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Contexto Histórico Interdependência assimétrica dos sistema econômico internacional Vulnerabilidade econômica brasileira Pressão externa para liberalização

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Contexto Histórico Interdependência assimétrica dos sistema

econômico internacional

Vulnerabilidade econômica brasileira

Pressão externa para liberalização econômica

Cenário político: consolidação democrática no Brasil

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Quatro dimensões da relação econômica Brasil – Estados Unidos Participação estadunidense na

economia brasileira

Transações comerciais bilaterais

Relação entre comércio internacional, multilateralismo e relações Brasil-EUA

Criação de Agendas Regionais

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Economia Brasileira e investimentos diretos estadunidense

Conceito – Investimento Externo Direto (IED): dinheiro investido no aumento da capacidade produtiva.

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Plano Real - 1994 Único plano econômico capaz de

estabilizar a economia

Declínio da Inflação

Políticas Monetárias Rígidas

Restabelecimento da Credibilidade brasileira

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Política Econômica Liberalização comercial, junto com o

câmbio baixo, resultou em aumento das importações brasileiras

Privatização de empresas estatais

Ambiente propício para a entrada de capital privado estrangeiro

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Brasil: Pólo de atração para o Capital Estrangeiro Investimentos americanos triplicam entre

1990 e 2000

Investimentos especialmente concentrados nos setores financeiros e de Manufaturados

Maior participação de empresas americanas nos setores de telecomunicações e transporte

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Brasil: Pólo de atração para o Capital Estrangeiro

Expansão de investimentos americanos ocorre simultaneamente com também expansão de investimentos vindos de outros países

Principal investidor no período ainda são os Estados Unidos

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Primeiras Divergências

Para o Brasil, tais medidas representavam a superação de barreiras políticas

Para os Estados Unidos, o processo ainda era considerado incompleto:

Ex: não-privatização de setores como o de energia eletrica e petróleo;Reclamações quanto a procendimentos fiscais e alfandegários;Exigência de maior transparência nos métodos de regulação econômica;Acusação de desrespeito brasileiro à legislação de propriedade intelectual.

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Movimento de retração dos investimentos norte-americanos Desaceleração do crescimento

econômico estadunidense

Fim dos processos de privatizações

Crise monetária brasileira de 99

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Crise Econômica de 1999 Moratória russa, em 98

Ataque especulativo

Retração das reservas brasileiras

Assinatura de um novo acordo de ajuda com o FMI

Novo Regime de câmbio – desvalorização do Real

Aumento da Taxa de Juros – tentativa de evitar uma crise inflacionária

Aumento considerável da dívida externa

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Sucessão Presidencial Instabilidade argentina causa reflexos na

economia brasileira

Cenário político brasileiro gera incertezas tanto no interno quanto externamente

Candidato eleito, Lula, se compromete em honrar integralmente com os compromissos financeiros assumidos pelo seu antecessor, acalmando a situação

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Governo Lula

Brasil tem sua importância reduzida enquanto destino do IED americano;

Em 2007, o IED de origem brasileira na economia americana correspondia a mais de US$ 6 bi

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Comércio Brasil - Estados Unidos Década de 1990: importantes mudanças nas

transações bilaterais;

Exportações americanas versus brasileiras;

Déficits comerciais brasileiros pela valorização do Real;

Bens de capital e produtos hi-tech: foco das exportações norte-americanas;

2000: equilíbrio nas transações.

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Medidas discriminatórias aos 15 produtos mais exportados do Brasil;

Dificuldade das exportações brasileiras no ramo agrícola: barreiras protecionistas;

Capacidade de adaptação de algumas empresas, ex: fabricantes de suco de laranja;

Dificuldades na exportação de produtos manufaturados

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A Questão do Aço Após os ataques de 11 de setembro:

industrias americanas se viam como um caso de segurança nacional – sanções aos competidores estrangeiros;

“Declarações de representantes dos Estados Unidos e do Brasil revelaram, muitas vezes, um diálogo de surdos, envolvendo governo setores do empresariado e a mídia.” (p.89)

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Diplomacia Brasileira Cada vez mais o país se via pressionado pelas

medidas liberalizantes;

Adoção de medidas como: Estimular o diálogo com o setor legislativo

dos EUA ; Ampliar contatos na mídia e apoiar conexões

empresariais para flexibilizar as políticas protecionistas.

Mal-entendidos do comércio bilateral: impacto negativo a criação da Alca.

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A Dimensão Multilateral Sistema de Bretton Woods e Consenso de Washington: o laboratório do

Liberalismo?

OMC (1995): um novo marco institucional → o compromisso do Brasil com o regime de comércio multilateral;

A utilização de medidas de contingência aumentou;

Do GATT (bens) à OMC (bens e serviços) → um panorama*:

1) Multilateralismo: extinção das facilidades tarifárias diferenciadas;2) Nação mais favorecida: vantagens automaticamente ampliadas;3) Proibição de discriminações: fim das medidas que tenham por objetivo facilitar ou dificultar as transações entre dois ou mais países.

* Vide: http://www.inpi.gov.br/menu-esquerdo/patente/pasta_acordos/omc_html. Acesso em 16/11/2010.

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Pela liberalização do comércio mundial Uma nova investida: a Rodada de Doha

(2001-2005 → 2010?): → Concentra-se nos acordos estabelecidos na

Rodada Uruguai (1986-1994), que havia lançado as bases da OMC*;

Propostas: 1) fim dos subsídios à agricultura;

2) flexibilização das demandas de inclusão de novas questões na agenda de negociações.

Vide: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u424650.shtml. Acesso em 16.11.2010.

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A posição do Brasil Acordo sobre os Aspectos de Direitos de

Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Trips), de 1995 → favorece a diplomacia brasileira;

O coquetel anti-AIDS: Norte vs. Sul (EUA, Suíça, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Alemanha X Brasil + Índia);

Doha fracassa e as negociações são retomadas em 2003: criação do G-20 em Cancun, México;

Grupo dos 20 vs. ALCA (EUA).

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A dimensão regional A partir de meados dos anos 1990, os entendimentos

em torno da criação da Alca ganharam destaque nas relações entre Brasil e EUA;

Em 1994, durante a preparação da Cúpula de Miami, os EUA temeram que a resistência do Brasil pudesse constituir um sério obstáculo à criação da Alca, prevista para 2005;

Em setembro de 1996 ocorreu uma nova série de encontros preparatórios da Alca e o governo brasileiro assumiu uma posição afirmativa baseada em algumas premissas;

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A dimensão regional A partir da Cúpula de Santiago, a negociação

da Alca ganhou impulso, apesar do governo norte-americano não dispor da “via rápida”;

A partir da aprovação da Trade Promotion Authority em dezembro de 2001, as discrepâncias entre Brasil e EUA aumentaram;

No final do governo FHC, teve-se a última fase da negociação da Alca. Brasil e EUA foram decisivos para seu sucesso ou fracasso.

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Etapa Final de Negociações da ALCA Contexto: Ascensão de um líder de esquerda à

presidência preocupou o governo norte-americano. Para eliminar qualquer desconfiança, Lula procurou

assegurar o diálogo com a Casa Branca para que ambos os presidentes identificassem os interesses comuns.

O novo governo manteve as orientações econômicas do governo anterior.

A questão de maior destaque na relação bilateral ao longo da década de 2000 foi o processo de negociação da ALCA.

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Etapa Final de Negociações da ALCA Inicialmente, o governo Lula adotou uma posição

afirmativa nas negociações. Entre suas ações: aceitou o prazo de vigência do

Acordo (janeiro de 2005); Procurou liderar o entendimento entre Mercosul e

EUA.

No âmbito regional, o atraso na integração do Mercosul enfraquecia o bloco nas negociações hemisféricas.

Insatisfações internas com a política econômica levaram ao endurecimento da postura brasileira em relação à ALCA.

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Etapa Final de Negociações da ALCA A decisão norte-americana de diferenciar as

propostas de redução tarifária entre os países latino-americanos provocou competição entre eles, fortalecendo o poder negociador dos EUA.

Essa atitude levou à concepção de uma ALCA de alcance menor.

O governo brasileiro constatou, assim, que o custo político de se retirar da negociação poderia ser superior ao de permanecer.

A partir daí, o “controle de danos” tornou-se prioridade nas negociações brasileiras. 

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Etapa Final de Negociações da ALCA A redução da agenda, no entanto, não diminuiu o nível de tensão e

discórdia entre brasileiros e norte-americanos.

Predominava nos EUA a idéia de que o Brasil representava o principal obstáculo ao sucesso das negociações hemisféricas.

As pressões norte-americanas foram reforçadas com a proposta de vinculação entre o sucesso das negociações da ALCA e o apoio do FMI aos países envolvidos e com a implementação de dispositivos protecionistas no TPA.

O governo brasileiro tinha consciência que seu mercado era o principal atrativo para os EUA na concretização da ALCA. O país também possuía interesse em ampliar o acesso ao mercado norte-americano, o que explica em parte sua decisão de se manter na negociação.

Esforços empreendidos para aumentar o comércio com outras grandes economias e com a América Latina diminuíram o peso total dos EUA nas vendas externas do Brasil.

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Etapa Final de Negociações da ALCA A impossibilidade de harmonizar os interesses, combinada com

a fragmentação das negociações e o vencimento do prazo de conclusão ocasionaram o fracasso da ALCA.

  A instrumentalização do Acordo por parte dos líderes sul-

americanos como bandeira antiamericana evidenciou as precárias condições políticas para sua concretização. 

O Brasil contribuiu decisivamente para atravancar o processo negociador, mas sua atuação não se caracterizou por oposição ideológica.

Portanto, a recusa da proposta na IV reunião da Cúpula das Américas em 2005 apresenta caráter simbólico.

O abandono da ALCA desvencilhou o Brasil de uma proposta que, além de contar com alto grau de desaprovação, impedia-o de constituir sua própria agenda bilateral com os EUA.

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Considerações Finais Objetivo: mostrar que as relações econômicas entre

Brasil e EUA integram um contexto complexo e dinâmico que envolve diversos interesses, temas e atores.

O relacionamento bilateral sempre foi marcado por desafios decorrentes das negociações comerciais e das pressões financeiras e monetárias.

A existência de interesses convergentes entre os dois países abre caminho para uma cooperação mais estreita. Assim, as relações econômicas atuais tendem a se tornar mais amplas e complexas.