Contabilidade Geral – Parte 1 Prof. Sílvio Sande · PDF fileA Contabilidade surgiu da necessidade de organizar os dados econômicos e patrimoniais de uma unidade econômica e administrativa

  • Upload
    vananh

  • View
    223

  • Download
    7

Embed Size (px)

Citation preview

  • Auditor Fiscal do Trabalho

    Contabilidade Geral Parte 1

    Prof. Slvio Sande

  • www.acasadoconcurseiro.com.br

    Contabilidade Geral

    Professor Slvio Sande

  • www.acasadoconcurseiro.com.br

    Edital

    CONTABILIDADE GERAL: Lei n 6.404/1976, suas alteraes e legislao complementar. Pronunciamentos do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). Princpios fundamentais de contabilidade (aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC - por meio da Resoluo do CFC n 750/1993, atualizada pela Resoluo CFC n 1.282/2010). Patrimnio: componentes patrimoniais (ativo, passivo e patrimnio lquido). Fatos contbeis e respectivas variaes patrimoniais. Contas patrimoniais e de resultado. Apurao de resultados. Plano de contas. Funes e estrutura das contas. Anlise econmico-financeira. Indicadores de liquidez. Indicadores de rentabilidade. 23 Indicadores de lucratividade. Anlise vertical e horizontal. Efeitos inflacionrios sobre o patrimnio das empresas. Avaliao e contabilizao de itens patrimoniais e de resultado de investimentos societrios no pas. Destinao de resultado. Custos para avaliao de estoques. Custos para tomada de decises. Sistemas de custos e informaes gerenciais. Estudo da relao custo versus volume versus lucro. Elaborao de demonstraes contbeis pela legislao societria, pelos princpios fundamentais da contabilidade e pronunciamentos contbeis do Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC). Demonstrao dos fluxos de caixa (mtodos direto e indireto). Balano patrimonial. Demonstrao do resultado do exerccio. Demonstrao do valor adicionado. Fuso, ciso e incorporao de empresas. Consolidao de demonstraes contbeis. Tributos recuperveis.

    BANCA: Cespe

    CARGO: Auditor Fiscal do Trabalho

  • www.acasadoconcurseiro.com.br 7

    Contabilidade Geral

    FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE

    1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE

    1.1 O QUE CONTABILIDADE

    A Contabilidade surgiu da necessidade de organizar os dados econmicos e patrimoniais de uma unidade econmica e administrativa. Ela possibilita a criao de diretrizes e padres que permite aos profissionais da contabilidade e aos seus usurios o intercmbio de informaes sobre determinada unidade patrimonial.

    Utilizado at hoje (e muito cobrado em concursos), o conceito oficial de contabilidade surgiu durante o 1 Congresso Brasileiro de Contabilidade, ocorrido no Rio de Janeiro, em 1924, que :

    A orientao a funo de informar o que ocorre no patrimnio com o objetivo de auxiliar no seu planejamento e na sua execuo por parte dos gestores. O controle a funo de monitorar constantemente o patrimnio no dia a dia, evitando sofra algum processo de reduo por conta de, por exemplo, desperdcios ou desvios. O registro a funo da contabilidade de registrar os fatos, amparada na realidade e nas alteraes ocorridas, evidenciando o patrimnio real.

    Podemos definir a Contabilidade como:

  • www.acasadoconcurseiro.com.br8

    Como uma cincia, a Contabilidade possui um objeto, uma finalidade e um campo de aplicao.

    1.2 OBJETO DA CONTABILIDADE

    O objeto de estudo da Contabilidade o patrimnio das aziendas (entidades). Entende-se por patrimnio o conjunto de bens, direitos e obrigaes e, por aziendas, as entidades com ou sem fim lucrativo.

    Entidades com fins lucrativos so as empresas, ao passo que as sem fins lucrativos so os entes pblicos, as associaes, as entidades de classe, etc.

    Dessa forma, o objeto de estudo da Contabilidade o conjunto de bens, direitos e obrigaes pertencentes a qualquer entidade, seja ela pblica ou privada e ainda com fins lucrativos ou no.

    1.3 FINALIDADE DA CONTABILIDADE

    A finalidade da Contabilidade produzir informaes fidedignas da situao de um patrimnio para os seus usurios. Essas informaes devem ser confiveis e fundamentadas na realidade. As informaes geradas pela contabilidade so para usurios internos e externos e no so feitas para atender necessidade especfica de nenhum grupo.

    1.4 CAMPO DE APLICAO DA CONTABILIDADE

    Se atentarmos ao objeto da Contabilidade e ao conceito, fica fcil delimitar o seu campo de atuao ou de aplicao, visto que aplicada a todas as entidades que possuem um patrimnio a ser controlado, ou seja, a Contabilidade aplica-se s aziendas, que so entidades econmico-administrativas. Entidades econmico-administrativas so as entidades que renem pessoas, patrimnio, ao administrativa e finalidade estabelecida. O conceito de aziendas no se confunde com o de empresas, que possuem fins lucrativos, uma vez que a Contabilidade tambm controla o patrimnio de entidades sem fins lucrativos e de governos, por exemplo.

    As aziendas podem ser classificadas:

    a) Quantoaofim:

    Social: no visam lucro. So as entes pblicos, as sociedades de carter beneficente, esportivo, cultural, recreativo, religioso, etc.;

    Econmico-Social: so aziendas que buscam supervit para revert-lo reverter em benefcio de seus filiados, como as cooperativas, as entidades de classe, as sociedades de peclios, as aposentadorias e os benefcios;

    Econmica: visam o lucro voltado para seu prprio benefcio, como as empresas comerciais e industriais.

  • MTE - Auditor Fiscal do Trabalho Contabilidade Geral Prof. Slvio Sande

    www.acasadoconcurseiro.com.br 9

    b) Quanto a seus proprietrios

    Pblica: pertencente coletividade, mas que podem ser administrada pelo setor pblico ou privado;

    Particular: pertence a um indivduo ou a uma grupo restrito de pessoas.

    1.5 USURIOS DA CONTABILIDADE

    Os usurios da Contabilidade so as pessoas (fsicas ou jurdicas) interessadas nas informaes prestadas por ela:

    a) Investidores;

    b) Credores por emprstimos;

    c) Outros credores;

    d) Administradores de pessoas jurdicas;

    e) Governo com base na contabilidade das empresas, impe tributao e realiza anlise global da economia do pas;

    f) Concorrentes;

    g) Especuladores.

    Os usurios podem ser internos ou externos.

    So exemplos de usurios internos: os diretores, para conseguir fazer o planejamento da empresa, e os acionistas, por querer acompanhar o que est ocorrendo com o seu patrimnio.

    So exemplos de usurios externos: os credores, para acompanhar a solidez na concesso de crdito, e o fisco, pois, a partir da Contabilidade, possvel detectar a ocorrncia de diversos fatos geradores da obrigao tributria.

    1.6 FUNES DA CONTABILIDADE

    A funo da Contabilidade econmico-administrativa. A funo administrativa consiste em controlar, quantitativa e qualitativamente, o patrimnio das entidades (aziendas), ao passo que a funo econmica est voltada apurao do resultado ou rdito (lucro ou prejuzo).

  • www.acasadoconcurseiro.com.br10

    1.7 TCNICAS CONTBEIS

    A Contabilidade uma cincia e tem por objetivo o registro dos fatos contbeis, o controle do patrimnio e a gerao de informaes teis aos seus usurios. Para que possa alcanar esses objetivos, so utilizadas as tcnicas da escriturao, das demonstraes contbeis, da anlise das demonstraes contbeis ou de balano e da auditoria.

    1.7.1 ESCRITURAO

    a tcnica contbil que se encarrega do registro dos fatos que alteram o patrimnio de uma entidade. Toda vez que ocorrer alguma alterao nos bens, nos direitos e nas obrigaes de uma entidade, essas alteraes devem ser registradas por meio da tcnica de escriturao.

    Assim, as alteraes devem ser registradas to logo se tenha conhecimento de sua ocorrncia, resultando que a escriturao estar posta em ordem cronolgica de dia, ms e ano.

    A tcnica de escriturao encontra capitulao legal por meio do artigo 177 da Lei n 6.404/1976 (Lei das S.A.) e pela Lei n 10.406/2002 (novo Cdigo Civil). Segundo o dispositivo da Lei das S.A., a escriturao das empresas deve manter registros permanentes em obedincia legislao comercial, aos preceitos da referida Lei e aos princpios contbeis geralmente aceitos.

    1.7.2 DEMONSTRAES CONTBEIS

    A tcnica das demonstraes contbeis est voltada elaborao de relatrios resumidos apresentando a situao patrimonial em determinada data (Balano Patrimonial), a demonstrao do resultado do exerccio, as fontes ou origens de recursos e suas aplicaes, a demonstrao dos lucros ou prejuzos acumulados alm de outros demonstrativos.

    As demonstraes contbeis obrigatrias, segundo a Lei n 6.404/1976 (Lei das S/A.), so:

    BALANO PATRIMONIAL;

    DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO;

    DEMONSTRAO DOS LUCROS OU PREJUZOS ACUMULADOS;

    DEMONSTRAO DE FLUXO DE CAIXA (Redao dada pela Lei n 11.638,de 2007);

    DEMONSTRAO DE VALOR ADICIONADO (SAs de CAPITAL ABERTO) (Redao dada pela Lei n 11.638, de 2007).

  • MTE - Auditor Fiscal do Trabalho Contabilidade Geral Prof. Slvio Sande

    www.acasadoconcurseiro.com.br 11

    1.7.3 AUDITORIA

    A auditoria contbil compreende o exame de documentos, livros contbeis, registros, alm de realizao de inspees e obteno de informaes de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do patrimnio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo averiguar a exatido dos registros contbeis e das demonstraes contbeis no que se refere aos eventos que alteram o patrimnio e a representao desse patrimnio, buscando a deteco de erros e fraudes. Tambm verificado o cumprimento dos princpios contbeis pela entidade. Alm de ser uma tcnica contbil, a auditoria tambm pode ser entendida como um ramo da contabilidade.

    1.7.4 ANLISE DE BALANO

    tcnica que se utiliza de mtodos e processos cientficos (estatsticos) na decomposio, comparao e interpretao do contedo das demonstraes contbeis, para a obteno de informaes analticas. Cita-se, como exemplo, o grau de endividamento e de liquidez de uma empresa, que auxiliam na tomada de decises.

    Apesar do nome, a anlise no se limita ao Balano Patrimonial, estendendo-se tambm s outras demonstraes contbeis. Por isso, alguns autore