45
IMPRENSA Rue de la Loi 175 B – 1048 BRUXELAS Tel.: +32 (0)2 281 8716 / 6319 Fax: +32 (0)2 281 8026 [email protected] http://www.consilium.europa.eu/Newsroom 15487/06 (Presse 330) 1 PT CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA PT C/06/330 15487/06 (Presse 330) (OR. en) COMUNICADO DE IMPRENSA 2767.ª sessão do Conselho Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores Bruxelas, 30 de Novembro e 1 de Dezembro de 2006 Presidente Liisa HYSSÄLÄ, Ministra da Saúde e dos Serviços Sociais Tuula HAATAINEN, Ministra dos Assuntos Sociais e da Saúde Tarja FILATOV, Ministra do Trabalho da Finlândia

CONSELHO DA PT C/06/330 - europa.eueuropa.eu/rapid/press-release_PRES-06-330_pt.pdf · Prazo de protecção do direito de autor 45 NOMEAÇÕES Comité das Regiões 45 . 30.XI.-1.XII

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I M P R E N S A

R u e d e l a L o i 1 7 5 B – 1 0 4 8 B R U X E L A S T e l . : + 3 2 ( 0 ) 2 2 8 1 8 7 1 6 / 6 3 1 9 F a x : + 3 2 ( 0 ) 2 2 8 1 8 0 2 6 [email protected] http://www.consilium.europa.eu/Newsroom

15487/06 (Presse 330) 1 PT

CONSELHO DAUNIÃO EUROPEIA PT

C/06/330

15487/06 (Presse 330)

(OR. en)

COMUNICADO DE IMPRENSA

2767.ª sessão do Conselho Emprego, Política Social, Saúde e Consumidores

Bruxelas, 30 de Novembro e 1 de Dezembro de 2006

Presidente Liisa HYSSÄLÄ, Ministra da Saúde e dos Serviços Sociais Tuula HAATAINEN, Ministra dos Assuntos Sociais e da Saúde Tarja FILATOV, Ministra do Trabalho da Finlândia

30.XI.-1.XII.2006

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Principais Resultados do Conselho

O Conselho adoptou:

– uma acção comum que prorroga o reforço temporário da Missão de Polícia da União Europeia em Kinshasa (EUPOL-"Kinshasa") até 31 de Dezembro de 2006.

– uma acção comum que prorroga o mandato da Missão de Vigilância da União Europeia (EUMM) nos Balcãs Ocidentais até 31 de Dezembro de 2007.

– uma decisão que concede uma assistência financeira excepcional num montante que não pode exceder EUR 50 milhões, tendo em vista minorar as dificuldades financeiras do Kosovo.

O Conselho alcançou um acordo político sobre:

– o projecto de decisão que institui o Segundo Programa de Acção Comunitária no domínio da Saúde (2007-2013).

– a decisão que estabelece, para o período de 2007 a 2013, o programa específico "Luta contra a violência (Daphne)".

30.XI.-1.XII.2006

1 Nos casos em que tenham sido formalmente aprovadas pelo Conselho declarações, conclusões ou resoluções, o facto é indicado no título do ponto em questão e o texto está colocado entre aspas.

Os documentos cuja referência se menciona no texto estão acessíveis no sítio Internet do Conselho http://www.consilium.europa.eu.

Os actos aprovados que são objecto de declarações para a acta que podem ser facultadas ao público vão assinalados por um asterisco; estas declarações estão disponíveis no sítio Internet do Conselho acima mencionado ou podem ser obtidas junto do Serviço de Imprensa.

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ÍNDICE1

PARTICIPANTES 5

PONTOS DEBATIDOS

SAÚDE PÚBLICA 8

– PROGRAMA NO DOMÍNIO DA SAÚDE 8

– SAÚDE EM TODAS AS POLÍTICAS (HIAP) – Conclusões do Conselho 8

– ESTRATÉGIA DA UE PARA MINIMIZAR OS EFEITOS NOCIVOS DO ÁLCOOL – Conclusões do Conselho 13

– REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL 17

– MOBILIDADE DOS DOENTES E EVOLUÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE NA UE 18

EMPREGO E POLÍTICA SOCIAL 19

– MODERNIZAR O DIREITO DO TRABALHO 19

– TRABALHO DIGNO PARA TODOS – Conclusões do Conselho 20

– GLOBALIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA 26

– PLATAFORMA DE ACÇÃO DE PEQUIM – Conclusões do Conselho 26

– OS HOMENS E A IGUALDADE ENTRE OS GÉNEROS – Conclusões do Conselho 31

– DAPHNE III 35

– PORTABILIDADE DOS DIREITOS À PENSÃO COMPLEMENTAR 36

– COORDENAÇÃO DOS SISTEMAS DE SEGURANÇA SOCIAL 38

DIVERSOS 39

30.XI.-1.XII.2006

15487/06 (Presse 330) 4 PT

OUTROS PONTOS APROVADOS

SAÚDE

Conferência sobre a Gripe Pandémica Aviária e Humana 40

POLÍTICA DOS CONSUMIDORES

Publicidade enganosa e comparativa 40

POLÍTICA EUROPEIA DE SEGURANÇA E DEFESA

República Democrática do Congo – Missão de Polícia da União Europeia (EUPOL-"Kinshasa") 40

POLÍTICA EXTERNA E DE SEGURANÇA COMUM

Balcãs Ocidentais – prorrogação da Missão de Vigilância da União Europeia 41

RELAÇÕES EXTERNAS

Kosovo – assistência financeira da EU 41

Cooperação com o Canadá 41

JUSTIÇA E ASSUNTOS INTERNOS

Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência – reformulação da legislação * 42

Projecto de orçamento da UE para 2007 42

ALARGAMENTO

Título de viagem provisório 43

DESENVOLVIMENTO

Prorrogação da Convenção relativa à Ajuda Alimentar 43

PESCAS

Acordo de pescas CE-Mauritânia 43

ENERGIA

Relações com o Cazaquistão 44

AMBIENTE

Qualidade exigida das águas conquícolas 45

PROPRIEDADE INTELECTUAL

Direito de aluguer e direito de comodato 45

Prazo de protecção do direito de autor 45

NOMEAÇÕES

Comité das Regiões 45

30.XI.-1.XII.2006

15487/06 (Presse 330) 5 PT

PARTICIPANTES

Os Governos dos Estados-Membros e a Comissão Europeia estiveram representados do seguinte modo:

Bélgica: Rudy DEMOTTE Ministro dos Assuntos Sociais e da Saúde Pública Jean-Claude MARCOURT Ministro da Economia e do Trabalho (Região da Valónia) Bruno TOBBACK Ministro do Ambiente e das Pensões Christian DUPONT Ministro da Função Pública, da Integração Social, da

Política das Grandes Cidades e da Igualdade de Oportunidades

República Checa: Pavel HROBOŇ Vice-Ministro da Saúde Petr ŠIMERKA Vice-Ministro do Trabalho e dos Assuntos Sociais (Pasta da Legislação, Direito do Trabalho, Salários e

Segurança no Trabalho)

Dinamarca: Claus Hjort FREDERIKSEN Ministro do Emprego Eva Kjer HANSEN Ministra dos Assuntos Sociais e da Igualdade de

Oportunidades

Alemanha: Franz MÜNTEFERING Vice-Chanceler e Ministro Federal do Trabalho e dos

Assuntos Sociais Ulla SCHMIDT Ministra Federal da Saúde Ursula VON DER LEYEN Ministra Federal da Família, da Terceira Idade, da

Condição Feminina e da Juventude

Estónia: Jaak AAB Ministro dos Assuntos Sociais

Grécia: Savvas TSITOURIDIS Ministro do Emprego e da Protecção Social Georgios KONSTANTOPOULOS Secretário de Estado da Saúde e da Solidariedade Social

Espanha: Ms Elena SALGADO MÉNDEZ Ministra da Saúde e da Defesa do Consumidor Mr Jesús CALDERA SÁNCHEZ-CAPITÁN Ministro do Trabalho e dos Assuntos Sociais

França: Xavier BERTRAND Ministro da Saúde e da Solidariedade Gérard LARCHER Ministro encarregado do Emprego, do Trabalho e da

Inserção Profissional dos Jovens

Irlanda: Mary HARNEY Vice-Primeira-Ministra (Tánaiste) e Ministra da Saúde e

da Infância Tony KILLEEN Ministro-Adjunto do Ministério da Empresa, do Comércio

e do Emprego (encarregado dos Assuntos Laborais incluindo a Formação)

Itália: Franca DONAGGIO Secretária de Estado da Solidariedade Social Alessandro PIGNATTI Representante Permanente Adjunto

Chipre: Charis CHARALAMBOUS Ministro da Saúde Antonis VASSILIOU Ministro do Trabalho e da Segurança Social

Letónia: Ilze STOBOVA Secretária de Estado, Ministério da Saúde

Lituânia: Rimvydas TURČINSKAS Ministro da Saúde Vilija BLINKEVIČIŪTĖ Ministra da Segurança Social e do Trabalho

30.XI.-1.XII.2006

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Luxemburgo: Mars DI BARTOLOMEO Ministro da Saúde e da Segurança Social Marie-Josée JACOBS Ministra da Família e da Integração, Ministra da Igualdade

de Oportunidades François BILTGEN Ministro do Trabalho e do Emprego, Ministro da Cultura,

do Ensino Superior e da Investigação, Ministro dos Cultos

Hungria: Ágnes HORVÁTH Secretária de Estado, Ministério da Saúde Gábor CSIZMÁR Secretário de Estado, Ministério dos Assuntos Sociais e do

Trabalho

Malta: Louis DEGUARA Ministro da Saúde, da Terceira Idade e dos Cuidados

Comunitários Dolores CRISTINA Ministra da Família e da Solidariedade Social

Países Baixos: Johannes Franciscus HOOGERVORST Ministro da Saúde, do Bem-Estar e do Desporto Aart Jan de GEUS Ministro dos Assuntos Sociais e do Emprego

Áustria: Maria RAUCH-KALLAT Ministra Federal da Saúde e da Condição Feminina Martin BARTENSTEIN Ministro Federal da Economia e do Trabalho

Polónia: Anna KALATA Ministra do Trabalho e da Política Social Kazimierz KUBERSKI Subsecretário de Estado, Ministério do Trabalho e da

Política Social

Portugal: António CORREIA DE CAMPOS Ministro da Saúde José VIEIRA DA SILVA Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social

Eslovénia: Andrej BRUČAN Ministro da Saúde

Eslováquia: Viera TOMANOVÁ Ministra do Trabalho, dos Assuntos Sociais e da Família Daniel KLAČKO Secretário de Estado, Ministério da Saúde

Finlândia: Liisa HYSSÄLÄ Ministra da Saúde e dos Serviços Sociais Tuula HAATAINEN Ministra dos Assuntos Sociais e da Saúde Tarja FILATOV Ministra do Trabalho

Suécia: Maria LARSSON Ministra da Terceira Idade e da Saúde Pública Sven Otto LITTORIN Ministro do Emprego Cristina HUSMARK PEHRSSON Ministra da Segurança Social

Reino Unido: Rosie WINTERTON Ministra-Adjunta para os Serviços de Saúde Jim FITZPATRICK Subsecretário de Estado Parlamentar das Relações

Laborais e dos Consumidores

Comissão: Vladimir ŠPIDLA Membro Markos KYPRIANOU Membro

Os Governos dos Estados aderentes estiveram representados do seguinte modo:

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Bulgária: Radoslav Nenkov GAYDARSKI Ministro da Saúde Emilia MASLAROVA Ministra do Trabalho e dos Assuntos Sociais

Roménia: Anton Vlad ILIESCU Secretário de Estado, Ministério da Saúde Gheorghe BARBU Ministro do Trabalho, da Solidariedade Social e da

Família

30.XI.-1.XII.2006

15487/06 (Presse 330) 8 PT

PONTOS DEBATIDOS

SAÚDE PÚBLICA

– PROGRAMA NO DOMÍNIO DA SAÚDE

O Conselho alcançou, por unanimidade, um acordo político sobre um projecto de decisão que institui o Segundo Programa de Acção Comunitária no domínio da Saúde (2007-2013) (15250/06).

Os principais objectivos do programa no domínio da saúde são:

– Melhorar a segurança sanitária dos cidadãos;

– Promover a saúde;

– Produzir e divulgar conhecimento e informação sobre a saúde.

O montante orçamentado proposto ascende a EUR 324 150 0001.

O projecto de decisão deverá substituir a Decisão n.º 1786/2002/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Setembro de 2002, que aprova um programa de acção comunitária no domínio da saúde pública (2003-2008)2.

Base jurídica proposta: artigo 152.º do Tratado. É necessária a maioria qualificada para que o Conselho delibere, e é aplicável o processo de co-decisão com o Parlamento Europeu. O Parlamento Europeu emitiu o seu parecer em primeira leitura em 16 de Março de 2006 (7537/06). Em 29 de Maio de 2006, a Comissão apresentou uma proposta alterada (9905/06). O Conselho procurará alcançar um acordo com o Parlamento Europeu em segunda leitura.

– SAÚDE EM TODAS AS POLÍTICAS (HIAP) – Conclusões do Conselho

O Conselho adoptou as seguintes conclusões:

"O Conselho da União Europeia

1. RECORDA

– o artigo 152.º do Tratado que institui a Comunidade Europeia, que declara que na definição e execução de todas as políticas e acções da Comunidade todas as Instituições comunitárias assegurarão um elevado nível de protecção da saúde;

1 Preços de 2004. 2 JO L 271 de 9.10.2002, p.1. Decisão com a redacção que lhe foi dada pela Decisão n.º 786/2004/CE (JO L 138

de 30.4.2004, p.7).

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– o empenho de longa data do Conselho nas políticas de saúde transectoriais, expresso em várias resoluções e conclusões do Conselho1;

– a resolução do Conselho sobre a acção em matéria de determinantes da saúde2 adoptada em 29 de Junho de 2000, em que se afirma que algumas determinantes da saúde podem ser influenciadas pela acção do próprio indivíduo e outras pelos esforços organizados da sociedade;

– a Resolução do Conselho, de 14 de Dezembro de 2000, sobre a saúde e a nutrição3;

– as conclusões do Conselho sobre os malefícios ligados ao álcool4 (5 de Junho de 2001); o stress e a depressão5 (15 de Novembro de 2001); a obesidade6 (2 de Dezembro de 2002); estilos de vida saudáveis: educação, informação e comunicação7 (2 de Dezembro de 2003); o álcool e os jovens (2 de Junho de 2004); obesidade, nutrição e actividade física (3 de Junho de 2005); promoção de estilos de vida saudáveis e prevenção da diabetes tipo 28 (2 de Junho de 2006); e a saúde das mulheres9, chamam todas elas a atenção para a diversidade de factores que na sociedade têm efeito sobre a saúde;

– a Resolução do Conselho, de 18 de Novembro de 1999, relativa à promoção da saúde mental 10 que salienta que a saúde mental é parte integrante da saúde;

2. FRISA que a saúde e o bem-estar dos cidadãos europeus são valores importantes per se;

3. SALIENTA que a saúde é largamente determinada por determinantes da saúde exteriores aos serviços ligados aos cuidados de saúde;

4. REITERA que muitas determinantes da saúde prendem-se com opções e estilos de vida individuais, outras havendo que estão para além do controlo dos indivíduos e da política de saúde;

1 Resolução do Conselho e dos Ministros da Saúde reunidos no Conselho, de 11 de Novembro de 1991, sobre as opções

fundamentais da política da saúde (JO C 304 de 23.11.1991 p. 5); Resolução do Conselho, de 2 de Junho de 1994, relativa ao quadro de acção da Comunidade no domínio da saúde pública (JO C 165 de 17.6.1994, p. 1); Resolução do Conselho, de 20 de Dezembro de 1995, relativa à integração dos requisitos de protecção da saúde nas políticas comunitárias (JO C 350 de 30.12.1995, p. 2); Resolução do Conselho, de 12 de Novembro de 1996, relativa à integração dos requisitos de protecção da saúde nas políticas comunitárias, (JO C 374 de 11.12.1996, p. 3); Conclusões do Conselho, de 30 de Abril de 1998 e 8 de Junho de 1999, sobre a integração dos requisitos de protecção da saúde nas políticas comunitárias (JO C 169 de 4.6.1998 p. 1; JO C 195 de 13.7.1999, p. 4); Resolução do Conselho, de 18 de Novembro de 1999, sobre a garantia da protecção da saúde em todas as políticas e acções da Comunidade (JO C 86 de 24.3.2000, p. 3).

2 JO C 218 de 31.7.2000, p. 8. 3 JO C 20 de 23.1.2001, p. 1. 4 JO C 175 de 20.6.2001, p. 1. 5 JO C 6 de 9.1.2002, p. 1. 6 JO C 11 de 17.1.2003, p. 3. 7 JO C 22 de 27.1.2004, p. 1. 8 JO C 147 de 23.6.2006, p. 4. 9 JO C 146 de 22.6.2006, p. 1. 10 JO C 86 de 24.3.2000, p. 1.

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5. RECONHECE que as políticas podem ter impactos positivos ou negativos nas determinantes da saúde e que esses impactos repercutem-se nos resultados sanitários e no estado de saúde da população; enquanto que há um tempo morto significativo entre as decisões políticas e o seu impacto nos resultados sanitários, os efeitos sobre as determinantes da saúde podem ser observados muito mais cedo;

6. SUBLINHA que os impactos das determinantes da saúde distribuem-se desigualmente entre os grupos populacionais, do que resultam desigualdades em termos de saúde;

7. CONSIDERA que os ambientes do quotidiano, tais como os centros de dia, as escolas, os locais de trabalho, os bairros e as deslocações entre uns e outros têm efeitos significativos para a saúde; e que a saúde, por seu turno, tem um efeito sobre a economia ao permitir uma participação activa e produtiva na vida profissional;

8. CONSIDERA que os estilos de vida resultam não apenas das decisões individuais mas também da disponibilidade de apoio e do apoio dado às escolhas saudáveis nos ambientes do quotidiano;

9. APELA para uma acção societal vasta na abordagem das determinantes da saúde, sobretudo os regimes alimentares inadequados, a falta de actividade física, os malefícios do consumo de álcool, o tabagismo e o stress psicossocial, dado que a capacidade do indivíduo para controlar essas determinantes que concorrem para os principais problemas de saúde pública está fortemente associada a determinantes societárias da saúde mais gerais, como o nível de instrução e os recursos económicos disponíveis;

10. REGISTA COM AGRADO os esforços da Comissão relativamente à saúde em todas as políticas, que incluem os relatórios empreendidos na década de 1990; o desenvolvimento de metodologias para a avaliação do impacto sobre a saúde e a avaliação do impacto sobre os sistemas de saúde, a definição em 2005 de um método de avaliação de impacto integrada que nas suas directrizes compreendia uma referência concreta à saúde e aos sistemas de saúde, e a atenção prestada às questões intersectoriais como parte da sua abordagem estratégica para cumprir o requisito do Tratado;

11. REGISTA COM AGRADO a saliência acrescida conferida à saúde no quadro da estratégia de desenvolvimento sustentável, e a inclusão de um indicador de saúde no conjunto central de Indicadores Estruturais Europeus, que salienta a importância da saúde para a economia da Comunidade;

12. ACOLHE COM AGRADO a Conferência sobre a Saúde em todas as políticas realizada em Kuopio, Finlândia, em 20-21 de Setembro de 2006, que sublinhou a necessidade de ter em maior consideração os impactos sobre a saúde na tomada de decisão em todos os sectores políticos a diversos níveis a fim de proteger, manter e melhorar o estado de saúde da população; e toma nota dos resultados da conferência, em especial que

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– muitas políticas comunitárias possuem um impacto potencial positivo ou negativo sobre a saúde, que é mediado por algumas determinantes da saúde;

– com uma base de conhecimentos melhorada em matéria de determinantes da saúde e uma análise das relações entre os efeitos aumentariam significativamente as possibilidades de uma elaboração de políticas informada e de coerência das políticas e o desenvolvimento de políticas que reforcem a coesão social e o capital social e melhorem a saúde e a protecção e contribuam pois para uma maior produtividade e crescimento económico na UE;

– as principais determinantes da saúde influenciadas pelas políticas comunitárias devem ser relevadas e acompanhadas, e as suas tendências objecto de relatórios periódicos; os impactos sanitários das políticas mais críticas para a saúde devem também ser avaliados sistematicamente e os resultados ser amplamente divulgados utilizando as medidas disponíveis, designadamente o programa-quadro de investigação;

– os objectivos relacionados com as determinantes da saúde devem ser incluídos em todos os sectores das políticas comunitárias, tendo presente o impacto sobre a economia na sua globalidade; respeita este concretamente às políticas económicas, do emprego, de coesão e de competitividade e à saúde e segurança no trabalho;

– muitas políticas com objectivos de saúde sobrepostos beneficiariam de uma colaboração intersectorial com objectivos comuns; respeita esta concretamente às políticas do emprego, sociais e da saúde na melhoria da saúde e segurança no trabalho; e às políticas de ambiente e dos transportes no desenvolvimento de soluções saudáveis e sustentáveis para apoiar o ambiente e o planeamento urbano;

– o estado de saúde da população pode ser melhorado reduzindo as desigualdades em termos de saúde, sendo a forma mais eficaz uma acção intersectorial ampla;

– a melhoria do estado de saúde da população tem repercussões positivas para o desenvolvimento social geral e a economia, e para as despesas com a saúde;

– uma acção ampla, abrangendo todos os sectores políticos, completa as tarefas mais concretas desempenhadas pelo sector da saúde; instituições de saúde pública e de cuidados de saúde e profissionais da saúde devem actuar como advogados e peritos para o trabalho intersectorial;

13. INSTA a Comissão, os Estados-Membros e o Parlamento Europeu

– a velarem pela visibilidade e a valorização da saúde no desenvolvimento da legislação e das políticas da UE, designadamente através de avaliações do impacto na saúde;

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14. CONVIDA a Comissão

– a definir um plano de trabalho sobre saúde em todas as políticas com particular destaque para a equidade na saúde e a ponderar a inclusão dessas actividades na sua nova estratégia para a saúde;

– a salientar a equidade e as influências das outras políticas sobre a saúde pública nas suas futuras iniciativas sobre questões de saúde;

– a estudar, e sempre que necessário aprofundar, o desenvolvimento de mecanismos de coordenação para assegurar que as considerações de saúde são tidas em consideração na tomada de decisão em todos os sectores, incluindo os tratados internacionais, sistemática e estruturadamente;

– a continuar a desenvolver a base de conhecimentos e a metodologia necessárias para compreender melhor as determinantes da saúde e os modos como são afectadas pelas políticas públicas a todos os níveis, incluindo o intercâmbio de boas práticas e de informação sobre políticas intersectoriais através por exemplo da avaliação ex-post, em estreita colaboração com a Comissão da OMS para as Determinantes Sociais da Saúde;

– a fornecer informação sobre as tendências nas determinantes da saúde e o nexo entre a saúde pública e o desenvolvimento económico e social na União Europeia, ao nível nacional e regional;

– aproveitar as sinergias entre sectores políticos com objectivos interligados por exemplo através da cooperação em programas, em especial no que respeita à saúde no trabalho;

– a estimular e apoiar o intercâmbio de boas práticas e de informação sobre políticas intersectoriais entre sectores comunitários, Estados-Membros e outras partes interessadas, com especial tónica nas desigualdades em termos de saúde; e a apoiar o reforço de capacidades na política de saúde intersectorial;

– a cooperar com as organizações internacionais sobre questões relacionadas com as políticas intersectoriais;

– a assegurar a apresentação de um relatório sobre as suas práticas actuais em matéria de avaliações do impacto na saúde e, inicialmente até 2009 e posteriormente a intervalos adequados, sobre as acções mais essenciais para se assegurar um elevado nível de protecção de saúde em todas as políticas e acções comunitárias;

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15. CONVIDA os Estados-Membros

– a desenvolverem a base de conhecimentos sobre a saúde, suas determinantes e respectivas tendências, e sobre as desigualdades em termos de saúde;

– a terem em conta na elaboração e aplicação das suas políticas nacionais o valor acrescentado proporcionado pela cooperação entre os poderes públicos, os parceiros sociais, o sector privado e as organizações não governamentais pela saúde pública;

– a empreenderem, sempre que oportuno, uma avaliação do impacto na saúde das principais iniciativas políticas com potenciais incidências para a saúde;

– a prestarem especial atenção ao impacto que as principais políticas governamentais têm sobre a equidade na saúde, incluindo a saúde mental, e a providenciarem as medidas necessárias para sanar as desigualdades em termos de saúde;

– a concentrarem-se no reforço da capacidade de análise política e no aperfeiçoamento de políticas intersectoriais;

16. CONVIDA o Parlamento Europeu

– a aplicar mecanismos parlamentares que garantam uma cooperação transectorial eficaz favorável a um elevado nível de protecção da saúde em todos os sectores políticos;

– a ter em conta e realizar avaliações do impacto na saúde das propostas legislativas e não legislativas;

– a analisar os impactos sanitários, com particular destaque para a equidade na saúde, da tomada de decisão em todos os sectores políticos."

– ESTRATÉGIA DA UE PARA MINIMIZAR OS EFEITOS NOCIVOS DO ÁLCOOL – Conclusões do Conselho

O Conselho efectuou um debate de orientação e, seguidamente, aprovou as seguintes conclusões:

"O Conselho da União Europeia

1. RECORDA

– o artigo 152.º do Tratado CE, que determina que na definição e execução de todas as políticas e acções da Comunidade será assegurado um elevado nível de protecção da saúde,

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– a Resolução do Conselho sobre a acção em matéria de determinantes da saúde1, que salienta a importância de levar por diante, de forma totalmente coerente e sistemática, os trabalhos nessa matéria,

– a Recomendação do Conselho sobre o consumo de álcool pelos jovens, em especial por crianças e adolescentes2, que convidava a Comissão, em cooperação com os Estados--Membros, a utilizar plenamente todas as políticas comunitárias a fim de resolver as questões abrangidas pela recomendação, designadamente o desenvolvimento a nível nacional e europeu de políticas de promoção da saúde atentas ao problema do álcool;

2. RECORDA ESPECIFICAMENTE

– as Conclusões do Conselho de Junho de 2001 sobre uma estratégia comunitária para reduzir os malefícios ligados ao álcool3, que salientava que o álcool é uma das determinantes-chave da saúde na Comunidade Europeia e convidava a Comissão a apresentar propostas para uma estratégia comunitária global de redução dos efeitos nocivos do álcool, incluindo, nomeadamente, um leque coordenado de actividades comunitárias em todos os domínios de acção pertinentes para assegurar um nível elevado de protecção da saúde em sectores como a investigação, a protecção do consumidor, os transportes, a publicidade, a comercialização, os patrocínios, os impostos especiais de consumo e outras matérias do mercado interno, no pleno respeito das competências dos Estados-Membros,

– as Conclusões do Conselho de Junho de 2004 sobre o álcool e os jovens4, em que se reiterava o convite à Comissão para que apresentasse uma estratégia global destinada a reduzir os malefícios do álcool e se destacava a necessidade de consagrar maior atenção aos aspectos de saúde pública noutras políticas;

3. RECONHECE que, em 2005, todos os Estados-Membros da União Europeia apoiaram a adopção de uma resolução relativa à aprovação de um enquadramento para a política relacionada com o álcool na Região Europa da OMS e, na 58.ª Assembleia Mundial de Saúde, apoiaram igualmente a adopção de uma resolução sobre problemas de saúde pública causados pelo consumo nocivo de álcool;

4. ASSINALA que muitas políticas comunitárias têm um impacto potencial, positivo ou negativo, na saúde e salienta a importância de se ter em conta o impacto sanitário na tomada de decisões em todos os sectores das políticas;

1 JO C 218 de 31.07.2000. 2 JO L 161 de 16.06.2001. 3 JO C 175 de 20.06.2001. 4 9507/04.

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5. SUBLINHA que o Tribunal de Justiça Europeu tem afirmado repetidamente que a saúde pública estão na primeira linha dos interesses protegidos pelo artigo 30.º do Tratado e que cabe aos Estados-Membros, dentro dos limites impostos pelo Tratado, decidir o nível de protecção sanitária que pretendem assegurar através das políticas e de legislação nacionais;1

6. DESTACA que o consumo nocivo e perigoso de álcool por parte da população constitui um dos maiores factores de risco para a saúde e a segurança públicas, é um factor que contribui para um vasto leque de problemas de saúde, incluindo as lesões, e está associado a efeitos nefastos no plano social como a violência doméstica, os distúrbios na via pública, a violência e a exclusão social;

7. SALIENTA que em muitos casos os efeitos nocivos do álcool afectam outras pessoas para além dos próprios consumidores; incluem-se aqui os efeitos nocivos para os fetos, o sofrimento de familiares, a morte e lesões de terceiros em acidentes rodoviários e a perda de produtividade no trabalho;

8. ASSINALA que os efeitos nocivos do álcool contribuem para a desigualdade sanitária entre grupos populacionais, de que são exemplo o nível e a natureza dos efeitos nocivos do álcool nos homens e nas mulheres, e para o aumento das disparidades no domínio da saúde entre Estados-Membros;

9. CONSIDERA que o primeiro objectivo das políticas no domínio do álcool deve ser a redução dos efeitos nocivos do álcool, e que essa redução contribuiria para promover o crescimento e o emprego e para reforçar a produtividade e a competitividade europeias;

10. SALIENTA a competência dos Estados-Membros para desenvolver e reforçar políticas nacionais no domínio do álcool adaptadas às necessidades e situações nacionais;

11. REGISTA que os sectores da produção de bebidas alcoólicas, da venda a retalho e da hotelaria podem dar o seu contributo cumprindo as regulamentações nacionais e assegurando o respeito de padrões éticos elevados, especialmente nas fases de desenvolvimento e de comercialização de produtos alcoólicos que procurem atrair a atenção de crianças e jovens, bem como através de uma atitude responsável na venda e serviço de mesa e bar de bebidas alcoólicas, por forma a evitar o consumo excessivo e os efeitos nocivos da embriaguez;

1 Processo C-320/93 Ortscheit [1994] Col. I-5243, ponto 16; Processo C-394/97 Heinonen [1999] Col. I-3599, ponto 45;

Processo C-434/04 Ahokainen e Leppik [2006] Col. I – ponto 33; Processos C-1/90 e C-176/90 Aragonesa [1991] Col. I – 4151, ponto 16; Processo C-405/98 KO [2001] Col. I-1795, ponto 29; Processo C-262/02 Comissão [2004] Col. I-6569, ponto 24.

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12. SAÚDA a comunicação da Comissão relativa a uma estratégia comunitária para apoiar os Estados-Membros na minimização dos efeitos nocivos do álcool1 enquanto passo importante para uma abordagem comunitária global e coerente de combate aos efeitos nefastos do consumo excessivo de álcool para a saúde e o bem-estar na Europa;

13. CONCORDA com a Comissão quanto aos temas prioritários indicados: proteger jovens, crianças e crianças por nascer; reduzir o número de feridos e mortos devidos a acidentes de viação provocados pelo álcool; prevenir os efeitos nocivos do álcool nos adultos e reduzir as repercussões negativas no local de trabalho; e garantir que os cidadãos da UE recebam informações relevantes sobre os riscos do consumo de álcool;

14. SUSBCREVE as acções previstas pela Comissão para desenvolver uma base de dados comum, completa e fiável sobre o consumo de álcool e os efeitos nocivos do seu consumo a nível social e sanitário e sobre o impacto das medidas em matéria de álcool e consumo de álcool na produtividade e no desenvolvimento económico;

15. SUBLINHA a necessidade de assegurar que as oportunidades para prevenir os efeitos do consumo de álcool na saúde e na segurança públicas sejam abordadas de forma coerente nas políticas comunitárias relevantes e, especialmente, nos domínios já referidos nas Conclusões do Conselho de Junho de 2001 sobre uma estratégia comunitária para reduzir os malefícios ligados ao álcool;

16. CONVIDA a Comissão a:

– prosseguir a sua abordagem sistemática e sustentável de resolução a nível europeu dos problemas derivados do consumo de álcool, incluindo o recurso à avaliação de impacto sanitário das acções da Comunidade cuja dimensão sanitária seja evidente,

– continuar a apoiar energicamente os esforços dos Estados-Membros para prosseguir, reforçar ou desenvolver políticas nacionais no domínio do álcool com o objectivo de reduzir os efeitos nocivos do álcool,

– ter em conta e aplicar coerentemente as disposições do Tratado em matéria de protecção da saúde pública e mercado interno;

– assegurar uma representação equilibrada das várias partes interessadas, incluindo os profissionais da saúde pública, as organizações não-governamentais e os produtores de bebidas alcoólicas, bem como os sectores da venda a retalho e da hotelaria, aquando da preparação do Fórum sobre Álcool e Saúde previsto na sua Comunicação,

– desenvolver indicadores-chave mensuráveis que permitam acompanhar os progressos na redução dos efeitos nocivos do álcool a nível comunitário, designadamente nos domínios de acção prioritários,

1 14851/06.

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– informar regularmente, a partir de 2008, sobre a evolução das actividades da Comissão na implementação da Estratégia da UE no domínio do álcool e sobre as actividades de que tenha sido informada pelos Estados-Membros, bem como do seu impacto a nível da UE e nos Estados-Membros, incluindo uma avaliação das reacções das diferentes partes interessadas;

17. EXORTA os Estados-Membros a:

– encorajar uma abordagem multi-sectorial da prevenção dos efeitos nocivos do álcool, a fim de garantir a participação de todas as áreas da gestão pública a todos os níveis nacionais,

– reforçar e desenvolver, caso não estejam já implementadas, estratégias ou planos de acção nacionais coordenados, para reduzir os efeitos nocivos do álcool, zelando pela sua aplicação efectiva e prestando apoio às iniciativas tomadas a todos os níveis nacionais e às medidas adaptadas a circunstâncias internas,

– conceder um destaque específico à aplicação da legislação nacional susceptível de contribuir para a redução dos efeitos nocivos do álcool, tais como a legislação sobre o álcool ao volante e a venda e o serviço de mesa e bar de bebidas alcoólicas,

– recolher informação pertinente e comparável sobre o consumo de álcool e sobre os efeitos nocivos do álcool,

– dar o seu total apoio à estratégia definida pela Comissão e facilitar a sua implementação a nível nacional e comunitário."

– REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL

O Conselho procedeu a uma troca de pontos de vista sobre o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), que teve fundamentalmente por objectivo confirmar que:

a) Há uma vontade forte de aplicar o RSI de forma plena e atempada, bem como de aplicar de forma voluntária e precoce as disposições do RSI relevantes para enfrentar os riscos que representam a gripe aviária e a gripe pandémica;

b) Não são necessárias reservas decorrentes do acervo comunitário. A opinião prevalecente expressa durante os debates é que será necessária uma posição coordenada da UE sobre possíveis reservas de países terceiros.1

1 Artigo 62.º do RSI.

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c) Nos termos da Decisão 2119/98/CE, que institui uma rede de vigilância epidemiológica e de controlo das doenças transmissíveis na Comunidade1, os Estados-Membros devem notificar a Comunidade sobre surtos e efectuar consultas recíprocas em conjugação com a Comissão, para coordenarem as respectivas medidas. Os Estados-Membros consideraram que, a fim de evitar qualquer atraso, a OMS deve ser notificada de eventuais situações de emergência em matéria de saúde pública de âmbito internacional ao mesmo tempo que a rede comunitária;

d) O papel da UE na implementação do RSI, incluindo a colaboração entre a OMS e a UE, deve ser analisado de forma mais aprofundada e desenvolvida a nível do Conselho.

O RSI revisto foi adoptado pela Assembleia Mundial da Saúde em 23 de Maio de 2005, e entrará em vigor em 16 de Junho de 2007. O objectivo e o âmbito da RSI consistem em prevenir a propagação de doenças, assegurar protecção contra essa propagação, controlá-la e garantir uma resposta de saúde pública à propagação internacional de doenças de forma proporcional e limitada aos riscos de saúde pública e que evite interferências desnecessárias no tráfego e nas trocas comerciais internacionais. O RSI estabelece igualmente um código de procedimentos e práticas único para as medidas de saúde pública de rotina a aplicar nos aeroportos e portos internacionais e em alguns postos de fronteira terrestres.

A Comunidade Europeia é parte contratante no RSI, juntamente com os Estados-Membros.

Esta questão foi abordada na sequência da Comunicação da Comissão que procura clarificar o papel da Comunidade na implementação do RSI (13501/06).

– MOBILIDADE DOS DOENTES E EVOLUÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE NA UE

O Conselho procedeu a uma troca de pontos de vista sobre o acompanhamento do processo de reflexão a alto nível sobre a mobilidade dos doentes e a evolução dos cuidados de saúde na UE, que teve fundamentalmente por objectivo confirmar que:

a) Os trabalhos do Grupo de Alto Nível sobre os Serviços de Saúde e Cuidados Médicos (GAN), instituído pela Comissão, e dos seus diferentes subgrupos têm sido frutuosos e produziram resultados concretos, tais como o estabelecimento de uma vasta Rede Europeia para a Avaliação das Tecnologias da Saúde e de orientações sobre a aquisição de tratamentos no estrangeiro;

b) Existe apoio para continuar a cooperação a nível do GAN em matérias relacionadas com os cuidados de saúde que podem resultar num valor acrescentado significativo. Nos seus trabalhos, o GAN tomará em consideração as conclusões do Conselho sobre os valores e princípios dos sistemas de cuidados de saúde da UE.

1 JO L 268 de 3.10.1998, p. 1.

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c) A Comissão deve informar o Conselho sobre os seus planos no que respeita ao futuro do GAN.

Este debate surgiu na sequência das conclusões do Conselho, de 2004, sobre a mobilidade dos doentes e a evolução dos cuidados de saúde na União Europeia (9507/04).

EMPREGO E POLÍTICA SOCIAL

– MODERNIZAR O DIREITO DO TRABALHO

O Conselho procedeu a uma troca de opiniões preliminar sobre o Livro Verde da Comissão intitulado "Modernizar o direito do trabalho para enfrentar os desafios do século XXI", que faz parte do processo de consulta pública em que participam todas as partes interessadas e conduzirá à elaboração de uma comunicação de seguimento cuja apresentação à Comissão prevê apresentar para 2007.

A maior parte das delegações salientou a necessidade de maior flexibilidade nos mercados de trabalho na Europa com vista à promoção da actividade económica e do aumento do nível de emprego e da produtividade. No entanto, salientaram também que essa flexibilidade deve ser acompanhada de um nível acordado de normas mínimas sobre as condições de trabalho compatível com uma abordagem de flexigurança. A este respeito, foi dada uma atenção particular:

– à necessidade de um diálogo social construtivo;

– à necessidade de ter em conta as características específicas dos mercados de trabalho nacionais, mantendo concomitantemente normas mínimas a nível europeu;

– à necessidade de evitar medidas susceptíveis de provocar a fragmentação do mercado, redução dos direitos dos trabalhadores e a falta de segurança do emprego;

– à necessidade de abordar a situação dos trabalhadores que, embora formalmente sejam "independentes", dependem economicamente de um único cliente ou empregador principal para a sua fonte de rendimento;

– à necessidade de uma aplicação efectiva do direito do trabalho, incluindo a repressão do trabalho não declarado;

– à necessidade de conciliar melhor a vida profissional e familiar e de remover os desincentivos à participação das mulheres no mercado de trabalho;

– à necessidade de lutar contra todas as formas de discriminação no mercado de trabalho a fim de promover a coesão social.

Durante os debates, diversas delegações apelaram ao desenvolvimento de novos esforços para alcançar acordo sobre a directiva relativa ao tempo de trabalho.

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– TRABALHO DIGNO PARA TODOS – Conclusões do Conselho

O Conselho adoptou as seguintes conclusões:

"Tendo em conta a Comunicação da Comissão intitulada "Promover um trabalho digno para todos – contributo da União Europeia para a realização da agenda do trabalho digno no mundo" publicada em Maio de 20061;

CONSIDERANDO O SEGUINTE:

1. Os valores da justiça social e da igualdade de oportunidades e o respeito pelos direitos humanos são parte integrante do direito comunitário e componentes importantes das políticas internas e externas da União Europeia;

2. A comunidade internacional está empenhada em promover um trabalho digno para todos, preconizado nos resultados da Cimeira Mundial das Nações Unidas de 2005 e na declaração ministerial da componente de alto nível do Conselho Económico e Social das Nações Unidas de 2006;

3. Em 16-17 de Dezembro de 2004 e em 16-17 de Junho de 2005, o Conselho Europeu sublinhou a importância de fortalecer e de ter em conta a dimensão social da mundialização em diversas políticas internas e externas e na cooperação internacional;

4. Em 22-23 de Março de 2005, o Conselho Europeu, na Estratégia de Lisboa revista para o Crescimento e o Emprego e na Estratégia Europeia em matéria de desenvolvimento sustentável, sublinhou a importância de desenvolver a vida profissional de uma forma sustentável do ponto de vista social;

5. Em 21 de Julho de 2003, o Conselho exprimiu o seu apoio à promoção de normas laborais fundamentais e à melhoria da governação social no contexto da globalização2 e salientou, em 3 de Março de 2005, que promover um trabalho digno para todos é uma componente necessária do fortalecimento da dimensão social da globalização3;

1 COM(2006) 249 final, acompanhado por SEC(2006) 643. 2 11555/03. 3 6286/05.

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O CONSELHO

1. Recorda que a promoção do emprego, da coesão social e do trabalho digno para todos está consignada na Agenda Europeia de Política Social e no Consenso Europeu sobre a política de desenvolvimento da União Europeia1 e que a Agenda Europeia de Política Social compreende igualmente a dimensão externa do emprego, a política social e a igualdade de oportunidades;

2. ASSINALA com satisfação que a agenda do trabalho digno da Organização Internacional do Trabalho assenta numa abordagem integrada, que contempla o emprego produtivo e escolhido de livre vontade e o respeito integral pelos direitos no trabalho e inclui as normas laborais fundamentais, o diálogo social, a protecção social (incluindo a saúde e a segurança no local de trabalho) e a igualdade entre os homens e mulheres;

3. Frisa que a agenda do trabalho digno se coaduna com os valores e princípios da União assim como com os seus objectivos de competitividade económica e justiça social;

4. Recorda o compromisso de conduzir as políticas internas e externas da UE de forma coerente, contribuindo assim para maximizar os benefícios e reduzir ao mínimo os custos da globalização para todos os grupos e em todos os países, tanto dentro como fora da UE, como salientado nas Conclusões do Conselho de 3 de Março de 2005 (ponto 4);

5. SALIENTA que a promoção de um trabalho digno tem por objectivo a melhoria global das condições de vida e de trabalho para todos, e inclui, para o efeito, o apoio à integração do sector informal na economia em geral;

6. ACORDA em que a promoção de trabalho digno inclui também uma melhor gestão da migração económica;

7. REALÇA a importância de uma participação forte dos parceiros sociais, da comunidade empresarial e da sociedade civil em geral em iniciativas relacionadas com o trabalho digno, e EXORTA as empresas e todas as outras partes interessadas pertinentes a promoverem o trabalho digno por meio de acções no domínio da responsabilidade social das empresas que completem a legislação e as negociações colectivas e a terem em conta as normas acordadas internacionalmente;

1 Declaração conjunta do Conselho e dos representantes dos governos dos Estados-Membros reunidos no Conselho, do

Parlamento Europeu e da Comissão sobre a política de desenvolvimento da União Europeia, 20 de Dezembro de 2005 (JO C46 de 24.2.2006, p. 1).

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8. RECORDA o seu apoio a um diálogo e a uma cooperação mais intensos entre as organizações internacionais pertinentes, incluindo as Nações Unidas, e em especial a OIT, as instituições de Bretton Woods e a Organização Mundial do Comércio, na promoção de um trabalho digno para todos, e recorda a necessidade de esforços acrescidos conjuntos da UE e de outros parceiros para assegurar uma coerência política efectiva entre essas instituições internacionais1;

9. Congratula-se com o aumento do interesse por um trabalho digno por parte de países e regiões parceiros e pela aceitação da agenda do trabalho digno em diversas instâncias internacionais e regionais (África, Ásia e Américas);

Trabalho digno na UE

1. FRISA que, a fim de fortalecer a competitividade da UE de uma forma sustentável do ponto de vista social, é importante que se melhore a produtividade promovendo o trabalho digno e a qualidade da vida profissional, nomeadamente a saúde e a segurança no local de trabalho, combinando a flexibilidade e a segurança, a aprendizagem ao longo da vida, as boas relações de trabalho, bem como uma melhor conciliação entre trabalho e vida privada; REALÇA que o combate contra a discriminação entre homens e mulheres e todas as outras formas de discriminação, à luz do artigo 13.º do TCE, assim como a promoção da inserção social dos grupos vulneráveis, são parte integrante dos esforços em direcção a um trabalho digno;

2. SUBLINHA o empenho da UE no trabalho digno e RECORDA que os seus Estados--Membros ratificaram um grande número de convenções da OIT, de entre as quais as convenções relativas às normas laborais fundamentais; REALÇA a pertinência da agenda do trabalho digno para os países candidatos à UE e a complementaridade de determinadas convenções e estratégias da OIT com o acervo comunitário;

3. ACOLHE com agrado o compromisso assumido pela Comissão na sua comunicação sobre o trabalho digno de incentivar e facilitar a ratificação e a aplicação das convenções da OIT em matéria de normas laborais fundamentais, e de outras convenções da OIT por ela consideradas actualizadas;

Trabalho digno e relações bilaterais e regionais

1. REALÇA a importância de promover o emprego, a coesão social e o trabalho digno para todos nas políticas externas da UE, as relações e os diálogos bilaterais e regionais, incluindo a política de vizinhança da UE e os programas de cooperação com regiões e países terceiros, a cooperação entre os ministros do Trabalho e do Emprego ASEM, iniciada em Potsdam em 2006, e o seguimento da cimeira UE-América Latina e Caraíbas, que teve lugar em Viena em 2006, relativamente à coesão social;

1 Conclusões do Conselho de 3 de Março de 2005, pontos 15 e 16; Conclusões do Conselho de 21 de Julho de 2003, ponto 3.

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Trabalho digno e cooperação para o desenvolvimento

1. Salienta que a promoção do trabalho digno para todos em todo o Mundo, em consonância com os resultados da Cimeira Mundial de 2005, dando nomeadamente ênfase à implementação dos Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento, a declaração ministerial do ECOSOC de 2006 e os programas por país da OIT sobre o trabalho digno constituem um dos meios essenciais de fomento do desenvolvimento, de erradicação da pobreza e de coesão social;

2. Recorda que o Consenso Europeu sobre o Desenvolvimento exorta a Comunidade e os seus Estados-Membros a contribuírem para fortalecer a dimensão social da globalização, a promoção do emprego e do trabalho digno para todos, e SALIENTA a importância de apoiar a integração do emprego e do trabalho digno nas estratégias nacionais e regionais de redução da pobreza e noutras estratégias de desenvolvimento, assim como noutros planos e acções dos países em desenvolvimento; neste contexto, DESTACA a importância de estabelecer consultas com todos os intervenientes de relevo, incluindo as organizações patronais e de trabalhadores, bem como a sociedade civil em geral e o sector privado;

3. INCENTIVA os governos dos países parceiros a incrementar os seus esforços em colaboração com os intervenientes a fim de criarem um ambiente propício ao desenvolvimento e ao investimento do sector privado, em cujos benefícios se contam mais investimento e mais empregos para as populações;

4. SALIENTA que o trabalho digno não só é uma questão de emprego e de protecção social mas também uma questão de governação; Reconhece em particular a necessidade de promover programas por país sobre o trabalho digno, conduzidos por cada país através da cooperação para o desenvolvimento – que compreendam um diálogo político sobre o impacto do emprego nas políticas económicas e na governação, medidas de apoio orçamental e de reforço das capacidades – bem coordenados e harmonizados1 entre a Comissão Europeia, os Estados-Membros e outros parceiros internacionais e intervenientes de relevo na área do desenvolvimento, incluindo a OIT2 e outras agências da ONU, bem como as instituições financeiras internacionais; SALIENTA a importância de integrar as diferentes componentes do trabalho digno nas estratégias de desenvolvimento e de redução da pobreza conduzidas pelos países, designadamente os micro-créditos, o comércio justo, a protecção social e uma melhor gestão da migração e das suas potencialidades para o desenvolvimento;

1 Declaração de Paris sobre a Eficácia da Ajuda. 2 Por exemplo, os temas propostos pelo Comité da OIT do Emprego e da Política Social para os Programas por País para o

Trabalho Digno em 2006-2007 são os seguintes: 1) o emprego como elemento fundamental das políticas económicas e sociais; 2) o emprego dos jovens; 3) a economia informal e 4) responder às necessidades específicas em África.

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5. DEFENDE o princípio de que quem apresente propostas de contratos financiados através da ajuda externa da CE deve respeitar as normas fundamentais do trabalho. O Regulamento (CE) n.º 2110/20051 impõe actualmente essa obrigação aos contratos financiados através da ajuda comunitária; DEFENDE os esforços no sentido de alargar esta obrigação aos contratos financiados no âmbito do Acordo de Parceria de Cotonu; e INCENTIVA os Estados-Membros e outros doadores a adoptarem uma abordagem semelhante;

6. APELA a uma maior promoção do trabalho digno através das políticas e dos programas comunitários e dos Estados-Membros de cooperação para o desenvolvimento; REGISTA o trabalho actualmente em curso para desenvolver uma estratégia de promoção do emprego e da protecção social através da política de desenvolvimento da Comunidade e, neste contexto, CONGRATULA-SE com a iniciativa da Comissão de manter consultas com os Estados-Membros e INCENTIVA estes últimos a que, com base na sua experiência, ponham à disposição da Comissão e dos outros Estados-Membros informações sobre a melhor forma de promover a questão do trabalho digno através dos programas e políticas de desenvolvimento;

7. Apoia o desenvolvimento de formação e informação sobre o trabalho digno destinadas aos participantes na programação e execução da ajuda externa, incluindo nos países terceiros;

Trabalho digno e questões relacionadas com o comércio

1. Frisa que a liberalização do comércio desempenha um papel importante para ajudar a alcançar um crescimento sustentável, o pleno emprego e a redução da pobreza e a promoção do trabalho digno;

2. Sublinha a necessidade de uma abordagem integrada e coerente da política comercial e do desenvolvimento social, e acolhe com agrado a iniciativa da Comissão de continuar a promover as normas sociais e o trabalho digno;

3. Realça o papel essencial do Sistema de Preferências Generalizadas da UE (SPG) na promoção das convenções internacionais em matéria de normas laborais fundamentais e de direitos do Homem e congratula-se com o novo SPG com o seu incentivo especial para o desenvolvimento sustentável e à boa governação, e APOIA uma melhor articulação entre o SPG e a ajuda externa da Comunidade;

4. SUBLINHA a necessidade de continuar a desenvolver metodologias que avaliem os efeitos do comércio e dos acordos comerciais sobre o trabalho digno, designadamente nas cadeias de abastecimento globais e nas zonas francas industriais, e bem assim a calendarização e o reforço das avaliações de impacto de sustentabilidade do comércio;

1 Regulamento relativo ao acesso à ajuda externa da Comunidade (JO L 344 de 27.12.2005, p.1 + corrigenda JO L 33

de 4.2.2006, p. 86). Este regulamento deverá ser revogado pelo Regulamento que institui um instrumento de financiamento da cooperação para o desenvolvimento (ICD).

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5. Apoia a utilização da ajuda dirigida ao comércio prestada pela UE para promover o trabalho digno;

6. RECORDA que a afirmação de objectivos de natureza social não deve ser utilizada para fins proteccionistas; o objectivo é o progresso social transversal e a sua repartição equitativa para benefício de todos;

Cooperação com a ONU e com outros intervenientes de relevo da OIT

1. Regista com agrado a intensificação da cooperação da União com a ONU, com a OIT, e com outros intervenientes de relevo, na óptica da promoção de um trabalho digno para todos;

2. APOIA a iniciativa da OIT em matéria de programas por país a favor do trabalho digno ou os planos de acção/agendas de política social e de emprego equivalentes, pois os mesmos contribuem para fortalecer a apropriação pelos países parceiros ao reflectirem as necessidades e prioridades nacionais e ao assegurarem a participação das organizações patronais e de trabalhadores e de componentes pertinentes da sociedade civil;

3. SUBLINHA que a UE deverá estimular e apoiar a ratificação e implementação a nível mundial das Convenções da OIT relativas às normas laborais fundamentais e de outras convenções consideradas como actualizadas pela OIT, através de uma cooperação técnica e do apoio ao reforço do mecanismo de supervisão da OIT, incluindo uma melhor publicidade, um acompanhamento mais eficaz e uma utilização mais generalizada das conclusões do mecanismo de supervisão; SUBLINHA também que a UE deve ter mais sistematicamente em conta as conclusões do mecanismo de supervisão da OIT nas suas próprias relações internacionais;

4. INCENTIVA os Estados-Membros da UE a continuarem a envidar esforços para ratificar e aplicar essas convenções da OIT como contributo concreto para os actuais esforços desta Organização e dos seus membros para promover a sua ratificação e aplicação universais;

5. INCITA a Comissão e os Estados-Membros a cooperarem com a OIT e as organizações competentes tendo em vista elaborar e aplicar indicadores que permitam medir e avaliar adequadamente a execução da agenda do trabalho digno;

6. ENCORAJA os esforços da OIT para promover a sua Declaração Tripartida de Princípios sobre as empresas multinacionais e a política social assim como as iniciativas da OCDE de promover uma adesão mais ampla às Directrizes da OCDE para as empresas multinacionais, incluindo as suas recomendações sobre emprego e relações laborais;

7. CONGRATULA-SE com o contributo dado pelos organismos das Nações Unidas para o trabalho digno, como por exemplo a iniciativa do Alto Comissário da ONU para os Direitos do Homem de elaborar um relatório complementar sobre os direitos humanos nas empresas transnacionais;

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Seguimento

1. REALÇA a importância de reforçar a execução e o acompanhamento eficazes do objectivo de um trabalho digno para todos, em consonância com os resultados da Cimeira Mundial de 2005 e a declaração ministerial da componente de alto nível do ECOSOC das Nações Unidas de 2006;

2. REALÇA a importância de um acompanhamento e coordenação eficazes e periódicos das iniciativas e acções destinadas a promover um trabalho digno para todos;

3. REGISTA com agrado a intenção da Comissão de apresentar até ao Verão de 2008 um relatório sobre o seguimento da sua Comunicação sobre o trabalho digno."

– GLOBALIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA

a) Aumentar a produtividade e criar mais e melhores empregos, nomeadamente para as pessoas à margem do mercado de trabalho

O Conselho subscreveu um parecer do Comité do Emprego sobre o assunto acima referido (14844/06). O parecer salienta que a produtividade e qualidade do trabalho se reforçam mutuamente e que ambas são cruciais para alcançar os objectivos de Lisboa no sentido de maior crescimento e mais empregos.

O documento centra-se especialmente nas pessoas situadas à margem do mercado de trabalho.

b) Comunicação da Comissão:"O futuro demográfico da Europa: transformar um desafio em oportunidade"

Na sequência da apresentação pela Comissão da sua Comunicação (14114/06), o Conselho subscreveu um parecer do Comité da Protecção Social sobre o assunto (15140/06).

– PLATAFORMA DE ACÇÃO DE PEQUIM – Conclusões do Conselho

O Conselho adoptou as seguintes conclusões sobre a avaliação da aplicação da Plataforma de Acção de Pequim pelos Estados-Membros e pelas instituições da UE acompanhada de indicadores relativos aos Mecanismos Institucionais, que é uma das 12 áreas críticas de acção.

"O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA

1. RECONHECENDO que a igualdade entre os sexos é um princípio fundamental da União Europeia, consagrado no Tratado CE, e um dos objectivos e tarefas da Comunidade, e que a integração da igualdade entre homens e mulheres em todas as suas actividades representa uma missão específica para a Comunidade;

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2. CONSIDERANDO que:

a) Na sequência da Quarta Conferência Mundial da ONU sobre as Mulheres, realizada em Pequim em 1995, o Conselho Europeu de Madrid (15 e 16 de Dezembro de 1995) pediu que se avaliasse anualmente a aplicação da Plataforma de Acção de Pequim nos Estados-Membros;

b) O seguimento do processo, em 1996 e 1997, revelou a necessidade de a União Europeia proceder a um controlo e a uma avaliação mais coerentes e sistemáticos da aplicação da Plataforma de Acção de Pequim;

c) Em 2 de Dezembro de 1998, o Conselho acordou em que a avaliação anual da aplicação da Plataforma de Acção devia incluir uma proposta relativa a um conjunto de indicadores quantitativos e qualitativos e índices de referência;

d) Desde 1999, têm sido desenvolvidos pelas sucessivas Presidências conjuntos de indicadores quantitativos e qualitativos em algumas das 12 áreas de importância fundamental enunciadas na Plataforma de Acção de Pequim, nomeadamente: 1999 – As mulheres no processo de tomada de decisões políticas; 2000 – As mulheres na economia (conciliação do trabalho e da vida familiar); 2001 – As mulheres na economia (igualdade salarial); 2002– Violência contra as mulheres; 2003 – As mulheres e os homens no processo de tomada de decisões económicas; 2004 – Assédio sexual no local de trabalho; 2006 – As mulheres e a saúde; o Conselho tem aprovado anualmente conclusões sobre estes indicadores.

e) Em sintonia com o Conselho Europeu de 20-21 de Março de 2003, a Comissão está a preparar, em colaboração com os Estados-Membros da UE, um relatório anual para o Conselho Europeu da Primavera sobre os progressos registados no sentido da igualdade entre os sexos e sobre as orientações para a integração da questão da igualdade entre os sexos nas diferentes áreas de intervenção.

f) No contexto da revisão, dez anos depois, da Plataforma de Acção de Pequim, os Ministros da UE responsáveis pela igualdade entre os sexos aprovaram em 4 de Fevereiro de 2005, no Luxemburgo, uma declaração comum que reitera nomeadamente o firme apoio e empenho na implementação integral e efectiva da Declaração e da Plataforma de Acção de Pequim.

g) Em Junho de 2005, o Conselho convidou os Estados-Membros e a Comissão a reforçar os mecanismos institucionais de promoção da igualdade entre os sexos e a criar um enquadramento para a avaliação da aplicação da Plataforma de Acção, a fim de garantir um acompanhamento mais regular e sistemático dos progressos realizados, e convidou a Comissão a incluir a avaliação dos indicadores pertinentes, desenvolvidos para o seguimento da aplicação da Plataforma de Acção de Pequim, no relatório anual ao Conselho Europeu da Primavera.

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h) No contexto da Plataforma de Acção de Pequim, a unidade central de coordenação das políticas no âmbito do governo constitui uma estrutura nacional para a promoção das mulheres, sendo sua principal missão apoiar, a nível governamental, a integração da perspectiva da igualdade entre os sexos em todas os domínios políticos. Para que essas estruturas nacionais possam funcionar com eficácia, devem nomeadamente ser preenchidas as seguintes condições:

– Colocação ao mais elevado nível governativo possível;

– Mecanismos ou processos institucionais que facilitem a participação de organizações não governamentais, a partir da base;

– Recursos suficientes em termos orçamentais e de capacidade profissional;

– Possibilidade de influenciar o desenvolvimento de todas as políticas governamentais.

A Presidência Finlandesa da UE realizou um estudo e elaborou um relatório em que são apresentados os três indicadores seguintes, relativos aos órgãos governamentais para a promoção da igualdade entre os sexos:

1) Papel da responsabilidade governamental na promoção da igualdade entre os sexos

Trata-se da existência de um órgão governamental responsável em matéria de igualdade entre os sexos, bem como das suas responsabilidade e capacidade. A responsabilidade do governo e do órgão dotado de competências e capacidades governamentais, bem como a sua obrigação de prestar contas, são condição prévia para a promoção efectiva da igualdade entre os sexos;

2a) Recursos humanos do órgão governamental responsável em matéria de igualdade entre os sexos

Dispor de recursos adequados em termos de pessoal é uma condição indispensável para a criação de políticas governamentais eficazes em matéria de igualdade entre os sexos;

2b) Recursos humanos do(s) órgão(s) designados para a promoção da igualdade de tratamento entre homens e mulheres

Dispor de recursos adequados em termos de pessoal é uma condição indispensável para a efectiva promoção e protecção da igualdade de tratamento entre homens e mulheres, em conformidade com a Directiva 2002/73/CE;

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3) Integração da dimensão de género

O empenhamento dos governos, bem como as suas estruturas e métodos para a concretização da integração da dimensão de género, são factores essenciais para que de facto se avance no sentido da igualdade entre homens e mulheres.

3. RECORDANDO:

a) o compromisso dos Estados-Membros de criarem e reforçarem as estruturas nacionais e outros órgãos governamentais, tendo em vista integrar a dimensão de género na legislação e nas políticas públicas e gerar dados discriminados por sexo e informações para efeitos de planeamento e avaliação, tal como prevê a Plataforma de Acção de Pequim;

b) que, na Plataforma de Acção de Pequim, os Estados-Membros se comprometeram a criar e reforçar instituições nacionais independentes para protecção e promoção dos direitos humanos das mulheres e a desenvolver mecanismos de revisão e acompanhamento das leis contra a discriminação em razão do sexo no contexto do mercado de trabalho;

c) que a Directiva 2002/73/CE1 exige que os Estados-Membros designem um ou mais órgãos para a promoção, a análise, o acompanhamento e o apoio da igualdade de tratamento entre todas as pessoas, sem qualquer discriminação em razão do sexo;

d) o compromisso dos Estados-Membros de garantir que os órgãos e estruturas responsáveis em matéria de igualdade entre os sexos disponham dos recursos humanos e financeiros e das competências necessárias ao seu funcionamento eficaz;

e) que o Conselho Europeu, ao aprovar em 23/24 de Março de 2006 o Pacto Europeu para a Igualdade entre os Sexos, incentivou a adopção de medidas, a nível dos Estados-Membros e da UE, para reforçar a governação através da integração da dimensão de género e de um melhor acompanhamento;

4. REAFIRMA a dupla abordagem da UE no domínio da igualdade entre os sexos, assente, por um lado, na integração desta perspectiva nas diversas políticas, ou seja, a promoção da igualdade entre os sexos em todos os domínios e actividades, e, por outro lado, em medidas específicas;

1 Directiva 2002/73/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Setembro de 2002, que altera a

Directiva 76/207/CEE do Conselho relativa à concretização do princípio da igualdade de tratamento entre homens e mulheres no que se refere ao acesso ao emprego, à formação e promoção profissionais e às condições de trabalho (JO L 269 de 5.10.2002).

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5. TOMA NOTA do relatório sobre os mecanismos institucionais de promoção da igualdade entre os sexos, apresentado pela Presidência Finlandesa da UE, e dos três indicadores para o futuro seguimento da Plataforma de Acção de Pequim no que respeita ao domínio crucial dos mecanismos institucionais para a promoção das mulheres;

6. SAÚDA o facto de os Estados-Membros terem realizado progressos na realização do objectivo estratégico da Plataforma relativamente à criação e ao reforço das estruturas nacionais ou dos órgãos governamentais para promoção da igualdade entre os sexos;

7. INCITA os Estados-Membros a, nos casos em que os objectivos não tenham sido plenamente atingidos, tomarem medidas para reforçar os órgãos governamentais responsáveis pela igualdade entre os sexos e agirem de modo apropriado, nomeadamente colocando-os ao mais elevado nível governativo possível e dotando-os dos recursos humanos e financeiros adequados;

8. INCITA os Estados-Membros que ainda o não tenham feito a adoptarem, acompanharem e avaliarem planos de acção nacionais ou um conjunto de objectivos estratégicos a alto nível para a igualdade entre os sexos, e a informarem regularmente os órgãos legislativos sobre os progressos efectuados na promoção da igualdade entre os sexos, a fim de reforçar a responsabilização pelas políticas e a sua visibilidade, bem como a promoverem a participação activa da sociedade civil, incluindo os parceiros sociais, na promoção da igualdade entre os sexos;

9. RECONHECE que os Estados-Membros associaram intervenientes da sociedade civil, tais como ONG de mulheres, outras organizações não governamentais e os parceiros sociais, aos trabalhos de promoção da igualdade entre os sexos a nível federal e/ou nacional, e RECOMENDA que os Estados-Membros continuem a cooperar activamente com os intervenientes da sociedade civil e promovam a sua participação na prossecução do objectivo da igualdade entre homens e mulheres;

10. SAÚDA o facto de uma grande maioria de Estados-Membros ter designado órgãos em conformidade com a Directiva 2002/73/CE e APELA aos Estados-Membros que ainda o não tenham feito para que cumpram os requisitos desta directiva; APELA a todos os Estados-Membros para que dotem os referidos órgãos de recursos humanos e financeiros adequados, especificamente consagrados à igualdade entre os sexos, e CONVIDA a Comissão a prestar atenção a estes aspectos nos relatórios periódicos sobre a implementação da directiva;

11. SAÚDA o facto de a maioria dos Estados-Membros ter aprovado disposições jurídicas vinculativas para a integração da dimensão de género ou ter tomado decisões de facto vinculatórias sobre a matéria, e EXORTA os Estados-Membros que ainda o não tenham feito a se comprometerem com determinação a integrar a dimensão de género; APELA a todos os Estados-Membros para que acompanhem e avaliem a implementação concreta deste compromisso;

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12. TOMA NOTA de que, tal como pedia a Plataforma de Acção, vários Estados-Membros criaram ou reforçaram uma estrutura interministerial de coordenação para levar a cabo as funções de integração da dimensão de género, e APELA aos Estados-Membros para que continuem a desenvolver estruturas de coordenação com o mandato claro de aplicar a estratégia de integração em toda a administração pública, incluindo a administração regional e local e as instituições públicas, e acompanhem as suas actividades;

13. REGISTA que, apesar de alguns progressos, ainda é necessário criar ou reforçar as estruturas e métodos para a integração da dimensão de género, REGISTA igualmente que não são suficientes compromissos e estruturas formais para a integração desta perspectiva e que são necessárias acções concretas em todos os domínios pertinentes, e EXORTA em especial todos os Estados-Membros e a Comissão a melhorar e reforçar o desenvolvimento e aplicação regular de métodos de integração, nomeadamente a integração da dimensão de género na elaboração do orçamento e a avaliação do impacto na igualdade entre os sexos aquando da elaboração de legislação, políticas, programas e projectos;

14. EXORTA os Estados-Membros e a Comissão a conceder apoio institucional e financeiro aos serviços de estatísticas nacionais e da UE, por forma a que todas as estatísticas oficiais relativas a pessoas sejam recolhidas, coligidas, analisadas e apresentadas por sexo e por idade e reflictam problemas e questões relacionados com as mulheres e os homens e com a promoção da igualdade entre os sexos;

15. ENCARA a possibilidade de avaliar a aplicação, pelos Estados-Membros, da Plataforma de Acção de Pequim nos domínios "Educação e Formação das Mulheres" e "As Mulheres e a Pobreza", bem como nos demais domínios em questão;

16. INSTA os Estados-Membros e a Comissão Europeia a ter em conta noutros processos comunitários, se for caso disso, os temas debatidos no contexto do seguimento da Plataforma de Acção de Pequim para os quais já foram adoptados indicadores."

– OS HOMENS E A IGUALDADE ENTRE OS GÉNEROS – Conclusões do Conselho

Na sequência da conferência sobre este tópico organizada pela Presidência em Helsínquia, em 5 e 6 de Outubro de 2006, o Conselho adoptou as seguintes conclusões sobre os homens e a igualdade entre os géneros.

"Considerando o seguinte:

1. A igualdade entre os sexos é um princípio fundamental da União Europeia consagrado no Tratado CE, bem como um dos objectivos da Comunidade; uma das missões específicas da Comunidade consiste ter em conta a igualdade entre mulheres e homens em todas as suas actividades.

2. O Conselho Europeu da Primavera de 23/24 de Março de 2006 declarou, nas suas conclusões, que as políticas no domínio da igualdade entre os sexos são vitais para o crescimento económico, a prosperidade e a competitividade e, nesta perspectiva, aprovou um Pacto Europeu para a Igualdade entre os Sexos.

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3. A declaração e a plataforma de acção de Pequim adoptadas no âmbito da ONU para o empoderamento das mulheres, incentivam os homens a participar na promoção da igualdade entre o géneros, tendo esta ideia sido reafirmada nos debates realizados em 2004 na Comissão da Condição Feminina (CCF) sobre o tema "o papel dos homens e das raparigas para a realização da igualdade entre os géneros".

4. A Comunicação da Comissão intitulada "roteiro para a igualdade entre homens e mulheres (2006-2010)", declara que os homens continuam a participar menos do que as mulheres nas responsabilidades domésticas e familiares, que a violência com base no género constitui uma violação do direito fundamental à vida, à segurança, à liberdade, à dignidade e à integridade física e emocional e que as actuais estruturas no domínio da educação, da formação profissional e da cultura mantêm estereótipos relacionados com o género.

5. Em 2005, o papel dos homens na promoção da igualdade entre os sexos, e nomeadamente no que diz respeito à conciliação do trabalho e da vida privada, constituiu um domínio prioritário no contexto do financiamento do projecto para a estratégia-quadro comunitária sobre a igualdade entre géneros. O tema "os homens e a igualdade entre os géneros" foi abordado numa secção separada do relatório anual da Comissão Europeia sobre a igualdade entre os géneros (2005), tendo sido dado especial destaque à conciliação da vida profissional e familiar. Em Julho de 2006, o Comité Consultivo para a Igualdade entre os Géneros emitiu um parecer sobre o papel dos homens na promoção da igualdade entre os géneros.

6. O Conselho Europeu de Barcelona de 15/16 de Março de 2002 refere nas suas conclusões que os Estados-Membros deverão eliminar os desincentivos à participação das mulheres no mercado de trabalho, procurando garantir, tendo em conta a procura de estruturas de acolhimento e em consonância com os padrões nacionais de disponibilização, a disponibilidade de estruturas de acolhimento, até 2010, para pelo menos 90% das crianças com idades compreendidas entre os 3 anos e a idade da escolaridade obrigatória, e pelo menos 33% das crianças com menos de 3 anos.

7. Uma política de igualdade entre os géneros e uma efectiva conciliação entre a vida profissional e a vida privada podem contribuir para resolver os desafios das alterações demográficas: o envelhecimento da população e a baixa taxa de fertilidade na UE.

8. Continua a existir na UE uma significativa disparidade salarial entre homens e mulheres, resultante de uma discriminação directa contra as mulheres e de desigualdades sociais, como por exemplo a segregação no mercado de trabalho em razão do sexo.

9. Nos Estados-Membros, os riscos em matéria de saúde são diferentes em função do sexo, e essas diferenças representam custos elevados tanto em termos económicos como humanos. Os estilos de vida, que têm um significativo impacto na saúde, são influenciados por normas e concepções relacionadas com o género, que podem ser diferentes em relação aos homens e mulheres.

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10. Em Outubro de 2006, a Presidência Finlandesa da UE organizou uma conferência de peritos a nível europeu subordinada ao tema "os homens e a igualdade entre os géneros – em direcção a políticas progressivas". Diversas outras Presidências anteriores organizaram conferências subordinadas ao tema da paternidade e do papel dos homens na guarda dos filhos.

O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA

1. REGISTA que, para melhorar a condição das mulheres e promover a igualdade entre os géneros deverá ser dada maior atenção ao modo como os homens participam na concretização da igualdade entre os géneros, bem como ao impacto positivo para os homens e para o bem-estar da sociedade no seu conjunto.

2. Regista que ainda subsistem desigualdades e desequilíbrios entre homens e mulheres; SALIENTA que a participação dos homens e dos rapazes na concretização da igualdade entre os géneros tem de ser compatível com o empoderamento das mulheres e das raparigas e que os recursos para as iniciativas de igualdade entre os géneros destinadas aos homens e aos rapazes não devem comprometer as iniciativas de igualdade de oportunidades e de recursos para as mulheres e raparigas.

3. CONFIRMA a importância da aplicação eficaz e integral da estratégia de integração horizontal das questões de género, o que implica que os interesses e as necessidades tanto dos homens como das mulheres sejam tidos em conta a fim de reforçar a adequação, a qualidade e a eficácia das políticas e medidas para concretizar a igualdade entre os géneros.

4. RECONHECE que a problemática relacionada com os homens e a igualdade entre os géneros ainda não foi abordada na sua globalidade, e que a questão dos homens e da igualdade entre os géneros deverá ir além da conciliação entre vida profissional e privada.

5. ESTÁ CONSCIENTE da necessidade de adaptar as medidas às situações específicas vividas pelos homens e pelas mulheres em diferentes grupos ou diferentes situações, consoante a sua situação familiar, idade, estado de saúde, etnia, origem social, orientação sexual, deficiência, etc.

6. INCENTIVA o futuro Instituo Europeu para a Igualdade entre os Géneros e os diferentes organismos nacionais que se ocupam da questão da igualdade entre os géneros a investigarem o modo como as diversas circunstâncias, oportunidades, estruturas e políticas afectam tanto os homens como as mulheres e os rapazes e raparigas.

7. INCENTIVA o desenvolvimento, desde a primeira infância e dos primeiros anos de escola, de práticas pedagógicas destinadas a pôr termo aos estereótipos referentes ao género, dando igualmente atenção aos métodos e instrumentos educativos que melhoram a capacidade e o potencial para os rapazes e os homens se ocuparem de si próprios e dos outros, como forma de contribuir para uma participação equilibrada na sociedade em termos de género.

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8. Incentiva os Estados-Membros a darem atenção à promoção da igualdade entre os géneros, bem como à forma como os homens a ela reagem, através de debates e de informação sobre os estereótipos relacionados com o género e as relações entre homens e mulheres, em especial no caso dos jovens.

9. INCENTIVA os Estados-Membros a reforçarem as estruturas institucionais para a promoção da igualdade entre os géneros tanto no sector público como no privado, e também a apoiarem a participação dos homens na promoção da igualdade entre os géneros.

10. EXORTA a Comissão e os Estados-Membros a assegurarem oportunidades iguais em termos de carreira a ambos os sexos, atendendo à posição dominante dos homens no processo decisório, e a tomarem medidas destinadas a incentivarem os rapazes e os homens a optarem por formação e emprego em domínios dominados pelas mulheres e vice-versa, a fim de pôr termo à segregação entre géneros no mercado de trabalho; neste contexto, CONVIDA os Estados-Membros e a Comissão a tomarem medidas concretas no sentido da eliminação das disparidades salariais entre homens e mulheres.

11. SALIENTA que o reconhecimento da dimensão do género na saúde é um elemento essencial das políticas de saúde da UE e que os projectos e serviços de promoção da saúde deverão ser adaptados, conforme adequado, em função das necessidades das mulheres ou dos homens.

12. RECONHECE que a grande maioria dos actos de violência em razão do sexo são cometidos por homens; EXORTA os Estados-Membros e a Comissão a combinarem as medidas repressivas contra os autores desses actos de violência com medidas preventivas destinadas especialmente aos homens jovens e aos rapazes, e a criar programas específicos para as vítimas e para os agressores, em especial no caso da violência doméstica.

13. RECONHECE a importância de criar um amplo leque de políticas para conciliar a vida profissional e privada a todos os níveis de emprego, tanto para os homens como para as mulheres, tendo em conta a grande diversidade de tipos de família existentes actualmente na sociedade e o superior interesse das crianças, a fim de incentivar uma igual partilha entre as mulheres e os homens de responsabilidades domésticas e de guarda dos filhos e de outras tarefas.

14. EXORTA os Estados-Membros a acelerarem os progressos no sentido de concretizar, até 2010, os objectivos de Barcelona em matéria de estruturas de acolhimento de crianças e a tomarem medidas concretas para incentivar os homens a partilharem com as mulheres as responsabilidades parentais e outras responsabilidades em termos de assistência aos filhos, incentivando-os a utilizarem os seus direitos em matéria de licença para assistência à família, nomeadamente através da criação do direito a uma licença parental para os pais, de incentivos financeiros e de iniciativas de informação e sensibilização.

15. RECONHECE o papel essencial desempenhado pelos parceiros sociais e pelas empresas nas políticas de conciliação, na promoção nas empresas de programas para o aumento da consciencialização e na criação de opções de trabalho flexível, em especial para os homens, nomeadamente em profissões dominadas pelos homens.

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16. CONVIDA os Estados-Membros a terem em conta ambos os sexos ao tomarem medidas e criarem projectos para promover a igualdade entre os géneros.

17. CONVIDA os Estados-Membros e a Comissão a identificarem quais as questões e desafios que se relacionam com os homens e a igualdade entre os géneros, mediante o aprofundamento de investigação relacionada com o género e o intercâmbio de boas práticas, nomeadamente tendo em vista o reforço da participação e do empenho activos dos homens nas políticas destinadas a concretizar a igualdade entre os géneros a nível nacional e da UE, e tendo também em vista o desenvolvimento de uma melhor compreensão do processo que conduziu a uma desigual atribuição de poder no processo decisório."

– DAPHNE III

O Conselho alcançou um acordo político tendo em vista a adopção de uma posição comum sobre a decisão que estabelece, para o período de 2007 a 2013, o programa específico "Luta contra a violência (Daphne)" no âmbito do programa geral "Direitos fundamentais e justiça" (15869/06).

O texto acordado resulta das negociações informais com o Parlamento Europeu.

O objectivo específico do programa é a prevenção e o combate a todas as formas de violência pública e privada contra as crianças, os jovens e as mulheres, incluindo a exploração sexual e o tráfico de seres humanos, através da adopção de medidas de prevenção e de ajuda e protecção às vítimas e aos grupos de risco.

Este objectivo será realizado, nomeadamente, através dos passos seguintes:

• assistir e encorajar as ONG e outras organizações que exercem actividades neste domínio;

• desenvolver e realizar medidas de sensibilização orientadas para públicos específicos;

• divulgar e utilizar os resultados alcançados no quadro dos dois programas Daphne anteriores;

• identificar e valorizar as medidas que contribuam para o tratamento positivo das pessoas em risco de violência, mediante uma abordagem que favoreça o respeito pelas mesmas e promova o seu bem-estar e realização pessoal;

• conceber e testar material de sensibilização e didáctico relativo à prevenção da violência contra crianças, jovens e mulheres;

• estudar os fenómenos relacionados com a violência e o seu impacto tanto sobre as vítimas como sobre a sociedade em geral, incluindo a nível de custos em termos de cuidados de saúde, sociais e económicos, a fim de combater as causas profundas da violência a todos os níveis da sociedade;

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• desenvolver e realizar programas de apoio a vítimas e pessoas em risco, bem como programas de intervenção dirigidos a autores de actos de violência, e simultaneamente salvaguardar a segurança das vítimas;

• medidas específicas tomadas pela Comissão;

• projectos transnacionais específicos de interesse comunitário em que participem pelo menos dois Estados-Membros, nas condições previstas nos programas de trabalho anuais;

O financiamento comunitário pode assumir duas formas jurídicas: subvenções e contratos públicos.

Podem participar no programa as organizações e instituições públicas ou privadas (autoridades locais ao nível adequado, departamentos de universidades e centros de investigação) activas no domínio da prevenção e do combate à violência. O programa estará também aberto a participantes de vários países terceiros, nomeadamente de países candidatos, de países dos Balcãs Ocidentais e da EFTA.

Este programa específico será complementado com outros programas específicos no âmbito do programa geral "Direitos fundamentais e justiça", em especial com o programa específico "Direitos fundamentais e cidadania", bem como com os programas gerais "Segurança e protecção das liberdades" e "Solidariedade e gestão dos fluxos migratórios".

O Conselho acordou em dotar o Daphne III de EUR 116,85 milhões para o período 2007-2013, conforme proposto pela Comissão.

Base jurídica proposta pela Comissão: artigo 152.º do Tratado. É necessária a maioria qualificada para que o Conselho delibere e é aplicável o processo de co-decisão com o Parlamento Europeu. Este, emitiu o seu parecer em primeira leitura em 5 de Setembro de 2006.

– PORTABILIDADE DOS DIREITOS À PENSÃO COMPLEMENTAR

Enquanto aguarda o parecer do Parlamento Europeu em primeira leitura, o Conselho tomou nota de um relatório intercalar (15125/06) e realizou um debate de orientação sobre um projecto de directiva relativa a uma melhor portabilidade dos direitos à pensão complementar.

O debate focou, nomeadamente, as seguintes questões:

Transferibilidade

– Enquanto importante passo em frente para facilitar a mobilidade dos trabalhadores na União Europeia, a directiva deverá centrar-se tanto nos critérios para aquisição de direitos como na conservação dos direitos a pensão através de um tratamento justo dos direitos latentes à pensão?

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– Deverão constar da directiva disposições em matéria de transferibilidade?

Regimes complementares de pensão a incluir na directiva

– Atendendo à combinação de um longo período transitório e à sugestão de exclusão de certos regimes, qual deve ser a extensão do período transitório para que os regimes complementares de pensão se possam ajustar às novas regras?

Face à importância cada vez maior dos regimes complementares de pensão na cobertura dos riscos associados ao envelhecimento nos Estados-Membros, a proposta da Comissão visa facilitar a livre circulação tanto entre Estados-Membros como no interior de um Estado-Membro, através da supressão de determinadas disposições restritivas dos regimes complementares de pensão que podem cercear as oportunidades de os trabalhadores itinerantes acumularem direitos de pensão suficientes durante a sua vida activa.

Além disso, a proposta procura assegurar que os trabalhadores recebam a informação adequada sobre os seus direitos à pensão complementar em caso de mobilidade profissional.

No final do debate, a Presidência concluiu que:

– todas as delegações podem apoiar o objectivo geral da directiva de facilitar a mobilidade dos trabalhadores;

– a maioria do Conselho considerou que a directiva deveria centrar-se tanto nos critérios para a aquisição de direitos como na conservação dos direitos a pensão através de um tratamento justo dos direitos latentes à pensão;

– se deve tentar encontrar um equilíbrio o mais lato possível entre o âmbito da directiva e um período transitório suficientemente longo para que os regimes complementares de pensão se possam ajustar às novas regras;

– algumas delegações lamentam contudo a supressão do texto da transferibilidade dos direitos de pensão;

– todavia, em vez de se incluírem as transferências na directiva, poderiam ser considerados outros meios para melhorar a transferibilidade, incluindo numa base voluntária.

Base jurídica proposta: artigos 42.º e 94.º do Tratado – é necessária a unanimidade para que o Conselho delibere, e é aplicável o processo de co-decisão com o Parlamento Europeu.

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– COORDENAÇÃO DOS SISTEMAS DE SEGURANÇA SOCIAL

– aplicação do Regulamento (CE) n.º 883/2004

– alteração do Regulamento (CE) n.º 883/2004 e determinação do conteúdo do seu Anexo XI

Enquanto aguarda o parecer do Parlamento Europeu em primeira leitura, o Conselho chegou a acordo quanto às orientações gerais parciais1 em relação às partes respeitantes às prestações por invalidez e pensões por velhice e sobrevivência de dois projectos de regulamento relativos à aplicação do Regulamento (CE) n.º 883/20042 (15600/06) e à alteração do Regulamento (CE) n.º 883/2004 e determinação do conteúdo do seu Anexo XI (15598/06), respectivamente.

O Regulamento (CE) n.º 883/2004 constituiu o primeiro passo para a modernização e simplificação das normas da UE relativas à coordenação dos sistemas nacionais de segurança social, que se destinam a permitir que os cidadãos da UE circulem livremente por toda a Europa, mantendo simultaneamente os seus direitos às prestações da segurança social (prestações de saúde, pensões, prestações de desemprego, etc.). Este processo deve ficar concluído com a adopção de um regulamento de aplicação3, que substitui o Regulamento (CEE) n.º 574/72, e de um regulamento que estabelece as disposições respeitantes a aspectos específicos da legislação de determinados Estados-Membros que constituem o conteúdo do Anexo XI do Regulamento (CE) n.º 883/20044; as propostas correspondentes estão actualmente a ser analisadas.

Base jurídica proposta: artigos 42.º e 308.º do Tratado – é necessária a unanimidade para que o Conselho delibere, e é aplicável o processo de co-decisão com o Parlamento Europeu.

1 A análise das propostas continuará durante as próximas Presidências. 2 Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril de 2004, relativo à coordenação dos sistemas de

segurança social, JO L 166, de 30.4.2004, p. 1; rectificação no JO L 200 de 7.6.2004, p. 1. 3 Ver artigo 89.º do Regulamento (CE) n.º 883/2004. 4 Ver artigo 83.º do Regulamento (CE) n.º 883/2004.

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DIVERSOS

1. Proposta de regulamento relativo a medicamentos de terapias avançadas (15310/06)

– Relatório intercalar

2. Gripe pandémica (16006/06)

– Intervenção da Comissão e da Presidência

3. Fórum Farmacêutico (15842/06)

– Intervenção da Comissão

4. Comunicação da Comissão sobre a luta contra o VIH/SIDA na União Europeia e nos países vizinhos, 2006-2009 (15850/06)

– Intervenção da Comissão sobre a implementação do plano de acção.

5. Livro Verde da Comissão intitulado "Melhorar a saúde mental da população – Rumo a uma estratégia de saúde mental para a União Europeia" (15846/06)

– Intervenção da Comissão sobre o processo de consulta

6. Comunicação da Comissão relativa à prorrogação e ao alargamento, a título transitório, do mandato do Comité de Segurança da Saúde, na perspectiva de uma futura revisão geral das estruturas de gestão das ameaças para a saúde a nível da UE (15561/06)

– Intervenção da Comissão

– Intervenção da Delegação do Reino Unido, que partilhou a sua experiência no domínio da divulgação de informações num caso recente de contaminação por radiações de polónio 210.

7. A saúde no mundo do trabalho (brochura disponível para consulta no Secretariado do Serviço de Imprensa)

– Intervenção da Presidência

8. Análise dos programas nacionais de reforma

– Relatório do Comité do Emprego

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9. Comunicação da Comissão intitulada "Realizar o programa comunitário de Lisboa: os serviços sociais de interesse geral na União Europeia" (9038/06)

– Relatório do Comité da Protecção Social

10. Instituto Europeu para a Igualdade de Género

– Informação verbal da Presidência anunciando a escolha de Vilnius (Lituânia) para sede do Instituto.

OUTROS PONTOS APROVADOS

SAÚDE

Conferência sobre a Gripe Pandémica Aviária e Humana

O Conselho tomou nota dos progressos realizados sobre o texto do projecto de declaração de Bamaco e aprovou uma declaração da UE, a aprovar na 4.ª Conferência Internacional de Doadores sobre a Gripe Pandémica Aviária e Humana que terá lugar em Bamaco (Mali) de 6 a 8 de Dezembro de 2006.

POLÍTICA DOS CONSUMIDORES

Publicidade enganosa e comparativa

O Conselho adoptou uma directiva relativa à publicidade enganosa e comparativa (versão codificada) (PE-CONS 3641/06).

A directiva codifica e revoga a Directiva 84/450/CEE substituindo os vários actos nela incorporados, reunindo-os e introduzindo apenas as alterações exigidas pelo próprio processo de codificação.

POLÍTICA EUROPEIA DE SEGURANÇA E DEFESA

República Democrática do Congo – Missão de Polícia da União Europeia (EUPOL--"Kinshasa")

O Conselho aprovou uma acção comum que altera a Acção Comum 2004/847/PESC sobre a Missão de Polícia da União Europeia em Kinshasa (República Democrática do Congo) no que respeita à Unidade Integrada de Polícia (EUPOL-"Kinshasa") (15194/06).

A acção comum prorroga o reforço temporário da Missão de Polícia da União Europeia (EUPOL--"Kinshasa") até 31 de Dezembro de 2006.

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A Acção Comum 2006/300/PESC de 21 de Abril de 2006 previa o reforço temporário da EUPOL--"Kinshasa" durante o processo eleitoral por um período não superior a cinco meses. Previa igualmente que o reforço começaria o mais tardar um mês antes da data de início do período eleitoral.

A EUPOL-"Kinshasa" foi lançada em Janeiro de 2005 com o objectivo de acompanhar, orientar e prestar aconselhamento na criação e arranque de uma Unidade Integrada de Polícia em Kinshasa.

POLÍTICA EXTERNA E DE SEGURANÇA COMUM

Balcãs Ocidentais – prorrogação da Missão de Vigilância da União Europeia

O Conselho adoptou uma acção comum que altera o mandato da Missão de Vigilância da União Europeia (EUMM) nos Balcãs Ocidentais e o prorroga até 31 de Dezembro de 2007 (14885/06).

A acção comum altera a Acção Comum 2002/921/PESC tendo em vista assegurar a continuação das actividades de apoio à política da UE para a região dos Balcãs Ocidentais, concentrando-se em particular na evolução da situação política e de segurança no Kosovo e na Sérvia, bem como nas zonas vizinhas susceptíveis de sofrer os efeitos de ocorrências adversas no Kosovo.

Será destinado um montante de 2 300 000 euros para a cobertura das despesas da missão em 2007. Este montante cobrirá igualmente as despesas relativas ao encerramento já previsto da EUMM, que deverá ocorrer em finais de 2007.

Em consequência, o Conselho adoptou igualmente uma decisão que prorroga o mandato de Maryse Daviet na qualidade de Chefe da EUMM até 31 de Dezembro de 2007 (14658/06).

RELAÇÕES EXTERNAS

Kosovo – assistência financeira da UE

O Conselho adoptou uma decisão que concede ao Kosovo uma assistência financeira excepcional num montante que não pode exceder EUR 50 milhões, tendo em vista minorar as dificuldades associadas à sua situação financeira, apoiar o desenvolvimento de um quadro económico e orçamental são, promover a prossecução e o reforço de funções administrativas essenciais e dar resposta às necessidades em matéria de investimento público (14677/06).

Cooperação com o Canadá

O Conselho aprovou uma decisão relativa à assinatura do Acordo entre a Comunidade Europeia e o Governo do Canadá que institui um quadro de cooperação nos domínios do ensino superior, da formação e da juventude (10924/06).

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JUSTIÇA E ASSUNTOS INTERNOS

Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência – reformulação da legislação *

O Conselho aprovou um regulamento de reformulação do Regulamento n.º 302/93, que institui um observatório europeu da droga e da toxicodependência, com o objectivo de clarificar e simplificar a legislação nesta matéria (3648/06 e 15558/06 ADD 1).

O Centro, sedeado em Lisboa, foi criado em 1993 com o objectivo de fornecer à Comunidade e aos seus Estados-membros informações objectivas, fiáveis e comparáveis a nível europeu, sobre o fenómeno da droga e da toxicodependência e respectivas consequências.

(http://www.emcdda.europa.eu)

Projecto de orçamento da UE para 2007

Na sequência da confirmação pelo Comité de Representantes Permanentes, por maioria qualificada, das conclusões de uma reunião de concertação orçamental com os representantes do Parlamento Europeu, em 21 de Novembro, o Conselho prosseguiu a sua segunda leitura do projecto do orçamento geral das Comunidades Europeias para o exercício de 2007 com base na versão ultimada na reunião do trílogo Parlamento-Conselho-Comissão de 28 de Novembro (15638/06).

O Conselho aprovou também o projecto de orçamento rectificativo n.º 6 ao orçamento de 2006 da UE, e as cartas rectificativas n.º 2 e n.º 3 ao projecto de orçamento para 2007, e exarou declarações na acta sobre:

– o recrutamento ligado aos alargamentos de 2004 e 2007, as três novas agências previstas no orçamento para 2007 (a Agência Europeia das Substâncias Químicas, o Instituto Europeu para a Igualdade de Género e a Agência Europeia dos Direitos Fundamentais) e o programa Life+ (declarações conjuntas);

– dotações de pagamento, pagamentos antecipados para o período de 2007-2013 e projectos--piloto e acções preparatórias para 2007 (declarações do Conselho).

O Conselho encarregou a Presidência de enviar os documentos orçamentais em causa ao Parlamento.

Atendendo à adesão da Bulgária e da Roménia, em 1 de Janeiro, o orçamento para 2007 será o primeiro que financiará uma União Europeia com 27 Estados-Membros. Será também o primeiro orçamento do quadro financeiro da UE para o período 2007-2013.

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ALARGAMENTO

Título de viagem provisório

Os Representantes dos Governos dos Estados-Membros, reunidos no Conselho, adoptaram uma decisão que adapta a sua Decisão 96/409/PESC, de 25 de Junho de 1996, relativa à criação de um título de viagem provisório, a fim de ter em conta a adesão da Bulgária e da Roménia à União Europeia.

DESENVOLVIMENTO

Prorrogação da Convenção relativa à Ajuda Alimentar

O Conselho adoptou uma decisão que autoriza a Comissão a votar em nome da Comunidade Europeia a favor da prorrogação da Convenção relativa à Ajuda Alimentar de 1999 por um novo período de um ano, ou seja, até 30 de Junho de 2008, na condição de a Convenção sobre o Comércio de Cereais de 1995 permanecer em vigor durante o mesmo período (15380/06).

Na próxima reunião do Comité da Ajuda Alimentar, em 5 de Dezembro, será apresentada, para aprovação, uma proposta de prorrogação da Convenção.

A Convenção relativa à Ajuda Alimentar foi celebrada pela Comunidade através da Decisão 2000/421/CE (JO L 163, de 4.7.2000, p. 37) e prorrogada pelas decisões do Comité da Ajuda Alimentar em Junho de 2002, Junho de 2003 e Junho de 2005, de modo a permanecer em vigor até 30 de Junho de 2007.

PESCAS

Acordo de pescas CE-Mauritânia

O Conselho adoptou um regulamento que aprova um acordo de parceria no domínio das pescas (APP) com a Mauritânia (13256/06).

O APP com a Mauritânia prevê uma cooperação económica, financeira, técnica e científica no domínio das pescas tendo em vista assegurar a conservação e a exploração sustentável dos recursos, bem como parcerias entre empresas cujo objectivo seja desenvolver, no interesse comum, actividades económicas no domínio das pescas e actividades conexas.

O APP foi celebrado por um período de seis anos, com início em 1 de Agosto de 2006, e inclui um protocolo assinado por dois anos que pode ser renovado tacitamente duas vezes.

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A participação financeira prevista no protocolo é fixada em EUR 86 milhões por ano para as possibilidades de pesca, dos quais EUR 11 milhões serão afectados anualmente ao apoio financeiro da execução da política nacional das pescas.

As possibilidades de pesca previstas no APP estão repartidas por onze categorias. As condições para cada período de licenças são as seguintes:

– crustáceos (excepto lagosta e caranguejo): capacidade máxima autorizada 9 440 GT;

– arrastões e palangreiros para pescada negra: capacidade máxima autorizada 3 600 GT;

– pesca demersal – excepto arrastões para a pesca de espécies demersais distintos da pescada negra: uma capacidade máxima autorizada de 2 324 GT;

– arrastões para a pesca de demersais distintos da pescada negra: capacidade máxima autorizada 750 GT;

– cefalópodes: capacidade máxima autorizada 18 600 GT para 43 licenças;

– lagostas: capacidade máxima autorizada 300 GT para cada categoria;

– pesca do atum: máximo de 36 licenças para atuneiros cercadores e 31 licenças para atuneiros com canas e palangreiros de superfície;

– arrastões congeladores de pesca pelágica: máximo de 22 licenças;

– navios de pesca fresca: uma capacidade máxima autorizada de 15 000 GT por mês, em média anual.

ENERGIA

Relações com o Cazaquistão

O Conselho sancionou o texto revisto do memorando de acordo relativo à cooperação entre a União Europeia e a República do Cazaquistão no domínio da energia.

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AMBIENTE

Qualidade exigida das águas conquícolas

O Conselho aprovou uma directiva relativa à qualidade exigida das águas conquícolas (versão codificada) (PE-CONS 3640/06).

A directiva codifica e revoga a Directiva 79/923/CEE substituindo os vários actos nela incorporados, reunindo-os e introduzindo apenas as alterações exigidas pelo próprio processo de codificação.

PROPRIEDADE INTELECTUAL

Direito de aluguer e direito de comodato

O Conselho aprovou uma directiva relativa ao direito de aluguer, ao direito de comodato e a certos direitos conexos ao direito de autor em matéria de propriedade intelectual (versão codificada) (PE-CONS 3642/06).

A directiva codifica e revoga a Directiva 92/100/CEE substituindo os vários actos nela incorporados, reunindo-os e introduzindo apenas as alterações exigidas pelo próprio processo de codificação.

Prazo de protecção do direito de autor

O Conselho aprovou uma directiva relativa ao prazo de protecção do direito de autor e de certos direitos conexos (versão codificada) (PE-CONS 3643/06).

A directiva codifica e revoga a Directiva 93/98/CEE substituindo os vários actos nela incorporados, reunindo-os e introduzindo apenas as alterações exigidas pelo próprio processo de codificação.

NOMEAÇÕES

Comité das Regiões

O Conselho aprovou uma decisão que nomeia Jordi Hereu i Boher, Alcaide da cidade de Barcelona, membro efectivo do Comité das Regiões, em substituição de Joan Clos i Matheu, pelo período remanescente do mandato deste último, a saber, até 25 de Janeiro de 2010.