175
#03

Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A Contemporaneu nesta terceira edição mostra arquiteturas contemporâneas de escritórios como Cadaval & Solà-Morales, NRJA, Chalupa Architekti, Kosmos, além do novo parque linear na capital espanhola, Madri. Homenageia o arquiteto Günther Behnisch e mostra o trabalho do seu filho, Stefan Behnisch, responsável pelo escritório Behnisch Architekten.

Citation preview

Page 1: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

#03

Page 4: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Para fazer o download gratuitamente da Contemporaneu em PDF:

1 - Clique na palavra download da página ao lado. Você será direcio-nado para a página do Issuu para fazer seu login. Se não for cadastrado, cadastre-se aqui.2 - Após fazer o cadastro você receberá, no e-mail cadastrado, uma mensa-gem com remetente Issuu com o link de confirmação escrito join Issuu.3 - Ao clicar no link você será direcionado para a página de confirmação, clique no botão contendo verify account.4 - Com seu cadastro completo, clique novamente na palavra download, na página ao lado.5 - Faça seu login e o download começará automaticamente.

Com seu cadastro feito, para fazer o download de outras edições da Con-temporaneu, somente clique na palavra download de cada edição e faça seu login.

Page 5: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Leia a Contemporaneu sem estar conectado. Faça o download.

Page 6: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 7: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Faça seu cadastro completo e receba a Contemporaneu por e-mail, além de estar automati-

camente concorrendo aos sorteios promovidos pela revista.

Quer aumentar suas chances de ga-nhar? Siga-nos no Twitter e Facebook e participe das promoções!

Page 8: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

edito

rial

8 | contemporaneu #03

O Especial desta edição é dedicado ao reconhecido Behnisch Architekten, que conta com 4 escritórios, entre Alemanha e Estados Unidos. Coman-dado pelo arquiteto Stefan Behnisch, é hoje uma das grandes referên-cias da arquitetura contemporânea mundial. Stefan é filho de Günter Behnisch, falecido em 12 de julho deste ano, a quem homenageamos na forma de texto.Apresentamos também nesta edição um grandioso e ousado projeto ur-bano em Madri. É um parque linear, já em andamento, cuja proposta pretende solucionar problemas bastante semelhantes aos das grandes cidades brasileiras. A começar pela adoção de concurso para a escolha de projetos públicos, artifício ainda muito pouco utilizado por aqui. Por fim, dedico esta edição ao jornalista e escritor Ricardo Vespucci. Por todos esses anos, partilhei da sua companhia, do seu amor e do seu bom-humor. Um apaixonado convicto. Talento flagrante, de simplicidade transgressora, cheio de caráter e afeto. Amigo e pai. Um mês. A vida continua e com saudades.

Gabriel Vespucci e Contemporaneu

Page 9: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 9

Editor Chefe: Gabriel VespucciDiretora de Arte: Francis Graeff

Fotógrafos desta edição: Adam Mörk, Blaz Budja, Christian Kandzia, Frederik Vercruysse, Hertha Hurnaus, Juergen Landes, Marko Huttunen, Ott Kadarik,

Ramon Prat, Santiago Garcés.Agradecimento: Andre Beaton Lenza, Elina Tenho, Guilherme Costa, Kecho

Quenke, Renate Blauth, Rini Van Beek, Sabine Bovelino, Tales Miranda, Tomáš Horalík, Villem Tomiste, Žiga Čebašek.

Ano 01Edição #03

Capa: Terrence Donnelly Centre For Cellular and Biomolecular Research

Arquiteto: Behnisch Architektene architectsAlliance

Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contempo-raneu - arquitetura contemporânea pelo email:[email protected]

Page 10: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

esta

nte

10 | contemporaneu #03

A nova realidade da arquitetura portuguesa, não mais ditada pelo lirismo da Escola do Porto, nem pelo pragmatismo de Lisboa. Mas influenciada pelas novas escolas, intercâmbios acadêmicos e a facilidade de obter informações. Esta realidade é abordada pelo prefácio de Ana Vaz Milheiros, neste livro que aborda 25 obras arquitetônicas construídas entre 2000 e 2005. Com textos, fotos e desenhos técnicos, o livro mostra ed-ifícios contemporâneos de diferentes escalas e tipologias, além de conter o texto do arquiteto Nuno Grande sobre a Casa da Música, de 2001, projetada pelo arquiteto Rem Koolhaas.

Portugal 2000-2005. 25 edifícios do sé-

culo XXI.Prefácio de Ana Vaz Milheiro

Gustavo Gili

Trabalhos de 150 artistas que utilizam o espaço público como forma de expressão cultural são mostrados neste título com ima-gens inéditas de Keith Haring e Jean-Michel Basquiat, fotografias de Martha Cooper não publicadas no livro Subway Art e diversas fotografias inéditas do trabalho dos artistas que ilustram o livro Trespass. Historia del Arte Urbano No Oficial.

O trabalho e o pensamento do escritório dinamarquês JDS durante 365 dias marcados pela crise financeira mundial, com início em 15 de setembro de 2008, dia em que o tradicional banco de investimentos Lehman Brothers anunciou sua falência. Fotos, desenhos, ma-quetes, notícias, entrevistas e narrativas escritas por artistas, curadores, políticos, jornalis-tas, incluindo a participação de Lars Von Trier, Hans Ibelings e do arquiteto e chefe do es-critório JDS, Julien de Smedt, completam este livro nada convencional, que mostra também, através de gráficos, a influência da crise para o escritório, que no início do trabalho tinha 49 funcionários e no final dos 365 dias contava apenas com 27.

Agenda. JDS ArchitectsJDS Architects

Actar

Trespass. Historia del Arte Urbano No

OficialCarlo McCormick, Marc and Sara Schiller, Ethel

Seno Taschen

Page 11: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 11

Trabalhos de 150 artistas que utilizam o espaço público como forma de expressão cultural são mostrados neste título com ima-gens inéditas de Keith Haring e Jean-Michel Basquiat, fotografias de Martha Cooper não publicadas no livro Subway Art e diversas fotografias inéditas do trabalho dos artistas que ilustram o livro Trespass. Historia del Arte Urbano No Oficial.

De madeira a concreto aparente, a função destas obras arquitetônicas é constante, mas forma, estilo e materiais são incrivelmente variados. Assim são as casas apresentadas pelo livro “Collection: Houses”, com projetos de escritórios como do japonês Atelier Bow-Wow, do holandês UNStudio, do esloveno Ofis Arhitekti e a icônica Casa Bola, em São Paulo, do arquiteto Eduardo Longo. São 160 casas com soluções inovadoras tanto para a integração com o entorno, quanto para a organização interna.

O trabalho e o pensamento do escritório dinamarquês JDS durante 365 dias marcados pela crise financeira mundial, com início em 15 de setembro de 2008, dia em que o tradicional banco de investimentos Lehman Brothers anunciou sua falência. Fotos, desenhos, ma-quetes, notícias, entrevistas e narrativas escritas por artistas, curadores, políticos, jornalis-tas, incluindo a participação de Lars Von Trier, Hans Ibelings e do arquiteto e chefe do es-critório JDS, Julien de Smedt, completam este livro nada convencional, que mostra também, através de gráficos, a influência da crise para o escritório, que no início do trabalho tinha 49 funcionários e no final dos 365 dias contava apenas com 27.

Trespass. Historia del Arte Urbano No

OficialCarlo McCormick, Marc and Sara Schiller, Ethel

Seno Taschen

Collection: HousesMichelle Galindo

Braun Publishing

Page 12: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Brasil

GreenBuilding Brasil Conferência & Expo 1,2 e 3/09/2010São Paulo – São Paulo

Architectour - Seminário Internacional de Arquitetura para a Cul-tura e o Turismo15, 16 e 17/09/2010Gramado – Rio Grande do Sul

13o Congresso Brasileiro de Paisagismo23, 24 e 25/09/2010São Paulo – São Paulo

XI Seminário de História da Cidade e do Urbanismo - SHCU 5 a 8/10/2010Vitória – Espírito Santo

XIII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído 6, 7 e 8/10/2010Canela – Rio Grande do Sul

54º IFHP World Congress 201013 a 17/11/2010Porto Alegre – Rio Grande do Sul

Mundo

12a Bienal de Arquitetura de Veneza29/08/2010 a 21/11/2010Veneza – Itália

agenda

12 | contemporaneu #03

Page 13: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para [email protected]

Estudantes

“Ideal Theatre” Design CompetitionInscrições até 17/11/2010Envio do material até: 22/12/2010

Arquitetos

Uma escola em Guiné BissauInscrições até 15/10/2010

Brussels Courthouse, Imagine the Future! Inscrições até 15/10/2010

Taiwan Tower Conceptual Design International CompetitionInscrições até 21/10/2010

Arquitetos e Estudantes

Arquitetando Docol - Edição Habitat 2.010Inscrições até 03/09/2010

Kay e Santé nan Ayiti - Housing and Health in Haiti Inscrições até 20/09/2010

Playable10: International Design CompetitionInscrições até 01/10/2010

2o Prêmio Suvinil de InovaçãoInscrições até 10/10/2010

concursos

contemporaneu #03 | 13

Page 14: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Jürg

en L

ande

s

Page 15: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 15

Behnisch Architekten

A obra dos arquitetos do Behnisch Architekten, é hoje, uma das de maior destaque no cenário global. É muito bem recebido nos Estados Unidos, onde mantém dois braços da empresa, Los Angeles e Boston. O escritório alemão, cuja base é em Stuttgart [há ainda um escritório em Munique] é assim definido pelo crítico e historiador de arquitetura Falk Jaeger: Para Behnisch Architek-ten, a sustentabilidade é o padrão, em qualquer caso. As questões são luz, ar e calor, depois o gerencia-mento de energia, e então o próprio espaço. Uma nova cultura de plane-jamento está tomando corpo, que é mais focada em conteúdo e quali-

dade do que apenas sobre as quan-tidades. O conceito de sustentabili-dade é holístico e multifacetado, e há muito tempo o Behnisch Architekten tornou-se parâmetro. Filho do con-sagrado Günther Behnisch [ver no fi-nal deste Especial], Stefan Behnisch, com formação em filosofia, econo-mia e arquitetura, lidera a equipe de 90 pessoas. Pelo rigor técnico e pela ousadia, sua obra tem sido aclamada pelas pessoas e pela crítica, e o es-critório é alvo de empresas preocu-padas com sua imagem de respeito ao ambiente e a seus funcionários. A seguir uma pequena pincelada da extensa obra do Behnisch Architek-ten.

Behnisch Architekten

Page 16: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

16 | contemporaneu #03

A Haus im Haus é uma reforma no interior da Câmara de Comércio de Hamburgo, Alemanha. Era preciso uma utilização mais intensiva deste edifício neoclássico localizado na Adolphsplatz e foi exigido acrescen-tar vários níveis sem desrespeitar a estrutura do edifício histórico. A proposta apresenta 4 novos pavi-mentos que ocupam uma parte relativamente pequena do hall, a

Page 17: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 17

Behnisch Architekten

fim de conservar a grandeza do es-paço. Salas de negócios, consultas, exposição e reunião foram, assim, dispostos de uma maneira escultu-ral. O nível mais alto proporciona o acesso ao terraço, de onde se tem uma vista dos telhados de Hamburgo repleta de clerestórios e clarabóias. As sólidas e elaboradas paredes do edifício passam a contrastar com a leveza luminosa refletida em imate-

rialidade. O projeto é apresentado como a primeira estrutura do mundo iluminada apenas por LEDs [aproxi-madamente 160 mil lâmpadas]. Mes-mo não fazendo parte da proposta inicial, o sistema é automatizado e permite efeitos luminosos como o das luzes movendo-se no teto como as nuvens no céu.

Page 18: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Adam

Mör

k

Page 19: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Também em Hamburgo, no Hafen-City [projeto urbanístico destinado a transformar uma zona portuária de descarga e armazenamento, às mar-gens do rio Elba] está o projeto da sede da Unilever, empresa britânico-holandesa de produtos alimentares e bens de consumo. A pele de vi-dro, a abertura ao publico no térreo e os espaços internos dão leveza à volumosa construção. Foram con-templados no projeto os painéis solares no telhado, LEDs, captação de águas pluviais, aproveitamento de luz natural e dispositivos de con-forto acústico: a leveza e o meio ambiente fazem parte tanto do vo-cabulário do Behnisch Architekten quanto da estratégia de marketing da empresa. Procurando responder às diferentes necessidades de seus usuários, é pouco compartimentado internamente, e as áreas de traba-lho voltam-se para um átrio central

Behnisch Architekten

Adam

Mör

kAd

am M

örk

Page 20: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

20 | contemporaneu #03

e possuem vistas contínuas para o porto e a cidade. Com hierarquias e definições mais flexíveis, múltiplas possibilidades são geradas para as relações informais, profissionais, o trabalho individual e para o relaxa-mento, em meio a um telhado ir-regularmente dobrado, passarelas e escadas e os escritórios abertos.

Page 21: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 22: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

22 | contemporaneu #03

O complexo escolar de economia do-méstica e agrícola, em Herrenberg, foi originalmente desenhado em 1983 pelo Behnisch & Partner, a fir-ma de Günter Behnisch. Em 2004, os arquitetos do Behnisch Architekten foram contratados para projetar um novo anexo, de acesso independente e de funcionamento autônomo em relação ao existente. Imediatamente ao sul do complexo está localizado o novo edifício, que acomoda seis oficinas de artesanato, duas salas de aula, uma pequena sala de reunião, salas de funcionários e do conselho de alunos, um consultório médico e uma sala de reuniões. Com piso em linóleo verde imitando o gramado exterior, a casa térrea, de madeira e vidro, com forma simples, cober-tura plana e salas envidraçadas, para dentro e para fora, às vezes com brises de madeira, o anexo respeita o caráter do complexo e-xistente. Uma sutil modelagem da paisagem liga as duas estruturas, opondo-se apenas nos materiais.

Chris

tian

Kand

zia

Chris

tian

Kand

zia

Page 23: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 24: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

24 | contemporaneu #03

Ligado à Universidade de Toronto, o Centro de Pesquisa em Biologia Celu-lar e Biomolecular Terrence Donnelly (TDCCBR) tem a flexibilidade, a co-modidade e a interação como atribu-tos de seu projeto. As escadas que quebram a linearidade do acesso, os bancos em posição quase aleatória no exterior, a onipresença do vidro, as estruturas amebóides coloridas no térreo e os jardins internos nos níveis superiores qualificam o ambi-ente e contrastam com as fachadas históricas dos prédios vizinhos. Os laboratórios estão alojados na caixa transparente de 12 andares caixa transparente elevada sobre uma nova via pública que dá acesso ao campus.

Page 25: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 25

Behnisch Architekten

Page 26: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

26 | contemporaneu #03

Nascido próximo a Dresden, em 1922, Günter Behnisch é um arquite-to improvável. Na infância, a exem-plo de todos os colegas de escola, juntou-se à Juventude Hitlerista. Com a eclosão da 2ª guerra, inscrito na Marinha como um submarinista, alçou a posição de comandante pre-cocemente aos 20 anos. Behnisch afirmou posteriormente que só soube das atrocidades do regime na-zista após a guerra.O interesse em arquitetura foi des-pertado quando teve em mãos um livro sobre construção de edifícios, em um hotel na cidade portuária de La Spezia, Itália. Em 1945, com a derrocada alemã, entregou o subma-rino na Noruega e foi enviado para um campo de prisioneiros em Nor-thumberland, Inglaterra. Ali mesmo, sob a influência de um ex-assistente do arquiteto alemão Paul Schmit-thenner, seu interesse em arquite-tura adquiriu mais força.Libertado dois anos depois, estudou arquitetura em Stuttgart, casou-se com Johanna Behnisch [com quem teve 3 filhos] e logo abriu seu es-critório. Em 1966 a firma passa a se chamar Behnisch & Partner,

com sócios diferentes ao longo dos anos, incluindo um de seus filhos, em 1988. Inicialmente, o arquiteto ganhou destaque local com a con-cepção de edifícios escolares e equi-pamentos desportivos. Desenvolveu trabalhos com a pré-fabricação de componentes. Mais do que grandes obras realizadas com a construção industrializada, adquiriu um grande repertório, carregado por toda a sua carreira.Em 1972, com a construção do Cen-tro Olímpico de Munique, Behnisch ganhou fama internacional. Em par-ceria com Frei Otto e abundante no uso de tensoestruturas, explicitou o que seria sua marca registrada, a transparência, observada em suas tantas obras que vieram a seguir, como o Museu Postal Nacional, de 1990 e a derradeira Academia de Artes de Berlim, apenas para citar dois exemplos.Seu confinamento na claustrofobia dos submarinos foi por vezes apon-tada como motivo para o farto uso do vidro em seus edifícios, hipótese negada por Behnisch, que frequen-temente atribuía à transparência a uma canção do movimento operário,

Page 27: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 27

Günter Behnisch (1922-2010)

chamada “Brothers, to the Sun, to the Freedom”.Rejeitando volumes pesados e fe-chados, grandes eixos, simetria ex-cessiva e tudo o que remetesse à imagem do totalitarismo [nazista ou mesmo do império guilhermino], seus projetos ficaram conhecidos por “construções para a democracia”. Para ele, o Reichstag de Berlim seria um “monstro”.Além da transparência, era adepto de uma arquitetura não ornamentada e que exibe seu material. Behnisch, que também era Professor Emérito da Universidade de Darmstadt, de-fendia que a arquitetura deveria ser-vir à humanidade, jamais dominá-la. Debruçava-se sobre filosofia, mas já chegou a afirmar que “não dá para traduzir teoria em arquitetura. Só sai confusão”.Sob determinados pontos de vis-ta, flertou com o expressionismo [o próprio Centro Olímpico] e o desconstrutivismo, como no Insti-tuto Hysolar de Stuttgart, de 1987, e no plenário do antigo Parlamento alemão em Bonn, de 1992, onde se pode ver uma certa “perfeição vio-lada” da forma. O mais importante,

porém, era que a arquitetura exer-cesse o mínimo de pressão sobre as pessoas, que estas apenas a habitas-sem livremente, fazendo brotar o de-senvolvimento individual.No fim da vida e já adoentado, Günter Behnisch foi, aos poucos, passando o cargo ao seu filho, Stefan, antigo só-cio e que desenvolve um trabalho à altura do pai. Com maior ênfase nas questões de sustentabilidade, Stefan Behnisch divide-se entre a matriz e as sucursais do Behnisch Architekten em Munique, Boston e Los Angeles. A sede da Unilever em Hamburgo é um vistoso projeto que exemplifica a obra de Stefan Behnisch. Este, um arquiteto nem tão improvável assim.

Page 28: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 29: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Proyecto Madrid Río

Fotos: Ayuntamiento de Madrid

Madri, Espanha

Page 30: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

urbano

Page 31: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 31

Proyecto Madrid Río

A ocupação e a construção de aveni-das de tráfego intenso nas margens de rios é um problema corriqueiro em cidades do mundo inteiro. Além da degradação do curso d’água, cria-se uma barreira que, muitas vezes, serve de divisor de bairros dentro de uma cidade, com o risco de suas margens se tornarem resíduos urba-nos.Parques lineares são hoje descritos como solução sustentável para es-tas áreas. Anne Whiston Spirn, em seu livro Jardim de Granito, aponta o exemplo da cidade de Denver, nos Estados Unidos: ao criar um parque

linear nas margens do rio Platte, livrou-se do entulho e do lixo que cobriam seu canal e minimizou as enchentes que provocavam estragos desastrosos à cidade. Com este mes-mo pensamento, diversas cidades investem na criação destes parques, que trazem benefícios sociais, ambi-entais, culturais e econômicos, como os casos do Parque Linear do rio Uberabinha, em Uberlândia; do pro-jeto do Parque Várzeas do Tietê, em São Paulo; e do Parque Lineal del Río Manzanares, na capital espanhola, Madri.

Page 32: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

32 | contemporaneu #03

urbano

Ocupadas por parte de um anel viário, as margens do rio Man-zanares foram objeto de estudo da prefeitura, que resultou, em 2005, em um concurso de idéias, do qual saiu vencedor o consórcio MRío Ar-quitectos Asociados, com a partici-pação de três escritórios espanhóis e o prestigiado West 8 - Urban Design & Landscape Architecture [veja Contemporaneu #01], após uma disputa com firmas de renome, entre eles Sanaa, Peter Eisenman e Dominique Perrault. A nova praia construída na beira do rio, as formas inusitadas da Puente Y e da Puente Oblicuo e quadras de tênis chamam a atenção neste projeto que se mistura à paisagem composta por pontes e eclusas históricas.Ocultar as vias que por ali passa-vam era o ponto inicial do projeto, o que tornou possível a criação do extenso parque linear que faz a conexão entre o Parque Lineal del Manzanares Sur e o Parque Lineal del Manzanares Norte, passando pela Casa de Campo, maior parque público do município.

Page 33: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Proyecto Madrid Río

Page 35: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 35

Proyecto Madrid Río

Page 36: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 37: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 37

Proyecto Madrid Río

O soterramento de 6 quilômetros de vias e respectivos conectores com o sistema viário da cidade, juntamente com a rede elétrica, permitiu a cria-ção do parque linear de mais de 200 mil metros quadrados de espaços públicos, áreas verdes e equipamen-tos esportivos.O projeto, além de recuperar a borda d’água e despoluir o rio Manzanares, também é responsável pela revital-ização do seu entorno. A renovação das fachadas dos edifícios, a criação de vagas de estacionamento e a re-forma dos passeios de pedestres, tornando-os acessíveis aos cidadãos, atingem a área degradada pela cons-trução da M30, durante a década de setenta.Para facilitar o acesso entre os dois lados das margens do rio, o es-critório holandês projetou 11 novas passarelas para pedestres e ciclistas, conectadas à rede de 30 quilômetros de ciclovias construídas. Se somadas às pontes e eclusas existentes, tota-lizam 35 acessos entre as margens em um percurso de pouco mais de 10 quilômetros.

Page 38: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

38 | contemporaneu #03

urbano

Em seis anos, tempo total desde o concurso até o final das obras, pre-visto para 2011, a paisagem de Ma-drid sofrerá uma mudança brusca. Além das vias localizadas nas mar-gens do rio, outros pontos já foram modificados, como a Avenida Portu-gal -que passa ao lado da Casa de Campo e conecta-se com a M30 in-tegralmente subterrânea através de um bulevar de 19,5 metros de lar-gura e 1,3 km de extensão.São, no total, 8,2 milhões de metros quadrados de áreas revitalizadas, 42 quilômetros de ciclovias e 4,303 no-vas vagas de estacionamento.

Page 39: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 39

Proyecto Madrid Río

Conheça os projetos que partici-param do Concurso Internacional de Ideas Madrid Río Manzanares

Page 40: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 41: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotografias para a

Contemporaneu.

Page 42: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 43: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

projetos

Page 44: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 47: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Com apenas 5 anos de escritório, os letonianos do NRJA já contam com inúmeros prêmios recebidos pela construção desta residência, inclusive a nomeação para um dos mais impor-tantes prêmios de arquitetura, o Mies van der Rohe Award.A ideia de utilizar as ruínas do antigo celeiro do século 19 não surgiu ape-nas para dar contraste entre o antigo e o novo. A propriedade, localizada na costa do Mar Báltico, sofre de rajadas de vento muito fortes em determina-dos períodos do ano e é protegida pelas ruínas, que foram preenchidas com concreto aparente para ficarem alinhadas na mesma altura.O que restou do celeiro acabou de-limitando uma espécie de lote mura-do e dentro dele, solta das ruínas, foi erguida a casa. As pedras na frente impedem que a casa seja totalmente devassável, mesmo com as fachadas de vidro. E o ambiente interno ganha com iluminação e a vista das pare-des de pedra. Em planta, a modula-ção determina as divisões internas: no meio as zonas molhadas, de um lado as áreas sociais e de outro a ín-tima, com dois dormitórios. O visível desprendimento da laje da casa e do terraço em relação ao solo gramado

Page 49: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 49

Casa nas ruínas

Page 50: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 51: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 51

[elevada em alguns centímetros], e existência de uma grade metálica [como um capacho suspenso] no piso de entrada da residência, quase uma minipassarela, passam a impressão de se tratar de um sítio arqueológico. Ao contrário do antigo celeiro que ali existia, a casa possui sistema so-lar passivo, que permite a entrada e armazenamento do calor proveni-ente dos raios solares no inverno e trabalha da forma oposta no verão. Este sistema, junto com o grande uso de iluminação natural, renderam ao escritório o prêmio Best Technology Award.Localizada em uma cidade rural e a apenas 200 metros da praia, nunca haverá problemas de perder a vista, que pode ser observada do terraço, ligado pela escada em caracol com o pátio.

Page 52: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

52 | contemporaneu #03

200m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Cobertura

Page 53: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 53

Casa nas ruínas

Page 54: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

54 | contemporaneu #03

200m2

Corte Longitudinal

Corte Transversal

Page 55: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 55

Casa nas ruínas

Projeto: 2002Término da Construção: 2006Área construída: 200 m2

Arquitetos: NRJA (No Rules Just Architecture) / Uldis Luksevics & Martins OsansEng. Estrutural: A222Construtor: RBS Skals

Page 56: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 59: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 59

Casa D

Olhando deste ângulo para a Casa D é impossível não estranhar este pilar inclinado.Seria apenas um detalhe que a dife-renciasse das outras casas vizinhas? Ou seria uma brincadeira gratuita? Ou o pilar é um engano? Engano esteja certo que não é. Se lhe falta prumo, sobra-lhe intenção. E é ele que anuncia: apesar desta fachada, não se trata de um sobrado comum, presente na paisagem suburbana es-lovena e no resto do mundo.Assim como no Centre Zamet, do croata 3LHD [apresentado na Con-temporaneu #2], a forma geral da edificação se dá a partir de tiras paralelas. Aqui, na pequena Velenje, Eslovênia, são cinco fitas sobre a ín-greme topografia do terreno. Cinco são também os pavimentos desta casa, projetada pelo Sadar Vuga e concluída em 2006. A casa fica em uma encosta íngreme, com vista panorâmica sobre o vale.

Page 60: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

250m2

Com a vizinhança há uma convivên-cia ambígua. Na fachada superior há uma estreita relação, por se insinuar como uma casa arquetípica - telhado de duas águas, janelas pequenas, rebocada, pintada e de dois andares. Na inferior, por outro lado, há a opo-sição: mostra a pesada estrutura que sustenta a piscina exibindo o aço. E é olhando pelas laterais que as fitas delineadoras do partido aparecem e imprimem identidade. De um lado o muro fatiado, do outro as extremi-dades das tiras. Internamente são

essas mesmas tiras que motivam a criação de microambientes, mas sem grande rigidez. A opção pelo desencontro das tiras permite a pos-sibilidade de novas aberturas, para aproveitar a vista do vale, para ilu-minar os espaços internos ou mesmo para criar novos e importantes fluxos de ventilação. Há que se considerar que dos cinco pavimentos, dois são praticamente encravados no terreno, e um outro [onde estão dois quartos e um banheiro] encosta uma de suas paredes no barranco.

Page 64: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

64 | contemporaneu #03

250m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 65: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 65

Casa D

Planta Baixa Segundo Pavimento

Page 66: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

66 | contemporaneu #03

250m2

Planta Baixa Terceiro Pavimento

Page 67: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 67

Casa D

Planta Baixa Quarto Pavimento

Page 68: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

68 | contemporaneu #03

250m2

De baixo para cima: entrada e ga-ragem coberta; porão; dois quartos e banheiro; áreas sociais, entrada, sala, piscina, lavabo e terraço; suíte principal. Todos os níveis acessados por eixo de circulação com torre de escadas e elevador. De dentro para fora: vista das montanhas e do semi-rural. De fora para dentro: arquite-tura provocativa, gracejadora e con-temporânea.

Fachada Sul

Fachada Oeste

Page 69: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 69

Casa D

Corte TransversalCorte Transversal

Corte Longitudinal

Término da Construção: 2006Área construída: 250 m2

Arquitetos: SVA (Jurij Sadar, Boštjan Vuga, Miha Pešec, Adrian Petrucelli)Eng. Estrutural: Jani RamšakEng. Eletricista: Esotech - Robert LindičConsultor Energia Elétrica: KPX, PE Energetika - Marjan PečovniksultantsIluminação: Arcadia Light-wear

Page 70: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 71: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 71

Residência TDA

Residência TDACadaval & Solà-Morales

Puerto Escondido, MéxicoFotos: Santiago Garcés e Cadaval & Solà-Morales

Condições climáticas, mão-de-obra pouco especializada e proximidade da praia foram os fatores respon-sáveis pela escolha do concreto para esta construção em Puerto Escon-dido, no México. Trata-se da Casa TDA, de autoria do escritório catalão CA-SO [nome que empresta as duas primeiras letras do sobrenome de cada um dos seus sócios: o mexi-cano Eduardo Cadaval e a espanhola Clara Solà-Morales]. A estreiteza do terreno não os impediu de uma abor-dagem tridimensional do estudo da forma.Para isso, o concreto foi de grande utilidade na definição formal da casa, flexível na configuração, nos

usos e no número de usuários –é uma casa para jovens. De superfície rugosa, a estrutura carrega grandes balanços bastante pronunciados que compõem três elementos principais: a torre com vista desobstruída até o mar do Pacífico, os dormitórios sus-pensos sobre o jardim com piscina e, por fim, o espaçoso núcleo central das atividades domésticas [sala in-tegrada com cozinha, varanda e pis-cina]. As escadas desencontradas, com as laterais e o verso pintados de preto, articulam os espaços. Custo reduzido e manutenção mínima são também importantes requisitos des-ta casa de veraneio.

Page 73: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Com vidro e venezianas de madeira encaixadas em grandes aberturas ela se abre completamente para o quin-tal na mesma proporção em que se fecha em si mesma. Se é, por um lado, plena a integração com a pisci-na e o jardim, o mesmo não se pode dizer da rua. A casa acaba negando contato com o ambiente urbano, fato que se reflete na fachada frontal, com apenas duas aberturas. Nem mesmo a entrada da casa se dá por ali, quase tudo ocorre mesmo é do outro lado. Chama atenção o uso da laje horizontal de concreto, não in-dicada para o clima úmido e quente da região. Essa questão, no entanto, é balanceada pelas grandes aber-turas, pelos altos pés-direitos e por aberturas superiores, como no caso dos banheiros.

Page 74: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

74 | contemporaneu #03

350m2

Projetada em 2005 e construída no ano seguinte, a TDA ostenta inte-ressantes contrastes. O relacionado a cores (ou à falta delas) é de apreen-são imediata. Interiormente, a neu-tralidade do concreto é contraposta aos detalhes vermelhos nas fitas de plástico do corrimão, nos tapetes, nas colchas das camas e nas redes de deitar. Por fora, a festejada ar-quitetura colorida mexicana, de Bar-ragán a Legorreta, é posta de lado. Parece, à primeira vista, afastar-se também da arquitetura vernacular de pátios internos, mas os princípios permanecem intrínsecos, conside-rando a hipótese da casa aberta interagindo com o exterior: a maté-ria apenas como interstício do meio natural. Parapeito baixo no balanço e continuidade do piso no térreo refor-çam essa ideia. Atributos como soli-dez e vigor, da própria natureza do concreto, contrastam com a forma deleitosa de habitar, recebendo luz, vento e água. E o balançar das redes com a paisagem emoldurada sobre a torre.

Page 75: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 75

Residência TDA

Projeto: 2005Construção: 2006Área construída: 350 m2

Arquitetos: Eduardo Cadaval e Clara Solà-MoralesEng. Estrutural: Ricardo Camacho de la FuenteEng. Eletricista: Esotech - Robert LindičConstruçãor: Marcial Burgos e Hugo López SolanoServiços: José Antonio Lino

Page 76: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

76 | contemporaneu #03

350m2

Planta Baixa Pavimento Térreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 77: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 77

Residência TDA

Planta Baixa Segundo Pavimento

Planta Baixa Terceiro Pavimento

Page 78: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

78 | contemporaneu #03

350m2

Fachada Norte

Fachada Sul

Page 79: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 79

Residência TDA

Fachada Leste

Corte Longitudinal

Page 80: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

80 | contemporaneu #03

360m2

Residência VVA em Wortel dmvAWortel, BélgicaFotos: Frederik Vercruysse e Filip Dujardin

A residência VVA é localizada em um terreno no centro do vilarejo belga chamado Wortel, pertencen-te ao município de Hoogstraten, de 18 mil habitantes, no norte do país. O projeto é do dmvA Architecten, escritório com sede em Mechelen, na província da Antuérpia.O partido da construção de 360m2 é simples: uma edificação de três andares sem recuos frontais [repro-duz a configuração da vizinhança] e um pátio contíguo a ela, agindo como uma zona de permanência coletiva. A pouca segmentação dos espaços e a existência de um só banheiro junto aos quartos ex-põem uma inclinação à comunhão de usos pelos usuários.

Page 81: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Residência VVA em Wortel

Page 82: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

360m2

No subsolo, um poço localizado na lateral da edificação permite o res-piro do porão enclausurado, através da grade metálica, no piso da parte externa. Por ali passam iluminação e a chuva que cai sobre os seixos. O andar térreo se abre para a frente, os fundos do terreno e faz a ligação integral com o pátio, todo murado ou delimitado com painéis de vidro

Page 83: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 83

Residência VVA em Wortel

leitoso. As paredes, mesmo feitas de tijolos, material pesado, ganha leveza por causa da invisibilidade de sua es-pessura, escondida atrás das esqua-drias. E as portas de correr liberam muitas possibilidades de ligação do interior com o exterior. No andar superior, a grande abertu-ra é justamente na face em que, no térreo, a casa não se abre para fora. Essa opção de desarticulação das aberturas coincide com a própria intenção de refletir a diferença de função entre os pavimentos. Os ele-mentos que os unem, além da forma prismática, são os painéis corrediços e a falta de hierarquia dos materiais –vidro e alvenaria. Não há abertu-ras nas paredes, e sim, aberturas e paredes, lado a lado. O piso superior, ainda, é acessado pela escada e organiza-se por um corredor com os quartos de um lado e uma parede de armários do outro. Buscando atender orçamento, pro-grama e contexto, buscando mini-malismo e precisos no detalhamen-to, os jovens arquitetos belgas do dmvA reafirmam em sua obra que “mais importante do que ser bonita, a arquitetura deve provocar sensa-ções”.

Page 84: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

84 | contemporaneu #03

360m2

Planta Baixa Subsolo Planta Baixa Térreo

Término da Construção: 2004Área construída: 360 m2

Arquitetos: dmvA / David Driesen e Tom VerschuerenConstrutor: ASB / Bert Brosens

Page 85: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 85

Residência VVA em Wortel

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 86: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

86 | contemporaneu #03

360m2

Corte AB

Corte EF

Corte GH

Page 87: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 87

Residência VVA em Wortel

Fachada Noroeste

Fachada Sudeste

Fachada Sudoeste

Page 88: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 91: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 91

Koltsari

Um conjunto de edifícios residenciais com atributos semelhantes aos de uma casa. Eis o objetivo do premia-do Kosmos, escritório estoniano com sede na capital Tallinn e formado em 2002. Seus três sócios -Ott Kadarik, Villem Tomiste e Mihkel Tüür- tem em torno dos 35 anos, apenas, e foi na periférica Laagri, cidade a sudoeste da capital, que realizaram essa expressiva obra. Os “atributos de casa” supracitados aparecem, basicamente, no contato direto com o exterior, na multiplicidade de op-ções de moradia e nos jardins que aproximam a vizinhança e encorajam o convívio.Três edifícios, as áreas de lazer e os estacionamentos constituem o con-junto. A planta dos dois maiores pré-dios é idêntica. Há alguns tipos de

apartamentos diferentes nos edifí-cios, a fim de enriquecer as relações formando uma simbiose de pessoas com diferentes estilos de vida. Há um esforço para incrementar a vida co-mum nas áreas comuns do conjunto. Bancos na base das torres de circu-lação vertical e os estacionamentos no limite da rua são exemplos disso. No pátio são criadas formas trian-gulares em relevo para a apropria-ção de crianças em seu lazer e, em determinadas circunstâncias, para preservar a privacidade dos aparta-mentos do térreo com barreiras de madeira. Todos os quartos no piso térreo abrem-se direto para o exte-rior. Os apartamentos do pavimento intermediário dispõem de varandas e os apartamentos do andar superior tem grandes terraços.

Page 93: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 93

Koltsari

Com uma planta bastante ortogo-nal e regular, a expressividade ar-quitetônica é fruto tanto das saliên-cias bem destacadas da circulação vertical envidraçada, do desalinha-mento das aberturas, das lâminas de madeira de cores contrastantes que revestem a fachada, das formas tri-angulares que projetam as sacadas e dos volumes intercalados que fazem o coroamento do bloco. A diversidade de tipos de apartamen-tos estimula uma população variada, entre famílias inteiras, solteiros, ca-sais sem filhos, idosos. Para se ter

ideia, somente em um dos blocos maiores são encontradas cinco tipo-logias em apenas 15 apartamentos. No térreo, há dois tipos de unidades de 1 dormitório e um tipo de 3 dor-mitórios, distribuídos em 6 aparta-mentos. Nos pavimentos superiores, tem-se: 6 apartamentos de 2 quartos e mais 3 apartamentos duplex de 2 tipos diferentes. O acesso aos apar-tamentos se dá com, no máximo, um andar de lances de escadas e todos os apartamentos possuem ventilação cruzada.

Page 94: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

94 | contemporaneu #03

3000m2

Implantação

Page 96: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

96 | contemporaneu #03

3000m2

Planta Baixa Térreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 97: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 97

Koltsari

Planta Baixa Segundo Pavimento

Corte Transversal

Page 98: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

98 | contemporaneu #03

4100m2

Escola EnterK2S ArchitectsSipoo, FinlândiaFotos: Marko Huttunen

Em junho deste ano a inauguração da escola completou 3 anos. Localizada na municipalidade de Sipoo, vizinha à capital Helsinki, a escola Enter oferece tanto o ensino secundário quanto o profissionalizante na área de Tecnologia da Informação. O pré-dio é resultado de um concurso do ano de 2004 vencido pelos arquite-tos do K2S Architects LTD.Nos seus 9 anos de história, a firma desenvolveu uma filosofia de tra-balho baseada na palavra finlandesa juuret, que significa raízes. Esta pa-lavra adquire um novo significado, algo que definiria uma boa arquite-tura. Estando presente na música,

na arte e nas pessoas, os arquitetos descrevem quatro diferentes signifi-cações para o termo ao conceitua-rem a ”visão” da própria empresa: tocar a alma [arquitetura que move um coração humano tem raízes], consideração da preexistência [a raiz deve crescer no local. Nossos prédios se referem ao seu ambiente, eles nunca estão sozinhos, mas são um elo na cadeia entre o que foi no local antes e o que estará lá depois], tradição finlandesa de construção e futuro [em uma nova forma de uti-lização de materiais, bem como em uma combinação criativa de forma e estrutura, com vistas ao futuro].

Page 99: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Escola Enter

Page 100: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 101: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 101

Escola Enter

O edifício da escola Enter, em forma de L, existe sobre um existente cam-pus escolar. O ambiente configurado pelas parábolas que recortam um monobloco é dominado por dois pá-tios curvos: um maior para o jardim do campus e um quintal pequeno. Os dois são conectados às entradas principais do edifício e as duas facha-das em vidro curvo abrem a escola para a comunidade. Os estudantes e os professores vêem a comunidade e são vistos. No átrio central do edi-fício há a escada circular iluminada por uma grande clarabóia cônica. Abrem-se para o átrio a pequena midiateca e um café, ambos na ala sul. As salas de aula tem seus acabamentos reduzidos e seus mate-riais sugerem um caráter industrial.A definição das ”quatro raízes” per-mitem considerações a respeito da coerência entre discurso e prática neste caso. A ”terceira raiz” está na simplicidade do partido, que re-sulta em um sóbria edificação com abordagem pouco exibicionista, in-clusive no uso dos materiais, ainda submetendo forma à função. E, evi-dentemente, na sensibilidade à luz, horizontal e verticalmente. Já o tom morno das superfícies de madeira - como uma reminiscência dos primei-ros edifícios escolares do século 20

Page 102: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

102 | contemporaneu #03

4100m2

- e a fachada do lado da rua, dividida em volumes menores acompanhan-do a escala das moradias vizinhas, condizem com a ”segunda raiz”.Não há evidente inovação formal, na utilização de materiais ou estru-tural, mas alguns elementos evocam a primeira e principal juuret. O mais nítido é o maior jardim. Encarado como área de aprendizado e dotado de rede de internet sem fio, possui literais ilhas verdes. Ali foram plan-tadas árvores frutíferas, como ma-cieiras e cerejeiras, escolhidas pela cor das flores: brancas. Sua floração coincide com a celebração das for-maturas, no final de maio, quando os alunos recebem um chapéu especial, também de cor branca. Uma tradição finlandesa germinada pelas árvores ao redor, um toque na alma.

Page 103: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Escola Enter

Page 104: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

104 | contemporaneu #03

4100m2

Planta Baixa Térreo

Page 105: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 105

Escola Enter

Término da Construção: 2006Área construída: 4100 m2

Arquitetos: K2S Architects Ltd. (Kimmo Lintula, Niko Sirola and Mikko Summanen)Eng. Estrutural: Jani RamšakEng. Eletricista: E-plan Oy, Jorma KuuselaInteriores: K2S Architects Ltd. e Konehuone Oy, Ari JääsköPaisagismo: Byman & Ruokonen landscape architects, Eeva Byman and Kari Mikkonen

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Page 106: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

106 | contemporaneu #03

4100m2

Corte Transversal

Fachada Leste

Fachada Sul

Page 107: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 107

Escola Enter

Implantação

Page 108: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 110: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

110 | contemporaneu #03

18,521m2

O jogo de volumes é constante no trabalho do escritório austríaco Cara-mel. Nesta obra pode ser observada a quebra do edifício, dobrado em um ângulo agudo aproximado de 71o e um obtuso de 106o, com o objetivo de fazer com que esta parte não pos-sua nenhum ângulo reto em relação às suas paredes externas e de que não seja tão evidente e monótono os seus 160 metros de comprimen-to. Para vencer o grande vão e os balanços existentes, utiliza estrutura treliçada de aço.

Page 111: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 112: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

112 | contemporaneu #03

18,521m2

O bloco, chamado de Mechatronik, faz parte de um complexo de 5 edifícios do parque científico da Universidade Johannes Kepler, na cidade austríaca Linz, e pode ser compreendido como duas partes: a ortogonal e a não-or-togonal. A primeira repousa sobre o próprio edifício mimetizado às curvas de nível, enquanto a segunda utiliza dois grandes volumes para susten-tação quando servem de entrada ao edifício e definem duas das cinco cir-culações verticais.Com essas grandes dimensões, alguns recursos projetuais são utilizados para que seu peso visual seja suavizado, como as extremidades e a cobertura, ambas inclinadas. A cobertura, aliás, em seu longo comprimento cresce dois pavimentos, transformando os resíduos de andares em espaços com pé direito mais alto em determinados trechos.

Page 113: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Mechatronik

Page 114: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 115: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 116: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 117: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 117

Mechatronik

O programa de necessidades prevê a ligação dos 5 blocos do parque cientí-fico por meio de um túnel localizado ao nível do solo, na parte ortogonal, onde se encontram os laboratórios. Nos outros 5 pavimentos superiores estão os escritórios e, no subsolo, o estacionamento.Sua fachada, toda envidraçada, permite que a iluminação natural penetre no interior do edifício, des-tacando-se tal efeito no átrio cen-tral, que vai do segundo pavimento à cobertura, onde se localiza o ele-mento lúdico do projeto, o circuito de escadas desalinhadas.

Início da Construção: 2007Término da Construção: 2009Área construída: 18,521 m2

Arquitetos: Caramel Architekten ZT GMBHEng. Estrutural: Werkraum ZT GMBHEng. Eletricista: Planungsgruppe GrünbichlerTopografia: BodenprüfstelleEng. Hidráulico: MachowetzLogística: TB kubisch

Page 118: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

118 | contemporaneu #03

18,521m2

Implantação

Page 119: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 119

Mechatronik

Page 120: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Planta Baixa Segundo Pavimento

120 | contemporaneu #03

18,521m2

Page 121: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 121

Mechatronik

Page 123: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 123

Mechatronik

Page 124: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 125: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 126: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

projetos de estudantes

126 | contemporaneu #03

Page 127: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

projetos de estudantes

contemporaneu #03 | 127

Page 128: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

128 | contemporaneu #03

Nome: Andre Beaton Lenzaemail: [email protected]: São Paulo, São Paulo

Disciplina: TFG IIOrientador: Antônio CláudioInstituição de ensino: Universi-dade Presbiteriana Mackenzie

Memorial da Paz - dedicado ao voo TAM 3054

projetos de estudantes

Page 129: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Andre Beaton Lenza

Page 130: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Planta Baixa Pavimento Térreo

130 | contemporaneu #03

projetos de estudantes

Page 131: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Planta Baixa Primeiro Pavimento

contemporaneu #03 | 131

Andre Beaton Lenza

Page 132: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

projetos de estudantes

Fachada Rua Tarquínio de Souza

Fachada Rua Barão de Surui

Implantação

Page 133: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Corte AA

Corte BB

Andre Beaton Lenza

Page 134: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Edifício Multifuncional

Nome: Tales Miranda e Lucas Fer-nandes Maretiemail: [email protected]://3dtm.blogspot.com/Cidade: Americana, São Paulo

Disciplina: Projeto Arquitetônico (Intervenção Urbana)Professores: Eloisa Dezen-KempterMaria Cláudia de OliveiraPeríodo: 7o

Instituição de ensino: Universi-dade Paulista

Page 135: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Tales Miranda e Lucas Fernandes Mareti

Page 136: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

136 | contemporaneu #03

projetos de estudantes

Page 137: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 137

Tales Miranda e Lucas Fernandes Mareti

Page 138: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

138 | contemporaneu #03

projetos de estudantes

Planta Baixa Pavimento Térreo

Page 139: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 139

Tales Miranda e Lucas Fernandes Mareti

Page 140: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

140 | contemporaneu #03

projetos de estudantes

Planta Baixa 3o Pavimento Planta Baixa 4o Pavimento

Planta Baixa 2o Pavimento

Page 141: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 141

Planta Baixa Pavimento Tipo - 5o ao 14o Pav.

Tales Miranda e Lucas Fernandes Mareti

Page 142: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

142 | contemporaneu #03

projetos de estudantes

Corte AA

Page 143: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 143

Fachada Av. Moraes Salles

Tales Miranda e Lucas Fernandes Mareti

Page 144: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

projeto de concurso

Page 145: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

projeto de concurso

Page 146: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Chalupa ArchitektiWashington D.C., EUA

Embaixada da República Tcheca em Washington

Page 147: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Embaixada da República Tcheca em Washington

Page 148: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

148 | contemporaneu #03

concurso

mente distintas entre si. O piso circu-lar, forma que se repete várias vezes, confere unidade ao projeto, tanto nos jardins quanto na construção. Logo na entrada da Embaixada um grande círculo é o caminho dos au-tomóveis, a rotatória por onde os motoristas deixam os passageiros na porta e permite o acesso o es-tacionamento. Esta fachada é uma grande cortina de vidro fosco e lá es-tão as bandeiras da Repúbica Tcheca e da União Europeia.

Dividido em três zonas principais, o projeto vencedor do concurso para a Embaixada da República Tcheca em Washington, EUA, pode ser exami-nado através de seus vazios ao invés do objeto construído. Isso porque são os vazios que estabelecem as linhas e diretrizes do todo. A cons-trução em forma de Y com suas três fachadas curvas principais, é apenas coadjuvante, fazendo a separação dos jardins – estes sim os atores principais cujas funções são plena-

Page 149: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Embaixada da República Tcheca em Washington

Page 150: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

concurso

Voltam-se para outro jardim, o priva-tivo, os apartamentos, os escritórios e as funções administrativas e de apoio. Finalmente, constituindo-se como o núcleo conceitual do projeto, há o jardim de representação. Ge-nerosamente dimensionado, é dire-tamente ligado aos salões principais da Embaixada e propicia um diálogo visual com a existente residência do embaixador acima da encosta. É neste jardim que são previstas as

cerimônias quando de visitas oficiais, recepções e eventos em geral. Além de reproduzir a espontanei-dade do traço inicial, o edifício har-moniza-se com o entorno por meio de implantação suave e linguagem simples, sem perder uma positiva imponência. A horizontalidade, o te-lhado-jardim ligeiramente inclinado, a neutralidade do vidro e da madeira e as grandes aberturas para receber iluminação denotam, além da esté-

Page 151: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

Embaixada da República Tcheca em Washington

tica, um entendimento, um acordo diplomático com o meio ambiente. Abertura, solenidade, diplomacia e neutralidade promovidas pelo es-critório tcheco Chalupa Architekti com o projeto vencedor de concurso e desenhado entre julho de 2009 e fevereiro de 2010.

Page 153: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 153

Embaixada da República Tcheca em Washington

Page 154: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

154 | contemporaneu #03

Perfil fotógrafo

Como você começou a trabalhar com fotografia de arquitetura?Sou formado em Desenho Industri-al pela PUC do Rio de Janeiro, não comecei direto como fotógrafo, isso foi uma decisão que tomei depois do meu primeiro ano de formado, em 2006. Fui assistente de alguns e fiz trabalhos variados. A fotografia de arquitetura veio que meio por acaso, e fui evoluindo porque realmente gosto de arquitetura e urbanismo e a própria história das ocupações, principalmente do Rio.

Guilherme Costa

O fotógrafo Guilherme Costa, dono do estúdio Oito e Oitenta Fotografia fala sobre sua trajetória profissional e como é trabalhar como fotógrafo de ar-quitetura.Com residência no Rio de Janeiro, seu portfólio apresenta trabalhos feitos em diferentes cidades, temas diversos e seu esporte: o montanhismo.

Page 155: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 155

Guilherme Costa

Page 156: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

156 | contemporaneu #03

Perfil fotógrafo

Page 157: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 157

Guilherme Costa

Qual é a diferença entre foto-grafar fachadas e interiores?A diferença é brutal. As fachadas re-querem um maior planejamento de tempo, os interiores podem ser fei-tos a qualquer hora, desde que não tenha uma janela imensa ou a inso-lação não entre no ambiente, neste caso há um certo planejamento, mas é bem mais frouxo do que de facha-das.Nas fotografias de fachadas, tenho que observar a hora em que o sol destaca melhor o contorno arquite-tônico, depois voltar e fazer a foto. Só para citar um exemplo prático, se você chega sem planejamento em um local, pode acontecer de você dar de cara com seu objeto estar escure-cido pela sombra de outro prédio, o

que pode comprometer o trabalho. Este ensaio sobre Brasília, por exemplo, as minhas fotos preferidas, foram feitas entre as 4:30h e 6:00h da manhã, sendo que foram selecio-nadas somente as fotos feitas antes do nascer do sol. Para fotografar ar-quitetura não se pode contar só com o feeling, é preciso fazer um planeja-mento e um trabalho de observação antes de ir fazer as fotos.O céu fica melhor no nascer ou no pôr do sol, quando a luz artificial vai se igualando em intensidade com a luz natural. Claro, isso não é regra, mas este horário na fotografia é co-nhecido como “a hora mágica”. Não deve ser à toa que a chamam as-sim...

O céu fica melhor no nascer ou no pôr do sol, quando a luz artificial vai se igualando em inten-sidade com a luz natural... este horário na foto-grafia é conhecido como “a hora mágica”.

Page 158: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

158 | contemporaneu #03

Perfil fotógrafo

E como foram estes trabalhos de fotos aéreas?Costumo fazer fotos de prospecção de construtoras, terrenos vazios. Por isso não posso colocar no meu port-folio, lá eu coloco só as fotos que fiz no caminho até estes pontos. Até porque, terreno vazio tem pouco in-teresse estético.Mas como sou eu o responsável em fazer também o aluguel da aero-nave, a logística ganha grandes pro-porções, pois tenho que calcular a aproximação que eu quero, a altura, ver se na área a restrição de vôo no horário que eu escolhi. Nisso a con-versa com o piloto é fundamental. E quando o orçamento está aprova-do, eu fico checando a previsão do tempo várias vezes ao dia, é bem estressante, tanto que levo duas câmeras no dia, caso uma dê defeito eu não perco o vôo.

Page 159: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 159

Guilherme Costa

Page 160: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

160 | contemporaneu #03

Perfil fotógrafo

Page 161: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 161

Guilherme Costa

Page 162: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 163: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 164: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

164 | contemporaneu #03

Perfil fotógrafo

Page 165: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 165

Guilherme Costa

Page 166: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

166 | contemporaneu #03

Perfil fotógrafo

Page 167: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 167

Guilherme Costa

Page 168: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

168 | contemporaneu #03

Perfil fotógrafo

Page 169: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 169

mais fotos em www.oitoeoitenta.com.br

Guilherme Costa

Page 170: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

#01BIG - Bjarke Ingels GroupSimcoe WaveDeck - West 8 e DTAHRefúgio São Chico - Studio ParaleloCasa em São Paulo - Affonso Risidupli.casa - J. Mayer H. ArchitectsJardim de Infância Medo Brundo - Njiric + Arhitekti d.o.o. Ampliação do Estádio Ljudski Vrt - OFIS arhitekti e Multiplan arhitekti

#023LHDMPreis SupermercadosCityLife - MilãoCasa JD - BAK ArquitectosEmbaixada Estoniana em Vilnius - 3+1 Architects46 Habitações Sociais - ACXTUniversidade Østfold em Halden - Reiulf Ramstad Architects

edições anteriores

Page 171: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

contemporaneu #03 | 171

Mar

ko H

uttu

nen

Finl

ândi

am

arko

@m

arko

hutt

unen

.com

Sant

iago

Gar

cés

Espa

nha

sant

iago

@fo

tona

uta.

com

fotógrafos

Page 174: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03
Page 175: Contemporaneu - arquitetura contemporânea #03

envie projetos, projetos de estudantes, desenhos, artigos, fotografias para a

Contemporaneu.