Contestação Câmara Municipal Do Dragão

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  • Sociedade Melros & Abetarda, Sociedade de Advogados, R.L.

    Composta por:

    - Cludia Mager

    - Francisco Pires

    - Miguel Pacheco

    - Rodrigo Rocha

    -Sara Marinho

    - Susana Gonalves

  • Exmo. Senhor Juiz de Direito do

    Tribunal Administrativo de

    Crculo do Porto

    A Cmara Municipal do Municpio do Drago, no Distrito de Braga, sediada na

    Rua dos Carapaus com Molho Espanhola, n 50, Pessoa Coletiva n 845090112,

    representada judicialmente por Dr Cludia Alexandra Mager, com cdula

    profissional nmero 493874 e contribuinte fiscal nmero 255558885, e Dr Sara

    Craveiro Marinho, com cdula profissional nmero 452333 e contribuinte fiscal

    nmero 235988889, da Sociedade Melros & Abetarda, Sociedade de Advogados,

    R.L., com escritrio na Rua dos Fundamentalistas Ambientais, n 9, 1050-223

    Lisboa, tendo sido citada vem apresentar a sua:

    CONTESTAO

    Nos termos e com os fundamentos seguintes:

    I Por impugnao:

    1. Dos factos:

    1

    O imvel sito na Rua Alto do Mato n3, Freguesia de Santa Eullia, 4620-529, sito no

    Municpio do Drago propriedade do Municpio.

    2

    A Cmara Municipal do Drago, doravante tambm conhecida como Autarquia, considera

    haver um lapso da parte da ONGA Amigos do Bobby uma vez que na sua Petio Inicial

    identifica, erradamente, o Municpio do Drago como sendo o Municpio do Porto.

    1

  • 3

    O Municpio do Drago pertence ao Distrito de Braga e um Municpio Autnomo do

    Municpio do Porto como comprova o Anexo I.

    4

    A Autarquia mostra-se condescendente com o (ainda) comum equvoco uma vez que o

    nome do Municpio novo e a proximidade do Distrito do Porto acentua o equvoco. Para

    mais o Municpio do Porto tem inclusive um Estdio de Futebol com o nome de Drago.

    5

    De forma a no ver o seu bom nome afetado apresenta a Autarquia, ainda assim, a sua

    defesa.

    6

    A situao em causa tem como morada relevante a apresentada no ponto 1 e, uma vez que

    houve um equvoco por parte da autora, vem a Autarquia corrigir a identificao da

    freguesia, cdigo postal e municpio.

    7

    Tendo sido incorretamente identificada a localizao das instalaes fabris abandonadas

    considera a Cmara que de acordo com a correta morada o Tribunal Administrativo do

    Circulo de Braga o competente para julgar tal processo, como se apresenta na matria de

    Direito e no Anexo II.

    8

    A Autarquia confirma a utilizao do espao pela empresa Tudor Baterias S.A entre Junho

    e Dezembro de 1992.

    9

    Esta utilizao foi concedida numa primeira experincia internacional das suas fbricas,

    uma vez que as duas fbricas que a empresa detinha se localizavam no Brasil.

    2

  • 10

    Por se tratar de uma experincia pioneira de deslocalizao das suas fbricas, a utilizao do

    espao e do Municpio do Drago como primeira experincia de instalao de uma fbrica

    fora do Brasil no garantia o sucesso da operao em causa.

    11

    A licena de utilizao concedida na altura Tudor Baterias S.A. teve como critrio

    diferenciador face s outras propostas em carteira na altura o facto de a Tudor Baterias

    S.A. ter obtido diversos certificados pela gesto de qualidade e preocupao ambiental.

    12

    Aps o abandono do espao a Cmara Municipal do Drago efetuava trimestralmente

    pequenas reparaes e limpezas necessrias para a manuteno do espao das instalaes.

    13

    A Cmara manteve o espao desocupado com as condies mnimas de funcionamento de

    forma a possuir as condies necessrias no caso de uma eventual alienao do patrimnio

    da autarquia.

    14

    Para dar visibilidade ao espao em questo promoveu-se como forma de apoio e incentivo

    ao comrcio local diversas feiras que visavam aproximar a populao ao comrcio local,

    como disso exemplo o anexo III.

    15

    A Cmara apesar dos escassos recursos financeiros de que dispe concedia alguns apoios

    financeiros.

    16

    Os apoios financeiros atribudos pela Cmara s eram possveis pelo protocolo de

    cooperao entre a Cmara Municipal e a Fundao Toms Taveira.

    3

  • 17

    A afirmao do artigo 9 da Petio Inicial assim infundada, uma vez que se vivem

    tempos de crise e a Autarquia apoia o comrcio com os apoios financeiros que lhe so

    possveis conceder.

    18

    O pedido de licena de utilizao do espao pela Sociedade Protetora dos Animais/Seco

    Norte, doravante tambm tratada como SPA/SN, foi enviado para o Gabinete de Emisso

    de Licenas da Cmara Municipal do Drago como demonstra o Anexo IV.

    19

    A licena foi concedida pelo perodo determinado de 9 meses, prazo que poderia ser

    prorrogvel at ao limite mximo de 3 anos como comprova o Anexo IV.

    20

    Aquando da emisso da licena no ficou estabelecido qualquer montante a pagar pelo

    Municpio SPA/SN, como se pode verificar pela licena presente no Anexo IV.

    21

    A licena de utilizao foi concedida na boa-f do Municpio para que a SPA/SN

    prosseguisse os fins estabelecidos nos seus Estatutos.

    22

    Ficam assim invalidados os artigos 37 a 38 da PI.

    23

    A Licena foi, segundo a Autora, alegadamente emitida por um vereador.

    24

    A Autarquia duvida da veracidade da Licena uma vez que a Autora apresenta, nos artigos

    12 a 17 da PI e anexos 4 e 5 da mesma, o vereador da cultura Cludio Nuno Ramos como

    o responsvel pela mesma.

    4

  • 25

    Contradiz-se porm a Autora uma vez que nos artigos 73 e 79 da PI, aponta como

    responsvel pela licena o vereador Claudino Ramos com o pelouro do Ambiente,

    Urbanismo e Ordenamento do Territrio.

    26

    A Autarquia preocupada com to graves alegaes pediu esclarecimentos a ambos os

    vereadores em causa Anexo V.

    27

    Em resposta ao pedido de esclarecimento feito pela autarquia, o vereador Cludio Nuno

    Ramos negou atravs de uma declarao escrita ter emitido qualquer licena.

    28

    De igual forma procedeu o vereador do Ambiente, Urbanismo e Ordenamento do

    Territrio, Claudino Ramos.

    30

    A Cmara confia na veracidade das declaraes dos vereadores em causa.

    31

    A competncia para conceder licenas de utilizao pertence exclusivamente ao Presidente

    da Cmara pois este no pode subdelegar a competncia em causa como explicitado na

    matria de Direito e comprovado pelo anexo VI.

    32

    Conclui-se assim pela total falsidade dos documentos anexos 4 e 5 da PI, uma vez que

    apenas uma licena concedida pelo Presidente da Cmara vlida.

    33

    Pelos factos j descritos pretende a Autarquia reagir contra a ONGA Amigos do Bobby

    por afetao da imagem do municpio e difamao do bom nome do mesmo aos olhos da

    opinio pblica.

    5

  • 34

    do conhecimento pblico que vrios membros da ONGA em causa so militantes do

    Partido Poltico PDA (Partido Deixa Andar).

    35

    O Partido Deixa Andar foi o segundo partido mais votado nas ltimas eleies autrquicas

    compondo assim a principal oposio na Assembleia Municipal.

    36

    Tanto o vereador da Cultura como o do Ambiente, Urbanismo e Ordenamento do

    Territrio sentem-se afetados por to gravosas e infundadas suspeitas.

    37

    O vereador da Cultura, Cludio Nuno Ramos, pretende reagir de forma a limpar o seu bom

    nome, uma vez que foi especialmente afetado.

    38

    O Municpio do Drago tem um canil municipal sito na Rua do Deus Te Acuda, Lote A,

    4815-096, Infias.

    39

    A identificao ao longo do processo do canil da SPA/SN como sendo o Canil do Drago

    um equvoco, do ponto de vista da Autarquia, propositado.

    40

    Assim, todas as acusaes que visam atingir a SPA/SN acabam por afetar, mais uma vez, a

    imagem do Municpio do Drago.

    41

    O Canil do Drago, canil assim designado por ser o canil municipal do Municpio, no

    palco de quaisquer lutas de animais.

    6

  • 42

    O Sr. No das Arcas, alegada testemunha das lutas de animais, tem problemas pessoais

    com o vereador do desporto, Joaquim Piedade de Mim.

    43

    Esses problemas fundam-se no facto de ambos terem sido partes num processo, cuja

    sentena j transitou em julgado, em que No das Arcas acabaria por ver retirados de sua

    casa todos os seus animais.

    44

    Consiste assim num claro caso de vingana privada contra o vereador do desporto,

    prejudicando toda a Autarquia.

    45

    Deve ser descredibilizado o testemunho de No das Arcas pelos factos explicitados.

    46

    A Dra. rica Fontes apresentou testemunho numa eventual corrupo de um vereador no

    identificado na PI.

    47

    rica Fontes, que apresentou testemunho no caso da suspeita infundada do caso de

    corrupo do vereador, Vice-Presidente da Comisso Poltica do PDA Drago e

    candidata nas ltimas eleies autrquicas como n2 da Lista apresenta pelo PDA (Anexo

    VII).

    48

    Os claros interesses polticos fundamentam o falso testemunho da Dra. rica Fontes, uma

    vez que o Partido de que militante quer, a todo o custo, convocar novas eleies para a

    Autarquia.

    7

  • 49

    A Cmara no compreende como pode a guas do Porto EM ter apresentado uma fatura

    no valor de 1500 uma vez que todo o processo decorre no Municpio do Drago.

    50

    O Regulamento Municipal Densificador sobre Alojamento, Deteno e Circulao de

    Candeos e Felinos, invocado pela Autora como sendo violado pela Autarquia, e presente

    no Anexo 17 da PI, no se aplica ao Municpio do Drago, uma vez que, como comprova

    o ponto 3, o Municpio do Drago no corresponde a um cognome do Concelho do

    Porto.

    2. Do Direito

    Da Incompetncia do Tribunal

    51

    O tribunal administrativo de crculo o tribunal hierarquicamente competente ao abrigo

    dos artigos 4/1 al. i) e artigo 44 do ETAF.

    52

    Relativamente competncia territorial aplica-se o artigo 18 do CPTA e o mapa anexo

    constante do DL 325/2003 de 29 de Dezembro, com as alteraes do DL 182/2007 de 9

    de Maio, tendo em ateno o 11 Pargrafo do Prembulo e o artigo 7 que procede

    alterao dos Mapas (em Anexo II).

    53

    Desta forma competente o Tribunal Administrativo de Crculo de Braga.

    8

  • Da Incompetncia do Vereador

    54

    A Lei 169/99 de 18 de Setembro (Anexo VI) estabelece o quadro de competncias, assim

    como o regime jurdico de funcionamento, dos rgos dos municpios e das freguesias.

    55

    Tendo em conta o disposto no artigo 64/5 da Lei 169/99 de 18 de Setembro, Compete

    cmara municipal, em matria de licenciamento e fiscalizao: a) Conceder licenas nos casos e nos termos

    estabelecidos por lei, designadamente para construo, reedificao, utilizao, conservao ou demolio de

    edifcios(...)

    56

    Segundo o artigo 65/1 da mesma Lei, A cmara pode delegar no presidente a sua competncia,

    salvo quanto s matrias previstas nas alneas a), h), i), j), o) e p) do n.o 1, a), b), c) e j) do n.o 2, a) do

    n.o 3 e a), b), d) e f) do n.o 4, no n.o 6 e nas alneas a) e c) do n.o 7 do artigo anterior.

    57

    Nos termos do 65/2, da mesma Lei, As competncias referidas no nmero anterior podem ser

    subdelegadas em quaisquer dos vereadores,por deciso e escolha do presidente.

    58

    Como tal, verifica-se que s o presidente da cmara pode conceder a licena em anlise, de

    acordo com a conjugao dos artigos supra-citados, no podendo haver delegao da

    competncia no Vereador.

    59

    A licena de utilizao impugnada pela ONGA falsa, devendo ser declarada nula.

    9

  • Do crime de falsificao ou contrafao de documento

    60

    A licena de utilizao enquadra-se no conceito de documento, expresso na alnea a) do

    art.255 CP.

    61

    Caso no fosse identificada a falsidade do documento, ele seria idneo para provar facto

    juridicamente relevante, o que se considera inadmissvel.

    62

    Em virtude da elaborao de licena de utilizao falsa, considera a Autarquia ser

    censurvel tal conduta, estando no mbito do crime de falsificao de documento, previsto

    no art. 256/3 CP.

    63

    Tendo em conta o intuito da autora em prejudicar seriamente a imagem e o bom-nome da

    Autarquia, entende-se que se tratou de um crime doloso, na medida em que aquela

    conhecia os elementos que constituem o tipo de crime e que foi manifesta a vontade na sua

    realizao.

    64

    A conduta baseia-se no s na emisso de documento falso como na sua utilizao.

    65

    Tendo por base o tipo de crime (crime de perigo abstrato), mesmo que no fizesse parte

    dos anexos includos na Petio Inicial, a conduta em questo, s por si, seria punvel.

    66

    A conduta susceptvel de provocar leso na confiana e segurana jurdica.

    10

  • Da Inaplicabilidade do Regulamento Municipal

    67

    O Regulamento Municipal Densificador sobre ALOJAMENTO, DETENO E

    CIRCULAO DE CANDEOS E FELINOS aplicvel exclusivamente ao Municpio

    do Porto, como decorre dos seus artigos 1 e 2.

    68

    Assim sendo, o artigo 21 do Regulamento Municipal Densificador sobre

    ALOJAMENTO, DETENO E CIRCULAO DE CANDEOS E FELINOS, que

    estabelece que a criao de canil est sujeito ao Regime de Avaliao de Impacte

    Ambiental, alegado pela autora, no se aplica ao Municpio do Drago.

    69

    No existe qualquer obrigatoriedade de levar a cabo um procedimento de AIA, tendo em

    conta a inaplicabilidade do Regulamento Municipal.

    Da Sujeio Regime de Avaliao de Impacte Ambiental

    70

    No estamos perante um projeto tipificado no ANEXO I do Decreto-Lei n.151-B/2013

    de 31 de Outubro, no havendo sujeio ao regime de Avaliao de Impacte Ambiental,

    nos termos do artigo 1/3 al. a) do Decreto-Lei em causa.

    71

    O projeto no se situa numa rea sensvel, de acordo com o significado estabelecido no

    artigo 2 al. a) do Decreto-Lei n.151-B/2013 de 31 de Outubro, nem dentro dos limiares

    fixados, requisitos para a aplicao do artigo 1/3 al. b) i) e ii), no se verificando a sujeio

    ao regime de Avaliao de Impacte Ambiental, pela no verificao do ponto 10 alnea a)

    do ANEXO II do referido Decreto-Lei.

    11

  • 72

    Tendo em conta o artigo 1/3 al. b) iii), do Decreto-Lei n.151-B/2013 de 31 de Outubro,

    No estando abrangidos pelos limiares fixados, nem se localizando em rea sensvel, sejam considerados

    por deciso da entidade licenciadora ou competente para a autorizao do projeto e ouvida obrigatoriamente

    a autoridade de AIA, nos termos do artigo 3., como suscetveis de provocar impacte significativo no

    ambiente em funo da sua localizao, dimenso ou natureza, de acordo com os critrios estabelecidos no

    anexo III.

    73

    No se encontra verificado nenhum critrio estabelecido no anexo III, que justificaria levar

    a cabo um procedimento de AIA nos termos do artigo 1/3 al. b) iii), do Decreto-Lei

    n.151-B/2013 de 31 de Outubro.

    74

    No se encontra verificado nenhum critrio estabelecido no anexo III, que justificaria levar

    a cabo um procedimento de AIA nos termos do artigo 1/3 al. c), do Decreto-Lei n.151-

    B/2013 de 31 de Outubro.

    75

    O projeto no encontra igualmente subsuno no artigo 1 n 4 e 5 do Decreto-Lei n.151-

    B/2013 de 31 de Outubro.

    76

    Conclui-se que o projeto no est sujeito a avaliao de impacte ambiental.

    77

    Como tal, no houve preterio deste procedimento.

    78

    No se verifica, assim, nenhuma causa justificadora da nulidade, nos termos do artigo 133

    CPA, de qualquer ato administrativo.

    12

  • 79

    No existe qualquer ato devido ilegalmente omitido pelo Municpio do Drago, no se

    justificando a ao proposta pelo autor, de condenao prtica de ato devido, nos termos

    do art. 66 n1 do CPTA.

    Da inadmissibilidade do pedido de indemnizao cvel por responsabilidade civil

    contra o Vereador, Cludio Nuno Ramos e o Municpio do Porto, nos termos do

    art. 8 da Lei 67/2007

    80

    A autora, por ser uma ONGA tem legitimade para o pedido nos termos do art. 10 da Lei

    35/98, de 18 de Julho.

    81

    No entanto o pedido improcedente pois pressupe a existncia de uma ao ou omisso

    por parte de uma entidade pblica que constitua ou possa constituir fator de degradao do

    ambiente.

    82

    Ora, no presente caso, no foi praticada uma ao ou omisso.

    83

    A Lei 67/2007 no se aplica ao presente caso pois a sua aplicao pressupe a existncia de

    uma ao ou omisso.

    84

    Para que existisse ao o vereador teria de ter emitido uma licena, mas, e como foi

    referido no ponto 27, o vereador Cludio Nuno Ramos no emitiu qualquer licena.

    85

    A Autora afirma que no existem documentos anexos licena, ora esta ocorrncia deve-se

    ao facto de tal licena ser inexistente.

    13

  • 86

    Pelos motivos supra citados no existe base para a preteno do pedido de indemnizao

    cvel por responsabilidade civil contra o vereador Cludio Nuno Ramos nos termos da Lei

    67/2007 pois no foram praticadas quaisquer aes ou omisses que se subsumam ao

    mbito de aplicao da lei referida.

    87

    Tendo em conta que no existe ao ou omisso desde logo improcedente o pedido

    indemnizatrio da Autora, uma vez que s pode existir responsabilidade por ao ilcita e

    culposa se existir um facto voluntrio, que j se deixou claro no existir.

    88

    Pelo motivo explicitado no nmero anterior, exclui-se a responsabilidade solidria da

    Cmara Municipal prevista no art. 8 da Lei 67/2007, que s existiria se estivesse de facto

    em causa uma ao ilcita e culposa.

    89

    A Cmara Municipal no assume qualquer responsabilidade no pagamento de

    indemnizao de responsabilidade civil por danos decorrentes de facto ilcito, nos termos

    em que o pedido foi formulado pela Autora.

    90

    O Vereador Cludio Nuno Ramos no era o detentor da prerrogativa de poder pblico

    referida no art. 1 da Lei 67/2007. O detentor da prerrogativa de poder pblico para a

    prtica do acto em causa do Presidente da Cmara, como j referido no ponto 31.

    91

    No h como tal qualquer forma de imputar uma ao, ao Vereador Cludio Nuno Ramos,

    que se enquadre no mbito de aplicao da Lei 67/2007, por fora do n.2 do seu art. 1.

    14

  • 92

    Conclui-se assim pela inadmissibilidade do pedido de indemnizao cvel por

    responsabilidade civil contra o Vereador, Cludio Nuno Ramos e o Municpio do Porto,

    nos termos do art. 8 da Lei 67/2007.

    15

    Pedidos :

    Nestes termos e nos demais de direito aplicvel, pede-se ao Douto Tribunal que:

    i) Proceda absolvio da Cmara Municipal do Drago pela inexistncia de fundamentos de responsabilizao extracontratual, uma vez que no se efetuou nenhuma ao ou omisso como exige o art. 1./2 do Anexo Lei n 67/2007;

    Junta:

    1) Documentos relativos quer a matria de facto quer a matria de direito (ANEXO I a VII);

    2) Procurao forense;

    3) Comprovativo de pagamento da taxa de justia.

    Prova testemunhal:

    - Juvenal Morrendo das Dores, Presidente da Cmara Municipal do Drago, com C.C. n 135453711, emitido a 07/08/2011 em Drago. Residente na Praa dos Heris, n7 2D, 4433- 873, Drago.

    - Cludio Nuno Ramos, vereador da Cmara Municipal do Drago, com o pelouro da Cultura, e com C.C. n 14137252, emitido a 08/02/2009 em Lisboa. Residente na Av. Carlos Antunes, n 33, 4440-731, Drago.

    - Joaquim Piedade de Mim, vereador da Cmara Municipal do Drago, com o pelouro do Desporto e Juventude, e com C.C n 18765493, emitido a 10/05/2013 em Drago. Residente na Av. da Jaquinzinhos Fritos, n 31, 6D, 4444-437 Drago.

  • ANEXOS:

    Procurao Forense pg.

    Anexo I Mapa do Distrito de Braga pg.

    Anexo II DL 182/2007 de 9 de Maio .. pg.

    Anexo III Cartaz Feira do Comrcio . pg.

    Anexo IV Licena de Utilizao . pg.

    Anexo V Pedido de Esclarecimento ... pg.

    Anexo VI Lei 169/99 de 18 de Setembro ... pg.

    Anexo VII Cartaz Autrquicas .. pg.

    16

    17

    18

    19

    23

    24

    25

    26

    48

    Documento nico de Cobrana ................................................ pg. 49

    Comprovativo do Pagamento da Taxa de Justia ..................... pg. 50

  • PROCURAO FORENSE

    --------------------O Muncipio do Drago, pessoa colectiva nr. 845090112, sedeado na

    Rua dos Carapaus com Molho Espanhola, n 50, atravs do seu rgo executivo,

    Cmara Municipal do Drago, adiante abreviadamente designado por CMD

    representada pelo Sr. Presidente Juvenal Morrendo das Dores, com competncias

    para o efeito, nos termos do Despacho n. 22/P/2011, de 4 de Abril 2011, publicado

    no 1 Suplemento ao Boletim Municipal n. 894, de 7 de Abril de 2011, constitui

    como seus bastantes procuradores os Advogados Dr Cludia Alexandra Mager,

    com cdula profissional nmero 493874 e contribuinte fiscal nmero 255558885, e

    Dr Sara Craveiro Marinho, com cdula profissional nmero 452333 e contribuinte

    fiscal nmero 235988889, da Sociedade Melros & Abetarda, Sociedade de

    Advogados, R.L., com escritrio na Rua dos Fundamentalistas Ambientais, n 9,

    1050-223 Lisboa, a quem confere os mais amplos poderes forenses gerais.-------------

    -----------------------------A Cmara Municipal do Drago------------------------------------

    17

  • ANEXO I

    18

  • ANEXO II

    19

  • 20

  • 21

  • 22

  • ANEXO III

    23

  • ANEXO IV

    24

  • ANEXO V

    25

  • 6436 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    seguem os termos previstos no presente Cdigo, com as seguintes modificaes:

    a) dispensada a declarao de utilidade pblica, valendo como tal, para efeitos de contagem de prazos, o requerimento a que se refere o n.o 3 do artigo 42.o;

    b) A indemnizao calculada com referncia data em que o expropriado tiver sido notificado nos termos do n.o 1 do artigo 48.o do Decre- to-Lei n.o 794/76;

    c) Os terrenos e prdios urbanos expropriados podem ser alienados, nos termos da lei, para realizao dos fins prosseguidos pelos n.os 1 e 5 do artigo 48.o do Decreto-Lei n.o 794/76, sem direito reverso nem ao exerccio de pre- ferncia;

    d) Os depsitos em processo litigioso sero efec- tuados por fora das receitas da operao, sendo actualizados nos termos dos n.os 1 a 3 do artigo 24.o

    2 Para efeitos do disposto na alnea d) do nmero

    anterior deve a entidade expropriante informar o tri- bunal das datas previstas e efectivas do recebimento das receitas.

    Lei n.o 169/99 de 18 de Setembro

    Estabelece o quadro de competncias, assim como o regime jur- dico de funcionamento, dos rgos dos municpios e das freguesias.

    A Assembleia da Repblica decreta, nos termos da alnea c) do artigo 161.o da Constituio, para valer como lei geral da Repblica, o seguinte:

    CAPTULO I

    Objecto

    Artigo 1.o

    Objecto

    1 A presente lei estabelece o regime jurdico do funcionamento dos rgos dos municpios e das fre- guesias, assim como as respectivas competncias.

    2 O quadro de competncias referidas no nmero anterior actualizado pela concretizao de atribuies previstas na lei quadro.

    Artigo 95.o

    reas com construes no licenciadas

    Na expropriao de terrenos que por facto do pro- prietrio estejam total ou parcialmente ocupados com construes no licenciadas, cujos moradores devam vir a ser desalojados e ou realojados pela administrao central ou local, o valor do solo desocupado calculado nos termos gerais, mas com deduo do custo estimado das demolies e dos desalojamentos necessrios para o efeito.

    Artigo 96.o

    Expropriao requerida pelo proprietrio

    Nos casos em que, em consequncia de disposio especial, o proprietrio tem o direito de requerer a expropriao de bens prprios, no h lugar a declarao de utilidade pblica, valendo como tal, para efeitos de contagem de prazos, o requerimento a que se refere o n.o 3 do artigo 42.o

    Artigo 97.o

    Dever de informao

    A entidade expropriante obrigada a comunicar repartio de finanas competente e ao Instituto Nacio- nal de Estatstica o valor atribudo aos imveis no auto ou na escritura de expropriao amigvel ou na deciso final do processo litigioso.

    Artigo 98.o

    Contagem de prazos no judiciais

    CAPTULO II

    rgos

    Artigo 2.o

    rgos

    1 Os rgos representativos da freguesia so a assembleia de freguesia e a junta de freguesia.

    2 Os rgos representativos do municpio so a assembleia municipal e a cmara municipal.

    CAPTULO III

    Da freguesia

    SECO I

    Da assembleia de freguesia

    Artigo 3.o

    Natureza

    A assembleia de freguesia o rgo deliberativo da freguesia.

    Artigo 4.o

    Constituio

    A assembleia de freguesia eleita por sufrgio uni- versal, directo e secreto dos cidados recenseados na rea da freguesia, segundo o sistema de representao proporcional.

    1 Os prazos no judiciais fixados no presente

    Cdigo contam-se, salvo disposio especial, nos termos dos artigos 72.o e 73.o do Cdigo do Procedimento Administrativo, independentemente da natureza da entidade expropriante.

    2 Os prazos judiciais fixados no presente Cdigo contam-se nos termos do disposto no Cdigo de Pro- cesso Civil.

    Artigo 5.o

    Composio

    1 A assembleia de freguesia composta por 19 membros quando o nmero de eleitores for superior a 20 000, por 13 membros quando for igual ou inferior a 20 000 e superior a 5000, por 9 membros quando for igual ou inferior a 5000 e superior a 1000 e por 7 mem- bros quando for igual ou inferior a 1000.

    ANEXO VI

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  • 6437 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    2 Nas freguesias com mais de 30 000 eleitores, o nmero de membros atrs referido aumentado de mais um por cada 10 000 eleitores para alm daquele nmero.

    3 Quando, por aplicao da regra anterior, o resul- tado for par, o nmero de membros obtido aumentado de mais um.

    Artigo 6.o

    Impossibilidade de eleio

    1 Quando no seja possvel eleger a assembleia de freguesia por falta de apresentao de listas de can- didatos ou por estas terem sido todas rejeitadas, pro- cede-se de acordo com o disposto nos nmeros seguin- tes.

    2 No caso de falta de apresentao de listas de candidatos, a cmara municipal nomeia uma comisso administrativa, composta por trs ou cinco membros consoante o nmero de eleitores seja inferior, ou igual ou superior, a 5000, e procede marcao de novas eleies.

    3 Na nomeao dos membros da comisso admi- nistrativa, a cmara municipal deve tomar em consi- derao os ltimos resultados verificados na eleio para a assembleia de freguesia.

    4 A comisso administrativa substitui os rgos da freguesia e no pode exercer funes por prazo superior a seis meses.

    5 As novas eleies devem realizar-se at 70 dias antes do termo do prazo referido no nmero anterior e a sua marcao deve ser feita com a antecedncia prevista na lei eleitoral dos rgos das autarquias locais.

    6 No caso de todas as listas terem sido rejeitadas, a cmara municipal procede desde logo marcao de novas eleies, a realizar no perodo de 30 dias que imediatamente se seguir quele em que se deveria ter realizado o acto eleitoral.

    Artigo 7.o

    Convocao para o acto de instalao dos rgos

    1 Compete ao presidente da assembleia de fregue- sia cessante proceder convocao dos eleitos para o acto de instalao dos rgos da autarquia.

    2 A convocao feita nos cinco dias subsequentes ao do apuramento definitivo dos resultados eleitorais, por meio de edital e por carta com aviso de recepo ou por protocolo e tendo em considerao o disposto no n.o 1 do artigo seguinte.

    3 Na falta de convocao no prazo do nmero ante- rior, cabe ao cidado melhor posicionado na lista ven-

    que assinado, pelo menos, por quem procedeu ins- talao e por quem o redigiu.

    3 A verificao da identidade e legitimidade dos eleitos que, justificadamente, hajam faltado ao acto de instalao feita na primeira reunio do rgo a que compaream, pelo respectivo presidente.

    Artigo 9.o

    Primeira reunio

    1 At que seja eleito o presidente da assembleia compete ao cidado que tiver encabeado a lista mais votada ou, na sua falta, ao cidado melhor posicionado nessa mesma lista presidir primeira reunio de fun- cionamento da assembleia de freguesia que se efectua imediatamente a seguir ao acto de instalao, para efei- tos de eleio, por escrutnio secreto, dos vogais da junta de freguesia, bem como do presidente e secretrios da mesa da assembleia de freguesia.

    2 Na ausncia de disposio regimental compete assembleia deliberar se cada uma das eleies a que se refere o nmero anterior uninominal ou por meio de listas.

    3 Verificando-se empate na votao, procede-se a nova eleio, obrigatoriamente uninominal.

    4 Se o empate persistir nesta ltima, declarado eleito para as funes em causa o cidado que, de entre os membros empatados, se encontrava melhor posicio- nado nas listas que os concorrentes integraram na elei- o para a assembleia de freguesia, preferindo suces- sivamente a mais votada.

    5 A substituio dos membros da assembleia que iro integrar a junta seguir-se- imediatamente eleio dos vogais desta, procedendo-se depois verificao da identidade e legitimidade dos substitutos e eleio da mesa.

    6 Enquanto no for aprovado novo regimento, con- tinua em vigor o anteriormente aprovado.

    Artigo 10.o

    Mesa

    1 A mesa da assembleia composta por um pre- sidente, um 1.o secretrio e um 2.o secretrio e eleita pela assembleia de freguesia, de entre os seus membros.

    2 A mesa eleita pelo perodo do mandato, podendo os seus membros ser destitudos, em qualquer altura, por deliberao tomada pela maioria do nmero legal dos membros da assembleia.

    3 O presidente substitudo, nas suas faltas e impe-

    cedora das eleies para assembleia de freguesia efec- dimentos, pelo 1.o secretrio e este pelo 2.o secretrio.

    tuar a convocao em causa, nos cinco dias imediata- mente seguintes ao esgotamento do prazo referido.

    Artigo 8.o

    Instalao

    1 O presidente da assembleia de freguesia cessante ou, na sua falta, o cidado melhor posicionado na lista vencedora, de entre os presentes, procede instalao da nova assembleia no prazo mximo de 15 dias a contar do dia do apuramento definitivo dos resultados elei- torais.

    2 Quem proceder instalao verifica a identidade e a legitimidade dos eleitos e designa, de entre os pre- sentes, quem redige o documento comprovativo do acto,

    4 Na ausncia simultnea de todos ou da maioria dos membros da mesa, a assembleia de freguesia elege, por voto secreto, de entre os membros presentes, o nmero necessrio de elementos para integrar a mesa que vai presidir reunio, salvo disposio contrria constante do regimento.

    5 Compete mesa proceder marcao e justi- ficao de faltas dos membros da assembleia de fre- guesia.

    6 O pedido de justificao de faltas pelo interes- sado feito por escrito e dirigido mesa, no prazo de cinco dias a contar da data da sesso ou reunio em que a falta se tenha verificado e a deciso notificada ao interessado, pessoalmente ou por via postal.

    7 Da deciso de injustificao da falta cabe recurso para o rgo deliberativo.

    27

  • 6438 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    Artigo 11.o

    Alterao da composio

    1 Os lugares deixados em aberto na assembleia de freguesia, em consequncia da sada dos membros que vo constituir a junta, ou por morte, renncia, perda de mandato, suspenso ou outra razo, so preenchidos nos termos do artigo 79.o

    2 Esgotada a possibilidade de substituio prevista no nmero anterior e desde que no esteja em efec- tividade de funes a maioria do nmero legal de mem- bros da assembleia, o presidente comunica o facto cmara municipal, para que esta marque, no prazo mximo de 30 dias, novas eleies, sem prejuzo do dis- posto no artigo 99.o

    3 As eleies realizam-se no prazo de 80 a 90 dias a contar da data da respectiva marcao.

    4 A nova assembleia de freguesia completa o man- dato da anterior.

    Artigo 12.o

    Participao de membros da junta nas sesses

    1 A junta faz-se representar, obrigatoriamente, nas sesses da assembleia de freguesia pelo presidente que pode intervir nos debates, sem direito a voto.

    2 Em caso de justo impedimento, o presidente da junta pode fazer-se substituir pelo seu substituto legal.

    3 Os vogais da junta de freguesia devem assistir s sesses da assembleia de freguesia, sendo-lhes facul- tado intervir nos debates, sem direito a voto, a solicitao do plenrio ou com a anuncia do presidente da junta, ou do seu substituto.

    4 Os vogais da junta de freguesia que no sejam tesoureiros ou secretrios tm direito s senhas de pre- sena nos termos do n.o 1 do artigo 8.o da Lei n.o 11/96, de 18 de Abril.

    5 Os vogais da junta de freguesia podem ainda intervir no final da reunio para o exerccio do direito de defesa da honra.

    Artigo 13.o

    Sesses ordinrias

    1 A assembleia de freguesia tem, anualmente, qua- tro sesses ordinrias, em Abril, Junho, Setembro e Novembro ou Dezembro, que so convocadas por edital e por carta com aviso de recepo ou atravs de pro- tocolo com uma antecedncia mnima de oito dias.

    2 A primeira e a quarta sesses destinam-se, res- pectivamente, apreciao e votao do relatrio e con- tas do ano anterior e aprovao das opes do plano e da proposta de oramento para o ano seguinte, salvo o disposto no artigo 88.o

    Artigo 14.o

    Sesses extraordinrias

    1 A assembleia de freguesia rene em sesso extraordinria por iniciativa da mesa ou quando reque- rida:

    a) Pelo presidente da junta de freguesia em exe- cuo de deliberao desta;

    b) Por um tero dos seus membros; c) Por um nmero de cidados eleitores inscritos

    no recenseamento eleitoral da freguesia, equi-

    valente a 30 vezes o nmero de elementos que compem a assembleia, quando aquele nmero de cidados eleitores for igual ou inferior a 5000, e 50 vezes quando for superior.

    2 O presidente da assembleia, nos cinco dias sub-

    sequentes iniciativa da mesa ou recepo dos reque- rimentos previstos no nmero anterior, por edital e por carta com aviso de recepo ou atravs de protocolo, procede convocao da sesso para um dos 15 dias posteriores apresentao dos pedidos tendo em conta que a convocatria deve ser feita com a antecedncia mnima de 5 dias sobre a data da realizao da sesso extraordinria.

    3 Quando o presidente da mesa da assembleia de freguesia no efectue a convocao que lhe tenha sido requerida, nos termos do nmero anterior, podem os requerentes efectu-la directamente, com invocao dessa circunstncia, observando o disposto no nmero anterior com as devidas adaptaes e publicitando-a nos locais habituais.

    Artigo 15.o

    Participao de eleitores

    1 Tm o direito de participar, sem voto, nas sesses extraordinrias, convocadas nos termos da alnea c) do n.o 1 do artigo anterior, dois representantes dos reque- rentes.

    2 Os representantes mencionados no nmero ante- rior podem formular sugestes ou propostas, as quais s so votadas pela assembleia de freguesia se esta assim o deliberar.

    Artigo 16.o

    Durao das sesses

    As reunies da assembleia de freguesia no podem exceder a durao de dois dias ou de um dia, consoante se trate de sesso ordinria ou extraordinria, salvo quando a prpria assembleia delibere o seu prolonga- mento at ao dobro do tempo atrs referido.

    Artigo 17.o

    Competncias

    1 Compete assembleia de freguesia:

    a) Eleger, por voto secreto, os vogais da junta de freguesia;

    b) Eleger, por voto secreto, o presidente e os secre- trios da mesa;

    c) Elaborar e aprovar o seu regimento; d) Deliberar sobre recursos interpostos de marca-

    o de faltas injustificadas aos seus membros; e) Acompanhar e fiscalizar a actividade da junta,

    sem prejuzo do exerccio normal da competn- cia desta;

    f) Deliberar sobre a constituio de delegaes, comisses ou grupos de trabalho para estudo de problemas relacionados com o bem-estar da populao da freguesia, no mbito das atribui- es desta e sem interferncia na actividade nor- mal da junta;

    g) Solicitar e receber informao, atravs da mesa, sobre assuntos de interesse para a freguesia e

    28

  • 6439 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    sobre a execuo de deliberaes anteriores, a pedido de qualquer membro em qualquer momento;

    h) Estabelecer as normas gerais de administrao do patrimnio da freguesia ou sob sua juris- dio;

    i) Deliberar sobre a administrao das guas pblicas que por lei estejam sob jurisdio da freguesia;

    j) Aceitar doaes, legados e heranas a benefcio de inventrio;

    l) Discutir, a pedido de quaisquer dos titulares do direito de oposio, o relatrio a que se refere o Estatuto do Direito de Oposio;

    m) Conhecer e tomar posio sobre os relatrios definitivos, resultantes de aces tutelares ou de auditorias executadas sobre a actividade dos rgos e servios da freguesia;

    n) Apreciar, em cada uma das sesses ordinrias, uma informao escrita do presidente da junta acerca da actividade por si ou pela junta exer- cida, no mbito da competncia prpria ou dele- gada, bem como da situao financeira da fre- guesia, informao essa que deve ser enviada ao presidente da mesa da assembleia, com a antecedncia de cinco dias sobre a data de incio da sesso;

    o) Votar moes de censura junta de freguesia, em avaliao da aco desenvolvida pela mesma ou por qualquer dos seus membros;

    p) Pronunciar-se e deliberar sobre todos os assun- tos com interesse para a freguesia, por sua ini- ciativa ou por solicitao da junta;

    q) Exercer os demais poderes conferidos por lei.

    2 Compete ainda assembleia de freguesia, sob proposta da junta:

    a) Aprovar as opes do plano, a proposta de ora- mento e as suas revises;

    b) Apreciar e votar o relatrio de actividades e os documentos de prestao de contas;

    c) Autorizar a junta a contrair emprstimos de curto prazo e a proceder a aberturas de crdito, nos termos da lei;

    d) Aprovar as taxas da freguesia e fixar o respectivo valor nos termos da lei;

    e) Autorizar a freguesia a participar em empresas de capitais pblicos de mbito municipal, para a prossecuo de actividades de interesse pblico ou de desenvolvimento local, cujo objecto se contenha nas atribuies da freguesia;

    f) Autorizar a freguesia a associar-se com outras, nos termos da lei;

    g) Autorizar a freguesia a estabelecer formas de cooperao com entidades pblicas ou privadas, no mbito das suas atribuies;

    h) Deliberar, nos casos previstos nos n.os 3 e 4 do artigo 27.o, sobre o exerccio de funes a tempo inteiro ou a meio tempo do presidente da junta;

    i) Autorizar expressamente a aquisio, alienao ou onerao de bens imveis de valor superior a 200 vezes o ndice 100 das carreiras do regime geral do sistema remuneratrio da funo pblica, fixando as respectivas condies gerais, que podem incluir, nomeadamente, a hasta pblica;

    j) Aprovar posturas e regulamentos; l) Ratificar a aceitao da prtica de actos da com-

    petncia da cmara municipal, delegados na junta;

    m) Aprovar, nos termos da lei, os quadros de pes- soal dos diferentes servios da freguesia;

    n) Aprovar, nos termos da lei, a criao e a reor- ganizao de servios dependentes dos rgos da freguesia;

    o) Autorizar a concesso de apoio financeiro, ou outro, s instituies legalmente constitudas pelos funcionrios da freguesia, tendo por objecto o desenvolvimento de actividades cul- turais, recreativas e desportivas;

    p) Regulamentar a apascentao de gado, na res- pectiva rea geogrfica;

    q) Estabelecer, aps parecer da Comisso de Herl- dica da Associao dos Arquelogos Portugue- ses, a constituio do braso, do selo e da ban- deira da freguesia e da vila sede de freguesia, bem como o braso e a bandeira das vilas que no so sede da freguesia, e proceder sua publicao no Dirio da Repblica.

    3 A aco de fiscalizao mencionada na alnea e)

    do n.o 1 consiste numa apreciao casustica, posterior respectiva prtica, dos actos da junta de freguesia.

    4 No podem ser alteradas, mas apenas aprovadas ou rejeitadas pela assembleia de freguesia, as propostas apresentadas pela junta e referidas nas alneas a), b), i) e n) do n.o 2, devendo a rejeio ser devidamente fundamentada, sem prejuzo de a junta poder vir a aco- lher, no todo ou em parte, sugestes feitas pela assem- bleia.

    5 As deliberaes previstas nas alneas o) do n.o 1 e h) do n.o 2 s so eficazes quando tomadas por maioria absoluta dos membros em efectividade de funes, no podendo ser apresentada nova proposta sobre a mesma matria no ano em que a deliberao tenha ocorrido, quando a mesma tenha sido recusada ou no tenha reu- nido condies de eficcia.

    6 A assembleia de freguesia, no exerccio das res- pectivas competncias, apoiada administrativamente, sempre que necessrio, por funcionrios dos servios da autarquia, se existirem, designados pelo respectivo rgo executivo.

    Artigo 18.o

    Delegao de tarefas

    A assembleia de freguesia pode delegar, nas orga- nizaes de moradores, tarefas administrativas que no envolvam o exerccio de poderes de autoridade, nos ter- mos que vierem a ser regulamentados.

    Artigo 19.o

    Competncias do presidente da assembleia

    Compete ao presidente da assembleia de freguesia:

    a) Convocar as sesses ordinrias e extraordin- rias;

    b) Elaborar a ordem do dia das sesses e proceder sua distribuio;

    c) Abrir e dirigir os trabalhos mantendo a disci- plina das reunies;

    d) Assegurar o cumprimento das leis e a regula- ridade das deliberaes;

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  • 6440 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    e) Suspender ou encerrar antecipadamente as reu- nies, quando circunstncias excepcionais o jus- tifiquem, mediante deciso fundamentada, a incluir na acta da reunio;

    f) Comunicar junta as faltas do seu presidente ou do substituto legal s reunies da assembleia de freguesia;

    g) Participar ao representante do Ministrio Pblico competente as faltas injustificadas dos membros da assembleia e da junta, quando em nmero relevante para efeitos legais;

    h) Exercer os demais poderes que lhe sejam come- tidos por lei, pelo regimento interno ou pela assembleia.

    Artigo 20.o

    Competncia dos secretrios

    Compete aos secretrios coadjuvar o presidente da mesa da assembleia de freguesia, assegurar o expediente e, na falta de funcionrio nomeado para o efeito, lavrar as actas das reunies.

    SECO II

    Do plenrio de cidados eleitores

    Artigo 21.o

    Composio do plenrio

    1 Nas freguesias com 150 eleitores ou menos, a assembleia de freguesia substituda pelo plenrio dos cidados eleitores.

    2 O plenrio no pode deliberar validamente sem que estejam presentes, pelo menos, 10 % dos cidados eleitores recenseados na freguesia.

    Artigo 22.o

    Remisso

    O plenrio de cidados eleitores rege-se, com as necessrias adaptaes, pelas regras estabelecidas para a assembleia de freguesia e respectiva mesa.

    SECO III

    Da junta de freguesia

    Artigo 23.o

    Natureza e constituio

    1 A junta de freguesia o rgo executivo colegial da freguesia.

    2 A junta constituda por um presidente e por vogais, sendo que dois exercero as funes de secretrio e de tesoureiro.

    Artigo 24.o

    Composio

    1 Nas freguesias com mais de 150 eleitores, o pre- sidente da junta o cidado que encabear a lista mais votada na eleio para a assembleia de freguesia e, nas restantes, o cidado eleito pelo plenrio de cidados eleitores recenseados na freguesia.

    2 Os vogais so eleitos pela assembleia de freguesia ou pelo plenrio de cidados eleitores, de entre os seus membros, nos termos do artigo 9.o, tendo em conta que:

    a) Nas freguesias com 5000 ou menos eleitores h dois vogais;

    b) Nas freguesias com mais de 5000 eleitores e menos de 20 000 eleitores h quatro vogais;

    c) Nas freguesias com 20 000 ou mais eleitores h seis vogais.

    Artigo 25.o

    Primeira reunio

    A primeira reunio tem lugar nos cinco dias imediatos constituio do rgo, competindo ao presidente a respectiva marcao e convocao, a fazer por edital e por carta com aviso de recepo ou atravs de pro- tocolo com, pelo menos, dois dias de antecedncia.

    Artigo 26.o

    Regime de funes

    Os membros das juntas de freguesia podem exercer o mandato em regime de tempo inteiro ou de meio tempo, nos termos do artigo seguinte.

    Artigo 27.o

    Funes a tempo inteiro e a meio tempo

    1 Nas freguesias com o mnimo de 5000 eleitores e o mximo de 10 000 eleitores ou nas freguesias com mais de 3500 eleitores e 50 km2 de rea, o presidente da junta pode exercer o mandato em regime de meio tempo.

    2 Nas freguesias com mais de 10 000 eleitores ou nas freguesias com mais de 7000 eleitores e 100 km2

    de rea, o presidente da junta pode exercer o mandato em regime de tempo inteiro.

    3 Fora dos casos previstos nos n.os 1 e 2, pode ainda exercer o mandato em regime de meio tempo o presidente da junta das freguesias com mais de 1000 eleitores e em regime de tempo inteiro o presidente da junta das freguesias com mais de 1500 eleitores, desde que se verifiquem cumulativamente as condies esta- belecidas no nmero seguinte.

    4 Para efeitos do nmero anterior, o encargo anual com a respectiva remunerao, prevista na lei, no pode ultrapassar 12 % do valor total geral da receita constante da conta de gerncia do ano anterior nem do valor ins- crito no oramento em vigor.

    5 O nmero de eleitores relevante para efeitos dos nmeros anteriores o constante do recenseamento vigente na data das eleies gerais, imediatamente ante- riores, para a assembleia de freguesia.

    Artigo 28.o

    Repartio do regime de funes

    1 O presidente pode atribuir a um dos restantes membros da junta o exerccio das suas funes em regime de tempo inteiro ou de meio tempo.

    2 Quando ao presidente caiba exercer o mandato em regime de tempo inteiro pode:

    a) Optar por exercer as suas funes em regime de meio tempo, atribuindo a qualquer dos res- tantes membros o outro meio tempo;

    30

  • 6441 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    b) Dividir o tempo inteiro em dois meios tempos, repartindo-os por dois dos restantes membros da junta;

    c) Atribuir o tempo inteiro a qualquer dos res- tantes membros.

    termos do nmero anterior, podem os requerentes efec- tu-la directamente, com invocao dessa circunstncia, observando o disposto no nmero anterior com as devi- das adaptaes e publicitando-a nos locais habituais.

    o

    Artigo 29.o

    Substituies

    1 As vagas ocorridas na junta de freguesia so preenchidas:

    a) A de presidente, nos termos do artigo 79.o; b) A de vogal, atravs de nova eleio pela assem-

    bleia de freguesia.

    2 Esgotada, em definitivo, a possibilidade de preenchimento da vaga de presidente, cabe cmara municipal, aps a comunicao do facto pelo presidente da assembleia de freguesia, proceder marcao de novas eleies para a assembleia de freguesia, no prazo de 30 dias, com respeito pelo disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 11.o e sem prejuzo do disposto no artigo 99.o

    3 A comunicao referida no nmero anterior deve ser feita no prazo de oito dias a contar da data da veri- ficao da impossibilidade.

    Artigo 30.o

    Periodicidade das reunies

    1 A junta de freguesia rene ordinariamente uma vez por ms, ou quinzenalmente, se o julgar conveniente, e extraordinariamente sempre que necessrio.

    2 A junta de freguesia delibera sobre os dias e horas das reunies ordinrias, podendo estabelecer dia e hora certos para as mesmas, devendo neste ltimo caso publicar editais, o que dispensa outras formas de convocao.

    Artigo 31.o

    Convocao das reunies ordinrias

    1 Na falta da deliberao a que se refere o n.o 2 do artigo anterior compete ao presidente da junta fixar o dia e hora certos das reunies ordinrias e publicitar a deciso nos termos e com os efeitos da parte final da mesma disposio.

    2 Quaisquer alteraes ao dia e hora marcados nos termos do n.o 1 devem ser comunicadas a todos os mem- bros da junta com trs dias de antecedncia e por carta com aviso de recepo ou atravs de protocolo.

    Artigo 32.o

    Convocao das reunies extraordinrias

    1 As reunies extraordinrias podem ser convo- cadas por iniciativa do presidente ou a requerimento da maioria dos membros do rgo, no podendo ser recusada a convocao, neste caso.

    2 As reunies extraordinrias so convocadas com, pelo menos, cinco dias de antecedncia, sendo comu- nicadas a todos os membros por edital e por carta com aviso de recepo ou atravs de protocolo.

    3 O presidente convoca a reunio para um dos oito dias subsequentes recepo do requerimento pre- visto no n.o 1.

    4 Quando o presidente da junta de freguesia no efectue a convocao que lhe tenha sido requerida nos

    Artigo 33.

    Competncias

    As competncias da junta de freguesia podem ser prprias ou delegadas.

    Artigo 34.o

    Competncias prprias

    1 Compete junta de freguesia no mbito da orga- nizao e funcionamento dos seus servios, bem como no da gesto corrente:

    a) Executar e velar pelo cumprimento das deli- beraes da assembleia de freguesia ou do ple- nrio dos cidados eleitores;

    b) Gerir os servios da freguesia; c) Instaurar pleitos e defender-se neles, podendo

    confessar, desistir ou transigir, se no houver ofensa de direitos de terceiros;

    d) Gerir os recursos humanos ao servio da fre- guesia;

    e) Administrar e conservar o patrimnio da fre- guesia;

    f) Elaborar e manter actualizado o cadastro dos bens mveis e imveis da freguesia;

    g) Adquirir os bens mveis necessrios ao funcio- namento dos servios e alienar os que se tornem dispensveis;

    h) Adquirir e alienar ou onerar bens imveis de valor at 200 vezes o ndice 100 da escala salarial das carreiras do regime geral do sistema remu- neratrio da funo pblica;

    i) Alienar em hasta pblica, independentemente de autorizao do rgo deliberativo, bens im- veis de valor superior ao da alnea anterior, desde que a alienao decorra da execuo das opes do plano e a respectiva deliberao seja aprovada por maioria de dois teros dos mem- bros em efectividade de funes;

    j) Designar os representantes da freguesia nos rgos das empresas em que a mesma participe;

    l) Proceder marcao das faltas dos seus mem- bros e respectiva justificao.

    2 Compete junta de freguesia no mbito do pla-

    neamento da respectiva actividade e no da gesto financeira:

    a) Elaborar e submeter a aprovao da assembleia de freguesia ou do plenrio de cidados eleitores as opes do plano e a proposta do oramento;

    b) Elaborar e submeter a aprovao da assembleia de freguesia ou do plenrio de cidados eleitores as revises s opes do plano e ao oramento;

    c) Executar as opes do plano e o oramento; d) Elaborar e aprovar o relatrio de actividades

    e a conta de gerncia a submeter apreciao do rgo deliberativo;

    e) Remeter ao Tribunal de Contas, nos termos da lei, as contas da freguesia.

    31

  • 6442 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    3 Compete junta de freguesia no mbito do orde- namento do territrio e urbanismo:

    a) Participar, nos termos a acordar com a cmara municipal, no processo de elaborao dos planos municipais de ordenamento do territrio;

    b) Colaborar, nos termos a acordar com a cmara municipal, no inqurito pblico dos planos

    aos quais se mostre que, aps notificao judi- cial, se mantm desinteresse na sua conservao e manuteno de forma inequvoca e duradoura;

    d) Conceder terrenos, nos cemitrios propriedade da freguesia, para jazigos, mausolus e sepul- turas perptuas;

    e) Fornecer material de limpeza e de expediente o municipais do ordenamento do territrio; s escolas do 1. ciclo do ensino bsico e esta-

    c) Facultar a consulta pelos interessados dos pla- nos municipais de ordenamento do territrio;

    d) Aprovar operaes de loteamento urbano e obras de urbanizao respeitantes a terrenos integrados no domnio patrimonial privado da freguesia, de acordo com parecer prvio das entidades competentes, nos termos da lei;

    e) Pronunciar-se sobre projectos de construo e de ocupao da via pblica, sempre que tal lhe for requerido pela cmara municipal;

    f) Executar, por empreitada ou administrao directa, as obras que constem das opes do plano e tenham dotao oramental adequada nos instrumentos de gesto previsional, apro- vados pelo rgo deliberativo.

    4 Compete junta de freguesia no mbito dos equi-

    pamentos integrados no respectivo patrimnio:

    a) Gerir, conservar e promover a limpeza de bal- nerios, lavadouros e sanitrios pblicos;

    b) Gerir e manter parques infantis pblicos; c) Gerir, conservar e promover a limpeza dos

    cemitrios; d) Conservar e promover a reparao de chafarizes

    e fontanrios de acordo com o parecer prvio das entidades competentes, quando exigido por lei;

    e) Promover a conservao de abrigos de passa- geiros existentes na freguesia e no concessio- nados a empresas.

    5 Compete junta de freguesia no mbito das suas

    relaes com outros rgos autrquicos:

    a) Formular propostas ao rgo deliberativo sobre matrias da competncia deste;

    b) Elaborar e submeter aprovao do rgo deli- berativo posturas e regulamentos com eficcia externa, necessrios boa execuo das atri- buies cometidas freguesia;

    c) Deliberar e propor ratificao do rgo deli- berativo a aceitao da prtica de actos inseridos na competncia de rgos do municpio, que estes nela pretendam delegar.

    6 Compete ainda junta de freguesia: a) Colaborar com os sistemas locais de proteco

    civil e de combate aos incndios; b) Praticar os actos necessrios participao da

    freguesia em empresas de capitais pblicos de mbito municipal, na sequncia da autorizao da assembleia de freguesia;

    c) Declarar prescritos a favor da freguesia, nos ter- mos da lei e aps publicao de avisos, os jazi- gos, mausolus ou outras obras, bem como sepulturas perptuas instaladas nos cemitrios propriedade da freguesia, quando no sejam conhecidos os proprietrios ou relativamente

    belecimentos de educao pr-escolar; f) Executar, no mbito da comisso recenseadora,

    as operaes de recenseamento eleitoral, bem como as funes que lhe sejam cometidas pelas leis eleitorais e dos referendos;

    g) Proceder ao registo e ao licenciamento de can- deos e gatdeos;

    h) Conhecer e tomar posio sobre os relatrios definitivos de aces tutelares ou de auditorias levadas a efeito aos rgos ou servios da freguesia;

    i) Dar cumprimento, no que lhe diz respeito, ao Estatuto do Direito de Oposio;

    j) Deliberar as formas de apoio a entidades e orga- nismos legalmente existentes, nomeadamente com vista prossecuo de obras ou eventos de interesse para a freguesia, bem como infor- mao e defesa dos direitos dos cidados;

    l) Apoiar ou comparticipar, pelos meios adequa- dos, no apoio a actividades de interesse da fre- guesia, de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra;

    m) Proceder administrao ou utilizao de bal- dios sempre que no existam assembleias de compartes, nos termos da lei dos baldios;

    n) Prestar a outras entidades pblicas toda a cola- borao que lhe for solicitada, designadamente em matria de estatstica, desenvolvimento, edu- cao, sade, aco social, cultura e, em geral, em tudo quanto respeite ao bem-estar das populaes;

    o) Lavrar termos de identidade e justificao admi- nistrativa;

    p) Passar atestados nos termos da lei; q) Exercer os demais poderes que lhe sejam con-

    fiados por lei ou deliberao da assembleia de freguesia.

    7 A alienao de bens e valores artsticos do patri-

    mnio da freguesia objecto de legislao especial.

    Artigo 35.o

    Delegao de competncias no presidente

    Nas freguesias com 5000 ou mais eleitores, a junta pode delegar no presidente a sua competncia, salvo quanto s matrias previstas nas alneas h) e j) do n.o 1, a), b) e d) do n.o 2 e a), b), d) e e) do n.o 3, no n.o 5 e nas alneas h), i), j), l) e m) do n.o 6 do artigo anterior.

    Artigo 36.o

    Protocolos de colaborao com entidades terceiras

    As competncias previstas na alnea e) do n.o 1, no n.o 4 e na alnea l) do n.o 6 do artigo 34.o podem ser objecto de protocolo de colaborao, a celebrar com instituies pblicas, particulares e cooperativas, que desenvolvam a sua actividade na rea da freguesia, em

    32

  • 6443 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    termos que protejam cabalmente os direitos e deveres de cada uma das partes e o uso, pela comunidade local, dos equipamentos.

    Artigo 37.o

    Competncias delegadas pela cmara municipal

    1 A junta de freguesia pode exercer actividades includas na competncia da cmara municipal, por dele- gao desta.

    2 A delegao de competncias depende de apro- vao dos rgos representativos da freguesia e efec- tuada com observncia do disposto no artigo 66.o

    Artigo 38.o

    Competncias do presidente

    1 Compete ao presidente da junta de freguesia:

    a) Representar a freguesia em juzo e fora dele; b) Convocar, abrir e encerrar as reunies, dirigir

    os trabalhos e assegurar o cumprimento das leis e a regularidade das deliberaes;

    c) Representar obrigatoriamente a junta no rgo deliberativo da freguesia e integrar, por direito prprio, o rgo deliberativo do municpio, comparecendo s sesses, salvo caso de justo impedimento, situao em que se faz represen- tar pelo substituto legal por ele designado;

    d) Responder, no prazo mximo de 30 dias, aos pedidos de informao formulados pelos mem- bros da assembleia de freguesia atravs da res- pectiva mesa;

    e) Suspender ou encerrar antecipadamente as reu- nies, quando circunstncias excepcionais o jus- tifiquem, mediante deciso fundamentada, a incluir na acta da reunio;

    f) Decidir sobre o exerccio de funes em regime de tempo inteiro ou de meio tempo, nos casos previstos nos n.os 1 e 2 do artigo 27.o;

    g) Executar as deliberaes da junta e coordenar a respectiva actividade;

    h) Dar cumprimento s deliberaes da assembleia de freguesia, sempre que para a sua execuo seja necessria a interveno da junta;

    i) Autorizar a realizao de despesas at ao limite estipulado por delegao da junta de freguesia;

    j) Autorizar o pagamento das despesas oramen- tadas, de harmonia com as deliberaes da junta de freguesia;

    l) Submeter o relatrio de actividades e os docu- mentos de prestao de contas aprovao da junta de freguesia e apreciao da assembleia de freguesia;

    m) Submeter a visto prvio do Tribunal de Contas, quando for caso disso, os documentos elabo- rados na junta de freguesia ou em que a fre- guesia seja parte que impliquem despesa;

    n) Assinar, em nome da junta de freguesia, toda a correspondncia, bem como os termos, ates- tados e certides da competncia da mesma;

    o) Colaborar com outras entidades no domnio da proteco civil, tendo em vista o cumprimento dos planos e programas estabelecidos, designa- damente em operaes de socorro e assistncia em situaes de catstrofe e calamidade pbli- cas;

    p) Participar, nos termos da lei, no conselho muni- cipal de segurana;

    q) Determinar a instruo dos processos de con- tra-ordenao e proceder aplicao das coimas nos termos da lei, com a faculdade de delegao em qualquer dos restantes membros;

    r) Comunicar assembleia de freguesia as faltas injustificadas marcadas aos membros da junta;

    s) Dar conhecimento aos restantes membros do rgo executivo e remeter ao rgo deliberativo cpias dos relatrios definitivos de aces tute- lares ou de auditorias levadas a efeito aos rgos e servios da freguesia, no prazo mximo de 10 dias aps o recebimento dos mesmos;

    t) Promover a publicao edital do relatrio de avaliao previsto no Estatuto do Direito de Oposio;

    u) Presidir comisso recenseadora da freguesia; v) Exercer os demais poderes conferidos por lei

    ou por deliberao da junta de freguesia.

    2 Compete ao presidente da junta de freguesia pro- ceder distribuio de funes pelos vogais que a com- pem e designar o seu substituto, para as situaes de faltas e impedimentos.

    3 A distribuio de funes implica a designao dos vogais a quem as mesmas devem caber e deve ter em conta, pelo menos:

    a) A elaborao das actas das reunies da junta, na falta de funcionrio nomeado para o efeito;

    b) A certificao, mediante despacho do presi- dente, dos factos e actos que constem dos arqui- vos da freguesia e, independentemente de des- pacho, o contedo das actas das reunies da junta;

    c) A subscrio dos atestados que devam ser assi- nados pelo presidente;

    d) A execuo do expediente da junta; e) A arrecadao das receitas, o pagamento das

    despesas autorizadas e a escriturao dos mode- los contabilsticos da receita e da despesa, com base nos respectivos documentos que so assi- nados pelo presidente.

    SECO IV

    Do regime do pessoal

    Artigo 39.o

    Benefcios

    1 Os funcionrios e agentes das freguesias gozam dos benefcios concedidos pela ADSE nos mesmos ter- mos que o pessoal da administrao central do Estado.

    2 Os encargos resultantes do previsto no nmero anterior devero ser satisfeitos nos termos do regime aplicvel ao conjunto dos trabalhadores da administra- o local.

    Artigo 40.o

    Contratos

    Os contratos de prestao de servios celebrados pelas freguesias esto sujeitos, no que se refere fiscalizao pelo Tribunal de Contas, ao regime estabelecido legal- mente para os municpios.

    33

  • 6444 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    CAPTULO IV

    Do municpio

    SECO I

    Da assembleia municipal

    Artigo 41.o

    Natureza

    A assembleia municipal o rgo deliberativo do municpio.

    Artigo 42.o

    Constituio

    1 A assembleia municipal constituda pelos pre- sidentes das juntas de freguesia e por membros eleitos pelo colgio eleitoral do municpio, em nmero igual ao daqueles mais um.

    2 O nmero de membros eleitos directamente no pode ser inferior ao triplo do nmero de membros da respectiva cmara municipal.

    3 Nas sesses da assembleia municipal participam os cidados que encabearam as listas mais votadas na eleio para as assembleias de freguesia da rea do municpio, mesmo que estas ainda no estejam ins- taladas.

    Artigo 43.o

    Convocao para o acto de instalao dos rgos

    1 Compete ao presidente da assembleia municipal cessante proceder convocao dos eleitos para o acto de instalao dos rgos da autarquia, que deve ser conjunto e sucessivo.

    2 A convocao feita nos cinco dias subsequentes ao do apuramento definitivo dos resultados eleitorais, por meio de edital e carta com aviso de recepo ou atravs de protocolo e tendo em considerao o disposto no n.o 1 do artigo seguinte.

    3 Na falta de convocao, no prazo do nmero anterior, cabe ao cidado melhor posicionado na lista vencedora das eleies para a assembleia municipal efec- tuar a convocao em causa, nos cinco dias imediata- mente seguintes ao esgotamento do prazo referido.

    Artigo 44.o

    Instalao

    1 O presidente da assembleia municipal cessante ou, na sua falta, de entre os presentes, o cidado melhor posicionado na lista vencedora procede instalao da nova assembleia no prazo mximo de 15 dias a contar do apuramento definitivo dos resultados eleitorais.

    2 Quem proceder instalao verifica a identidade e a legitimidade dos eleitos e designa, de entre os pre- sentes, quem redige o documento comprovativo do acto, que assinado, pelo menos, por quem procedeu ins- talao e por quem o redigiu.

    3 A verificao da identidade e legitimidade dos eleitos que hajam faltado, justificadamente, ao acto de instalao feita, na primeira reunio do rgo a que compaream, pelo respectivo presidente.

    Artigo 45.o

    Primeira reunio

    1 At que seja eleito o presidente da assembleia compete ao cidado que tiver encabeado a lista mais

    votada ou, na sua falta, ao cidado melhor posicionado nessa mesma lista presidir primeira reunio de fun- cionamento da assembleia municipal, que se efectua imediatamente a seguir ao acto de instalao para efeitos de eleio do presidente e secretrios da mesa.

    2 Na ausncia de disposio regimental compete assembleia deliberar se a eleio a que se refere o nmero anterior uninominal ou por meio de listas.

    3 Verificando-se empate na votao, procede-se a nova eleio obrigatoriamente uninominal.

    4 Se o empate persistir nesta ltima, declarado eleito para as funes em causa o cidado que, de entre os membros empatados, se encontrava melhor posicio- nado nas listas que os concorrentes integraram na elei- o para a assembleia municipal, preferindo sucessiva- mente a mais votada.

    5 Enquanto no for aprovado novo regimento, con- tinua em vigor o anteriormente aprovado.

    Artigo 46.o

    Mesa

    1 A mesa da assembleia composta por um pre- sidente, um 1.o secretrio e um 2.o secretrio e eleita, por escrutnio secreto, pela assembleia municipal, de entre os seus membros.

    2 A mesa eleita pelo perodo do mandato, podendo os seus membros ser destitudos, em qualquer altura, por deliberao tomada pela maioria do nmero legal dos membros da assembleia.

    3 O presidente substitudo, nas suas faltas e impe- dimentos, pelo 1.o secretrio e este pelo 2.o secretrio.

    4 Na ausncia simultnea de todos ou da maioria dos membros da mesa, a assembleia elege, por voto secreto, de entre os membros presentes, o nmero neces- srio de elementos para integrar a mesa que vai presidir reunio, salvo disposio contrria constante do regimento.

    5 Compete mesa proceder marcao e justi- ficao de faltas dos membros da assembleia municipal s respectivas sesses ou reunies.

    6 O pedido de justificao de faltas pelo interes- sado feito por escrito e dirigido mesa, no prazo de cinco dias a contar da data da sesso ou reunio em que a falta se tenha verificado, e a deciso noti- ficada ao interessado, pessoalmente ou por via postal.

    7 Da deciso de recusa da justificao da falta cabe recurso para o rgo deliberativo.

    Artigo 47.o

    Alterao da composio da assembleia

    1 Quando algum dos membros deixar de fazer parte da assembleia, por morte, renncia, perda de man- dato ou por outra razo, substitudo nos termos do artigo 79.o ou pelo novo titular do cargo com direito de integrar o rgo, conforme os casos.

    2 Esgotada a possibilidade de substituio prevista no nmero anterior e desde que no esteja em efec- tividade de funes a maioria do nmero legal dos mem- bros da assembleia, o presidente comunica o facto ao presidente da assembleia distrital para que este marque, no prazo mximo de 30 dias, novas eleies, sem prejuzo do disposto no artigo 99.o

    3 As eleies realizam-se no prazo de 80 a 90 dias a contar da data da respectiva marcao.

    34

  • 6445 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    4 A nova assembleia municipal completa o man- dato da anterior.

    Artigo 48.o

    Participao dos membros da cmara na assembleia municipal

    requerentes efectu-la directamente, com invocao dessa circunstncia, observando o disposto no nmero anterior com as devidas adaptaes e publicitando-a nos locais habituais.

    1 A cmara municipal faz-se representar, obriga- toriamente, nas sesses da assembleia municipal pelo presidente, que pode intervir nos debates, sem direito a voto.

    2 Em caso de justo impedimento, o presidente da cmara pode fazer-se substituir pelo seu substituto legal.

    3 Os vereadores devem assistir s sesses da assem- bleia municipal, sendo-lhes facultado intervir nos deba- tes, sem direito a voto, a solicitao do plenrio ou com a anuncia do presidente da cmara ou do seu substituto legal.

    4 Os vereadores que no se encontrem em regime de permanncia ou de meio tempo tm o direito s senhas de presena, nos termos do artigo 10.o da Lei n.o 29/87, de 30 de Junho.

    5 Os vereadores podem ainda intervir no final da reunio para o exerccio do direito de defesa da honra.

    Artigo 49.o

    Sesses ordinrias

    1 A assembleia municipal tem anualmente cinco sesses ordinrias, em Fevereiro, Abril, Junho, Setem- bro e Novembro ou Dezembro, que so convocadas por edital e por carta com aviso de recepo ou atravs de protocolo com, pelo menos, oito dias de ante- cedncia.

    2 A segunda e a quinta sesses destinam-se, res- pectivamente, apreciao do relatrio e documentos de prestao de contas e aprovao das opes do plano e da proposta do oramento, salvo o disposto no artigo 88.o

    Artigo 50.o

    Sesses extraordinrias

    1 O presidente da assembleia convoca extraordi- nariamente a assembleia municipal, por sua prpria ini- ciativa, quando a mesa assim o deliberar ou, ainda, a requerimento:

    a) Do presidente da cmara municipal, em exe- cuo de deliberao desta;

    b) De um tero dos seus membros; c) De um nmero de cidados eleitores inscritos

    no recenseamento eleitoral do municpio equi- valente a 30 vezes o nmero de elementos que compem a assembleia, quando aquele nmero for igual ou inferior a 10 000, e a 50 vezes, quando for superior.

    2 O presidente da assembleia, nos cinco dias sub-

    sequentes iniciativa da mesa ou recepo dos reque- rimentos previstos no nmero anterior, por edital e por carta com aviso de recepo ou atravs de protocolo, procede convocao da sesso para um dos 15 dias posteriores apresentao dos pedidos, tendo em conta que a convocatria deve ser feita com a antecedncia mnima de cinco dias sobre a data da realizao da sesso extraordinria.

    3 Quando o presidente da mesa da assembleia municipal no efectue a convocao que lhe tenha sido requerida nos termos do nmero anterior, podem os

    Artigo 51.o

    Participao de eleitores

    1 Tm o direito de participar, sem voto, nas sesses extraordinrias, convocadas nos termos da alnea c) do n.o 1 do artigo anterior, dois representantes dos reque- rentes.

    2 Os representantes mencionados podem formular sugestes ou propostas, as quais s so votadas pela assembleia municipal se esta assim o deliberar.

    Artigo 52.o

    Durao das sesses

    As reunies da assembleia municipal no podem exce- der a durao de cinco dias e um dia, consoante se trate de sesso ordinria ou extraordinria, salvo quando a prpria assembleia delibere o seu prolongamento at ao dobro das duraes referidas.

    Artigo 53.o

    Competncias

    1 Compete assembleia municipal: a) Eleger, por voto secreto, o presidente da mesa

    e os dois secretrios; b) Elaborar e aprovar o seu regimento; c) Acompanhar e fiscalizar a actividade da cmara

    e dos servios municipalizados; d) Acompanhar, com base em informao til da

    cmara, facultada em tempo oportuno, a acti- vidade desta e os respectivos resultados, nas associaes e federaes de municpios, empre- sas, cooperativas, fundaes ou outras entidades em que o municpio detenha alguma participa- o no respectivo capital social ou equiparado;

    e) Apreciar, em cada uma das sesses ordinrias, uma informao escrita do presidente da cmara acerca da actividade do municpio, bem como da situao financeira do mesmo, informao essa que deve ser enviada ao presidente da mesa da assembleia com a antecedncia de cinco dias sobre a data do incio da sesso para que conste da respectiva ordem do dia;

    f) Solicitar e receber informaes, atravs da mesa, sobre assuntos de interesse para a autarquia e sobre a execuo de deliberaes anteriores, o que pode ser requerido por qualquer membro em qualquer momento;

    g) Conhecer e tomar posio sobre os relatrios definitivos, resultantes de aces tutelares ou de auditorias executadas sobre a actividade dos rgos e servios municipais;

    h) Deliberar sobre a constituio de delegaes, comisses ou grupos de trabalho para estudo dos problemas relacionados com as atribuies prprias da autarquia, sem interferncia no fun- cionamento e na actividade normal da cmara;

    i) Votar moes de censura cmara municipal, em avaliao da aco desenvolvida pela mesma ou por qualquer dos seus membros;

    35

  • 6446 N.o 219 18-9-1999 DIRIO DA REPBLICA I SRIE-A

    j) Discutir, a pedido de quaisquer dos titulares do direito de oposio, o relatrio a que se refere o Estatuto do Direito de Oposio;

    l) Elaborar e aprovar, nos termos da lei, o regu- lamento do conselho municipal de segurana;

    m) Tomar posio perante os rgos do poder cen- tral sobre assuntos de interesse para a autarquia;

    n) Deliberar sobre recursos interpostos de marca- o de faltas injustificadas aos seus membros;

    o) Pronunciar-se e deliberar sobre assuntos que visem a prossecuo das atribuies da autar- quia;

    p) Exercer outras competncias que lhe sejam con- feridas por lei.

    2 Compete assembleia municipal, em matria

    regulamentar e de organizao e funcionamento, sob proposta da cmara:

    a) Aprovar posturas e regulamentos; b) Aprovar as opes do plano e a proposta de

    oramento, bem como as respectivas revises; c) Apreciar o relatrio de actividades e os docu-

    mentos de prestao de contas; d) Aprovar ou autorizar a contratao de emprs-

    timos nos termos da lei; e) Estabelecer, nos termos da lei, taxas municipais

    e fixar os respectivos quantitativos; f) Fixar anualmente o valor da taxa da contribui-

    o autrquica incidente sobre prdios urbanos, bem como autorizar o lanamento de derramas para reforo da capacidade financeira ou no mbito da celebrao de contratos de reequi- lbrio financeiro, de acordo com a lei;

    g) Pronunciar-se, no prazo legal, sobre o reconhe- cimento, pelo Governo, de benefcios fiscais no mbito de impostos cuja receita reverte exclu- sivamente para os municpios;

    h) Deliberar em tudo quanto represente o exerccio dos poderes tributrios conferidos por lei ao municpio;

    i) Autorizar a cmara municipal a adquirir, alienar ou onerar bens imveis de valor superior a 1000 vezes o ndice 100 das carreiras do regime geral do sistema remuneratrio da funo pblica, fixando as respectivas condies gerais, podendo determinar, nomeadamente, a via da hasta pblica, bem como bens ou valores arts- ticos do municpio, independentemente do seu valor, sem prejuzo do disposto no n.o 9 do artigo 64.o;

    j) Determinar a remunerao dos membros do conselho de administrao dos servios muni- cipalizados;

    l) Municipalizar servios, autorizar o municpio, nos termos da lei, a criar empresas pblicas municipais e fundaes e a aprovar os respec- tivos estatutos, assim como a criar e participar em empresas de capitais exclusiva ou maiori- tariamente pblicos, fixando as condies gerais da participao;

    m) Autorizar o municpio, nos termos da lei, a inte- grar-se em associaes e federaes de munic- pios, a associar-se com outras entidades pblicas, privadas ou cooperativas e a criar ou participar em empresas privadas de mbito municipal, que

    prossigam fins de reconhecido interesse pblico local e se contenham dentro das atribuies cometidas aos municpios, em quaisquer dos casos fixando as condies gerais dessa participao;

    n) Aprovar, nos termos da lei, a criao ou reor- ganizao de servios municipais;

    o) Aprovar os quadros de pessoal dos diferentes servios do municpio, nos termos da lei;

    p) Aprovar incentivos fixao de funcionrios, nos termos da lei;

    q) Autorizar, nos termos da lei, a cmara municipal a concessionar, por concurso pblico, a explo- rao de obras e servios pblicos, fixando as respectivas condies gerais;

    r) Fixar o dia feriado anual do municpio; s) Autorizar a cmara municipal a delegar com-

    petncias prprias, designadamente em matria de investimentos, nas juntas de freguesia;

    t) Estabelecer, aps parecer da Comisso de Herl- dica da Associao dos Arquelogos Portugue- ses, a constituio do braso, selo e bandeira do municpio e proceder sua publicao no Dirio da Repblica.

    3 ainda da competncia da assembleia municipal,

    em matria de planeamento, sob proposta ou pedido de autorizao da cmara municipal:

    a) Aprovar os planos necessrios realizao das atribuies municipais;

    b) Aprovar as medidas, normas, delimitaes e outros actos, no mbito dos regimes do orde- namento do territrio e do urbanismo, nos casos e nos termos conferidos por lei.

    4 tambm da competncia da assembleia muni-

    cipal, sob proposta da cmara municipal:

    a) Deliberar sobre a criao e a instituio em con- creto do corpo de polcia municipal, nos termos e com as competncias previstos na lei;

    b) Deliberar sobre a afectao ou desafectao de bens do domnio pblico municipal, nos termos e condies previstos na lei;

    c) Deliberar sobre a criao do conselho local de educao, de acordo com a lei;

    d) Autorizar a geminao do municpio com outros municpios ou entidades equiparadas de outros pases;

    e) Autorizar os conselhos de administrao dos ser- vios municipalizados a deliberar sobre a con- cesso de apoio financeiro, ou outro, a institui- es legalmente constitudas pelos seus funcio- nrios, tendo por objecto o desenvolvimento das actividades culturais, recreativas e desportivas, bem como a atribuio de subsdios a instituies legalmente existentes, criadas ou participadas pelos servios municipalizados ou criadas pelos seus funcionrios, visando a concesso de bene- fcios sociais aos mesmos e respectivos familiares.

    5 A aco de fiscalizao mencionada na alnea c)

    do n.o 1 consiste numa apreciao, casustica e posterior respectiva prtica, dos actos da cmara municipal.

    6 A proposta apresentada pela cmara referente s alneas b), c), i) e n) do n.o 2 no pode ser alterada pela assembleia municipal e carece da devida funda-

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    mentao quando rejeitada, mas a cmara pode acolher sugestes feitas pela assembleia.

    7 Os pedidos de autorizao para a contratao de emprstimos a apresentar pela cmara municipal, nos termos da alnea d) do n.o 2, sero obrigatoriamente acompanhados de informao sobre as condies pra- ticadas em, pelo menos, trs instituies de crdito, bem como do mapa demonstrativo de capacidade de endi- vidamento do municpio.

    8 Quando necessrio para o eficiente exerccio da sua competncia, a assembleia municipal dispe, sob orientao do respectivo presidente, de um ncleo de apoio composto por funcionrios do municpio, a des- tacar pelo presidente da cmara municipal sem prejuzo dos poderes de gesto que a este cabem.

    Artigo 54.o

    Competncia do presidente da assembleia

    Compete ao presidente da assembleia municipal:

    a) Convocar as sesses ordinrias e extraordin- rias;

    b) Abrir e encerrar os trabalhos das sesses e das reunies;

    c) Dirigir os trabalhos e manter a disciplina das reunies;

    d) Assegurar o cumprimento das leis e a regula- ridade das deliberaes;

    e) Suspender ou encerrar antecipadamente as ses- ses e as reunies, quando circunstncias excep- cionais o justifiquem, mediante deciso funda- mentada a incluir na acta da reunio;

    f) Integrar o conselho municipal de segurana; g) Comunicar assembleia de freguesia ou

    cmara municipal as faltas do presidente da junta e do presidente da cmara s reunies da assembleia municipal;

    h) Comunicar ao representante do Ministrio Pblico competente as faltas injustificadas dos restantes membros da assembleia, para os efeitos legais;

    i) Exercer os demais poderes que lhe sejam atri- budos por lei, pelo regimento ou pela assem- bleia.

    Artigo 55.o

    Competncia dos secretrios

    Compete aos secretrios coadjuvar o presidente da mesa da assembleia municipal, assegurar o expediente e, na falta de funcionrio nomeado para o efeito, lavrar as actas das reunies.

    SECO II

    Da cmara municipal

    Artigo 56.o

    Natureza e constituio

    1 A cmara municipal constituda por um pre- sidente e por vereadores, um dos quais designado vice- -presidente, e o rgo executivo colegial do municpio, eleito pelos cidados eleitores recenseados na sua rea.

    2 A eleio da cmara municipal simultnea com a da assembleia municipal, salvo no caso de eleio intercalar.

    Artigo 57.o

    Composio

    1 presidente da cmara municipal o primeiro candidato da lista mais votada ou, no caso de vacatura do cargo, o que se lhe seguir na respectiva lista, de acordo com o disposto no artigo 79.o

    2 Para alm do presidente, a cmara municipal composta por:

    a) Dezasseis vereadores em Lisboa; b) Doze vereadores no Porto; c) Dez vereadores nos municpios com 100 000 ou

    mais eleitores; d) Oito vereadores nos municpios com mais de

    50 000 e menos de 100 000 eleitores; e) Seis vereadores nos municpios com mais de

    10 000 e at 50 000 eleitores; f) Quatro vereadores nos municpios com 10 000

    ou menos eleitores.

    3 O presidente designa, de entre os vereadores, o vice-presidente a quem, para alm de outras funes que lhe sejam distribudas, cabe substituir o primeiro nas suas faltas e impedimentos.

    Artigo 58.o

    Vereadores a tempo inteiro e a meio tempo

    1 Compete ao presidente da cmara municipal decidir sobre a existncia de vereadores em regime de tempo inteiro e meio tempo e fixar o seu nmero, at aos limites seguintes:

    a) Quatro, em Lisboa e no Porto; b) Trs, nos municpios com 100 000 ou mais

    eleitores; c) Dois, nos municpios com mais de 20 000 e

    menos de 100 000 eleitores; d) Um, nos municpios com 20 000 ou menos

    eleitores.

    2 Compete cmara municipal, sob proposta do respectivo presidente, fixar o nmero de vereadores em regime de tempo inteiro e meio tempo que exceda os limites previstos no nmero anterior.

    3 O presidente da cmara municipal, com respeito pelo disposto nos nmeros anteriores, pode optar pela existncia de vereadores a tempo inteiro e a meio tempo, neste caso correspondendo dois vereadores a um verea- dor a tempo inteiro.

    4 Cabe ao presidente da cmara escolher os verea- dores a tempo inteiro e a meio tempo, fixar as suas funes e determinar o regime do respectivo exerccio.

    Artigo 59.o

    Alterao da composio da cmara

    1 No caso de morte, renncia, suspenso ou perda de mandato de algum membro da cmara municipal em efectividade de funes, chamado a substitu-lo o cidado imediatamente a seguir na ordem da respec- tiva lista, nos termos do artigo 79.o

    2 Esgotada a possibilidade de substituio prevista no nmero anterior e desde que no esteja em efec- tividade de funes a maioria do nmero legal dos mem-

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    bros da cmara municipal, o presidente comunica o facto assembleia municipal para que esta, no prazo mximo de 30 dias a contar da recepo da comunicao, nomeie a comisso administrativa a que se refere a alnea b) do n.o 6 e marque novas eleies, sem prejuzo do dis- posto no artigo 99.o

    3 Esgotada, em definitivo, a possibilidade de preenchimento da vaga de presidente da cmara, cabe assembleia municipal proceder de acordo com o nmero anterior, independentemente do nmero de membros da cmara municipal em efectividade de funes.

    4 As eleies realizam-se no prazo de 80 a 90 dias a contar da data da respectiva marcao.

    5 A cmara municipal que for eleita completa o mandato da anterior.

    6 O funcionamento da cmara municipal quanto aos assuntos inadiveis e correntes, durante o perodo transitrio, assegurado:

    a) Pelos membros ainda em exerccio da cmaramunicipal cessante, quando em nmero noinferior a trs, constitudos automaticamente emcomisso administrativa, presidida pelo pri- meiro na ordem da lista mais votada das listasem causa, at que ocorra a designao previstana alnea seguinte;

    b) Por uma comisso administrativa de trs mem- bros se o nmero de eleitores for inferior a50 000 e de cinco membros se for igual ou supe- rior a 50 000, incluindo o respectivo presidente,nomeados pela assembleia municipal de entreos membros referidos na alnea anterior.

    Artigo 60.o

    Instalao

    1 A instalao da cmara municipal cabe ao pre- sidente da assembleia municipal cessante ou, na sua falta, ao cidado melhor posicionado na lista vencedora das eleies para a assembleia municipal, de entre os presentes, e deve ter lugar no prazo de 15 dias a contar do apuramento definitivo dos resultados eleitorais.

    2 Quem proceder instalao verifica a identidade e a legitimidade dos eleitos e designa, de entre os pre- sentes, quem redige o documento comprovativo do acto, que assinado, pelo menos, por quem procedeu ins- talao e por quem o redigiu.

    3 A verificao da identidade e legitimidade dos eleitos que hajam faltado, justificadamente, ao acto de instalao feita, na primeira reunio do rgo a que compaream, pelo respectivo presidente.

    Artigo 61.o

    Primeira reunio

    A primeira reunio tem lugar nos cinco dias imediatos constituio do rgo, competindo ao presidente a respectiva marcao e convocao, a fazer por edital e por carta com aviso de recepo ou atravs de pro- tocolo com, pelo menos, dois dias de antecedncia.

    Artigo 62.o

    Periodicidade das reunies ordinrias

    1 A cmara municipal tem uma reunio ordinria semanal, salvo se reconhecer convenincia em que se efectue quinzenalmente.

    2 A cmara municipal ou, na falta de deliberao desta, o respectivo presidente podem estabelecer dia e hora certos para as reunies ordinrias, devendo neste caso publicar editais, que dispensam outras formas de convocao.

    3 Quaisquer alteraes ao dia e hora marcados para as reunies devem ser comunicadas a todos os membros do rgo, com trs dias de antecedncia, por carta com aviso de recepo ou atravs de protocolo.

    Artigo 63.o

    Convocao de reunies extraordinrias

    1 As reunies extraordinrias podem ser convo- cadas por iniciativa do presidente ou a requerimento de, pelo menos, um tero dos respectivos membros, no podendo, neste caso, ser recusada a convocatria.

    2 As reunies extraordinrias so convocadas com, pelo menos, cinco dias de antecedncia, sendo comu- nicadas a todos os membros por edital e por carta com aviso de recepo ou atravs de protocolo.

    3 O presidente convoca a reunio para um dos oito dias subsequentes recepo do requerimento pre- visto no n.o 1.

    4 Quando o presidente no efectue a convocao que lhe tenha sido requerida ou no o faa nos termos do n.o 3, podem os requerentes efectu-la directamente, com invocao dessa circunstncia, observando o dis- posto no nmero anterior com as devidas adaptaes e publicitando-a nos locais habituais.

    Artigo 64.o

    Competncias

    1 Compete cmara municipal no mbito da orga- nizao e funcionamento dos seus servios e no da gesto corrente:

    a) Elaborar e aprovar o regimento;b) Executar e velar pelo cumprimento das deli-

    beraes da assembleia municipal;c) Proceder marcao e justificao das faltas

    dos seus membros;d) Deliberar sobre a locao e aquisio de bens

    mveis e servios, nos termos da lei;e) Alienar os bens mveis que se tornem dispen-

    sveis, nos termos da lei;f) Adquirir e alienar ou onerar bens imveis de

    valor at 1000 vezes o ndice 100 das carreirasdo