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AULA 58 CONTRATO DE ADESÃO 1 PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

CONTRATO DE ADESÃO - legale.com.br · cirurgia ortopÉdica de artoplastia. utilizaÇÃo de prÓtese importada. material cirÚrgico negado sob o argumento de cobertura de materiais

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AULA 58

CONTRATO DE ADESÃO

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Art. 54 do Código de Defesa do Consumidor

Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas

tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou

estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de

produtos ou serviços, sem que o consumidor possa

discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.

• Contrato de adesão • Contrato particular

(contrato de comum

acordo)

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Art. 54, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor

§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura

a natureza de adesão do contrato.

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Cláusula resolutória alternativa - Art. 54, § 3º, do

Código de Defesa do Consumidor

• Resolução do contrato (Resolução é o meio de

dissolução do contrato em caso de inadimplemento

culposo ou fortuito)

• Manutenção do contrato com a devolução das quantias

pagas, corrigidas monetariamente, descontada a

vantagem auferida pelo consumidor.

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Artigo 54, § 3º, do Código de Defesa do Consumidor

Os contratos de adesão escritos serão redigidos

em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis,

cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de

modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.

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Princípio da Legibilidade das Cláusulas Contratuais

Esse princípio está relacionado com o princípio da

transparência (art. 4º do CDC) e o princípio da informação

(art. 6º, inc. III, do CDC)

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Artigo 54, § 4°, do Código de Defesa do Consumidor

As cláusulas que implicarem limitação de direito

do consumidor deverão ser redigidas com destaque,

permitindo sua imediata e fácil compreensão.

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APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E

REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. RECUSA NA AUTORIZAÇÃO DE EXAME MÉDICO PELO

PLANO DE ASSISTÊNCIA A SAÚDE. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA.

INCONFORMISMO DA PARTE RÉ. 1- Aplicação do CDC ao caso, uma vez que autor e réu se

amoldam aos conceitos de consumidor e fornecedor previstos nos artigos 2º e 3º da Lei 8.078/90.

Incidência do verbete 469 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça; 2- Obrigações assumidas

pelas operadoras de planos de saúde, às quais os consumidores aderem por força da própria

natureza (adesão), que devem ser interpretadas e aplicadas à luz dos princípios da boa-fé objetiva

e da equidade (art. 4º, 7º e 51 do CDC). As cláusulas contratuais devem ser interpretadas de

maneira mais favorável ao consumidor (art. 47 do CDC); 3- Estando a doença dentro da cobertura

do plano de saúde, a negativa em autorizar determinado exame ou medicamento reputa-se como

comportamento abusivo por parte da seguradora, atraindo a aplicação do art. 51, IV, do CDC, ou

seja, ensejando em nulidade da cláusula contratual que assim dispõe. Precedente do STJ; 4-

Direito à saúde como direito fundamental. Função social do contrato do plano de atendimento à

saúde frustrada no presente caso; 5- Inadimplemento obrigacional que viola a dignidade da pessoa

humana, atingindo os direitos da personalidade, é apto a ensejar a condenação em danos morais.

Verbetes nº 75 e 339 do TJRJ. Enunciado nº 411 da V Jornada de Direito Civil do Conselho da

Justiça Federal/STJ; 6- Indenização arbitrada pelo juízo a quo em R$ 6.000,00 (seis mil reais) se

mostrou razoável e proporcional ao dano experimentado pelo autor, razão pela qual não deve ser

modificada; 7- Sentença mantida em julgamento monocrático. Negado provimento ao recurso.

Honorários advocatícios majorados em 2% do valor da condenação, nos termos do art. 85, §11, do

CPC. 0001353-56.2017.8.19.0202 - APELAÇÃO Des(a). MARCO AURÉLIO BEZERRA DE MELO -

Julgamento: 05/02/2018 - DÉCIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL (05/02/2018)

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Resilição unilateral do contrato por parte da operadora do plano de

saúde durante internação de paciente (titular ou dependente)

APELAÇÃO CÍVEL – PLANO DE SAÚDE – Ação para manutenção de

plano de saúde coletivo – Resilição unilateral imotivada da seguradora –

Sentença de procedência – Manutenção - Contrato relacional que não

comporta resilição unilateral imotivada por parte da operadora do plano

de saúde – Inteligência do artigo 13, parágrafo único, inciso II da Lei nº

9.656/98 – Recurso não provido. TJSP; Apelação 1123191-

03.2016.8.26.0100; Relator (a): José Carlos Ferreira Alves; Órgão

Julgador: 2ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 9ª Vara

Cível; Data do Julgamento: 09/02/2018; Data de Registro: 09/02/2018)

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Art. 13 da Lei n. 9.656/98

Os contratos de produtos de que tratam o inciso I e o

§ 1o do art. 1o desta Lei têm renovação automática a partir

do vencimento do prazo inicial de vigência, não cabendo a

cobrança de taxas ou qualquer outro valor no ato da

renovação.

III - a suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, em

qualquer hipótese, durante a ocorrência de internação do

titular

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A operadora do plano de saúde não pode fixar

número de sessões de tratamento médico. Exemplo: 40

sessões de fisioterapia.

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Apelação - Plano de saúde - Limitação a vinte sessões anuais de

fisioterapia - Abusividade reconhecida - Sessões que devem ser

ilimitadas, em número suficiente ao restabelecimento do paciente -

Inteligência do Código de Defesa do Consumidor - Incidência da

Súmula 102 deste Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo -

Indicação do tratamento adequado cabe ao médico especialista –

Precedentes - Danos morais não caracterizados - Inadimplemento

contratual - Situação que não ultrapassou o aborrecimento ou dissabor

cotidiano, diante das circunstâncias verificada na espécie - Inexistência

de lesão a direito da personalidade - Indenização indevida -

Sucumbência recíproca - Recurso parcialmente

provido. (TJSP; Apelação 0005098-81.2015.8.26.0505; Relator

(a): J.B. Paula Lima; Órgão Julgador: 10ª Câmara de Direito Privado;

Foro de Ribeirão Pires - 1ª Vara; Data do Julgamento: 06/02/2018; Data

de Registro: 07/02/2018)

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Art. 46 do CDC

Os contratos que regulam as relações de consumo

não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a

oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu

conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos

de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e

alcance.

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PLANO DE SAÚDE – NEGATIVA DE COBERTURA INTEGRAL A

PROCEDIMENTO PRESCRITO POR MÉDICO - IMPOSSIBILIDADE –

Segurado internado em UTI que foi submetido a fisioterapias motoras e

respiratórias, necessárias à obtenção da alta médica – Recusa de custeio, por

parte da ré, sobre o fundamento de exclusão de cobertura a tratamento de

reabilitação – Contrato que conta, contudo, com previsão de até 40 sessões de

fisioterapia em casos de acidente – Interpretação de cláusulas dúbias que deve

se dar da forma mais favorável ao consumidor, que não é obrigado a

compreender quais modalidades fisioterápicas se enquadram no conceito de

reabilitação e quais delas são limitadas a 40 sessões – Ademais, em se tratando

de enfermidade cujo tratamento conta com previsão médica, é abusiva a

negativa, vez que a terapia é etapa necessária à obtenção da cura, sob pena de

esvaziamento do próprio contrato – Inteligência da Súmula 96 deste Tribunal –

Dano moral caracterizado – Condenação mantida – Honorários recursais

devidos - RECURSO DESPROVIDO. (TJSP; Apelação 1008131-

79.2016.8.26.0100; Relator (a): Angela Lopes; Órgão Julgador: 9ª Câmara de

Direito Privado; Foro Central Cível - 22ª Vara Cível; Data do Julgamento:

30/01/2018; Data de Registro: 01/02/2018)

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Art. 31 do CDC

A oferta e apresentação de produtos ou serviços

devem assegurar informações corretas, claras, precisas,

ostensivas e em língua portuguesa sobre suas

características, qualidades, quantidade, composição, preço,

garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados,

bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e

segurança dos consumidores.

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Termos claros

• Evitar o uso de linguagem técnica ou inacessível

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Informações precisas e caracteres ostensivos

• Termos vagos e ambíguos

• Caracteres ostensivos:

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APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. CONTRATO

DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. VITASERV. PRESTADORA DE SERVIÇOS COM

NATUREZA ASSOCIATIVA SEM FINS ECONÔMICOS. CONDIÇÃO QUE NÃO OBSTA A

CARACTERIZAÇÃO DE RELAÇÃO DE CONSUMO E A APLICAÇÃO DAS NORMAS DO

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. NECESSIDADE DE

CIRURGIA ORTOPÉDICA DE ARTOPLASTIA. UTILIZAÇÃO DE PRÓTESE IMPORTADA.

MATERIAL CIRÚRGICO NEGADO SOB O ARGUMENTO DE COBERTURA DE

MATERIAIS NACIONAIS. RELATIVIZAÇÃO DO PACTA SUNT SERVANDA.

INTERPRETAÇÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS DE FORMA MAIS FAVORÁVEL AO

CONSUMIDOR. COBERTURA DEVIDA. DEVER DE AUTORIZAR TODOS OS MATERIAIS

NECESSÁRIOS AO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO PARA O RESTABELECIMENTO DO

USUÁRIO. SENTENÇA MANTIDA. LITIGÂNCIA DE MÁ FÉ CONFIGURADA.

CONDENAÇÃO EX OFFICIO, NOS TERMOS DO ART. 17, V E ART. 18, § 2º, DO CPC.

RECURSO NÃO PROVIDO. "O Código de Defesa do Consumidor consagra o princípio da

transparência e harmonia das relações de consumo (art. 4º), definindo como abusiva a

cláusula que coloque o consumidor em desvantagem exagerada, ou seja, incompatível com a

boa-fé e equidade (art. 51, IV), preceituando que as cláusulas contratuais serão interpretadas

de maneira mais favorável ao consumidor (art. 47), impondo-se, nos contratos de adesão,

que estes sejam redigidos em termos claros de modo a facilitar sua compreensão (art. 54, §

3º)". (AC n. 2000.010873-1, Rel. Des. Carlos Prudêncio, DJ de 26-4-2002). (TJSC, Apelação

Cível n. 2012.088482-9, de Joinville, rel. Des. Carlos Prudêncio, Primeira Câmara de Direito

Civil, j. 23-04-2013).