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CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS SOBRE DROGAS: PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL Eixo Práticas aberta.senad.gov.br

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CRIANDO E FORTALECENDO

CONSELHOS MUNICIPAIS SOBRE

DROGAS: PARTICIPAÇÃO E

CONTROLE SOCIAL

Eixo Práticas

 

aberta.senad.gov.br

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APRESENTAÇÃO

A participação da sociedade civil na formulação, no acompanhamento e na fiscalização das

políticas públicas ainda é um grande desafio no nosso país. Seja porque os conselhos não são

conhecidos, porque são dominados por apenas um segmento ou, ainda, porque funcionam como

correias de transmissão do governo, reproduzindo burocracias e/ou tentativas de controle, sem

representar realmente a sociedade civil. Diante disso, propomos problematizar ao longo deste

módulo a necessidade de ampliar e qualificar os Conselhos de Direitos e refletir sobre   quais

estratégias são necessárias para promover o fortalecimento desses espaços e ampliar a

participação social.

Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a Licença

Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Podem estar

disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em

http://aberta.senad.gov.br/.

AUTORIA

Melissa Leite de Azevedo

lattes.cnpq.br/1330454127490001

Graduada em Psicologia pela Faculdade Frassinetti e especializada em

Saúde Coletiva pelo Centro Universitário Internacional. Coordenou o

Programa Mais Vida; foi assessora técnica da Política de álcool e outras

drogas da Saúde Mental (SES /PE), coordenadora da Política Municipal

para a População em Situação de Rua, do Recife (IASC/PCR) e

coordenadora técnica do Programa ATITUDE. Atualmente é

interlocutora do Projeto Redes (FIOCRUZ/ SENAD), conselheira do

CEPAD-PE e oferece apoio consultivo ao Conselho de Psicologia - 2ª

Região. Suas principais linhas de atuação são relacionadas a drogas,

álcool, saúde mental, redução de danos e políticas públicas. 

Leonardo Pinho

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Leonardo Pinho

Presidente da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários

Unisol Brasil, membro da mesa diretora do Conselho Nacional de

Direitos Humanos e do Conselho Nacional de Economia Solidária.

Diretor da Associação Brasileira de Saúde Mental, coordenador local do

5º Congresso Brasileiro de Saúde Mental, ex-presidente do Conselho

Municipal de Drogas (COMUDA) e atual presidente da associação Inclui

Mais e da rede estadual de Saúde Mental e Economia Solidária- SP.

CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS

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CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS

SOBRE DROGAS: PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

 

SITUAÇÃO PROBLEMATIZADORA

Veja, abaixo, um exemplo de constituição de um Conselho de Políticas sobre Drogas.

 https://youtu.be/zD30Em8eAws

Essa situação acontece na realidade da sua comunidade ou do seu município? Você acredita que

os atores envolvidos têm um papel participativo nessas instâncias? Elas possibilitam e fomentam

o debate e as deliberações? Como democratizar e fortalecer os conselhos na sua região?

CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS

SOBRE DROGAS: PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

 

ANTECEDENTES DE 1988

O controle social   e a democratização do Estado brasileiro têm sua história marcada por

transições negociadas pelo regime de construção da democracia, e não pelo povo em si, por isso

dizemos que esse regime político é uma democracia representativa. Foi assim desde a

Proclamação da República, passando pelas mudanças de regime durante os anos de Getúlio

Vargas, na transição da Ditadura Militar para a democracia.

 

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Glossário

"A expressão 'controle social'  tem origem na sociologia. De forma geral, é empregada

para designar os mecanismos que estabelecem a ordem social disciplinando a sociedade

e submetendo os indivíduos a determinados padrões sociais e princípios morais. Assim

sendo, assegura a conformidade de comportamento dos indivíduos a um conjunto de

regras e princípios prescritos e sancionados. Mannheim (1971, p. 178) a define como o

'[...] conjunto de métodos pelos quais a sociedade influencia o comportamento humano,

tendo em vista manter determinada ordem'. Na teoria política, o significado de 'controle

social' é ambíguo, podendo ser concebido em sentidos diferentes a partir de concepções

de Estado e de  sociedade civil

(http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/socciv.html)  distintas. Tanto é

empregado para designar o controle do Estado sobre a sociedade quanto para designar o

controle da sociedade (ou de setores organizados na sociedade) sobre as ações do

Estado." (CONTROLE Social. In: CORREIA, M. V. C. Dicionário da educação profissional na

saúde.  Fundação Oswaldo Cruz: Rio de Janeiro, 2009. Disponível

em:  http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/consoc.html

(http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/consoc.html).  Acesso em: 31 mar.

2017).

Democracia representativa: são as diversas formas de regime e governo em que se

consolidam instrumentos de representação política, nos quais a sociedade delega a

um representante eleito o direito de representá-la e de tomar as decisões que melhor

favoreçam os interesses de toda a população. A democracia representativa é,

portanto, aquela construída a partir da representação da população, feita por

aqueles que são eleitos de tempos em tempos nos processos eleitorais.

Todos esses processos, apesar das intensas lutas sociais, sempre foram resolvidos através de

pactos entre as elites políticas e econômicas, assegurando-se que as transições fossem capazes

de garantir que as antigas elites políticas se adaptassem às mudanças no regime político. Assim,

tais transições sempre foram parciais, não tendo como centralidade a transformação estrutural

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dos regimes e suas políticas pela população. A Constituição de 1988 abriu como direito a

possibilidade de participação do cidadão na formulação, no desenvolvimento e na

implementação das políticas públicas.

Democracia participativa: é um conjunto de experiências e mecanismos que tem

como objetivo estimular e criar espaços para a participação direta dos cidadãos na

vida política através de canais de discussão e deliberação. A democracia participativa

preserva e valoriza a democracia representativa (os processos eleitorais). No entanto,

busca superar a dicotomia entre representantes e representados, estimulando a

participação permanente e direta dos cidadãos nos rumos das políticas públicas e

das cidades, recuperando o sentido da democracia grega: a participação ativa e

efetiva dos cidadãos na vida pública (polis).

PARTICIPAÇÃO SOCIAL: AMPLIAÇÃO E FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA

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 PARTICIPAÇÃO SOCIAL: AMPLIAÇÃO E FORTALECIMENTO DA DEMOCRACIA

A participação social foi e continua sendo uma das principais demandas da população para

transformar a forma e o jeito de se fazer política no Brasil. A  luta contra a Ditadura Militar no país,

o processo de redemocratização e a afirmação da democracia têm como pano de fundo a

construção de um Estado e de uma política pública que enfrentem a cultura socialmente

construída de centralização e de patrimonialismo nas decisões públicas. Cultura essa que afasta,

e não constrói, uma cidadania ativa no país, na qual os cidadãos entendam de forma crítica e

reflexiva a esfera da política pública, a política em seu sentido mais profundo – de participação e

decisão sobre o espaço público e de direito à cidade como algo que não seja exclusivo dos

políticos, mas sim de toda a sociedade.

As tecnologias digitais colocaram na mão dos cidadãos instrumentos de acesso e disseminação

de informações, de modo que surgem novas formas de participação social. Questionamentos e

organização de manifestações são mobilizados de forma digital, o que resulta em novas

possibilidades de ampliar e qualificar mecanismos já existentes, além de criar novos processos e

formas diversas de participação. Porém, os caminhos e direitos para efetivação da participação

social começam com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que abre espaço para a

instituição de diversos mecanismos e formas de participação social, quando a população

consegue participar ativamente através da constituição de conselhos, conferências, ouvidorias,

processos de discussão e elaboração do planejamento e orçamento público, mesas de diálogo e

negociação, plebiscitos, audiências e consultas públicas.

 

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Saiba Mais

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a atual Carta Magna do Brasil.

Elaborada por uma Assembleia Constituinte de 559 parlamentares com diversas crenças

políticas, ela não só restabeleceu a inviolabilidade de direitos e liberdades básicas como

instituiu uma vastidão de preceitos progressistas. 

Você pode acessá-la em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm) 

Ou no formato em áudio Mp3:

http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/1708

(http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/1708). (CYSNE, D. Constituição de

1988. In: INFOESCOLA. [S.l.]. 2017.

Disponível em:  http://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1988/

(http://www.infoescola.com/direito/constituicao-de-1988/). Acesso em: 17 abr. 2017).

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Figura 01: comemoração dos parlamentares durante a votação na Assembleia Constituinte de 1988. Fonte: AGÊNCIA Brasil

(2016). 

A noção de inclusão e participação da sociedade civil na formulação e no controle das políticas

públicas no Brasil é muito recente. Passaram-se quase trinta anos da promulgação da

Constituição Federal de 1988, mas os desafios ainda são grandes, pois, mesmo tendo sido

constituído o Artigo 196 – que instituiu a saúde enquanto direito de todos e dever do Estado – e o

Artigo 198 – que determinou a participação da comunidade enquanto diretriz constitutiva do

Sistema Único de Saúde (SUS) –, ainda lutamos para garantir de forma efetiva esses direitos

conquistados.

“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas

sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e

ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e

recuperação.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e

hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as

seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo

dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.” (BRASIL, 1988).

Foi através da Lei n.º 8.142 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8142.htm), de 28 de

dezembro de 1990, que a participação social passou a ser garantida legalmente, criando-se as

principais instâncias de inserção e participação de representantes da população na construção da

política do SUS, nas conferências e nos Conselhos de Saúde.

No entanto, sabemos que apenas a institucionalização desses fóruns participativos não garante,

por si só, a efetiva realização dos objetivos principais desses espaços democráticos: “[...] avaliar a

situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis

correspondentes [...]”   (BRASIL, 1990), no caso das conferências, e “[...] atuar na formulação de

estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente [...]”

(BRASIL, 1990) requer   muito mais do que fóruns de coletivos participativos. Para promover

espaços democráticos de participação social, a exemplo da constituição dos Conselhos de

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Direitos, faz-se necessário constituir espaços permanentes de formulação, avaliação e controle

das políticas públicas, com clareza dos princípios e diretrizes que regem essa instância do

controle social e, principalmente, garantindo a participação efetiva dos usuários nesse contexto.

Desse modo se concretizaria no Brasil, através da participação social, o exercício democrático do

direito constitucional.

 

O princípio da participação social nos Conselhos de Políticas sobre Drogas, previsto na Política

Nacional sobre Drogas (PNAD)

(http://obid.senad.gov.br/obid/biblioteca/legislacoes/1.0_PoliticaNacionalsobreDrogas_Port

ugues.pdf), deve caracterizar espaços efetivos, garantindo o controle social. Será que esses

espaços são efetivos? Garantir esse princípio não é uma tarefa fácil. Entre os pressupostos da

PNAD encontra-se o incentivo e a articulação, por intermédio dos conselhos, do desenvolvimento

de estratégias de planejamento e avaliação nas políticas intersetoriais, garantindo a participação

social.

 

 

Pense nisso...

Mas como isso vem acontecendo? Quais as reais implicações dos usuários na

formulação e no acompanhamento das políticas públicas no Brasil? Está previsto

nas legislações que se deve assegurar, em todos os níveis de governo, um  efetivo

controle social, incentivando a participação de toda a sociedade no que tange aos

gastos e às ações preconizadas nas políticas públicas, em todas as etapas de sua

implementação. Mas como vêm sendo contemplados esses preceitos

estabelecidos?

 

Os dilemas diante desse contexto estão presentes desde o início da efetivação legal da

participação social no Brasil até os dias de hoje. São muitos os desafios e dilemas a serem

enfrentados para a efetivação desse princípio.

Mas, afinal, esses espaços de participação social, a exemplo dos Conselhos de Políticas sobre

Drogas e dos Conselhos de Saúde, são consultivos ou deliberativos? Será que são instâncias de

aprofundamento das políticas públicas com o objetivo de monitorar e intervir nas ações das

gestões nos territórios? E como podem ser instâncias efetivas do controle social?

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Goulart (2010) aponta alguns dos principais dilemas enfrentados para a efetivação desse princípio

do SUS.

 

“[...] devem os conselhos se constituir como fóruns autônomos, plenárias de debates,

assembleias permanentes, etc., destinadas ao aprofundamento político, conceitual,

filosófico dos temas sanitários, mas cujas decisões terão apenas implicações remotas

(se tanto) sobre a condução do sistema de saúde? Ou, de forma oposta, o que

realmente importa não seria influenciar de fato, com foco na práxis da gestão?”

(GOULART, 2010, p. 30).

Goulart também destaca um acentuado processo de burocratização dos Conselhos de Saúde, que

resulta em uma “[...] espécie de reinvenção da tutela, da subalternidade e da dependência na

relação entre Estado e sociedade. Os conselhos passam a agir como meros espaços de disputa por

recursos públicos.” (GOULART, 2010, p. 22).

Percebe-se a mesma situação nos Conselhos de Políticas sobre Drogas, em que o princípio da

participação social constitui-se coletivamente, associado ao encontro e à disputa de forças,

poderes e ideias, e não apenas restrito ao âmbito de espaços formais instituídos. Nesse ponto,

cabe apontar duas dimensões: do plano macropolítico, referente à formação de conselhos,

conferências, garantias de leis, daquilo que está instituído e formalizado socialmente; e outra que

inclui o plano micropolítico, das relações de forças entre sujeitos desejantes, compondo formas

de se subjetivar, por exemplo, mais ou menos participativas.

O uso desses conceitos auxiliou-nos a compreender a complexa e desafiante tarefa de sustentar

as diferenças no coletivo. Há um jogo de forças e agenciamentos que compõem os processos de

subjetivação, especialmente no terreno dos espaços coletivos participativos de construção das

políticas públicas da saúde e das políticas sobre drogas, entre outras. Tal abordagem contribui

para o entendimento, ainda que incipiente, de que “[...] os problemas se colocam sempre e ao

mesmo tempo nos dois níveis” (GUATTARI; ROLNIK, 2010, p. 156): na macro e na micropolítica.

São concepções diferentes e que, mesmo quando divergem, devem ser compreendidas como

necessárias e complementares uma à outra.

 

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“[...] os fóruns não existiriam se não fosse a estrutura institucional que os criou e

somente haverá participação se houver organização da sociedade civil. Em certos

casos podem ocorrer resistências das autoridades municipais de saúde em relação à

participação dos usuários e mesmo assim ela ocorrer em função da pressão dos

movimentos sociais.” (CÔRTES, 2002, p. 38).

Desse modo, entendemos a participação social enquanto processo de afirmação de

singularidades possíveis, provocado em encontros, parcerias, embates e discussões que se dão no

cotidiano do trabalho de construção coletiva, tanto nos espaços instituídos formais, criados para

que as pessoas participem levando suas reivindicações e delegando poderes, quanto nos

encontros que compõem o dia a dia da vida das pessoas que acessam a rede intersetorial de

atendimento e garantia de direitos das políticas públicas.

Nosso destaque aqui, neste módulo, é a participação social a partir dos Conselhos Municipais e

Estaduais de políticas sobre drogas, mas vale  ressaltar que, nos anos de:

 

[...] 2003 e 2012, mais de sete milhões de cidadãos brasileiros participaram de 87 conferências nacionais, abrangendo 40 áreas

setoriais. No âmbito do governo federal, existem mais de 120 conselhos, dos quais cerca de 40 têm na sua composição

expressiva presença de representantes da sociedade civil, consolidando os espaços de diálogo e controle social. Além disso,

hoje, estão ativas cerca de 270 ouvidorias públicas federais que auxiliam o cidadão em suas relações com o governo.

(GOVERNO lança Política Nacional de Participação Social, 2014).

A participação social na construção, implantação, acompanhamento e fiscalização das políticas

sobre drogas apresenta-se como um grande desafio estruturante e estratégico para a efetivação

desses espaços, enquanto política pública. O controle social remete à participação ativa da

sociedade civil, de maneira plural, paritária e diversificada nas várias etapas de execução das

políticas públicas, representando um legítimo dispositivo de controle do Estado pela sociedade

civil.

Percebe-se que, na maioria dos municípios, constitui-se somente um dispositivo específico, os

Conselhos Municipais de Políticas sobre Drogas (COMADs), que têm baixa representação popular

e, por vezes, contam com apenas um segmento social representado. Na grande maioria, essa

representação é composta  por setores que têm como paradigma o proibicionismo e por grupos

religiosos. Encontram-se em minoria nesses espaços os segmentos que defendem a Redução de

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Danos e o antiproibicionismo, o que acarreta num debate empobrecido, uma repetição de falas

para os iguais e pouca sustentação das diferenças diante de uma temática ainda tão adversa

como é a discussão sobre o uso de drogas no Brasil.  

Os conselhos precisam expressar o conjunto de posições e reflexões sobre os temas que

transversalizam o uso e abuso das drogas nos municípios, nos estados e no país. Para ampliar a

legitimidade pública e força social, precisam ser fundados na pluralidade e na capacidade de

intervenção social dos diversos atores sociais. Precisam ser um espaço de sustentação das

diferenças.

Saiba Mais

Para saber mais sobre Redução de Danos, acesse o módulo  Redução de danos no

cuidado ao usuário de drogas. (http://www.aberta.senad.gov.br/modulos/capa/a-

reducao-de-danos-no-cuidado-ao-usuario-de-drogas)

Esses espaços carecem de outras representações da sociedade civil, que se mantêm

tradicionalmente excluídas da gestão dessas políticas, notadamente os usuários de drogas que

defendem o direito de usá-las, dentre outros segmentos (trabalhadores e usuários dos CAPS-AD,

Consultórios na Rua, trabalhadores e usuários do SUAS, Associações de Direitos Humanos,

Movimentos de Gênero, juventude, negros, pessoas em situação de rua, entre outros).

Representações, enfim, que sustentem uma ampliação das ações para além das ofertas

tradicionais  (internação do usuário e repressão ao tráfico) e das respostas estereotipadas e

ineficazes de prevenção ao uso de drogas, focadas no medo e na proibição.

 

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Saiba Mais

Para saber mais sobre as ofertas de cuidado oferecidas na Rede de Atenção Psicossocial

(RAPS), que são ações alternativas às ofertas tradicionais, acesse o módulo  Rede de

Atenção Psicossocial e o Sistema Único de Saúde (SUS)

(http://www.aberta.senad.gov.br/modulos/capa/rede-de-atencao-psicossocial-e-o-

sistema-unico-de-saude-sus).

Em relação aos segmentos de usuários e de familiares, o desafio é fomentar a inserção e

participação cidadã nos dispositivos de controle social existentes – Conselhos Municipais de

Políticas sobre Drogas, Conselhos de Direitos, Saúde, Assistência, Educação –, o fortalecimento

das assembleias de usuários e dos Conselhos Gestores nos serviços de saúde mental, álcool e

outras drogas, socioassistenciais, da juventude, de esporte, cultura e lazer.

É preciso ampliar a constituição e o fortalecimento do protagonismo das pessoas usuárias de

drogas nos movimentos sociais, na formulação das políticas (nada sobre nós sem nós), no

  cooperativismo solidário, nos espaços de garantia de direitos e serviços. Importa promover a

apropriação por parte deles e de seus familiares das ações e metas previstas na implantação da

política para pessoas que usam drogas em seu território.

Portanto, a criação de ferramentas de participação social, bem como o fortalecimento dos

dispositivos já existentes na sociedade civil, são instrumentos a ser ampliados e capilarizados nos

municípios e estados nas cinco regiões do país, para se assegurar o fortalecimento da

participação social, efetivar o controle social nas políticas públicas com a participação ampliada,

garantida e qualificada das pessoas que usam drogas .

 

CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS

SOBRE DROGAS: PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

 

TODOS OS CONSELHOS SÃO IGUAIS? AS TIPOLOGIAS DOS CONSELHOS SÃO

DIFERENTES?

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Podemos afirmar que as duas questões têm respostas positivas, uma vez que todos os conselhos

são iguais mas possuem tipologias diferentes. Abaixo podemos ver alguns exemplos de diferentes

tipos de conselhos. 

Figura 2: tipos de conselhos. Fonte: NUTE-UFSC (2017).

Neste módulo focalizaremos nosso debate nos Conselhos de Direitos, mais especificamente nos

Conselhos de Políticas sobre Drogas.

CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS

SOBRE DROGAS: PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

DEMOCRATIZANDO A GESTÃO PÚBLICA

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 DEMOCRATIZANDO A GESTÃO PÚBLICA

O contexto político e social brasileiro, desde as últimas décadas do século passado, tem sido

marcado pelo processo de reorganização do Estado brasileiro, a partir da universalização dos

direitos de cidadania, da descentralização e da ampliação dos espaços de participação social e

gestão democrática das políticas públicas. Trata-se, assim, de um nova forma de gestão

institucional, legitimada pela Constituição Federal de 1988, que ocorreu no Brasil nos anos de

1990, nas esferas municipal, estadual e federal. 

Os Conselhos de Direitos e participação social são espaços que expressam essa reorganização do

Estado brasileiro, pois são espaços “entre”, que se constituem na relação/tensão entre a

organização social e comunitária da sociedade civil e os poderes constituídos (executivo,

legislativo e judiciário). Fortalecer esses espaços é fortalecer a relação/tensão na construção,

fiscalização e efetivação das políticas públicas.

Conselhos Gestores são meios públicos de deliberação e consulta na formulação,

fiscalização e efetivação das políticas públicas, criados para viabilizar uma gestão

descentralizada e participativa.

Descentralização e participação: respostas constitucionais às crises de governança e de

legitimidade do Estado centralizador.

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Figura 3: conselhos ocupam a relação/tensão entre sociedade civil e poderes constituídos. 

Fonte: NUTE-UFSC (2017).

ATRIBUIÇÃO DOS CONSELHOS

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 ATRIBUIÇÃO DOS CONSELHOS

Compete aos Conselhos de Políticas sobre Drogas estimular e coordenar a garantia de direitos às

pessoas que usam drogas, prevista nas legislações vigentes, com vistas à promoção, defesa e

orientação acerca das ofertas de prevenção, cuidado, estudos e pesquisas e segurança. Suas

atribuições envolvem formulação, deliberação, monitoramento e avaliação das políticas sobre

drogas, seja no âmbito municipal ou estadual. 

Figura 4: para garantir seu papel, é importante que todos os conselhos atuem nas dimensões ilustradas acima. 

Fonte: NUTE-UFSC (2017).

CONSELHO DELIBERATIVO OU CONSELHO CONSULTIVO?

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CONSELHO DELIBERATIVO OU CONSELHO CONSULTIVO?

A Constituição de 1988 prevê que os conselhos possam ser consultivos ou deliberativos. No Brasil,

a maioria dos conselhos são consultivos, uma vez que sua implantação é mais fácil e garante o

foco na fiscalização e monitoramento das políticas públicas. Porém, são os conselhos

deliberativos que têm o encargo de decidir e propor políticas públicas para o Poder Executivo e,

em muitos casos, sem sua aprovação, determinado programa ou ação não podem ser

implementados.

 

Pense nisso...

Em sua opinião, qual o melhor tipo de conselho para a sua cidade implantar, um

Conselho Consultivo ou um Conselho Deliberativo?

 

OS CONSELHEIROS SÃO ELEITOS OU INDICADOS?

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 OS CONSELHEIROS SÃO ELEITOS OU INDICADOS?

Essa é uma importante reflexão sobre a autonomia e independência do conselho (no que tange à

representação da sociedade civil) em relação ao Poder Executivo. Os conselheiros da sociedade

civil indicados pelo Poder Executivo devem seguir os critérios estabelecidos na lei de criação do

conselho e, em geral, são os que têm trajetória e experiência no tema. A eleição de conselheiros

da sociedade civil ocorre quando está previsto na lei que os representantes do conselho devem

ser escolhidos em processo eleitoral em que votam entidades, conselhos profissionais,

organizações que atuem no tema.

 

OS CONSELHOS DEVEM TER COMPOSIÇÃO PARITÁRIA OU A MAIORIA DOS SEUS

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 OS CONSELHOS DEVEM TER COMPOSIÇÃO PARITÁRIA OU A MAIORIA DOS SEUS

REPRESENTANTES DEVEM SER DA SOCIEDADE CIVIL?

Este é um dos temas mais discutidos na composição de conselhos: se eles devem ter paridade

entre membros da sociedade civil e representantes do governo ou devem ser compostos em

maioria pela sociedade civil.  

Paridade: quem defende a paridade sempre coloca que o conselho deve buscar ter

efetividade, e para isso o governo precisa estar comprometido com as deliberações do

conselho. Havendo paridade, o governo é parte decisiva na aprovação das propostas do

conselho, e assim garante a efetividade do que é decidido.

Maioria: quem defende a maioria da sociedade civil coloca que é importante que as decisões

e os encaminhamentos do conselho tenham como centralidade as propostas vindas da

sociedade civil, garantindo sua autonomia e independência em relação ao governo.

OS CONSELHOS DEVEM TER PODER FISCALIZATÓRIO?

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 OS CONSELHOS DEVEM TER PODER FISCALIZATÓRIO?

Existem conselhos que têm poder de fiscalização e, consequentemente, de receber denúncias de

violações de direitos. Por exemplo: o Conselho de Políticas sobre Drogas em sua cidade ou estado

poderá fiscalizar uma denúncia de maus-tratos ou de mau atendimento em uma comunidade

terapêutica ou em um CAPS-AD. Para ter poder fiscalizatório, é necessário especificar, na lei que

cria o conselho, a garantia de estrutura para seu funcionamento.

Perigos que rondam os conselhos:

Conselho Cartorial: espaço voltado a referendar decisões do governo;

Conselho Legitimador: instrumento de legitimação das ações governamentais, com

aparência democrática;

Conselho Formalista: ação restrita às pautas trazidas pelos poderes instituídos;

Conselho Partidário: quando o conselho só tem uma linha de pensamento ou de atuação,

não tem pluralidade em sua composição.

CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS

SOBRE DROGAS: PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

 

ASPECTOS LEGAIS DE APOIO À IMPLANTAÇÃO DOS CONSELHOS DE POLÍTICAS

SOBRE DROGAS

Para se implantar um conselho, faz-se necessário um aparato legal, através de decreto ou de lei

municipal de criação do conselho, os quais deverão estar fundamentados na seguinte legislação:

Decreto Federal n.º 5.912 – Regulamenta a Lei n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006, que trata

das políticas públicas sobre drogas e da instituição do Sistema Nacional de Políticas

Públicas sobre Drogas (SISNAD);

Lei Orgânica do Município: os atos relativos à administração do conselho devem ter sua base

na Lei Orgânica de Município.

Dessa forma, os conselhos devem seguir os princípios e diretrizes da Política Nacional sobre

Drogas (PNAD) e do Conselho Nacional sobre Drogas (CONAD).

 

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Saiba Mais

Clique nos links abaixo para acessar o decreto e as leis na íntegra:

Decreto Federal n.º 5.912 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-

2006/2006/Decreto/D5912.htm);

Lei n.º 11.343 (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-

2006/2006/Lei/L11343.htm);

Lei n.º 6.604 de 08 de abril de 2016

(http://portal.natal.rn.gov.br/_anexos/publicacao/legislacao/LeiOrdinaria_201

60411_6604_.pdf).

CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS

SOBRE DROGAS: PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

 

CONVERSANDO UM POUCO MAIS SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DOS CONSELHOS

E ENTENDENDO OS SIGNIFICADOS DAS LEGISLAÇÕES QUE OS

REGULAMENTAM

Decreto é um instrumento legislativo proveniente de uma autoridade superior ou órgão (civil,

militar, leigo ou eclesiástico) que institui o cumprimento de uma resolução. São atos de conteúdo

orientador e administrativo, em geral de competência dos chefes dos poderes executivos:

presidente, governadores e prefeitos.

Decreto-lei é um instrumento com força de  lei que provém do Poder Executivo previsto nos

sistemas legislativos de alguns países. No Brasil, foi utilizado previamente à Constituição de 1988.

Com a legitimidade de uma norma administrativa e a força de uma lei, os decretos-leis podem ser

aplicados à ordem econômica, fiscal, social, territorial e de segurança.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE LEI E DECRETO?

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 QUAL A DIFERENÇA ENTRE LEI E DECRETO?

São atos normativos distintos, com força e funções diferentes. A lei, porque sujeita ao processo

legislativo ordinário previsto na Constituição Federal, necessariamente tendo sido objeto de

aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal e de sanção presidencial – ou, em

esferas estadual e municipal, aprovação de assembleias legislativas ou câmaras municipais e

posterior sanção pelo governador ou prefeito –, é superior ao decreto, que não pode contrariá-la,

sob pena de ser ilegal e não ter validade. O decreto, por seu turno, muitas vezes visa regulamentar

trechos de determinadas leis, detalhando o seu significado e sentido, e é superior à portaria ou

ato normativo similar. No que concerne à lei e ao decreto, deve ficar claro que lei tem mais força

normativa porque, para sua formação, concorrem conjuntamente o Poder Legislativo e o Poder

Executivo.

 

Pense nisso...

Será que, preferencialmente, os Conselhos Municipais devem ser criados por lei

municipal? E, após a criação de um conselho, como implementá-lo?

 

Para montar um conselho em seu estado ou município, é necessário que o Poder Executivo envie

ao Poder Legislativo a proposta de um Projeto de Lei (PL)  ou que o próprio Poder Legislativo

formule e aprove um Projeto de Lei. Com a aprovação do PL, ele deverá ser encaminhado ao

Executivo para a publicação da lei, que será regulamentada por meio de um decreto.

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Saiba Mais

Cada Projeto de Lei é construído com assessoria jurídica das prefeituras ou dos

estados. Clique no ícone ao lado para acessar um exemplo de Projeto de Lei feito com

base em um modelo do CEPAD-PE e apoiado pela articulação do Projeto Redes-

SENAD.

(https://drive.google.com/file/d/0B1sx3AayQg4qMjVRMDRzM1

VCNUE/view)

COMO IMPLEMENTAR UM CONSELHO?

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 COMO IMPLEMENTAR UM CONSELHO?

Com a aprovação do PL e publicação da lei pela prefeitura ou pelo governo do estado, o conselho

poderá ser constituído. Ele deverá estar ligado a uma secretaria, que deverá ser a responsável

pela convocação da primeira reunião (quando membros do conselho são indicados pelo poder

público) ou da primeira eleição para os membros da sociedade civil.

Figura 5: como implementar um conselho. Fonte: NUTE-UFSC (2017).

QUAIS OS OBJETIVOS DE UM CONSELHO MUNICIPAL OU ESTADUAL DE

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 QUAIS OS OBJETIVOS DE UM CONSELHO MUNICIPAL OU ESTADUAL DE

DROGAS?

Propor, monitorar e avaliar a execução da política municipal ou estadual de tabaco, álcool e

outras drogas.

Acompanhar a elaboração e a execução da proposta orçamentária da política de tabaco,

álcool e outras drogas.

Manter atualizados os cadastros das instituições que trabalham com prevenção, tratamento,

acolhida e proteção dos usuários de drogas e seus familiares e os grupos de apoio existentes

no município e no estado.

Coordenar, desenvolver e estimular programas de Redução de Danos e de prevenção ao uso

abusivo de tabaco, álcool e outras drogas.

Promover e organizar seminários e conferências de políticas sobre drogas em âmbito

municipal e estadual.

Coordenar, desenvolver e estimular programas de reabilitação psicossocial, inserção social,

cultura, educação, esporte, lazer e trabalho.

Estimular estudos, pesquisas, diagnósticos e levantamentos visando ao aperfeiçoamento

dos conhecimentos técnico-científicos acerca da temática sobre drogas.

Articular os setores privados e públicos das três esferas do governo acerca da temática sobre

drogas.

COMO SE DÁ A PRIMEIRA REUNIÃO?

Na primeira reunião, após indicação ou eleição, o conselho precisa aprovar:

Mesa diretora: é necessário que haja no mínimo presidente, vice-presidente, a secretaria e

também comissões temáticas permanentes e temporárias;

Regimento interno: deve garantir e especificar o funcionamento do conselho, se as

reuniões serão quinzenais ou mensais, se a aprovação é por maioria simples, definir quais os

objetivos e finalidades do conselho (sempre em referência ao que foi aprovado na lei que

cria o conselho) etc.

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Saiba Mais

Nos dois links abaixo você poderá visualizar um exemplo de aviso, publicado no dia 16 de

outubro no Diário Oficial do Estado de Pernambuco, informando a aprovação do

regimento interno do Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas de Pernambuco

(CEPAD-PE), e também a publicação do dia 20 de outubro de 2015, do Regimento Interno

do CEPAD, no Boletim Interno de Serviços (BIS) n.º 30/2015.

Boletim Interno n.° 030-2015- 20.10.2015

(https://drive.google.com/file/d/0B1sx3AayQg4qclFEWUVxZk1SQy00WDhiampydFFS

dEVuYTAw/view?usp=sharing)

Diário Oficial Publicação do RI 20-10-15

(https://drive.google.com/file/d/0B1sx3AayQg4qLU4zcHl5U3ZfdmowNXZlNlVGX2tNd

FRGWVJV/view?usp=sharing)

QUAL O PAPEL DOS(AS) CONSELHEIROS(AS)?

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QUAL O PAPEL DOS(AS) CONSELHEIROS(AS)?

Figura 6: infográfico que retrata o papel dos conselheiros. Fonte: NUTE-UFSC (2017).

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Síntese Reflexiva

Ao longo do módulo, vimos que a construção de uma política pública inclusiva e não

segregativa, no campo de álcool e outras drogas, ainda é um desafio no nosso país.

Acreditamos, portanto, que a participação social é necessária e pode ajudar a superar

esse desafio.

Nesse sentido, procuramos problematizar o contexto de criação e a construção de

Conselhos Municipais e Estaduais de políticas sobre drogas com pluralidade de

opiniões e de representatividade social, um passo fundamental para fazermos com

que o debate das políticas públicas sobre drogas seja incorporado no dia a dia de

nossa sociedade, com vivacidade, dinâmica social e comunitária.

A participação social fortalece as ações dos Conselhos de Direitos, que se tornam,

efetivamente, instrumentos fundamentais para a construção, fiscalização e efetivação

das políticas públicas. Esperamos que os questionamentos aqui expressos tenham

ajudado a perceber os Conselhos Municipais e Estaduais de Drogas como espaços de

relação, de tensão entre a auto-organização das entidades e movimentos sociais e os

poderes constituídos (executivo, legislativo e judiciário). Assim, como é possível

implementar ações que contemplem os interesses de todos os grupos sociais? A

participação social nos parece ser a resposta. E você, o que pensa?

Práticas Potencializadoras (pagina-08.html)

CRIANDO E FORTALECENDO CONSELHOS MUNICIPAIS

SOBRE DROGAS: PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

 

PRÁTICAS POTENCIALIZADORAS

O Conselho Nacional de Drogas, instituído pelo Decreto n.º 5.912/06 e pela Lei n.º 11.343/06 (Lei

de Drogas), tem composição paritária de 13 representantes do poder público e outros 13 da

sociedade civil. Não existe processo de eleição, todos os membros são indicados pelo Governo ou

por conselhos profissionais.

 

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Figura 7: slogan do Programa São Paulo de Braços Abertos. Fonte: De Braços Abertos (2015).   

O Conselho Municipal de Políticas Públicas de Drogas e Álcool do Município de São Paulo

(COMUDA-SP) integra o Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao tráfico ilícito

e uso indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica,

conforme o disposto na Lei Federal n.º 6368, de 21 de outubro de 1976. Todas as indicações são

realizadas pelos poderes Executivo e Legislativo (inclusive os da sociedade civil). Na construção

do COMUDA e na consolidação do Programa São Paulo de Braços Abertos, foram feitas reuniões,

diálogos diretamente com o Prefeito e sistemática de reuniões com secretários (dinâmica

intersetorial).

O  Conselho de Políticas sobre Drogas (CEPAD-PE)  é atuante no controle social do estado de

Pernambuco, um dos poucos estados brasileiros a criar uma legislação específica para o tema das

drogas, a Lei n.° 14.561 de 26 de dezembro de 2011. O CEPAD-PE tem como objetivo estimular os

diversos atores sociais governamentais e não governamentais a desenvolverem ações de acordo

com a legislação vigente, e assim garantir a cidadania por meio da melhoria da qualidade de vida

das pessoas. 

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 https://youtu.be/3ivWxZ5busI

A política sobre drogas do estado de Pernambuco foi fruto de uma construção democrática e

participativa, coordenada pelo CEPAD-PE, que ouviu cerca de 1200 pessoas em seis conferências

regionais realizadas em 2010 e 2011. Hoje o CEPAD-PE exerce com força e criatividade o controle

social no estado, tencionando de forma participativa a continuidade de programas e projetos que

assistem as pessoas que usam drogas. São exemplos toda a campanha feita nas redes sociais, as

coletivas de imprensa, as audiências públicas, o CEPAD NA RUA – em defesa da manutenção do

Programa ATITUDE, ameaçado de descontinuidade por parte do governo do estado.

Figura 9: convite formulado pelo CEPAD-PE para a realização de uma coletiva de imprensa sobre a precarização dos serviços

para usuários de drogas. Fonte: CEPAD Pernambuco (2016a).

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Figura 10: convite formulado pelo CEPAD-PE para a realização de uma coletiva de imprensa sobre a precarização dos serviços

para usuários de drogas. Fonte: CEPAD Pernambuco (2016b).

Outros modelos com maior protagonismo da sociedade civil:

A Lei n.º 12.986, de 2 de junho de 2014, transformou o antigo Conselho de Defesa dos Direitos

da Pessoa Humana (CDDPH) no Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). O CNDH é

um conselho paritário com 22 membros representantes da sociedade civil, da Ordem dos

Advogados do Brasil (OAB), do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério

Público dos estados e do Poder Público;

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Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE): em março de 2010 foi

editada a  Medida Provisória n.º 483, alterando a Lei n.º 10.683, que atualizou o nome do

CONADE, por conta da ratificação da  Convenção sobre os Direitos das Pessoas com

Deficiência da ONU. Dessa forma, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de

Deficiência  passou a ser o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. É

paritário, com 19 membros do governo e 19 entidades da sociedade civil, e tem eleições dos

membros da sociedade civil.

REFERÊNCIAS

Textos

BRASIL. Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na

gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de

recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.  Diário Oficial da República

Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 dez. 1990. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8142.htm)>. Acesso em: 4 abr. 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Direitos dos usuários dos serviços e das ações

de saúde no Brasil: legislação federal compilada – 1973 a 2006. Brasília: Editora do Ministério da

Saúde, 2007. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/direitos_usuarios_servicos_acoes_saude_brasi

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BRASIL. Ministério da Justiça.  Legislação e políticas públicas sobre drogas no Brasil.  Brasília:

Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, 2010.

BRASIL.  Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.  Diário Oficial da União. Poder

Executivo. Brasília, DF, 5 out. 1988. Disponível em:

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PERNAMBUCO. Lei n.º 14.561, de 26 de dezembro de 2011. Institui, no âmbito do Poder Executivo,

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Imagens

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(https://www.facebook.com/photo.php?

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LONGO, Ivan. Blog Limpinho e Cheiroso. São Paulo: 2015. Disponível em:

<https://limpinhoecheiroso.com/2015/11/09/de-bracos-abertos-folha-transforma-adesao-

de-75-em-debandada-de-25/ (https://limpinhoecheiroso.com/2015/11/09/de-bracos-

abertos-folha-transforma-adesao-de-75-em-debandada-de-25/)>. Acesso em: 20 abr. 2017.

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