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Concepção, Gestão e Avaliação de Projectos Introdução

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Introdução

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Concepção, Gestão e Avaliação de Projectos

Conceitos de Plano, Programa e Projecto

Classificação de projectos

Ciclo de vida e de planeamento de projectos

Ópticas de avaliação de projectos

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Necessidade do Planeamento para o Desenvolvimento

O desenvolvimento económico e social de um país envolve, inevitavelmente, o problema fundamental da utilização racional de recursos limitados;

Para se atingirem os diferentes objectivos de desenvolvimento, os recursos disponíveis têm de ser adjudicados a cada um deles;

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Necessidade do Planeamento para o Desenvolvimento

Se a utilização dos recursos é eficientemente planeada aumenta a capacidade de se realizarem mais e melhores objectivos;

Por isso, o planeamento e a avaliação do desenvolvimento tem de ser preocupação prioritária dos centros de decisão responsáveis.

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O desenvolvimento planificado requer:

A fixação e priorização de objectivos de desenvolvimento;

a preparação e implementação de diferentes planos, programas e projectos;

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Conceito de Planeamento:

Processo de preparação de decisões para acção futura dirigida para alcançar determinados objectivos;

Instrumento que permite organizar a acção para realizar os objectivos de desenvolvimento (...) de maneira a que os recursos nacionais sejam explorados racionalmente para responder às necessidades sempre crescentes das populações e de maneira a que nenhum sector da economia seja negligenciado;

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Conceito de Planeamento:

Processo que vai do acto de elaboração de um plano até à efectiva adequação dos meios aptos a realizá-lo implicando diversas fases:

Determinação das orientações gerais (definição do projecto social);

Determinação dos objectivos para um dado período;

Controle da ocorrência e adopção dos objectivos intermédios segundo certas prioridades;

Escolha e estabelecimento dos projectos; Aperfeiçoamento e difusão do plano; Ajustamento e programas anuais.

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Conceito de Planeamento:

Processo que engloba cinco diferentes

etapas: Análise dinâmica da situação presente; Definição dos objectivos para o programa; Desenvolvimento do programa seguido da

preparação do plano de trabalho ; Implementação do programa através da

execução do plano de trabalho; Avaliação do programa e suas realizações

como base para planear futuros programas.

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Dimensões do Planeamento:

Política; Financeira; Técnica; Espacial (território); local, regional, nacional e

internacional; Temporal; Sectorial; Organizacional; Natureza do plano, programa, projecto; Ética.

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Abordagens ao Planeamento:

Convencionais: Papel químico (blueprint); Centralizadas; Cima-Baixo; Produto.

Dinâmicas: participadas Descentralizadas; Baixo-Cima; Processo.

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Objectivos:

No planeamento convencional: Claros; Explícitos; Sequenciais; Mensuráveis.

No planeamento centrado nos actores e processos: Negociáveis; Flexíveis; Ajustáveis.

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Abordagem centrada no Processo:

Intervenção interactiva; Sistemas de participação; Autonomia e sustentabilidade; Dinâmica local; Crescimento local:

Conhecer; Experimentar; Aprender; Consolidar.

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Construir Planeamento Participado:

Começar por actividades que mobilizem o interesse das pessoas;

Basear o processo na consciencialização e “empowerment”;

Promover a capacidade de liderança local; Encorajar grupos locais a assumirem

responsabilidades; Desenvolver actividades de investigação-acção; Evitar insucessos no início da acção; Construir alianças entre grupos e instituições

locais;

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Construir Planeamento Participado:

Desenvolver fortes capacidades locais na área da comunicação;

Procurar aliados influentes; Explorar o uso de instrumentos do Estado; Desenvolver uma estratégia política; Manter o equilíbrio entre contributos endógenos e

exógenos; Estar preparado para enfrentar e responder a

obstáculos e ameaças; Procurar apoios internacionais (Clark, 1991).

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Princípios do planeamento:

É um exercício democrático; Os actores agem numa rede de poder; Há questões políticas a considerar; O papel do planeador é o de catalizador,

facilitador; É um processo de aprendizagem; Deve prever eventos futuros e determinar

efeitos directos e indirectos.

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Princípios do planeamento:

Aceitar motivações diferentes; Aceitar as limitações; Aceitar diferentes graus de compromissos; Acordar regras e fronteiras; Evitar jargão; Ser honesto; Ser transparente; Ser visionário mas realista; Construir capacidade local: Comunicar;

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Princípios do planeamento:

Encorajar a colaboração; Ser flexível; Monitorar o processo; Encontrar um ritmo equilibrado; Não ter medo de avançar; Trabalhar à escala humana; Envolver todos; Envolver desde o princípio; Qualidade em 1º lugar; Aprender com os outros;

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Princípios do planeamento:

Manter controlo local; Partilhar controlo; Manter o momentum; Planear cuidadosamente; Ter em conta o contexto local; Misturar métodos; Processo tão importante como produto; Profissionais = apoiantes; Usar peritos apropriadamente; Usar facilitadores;

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Princípios do planeamento:

Usar talentos locais; Documentar/registar; Respeitar o saber local; Orçamentar bem; Formar; Visualizar resultados; Andar antes de correr; Trabalhar a partir do local.

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Conceito de Plano, Programa e Projecto:

Um plano deve ser entendido como o instrumento que define as grandes orientações estratégicas e os principais objectivos e prioridades (planeamento estratégico);

O plano tem, um âmbito geral (alargado ao conjunto do país ou região e ao conjunto dos sectores), nele sendo definidas as grandes linhas orientadoras do desenvolvimento económico e social.

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Conceito de Plano, Programa e Projecto:

Os programas sectoriais constituem os instrumentos que permitem a concretização dos planos (planeamento táctico);

Definem objectivos e prioridades por ramos de actividade perfeitamente definidos e localizados e são o instrumento directamente integrador dos projectos (nomeadamente ao definirem oportunidades e quadros de referência para estes).

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Conceito de Plano, Programa e Projecto:

Os projectos são o fulcro de um qualquer programa sectorial;

É através deles (planeamento operacional) que se concretizam as metas previstas nos programas, satisfazendo os pressupostos de desenvolvimento inseridos nos planos.

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Plano

Programa Programa

ProjectoProjecto

Projecto

ProjectoProjecto Projecto

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Conceito de Projecto:

Conjunto sistematizado de informação destinado a fundamentar uma decisão de investimento (Abecassis e Cabral, 1982);

Proposta para efectuar um investimento destinado a criar, ampliar e/ou desenvolver determinadas instalações e equipamentos a fim de aumentar a produção de bens e serviços numa comunidade durante um certo período de tempo (UNIDO, 1992);

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Conceito de Projecto:

Unidade de investimento que se pode distinguir técnica, comercial e economicamente de outros investimentos;

A mais pequena unidade de actividade que pode ser separadamente planeada, analisada e administrativamente implementada. (Solomon, 1970);

Conjunto de acções utilizadoras de recursos, das quais se espera obter no futuro benefícios, monetários ou não, repartidos por um dado período de tempo (Rebelo, 1987);

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Conceito de Projecto:

Proposta de aplicação no presente de um conjunto de recursos relativamente escassos, associados a actividades com e/ou sem carácter de investimento, directa ou indirectamente produtivas, feita com a intenção de gerar no futuro um fluxo de bens e serviços cujo valor se espera ser superior aos recursos que se propõem ser utilizados (Avillez et al, 1986);

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Conceito de Projecto:

Processo específico utilizado por uma entidade pública ou privada, para atingir objectivos por cuja fixação é responsável;

Engloba diferentes fases tais como a determinação dos objectivos, a escolha do método (ou tecnologia) de combinação dos recursos disponíveis, a determinação das despesas e receitas associadas à efectivação de tal escolha, a escolha das fontes de recursos e o estudo do enquadramento legal e administrativo do projecto (Espada, sem data).

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Classificação de Projectos:

Sector:

agrícolas; industriais, serviços; educação de adultos; apoio à terceira idade; etc.

Natureza do investidor:

privados; públicos; cooperativos.

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Classificação de Projectos:

Natureza dos investimentos:

Acção (formação, animação, etc.); Investimentos em substituição e

expansão, modernização ou inovação; Estratégicos.

Tipo de acções previstas:

directamente produtivos indirectamente produtivos (não

directamente produtivos).

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Classificação de Projectos:

Amplitude dos efeitos e agentes envolvidos:

incidência empresarial (âmbito individual); incidência regional (âmbito colectivo).

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Ciclo de Vida ou de Planeamento de Projectos:

fase de concepção e de formulação;

fase de execução ou realização;

fase de exploração ou funcionamento;

fase de extinção.

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Conceito de Análise ou Avaliação de Projectos:

Processo dinâmico que se desenvolve ao longo do ciclo de vida dos projectos e que se baseia na comparação entre os objectivos de natureza empresarial ou social que se propõem atingir e os efeitos esperados e alcançados com a realização dos mesmos;

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Conceito de Análise ou Avaliação de Projectos:

Tarefa contínua e ampla que começa com a identificação do projecto, continua através de todas as fases da sua formulação, implementação e mesmo após a extinção do projecto;

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Conceito de Análise ou Avaliação de Projectos:

"...envolve a recolha sistemática de informação acerca das actividades, características e resultados dos programas, pessoal e produtos, para utilização de pessoas específicas, a fim de reduzir incertezas, melhorar resultados e tomar decisões relativamente ao que esses programas, pessoal ou produtos fazem ou afectam" Patton (1982).

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Fases da Análise de Projectos:

Avaliação ex-ante:

Serve, "...não só para identificar as diferentes implicações de qualquer projecto de desenvolvimento e para assegurar que as medidas adequadas de controlo venham a ser adoptadas, mas também e sobretudo, como instrumento que garanta que, na tomada de decisões, haja uma clara consciência dos vários efeitos positivos e negativos do projecto" (Vaz, 1990).

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Fases da Análise de Projectos:

Supervisão e controlo:

avaliação que acompanha o período de vida útil do projecto;

Avaliação ex-post:

é feita no final do período de vida útil do projecto, tendo importância decisiva para a reestruturação, expansão do projecto ou novas ideias de investimento.

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Ópticas de Análise de Projectos:

Empresarial:

é feita na perspectiva da ou das entidades directamente responsáveis, em função dos objectivos de natureza empresarial ou privada por elas visados. A análise é chamada de empresarial ou financeira;

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Ópticas de Análise de Projectos:

Económica, Social, Ambiental, ou Colectiva:

é feita na perspectiva do conjunto dos agentes económicos e sociais que integram a colectividade, em função de objectivos de natureza económica (por exemplo eficiência de utilização de recursos ou substituição de importações) e social (equidade na distribuição de rendimentos, combate à pobreza, suporte a grupos específicos, protecção do ambiente, etc.).

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Ópticas de Análise de Projectos:

Económica, Social, Ambiental, ou Colectiva:

A avaliação de projectos segundo esta perspectiva é normalmente chamada, consoante os casos, de análise de eficiência económica, análise de equidade social, análise de impacto ambiental, etc.;

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Rendibilidade empresarial:

aptidão de um projecto para assegurar não só a completa recuperação dos capitais investidos, como para criar um rendimento financeiro adicional suficiente para cobrir os juros de capital (próprios e alheios) e remunerar ainda a actividade de direcção do empresário e o risco que assume.

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Rendibilidade nacional, social ou colectiva:

Aptidão de um projecto para contribuir para a prossecução de objectivos nacionais bem definidos;

É basicamente determinada pelo valor acrescentado económico e social que o projecto gera ao longo do seu período de vida útil.

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Passos e Etapas a Considerar na Análise:

Selecção de projectos:

é o teste de eficiência absoluta;

consiste em determinar se o projecto é ou não viável, se apresenta ou não rendibilidade que justifique a sua implementação.

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Passos e Etapas a Considerar na Análise:

Hierarquização de projectos :

em situação de restrição de recursos, nem todos os projectos podem ser realizados;

convém portanto compará-los nas mesmas circunstâncias e determinar os que apresentam os melhores resultados - é necessário testar a sua eficiência relativa.

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Passos e Etapas a Considerar na Análise:

Condições de certeza:

as diferentes variáveis assumem valores dentro de determinadas amplitudes; estes valores são os que, à partida, se pensa serem os mais prováveis;

Condições de incerteza:

as variáveis mais significativas são identificadas assim como a sua possível gama de variação. São estimados, para cada variável, os valores mais prováveis de ocorrência e as probabilidades de ocorrência.

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Efeitos directos e indirectos de um projecto:

Qualquer projecto apresenta sempre efeitos indirectos dificilmente medidos pelos critérios normalmente usados;

Os efeitos indirectos constituem também benefícios e custos adicionais, causados pelo projectos e como tal devem ser considerados juntamente com os critérios base;

São exemplos de possíveis efeitos indirectos, muitas vezes esquecidos pelos avaliadores as implicações no ambiente, na saúde, nas qualificações, na qualidade de vida das populações e na justiça social dos projectos.