Upload
hatuong
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Consultora: Liza Uema
Produto 4: Relatório técnico contendo proposta metodológica e
instrumentos de identificação e caracterização de grupos
produtivos de mulheres rurais, beneficiárias e potenciais
beneficiárias do Programa de Organização Produtiva de
Mulheres Rurais
Brasília, DF
Maio/2013
2
INSTITUTO INTERAMERICANO DE COOPERAÇÃO
PARA AGRICULTURA
Identificação
Consultor(a) / Autor(a): Liza Uema
Número do Contrato: 112285
Nome do Projeto: IICA/NEAD – BRA/10/001 – “Consolidação de uma Agenda de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário"
Oficial/Coordenador Técnico Responsável: Cristina Costa
Data /Local: Brasília. Maio, 2013
Classificação
Temas Prioritários do IICA
Agroenergia e Biocombustíveis Sanidade Agropecuária
Biotecnologia e Biosegurança Tecnologia e Inovação
Comércio e Agronegócio Agroindustria Rural
Desenvolvimento Rural X Recursos Naturais
Políticas e Comércio Comunicação e Gestão do Conhecimento
Agricultura Orgânica Outros: Organização Produtiva de Mulheres Rurais
X
Modernização Institucional Outros: Políticas Públicas X
Palavras-Chave: Mulheres rurais – Políticas públicas – Organização produtiva – Extrativismo.
Resumo
Título do Produto: Relatório técnico contendo proposta metodológica e instrumentos de identificação e caracterização de grupos produtivos de mulheres rurais, beneficiárias e potenciais beneficiárias do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais.
Subtítulo do Produto:
Resumo do Produto: Documento técnico contendo proposta metodológica e instrumentos de identificação e caracterização de grupos produtivos de mulheres rurais, beneficiárias e potenciais beneficiárias do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais.
Qual Objetivo Primário do Produto?
Elaborar proposta metodológica para a construção e alimentação de base de dados que contenha identificação, mapeamento e caracterização dos grupos produtivos de mulheres rurais.
Que Problemas o Produto deve Resolver?
Diminuir as fragilidades das políticas públicas direcionadas para grupos de mulheres e reduzir as desigualdades de gênero no que se refere ao acesso das mulheres rurais às políticas públicas de organização produtiva e comercialização.
Como se Logrou Resolver os Problemas e Atingir os Objetivos?
Por meio de análise de dados e informações sobre grupos de mulheres rurais, levantamento bibliográfico sobre o tema e análise dos resultados e recomendações apontados por estudos realizados anteriores.
Quais Resultados mais Relevantes?
Contribuir para a produção do conhecimento sobre as políticas públicas de organização produtiva de mulheres rurais, a fim de visualizar as lacunas e dificuldades que atingem os grupos de mulheres para alcançar resultados mais eficientes e eficazes.
O Que se Deve Fazer com o Produto para Potencializar o seu Uso?
Utilizar como ponto de partida para ampliar e qualificar as políticas públicas de apoio à organização produtiva de mulheres rurais e demais ações governamentais de inclusão produtiva; Divulgar entre os grupos produtivos de mulheres rurais, entidades da agricultura familiar e suas instituições/organizações de assessoria e órgãos governamentais executores de políticas públicas para mulheres.
3
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO................................................................................................................4
2. AS MULHERES RURAIS E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE APOIO À
ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA.............................................................................................8
2.1. A importância da organização das mulheres para o desenvolvimento rural..............8
2.2. As políticas públicas para mulheres rurais...............................................................9
3. O PROGRAMA DE ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA DE MULHERES RURAIS
(POPMR)..................................................................................................................................12
3.1. Características do Programa.....................................................................................12
3.2. As Chamadas Públicas (2008-2011).........................................................................15
3.3. Os projetos de apoio a grupos produtivos de mulheres financiados pelo POPMR
com foco no período 2008-2011......................................................................................17
3.4. As ações de apoio aos grupos produtivos de mulheres rurais dos projetos
contratados pelo POPMR (2008-2011)...........................................................................22
4. PROPOSTA METODOLÓGICA DE IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE
GRUPOS PRODUTIVOS DE MULHERES RURAIS............................................................25
4.1. Justificativa...............................................................................................................25
4.2. Objetivos...................................................................................................................26
4.3. Metodologia de Trabalho..........................................................................................26
4.4. Equipe de Coleta de Dados.......................................................................................30
4.5. Abrangência..............................................................................................................30
4.6. Resultados esperados................................................................................................30
4.7. Cronograma .............................................................................................................31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................32
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................33
4
1. APRESENTAÇÃO
O presente texto técnico é produto de consultoria realizada no âmbito do Projeto de
Cooperação Técnica IICA/NEAD – BRA/10/001 – “Consolidação de uma Agenda de
Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário". O objetivo 1 do Projeto prevê a aquisição de
informações e conhecimentos técnicos que apoiem a proposição e a avaliação de políticas
públicas de desenvolvimento rural sustentável, tendo como resultado 1.2. subsídios técnicos
para proposição e avaliação de políticas públicas de desenvolvimento elaborados e
difundidos.
Para alcançar este resultado, o Projeto busca contribuir para a produção de
informações sobre o Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais (POPMR), sob
coordenação da Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais do Ministério do
Desenvolvimento Agrário, no que se refere aos processos de gestão, monitoramento,
avaliação e qualificação deste Programa.
Considerando que nos últimos anos o Estado tem reconhecido a legitimidade das
reivindicações dos movimentos sociais, têm-se valorizado uma agenda que busca atender as
históricas reivindicações das mulheres como condição para um projeto nacional de
desenvolvimento rural sustentável e uma sociedade mais democrática, com base no princípio
da igualdade de gênero.
A partir de 2003, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Secretaria
Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) buscaram dialogar e atender às demandas dos
movimentos sociais criando uma política de promoção da igualdade. Como resultado desse
diálogo social, o Governo Federal passou a instituir políticas e ações especificamente às
mulheres, impulsionando a qualificação de programas já existentes e a criação de novas
políticas públicas, por meio da atuação integrada de políticas e órgãos governamentais.
Buscando atingir os objetivos e resultados previstos do Projeto IICA/NEAD –
BRA/10/001, a promoção da autonomia econômica das mulheres rurais e a garantia de seu
protagonismo na economia rural, este produto técnico busca elaborar uma proposta
metodológica para a construção e alimentação de base de dados que contenha identificação,
5
mapeamento e caracterização dos grupos produtivos de mulheres rurais beneficiárias e
potenciais beneficiárias do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais
(POPMR).
A identificação de grupos produtivos de mulheres rurais tem por objetivos qualificar
e subsidiar as ações do POPMR e dar visibilidade às organizações produtivas de mulheres, em
suas diversas categorias sociais, por meio da sistematização de informações de grupos de
mulheres já mapeados e disponíveis no banco de dados da DPMR/MDA e de novos
mapeamentos a serem realizados pelas entidades parceiras do Programa, de forma a localizar
e reconhecer quem são, onde estão e o que fazem as mulheres rurais organizadas em grupos
produtivos nos estados, territórios e regiões do Brasil.
A metodologia utilizada para a elaboração deste documento contou com a
sistematização de informações disponíveis pelos projetos de apoio a grupos de mulheres
apoiados pelo Programa no período de 2008 a 2011 e com a revisão de diagnósticos e
pesquisas de identificação de grupos produtivos de mulheres rurais realizados anteriormente
no âmbito do Programa e das ações de parceria entre a DPMR/MDA e organizações
governamentais e não governamentais.
Para a sistematização das informações dos projetos de apoio a grupos produtivos de
mulheres contratados pelo POPMR, utilizou-se uma tabela com dados qualitativos e
quantitativos sobre os projetos apoiados ao longo dos quatro anos com informações sobre: a)
identificação da proponente; b) linha de apoio; c) exercício orçamentário; d) nome do projeto;
e) objeto; f) valor do projeto; g) ações desenvolvidas; h) número de beneficiárias por
categoria social; i) UF e abrangência territorial.
Na construção da proposta metodológica de identificação dos grupos produtivos de
mulheres rurais beneficiárias e potenciais beneficiárias do POPMR, foram utilizados como
referências os questionários aplicados junto aos grupos de mulheres nos diagnósticos
realizados no conjunto de ações do Programa e instituições parceiras da DPMR/MDA, entre
os anos de 2008 e 2011.
Foram analisados os seguintes instrumentos: 1) Chamadas Públicas do POPMR, dos
anos de 2008, 2009, 2010 e 2011; 2) Relatórios de Plano de Trabalho e Memória de Cálculo
6
dos projetos contratados disponibilizado no Sistema de Convênios e Finanças (SICOFIN),
acessado no site http://sistemas.mda.gov.br/sistemas/sistemasmda/index.php; 3) Projetos
Técnicos disponibilizados pela DPMR. 4) Produto de Consultoria “Proposta metodológica
para realização do mapeamento das organizações produtivas de mulheres rurais, incluindo
instrumentos de coleta de informações e estruturação do Banco de Dados”, realizada no
âmbito do Projeto de Cooperação Técnica IICA/MDA – NEAD, em 2008; 5) Levantamento
de Empreendimentos Econômicos Solidários e das Organizações Produtivas de Mulheres
Rurais (SENAES/MTE); 6) Elaboração de diagnóstico das políticas públicas para as mulheres
nos territórios da cidadania realizado pela Sempre Viva Organização Feminista e Centro
Feminista 8 de Março, no âmbito dos convênios MDA/CF8 Nº 701362/2008 e MDA/SOF Nº
700427); 7) Resultados do questionário sobre grupos produtivos de mulheres Extrativistas na
Amazônia Legal aplicado pela Secretaria da Mulher Extrativista do CNS no âmbito do
convênio MDA/CNS 702782/2008; 8) Formulário de Identificação dos Grupos e
Organizações Produtivas de Mulheres Rurais preenchido pelos grupos de mulheres que
concorreram ao Prêmio “Mulheres Rurais que Produzem o Brasil Sustentável” (SPM/MDA),
acessado no site http://spm.gov.br/premio-mulheres-rurais-que-produzem-o-brasil-
sustentavel/formulario/view.
No primeiro momento, o texto técnico aborda a importância do trabalho das
mulheres e da organização produtiva para a economia rural e destaca as políticas públicas
para as mulheres no contexto de novas institucionalidades, que deram origem a ações
governamentais de apoio e fortalecimento dos grupos produtivos de trabalhadoras rurais.
No segundo momento, abordam-se as diretrizes, finalidades do Programa de
Organização Produtiva de Mulheres Rurais, o papel do Comitê Gestor, as principais
características dos projetos de apoio a grupos produtivos de mulheres financiados pelo
Programa e as ações e atividades de apoio aos grupos produtivos de mulheres rurais no
período 2008-2011. A análise dos projetos de apoio a grupos produtivos de mulheres está
direcionada a partir das seguintes questões: em que medida os projetos contratados no período
de 2008-2011 estão em consonância com as diretrizes do POPMR? As metas e atividades dos
projetos contribuem para o fortalecimento da organização produtiva de grupos de mulheres
rurais?
7
Por fim, apresenta-se a proposta de identificação e caracterização de grupos
produtivos de mulheres rurais beneficiárias e potenciais beneficiárias do Programa, a fim de
qualificar as informações disponíveis sobre os grupos identificados e de alimentar a base de
dados da DPMR/MDA, no sentido de subsidiar as ações do Programa e dar visibilidade ao
papel das mulheres e seus coletivos nas cadeias produtivas da economia rural.
8
2. AS MULHERES RURAIS E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE APOIO À
ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA
2.1. A importância da organização das mulheres para o desenvolvimento rural
As experiências das mulheres rurais organizadas em grupos possibilitam não apenas
dar visibilidade à sua efetiva participação nas atividades econômicas e políticas, mas também
promovem uma melhoria na qualidade de suas vidas com mais autonomia.
As mulheres organizadas em coletivos e redes obtêm melhores oportunidades de
participarem do mercado de forma mais eficiente, produzindo impactos eficazes na
organização dos serviços, no poder de mercado e na voz política, elementos necessários para
assegurar a participação efetiva das mulheres rurais na economia.
As diversas formas de organização coletiva das mulheres podem reduzir os custos de
transações de acesso aos insumos e aumentar o poder de negociação, tornando-se poderosos
instrumentos para que ampliem seu capital social, construam diferentes relações de
solidariedade e vivenciem diferentes experiências na tomada de decisão e no papel de
liderança. Hilhorst e Wennink (2010) apontam alguns benefícios que a ação coletiva de
mulheres rurais é capaz de gerar:
Desenvolvimento de capacidades, uma vez que cria oportunidades que facilitam o
acesso a tecnologias e serviços de Ater;
Acesso aos recursos e conhecimentos que viabilizem a adoção de práticas e
conhecimentos de mercado;
Acesso a financiamentos, uma vez que compartilham recursos para financiar
operações ou adquirir créditos;
Melhoria da coordenação para controle de qualidade e da venda da produção em
maior escala;
Aumento do poder de negociação, que possibilita obter melhores condições de
comercialização dos produtos por melhores preços;
9
Acesso a novos mercados e estabelecimento de novos contatos de negócios,
baseado em relações de confiança com consumidores/as e agencias de certificação
de qualidade;
Construção de capital social, articulando e integrando redes para difusão de
informações e aprendizado social.
Nesse processo, a organização das mulheres rurais em grupos produtivos é um meio
eficaz de romper com a sua invisibilidade e de promover o seu protagonismo na economia
rural como sujeitos políticos na medida em que criam espaços de solidariedade, troca de
experiências e auto-organização.
Além disso, a organização das mulheres em grupos produtivos e redes não atendem
apenas às suas demandas econômicas, mas também é capaz de elaborar propostas de políticas
públicas visando garantir o bem-viver das coletividades. Assim, as trabalhadoras rurais criam
suas próprias organizações sociais e outros coletivos que se constituem em espaços
importantes de ressignificação das suas atividades econômicas e políticas.
2.2. As políticas públicas para mulheres rurais
Ao longo de sua trajetória, as políticas públicas de desenvolvimento rural e os serviços
de assistência técnica reproduziram a lógica da divisão sexual do trabalho, ao organizarem-se
a partir do entendimento de que as mulheres são responsáveis pelos trabalhos domésticos e os
cuidados com membros da família (trabalho reprodutivo), e os homens pelo trabalho gerador
de renda monetária (trabalho produtivo).
Dessa forma, as ações do Estado no meio rural tinham como beneficiários os chefes de
família cuja representação preponderante se fixava na figura masculina como legitimador da
unidade produção familiar e, por conseguinte, excluía as mulheres desses serviços. Quando as
mulheres rurais eram as beneficiárias, as ações eram focadas nos temas da economia
doméstica e da saúde. (BUTTO e HORA, 2009)
A divisão sexual do trabalho no meio rural também é caracterizada pelo desigual
acesso entre homens e mulheres aos recursos produtivos, como terra, crédito e assistência
10
técnica, e na participação nos processos de gestão e comercialização, invisibilizando e
impedindo que a contribuição econômica das mulheres seja reconhecida e valorizada.
A alteração desse cenário ocorreu apenas recentemente, por meio da luta dos
movimentos feministas de mulheres rurais e de movimentos sociais do campo no final dos
anos 1980, que reivindicaram políticas públicas específicas para mulheres rurais de acesso aos
direitos sociais básicos, tais como acesso à documentação, auxílio maternidade, previdência
especial e direitos econômicos.
Todavia, foi a partir de 2003 que ocorreu no Brasil uma reformulação dos arranjos
institucionais, estruturada sobre em outra visão de desenvolvimento rural, com um
componente reivindicativo e político, refletindo o resultado das lutas das organizações sociais
do campo e das mulheres dos períodos anteriores. O Estado vem buscando reconhecer essas
demandas em sua agenda governamental e, dessa forma, incorporá-las no processo de
formulação e implementação de políticas públicas sociais.
Para atender às reivindicações específicas das trabalhadoras rurais, o Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) e a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência
da República (SPM/PR) buscaram dialogar para iniciarem, de forma articulada, a
implementação de políticas públicas para mulheres rurais1. Assim, a partir de 2003, houve
uma atuação integrada de políticas e de órgãos governamentais voltadas para a garantia do
direito à terra e aos serviços rurais, o acesso à assistência técnica e extensão rural, o apoio à
organização produtiva e a produção de estudos e pesquisas.
A fim de atender a demanda pelo apoio às organizações econômicas de mulheres
rurais e suas redes, que vinha sendo reivindicada desde a década de 1980, um primeiro
esforço nessa direção foi a implementação do Projeto de Apoio aos Grupos Produtivos de
Mulheres Rurais, em 2005.
As primeiras iniciativas foram realizadas a partir de um amplo trabalho de capacitação
com as trabalhadoras rurais sobre as políticas públicas da agricultura familiar e reforma
1 Esse processo tem início a partir da criação, em 2003, do Programa de Promoção de Igualdade de Gênero, Raça
e Etnia (PPIGRE) que, em 2005, se tornou na Assessoria Especial de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e
Etnia (AEGRE) e posteriormente na Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais (DPMR), estruturada no âmbito
da Secretaria Executiva do MDA, em 2010.
11
agrária, a fim de estimular a sua participação nas Feiras Nacionais da Agricultura Familiar e
Reforma Agrária (FENAFRA) e na articulação com gestores/as das políticas públicas no
âmbito do MDA.
O Projeto deu suporte para a implementação de ações de fortalecimento de grupos
produtivos de mulheres, por meio da difusão dos conhecimentos de gestão e instrumentos
jurídicos de formalização das organizações. Entre 2005 e 2007, foram apoiados mais de 30
grupos, por meio da celebração de convênios, o que beneficiou diretamente 700 mulheres
rurais.
Buscando dar continuidade e sustentabilidade às ações de apoio à organização
produtiva de mulheres rurais, foi criado, em 2008, o Programa de Organização Produtiva de
Mulheres Rurais (POPMR), que consiste atualmente na principal política pública de apoio à
constituição e fortalecimento de grupos produtivos de trabalhadoras rurais, em suas diversas
categorias sociais, conforme será abordado a seguir.
12
3. O PROGRAMA DE ORGANIZAÇÃO PRODUTIVA DE MULHERES
RURAIS (POPMR)
3.1. Características do Programa
O Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais (POPMR) foi criado por
meio da Portaria Interministerial MDA/MDS/INCRA/MPA/MTE/CONAB/Nº02, publicada
em 24 de setembro de 2008.
Seu principal objetivo consiste em implementar políticas públicas de forma integrada
para viabilizar o acesso das mulheres e seus grupos produtivos às políticas públicas de apoio à
produção e comercialização, buscando, também, incentivar a troca de informações,
conhecimentos técnicos, culturais, organizacionais, de gestão e de comercialização, bem
como valorizar os princípios da economia feminista e solidária. As ações do Programa são
orientadas por nove diretrizes:
1. Promoção da Igualdade de Gênero: transformar a desigualdade entre homens e
mulheres rurais por meio de ações de fortalecimento institucional e qualificação
produtiva;
2. Raça e Etnia: assegurar ações de organização produtiva construídas a partir do
reconhecimento das especificidades étnicas e raciais, considerando o
etnodesenvolvimento.
3. Economia Feminista e Solidária: promover o reconhecimento do trabalho
reprodutivo e estimular a geração de renda própria em atividades econômicas
solidárias.
4. Sistemas de Produção Sustentáveis e Segurança Alimentar: valorizar o papel que
as mulheres trabalhadoras rurais desempenham na produção de base agroecológica e
buscando manter a diversificação da produção com base em alimentos tradicionais e a
conservação da biodiversidade dos Biomas Brasileiros e seus respectivos
13
agroecossistemas, garantindo o reconhecimento do papel que as mulheres exercem na
segurança alimentar.
5. Geração de Renda e Agregação de Valor: implementar ações para a geração de
renda das mulheres no meio rural, desenvolvendo a qualificação, obtenção de
registros, sistemas participativos de identificação, garantia socioambientais e
rastreabilidade dos produtos.
6. Gestão Econômica: romper com a divisão sexual do trabalho, atuando para a
diminuição da pobreza e para ampliar o poder de decisão das mulheres por meio da
organização da produção, definição dos processos organizativos e tecnológicos e
utilização dos recursos financeiros.
7. Redes de Grupos de Produção de Trabalhadores Rurais: apoiar a construção de
processos de organização produtiva integrada por meio de intercâmbios, difusão de
experiências e constituição de redes.
8. Rede Socioassistencial: promover o acesso aos programas socioassistenciais para a
melhoria das condições de vida e o rompimento do ciclo intergeracional da pobreza.
9. Participação e Controle Social: Promover a participação das mulheres nos espaços
de controle social das políticas públicas a fim de fortalecer institucionalidades
participativas.
As finalidades do Programa foram estruturadas para possibilitar o apoio aos grupos
de mulheres independentemente de seus níveis de organização, de forma a desenvolverem
melhor suas atividades e agregar mais renda à produção mediante troca, difusão de
conhecimentos e orientação.
No que se refere às finalidades de apoio a grupos e coletivos de mulheres, cabe
destacar o apoio à realização de estudos e pesquisas, no sentido de visualizar os principais
problemas e dificuldades que atingem os grupos produtivos de mulheres, bem como analisar
detalhes sobre a produção do grupo, e o incentivo, apoio e fortalecimento de estudos das
14
cadeias produtivas, bem como articular e promover a participação das mulheres na
organização das principais cadeias produtivas regionais2.
O POPMR é desenvolvido principalmente por meio do financiamento a projetos,
selecionados mediante apresentação de propostas às Chamadas Públicas, que são realizadas
anualmente pela DPMR/MDA. As chamadas apresentam as orientações gerais para
elaboração dos projetos, os pré-requisitos necessários para contratação das proponentes e os
critérios de seleção das propostas. As instituições selecionadas são financiadas por meio de
repasse de recursos públicos em forma de convênios ou contratos de repasse para a execução
das atividades previstas no chamamento público.
As categorias sociais que integram as mulheres rurais beneficiárias do programa são
agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária, extrativistas, pescadoras artesanais,
aquicultoras familiares, quilombolas e indígenas, preferencialmente as inseridas nos
Territórios da Cidadania. Também são beneficiárias mulheres jovens, estudantes e técnicas
agrícolas.
Importante destacar o caráter de gestão compartilhada do Programa, que conta com
um Comitê Gestor Nacional, formado por uma instância de caráter deliberativo, constituída
pelos órgãos governamentais parceiros do programa, e outra de caráter consultivo, constituída
por órgãos governamentais e representantes de movimentos e redes de produtoras rurais.
As redes e movimentos de mulheres rurais que integram o Comitê Gestor do POPMR
são: Rede de Mulheres Produtoras do Nordeste, Rede Xique-Xique de Comercialização
Solidária, Rede de Produtoras da Bahia, Rede de Empreendedoras da Amazônia, Grupo de
Trabalho Mulheres da Associação Nacional de Agroecologia (GT Mulheres/ANA),
Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco de Babaçu (MIQCB), Movimento da
Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR/NE), Movimento de Mulheres Camponesas
2 As demais finalidades são: suporte a ações voltadas para o fortalecimento de instituições e grupos: podem ser
beneficiárias do Programa grupos de mulheres já constituídos e aqueles que iniciaram suas atividades
recentemente; promover ações para a capacitação das mulheres trabalhadoras rurais fornecendo noções básicas
sobre contabilidade, controle e gerenciamento da produção; promover ações que ampliem e garantam o acesso
das mulheres às políticas públicas de apoio à produção e comercialização por meio de capacitações; apoiar as
atividades de formalização de organizações; apoiar ações com a finalidade de criar e aprimorar logomarcas,
rótulos e confeccionar embalagens, no sentido de agregar valor ao produto; criar infraestrutura produtiva para a
comercialização, por meio do estabelecimento de parcerias entre o poder público e as organizações econômicas
de mulheres.
15
(MMC), Setor de Gênero do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST),
Secretaria da Mulher do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Secretaria
Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional da Agricultura
(SNMTR/CONTAG), Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF),
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Articulação Nacional das Pescadoras (ANP) e
Rede de Economia Feminista (REF) e União Nacional das Cooperativas de Agricultura
Familiar e Economia Solidária (UNICAFES).
Já os órgãos governamentais são: Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA),
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Secretaria de Políticas para as Mulheres
(SPM), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a Companhia Nacional
de Abastecimento (CONAB).
3.2. As Chamadas Públicas (2008-2011)
A chamada pública de 2008 teve por objetivo selecionar projetos que “contribuam
para a promoção da autonomia econômica de mulheres articuladas em grupos e
organizações produtivas” e “incentivem a troca de informações, conhecimentos técnicos,
culturais e organizacionais, assim como as experiências relacionadas aos processos de
gestão, produção e comercialização”.
A chamada definia duas ações obrigatórias de capacitação: a primeira sobre gênero e
desenvolvimento rural e a segunda sobre as políticas públicas de apoio à produção e
comercialização, e apresentava as linhas temáticas nas quais as ações propostas nos projetos
deveriam ser enquadradas, sendo: a) trabalho não remunerado das mulheres; b) ATER/ATES
diferenciada para grupos e organizações de mulheres; c) fortalecimento institucional de
grupos e redes de produtoras rurais; d) promoção da agroecologia e manutenção da
biodiversidade; e) cadeias produtivas locais e regionais; f) qualificação e certificação para a
inserção da produção das mulheres nos mercados; g) beneficiamento da produção, inserção
16
mercadológica e atividades pluriativas em assentamentos da reforma agrária e h) políticas
públicas de comercialização.
O valor mínimo financiado era de R$ 100.000,00 e o máximo de R$ 200.000,00, e a
execução do projeto deveria ser realizada em 12 meses. As propostas recomendadas pela
Equipe Técnica deveriam ser submetidas à apreciação do Comitê Gestor do Programa, que
emitiu a decisão final sobre as propostas aprovadas, o que resultou no apoio a 12 projetos.
Em 2009, o edital apresentou uma inovação importante, que foi a diferenciação de
apresentação das propostas em duas modalidades especificas: Apoio a Grupos Produtivos e
Apoio às Feiras da Economia Feminista e Solidária. A primeira modalidade se dividida em
duas linhas (Linha A – fortalecimento de grupos produtivos, voltada para projetos de
abrangência territorial ou municipal, sendo o limite de R$ 200 mil e Linha B – fortalecimento
de redes e articulações de grupos produtivos, direcionada para projetos de abrangência
estadual, regional ou nacional), com limite de R$ 800 mil. Em 2009, foram apoiados 23
projetos, sendo 16 de apoio a grupos produtivos de mulheres, 5 de apoio a redes e 2 de apoio
a feiras da economia feminista e solidária.
No chamamento público de 2010, a principal alteração identificada foi a apresentação
de três modalidades: A) Apoio aos Grupos Produtivos de Mulheres; B) Apoio às Redes de
Organizações Produtivas; e C) Apoio às Feiras da Economia Feminista e Solidária. Os
projetos apresentados às modalidades A e B deveriam atender a meta obrigatória e combiná-la
com no máximo 4 (quatro) metas associadas. Entre estas, destaca-se a realização de estudos,
pesquisas, diagnósticos e sistematização de experiências com objetivo identificar, analisar e
socializar informações sobre o envolvimento das mulheres nos temas relacionados a trabalho
doméstico; produção agroecológica, extrativista, pesqueira e artesanato; mercados, cadeias
produtivas e viabilidade econômica; gestão econômica e administrativa; formalização
jurídica; comercialização feminista e solidária; certificação social e ambiental; acesso às
políticas públicas e desenvolvimento rural. O limite mínimo foi de R$ 200.000,00 e máximo
de R$ 800.000,00. O chamamento público de 2010 gerou 31 contratos e entre estes, 25
consistiam no apoio a grupos produtivos de mulheres, 5 no apoio a redes de produtoras e 1
apoiava as feiras de economia feminista e solidária.
17
Em 2011, a DPMR/MDA iniciou um processo de parceria com governos estaduais,
por meio de seus organismos de políticas para mulheres, para implementar projetos de
fortalecimento de organizações produtivas de mulheres rurais. Buscando ampliar e fortalecer
o acesso à cidadania e aos direitos econômicos das mulheres rurais, buscou-se integrar as
ações do Programa Organização Produtiva de Mulheres Rurais (POPMR) com o Programa
Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR), no sentido de ampliar e
qualificar a abrangência destes Programas, bem como garantir a sua sustentabilidade. Assim,
em 2011, a chamada pública teve como instituições elegíveis os governos estaduais,
preferencialmente representados por seus organismos de políticas para mulheres ou pelos
órgãos responsáveis pelas políticas de promoção de desenvolvimento rural ou fortalecimento
da agricultura familiar. A Chamada de 2011 se diferenciou bastante das anteriores tanto no
que se refere ao objeto como às atividades e metas obrigatórias, e também não apresentou
modalidades específicas. Os valores também foram bastante ampliados, devendo o total do
projeto obedecer ao limite mínimo de R$ 1.500.000,00 e máximo de R$ 2.500.000,00. Em
2011, foram apoiados 5 projetos de apoio a grupos produtivos de mulheres dos estados do
Acre, Alagoas, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Sul.
3.3. Os projetos de apoio a grupos produtivos de mulheres financiados pelo POPMR
com foco no período 2008-2011
No período de 2008 a 2011, foram apoiados 71 projetos pelo POPMR, sendo 12 em
2008, 23 em 2009, 31 em 2010 e 5 em 2011. A maior parte dos projetos teve foco no apoio à
organização produtiva de grupos de mulheres, correspondendo a 71% do total dos projetos,
seguida do apoio às redes de produtoras (25,3%). Em menor quantidade, estão os projetos de
apoio a feiras de economia feminista e solidária, que correspondem a 4% do total de projetos
apoiados pelo POPMR.
18
Gráfico 01
Projetos apoiados pelo POPMR, segundo tipo de apoio – Brasil 2008-2011
(em números absolutos)
Acompanhando o movimento crescente do total de projetos apoiados pelo Programa,
verifica-se que houve um incremento significativo de projetos de apoio a grupos produtivos
de mulheres de 2008 a 2010, e 100% dos projetos apoiados no ano de 2011 eram de apoio a
grupos.
Gráfico 02
Projetos apoiados pelo POPMR por ano – Brasil 2008-2011
(em números absolutos)
O total de projetos apoiados pelo POPMR no período de 2008 a 2011 envolveu 189
Territórios da Cidadania (TC) de todas as regiões do Brasil, sendo que os projetos de apoio a
grupos abrangeram 91 Territórios, representando 49,2% do total de projetos. Observando a
19
abrangência territorial dos projetos de apoio a grupos produtivos por região, verifica-se que o
maior número de projetos se concentra nos Territórios da Cidadania da região Nordeste
(51%), seguida das regiões Norte (21%), Sul (14%), Centro-Oeste (8%) e Sudeste (6%).
Gráfico 03
Distribuição dos Territórios da Cidadania abrangidos pelos projetos de apoio a a grupos produtivos de
mulheres por região – Brasil 2008-2011 (em %)
Com relação ao volume de recursos no período entre 2008 e 2011, o montante total
destinado para os projetos apoiados pelo POPMR foi de R$ 27.920.286,04. Do total desse
valor, os projetos de apoio a grupos produtivos somaram R$ 18.991.116,76, o que equivale à
proporção de 68,3%. Observando a evolução dos recursos, verifica-se que o montante
destinado aos projetos de apoio à grupos produtivos de mulheres sofreu um incremento
considerável de ao longo dos 4 anos, sobretudo de 2010 para 2011.
Gráfico 04
Evolução dos recursos aplicados pelo POPMR no período de 2008 a 2011
20
Conforme já apontado, o POPMR atende a todas as categorias sociais as quais
integram o público beneficiário do MDA: agricultoras familiares (AF), assentadas da reforma
agrária (AR), extrativistas (EX), pescadoras artesanais (PA), mulheres quilombolas (MQ),
mulheres jovens (MJV), estudantes agrícolas (EA) e técnicas (TE), mulheres indígenas (IN) e
Aquicultoras Familiares (AQ). Ao longo dos quatro anos, o total beneficiárias pelos projetos
do POPMR somaram 117.028 mulheres. Destas, 93.960 eram beneficiárias dos projetos de
apoio a grupos produtivos de mulheres, representando 80,3% do total de beneficiárias.
Gráfico 05
Número de mulheres beneficiadas pelo total de projetos apoiados pelo POPMR e pelos projetos de apoio a
grupos produtivos de mulheres, por ano - Brasil 2008-2011 (em números absolutos)
Entre o total do público atendido pelos projetos de apoio a grupos produtivos de
mulheres contratados pelo POPMR no período de 2008 a 2011, a maior parte é constituída por
agricultoras familiares (28.817), seguida das mulheres assentadas da reforma agrária (14.925),
jovens (4.642), quilombolas (4.326), indígenas (4.100), extrativistas (2.685) e pescadoras
artesanais (2.475). Em menor quantidade, estão as aquicultoras familiares (150), técnicas
(149) e as estudantes agrícolas (105). O gráfico abaixo ilustra a proporção de mulheres
apoiadas pelos projetos de apoio a grupos produtivos no período de 2008 a 2011.
21
Gráfico 06
Distribuição do tipo de beneficiárias atendidas pelos projetos de apoio a grupos contratados pelo POPMR
- Brasil 2008-2011 (em %)
No que se refere ao tipo de organização contratada no âmbito dos projetos de apoio a
grupos produtivos de mulheres, verifica-se que a maior parte (42%) correspondia a
organizações não governamentais e, em seguida, secretarias estaduais (14%), associações ou
cooperativas de produtores/as (12%), prefeituras (10%), fundações públicas (8%) e
organizações sindicais (6%). Com menor constância, movimentos de mulheres rurais (4%) e
universidade e ONGs feministas (2%).
Tabela 01
Distribuição das entidades contratadas no âmbito dos projetos de apoio a grupos produtivos de mulheres
rurais segundo tipo de organização, por ano – Brasil 2008-2010 (em números absolutos)
Tipo de Entidade 2008 2009 2010 2011 Total %
ONG Mista 1 10 10 0 21 42
Secretaria de Estado 0 1 1 5 7 14
Associação ou Cooperativa de Produtores/as 1 1 4 0 6 12
Prefeitura 0 3 2 0 5 10
Fundações Públicas 1 0 3 0 4 8
Organização Sindical 1 0 2 0 3 6
Movimento de Mulheres Rurais 0 1 1 0 2 4
Universidade 0 0 1 0 1 2
ONGs Feministas 0 0 1 0 1 2
Total 4 16 25 5 50 100,0
22
3.4. As ações de apoio aos grupos produtivos de mulheres rurais dos projetos
contratados pelo POPMR (2008-2011)
A fim de qualificar a análise das ações desenvolvidas nos projetos de apoio aos grupos
produtivos de mulheres rurais financiados pelo POPMR, as atividades foram divididas em
nove tipos: Organização e Gestão da produção, Formação em gênero, economia feminista e
solidária e políticas públicas, Fortalecimento da gestão participativa, Intercâmbios, Promoção
da agroecologia, Produção de material/Sistematização de experiências, Identificação de
grupos produtivos de mulheres, Formalização de grupos e Apoio para realização de Feiras de
economia Feminista e Solidária.
Gráfico 07
Distribuição dos projetos de apoio a grupos produtivos de mulheres rurais contratados pelo POPMR por
tipo de ação - Brasil 2008-2011 (em %)
Verifica-se que a maior parte das ações de apoio aos grupos produtivos de mulheres
esteve direcionada para a Organização e Gestão da produção (27%), e tiveram como foco:
estratégias de comercialização, acesso a mercados, educação tributária, apoio ao
cooperativismo e associativismo, processamento, beneficiamento e aproveitamento da
produção, organização da produção artesanal, estratégias de agregação de valor (rótulos e
embalagens), diversificação da produção, certificação, diagnóstico de cadeias produtivas e
viabilidade econômica e elaboração de Plano de Negócios. Em 2011, as atividades de apoio à
comercialização previstas nos projetos apoiados a partir da parceria entre a DPMR/MDA e os
organismos estaduais de políticas para mulheres inovaram com a mobilização junto a
23
prefeituras municipais para formalizar contratos de compra dos produtos dos coletivos de
mulheres (grupos informais, associações e cooperativas).
As atividades de formação em gênero e políticas públicas compreenderam 19% das
ações dos projetos de apoio a grupos produtivos de mulheres, e envolveram a formação em
gênero, economia feminista e solidária, trabalho reprodutivo e divisão sexual do trabalho,
acesso às políticas públicas de apoio à comercialização, programas de compras públicas (PAA
e PNAE), crédito e elaboração de projetos e políticas para mulheres rurais. Além da
capacitação com as mulheres rurais, alguns projetos também previram a capacitação das
assessorias, equipes técnicas e educadoras territoriais das entidades contratadas.
O fortalecimento da gestão participativa compreendia 14% das ações, e as atividades
estavam direcionadas para os processos de diagnóstico participativo das demandas dos
grupos; planejamento, monitoramento e avaliação do projeto e definição de estratégias de
desenvolvimento territorial. Os projetos dos organismos estaduais de políticas para mulheres
propuseram o fortalecimento dos comitês territoriais de mulheres nos territórios
rurais/identidade e da cidadania.
Já os intercâmbios previam a troca de experiências entre os grupos de mulheres no que
se refere à organização, qualificação e comercialização da produção, associativismo e
cooperativismo e experiências agroecológicas, e compreenderam 12% dos projetos de apoio a
grupos.
As ações direcionadas para a promoção da agroecologia formaram 9% dos projetos de
apoio a grupos, e estiveram voltadas para a implantação de unidades demonstrativas de
produção agroecológica, sistemas de produção orgânica, sistemas agroflorestais, segurança
alimentar, manejo e extração sustentável e intercâmbios.
A Produção de material/Sistematização de experiências estava presente em 7% das
ações desenvolvidas pelos projetos, e envolveram a sistematização das atividades realizadas
no âmbito dos projetos e das experiências dos grupos produtivos de mulheres, e a produção de
folders, cartazes e demais materiais didáticos e informativos sobre os projetos.
24
A identificação de grupos produtivos de mulheres compreendeu 6% das ações de
apoio a grupos, e buscaram obter informações sobre renda, produção, comercialização,
experiências de organizações produtivas coletivas e participação política dos grupos de
mulheres nos territórios e estados abrangidos pelos projetos.
Por fim, realização de feiras de economia feminista e solidária correspondeu a 4% do
total de ações de apoio a grupos de mulheres, e 2% dos projetos tiveram ações de apoio à
formalização dos grupos de mulheres.
25
4. PROPOSTA METODOLÓGICA DE IDENTIFICAÇÃO E
CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS PRODUTIVOS DE MULHERES
RURAIS
4.1. Justificativa
Conforme já apontado, a identificação de grupos de mulheres é uma das finalidades do
POPMR, e desde a sua criação, em 2008, ações de mapeamento de grupos produtivos de
mulheres rurais vêm sendo realizadas tanto no âmbito do Programa como no rol de ações da
DPMR/MDA.
Esse trabalho resultou na identificação de mais de nove mil grupos produtivos de
mulheres, sendo que do total dos grupos identificados, 1/3 estavam inseridos nos Territórios
da Cidadania. Ao longo do período de 2008 a 2011, alguns projetos financiados pelo
Programa também realizaram ações de identificação e mapeamento de grupos produtivos de
mulheres3.
Apesar do esforço de mobilizar diversos atores sociais para realizar a identificação de
grupos de mulheres rurais, empenhado até o momento, faz-se necessário dar continuidade ao
trabalho iniciado, tanto no sentido de atualizar as informações sobre os grupos já mapeados
como também de identificar e caracterizar novos grupos produtivos de mulheres. Nesse
sentido, o trabalho apresentará, a seguir, uma proposta metodológica para a construção e
alimentação de base de dados com a identificação, mapeamento e caracterização dos grupos
produtivos de mulheres rurais, beneficiárias e potenciais beneficiárias do POPMR.
3 O conjunto de propostas construídas anteriormente no âmbito do Programa, realizadas por meio de parcerias
firmadas entre a DPMR/MDA e organizações governamentais e não governamentais são: a) MOURÃO, Patrícia
de Lucena. Proposta metodológica para realização do mapeamento das organizações produtivas de mulheres
rurais, incluindo instrumentos de coleta de informações e estruturação do Banco de Dados. Produto de
Consultoria no âmbito do Projeto de Cooperação Técnica “IICA/MDA – NEAD. Brasília, 2008. b)
SENAES/MTE - Levantamento de Empreendimentos Econômicos Solidários e das Organizações Produtivas de
Mulheres Rurais (2008-2009); c) Centro Feminista 8 de Março (CF8) e Sempre-Viva Organização Feminista
(SOF) - Elaboração de diagnóstico das políticas públicas para as mulheres nos territórios da cidadania. (2009-
2010); d) Secretaria da Mulher Extrativista do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) -
Resultados do questionário sobre grupos produtivos de mulheres Extrativistas na Amazônia Legal (2010-2011);
e) Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) - Formulário de Identificação dos Grupos e Organizações
Produtivas de Mulheres Rurais preenchido pelos grupos de mulheres que concorreram ao Prêmio Mulheres
Rurais que Produzem o Brasil Sustentável (2012-2013).
26
4.2. Objetivos
Atualizar a base de dados de grupos produtivos de mulheres identificados no âmbito
da DPMR/MDA;
Identificar e caracterizar as organizações de mulheres rurais potenciais beneficiárias
do POPMR nos Territórios da Cidadania/Rurais/Identidade, no que se refere à sua
organização produtiva, acesso às políticas públicas e principais dificuldades
encontradas;
Identificar as principais demandas e necessidades vivenciadas pelos grupos de
mulheres;
Subsidiar a formulação de políticas públicas de apoio à organização produtiva de
mulheres rurais;
Subsidiar a realização de estudos e pesquisas sobre formas e processos de organização
produtiva das mulheres com informações qualificadas;
Fortalecer a organização produtiva de mulheres rurais e integrar redes de produção,
comercialização e consumo protagonizadas por mulheres;
Visibilizar as experiências de organização produtiva dos grupos de mulheres rurais,
com ênfase na agroecologia, economia feminista e solidária e na formação de redes de
mulheres.
4.3. Metodologia de Trabalho
O mapeamento das organizações produtivas de mulheres será realizado em duas
etapas: 1) organização e sistematização das informações dos grupos produtivos de mulheres já
identificados e 2) levantamento de dados primários por meio de pesquisa de campo.
Na primeira etapa, serão consideradas as informações dos grupos produtivos de
mulheres do banco de dados existente no âmbito dos diversos levantamentos realizados tanto
pelo POPMR como por outras ações da DPMR/MDA, a fim de que sejam, posteriormente,
27
comparadas com as novas informações oriundas da pesquisa de campo, na perspectiva de
atualizar os dados já existentes.
A segunda etapa consiste no levantamento de dados primários por meio de pesquisa de
campo. A coleta de informações será realizada por meio de visitas aos grupos produtivos de
mulheres para aplicação de questionário. Propõe-se que a entrevista seja realizada com mais
de uma mulher participante do grupo produtivo, sendo que pelo menos uma delas deverá ser
da direção ou coordenação do grupo. As informações sobre os grupos produtivos de mulheres
serão levantadas através de um questionário, que deverá ser organizado em nove seções
descritas a seguir:
1. Identificação do Grupo Produtivo de Mulheres Rurais – serão levantadas
informações sobre endereço (assentamento / comunidade / povoado / reserva
extrativista / quilombo / aldeia), Território da Cidadania/Identidade/Rural em que o
grupo está inserido, os respectivos contatos da representante e/ou da mulher
responsável pelo grupo e acesso a equipamentos (telefone, internet, etc.)
2. Composição do Grupo – identifica o perfil do grupo, com informações sobre o ano
de fundação, tipo de organização (Associação, Cooperativa, ou Grupo Informal),
inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), quando houver, quantidade
de mulheres e categoria social (agricultoras familiares - AF, assentadas da reforma
agrária - AS, extrativistas - EX, pescadoras artesanais - PA, aquicultoras familiares -
AQ, quilombolas - QU, indígenas - IN e/ou outra categoria social).
3. Funcionamento do Grupo – pretende identificar como o grupo está organizado, com
a coleta de informações sobre a periodicidade de reuniões/assembleias/plenárias e seu
local de realização, disponibilidade de recreação infantil ou cirandas e nível de
participação das integrantes do grupo nas atividades.
4. Atividade Econômica do Grupo – busca relacionar os principais produtos e serviços
fornecidos pelos grupos produtivos de mulheres quanto a:
a. Produção: matéria-prima e insumos utilizados e seu respectivo volume
(unidade, quantidade mensal e quantidade anual). Neste item, o questionário
pode ser desenhado com perguntas abertas ou fechadas e, para este último
28
caso, propõe-se incluir os seguintes itens: a) agrícola convencional, b) agrícola
orgânico/agroecológico, c) animal convencional, d) animal
orgânico/agroecológico, e) pescados/frutos do mar, f) produção de sementes,
g) beneficiamento de bebidas, h) beneficiamento de frutas, i) beneficiamento
de pescados/frutos do mar, j) beneficiamento de produção animal, k)
processamento de grãos, l) processamento de cana, m) processamento de leites
e derivados, n) processamento de produtos da apicultura, o) processamento de
frutas exceto bebidas, p) processamento de ervas medicinais/fitoterápicos, q)
processamento de temperos, r) panificação, massas e confeitarias, s) serviços
(quais?) e t) outro (qual?).
b. Formas e espaços de comercialização: ano da primeira experiência de
comercialização do grupo, especificação dos produtos comercializados
(unidade, quantidade comercializada, preço unitário do produto e valor total do
produto comercializado por mês e ano), locais de comercialização dos produtos
e as principais dificuldades encontradas na comercialização.
5. Acesso a Políticas Públicas e Capacitação/Assessoria: pretende identificar
informações sobre o acesso dos grupos produtivos de mulheres a políticas públicas de
crédito e financiamento, Ater/Ates, apoio à organização produtiva, infraestrutura,
documentação, compras públicas e demais programas governamentais, bem como
identificar se o grupo recebe apoio, capacitação ou assessoria de entidades não
governamentais.
6. Acesso a Infraestrutura – obter informações sobre o acesso dos grupos de mulheres a
projetos de apoio à infraestrutura no que se refere a máquinas e equipamentos de
beneficiamento/processamento dos produtos, veículos para escoamento e distribuição
da produção, locais para comercialização, construção de estruturas (cisterna, bombas,
sede de associação ou cooperativa, galpão, etc.) e equipamentos sociais, como escolas,
creches , espaços de recreação infantil/ciranda e postos de saúde.
7. Participação Política e Social – levantar as formas de organização dos grupos de
mulheres e a sua articulação com outros grupos e redes de mulheres rurais
(associações, cooperativas) e/ou movimentos de mulheres, organizações feministas e
29
demais movimentos sociais, bem como a sua atuação em ações comunitárias,
integração com consumidores/as. Este item também deverá obter informações sobre a
participação das mulheres em instâncias participativas, como comitês, fóruns,
conselhos e os colegiados territoriais dos Territórios da Cidadania/Identidade/Rural.
8. Principais Demandas – informações sobre as principais demandas apontadas pelos
grupos no que se refere à necessidade de apoio para: a) organização e gestão da
produção coletiva, b) produção orgânica e agroecológica, c) gestão administrativa do
grupo, d) formalização do grupo, e) aprimoramento de técnicas de beneficiamento da
produção agrícola, f) aprimoramento de técnicas de beneficiamento de produtos não
agrícolas (artesanato), g) aquisição e/ou melhoramento de rótulos e embalagens, h)
elaboração de projetos para acesso políticas públicas, i) obtenção de registros
fitossanitários, j) formação política do grupo, k) infraestrutura.
9. Outras experiências – informações sobre os motivos de criação do grupo, os
impactos (sociais, econômicos e políticos) da organização produtiva do grupo nas
famílias e comunidades, as principais conquistas, os desafios que se apresentam e
questões referentes aos trabalhos doméstico e de cuidados.
Este questionário deverá ser aplicado em todos os grupos de mulheres que poderão ser
identificados pelas entidades a serem contratadas no âmbito das Chamadas Públicas do
POPMR e por aquelas que possuem assento no Comitê Gestor do Programa, bem como por
outras instituições de pesquisa e/ou de assessoria técnica.
O envio dos questionários preenchidos ficará sob a responsabilidade das equipes
técnicas das entidades nos estados e territórios, e a sistematização de informações e
alimentação da base de dados deverão ser realizadas pela DPMR/MDA. A análise dos dados
poderá ser realizada mediante a contratação de consultorias, pela coordenação do Programa e
o Comitê Gestor. Os resultados deverão ser divulgados e disponibilizados às organizações
integrantes do Comitê Gestor, demais movimentos, redes e organizações de apoio
interessados e gestores/as e formuladores/as de políticas públicas para mulheres.
30
4.4. Equipe de Coleta de Dados
A equipe que realizará a coleta de dados deverá fazer parte do corpo técnico das
entidades parceiras, ter experiência em atividades de diagnóstico ou levantamento de dados;
conhecimento ou experiência de atuação com mulheres rurais; ser residente ou com atuação
na região onde atuará e disponibilidade para participar de atividades de formação/capacitação
junto à DPMR/MDA.
Sugere-se que a equipe seja capacitada para a realização da coleta de informações
sobre os grupos produtivos de mulheres no que diz respeito aos objetivos e metodologia a ser
adotada na coleta de dados e aos temas sobre relações sociais de gênero, divisão sexual do
trabalho, economia feminista e solidária e as políticas públicas para mulheres rurais.
4.5. Abrangência
O mapeamento deverá ter abrangência nacional, preferencialmente nos Territórios da
Cidadania / Rurais / de Identidade e nas áreas de atuação dos órgãos governamentais,
movimentos e redes integradas ao Comitê Gestor do POPMR.
4.6. Resultados esperados
Os principais resultados esperados com a coleta de informações sobre os grupos
produtivos de mulheres rurais são:
Informações atualizadas sobre as organizações produtivas de mulheres localizadas nos
Territórios da Cidadania e cadastradas no banco de dados da DPMR/MDA;
Informações das organizações produtivas de mulheres e com novos dados obtidos pelo
questionário;
Dados sobre as organizações produtivas de mulheres analisados e divulgados em
publicações e eventos específicos.
31
4.7. Cronograma
Tabela 02
Cronograma de realização da identificação e caracterização dos grupos produtivos de mulheres rurais
Atividades 1º
mês
2º
mês
3º
mês
4º
mês
5º
mês
6º
mês
7º
mês
8º
mês
9º
mês
10º
mês
11º
mês
12º
mês
Organização e sistematização das
informações dos grupos
produtivos de mulheres já
identificados
x
Construção do questionário x
Reunião / Oficina de capacitação
da equipe de coleta de dados x x
Pesquisa de campo x x x
Alimentação de banco de dados x x
Análise dos dados pela
DPRM/MDA x x x
Apresentação para o Comitê
Gestor do POPMR x
Divulgação dos resultados x
32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este produto técnico buscou fornecer os subsídios necessários para a coleta de
informações a fim de identificar e caracterizar os grupos produtivos de mulheres beneficiárias
e potenciais beneficiárias do Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais,
buscando, ainda, subsidiar as políticas públicas para mulheres rurais e de visibilizar o seu
protagonismo na economia rural.
Por meio da sistematização de informações disponíveis pelos projetos de apoio a
grupos produtivos de mulheres apoiados pelo Programa no período de 2008 a 2011 e do
levantamento de diagnósticos e pesquisas de identificação de grupos produtivos de mulheres
rurais realizados anteriormente no âmbito do Programa, pretendeu-se apresentar uma proposta
metodológica e os devidos instrumentos de identificação e caracterização de grupos
produtivos de mulheres.
Espera-se, ainda, que a proposta contribua para a qualificação de informações sobre
os grupos produtivos de mulheres rurais por meio da adequação dos instrumentos de
identificação utilizados tanto pelo Programa como pela DPMR/MDA, no sentido de
complementar e aprofundar a produção de informações qualificadas sobre os grupos de
mulheres no que diz respeito à sua composição e funcionamento, atividades econômicas,
acesso a políticas públicas, organização sócio-política e outras informações relevantes para a
elaboração e a implementação de políticas públicas para mulheres rurais.
33
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Orientações para Formalização de
Parcerias com Governos Estaduais: Fortalecimento da Organização Produtiva de
Mulheres Rurais. Brasília: DMPR/MDA, 2011.
_______________. Programa de Organização Produtiva de Mulheres Rurais. Brasília:
MDA/MTE/CONAB/SPM, 2010(a).
_______________. Chamada pública para apoio financeiro a projetos de organização
produtiva de mulheres rurais 2010. Brasília: MDA/MTE/CONAB/SPM, 2010(b).
_______________. Chamada pública para apoio financeiro a projetos de organização
produtiva de mulheres rurais 2009. Ministério do Desenvolvimento Agrário/Assessoria
Especial de Gênero, Raça e Etnia. Brasília: MDA/INCRA/MDS/SPM/SEAP, 2009.
_______________. Chamada pública para apoio financeiro a projetos de organização
produtiva de mulheres rurais 2008. Ministério do Desenvolvimento Agrário/Assessoria
Especial de Gênero, Raça e Etnia. Brasília: MDA/INCRA/MDS/SPM/SEAP, 2008.
BUTTO, A. HORA, K. ATER para Mulheres: a experiência recente do governo federal.
In: Cadernos Feministas de Economia e Política. Recife: CMN, 2008, v.1, p. 130-145.
CNS. Primeiros Resultados – Questionário sobre os Grupos Produtivos de Mulheres
Extrativistas. Secretaria da Mulher Extrativista do Conselho Nacional das Populações
Extrativistas. CNS: Belém, 2011. Não publicado.
DIEESE. Estatísticas do meio rural 2010-2011. 4ed. / Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos; Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento
Rural; Ministério do Desenvolvimento Agrário. São Paulo: DIEESE; NEAD; MDA, 2011.
HILHORST, T. WENNINK, B. Market Opportunities in Smallholder Agriculture:
Strengthening Women’s Livelihoods through Collective Action - A literature review.
Development Policy & Practice: Amsterdam, 2010.
HIRATA, H. e KERGOAT, D. A divisão sexual do trabalho revisitada. in MAURIANI, M.
e HIRATA, H. (org.). As Novas Fronteiras da desigualdade: Homens e mulheres no mercado
de trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.
MOURÃO, P. Proposta metodológica para realização do mapeamento das organizações
produtivas de mulheres rurais, incluindo instrumentos de coleta de informações e
estruturação do Banco de Dados. Produto de Consultoria no âmbito do Projeto de
Cooperação Técnica “Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural
sustentável" – PCT IICA/MDA – NEAD. Brasília, 2008. Não publicado.
SCHERER-WARREN, I. Redes de Movimentos Sociais na América Latina - caminhos
para uma política emancipatória? In: Caderno CRH, Salvador. Vol.21, n. 54, p.505-517.
Set/Dez 2008.