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Ponto 1 – Concepções de linguagem e suas implicações para o ensino de leitura e produção de textos Candidata: Prof. Ma. Milena Pereira Silva

Concepções de Linguagem e Suas Implicações Para o Ensino de Leitura e Produção de Textos

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Aula 1 –

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Ponto 1 Concepes de linguagem e suas implicaes para o ensino de leitura e produo de textos

Ponto 1 Concepes de linguagem e suas implicaes para o ensino de leitura e produo de textosCandidata: Prof. Ma. Milena Pereira SilvaApresentao/ Titulao1Consideraes IniciaisGERALDI, Joo Wanderley. Concepes de linguagem e ensino de portugus. In: GERALDI, Joo Wanderley. O texto em sala de aula. So Paulo: tica, 2004.Crise no sistema educacional brasileiro (GERALDI, 2004, p. 39)Crise caracterizada por:Baixo nvel de desempenho lingustico demonstrado por estudantes na utilizao da lngua oral e escrita;Juventude no consegue expressar seu pensamento (grifo nosso);Mesmo na era da comunicao h uma incapacidade generalizada de articular um juzo e estruturar linguisticamente uma sentena;Exemplos que comprovam a crise(GERALDI, 2004, p. 39)Redaes dos vestibulandos;Vocabulrio da gria jovem;Baixo nvel de leitura comprovado pelas baixas tiragens dos jornais, revistas, obras de fico, etc;Consideraes Crticas acerca do panorama apresentado por GeraldiDe modo geral, as provas apresentadas por Geraldi (2004, p. 39) so sintomticas da incapacidade generalizada de que fala o autor; todavia, como ele mesmo aponta, muitas dessas afirmaes apresentam um rano e equvocos em suas explicaes.Questionamentos lanadosBaixo nvel de desempenho lingustico demonstrado por estudantes na utilizao da lngua?A juventude de hoje no consegue expressar seu pensamento?H incapacidade generalizada de articular um juzo e estruturar linguisticamente uma sentena?Outros fatores envolvidos nessa criseVcios e truncamentos de linguagem: exclusividade dos jovens?Baixo desempenho lingustico: um problema da educao bsica?Presena de grias: erro ou estratgia comunicativa?Questo do exame vestibular (especificamente no tocante redao): um problema de avaliao?Tiragem de jornais, livros e revistas versus Baixo nvel de leitura: uma questo tecnolgica?Apesar do rano de muitas dessas afirmaes e dos equvocos de algumas explicaes, necessrio reconhecer um fracasso da escola e, no interior desta, do ensino de lngua portuguesa tal como vem sendo praticado na quase totalidade de nossas aulas (GERALDI, 2004, p. 39)Como mudar este panorama?Reconhecer e partilhar com os alunos tal fracasso no significa responsabilizar o professor pelos resultados insatisfatrios do ensino;Considerar as condies de trabalho do professor;Considerar os problemas de ordem administrativa, referentes distribuio e aplicao dos recursos destinados educao;Promover o acesso igualitrio aos benefcios educacionais (igualdade de condies sociais e econmicas*);

Questo Prvia: opo poltica(...) toda e qualquer metodologia de ensino articula uma opo poltica que envolve uma teoria de compreenso e interpretao da realidade com os mecanismos utilizados em sala de aula. Assim, os contedos ensinados, o enfoque que se d a eles, as estratgias de trabalho com os alunos, a bibliografia utilizada, o sistema de avaliao, o relacionamento com os alunos, tudo corresponder, nas nossas atividades concretas de sala de aula, ao caminho por que optamos (GERALDI, 2004, p. 40. Grifo nosso)Questes relativas ao ensino de Leitura e produo de textoO que geralmente temos em mente:O que deveramos levar em consideraoComo ensinar?Quando ensinar?O que ensinar?Para que ensinamos o que ensinamos?Para que os alunos aprendem o que aprendem?

Para que ensinar lngua?Travaglia (2006) oferece trs respostas ao questionamento dos objetivos do ensino de lngua materna:Desenvolver a competncia comunicativa dos usurios da lngua;Levar o aluno a dominar a norma culta ou lngua padro e ensinar a variedade escrita da lngua;Levar o aluno ao conhecimento da instituio lingustica, da instituio social que a lngua, da sua constituio e funcionamento (forma e funo);Para Geraldi o questionamento do para que ensinar que gera respostas e os caminhos que determinaro o que, quando, como e quanto ensinar;Ensino de Leitura e Produo de textos: para que?Se a metodologia encerra uma escolha poltica que articula uma teoria de compreenso e interpretao da realidade, o estudo das Concepes de Linguagem tanto orienta o questionamento do para que ensinar leitura e produo de textos, quanto direciona a resposta a essa mesma questo, o que interfere na escolha metodolgica e na prpria postura do profissional em relao educao. Ao reconhecer a concepo de linguagem com a qual se alinha o professor capaz de identificar de que modo esta concepo reflete na sua prtica docente; ao conhecer as demais concepes de linguagem torna-se capaz de repensar e ampliar sua prtica docente e suas escolhas metodolgicas.Leitura e Produo de Textos: por que?Ao conhecer as concepes de linguagem o estudante capaz de refletir acerca do seu prprio processo de aprendizagem e de compreender de que forma tais concepes interferem em sua prtica de leitura e de produo de textos;Objetivos1. Refletir acerca das principais concepes de linguagem e o que elas implicam para o trabalho com textos;2. Refletir acerca das suas prprias concepes de linguagem e suas implicaes na maneira como lida com a leitura e produo de textos;3. Diferenciar a competncia comunicativa gramatical ou lingustica da competncia comunicativa textual;4. Refletir acerca das capacidades textuais envolvidas na competncia textual;5. Reconhecer em textos dados as concepes de linguagem subjacentes sua produo;

Contedo1. Concepes de linguagem:a) Linguagem como expresso do pensamento;b) Linguagem como instrumento de comunicao;c) Linguagem como forma ou processo de interao;2. Competncias comunicativas:a) Competncia gramatical ou lingustica;b) Competncia textual;3. Capacidades textuais envolvidas na competncia textual:a) Capacidade formativa;b) Capacidade transformativa;c) Capacidade qualificativa;4. Influncias das concepes de linguagem no modo de compreender a leitura.PROCEDIMENTOS METODOLGICOS:Exposio didtica;RECURSOS: Projetor multimdia; quadro e pincel;AVALIAO:Os alunos sero avaliados qualitativamente no decorrer da aula em relao participao. Como atividade extraclasse, ser solicitado aos alunos que produzam um ensaio (mximo de trs laudas) sobre a concepo de linguagem que permeia sua relao com a leitura e a produo de textos. Esta atividade tem como objetivo principal levar o aluno a refletir acerca dos efeitos que as produes textuais acadmicas em sua rea de atuao podem vir a causar na comunidade.Concepes de LinguagemGERALDI, Joo Wanderley. Concepes de linguagem e ensino de portugus. In: GERALDI, Joo Wanderley. O texto em sala de aula. So Paulo: tica, 2004.

Principais Concepes de Linguagem:Linguagem como expresso do pensamento;Linguagem como instrumento de comunicao;Linguagem como forma de interao;

Linguagem como expresso do pensamento:Ilumina os estudos tradicionais; conduz afirmao de que pessoas que no conseguem se expressar no pensam; corresponde corrente da gramtica tradicional dos estudos lingusticos;Linguagem como instrumento de comunicao;Ligada teoria da comunicao, v a lngua como cdigo (conjunto de signos que se combinam segundo regras) capaz de transmitir ao receptor certa mensagem. Recorrente em livros didticos, acaba por ser abandonada nos exerccios gramaticais; corresponde corrente do estruturalismo e o transformacionalismo;Linguagem como forma de interao;mais do que possibilitar uma transmisso de informaes de um emissor a um receptor, a linguagem vista como um lugar de interao humana. Interao falante-ouvinte (o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e vnculos que no preexistiam fala); corresponde corrente da lingustica da enunciao;Estudar a lngua , ento, tentar detectar os compromissos que se criam por meio da fala e as condies que devem ser preenchidas por um falante para falar de certa forma em determinada situao concreta de interao (GERALDI, 2004, p. 42. Grifos nossos). No ensino de lngua, nessa perspectiva, muito mais importante estudar as relaes que se constituem entre os sujeitos no momento em que falam do que simplesmente estabelecer classificaes e denominar os tipos de sentenas (GERALDI, 2004, p. 42. Grifos nossos).

Competncias ComunicativasTRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramtica e interao: uma proposta para o ensino de gramtica no 1 e 2 graus. So Paulo: Cortez, 2006.Competncia comunicativa: o que e qual a sua importncia para o trabalho com leitura e produo de textosDefinio: Capacidade do usurio de empregar adequadamente a lngua nas diversas situaes de comunicao (TRAVAGLIA, 2006, p. 17);Progressiva capacidade de realizar a adequaes do ato verbal s situaes de comunicao (TRAVAGLIA, 2006, p. 17);

Ao ter contato com os diferentes gneros textuais e compreender suas caractersticas formativas, peculiaridades de composio e seu carter de realizao apenas na dinmica da interao o aluno torna-se capaz de refletir acerca das escolhas lingusticas mais adequadas a cada interao comunicativa e de, paulatinamente, adequar as realizaes verbais a tais situaes de interao;Desdobramentos da Competncia comunicativaCompetncia gramatical ou lingusticaCompetncia textualCapacidade que tem todo usurio da lngua de gerar sequncias lingusticas gramaticais, consideradas sequncias prprias da lngua;Capacidade de, em situaes de interao comunicativa, produzir e compreender textos considerados bem formados.Capacidades textuais envolvidas na competncia textualTRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramtica e interao: uma proposta para o ensino de gramtica no 1 e 2 graus. So Paulo: Cortez, 2006.

Capacidades envolvidas na Competncia textualCapacidade formativa (produzir e compreender um nmero de textos ilimitado; avaliar a boa ou formao de um texto dado);Capacidade transformativa (modificar um texto de diferentes maneiras e com diferentes fins e julgar se o produto dessas modificaes adequado ao texto base);Capacidade qualificativa (dizer a que tipo de texto pertence um dado texto);Concepes de linguagem e Concepes de texto, sujeito e sentidoKOCH, Inedore Grunfeld Villaa. Desvendando os segredos do texto. So Paulo: Cortez, 2009.Linguagem como cdigo/instrumento de comunicaoSujeito como (pr)determinado pelo sistemaTexto: produto da codificao de um emissorLeitor (decodificador) passivoLinguagem como interaoSujeito como atores/construtures sociaisTexto: lugar da interaoLeitor/interlocutor: sujeito ativo que se constroem no textoAvaliaoProduza um ensaio (mximo de trs laudas) sobre a concepo de linguagem que permeia sua relao com a leitura e a produo de textos. Esta atividade tem como objetivo principal levar o aluno a refletir acerca dos efeitos que as produes textuais acadmicas em sua rea de atuao podem vir a causar na comunidade.RefernciasBRASIL, Linguagens, cdigos e suas tecnologias. Braslia: Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Bsica, 2006 (Orientaes curriculares para o ensino mdio; volume 1) p. 23-31.

GERALDI, Joo Wanderley. Concepes de linguagem e ensino de portugus. In: GERALDI, Joo Wanderley. O texto em sala de aula. So Paulo: tica, 2004.

KOCH, Inedore Grunfeld Villaa. Desvendando os segredos do texto. So Paulo: Cortez, 2009.LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia. Gneros discursivos no ensino de leitura e produo de textos. In: MARCUSCHI, Luiz Antnio et al. (Org.). Gneros textuais: reflexes e ensino. 4. ed. So Paulo: Parbola Editorial, 2011.TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramtica e interao: uma proposta para o ensino de gramtica no 1 e 2 graus. So Paulo: Cortez, 1998.