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7/24/2019 Consumo Alimentar e Antropometria de Bailarinos
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1 Universidade Federal de Gois, Faculdade de Nutrio. R. 227, Qd. 68, s/n., Setor Leste Universitrio, 74605-08, Goinia, GO, Brasil.Correspondncia para/Correspondence to: CLA BARROS. E-mail: .
Consumo alimentar e perfil antropomtrico de bailarinos de uma
companhia de dana contempornea de Goinia, Gois
Dietary intake and anthropometric profile of dancers from
a contemporary dance company in Goinia, Gois, Brazil
Carolina Lbo de Almeida BARROS1
Maria Claret Costa Monteiro HADLER1
R E S U M O
Objetivo
Avaliar o consumo alimentar e o perfil antropomtrico, comparar a composiocorporal entre os sexos e analisar a adequao da ingesto alimentar s neces-sidades de bailarinos profissionais e semiprofissionais.
Mtodos
Foram analisados 16 bailarinos de ambos os sexos, com idade entre 20 e 35anos, de uma companhia de dana contempornea, de nvel internacional, deGoinia (GO). Foram coletados peso; altura; dobras cutneas tricipital, peitoral,subescapular, axilar mdia, suprailaca, abdominal e da coxa; e dois recordatriosde 24 horas. Para ingesto energtica, as recomendaes utilizadas foram a do
Institute of Medicine, e, para macronutrientes, Institute of Medicine eAmericanCollege of Sports Medicine. Os dados foram digitados no Epi Info 6.04 de ana-lisados no Statistical Package for Social Sciences 18.0. Foram aplicados os testesShapiro-Wilk, Mann Whitney e Wilcoxon, com nvel de significncia de 0,05.
Resultados
A nica medida corporal que diferiu entre os grupos foi, no caso das mulheres, adobra tricipital, com menor valor no grupo profissional (p=0,03). As dobras
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cutneas tricipital e da coxa (p
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sidades nutricionais de esportistas. Por causa da
intensa rotina diria de ensaios, os bailarinos geral-
mente no se alimentam bem3.
Em vista disso, o acompanhamento e a ma-
nuteno do equilbrio entre a ingesto e o gasto
energtico do bailarino so necessrios para o desen-
volvimento satisfatrio da dana4. Avaliar a composi-
o corporal e o estado nutricional de praticantes de
exerccios fsicos tambm de fundamental impor-
tncia para monitorar seu rendimento5.
Os aspectos nutricionais no desempenho fsico
esto sendo cada vez mais investigados6. Estudos
que abordam a composio corporal e/ou a ingesto
alimentar, porm, raramente so feitos com baila-rinos, o que dificulta uma pesquisa mais referenciada
sobre essa populao7,8.
Portanto, pode-se considerar de extrema
relevncia a realizao deste estudo, j que so raras
as pesquisas que relacionam a composio corporal
e a ingesto alimentar em praticantes da dana,
tanto no Brasil quanto em outros pases.
Os objetivos desta investigao foram avaliar
o consumo alimentar e o perfil antropomtrico de
bailarinos de uma companhia de dana contem-
pornea da cidade de Goinia (GO), comparar a com-posio corporal entre os sexos e analisar a adequa-
o da ingesto alimentar s necessidades de energia
e macronutrientes do bailarino.
M T O D O S
Trata-se de um estudo transversal, realizadode maio a junho de 2010, com uma amostra de 16indivduos de ambos os sexos, com idade entre 20 e
35 anos, de uma companhia de dana contem-
pornea, de nvel internacional, da cidade de Goinia
(GO). A companhia dividida em dois grupos: pro-
fissional e semiprofissional. Os critrios de incluso
foram: ser componente de um dos grupos da com-
panhia em questo e ter idade superior a 20 anos.
A coleta dos dados realizou-se de tera a
sexta-feira, e no avaliou o consumo no final de
semana. O intervalo entre as entrevistas foi de Mdia
(M)=14, Desvio-Padro (DP)=0,3 dias, e todas foram
feitas anteriormente aos ensaios dos bailarinos.
Com auxlio do registro fotogrfico para inqu-ritos dietticos9, foram realizados dois recordatrios
de 24 horas. Para a anlise quantitativa de energia
e macronutrientes, foi utilizado o Sistema Nutrio
em Foco10, que contm uma lista de alimentos reti-
rados de tabelas com informao nutricional e/ou
medidas caseiras11-16, e de rtulos de alimentos.
A recomendao de ingesto energtica utili-
zada foi a do Institute of Medicine (IOM)17. A atividade
fsica intensa considera, alm das atividades dirias
de rotina, pelo menos 60 minutos/dia de atividade
moderada, mais 60 minutos de atividade intensa ou120 minutos de atividade moderada17. Como os en-
saios dirios tinham durao de 6 horas (grupo pro-
fissional) e de 3 horas (grupo semiprofissional), foram
empregados como coeficiente de atividade fsica
intensa os seguintes nmeros: 1,45 (mulheres) e 1,48
(homens).
Com relao s recomendaes de ingesto
de macronutrientes, foram utilizados os valores esta-
belecidos peloAmerican College of Sports Medicine18,
que define: carboidratos = 6 a 10g/kg de peso cor-
poral/dia; protenas = 1,2 a 1,7g/kg de peso corporal/dia; lipdeos = 20% a 35% do Valor Energtico Total
(VET).
Para avaliao da composio corporal, foram
aferidos o peso, a altura e as sete dobras cutneas
(tricipital, peitoral, subescapular, axilar mdia, su-
prailaca, abdominal e da coxa) de todos os bailarinos.
A pesagem foi realizada em balana digital
da marca Tanita, com capacidade de 150kg e
preciso de 100g. Para a medida da altura, foi utili-
zada uma fita mtrica inextensvel, da marca TBW,
de acordo com a tcnica de Fernandes Filho19.
Para aferio das dobras cutneas, foi utili-
zado um adipmetro da marca Lange, com sensibi-
lidade de milmetros. As dobras cutneas foram
medidas trs vezes consecutivas, sendo considerada
a mdia entre os trs registros como o valor final19.
Da mesma forma de outros estudos realizados com
atletas20,21, os valores obtidos foram empregados em
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equaes especficas para atletas com o objetivo de
fazer o clculo da densidade corporal22,23, e da
porcentagem de gordura corporal, segundo Siri24.
O protocolo da pesquisa foi aprovado pelo
Comit de tica em Pesquisa da Universidade Federal
de Gois, recebendo o n 047/10.
Anlise estatstica
Os dados foram digitados e validados aps
dupla digitao no software Epi Info 6.04 d, e as
anlises estatsticas foram realizadas no Statistical
Package for Social Sciences for Windows(SPSS) 18.0.
A normalidade das variveis contnuas antro-
pomtricas foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk,
que constatou que a distribuio era normal tanto
entre as mulheres como entre os homens. Por no
atender, porm, ao suposto paramtrico do tamanho
amostral devido amostra reduzida, utilizaram-se o
teste de Mann-Whitney, para a comparao da com-
posio corporal entre os grupos e entre os sexos, e
o teste de Wilcoxon, para a anlise da ingesto ener-
gtica do indivduo em relao a suas necessidades.
Adotou-se o nvel de significncia de 0,05, ou 5%.
R E S U L T A D O S
Anamnese e avaliao nutricional
Dos 18 bailarinos integrantes da companhia,
16 dispuseram-se a participar da pesquisa: 88,9%
da amostra esperada. A amostra foi composta por
56,2% de mulheres (n=9) e 43,8% de homens (n=7),
abrangendo os dois grupos: profissional e semipro-
fissional.
Entre os participantes do grupo profissional,
a idade mdia foi de M=29, DP=4,1 anos, enquanto
no grupo semiprofissional a mdia de idade foi de
M=21, DP=1,3 anos. O grupo profissional representou
37,5% (n=6) da amostra utilizada na pesquisa, e o
grupo semiprofissional foi composto por 62,5% dos
10 bailarinos (n=9).
Pelo teste de Mann-Whitney, as medidas an-
tropomtricas aferidas no apresentaram diferenas
significativas entre os bailarinos do mesmo sexo,
independentemente do grupo do qual faziam parte
(p>0,05). A nica dobra cutnea cuja anlise
estatstica comprovou diferena significativa entre os
grupos foi a dobra cutnea tricipital entre as mulhe-
res, a qual teve valor igual a M=15, DP=2,2mm no
grupo profissional e M=20, DP=2,8mm no grupo
semiprofissional (p=0,03) (dados no apresentados).
Com isso, optou-se por expor os dados do grupo
profissional e semiprofissional em conjunto.
Ao se comparar o perfil antropomtrico dos
bailarinos enfatizando os sexos como subgrupos,
observou-se diferena significativa nas medianas de
peso, altura e porcentagem de gordura, bem como
nas dobras cutneas tricipital, peitoral, suprailaca e
da coxa, que foram maiores entre as mulheres (Ta-
bela 1).
Ingesto alimentar
Para todos os bailarinos, a mdia de ingesto
de energia dos dois dias no teve distribuio normal
pelo teste de Shapiro-Wilk (p=0,026), assim como anecessidade energtica calculada segundo o Institute
of Medicine17(p=0,035) (Tabela 2).
Pode-se observar que, independentemente
do sexo, os bailarinos ingerem uma quantidade muito
inferior de energia em relao s suas necessidades
dirias (Tabela 2), que foram baseadas nos par-
metros estabelecidos pelo Institute of Medicine17e
leva em considerao o peso, a altura, a idade e o
nvel intenso de atividade fsica que realizam durante
os ensaios.
Quanto ao consumo de macronutrientes,
analisado luz da recomendao do American
College of Sports Medicine18, apenas 31,2% (n=5)
dos bailarinos tiveram ingesto adequada de car-
boidratos, com mdia e desvio-padro iguais a
M=6,9, DP=0,30g/kg de peso corporal, enquanto
68,8% (n=11) no alcanaram sequer o limite inferior
de 6g/kg de peso corporal, ingerindo M=3,0,
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DP=1,00g/kg de peso corporal. Nenhum bailari-
no obteve consumo superior ao recomendado (Fi-gura 1).
J com relao ao consumo de protena, foibastante variada a ingesto por parte dos bailarinos,e 50,0% (n=8) deles ingeriram quantidades inferiores recomendada, com mdia e desvio-padro iguaisa M=1,0, DP=0,20g/kg de peso corporal, enquanto18,8% (n=3) consumiram quantidade superior(M=1,8, DP=0,08g/kg de peso corporal). Os 31,2%(n=5) que ficaram dentro da faixa recomendada
(1,2g/kg a 1,7g/kg de peso corporal/dia) tiveram
ingesto mdia de M=1,4, DP=0,13g/kg de peso
corporal (Figura 1).
Quanto ao consumo de lipdeos, 56,2% (n=9)
dos bailarinos ingeriram valores dentro da faixa
Tabela 1. Comparao dos quartis dos parmetros antropomtricos dos bailarinos, de acordo com o sexo (n=16). Goinia (GO), 2010.
Peso (kg)
Altura (m)
% de gordura
DCT
DCSE
DCAM
DCP
DCAB
DCSI
DCC
Parmetros
0,003*
0,002*
0,001*
0,001*
0,630*
0,200*
0,007*
0,060*
0,009*
0,001*
Teste de Mann Whitney (p)
51,8
01,6
18,7
14,8
10,0
06,5
08,0
10,2
13,0
22,0
55,1
01,6
21,0
17,3
11,0
08,3
10,3
15,3
15,7
24,0
57,6
01,7
23,9
20,8
12,3
11,5
14,5
22,5
20,6
27,3
p25 p50 p75
Mulheres (n=9)
62,40
01,7
06,80
07,00
10,30
05,00
03,70
06,30
07,00
09,70
62,90
01,74
07,70
09,30
12,30
05,70
05,30
08,70
07,30
12,70
68,40
01,78
11,80
09,70
13,00
10,70
08,00
15,70
14,30
15,70
p25 p50 p75
Homens (n=7)
*p
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preconizada, e tiveram mdia e desvio-padro iguais
a M=29, DP=3,60% do VET da dieta. Os indivduos
com ingesto lipdica inferior ao recomendado, que
correspondem a 12,5% (n=2) do total, consumiram
uma mdia de M=19,2, DP=0,08% do VET, e a
quantidade de lipdeos ingerida pelos 31,2% (n=5)
que ultrapassaram a recomendada foi de M=38,5,
DP=2,9% do VET.
D I S C U S S O
Assim como no estudo feito por Lopes25, as
diferenas encontradas entre os sexos ao se com-
pararem as dobras cutneas tricipital, peitoral, su-prailaca e da coxa confirmam as caractersticas
corporais em que as mulheres diferem dos homens,
j que eles apresentam menor deposio de tecido
adiposo nas reas prximas s mamas, braos,
quadris e pernas.
Apesar de as atividades fsicas praticadaspelos bailarinos do grupo profissional serem maisintensas e duradouras que as desenvolvidas pelogrupo semiprofissional, no se observou diferenaestatisticamente significante na avaliao antropo-
mtrica quando foram avaliados comparativamenteos bailarinos do mesmo sexo, mas de grupos dife-rentes.
A composio corporal de praticantes dequalquer tipo de dana ainda no bem documen-tada na literatura, o que dificulta a comparao comoutros estudos. A mediana da porcentagem de gor-dura corporal entre as mulheres desta pesquisa(21,0%) ficou prxima das encontradas por Guedes26
em jovens no atletas (21,8%).
Especialmente para ginastas femininas ebailarinas, o consumo de energia frequentementedescrito como baixo em relao idade e ao pesocorporal, quando comparado aos ndices nutricionaisrecomendados27. Normalmente, os indivduos quepraticam esses esportes limitam o consumo energtico
para reduzir o peso corporal, buscando um corpo
mais leve e a melhoria no desempenho profissional28.
Ao avaliar o consumo alimentar dos bailari-
nos, verificou-se uma ingesto muito inferior s neces-
sidades energticas, com a mdia de deficitde 954,7
kcal (Tabela 2). Deutz et al.27tambm encontraram
deficitsbastante significativos quando avaliaram o
balano energtico em 42 ginastas, identificando
uma ingesto 743kcal menor em relao ao que
seria necessrio para suprir suas necessidades ener-
gticas.
Desvios constantes no consumo de energia
merecem anlise cuidadosa, pois podem levar a alte-
raes metablicas e fisiolgicas, como anemia e
amenorreia em atletas29. Alm disso, esportistas que
restringem o consumo energtico tm um alto risco
de sofrer deficincia de micronutrientes17.
O padro diettico encontrado em atletas de baixa ingesto de calorias e de nutrientes quando
comparado ao de controles30. No estudo em questo,
foram consideradas as recomendaes do Institute
of Medicine17para energia, e doAmerican College
of Sports Medicine18 para macronutrientes, e no
recomendaes especficas para bailarinos, que ainda
no esto bem documentadas na literatura.
Com relao aos macronutrientes, 68,8% dos
bailarinos tiveram ingesto abaixo do que reco-
mendado peloAmerican College of Sports Medicine,
commdia e desvio-padro iguais a M=3,0, DP=1,0gde carboidratos/kg de peso corporal, valor bem infe-
rior ao esperado.
De acordo com Applegate31, ainda que a
ingesto de carboidratos seja frequentemente maior
no perodo competitivo em relao ao no compe-
titivo, o consumo desse nutriente est quase sempre
abaixo do recomendado para atletas. A baixa inges-
to de carboidratos, associada ao reduzido consumo
energtico, pode contribuir para a ativao da sntese
de glicose por meio de aminocidos que seriam utili-
zados na manuteno, reparo e hipertrofia dos te-
cidos29. Alm disso, dietas com restrio de carboidra-
tos causam diminuio da mobilizao de gorduras
para o fornecimento de energia, o que aumentaria
a participao das protenas como substratos ener-
gticos32.
A ingesto proteica no tratada com grande
importncia pelos bailarinos em questo, como
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ocorre em algumas modalidades esportivas. Ao
contrrio do estudo feito por Streicher & Sousa33,
que encontraram ingesto proteica de corredoressignificantemente superior ao que recomendado,
o consumo proteico em 50% dos bailarinos ficou
predominantemente abaixo de 1,2g/kg de peso
corporal, nvel indicado pelo American College of
Sports Medicine18.
Segundo Viebig & Nacif29, as protenas so
necessrias para a sntese de massa muscular e de
novos compostos proteicos induzidos pelo treina-
mento fsico, bem como para o reparo e a recupe-
rao dos tecidos aps a atividade. Nos exerccios
de endurance ou resistncia, as protenas tm afuno complementar de servir como substrato ener-
gtico, juntamente com os carboidratos e lipdeos29.
O baixo consumo proteico pelos bailarinos pode
prejudicar o processo de sntese de massa muscular,
o que influiria negativamente em seu desempenho,
principalmente em situaes que necessitem de
maior fora ou resistncia.
A ingesto proteica dos bailarinos em questo
foi semelhante encontrada no estudo de Hassapidou
& Manstrantoni34, que estudaram atletas do bal.
No presente estudo, observou-se, porm, maior
ingesto de carboidratos (4,4g/kg de peso corporal/
dia) e menor de lipdeos (30,8%), enquanto os
valores encontrados por Hassapidou & Manstrantoni34
foram de 3,1g/kg de peso corporal/dia e 40,6%,
respectivamente.
Em geral, a ingesto diettica de lipdeos por
parte de atletas e praticantes de atividade fsica deve
seguir as recomendaes voltadas para a populao
geral, sendo bom no ultrapassar 30% do valor ener-
gtico total35. Os bailarinos avaliados apresentaramuma mediana de 30,8% do consumo lipdico, estando
dentro do que preconizado peloAmerican College
of Sports Medicine18, e muito prximo da recomen-
dao de 30% do VET estipulado pela Sociedade
Brasileira de Medicina do Esporte35.
A alimentao equilibrada tanto em energia
quanto em micro e macronutrientes pode beneficiar
amplamente os praticantes de exerccio fsico, igual-
mente no quesito de seu desempenho esportivo e
no da manuteno de sua sade
29
. Alm disso, a as-sociao entre atividade fsica regular e alimentao
balanceada previne o surgimento de doenas crni-
cas no transmissveis, como hipertenso e diabetes
Mellitus36,37.
As recomendaes de ingesto energtica
para indivduos sedentrios ou levemente ativos so,
porm, insuficientes para atletas, que necessitam de
uma alimentao diferenciada17. A ingesto alimen-
tar deficiente em energia e, consequentemente, em
carboidratos, protenas, lipdeos, vitaminas e minerais
pode no s prejudicar o rendimento do indivduocomo tambm causar problemas sade, como
baixa da imunidade, aumento de leses msculo-
-esquelticas e articulares, disfunes hormonais,
entre outros35.
Em relao deficincia dos nutrientes, uma
baixa ingesto de carboidratos, por exemplo, pode
prejudicar a manuteno da massa magra e causar
efeitos negativos sobre o sistema imune38, assim
como o consumo insuficiente de lipdeos tambm
gera deficincia de vitaminas lipossolveis
29
. A faltade clcio um grande causador de fraturas, e da
mesma forma o consumo insuficiente de ferro pode
causar anemia ferropriva e aumentar a fadiga mus-
cular por reduzir o transporte de oxignio29.
Para evitar que o balano energtico seja ne-
gativo e, assim, os problemas acarretados por isso,
importante aprofundar o conhecimento do tipo de
atividade praticada, sua frequncia, durao e inten-
sidade29. Para isso, importante que exista integra-
o entre o nutricionista, o educador fsico, o fisiote-
rapeuta, o mdico e at mesmo o psiclogo, evitandono s a queda no rendimento do atleta, mas tambm
melhorando sua qualidade de vida. O trabalho reali-
zado em conjunto por uma equipe multiprofissional
propicia um envolvimento tanto dos profissionais
quanto dos pblicos aos quais se destinam as ativi-
dades planejadas, independentemente de quais
sejam elas39.
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C O N C L U S O
A composio corporal no teve diferenas
significativas entre os indivduos do mesmo sexo. A
porcentagem de gordura e os valores das dobras
cutneas tricipital, peitoral, suprailaca e da coxa
foram maiores entre as mulheres.
A restrio de energia detectada foi grande
quando comparada com as recomendaes energ-
ticas do Institute of Medicine. Houve um alto percen-
tual de bailarinos cuja ingesto de protenas e car-
boidratos foi inferior preconizada pelo American
College of Sports Medicine. Tais inadequaes po-
dem reduzir o rendimento e a massa magra, gerandotambm distrbios no organismo do indivduo. Isso
refora a importncia de se fazerem anlises indivi-
dualizadas das dietas dos bailarinos, e de se trabalhar
com uma equipe multidisciplinar para compreender
e intervir na situao do indivduo como um todo,
obter resultados satisfatrios no exerccio e melhorar
sua qualidade de vida.
C O L A B O R A D O R E S
CLA Barros responsvel pela concepo e desenho
do estudo, coleta e interpretao dos dados, alm da
redao do manuscrito. MCCM Hadler responsvel pelo
desenho do estudo, pelas anlises estatsticas e a reviso
do manuscrito.
R E F E R N C I A S
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Recebido em: 21/10/2011Verso final reapresentada em: 23/2/2012Aprovado em: 1/3/2012
7/24/2019 Consumo Alimentar e Antropometria de Bailarinos
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CLA BARROS & MCCM HADLER
Rev. Cinc. Md., Campinas, 20(5-6):127-135, set./dez., 2011
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