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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA Contexto Histórico do curso de pedagogia desde sua implantação até a DCN de 2006 TATIANI Mª GARCIA DE ALMEIDA

Contexto Histórico Do Curso de Pedagogia Desde Sua Implantação Até a DCN de 2006

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Breve contextualização histórica sobre a implantação curso de pedagogia no Brasil, desde sua criação na década de 1930 até a DCN de 2006.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA

Contexto Histórico do curso de pedagogia desde sua implantação até a DCN de 2006

TATIANI Mª GARCIA DE ALMEIDA

PITANGA

2015

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Contexto Histórico do curso de pedagogia desde sua implantação até a DCN de 2006

O curso de pedagogia surgiu no final de década de 1930 do século XX no regime do estado novo de Getúlio Vargas, a criação do curso teve origem devido ao momento socioeconômico ao qual o país passava no momento, migrava de agrário exportador para industrializado, portanto o ensino deveria atender as demandas do mercado, precisava-se então de profissionais formados em instituições de ensino superior, pois a formação do professor formado em cursos normais já não supria a necessidade educacional e social da qual o país precisava. Portanto através do Decreto-Lei n. 1190, de quatro de abril de 1939, foi criado o curso de pedagogia na Faculdade Nacional de Filosofia, a princípio o curso formava somente bacharéis em pedagogia e o padrão nacional formava o esquema 3+1 três anos para bacharel que poderia atuar nas áreas administrativas e mais um ano de didática para quem quisesse seguir carreira no magistério para as escolas normais e ensino secundário, o professor para o ensino primário desapareceu das universidades neste período o professor desta modalidade continuaria a ser formado nas escolas normais.

Com a abertura da redemocratização no ano de 1945 através do Decreto-Lei n. 8.558/46 é criado o cargo de Orientador Educacional, cujo profissional deveria ser formado no curso de pedagogia ampliasse então a área de atuação do pedagogo, a partir deste mesmo período o pedagogo começa a lecionar no ensino primário e secundário e como o mercado de trabalho para professor neste período era relativamente pequeno, de acordo com Vieira (2008, S/P)

Conforme a portaria do MEC n. 478/54, os licenciados em Pedagogia além de poderem atuar como docentes nas cadeiras de Educação, adquiriram o direito de lecionar em outras disciplinas do Ensino Médio, como por exemplo, Filosofia, História Geral e do Brasil e Matemática.

No início da década de 1950 percebesse uma necessidade de uma lei de diretrizes e bases para o ensino nacional e uma reforma na ensino superior. Através do decreto lei 4.024/61 fica estabelecida a primeira LDB nacional, e o conselho nacional de educação determinou a incorporação do currículo mínimo para todos os cursos de licenciatura, dentre eles o de pedagogia. Dentro desta norma de currículo mínimo do curso entra também uma unidade básica de conteúdo nacional, que auxiliaria o aluno em caso de transferência de em território nacional.

Com o advento da ditadura militar a reforma no ensino superior acontece, porém não a almejada pelos educadores do curso de pedagogia, através do Parecer CFE n. 253/69 foram criadas as habilitações para o curso:

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Administração escolar, Planejamento, Inspeção, Supervisão e Orientação. E ainda manteve-se a formação do professor pedagogo apenas para o ensino secundário e superior, através do parecer 252/69 aboliu-se a distinção entre licenciatura e bacharelado e insere-se a formação do especialista “em administração escolar, inspeção escolar, supervisão pedagógica e orientação educacional ao lado da habilitação para a docência nas disciplinas pedagógicas dos cursos de formação de professores”. VIEIRA (2008, S/P) o título de licenciado torna-se padrão no curso. A partir deste mesmo parecer fica definido que ao licenciado em pedagogia é dado a legitimidade de lecionar no ensino primário, a partir de então é o estágio supervisionado passa a ser obrigatório no curso. Na década de 1970 o CFE aprovou uma resolução na qual “previa que a formação de especialistas não-docentes para a escola de 1º e 2º graus fosse realizada por meio das “habilitações acrescentadas a cursos de licenciatura”. VIEIRA (2008, S/P).

Ao final da década de 1970 do século XX começa a ser realizados vários debates a respeito do quadro educacional brasileiro, visto que o país estava em um regime ditatorial e as instituições de ensino estavam totalmente alheias a real função social, estas discussões são realizadas pelo movimento pró-formação do educador. Com a transição democrática na década de 1980 tem início o processo de discussões a respeito da formação do pedagogo e do professor, em linhas gerais através de conferências realizadas pela CBE (Conferência Brasileira de Educação acerca do assunto). (VIEIRA, 2008, S/P)

[...] definiu-se que a base comum nacional deveria ser composta por três dimensões: a dimensão profissional, a dimensão política e a dimensão epistemológica. Tais dimensões deveriam estar intrinsecamente relacionadas possibilitando a formação do profissional da educação de maneira articulada com a totalidade do trabalho que este iria desenvolver na escola pública e em outras áreas.

No encontro ocorrido em 1989 as discussões ocorreram em torno de uma nova LDB nacional, a partir de 1990 as discussões foram a respeito do eixo curricular para o curso de pedagogia, portanto ficou definido que a habilitação para a formação do professor no magistério primário passa a fazer parte do curso de pedagogia, sendo em alguns casos exigidas como pré requisito para as demais disciplinas, sendo a docência a base da identidade do curso.

Na década de 1990 a ideologia neoliberal toma conta da educação brasileira através da “elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos (1993), documento que atestava a adesão do Estado brasileiro às diretrizes internacionais para a educação”. (VIEIRA 2008, S/P), no ano de 1996 a Lei de Diretrizes e Bases para a educação nacional é reformulada nos moldes do liberalismo. Nesta nova LDB ocorre a possibilidade de

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complementação pedagógica para o pedagogo com graduação em bacharel que quisesse atuar como decente, a regulamentação do curso de magistério em nível médio, a retomada das antigas licenciaturas curtas 1.600 horas, ainda de acordo com (VIEIRA.2008, S/P)

[...] a criação dos Institutos Superiores de Educação, específicos para formação de professores para a Educação Básica; a criação do Curso Normal Superior para formação de professores de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental e Educação Infantil e a formação dos especialistas nos Cursos de Pedagogia, além da elaboração de Diretrizes Curriculares Nacionais para a graduação.

Em 1997 foi criado uma comissão de professores para propor um projeto de diretrizes curriculares para o curso de pedagogia, de acordo com a proposta desta comissão foi divulgado um documento de uma Proposta de Diretrizes Curriculares da Comissão de Especialistas de Pedagogia, em que definiu o perfil do pedagogo como um profissional

[...] “atuar no ensino, na organização e gestão de sistemas, unidades e projetos educacionais e na produção e difusão do conhecimento, em diversas áreas da educação, tendo a docência como base obrigatória de sua formação e identidade profissionais” (CEEP, 1999, p.1).

A ideia era de que o curso de pedagogia deveria se caracterizar como uma graduação plena, e sua base curricular era a formação do professor para as séries iniciais da escolarização, porém esta proposta não foi homologada pela comissão. No ano de 2000 do século XXI uma nova comissão foi designada para elaborar a nova proposta de diretrizes curriculares para o curso de pedagogia, esta comissão reforçou a proposta da CEEP de 1999, das duas propostas defendidas estava a a base da formação do graduado em pedagogia na docência e o segundo que o curso de pedagogia deveria ser ao mesmo tempo licenciatura e bacharelado, esta nova proposta também nunca foi homologada.

No início do ano de 2005 o CNE tornou pública a minuta do DCN para o curso de pedagogia, várias discussões giraram em torno do conceito de pedagogia e pela formação de seu profissional, este projeto passou por inúmeras reformulações, e foi através do Parecer CNE/CP n. 5/05 ficou definido que a formação de especialista ocorreria através dos cursos de pós-graduação, abolindo desta forma as habilitações do curso que vinham desde a sua formação na década de 1960. No ano de 2006 este parecer foi reexaminado e homologado pelo então Ministro da Educação Fernando Haddad publicada no Diário Oficial da União ficando conhecidas como Resolução CNE/CP n. 1/06.

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REFERÊNCIA

Vieira, Suzane da Rocha. A TRAJETÓRIA DO CURSO DE PEDAGOGIA - DE 1939 A 2006. Disponível em < http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2008/4/Artigo%2013.pdf> Acesso em: 27.ago. 2015.