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conceber! Se soubesses, minha esperança, Que anelar ardente e incerto Na aridez deste deserto Me fazia esperar e crer! Ai, bem-vinda, mensageira De uma indizível ventura! A uma vida de amargura, Ridente imagem, põe fim! Para longe esta tristeza, Vejo enfim formosos dias! Oh! dá-me, dá-me alegrias, Que me cansa a vida assim! Qual a terra desflorida Pelas mãos do Inverno agreste, Que de gelos a reveste, E lhe afrouxa a luz do Sol; Cinge as vestes de verdura, Toda de amor palpitante, Qual virgem junto do amante Da Primavera ao arrebol; De um passado de incerteza, Rasga o seu véu de tristeza, Ao ver-te surgir, amor! E num hino de alegria Saúda a risonha aurora, Que deslumbrante a namora Com fatídico fulgor, Bela flor, fragrante rosa

Conce Ber

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Page 1: Conce Ber

conceber! 

Se soubesses, minha esperança,

Que anelar ardente e incerto

Na aridez deste deserto

Me fazia esperar e crer!

Ai, bem-vinda, mensageira

De uma indizível ventura!

A uma vida de amargura,

Ridente imagem, põe fim!

Para longe esta tristeza,

Vejo enfim formosos dias!

Oh! dá-me, dá-me alegrias,

Que me cansa a vida assim!

Qual a terra desflorida

Pelas mãos do Inverno agreste,

Que de gelos a reveste, 

E lhe afrouxa a luz do Sol;

Cinge as vestes de verdura,

Toda de amor palpitante,

Qual virgem junto do amante

Da Primavera ao arrebol;

De um passado de incerteza,

Rasga o seu véu de tristeza,

Ao ver-te surgir, amor!

E num hino de alegria

Saúda a risonha aurora,

Que deslumbrante a namora

Com fatídico fulgor,

Bela flor, fragrante rosa

Nos agros campos da vida,