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NCIH / DGST / HRT 1 Controle de bactéria multirresistente Módulo Especial VII Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar HRT, Revisão 2009

Controle de bactéria multirresistente resistentes ou intermediários à vancomicina (VRSA ou VISA) Staphylococcus aureus R ou I à vancomicina Enterococos resistente à vancomicina

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NCIH / DGST / HRT

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Controle

de bactéria

multirresistente

Módulo Especial VII

Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar

HRT, Revisão 2009

NCIH / DGST / HRT

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Controle de bactéria multirresistente 1- Conceitos Bactéria multirresistente (BMR): A caracterização de uma bactéria multirresistente depende de fatores clínicos, epidemiológicos e microbiológicos. Qualquer alteração do padrão de resposta ao tratamento usual de uma infecção ou dos resultados dos testes de sensibilidade antimicrobiana de uma espécie de microorganismos deve ser avaliada quanto à necessidade de medidas especiais de controle de transmissão. Padrões de caracterização de multirresistência pelo antibiograma são apresentados no Anexo 1. Pessoa colonizada: qualquer pessoa que possui cultura positiva para BMR, mas não possui sinais ou sintomas de infecção causada pelo microrganismo. Cada BMR coloniza, geralmente, sítios específicos. Por exemplo, o MRSA coloniza a região anterior das narinas, as lesões cutâneas e, menos freqüentemente, o períneo, as axilas, o reto e a vagina. Enterococos colonizam intestino grosso e região genital. As mãos são provavelmente contaminadas a partir desses sítios. A pessoa colonizada pode transferir BMR para outras pessoas, atuando como portador transitório ou persistente. Portador persistente: pessoa que está persistentemente colonizada pelo BMR, em um ou mais sítios. A colonização pode persistir por tempo variável: semanas, meses ou anos. Paciente infectado: paciente que apresenta evidência clínica ou laboratorial de doença causada por BMR. Paciente com BMR: paciente colonizado e/ou infectado por BMR. 2- Aspectos epidemiológicos da transmissão de bactéria multirresistente Para fins didáticos pode-se considerar o seguinte modelo de transmissão de BMR nos hospitais:

Figura 1 Modelo epidemiológico de transmissão de BMR

Fonte de

Microrganismo

(Reservatório)

Hospedeiro

Suscetível

Via de transmissão: contato direto e indireto

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Reservatório: é o local onde a BMR subsiste, multiplica e/ou permanece continuamente. No hospital, o principal reservatório de BMR é o paciente colonizado ou infectado por esse agente. A importância do ambiente e das outras pessoas (profissional de saúde e acompanhante) é, na maioria das vezes, mínima. A introdução de BMR num hospital ocorre mais comumente por meio da admissão de um paciente colonizado ou infectado que atua como reservatório. No modelo apresentado, o reservatório pode-se constituir também em fonte, ao transmitir o microrganismo diretamente para um hospedeiro. Fonte de microrganismo: é o local onde o BMR está presente ao se transferir para o hospedeiro. Não necessariamente esse local fornece condições para a permanência contínua do agente. As mãos dos profissionais de saúde são as principais fontes de BMR no hospital. Ao cuidar de um paciente colonizado ou infectado com BMR, o profissional de saúde pode-se tornar portador da bactéria em suas mãos. A contaminação das mãos pode acontecer também a partir de sítios colonizados da própria pessoa ou a partir de artigos e superfícies contaminados com secreções, excreções, etc. Se não lavar as mãos de forma adequada ou se não trocar as luvas, ele pode transferir o BMR para outro paciente, para o ambiente ou mesmo colonizar sítios do seu próprio corpo. Embora, na maioria das vezes o profissional de saúde seja apenas um portador transitório, esse tempo pode ser suficiente para a disseminação de BMR.

Via de transmissão: é o modo como a BMR é transferido da fonte para o hospedeiro suscetível. A transmissão, predominantemente, ocorre através do contato direto ou indireto. Contato direto é a principal via de transmissão de BMR. Nessa situação é necessário o contato físico entre a fonte e o hospedeiro suscetível, o que geralmente ocorre através das mãos dos profissionais de saúde. Contato indireto ocorre através de um objeto intermediário. Roupas, luvas, instrumentos e outros artigos contaminados podem se interpor entre a fonte e o hospedeiro. Esta via é particularmente importante para os microrganismos com capacidade de sobrevivência no meio ambiente. Algumas BMR possuem grande capacidade de sobrevivência em objetos inanimados, inclusive em superfícies secas (Ex.: Enterococos e Acinetobacter baumannii). Hospedeiro suscetível: é o indivíduo com potencial de ser colonizado/infectado ao entrar em contato com BMR. Geralmente, o paciente é primeiro colonizado para depois tornar-se infectado. � Fatores do hospedeiro que propiciam uma maior vulnerabilidade à colonização e/ou

à infecção pelo BMR: paciente submetido à antibioticoterapia, sobretudo se prolongada e/ou de largo espectro, paciente com traqueostomia ou em hemodiálise, lesões cutâneas, etc.

� Fatores ambientais que aumentam a probabilidade de exposição ao BMR: hospitalização prolongada, restrição ao leito com total dependência da equipe de saúde, internação em setores onde BMR é freqüente (por ex.: UTI e unidade de tratamento de queimados), internação em leito próximo a um paciente com BMR, etc.

Todas essas situações predispõem, sobretudo ao contato direto por

meio das mãos dos profissionais de saúde.

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3- Medidas de controle de bactéria multirresistente A principal estratégia para interromper a transmissão de BMR em hospitais é estabelecer uma barreira entre a fonte de microorganismo e o hospedeiro:

Figura 2 Precauções para o controle de transmissão de BMR As precauções básicas e adicionais 1 são o principal conjunto de medidas para controlar a disseminação das bactérias multirresistentes e outros agentes infecciosos transmitidos, sobretudo pelo contato. A base da aplicação da aplicação das precauções é o desenvolvimento de um modelo de gestão participativa que permita alcançar a seguinte meta: “100% das vezes, 100% da equipe, 100% dos cuidados”. Comparando a um muro de tijolos, as precauções básicas correspondem à principal parte da altura de um muro e a existência de uma equipe multiprofissional estimulada e capacitada compara-se à base do muro. Querer construir as precauções básicas sem a base é estar sujeito à queda do muro. E pior, querer completar o muro com as precauções adicionais sem priorizar as precauções básicas é assentar tijolos no vazio. 4- “Meus cinco momentos para higiene das mãos”: uma leitura adaptada à nossa realidade Uma nova abordagem sobre higiene das mãos para o processo de entendimento, treinamento, monitoramento e comunicação em higiene das mãos foi proposta pela equipe do controle de infecção hospitalar do Hospital Universitário de Genebra (1). Este modelo está sendo indicado pela Aliança Mundial para a Segurança dos Pacientes (OMS) como ação estratégica para incrementar a segurança dos pacientes e profissionais. (Anexo 2 – Figuras 1 e 2) Essa abordagem coincide em parte com a proposta elaborada pelo NCIH/ HRT sobre precauções básicas e adicionais de contato (3). (Anexo 2 Figuras 3 e 4)

1 As precauções básicas nesta versão foram adaptadas para o controle de BMR em hospitais e serviços de saúde. Originalmente uma versão de maior abrangência está descrita no Manual de Precauções para o Isolamento Hospitalar. SES-DF (2002) ou no Módulo Básico de Controle de infecção Hospitalar (NCIH/HRT, Revisão 2004). As precauções básicas também incluem medidas para a proteção do profissional de saúde quanto ao respingo de sangue e líquidos orgânicos e a prevenção de acidentes com material perfurocortante.

Fonte de

Microrganismo

(Reservatório)

Hospedeiro

Suscetível

Precauções básicas e adicionais

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Em ambos os modelos, a definição conceitual de um espaço individualizado do paciente é o ponto central para o entendimento da transmissão de microrganismos pela via do contato (direto ou indireto). Partindo do conceito de duas superfícies: área do paciente & área de assistência que possuem a capacidade de trocar microbiota e de dois sítios: limpo & contaminado, foram definidos cinco momentos ou oportunidades para realizar a higiene das mãos.

As oportunidades de higiene das mãos são da responsabilidade de cada um e de toda a equipe.

5- Outras medidas para prevenir e controlar bactérias multirresistentes: Além da interrupção da via de transmissão, que são as principais medidas e que devem ser aplicadas de forma aplicação universal e permanente, outras estratégias envolvendo o hospedeiro suscetível e a fonte de microrganismos também devem ser aplicadas em algumas circunstâncias:

5.1 - Diminuir os fatores de risco do hospedeiro:

Figura 3: Reforçando as defesas do hospedeiro e diminuindo sua suscetibilidade Uso racional de antimicrobianos � Diagnosticar e tratar a infecção efetivamente, por meio de protocolos clínicos de

diagnóstico e terapia de infecções. Utilização criteriosa de procedimentos invasivos � Prevenir a infecção, preservando os mecanismos de defesa natural e, quando

estritamente necessário, introduzir e manter dispositivos invasivos de forma adequada. Diminuição do período de internação

Fonte

Hospedeiro

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5.2 - Reduzir a magnitude da fonte/ reservatório:

Figura 4: Eliminando ou reduzindo a magnitude da fonte de microrganismo Identificar pacientes com BMR � Na admissão quando provenientes de setores de risco (Ex.: UTI), realizar a vigilância

laboratorial de BMR – Consultar protocolos específicos de vigilância laboratorial para cada tipo de bactéria (NCIH/HRT)

� Assinalar o prontuário do paciente, indicando a “bactéria multirresistente” no formulário “Controle de Bactéria Multirresistente”, Anexo 4. Essa formulário deve ficar facilmente acessível, possivelmente na contracapa do prontuário Esta medida visa facilitar a identificação em casos de reinternação ou no seguimento ambulatorial.

Descolonizar (em geral somente o MRSA) e/ou tratar as infecções por BMR � Consultar Protocolo de Descolonização de MRSA (NCIH/HRT)

6 - Higiene das superfícies para o controle de bactéria multirresistente

A área ou unidade do paciente é o espaço físico hospitalar onde o paciente permanece a maior parte do tempo, durante o seu período de internação. Em geral, compreende o leito cama, o mobiliário e os equipamentos de uso exclusivo do paciente, o piso e as paredes próximas ao leito. Cada setor deve possuir uma padronização que atenda as particularidades da assistência ao paciente. (Consultar Protocolo que exemplifica a distinção da área do paciente - NCIH/HRT) A composição da unidade do paciente tem implicações na definição da área do paciente e da área da assistência. A partir desta caracterização, são definidos os cuidados de organização e higienização dessa área, respeitando o caráter individualizado de cada paciente e sua área e evitando a troca de microbiota com a área da assistência e com a de outros pacientes. A higiene das superfícies compreende os processos de descontaminação, limpeza e desinfecção. Quando o paciente está em precauções básicas, a limpeza concorrente diária da área do paciente deve ser feita após a arrumação da cama. No mínimo, esta higienização deve compreender a limpeza com detergente e pano úmido (de uso único) da grade lateral, das manivelas, do suporte de soro e dos painéis de equipamentos. Quando houver contaminação com matéria orgânica deve se realizar a desinfecção com álcool 70%, três aplicações. A tabela a seguir procura estabelecer as superfícies compreendidas na higienização conforme a situação. Quando o paciente está em precauções adicionais, inserir a desinfecção (em geral, álcool a 70%) sempre após a limpeza, independentemente da contaminação.

Fonte

Hospedeiro

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Anexo 1Caracterização pelo antibiograma das principais bactérias multirresistentes

BMR isolado antibiograma MRSA

Staphylococcus aureus R à oxacilina

Estafilococos resistentes ou intermediários à vancomicina (VRSA ou VISA)

Staphylococcus aureus R ou I à vancomicina

Enterococos resistente à vancomicina (VRE)

Enterococcus faecium e, menos freqüentemente, E. faecalis

R à vancomicina

BGN hiperprodutoras de beta-lactamases (AmpC)2

-Grupo CESP: Citrobacter spp.; Enterobacter spp.; Serratia marcescens.; Providencia stuartti; Proteus vulgaris; -outras BGN: AmpC plasmidial

Difícil caracterização da resistência antimicrobiana em laboratórios clínicos3. R à ceftazidima e/ou à cefotaxima, ceftriaxona , aztreonam, penicilinas anti-pseudomonas.

BGN produtoras de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL)

Eschericia coli e Klebsiella spp., principalmente -outras BGN

R às cefalosporinas e penicilinas em geral (também ao aztreonam)

Enterobactérias produtoras de carbapenemase (KPC)

Klebsiella spp. (KPC) e outras Enterobacteriaceae

R à imipenem e/ou meropenem

Pseudomonas Pan-resistente

Pseudomonas aeruginosa R à imipenem e/ou meropenem, amicacina, ciprofloxacino, cefalosporinas em geral.

Acinetobacter Pan-resistente

Acinetobacter baumannii/ haemolyticus

R à imipenem e/ou meropenem

Bactérias naturalmente multirresistentes

Burkholderia cepacia e Stenotrophomonas maltophilia

2 Existe dificuldade laboratorial para a detecção de cepas estavelmente desreprimidas, obrigando análise da situação epidemiológica em conjunto com o NCIH. 3 A resistência pode se manifestar após início de terapia com beta-lactâmicos. A confirmação é feita através do monitoramento do perfil de sensibilidade no 3-4 º dia de tratamento com antibióticos indutores de beta-lactamases.

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Anexo 2: Precauções básicas e adicionais de contato 1. Área do paciente A distinção da área do paciente e da área da assistência é essencial para o entendimento de que as duas superfícies possuem potencial para a troca de microrganismos e a subseqüente disseminação de patógenos multirresistentes. O ponto fundamental é:

Cada paciente, os objetos e as superfícies em sua volta devem ser considerados como uma unidade individualizada, a área do paciente.

Dentro da área do paciente, dois sítios - limpo e contaminado – devem ser considerados adicionalmente para evitar a transmissão de microrganismos. 2. Manter sempre as precauções básicas4 para todos os pacientes Todas as vezes que entrar na área do paciente, observar os “5 cuidados” para evitar a troca de microbiota com a área da assistência. Esses cuidados compõem as precauções básicas para controlar a disseminação das bactérias multirresistentes e de outros agentes infecciosos transmitidos, sobretudo pelo contato.

1. Evitar o contato desnecessário com o paciente, com o leito e com objetos e equipamentos próximos. Evitar levar prontuários para as enfermarias.

2. Higienizar as mãos (higiene com água e sabão ou fricção com álcool)5 “ 5 momentos”.

3. Usar luvas quando houver possibilidade de contato úmido (sangue, secreções, excreções, pele não-íntegra, mucosas ou artigos contaminados com material orgânico).

4. Usar capote (avental de mangas compridas), durante procedimentos que possam sujar o uniforme ou o antebraço, por meio do contato ou respingo de líquidos orgânicos.

5. Usar artigos exclusivos (estetoscópio, termômetro, etc.) para cada paciente ou desinfetá-los após cada uso.

A organização e a higienização diária (concorrente) da unidade do paciente fazem parte das precauções básicas. A área da assistência também deve ser higienizada diariamente. Realizar a limpeza geral e, em caso de contaminação com matéria orgânica, também fazer a desinfecção localizada. Detalhamento dos cuidados e recursos necessários nos Quadros 1:

4 Adaptadas do Manual de Precauções para o Isolamento Hospitalar. SES-DF (2002) 5 Consultar o Módulo Especial II sobre “Higiene das mãos em estabelecimentos de Saúde”. NCIH-HRT, (Revisão 2007)

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Quadro 1 Precauções básicas6 Orientações Recursos Necessários Área do paciente: Distinguir os objetos que compõem a área do paciente

Em geral: leito, mesinha, bomba de infusão, monitor, respirador,.

Higienizar as mãos. Observar os “5 momentos” Friccionar com álcool 70% em gel ou lavar as mãos com água e sabão7.

Vestir capote quando houver possibilidade de contato com fontes importantes de contaminação ou sujar o antebraço e roupa, especialmente ao dar banho no leito e durante a fisioterapia.

Capote (avental de procedimentos) de mangas compridas

Usar luvas quando houver possibilidade de contato com sangue, secreções, excreções, pele não-íntegra, mucosas ou artigos contaminados.

Luvas de procedimentos

Ao terminar os procedimentos, retirar as luvas e o capote com técnica adequada, evitando o contato com a superfície externa contaminada do capote8.

Hamper, contenedor de resíduos com tampa.

Após retirar luvas e capote, higienizar as mãos. Friccionar com álcool 70% em gel ou lavar as mãos com água e sabão.

Usar artigos e materiais exclusivos para exame e cuidados com o paciente. Na falta de tensiômetro individualizado, recomenda-se o uso de papel toalha entre a pele e o manguito.

Artigos individualizados: estetoscópio, termômetro, tensiômetro, etc.

Os artigos reutilizáveis devem ser adequadamente limpos e desinfetados após o uso.

Para desinfecção: bola de algodão + álcool 70%, três aplicações9.

3. Precauções adicionais de contato As medidas de interrupção da transmissão por contato devem ser reforçadas (precauções de contato), quando da confirmação de colonização ou infecção por bactérias multirresistentes (item 6).Todas as vezes que cuidar de um paciente com precauções adicionais outros “5 cuidados” devem ser observados:

6. Definir e identificar a área do paciente. Quando possível internar em leito específico. Manter sinalização sobre as precauções adicionais de forma que a equipe profissional tenha conhecimento.

7. Usar luvas quando houver a possibilidade de contato com o paciente ou qualquer artigo ou superfície da área do paciente.

6 As precauções básicas são originadas das precauções universais. As medidas que incluem a biossegurança devem ser consultadas no Manual de Precauções para o Isolamento Hospitalar. SES-DF (2002) e no Módulo Especial IV Exposição de Risco Biológico, NCIH (2007), disponível no site www.saúde.df.gov.br (link Taguatinga > Controle de Infecção Hospitalar) 7 Consultar o Módulo Especial II sobre “Higiene das mãos em estabelecimentos de Saúde”. NCIH-HRT, (Revisão 2007), disponível no site www.saúde.df.gov.br (link Taguatinga > Controle de Infecção Hospitalar) 8 Em geral, as luvas são as últimas a serem vestidas e as primeiras a serem retiradas, exceto se for reutilizar o capote. 9 Exposição ao álcool: friccionar → deixar secar→ friccionar → deixar secar→ friccionar → deixar secar.

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8. Usar capote quando houver a possibilidade de contato com o paciente ou qualquer artigo ou superfície da área do paciente.

9. Distinguir equipe de cuidados. Na medida do possível, definir em cada turno de trabalho uma equipe específica para cuidar dos pacientes em precauções de contato, ou pelo menos evitar que todos cuidem de todos.

10. Limpeza e desinfecção geral (concorrente) da área do paciente.

Detalhamento dos cuidados e recursos necessários nos Quadros 2:

Quadro 2 Precauções adicionais de contato

Orientações Recursos Necessários Ainda que cada paciente possua uma área individualizada, pode ser necessário internar em leito específico com disponibilidade de banheiro privativo.

Quarto ou enfermaria específica

Manter sinalização sobre as precauções adicionais de contato bem visível e próxima ao leito.

Cartaz ou sinalização que toda a equipe tenha conhecimento do seu significado

Preferencialmente, manter equipe de saúde específica para cuidar dos pacientes em precauções de contato (coorte de profissionais).

Principalmente, enfermeiros e técnicos de enfermagem em número adequado.

Calçar luvas quando houver possibilidade de contato das mãos com o paciente ou qualquer artigo ou superfície.

Luvas de procedimentos

Vestir capote quando houver possibilidade de contato.

Avental de mangas compridas

O leito, as superfícies e os equipamentos na área do paciente e da assistência devem ser submetidos à limpeza e desinfecção geral concorrente (diária).

Para desinfecção: Solução de hipoclorito de sódio ou álcool 70%. No caso de equipamentos, observar as instruções do fabricante.

4. Equipe de Gestão Participativa A disseminação de bactérias multirresistentes é combatida com a disponibilidade de recursos (pessoal capacitado, material, estrutura física) e com a qualificação dos processos de trabalho. Esses processos são definidos, gerenciados e integrados por meio da equipe de gestão participativa da Unidade ou Setor. O planejamento ascendente e a educação permanente são os principais instrumentos da gestão participativa. O compromisso coletivo é indispensável para o alcance da meta:

A meta é que em 100% das vezes toda a equipe tenha 100% dos cuidados

Portanto, todas as equipes da Unidade (equipe médica, de enfermagem, de fisioterapia, de higienização, etc.) devem ser capacitadas para a aplicação integral e contínua das precauções básicas e adicionais como parte do Programa de Educação Permanente.

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5. Recomendações Gerais � Manter em funcionamento adequado todas as Unidades de Higiene das Mãos,

sobretudo os pontos de fricção com álcool. � Revisar rotina de limpeza e desinfecção da Unidade, principalmente de banheiros e

sanitários coletivos. � Profissionais de outros setores devem ser orientados e observados quanto à aplicação

das precauções básicas e adicionais. � Visitantes devem ser orientados sobre higiene das mãos e cuidados ao entrar no

ambiente individualizado do paciente (observar Normas de Visitantes e Acompanhantes do setor).

� No caso de paciente em precauções de contato, o acompanhante deve ser orientado e observado quanto à aplicação das precauções básicas e adicionais.

� Assinalar o prontuário do paciente, indicando a “bactéria multirresistente” no Formulário “Precauções Básicas e Adicionais de Contato Orientadas para o Controle de Bactéria Multirresistente”10 (Anexo 4). Esta medida visa facilitar a identificação em casos de reinternação ou de transferência para outro setor.

� Havendo necessidade de transportar ou transferir o paciente para algum setor, avisar com antecedência o setor para o qual está sendo transportado, de forma que seja atendido rapidamente e com as devidas precauções básicas e adicionais.

� Objetos utilizados no transporte devem ser desinfetados. 6- Outras medidas para prevenir e controlar bactérias multirresistentes � Prevenir a infecção, preservando os mecanismos de defesa natural e, quando

estritamente necessário, introduzir e manter dispositivos invasivos de forma adequada. � Diagnosticar e tratar a infecção efetivamente, por meio de protocolos clínicos de

diagnóstico e terapia de infecções e programa de educação permanente da equipe. � Indicar e escolher de forma racional os antimicrobianos, elaborar e implantar

protocolos clínicos e aperfeiçoar o uso observando propriedades de farmacodinâmica e farmacocinética dos medicamentos.

10 Este formulário deve ser facilmente acessível, possivelmente na contracapa do prontuário.

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Anexo 3: Figura 1 Precauções básicas para o controle de BMR

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Anexo 3: Figura 2 Precauções adicionais de contato para o controle de BMR

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Anexo 3: Figura 3 Área do paciente e área da assistência

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Anexo 3: Figura 4 “Meus cinco momentos de higiene das mãos”

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Anexo 4: Precauções básicas e adicionais de contato para o controle de BMR11 Paciente:

Bactéria multirresistente (assinalada) Isolado em: / / Material:

X Bactéria Antibiograma

MRSA Staphylococcus aureus R à oxacilina

Estafilococos Resistentes a Vancomicina (VISA / VRSA)

Staphylococcus aureus R ou I á vancomicina

Enterococos Resistentes a Vancomicina (VRE)

Enterococcus faecium e, menos freqüentemente, E. faecalis R à vancomicina

ESBL (beta-lactamases de espectro estendido)

Eschericia coli e Klebsiella spp. (e outras BGN) “ESBL”

Enterobactérias produtoras de carbapenemase

Klebsiella spp. (KPC) e outras Enterobacteriaceae R à imipenem e/ou meropenem

BGN hiperprodutoras de beta-lactamases AmpC

Citrobacter; Enterobacter; Serratia marcescens; Providencia stuartti; Proteus vulgaris; e outras BGN produtoras de beta-lactamases AmpC plasmidial

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Acinetobacter pan-resistente

Acinetobacter spp R a imipenem/meropenem

Pseudomonas pan-resistente Pseudomonas aeruginosa R à imipenem/meropenem e a outros antibacterianos, exceto polimixinas.

Bactérias naturalmente multirresistentes

Stenotrophomonas maltophilia e Burkolderia cepacia

A - Precauções Básicas (válidas para qualquer paciente, independentemente de Bactéria Multirresistente): Cada paciente, os objetos e as superfícies em sua volta devem ser considerados como uma unidade individualizada, a área do paciente. Todas as vezes que entrar na área do paciente, observar os “cinco cuidados” para evitar a troca de microbiota com a área da assistência: 1. Evitar o contato desnecessário com o paciente, com o leito e com objetos e equipamentos próximos. Evitar levar

prontuários ou qualquer material desnecessário para as enfermarias. 2. Higienizar as mãos (Friccionar com álcool 70% em gel ou lavar as mãos com água e sabão

13). Antes e após o

contato com o paciente ou com o ambiente do paciente (mesmo sem contato com o paciente), antes de procedimento em sítio limpo e após procedimento em sítio contaminado.

3. Vestir capote (avental de mangas compridas), durante procedimentos que possam sujar o uniforme ou o antebraço, por meio do contato ou respingo de líquidos orgânicos.

4. Usar luvas quando houver possibilidade de contato úmido (sangue, secreções, excreções, pele não-íntegra, mucosas ou artigos contaminados). Ao terminar os procedimentos, retirar as luvas e o capote com técnica adequada, evitando o contato com a superfície externa contaminada do capote

14. Após retirar luvas e capote,

higienizar as mãos. 5. Usar artigos exclusivos (estetoscópio, termômetro, etc.) para cada paciente ou desinfetá-los após cada uso. Na

falta de tensiômetro individualizado, recomenda-se o uso de papel toalha entre a pele e o manguito. Os artigos reutilizáveis devem ser adequadamente limpos e desinfetados após o uso. Para desinfecção: bola de algodão + álcool 70%, três aplicações

15.

B - Precauções adicionais de contato (somente no caso de paciente com cultura indicando Bactéria Multirresistente) Todas as vezes que cuidar de um paciente com precauções adicionais outros “cinco cuidados” devem ser observados: 6. Definir e identificar a área do paciente. Internar o paciente em leito específico, sobretudo quando é necessário

banheiro privativo. Manter sinalização sobre as precauções adicionais de forma que a equipe profissional tenha conhecimento.

7. Calçar luvas quando houver possibilidade de contato com o paciente ou qualquer artigo ou superfície da área do paciente.

8. Vestir capote quando houver possibilidade de contato. 9. Distinguir equipe de cuidados. Na medida do possível, definir em cada turno uma equipe específica para cuidar

dos pacientes em precauções de contato, ou pelo menos evitar que todos cuidem de todos. 10. Limpeza e desinfecção geral (concorrente) da área do paciente (diária). Recomendações Gerais: � Havendo necessidade de transportar ou transferir o paciente para algum setor, avisar com antecedência o setor para o qual está

sendo transportado, de forma que seja atendido rapidamente e com as devidas precauções básicas e adicionais. Objetos utilizados no transporte devem ser desinfetados.

� No caso de paciente em precauções de contato, o acompanhante deve ser orientado e observado quanto à aplicação das precauções básicas e adicionais.

11 Este formulário deve estar facilmente acessível, facilitando a identificação em casos de reinternação ou de transferência para outro setor. 12 Em relação às BGN produtoras de AmpC, é difícil a caracterização laboratorial. É necessária a análise da situação epidemiológica em conjunto com o Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar. 13 Consultar o Módulo Especial II sobre “Higiene das mãos”. Disponível no site www.saúde.df.gov.br >> Taguatinga > Controle de Infecção 14 Em geral, as luvas são as últimas a serem vestidas e as primeiras a serem retiradas, exceto se for reutilizar o capote. 15 Exposição ao álcool: friccionar → deixar secar→ friccionar → deixar secar→ friccionar → deixar secar.