principal.

    Segundo, a operao de queima no dever ser inserida,

    mesmo sem inteno, no contexto da fonte do leo, por

    exemplo, o navio-tanque ou a plataforma de produo,

    A terceira considerao o espalhamento do fogo para outros

    materiais na rea, incluindo rvores, ancoradouros e edifcios.

    Reaparecimento e espalhamento do fogo pode, frequentemente,

    ser evitado pelo uso de barreiras de conteno para conduzir o

    leo a ser queimado,

    A quarta considerao a segurana da operao da ignio,

    que comumente realizada de helicpteros e a segurana da

    operao de conduo/arrastamento com a barreira deve ser

    assegurada.

  • Espessura do leo

    A maioria dos leos pode ter ignio sobre a superfcie da

    gua caso a espessura mnima seja no mnimo 2 a 3 mm de

    espessura.

    Uma vez realizada a ignio, o leo ir queimar at a

    espessura de aproximadamente 1 mm.

    Conteno fsica, com barreira de conteno de derrame de

    leo, usualmente necessria para alcanar-se a espessura

    requerida.

  • Tipo e Condio do leo

    leos altamente intemperizados queimaro, mas

    demandaro a manuteno do calor durante a ignio.

    leos emulsificados podero no queimar.

    Poucos dados disponveis quanto aos nveis dos teores de

    gua que limitam a ignio. O tratamento com substncias

    para remoo da gua antes da queima pode permitir a

    ignio.

  • Resduos

    Resduo o material remanescente depois que o leo para de

    queimar. O resduo similar a um leo altamente

    intemperizado, dependendo das condies de queima. O

    resduo viscoso e, frequentemente, altamente aderente,

    Queimas extremamente eficientes resultam em resduos mais

    pesados e mais densos. Tais resduos podem realmente ser

    mais densos que a gua do mar. Estudos mostram que o

    resduo grandemente composto do leo no removido pela

    queima, borra oleosa, alm de alguns dos materiais volteis.

    Fonte: Standard Guide for In-situ Burning of Oil Spills on Water:

    Environmental and Operational Considerations. F 1788-97.

    American Society for Testing and Materials. Committe F-20. July

    1997.

  • No temos norma ambiental a respeito!!!

    Proposta de Discusso a ser levada ao

    CONAMA.

  • Contato

    Robson Jos Calixto

    (61) 2028-2188

    [email protected]

    Obrigado!!!!