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CONTAGEM DE PLAQUETAS Antonio Altair M. Oliveira Domenico H.G.P. Barbieri Lúcia Helena M. Bruneri Primavera Borelli PRINCÍPIO Duas metodologias podem ser utilizadas para a contagem de plaquetas: a) Métodos Diretos, em que a amostra a ser examinada é diluída apropriadamente e a contagem realizada em câmara conta-glóbulos ou em aparelho eletrônico e b) Métodos Indiretos, nos quais as plaquetas são contadas em uma extensão sanguínea e posteriormente relacionadas com o número de eritrócitos por mm 3 de sangue. Devido às propriedades intrínsecas das plaquetas, ( alta capacidade de adesividade e de agregação e facilidade de se desintegrarem} alguns cuidados devem ser tomados para que se consigam resultados exatos e reprodutíveis.Assim, com exceção da câmara conta- glóbulos, pipetas de Thoma e/ou de Sahli e lâminas, todo material usado (inclusive as seringas) deve ser de plástico ou siliconizado; o anticoaglante de escolha é o EDTA em solução a 8% e deve-se evitar a formação de espuma pela agitação da amostra. MÉTODOS DIRETOS Diversos são os recursos técnicos utilizáveis para a contagem direta das plaquetas: microscopia de contraste de fase, microscopia óptica comum e contagem eletrônica;os diluentes empregados podem ser o de Rees-Ecker, de Feissly, de Lutin mod., etc. Da conjunção destes diferentes recursos, várias técnicas foram propostas e dentre elas citaremos a de Rees-Ecker e a da Contagem com oxalato de amônio. LÍQUIDO DILUIDOR DE REES-ECKER: - Citrato de sódio (C 6 H 5 Na 3 O 7 .2H 2 0)................................. 3,8 g - Formalina (38%)............................................................... 0,2 ml - Azul de Cresil Brilhante.................................................... 0,1 g - Água destilada q.s.p.......................................................... 120 ml A solução deve ser guardada em frasco âmbar a 4º. C e filtrada no momento do uso. LÍQUIDO DILUIDOR DE BRECHER: - Azul de Metileno 1%........................................................ 2 gotas - Oxalato de Amônia.......................................................... 1,0 g - Água destilada q.s.p......................................................... 100 ml Guardar em frasco âmbar. Armazenar em geladeira

CONTAGEM DE PLAQUETAS

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Page 1: CONTAGEM DE PLAQUETAS

CONTAGEM DE PLAQUETAS

Antonio Altair M. Oliveira Domenico H.G.P. Barbieri

Lúcia Helena M. Bruneri Primavera Borelli

PRINCÍPIO Duas metodologias podem ser utilizadas para a contagem de plaquetas:

a) Métodos Diretos, em que a amostra a ser examinada é diluída apropriadamente e a contagem realizada em câmara conta-glóbulos ou em aparelho eletrônico e

b) Métodos Indiretos, nos quais as plaquetas são contadas em uma extensão sanguínea e posteriormente relacionadas com o número de eritrócitos por mm3 de sangue. Devido às propriedades intrínsecas das plaquetas, ( alta capacidade de adesividade e de agregação e facilidade de se desintegrarem} alguns cuidados devem ser tomados para que se consigam resultados exatos e reprodutíveis.Assim, com exceção da câmara conta- glóbulos, pipetas de Thoma e/ou de Sahli e lâminas, todo material usado (inclusive as seringas) deve ser de plástico ou siliconizado; o anticoaglante de escolha é o EDTA em solução a 8% e deve-se evitar a formação de espuma pela agitação da amostra. MÉTODOS DIRETOS

Diversos são os recursos técnicos utilizáveis para a contagem direta das plaquetas: microscopia de contraste de fase, microscopia óptica comum e contagem eletrônica;os diluentes empregados podem ser o de Rees-Ecker, de Feissly, de Lutin mod., etc. Da conjunção destes diferentes recursos, várias técnicas foram propostas e dentre elas citaremos a de Rees-Ecker e a da Contagem com oxalato de amônio.

LÍQUIDO DILUIDOR DE REES-ECKER: - Citrato de sódio (C6H5Na3O7.2H20)................................. 3,8 g - Formalina (38%)............................................................... 0,2 ml - Azul de Cresil Brilhante.................................................... 0,1 g

- Água destilada q.s.p.......................................................... 120 ml A solução deve ser guardada em frasco âmbar a 4º. C e filtrada no momento do uso.

LÍQUIDO DILUIDOR DE BRECHER: - Azul de Metileno 1%........................................................ 2 gotas

- Oxalato de Amônia.......................................................... 1,0 g - Água destilada q.s.p......................................................... 100 ml Guardar em frasco âmbar. Armazenar em geladeira

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1. TÉCNICA DE REES-ECKER:

a) preencher a pipeta de Thoma, para glóbulos vermelhos, com sangue (colhido com EDTA) até a marca 0,5 e em seguida preencher com líquido diluente até a marca 101 (diluição 1/200). Caso se use sangue capilar, a pipeta de Thoma deve ser preenchida primeiramente com sangue até a marca 1. A seguir, completar com líquido diluente até a marca 101 (diluição 1/100).;

b) agitar por 15 minutos (se possível, em agitador mecânico);

c) desprezar as primeiras gotas (só contém o corante) que fluem da pipeta e então preencher a câmara de Neubauer, mantendo-a em câmara úmida por 20 minutos e

d) levar em seguida a câmara ao microscópio e efetuar a contagem das

plaquetas no retículo central ( nos 25 quadrados: área total de contagem = 1 mm2). Nesta técnica, as plaquetas apresentam-se coradas em azul e refringentes.

2. TÉCNICA DE BRECHER:

a) diluir o sangue colhido com EDTA a 1/200 com o líquido diluidor de Brecher;

b) preencher a câmara de Neubauer e após 3 minutos realizar a contagem como descrito em d).

CÁLCULO O número de plaquetas encontrado é multiplicado por 2.000 (para a diluição 1/200), obtendo-se assim, o número de plaquetas/mm3 de sangue. VALOR NORMAL: 150.000 a 300.000 plaquetas/mm3 de sangue.

MÉTODOS INDIRETOS Como exemplo de método indireto citaremos o método de Fônio.

TÉCNICA: a) colher o sangue com os cuidados recomendados; b) fazer a extensão e a coloração do modo habitual; contar as plaquetas existentes em, no mínimo, 10 campos (que contenham aproximadamente 200 eritrócitos / campo); c) contar o número de eritrócitos/mm3 de sangue(contagem global); d) a seguir, fazer o cálculo relacionando o número de plaquetas contado, com o número de eritrócitos.

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Por exemplo: em 10 campos de aproximadamente 200 eritrócitos (portando em 2.000 eritrócitos) contaram-se 75 plaquetas. O número de eritrócitos do paciente era de 5.000.000/mm3, assim o número de plaquetas/mm3 será:

75 plaquetas .................................... 2000 eritrócitos x = ....................................... 5.000.000/mm3 (eritrócitos) x = 375.000 plaquetas/mm3

VALOR NORMAL: 200.000 a 400.000 plaquetas/mm3