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Os Conselhos e a Cidade de São Paulo Os Conselhos e a Cidade de São Paulo • Histórico • Histórico • Histórico • Histórico • Histórico • A Organização • A Organização • A Organização • A Organização • A Organização dos Conselhos em SP dos Conselhos em SP dos Conselhos em SP dos Conselhos em SP dos Conselhos em SP • Orçamento e F • Orçamento e F • Orçamento e F • Orçamento e F • Orçamento e Fundos undos undos undos undos • Estrutura e organização • Estrutura e organização • Estrutura e organização • Estrutura e organização • Estrutura e organização dos Conselhos Setoriais dos Conselhos Setoriais dos Conselhos Setoriais dos Conselhos Setoriais dos Conselhos Setoriais Paulistanos aulistanos aulistanos aulistanos aulistanos Junho/2003 Junho/2003 Junho/2003 Junho/2003 Junho/2003 A constr A constr A constr A constr A construção da Democracia ução da Democracia ução da Democracia ução da Democracia ução da Democracia Participativa na gestão articipativa na gestão articipativa na gestão articipativa na gestão articipativa na gestão de uma Megametrópole de uma Megametrópole de uma Megametrópole de uma Megametrópole de uma Megametrópole

Conselhos Municipais SP

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A constr A constr A constr A constr A construção da Democracia ução da Democracia ução da Democracia ução da Democracia ução da Democracia P P P P Participativa na gestão articipativa na gestão articipativa na gestão articipativa na gestão articipativa na gestão de uma Megametrópole de uma Megametrópole de uma Megametrópole de uma Megametrópole de uma Megametrópole Junho/2003 Junho/2003 Junho/2003 Junho/2003 Junho/2003 2 2 2 2 2 Boa leitura! Boa leitura! Boa leitura! Boa leitura! Boa leitura! 3 3 3 3 3

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Os Conselhos e aCidade de São Paulo

Os Conselhos e aCidade de São Paulo

• Histórico• Histórico• Histórico• Histórico• Histórico• A Organização• A Organização• A Organização• A Organização• A Organizaçãodos Conselhos em SPdos Conselhos em SPdos Conselhos em SPdos Conselhos em SPdos Conselhos em SP• Orçamento e F• Orçamento e F• Orçamento e F• Orçamento e F• Orçamento e Fundosundosundosundosundos

• Estrutura e organização• Estrutura e organização• Estrutura e organização• Estrutura e organização• Estrutura e organizaçãodos Conselhos Setoriaisdos Conselhos Setoriaisdos Conselhos Setoriaisdos Conselhos Setoriaisdos Conselhos SetoriaisPPPPPaulistanosaulistanosaulistanosaulistanosaulistanos

Junho/2003Junho/2003Junho/2003Junho/2003Junho/2003

A constrA constrA constrA constrA construção da Democraciaução da Democraciaução da Democraciaução da Democraciaução da DemocraciaPPPPParticipativa na gestãoarticipativa na gestãoarticipativa na gestãoarticipativa na gestãoarticipativa na gestão

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Esta publicação tem como principal objetivo ser um instrumen-to que contribua para ressaltar a importância da participação po-pular na gestão da cidade.

Queremos contar algumas passagens da história da luta popu-lar na cidade de São Paulo. Uma história cheia de idas e vindas, demuitas conquistas populares assim como de tempos difíceis, quan-do lideranças, organizações e movimentos sociais denunciaram elutaram pelos interesses de paulistanos esquecidos pela adminis-tração pública.

Mais do que contar um pouco dessa história, a intenção é com-partilhar informações para que os conselheiros conheçam o queestão construindo ao longo desses anos: como os Conselhos funcio-nam, quais as suas várias formas de organização, o que decidem ediscutem, como é sua composição, como se relacionam com os ins-trumentos de elaboração e execução orçamentária, porque exis-tem, quais Conselhos possuem fundos, qual a diferença entre Con-selhos setoriais e territoriais, entre outras questões.

Nossa intenção é que este texto possa auxiliar a articulação en-tre os Conselhos. E mais: que as informações aqui apresentadas –e toda informação é poder – contribuam para o fortalecimento dopoder dos Conselhos. Afinal, são frutos da semente que eles mes-mos plantaram mas que, por diversos motivos, nem todos aindaconhecem.

Enfim, trata-se de contribuir para a história popular e democrá-tica da cidade de São Paulo. Uma história que tem um jeito dife-rente de administrar o que é de todos e de valorizar o direito decada paulistano, fortalecendo um novo jeito de fazer política e am-pliando a noção de direitos no processo de gestão compartilhada.

Boa leitura!Boa leitura!Boa leitura!Boa leitura!Boa leitura!

ApresentaçãoApresentação

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Uma primeira experiência deConselho popular ocorreu em Pa-ris, em 1871. Os Conselhos popu-lares continuaram aparecendo emoutras experiências operárias ousocialistas: nos sovietes, que sur-giram na Rússia (1905), nos Con-selhos de fábrica de Turim (1906),nos Conselhos operários de Barce-lona (1934-1937), chegando aosConselhos de Bairros e ConselhosMunicipais Setoriais ocorridos naEspanha, na França, na Itália e naInglaterra (que sediou o GrandeConselho de Londres), nos anos1960 e 1970.

No Brasil, o Conselho Nacionalde Saúde foi criado em 1937 (for-mado por técnicos da área de saú-de) e o Conselho Federal de Educa-ção foi criado em 1971 (em com-posição muito parecida com a doConselho Nacional de Saúde).

Mas foi a partir das lutas soci-ais e no processo de redemocra-tização do Brasil, no final da déca-da de 70 e início de 1980, que asexperiências e as discussões so-bre o papel dos Conselhos aumen-taram.

1. Um pouco de história

Naquela época, nos movimen-tos sociais, todo debate sobre opapel dos Conselhos era direcio-nado para a ampliação do poderpopular, com autonomia em rela-ção aos governos. Daí o nome deConselhos Populares. Seriam, naprática, grandes fóruns onde apopulação pudesse se organizar ediscutir os rumos da política mu-nicipal, pressionando as autori-dades públicas. A experiência dasComunidades Eclesiais deComunidades Eclesiais deComunidades Eclesiais deComunidades Eclesiais deComunidades Eclesiais deBase (CEBs)Base (CEBs)Base (CEBs)Base (CEBs)Base (CEBs) também orientavamuitas lideranças e esteve pre-sente na origem dos Conselhos deSaúde de São Paulo.

Comunidades EclesiaisComunidades EclesiaisComunidades EclesiaisComunidades EclesiaisComunidades Eclesiaisde Base (CEBs)de Base (CEBs)de Base (CEBs)de Base (CEBs)de Base (CEBs)As CEBs são pequenos grupos deAs CEBs são pequenos grupos deAs CEBs são pequenos grupos deAs CEBs são pequenos grupos deAs CEBs são pequenos grupos decatólicos que se reúnemcatólicos que se reúnemcatólicos que se reúnemcatólicos que se reúnemcatólicos que se reúnemperiodicamente e, após a leitura deperiodicamente e, após a leitura deperiodicamente e, após a leitura deperiodicamente e, após a leitura deperiodicamente e, após a leitura deuma passagem da Bíblia, discutem auma passagem da Bíblia, discutem auma passagem da Bíblia, discutem auma passagem da Bíblia, discutem auma passagem da Bíblia, discutem arealidade da comunidade em querealidade da comunidade em querealidade da comunidade em querealidade da comunidade em querealidade da comunidade em quevivem para definir estratégias e açõesvivem para definir estratégias e açõesvivem para definir estratégias e açõesvivem para definir estratégias e açõesvivem para definir estratégias e açõesde transformação social à luz dosde transformação social à luz dosde transformação social à luz dosde transformação social à luz dosde transformação social à luz dosensinamentos bíblicos. Em 1981,ensinamentos bíblicos. Em 1981,ensinamentos bíblicos. Em 1981,ensinamentos bíblicos. Em 1981,ensinamentos bíblicos. Em 1981,existiam cerca de 80 mil CEBs emexistiam cerca de 80 mil CEBs emexistiam cerca de 80 mil CEBs emexistiam cerca de 80 mil CEBs emexistiam cerca de 80 mil CEBs emnosso Pnosso Pnosso Pnosso Pnosso País.aís.aís.aís.aís.

1. Um pouco de história

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nal dos anos 80. Naquele momen-to, ocorreram duas situações no-vas e importantes: muitos líderese assessores de movimentos soci-ais foram eleitos prefeitos e foi

promulgada a nova Constitui-ção Federal. Váriosdesses prefeitos in-troduziram instru-mentos de partici-

pação popular emsuas gestões, comoos Conselhos Se-toriais e o Orça-

mento Participa-tivo. A Constitui-ção de 88 tambémoficializou várias

formas de participação popular,como o referendumreferendumreferendumreferendumreferendum, o plebisci-plebisci-plebisci-plebisci-plebisci-tototototo e os Conselhos SetoriaisConselhos SetoriaisConselhos SetoriaisConselhos SetoriaisConselhos Setoriais.

Nas CEBs, as populações dosbairros carentes do Leste da cida-de organizaram comissões paralutar pela melhoria dos serviços desaúde pública. A pressão constan-te acabou gerando, em 1979,a criação do Conselho deSaúde, composto por re-presentantes eleitospela comunidade. Noinício dos anos 80, jáexistiam Conselhosde Saúde em 19 bair-ros, envolvendo 100mil moradores.

A discussão sobreo papel dos Conse-lhos deu um salto no fi-

ReferendumReferendumReferendumReferendumReferendum

É um mecanismo pelo qual osÉ um mecanismo pelo qual osÉ um mecanismo pelo qual osÉ um mecanismo pelo qual osÉ um mecanismo pelo qual osmembros de uma organização podemmembros de uma organização podemmembros de uma organização podemmembros de uma organização podemmembros de uma organização podemaprovar ou vetar uma proposta políticaaprovar ou vetar uma proposta políticaaprovar ou vetar uma proposta políticaaprovar ou vetar uma proposta políticaaprovar ou vetar uma proposta políticaapresentada por seus representantes.apresentada por seus representantes.apresentada por seus representantes.apresentada por seus representantes.apresentada por seus representantes.

Conselhos SetoriaisConselhos SetoriaisConselhos SetoriaisConselhos SetoriaisConselhos Setoriais

Estes Conselhos são denominadosEstes Conselhos são denominadosEstes Conselhos são denominadosEstes Conselhos são denominadosEstes Conselhos são denominadossetoriais porque tratam de questões ousetoriais porque tratam de questões ousetoriais porque tratam de questões ousetoriais porque tratam de questões ousetoriais porque tratam de questões oupolíticas de um determinado tema oupolíticas de um determinado tema oupolíticas de um determinado tema oupolíticas de um determinado tema oupolíticas de um determinado tema ousetor social. Eles são diferentes dossetor social. Eles são diferentes dossetor social. Eles são diferentes dossetor social. Eles são diferentes dossetor social. Eles são diferentes dosConselhos territoriais que tratam deConselhos territoriais que tratam deConselhos territoriais que tratam deConselhos territoriais que tratam deConselhos territoriais que tratam detodos os temas e setores sociais de umtodos os temas e setores sociais de umtodos os temas e setores sociais de umtodos os temas e setores sociais de umtodos os temas e setores sociais de umdeterminado território.determinado território.determinado território.determinado território.determinado território.

PlebiscitoPlebiscitoPlebiscitoPlebiscitoPlebiscito

Essa palavra tem origem em Roma, naEssa palavra tem origem em Roma, naEssa palavra tem origem em Roma, naEssa palavra tem origem em Roma, naEssa palavra tem origem em Roma, naantiguidade, e significava uma decisão doantiguidade, e significava uma decisão doantiguidade, e significava uma decisão doantiguidade, e significava uma decisão doantiguidade, e significava uma decisão dopovo (plebe) convocado pelo governo.povo (plebe) convocado pelo governo.povo (plebe) convocado pelo governo.povo (plebe) convocado pelo governo.povo (plebe) convocado pelo governo.Nos dias de hoje significa uma votaçãoNos dias de hoje significa uma votaçãoNos dias de hoje significa uma votaçãoNos dias de hoje significa uma votaçãoNos dias de hoje significa uma votaçãopopularpopularpopularpopularpopular, através do SIM ou do NÃO, através do SIM ou do NÃO, através do SIM ou do NÃO, através do SIM ou do NÃO, através do SIM ou do NÃO,,,,,sobre assuntos considerados importantessobre assuntos considerados importantessobre assuntos considerados importantessobre assuntos considerados importantessobre assuntos considerados importantespara a sociedade. Neste caso, não hápara a sociedade. Neste caso, não hápara a sociedade. Neste caso, não hápara a sociedade. Neste caso, não hápara a sociedade. Neste caso, não hánecessidade do governante apresentarnecessidade do governante apresentarnecessidade do governante apresentarnecessidade do governante apresentarnecessidade do governante apresentarpreviamente uma proposta ou sepreviamente uma proposta ou sepreviamente uma proposta ou sepreviamente uma proposta ou sepreviamente uma proposta ou seposicionar sobre o tema a ser votado.posicionar sobre o tema a ser votado.posicionar sobre o tema a ser votado.posicionar sobre o tema a ser votado.posicionar sobre o tema a ser votado.

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A partir desse período, os Con-selhos passaram a ser um instru-mento de gestão pública, direta-mente vinculados ao EstadoEstadoEstadoEstadoEstado. Des-sa forma, os Conselhos setoriais sediferenciam dos Conselhos popu-lares, que são órgãos autônomosda sociedade civilsociedade civilsociedade civilsociedade civilsociedade civil.

EstadoEstadoEstadoEstadoEstado

Vários desses Conselhos foramconquistados na Constituição Fe-deral de 1988 e outros tantos noinício dos anos 90. Esses Conse-lhos setoriais foram uma novidadena política brasileira porque signi-ficam, na prática, que os cida-dãos, além do direito de escolherseus representantes, têm o direitode governar com eles. Governarpensando questões concretas – apolítica de saúde, de educação, desegurança alimentar, a assistên-cia social, a habitação, o meio am-biente -, problemas específicos desetores da população – como o ido-so, a criança e o adolescente, apessoa portadora de deficiência –e, até mesmo, planejando a ma-neira de investir o orçamentomunicipal: o orçamento partici-pativo.

Os Conselhos naOs Conselhos naOs Conselhos naOs Conselhos naOs Conselhos naCidade de São PCidade de São PCidade de São PCidade de São PCidade de São Pauloauloauloauloaulo

Após alguns anos em que osinstrumentos de gestão participa-tiva foram negados pela adminis-tração pública, os Conselhos seto-riais voltaram a fazer parte docentro da política e das decisõesdo governo municipal de São Pau-lo. E avançaram. Em novembro de

Organismo político permanente queOrganismo político permanente queOrganismo político permanente queOrganismo político permanente queOrganismo político permanente queadministra as coisas públicas. Fadministra as coisas públicas. Fadministra as coisas públicas. Fadministra as coisas públicas. Fadministra as coisas públicas. Fazemazemazemazemazemparte do Estado: os funcionáriosparte do Estado: os funcionáriosparte do Estado: os funcionáriosparte do Estado: os funcionáriosparte do Estado: os funcionáriospúblicos concursados, o Judiciário, opúblicos concursados, o Judiciário, opúblicos concursados, o Judiciário, opúblicos concursados, o Judiciário, opúblicos concursados, o Judiciário, oLegislativo (federal, estadual e munici-Legislativo (federal, estadual e munici-Legislativo (federal, estadual e munici-Legislativo (federal, estadual e munici-Legislativo (federal, estadual e munici-pal), o Executivo (federal, estadual epal), o Executivo (federal, estadual epal), o Executivo (federal, estadual epal), o Executivo (federal, estadual epal), o Executivo (federal, estadual emunicipal), as autarquias e todas asmunicipal), as autarquias e todas asmunicipal), as autarquias e todas asmunicipal), as autarquias e todas asmunicipal), as autarquias e todas asagências públicas. O governo é a forçaagências públicas. O governo é a forçaagências públicas. O governo é a forçaagências públicas. O governo é a forçaagências públicas. O governo é a forçapolítica (eleita, na democracia) quepolítica (eleita, na democracia) quepolítica (eleita, na democracia) quepolítica (eleita, na democracia) quepolítica (eleita, na democracia) quedirige por um período o Estado.dirige por um período o Estado.dirige por um período o Estado.dirige por um período o Estado.dirige por um período o Estado.

Sociedade CivilSociedade CivilSociedade CivilSociedade CivilSociedade CivilÉ o segmento social que não seÉ o segmento social que não seÉ o segmento social que não seÉ o segmento social que não seÉ o segmento social que não seconfunde com o Estado, nem com oconfunde com o Estado, nem com oconfunde com o Estado, nem com oconfunde com o Estado, nem com oconfunde com o Estado, nem com omercado. Alguns estudiosos sugeremmercado. Alguns estudiosos sugeremmercado. Alguns estudiosos sugeremmercado. Alguns estudiosos sugeremmercado. Alguns estudiosos sugeremque na sociedade civil surgem as regrasque na sociedade civil surgem as regrasque na sociedade civil surgem as regrasque na sociedade civil surgem as regrasque na sociedade civil surgem as regrasmorais, as crenças e os valores coletivos.morais, as crenças e os valores coletivos.morais, as crenças e os valores coletivos.morais, as crenças e os valores coletivos.morais, as crenças e os valores coletivos.Outros afirmam que a sociedade civilOutros afirmam que a sociedade civilOutros afirmam que a sociedade civilOutros afirmam que a sociedade civilOutros afirmam que a sociedade civilestaria localizada entre as famílias e oestaria localizada entre as famílias e oestaria localizada entre as famílias e oestaria localizada entre as famílias e oestaria localizada entre as famílias e oEstado, onde os indivíduos criamEstado, onde os indivíduos criamEstado, onde os indivíduos criamEstado, onde os indivíduos criamEstado, onde os indivíduos criamvínculos de solidariedade, superando ovínculos de solidariedade, superando ovínculos de solidariedade, superando ovínculos de solidariedade, superando ovínculos de solidariedade, superando oindividualismo das relações deindividualismo das relações deindividualismo das relações deindividualismo das relações deindividualismo das relações demercado. A sociedade civil seriamercado. A sociedade civil seriamercado. A sociedade civil seriamercado. A sociedade civil seriamercado. A sociedade civil seriamarcada pelos conflitos de interessesmarcada pelos conflitos de interessesmarcada pelos conflitos de interessesmarcada pelos conflitos de interessesmarcada pelos conflitos de interessesentre classes e grupos sociais.entre classes e grupos sociais.entre classes e grupos sociais.entre classes e grupos sociais.entre classes e grupos sociais.

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2002, ocorreu um primeiro encon-tro, envolvendo vários Conselhossetoriais da cidade. Deste encon-tro, surgiu uma comissão queimplementou um plano de traba-lho: elaborou um primeiro boletiminterconselhos, organizou um ciclode formação e preparou um se-gundo encontro de conselheiros.Em 2003, a criação das 31 subpre-feituras fez surgir mais uma estru-tura de conselho na gestão da ci-dade: os Conselhos de Represen-tantes que estarão ao lado de cada

subprefeito, pensando e adminis-trando as diversas regiões. Tam-bém começaram a surgir conselhosgestores de vários equipamentospúblicos, como postos de saúde eparques e jardins.

Ocorreram outros avanços nestamesma direção, como a ampliaçãoda participação da população nasplenárias do Orçamento Parti-cipativo, assim como de diversossegmentos sociais e conselhos se-toriais que têm assento no Conse-lho do Orçamento Participativo.

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O que é?O que é?O que é?O que é?O que é?

Os conselhos setoriais são es-truturas de gestão do Estado. Sãoórgãos de gestão pública que tra-tam de temas ou direitos específi-cos e que se vinculam ao aparelhode Estado, ou seja, são permanen-tes e não representam necessaria-mente a força política que está nogoverno. São órgãos que estão re-lacionados à estrutura do PPPPPoderoderoderoderoderExecutivoExecutivoExecutivoExecutivoExecutivo. São criados por meiode leis e seus regimentos ou regu-lamentos são definidos pelos con-

2. Um Conselho

Poder ExecutivoPoder ExecutivoPoder ExecutivoPoder ExecutivoPoder Executivo

Um dos três poderes nos quais aUm dos três poderes nos quais aUm dos três poderes nos quais aUm dos três poderes nos quais aUm dos três poderes nos quais aestrutura da gestão pública brasileira seestrutura da gestão pública brasileira seestrutura da gestão pública brasileira seestrutura da gestão pública brasileira seestrutura da gestão pública brasileira seorganiza. É responsável pela execuçãoorganiza. É responsável pela execuçãoorganiza. É responsável pela execuçãoorganiza. É responsável pela execuçãoorganiza. É responsável pela execuçãodas leis, dos regulamentos e da tomadadas leis, dos regulamentos e da tomadadas leis, dos regulamentos e da tomadadas leis, dos regulamentos e da tomadadas leis, dos regulamentos e da tomadade decisões políticas dentro de umde decisões políticas dentro de umde decisões políticas dentro de umde decisões políticas dentro de umde decisões políticas dentro de umsistema de governo. Os principaissistema de governo. Os principaissistema de governo. Os principaissistema de governo. Os principaissistema de governo. Os principaiscargos do Pcargos do Pcargos do Pcargos do Pcargos do Poder Exoder Exoder Exoder Exoder Executivo no Brasilecutivo no Brasilecutivo no Brasilecutivo no Brasilecutivo no Brasilsão: Psão: Psão: Psão: Psão: Presidente da República,residente da República,residente da República,residente da República,residente da República,Ministros, GoverMinistros, GoverMinistros, GoverMinistros, GoverMinistros, Governadores, Pnadores, Pnadores, Pnadores, Pnadores, Prefeitos erefeitos erefeitos erefeitos erefeitos eSecretários de Governo.Secretários de Governo.Secretários de Governo.Secretários de Governo.Secretários de Governo.

selheiros. Existem conselhos deâmbito municipal (quando vincu-lados à prefeitura), estadual(quando vinculados ao governo deestado) e federal (quando vincula-dos ao governo federal).

Como atua?Como atua?Como atua?Como atua?Como atua?

Normalmente, os conselhosacompanham, avaliam e elaborampropostas sobre:• organização da gestão da políti-ca setorial;• financiamento dessas políticas;• programas prioritários;• cumprimento da legislação;• decisões e programas setoriais.

PPPPPoder de Foder de Foder de Foder de Foder de Fiscalizaçãoiscalizaçãoiscalizaçãoiscalizaçãoiscalização

Os conselhos fiscalizam a açãodos órgãos públicos que tratamdos temas de sua competência(definida por lei). Também fiscali-zam as entidades que prestamserviços públicos relacionados aosmesmos temas. Todo Conselhotem direito às informações técni-cas sobre os programas públicos e

2. Um Conselho

1 01 01 01 01 0

aos dados sobre a demanda da po-pulação a ser atendida. Tem aces-so, ainda, aos dados sobre a formacomo os programas estão organi-zados, a metodologia de execuçãode suas ações e às informações so-bre o financiamento das políticassetoriais, dos convênios e dos con-tratos de serviços assinados com oPoder Público para este fim.

Deliberativo ouDeliberativo ouDeliberativo ouDeliberativo ouDeliberativo ouConsultivo?Consultivo?Consultivo?Consultivo?Consultivo?

Os conselhos podem serdeliberativos ou consultivos. OConselho Deliberativo é aqueleque tem poder de decisão sobre ostemas de sua competência (defini-dos na lei que o criou). As decisõesdos conselhos devem ser homolo-gadas, ou seja, confirmadas peloExecutivo (prefeito ou secretáriosde governo). A lei que cria o Con-selho define sobre o que eles deci-dem. Quando o Executivo não ho-mologa uma deliberação do Con-selho, a pauta retorna com a justi-ficativa da não homologação. Épossível, então, reencaminhá -lapara os Conselhos Estaduais ouMinistério Público. Mas nem to-dos conselhos são deliberativos. OsConselhos Consultivos são órgãos,

como o nome já diz, de consulta:suas decisões podem ser ou nãoacolhidas pelo governo. Muitosconselhos de São Paulo possuemcaráter consultivo e deliberativo:sobre alguns temas eles delibe-ram, sobre outros, apenas sugeremencaminhamentos ao Governo.

Composição dosComposição dosComposição dosComposição dosComposição dosConselhosConselhosConselhosConselhosConselhos

Cada Conselho tem definido,em lei, quais setores sociais esta-rão representados por conselhei-ros.

Na mesma lei que cria o conse-lho é definido se será paritário ounão.

Os conselhos paritários são for-mados por representantes de dife-rentes origens sociais e políticas,em número igual e com os mesmosdireitos e poderes. Na prática, édefinida a composição de um con-selho (que setores serão represen-tados) e, em seguida, é definido onúmero de membros, igual paracada representação. Podem sercompostos por vários segmentossociais. Todos os segmentos têmdireito à voz e voto. Por exemplo:para cada membro que representao governo, vai haver um membro

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que representa a sociedade civil.Alguns conselhos possuem pari-

dade entre representantes do go-verno e representantes da socie-dade civil que tratam daqueletema de sua competência.

Outros conselhos são tripartite.Neste caso a paridade, ou a igual-dade, será entre três segmentos.Por exemplo: no Conselho de Edu-cação temos três representantesdo Poder Público, três técnicos etrês membros da comunidade.

Existem, ainda, os conselhosque não são paritários. Podem serconstituídos por uma composiçãodesigual (uma das representaçõespossui maior número de membrose maior poder de votos) ou atravésde eleição direta, por uma repre-sentação por distrito e não por se-tor ou segmento social. Este é o

caso do Conselho do OrçamentoParticipativo (CONOP), onde seusconselheiros são eleitos em plená-rias. No CONOP, o governo tem as-sento, mas não tem direito à voto.

A escolha dosA escolha dosA escolha dosA escolha dosA escolha dosconselheirosconselheirosconselheirosconselheirosconselheiros

A forma de se escolher os con-selheiros varia muito. Normal-mente é por eleiçãoeleiçãoeleiçãoeleiçãoeleição ou indica-indica-indica-indica-indica-ção.ção.ção.ção.ção. A eleição diretaeleição diretaeleição diretaeleição diretaeleição direta é realizadaem fóruns específicos. Um exem-plo: a escolha do representante dasociedade civil para o ConselhoMunicipal dos Direitos da Criançae Adolescente. Há também a elei-ção em fóruns regionais, como nocaso do Grande Conselho do Idoso.A escolha dos conselheiros podeser por indicação de órgãos de re-presentação, como nas represen-tações sindicais e empresariais. Ehá, ainda, os conselheiros indica-dos pelo Executivo, como os repre-

sentantes de Secretarias eórgãos de governo. Aestrutura interna dosconselhos (câmaras

setoriais, comissõestécnicas, secretaria exe-cutiva) é definida na leide sua criação.

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Para um Conselho funcionar eleprecisa ter infra-estrutura, ouseja, as condições básicas paraseu funcionamento e também pre-cisa ter dinheiro. É dever de cadaSecretaria Municipal prever emseu ORÇAMENTO os recursos ne-cessários (a quantidade de dinhei-ro) para o funcionamento do Con-selho que está vinculado a esta Se-cretaria. Esta obrigação está cla-ramente definida nas leis que cri-aram os conselhos setoriais de SãoPaulo.

Vamos entender melhor o que éo ORÇAMENTO. Ele é o cálculo deQUANTO e QUANDO se recebe, ede QUANTO e COM O QUE serágasto. O orçamento da Prefeiturade São Paulo é aprovado por lei e éelaborado a partir das Secretariase das discussões do OrçamentoParticipativo. Isso significa que nacidade de São Paulo existe Partici-pação Popular no processo do Or-çamento. Isso acontece apenasem algumas cidades do Brasil.Mas em todas as cidades, inclusi-ve em São Paulo, a elaboração do

orçamento tem que passar pelosseguintes passos:

4.1. P4.1. P4.1. P4.1. P4.1. Preparaçãoreparaçãoreparaçãoreparaçãoreparação

É a fase da definição das basespara a elaboração do Orçamento.Essa base é formada pelo PlanoPlanoPlanoPlanoPlanoPlurianual (PPPlurianual (PPPlurianual (PPPlurianual (PPPlurianual (PPA)A)A)A)A) e da Lei deLei deLei deLei deLei deDiretrizes OrçamentáriasDiretrizes OrçamentáriasDiretrizes OrçamentáriasDiretrizes OrçamentáriasDiretrizes Orçamentárias(LDO)(LDO)(LDO)(LDO)(LDO). Na Lei Orçamentária sãodefinidas as obras que terão prio-ridade, o teto de gastos salariais,o limite de empréstimos contrata-dos, o valor máximo de suplemen-

4. Infra-estrutura erecursos financeiros

Plano Plurianual (PPPlano Plurianual (PPPlano Plurianual (PPPlano Plurianual (PPPlano Plurianual (PPA)A)A)A)A)

O PPO PPO PPO PPO PPA define as diretrizes, metas eA define as diretrizes, metas eA define as diretrizes, metas eA define as diretrizes, metas eA define as diretrizes, metas eestratégias com investimentos, obras eestratégias com investimentos, obras eestratégias com investimentos, obras eestratégias com investimentos, obras eestratégias com investimentos, obras eprogramas. É apresentado ao Legislativoprogramas. É apresentado ao Legislativoprogramas. É apresentado ao Legislativoprogramas. É apresentado ao Legislativoprogramas. É apresentado ao Legislativono final do primeiro ano de governo.no final do primeiro ano de governo.no final do primeiro ano de governo.no final do primeiro ano de governo.no final do primeiro ano de governo.Define as ações governamentais para oDefine as ações governamentais para oDefine as ações governamentais para oDefine as ações governamentais para oDefine as ações governamentais para osegundo ano de uma gestão até osegundo ano de uma gestão até osegundo ano de uma gestão até osegundo ano de uma gestão até osegundo ano de uma gestão até oprimeiro ano da gestão seguinte. É noprimeiro ano da gestão seguinte. É noprimeiro ano da gestão seguinte. É noprimeiro ano da gestão seguinte. É noprimeiro ano da gestão seguinte. É noPPPPPPPPPPA que são definidas as metasA que são definidas as metasA que são definidas as metasA que são definidas as metasA que são definidas as metasorçamentárias para cada ano da gestão.orçamentárias para cada ano da gestão.orçamentárias para cada ano da gestão.orçamentárias para cada ano da gestão.orçamentárias para cada ano da gestão.

4. Infra-estrutura erecursos financeiros

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Lei de DiretrizesLei de DiretrizesLei de DiretrizesLei de DiretrizesLei de DiretrizesOrçamentárias (LDO)Orçamentárias (LDO)Orçamentárias (LDO)Orçamentárias (LDO)Orçamentárias (LDO)

É a proposta orçamentária apresentadaÉ a proposta orçamentária apresentadaÉ a proposta orçamentária apresentadaÉ a proposta orçamentária apresentadaÉ a proposta orçamentária apresentadaao Legislativo no final de cada ano eao Legislativo no final de cada ano eao Legislativo no final de cada ano eao Legislativo no final de cada ano eao Legislativo no final de cada ano eque trata das metas e prioridades paraque trata das metas e prioridades paraque trata das metas e prioridades paraque trata das metas e prioridades paraque trata das metas e prioridades parao ano seguinte. Deve, sempre,o ano seguinte. Deve, sempre,o ano seguinte. Deve, sempre,o ano seguinte. Deve, sempre,o ano seguinte. Deve, sempre,respeitar as definições gerais do PPrespeitar as definições gerais do PPrespeitar as definições gerais do PPrespeitar as definições gerais do PPrespeitar as definições gerais do PPAAAAA.....A LDO define, ainda, as regras sobreA LDO define, ainda, as regras sobreA LDO define, ainda, as regras sobreA LDO define, ainda, as regras sobreA LDO define, ainda, as regras sobremudanças nas leis de impostos, finançasmudanças nas leis de impostos, finançasmudanças nas leis de impostos, finançasmudanças nas leis de impostos, finançasmudanças nas leis de impostos, finançase pessoal. É votada no primeiroe pessoal. É votada no primeiroe pessoal. É votada no primeiroe pessoal. É votada no primeiroe pessoal. É votada no primeirosemestre de cada ano, na Câmarasemestre de cada ano, na Câmarasemestre de cada ano, na Câmarasemestre de cada ano, na Câmarasemestre de cada ano, na CâmaraMunicipal.Municipal.Municipal.Municipal.Municipal.

tação por decreto, e assim por di-ante.

4.2.Elaboração4.2.Elaboração4.2.Elaboração4.2.Elaboração4.2.Elaboração

É o momento de decisão sobre oplano de governo, suas metas esuas possibilidades financeiras.

4.3.T4.3.T4.3.T4.3.T4.3.Tramitaçãoramitaçãoramitaçãoramitaçãoramitação

A proposta de Lei Orçamentá-ria é discutida na Câmara Muni-cipal. É analisada primeiramentepelas comissões técnicas da Câ-mara. Depois, é discutida, emen-dada e votada no plenário da Câ-mara. A forma e os prazos paraessa tramitação são os seguintes:• entrega da proposta do Executi-

vo à Câmara Municipal; normal-mente em outubro de cada ano,embora o Executivo tenha liberda-de para adiar ou antecipar essadata;• apreciação na Comissão de Fi-nanças da Câmara Municipal ;• apreciação e votação na Plená-ria da Câmara Municipal. Somen-te após a apreciação e apresenta-ção do parecer da Comissão de Fi-nanças, a proposta orçamentáriaé discutida e votada em dois tur-nos por todos os vereadores emplenária. Este é o momento deapresentação de emendas à pro-posta do Executivo pelos vereado-res;• votação da proposta orçamentá-ria. A data final para a aprovaçãodo orçamento é 31 de dezembro.

4.4.Execução4.4.Execução4.4.Execução4.4.Execução4.4.Execução

Nesta fase o PPA é colocado emexecução, usando os recursos defi-nidos na LDO. É quando são reali-zados os projetos e as obras paramelhoria da qualidade de vida dapopulação.

4.5. F4.5. F4.5. F4.5. F4.5. Fiscalizaçãoiscalizaçãoiscalizaçãoiscalizaçãoiscalização

Cabe ao Tribunal de Contas dar

1 41 41 41 41 4

um parecer aprovando ou repro-vando a execução do orçamentomunicipal pela Prefeitura. Esteparecer é votado pelos vereadores,que mostram se concordam ounão com ele. Numa gestão partici-pativa, o papel do Conselho do Or-çamento Participativo (CONOP)CONOP)CONOP)CONOP)CONOP)é de fundamental importâncianesta etapa.

O orçamento e osO orçamento e osO orçamento e osO orçamento e osO orçamento e osrecursos dos Conselhosrecursos dos Conselhosrecursos dos Conselhosrecursos dos Conselhosrecursos dos Conselhos

Na Lei Orçamentária são defi-nidos os gastos com a manuten-ção dos Conselhos Setoriais e to-dos outros órgãos de participaçãona gestão municipal. As secretari-as e órgãos de governo aos quaiscada conselho está vinculado de-vem prever em seus orçamentosrecursos para sua manutenção.Muitas leis que criaram os conse-lhos setoriais de São Paulo defi-nem o órgão público que será

obrigadoobrigadoobrigadoobrigadoobrigado a for-necer a infra-estrutura para

determinado Conselho, incluindocontratação de assessoria. Tam-bém são destinados recursos paraa realização de eventos oficiais,como as Conferências Municipais.

Mas esta não é a única fonte derecursos com os quais os conselhostrabalham. Existem, ainda, osfundos especiaisfundos especiaisfundos especiaisfundos especiaisfundos especiais. Vamos enten-der um pouco como funcionam.

Sobre os FSobre os FSobre os FSobre os FSobre os Fundos Especiaisundos Especiaisundos Especiaisundos Especiaisundos Especiais

O que são os fundos especiais?

Os Fundos Especiais são com-postos a partir dos recursos públi-cos, portanto estão sujeitos à fis-calização do Ministério Público ede outros órgãos de fiscalização.São criados por lei que define oseu funcionamento. Os fundos sãoempregados em políticas espe-políticas espe-políticas espe-políticas espe-políticas espe-cíficas, setoriais e são dirigi-cíficas, setoriais e são dirigi-cíficas, setoriais e são dirigi-cíficas, setoriais e são dirigi-cíficas, setoriais e são dirigi-dos pelos Conselhos Setoriaisdos pelos Conselhos Setoriaisdos pelos Conselhos Setoriaisdos pelos Conselhos Setoriaisdos pelos Conselhos Setoriais.São os Conselhos que definemonde os seus recursos devem seraplicados, a partir da elaboraçãode uma resolução (publicada no

1 51 51 51 51 5

Diário Oficial) que determina oscritérios de utilização.

É importante destacar que nãosão todos os Conselhos que possu-em fundos especiais.

Em que pode ser aplicado odinheiro de um fundo especial?

O artigo 71 da Lei 4.320/64 de-termina que os fundos devem es-tar vinculados a determinados ob-jetivos e serviços, o que, na práti-ca significa que cada fundo espe-cial deve definir seu programa,seus objetivos e os serviços aosquais será destinado. Todo fundopossui contabilidade própria.

De onde vem os recursosdos fundos especiais?

O Poder Executivo Municipalpode definir, na Lei Orçamentária(votada na Câmara Municipal),dotação orçamentária destinadaaos programas e metas deum fundo especial. Paratanto, o Conselho queadministra de-terminado fun-do precisa esta-belecer seu Pla-no de Aplicação e ocronograma de liberação dos re-

cursos.Outra fonte de recursos são as

doações de pessoas físicas ou jurí-dicas. Neste caso, as doaçõescorrespondem a uma parte (defini-da em lei) do imposto de renda de-vido pelo doador. Os valores doadospodem ser deduzidos do impostode renda apenas quando se tratardo Fundo Municipal dos Direitosda Criança e Adolescente.

Uma terceira fonte são astransferências do governo federal,do governo estadual ou órgãos in-ternacionais.

Quem administra um fundoespecial?

A decisão sobre onde a aplica-ção de um fundo deve ser feita é deexclusiva responsabilidade doConselho ao qual está vinculado.Mas a lei que cria o fundo define

se o Conselho pode ad-ministrar diretamenteseus recursos, podendoutilizar uma contabancária própria. Emalguns casos, é o órgãoao qual o fundo estávinculado (uma secre-taria de governo es-pecífica, por exemplo)

que administra esses recursos.

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O município de São Paulo pos-sui vários conselhos setoriais. Al-guns deles foram recriados ou ga-nharam vida nos últimos trêsanos, quando a administraçãomunicipal adotou a proposta degestão participativa da cidade.Vários Conselhos já existiam, masnão encontravam espaço na ad-ministração pública do município.Persistiam por força dos movimen-tos sociais e do compromisso polí-tico de cidadãos e organizaçõesque brotaram em São Paulo aolongo do processo de redemocrati-zação do país, no final do séculoXX.

Em 2003, surgiu um novo tipode conselho, de caráter territoriale não setorial, na cidade de SãoPaulo. A atual gestão municipalcriou 31 subprefeituras, organiza-das a partir do gabinete do sub-prefeito (indicado pela Prefeita) edas coordenadorias que planejame executam os serviços públicosregionais.

Esta nova forma de organiza-

ção descentralizada da adminis-tração pública municipal estavaprevista na Lei Orgânica do Mu-nicípio, de 1990. Nesta lei, nos ar-tigos 54 e 55, é proposta a criaçãodo Conselho de Representantesem cada subprefeitura.

O Conselho de Representantesé um conselho territorial, ou seja,atua a partir das demandas dosbairros ou distritos. É um meca-nismo importante da descentrali-zação administrativa da cidadepois favorece a atuação dos Con-selheiros a partir das demandasdos bairros, facilitando, também,um controle sobre o funcionamen-to dos serviços e a definição deprioridades.

Mas, afinal, o que significadescentralizaçãodescentralizaçãodescentralizaçãodescentralizaçãodescentralização? Descentrali-zar, em administração pública,significa transferir para instânci-as inferiores da gestão e do terri-tório a execução de ações públicase parte ou a totalidade do planeja-mento dessas ações e estratégias.Atenção para não confundir com

5. Conselhos Setoriais eConselhos Representantes5. Conselhos Setoriais e

Conselhos Representantes

1 71 71 71 71 7

outro conceito, o de desconcen-desconcen-desconcen-desconcen-desconcen-traçãotraçãotraçãotraçãotração, quando apenas a execu-ção de tarefas e ações é transferi-da para as instâncias inferioresda gestão ou território.

O terterterterterritórioritórioritórioritórioritório, nesse processo dedescentralização, não é uma sim-ples organização administrativado espaço municipal. Território étodo espaço marcado por relaçõessociais e políticas que acabam ge-rando uma identidade cultural doscidadãos que nela residem. Emoutras palavras, a noção de terri-tório se relaciona com a cultura, oshábitos e a confiança (ou solida-riedade) que existem entre os ci-dadãos daquela porção da cidade.Nem sempre se confunde com umdistrito, às vezes chega a superarum bairro.

Com toda essa novidade,Com toda essa novidade,Com toda essa novidade,Com toda essa novidade,Com toda essa novidade,como ficam as secretariascomo ficam as secretariascomo ficam as secretariascomo ficam as secretariascomo ficam as secretariasde governo?de governo?de governo?de governo?de governo?

As secretarias de governo con-tinuam planejando e coordenandotemas gerais, municipais. Mas,agora, parte de suas atividades se-rão repassadas para as subprefei-turas. Vamos dar um exemplo:agora, a fiscalização das feiras es-tará sob responsabilidade da sub-

prefeitura. Antes, eram fiscaliza-das pela Secretaria de Meio Am-biente e pelas Administrações Re-gionais. Esta mudança, que pare-ce simples, envolve transferênciae formação de funcionários. Adescentralização vai obrigar assecretarias a se articularem e atrabalharem em conjunto. É o quese chama intersetorialidadeintersetorialidadeintersetorialidadeintersetorialidadeintersetorialidade. Adescentralização, porque tem co-mo referência o território, acabaintegrando ações e programas.

Será necessária, portanto, umaarticulação entre os vários tiposde Conselhos. Para os ConselhosSetoriais que possuem estruturasregionais, descentralizadas, estaarticulação será mais fácil. Mas,mesmo assim, será necessário umesforço grande dos Conselhos Se-toriais: eles precisarão se articu-lar, envolvendo vários temas eadotando os territórios como basede suas discussões, como ocorrecom as secretarias de governo.

1 81 81 81 81 8

6. Conselhos Setoriaisda cidade de São Paulo

Nada melhor do que conhecermais de perto a realidade viven-ciada por alguns Conselhos paraque os Conselheiros se conheçammelhor e possam searticular melhor,também.

Existem vári-os Conselhos nacidade de SãoPaulo. Algunsdesde muitotempo e ou-tros começama ser criados.Aliás, esta éuma históriaque não tem fim, porque é a histó-ria da democratização da cidade,

Os cidadãos que desejarem inforOs cidadãos que desejarem inforOs cidadãos que desejarem inforOs cidadãos que desejarem inforOs cidadãos que desejarem informações mais detalhadas sobre osmações mais detalhadas sobre osmações mais detalhadas sobre osmações mais detalhadas sobre osmações mais detalhadas sobre osConselhos da cidade de São PConselhos da cidade de São PConselhos da cidade de São PConselhos da cidade de São PConselhos da cidade de São Paulo podem encontrá-las naaulo podem encontrá-las naaulo podem encontrá-las naaulo podem encontrá-las naaulo podem encontrá-las naCoordenadoria de PCoordenadoria de PCoordenadoria de PCoordenadoria de PCoordenadoria de Participação Participação Participação Participação Participação Popular (Rua da Fopular (Rua da Fopular (Rua da Fopular (Rua da Fopular (Rua da Figueira, 77 –igueira, 77 –igueira, 77 –igueira, 77 –igueira, 77 –Pq. D. PPq. D. PPq. D. PPq. D. PPq. D. Pedro II – São Pedro II – São Pedro II – São Pedro II – São Pedro II – São Paulo/SP – CEP 03003-000 Faulo/SP – CEP 03003-000 Faulo/SP – CEP 03003-000 Faulo/SP – CEP 03003-000 Faulo/SP – CEP 03003-000 Fone (11)one (11)one (11)one (11)one (11)3315-9077 / ramal 2303 / 3315-9077 / ramal 2303 / 3315-9077 / ramal 2303 / 3315-9077 / ramal 2303 / 3315-9077 / ramal 2303 / [email protected]@[email protected]@[email protected]) ou na) ou na) ou na) ou na) ou naCâmara Municipal de São PCâmara Municipal de São PCâmara Municipal de São PCâmara Municipal de São PCâmara Municipal de São Paulo.aulo.aulo.aulo.aulo.

da ampliação do poder do cida-dão.

Escolhemos 13 Conselhos, den-tre os vários da cidade de São

Paulo, paraexemplificar

um pouco adiversidade

existente en-tre eles, comopor exemplo:

quantosConselheiros

participamde cadaConselho,

quando foram criados e qualo tempo de mandato de cada Con-selheiro.

6. Conselhos Setoriaisda cidade de São Paulo

1 91 91 91 91 9

A tabela, a seguirA tabela, a seguirA tabela, a seguirA tabela, a seguirA tabela, a seguir, apresenta algumas dessas informações., apresenta algumas dessas informações., apresenta algumas dessas informações., apresenta algumas dessas informações., apresenta algumas dessas informações.

A tabela mostra que a maioriados Conselhos foi criada em doismomentos. O primeiro momentofoi o final dos anos 1980 e iníciodos anos 1990, logo depois de pro-mulgada a nova Constituição Fe-

deral, que garantiu a existênciade vários Conselhos na gestão pú-blica. O segundo momento acon-tece nos últimos três anos, os pri-meiros do século XXI.

Podemos perceber, também,

Conselhos Data criação ReprensentaçãoSociedade Civil

ReprensentaçãoGoverno

ReprensentaçãoTrabalhador

Intituições Mandato Regional Fundos

Gestor deParques

NãoSim2 anos325/02/03 9 27

SegurançaAlimentar

13/03/03 20 10 10 _ 2 anos Sim Não

Idoso 24/09/02 30 14 2 anos Sim Não_ _

Educação 24/02/88 3 3 _ 3 6 anos Não Não

Criança eAdolescente

13/07/90 8 8 _ _ 2 anos Não Sim

Saúde 24/06/89 16 6 8 2 2 anos Sim Sim

AssistênciaSocial

01/12/97 3 9 3 3 2 anos Não Sim

Habitação 02/09/92 16 13 _ 16 2 anos Sim Sim

MeioAmbiente

17/11/93 9 23 1 _ 2 anos Não Sim

Drogas eÁlcool

06/02/02 12 7 _ _ 2 anos Não Não

OrçamentoParticipativo

02/07/01 86 14 _ _ 1 ano Sim Não

Transporte 12/12/01 28 3 _ 5 1 ano Sim Não

PessoaDeficiente

21/12/92 7 _ _ _ 2 anos Não Não

2 02 02 02 02 0

que a composição dos conselhosnão é igual, porque tem relaçãocom o seu tema e a história do mo-vimento social que esteve por trásde sua criação.

É importante lembrar que, in-dependentemente da composiçãoe do caráter de cada Conselho, osConselheiros devem buscar sem-

pre divulgar as suas ações com oobjetivo de estimular processos demobilização e organização popula-res.

Os principais desafios para osConselhos na cidade de São Paulosão:• superar a fragmentação de te-mas e ações;

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• construir uma ação e agendapropositiva que supere a simplesreação à conjuntura;• construir uma organização emrede, a partir da regionalização edas subprefeituras;• intensificar a articulação políti-ca entre os Conselhos, fortalecer arelação dos Conselhos com os mo-vimentos sociais, buscar tambéma articulação com o Legislativoampliando o acompanhamento e oenvolvimento com as várias ins-tâncias do Executivo;• reforçar o seu papel de co-gestordas demandas da população.

A criação dos Conselhos foiuma novidade na política brasilei-ra porque colocou a sociedade civildentro do Estado. Essa novidade

também muda as práticas dos mo-vimentos sociais. Agora os movi-mentos sociais e Conselheiros pre-cisam se preparar para elaborarprojetos para a cidade, para avali-ar os projetos e as ações do gover-no e de entidades prestadoras deserviços públicos e, principalmen-te, para saber administrar tudo oque é público. TTTTTalvez o seu papelalvez o seu papelalvez o seu papelalvez o seu papelalvez o seu papelmais importante seja colocarmais importante seja colocarmais importante seja colocarmais importante seja colocarmais importante seja colocaro poder da cidade nas mãos deo poder da cidade nas mãos deo poder da cidade nas mãos deo poder da cidade nas mãos deo poder da cidade nas mãos dequem vive nela.quem vive nela.quem vive nela.quem vive nela.quem vive nela. Por esse motivo,não basta o Conselheiro ser umbom gestor, ele precisa garantirações descentralizadas, uma co-municação direta com a popula-ção e a capacidade de mobilizar eenvolver os cidadãos na constru-ção de um novo tipo de política.

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Ficha Técnica

Prefeitura do Municípiode São PauloMarta SuplicyMarta SuplicyMarta SuplicyMarta SuplicyMarta Suplicy

Secretaria do GovernoMunicipalRRRRRui Fui Fui Fui Fui Falcãoalcãoalcãoalcãoalcão

Coordenadoria daParticipação PopularPPPPPaulo Silvio Faulo Silvio Faulo Silvio Faulo Silvio Faulo Silvio Ferreiraerreiraerreiraerreiraerreira

Rua da Figueira, 77 – Pq. D.Pedro II – São Paulo/SPCEP 03003-000Fone (11) 3315-9077(ramal 2303)[email protected]@[email protected]@[email protected]

Ficha Técnica

Concepção e ElaboraçãoAnamaria MurtaAnamaria MurtaAnamaria MurtaAnamaria MurtaAnamaria MurtaCláudia Sapag RicciCláudia Sapag RicciCláudia Sapag RicciCláudia Sapag RicciCláudia Sapag RicciRudá RicciRudá RicciRudá RicciRudá RicciRudá Ricci

Direção TécnicaRudá RicciRudá RicciRudá RicciRudá RicciRudá RicciThiago CamargoThiago CamargoThiago CamargoThiago CamargoThiago Camargo

Coordenação GráficaFábrica de IdéiasFábrica de IdéiasFábrica de IdéiasFábrica de IdéiasFábrica de IdéiasComunicação e ArteComunicação e ArteComunicação e ArteComunicação e ArteComunicação e ArteProjeto Gráfico e DiagramaçãoElinara SantanaIlustraçõesNivaldoNivaldoNivaldoNivaldoNivaldo

Av. Prudente de Morais n° 621sala 314 - Cidade JardimBelo Horizonte/MGTelefax: (31) 3344-0368e-mail: [email protected]@[email protected]@[email protected]

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