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Corona 13082020
Conselho Nacional de Justiça - CNJ Total de notícias: 104
Índice
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Correio Braziliense | NacionalCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /
STF julga ação sobre antifas dia 19Política - 13/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário - Judiciário, CNJ - Humberto Martins /
Crime com padrão racialBrasil - 13/08/2020
Folha de S. Paulo | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, CNJ - Humberto Martins /
Juíza associa homem a grupo criminoso 'em razão da sua raçaCotidiano - 13/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
PAINELPoder - 13/08/2020
CNJ - Dias Toffoli, Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF /
STF veta novos processos a ministro próximo de se aposentarPoder - 13/08/2020
O Estado de S. Paulo | NacionalCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /
Supremo aprova aumento de 3,74% no orçamentoPolítica - 13/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Judiciário /
A proposta orçamentária do TJSPNotas e Informações - 13/08/2020
CNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /
'Nós respeitamos o teto de gastos, afirma BolsonaroEconomia - 13/08/2020
CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário - Judiciário, CNJ - Humberto Martins /
Juíza do Paraná liga raça a ato criminosoMetrópole - 13/08/2020
O Globo | NacionalCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF /
Plenário do STF vai julgar ação contra dossiê sobre servidores
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País - 13/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Judiciário /
Juíza será investigada por citar raça de réu em condenaçãoSociedade - 13/08/2020
CNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /
MP pede condenação de Crivella por abuso de poder políticoPaís - 13/08/2020
Valor Econômico | NacionalCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /
STF aprova regra sobre sorteios na CortePolítica - 13/08/2020
A Tribuna de Santos | São PauloCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /
Juíza menciona “raça” em pena no PRBrasil - 13/08/2020
Correio 24 Horas | BahiaCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /
'Raça' é usada porjuíza em pena no ParanáNoticias - 13/08/2020
Diário do Comércio - MG | Minas GeraisCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
Supremo aprova o orçamento para 2021Legislaçao - 13/08/2020
CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
Empresários cobram segurança jurídicaLegislaçao - 13/08/2020
Brasil 247 | NacionalCNJ - Humberto Martins /
Silvio Almeida diz que retratação de juíza é irrelevante e sua sentença com base na raçaprecisa ser anuladaNotícias - 12/08/2020
Carta Capital Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
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Juíza diz que homem é integrante de grupo criminoso 'em razão de sua raça'Noticias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Em meio à pandemia, STF mantém presa idosa com câncerNoticias - 12/08/2020
Correio do Estado | Mato Grosso do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /
'Esforços despendidos versus resultados obtidos, a conta foi negativa'Noticias - 13/08/2020
Estadão Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
TJ paulista quer ampliar gastos em R$ 6,8 bilhõesPolítica - 12/08/2020
Extra online | Rio de JaneiroCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
OAB pede investigação por crime de racismo após juíza do Paraná citar três vezes a raçade um réu negro ao condená-loBrasil - 13/08/2020
Folha Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Kim Kataguiri aciona CNJ contra prêmio de R$ 100 mil para desembargadores de SPcolunas e blogs - 12/08/2020
Gazeta do Povo | ParanáCNJ - Humberto Martins /
CNJ vai apurar conduta de juíza acusada de racismo; magistrada se desculpouNotícias - 12/08/2020
Isto é Dinheiro Online | NacionalCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /
'Raça' é usada por juíza em pena no ParanáGiro - 13/08/2020
Metrópoles | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Justiça edita norma e permite presença de pais em casamentos civis no DF
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Notícias - 12/08/2020
O Antagonista | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Toffoli faz comemoração no CNJ e quem paga é vocêNotícias - 12/08/2020
O Estado CE Online | CearáCNJ - Humberto Martins /
Privatização é só da boca para fora, no CongressoOpiniao - 13/08/2020
O Estado de S. Paulo - Blogs | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Recuperação judicial, covid-19 e tutela provisóriaFausto Macedo - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Toffoli marca para 19 de agosto julgamento de ação da Rede sobre dossiêFausto Macedo - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Alterações na Lei de Recuperação Judicial podem não ser suficientes para superar a criseFausto Macedo - 12/08/2020
O Globo Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Justiça em Números /
Justiça à distânciaOpinião - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
STF quer aumentar em R$ 26 milhões orçamento para 2021Brasil - 12/08/2020
UOL | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Já passou da hora de os negros brasileiros serem tratados como judeusNotícias - 12/08/2020
CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /
'Raça' é usada por juíza em pena no Paranácotidiano - 13/08/2020
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Valor Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
Presidente da Abag vê setor privado como artífice do desenvolvimento da AmazôniaBrasil - 12/08/2020
Bahia Notícias | BahiaCNJ - Humberto Martins /
TRT-BA pode abrir processo contra juiz por 33 licenças médicas e participar de leilõesNotícias - 12/08/2020
Bem Paraná Online | ParanáCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
CNJ abre investigação sobre sentença racista em CuritibaNotícias - 13/08/2020
Congresso em Foco Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Parlamentares pedem ação do CNJ contra juíza que usou raça ao condenar réuNotícias - 12/08/2020
Consultor Jurídico | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Conciliação /
Judiciário cresce diante da calamidade e de ameaças ao Estado de DireitoNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Alienação eletrônica dispensa atos do juízo do local do bem penhoradoNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
TJ-SP edita resolução sobre serviço voluntário no Judiciário paulistaNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
MPF seleciona projetos para monitorar acessibilidade de sites do governoNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Trecho ambíguo de decisão no Paraná causa polêmica racialNotícias - 12/08/2020
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CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /
Corregedor abre procedimento para apurar conduta de juíza do ParanáNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /
Desmatamento e grilagem na Amazônia preocupam empresários e JudiciárioNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /
Cúpula do Judiciário prestigia lançamento do Anuário da Justiça Brasil 2020Notícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
STF aprova proposta orçamentária de R$ 712,4 milhões para 2021Notícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Cai número de mortes por acidente, mas dispara óbitos em casaNotícias - 12/08/2020
Folha de Pernambuco | PernambucoCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins, Judiciário - Conciliação /
TJPE celebra 198 anos na quintaNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Kim Kataguiri aciona CNJ contra prêmio de R$ 100 mil para desembargadores de SPNotícias - 12/08/2020
Jornal de Brasília | Distrito FederalCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /
'Raça' é usada por juíza em pena no ParanáNotícias - 13/08/2020
Noticiário STF | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Presidente e ministros do STF participam de cerimônia virtual de lançamento do Anuárioda Justiça Brasil 2020Notícias STF - 12/08/2020
O Estado do Maranhão | MaranhãoCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
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5ª Vara Criminal divulga medidas de prevenção à Covid-19Notícias - 12/08/2020
O Progresso | Mato Grosso do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Em Dourados, 270 mulheres pediram medidas de proteção na pandemiaNotícias - 12/08/2020
O Sul | Rio Grande do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
O Conselho Nacional de Justiça autoriza videoconferência em processos com adolescentesNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /
O Conselho Nacional de Justiça abre procedimento contra a juíza que disse que homemnegro era 'integrante de grupo criminoso em razão de sua raça'Notícias - 12/08/2020
Tribuna Hoje - AL | AlagoasCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Juíza Carolina Valões capacita farmacêuticos sobre combate à violência domésticaNoticias - 12/08/2020
Diário do Poder | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
CNJ afastará desembargador boçal de SP dia 25Noticias - 13/08/2020
Jota | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Estados pedem ao STF suspensão de ações sobre responsabilidade por terceirizadoNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
STF exclui ministros que estejam a 60 dias da aposentadoria de distribuição de açõesNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça /
Guedes envia esclarecimentos ao STF contra pedido para afastá-lo de MinistérioNotícias - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Conciliação /
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Pandemia pode deixar legado de corrupção maior que a Lava Jato, diz procuradorNotícias - 13/08/2020
Globo News | NacionalCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /
Conselho Nacional de Justiça determina apuração da conduta da juíza do ParanáGlobo Repórter - 13/08/2020
CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /
CNJ apura conduta de juíza do Paraná que mencionou cor de réuDiálogos com Mario Sergio Conti - 13/08/2020
TV Justiça | Rio de JaneiroCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /
Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso se reúnem com lideranças empresariaisJornal da Justiça - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ /
CNJ promove reunião pública sobre igualdade racialJornal da Justiça - 12/08/2020
CNJ - Dias Toffoli /
Suspensão de prazos de processos físicos é prorrogada até 20 de setembroJornal da Justiça 2ª Ediçao - 12/08/2020
CNJ - Humberto Martins /
Corregedor abre procedimento para apurar conduta de juíza do PRJornal da Justiça 2ª Ediçao - 12/08/2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ /
CNJ publica resolução sobre audiências de atos infracionais praticados por adolescentesJornal da Justiça 2ª Ediçao - 12/08/2020
Band News (Rio de Janeiro) | Rio de JaneiroCNJ - Corregedor(a) Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /
O Ministro Humberto Martins determinou agora pouco que seja aberto inquérito paraapurar a conduta da juízaNotícias - 12/08/2020
Bandeirantes (São Paulo) | São PauloCNJ - Corregedor(a) Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /
Decisão sobre o futuro do desembargador Eduardo Siqueira já tem data marcada
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Noticias - 13/08/2020
Correio Braziliense | NacionalJudiciário - STF /
Mais baixas à vistaPolítica - 13/08/2020
Judiciário - STF /
Dinheiro da Lava-Jato vai para militares na AmazôniaBrasil - 13/08/2020
Folha de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /
Saída de Datena embaralha disputa para vice de CovasPoder - 13/08/2020
Judiciário - STF /
MÔNICA BERGAMOIlustrada - 13/08/2020
O Estado de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /
Procuradoria cita abuso de poder religioso em ação contra CrivellaPolítica - 13/08/2020
Judiciário - Judiciário /
TJ de São Paulo gasta R$ 13,5 milhões em 'vantagens pessoaisPolítica - 13/08/2020
Judiciário - Judiciário /
A debandadaNotas e Informações - 13/08/2020
Judiciário - STF /
Verba da Lava Jato para Amazônia ficou com a DefesaMetrópole - 13/08/2020
O Globo | NacionalJudiciário - STF /
CARLOS ALBERTO SARDENBERG - Liberou geral?Opinião - 13/08/2020
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Valor Econômico | NacionalJudiciário - STF /
STF vai julgar produção de dossiê por ministérioPolítica - 13/08/2020
Judiciário - Judiciário /
Estados contratam sem consulta jurídicaPolítica - 13/08/2020
Judiciário - STF /
Guedes diz que MPF atua de forma “nefasta”Política - 13/08/2020
Judiciário - Judiciário /
Delação de Messer é homologada, com devolução de R$ 1 biPolítica - 13/08/2020
Judiciário - STF /
“Se houver fracasso, povo vai atribuir às Forças Armadas”Política - 13/08/2020
Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF /
STF começa a julgar aplicação do IPCA-E em dívida trabalhistaLegislação & Tributos - 13/08/2020
G1.Globo | NacionalJudiciário - Sistema Carcerário /
Familiares de presas reclamam de falta de informações na Penitenciária de Três CoraçõesSul de Minas - 12/08/2020
Judiciário - Conciliação /
Pela internet, centros de resolução de conflitos ajudam de forma gratuita população compendências judiciaisPernambuco - 12/08/2020
O Liberal - Belem | ParáJudiciário - PJE /
Comissão da Alepa aprova PL que suspende, até 2021, validade dos concursos públicosNotícias - 12/08/2020
Alagoas 24Horas | AlagoasJudiciário - Conciliação /
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Juíza idealiza projeto para preservar vínculos familiares em processos de guarda evisitaçãonotícias - 12/08/2020
Consultor Jurídico | NacionalJudiciário - Conciliação /
Pandemia impulsionou a transformação digital no Judiciário, diz Dias ToffoliNotícias - 12/08/2020
Diário do Centro do Mundo | NacionalJudiciário - Sistema Carcerário /
Casos de covid-19 no sistema carcerário aumentam 72,4% em um mêsNotícias - 12/08/2020
Estado de Minas online | Minas GeraisJudiciário - Conciliação /
Em plena pandemia de COVID-19, tensão marca reintegração de posse no Sul de MinasNotícias - 12/08/2020
Judiciário - Conciliação /
MP vai à Justiça contra acordo de R$ 25 milhões firmado com empresas de ônibus emUberlândiaNotícias - 12/08/2020
Judiciário - Conciliação /
Governo Zema pede a suspensão de reintegração de posse no Sul de MinasNotícias - 12/08/2020
O Tempo - Super Notícia | Minas GeraisJudiciário - Conciliação /
Famílias do MST são desalojadas de terreno que ocupavam há 20 anos, no Sul de MGNoticias - 12/08/2020
Jota | NacionalJudiciário - Conciliação /
Pandemia, suspensão do atendimento presencial e audiências telepresenciaisNotícias - 12/08/2020
Judiciário - Justiça em Números, Judiciário - Conciliação /
As novas tecnologias e a verificação da incompetência territorial nos JECNotícias - 13/08/2020
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TV Justiça | Rio de JaneiroJudiciário - STF /
Alerj defende que a investigação contra senador seja mantida na segunda instânciaJornal da Justiça - 12/08/2020
Judiciário - STF /
Uso da Inteligência Artificial (IA) no STF é tema de liveJornal da Justiça - 12/08/2020
Judiciário - STF /
Confira decisão que define competências para julgar trabalho artístico infantilJornal da Justiça - 12/08/2020
Judiciário - STF /
STF retomou julgamento que trata de correção monetária de créditos trabalhistasJornal da Justiça 2ª Ediçao - 12/08/2020
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
STF julga ação sobre antifas dia 19
Clique aqui para abrir a imagem
Autor: Rosinei Coutinho/SCO/STF - 18/6/20
O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Dias Toffoli, marcou para 19 de agosto o
julgamento de uma ação da Rede sobre um
dossiê elaborado pelo governo contra 579
servidores federais e estaduais identificados
como integrantes do movimento antifascismo
("antifas"). Na ação, o partido pede à Corte a
abertura de inquérito na Polícia Federal para
investigar o caso. O tema vai ser discutido pelos
11 ministros em sessão plenária realizada por
videoconferência.
Na última terça-feira, o ministro da Justiça,
André Mendonça, se antecipou e encaminhou
ao Congresso uma cópia do relatório sobre
opositores do governo Jair Bolsonaro. O
documento, com cerca de 200 páginas, foi
entregue ao presidente da Comissão Mista de
Controle das Atividades de Inteligência (CCAI),
senador Nelsinho Trad (PSD-MS), antes que o
colegiado fizesse uma solicitação. Em nota, a
pasta também informou que a PF vai investigar
o vazamento do "dossiê".
A existência do documento feito pela Diretoria
de Inteligência da Secretaria de Operações
Integradas (Seopi) com informações sobre
servidores da área de segurança pública e da
educação, identificados com o movimento
antifascismo, foi revelada pelo portal UOL em
julho. Na sexta-feira passada, o ministro da
Justiça negou o termo "dossiê", afirmando que
remete a algo ilegal, mas admitiu que a pasta
monitorou opositores ao governo. Os
parlamentares só deverão ter acesso ao
relatório da pasta na semana que vem.
Em resposta enviada ao Supremo, na semana
passada, o Ministério da Justiça e Segurança
Pública disse que não investiga opositores do
governo e negou que produza dossiês. A pasta
disse ainda que não pode compartilhar com a
Corte informações de Inteligência produzidas
pela Seopi. A manifestação foi enviada ao
tribunal depois de a relatora do caso, Cármen
Lúcia, cobrar explicações.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
O ministério disse ainda que a produção de
relatórios em secretarias é "atividade essencial
para a segurança do Estado e dos cidadãos", e
que a Seopi "não se coloca a serviço de
grupos, ideologias e objetivos mutáveis e
sujeito às conjunturas político-partidárias". A
pasta defende o arquivamento da ação
apresentada pela Rede, sob argumento que o
partido não conseguiu demonstrar a existência
dos atos que descreveu.
Megadoleiro vai devolver R$ 1 bilhão
A Justiça Federal do Rio de Janeiro
homologou, ontem, a delação de Dário Messer,
o "doleiro dos doleiros". Ele foi preso na
Operação Câmbio, Desligo, desdobramento da
Lava-Jato. Além de cumprir até 18 anos de
prisão, Messer concordou em pagar multa de
R$ 1 bilhão. O esquema investigado envolve
R$ 1,6 bilhão em lavagem de dinheiro que
ocorre a partir do Paraguai. De acordo com o
Ministério Público Federal, documentos e
informações prestadas por Messer devem
ajudar na elucidação de diversos crimes,
inclusive o envio de dólar-cabo para o exterior
em esquemas de corrupção. Este R$ 1 bilhão
representa quase 99% do patrimônio conhecido
do doleiro. Neste valor estão incluídos imóveis,
obras de arte armazenadas no Paraguai, entre
outros bens.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli, Judiciário - STF
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Brasil
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Crime com padrão racial
Clique aqui para abrir a imagem
Autor: Sarah Teófilo
A decisão de uma magistrada se tornou um dos
assuntos mais comentados nas redes sociais
ontem, com reação de juristas e de instituições.
A juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara
Criminal do Tribunal de Justiça de Curitiba
(TJPR), citou uma questão de raça em uma
sentença, afirmando que o réu era
"seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça". O homem, Natan Vieira
da Paz, de 42 anos, é negro.
O caso é um processo envolvendo nove réus,
no qual Natan foi denunciado pela prática de
furto, roubo e organização criminosa. A
investigação apontou envolvimento do homem e
outras pessoas em roubos e furtos em praças
públicas de Curitiba. Na sentença, cita-se que
Natan é conhecido como "Neguinho".
Em depoimento, um policial civil diz que "o
grupo tentava parecer e se identificar como
pessoas com aparência comum da população".
O policial afirma que um integrante era um
"senhorzinho" de bigode; outro usava óculos "e
parecia mais intelectual, tentando parecer um
professor". "Fugindo desse padrão, estava
Natan, que era magro e negro, e de fácil
identificação, e por isso acredita que ele possuía
o encargo de despistar, estando sempre na
cobertura", diz o policial.
A sentença é de junho, mas ganhou
repercussão após a advogada de Natan, Thayse
Pozzobon, denunciar o caso nas redes sociais.
"Associar a questão racial à participação em
organização criminosa revela não apenas o
olhar parcial de quem, pela escolha da carreira,
tem por dever a imparcialidade, mas, também, o
racismo ainda latente na sociedade brasileira",
pontuou a defensora.
Para ela, "um julgamento que parte dessa ótica
está maculado". "Fere não apenas meu cliente,
como toda a sociedade brasileira. O poder
Judiciário tem o dever de não somente aplicar
a lei, mas também, através de seus julgados,
reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou
seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-
las como fez a magistrada ao associar a cor da
pele ao tipo penal", escreveu Thayse.
Ao Correio, a advogada disse: "Achei isso o
cúmulo. O processo discute crimes patrimoniais,
e isso não cabe interpretação de raça. Por isso
a minha indignação", afirmou.
Natan foi condenado a 14 anos e dois meses de17
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Brasil
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
reclusão, mas poderá recorrer em liberdade. O
TJPR informou, em nota, que a Corregedoria-
Geral do Tribunal "instaurou procedimento
administrativo para apurar fatos noticiados pela
imprensa relativos à sentença proferida pela
juíza".
Dubiedade
Em nota, a juíza Inês Marchalek Zarpelon
defendeu-se. Disse que "em nenhum momento
houve o propósito de discriminar qualquer
pessoa por conta de sua cor". "O racismo
representa uma prática odiosa que causa
prejuízo ao avanço civilizatório, econômico e
social. A linguagem, não raro, quando extraída
de um contexto, pode causar dubiedades.
Sinto-me profundamente entristecida se fiz
chegar, de forma inadequada, uma mensagem
à sociedade que não condiz com os valores
que todos nós devemos diuturnamente
defender", escreveu em nota publicada no site
da Associação dos Magistrados do Paraná
(Amapar).
"Em nenhum momento a cor foi utilizada -- e
nem poderia -- como fator para concluir, como
base da fundamentação da sentença, que o
acusado pertence a uma organização
criminosa. A avaliação é sempre feita com base
em provas. A frase foi retirada, portanto, de um
contexto maior, próprio de uma sentença
extensa, com mais de cem páginas", garantiu.
Inês não explicou, no entanto, o que quis dizer
ao falar sobre a raça de Natan, citada em três
momentos diferentes na sentença dele.
"Reafirmo que a cor da pele de um ser humano
jamais serviu ou servirá de argumento ou
fundamento para a tomada de decisões
judiciais. O racismo é prática intolerável em
qualquer civilização e não condiz com os
valores que defendo. Peço sinceras desculpas
se, de alguma forma, em razão da
interpretação do trecho específico da sentença
(pág. 117), ofendi a alguém", escreveu a juíza.
CNJ cobra providências; OAB declara repúdio
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu
à Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça do
Paraná (TJPR) que apure os fatos relativos à
sentença proferida pela juíza Inês Marchalek
Zarpelon no prazo de 30 dias, e que seja
remetido ao CNJ o resultado da apuração. O
pedido de providências foi feito pelo corregedor
nacional de Justiça, ministro Humberto
Martins.
Ainda ontem, a Ordem dos Advogados do
Brasil do Paraná (OAB-PR) repudiou a
fundamentação da magistrada. "A afirmação é
inaceitável e está na contramão do princípios
constitucional da igualdade e da não
discriminação. Cor e raça não definem caráter
e jamais podem ser utilizadas para
fundamentação de sentença", informou. O
órgão diz que solicitou ao TJ e ao Ministério
Púbico providência para a apuração dos fatos.
A Defensoria Pública do estado do Paraná
também divulgou nota de repúdio à
fundamentação da magistrada. "Não se pode
tolerar, de nenhuma forma e de quem quer que
seja, que a raça ou a cor da pele de uma
pessoa seja motivo de valoração negativa ou
influencie presunções sobre sua conduta e sua
personalidade, tampouco que fundamente juízo
condenatório ou maior repressão penal", frisou
o órgão.
A defensoria também convocou defensores
públicos para a formação de uma força-tarefa a
fim de verificar se há outros casos similares
proferidos pela mesma juíza e que não vieram
a público nos últimos 12 meses.
Presidente da Comissão Nacional de18
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Brasil
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Promoção da Igualdade (CNPI) da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Silvia Cerqueira
afirma que, independentemente do crime que a
pessoa tenha cometido, a postura não é
adequada para "alguém que está como
preposto do Estado para fazer justiça".
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário -
Judiciário, CNJ - Humberto Martins
19
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Cotidiano
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Juíza associa homem a grupocriminoso 'em razão da sua raça
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Autor: Katna Baran
A raça foi uma das características usadas para
associar um homem a um grupo criminoso em
Curitiba (PR). Nas palavras da juíza Inês
Marchalek Zarpelon, o réu Natan Vieira da Paz,
um homem negro de 48 anos, "seguramente"
integrava a organização, "em razão de sua
raça".
A frase foi repetida em três partes da sentença
de 115 páginas, da ia Vara Criminal de Curitiba.
A decisão é do dia 19 de junho, mas ganhou
repercussão com a revolta da advogada do réu,
Thayze Pozzobon, que compartilhou a sentença
nas redes sociais.
"Associar a questão racial à participação em
organização criminosa revela não apenas o
olhar parcial de quem, pela escolha da carreira,
tem por dever a imparcialidade, mas também o
racismo ainda latente na sociedade brasileira",
escreveu a advogada.
Após o impacto do caso, a Corregedoria do
Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) informou
em nota que instaurou procedimento
administrativo para apurar os fatos.
Natan, cujo apelido é "Neguinho", como detalha
apropria sentença, foi condenado a 14 anos e 2
meses de prisão, em regime fechado, além de
multa, por roubos e furtos praticados em
organização criminosa. Ele pode recorrer da
condenação em liberdade.
Ao fixar a pena, seguindo as diversas etapas
previstas em lei, que levam em conta as
circunstâncias do crime e as características do
acusado, a juíza apontou que Natan é réu
primário e que "nada se sabe sobre sua conduta
social", mas que a sua atuação merecia ser
valorada negativamente.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Cotidiano
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
"Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça", escreveu a magistrada.
Na sequência, ela afirmou que, no grupo
criminoso que integrava, ele e os demais réus
"causavam o desassossego e a desesperança
da população", fator que deveria ser
considerado para valorar negativamente as
condutas.
A característica usada para condenar Natan, no
entanto, não foi usada pela juíza para qualificar
nenhum dos outros seis réus julgados na
mesma sentença - outros dois foram citados
como participantes dos crimes, mas, como não
foram encontrados para citação, foram
separados do processo. Todos fariam parte de
um mesmo grupo suspeito da prática de
diversos frutos e roubos em Curitiba.
Ao cobrar providências, a advogada do réu
disse que a juíza ofendeu a Constituição ao
não considerar todos os acusados iguais
perante alei.
"Organização criminosa nada tem a ver com
raça, pressupor que pertencer a certa etnia te
levaria à associação ao crime demonstra que a
magistrada não considera to dos iguais,
ofendendo a Constituição. Um julgamento que
parte dessa ótica está maculado. Fere não
apenas meu cliente, como toda a sociedade
brasileira", escreveu na postagem.
Via Associação dos Magistrados do Paraná
(Amapar), a juíza divulgou uma nota em que
pede desculpas pelo ocorrido, mas afirma que
a frase foi "retirada de um contexto maior" e
que a cor da pele do réu não foi levada em
consideração para condená-lo.
"Em nenhum momento a cor foi utilizada - e
nem poderia - como fator para concluir, como
base da fundamentação da sentença, que o
acusado pertence a uma organização
criminosa. A avaliação é sempre feita com base
em provas", afirmou a juíza.
"Reafirmo que a cor da pele de um ser humano
jamais serviu ou servirá de argumento ou
fundamento para a tomada de decisões
judiciais. O racismo é prática intolerável em
qualquer civilização e não condiz com os
valores que defendo", concluiu na nota.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) abriu
investigação para apurar crime de racismo
cometido pela juíza. O corregedor nacional de
Justiça, Humberto Martins, concedeu 30 dias
para que a corregedoria do Tribunal de Justiça
do Paraná elucide os fatos.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, CNJ -
Humberto Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
PAINEL
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Autor: Camila Mattoso com Mariana Carneiro,
Guilherme Seto e Nathalia Garcia
Olho no olho
As agendas de Jair Bolsonaro em estados, em
clima de campanha, têm provocado incômodo e
desconfiança. Atacados durante o primeiro
semestre por causa de medidas durante a crise
do coronavírus, governadores agora veem o
presidente inaugurando obras em suas regiões.
Nesta quinta (13), mesmo sem ter sido
convidado, Bolsonaro deve se encontrar pela
primeira vez com um governador, Helder
Barbalho (MDB-PA), na inauguração de obra
que teve início no governo de Michel Temer.
CARONA
A viagem estava marcada inicialmente apenas
com a presença do ministro Rogério Marinho
(Desenvolvimento Regional). Depois, o
presidente avisou que também iria. Eles vão
entregar o Porto do Futuro, considerado novo
cartão postal da capital. A construção está em
andamento desde 2017, quando Barbalho ainda
era ministro da Integração Nacional.
SEM FALAR
Nos últimos dias, Bolsonaro foi a São Paulo,
Bahia e Piauí, onde saiu em fotos montado em
um cavalo, lembrando período eleitoral. Esses
governadores não receberam o presidente.
Todos são de oposição. O governo montou
cronograma de visita a obras até fim do ano. Só
o Ministério da lnfraestrutura entregará mais de
30 obras.
OK
"Será recebido com toda a responsabilidade e
deferência que um presidente da República
merece", diz Barbalho.
EXEMPLO
Presente na abertura dos cursos de formação
da PF, nesta terça (11), Bolsonaro mostrou mais
uma vez como trata o coronavírus. No final do
evento, o presidente avisou que tiraria a
máscara, dizendo não ser um problema já que
todos vão pegar a doença um dia. Disse que
está vivo mesmo depois de ter sido
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
contaminado.
HOME OFFICE
André Mendonça (Justiça) participou da
cerimônia por meio de videoconferência. Ele
está trabalhando em casa desde que sua
mulher e sua filha descobriram estar com o
vírus - já realizou um teste e esperava ainda o
resultado do segundo. Oito ministros já foram
diagnosticados com Covid-19.
LUPA
O procurador-geral da República, Augusto
Aras, designou Wilson Trezza, ex-diretor da
Abin, para uma comissão de Preservação da
Autonomia do Ministério Público. Trezza,
queficouno comando da agência por oito anos,
atuará como colaborador eventual. A
nomeação saiu no Diário Oficial nesta quarta
(12).
ÚLTIMA FORMA
A equipe econômica decidiu que vai reunir o
conteúdo das três propostas de emenda
constitucional que tramitavam no Senado antes
da pandemia. A avaliação é que não dá mais
tempo para votar os três projetos
separadamente, e a ideia é somar esforços
para facilitar o debate.
NOVO
As PECs criam gatilhos para o corte de
despesas obrigatórias e liberam dinheiro preso
em fundos. O objetivo é abrir espaço no
Orçamento e reduzir a pressão para furar o teto
de gastos. Um texto será elaborado pelo time
de Paulo Guedes e caberá a Davi Alcolumbre
(DEM-AP) definir o caminho para a votação.
PISTA
Um atalho pode ser inserir mudanças no texto
proposto pelo deputado Pedro Paulo (DEM-
R1), que já passou pela primeira etapa de
votação na CC1 (Comissão de Constituição e
Justiça). "Estou avisando há três anos que
haveria esse encontro com a realidade, que o
teto ia estourar, e eles nos ignoraram", diz o
deputado.
PAREM
O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) acionou o
Conselho Nacional de Justiça com um
pedido para que o Tribunal de Justiça de SP
seja impedido de pagar prêmio de até R$ 100
mü a desembargadores que participem das
Câmaras Extraordinárias recentemente
autorizadas.
BÃ"NUS
Como revelado pelo Painel, haverá um dia de
compensação para cada sete processos
julgados. Convertidos em dinheiro, o que é
possível de acordo com a disponibilidade
orçamentária do tribunal, esses dias somam
aproximadamente R$ 100 mil.
CLÁSSICO
Marcelinho Carioca (PSL-SP) brigará com outro
ex- jogador do Corinthians por uma vaga em
novembro. O ex-atacante Dinei também
lançará pré-candidatura a vereador de São
Paulo, só que pelo Republicanos. Ele já se
candidatou em 2012 e em 2014, mas não
conseguiu se eleger.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
TIROTEIO
Bolsonaro patina na implementação de internet
nas escolas. Não é novidade que não esteja
cumprindo o que anuncia
Do deputado Daniel Almeida (PCdoB) sobre
decisão do governo de não empenhar verba
prevista no orçamento para 2020
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
CNJ - Dias Toffoli
STF veta novos processos a ministropróximo de se aposentar
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Autor: Matheus Teixeira
Brasília O STF (Supremo Tribunal Federal)
decidiu, nesta quarta-feira (12), que ministros a
60 dias de suas aposentadorias não participarão
de sorteios para a escolha do relator de
processos.
Assim, em 1° de setembro o nome do ministro
Celso de Mello será retirado do sistema que
distribui todas as ações que são protocoladas
no Supremo e, na sequência, encaminhadas
para o gabinete de algum magistrado.
Atualmente, o ministro é relator do inquérito que
apura a veracidade das acusações do ex-
ministro Sérgio Moro de que o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) tentou violar a
autonomia da Polícia Federal. Decano da corte,
ele sairá do STF em i° de novembro, quando
completará 75 anos - idade da aposentadoria
compulsória.
A decisão foi tomada em sessão administrativa
da corte desta quarta.
A reunião, realizada por meio de
videoconferência, também aprovou a proposta
de orçamento do Supremo para 2021. A
previsão é que a corte gaste R$ 712,4 milhões,
valor R$ 25,7 milhões maior que o deste ano.
Em relação à restrição fixada para ministros
perto da aposentadoria estão ressalvados
processos que tenham conexão com outros
casos em curso no STF.
Nessas situações, aplica-se a chamada
prevenção, e o novo litígio é enviado ao ministro
que já relata matéria sobre aquele tema.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
CNJ - Dias Toffoli
O presidente da corte, ministro Dias Toffoli,
destacou que a regra já existe no STJ (Superior
Tribunal de Justiça). Inicialmente, Toffoli havia
proposto que a retirada ficasse a critério de
cada magistrado.
A sugestão de mudança veio do ministro Marco
Aurélio. "O objetivo é o melhor possível: evitar
que processo fique no gabinete aguardando o
sucessor do ministro que se afastará",
ressaltou Marco Aurélio, que irá se aposentar
em 13 de junho do ano que vem e, portanto,
estará fora do sorteio a partir de 13 de abril de
2021 Na mesma sessão administrativa foi
aprovada, também por unanimidade, a
proposta de orçamento do Supremo para 2021.
Toffoli alegou que o aumento em relação a este
ano, em que o valor ficou em R$ 686,7 milhões,
se deve à correção dos gastos em relação à
inflação.
O ministro afirmou que ainda teve de cortar R$
76,1 milhões do orçamento original elaborado
pelos técnicos do Supremo.
Agora, o presidente da corte encaminhará a
proposta ao Executivo, responsável por
consolidar o Orçamento da União e enviar ao
Congresso para aprovação.
Não há previsão de reajuste para os ministros
do Supremo, que atualmente ganham R$ 39,2
mil. O vencimento dos magistrados da cúpula
do Judiciário é usado como parâmetro para
estabelecer o teto constitucional. Assim,
qualquer aumento para os ministros poderia
criar o chamado efeito cascata e aumentar o
salário de outras categorias do serviço público.
Segundo a proposta, do total a ser gasto, R$
451,4 milhões serão destinados a "pessoal e
encargos sociais"; R$ 32 milhões em
"benefícios"; R$ 176 milhões em "outros cus-
teios e capital"; e R$ 52,9 mil em "despesas
financeiras".
Na sessão, Toffoli disse que neste ano foi
possível compartilhar gastos com outros
tribunais, o que facilitou aredução de custos.
Um exemplo é a TV Justiça, que era custeada
apenas pelo STF e, agora, tem os gastos
divididos com outras cortes superiores.
Após a aposentadoria compulsória de Celso de
Mello neste ano e a de Marco Aurélio em 2021,
o presidente Jair Bolsonaro indicará os nomes
dos substitutos, que devem ser aprovados em
seguida pelo Senado.
Bolsonaro já prometeu que uma das indicações
ao STF deve ser de um nome evangélico.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli, Judiciário - Judiciário, Judiciário -
STF
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
Supremo aprova aumento de 3,74%no orçamento
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O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou
ontem proposta orçamentária para 2021 no
valor de R$ 712,4 milhões, um salto de R$ 25,7
milhões em comparação à proposta aprovada
no ano passado para 2020 (R$ 686,7 milhões).
Segundo o STF, a proposta não inclui reajuste
salarial para os ministros da Corte, que recebem
mensalmente R$ 39,2 mil - teto do
funcionalismo público.
"O resultado (da proposta orçamentária de
2021) é a mera aplicação de índice inflacionário
sobre o orçamento de 2020, uma prática que
tem sido adotada desde a implantação do teto
constitucional de despesas", disse o presidente
da Corte, Dias Toffoli. O salto no valor da
proposta orçamentária de 2021, em relação à de
2020, é de 3,74%.
Segundo Toffoli, o orçamento foi elaborado com
a equipe de transição do próximo presidente da
Corte, Luiz Fux, que assumirá o comando do
tribunal no dia 10 de setembro. Fux disse que já
está em contato com a equipe econômica para
fazer eventuais ajustes. / RAFAEL MORAES
MOURA
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli, Judiciário - STF
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
A proposta orçamentária do TJSP
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Em meio a uma das maiores crises econômicas
enfrentadas pelo País, que reduziu
drasticamente a receita fiscal dos Estados,
obrigando-os a cortar gastos e suspender
investimentos, o Tribunal de Justiça de São
Paulo (TJSP) apresentou ao Executivo, ao qual
cabe elaborar o orçamento de 2021, uma
proposta irrealista. Foram pedidos R$ 19
bilhões, o que representa um aumento de 55%
com relação ao orçamento de 2020.
Nos três anos anteriores à crise fiscal causada
pela pandemia de covid-19, o orçamento do
Judiciário paulista ficou entre R$ 11,6 bilhões e
R$ 12,3 bilhões. Em termos absolutos, o TJSP
está pedindo quase R$ 7 bilhões a mais do que
recebeu em 2020. Entre outras justificativas, o
desembargador Pinheiro Franco alegou que o
aumento de mais de 50% no orçamento de 2021
decorre do crescimento dos gastos com folha de
pagamento. Dos R$ 19 bilhões pedidos ao
Executivo, o Tribunal prevê gastar R$ 14,5
bilhões somente com pagamento de salários e
despesas com pessoal. Esse valor é R$ 4,8
bilhões a mais do que o previsto para esse item
no orçamento de 2020. Segundo Pinheiro
Franco, a proposta orçamentária do TJSP para
o próximo ano foi formulada com base no que
chamou de "projeções ideais".
Isso dá a dimensão do irrealismo da Justiça
paulista, que é integrada por 360
desembargadores, mais de 2 mil juízes e cerca
de 43 mil servidores. Além de não ter levado em
conta as previsões sombrias sobre o
comportamento da economia no próximo ano, o
TJSP defende aumentos salariais justamente
num período em que a esmagadora maioria dos
brasileiros que não foram demitidos, por causa
da pandemia, vem sofrendo cortes em seus
vencimentos. Não bastasse isso, técnicos da
Secretaria de Orçamento e Gestão há meses
vêm chamando a atenção para o risco de o
TJSP ultrapassar, ainda em 2020, a marca de
6% de gastos com pessoal prevista pela Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Num momento em que o Executivo está prestes
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
a mandar para a Assembleia um projeto de lei
que prevê extinção de estatais, um corte linear
de 20% em benefícios fiscais e a criação de
programas de demissão voluntária na
administração indireta, para tentar
compatibilizar os gastos com uma arrecadação
em queda, no exercício de 2021, não é simples
retórica perguntar se, do ponto de vista do
interesse público, faz sentido conceder
reajustes salariais a magistrados que formam
uma das mais bem pagas corporações do
funcionalismo.
Segundo dados do Conselho Nacional de
Justiça, na Justiça paulista a média de
remuneração líquida - portanto, com a dedução
de impostos e contribuições - é de R$ 39,2 mil.
Pela Constituição, o teto do funcionalismo em
vigor é de R$ 39,2 mil brutos. Essa é uma
forma nada sutil de burlar o teto, graças aos
chamados "penduricalhos" benefícios
financeiros que os tribunais concedem aos
seus membros e que não são levados em
conta para o cálculo do teto. Recentemente, os
jornais divulgaram que, sob a justificativa de
reduzir o número de processos em tramitação,
o TJSP está planejando criar câmaras
extraordinárias pagando diárias extras aos
desembargadores deslocados para esse
trabalho, o que elevaria seus vencimentos para
R$ 100 mil.
Para tentar justificar seus altos vencimentos, a
magistratura costuma alegar que é um Poder
independente. Também afirma que tem
aumentado sua produtividade. Esses
argumentos até podem ser procedentes, mas
são incompatíveis com a realidade fiscal.
Magistrados são funcionários públicos como
quaisquer outros. Se nos demais Poderes os
servidores tão cedo não terão reajuste salarial,
por que os do Judiciário paulista podem
receber tratamento diferenciado?
Ao propor um aumento de 55% em seu
orçamento para 2021, o TJSP mais uma vez
ignora que os Três Poderes são autônomos e
independentes em matéria funcional, mas que,
no plano financeiro, o cofre é um só e
constituído pelos impostos que cada cidadão
paga.
OLHO: Direção do Tribunal não compreendeu
a gravidade da crise econômica
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, Judiciário - Judiciário
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
'Nós respeitamos o teto de gastos,afirma Bolsonaro
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Autor: eduardo RODRIGUES, FELIPE FRAZÃO,
JULIA LINDNER e NICHOLAS SHORES
O presidente Jair Bolsonaro convocou ontem
um pronunciamento ao lado de ministros e da
cúpula do Congresso para garantir que o
governo respeitará o teto de gastos e tem
compromisso com a responsabilidade fiscal.
Instituído no governo Temer, o mecanismo sofre
pressão política para flexibilização por parte de
parlamentares e autoridades do próprio
governo, que veem no aumento de despesas do
Estado uma forma de induzir a retomada
econômica durante a pandemia da covid-19.
"Nós respeitamos o teto dos gastos e queremos
a responsabilidade fiscal", disse Bolsonaro, em
breve fala. "Em que pese o problema da
pandemia, o Brasil está indo bem, a economia
está reagindo. O Brasil tem como ser um
daqueles países que melhor reagirá à questão
da crise."
O presidente disse que o governo vai buscar
novas frentes para "destravar" a economia e
que os Poderes se guiarão juntos na busca de
soluções. Ele citou a necessidade de
privatizações e de promover uma reforma
administrativa, duas propostas que, por falta de
avanços, provocaram as baixas dos secretários
Salim Mattar e Paulo Uebel na equipe
econômica.
Articulação. O discurso foi articulado às pressas
na tarde de ontem, depois de uma reunião com
ministros da área econômica e articuladores do
governo no Congresso. O ministro da Economia,
Paulo Guedes, participou da iniciativa. Na
véspera, enquanto enfrentava uma debandada
na sua equipe, Guedes elevou o tom contra a
mudança na regra e disse que furar o teto
deixava o presidente na "zona sombria" do
impeachment.
No Palácio da Alvorada, Bolsonaro reuniu
parlamentares e ministros que vêm sendo
apontados como adversários de Guedes na
pressão por mais gastos, como Rogério Marinho
(Desenvolvimento Regional) e Tarcísio de
Freitas (Infraestrutura). Nem Guedes nem eles
discursaram. Ao final, parlamentares e ministros
se abraçaram em frente às câmeras.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
Além de Bolsonaro, falaram os presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do
Senado, Davi Alcolumbre (AP DEM). O
presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Dias Toffoli, não participou do
encontro, mas justificou a ausência ao governo.
Maia defendeu a promoção das reformas
tributária e administrativa. Disse que a Câmara
está "pronta para votar" quando o governo
quiser enviar um projeto de reforma dos
servidores aos parlamentares. Segundo ele,
melhorar os serviços e reduzir gastos passa
por essa reforma. "Reafirmarmos nosso
compromisso com o teto de gastos e com a
boa qualidade do gasto público", disse Maia.
Único a citar as mais de 100 mil vítimas do
novo coronavírus no País, Alcolumbre afirmou
que o Congresso, presidido por ele, tem se
comprometido a ajudar a agenda de reformas
do governo. "O Parlamento nunca faltou ao
governo e não faltará. Estamos de portas
abertas para debater saídas para o Brasil",
disse ele.
'Reação "Em que pese a pandemia, o Brasil
está indo bem (...). O Brasil tem como ser um
daqueles países que melhor reagirá à questão
da crise."
Jair Bolsonaro
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli, Judiciário - STF
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Metrópole
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
Juíza do Paraná liga raça a atocriminoso
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Autor: Fausto Macedo Pepita Ortega
Em meio a uma sentença de 115 páginas da i.a
Vara Criminal de Curitiba, dada após uma
denúncia contra nove pessoas por "furtos
qualificados e roubos majorados", chamou a
atenção um trecho repetido três vezes:
"Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça (...) ". Foi dessa forma
que a juíza Inês Marchalek Zarpelon se referiu a
Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos
que foi condenado a 14 anos e 2 meses de
reclusão.
A sentença foi proferida em junho, mas ganhou
repercussão após a advogada Thayse
Pozzobon postar trecho do documento em suas
redes sociais. "Associar a questão racial à
participação em organização criminosa", diz a
advogada, "revela não apenas o olhar parcial de
quem, pela escolha da carreira, tem por dever a
imparcialidade, mas também o racismo ainda
latente na sociedade brasileira".
E a reação da Justiça veio ontem, quando a
Corregedoria Nacional de Justiça instaurou
pedido de providência "a fim de esclarecer os
fatos". Em seu texto, o corregedor Humberto
Martins cita nota pública da Defensoria Pública
do Paraná que "externa seu estarrecimento e
inconformismo com o teor da sentença
proferida". Além de mencionar reações na mídia
em todo o País, Martins destacou uma frase da
nota oficial da OAB paranaense sobre o
episódio: "Cor e raça não definem caráter e
jamais poderiam ser usadas para
fundamentação de sentença".
14 anos. Na sua decisão sobre o grupo, as
indicações da juíza aparecem na parte final do
documento. Natan recebeu 14 anos de reclusão,
mas poderá recorrer em liberdade. Além dele, a
magistrada condenou outras seis pessoas.
Logo depois de registrar que ele é réu primário,
sem antecedentes criminais, Zarpelon escreveu:
32
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Metrópole
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
"Sobre sua conduta social nada se sabe.
Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça, agia de forma
extremamente discreta; os delitos e o seu
comportamento, juntamente com os demais,
causavam o desassossego e a desesperança
da população, pelo que deve ser valorada
negativamente". O primeiro registro se deu
quando a magistrada analisava a pena de
Natan relacionada ao crime de organização
criminosa.
A advogada de Natan considera que o
julgamento está "maculado" e a decisão fere
toda a sociedade brasileira. "O Judiciário tem
o dever de não somente aplicar a lei, mas
também, através de seus julgados, reduzir as
desigualdades sociais e raciais. Atenuar as
injustiças, e jamais produzi-las como fez a
magistrada ao associar a cor da pele ao tipo
penal", escreveu Thayse.
'Sinceras desculpas'. Após repercussão da
sentença, a juíza, que atua na i.a Vara Criminal
de Curitiba, divulgou nota afirmando que "em
nenhum momento houve o propósito de
discriminar qualquer pessoa por conta de sua
cor" e que "a linguagem, quando extraída de
um contexto pode causar dubiedades. No site
da Associação dos Magistrados do Paraná ela
escreveu: "Sinto-me profundamente
entristecida se fiz chegar, de forma
inadequada, uma mensagem (...) que não
condiz com os valores que todos devemos
diuturnamente defender". E acrescentou: "Peço
sinceras desculpas se de alguma forma, em
razão da interpretação do trecho (pág. 117),
ofendi a alguém".
Em seu texto, a juíza argumentou que "em
nenhum momento a cor foi utilizada como fator
para concluir, como base da fundamentação da
sentença, que o acusado pertence a uma
organização criminosa".
"A avaliação é sempre feita com base em
provas. A frase foi retirada, portanto, de um
contexto maior, próprio de uma sentença
extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo
que a cor da pele de um ser humano jamais
serviu ou servirá de argumento ou fundamento
para a tomada de decisões judiciais. O racismo
é prática intolerável em qualquer civilização e
não condiz com os valores que defendo", disse.
Observou ainda que "o racismo representa
uma prática odiosa que causa prejuízo ao
avanço civilizatório, econômico e social.
O trecho polêmico, explica a juíza, "foi retirado
de uma sentença proferida em processo de
organização criminosa composta por pelo
menos nove pessoas que atuavam em praças
públicas, praticando assaltos e furtos". Depois
de investigação policial, e, após a instrução,
todos foram condenados, independentemente
de cor, em razão da prova existente nos autos".
Polêmica
33
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Metrópole
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
"Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão de sua raça, agia de forma
extremamente discreta; os delitos e o seu
comportamento causavam desassossego e
desesperança na população."
Inês Marchalek Zarpelon
JUÍZA DA 1ª VARA DE CURITIBA
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -
CNJ, Judiciário - Judiciário, CNJ - Humberto
Martins
34
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
Plenário do STF vai julgar ação contradossiê sobre servidores
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Autor: ANDRÉ DE SOUZA
[email protected] BRASÍLIA
O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), ministro Dias Toffoli, marcou para a
quarta-feira da semana que vem o julgamento
da ação em que o partido Rede
Sustentabilidade pede que o Ministério da
Justiça interrompa a produção de dossiê sobre
579 servidores identificados como integrantes
de movimentos antifascistas. Há a suspeita de
que o relatório configure uma perseguição a
opositores do governo federal. O caso foi
revelado por uma reportagem do portal UOL.
O ministro da Justiça, André Mendonça, refutou
o uso do termo dossiê e nega que promova
investigação dos antifascistas, mas reconheceu
que há um relatório de inteligência. Uma cópia
do documento foi entregue por Mendonça à
Comissão Mista de Controle de Atividades de
Inteligência do Congresso, na última terça-feira.
O dossiê lista 579 servidores federais e
estaduais da área de segurança e professores
de todas as regiões do país que se identificaram
como "antifascistas", seja nas redes sociais ou
assinando manifestos pela causa. O
levantamento foi produzido pela Secretaria de
Operações Integradas (Seopi), do Ministério da
Justiça. Na esteira da denúncia, Mendonça
anunciou na segunda-feira da semana passada
que decidiu substituir o chefe da Diretoria de
Inteligência da pasta, Gilson Libório.
ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA
Na semana passada, em ofício enviado ao STF,
o ministro da Justiça negou a existência da
investigação. Mas, ao comentar as atividades do
serviço de inteligência da pasta, argumentou
que elas devem ser mantidas sob sigilo, não
podendo ser compartilhadas nem mesmo com o
Judiciário. No documento, o ministro fez uma
distinção entre atividade de inteligência e
investigação criminal.
35
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
"A investigação criminal tem como objetivo a
apuração das circunstâncias, da materialidade
e da autoria das infrações penais. A Atividade
de Inteligência, por seu turno, dedica-se a
produzir conhecimentos para assessorar o
processo decisório das autoridades públicas.
Assim, é dever dizer que não há qualquer
procedimento investigativo instaurado contra
qualquer pessoa específica no âmbito da
SEOPI, muito menos com caráter penal ou
policial. Noutras palavas, não compete à
SEOPI produzir 'dossiê contra nenhum cidadão
e nem mesmo instaura procedimentos de
cunho inquisitorial", diz o documento.
Além do relatório, Mendonça entregou à
comissão mista levantamentos feitos pelo
governo Dilma, no âmbito dos grandes eventos
no Brasil (Copa e Olimpíada) e dos protestos
relacionados ao impeachment da ex-
presidente. Esses relatórios foram usados pelo
ministro para argumentar que o dossiê contra
os opositores de Bolsonaro não é uma peça
isolada e que esse tipo de monitoramento é
comum em atividades de inteligência.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli, Judiciário - Judiciário, Judiciário -
STF
36
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Sociedade
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Juíza será investigada por citar raçade réu em condenação
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Autor: CLEIDE CARVALHO E RODRIGO
BERTHONE
Uma juíza de Curitiba citou por três vezes a raça
de um réu negro para proferir uma sentença em
que condenou sete pessoas por organização
criminosa. O caso ganhou repercussão ontem,
pouco depois do Conselho Nacional de
Justiça realizar uma reunião pública com o
tema "Igualdade Social no Judiciário" e pedir
para que a corregedoria do estado investigue o
episódio.
Segundo o Tribunal de Justiça do Paraná a
corregedoria já instaurou um procedimento
administrativo. A Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) vai pedir investigação por crime de
racismo.
De acordo com a decisão proferida pela juíza
Inês Marchalek Zarpelon, o réu Natan Viera da
Paz, de 42 anos, praticava assaltos no centro da
capital paranaense. Entre as justificativas para
valorar a pena de Natan, a magistrada afirmou
que ele era seguramente integrante do grupo
criminoso "em razão da sua raça". A decisão foi
proferida em junho, mas o caso se tornou
público depois que a advogada de defesa do
réu, Thayse Pozzobon, publicou trecho do
documento em suas redes sociais.
Emnota, a juíza afirmou que em "nenhum
momento houve o propósito de discriminar
qualquer pessoa por conta de sua cor. E que o
racismo representa uma prática odiosa que
causa prejuízo ao avanço civilizatório,
econômico e social".
Ela diz ainda que a linguagem "quando extraída
de um contexto, pode causar dubiedades" e que
em nenhum momento a cor foi utilizada para
concluir que o réu pertence a uma organização
criminosa.
---
OPINIÃO DO GLOBO
Inaceitável
A JUÍZA Inês Zarpelon, da 1- Vara Criminal de
Curitiba, citou na sentença a "raça" de um réu
negro ao condená-lo com outros réus por
organização criminosa.
DEPOIS PEDIU desculpas e alegou que a frase
fora retirada de contexto. O caso será
investigado pela Corregedoria do Tribunal de
Justiça do Paraná.
37
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Sociedade
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
CONDENAR ALGUÉM por sua cor é apenas
racismo, um crime inaceitável. Quem zela pelo
cumprimento das leis tem obrigação de saber
disso.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, Judiciário - Judiciário
38
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
MP pede condenação de Crivella porabuso de poder político
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Autor: RAFAEL NASCIMENTO DE SOUSA E
RAYANDERSON GUERRA
A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio
pediu à Justiça que o prefeito Marcelo Crivella
seja condenado por abuso de poder político e
declarado inelegível por oito anos por prometer
facilidades de acesso a serviços públicos em
uma agenda secreta no Palácio da Cidade, no
lançamento da pré-candidatura a deputado
federal pelo PRB de Rubens Teixeira, em 2018.
No encontro intitulado "Café da Comunhão",
revelado pelo GLOBO, Crivella ofereceu
vantagens a pastores e seus fiéis, como
cirurgias de catarata e varizes. Segundo o
prefeito, interessados deveriam procurar uma
assessora chamada Márcia, que os
encaminharia ao procedimento em até duas
semanas.
Nas alegações finais apresentadas em dois
processos contra Crivella, a PRE diz que o
prefeito usou bens e recursos da prefeitura com
fins eleitorais ao prometer acesso a serviços de
saúde, obras e supostas isenções de impostos.
Agora, caberá à Justiça Eleitoral julgar o caso.
No decorrer do processo, a 7ª Vara de Fazenda
Pública do Rio já havia dado decisão liminar
proibindo que o prefeito usasse a máquina
pública em benefício pessoal ou de grupos
religiosos. Em dezembro de 2018, o ministro
Dias Toffoli, do STF, suspendeu essa liminar,
atendendo a recurso da procuradoria-geral do
Rio.
Em suas alegações finais à Justiça, a PRE pede
a condenação de Crivella e de Teixeira, eleito
como suplente de deputado federal, e multa aos
dois políticos. Se o pedido for aceito pela
Justiça, os votos de Teixeira podem ser
anulados.
No processo, a PRE diz não haver dúvidas de
que os dois cometeram ilícitos eleitorais. Os
39
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
autos citam transcrições do discurso do
prefeito.
"Tratava-se de um encontro para alimentar
base eleitoreira composta de líderes religiosos,
notoriamente alinhados com o prefeito, a quem
ele oferecia facilidades na administração
pública. Fosse somente esse o contexto, e já
estaria configurada a ilegalidade, eis que a
nenhum gestor é dado usar a máquina pública
em beneficio de grupo político específico,
menos ainda quando fatores religiosos se
infiltram na gestão", afirmou a procuradora
regional eleitoral Silvana Batini ao TRE .
Em nota, a assessoria de Crivella diz que as
"duas ações se referem à eleição de 2018, na
qual o prefeito Crivella sequer foi candidato" :
"Tratam de duas reuniões que ocorreram
estritamente na forma da Lei e que tanto a
Câmara de Vereadores quanto o STF
decidiram pela inexistência de qualquer
irregularidade em ambas".
Ontem, Crivella classificou como "espuma" o
pedido: - Esse assunto já está superado lá no
Supremo Tribunal Federal (STF). (Isso) é
espuma. Em época de eleição, essas coisas
são comuns e naturais.
FLÁVIO NOTIFICA AMORIM
O senador Flávio Bolsonaro notificou, segundo
a colunista Bela Megale, o seu ex-aliado e pré-
candidato a prefeito do Rio Rodrigo Amorim
(PSL) para que pare de usar fotos em que eles
aparecem juntos nas redes sociais. Flávio, que
se aproximou de Crivella, quer mostrar que
Amorim não é mais um nome ligado ao
bolsonarismo. Amorim disse que não recebeu a
notificação e que trocou as fotos por orientação
de assessores.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli, Judiciário - STF
40
Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Econômico/Nacional - Política
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
STF aprova regra sobre sorteios naCorte
Autor: Isadora Peron De Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou
ontem, durante sessão administrativa, uma
regra para que os ministros que estiverem a 60
dias de se aposentar não sejam sorteados como
relatores de novas ações. A exceção será para
os casos em que houver prevenção, isto é,
quando o magistrado já analisar processos com
temas semelhantes.
Hoje, os ministros têm que deixar a Corte
compulsoriamente quando completam 75 anos.
Este é o caso do decano Celso de Mello, que
faz aniversário em 1º de novembro. Pela nova
regra, a partir do mês que vem, o seu nome já
não poderá mais ser considerado na hora de
distribuir os processos que chegarem à Corte.
O objetivo da emenda é evitar que, após a
aposentadoria, os processos fiquem no gabinete
aguardando a posse do sucessor.
Inicialmente, a medida dependeria da vontade
do ministro, ou seja, ele teria que indicar se
gostaria ou não participar do sorteio eletrônico.
O modelo foi inspirado em uma norma do
Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Por sugestão do ministro Marco Aurélio Mello,
que se aposenta em julho do ano que vem, a
suspensão passou a ser automática, o que,
segundo ele, vai evitar “constrangimentos”. “O
objetivo é o melhor possível: evitar que
processo fique no gabinete aguardando o
sucessor do ministro que se afastará”, disse.
Celso de Mello é o hoje o decano da Corte, isto
é, o ministro mais antigo. Ele é relator de
processos importantes, como o inquérito que
analisa as acusações do ex-ministro Sergio
Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou
interferir na autonomia da Polícia Federal (PF).
Na mesma sessão também foi aprovada a
proposta de orçamento do Supremo para 2021.
O texto prevê R$ 712,5 milhões em gastos e
não traz reajuste dos salários para os ministros.
Segundo o presidente do STF, Dias Toffoli, o
valor foi corrigido pela inflação e seguiu o que
determina a Emenda Constitucional 95,
conhecida como PEC do teto de gastos, que
limita o aumento dos gastos da União. Ele
afirmou ainda que foi preciso fazer um corte de
R$ 76,1 milhões em relação ao orçamento
previsto inicialmente.
Ao se manifestar sobre o assunto, o ministro
Luiz Fux, que assume a presidência do STF em
setembro, afirmou que esse foi o “orçamento
possível”, mas que já marcou uma conversa
com o ministro da Economia, Paulo Guedes,
para discutir eventuais suplementações
orçamentárias.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli, Judiciário - STF
41
Conselho Nacional de Justiça - CNJA Tribuna de Santos/São Paulo - Brasil
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
Juíza menciona “raça” em pena no PR
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DE CURITIBA
Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1^
Vara Criminal de Curitiba, dada após uma
denúncia contra nove pessoas por “furtos
qualificados e roubos majorados”, chamou
atenção um trecho repetido três vezes:
“seguramente integrante do grupo criminoso, em
razão da sua raça (...)”.
Foi dessa forma que ajuiza Inês Marchalek
Zarpe-lon se referiu a Natan Vieira da Paz,
homem negro de 42 anos condenado a 14 anos
e dois meses de prisão.
A sentença foi proferida em junho, mas ganhou
repercussão após a advogada Thayse
Pozzobon postar trecho do documento em suas
redes sociais.
A reação do Judiciário veio ontem, quando a
Corregedoria Nacional de Justiça instaurou
pedido de providência. O corregedor Humberto
Martins citou nota da Defensoria Pública do
Paraná que “externa seu estarrecimento e in-
conformismo com o teor da sentença proferida”.
SENTENÇA
“Sobre sua conduta social nada se sabe.
Seguramente integrante do grupo criminoso,em
razão da sua raça, agia de forma extremamente
discreta; os delitos e o seu comportamento,
juntamente com os demais, causavam o
desassossego e a desesperançada população,
pelo que deve ser valorada negativamente”
Inês Marchalek Zarpelon juíza da 1ª Vara
Criminal de Curitiba
A juíza se desculpou, afirmando que “em
nenhum momento houve o propósito de
discriminar qualquer pessoa por conta de sua
cor” e que “a linguagem, quando extraída de um
contexto pode causar dubiedades”. “O racismo é
prática intolerável em qualquer civilização e não
condiz com os valores que defendo”, disse no
site da Associação dos Magistrados do Paraná.
(Estadão Conteúdo)
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
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Conselho Nacional de Justiça - CNJA Tribuna de Santos/São Paulo - Brasil
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
Corregedoria Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio 24 Horas/Bahia - Noticiasquinta-feira, 13 de agosto de 2020
CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
'Raça' é usada porjuíza em pena noParaná
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'Raça' é usada porjuíza em pena no Paraná
Magistrada
a s s o cia qu e s tão racial à participação de
homem em facção crimino s a
Das Agências
R EPORTAGEM correio24horas@ rede bahia
.com.br
Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1ª
Vara Criminal de Curitiba, dada após uma
denúncia contra nove pessoas por 'furtos
qualificados e roubos majorados', chamou
atenção um trecho repetido três vezes:
"Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça (. . .) " . Foi dessa forma
que a juíza Inês Marchalek Zarpelonse referiu a
Natan Vieira da Paz, homem negro, de 42 anos,
que foi condenado a 14 anos e dois meses de
reclusão. A sentença foi proferida em junho,
mas ganhou repercussão após a advogada
Thayse Pozzobon postar trecho do documento
em suas redes sociais. "Associar a questão
racial à participação em organização criminosa,
revela não apenas o olhar parcial de quem, pela
escolha da carreira, tem por dever a
imparcialidade, mas também o racismo ainda
latente na sociedade brasileira", diz a advogada.
Segundo a advogada, no texto da sentença em
que cita os dados pessoais e a identificação dos
réus, o apelido de Natan é descrito como
"Neguinho" . "Essa referência dele aparece mais
de uma vez na sentença. Não é um erro de
digitação, por exemplo. Isso revela o olhar
parcial da juíza, e um magistrado tem o dever
da imparcialidade", afirmou. E a reação da
Justiça veio ontem, quando a Corregedoria
Nacional de Justiça (CNJ) instaurou pedido de
providência "a fim de esclarecer os fatos" . Em
seu pedido, o corregedor Humberto Martins
cita nota pública da Defensoria Pública do
Paraná que "externa seu estarrecimento e
inconformismo com o teor da sentença proferida
" Na sentença sobre o grupo, as indicações da
juíza curitibana aparecem na parte final do
documento, na seção em que ela calculou a
pena de Natan - que recebeu 14 anos de
reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio 24 Horas/Bahia - Noticiasquinta-feira, 13 de agosto de 2020
CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
Além dele, a magistrada condenou outras seis
pes-
REPRO DUÇÃO
Trecho da sentença da magistrada Inês
Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de
Curitiba
A raça dele não pode ser re lacio nada com os
fatos que ele s upo s t a me nte praticou
Thays e Pozzobo n
Advogada de Natan Vieira da Paz
soas, mas sem nenhuma outra referência a
raça. Logo depois de registrar que ele é réu
primário, sem antecedentes criminais, Zarpelon
escreveu: "Sobre sua conduta social nada se
sabe. Seguramente integrante do grupo
criminoso, em razão da sua raça, agia de forma
extremamente discreta; os delitos e o seu
comportamento, juntamente com os demais,
causavam o desassossego e a desesperança
da população, pelo que deve ser valorada
negativamente". O primeiro registro se deu
quando a magistrada analisava a pena de
Natan relacionada ao crime de organização
criminosa. Depois a frase foi repetida duas
vezes, durante a fixação da pena base por
roubo majorado e por furto qualificado . A
advogada de Natanconsidera que o julgamento
está "maculado" e que a decisão fere toda a
sociedade brasileira. "O Poder Judiciário tem o
dever de não somente aplicar a lei, mas
também, através de seus julgados, reduzir as
desigualdades sociais e raciais. Ou seja,
atenuar as injustiças, mas jamais produzi-las
como feza magistrada ao associar a cor da
pele ao tipo penal", disse Thays e .
'SINCERAS DESCULPAS'
Após repercussão da sentença, a juíza
divulgou nota afirmando que "em nenhum
momento houve o propósito de discriminar
qualquer pessoa por conta de sua cor" e que "a
linguagem, quando extraída de um contexto
pode causar dubiedades'. No site da
Associação dos Magistrados do Paraná ela
escreveu: "Sinto-me profundamente
entristecida se fiz chegar, de forma
inadequada, uma mensagem (. .) que não
condiz com os valores que todos devemos
diuturnamente defender". E acrescentou:"Peço
sinceras desculpas se de alguma forma, em
razão da interpretação do trecho (pág. 117),
ofendi a alguém". Em seu texto , a juíza
argumentou que "em nenhum momento a cor
foi utilizada como fator para concluir, como
base da fundamentação da sentença, que o
acusado pertence a uma organização
criminosa". "A avaliação é sempre feita com
base em provas. A frase foi retirada, portanto,
de um contexto maior, próprio de uma sentença
extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo
que a cor da pele de um ser humano jamais
serviu ou servirá de argumento ou fundamento
para a tomada de decisões judiciais. Oracismo
é prática intolerável em qualquer civilização e
não condiz com os valores que defendo", disse
. O bservou ainda que "o racismo representa
uma prática odiosa que causa prejuízo ao
avanço civilizatório, econômico e social.
O caso de racismo envolvendo um réu negro
no estado do Paraná está longe de ser um fato
isolado quando o assunto é a cor da pele. Nos
últimos dias, foram registradas diversas
ocorrências do tipo em estados como o Rio de
Janeiro e São Paulo e também no exterior. Na
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio 24 Horas/Bahia - Noticiasquinta-feira, 13 de agosto de 2020
CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
sexta-feira passada, por exemplo,
ganhourepercussão nacionalo caso envolvendo
o motoboy Matheus Pires, que é ofendido e
humilhado pelo contabilista Mateus A breu
Almeida Prado Couto, 31 anos, em um
condomínio de luxo em Valinhos (SP)." Você
tem inveja disso aqui, rapaz. Você tem inveja
dessas famílias. Você tem inveja disso aqui
também." Ao dizer estaúltima frase, Couto
apontou para sua pele, branca. O entregador
não reage e tenta argumentar contra o homem,
que, exaltado, continua com seurepertório de
ofensas. Com a viralização do caso, a
plataforma de entregas i Food baniu o
contabilista de sua rede.
R EL? GIO
Também na semana passada, o entregador de
aplicativo Matheus Fernandes, de 18 anos,
foivítima de racismo em um shopping da zona
norte do Rio. Ele errou no presente de Dia dos
Pais, um relógio digital e dourado, e foi trocá-lo
na loja, após descobrir que o pai preferia um
analógico e prateado. Quando chegou ao
estabelecimento, com a nota fiscal em mãos,
para trocar o presente, percebeu que dois
homens não paravam de olhar pra ele. Minutos
depois, os dois abordaram Matheus e disseram
que precisavam conversar com ele. Com medo,
o rapaz não quis sair da loja, mas foilevado
mesmo assim para um canto. Um vídeo
gravado por testemunhas e postado em redes
sociais mostra a violência com que foi tratado.
Matheus é imobilizado e já no chão, um dos
homens aponta uma arma para o entregador.
Amorte de um homem negro em Minnesota,
nos Estados Unidos, causou uma onda de
indignação mundial depois da divulgação de
um vídeo que mostra um policial branco
ajoelhado no pescoço dele. Nas imagens,
George Floyd, de 40 anos, reclama e diz
repetidamente: "Não consigo respirar". Pouco
depois, ele parece não se mexer, antes de ser
colocado em uma maca e transferido para uma
ambulância.
Não há o menor fu nda m e nto legal utilizar a
raça e cor para aplicar uma pena maior ou
menor
Cá s s io Te lle s
Presidente da OAB-PR
Oracismo é prática intolerável em qua l que r
civilização e não condiz com os valores que
defendo
Inês Zarpelon
Juíza
Re le mbre outro s três casos de racis mo
Salvador, quinta-feira, 1 3d e agosto 2020
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -
Humberto Martins
46
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Comércio - MG/Minas Gerais - Legislaçao
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Supremo aprova o orçamento para2021
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Brasília - Em sessão administrativa realizada
ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF)
aprovou, por unanimidade, a proposta
orçamentária da Corte para 2021, num total de
R$ 712,4 milhões, resultante da aplicação do
índice inflacionário sobre o orçamento de 2020.
O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli,
explicou que a proposta foi elaborada em
conjunto com o ministro Luiz Fux, que assume a
presidência da Corte no último dia 10.
A divisão dos recursos ficou da seguinte forma:
pessoal e encargos sociais (R$ 451,4 milhões),
outros custeios e capital (R$ 176 milhões),
despesas financeiras (R$ 53 milhões) e
benefícios (R$ 32 milhões). Toffoli ressaltou
que, para adequar a proposta aos limites do
Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de
2021, ainda em tramitação no Congresso
Nacional, foi necessário um corte de despesas
da ordem de R$ 76,1 milhões.
Segundo o presidente, os recursos necessários
para a manutenção dos serviços básicos do
Tribunal foram alcançados a partir da realização
de cortes mais significativos na TV Justiça, em
relação à qual foi adotada a política de
compartilhar despesas com outros órgãos, como
o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal
Superior do Trabalho (TST) e o Conselho
Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), que
utilizam a grade de programação.
O ministro Luiz Fux observou que este foi o
orçamento possível, mas que, na qualidade de
futuro presidente da instituição, conversou com
o ministro da Economia, Paulo Guedes, que
colocou a equipe econômica à disposição do
STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
para conversar sobre alguns itens nos quais
seja necessária a suplementação orçamentária.
A proposta resultou de levantamentos e estudos
realizados pela Secretaria de Administração e
Finanças (SAF) do Supremo para contemplar as
demandas apresentadas pelas diversas
unidades da Corte, além de ter sido submetida à
equipe indicada pela próxima gestão para a
comissão de transição, observada a legislação
pertinente, especialmente as disposições
constantes do Projeto de Lei 9/2020 (Lei de
Diretrizes Orçamentárias de 2021), do
Congresso Nacional.
Os referenciais monetários finais estabelecidos47
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Comércio - MG/Minas Gerais - Legislaçao
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
pelo Poder Executivo para elaboração da
proposta orçamentária do STF ficaram
inferiores 8,96% em relação às demandas
apresentadas inicialmente pelas unidades do
Supremo. A ampliação nas despesas de
pessoal e encargos sociais refere-se ao
impacto da Emenda Constitucional 103/2019
(reforma da Previdência).
Diante da redução nas despesas correntes e
de capital, foram feitos os ajustes da proposta,
adequando-a aos referenciais informados pelo
Poder Executivo, em que se priorizou a
execução das despesas obrigatórias, dos
serviços contratados e de materiais e
equipamentos indispensáveis ao
funcionamento do órgão. (As informações são
do STF)
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille
Gomes
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Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Comércio - MG/Minas Gerais - Legislaçao
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
Empresários cobram segurançajurídica
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QUESTÕES AMBIENTAIS
Brasília - O ministro Dias Toffoli, presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho
Nacional de Justiça, e o ministro Luís Roberto
Barroso, presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), participaram na última terça-
feira de reunião por videoconferência com um
grupo de empresários integrantes do Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS). Os empresários
afirmaram estar preocupados com as reações
negativas que o desmatamento à Amazônia
pode causar aos negócios no País.
Na audiência, os empresários destacaram a
necessidade de segurança jurídica em relação à
questão ambiental e pediram a conclusão de
ações que discutam qualquer aspecto do
Código Florestal. Também reiteraram as
preocupações sobre o crescimento do
desmatamento ilegal, que constam de
documento entregue ao vice-presidente da
República, Hamilton Mourão, no mês passado.
A presidente do CEBDS, Marina Grossi, afirmou
que essa agenda é de Estado e que a
Constituição está sendo "descumprida
sistematicamente" com o desmatamento ilegal e
o avanço da grilagem no bioma amazônico.
"Essa insegurança jurídica é prejudicial",
afirmou Marina Grossi.
Toffoli destacou que a preocupação com a
questão ambiental deu um salto no setor privado
e hoje os acionistas de algumas das principais
empresas que atuam no País estão diretamente
envolvidos com o tema. Segundo ele, é
fundamental o diálogo entre iniciativa privada e
as instituições públicas para discutir a questão
ambiental no país. O ministro propõe que o
CEBDS e o CNJ trabalhem em conjunto para
obter soluções. "Nós precisamos de integração
para desenvolver essa troca entre as diversas
ações que estão em andamento", disse.
A pedido do ministro Toffoli, a conselheira do
CNJ Maria Tereza Uille Gomes relatou que o
conselho, órgão de planejamento do judiciário,
está indexando os objetivos de desenvolvimento
sustentável a sua base de dados e que os 91
tribunais brasileiros têm um plano de ação
vinculado à agenda de desenvolvimento
sustentável 2020-2030. Ela informou que o
Observatório Nacional sobre Questões
Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta
Complexidade e Grande Impacto e
Repercussão, do CNJ e do Conselho Nacional
do Ministério Público, que monitora ações49
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Comércio - MG/Minas Gerais - Legislaçao
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Maria Tereza Uille Gomes
judiciais relacionadas às principais questões
ambientais do país, como o rompimento das
barragens em Mariana e Brumadinho, e o risco
de afundamento de bairros em Maceió (AL),
incluiu em seu escopo as questões relativas ao
desmatamento ilegal, grilagem e mineração
ilegal Amazônia e em terras indígenas.
Bioeconomia - O ministro Barroso destacou a
necessidade de que o Brasil vire o jogo em
relação à preservação da Amazônia. Segundo
ele, é necessário que a iniciativa privada atue
de forma correta na exploração econômica da
região, independentemente de iniciativas
governamentais. Segundo o ministro, é
necessário que os empresários aproveitem os
mecanismos de financiamento internacional
para empresas que atuam na chamada
bioeconomia.
Barroso salientou que, no mundo atual, está
cada vez mais difícil para as economias
primárias obterem acesso aos mercados e que
é necessário investimento em ciência para
competir internacionalmente. "O mercado
consumidor está muito mais consciente e será
cada vez mais difícil vender gado e soja
maculados por desmatamento ilegal. O mundo
hoje nos olha espantado pela maneira como
tratamos a floresta", afirmou o ministro.
Além do CEBDS, participaram da reunião,
representantes da Siemens, Associação
Brasileira das Indústrias de Oleos Vegetais
(Abiove), Rede Brasil do Pacto Global, Klabin,
Indústria Brasileira de Arvores (Ibá), Bayer,
Associação Brasileira de Agronegócio (Abag) e
da Marfrig. (As informações são do STF)
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Maria
Tereza Uille Gomes
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBrasil 247/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
Silvio Almeida diz que retratação dejuíza é irrelevante e sua sentença com
base na raça precisa ser anulada
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12 de agosto de 2020, 21:07
247 - O jurista e professor Silvio Almeida, autor
do livro Racismo Estrutural, criticou nesta
quarta-feira, 12, a juíza Inês Marchalek
Zarpelon, que condenou um homem a 14 anos
de prisão por integrar uma organização
criminosa e praticar furtos citando a sua raça.
Em uma sequência de tweets, Almeida criticou o
pedido de desculpas feito pela magistrada, que
mencionou três vezes raça de réu em trecho da
sentença. "Peço sinceras desculpas se de
alguma forma, em razão da interpretação do
trecho específico da sentença, ofendi a alguém",
disse em nota, Inês Zarpelon (leia a íntegra da
nota no final da matéria).
"Como é possível pedir 'desculpas' no caso de
uma sentença judicial em que na
fundamentação o julgador faz referência à raça
do sentenciado como um dos fatores que
levaram à condenação? A solução está no
próprio sistema: a sentença tem que ser
anulada", defendeu Silvio Almeida.
"Ainda que se aceite as 'desculpas' isso é e
deve ser irrelevante em termos processuais.
Isso é uma questão de ordem técnica:
'desculpas aceitas, mas a sua sentença será
anulada e a senhora terá que responder na
corregedoria e, eventualmente, perante o CNJ'',
disse o jurista em outro tweet.
O corregedor nacional de Justiça, ministro
Humberto Martins, instaurou pedido de
providências para que a Corregedoria-Geral da
Justiça do Paraná apure os fatos à juíza Inês
Marchalek Zarpelon.
Leia, abaixo, a sequência de tweets de Silvio
Almeida:
Como é possível pedir 'desculpas' no caso de
uma sentença judicial em que na
fundamentação o julgador faz referência à raça
do sentenciado como um dos fatores que
levaram à condenação? A solução está no
próprio sistema: a sentença tem que ser
anulada.
É absolutamente inútil apenas a condenação
moral e a responsabilização individual - que
deve existir - em um caso como este. Algo deste
tipo só ocorre porque o sistema permite. Nesse
caso há uma solução que pode e deve servir
para outros casos.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBrasil 247/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
A fundamentação da sentença é o centro do
julgado. Ali o magistrado deve expor as razões
- sempre pautadas pela legalidade - que o
levaram à concluir, com base em provas
admitidas pelo direito, pela condenação ou
absolvição.
Se a fundamentação, como é o caso, é
pautada em preconceitos, se as provas são
obtidas ilegalmente ou não é garantida a
'paridade de armas' aos acusados não se está
diante de uma sentença, mas de uma ordem
arbitrária. O juiz deixa de ser juiz quando não
segue esses passos.
Se a sentença leva a 'mal entendidos' ou se foi
tirada de 'contexto', que quem a prolatou que
escreva um artigo ou faça um tweet. Em termos
processuais, sentenças que podem levar a
interpretações dúbias e que arranhem a
legalidade devem ser ANULADAS.
Ainda que se aceite as 'desculpas' isso é e
deve ser irrelevante em termos processuais.
Isso é uma questão de ordem técnica:
'desculpas aceitas, mas a sua sentença será
anulada e a senhora terá que responder na
corregedoria e, eventualmente, perante o CNJ'.
O que estou dizendo é algo primário, mas
nossos tempos carecem de alguma
objetividade. Nada obsta a condenação moral,
mas resposta a esse caso deve ser sistêmica.
Que a liberdade dos sentenciados seja a
resposta a aberrações jurídicas como essa.
Confira a nota da juíza Inês Marchalek
Zarpelon na íntegra:
"A respeito dos fatos noticiados pela imprensa
envolvendo trechos de sentença criminal por
mim proferida, informo que em nenhum
momento houve o propósito de discriminar
qualquer pessoa por conta de sua cor.
O racismo representa uma prática odiosa que
causa prejuízo ao avanço civilizatório,
econômico e social.
A linguagem, não raro, quando extraída de um
contexto, pode causar dubiedades.
Sinto-me profundamente entristecida se fiz
chegar, de forma inadequada, uma mensagem
à sociedade que não condiz com os valores
que todos nós devemos diuturnamente
defender.
A frase que tem causado dubiedade quanto à
existência de discriminação foi retirada de uma
sentença proferida em processo de
organização criminosa composta por pelo
menos 09 (nove) pessoas que atuavam em
praças públicas na cidade de Curitiba,
praticando assaltos e furtos. Depois de
investigação policial, parte da organização foi
identificada e, após a instrução, todos foram
condenados, independentemente de cor, em
razão da prova existente nos autos.
Em nenhum momento a cor foi utilizada - e
nem poderia - como fator para concluir, como
base da fundamentação da sentença, que o
acusado pertence a uma organização
criminosa. A avaliação é sempre feita com base
em provas.
A frase foi retirada, portanto, de um contexto
maior, próprio de uma sentença extensa, com
mais de cem páginas.
Reafirmo que a cor da pele de um ser humano
jamais serviu ou servirá de argumento ou
fundamento para a tomada de decisões
judiciais.
O racismo é prática intolerável em qualquer
civilização e não condiz com os valores que
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBrasil 247/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
defendo.
Peço sinceras desculpas se de alguma forma,
em razão da interpretação do trecho específico
da sentença (pag. 117), ofendi a alguém".
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Humberto Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCarta Capital Online/Nacional - Noticias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Juíza diz que homem é integrante degrupo criminoso 'em razão de sua
raça'
Uma juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca da
Região Metropolitana de Curitiba (PR) proferiu
uma sentença contra um suspeito de integrar
uma organização criminosa e cometer furtos
atrelando os possíveis crimes à sua raça. Ao
condenar Natan Vieira da Paz, de 48 anos, a 14
anos e 2 meses de prisão, a juíza Inês
Marchalek Zarpelon acusa o homem de praticar
os crimes por ser negro. A defesa de Natan vai
pedir a nulidade da sentença por racismo.
Em um trecho da sentença condenatória,
Zarpelon destaca: ''Sobre sua conduta social
nada se sabe. Seguramente integrante do grupo
criminoso, em razão da sua raça, agia de forma
extremamente discreta os delitos e o seu
comportamento, juntamente com os demais,
causavam o desassossego e a desesperança
da população, pelo que deve ser valorada
negativamente'.
Além de Vieira da Paz, outros oito suspeitos
foram julgados e condenados pela decisão da
juíza. A suspeita é de que o grupo integre uma
organização criminosa que, entre os meses de
janeiro de 2016 e julho de 2018, praticou furtos
e saidinhas de banco nas praças Carlos Gomes,
Rui Barbosa e Tiradentes, na região central de
Curitiba. Eles teriam furtado mochilas, bolsas,
carteiras e celulares.A decisão da juíza recai
sobre Vieira da Paz e outros oito suspeitos.
A advogada de defesa de Vieira da Paz, Thayse
Pozzobon, afirmou à reportagem de
CartaCapital que vai pedir a nulidade da
sentença 'pelo crime de racismo e evidente
parcialidade da juíza'. 'Vou solicitar a nulidade
às comissões de Igualdade Racial e Direitos
Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil e
também recorrer ao Conselho Nacional de
Justiça e à Corregedoria', afirmou.
'Independentemente do que está sendo apurado
no processo, ela não tem o direito de avaliar a
raça dele. Trata-se de um crime patrimonial e a
lei deve se ater a isso. O que as circunstâncias
de integrar uma organização criminosa ou
praticar crimes tem a ver com a raça dele',
questiona a advogada. 'Isso revela seu olhar
parcial e um racismo latente que ainda temos
que conviver em pleno século XXI', criticou.
Ver essa foto no Instagram
O nome do SER HUMANO violado com as
palavras proferidas pela magistrada e? Natan
Vieira da Paz, homem, 42 anos, negro.
Autorizada pelo cliente estou divulgando o nome
na esperanc?a de que repercuta mais ainda. .
Associar a questa?o racial a? participac?a?o em
organizac?a?o criminosa revela na?o apenas o
olhar parcial de quem, pela escolha da carreira,
tem por dever a imparcialidade, mas tambe?m o
racismo ainda latente na sociedade brasileira.
Organizac?a?o criminosa nada tem a ver com
rac?a, pressupor que pertencer a certa etnia te
levaria a? associac?a?o ao crime demonstra
que a magistrada na?o considera todos iguais,
ofendendo a Constituic?a?o Federal. Um
julgamento que parte dessa o?tica esta?
maculado. Fere na?o apenas meu cliente, como
toda a sociedade brasileira. O Poder Judicia?rio
tem o dever de na?o somente aplicar a lei, mas
tambe?m, atrave?s de seus julgados, reduzir as
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCarta Capital Online/Nacional - Noticias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
desigualdades sociais e raciais. Ou seja,
atenuar as injustic?as, mas jamais produzi-las
como fez a Magistrada ao associar a cor da
pele ao tipo penal.
Uma publicação compartilhada por Thayse C.
Pozzobon (@thaysepozzobon) em 11 de Ago,
2020 às 7:14 PDT
Pozzobon também mencionou o caso em um
post em suas redes sociais, onde afirma que m
julgamento que parte desta ótica está
'maculado'. 'Um julgamento que parte dessa
o?tica esta? maculado. Fere na?o apenas meu
cliente, como toda a sociedade brasileira. O
Poder Judicia?rio tem o dever de na?o
somente aplicar a lei, mas tambe?m, atrave?s
de seus julgados, reduzir as desigualdades
sociais e raciais. Ou seja, atenuar as
injustic?as, mas jamais produzi-las como fez a
Magistrada ao associar a cor da pele ao tipo
penal', avaliou.
O Tribunal Pará noticiou a prisão de Vieira da
Paz em fevereiro de 2019, bem como de outros
suspeitos de praticar o crime do 'cavalo louco'
em Curitiba, que é o furto na saída de agências
bancárias. Segundo a advogada de defesa, no
momento ele se encontra respondendo ao
crime em liberdade pelo excesso de tempo de
julgamento do crime.
Motoboy humilhado
Na semana passada, o entregador de aplicativo
Matheus Pires Barbosa foi humilhado com
injúrias racistas por um morador de um
condomínio em Valinhos, interior de São Paulo,
ao efetuar uma entrega. No vídeo que circulou
nas redes sociais, é possível ver Mateus
Almeida Prado, o morador, dizendo a Barbosa
que ele tem 'inveja' dos moradores do
condomínio e de sua cor branca.
A defesa do motoboy apresentou, na segunda-
feira 10, uma representação criminal por injúria
racial contra o homem. De acordo com o
advogado Márcio Santos Abreu, a defesa de
Barbosa vai tentar provar que o agressor não
estava em surto provocado pela esquizofrenia,
como alegou o pai do rapaz.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCarta Capital Online/Nacional - Noticias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Em meio à pandemia, STF mantémpresa idosa com câncer
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Autor: Alexandre Putti
Em meio à pandemia do coronavírus, o
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter
presa uma idosa de 69 anos que trata de um
câncer na mama.
A decisão foi proferida pelo ministro Celso de
Mello no dia 26 de junho.
A ré foi presa em 2019 e condenada a 4 anos
de prisão em regime semiaberto por crime
financeiro.
Por ela ser do grupo de risco e pelo crime não
caracterizar uso de violência, a Defensoria
Pública da União (DPU) entrou com um Habeas
Corpus para que a pena fosse cumprida em sua
casa.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o
pedido e teve a decisão confirmada pelo
ministro Celso de Mello. Para o magistrado, os
argumentos apresentados não são suficientes
para justificar uma prisão domiciliar, pois não há
provas de que os estabelecimentos prisionais
não disponibilizaram o tratamento adequado à
condenada..
O defensor Público Gustavo de Almeida Ribeiro
afirmou nesta quarta-feira 12 que vai entrar
novamente com uma ação no STF para que
seja reconsiderada a prisão domiciliar para a
idosa.
Prisão na pandemia
A decisão do ministro vai contra uma resolução
divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) sobre prisões durante a pandemia. O
texto sugere, entre outras coisas, a reavaliação
de prisões provisórias e preventivas que
resultem de crimes menos graves, além de
indicar que novas ordens de prisão devem
respeitar a 'máxima excepcionalidade'.
De acordo com o CNJ, de maio para julho
houve um aumento de 800% nos casos de
covid-19 nos presídios.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio do Estado/Mato Grosso do Sul - Noticias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
'Esforços despendidos versusresultados obtidos, a conta foi
negativa'
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Autor: Cláudio Humberto
'Esforço despendido versus resultados obtidos,
a conta foi negativa'
Salim Mattar explicando sua demissão da
Secretaria de Desestatização e Privatização
Privatização é só da boca para fora, no
Congresso
Empresário de sucesso, habituado a ver suas
decisões cumpridas sem demora, Salim Mattar
fez um intensivão de política e sobre 'a vida
como ela é' na gestão pública, quando chefiou a
Secretaria de Desestatização e Privatização do
governo Bolsonaro. Há mais de 30 anos ele é
privatista militante, em defesa do extermínio das
estatais, mas agora Mattar sabe que, em
governo, não basta querer. Precisa combinar
com os 'russos' do Congresso, da Justiça, da
pelegada, dos lobistas, dos fornecedores...
Reino da hipocrisia
Mattar agora sabe: Rodrigo Maia elogia
privatizações em palestras para empresários
paulistas, mas é quem as inviabiliza na Câmara.
Só pensam naquilo
Mattar agora sabe: quando se trata de estatais,
políticos só pensam na melhor maneira de
ocupar as diretorias com apadrinhados
subornáveis.
Tamanho do problema
Mattar agora sabe: o governo não nos obriga a
sustentar 'apenas' 134 estatais, como se dizia,
mas 698, quase todas imprestáveis e
deficitárias.
Pregação continua
Mattar agora sabe: empresa privada tem seus
encantos. Mas ele não retomará a gestão da
sua Localiza. Vai se dedicar ao Instituto Liberal.
CNJ afastará desembargador boçal de SP dia
25
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
marcou para o dia 25 a sessão de julgamento
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio do Estado/Mato Grosso do Sul - Noticias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
do caso do desembargador Eduardo Siqueira,
do Tribunal de Justiça de São Paulo, que se
recusou a usar máscara, ao caminhar na orla
de Santos, e ainda humilhou o guarda civil que
o abordou. Integrantes do CNJ confirmaram ao
jornalista Pedro Campos, da Rádio
Bandeirantes, que será aberto procedimento
contra o desembargador.
Será afastado
Conselheiros do CNJ também apostam que o
colegiado promoverá o afastamento imediato
de Siqueira de suas atividades no TJSP.
Agora é crime
O corregedor nacional, ministro Humberto
Martins, avalia se Siqueira cometeu crime de
'carteirada', previsto na Lei de Abuso de
Autoridade.
Corporativismo
Enquanto o Tribunal de Justiça mantém
constrangedor silêncio sobre o caso, o
Ministério Público de São Paulo também
denunciou Siqueira.
Como se faz política
Após culpar Edson Fachin, relator da Lava
Jato, pela morte do ex-deputado Nelson Meurer
de covid na prisão, o deputado Ricardo Barros
(PP-PR) se cacifou para virar líder do governo
na Câmara. Agradou também ao Planalto sua
coragem de criticar o 'lava-jatismo'.
Nova lorota
Os 'desinformados', como o general e ministro
Augusto Heleno chama alguns jornalistas
criativos que atuam em Brasília, agora atribuem
aos 'ministros generais' a defesa do fim do teto
de gastos. É só outra lorota.
Papo foi animador
O ex-secretário de Privatizações Salim Mattar
contou ontem a orientação que recebeu do
presidente Jair Bolsonaro, no começo do
governo: 'à exceção de Caixa, Banco do Brasil
e Petrobras, pode privatizar tudo.'
Sonho sonhado
A venda das estatais renderia ao Tesouro
Nacional mais de R$1 trilhão, suficientes por
exemplo para cobrir toda a despesa com a
pandemia de covid-19. Mas os políticos amam
estatais, seus cargos e seus negócios.
De olho
Está na pauta de sexta (14) do STF ação que
pode garantir economia de R$6,54 bilhões a
empresas, caso os ministros votem por retirar o
ISS do PIS/Cofins, como aconteceu com o
ICMS. Mas suas excelências adoram impostos.
É o que sustenta as regalias e privilégios do
setor público.
Direto para o consumo
Levantamento da Fecomercio-SP mostra que
do total de R$190 bilhões liberados pelo auxílio
emergencial contra os efeitos da pandemia no
Brasil, R$151 bilhões tiveram como destino o
consumo varejista.
Quase 100% mais
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio do Estado/Mato Grosso do Sul - Noticias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
De acordo com uma pesquisa
Neotrust/Compre&Confie, o Dia dos Pais
movimentou R$5,4 bilhões para o comércio
digital no País, crescimento de 95,4% em
relação ao mesmo período do ano passado.
Carga explosiva
Após a explosão de 2,7 mil toneladas de nitrato
de amônio em Beirute, a agência de
transportes aquaviários (Antaq) informa que há
215 terminais portuários, no Brasil, que
recebem e armazenam produtos químicos.
Pensando bem...
...2020 pode ser finalmente o ano de Neymar.
PODER SEM PUDOR
Lição inesquecível
José Américo de Almeida governava a Paraíba,
em 1951, quando o Estado enfrentou uma seca
dramática. Certo dia, no palácio, ele recebeu o
prefeito de uma?das cidades mais castigadas.
Tudo o que ele queria era um caminhão para
transportar os alimentos que conseguiu para os
seus munícipes mais carentes. José Américo
respondeu que seria difícil atender o pedido,
porque a cidade era muito longe da capital. O
prefeito perdeu a paciência e deu uma lição
que o 'Velho' jamais esqueceria: 'É longe não,
governador. Fica no mesmo local onde o
senhor foi pedir votos para se eleger'.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - Humberto
Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJEstadão Online/Nacional - Políticaquarta-feira, 12 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
TJ paulista quer ampliar gastos em R$6,8 bilhões
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Autor: Bruno Ribeiro e Tulio Kruse, O Estado de
S.Paulo
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)
propôs ao governo estadual um aumento de R$
6,8 bilhões em seu orçamento anual, na
comparação com os valores vigentes. Trata-se
de um aumento de 55% na proposta para 2021.
Entre as despesas que terão maior ampliação
estão o pagamento de salários e outras
despesas com pessoal. O assunto é analisado
pelo secretário de Orçamento e Gestão, Mauro
Ricardo, e pelo vice-governador Rodrigo Garcia
(DEM), que têm até o fim do mês para entregar
o projeto do Orçamento do ano que vem para a
Assembleia Legislativa.
Nos últimos três anos, o orçamento do Judiciário
paulista - que abrange todas as varas e
comarcas do Estado - ficou entre R$ 11,6
bilhões e R$ 12,3 bilhões. A proposta para 2021
prevê um recurso total de R$ 19,1 bilhões.
O aumento pedido pelo TJ-SP é maior do que
os valores que São Paulo teve, no orçamento
deste ano, para operar o Metrô, as composições
da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM) e todos os ônibus intermunicipais que
circulam no Estado, que somaram um custo de
R$ 5,5 bilhões.
Só nas despesas com pessoal, a proposta é
aumentar o orçamento de R$ 9,7 bilhões para
14,5 bilhões. Dados do Conselho Nacional de
Justiça do mês de abril (o mais recente)
mostram que, dos 760 desembargadores que
contam na folha de pagamento do órgão, 498
receberam salário líquido acima do teto, que é
de R$ 35,4 mil. A média de 'remuneração
líquida' da categoria em São Paulo é de R$ 39,2
mil. Houve pagamentos que passaram de R$ 90
mil.
Quando foi eleito para o cargo de presidente do
TJ paulista, em dezembro, o desembargador
Geraldo Francisco Pinheiro Franco disse ao
Estadão que precisaria de pelo menos R$ 2,4
bilhões a mais para gastos com pessoal. Na
terça-feira, 11, o jornal revelou que o órgão
pretende criar câmaras extraordinárias para
reduzir o número de processos pendentes,
pagando diárias extras aos desembargadores
destacados para o trabalho.
Até o ano passado, o tribunal mantinha um
projeto de construção de nova sede, no centro,
orçada em R$ 1,2 bilhão, que previa 584
gabinetes e heliponto. A divulgação de detalhes
60
Conselho Nacional de Justiça - CNJEstadão Online/Nacional - Políticaquarta-feira, 12 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
da obra, que teria duas torres, fez com que o
projeto terminasse adiado indefinidamente.
Proporcionalmente, os maiores pedidos de
reajuste na proposta são de 358% (de R$ 387
milhões para R$ 1,7 bilhão) para gastos com
sistemas de informática e de 253% (de R$ 75,3
milhões para R$ 266,1 milhões) para a
manutenção da infraestrutura dos prédio do TJ.
A proposta orçamentária foi aprovada pelo
?rgão Especial - a instância máxima do
tribunal, composta pelos 12 desembargadores
ativos mais antigos, 12 desembargadores
eleitos pelos pares e pelo presidente do TJ.
Ajuste
As negociações para o aumento ocorrem em
um momento em que, diante da pandemia do
coronavírus, o governo João Doria (PSDB) tem
pressionado por cortes. A previsão é de déficit
de R$ 10,4 bilhões no ano que vem. Doria
enviará um pacote de ajuste fiscal à
Assembleia Legislativa nos próximos dias que
prevê, entre outros itens, um programa de
demissão voluntária nas estatais. Esse pacote,
entretanto, cobre apenas parcialmente a
previsão de rombo - calculado em cerca de R$
8,8 bilhões. Mauro Ricardo e Garcia tiveram
uma reunião no dia 30 de julho com Pinheiro
Franco para apresentar o projeto de ajuste e
mostrar que os cofres estaduais não darão
conta de expandir o Orçamento no próximo
ano.
Essa proposta foi apresentada na terça à
bancada governista na Alesp. Além do
programa de demissões, o texto prevê a
extinção de estatais e um corte linear de 20%
em benefícios fiscais à iniciativa privada.
A expectativa do governo é aprovar o corte de
despesas no Legislativo até o fim do mês, para
que o projeto de Lei Orçamentária Anual para
2021 seja enviado já com a garantia do ajuste
fiscal. O presidente do TJ-SP se reuniu na
tarde de terça com o presidente da Alesp,
deputado Cauê Macris (PSDB), para tratar de
um projeto de lei que tramita na Alesp e prevê
que parte da taxa judicial cobrada em serviços
forenses seja destinada à folha de pagamento.
O professor do Departamento de Gestão
Pública da Fundação Getúlio Vargas Marco
Antonio Carvalho Teixeira afirmou que 'o
Judiciário deveria, neste momento, estar
buscando como contribuir para a pandemia'. 'E
uma das formas de contribuir é reduzindo
custos', observou Teixeira.
Proposta tem como base projeções 'ideais', diz
Corte
O presidente do Tribunal de Justiça de São
Paulo, desembargador Geraldo Francisco
Pinheiro Franco, disse que a proposta de
aumentar o orçamento do Judiciário estadual
em R$ 6,8 bilhões foi feita com base em
projeções 'ideais', e que o valor final ainda está
em discussão. Ele ressaltou que o tribunal tem
feito cortes desde o início de sua gestão, em
janeiro, e que a contenção de despesas
aumentou com a pandemia da covid-19. 'O
orçamento do governo do Estado e na Justiça é
formado a partir de projeções as mais ideais e
reais possíveis, voltadas às necessidades
plenas do poder Judiciário, no caso.'
'Vamos discutir item a item, possibilidade a
possibilidade, até que nós possamos chegar
em algo que seja factível para o governo do
Estado.'
Ele citou como exemplos de corte de gastos o
contingenciamento com o Fundo Especial de
Despesa do tribunal, a paralisação nas
nomeações, a renegociação de contratos com
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Conselho Nacional de Justiça - CNJEstadão Online/Nacional - Políticaquarta-feira, 12 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
fornecedores e o corte nos pagamentos de
horas extras a servidores.
Segundo Pinheiro Franco, o contingenciamento
nas despesas com o fundo vai gerar cerca de
R$ 300 milhões de economia. Já a
renegociação de contratos deve poupar ao
erário cerca de R$ 50 milhões. Ele ainda disse
que o projeto de ajuste fiscal no governo,
apresentado ao Judiciário há duas semanas, foi
levado em conta na proposta. Destacou
também que o TJ-SP tem mais de 43 mil
funcionários, 320 comarcas e mais de 600
prédios, e é o maior tribunal do País na esfera
estadual.
O governo do Estado informou que o
Orçamento está em elaboração, mas não
comentou o pedido do TJ-SP.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJExtra online/Rio de Janeiro - Brasil
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
OAB pedeinvestigação porcrime de racismo
após juíza doParaná citar três
vezes a raça de umréu negro aocondená-lo
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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai
pedir investigação por crime de racismo após
uma juíza de Curitiba, no Paraná, citar por três
vezes a raça de um réu negro para proferir uma
sentença em que condenou sete pessoas por
organização criminosa. Segundo ela, que pediu
desculpa após a repercussão do caso, sua frase
foi tirada de contexto.
O caso ganhou repercussão nesta quarta-feira,
dia em que, pela manhã, o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) fez uma reunião pública com
o tema Igualdade Social no Judiciário.
O CNJ determinou que a Corregedoria-Geral da
Justiça do Paraná investigue em até 30 dias o
caso da juíza Inês Marchalek Zarpelon.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná (TJ-PR), a Corregedoria já instaurou um
procedimento administrativo.
De acordo com a decisão, proferida pela juíza
Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de
Curitiba, o grupo, ao qual pertencia o autônomo
e réu primário Natan Viera da Paz, de 42 anos,
praticava assaltos no Centro da capital
paranaense. Entre as justificativas para valorar
a pena de Natan, a juíza afirmou que ele era
seguramente integrante do grupo criminoso 'em
razão da sua raça'.
Pelos crimes de pertencer a uma organização
criminosa, roubo e furto, Natan recebeu a
sentença de 14 anos de prisão, por crimes que
teriam sido cometidos entre os anos de 2016 e
2018. A sentença foi proferida no dia 19 de
junho, mas o caso só se tornou público agora,
depois que a advogada de defesa do réu,
Thayse Pozzobon, postou nesta quarta-feira,
com a autorização de seu cliente, um trecho do
documento em suas redes sociais.
A juíza mencionou outras duas vezes a raça,
conta a advogada, como justificativa em
momentos enquanto estava valorando a pena.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
- Ela aumentou em sete meses a sentença
referente à organização criminosa, fixando a
pena em três anos e sete meses. Ela justifica
esse aumento dos três anos iniciais da pena
por ele ser negro. Ela também usou a raça
como justificativa em outros dois momentos:
quando ela falou do roubo e do furto. No total, a
condenação ficou em 14 anos - explica a
advogada, que agora irá entrar com a apelação
e buscar a anulação da sentença.
Em nota, Inês afirmou que em 'nenhum
momento houve o propósito de discriminar
qualquer pessoa por conta de sua cor. E que o
racismo representa uma prática odiosa que
causa prejuízo ao avanço civilizatório,
econômico e social'.
Ela diz ainda que a linguagem 'quando extraída
de um contexto pode causar dubiedades' e que
em nenhum momento a cor foi utilizada para
concluir que o réu pertence a uma organização
criminosa e que a avaliação foi feita com base
nas provas.
'Reafirmo que a cor da pele de um ser humano
jamais serviu ou servirá de argumento ou
fundamento para a tomada de decisões
judiciais. O racismo é prática intolerável em
qualquer civilização e não condiz com os
valores que defendo. Peço sinceras desculpas
se de alguma forma, em razão da interpretação
do trecho específico da sentença, ofendi
alguém'.
Procurada pela reportagem, a juíza preferiu
não se pronunciar.
Instituições se manifestam
O Tribunal de Justiça do Paraná informou nesta
quarta-feira que vai encaminhar o caso para
apuração da Corregedoria-Geral da Justiça.
O Conselho Nacional de Justiça está
discutindo formas de implantar políticas de
combate ao racismo no Poder Judiciário,
ouvindo representantes de movimentos negros
e especialistas. Até 18 de agosto,
universidades, organizações não
governamentais, associações profissionais, de
Direitos Humanos, Defensorias Públicas,
Ministério Público, Ordem dos Advogados do
Brasil e outros interessados podem se
manifestar, por meio de memoriais escritos,
com propostas de políticas judiciárias.
Já a OAB Paraná informou que o órgão,
juntamente com a sua Comissão da Igualdade
Racial, presidida pela advogada Andréia
Cândida Vitor, iria protocolar, ainda nesta
quarta-feira, um pedido de providências
solicitando a abertura de procedimento
administrativo no TJ-PR para apuração dos
fatos.
Em nota, a OAB Paraná reitera seu repúdio a
toda a manifestação de racismo e comunicou
que está solicitando ao Tribunal de Justiça do
Paraná (TJ-PR) e ao Ministério Público
providências para apuração dos fatos ligados à
sentença proferida pela magistrada Inês
Marchelek Zarpelon.
O órgão também enviará um ofício ao
Ministério Público para apurar a prática de
discriminação.
Cássio Telles, presidente da OAB Paraná,
explica que, quando um juiz profere uma
sentença, na dosimetria da pena, existem
critérios, previstos na lei, que devem ser
considerados. No entanto, ele deixa claro que
raça e cor não fazem parte de critérios que
possam ser utilizados por magistrados.
- Vemos essa sentença com preocupação
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
porque ela atinge um dos princípios que estão
na nossa Constituição, que é o princípio da
igualdade. Ninguém pode ser discriminado por
questões de raça, de cor, de gênero, de fé,
religião, e jamais poderá, numa sentença
criminal, um magistrado utilizar a condição
racial pra agravar a pena de um cidadão - disse
Telles, numa vídeo gravado e divulgado na
tarde desta quarta-feira.
Representantes do movimento negro ressaltam
que a maioria dos casos de racismo está nas
entrelinhas, como manutenção da prisão nas
audiências de custódia, negativa na concessão
de habeas corpus e não aplicação do princípio
de insignificância nos casos em que é possível
adotá-lo.
Mestre em Direito, o advogado criminalista
Djefferson Amadeus, que é membro do
Movimento Negro Unificado (MNU), diz que o
episódio é mais um exemplo do racismo
estrutural na sociedade:
- As decisões judiciais estão sempre, de
alguma maneira, escondendo essa questão do
racismo que sempre está contido, mas
eventualmente aparece de maneira explícita.
As pessoas não se dão conta do racismo que
praticam por ele ser algo estruturado.
O crime de racismo é previsto em lei, que
enquadra uma série de situações, como, por
exemplo, recusar ou impedir acesso a
estabelecimento comercial, impedir o acesso a
entradas sociais em edifícios públicos ou
residenciais e elevadores ou às escadas de
acesso, negar ou obstar emprego em empresa
privada, entre outros.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha Online/Nacional - colunas e blogs
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Kim Kataguiri aciona CNJ contraprêmio de R$ 100 mil paradesembargadores de SP
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O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP)
acionou o Conselho Nacional de Justiça com
um pedido para que o Tribunal de Justiça de
São Paulo seja impedido de pagar prêmio de
até R$ 100 mil a desembargadores que
participem das Câmaras Extraordinárias
recentemente autorizadas.
Como revelado pelo Painel, as Câmaras darão
um dia de compensação para cada sete
processos que forem julgados pelos
desembargadores nessas Câmaras. Nas seções
de Direito Público e Privado, cada um deles
poderá participar de até 600 processos, o que
lhes renderá até 85 dias de compensação.
Convertidos em dinheiro, o que é possível de
acordo com a disponibilidade orçamentária do
tribunal, esses dias somam aproximadamente
R$ 100 mil.
Levantamento da Folha de 2019 apontava que a
remuneração bruta de um desembargador em
São Paulo era em média de R$ 56 mil -ou R$ 44
mil líquidos.
No pedido elaborado pelo advogado Rubens
Nunes, do MBL, a criação das Câmaras é
classificada como "ilegal" e "escandalosa".
Elas foram criadas para reduzir o acervo de
mais de 120 mil processos com julgamento
atrasado no tribunal.
"Dado o contexto causado pela pandemia do
Covid-19, as finanças públicas estão seriamente
abaladas por conta da crise na arrecadação,
sendo que tal ato discrepa enormemente da
atitude de austeridade que se espera do Poder
Público neste momento delicado", diz o pedido,
que também questiona o fato de a resolução
que criou as Câmaras, em julho, não apresentar
uma estimativa de impacto orçamentário.
O pedido também critica a dinâmica que explica
a criação das Câmaras: "os desembargadores
mais produtivos recebem um enorme abono
pecuniário simplesmente por terem feito a sua
missão constitucional, que é julgar com
celeridade. Já os desembargadores
improdutivos (que foram os responsáveis pela
situação [de atraso no julgamento dos
processos]) não são punidos."
Por fim, pede que o tribunal seja proibido de
pagar remuneração adicional a
desembargadores que participem de Câmaras
Extraordinárias e que apresente dados sobre a
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha Online/Nacional - colunas e blogs
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
produtividade dos desembargadores e medidas
discplinares tomadas contra aqueles que são
produtivos.
Com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e
Nathalia Garcia
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Notíciasquarta-feira, 12 de agosto de 2020
CNJ - Humberto Martins
CNJ vai apurar conduta de juízaacusada de racismo; magistrada se
desculpou
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Autor: Por Katia Brembatti
O ministro Humberto Martins, instaurou, de
oficio, pedido de providências para que a
Corregedoria-Geral da Justiça do Paraná apure
a conduta da juíza Inês Marchalek Zarpelon, da
1ª Vara Criminal da Região Metropolitana de
Curitiba (PR), sobre o teor de decisão proferida
pela magistrada, acusada de racismo. A
investigação deve ser feita nos próximos 30
dias. Uma força-tarefa da Defensoria Pública vai
revisar as sentenças da juíza dos últimos 12
meses para analisar se houve alguma menção a
questões de raça. A magistrada se manifestou,
pedindo desculpas, dizendo que a prática de
racismo é intolerável, que a pessoa foi
condenada baseada em provas e que a
interpretação que levou a parecer que fosse
uma discriminação se trata de uma dubiedade.
Para conhecer os detalhes da história, confira
aqui.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Humberto
Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJIsto é Dinheiro Online/Nacional - Giro
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
'Raça' é usada por juíza em pena noParaná
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Autor: Estadão Conteúdo
Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1ª
Vara Criminal de Curitiba, dada após uma
denúncia contra nove pessoas por 'furtos
qualificados e roubos majorados', chamou
atenção um trecho repetido três vezes:
'Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça (?)'. Foi dessa forma que
a juíza Inês Marchalek Zarpelon se referiu a
Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos
que foi condenado a 14 anos e dois meses de
reclusão.
A sentença foi proferida em junho, mas ganhou
repercussão após a advogada Thayse
Pozzobon postar trecho do documento em suas
redes sociais. 'Associar a questão racial à
participação em organização criminosa', diz a
advogada, 'revela não apenas o olhar parcial de
quem, pela escolha da carreira, tem por dever a
imparcialidade, mas também o racismo ainda
latente na sociedade brasileira'.
E a reação da Justiça veio ontem, quando a
Corregedoria Nacional de Justiça instaurou
pedido de providência 'a fim de esclarecer os
fatos'. Em seu pedido, o corregedor Humberto
Martins cita nota pública da Defensoria Pública
do Paraná que 'externa seu estarrecimento e
inconformismo com o teor da sentença
proferida'.
14 anos
Na sentença sobre o grupo, as indicações da
juíza curitibana aparecem na parte final do
documento, na seção em que ela calculou a
pena de Natan - que recebeu 14 anos de
reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.
Além dele, a magistrada condenou outras seis
pessoas, mas sem nenhuma outra referência a
raça.
Logo depois de registrar que ele é réu primário,
sem antecedentes criminais, Zarpelon escreveu:
'Sobre sua conduta social nada se sabe.
Seguramente integrante do grupo criminoso, em
razão da sua raça, agia de forma extremamente
discreta; os delitos e o seu comportamento,
juntamente com os demais, causavam o
desassossego e a desesperança da população,
pelo que deve ser valorada negativamente'. O
primeiro registro se deu quando a magistrada
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Conselho Nacional de Justiça - CNJIsto é Dinheiro Online/Nacional - Giro
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
analisava a pena de Natan relacionada ao
crime de organização criminosa. Depois a frase
foi repetida duas vezes, durante a fixação da
pena base por roubo majorado e por furto
qualificado.
A advogada de Natan considera que o
julgamento está 'maculado' e que a decisão
fere toda a sociedade brasileira. 'O Poder
Judiciário tem o dever de não somente aplicar
a lei, mas também, através de seus julgados,
reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou
seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-
las como fez a magistrada ao associar a cor da
pele ao tipo penal', escreveu Thayse.
'Sinceras desculpas'
Após repercussão da sentença, a juíza, que
atua na 1ª Vara Criminal de Curitiba, divulgou
nota afirmando que 'em nenhum momento
houve o propósito de discriminar qualquer
pessoa por conta de sua cor' e que 'a
linguagem, quando extraída de um contexto
pode causar dubiedades'. No site da
Associação dos Magistrados do Paraná ela
escreveu: 'Sinto-me profundamente entristecida
se fiz chegar, de forma inadequada, uma
mensagem (?) que não condiz com os valores
que todos devemos diuturnamente defender'. E
acrescentou: 'Peço sinceras desculpas se de
alguma forma, em razão da interpretação do
trecho (pág. 117), ofendi a alguém'.
Em seu texto, a juíza argumentou que 'em
nenhum momento a cor foi utilizada como fator
para concluir, como base da fundamentação da
sentença, que o acusado pertence a uma
organização criminosa'.
'A avaliação é sempre feita com base em
provas. A frase foi retirada, portanto, de um
contexto maior, próprio de uma sentença
extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo
que a cor da pele de um ser humano jamais
serviu ou servirá de argumento ou fundamento
para a tomada de decisões judiciais. O racismo
é prática intolerável em qualquer civilização e
não condiz com os valores que defendo', disse.
Observou ainda que 'o racismo representa uma
prática odiosa que causa prejuízo ao avanço
civilizatório, econômico e social.
O trecho polêmico, explica a juíza, 'foi retirado
de uma sentença proferida em processo de
organização criminosa composta por pelo
menos nove pessoas que atuavam em praças
públicas, praticando assaltos e furtos'. Depois
de investigação policial, e, após a instrução,
todos foram condenados, independentemente
de cor, em razão da prova existente nos autos'.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedoria Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJMetrópoles/Distrito Federal - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Justiça edita norma e permitepresença de pais em casamentos civis
no DF
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Autor: Marcus Rodrigues
A Corregedoria da Justiça do Distrito Federal
alterou as regras para a realização de
casamento civil nos cartórios do Distrito Federal,
durante a pandemia do novo coronavírus.
Agora, poderão estar fisicamente presentes nas
cerimônias, além dos noivos e suas
testemunhas, conforme já previsto
anteriormente, os ascendentes e descendentes
até o primeiro grau dos nubentes e mais uma
pessoa para registro fotográfico do ato, desde
que não façam parte do grupo de risco para a
Covid-19.
Ao liberar a realização de cerimônias de
casamento, a Justiça local tinha determinado
que apenas uma testemunha de cada noivo
poderia participar das cerimônias, para evitar o
risco de contágio pelo novo coronavírus. Com a
mudança, pais e filhos dos nubentes também
passam a participar das celebrações, assim
como fotógrafo ou pessoa responsável pelo
registro das imagens.
A alteração feita pela corregedoria prevê
também não haver prejuízo da transmissão por
meio virtual em tempo real da cerimônia para
outras pessoas, o que deverá ser providenciado
pelo Ofício, observadas ainda as demais regras
de segurança previstas nas normas expedidas
pelo órgão, pelo Conselho Nacional de Justiça
e autoridades públicas de saúde.
Em junho, matéria do Metrópoles revelou como
casais brasilienses adaptaram as cerimônias de
casamento durante a pandemia do novo
coronavírus.
Veja imagens de algumas das cerimônias:
(Com informações do TJDFT)
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Antagonista/Nacional - Notíciasquarta-feira, 12 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Toffoli faz comemoração no CNJ equem paga é você
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Para comemorar os 15 anos do Conselho
Nacional de Justiça, Dias Toffoli convidou
todos os ex-integrantes do órgão para uma
solenidade, no próximo dia 18, em Brasília.
No convite, ofereceu também o pagamento das
passagens aéreas, bancadas, claro, com o
dinheiro público. E isso em plena pandemia,
quando sessões são realizadas à distância.
O CNJ ainda não informou o quanto vai gastar
com os voos.
Supremo envia ao Congresso proposta de
orçamento de R$ 712,4 milhões para 2021
Ar do Supremo fez mal a Toffoli, dizem médicos
Técnicos do MPF dizem que acordo do TCU
com governo sobre leniência é inconstitucional
Toffoli passa bem, mas sem previsão de alta
Toffoli é internado com pneumonite alérgica
Em destaque: Dias Toffoli ? CNJ ? Conselho
Nacional de Justiça
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado CE Online/Ceará - Opiniao
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
Privatização é só da boca para fora,no Congresso
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Autor: Cláudio Humberto
Esforço despendido versus resultados obtidos, a
conta foi negativa
Salim Mattar, explicando sua demissão da
Secretaria de Desestatização e Privatização
Empresário de sucesso, habituado a ver suas
decisões cumpridas sem demora, Salim Mattar
fez um intensivão de política e sobre a vida
como ela é na gestão pública, quando chefiou a
Secretaria de Desestatização e Privatização do
governo Bolsonaro. Há mais de 30 anos, ele é
privatista militante, em defesa do extermínio das
estatais, mas agora Mattar sabe que, em
governo, não basta querer. Precisa 'combinar
com os russos' do Congresso, da Justiça, da
pelegada, dos lobistas, dos fornecedores?
Reino da hipocrisia
Mattar agora sabe. Rodrigo Maia elogia
privatizações em palestras para empresários
paulistas, mas é quem as inviabiliza na Câmara.
Só pensam naquilo
Mattar agora sabe. Quando se trata de estatais,
políticos só pensam na melhor maneira de
ocupar as diretorias com apadrinhados
subornáveis.
Tamanho do problema
Mattar agora sabe. O governo não nos obriga a
sustentar apenas 134 estatais, como se dizia,
mas 698, quase todas imprestáveis e
deficitárias.
Pregação continua
Mattar agora sabe. Empresa privada tem seus
encantos. Mas, ele não retomará a gestão da
sua Localiza. Vai se dedicar ao Instituto Liberal.
Será afastado
Conselheiros do CNJ também apostam que o
colegiado promoverá o afastamento imediato de
Siqueira de suas atividades no TJSP.
Agora é crime
O corregedor nacional, ministro Humberto
Martins, avalia se Siqueira cometeu crime de
'carteirada', previsto na Lei de Abuso de
Autoridade.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado CE Online/Ceará - Opiniao
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
Corporativismo
Enquanto o Tribunal de Justiça mantém
constrangedor silêncio sobre o caso, o
Ministério Público de São Paulo também
denunciou Siqueira.
Como se faz política
Após culpar Edson Fachin, relator da Lava
Jato, pela morte do ex-deputado Nelson Meurer
de covid na prisão, o deputado Ricardo Barros
(PP-PR) se cacifou para virar líder do Governo
na Câmara. Agradou também ao Planalto sua
coragem de criticar o 'lavajatismo'.
Nova lorota
Os 'desinformados', como o general e ministro
Augusto Heleno chama alguns jornalistas
criativos que atuam em Brasília, agora atribuem
aos 'ministros-generais' a defesa do fim do teto
de gastos. É só outra lorota.
Papo foi animador
O ex-secretário de Privatizações Salim Mattar
contou ontem a orientação que recebeu do
presidente Jair Bolsonaro, no começo do
governo. 'À exceção de Caixa, Banco do Brasil
e Petrobras, pode privatizar tudo'.
Sonho sonhado
A venda das estatais renderia ao Tesouro
Nacional mais de R$1 trilhão, suficiente, por
exemplo, para cobrir toda a despesa com a
pandemia de covid-19. Mas, os políticos amam
estatais, seus cargos e seus negócios.
De olho
Está na pauta de amanhã (14), do STF, ação
que pode garantir economia de R$ 6,54 bilhões
a empresas, caso os ministros votem por retirar
o ISS do PIS/Cofins, como aconteceu com o
ICMS. Mas, suas excelências adoram
impostos. É o que sustenta as regalias e
privilégios do setor público.
Direto para o consumo
Levantamento da Fecomércio-SP mostra que
do total de R$ 190 bilhões liberados pelo
auxílio emergencial contra os efeitos da
pandemia no Brasil, R$ 151 bilhões tiveram
como destino o consumo varejista.
Quase 100% mais
De acordo com uma pesquisa
Neotrust/Compre&Confie, o Dia dos Pais
movimentou R$5,4 bilhões para o comércio
digital no País, crescimento de 95,4% em
relação ao mesmo período do ano passado.
Carga explosiva
Após explosão de toneladas de nitrato de
amônio em Beirute, a agência de transportes
aquaviários (Antaq) informa que há 215
terminais portuários, no Brasil, que recebem e
armazenam produtos químicos.
José Américo de Almeida governava a Paraíba,
em 1951, quando o Estado enfrentou uma seca
dramática. Certo dia, no palácio, ele recebeu o
prefeito de uma
das cidades mais castigadas. Tudo o que ele
queria era um caminhão para transportar os
alimentos que conseguiu para os seus
munícipes mais carentes. José Américo
respondeu que seria difícil atender o pedido,
porque a cidade era muito longe da capital. O
prefeito perdeu a paciência e deu uma lição
que o 'Velho' jamais esqueceria: 'É longe não,
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado CE Online/Ceará - Opiniao
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
governador. Fica no mesmo local onde o
senhor foi pedir votos
para se eleger'.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo - Blogs/Nacional - Fausto Macedo
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Recuperação judicial, covid-19 e tutelaprovisória
Autor: Marina Freire e Elias Mubarak Júnior*
Vivemos um momento sensível para todas as
relações jurídicas diante da pandemia
proveniente da covid-19 e seu resultado
devastador ainda se está por mensurar. Essa
nêmese, de natureza de caso fortuito ou força
maior, eleva o nível do risco a outro patamar e
deve ser encarado como um novo paradigma.
Países no mundo todo vêm concatenando
medidas a fim de minorar as consequências da
calamidade na saúde, na administração pública,
como também na economia. Em solo nacional,
advieram atos normativos a fim de regulamentar
a situação emergencial, como a Lei 13.979/20 e
o Decreto Legislativo nº 06/2020, o qual instituiu
estado de calamidade pública e liberou o
Executivo das metas impostas pela Lei de
Responsabilidade Fiscal. Os Estados e
Municípios, como consectário, publicaram atos
regulamentares com o fito de assegurar o
isolamento social, que repercutiram em
detrimento do funcionamento de inúmeras
empresas que desempenham atividades não
enquadradas como essenciais. Assim, voltam-
se os holofotes àquele que pode assegurar a
inviolabilidade de direitos arranhados diante da
situação de anormalidade: o Poder Judiciário.
Para tanto, o ordenamento dispõe sobre a
possibilidade de concessão de medidas de
natureza cautelar ou antecipada, pois o fator
tempo exige a imediata atuação do Estado,
calcando-se em juízos de verossimilhança e de
caráter não exauriente e justamente a condição
incomum da empresa em recuperação impõe a
adoção de medidas excepcionais com vistas à
sua preservação.
As tutelas, assim, funcionam como ferramenta
no auxílio da manutenção da atividade da
empresa, servindo para repelir atos de
constrição, preservar seu patrimônio e, por
consequência, garantir a manutenção de
empregos, o pagamento de fornecedores, além
de assegurar a arrecadação tributária.
A situação da empresa, delicada juridicamente
por si só, encontra na Tutela Provisória a
ferramenta essencial à sua proteção. A fortiori, é
possível vislumbrar que os fatos recentes
tendem a colocar a empresa na iminência de
'quebra', vez que com a determinação de
paralisação de suas atividades por conta do
isolamento, torna-se cada vez mais penoso
fazer valer as obrigações assumidas anteriores
ao estado de calamidade.
Diante deste cenário, o Conselho Nacional de
Justiça formalizou a Recomendação n 63/20,
com o objetivo de unificar a orientação a ser
adotada pelos tribunais durante a pandemia,
buscando mitigar o impacto decorrente do
estado emergencial nessas entidades, bem
como o Projeto de Lei 1.397/2020 institui
medidas salutares destinadas a atenuar a crise
econômico-financeira, como a suspensão por 60
dias de cobranças extrajudiciais ou judiciais de
dívidas vencidas após a decretação do estado
de calamidade e o instrumento da negociação
coletiva para quem comprovar decréscimo
superior a 30% de seu faturamento.
Na Itália, não foi diferente, vez que a crise deu
ensejo ao Decreto-lei n. 23, que concede ajuda
financeira às empresas e suspende por três
meses os processos de declaração falimentar.
O princípio da preservação da empresa deve
integrar ainda mais o espírito da fundamentação
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo - Blogs/Nacional - Fausto Macedo
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
do decisum, mormente visualizando como
efeito dela o poder de reduzir os impactos
econômicos decorrentes da covid-19. Já é
possível constatar decisões em harmonia com
a Recomendação, como a antecipação dos
efeitos do Stay Period, com escopo de evitar a
paralisação das atividades da empresa,
motivada pela ausência de tempo hábil para
apresentação da documentação a que faz
menção o art. 51 da Lei n. 11.101/05.
O magistrado deve ter em mente o efeito
holístico de sua decisão, a qual, embora seja
'inter pars', acaba por repercutir na esfera de
terceiros, os quais em circunstâncias ordinárias
não seriam sopesados, porém, na atual
conjuntura, são relevantes na sua ponderação.
O cenário que se estabelece demanda atuação
conjunta e orquestrada por partes de todos os
Poderes do Estado. Ao Judiciário incube
análise minuciosa da situação que envolve
teoria da imprevisão, caso fortuito, força maior
e, eventualmente, fato do príncipe.
Por fim, não podemos olvidar da eventual
avalanche de processos com pedidos de
urgência que deverão ser apreciados
incontinenti. Nesse esteira, interessante a
sugestão dada pelo professor de Direito
Empresarial Mark Roe, da Harvard Law School,
no sentido de alocar mais juízes, de forma
temporária para as varas especializadas em
falência e recuperação de empresas, ou
deslocar aqueles com menos feitos para onde
há maior volume de processos e, ainda, da
ideia de se reconduzir aos antigos cargos
juízes aposentados na área (malgrado nossa
diferença de assunção ao cargo), tudo a fim de
não se causar mais danos no cenário cujo
transcurso do tempo pode ser mais fatal que a
própria pandemia.
Desta forma, vislumbramos que a preocupação
com a crise é um dos desafios globais do
século 21 e, que após a superação dos
problemas sanitários, haverá um novo
momento, o da UTI econômica, e os
verdadeiros garantidores da saúde financeira
do país serão os advogados e juízes atentos às
essas necessidades.
*Marina Freire, juíza de Direito, especialista em
Processo Civil (EPM), mestre em Direito
Internacional (USP); Elias Mubarak Júnior,
advogado, sócio na Mubarak Advogados
Associados, membro da Comissão de Estudos
de Recuperação Judicial e Falência da OAB/SP
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Toffoli marca para 19 de agostojulgamento de ação da Rede sobre
dossiê
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Autor: Rafael Moraes Moura/ BRASÍLIA
O presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Dias Toffoli, marcou para o dia 19 de
agosto o julgamento de uma ação da Rede
sobre um dossiê elaborado pelo governo contra
579 servidores federais e estaduais identificados
como integrantes do 'movimento antifascismo'.
Na ação, a Rede pede ao STF a abertura de
inquérito na Polícia Federal para investigar o
caso.
O tema vai ser discutido pelos 11 integrantes da
Corte em sessão plenária realizada por
videoconferência.
Na última testa terça-feira, o ministro da Justiça,
André Mendonça, se antecipou e encaminhou
ao Congresso uma cópia do relatório sobre
opositores do governo Jair Bolsonaro. O
documento, com cerca de 200 páginas, foi
entregue ao presidente da Comissão Mista de
Controle das Atividades de Inteligência (CCAI),
senador Nelsinho Trad (PSD-MS), antes que o
colegiado fizesse uma solicitação. Em nota, a
pasta também informou que a Polícia Federal
vai investigar o vazamento do 'dossiê'.
A existência do documento feito pela Diretoria
de Inteligência da Secretaria de Operações
Integradas (Seopi) com informações sobre 579
servidores da área de segurança pública e da
educação identificados com o movimento
antifascismo foi revelada pelo portal UOL em
julho. Na sexta-feira passada, o ministro da
Justiça negou o termo 'dossiê', afirmando que
remete a algo ilegal, mas admitiu que a pasta
monitorou opositores ao governo. Os
parlamentares só deverão ter acesso ao
relatório da pasta na semana que vem.
Explicações. Em resposta enviada ao Supremo
na semana passada, o Ministério da Justiça e
Segurança Pública disse que não investiga
opositores do governo e negou que produza
dossiês. A pasta disse ainda que não pode
compartilhar com a Corte informações de
Inteligência produzidas pela sua Seopi. A
manifestação foi enviada ao tribunal depois de a
relatora do caso, Cármen Lúcia, cobrar
explicações dentro de um prazo de 48 horas.
'A atividade de Inteligência dedica-se a produzir
conhecimentos para assessorar o processo
decisório das autoridades públicas. Assim, é
dever dizer que não há qualquer procedimento
investigativo instaurado contra qualquer pessoa
específica no âmbito da Seopi, muito menos
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
com caráter penal ou policial. Noutras palavras,
não compete à Seopi produzir 'dossiê' contra
nenhum cidadão e nem mesmo instaurar
procedimentos de cunho inquisitorial', afirmou o
ministério.
A pasta disse ainda que a produção de
relatórios em secretarias é 'atividade essencial
para a segurança do Estado e dos cidadãos', e
que a Seopi 'não se coloca a serviço de
grupos, ideologias e objetivos mutáveis e
sujeito às conjunturas político-partidárias'.
'Não se pode deixar de consignar que o
vazamento de informações de Inteligência é
fato grave e que coloca em risco tanto
atividades essenciais do Estado Brasileiro
como pessoas eventualmente citadas nos
relatórios.'
O ministério defende o arquivamento da ação
apresentada pela Rede Sustentabilidade, sob
argumento que o partido não conseguiu
demonstrar a existência dos atos que
descreveu.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Alterações na Lei de RecuperaçãoJudicial podem não ser suficientes
para superar a crise
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Autor: João Pedro Alves Pinto*
João Pedro Alves Pinto. FOTO: DIVULGAÇÃO
A crise econômica provocada pela pandemia do
coronavírus está deixando sequelas graves no
setor empresarial brasileiro. A Secretaria de
Política Econômica do Ministério da Economia
estima que mais de 3 mil empresas podem
entrar em recuperação judicial nos próximos
meses e outras 271 mil correm o risco de se
tornarem inadimplentes com suas obrigações de
rotina devido aos impactos negativos pelo
Covid-19.
Leia Também
Reforma da Lei de Recuperação Judicial e a
curva da insolvência
Esses impactos resultaram também na perda de
1.198.363 postos formais de trabalho no
primeiro semestre de 2020, de acordo com os
dados divulgados pelo Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (CAGED).
Para tentar amenizar essa situação e melhorar o
ambiente de negócios após o controle da
pandemia, a equipe econômica do Governo
Federal pretende avançar no Congresso
Nacional com a votação do Projeto de Lei nº
10.220/2018, que propõe a atualização de
dispositivos da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro
de 2005 (Lei de Recuperação Judicial e
Falência).
A equipe econômica acredita que o tempo que
os processos levam para serem finalizados (em
média de 6,7 anos, mas muitos se arrastam por
mais de 13 anos) torna ineficaz o modelo atual
da recuperação judicial no Brasil. Isso porque os
ativos de uma empresa que se socorre desse
instituto costumam perder 51% do seu valor
médio, o que se agrava à medida que o
processo se prolonga. Na prática, quanto mais
tempo o processo levar para ser finalizado,
menos patrimônio da empresa poderá ser
convertido em recursos para pagar as suas
dívidas, o que dificulta o seu retorno ao
mercado.
Diante disso, o PL 10.220/2018 prevê melhora
nas condições de pagamento das dívidas com a
Fazenda Nacional, por meio da possibilidade do
seu parcelamento em até 120 prestações
mensais, além da aproximação do Fisco com os
processos de recuperação judicial e falência
mediante a criação de uma espécie de
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
negociação chamada de 'transação tributária'.
Outro ponto relevante é o capítulo que
regulamenta os contratos de financiamento
para as empresas em recuperação judicial,
sobretudo porque, atualmente, há uma lacuna
sobre este tema, o que não confere segurança
jurídica nem previsão para tais operações.
A equipe econômica pretende também conferir
aos empresários e empresas a possibilidade de
um 'fresh start' (começo rápido), ou seja,
permitir que fechem seus negócios ou os
repassem a terceiros para se livrarem
rapidamente de suas dívidas e, assim, voltarem
a empreender.
O PL 10.220/2018 aguarda votação pelo
Plenário da Câmara dos Deputados e, de
acordo com o seu relator, o deputado Hugo
Leal (PSD-RJ), a ideia é que isso aconteça na
primeira quinzena de agosto.
Porém, apesar de ser louvável a preocupação
da equipe econômica com a retomada da
economia, existe o risco de as alterações
pretendidas na Lei de Recuperação Judicial e
Falência não surtirem, na prática, o efeito
esperado. Isso porque já é sabido que o Poder
Judiciário se encontra sobrecarregado e
operando no limite de sua capacidade de
absorção de demandas e poderá colapsar à
medida que novas empresas pedirem
recuperação judicial em um curto espaço de
tempo (o que certamente ocorrerá), tendo em
vista a complexidade desse tipo de processo.
Por essa razão, ao invés de propor
modificações na Lei de Recuperação Judicial e
Falência, talvez o legislador devesse se
preocupar mais em incentivar a negociação
extrajudicial como meio alternativo à jurisdição
estatal.
A esse respeito, o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) aprovou, no dia 17 de julho de
2020, a proposta contida no ato normativo nº
0005479-03.2020.2.00.0000, que prevê a
criação de Centros Judiciários de Solução de
Conflitos e Cidadania (CEJUSCs) exclusivos
para as demandas empresariais, os chamados
CEJUSCs empresariais.
O CNJ registra ainda a necessidade de esses
órgãos serem estruturados de forma adequada,
mediante a capacitação dos seus
mediadores/conciliadores em matéria
empresarial, além da possibilidade de utilização
de câmaras privadas de negociação e
mediação devidamente cadastradas pelos
Tribunais de Justiça, sobretudo porque, na
conjuntura atual, o espaço para a negociação
está naturalmente limitado pela fragilidade
econômica dos devedores e dos credores.
Para que seus resultados sejam positivos,
entretanto, é imprescindível que, além da
instalação e estruturação adequada, a
utilização dos CEJUSCs empresarias seja
realmente incentivada com a adoção de
mecanismos que tornem a negociação prévia
eficiente e viabilizem o retorno da empresa em
crise ao mercado.
Assim, nesse ambiente de negociação prévia,
um mecanismos que poderia ser utilizado é o já
conhecido 'stay period', que é o período pelo
qual ficam suspensas as execuções contra o
devedor. Outra opção é conferir ao devedor o
acesso a fontes alternativas de financiamento,
a fim de que possa reestruturar as suas dívidas
de forma mais rápida e minimizar a perda de
valor de seus ativos.
Esses mecanismos já são adotados
atualmente, porém, apenas em âmbito judicial,
ou seja, após o devedor ter o processamento
da sua recuperação judicial deferido.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo - Blogs/Nacional - Fausto Macedo
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Portanto, a adoção desses mecanismos poderá
aumentar a capacidade de absorção de
demandas pelo Poder Judiciário; prevenir a
propositura de outras demandas relacionadas
ao inadimplemento do devedor e; assim,
conferir-lhe a proteção necessária para que as
negociações prévias ocorram de maneira
célere e eficiente.
*João Pedro Alves Pinto é advogado associado
do escritório Meirelles Milaré Advogados
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo Online/Nacional - Opinião
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Justiça à distância
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Autor: Felipe Gonçalves e Teresa de Andrade
Castro Neves
Apesar da avassaladora pandemia da Covid-19,
a Justiça não parou. Podemos dizer que o
Poder Judiciário se transformou para que a
jurisdição continuasse a ser prestada durante a
crise.
No Estado do Rio de Janeiro, de 16 de março a
19 de julho de 2020, os magistrados produziram
3,5 milhões de atos processuais: 786.888
sentenças, 779.960 decisões e quase dois
milhões de despachos (1.987.807). Nosso
Tribunal de Justiça registrou, ao todo, 24
milhões de movimentações processuais em
quatro meses de quarentena.
Mesmo neste período marcado por tantas
adversidades, a Justiça mostrou sua
essencialidade e fez valer seu papel
republicano. Condição só possível pela
adequação da prestação jurisdicional ao
teletrabalho. O home office revelou-se
fundamental à manutenção do funcionamento
da Justiça em audiências, sessões e
atendimento aos advogados por
videoconferência, bem como o exercício
intelectual à distância.
Magistrados e servidores, bem como os próprios
advogados, adaptaram-se rapidamente. A
dificuldade gerada por mudanças tão repentinas
logo evidenciou a oportunidade de mostrar o
profissionalismo, a eficiência e a dedicação de
todos. Importante ressaltar que, com o trabalho
remoto, evita-se a perda de tempo com
deslocamentos e o estresse natural do cotidiano
das ruas.
A Justiça do Rio de Janeiro é a campeã de
produtividade pelo décimo ano consecutivo. O
relatório Justiça em Números, do Conselho
Nacional de Justiça, mostra que as 631
unidades judiciárias do estado, situadas em 81
municípios sedes de comarcas, produziram
3.339 sentenças por magistrado. Que nos sirva
de comparação: a média nacional é de 1.897
sentenças/magistrado, ou seja, o magistrado
fluminense produz quase o dobro do colega de
outros estados.
Em 2019, a despesa do Judiciário fluminense
por habitante foi de R$ 253,30, incluída a folha
de inativos. Quantia menor do que a média
nacional, de R$ 256,80. A Justiça do Rio de
Janeiro é a mais bem distribuída do país: 99,6%
da população fluminense residem nos
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo Online/Nacional - Opinião
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
municípios-sede. Em 16 anos, a Justiça
Itinerante já atendeu a mais de 1 milhão de
pessoas em 32 pontos permanentes no Estado.
Há, realmente, muito do que nos orgulhar. O
Judiciário brasileiro e, em especial, o
fluminense, seguirá trabalhando para construir
o bem comum e servir ao cidadão de forma
eficiente e isenta, como exige o estado
democrático de direito.
Ainda há muito o que fazer, muitos serão os
desafios pela frente no enfrentamento desta
crise sem precedentes. Estaremos trabalhando
juntos para atender aos anseios da sociedade
em busca da paz social.
Seja no fórum ou em casa, uma certeza temos:
a Justiça não para.
Felipe Gonçalves é juiz do Tribunal de Justiça
do Rio de Janeiro e presidente da Associação
dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro
(Amaerj), Teresa de Andrade Castro Neves é
desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro e 1ª vice-presidente da Amaerj
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, Judiciário - Justiça em
Números
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo Online/Nacional - Brasilquarta-feira, 12 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
STF quer aumentar em R$ 26 milhõesorçamento para 2021
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Autor: Carolina Brígido
BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF)
aprovou nesta quarta-feira a proposta
orçamentária da Corte para 2021. A estimativa é
de R$ 712,4 milhões em gastos, um valor com
acréscimo de R$ 25,7 milhões em relação ao
orçamento deste ano, de R$ 686,7 milhões.
Apesar da crise financeira e fiscal do país, o
tribunal optou pelo acréscimo - que, segundo o
presidente do Supremo, Dias Toffoli,
corresponde apenas à correção pela inflação no
período.
O ministro Luiz Fux, que assumirá a presidência
do Supremo em setembro, contou que manteve
contato com representantes do Ministério da
Economia para, se houver necessidade, pedir
suplementação no orçamento no ano que vem
para custear eventuais novas despesas da
Corte e do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), órgão que também comandará.
Toffoli louvou a iniciativa, mas deixou claro que,
diante do cenário financeiro atual do país, não
seria possível aumentar o valor do orçamento
agora. Segundo ele, o valor atual foi acertado
diretamente com técnicos da equipe econômica
do governo.
- O que apresentamos agora é o possível no
atual momento - disse Toffoli.
No ano passado, o STF apresentou uma
proposta de orçamento R$ 92 milhões menor
em relação aos gastos no ano anterior. A
redução foi necessária para a Corte se adequar
à emenda constitucional 95, conhecida como
PEC do teto, que estabeleceu limite para o
aumento dos gastos da União.
A proposta orçamentária foi apresentada pelo
presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, aos
demais ministros na semana passada. Como
todos já conheciam os números, a aprovação do
orçamento durou poucos instantes, sem
qualquer debate entre os integrantes do tribunal.
Agora, Toffoli vai encaminhar a proposta ao
Poder Executivo, que consolida o Orçamento da
União e envia para votação no Congresso
Nacional.
Nos moldes do orçamento do ano passado, não
há previsão de reajuste nos salários dos
ministros do STF, que é de R$ 39,2 mil.
Eventual aumento representaria efeito em toda
a administração pública. Isso porque os salários
dos juízes do Brasil são calculados em
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo Online/Nacional - Brasilquarta-feira, 12 de agosto de 2020
CNJ - Conselho Nacional de Justiça
percentuais dos vencimentos dos ministros do
STF. Além disso, o valor também serve como
teto do funcionalismo público.
Segundo Toffoli, a proposta inicial para 2021
era R$ 76,1 milhões maior do que a
apresentada nesta quarta-feira, mas foi cortada
para permitir o ajuste à PEC do teto. O
presidente do Supremo ressaltou que, neste
ano, foi editada norma permitindo o
compartilhamento de determinados gastos
entre as Cortes - como na TV Justiça. Embora
os tribunais façam uso da programação, até o
ano passado apenas o STF arcava com os
custos do canal.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Já passou da hora de os negrosbrasileiros serem tratados como
judeus
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"A escravidão permanecerá por muito tempo
como a característica nacional do Brasil. Ela
espalhou por nossas vastas solidões uma
grande suavidade; seu contato foi a primeira
forma que recebeu a natureza virgem do país, e
foi a que ele guardou; ela povoou-o como se
fosse uma religião natural e viva, com os seus
mitos, suas legendas, seus encantamentos;
insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem
pesar, suas lágrimas sem amargor, seu silêncio
sem concentração, suas alegrias sem causa,
sua felicidade sem dia seguinte? É ela o suspiro
indefinível que exalam ao luar as nossas noites
do Norte."
O texto acima é de autoria do gigantesco
Joaquim Nabuco e está no livro "Minha
Formação". Trata-se de uma verdade aterradora
e profunda. Nabuco aborda, como se nota, a
naturalização da escravidão entre nós, como se
fosse um traço da nossa identidade.
A degeneração moral legada pela escravidão
aparece na agressão vil de que foi alvo um
entregador em Valinhos, em São Paulo, ou na
agressão física sofrida por um motoboy num
shopping do Rio. E, nesse segundo caso, os
únicos que estavam transgredindo a lei eram os
policiais que estavam fazendo bico.
Agora vem a público a sentença de uma juíza
do Paraná. Leio na Folha:
A raça foi uma das características usadas para
associar um homem a um grupo criminoso em
Curitiba (PR). Nas palavras da juíza Inês
Marchalek Zarpelon, o réu Natan Vieira da Paz,
um homem negro de 48 anos, "seguramente"
integrava a organização, "em razão de sua
raça".
A frase foi repetida em três partes da sentença
de 115 páginas, da 1ª Vara Criminal de Curitiba.
A decisão é do dia 19 de junho, mas ganhou
repercussão com a revolta da advogada do réu,
Thayze Pozzobon, que compartilhou a sentença
nas redes sociais.
(...)
Após o impacto do caso, a Corregedoria do
Tribunal de Justiça do Paraná (TJ/PR) informou
em nota à Folha que instaurou procedimento
administrativo para apurar os fatos.
Natan, cujo apelido é "Neguinho", como detalha
a própria sentença, foi condenado a 14 anos e 2
meses de prisão, em regime fechado, além de
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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
multa, por roubos e furtos praticados em
organização criminosa. Ele pode recorrer da
condenação em liberdade.
"Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça", escreveu a magistrada.
Na sequência, ela afirmou que, no grupo
criminoso que integrava, ele e os demais réus
"causavam o desassossego e a desesperança
da população", fator que deveria ser
considerado para valorar negativamente as
condutas.
(...)
Via Associação dos Magistrados do Paraná
(Amapar), a juíza divulgou uma nota em que
pede desculpas pelo ocorrido, mas afirma que
a frase foi "retirada de um contexto maior" e
que a cor da pele do réu não foi levada em
consideração para condená-lo.
"Em nenhum momento a cor foi utilizada -e
nem poderia- como fator para concluir, como
base da fundamentação da sentença, que o
acusado pertence a uma organização
criminosa. A avaliação é sempre feita com base
em provas", afirmou a juíza.
RETOMO
É o fim da picada a juíza em questão se
manifestar via "Associação dos Magistrados do
Paraná". Na hora de dar a sentença e escrever
a barbaridade que escreveu, ela o faz por conta
própria, segundo os critérios olímpicos de que
dispõe o juiz -- e nem me oponho a eles,
alicerçados na vitaliciedade, na inamovibilidade
e na irredutibilidade dos salários.
Quando, no entanto, algo dá errado, aí se
apela ao ente de caráter sindical...
A associação se dá conta de que, ao ser
veículo da explicação que nada explica, acaba
se comprometendo com a frase odiosa?
"Fora de contexto"? É mesmo? Que contexto
explica "seguramente integrante do grupo
criminoso, em razão da sua raça"...? Ademais,
alguém explique à doutora que cor de pele não
é raça. Raça mesmo, senhora, só existe uma: a
humana.
QUANDO ACABA?
Sabem quando isso vai acabar? Quando o
Conselho Nacional de Justiça simplesmente
aposentar compulsoriamente um juiz que
escreve algo dessa natureza. E quando,
finalmente, a discriminação contra o negro
ganhar o justo status de que goza, por
exemplo, a discriminação contra os judeus.
Reitero: JUSTO STATUS!
Ou alguém dúvida de que a Associação dos
Magistrados do Paraná jamais poria o sindicato
a serviço de um juiz que praticasse
antissemitismo numa sentença? E não o faria
porque as entidades judaicas são mais
organizadas e mais presente no establishment
do que os grupos que defendem os direitos dos
negros.
A partir do dia 10 de setembro, o STF e o
Conselho Nacional de Justiça passarão a ser
ocupados por um judeu, por exemplo: Luiz Fux.
Sim, já houve um negro lá - Joaquim Barbosa -,
mas se tratou de exceção, não de regra, de
coisa corriqueira.
Voltemos a Joaquim Nabuco. Correta e
justamente, o antissemitismo causa
repugnância numa larga maioria, inclusive
numa larga maioria que ainda vê com
naturalidade a discriminação contra os negros.
Afinal, como quer Nabuco, a escravidão
povoou nossa natureza virgem "como se fosse
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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
uma religião natural e viva, com os seus mitos,
suas legendas, seus encantamentos".
E, desgraçadamente, ofender um negro parece
não ter a mesma gravidade de ofender um
judeu.
FALAR TUDO
E, como o segredo de aborrecer é dizer tudo,
lembro que Jair Bolsonaro, durante a
campanha eleitoral, disparou a seguinte
barbaridade:
"Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais
leve lá pesava sete arrobas (arroba é uma
medida usada para pesar gado; cada uma
equivale a 15 kg). Não fazem nada. Eu acho
que nem para procriador ele serve mais".
E prosseguiu:
"Alguém já viu algum japonês pedindo esmola?
É uma raça que tem vergonha na cara!".
Foi aplaudido com entusiasmo. Estava na
Hebraica do Rio. Um clube judaico.
O STF recusou uma denúncia contra ele por
racismo.
Chegou a hora de o negro brasileiro ser tratado
como um judeu.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
'Raça' é usada por juíza em pena noParaná
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Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1ª
Vara Criminal de Curitiba, dada após uma
denúncia contra nove pessoas por 'furtos
qualificados e roubos majorados', chamou
atenção um trecho repetido três vezes:
"Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça (...)". Foi dessa forma que
a juíza Inês Marchalek Zarpelon se referiu a
Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos
que foi condenado a 14 anos e dois meses de
reclusão.
A sentença foi proferida em junho, mas ganhou
repercussão após a advogada Thayse
Pozzobon postar trecho do documento em suas
redes sociais. "Associar a questão racial à
participação em organização criminosa", diz a
advogada, "revela não apenas o olhar parcial de
quem, pela escolha da carreira, tem por dever a
imparcialidade, mas também o racismo ainda
latente na sociedade brasileira".
E a reação da Justiça veio ontem, quando a
Corregedoria Nacional de Justiça instaurou
pedido de providência "a fim de esclarecer os
fatos". Em seu pedido, o corregedor Humberto
Martins cita nota pública da Defensoria Pública
do Paraná que "externa seu estarrecimento e
inconformismo com o teor da sentença
proferida".
14 anos
Na sentença sobre o grupo, as indicações da
juíza curitibana aparecem na parte final do
documento, na seção em que ela calculou a
pena de Natan - que recebeu 14 anos de
reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.
Além dele, a magistrada condenou outras seis
pessoas, mas sem nenhuma outra referência a
raça.
Logo depois de registrar que ele é réu primário,
sem antecedentes criminais, Zarpelon escreveu:
"Sobre sua conduta social nada se sabe.
Seguramente integrante do grupo criminoso, em
razão da sua raça, agia de forma extremamente
discreta; os delitos e o seu comportamento,
juntamente com os demais, causavam o
desassossego e a desesperança da população,
pelo que deve ser valorada negativamente". O
primeiro registro se deu quando a magistrada
analisava a pena de Natan relacionada ao crime
de organização criminosa. Depois a frase foi
90
Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - cotidiano
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
repetida duas vezes, durante a fixação da pena
base por roubo majorado e por furto
qualificado.
A advogada de Natan considera que o
julgamento está "maculado" e que a decisão
fere toda a sociedade brasileira. "O Poder
Judiciário tem o dever de não somente aplicar
a lei, mas também, através de seus julgados,
reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou
seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-
las como fez a magistrada ao associar a cor da
pele ao tipo penal", escreveu Thayse.
'Sinceras desculpas'
Após repercussão da sentença, a juíza, que
atua na 1ª Vara Criminal de Curitiba, divulgou
nota afirmando que "em nenhum momento
houve o propósito de discriminar qualquer
pessoa por conta de sua cor" e que "a
linguagem, quando extraída de um contexto
pode causar dubiedades'. No site da
Associação dos Magistrados do Paraná ela
escreveu: "Sinto-me profundamente
entristecida se fiz chegar, de forma
inadequada, uma mensagem (...) que não
condiz com os valores que todos devemos
diuturnamente defender". E acrescentou: "Peço
sinceras desculpas se de alguma forma, em
razão da interpretação do trecho (pág. 117),
ofendi a alguém".
Em seu texto, a juíza argumentou que "em
nenhum momento a cor foi utilizada como fator
para concluir, como base da fundamentação da
sentença, que o acusado pertence a uma
organização criminosa".
"A avaliação é sempre feita com base em
provas. A frase foi retirada, portanto, de um
contexto maior, próprio de uma sentença
extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo
que a cor da pele de um ser humano jamais
serviu ou servirá de argumento ou fundamento
para a tomada de decisões judiciais. O racismo
é prática intolerável em qualquer civilização e
não condiz com os valores que defendo", disse.
Observou ainda que "o racismo representa
uma prática odiosa que causa prejuízo ao
avanço civilizatório, econômico e social.
O trecho polêmico, explica a juíza, "foi retirado
de uma sentença proferida em processo de
organização criminosa composta por pelo
menos nove pessoas que atuavam em praças
públicas, praticando assaltos e furtos". Depois
de investigação policial, e, após a instrução,
todos foram condenados, independentemente
de cor, em razão da prova existente nos autos".
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedoria Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Online/Nacional - Brasil
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Presidente da Abag vê setor privadocomo artífice do desenvolvimento da
Amazônia
Autor: Daniela Chiaretti
'O setor privado pode ser artífice do
desenvolvimento da Amazônia brasileira. Mas
os principais entraves, e não só na Amazônia,
são a insegurança jurídica e o custo-Brasil',
disse Marcello Brito, presidente da Associação
Brasileira do Agronegócio (Abag). 'Não falta
capital no mundo para investir. Falta segurança
jurídica e transparência para quem quer receber
o capital.'
Brito falou em entrevista coletiva no
encerramento da reunião virtual de lideranças
empresariais com os nove governadores da
Amazônia Legal, na manhã desta quarta-feira
(12).
No encontro, além dos nove governadores,
estavam os CEOs e presidentes de empresas
Beny Fiterman (Agropalma), Eduardo
Bartolomeo (Vale), João Paulo Ferreira (Natura)
e Marcos Molina (Marfrig) e os diretores de
sustentabilidade e relações governamentais
Domingos Campos (Norsk Hydro) e Michelle
Shayo (Alcoa).
Carta
Na reunião, os empresários apresentaram uma
carta ao consórcio de governadores da
Amazônia. Nela pedem avaliação e validação do
Cadastro Ambiental Rural (CAR) e
implementação do Código Florestal, o que, até
agora, não ocorreu. Pedem, ainda, ação de
polícia para o combate ao crime organizado
ligado à grilagem e ao desmatamento ilegal,
'que prejudica os negócios legais da Amazônia'.
Outro pedido do setor privado aos governadores
é a maior integração entre os institutos de terras
e o INCRA para que se consiga maior agilidade
aos processos de regularização fundiária.
'Esse grupo acompanha com maior atenção e
preocupação o impacto nos negócios da atual
percepção negativa da imagem do Brasil no
exterior em relação às questões
socioambientais na Amazônia. Essa percepção
negativa tem um enorme potencial de prejuízo
para o Brasil, não apenas do ponto de vista
reputacional, mas de forma efetiva para o
desenvolvimento de negócios e projetos
fundamentais para o país', segue o comunicado.
O movimento do setor privado pelo combate ao
desmatamento ilegal da Amazônia, inclusão
socioeconômica das comunidades no esforço de
preservação da floresta e descarbonização da
economia começou há um mês, com a carta-
manifesto assinada por 38 CEOs de grandes
empresas nacionais e internacionais com
interesses no Brasil. Hoje são 70, lembrou
Marina Grossi, presidente do Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (Cebds), articuladora do
movimento.
A Amazônia e os três Poderes
Marina lembrou que a primeira reunião do grupo
foi com o presidente do Conselho Nacional da
Amazônia Legal, vice-presidente Hamilton
Mourão, que falou em metas para combater o
desmatamento ilegal, e depois com o presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que criou
um grupo de trabalho para interagir com as
demandas do setor privado.
Ontem foi a vez de um encontro com os
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Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Online/Nacional - Brasil
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
ministros Dias Toffoli, presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), e Luís Roberto
Barroso, além da conselheira do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) Maria Tereza Uille
Gomes.
'Falamos sobre a importância de combater o
desmatamento ilegal para a credibilidade
brasileira e o que isso representa para o país,
em termos de imagem e também de realidade',
disse, ao Valor, André Clark, presidente da
Siemens Energy.
Na reunião com o STF também estiveram
Horácio Lafer Piva (Klabin), Marc Reichardt
(Bayer) e Molina, da Marfrig.
No judiciário, os empresários falaram sobre os
prejuízos à imagem do Brasil e dos negócios
causados pelo avanço do desmatamento ilegal
e a importância de levar o Estado de Direito
para a Amazônia. Pediram agilidade no
julgamento de questões relacionadas à
implementação do Código Florestal, que estão
na pauta do Tribunal.
'Esta questão, de parar o desmatamento ilegal,
não é só central para o judiciário brasileiro, mas
também para o equilíbrio climático, de redução
de emissões, para o regime de chuvas', seguiu
Clark. 'Imagine o efeito de uma ruptura no
regime de chuvas para as hidrelétricas no país
ou às culturas agrícolas', seguiu.
'O Brasil é uma potência de energia verde. Mas
é importante lembrar que a destruição da
Amazônia, e já temos 20% dela desmatada,
pode impactar severamente o sistema
energético e desestabilizar o país.'
Na reunião com os governadores, o presidente
do Conselho da Marfrig falou sobre o
rastreamento da cadeia de produção da carne,
segundo relato de Marina Grossi.
'É muito claro que o Brasil dispõe de todas as
ferramentas necessárias, de inteligência e
governança, para conter o desmatamento ilegal
e a grilagem de terras. É preciso integrar. Está
cada um em seu canto', seguiu Brito, da Abag.
O outro ponto, segundo ele, é 'identificar quais
os setores relevantes para a Amazônia e quais
são os setores em que a Amazônia é relevante.
Assim podemos dar a devida prioridade'.
'Os negócios têm muitas oportunidades
relacionadas à Amazônia e têm, também,
muitos riscos atrelados', ponderou Carlo
Pereira, secretário-executivo do Pacto Global,
iniciativa da ONU para engajar empresas em
meio ambiente, direitos humanos, trabalho e
medidas anticorrupção.
'Quem poderia concorrer com produtos
agroambientais brasileiros com carimbo de
Amazônia preservada? Ninguém', provocou
Brito, da Abag. 'A quem interessa a
transparência senão aos honestos? Quem faz
a coisa direito está querendo esconder o quê?
Nada.'
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille
Gomes
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBahia Notícias/Bahia - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
TRT-BA pode abrir processo contrajuiz por 33 licenças médicas e
participar de leilões
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O ?rgão Especial do Tribunal Regional do
Trabalho da Bahia (TRT-BA) terá que decidir se
abrirá um novo processo administrativo
disciplinar contra o juiz aposentado Eduardo
Summers por apresentar 33 licenças médicas e
por participar de leilões promovidos pelo próprio
TRT. A discussão sobre o caso ocorreu durante
a primeira sessão do órgão transmitida por
videoconferência, no dia 20 de julho. Na sessão
que será realizada no próximo dia 14, a questão
será definida com a pronúncia do voto do
desembargador Pires Ribeiro. A maioria dos
desembargadores já votou pela abertura do
processo, contra a prescrição do caso.
Segundo o magistrado, aposentado em 2014
por tempo de serviço, foram instauradas duas
sindicâncias contra ele, em meados de 2013,
por ausência constante ao trabalho, por motivos
de saúde e por arrematar bens em leilões. As
sindicâncias foram instauradas pelos
desembargadores Valtércio de Oliveira e Luiz
Tadeu Vieira Leite, à época, corregedores do
TRT-BA. 'Sofro de um problema congênito nos
tendões de diversas partes do corpo. Com a
idade isso passou a provocar tendinites com
dores em diversos pontos dos punhos e dos
ombros. As pretensas licenças médicas se
deram após o surgimento dos sintomas do
problema. De um dia para o outro eu não
conseguia levantar uma xícara de café e
manusear os autos e caneta era doloroso.
Nesse período fui submetido a diversos
tratamentos medicamentosos, fisioterápicos,
infiltrações e duas cirurgias', conta o juiz.
Ele defende que todas as licenças médicas
foram referendadas pela junta médica do TRT e
'jamais houve qualquer suspeita de fraude' e
'jamais foi questionada a lisura da junta médica
do TRT'. 'Se o TRT aceitou essas licenças
médicas, elas não poderiam ser invocadas em
procedimento disciplinar para fundamentar uma
alegação de escassa capacidade de produção.
Eles até poderiam ter invocado essas licenças
médicas para instaurar um processo para
aposentadoria por invalidez, mas jamais invocá-
las em um procedimento de ordem disciplinar. O
contrassenso é evidente', avalia Summers. Ao
Bahia Notícias, ele confirmou que alguns
atestados de meados de 2013 não foram
apresentados, por ter sido um momento muito
difícil na família, 'em que tudo perdeu sentido',
quando a filha foi diagnosticada com uma
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBahia Notícias/Bahia - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
doença rara, requerendo muitos cuidados. Mas
a Coordenadora de Saúde do Regional
constatou que não era necessária a presença
do juiz para a recuperação da criança, já que
havia outras pessoas na família que poderiam
dar o suporte necessário.
Com a ausência do juiz no posto de trabalho,
as audiências precisaram ser remarcadas e o
TRT teve que convocar um juiz substituto. Ele
teria ficado 530 dias ausentes do trabalho por
motivos de saúde. Apesar dos argumentos de
dores provocados pela doença congênita, a
Coordenadoria de Saúde atestou que o serviço
do magistrado poderia ser executado com
auxílio de servidores, de forma a não
comprometer a produtividade.
Outra acusação que recai sobre o magistrado é
a participação em leilões, com arrematação de
três bens, através dele ou da esposa. O TRT
da Bahia veda a participação de magistrados e
servidores em leilões. Mas Eduardo Summers
assevera que é seu direito como cidadão poder
participar de hastas públicas de processos em
que ele não julgou e que sejam fora da região
em que atuava. O juiz e esposa teriam dado 93
lances em leilões. A esposa dele chegou a
questionar no CNJ o direito dos juízes em
participar de leilões. Mas o CNJ entendeu que
juízes não poderiam participar de leilões dos
tribunais em que estão ligados. Foi dito em um
relatório que o leiloeiro foi abordado
pessoalmente e por telefone pelo juiz para
saber detalhes dos bens que estavam sendo
arrematados pela esposa, dentre eles, imóveis.
Summers chegou a confirmar para
Corregedoria do TRT que participou de
diversas hastas públicas do próprio Regional
através de sua esposa, sob o argumento de
que tem direito de arrematar os bens
vinculados a processos aos quais ele não
tenha atuado, agindo sempre com ética e boa-
fé. Ao Bahia Notícias, ele defendeu o direito de
participar das hastas públicas, como previsto
no artigo 497 do Código Civil, além de estar em
conformidade com a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Afirmou ainda que o
contato telefônico do leiloeiro estava disponível
no site do leilão, e que qualquer interessado
pode fazer o contato, nunca se valendo do
cargo de juiz para isso.
Summers diz que ainda foi acusado pelo TRT
de exercer atividade comercial por participar
dos leilões. Apesar de ter dado 93 lances nos
leilões, o juiz e a esposa arremataram três
imóveis. Antes dos leilões, ele diz que o casal
não possuía nenhum imóvel. Eles arremataram
uma casa em Porto Seguro, que foi vendida
posteriormente quando se mudou para
Camaçari, e uma fazenda em Caravelas, que
foi vendida em 2018, quando já morava em
São Paulo. A terceira arrematação foi desfeita
por desistência. 'É evidente que se dos
alegados 93 lances eletrônicos não resultou
qualquer arrematação, deles não houve
'concreção fática' de qualquer compra, muito
menos de compra para fins comerciais. O
exercício de atividade comercial, como é
cediço, não admite a modalidade tentada', diz
Summers, que atualmente advoga.
Eduardo Summers afirmou que a motivação do
processo contra si é política. 'Na realidade há
uma questão de ordem pessoal do então
corregedor [Valtércio de Oliveira] contra mim.
Ela data de alguns anos antes. Meu pai foi
parte em um processo sujeito à relatoria dele.
Numa sessão de julgamento, o
desembargador, após confraternizar com os
advogados da parte contrária, antecipou
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBahia Notícias/Bahia - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
indevidamente seu voto desfavorável ao direito
do meu genitor. Esse fato ficou gravado no
sistema de àudio. Meu pai solicitou a
degravação e opôs Exceção de Suspeição. Em
razão disso o desembargador se viu obrigado a
se dar por suspeito no processo, cujo
julgamento teve resultado inteiramente oposto
àquele por ele sinalizado. Desde então o
desembargador passou a nutrir atitude negativa
contra mim, inclusive em comentários com
colegas. Até que, anos depois, em 2013, ele
assumiu a Corregedoria. Eu, inclusive, opus
Exceção de Suspeição contra ele no
procedimento disciplinar, embora soubesse que
o TRT não acataria a alegação', declarou. Ele
frisa que médicos do Regional nunca
responderam a processos pelas licenças
referendadas.
Até ser pautado para julgamento em definitivo
na próxima sexta-feira, o processo percorreu
alguns caminhos que podem ter levado à
prescrição. O juiz sindicado assevera que o
tempo para uma eventual prescrição já passou
e teria acabado em 2018. Em novembro de
2016, o ?rgão Especial do TRT decidiu abrir um
processo administrativo disciplinar contra o
magistrado. Mas em maio de 2018, a abertura
do processo foi anulada por vícios na intimação
do juiz. A Corregedoria Regional do Trabalho
da Bahia chegou a pedir à Corregedoria
Nacional de Justiça para avocar o processo,
por dificuldade em prosseguir com a apuração,
por não conseguir intimar o juiz aposentado. O
corregedor nacional de Justiça, ministro
Humberto Martins, encaminhou o pedido para
o corregedor-geral da Justiça do Trabalho,
ministro Aloyso Veiga, do Tribunal Superior do
Trabalho (TST), para apurar o caso. O ministro
do TST, por sua vez, remeteu o caso
novamente para o TRT. A proposta do TRT da
Bahia para o processo ser avocado era diante
dos artifícios utilizados pelo juiz não ser
notificado, para assim retardar a apuração de
'fatos graves contra si'. Segundo a presidente
do Regional, desembargadora Dalila Andrade,
o juiz fornecia endereços 'fictícios', em que
nunca residiu. O TRT chegou a localizar o novo
endereço do juiz e ele chegou a ser notificado,
mas não se manifestou. Com isso, o TRT
pautou o caso para a sessão do ?rgão Especial
realizada no dia 12 de agosto de 2019.
Entretanto, no dia 9 de agosto, o juiz
argumentou que o processo já estava prescrito.
Houve pedido de vista do desembargador
Paulino Couto, que foi liberada na sessão
realizada no último dia 20 de julho. O TRT
tomou conhecimento dos fatos oficialmente em
novembro de 2013, mas a Corregedoria
somente determinou a notificação do
investigado em março de 2015 para apresentar
defesa prévia. Em novembro de 2016, o
processo foi instaurado, foi anulado em maio
de 2018, e só retornou à pauta do ?rgão
Especial em agosto de 2019.
Na sessão realizada no último dia 20 de julho,
a presidente do TRT-BA, Dalila Andrade,
declarou que houve 'muitas manobras do
próprio juiz investigado no sentido de não ser
encontrado e isso lá em 2018, quando eu era
Corregedora e tentei notificar o magistrado, lá
em São Paulo, no endereço que ela havia
informado'. A desembargadora ainda declarou
que desde 2016 houve inúmeras tentativas de
notificar o juiz da tramitação do processo, 'sem
êxito, e justamente porque o próprio juiz
investigado deu causa a todo o retardamento".
"Não é de agora que ele atua dessa forma, não
é de agora, de forma alguma', afirmou. Ele foi
notificado erroneamente por edital, Dalila
reconheceu o erro e determinou nova intimação
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBahia Notícias/Bahia - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
pelo Diário da Justiça do Trabalho. Por
determinação do corregedor da Justiça do
Trabalho, Dalila pediu o recadastramento do
magistrado, sob risco de corte do pagamento
da aposentadoria. À reportagem, Summers
afirmou que usou 'as regras do jogo' para se
defender. 'Eu acho que esse processo é
injusto. Eles cometeram tantos erros que
culminaram na prescrição, independente da
minha resistência. A minha resistência não
implicaria em prescrição', avalia.
Eduardo Summers apresentou duas exceções
de impedimentos contra as desembargadoras
Dalila Andrade e Debora Machado. Ele ainda
disse que se o TRT instaurar um novo
processo, irá ao CNJ contra a decisão, e caso
seja necessário, recorrerá também à Justiça
Federal para reconhecimento da prescrição.
RESPOSTA DO TRT-BA
Ao Bahia Notícias, o TRT-BA defendeu que as
propostas foram apresentadas,
respectivamente, pelos Corregedores
Regionais, desembargadores Valtércio Oliveira
e Luiz Tadeu Leite Vieira, na vigência de seus
mandatos, e "imputam ao referido juiz graves
irregularidades de conduta quando ainda
atuava como magistrado neste Regional,
sendo-lhe garantida a ampla defesa e
contraditório".
"Ademais, em que pese as propostas terem
sido apresentadas pela Corregedoria Regional,
a abertura do Processo Administrativo
Disciplinar é decisão que cabe ao Colegiado,
no caso, ?rgão Especial do TRT5, não
possuindo, nesse contexto, cunho político.
Informamos, por fim, que o processo
administrativo tramita com acesso restrito à
documentação nele encartada, não sendo
possível divulgar seu conteúdo, até porque
milita a favor do juiz aposentado Eduardo
Summers Albuquerque, a presunção de
inocência", conclui o texto.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Humberto Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBem Paraná Online/Paraná - Notícias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
CNJ abre investigação sobre sentençaracista em Curitiba
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Autor: Josianne Ritz
A Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná (TJ/PR) instaurou ontem
procedimento administrativo para apurar o caso
da juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara
Criminal de Curitiba, que mencionou a raça de
um réu em uma sentença. A decisão, de 19 de
junho, mas publicada na terça-feira, chama a
atenção por conta do conteúdo considerado
racista. Natan Vieira da Paz, 48 anos, foi
condenado a 14 anos e 2 meses acusado de
integrar uma organização criminosa e praticar
furtos.
Na sentença, a juíza justifica a condenação
pelos crimes, uma vez que o homem é negro.
'Sobre sua conduta social nada se sabe.
Seguramente integrante do grupo criminoso, em
razão da sua raça, agia de forma extremamente
discreta os delitos e o seu comportamento,
juntamente com os demais, causavam o
desassossego e a desesperança da população,
pelo que deve ser valorada negativamente',
escreveu Zarpelon na página 107, de 115, de
sua sentença condenatória. A investigação foi
determinada pelo Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), que concedeu o prazo de 30
dias para a averiguação.
Em outros trechos da sentença, nas páginas
109 e 110, ela repete a mesma afirmação.
'Sobre sua conduta social nada se sabe.
Seguramente integrante do grupo criminoso, em
razão da sua raça.' Além de Paz, outras oito
pessoas foram julgadas e condenadas na
mesma ação pela juíza Zarpelon. Segundo a
sentença, o grupo formava uma organização
criminosa que, entre 2016 e 2018, praticou
furtos e saidinhas de banco nas praças Carlos
Gomes, Rui Barbosa e Tiradentes, na região
central de Curitiba. Eles teriam furtado mochilas,
bolsas, carteiras e celulares. A advogada de
Paz, Thayse Cristine Pozzobon, que divulgou a
sentença nas redes sociais, informou que
recorrerá da decisão de Inês Marchalek
Zarpelon e acionará o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) para que o julgamento seja
anulado, por conta do racismo praticado pela
magistrada na sentença.
Contexto - Em nota publicada no site da
Associação dos Magistrados do Paraná
(Amapar), a juíza Inês Marchalek Zarpelon
informa que a frase foi retirada de contexto e
que 'não houve o propósito de discriminar
qualquer pessoa por conta de sua cor', diz a
nota. 'A frase foi retirada, portanto, de um
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBem Paraná Online/Paraná - Notícias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
contexto maior, próprio de uma sentença
extensa, com mais de cem páginas. Reafirmo
que a cor da pele de um ser humano jamais
serviu ou servirá de argumento ou fundamento
para a tomada de decisões judiciais. O racismo
é prática intolerável em qualquer civilização e
não condiz com os valores que defendo. Peço
sinceras desculpas se de alguma forma, em
razão da interpretação do trecho específico da
sentença (pag. 117), ofendi a alguém', diz a
nota.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCongresso em Foco Online/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Parlamentares pedem ação do CNJcontra juíza que usou raça ao
condenar réu
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Deputados e senadores repudiaram as
manifestações racistas da juíza Inês Marchalek
Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, na
sentença em que condena Natan Vieira da Paz
por crime de roubo e assaltos de aparelhos
celulares de vítimas no centro de Curitiba (PR).
No texto, a magistrada relaciona o fato de o réu
ser negro com o cometimento do crime.
"Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça, agia de forma
extremamente discreta os delitos e o seu
comportamento, juntamente com os demais,
causavam o desassossego e a desesperança
da população, pelo que deve ser valorada
negativamente",disse.
O partido Cidadania divulgou uma nota,
assinada pelo deputado Rubens Bueno e por
Roberto Freire, repudiando a manifestação
racista da juíza e pedindo que o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) tome providências.
'O CIDADANIA é contra toda forma de
preconceito e intolerância, seja ela de raça,
origem, gênero, idade, e quaisquer outras
formas em que a ignorância se manifeste', diz a
nota.
O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto
de lei que deu origem ao Estatuto da Igualdade
Racial também pediu esclarecimentos ao CNJ.
Inaceitável que uma juíza afirme, em decisão
judicial, que o réu 'seguramente' integra grupo
criminoso 'em razão de sua raça'. Como
presidente da Comissão de Direitos Humanos
do Senado, estou pedindo esclarecimentos e
providências ao Conselho Nacional de
Justiça.
- Paulo Paim (@paulopaim) August 12, 2020
Bira do Pindaré, deputado pelo PSB do
Maranhão afirmou que também está
representando contra a juíza no CNJ.
Como presidente da Frente Parlamentar
Quilombola, estou representando contra essa
juíza junto ao Conselho Nacional de Justiça.
Não podemos fazer vista grossa ao racismo,
prática cada vez explícita no tempo presente.
#VidasNegrasImportam #EssaLutaéNossa
https://t.co/DWQ3iUcGxL
- Bira do Pindaré (em ??) (@BiradoPindare)
August 12, 2020
O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ),
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCongresso em Foco Online/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
considerou 'assustadora' a ação da magistrada
e disse que o crime deverá ser pago pela juíza.
É assustadora essa história da juíza do Paraná.
Como pode uma magistrada justificar a
condenação de um indivíduo pela cor da sua
pele a ainda por cima ter a coragem de
escrever isso na sentença? Juíza, racismo é
crime e você terá que responder por ele.
- Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) August 12,
2020
Para o senador Fabiano Contarato (REDE-ES),
o racismo estrutural e a seletividade do sistema
criminal condenam independentemente de
provas.
O racismo estrutural e a seletividade do
sistema criminal condenam sumariamente os
negros e os mais pobres, independentemente
de provas. O que o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) fará em relação a essa juíza?
https://t.co/fnfsaAJQFz
- Fabiano Contarato (@ContaratoSenado)
August 12, 2020
Reginaldo Lopes (PT-MG) afirmou que
'denunciar absurdos como esse é zelar pelas
instituições'.
O racismo brasileiro perdeu totalmente a
vergonha e ficou escancarado após a eleição
de Bolsonaro. A sentença de uma juíza de
Curitiba, associando possível conduta
criminosa á cor de pele do condenado, é
inaceitável. Denunciar absurdos como esse é
zelar pelas instituições.
- Reginaldo Lopes ???? (@ReginaldoLopes)
August 12, 2020
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho
(SE), disse que é preciso admitir que no Brasil
'existe um racismo direto e também velado'.
É preciso admitir que no Brasil existe um
racismo direto e também velado. Existem
aqueles que preferem negar a gravidade ou
falar que se trata de um 'mimimi'.
Racismo é crime, estrutural no país e precisa
ser combatido todos os dias! #NãoAoRacismo
pic.twitter.com/cpEc9JBU6N
- Rogério Carvalho ??????
(@SenadorRogerio) August 12, 2020
Em nota, a juíza pediu 'sinceras desculpas'
pelo ocorrido e afirmou que a frase foi retirada
do contexto. 'O racismo é prática intolerável em
qualquer civilização e não condiz com os
valores que defendo', diz a nota. A defesa do
réu disse que vai recorrer a decisão. 'A raça
dele não pode, de maneira alguma, ser
relacionada com os fatos que ele supostamente
praticou', afirmou a advogada do caso Thayse
Pozzobon.
Leia a íntegra da nota
A respeito dos fatos noticiados pela imprensa
envolvendo trechos de sentença criminal por
mim proferida, informo que em nenhum
momento houve o propósito de discriminar
qualquer pessoa por conta de sua cor.
O racismo representa uma prática odiosa que
causa prejuízo ao avanço civilizatório,
econômico e social.
A linguagem, não raro, quando extraída de um
contexto, pode causar dubiedades.
Sinto-me profundamente entristecida se fiz
chegar, de forma inadequada, uma mensagem
à sociedade que não condiz com os valores
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
que todos nós devemos diuturnamente
defender.
A frase que tem causado dubiedade quanto à
existência de discriminação foi retirada de uma
sentença
proferida em processo de organização
criminosa composta por pelo menos 09 (nove)
pessoas que atuavam em praças públicas na
cidade de Curitiba, praticando assaltos e furtos.
Depois de investigação policial, parte da
organização foi identificada e, após a instrução,
todos foram condenados, independentemente
de cor, em razão da prova existente nos autos.
Em nenhum momento a cor foi utilizada - e
nem poderia - como fator para concluir, como
base da
fundamentação da sentença, que o acusado
pertence a uma organização criminosa. A
avaliação é sempre feita com base em provas.
A frase foi retirada, portanto, de um contexto
maior, próprio de uma sentença extensa, com
mais de cem páginas.
Reafirmo que a cor da pele de um ser humano
jamais serviu ou servirá de argumento ou
fundamento para a tomada de decisões
judiciais.
O racismo é prática intolerável em qualquer
civilização e não condiz com os valores que
defendo.
Peço sinceras desculpas se de alguma forma,
em razão da interpretação do trecho específico
da sentença (pag. 117), ofendi a alguém.
INÊS MARCHALEK ZARPELON
Juíza de Direito
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Judiciário cresce diante da calamidadee de ameaças ao Estado de Direito
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Autor: Fernanda Valente Danilo Vital
Nesta quarta-feira, 12 de agosto, a ConJur lança
o Anuário da Justiça Brasil 2020. O evento será
transmitido pela TV ConJur, a partir das 18h30,
com a participação do presidente do STF,
ministro Dias Toffoli, e de representantes de
todos os tribunais superiores, da advocacia e do
Ministério Público. Esta reportagem integra a
publicação.
O presidente do Supremo Tribunal Federal,
ministro José Antonio Dias Toffoli, resumiu os
seis meses em que a pandemia do novo
coronavírus mudou a vida da humanidade em
uma frase: 'O primeiro semestre de 2020 não foi
fácil'. Na ocasião, ele fazia o balanço semestral
de atividades do tribunal que preside e se referia
apenas às dificuldades que a corte e o
Judiciário brasileiro enfrentaram com a crise
sanitária mundial.
Poderia acrescentar que ao lado dos problemas
causados pelo vírus o Judiciário teve de
enfrentar uma feroz campanha de difamação e
descrédito desferida por grupos
antidemocráticos integrados até mesmo por
autoridades federais. E além de tudo isso, ainda
havia, claro, a interminável crise política da
nação dividida.
A corte soube enfrentar as duas ou três frentes
de batalha e, nas palavras do seu presidente,
saiu-se vitoriosa. 'Isso prova que a democracia
brasileira e o Supremo Tribunal Federal
emergem fortalecidos', concluiu, em seu
balanço, referindo-se a pesquisa do Datafolha
que constatou que 75% dos brasileiros apoiam a
democracia.
No dia 17 de março de 2020, um homem de 62
anos internado num hospital em São Paulo
tornou-se a primeira vítima da Covid-19, que
nos meses seguintes haveria de matar mais de
100 mil brasileiros. Contra o inimigo invisível, a
principal arma adotada foi o isolamento social,
que reduziu ao essencial a atividade econômica
e limitou ao indispensável a mobilidade e o
contato interpessoal. O Judiciário como um
todo reagiu prontamente à emergência
adequando sua atividade às exigências
comportamentais e às demandas judiciais
geradas na pandemia.
'Exercer a jurisdição constitucional em um país
complexo como o Brasil - com seus 210 milhões
de habitantes, 27 estados, 5.570 municípios e
90 tribunais - não é tarefa fácil. Essa missão
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tornou-se ainda mais árdua em meio a uma
pandemia que fragiliza todos nós e que tem
ceifado inúmeras vidas', afirmou Dias Toffoli.
Em âmbito nacional, a chamada Lei da
Quarentena (Lei 13.979/2020), de 6 de
fevereiro, estabeleceu as medidas
emergenciais de enfrentamento da pandemia.
Além dela, cerca de 400 normas, entre leis,
medidas provisórias, decretos, portarias e
resoluções, a maioria de iniciativa do Executivo
Federal, haveriam de regulamentar as
questões relacionadas à pandemia.
Seguindo as recomendações das autoridades
de saúde mais responsáveis do Brasil e do
mundo, o Judiciário brasileiro passou a operar
em modo virtual. No dia 19 de março, o
Conselho Nacional de Justiça editou a
Resolução 313/2020 que estabeleceu um
regime de plantão extraordinário em toda a
Justiça, com previsão de suspensão de prazos
e disciplinando expediente, audiências e
trabalho remoto.
Ainda na competência do CNJ, foi editada a
Recomendação 62, dispondo sobre os
cuidados a serem tomados no âmbito do
sistema prisional para proteger os presos
contra o vírus. Em abril, a Lei 13.994/20 criou a
possibilidade de conciliação não presencial
nos Juizados Cíveis.
O STF, que há 13 anos já faz uso do Plenário
Virtual, aderiu prontamente aos julgamentos do
Plenário e das turmas por videoconferência. No
Plenário Virtual, o relator coloca o seu voto na
página eletrônica do colegiado e durante a
semana os outros julgadores, cada um a seu
tempo, postam seus respectivos votos.
Inicialmente era restrito para o julgamento de
determinadas classes e tipos de processo.
Com a epidemia, a Resolução 669/2020
autorizou o julgamento de qualquer processo, a
critério do relator. No primeiro semestre de
2020, 97% dos julgamentos aconteceram em
ambiente virtual.
A grande novidade, no entanto, foi a adesão
aos julgamentos por videoconferência, este
sim, reproduzindo o plenário analógico, com
cada ministro em sua casa, conectados
virtualmente na mesma sessão. 'Os
julgamentos virtuais são uma realidade cada
vez mais presente nas grandes democracias do
mundo, sendo propulsores de uma prestação
jurisdicional mais célere, eficiente, isonômica,
transparente e acessível a todos', afirmou
Toffoli indicando que esta é uma tendência que
veio para ficar.
No Superior Tribunal de Justiça, até a chegada
da epidemia, as sessões virtuais eram usadas
apenas pelos colegiados que julgam matéria de
Direito Público e Direito Privado, além da Corte
Especial. Depois do coronavírus, os colegiados
que decidem matéria de Direito Criminal
também passaram a ter a possibilidade. O
tribunal, que aderiu plenamente aos
julgamentos por videoconferência, também
estuda ampliar o uso das sessões virtuais,
permitindo as mesmas possibilidades que o
STF já oferece.
O Tribunal Superior do Trabalho regulamentou
as atividades administrativas e judiciárias,
contemplando as formas de prestação dos
serviços remotas e presenciais. Também
investiu em tecnologia para manter os
julgamentos e o trabalho à distância. Definiu
um cronograma para a retomada das
audiências telepresenciais e recomendou que
centros de conciliação continuem as
atividades e passem a admitir a mediação pré-
processual em conflitos individuais.
Na Justiça Eleitoral, os ministros também
fazem as sessões de julgamento à distância,
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
com presença no Plenário físico apenas do
presidente. A posse do ministro Luís Roberto
Barroso como presidente do tribunal, em maio
de 2020, ocorreu por via virtual com a
participação dos presidentes da República, Jair
Bolsonaro, do Senado, David Alcolumbre, e da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, cada
um em seu espaço próprio.
Boa parte da capacidade produtiva adquirida
pelos tribunais foi aplicada para atender a
demanda gerada pela própria epidemia. Só o
STF havia julgado, até julho de 2020, 3.793
ações referentes à pandemia. Como afirmou o
presidente Dias Toffoli, 'em meio à pandemia,
seguimos sendo a Suprema Corte mais
produtiva do mundo'.
Os números atestam: das 58 sessões
plenárias, 38 foram presenciais ou por
videoconferência, e 20 foram virtuais. Dos
2.269 processos julgados, 2.189 (96%) tiveram
deliberação em sessão virtual. Dos 6.312
processos julgados pelas turmas, 5.750 (91%)
também foram julgadas em sessões virtuais. O
Superior Tribunal de Justiça registrou 213.755
decisões proferidas desde que adotou, em 16
de março, o regime de trabalho remoto. No
período, o tribunal realizou 80 sessões virtuais.
Ganhos de produtividade foram registrados nos
outros tribunais superiores, em tribunais
regionais federais e em tribunais de Justiça,
como do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná,
Minas Gerais e Goiás. Para o presidente do TJ-
RJ, Claudio de Mello Tavares, 'a pandemia do
coronavírus definiu uma nova normalidade para
os serviços judiciais: a realidade digital'.
Quando tudo passar, o que se fez e se
aprendeu sob o terror do novo coronavírus
ficará como um legado do bem. É o que espera
o presidente do STJ, João Otávio de Noronha.
'Estamos agora em um novo momento e esse
novo momento importa em um aprendizado
para o futuro, e o futuro é tecnológico.'
Um outro vírus, este mais traiçoeiro do ponto
de vista institucional, atacou a integridade física
e moral do Judiciário brasileiro, mirando de
forma especial no seu órgão de cúpula, o
Supremo Tribunal Federal. Deflagrada e
fomentada nas redes sociais e materializada
em manifestações de rua por um grupo de
militantes autointitulado conservador de direita,
entre os quais autoridades do Executivo e do
Legislativo, a campanha de difamação e
ameaças contra a corte suprema, seus
membros e familiares, tinha como alvo, na
verdade, o próprio Estado Democrático de
Direito.
A primeira reação contra a campanha partiu da
Presidência do STF. No dia 14 de março de
2019, o presidente Dias Toffoli decretou a
abertura de inquérito (Inquérito 4.781) para
apurar a existência de crime na divulgação de
notícias fraudulentas e declarações
difamatórias contra a corte e os ministros.
O inquérito foi aberto com base no artigo 43 do
Regimento Interno do Supremo, que diz:
'Ocorrendo infração à lei penal na sede ou
dependência do tribunal, o presidente
instaurará inquérito, se envolver autoridade ou
pessoa sujeita à sua jurisdição'. No mesmo ato,
o ministro Alexandre de Moraes foi escolhido
como relator do inquérito.
A iniciativa do presidente do STF gerou forte
reação nos meios jurídicos e políticos.
Procuradora-Geral da República à época,
Raquel Dodge defendeu a nulidade do
inquérito, por entender que violava os
princípios da separação de Poderes e do juiz
natural.
Enquanto isso, o tom da campanha subiu,
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inclusive com a adesão ostensiva do presidente
da República em manifestações claramente
hostis ao Supremo. Inquérito aberto pela PGR
investiga tais manifestações. Um terceiro apura
acusação de Sergio Moro, ao se demitir do
Ministério da Justiça e Segurança Pública, de
que o presidente da República tentava interferir
nas atividades da Polícia Federal.
Essa realidade conflitiva mudou a percepção
da sociedade a respeito do mérito do inquérito
das fake news, como ele passou a ser
reconhecido. O partido Rede Sustentabilidade,
que entrara com ação arguindo a
inconstitucionalidade do inquérito logo após
sua instauração, diante do novo quadro, pediu
o arquivamento do processo. O pedido foi
negado, a ação foi julgada, e os ministros, com
exceção de Marco Aurélio, fecharam questão
em torno da validade do inquérito.
Os ministros reafirmaram a responsabilidade
institucional do Supremo, defenderam a
impossibilidade de ficar inerte diante dos
ataques, que enfaticamente classificaram como
criminosos. Toffoli afirmou tratar-se 'de
prerrogativa e de reação institucional
necessária em razão da escalada das
agressões cometidas contra o tribunal (...) das
quais a corte não pode renunciar, em especial
quando se verifica a inércia ou complacência
daqueles que deveriam adotar medidas para
evitar o aumento do número e da intensidade
de tais ataques'.
Celso de Mello afirmou em seu voto: 'As
decisões do Poder Judiciário deverão ser
cumpridas e fielmente executadas, qualquer
que seja o seu destinatário, especialmente
quando proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, que é, por expressa delegação da
Assembleia Nacional Constituinte, o guardião
supremo da intangibilidade e da exegese da
Constituição da República, dispondo, por isso
mesmo, o monopólio da última palavra',
escreveu o decano da corte em seu voto.
Citando o ministro Luís Roberto Barroso,
completou: 'Cabe aos três Poderes interpretar
a Constituição e pautar sua atuação com base
nela. Mas, em caso de divergência, a palavra
final é do Judiciário'. Em junho de 2020,
pesquisa do Datafolha mostrou que 81% dos
brasileiros acreditavam que a campanha de
fake news contra o Supremo era uma ameaça
à democracia.
E foi um crime cibernético que provocou outro
abalo nas estruturas do Judiciário brasileiro:
em junho de 2019, o site jornalístico The
Intercept Brasil começou a publicar uma série
de reportagens que desnudavam as relações
incestuosas entre procuradores da República,
juízes, delegados e jornalistas que operavam
em conluio a chamada operação 'lava jato', a
investigação de um gigantesco esquema de
corrupção montado para desviar dinheiro
público da Petrobras em benefício de políticos,
funcionários públicos e empresários.
As informações divulgadas foram obtidas
ilegalmente por hackers que interceptaram
mensagens do Telegram trocadas entre o ex-
juiz federal Sergio Moro, o procurador da
República Deltan Dallagnol e demais
operadores lavajatistas. As gravações
mostraram que juiz e acusação atuavam em
cumplicidade com vistas a um objetivo definido
que era inviabilizar a candidatura do ex-
presidente Lula.
Já em 2020, com Moro fora da 13ª Vara
Criminal Federal de Curitiba e também fora do
Ministério da Justiça do governo Bolsonaro,
que o consórcio ajudou a eleger, e com um
novo procurador-geral da República, a 'lava
jato' começou a desmoronar.
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Augusto Aras, o novo PGR, tomou a iniciativa
de enquadrar os recalcitrantes aos padrões de
procedimento da entidade que dirige. 'A lava
jato, com êxitos obtidos e reconhecidos pela
sociedade, não é um órgão autônomo e distinto
do Ministério Público Federal. Para ser órgão
legalmente atuante, seria preciso integrar a
estrutura e organização institucional
estabelecidas na Lei Complementar 75 de
1993.
Fora disso, a atuação passa para a ilegalidade,
porque clandestina, torna-se perigoso
instrumento de aparelhamento, com riscos ao
dever de impessoalidade, e, assim, alheia aos
controles e fiscalizações inerentes ao Estado
de Direito e à República', afirmou em nota o
procurador-geral, colocando o que parece ser
um epitáfio para o glorioso time de justiceiros
interessados.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, Judiciário - Conciliação
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Alienação eletrônica dispensa atos dojuízo do local do bem penhorado
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Quando a alienação judicial ocorre por meio
eletrônico, não é necessário que os atos do
procedimento sejam praticados no foro em que
está situado o bem. O entendimento é da 1ª
Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar
conflito de competência entre a Vara Única de
São Carlos (SP) e a 4ª Vara de Feitos
Tributários de Belo Horizonte.
Responsável pela execução fiscal movida contra
uma empresa, o juízo mineiro expediu carta
precatória para realização de leilão eletrônico de
imóvel localizado em São Carlos. A carta foi
devolvida sem cumprimento, sob a justificativa
de que o procedimento de alienação eletrônica
dispensa a hasta pública na comarca em que
está situado o bem penhorado.
Entretanto, após deferir a realização do leilão
eletrônico, o juízo de Belo Horizonte renovou a
precatória, afirmando que os atos processuais
deveriam ser realizados no foro onde está o
imóvel.
Ao suscitar o conflito de competência no STJ, o
juízo paulista destacou que a deprecação
favorece a morosidade processual. Além disso,
asseverou que a modalidade eletrônica de
alienação judicial dispensa a presença física das
partes, bem como dos arrematantes, o que
impõe a realização do ato pelo juízo da
execução, segundo os artigos 236, parágrafo 1º,
e 237, III, do Código de Processo Civil de 2015
(CPC/2015).
Maior eficácia
Em seu voto, o ministro relator do conflito,
Napoleão Nunes Maia Filho, ressaltou que a
finalidade da alienação judicial por meio
eletrônico é facilitar a participação dos licitantes,
diminuir custos e otimizar processos de
execução, visando ao atendimento dos
princípios da publicidade, celeridade e
segurança.
"Tal modelo de leilão revela maior eficácia
diante da inexistência de fronteiras no ambiente
virtual, permitindo que o leilão judicial alcance
um número incontável de participantes em
qualquer lugar do país", declarou.
O ministro recordou que o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) editou em julho de 2016 a
Resolução 236, para regulamentar os
procedimentos relativos à alienação judicial por
meio eletrônico. Segundo o artigo 16 da
resolução, "os bens penhorados serão
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
oferecidos em site designado pelo juízo da
execução (artigo 887, parágrafo 2º, CPC/2015),
com descrição detalhada e preferencialmente
por meio de recursos multimídia, para melhor
aferição de suas características e de seu
estado de conservação".
"Cabe ao magistrado atentar para essa
relevante alteração trazida pelo novel estatuto
processual, utilizando-se desse poderoso
instrumento de alienação judicial do bem
penhorado em processo executivo, que tornou
inútil e obsoleto deprecar os atos de alienação
dos bens para satisfação do crédito, já que a
alienação pela rede mundial dispensa o
comparecimento dos interessados no local da
hasta pública", afirmou Napoleão Nunes Maia
Filho.
O entendimento do relator foi seguido de forma
unânime pela Primeira Seção, que declarou
competente o juízo da 4ª Vara de Feitos
Tributários de Belo Horizonte (MG). Com
informações da assessoria de imprensa do
Superior Tribunal de Justiça.
Clique aqui para ler o acórdão
CC 147.746
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
TJ-SP edita resolução sobre serviçovoluntário no Judiciário paulista
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Autor: Tábata Viapiana
Após aprovação unânime do ?rgão Especial, o
Tribunal de Justiça de São Paulo editou um
resolução que regulamenta o serviço voluntário
no âmbito do Judiciário paulista. O texto tem
como base a Resolução 292/2019 do Conselho
Nacional de Justiça.
Podem prestar o serviço voluntário magistrados
e servidores aposentados e estudantes ou
graduados em curso superior. Não haverá
contraprestação financeira ou qualquer outro
tipo de remuneração. O trabalho também não
gera vínculo de emprego com o tribunal, nem
obrigação de natureza trabalhista, previdenciária
ou tributária.
"A prestação de serviço voluntário no Tribunal
de Justiça é incompatível com o exercício da
advocacia e com a realização de estágio em
escritório ou sociedade de advogados, salvo
quando o serviço voluntário for realizado
exclusivamente em áreas-meio da Corte", diz a
resolução, publicada nesta quarta-feira (12/8) no
Diário da Justiça Eletrônico.
A prestação do serviço será formalizada por
meio de um termo de adesão celebrado entre o
TJ-SP e o voluntário. A carga horária será de no
mínimo de quatro horas e no máximo oito horas
diárias, totalizando o mínimo quatro horas e no
máximo de vinte horas semanais, em dias úteis,
compreendido no horário das 9h às 19h.
O prazo inicial de prestação do serviço
voluntário será de um ano, podendo ser
prorrogado, por mais de uma vez, sempre por
igual período, e poderá ser rescindido a
qualquer tempo, independentemente de
motivação, por iniciativa do tribunal, através da
presidência, do magistrado ou gestor da
unidade, mediante manifestação por escrito,
com ciência ao voluntário e à Secretaria de
Gestão de Pessoas.
"As atividades dos voluntários serão
monitoradas pelos gestores da unidade em que
será prestado o serviço. Em hipótese alguma
poderá o voluntário realizar atividades de
certificação de fé pública ou outros atos
privativos de servidor público, cabendo a
fiscalização ao gestor da unidade, sob pena de
responsabilização", diz o tribunal.
Inscrição, seleção e acompanhamento
Conforme a resolução, as unidades do TJ-SP
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
interessadas em contar com a colaboração de
voluntários, com anuência do magistrado ou
secretário, serão responsáveis pela entrevista
pessoal prévia com os interessados, além da
análise curricular e verificação de documentos.
"A área de conhecimento, o interesse e a
experiência do voluntário selecionado devem
guardar correspondência com a natureza e as
características dos serviços da unidade de
atuação. A solicitação do candidato a voluntário
deverá ser aprovada pelo magistrado ou gestor
responsável pela unidade interessada", diz o
texto. A presidência do TJ-SP poderá fixar
número máximo de voluntários em cada
unidade.
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Nacional de Justiça
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
MPF seleciona projetos para monitoraracessibilidade de sites do governo
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O Ministério Público Federal abriu um concurso
para selecionar propostas de projetos para
monitoramento da acessibilidade em sites da
Administração Pública federal e do Ministério
Público da União, entre outros, pelo prazo
mínimo de um ano. A intenção é estimular a
adequação das páginas aos padrões
internacionais de acessibilidade, facilitando o
acesso de pessoas idosas ou com deficiência
ao conteúdo.
O foco da iniciativa são os sites mantidos por
órgãos do governo federal e entidades
relacionadas, como as páginas do portal
"gov.br", do Conselho Nacional do Ministério
Público e do Conselho Nacional de Justiça,
além de endereços vinculados aos ramos do
MPU. O projeto deverá verificar também a
acessibilidade dos sites das 15 empresas de
maior faturamento e das 15 páginas mais
acessadas no segmento de e-commerce.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei
13.146/2015) oferece o direito de acessar as
informações disponíveis nos sites de órgãos de
governo ou de empresas que operam no país,
mas muita gente ainda não desfruta da
acessibilidade na internet. O fato de o usuário
possuir recursos de tecnologia assistiva (como
teclados adaptados, ampliadores e leitores de
tela) não garante o acesso ao conteúdo de uma
página, pois é necessário que o site tenha sido
desenvolvido de acordo com padrões e
recomendações de acessibilidade.
Essa necessidade técnica ressalta a importância
de acompanhar as medidas implantadas pelas
entidades e empresas em suas páginas, com o
objetivo de garantir que os requerimentos de
acessibilidade sejam atendidos e que o
conteúdo seja apresentado de formas diversas
para corresponder às habilidades sensoriais,
físicas e cognitivas do maior número possível de
pessoas.
As propostas de projeto deverão incluir o
monitoramento proativo da implementação de
mecanismos de acessibilidade pelos sites,
identificando lacunas e gerando relatórios com
diagnósticos e recomendações. Os projetos
poderão ser apresentados para execução pro
bono, sem custos para o MPF, ou mediante
pagamento. A seleção de propostas com custo,
porém, dependerá da obtenção de recursos
orçamentários com a administração do MPF ou
de eventuais valores provenientes de acordos
celebrados em juízo ou extrajudicialmente,
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
considerando as exigências da Lei de
Licitações.
O resultado do processo seletivo será
divulgado no site da Procuradoria Regional dos
Direitos do Cidadão em São Paulo.
Esclarecimentos e informações adicionais
podem ser obtidos pelo telefone (11) 3269-
5060 ou pelo e-mail prsp-
[email protected], indicando-se no
assunto da mensagem: "SOLICITAÇÃO DE
INFORMAÇÕES - EDITAL ACESSIBILIDADE
DIGITAL". Com informações da assessoria de
imprensa da Procuradoria da República no
Estado de São Paulo.
Clique aqui para ler a íntegra do edital com as
regras da seleção
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Trecho ambíguo de decisão noParaná causa polêmica racial
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Autor: Tiago Angelo
A juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara
Criminal de Curitiba, afirmou em decisão que
um réu, "seguramente integrante do grupo
criminoso, em razão da sua raça, agia de forma
extremamente discreta os delitos e o seu
comportamento, juntamente com os demais,
causavam o desassossego e a desesperança
da população, pelo que se deve ser valorada
negativamente".
A sentença foi proferida em junho, mas ganhou
repercussão depois que a advogada Thayse
Pozzobon, responsável pela defesa do réu,
postou esse excerto em suas redes sociais, já
que ele pode ser interpretado de várias formas.
Uma delas, talvez mais apressada, é que, "em
razão de sua raça", o réu seria "seguramente
integrante do grupo criminoso".
Outra interpretação do trecho permite a
afirmação de que o componente racial se refere
à maneira discreta de agir do réu.
Acusado de furto, roubo e integrar organização
criminosa, o homem foi condenado a 14 anos de
reclusão. Único negro, foi julgado junto com
outras oito pessoas.
Na decisão, a magistrada diz que o grupo
"tentava parecer e se identificar como pessoas
de aparência comum da população". Quem se
destacava era o homem negro, "que fugia desse
padrão" e tinha "fácil identificação".
Para Pozzobon, "associar a questão racial à
participação em organização criminosa revela
não apenas o olhar parcial de quem, pela
escolha da carreira, tem por dever a
imparcialidade, mas também o racismo, ainda
latente na sociedade brasileira".
Ainda de acordo com a advogada, "um
julgamento que parte desta ótica está
maculado". "Fere não apenas meu cliente, como
toda a sociedade brasileira. O Poder Judiciário
tem o dever de não somente aplicar a lei, mas
também, através de seus julgados, reduzir as
desigualdades sociais e raciais. Ou seja,
atenuar as injustiças, mas jamais produzi las
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
como fez a magistrada ao associar a cor da
pele ao tipo penal."
À Conjur, Pozzobon disse que irá recorrer da
decisão e acionar o Conselho Nacional de
Justiça para que sejam tomadas medidas
contra a conduta da magistrada.
Outro lado
Em nota oficial, Zarpelon afirmou que "em
nenhum momento houve o propósito de
discriminar qualquer pessoa por conta de sua
cor (...) A linguagem, não raro, quando extraída
de um contexto, pode causar dubiedades."
Cássio Lisandro Telles, presidente da OAB-PR,
disse que a entidade se posiciona "firmemente
contra o uso da origem racial como critério de
condenação" e que a decisão "é um absurdo
que retrocede anos da nossa história, negando
o direito fundamental da igualdade".
Também informou a Pozzobon que conversou
com o presidente do Tribunal de Justiça do
Paraná, desembargador Adalberto Jorge Xisto
Pereira, e "o mesmo informou que já
determinou a instauração de procedimento
disciplinar na corregedoria".
Procurado pela reportagem, o Conselho
Nacional de Justiça ainda não se pronunciou
sobre o caso.
"Não tem condição"
Em manifesto, os advogados Djefferson
Amadeus e Marcelo Dias, do Movimento Negro
Unificado (MNU), afirmaram que a juíza de
Curitiba deve ser impedida de julgar outros
negros.
"Uma parte bem pequena da magistratura há
de envergonhar-se para sempre do dia em que
uma juíza, não controlando aquilo que traduz o
pensamento de uma maioria, expôs o que
gritava em seu inconsciente: o racismo
estrutural. Justo porque nada conhece, nada
lera, embora já possa ter ouvido falar, achava-
se na condição de dizer algo, sem dar-se conta
que um dizer assim, não ancorado na
Constituição, outra coisa não seria senão uma
manifestação do seu inconsciente racista. Eis
por que a lei e a Constituição existem: para
impor-lhe limites [...] A juíza Inês Marchalek
Zarpelon não tem condições de julgar nenhuma
pessoa negra", diz o texto.
Ainda de acordo com o manifesto, "ao
demonstrar total incapacidade de agarrar-se à
Constituição para lutar contra o racismo
estrutural, entendem estes advogados, com
base no princípio da imparcialidade, que a juíza
Zarpelon não pode julgar nenhuma pessoa
negra por conta daquilo que denominamos de
impedimento ou suspeição por racismo
estrutural incontrolável".
Clique aqui para ler a decisão
Clique aqui para ler manifesto
*Texto alterado às 13h30 de 12/8 para
retificação de informações. Diferentemente do
que constou da versão original desta
reportagem, o trecho da decisão não permite a
afirmação inequívoca de que a juíza associou o
critério racial ao suposto fato de o réu integrar
organização criminosa.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
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Nacional de Justiça
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
Corregedor abre procedimento paraapurar conduta de juíza do Paraná
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Procedimento foi instaurado de ofício pelo
corregedor nacional de Justiça, ministro
Humberto Martins
José Cruz/Agência Brasil
O corregedor nacional de Justiça, ministro
Humberto Martins, instaurou, de oficio, pedido
de providências para que a Corregedoria-Geral
da Justiça do Paraná apure os fatos narrados
contra a juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª
Vara Criminal do Foro Central da Comarca da
Região Metropolitana de Curitiba (PR), sobre o
teor de decisão proferida pela magistrada,
amplamente divulgada em redes sociais, em
portais de notícias e em sites jurídicos e
jornalísticos.
A juíza, ao condenar um homem a 14 anos e 2
meses de prisão por integrar uma organização
criminosa e praticar furtos, fez menção à raça
do réu. 'Sobre sua conduta social, nada se
sabe. Seguramente integrante do grupo
criminoso, em razão da sua raça, agia de forma
extremamente discreta os delitos e o seu
comportamento, juntamente com os demais,
causavam o desassossego e a desesperança
da população, pelo que deve ser valorada
negativamente', diz a decisão.
Ao abrir o procedimento, o ministro corregedor
citou também nota pública emitida pela
Defensoria Pública do Paraná, a qual externou
'seu estarrecimento e inconformismo' com o teor
da sentença proferida pela magistrada. 'Não se
pode tolerar, de nenhuma forma e de quem quer
que seja, que a raça ou a cor da pele de uma
pessoa seja motivo de valoração negativa ou
influencie presunções sobre sua conduta e sua
personalidade, tampouco que fundamente juízo
condenatório ou maior repressão penal', alertou
o órgão.
Humberto Martins mencionou ainda nota oficial
publicada pela Ordem dos Advogados do Brasil
(Seção do Estado do Paraná), por meio da qual
o órgão manifestou, juntamente com suas
comissões da Advocacia Criminal e da
Igualdade Racial, 'veemente repúdio à
fundamentação lançada em sentença da
magistrada Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara
Criminal de Curitiba, ao tecer considerações
sobre a cor de um cidadão como algo negativo,
na análise de sua conduta social'.
Assim, o corregedor nacional decidiu instaurar o
pedido de providências considerando a
necessidade de se averiguar os fatos que, em
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tese, podem caracterizar conduta que infringe
os deveres dos magistrados estabelecidos na
Loman e no Código de Ética da Magistratura.
A Corregedoria-Geral de Justiça do Paraná tem
um prazo de até 30 dias para comunicar o
resultado da apuração à Corregedoria
Nacional de Justiça. Com informações da
assessoria de imprensa do CNJ.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -
Humberto Martins
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Desmatamento e grilagem naAmazônia preocupam empresários e
Judiciário
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Empresários integrantes do Conselho
Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS) afirmaram, na terça-feira
(11/8), estarem preocupados com as reações
negativas que o desmatamento à Amazônia
pode causar aos negócios no país. O grupo
participou de reunião por videoconferência com
o presidente do Conselho Nacional de Justiça
e do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias
Toffoli.
Agência BrasilDesmatamento e grilagem na
Amazônia preocupam empresários e Judiciário
Na audiência, os empresários destacaram a
necessidade de segurança jurídica em relação à
questão ambiental e pediram a conclusão de
ações que discutam qualquer aspecto do
Código Florestal. E reiteraram as preocupações
sobre o crescimento do desmatamento ilegal.
A presidente do CEBDS, Marina Grossi, afirmou
que essa agenda é de Estado e que a
Constituição está sendo 'descumprida
sistematicamente' com o desmatamento ilegal e
o avanço da grilagem no bioma amazônico.
"Essa insegurança jurídica é prejudicial."
Toffoli ressaltou a importância da crescente
preocupação do setor privado com a questão
ambiental. Segundo ele, é fundamental o
diálogo entre iniciativa privada e as instituições
públicas. E propõe que o CEBDS e o CNJ
trabalhem em conjunto para obter soluções.
"Nós precisamos de integração para
desenvolver essa troca entre as diversas ações
que estão em andamento."
A conselheira do CNJ Maria Tereza Uille
Gomes, que também participou do encontro,
destacou o papel do conselho na articulação
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
(ODS) aos planejamentos de todo o Judiciário,
com participação efetiva dos 91 tribunais em
todo o país. Ela ainda explicou que o
Observatório Nacional sobre Questões
Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta
Complexidade e Grande Impacto e
Repercussão, do CNJ e do Conselho Nacional
do Ministério Público, monitora ações judiciais
relacionadas às principais questões ambientais
do país.
Maria Tereza citou os casos dos rompimentos
das barragens em Mariana e Brumadinho, em
Minas Gerais, e o risco de afundamento de
bairros em Maceió. E que, a partir deste ano, o
Observatório ampliou seu escopo e incluiu
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questões relativas ao desmatamento ilegal,
grilagem e mineração ilegal na Amazônia e aos
povos indígenas e outras populações
vulneráveis.
Bioeconomia
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral,
ministro Luís Roberto Barroso, destacou a
necessidade de que o Brasil vire o jogo em
relação à preservação da Amazônia. Segundo
ele, é necessário que a iniciativa privada atue
de forma correta na exploração econômica da
região, independentemente de iniciativas
governamentais.
Segundo o ministro, é necessário que os
empresários aproveitem os mecanismos de
financiamento internacional para empresas que
atuam na chamada bioeconomia. Barroso
salientou que, no mundo atual, está cada vez
mais difícil para as economias primárias
obterem acessoo aos mercados e que é
necessário investimento em ciência para
competir internacionalmente.
"O mercado consumidor está muito mais
consciente e será cada vez mais difícil vender
gado e soja maculados por desmatamento
ilegal. O mundo hoje nos olha espantado pela
maneira como tratamos a floresta", disse. Além
do CEBDS, participaram da reunião
representantes da Siemens, Associação
Brasileira das Indústrias de ?leos Vegetais
(Abiove), Rede Brasil do Pacto Global, Klabin,
Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Bayer,
Associação Brasileira de Agronegógio (ABAG)
e da Marfrig. Com informações da assessoria
de imprensa do CNJ.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille
Gomes120
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Cúpula do Judiciário prestigialançamento do Anuário da Justiça
Brasil 2020
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O Anuário da Justiça Brasil 2020, editado pela
revista Consultor Jurídico, foi lançado nesta
quarta-feira (12/8) em cerimônia virtual
transmitida pela TV ConJur e pela TV Justiça.
Contou com a participação do presidente do
Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli,
e dos ministros Luiz Fux , Marco Aurélio e
Alexandre de Moraes; do presidente eleito do
STJ, ministro Humberto Martins; da presidente
do TST, ministra Maria Cristina Peduzzi; do
presidente do TSE, ministro Roberto Barroso; do
presidente do STM, almirante Marcus Vinicius
Oliveira dos Santos.
O evento online também teve a presença do
procurador-geral da República, Augusto Aras;
do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz; do
defensor público-geral Federal, Gabriel Faria
Oliveira; do advogado-geral da União, José Levi
Mello do Amaral; e do procurador Vladimir Aras.
Desde a sua primeira edição, em 2007, a
publicação conta com apoio da FAAP -
Fundação Armando Alvares Penteado. Clique
aqui para assistir.
O presidente do Supremo Tribunal Federal,
ministro Dias Toffoli, destacou que a nova
edição do Anuário da Justiça Brasil é histórica
ao espelhar na capa os 11 ministros do
Supremo Tribunal Federal julgando por
videoconferência. 'Instados pelas delicadas
circunstâncias, demos um salto rumo à Justiça
digital', afirmou o ministro.
Presidente do STF, ministro Dias Toffoli
participa do lançamento do Anuário da Justiça
Brasil 2020.
Para Toffoli, a imagem simboliza o empenho de
todo o Poder Judiciário brasileiro em garantir a
plena continuidade da atividade jurisdicional,
mesmo em meio à maior pandemia dos últimos
100 anos. Disse que as cortes superiores
também estão pavimentando o caminho para a
retomada do desenvolvimento econômico e
social no pós-pandemia.
De acordo com o ministro, somente no Supremo
Tribunal Federal ingressaram 4.192 processos
relativos à epidemia no país. A Corte proferiu
nesse período 4.314 decisões relativas à
emergência de saúde pública e seus reflexos
sobre a sociedade.
" Anuário retrata o Judiciário ano a ano, passo a
passo", disse o diretor da ConJur, Márcio Chaer.
O Anuário da Justiça Brasil propõe-se a retratar
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o Judiciário em ação. Ano a ano, passo a
passo, como afirma o diretor da publicação,
Márcio Chaer. 'Naturalmente, com a
calamidade, os meses recentes acabaram por
roubar toda a atenção do ano passado. Nesta
edição analisamos os esforços e o mutirão para
superar a epidemia feroz que ameaça a todos.
Sob os efeitos de outra pandemia: a do uso
indevido dos dados de usuários da internet',
disse.
A presidente do Conselho Curador da FAAP,
Celita Procopio de Carvalho, afirmou que o
Judiciário não faltou com o país durante o
período da epidemia. 'O isolamento e a
quarentena não impediram o funcionamento
desse importante serviço público. Ao contrário,
a magistratura atenuou o impacto da crise,
adaptou-se e usou a lei do bom senso como
antídoto para a calamidade pública.'
"O Anuário que aqui lançamos é prova de que
o setor público, o privado e a Academia podem
e devem trabalhar juntos."
'O Anuário que aqui lançamos é prova de que o
setor público, o privado e a Academia podem e
devem trabalhar juntos quando o escopo é o
bem comum', concluiu Celita Procopio.
Em depoimento, o decano do Supremo
Tribunal Federal, ministro Celso de Mello disse
que o Anuário da Justiça é 'publicação da
maior importância e de grande relevo não só
para a comunidade jurídica brasileira, mas,
também, para os cidadãos de nosso país, pois
revela, com dados precisos e acurados, a face
real do Poder Judiciário e a tendência
doutrinária dos seus Juízes, notadamente dos
magistrados que integram o Supremo Tribunal
Federal e os Tribunais Superiores da União!
Trata-se de notável e singular contribuição ao
Direito e à Justiça'.
"No Anuário, a comunidade jurídica encontra
material para estudar e compreender direções
e até mudanças na jurisprudência, e a
consolidação de modelos interpretativos."
A presidente do Tribunal Superior do Trabalho,
ministra Maria Cristina Peduzzi, entende que a
publicação é um instrumento importante de
divulgação à sociedade do trabalho do Poder
Judiciário, 'do perfil dos magistrados, dos casos
julgados, dos temas recorrentes e relevantes'.
O presidente Nacional da OAB, Felipe Santa
Cruz, participou do lançamento.
Felipe Santa Cruz, presidente do Conselho
Federal da OAB, afirmou que uma radiografia
do Poder Judiciário, como faz o Anuário da
Justiça, 'é indispensável neste nosso momento
de reconstrução. Passada a crise agora da
pandemia, tomara que até o final do ano, a
advocacia, o Judiciário, o Ministério Público,
jogaram um papel absolutamente indispensável
na reconstrução do nosso país, das relações
jurídicas e o Anuário é um instrumento
importantíssimo nessa caminhada'.
Em sua 14ª edição, a publicação traz o perfil e
a produtividade de cada um dos ministros do
Supremo Tribunal Federal e dos tribunais
superiores, informa como atendem os
advogados e as formas de contato com cada
gabinete. As tendências de julgamento nos
temas mais controvertidos e mais recorrentes
em tramitação também podem ser consultadas
no Anuário da Justiça Brasil.
O Anuário da Justiça é uma publicação da
ConJur, com apoio da Fundação Armando
Alvares Penteado (FAAP).
A versão impressa do Anuário da Justiça está à
venda na Livraria ConJur. A versão digital está
disponível para leitores da ConJur no app do
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Anuário da Justiça, na App Store e na Play
Store, ou no site anuario.conjur.com.br. Para
receber o seu código de acesso, basta se
cadastrar no site ou atualizar o seu cadastro.
VÍDEO DO EVENTO
Leia abaixo depoimentos sobre o Anuário da
Justiça e os discursos completos do ministro
Dias Toffoli, do diretor da ConJur Márcio Chaer
e da presidente do Conselho Curador da FAAP
Celita Procopio:
Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal
Federal
Lembro-me, com imensa alegria, como se
fosse ainda hoje, da data - 2007- em que foi
lançada, no Supremo Tribunal Federal, a
primeira edição do ANUÁRIO DA JUSTIÇA,
publicação da maior importância e de grande
relevo não só para a comunidade jurídica
brasileira, mas, também, para os cidadãos de
nosso País, pois revela, com dados precisos e
acurados, a face real do Poder Judiciário e a
tendência doutrinária dos seus Juízes,
notadamente dos magistrados que integram o
Supremo Tribunal Federal e os Tribunais
Superiores da União!
Trata-se de notável e singular contribuição ao
Direito e à Justiça que presta a Revista
Eletrônica CONJUR, cujos jornalistas sempre
revelaram, no desempenho do seu trabalho,
alta qualificação profissional e rigorosa
capacidade técnica, condições fundamentais
para o sucesso inquestionável desse
maravilhoso empreendimento de elevado
interesse público na área do jornalismo jurídico!
Quero cumprimentá-lo por mais essa primorosa
edição do Anuário da Justiça Brasil 2020 e
desejar-lhe, ao lado de seus competentes
companheiros de trabalho, como Maurício
Cardoso, diretor de redação da Revista
Consultor Jurídico, os meus melhores votos de
permanente e continuado sucesso em uma
publicação digna do pioneirismo histórico e da
elevada importância da CONJUR! Receba o
meu afetuoso abraço, que rogo seja estendido
a todos e a cada um dos brilhantes jornalistas
que compõem o quadro de seus colegas e
essenciais colaboradores! CELSO DE MELLO
(Turma de 1969 das ARCADAS, Ministro e ex-
Presidente do Supremo Tribunal Federal)
Ministro Luiz Fux, presidente eleito do Supremo
Tribunal Federal:
O Anuário da Justiça é um periódico muito
importante porque ele confere a todos os
partícipes da arena judicial as ideologias, a
personalidade e os conteúdos julgados.
A verdade é que ele procura demonstrar que
juízes e tribunais consagram as suas vidas
para fazerem aquilo que é o bem da população:
Justiça acima de tudo.
Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal
Federal
O Anuário é algo que a comunidade
acadêmica, a comunidade do Direita aguarda
todos os anos. E neste ano de 2020 tem um
título sugestivo: Justiça Acima de Tudo.
E a Justiça, o que é? É, segundo os antigos,
dar a cada um o que é seu. O Anuário versa os
diversos segmentos que atuam na área da
entrega da prestação jurisdicional. E este ano
nós temos na capa a referência aos tribunais
superiores.
A referência, também, claro, ao órgão de
cúpula do Judiciário, que é o Supremo, última
trincheira da cidadania. Está de parabéns o
Anuário e está de parabéns o Consultor
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Jurídico.
Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal
O Anuário da Justiça Brasil, produzido pela
Consultor Jurídico, sagra-se retrato fiel do
Judiciário brasileiro e espaço único de reflexão
crítica do Supremo Tribunal Federal. A edição
atual atesta a tenacidade da jurisdição
constitucional brasileira durante o grave
período de crise desencadeado pela pandemia
do novo coronavírus. A Corte Constitucional e o
Poder Judiciário brasileiro mostram-se
intransigentes na defesa das garantias
constitucionais e na higidez das garantias
institucionais democráticas da nossa
República. Esse rico momento histórico ganha
registro na feliz edição do novo número do
Anuário da Justiça.
Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo
Tribunal Federal
Mesmo durante a quarentena imposta pela
contínua expansão da Covid-19, o Consultor
Jurídico não deixou de publicar o já tradicional
Anuário da Justiça, que continua vindo a lume,
ano a ano, sem perder a qualidade editorial, o
esmero gráfico e a precisão das informações.
Parabéns à equipe responsável pela
empreitada e a todos aqueles que com ela
colaboraram.'
Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal e presidente do Tribunal
Superior Eleitoral
Queria cumprimentar a equipe da Consultor
Jurídico pelo lançamento desse Anuário da
Justiça 2020. Por videoconferência esse ano,
sem coquetel e sem show, como a vida tem
sido, mas tudo vai passar.
O Consultor Jurídico, a ConJur, que foi pioneiro
entre os sites jurídicos, e o Anuário da Justiça
que foi igualmente pioneiro em informações
internas sobre o Poder Judiciário, uma
contribuição valiosa. Eu me lembro, no tempo
em que eu era advogado, quando começou a
sair o Anuário da Justiça, que prestava um
serviço valiosos, para que nós pudéssemos
conhecer os ministros dos tribunais superiores
e, depois, os desembargadores.
Gostaria de dizer que eu ficava mais à vontade
no tempo em que eu era advogado, e, portanto,
eu via os outros serem retratados. Hoje em dia,
eu deixei de ser estilingue e passei a ser
vidraça. Eu me lembro que, quando a Mafalda,
do Quino, completou 10 anos, a Mafalda que
talvez seja uma das mais inspiradas histórias
em quadrinho de todos os tempos,
perguntaram para o Quino o que ele achava da
Mafalda. E ele respondeu: 'Isso não é
importante. Eu gostaria de saber o que a
Mafalda acha de mim.'
Portanto eu, hoje em dia, ando preocupado em
saber o que o Anuário da Justiça está falando
de mim. Mas a verdade é que é uma equipe
sempre talentosa, qualificada e ética. Parabéns
pelo trabalho e um abraço grande.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal
Parabéns a toda a equipe do ConJur, pela
publicação do Anuário 2020, a mais clássica e
mais importante publicação do gênero no Brasil
e uma das mais importantes publicações
relacionadas à Justiça e ao Poder Judiciário em
todo o mundo.
E assim o é porque não só faz uma radiografia
do ano judiciário anterior a partir do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores,
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
como analisa os reflexos das principais
decisões, principalmente do Supremo Tribunal
Federal, e faz uma análise prospectiva dos
rumos do Poder Judiciário, do que é importante
para que nós possamos aprimorar a Justiça,
almejando sempre segurança jurídica,
segurança dos direitos fundamentais e
aplicação igualitária de toda a Justiça.
Ainda há uma peculiaridade: Em virtude da
gravíssima pandemia de Covid-19, que causou
mais de 100 mil mortes no Brasil, o Anuário
2020 analisou a exitosa compatibilidade que o
Poder Judiciário fez entre a tecnologia e a
prestação jurisdicional, não deixando, em
nenhum momento, apesar da gravidade da
pandemia, que o brasileiro e a brasileira não
tivessem acesso ao Poder Judiciário. Parabéns
a toda a equipe.
Ministro Humberto Martins, corregedor
nacional de Justiça e presidente eleito do
Superior Tribunal de Justiça
O ano de 2020 tem sido marcado por muito
trabalho e também por muita superação. O
Anuário da Justiça de 2020 diagnostica os
desafios e apresenta informações e dados
sobre o futuro do Poder Judiciário. O Brasil e o
mundo vão superar os desafios que se impõem
à humanidade e o Poder Judiciário será um dos
suportes desta superação.
Tenho fé nos juízes, acredito na magistratura
brasileira. Caminharemos sempre juntos e
unidos pelo Brasil. A pandemia vai passar.
Deus está no controle do tempo e vamos
ultrapassar a pandemia, e vamos nos unir com
mais amor, com mais solidariedade e com mais
amor às pessoas e à dignidade humana.
Magistratura forte, cidadania respeitada.
Ministro Antônio Carlos Ferreira, do Superior
Tribunal de Justiça
Felizmente o Consultor Jurídico não esmoreceu
diante dos efeitos da crise sanitária e apresenta
o Anuário da Justiça 2020, mantendo, assim,
uma tradição que tanto contribui para o
aprimoramento dos serviços prestados pela
comunidade jurídica como um todo. Quem mais
tem a ganhar com a iniciativa do ConJur é a
sociedade brasileira, que é a verdadeira
destinatária do nosso trabalho.
Maria Cristina Peduzzi, presidente do Tribunal
Superior do Trabalho
Cumprimento a Consultor Jurídico e sua equipe
pelo lançamento do Anuário da Justiça Brasil
2020, publicação exitosa e que tem se revelado
desde sua primeira edição, em 2007,
instrumento importante de divulgação à
sociedade do retrato do Poder Judiciário, no
caso presente do Supremo Tribunal Federal e
dos tribunais superiores da República, do perfil
dos magistrados, dos casos julgados, dos
temas recorrentes e relevantes, e aspectos que
em cada momento se revelam de interesse.
E a importância da publicação se identifica em
contexto de transparência e alcança a
comunidade jurídica, que nela encontra
material para estudar e compreender direções
e até mudanças na jurisprudência, e a
consolidação de modelos interpretativos.
Ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal
Superior do Trabalho
Parabéns ao ConJur, ao Dr. Márcio Chaer e a
todos que contribuíram para a edição e o
lançamento do importante Anuário da Justiça
de 2020!
Marcus Vinicius Oliveira dos Santos, presidente
do Superior Tribunal Militar
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
É com muita honra e satisfação que participo
dessa cerimônia de lançamento do Anuário da
Justiça Brasil 2020, organizada pelo ConJur,
importante veículo de informação especializada
em direito e Justiça em nosso país.
Participação virtual, à distância, da forma que
se tornou o 'novo normal' nesses tempos de
pandemia, tempos desafiadores é verdade, que
nos forçaram a repensar nossa organização
como sociedade e a revisitar certos valores e
prioridade como seres humanos.
Certamente não sairemos iguais dessa crise
humanitária. Dentro desse contexto de
distanciamento social, o serviço público se viu
impelido a encontrar soluções urgentes e
diferenciadas para continuar a prestar
atendimento à população, que mais do que
nunca tem necessidade da presença do
Estado.
Com o Poder Judiciário, claro, não foi diferente
e já que sou da Marinha, peço licença para
usar uma frase muito comum nas lides navais:
'mar calmo nunca fez bom marinheiro'. E nesse
mar turbulento, o Poder Judiciário tem mantido
seu protagonismo no sentido de assegurar
direitos aos cidadãos deste país. E nós, aqui na
nossa Justiça Militar da União, ainda no mês de
março estabelecemos um cronograma de
planejamento e hoje, no STM, realizamos todas
as sessões de julgamento de modo virtual e por
videoconferência, com transmissão ao vivo
pela internet, assegurando a transparência e a
participação a todas as partes dos processos.
Em respeito às normas de distanciamento
social e visando preservar a saúde dos
magistrados e servidores, adotamos o trabalho
remoto, o que não tem causado nenhum
prejuízo ao andamento das atividades, seja
administrativa seja judicante. Também na
nossa primeira instância, a mesma realidade
tem sido replicada.
E nesse quadro de anormalidade e de soluções
criativas, chegamos até hoje, onde, com muita
satisfação, cumprimos o agradável ritual a que
nos acostumamos nos últimos anos: o
lançamento do nosso Anuário da Justiça Brasil.
Anuário que nos permite sentir e identificar o
pensamento dos nossos magistrados, sobre os
mais diferentes temas afetos à nossa Justiça.
Anuário que é importante ferramenta para os
operadores do direito e demonstra
transparência a independência do Poder
Judiciário, sempre necessárias e ainda mais
essenciais nesses tempos de incerteza.
Assim, em nome de todos os ministros do
Superior Tribunal Militar, dos nossos juízes
federais e dos nossos servidores,
cumprimentamos a equipe do ConJur, que
trabalhou diretamente na elaboração dessa
revista, e que manteve a publicação nos
mesmos padrões de qualidade dos anos
anteriores, apesar de todas as dificuldades
inerentes à pandemia que ainda vivemos.
Parabéns e vida longa ao nosso Anuário da
Justiça!'
Renata Gil, presidente da AMB
"Quero ressaltar a importância do Anuário
como instrumento que permite ao Judiciário
olhar para si, para suas ações e para avaliar
impactos dos rumos que estamos trilhando. A
publicação é uma referência e possui também
valor fundamental por divulgar o trabalho e a
evolução da Justiça para a sociedade, com a
transparência que a democracia exige."
Desembargador Marcelo Buhatem, do TJ-RJ
Acompanhar a cada ano as novas edições do
Anuário é prova viva da capacidade de todos
vocês, notadamente da evolução anual da
publicação. A Associação Nacional de
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Desembargadores se vale das excelentes
informações do Anuário para promover boas
relações com os magistrados brasileiros.
Augusto Aras, procurador-geral da República
Cumprimento a todas e a todos, comprimento a
todos os operadores do Direito que têm no
ConJur, no Consultor Jurídico, uma importante
ferramenta de trabalho e um importante veículo
de comunicação, que além de informar,
também forma conhecimento, disponível para
todos aqueles que militam na seara jurídica.
E neste momento, em que comemoramos mais
um Anuário desse importante veículo de
comunicação especializado, o ConJur, quero
falar um pouco da instituição que tenho a honra
de ocupar o mais alto cargo de direção, como
Procurador-geral da República.
É praticamente impossível descrever as
grandes vitórias que o Ministério Público
Federal e o Ministério Público Brasileiro como
um todo trouxe para a sociedade brasileira e
mesmo em defesa do Estado Brasileiro nestes
30 anos de Constituição Federal. E isto vem
sendo feito cotidianamente por valorosos
homens e valorosas mulheres que dedicam
suas vidas, muitas vezes com sacrifícios
pessoais e familiares, para que a defesa da
Liberdade, a defesa de direitos e garantias
fundamentais se faça em diferentes e distantes
rincões em todo o país.
Foi assim que milhões de brasileiros tiveram
garantida a defesa do meio-ambiente e com o
passar dos anos, pudemos avançar para uma
defesa do meio-ambiente com desenvolvimento
sustentável, que é a meta que buscamos
atingir.
Nestes tempos de Covid, o Ministério Público
Brasileiro tem empenhado todos os esforços. A
Procuradoria-Geral da República, junto com o
Conselho Nacional do Ministério Público, tem
mobilizado promotores, promotoras,
procuradores e procuradoras para integrar toda
a sociedade ao Estado Brasileiro nessa grande
luta em defesa da Saúde e de melhores
condições sanitárias, para enfrentar esta
pandemia que já dizimou quase 100 mil
brasileiros.
E assim, o Ministério Público tem feito a sua
jornada em defesa dos consumidores, as
minorias, as maiorias sub representadas, como
as mulheres, os negros, e também das
minorias propriamente ditas, como os
indígenas, os quilombolas, as comunidades
tradicionais. O seu trabalho atinge desde a
infância aos idosos, também na defesa da
mulher, nos casos de violência doméstica, sem
se falar das questões de gênero, cujo cuidado
o ministério público brasileiro tem se dedicado
como um todo.
Garantir liberdade de expressão como o
primeiro valor da sociedade democrática, do
Estado Democrático de Direito, tem sido um
grande valor para o Ministério Público. É assim
que nós, brasileiros, vamos construindo um
modelo moderno, contemporâneo, que alcança
tanto o poder político como o poder econômico,
tudo no contexto do cumprimento da
Constituição e das leis do país.
Este é o caminho do meio: cumprir a
Constituição. Cumprir a vontade da soberania
que fez com que nós tivéssemos e tenhamos
uma ordem jurídica moderna, capaz de nos
propiciar paz e harmonia sociais. Mas quantas
vezes o Ministério Público, tendo que optar
entre o direito e a justiça, fê-lo preferindo a
Justiça? Muitas vezes logrou êxito construindo
e constituindo novos paradigmas de Justiça.
Outras vezes, como é natural na democracia,
apresentando um novo ver, uma nova visão de
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
mundo, um novo modus de viver.
Mas sempre este Ministério Público em defesa
dos vulneráveis, em defesa das comunidades
mais carentes, é assim que nós temos
caminhado pós-88, cada dia mais empenhados
no combate à corrupção. Combate à corrupção
com a compreensão de ser uma política do
Estado Brasileiro. Combate à corrupção forte,
permanente, com promotores, promotoras,
procuradores e procuradoras cada dia mais
qualificados, valendo-se de informações
técnicas, científicas, com o rigor acadêmico,
para que não permitamos que haja nulidades
processuais. E assim, o Ministério Público
Brasileiro tem caminhado para que o Estado
brasileiro tenha, nesta carreira de Estado, um
viés, um marco forte, um pilar da defesa que
lhe foi confiada pelos constituintes de 88.
Como nesta comemoração do Anuário, fica
aqui o meu abraço a todos que fazem do
ConJur este importante veículo de
comunicação especializado para os operadores
do Direito. Viva a Constituição de 88, viva o
Direito, viva a Justiça, viva o Ministério Público
Brasileiro! Obrigado a todos.
Felipe Santa Cruz, presidente da OAB
Eu quero parabenizar a equipe do ConJur por
mais um ano do Anuário da Justiça. A
radiografia mais profunda do nosso Poder
Judiciário, é indispensável neste nosso
momento de reconstrução. Passada a crise
agora da pandemia, tomara que até o final do
ano, a advocacia, o Judiciário, o Ministério
Público, jogaram um papel absolutamente
indispensável na reconstrução do nosso país,
das relações jurídicas e o Anuário é um
instrumento importantíssimo nessa caminhada.
Parabéns ao ConJur pela seriedade com que
realiza este trabalho, pelos anos e pelo
sucesso deste trabalho, que no Brasil é sempre
difícil a perenidade de um trabalho bem
realizado, e a certeza da indispensabilidade do
Anuário pra todos nós da área jurídica.
Gabriel Faria Oliveira, defensor público-geral
federal
Eu quero inicialmente parabenizar a ConJur
pelo lançamento do Anuário, dizer que é uma
satisfação poder estar, mais uma vez,
representando a Defensoria Pública da União
neste grandioso evento do lançamento deste
retrato da Justiça e do sistema de Justiça.
Quero parabenizar o Consultor Jurídico e fazer
um registro. Que o presente Anuário traz a
novidade, e o ConJur sempre se renovando, a
novidade de analisar o sistema de justiça
durante a pandemia de Covid-19. Foi um
desafio para todas as instituições, para a
Justiça em si, para os tribunais superiores e
para as funções essenciais da justiça lidar com
a ferramenta e com a necessidade de fazer
justiça diante da pandemia.
No âmbito da Defensoria Pública, nós ainda
com o desafio de permanentemente atender
pessoas. As pessoas vulnerabilizadas, pessoas
que se tornaram num conjunto, se
engrandeceu o conjunto destes vulneráveis por
conta da pandemia e da dificuldade de
trabalho. Nós tivemos dentro da Defensoria
Pública um envolvimento bastante intenso com
a judicialização por conta do auxílio financeiro
emergencial e certamente a revista vai poder
trazer no Anuário todos estes desafios e com o
brilhantismo que lhe é peculiar auxiliar os seus
leitores para enfim poder mostrar um novo
sistema de justiça que se desenvolve a partir
das dificuldades que vivemos no presente.
Meus parabéns ao Consultor Jurídico, um
grande abraço a todos, felicitações.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Ministro José Levi Mello do Amaral, advogado-
geral da União
Eu queria celebrar mais um Anuário da Justiça.
É uma publicação já tradicional, uma
publicação onde o meio jurídico se encontra,
uma publicação onde a sociedade pode
conhecer o meio jurídico e, por isso mesmo,
ajuda muito na transparência, no
conhecimento, na clareza de coisas e
realmente é um trabalho que prima pela
qualidade e, por isso mesmo, é admirado e
esperado, ano após ano. Fico muito contente
em poder registrar estas minhas palavras e
desejar um ótimo lançamento para mais um
Anuário da Justiça. Muito obrigado.
Ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas
da União
Sou leitor assíduo das notícias, entrevistas e
artigos da Revista Eletrônica ConJur há mais
de uma década e considero sua linha editorial
uma enorme contribuição à informação jurídica
de qualidade no Brasil. O Anuário da Justiça,
entretanto, vai além e contribui para a própria
Ciência do Direito. Não só reúne vasto
levantamento jornalístico sobre os tribunais
brasileiros, mas também compila valioso
conteúdo de cunho biográfico e de tendência
jurisprudencial de cada magistrado que
compõe cada uma dessas cortes. Isso oferece
aos profissionais do Direito valiosa ferramenta
de trabalho e aos pesquisadores em geral
importante fonte de referência.
Vladimir Aras, procurador regional da
República
É com grande prazer que eu participo desta
celebração pelo lançamento da edição 2020 do
Anuário da Justiça do Brasil. Esta publicação
que já se tornou consolidada no cenário jurídico
brasileiro, tem uma contribuição muito longa,
mais de uma década, para o conhecimento do
Poder Judiciário.
Para dar publicidade ao Poder Judiciário do
Brasil e, mais do que isso, ao sistema de
Justiça do país, uma vez que, além de traçar
um perfil, fazer um retrato dos tribunais
superiores, o Anuário também dedica algumas
de suas páginas ao Ministério Público, à
Procuradoria-geral da República, ao Conselho
Nacional do Ministério Público, permitindo
assim um diagnóstico muito importante sobre o
funcionamento destas instituições sobre a
contribuição que tem sido dada por estes
órgãos, especialmente pelo Poder Judiciário,
ao país. Pelos avanços nos últimos anos, pelos
desafios enfrentados, pelas grandes
dificuldades em lidar com temas tão intrincados
que incomodam a coletividade na tutela de
direitos individuais ou na defesa de direitos
coletivos. Na solução de questões dos
cidadãos, isoladamente considerados, mas
também das grandes questões nacionais.
Carlos José Santos da Silva, presidente do
Cesa
Parabéns por mais essa edição. Sempre atual.
A cada edição uma novidade. O Anuário da
Justiça Brasil continua sendo uma ferramenta
fundamental para todos os operadores do
direito.
Leia o discurso do ministro Dias Toffoli,
presidente do STF
'É com satisfação que lançamos hoje a edição
2020 do Anuário da Justiça Brasil, essa
publicação que há vários anos promove a
transparência e a publicidade acerca do
profícuo trabalho do Poder Judiciário Brasileiro.
A edição deste ano é histórica, como espelha a
imagem de sua capa: todos os 11 ministros do
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Supremo Tribunal Federal deliberando por
meio de videoconferência. Esta imagem
simboliza o empenho de todo o Poder
Judiciário brasileiro em garantir a plena
continuidade da atividade jurisdicional, mesmo
em meio à maior pandemia dos últimos 100
anos. Seguimos exercendo com igual desvelo,
prontidão e qualidade aquela que é a função
precípuo de todo magistrado: atender as
demandas de todo cidadão brasileiro por
justiça.
E não são poucas as demandas da população
brasileira neste delicado período. O cidadão
clama ainda mais por saúde, emprego, renda,
moradia, segurança, alimentação, educação,
dentre tantos outros direitos básicos e
fundamentais, ameaçados num contexto de
grande fragilidade social. A sociedade brasileira
anseia sobretudo por certezas e definições. Um
anseio que se reflete na elevação da
litigiosidade após a pandemia. Somente no
Supremo Tribunal Federal ingressaram 4.192
processos relativos à pandemia, conforme os
dados do painel de ações Covid-19, que
monitora a judicialização do tema no Supremo.
A Corte proferiu nada mais nada menos que
4.314 decisões relativas à emergência de
saúde pública e seus reflexos sobre a
sociedade.
Digo às senhoras e aos senhores que o Poder
Judiciário brasileiro tem respondido à altura do
desafio que lhe é imposto neste delicado
momento da nossa história. O Judiciário, com o
auxílio indispensável das instituições
essenciais à Justiça, está suavizando os
inúmeros impactos sociais e econômicos de
uma crise sem precedentes na História, por
meio da promoção da segurança jurídica e da
efetividade dos direitos fundamentais. Nesse
cenário, sobressai a atuação dos tribunais
superiores na formulação das respostas às
grandes questões jurídicas que emergem à
pandemia. As teses que irradiam das nossas
cortes superiores promovem a previsibilidade, a
confiança jurídica e a segurança que a
sociedade brasileira tanto anseia neste
momento de incertezas.
Deste modo, estamos também pavimentando o
caminho para a retomada do desenvolvimento
econômico e social no pós-pandemia.
Senhoras e senhores, as adversidades
desafiam a criatividade e a engenhosidade dos
Homens. Com a pandemia tivemos mais do
que nunca que exercitar a criatividade e
alcançar vôos de inovação. Instados pelas
delicadas circunstâncias que exigem a
associação de distanciamento social e de
trabalho intenso para responder a alta
demanda da sociedade, demos um salto rumo
à Justiça digital.
A pandemia impulsionou a transformação
digital que estava em curso no Poder Judiciário
já há alguns anos. Graças às tecnologias
digitais, garantimos mais do que continuidade
da atividade jurisdicional. Promovemos o
incremento da produtividade, da eficiência e da
transparência judiciais. As cortes do país
seguem funcionando a todo vapor, por meio de
julgamentos virtuais e de ferramentas digitais e
viabilizam o trabalho à distância. No Supremo
Tribunal Federal, a ampliação dos julgamentos
virtuais, que existem desde 2007, permitiu que
de 12 de março ao dia 1 de julho, o Supremo
julgasse 6.927 processos colegiadamente,
1.801 deles no Plenário maior, 2.834 na 1ª
Turma e 2.280 na 2ª Turma. No chamado
plenário virtual, os julgamentos ocorrem com a
máxima transparência, publicidade e
observância das garantias da ampla defesa e
do contraditório, como deve ser no Estado
Democrático de Direito.
Os julgamentos do Plenário e das turmas, por
videoconferência, todos transmitidos ao vivo
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
STF aprova proposta orçamentária deR$ 712,4 milhões para 2021
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O Supremo Tribunal Federal aprovou, por
unanimidade, a proposta orçamentária de R$
712,4 milhões para 2021. A aprovação
aconteceu em sessão administrativa realizada
nesta quarta-feira (12/8).
Sede do Supremo Tribunal Federal Marcello
Casal Jr./Agência Brasil
A divisão dos recursos ficou da seguinte forma:
pessoal e encargos sociais (R$ 451,4 milhões),
outros custeios e capital (R$ 176 milhões),
despesas financeiras (R$ 53 milhões) e
benefícios (R$ 32 milhões).
Toffoli ressaltou que, para adequar a proposta
aos limites do Projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentárias de 2021, ainda em tramitação no
Congresso, foi necessário um corte de
despesas da ordem de R$ 76,1 milhões.
Segundo o presidente, os recursos necessários
para a manutenção dos serviços básicos do
tribunal foram alcançados a partir de cortes mais
significativos na TV Justiça, em relação à qual
foi adotada a política de compartilhar despesas
com outros órgãos, como o Superior Tribunal de
Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho e o
Conselho Superior da Justiça do Trabalho
(CSJT), que utilizam a grade de programação.
O ministro Luiz Fux observou que este foi o
orçamento possível, mas que, na qualidade de
futuro presidente da instituição, conversou com
o ministro da Economia, Paulo Guedes, que
colocou a equipe econômica à disposição do
STF e do Conselho Nacional de Justiça para
conversar sobre alguns itens nos quais seja
necessária a suplementação orçamentária.
A proposta resultou de levantamentos e estudos
realizados pela Secretaria de Administração e
Finanças (SAF) do Supremo para contemplar as
demandas apresentadas pelas diversas
unidades da Corte, além de ter sido submetido à
equipe indicada pela próxima gestão para a
comissão de transição, observada a legislação
pertinente, especialmente as disposições
constantes do Projeto de Lei 9/2020 (Lei de
Diretrizes Orçamentárias de 2021), do
Congresso.
Os referenciais monetários finais estabelecidos
pelo Poder Executivo para elaboração da
proposta orçamentária do STF ficaram inferiores
8,96% em relação às demandas apresentadas
inicialmente pelas unidades do Supremo. A
ampliação nas despesas de pessoal e encargos
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
sociais refere-se ao impacto da Emenda
Constitucional 103/2019 (Reforma da
Previdência).
Diante da redução nas despesas correntes e
de capital, foram feitos os ajustes da proposta,
adequando-a aos referenciais informados pelo
Poder Executivo, em que se priorizou a
execução das despesas obrigatórias, dos
serviços contratados e de materiais e
equipamentos indispensáveis ao
funcionamento do órgão.
O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli,
explicou que a proposta foi elaborada em
conjunto com o ministro Luiz Fux, que assume
a presidência no dia 10/9. Com informações da
assessoria de imprensa do STF.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
133
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Cai número de mortes por acidente,mas dispara óbitos em casa
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No primeiro semestre de 2020, o Brasil registrou
um crescimento de 9,7% no número de óbitos,
conforme os dados do Portal da Transparência
do Registro Civil apresentados pelo presidente
da Associação Nacional dos Registradores de
Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Arion Toledo
Cavalheiro Júnior.
Ao participar da mesa "Acompanhando a
Agenda 2030 no Poder Judiciário", durante o 2º
Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no
Poder Judiciário, promovido pelo Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) na segunda-feira
(10/8), ele atribuiu o crescimento à pandemia do
novo coronavírus e ressaltou que os números
estão disponíveis no portal, que é
supervisionado pelo CNJ.
Reprodução
Segundo ele, entre 1º de janeiro e 30 junho de
2019 - os cartórios de registro civil brasileiros
oficializaram 608.265 óbitos. No mesmo período
de 2020, foram registrados 667.258
falecimentos. "O aumento acontece todos os
anos, em virtude até do aumento da população,
mas, neste ano, o número de óbitos se
ampliou", declarou.
De acordo com o presidente da Arpen-Brasil, ao
mesmo tempo em que se verificou uma
diminuição nos óbitos por acidentes devido à
redução das viagens e da circulação de
pessoas, registrou-se um crescimento de 31%
nos falecimentos em residência. "Isso se explica
pelo medo da Covid-19, que faz com que as
pessoas fiquem em casa e evitem buscar
cuidados hospitalares", afirmou.
Os registros confiáveis são fundamentais para a
criação, o planejamento e a implementação de
políticas públicas, inclusive com vistas ao
atendimento da Agenda 2030. Cavalheiro
informou que o Portal da Transparência do
Registro Civil é um dos maiores bancos de
dados de registros civis do mundo, com mais de
174 milhões de registros: todos os números de
nascimentos, casamentos e óbitos dos 7.669
cartórios de registros civil do país.
Ele fez a exposição no Painel sobre o Comitê
Interinstitucional da Agenda 2030, cujos
participantes apresentaram ações
desenvolvidas no âmbito das respectivas
instituições para a implementação dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Agenda 2030
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
O CNJ realizou no dia 10 de agosto o 2º
Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no
Poder Judiciário. O evento realizado por
videoconferência, com transmissão em
português e espanhol, debateu a
institucionalização dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da
Agenda 2030 na Justiça.
A agenda é um compromisso assumido por
líderes de 193 países, inclusive o Brasil, e
coordenada pelas Nações Unidas, por meio do
Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud). São 17 ODS e 169
metas a serem alcançadas no período de 2016
a 2030, para a efetivação dos direitos humanos
e promoção do desenvolvimento. Com
informações da assessoria de imprensa do
CNJ.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
TJPE celebra 198 anos na quinta
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Autor: Blog da Folha
Com o tema 'Acompanhando as transformações
do mundo', o Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE) comemora 198 anos de
instalação na quinta-feira (13). Em razão da
pandemia pelo novo coronavírus, a sessão
solene comemorativa, que acontece na Sala de
Sessões Desembargador Antônio de Brito
Alves, no Palácio da Justiça, este ano será
transmitida de forma virtual, às 17h, pelo canal
do youtube por meio do link
https://youtu.be/9w4Sac7Iq4s.
A cerimônia contará com uma celebração
ecumênica de Ação de Graças, que terá
mensagens do arcebispo de Olinda e Recife,
Dom Fernando Saburido; do orador espírita,
professor Humberto Vasconcelos; e do bispo-
auxiliar da Igreja Episcopal Carismática do
Brasil, Dom André Novaes. Na sequência, será
realizada uma conferência com o tema
'Inteligência Artificial', pelo corregedor nacional
do Conselho Nacional de Justiça e presidente
eleito do Superior Tribunal de Justiça, ministro
Humberto Martins. Em seguida, será proferido
um discurso pelo presidente do TJPE,
desembargador Fernando Cerqueira.
Ao final da cerimônia, haverá a entrega virtual
do Diploma de Honra ao Mérito em
reconhecimento à atuação de servidores, e
também das Medalhas da Ordem do Mérito
Judiciário Desembargador Joaquim Nunes
Machado a pessoas físicas e jurídicas,
nacionais ou estrangeiras, que tenham prestado
serviços relevantes ao Poder Judiciário. Os
homenageados com a medalha foram indicados
por unanimidade de votos em sessão
extraordinária do Pleno, realizada por
videoconferência, no dia 13 de julho deste ano,
presidida pelo presidente do TJPE.
A distinção é conferida em três graus: Grão-
Colar (Alta Distinção), Grande Oficial,
Comendador, e Cavaleiro. No mais alto grau,
Grão Colar de Alta Distinção, foram indicados
para receber a honraria o desembargador
eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do
Estado de Pernambuco (TRE-PE), Carlos Gil
Rodrigues Filho; o corregedor geral do Tribunal
de Justiça do Estado de Alagoas (TJAL), o
desembargador Fernando Tourinho de Omena
Souza; o presidente do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo (TJSP), Geraldo Francisco
Pinheiro Franco; e o presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), o ministro José Antônio
Dias Toffoli.
136
Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
A sessão solene marca também os seis meses
de gestão do presidente do TJPE,
desembargador Fernando Cerqueira. Nascido
em Alagoas e graduado em Direito pela
Universidade Federal daquele Estado em
dezembro de 1976, Cerqueira ingressou como
magistrado do Poder Judiciário de
Pernambuco em 26 de outubro de 1982,
alçando ao cargo de desembargador do TJPE
em 5 de julho de 2005. Ele foi eleito
corregedor-geral de Justiça para o biênio
2018/2019, após o que foi eleito presidente do
Tribunal de Justiça deste Estado, assumindo a
gestão em fevereiro deste ano.
Durante a pandemia pelo novo coronavírus,
sob a atual Presidência, o TJPE precisou se
reinventar em todos os setores para continuar
atendendo a população da melhor forma
possível. 'A pandemia acelerou o processo de
transformação digital do Poder Judiciário,
porque precisamos manter os serviços
funcionando para continuar atendendo aqueles
que mais precisam, mesmo com o isolamento
social imposto pelo coronavírus', destacou o
presidente. Ao longo do mês de agosto, o TJPE
publicará em seu site, matérias abordando sua
atuação em cada setor durante a pandemia,
entre os quais estão Presidência, Conciliação,
Mulher, Infância e Juventude, Juizados
Especiais, 1º e 2º Graus.
História - O Tribunal da Relação da Província
de Pernambuco foi instalado no dia 13 de
agosto de 1822. Por meio de alvará, em 6 de
fevereiro de 1821, Dom João VI determinou a
sua criação, justificando-a com a citação de
algumas dificuldades enfrentadas pelos
habitantes de Pernambuco ao terem que
recorrer judicialmente, até então, ao Tribunal
da Relação da Bahia. A partir da instalação do
seu tribunal, os pernambucanos não mais
enfrentariam inconvenientes tais quais
despesas excessivas, distância, interrupção do
trabalho e, até mesmo, separação das suas
famílias, para prosseguirem na busca de
solução para as suas causas judiciais.
Por sete décadas, esse Tribunal administrou a
Justiça em Pernambuco, mediando os conflitos
que necessitavam de sua intervenção. Nesse
período, a sua sede enfrentou constantes
mudanças, funcionando, inicialmente, no antigo
Colégio dos Jesuítas, localizado na antiga
Praça XVII, hoje Praça da República; em
seguida no antigo prédio do Erário, situado na
mesma praça; passando a se instalar,
posteriormente, no andar superior da Cadeia
Pública, na Rua da Cadeia - hoje Rua do
Imperador -, onde funcionou até a sua extinção,
em 1892.
Em cumprimento à Constituição Federal,
promulgada em 24 de fevereiro de 1891, o
Tribunal da Relação deu passagem ao novo
modelo republicano de Justiça, o Superior
Tribunal de Justiça (STJ), criado por lei
estadual. Em sua primeira década de
existência, o STJ teve como presidentes os
desembargadores Gervásio Pires, Francisco
Correia de Andrade e Manoel do Nascimento
Fonseca Galvão. Funcionou até o advento da
Constituição Federal de 1934, quando foi
denominado Corte de Apelação. Com a
decretação do Estado Novo e a Constituição de
1937, o mesmo passou a ser chamado de
Tribunal da Apelação, permanecendo assim até
o ano de 1946, quando foi constituído como
Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Da Assessoria de Comunicação do TJPE
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - Humberto
Martins, Judiciário - Conciliação
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Kim Kataguiri aciona CNJ contraprêmio de R$ 100 mil paradesembargadores de SP
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Autor: Camila Mattoso da Folhapress
O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP)
acionou o Conselho Nacional de Justiça com
um pedido para que o Tribunal de Justiça de
São Paulo seja impedido de pagar prêmio de
até R$ 100 mil a desembargadores que
participem das Câmaras Extraordinárias
recentemente autorizadas.
Como revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, as
Câmaras darão um dia de compensação para
cada sete processos que forem julgados pelos
desembargadores nessas Câmaras. Nas seções
de Direito Público e Privado, cada um deles
poderá participar de até 600 processos, o que
lhes renderá até 85 dias de compensação.
Convertidos em dinheiro, o que é possível de
acordo com a disponibilidade orçamentária do
tribunal, esses dias somam aproximadamente
R$ 100 mil.
Levantamento da Folha de S.Paulo de 2019
apontava que a remuneração bruta de um
desembargador em São Paulo era em média de
R$ 56 mil -ou R$ 44 mil líquidos.
No pedido elaborado pelo advogado Rubens
Nunes, do MBL, a criação das Câmaras é
classificada como "ilegal" e "escandalosa".
Elas foram criadas para reduzir o acervo de
mais de 120 mil processos com julgamento
atrasado no tribunal.
"Dado o contexto causado pela pandemia do
Covid-19, as finanças públicas estão seriamente
abaladas por conta da crise na arrecadação,
sendo que tal ato discrepa enormemente da
atitude de austeridade que se espera do Poder
Público neste momento delicado", diz o pedido,
que também questiona o fato de a resolução
que criou as Câmaras, em julho, não apresentar
uma estimativa de impacto orçamentário.
O pedido também critica a dinâmica que explica
a criação das Câmaras: "os desembargadores
mais produtivos recebem um enorme abono
pecuniário simplesmente por terem feito a sua
missão constitucional, que é julgar com
celeridade. Já os desembargadores
improdutivos (que foram os responsáveis pela
situação [de atraso no julgamento dos
processos]) não são punidos."
Por fim, pede que o tribunal seja proibido de
pagar remuneração adicional a
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
desembargadores que participem de Câmaras
Extraordinárias e que apresente dados sobre a
produtividade dos desembargadores e medidas
disciplinares tomadas contra aqueles que são
produtivos.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJJornal de Brasília/Distrito Federal - Notícias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
'Raça' é usada por juíza em pena noParaná
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Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1ª
Vara Criminal de Curitiba, dada após uma
denúncia contra nove pessoas por 'furtos
qualificados e roubos majorados', chamou
atenção um trecho repetido três vezes:
'Seguramente integrante do grupo criminoso,
em razão da sua raça (?)'. Foi dessa forma que
a juíza Inês Marchalek Zarpelon se referiu a
Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos
que foi condenado a 14 anos e dois meses de
reclusão.
A sentença foi proferida em junho, mas ganhou
repercussão após a advogada Thayse
Pozzobon postar trecho do documento em suas
redes sociais. 'Associar a questão racial à
participação em organização criminosa', diz a
advogada, 'revela não apenas o olhar parcial de
quem, pela escolha da carreira, tem por dever a
imparcialidade, mas também o racismo ainda
latente na sociedade brasileira'.
E a reação da Justiça veio ontem, quando a
Corregedoria Nacional de Justiça instaurou
pedido de providência 'a fim de esclarecer os
fatos'. Em seu pedido, o corregedor Humberto
Martins cita nota pública da Defensoria Pública
do Paraná que 'externa seu estarrecimento e
inconformismo com o teor da sentença
proferida'
14 anos
Na sentença sobre o grupo, as indicações da
juíza curitibana aparecem na parte final do
documento, na seção em que ela calculou a
pena de Natan - que recebeu 14 anos de
reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.
Além dele, a magistrada condenou outras seis
pessoas, mas sem nenhuma outra referência a
raça.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Logo depois de registrar que ele é réu primário,
sem antecedentes criminais, Zarpelon escreveu:
'Sobre sua conduta social nada se sabe.
Seguramente integrante do grupo criminoso, em
razão da sua raça, agia de forma extremamente
discreta; os delitos e o seu comportamento,
juntamente com os demais, causavam o
desassossego e a desesperança da população,
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Conselho Nacional de Justiça - CNJJornal de Brasília/Distrito Federal - Notícias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
pelo que deve ser valorada negativamente'. O
primeiro registro se deu quando a magistrada
analisava a pena de Natan relacionada ao
crime de organização criminosa. Depois a frase
foi repetida duas vezes, durante a fixação da
pena base por roubo majorado e por furto
qualificado.
A advogada de Natan considera que o
julgamento está 'maculado' e que a decisão
fere toda a sociedade brasileira. 'O Poder
Judiciário tem o dever de não somente aplicar
a lei, mas também, através de seus julgados,
reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou
seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-
las como fez a magistrada ao associar a cor da
pele ao tipo penal', escreveu Thayse.
'Sinceras desculpas'
Após repercussão da sentença, a juíza, que
atua na 1ª Vara Criminal de Curitiba, divulgou
nota afirmando que 'em nenhum momento
houve o propósito de discriminar qualquer
pessoa por conta de sua cor' e que 'a
linguagem, quando extraída de um contexto
pode causar dubiedades'. No site da
Associação dos Magistrados do Paraná ela
escreveu: 'Sinto-me profundamente entristecida
se fiz chegar, de forma inadequada, uma
mensagem (. .) que não condiz com os valores
que todos devemos diuturnamente defender'. E
acrescentou: 'Peço sinceras desculpas se de
alguma forma, em razão da interpretação do
trecho (pág. 117), ofendi a alguém'.
Em seu texto, a juíza argumentou que 'em
nenhum momento a cor foi utilizada como fator
para concluir, como base da fundamentação da
sentença, que o acusado pertence a uma
organização criminosa'.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
'A avaliação é sempre feita com base em
provas. A frase foi retirada, portanto, de um
contexto maior, próprio de uma sentença
extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo
que a cor da pele de um ser humano jamais
serviu ou servirá de argumento ou fundamento
para a tomada de decisões judiciais. O racismo
é prática intolerável em qualquer civilização e
não condiz com os valores que defendo', disse.
Observou ainda que 'o racismo representa uma
prática odiosa que causa prejuízo ao avanço
civilizatório, econômico e social.
O trecho polêmico, explica a juíza, 'foi retirado
de uma sentença proferida em processo de
organização criminosa composta por pelo
menos nove pessoas que atuavam em praças
públicas, praticando assaltos e furtos'. Depois
de investigação policial, e, após a instrução,
todos foram condenados, independentemente
de cor, em razão da prova existente nos autos'.
As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedoria Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJNoticiário STF/Distrito Federal - Notícias STF
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Presidente eministros do STF
participam decerimônia virtual de
lançamento doAnuário da Justiça
Brasil 2020
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Com o tema "Justiça Acima de Tudo - Judiciário
retoma protagonismo diante das calamidades",
foi lançado nesta quarta-feira (12) o Anuário da
Justiça Brasil 2020, no início da noite desta
quarta-feira (12), produção do portal Consultor
Jurídico (Conjur), com o apoio da Fundação
Armando Álvares Penteado (FAAP). A
solenidade, transmitida pela internet, contou
com a participação do presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de
ministros da Corte e de outros Tribunais
Superiores e de representantes da Advocacia,
do Ministério Público e da Defensoria Pública.
A capa da edição deste ano traz uma foto com
os 11 ministros do STF participando de um
julgamento por videoconferência. "Essa imagem
simboliza o empenho de todo o Poder Judiciário
brasileiro em garantir a plena continuidade da
atividade jurisdicional, mesmo em meio à maior
pandemia dos últimos 100 anos', afirmou o
presidente do STF. 'A Justiça segue atuando
com prontidão e qualidade para atender às
demandas da sociedade'.
A 14ª edição do Anuário destaca a atuação do
Poder Judiciário diante do estado de calamidade
pública decorrente da pandemia da Covid-19,
que já matou mais de 100 mil brasileiros. Entre
outros aspectos, a publicação mostra como o
sistema judicial brasileiro precisou se reinventar
e se adaptar ao momento atual, a fim de decidir
as demandas judiciais decorrentes da
pandemia, bem como tentar minimizar os efeitos
dessa situação de crise econômica e sanitária
que afeta todas as instituições e a sociedade.
Traz, ainda, o perfil dos ministros dos Tribunais
Superiores e um resumo dos principais temas
em julgamento nessas Cortes.
Adaptação e inovação
Exemplos dessa adaptação são as medidas
adotadas pelo ministro Dias Toffoli tanto no
142
Conselho Nacional de Justiça - CNJNoticiário STF/Distrito Federal - Notícias STF
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
âmbito do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), quanto no STF. No CNJ, a Resolução
313/2020 estabeleceu um regime de plantão
extraordinário, visando à manutenção das
atividades por meio remoto. para regulamentar
revisão de suspensão de prazos e atividades
de expediente, audiências e trabalho remoto.
Segundo Toffoli, o momento é de grande
fragilidade social, com o aumento de litígios
decorrentes da situação de emergência.
Outro ponto destacado pelo presidente foi a
criação do Painel de Ações Covid-19, com
dados atualizados sobre a atuação do STF
durante a pandemia. Até agora, a Corte
proferiu mais de 4,5 mil decisões sobre o tema.
Também foram editadas diversas normas para
regulamentar o trabalho da Corte nesse
período, como a realização de sessões por
videoconferência e a ampliação dos processos
que podem ser julgados nas sessões virtuais
de Turmas e Plenário.
"A pandemia impulsionou a transformação
digital que estava em curso já há alguns anos',
afirmou Toffoli. 'Graças às tecnologias digitais,
garantimos mais do que a continuidade da
atividade jurisdicional: promovemos o
incremento da produtividade, da eficiência e da
transparência judiciárias". Para ele, o Poder
Judiciário brasileiro tem respondido, à altura,
ao desafio, com criatividade e inovação, e, com
isso, amenizado os impactos sociais e
econômicos de 'uma crise sem precedentes na
história'.
Tributo
No lançamento da publicação, Dias Toffoli
assinalou que o Anuário da Justiça presta um
tributo ao Poder Judiciário brasileiro, ao
divulgar seus principais julgamentos e a
produtividade dos tribunais, contribuindo para
reiterar a sua importância para o progresso do
país e o avanço da democracia. No mesmo
sentido, os ministros Marco Aurélio, Luiz Fux,
Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes
ressaltaram a contribuição do Anuário para o
fortalecimento da imagem do Judiciário perante
os operadores do Direito e a sociedade.
AR//CF
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
143
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado do Maranhão/Maranhão - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
5ª Vara Criminal divulga medidas deprevenção à Covid-19
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5ª Vara Criminal divulga medidas de prevenção
à Covid-19
Atendimento às partes, advogados e
interessados na secretaria será feito,
preferencialmente, pelos meios remotos
12/08/2020 às 15h03
5ª Vara Criminal da Comarca da Ilha de São
Luís publicou Portaria na qual dispõe sobre as
medidas temporárias de prevenção ao contágio
pelo coronavírus (Freepik)
São Luís - A 5ª Vara Criminal da Comarca da
Ilha de São Luís publicou Portaria na qual
dispõe sobre as medidas temporárias de
prevenção ao contágio pelo coronavírus (Covid-
19), atendimentos e intimações na unidade
judicial. O documento foi assinado pelo juiz Raul
José Duarte, auxiliar de Entrância Final e
respondendo pela unidade. O magistrado cita as
medidas adotadas em Resolução do Conselho
Nacional de Justiça e em Portarias do Poder
Judiciário do Maranhão, a exemplo da Portaria
Conjunta 34/2020.
Raul José Duarte ressalta, ainda, as medidas
adotadas no Provimento nº. 29/2020, da
Corregedoria Geral da Justiça do Estado do
Maranhão, e o rito para a retomada das
atividades presenciais instituídos pela Portaria
TJ nº 2231/2020, da Diretoria do Fórum. Outro
ponto a ser levado em consideração é o fato de
que todo o acervo da 5° Vara Criminal da
Comarca da Ilha de São Luís tramita
exclusivamente por meio físico. Ele enfatiza que
os procedimentos e regras constantes no
documento, a serem adotados na unidade são
em complementação à Portaria TJ - nº
2313/2020, expedida pela juíza titular.
Conforme o juiz, o atendimento às partes,
advogados e interessados na secretaria será
feito, preferencialmente, pelos meios remotos,
pelos telefones (98) 3194-5524 / 99221-4879,
por meio de chamada comum e pelo aplicativo
WhatsApp, apenas neste último número; e pelo
email institucional [email protected], no
período de 8h às 18h de segunda a sexta-feira,
exceto feriados.
Mensagens de texto
144
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado do Maranhão/Maranhão - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
'As mensagens enviadas por Whatsapp serão
respondidas com a maior brevidade possível,
nos horários compreendidos entre 8h e 12h,
bem como entre 14h e 18h, de segunda a
sexta-feira, exceto feriados, dando-se
prioridade aos contatos relativos às audiências
em andamento, que estão sendo realizadas por
videoconferência', destaca a Portaria do
magistrado, frisando que as mensagens
enviadas pelo aplicativo Whatsapp somente
serão aceitas, lidas e respondidas
exclusivamente na modalidade mensagem de
texto, sendo desconsideradas mensagens de
áudio e rejeitadas chamadas de vídeo.
O atendimento de advogados e partes
interessadas junto ao juiz, será realizado por
meio de agendamento prévio, devendo ser
solicitado pelos meios remotos citados nesta
Portaria, informando o número de processo.
'Após acertado o dia e horário do atendimento,
será enviado o link de acesso à sala virtual do
magistrado com as instruções necessárias,
utilizando-se a plataforma de videoconferência
do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão',
observa Raul Duarte.
O documento estabelece que o atendimento
presencial deverá ocorrer apenas em casos
estritamente necessários, quando demonstrada
a impossibilidade ou inviabilidade do
atendimento por quaisquer dos meios
tecnológicos acima citados. Sobre o acesso de
pessoas nas dependências da 5ª. Vara
Criminal, a Portaria ressalta que só será
permitido se obedecidas rigorosamente as
medidas sanitárias instituídas pelos normativos
oficiais, especialmente relativas ao uso de
máscaras, desinfecção das mãos com álcool
em gel e distanciamento social mínimo de
1.5m, entre outras medidas.
Outro ponto em destaque é o fato de que os
servidores da 5ª. Vara Criminal deverão tomar
todas as cautelas disciplinadas nesta Portaria e
nos atos normativos oficiais durante seu
expediente e enquanto estiverem na unidade,
bem como fazer cumprir as determinações
pelos visitantes recorrentes e esporádicos. As
audiências serão realizadas preferencialmente
por sistema de videoconferência, nos termos
da Resolução nº 329 do CNJ e Portaria
Conjunta nº 342020-TJMA. Porém, se
constatada a impossibilidade técnica ou
instrumental por qualquer das partes
envolvidas de participar do ato remotamente,
devem ser orientadas a comparecer
presencialmente à sala de audiências da 5ª.
Vara Criminal.
'Se constatada qualquer aglomeração na sala
de audiências, o servidor responsável pela
condução do ato deve, no que for possível,
distribuir os presentes entre a sala principal e a
sala auxiliar, preparada com mais um ponto de
conexão à sala virtual (...) A secretaria deve, ao
cumprir os processos com audiência
designada, viabilizar as informações
necessárias às partes acerca da sistemática de
videoconferência, enviando as instruções
necessárias de acesso pelos meios
disponíveis', finaliza.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
145
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Progresso/Mato Grosso do Sul - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Em Dourados, 270 mulheres pedirammedidas de proteção na pandemia
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Dados da Delegacia Regional da Polícia Civil de
Dourados apontam que no período de abril a
julho, 270 mulheres recorreram as medidas de
proteção durante a pandemia. Somente de
março a maio do ano passado foram 413
pedidos. Apesar dos registros terem caído nas
delegacias autoridades afirmam que a violência
tem aumentado dentro de casa e preveem ainda
uma 'enxurrada' de registros pós pandemia,
como tem ocorrido em outros países.
Em Dourados o delegado Lupersio Degerone
não descarta a possibilidade de que as vítimas
estão tendo dificuldades em denunciar nesse
período de isolamento, porém avalia que
mesmo havendo uma flexibilização das
atividades, em que muitas voltaram a sair de
casa e assim, conseguiriam denunciar, os
números continuaram baixos, não só na polícia,
mas em toda a rede de enfrentamento, o que
também pode indicar uma diminuição da
violência. 'Nós esperávamos que com a
flexibilização houvesse um aumento também
nas denúncias, o que não ocorreu. Mas vamos
continuar analisando o contexto da pandemia.
Em alguns lugares o aumento da violência já é
visto nos boletins, não é o que ocorre em
Dourados', ressaltou observando diversas
campanhas do governo do Estado como o site
www.naosecale.com.br que garante que as
mulheres possam denunciar mesmo com os
autores estando próximos.
Campanha Sinal Vermelho
Foi por meio de um desenho em sua mão - o 'X'
do símbolo da Campanha Sinal Vermelho - que
uma mulher de 39 anos, conseguiu ser libertada
de uma situação de trabalho análogo ao escravo
e violência doméstica em Campo Grande.
Deficiente auditiva e depressiva, ela conseguiu
mandar uma foto de sua mão com o 'X'
desenhado para sua filha adolescente por um
aplicativo de mensagem instantânea. A
campanha foi criada pelo Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) em parceria com a
Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e
farmácias de todo o país e vem conseguindo
salvar as mulheres de situações de violência
doméstica, como o caso da vítima. Ela vinha
sofrendo violência patrimonial, moral e
psicológica na casa de sua própria irmã e do
cunhado, onde morava para cuidar do pai
doente.
A filha denunciou para o 190 após receber a
foto. E uma equipe do Batalhão de Polícia Militar
de Campo Grande foi até o local e encontrou a
146
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Progresso/Mato Grosso do Sul - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
vítima. 'Quando nós chegamos, ela nos sorriu e
demonstrou muito alívio. Ela conseguiu nos
sinalizar por meio da linguagem de sinais que
queria que tirássemos ela de lá. Ela entrou na
viatura e não olhou nenhuma vez para trás',
conta Gizele Viana, uma das policiais que
atendeu o caso.
Inclusão
Para a juíza Jacqueline Machado, da 3ª Vara
da Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher de Campo Grande e presidente do
Fórum Nacional de Juízas e Juízes de
Violência Doméstica contra a Mulher (Fonavid),
o caso mostra o caráter inclusivo da campanha.
'Mesmo com limitações, a moça conseguiu se
fazer ouvir. O símbolo do 'X' nas mãos
alcançou a sociedade e essa visibilidade é o
que há de mais importante para nós. Significa
que estamos incluindo as pessoas, a
comunidade, no enfrentamento à esse crime',
afirma a magistrada, que também reforça o
alcance da campanha. 'É um símbolo de
violação de direitos. E isso não se restringe às
farmácias. Toda a sociedade pode e deve estar
atenta aos sinais.'
Acostumada a lidar com casos de violência
desde que entrou na corporação há 23 anos,
quatro deles no Programa Mulher Segura da
PM do Mato Grosso do Sul, essa foi a primeira
vez que a policial Gizele acompanhou de perto
uma denúncia silenciosa por meio da
campanha Sinal Vermelho. 'A campanha veio
para ficar. É como um manifesto e também
uma orientação. Muitas mulheres simplesmente
não sabem o que fazer nessas horas e a
campanha abriu essa porta. A prova disso é
essa moça ter conseguido adaptar a ideia, ter
conseguido se comunicar e se salvar.'
Pandemia
A campanha é resultado do grupo de trabalho
criado pelo CNJ para elaborar estudos e ações
emergenciais voltados a ajudar as vítimas de
violência doméstica durante a fase do
isolamento social. O grupo foi criado pela
Portaria nº 70/2020, após a confirmação do
aumento dos casos registrados contra a mulher
durante as ações de distanciamento social para
evitar a transmissão do novo coronavírus.
Outros casos de denúncias silenciosas têm
ocorrido em diversas localidades e municípios.
Em julho, um homem agressor foi preso em
flagrante em Ituporanga (SC) após denúncia da
mulher por meio do sinal que é símbolo da
campanha nas mãos.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
147
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
O Conselho Nacional de Justiçaautoriza videoconferência emprocessos com adolescentes
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O CNJ (Conselho Nacional de Justiça)
aprovou, em sessão virtual extraordinária
realizada na segunda-feira (10), uma resolução
que autoriza a utilização de videoconferência
em processos de apuração de atos infracionais
e de execução de medidas socioeducativas
praticados por adolescentes em conflito com a
Lei. A ferramenta pode ser utilizada quando não
for possível a realização presencial dos atos,
durante o período em que durar a pandemia de
Covid-19.
A proposta foi elaborada pelo Departamento de
Monitoramento e Fiscalização do Sistema
Carcerário e das Medidas Socioeducativas
(DMF) do CNJ para viabilizar a continuidade da
prestação jurisdicional e, ao mesmo tempo,
garantir a preservação da saúde de
magistrados, agentes públicos, advogados,
adolescentes e seus responsáveis, além de
usuários do sistema de justiça em geral.
'Considero ser imperiosa a atuação do CNJ, de
modo a promover a regulamentação da matéria,
sem se apartar dos direitos e garantias da
comunidade socioeducativa', defendeu o relator
do processo, conselheiro Mario Augusto
Guerreiro.
De acordo com o normativo, os Tribunais podem
utilizar a plataforma disponibilizada pelo CNJ ou
ferramenta similar. As audiências devem buscar
a máxima equivalência com os atos realizados
presencialmente, respeitando a garantia da
ampla defesa e o contraditório, a igualdade na
relação processual, a presunção de inocência, a
proteção da intimidade e vida privada, a efetiva
participação do adolescente na integralidade da
audiência ou ato processual e a segurança da
informação e conexão. Como envolve
adolescentes, os pais ou responsáveis devem
também participar das audiências.
O texto contém as diretrizes e como os tribunais
e juízes devem agir em todas as fases da
apuração do ato infracional, desde a audiência
de apresentação, até a instrução e a execução
de medida socioeducativa.
Acesso à Justiça
na manhã desta quarta-feira (12), o corregedor
nacional de Justiça, ministro Humberto Martins,
148
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
participou, do Ciclo de Palestras de Direitos
Fundamentais - Reflexões Jurídicas para um
Mundo em Transição, promovido pelo Instituto
Silvio Meira e pela PPGDF/UNAMA. No evento,
realizado de forma virtual, o ministro proferiu a
palestra 'Democratizando o Acesso à Justiça'.
Humberto Martins iniciou sua apresentação
com uma abordagem histórica do ordenamento
jurídico brasileiro, destacando importantes
normas elaboradas para a ampliação do
acesso à Justiça e o fortalecimento da
cidadania. No entanto, o ministro fez a ressalva
de que democratizar a Justiça não significa
apenas franquear à população o acesso aos
tribunais.
Entre outros exemplos, o corregedor disse que
a democratização do acesso à Justiça também
deve ser feita pela transparência e pela
informação; pelo aperfeiçoamento da prestação
jurisdicional; pela instalação de serviços
públicos nas regiões necessitadas; pela
proteção das vítimas de violência doméstica e
do trabalho infantil; pela gratuidade da Justiça;
pelo trabalho da advocacia, da Defensoria
Pública, do Ministério Público e das
autoridades policiais; pela função sensível do
Legislativo e pela pronta atuação do Executivo.
'Todos os Poderes e instituições
governamentais e não governamentais, o
mercado e a sociedade civil possuem um
compromisso constante com a democratização
do acesso à Justiça', declarou o ministro
corregedor.
No âmbito do Poder Judiciário, Humberto
Martins enfatizou a importância da conciliação,
da mediação e de outros métodos consensuais
como instrumentos aptos a oferecer o acesso à
Justiça ao cidadão. Citou também normativos
editados pelo CNJ voltados ao
aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais
de solução de litígios.
'Desde 2006, o CNJ realiza, todos os anos, a
Semana Nacional da Conciliação, promovendo
o acesso à Justiça de centenas de milhares de
cidadãos que possuem causas da competência
das Justiças estadual, federal e trabalhista',
enfatizou o corregedor. As informações são do
CNJ.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
149
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
O ConselhoNacional de Justiçaabre procedimentocontra a juíza quedisse que homem
negro era'integrante de grupocriminoso em razão
de sua raça'
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?? Ouça essa notícia clicando aqui
O corregedor nacional de Justiça, ministro
Humberto Martins, instaurou, de ofício, pedido
de providências para que a Corregedoria-Geral
da Justiça do Paraná apure os fatos narrados
contra a juíza de Direito Inês Marchalek
Zarpelon, da 1ª Vara Criminal do Foro Central
da Comarca da Região Metropolitana de
Curitiba (PR), sobre o teor de decisão proferida
pela magistrada, amplamente divulgada em
redes sociais, em portais de notícias e em sítios
eletrônicos jurídicos e jornalísticos.
Segundo matéria publicada pelo site 'Migalhas',
na quarta-feira (12), a juíza de Direito, ao
condenar um homem a 14 anos e dois meses
de prisão por integrar uma organização
criminosa e praticar furtos, o fez citando a sua
raça. 'Sobre sua conduta social, nada se sabe.
Seguramente integrante do grupo criminoso, em
razão da sua raça, agia de forma extremamente
discreta os delitos e o seu comportamento,
juntamente com os demais, causavam o
desassossego e a desesperança da população,
pelo que deve ser valorada negativamente', diz
a decisão.
O mesmo trecho foi destacado pelo programa
jornalístico 'Jornal Hoje', ao repercutir o teor da
sentença proferida pela magistrada em sua
edição desta quarta-feira, bem como em outros
sítios eletrônicos, como Jota, Estadão, UOL, O
Globo e R7.
Notas públicas
Ao abrir o procedimento, o ministro corregedor
citou também nota pública emitida pela
Defensoria Pública do Estado do Paraná, a qual
externou 'seu estarrecimento e inconformismo'
150
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
com o teor da sentença proferida pela
magistrada. 'Não se pode tolerar, de nenhuma
forma e de quem quer que seja, que a raça ou
a cor da pele de uma pessoa seja motivo de
valoração negativa ou influencie presunções
sobre sua conduta e sua personalidade,
tampouco que fundamente juízo condenatório
ou maior repressão penal', alertou o órgão.
Humberto Martins mencionou ainda nota oficial
publicada pela Ordem dos Advogados do Brasil
- Seção do Estado do Paraná, onde o órgão
manifestou, juntamente com suas comissões
da Advocacia Criminal e da Igualdade Racial,
'veemente repúdio à fundamentação lançada
em sentença da magistrada Inês Marchalek
Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, ao
tecer considerações sobre a cor de um cidadão
como algo negativo, na análise de sua conduta
social'.
Assim, o corregedor nacional decidiu instaurar
o pedido de providências considerando a
necessidade de se averiguar os fatos que, em
tese, podem caracterizar conduta que infringe
os deveres dos magistrados estabelecidos na
Loman e no Código de Ética da Magistratura.
A Corregedoria-Geral de Justiça do Paraná tem
um prazo de até 30 dias para comunicar o
resultado da apuração à Corregedoria
Nacional de Justiça. As informações são do
CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - Corregedoria
Nacional de Justiça
151
Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna Hoje - AL/Alagoas - Noticias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Juíza Carolina Valões capacitafarmacêuticos sobre combate à
violência doméstica
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A magistrada Carolina Valões, integrante da
Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça
de Alagoas (TJAL), e a major Danielli Assunção,
responsável pela Patrulha Maria da Penha,
capacitarão, na próxima segunda-feira (17), das
20h às 22h, trabalhadores de farmácias que
aderiram à campanha Sinal Vermelho.
Segundo a juíza Carolina Valões, o webinário
'Violência doméstica contra a mulher e a
campanha Sinal Vermelho' também visa discutir
ações de acolhimento para a mulher após a
denúncia. ?Não basta a gente trabalhar tão
somente com a ampliação do canal de
denúncia, de nada adianta nós ampliarmos as
possibilidades da vítima denunciar se tudo que
vier depois disso não estiver funcionando?,
explicou.
Ainda de acordo com a magistrada, é
fundamental a ampliação do canal de
atendimento das denúncias. ?No webinário, a
gente vai falar um pouco sobre a violência
doméstica, no que consiste na campanha do
CNJ e o que vem para além disso que é
justamente para ampliação do 190?.
A major Danielli Assunção orientará os
trabalhadores das farmácias que aderiram à
campanha como eles devem realizar o
atendimento das vítimas que pedirem ajuda e
realizar as denúncias de violência.
Para o presidente do Tribunal de Justiça de
Alagoas (TJAL), desembargador Tutmés Airan
de Albuquerque, a violência doméstica é uma
das mais covardes que existem e deve ser
combatida pelo Poder Público, por meio de
campanhas como esta, e pela própria
sociedade. ?O engajamento dos profissionais do
ramo farmacêutico contribui e muito para que a
gente livre muitas mulheres de seus
agressores?, afirmou.
A campanha Sinal Vermelho, promovida pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em
parceria com a Associação Brasileira de
Magistrados (AMB), foi lançada em junho deste
ano com o objetivo de combater a violência
doméstica contra a mulher por meio da
colaboração de farmácias. As vítimas podem
fazer um ?X? vermelho com batom na palma da
mão e mostrar para os atendentes de farmácias,
que acionarão a polícia.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça152
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Poder/Nacional - Noticias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
CNJ afastará desembargador boçal deSP dia 25
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Autor: Cláudio Humberto
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
marcou para o dia 25 a sessão de julgamento
do caso do desembargador Eduardo Siqueira,
do Tribunal de Justiça de São Paulo, que se
recusou a usar máscara, ao caminhar na orla
de Santos, e ainda humilhou o guarda civil que
o abordou. Integrantes do CNJ confirmaram ao
jornalista Pedro Campos, da Rádio
Bandeirantes, que será aberto procedimento
contra o desembargador.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
153
Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Estados pedem ao STF suspensão deações sobre responsabilidade por
terceirizado
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Autor: Hyndara Freitas
Vinte e seis estados pediram ao Supremo
Tribunal Federal (STF) para ingressar como
amici curiae em processo que discute a
responsabilidade subsidiária por irregularidades
trabalhistas cometidas por empresas
terceirizadas. Por meio do Colégio Nacional dos
Procuradores Gerais dos Estados e do Distrito
Federal (Conpeg), os entes pedem a suspensão
nacional de todos os processos na Justiça do
Trabalho que discutem a temática.
O pedido foi feito por Acre, Alagoas, Amapá,
Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso Do Sul,
Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco,
Piaui, Paraná, Rio Grande No Norte, Rio Grande
Do Sul, Rio De Janeiro, Rondônia, Roraima,
Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e
Distrito Federal no âmbito da Petição (PET)
9038, ajuizada pela Petrobras no mês passado.
O único estado a não pedir para ingressar na
ação foi o Ceará. Caberá ao ministro Alexandre
de Moraes, relator, autorizar ou não a
participação das unidades federativas, bem
como analisar o pedido de suspensão nacional.
Em 31 de julho, no âmbito desta mesma PET,
Moraes atendeu a pedido da Petrobras e
concedeu efeito suspensivo a um processo
específico da estatal que tramita no Tribunal
Superior do Trabalho (TST). O TST condenou a
estatal por irregularidades trabalhistas de
empresa terceirizada por ela contratada. Com a
decisão, ficam suspensos os efeitos de decisões
proferidas pelo tribunal trabalhista em um
recurso de revista envolvendo a Petrobras, até
que seja interposto e julgado recurso
extraordinário da estatal no STF.
Após a decisão favorável, a Petrobras
embargou de declaração para pedir a
suspensão de todos os processos do país que
discutem o tema. Os embargos foram negados
por Moraes no dia 6 de agosto. A estatal alega
que já há cerca de 500 decisões contrárias à
empresa proferidas no TST sobre o tema, e que
ainda há milhares de recursos semelhantes
aguardando decisão, o que deve afetar
aproximadamente 9.100 processos, com valores
estimados na ordem de R$ 1,5 bilhão de
impacto caso as decisões lhe sejam
desfavoráveis.
Ao pedirem para ingressar como amici curiae,
as unidades federativas reforçam o pedido para
suspensão nacional dos processos até que o
154
Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
STF discuta a matéria. Segundo os entes, há
90 mil processos na Justiça do Trabalho que
versam sobre a responsabilidade subsidiária do
Estado sobre irregularidades trabalhistas
cometidas por terceirizadas.
Os estados alegam que o TST vem dando uma
interpretação equivocada sobre o tema em
milhares de processos, desrespeitando decisão
do STF. Isso porque o tema da
responsabilidade subsidiária já foi discutido no
STF em 2017, quando o plenário da Corte
definiu que o poder público não pode ser
responsabilizado automaticamente pelos
inadimplementos trabalhistas das empresas
contratadas Na ocasião, foi fixada a seguinte
tese: 'O inadimplemento dos encargos
trabalhistas dos empregados do contratado não
transfere ao poder público contratante
automaticamente a responsabilidade pelo seu
pagamento, seja em caráter solidário ou
subsidiário, nos termos do artigo 71, parágrafo
1º, da Lei 8.666/1993.'
Uma questão, porém, ficou em aberto: quem
deve provar a fiscalização? Por isso, o acórdão
foi embargado. Em agosto de 2019, por
maioria, os embargos de declaração foram
rejeitados, sendo um deles da União, que pedia
esclarecimentos sobre de quem era o ônus da
prova referente à fiscalização da empresa
terceirizada. Ganhou o entendimento do
ministro Edson Fachin, no sentido de que o
plenário não decidiu sobre este detalhe ao
analisar o mérito do recurso, portanto não
caberia inserir questão nova no debate em
sede de embargos.
Assim, para o TST, ficou uma lacuna na
decisão do Supremo, que não decidiu de quem
era o ônus da prova: se do trabalhador ou do
tomador de serviços. Por isso, em dezembro de
2019, a Subseção de Dissídios Individuais do
TST decidiu que cabe ao Estado provar que
fiscalizou as empresas terceirizadas. A Lei nº
8.666/1993, que institui normas para licitações
e contratos da Administração Pública, prevê em
seu artigo 67 que a execução de contrato com
empresas prestadoras de serviço 'deverá ser
acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente
designado'. A lei, inclusive, prevê a extinção do
contrato em caso de desatendimento das
determinações do fiscalizador do contrato.
Este entendimento vem sendo aplicado pelas
turmas do TST desde então. Assim, caso o
poder público - seja a União, estados ou
municípios - não prove que fiscalizou as
terceirizadas que contratou, a responsabilidade
por irregularidades trabalhistas pode ser
transferido a ele.
As unidades federativas alegam que por conta
deste entendimento o TST tem negado a
interposição de recursos extraordinários para o
STF. Por isso, pedem a suspensão nacional
para que o Supremo decida sobre a questão do
ônus da prova. 'Se seguir esse iter processual,
espera-se que a maior parte, senão todos,
esses recursos extraordinários terão
seguimento negado em razão da aplicação do
precedente da repercussão geral. Isso forçará
os entes da administração pública a interpor
agravos internos ao órgão colegiado do TST e,
possivelmente, interpor inúmeras reclamações
ao STF. Tudo no intuito de demonstrar o
distinguishing e, consequentemente, o
equívoco interpretativo a que se lançou a
Justiça do Trabalho', diz a Conpeg na petição.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
STF exclui ministros que estejam a 60dias da aposentadoria de distribuição
de ações
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Autor: Ana Pompeu
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na
sessão administrativa desta quarta-feira (12/8),
excluir os ministros que estão próximos da
aposentadoria da distribuição de novos
processos 60 dias antes de eles deixarem a
Corte. A regra, aprovada por unanimidade, tem
validade imediata.
O decano do STF, ministro Celso de Mello,
completa 75 anos no dia 1º de novembro. Ele
será, portanto, o primeiro a ser atingido pela
mudança. A partir de 1° de setembro não
relatará mais novos processos.
Ao decano foram distribuídos, nos últimos
meses, processos importantes, como a
investigação sobre a suposta interferência do
presidente da República Jair Bolsonaro (sem
partido) na Polícia Federal (PF), como foi
denunciado pelo ex-ministro da Justiça Sérgio
Moro.
Celso de Mello não estava presente, mas enviou
a concordância ao presidente Dias Toffoli. No
entanto, a proposta original de Toffoli abria a
possibilidade de o ministro decidir se seria
excluído do algoritmo do sorteio ou não.
Pela proposição de Toffoli, o art. 67, parágrafo
13, do Regimento Interno do STF, teria o
seguinte trecho acrescentado: 'salvo os casos
de prevenção, o ministro que estiver próximo da
aposentadoria ficará excluído da distribuição, a
requerimento seu nos 60 dias que anteceder a
aposentadoria, aplicando-se a mesma regra e o
mesmo limite de tempo àquele que requerer a
aposentadoria antecipada, compensando-se a
distribuição em caso de desistência'.
O ministro Marco Aurélio pediu a palavra para
dar sua posição. Ele, que se aposenta no
próximo ano, afirmou que o objetivo é o melhor
possível, ou seja, evitar que os processos
fiquem no gabinete aguardando o sucessor do
ministro que se afastará pela idade.
'É um critério objetivo. Por isso que faço a
ponderação de excluirmos do teor da proposta
que adotamos, o texto do STJ, essa cláusula: a
requerimento seu. Para ser automática a
suspensão da distribuição 60 dias antes, sem
que haja a necessidade de condicionante de
manifestação de vontade, porque geraria até um
constrangimento para o próprio pedir a dispensa
da distribuição', apontou o ministro, cuja
proposta foi acolhida.
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Ana Pompeu - Repórter em Brasília. Cobre
Judiciário, em especial o Supremo Tribunal
Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Passou pelas redações do ConJur,
Correio Braziliense e SBT. Colaborou ainda
com Estadão e Congresso em Foco. Email:
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Guedes envia esclarecimentos ao STFcontra pedido para afastá-lo de
Ministério
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Autor: Ana Pompeu
O ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou,
nesta quarta-feira (12/8), petição em resposta à
ação em que o PDT pede para que o Supremo
Tribunal Federal (STF) pede o afastamento dele
do cargo. A defesa do ministro apontou a
inviabilidade jurídica do pedido. Isso porque a
medida seria grave demais e as acusações,
infundadas.
O PDT ajuizou, na última terça-feira (11/8), uma
arguição de descumprimento de preceito
fundamental com pedido de liminar para que o
ministro da Economia, Paulo Guedes, fosse
afastado do cargo até a conclusão de
investigações conduzidas pela força tarefa da
Operação Greenfield.
A operação investiga se Guedes participou de
fraudes em fundos de pensão por meio da
gestora da qual era sócio, antes de ser ministro.
O esquema teria provocado prejuízos
bilionários. De acordo com as investigações, os
crimes teriam ocorrido entre fevereiro de 2009 e
junho de 2013.
'Além de inexistente qualquer indício de
interferência [nas investigações], não há sentido
em se impor tal gravosa medida para resguardar
investigação repleta de inconsistências e
arbitrariedades', argumenta a defesa de Guedes
na ADPF 724, movida pelo PDT. Leia a íntegra
da manifestação do ministro Paulo Guedes.
Na prestação de esclarecimentos, a defesa
aponta que é necessário apresentar os fatos na
íntegra para melhor compreensão, já que a
inicial omitiria trechos importantes. Os
advogados do ministro afirmam que não há 'o
mais remoto indício de infração penal, vez que
os Fundos de Investimentos foram amplamente
lucrativos aos seus acionistas, além de terem
sido observados todos os deveres de diligência
por parte da Gestora, o que já foi alvo de
petições apresentadas junto ao Ministério
Público Federal'.
A defesa do ministro, no entanto, alega que a
Comissão de Valor Mobiliários (CVM) 'ao
apreciar todas as suspeitas indevidamente
levantadas pela Força Tarefa, afirmou
categoricamente que não houve qualquer
ilicitude nos investimentos em questão, motivo
pelo qual sequer vislumbrou a necessidade de
instauração de inquérito administrativo'.
A petição discorre sobre o processo de
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
investimento, constante nos regulamentos de
Fundos de Investimento em Participações
(FIPs). Paulo Guedes é investigado pelo
vínculo que tinha com a a Br Educacional
Gestora de Recursos Ltda, gestora dos fundos
FIP BR Educacional e FIP Brasil Governança.
De acordo com a defesa, 'se o próprio
processo de investimento de ambos os Fundos
de Investimento afastava a decisão da Gestora,
não existe o mais remoto nexo causal com
relação ao Peticionário'.
De acordo com a manifestação enviada ao
STF, a força-tarefa da Greenfield teria ignorado
não só o resultado positivo apurado no
encerramento dos fundos, mas também todas
as operações bem-sucedidas realizadas ao
longo do período de atividade, 'para então
pinçar, em cada um, o único ativo que não
apurou reprodução de capital'.
A ADPF 724 é relatada pelo ministro Marco
Aurélio Mello.
Ana Pompeu - Repórter em Brasília. Cobre
Judiciário, em especial o Supremo Tribunal
Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Passou pelas redações do ConJur,
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Pandemia pode deixar legado decorrupção maior que a Lava Jato, diz
procurador
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Autor: Ana Pompeu
A pandemia que assola o Brasil desde março
exigiu medidas de desburocratização de
compras de equipamentos médicos, remédios e
de contratações para construções de hospitais
de campanha. A flexibilização, no entanto, pode
ser aproveitada para objetivos diversos do
combate da Covid-19 - e nada republicanos.
Para o novo presidente da Associação Nacional
dos Procuradores dos Estados e do Distrito
Federal (Anape), Vicente Martins Prata Braga,
quando o fim do estado de calamidade vier,
pode trazer à superfície o que chamou de um
legado de corrupção. 'Tenho um grande receio
dessa pandemia deixar um legado de corrupção
maior que a Lava Jato', enfatiza. O mandato de
Braga é para o triênio 2020-2023.
Uma das formas de evitar que isso aconteça
seria, segundo defende, dar autonomia à
carreira de procuradores estaduais. Dessa
forma, advogados públicos poderiam atuar de
forma mais combativa em relação a desvios,
processos irregulares e sem interferências
políticas.
'Naqueles estados que temos uma atuação
efetiva da advocacia pública estadual, uma
atuação preventiva, a gente não assiste a essas
operações', diz, se referindo às investigações
que alguns estados já enfrentam. 'A conclusão
não pode ser diferente no sentido de que os
estados que estão tendo uma atuação mais
proativa das procuradorias estaduais têm maior
controle do uso da verba pública e evitam essas
notícias que ninguém quer assistir.'
Outra questão que está na ordem do dia e que
também impacta diretamente o trabalho de
procuradores estaduais são as reformas
tributária e administrativa. Se, por um lado, eles
defendem uma simplificação tributária, temem
perder atribuições para lidar com a arrecadação
própria. Neste caso, a entidade pretende incidir
no Congresso para debater os pontos sensíveis
com os parlamentares.
Além disso, a reforma administrativa, ainda sem
proposta apresentada, desperta uma
preocupação sobre a perda da estabilidade do
funcionalismo público. 'A estabilidade não é uma
garantia apenas do servidor público. É uma
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
garantia da sociedade como um todo', defende.
Leia a íntegra da entrevista:
Uma das bandeiras mais caras aos
procuradores de Estado é a autonomia. O que
mudaria, na prática, se a conquistassem?
É uma das nossas bandeiras e um dos motivos
que nos faz lutar por ela é acreditar que a
sociedade, como um todo, terá um ganho
efetivo ao ter uma Procuradoria de Estado,
uma advocacia pública autônoma, que busque
atender os interesses da sociedade,
independentemente de interesses de governo
que não sejam interesses legítimos.
Os interesses dos estados, de forma ampla,
devem ser respeitados e atendidos quando não
houver convergência com os interesses do
governo. A advocacia pública autônoma
significa uma sociedade mais fortalecida,
melhor protegida, com a implantação de
políticas públicas que digam respeito
efetivamente àquilo que a sociedade busca. E
significa uma trincheira maior na parte
preventiva à corrupção. Então, a gente tem um
ganho para a sociedade como um todo.
Poderia dar exemplos do efeito da ausência
autonomia?
Você vê agora o que está ocorrendo na União,
por meio da crítica que a AGU vem sofrendo
em razão de ter ingressado com algumas
ações no Supremo que supostamente buscam
atender a interesses do governo, da
Presidência da República, e não interesses da
União, do Brasil como um todo. Esse é um
exemplo no âmbito da União. No âmbito dos
estados, infelizmente não consigo te dizer um
caso concreto, porque isso ocorre nos
bastidores. Ocorre muito na surdina. São
interferências políticas que não são tão
republicanas, não ocorrem no clarão do dia. A
gente tem ali às vezes um pedido para alterar
um parecer, coisas do tipo.
Diante do peso que tem o ICMS para a gestão
dos estados, a categoria pretende atuar na
discussão da reforma tributária?
Vamos discutir ativamente a reforma tributária
junto ao Congresso Nacional para evitar o
esvaziamento das atribuições dos estados. A
partir do momento em que somos advogados
dos estados, defendemos seus interesses e
temos que ter papel ativo na discussão da
reforma tributária.
Da forma como está sendo proposta, a reforma
pode acabar com a guerra fiscal?
A partir do momento que se tenha um tributo
único, o IBS (imposto sobre bens e serviços), o
IVA (imposto sobre valor agregado), a nossa
preocupação é que os estados não percam as
suas atribuições, as suas competências
tributárias de poder instituir os seus tributos de
acordo com o que a Constituição já determina.
Lógico que queremos simplificar a figura do
ICMS. O ICMS é um tributo muito complexo,
que não existe em nenhum lugar do mundo, só
existe no nosso país. A partir do momento que
a gente consiga simplificar a aplicação para o
dia a dia, para que o contribuinte possa
entender melhor o papel do ICMS e a sua
importância na arrecadação, a gente vai ter um
ganho para a sociedade, mas isso não pode
acontecer com a perda de competência
tributária para os estados. Essa é a nossa
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
preocupação.
Como está ali, diminuiria a guerra fiscal.
Acabar, acho difícil. Porque com a instituição
do tributo único, você vai ter diversas outras
celeumas, como: a qual estado compete a
arrecadação do tributo, qual é o titular do
crédito ativo? Teremos várias e várias
discussões sobre a forma como deve ser
implementada. Ter um tributo nacionalizado,
que não seria federal, mas nacional, é uma
excelente saída. Mas a forma como deve ser
feita essa nacionalização deve ser muito bem
debatida.
A reforma administrativa também é um tema
que interessa, que devem atuar ativamente?
É um tema que nos interessa muito. Estamos
acompanhando as notícias porque até então
não se tem nenhuma reforma efetivamente
apresentada ao Congresso Nacional.
Esse tema é muito caro porque vemos vários
pontos sensíveis ao funcionalismo público. A
estabilidade não é uma garantia apenas do
servidor público. É uma garantia da sociedade
como um todo. A partir do momento em que eu
tenho um servidor público estável, a sociedade
ganha porque sabe que aquela pessoa não vai
ser afetada por interferências alheias ao
interesse público.
Se ela está praticando ilícitos, não está sendo
uma boa servidora pública, deve-se instaurar
um processo administrativo contra ela e, caso
seja provado que não tem condições de
exercer aquela atribuição, deve ser demitida.
Mas não se pode acabar com a estabilidade
como um todo como se aquilo fosse uma
prerrogativa do servidor. É uma prerrogativa do
servidor e, mais ainda, da sociedade.
Você imagine uma cidade do interior onde se
tem uma briga política. Um lado ganha e ele vai
demitir todos os servidores que foram
contratados na gestão anterior, mesmo que por
meio de concurso público. Se você não tiver
uma garantia de estabilidade, isso vai ocorrer.
A gente tem que lembrar que o Brasil é muito
maior que a União. São mais de 5 mil
municípios na nossa federação, e cada um
deles vive uma realidade diferente.
Pelo menos 11 milhões de trabalhadores
tiveram o contrato de trabalho suspenso ou o
salário reduzido por causa da pandemia.
Outros 7,8 milhões perderam o emprego. Há no
Congresso uma proposta para reduzir salário
de deputados e senadores. Como o senhor vê
a possibilidade de uma proposta de redução de
salário no Executivo?
O estado do Ceará, por exemplo, tem uma lei
que veda a redução de salário de servidor no
período da pandemia. O STF já decidiu que
não cabe a redução salarial de servidor por
conta da pandemia. Quem entende que
servidor público deveria ter uma redução
salarial porque não está trabalhando está
completamente equivocado e alheio à
realidade. Estamos trabalhando mais do que
nunca.
Enquanto procuradores do Estado, por
exemplo, estamos trabalhando para diminuir os
efeitos da pandemia na sociedade, seja com a
liberação de recursos bloqueados, seja com a
liberação de EPIs, respiradores que não
conseguiam ser comprados. A União requisitou
toda a produção de respiradores do país no
início da pandemia.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Já havia estados que estavam com contratos
fechados com esses aparelhos. A advocacia
pública entrou em campo com ações judiciais
para reverter as requisições. O Ceará comprou
milhões de EPIs, 600 respiradores, mas os
produtos não estavam passando pela Anvisa. A
advocacia pública ingressou com ações
judiciais e conseguiu liminares para
desburocratizar a liberação.
O ritmo de contaminação do coronavírus exigiu
medidas rápidas dos gestores públicos. A
flexibilização das normas para compras e
contratações, a facilitação para licitações é o
que provocaria esse legado de corrupção?
Tenho um grande receio de essa pandemia
deixar um legado de corrupção maior que os
casos investigados pela Lava Jato. Estamos
trabalhando para evitar o desvio de recursos
durante a pandemia. Tem uma grande
preocupação com as dispensas de licitações
que estão ocorrendo neste momento de
pandemia.
Ainda existem pessoas mal intencionadas
sentadas em cadeiras de poder. E a gente fica
com grande receio de isso trazer mais prejuízo
efetivo para a sociedade. Por isso a questão da
autonomia. O procurador tem que ter a
independência para dar a sua opinião de
acordo com a sua consciência e ter a
permissão de barrar uma compra de estados
que estão fazendo compras equivocadas.
Tivemos estados que fizeram compras de
respiradores que nunca chegaram. Tivemos
estados que compraram respiradores que,
quando chegaram, não serviam, tinham
defeitos. Tivemos estados comprando cestas
básicas superfaturadas, que fizeram hospitais
de campanha nunca utilizados, gastando
milhões.
A flexibilização era medida extremamente
necessária. A gente nem discute a
necessidade. O que a gente discute é que ela
não pode ser feita de qualquer forma. A
qualidade de um processo administrativo de
dispensa de licitação pode andar em conjunto
com a eficiência e com a celeridade. Basta se
fazer uma análise um pouco mais minuciosa,
que vai demandar algumas horas, dias a mais
de tramitação e que vai atender aos interesses
do governante que é preocupado com os
interesses da sociedade.
Como tem sido o dia a dia de trabalho das
procuradorias diante da agilidade que a
pandemia impõe para compras e contratações?
Em alguns estados estamos vendo, por
notícias ou mesmo informações do Ministério
Público, que algumas dessas contratações não
estão passando pela advocacia pública. Nestes
mesmos estados, estão ocorrendo operações
da PF, da Polícia Civil para combater desvios,
desmandos, malversações dos recursos
públicos. Naqueles estados que temos uma
atuação efetiva da advocacia pública estadual,
uma atuação preventiva, acompanhando o
processo de dispensa de licitação, a gente não
assiste a essas operações. A conclusão não
pode ser diferente no sentido de que os
estados que estão tendo uma atuação mais
proativa das procuradorias estaduais têm maior
controle do uso da verba pública e evitam
essas notícias que ninguém quer assistir.
Para além da autonomia, quais são as
principais bandeiras da gestão?
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
Temos a bandeira dos honorários, que é de
uma luta que já começou no segundo dia da
nossa gestão. Tivemos o julgamento de
algumas das ADIs que tratam a respeito da
constitucionalidade ou não dos honorários e
estamos nos saindo vencedores. O Supremo
está reconhecendo a constitucionalidade, sim,
dos honorários.
Outra bandeira é a da unicidade. O Supremo já
julgou diversas ações reconhecendo que
compete às Procuradorias-Gerais de Estado
única e exclusivamente a defesa judicial e a
consultoria dos estados. Isso vem sendo
violado constantemente por diversos entes com
a contratação de advogados sem concurso
público, ou seja, não submetidos a um crivo de
concurso público, de prova de títulos.
Outras ainda seriam de benefícios de
conveniados, por meio da implantação de uma
Escola Nacional da Advocacia Pública, para
trazer melhores cursos de capacitação para os
colegas nos diversos estados. Outra que é
importante é a implementação das medidas
alternativas de solução de conflitos, para tentar
desjudicializar as demandas dos estados.
Os grandes litigantes do Poder Judiciário são
os entes federados. De que forma a advocacia
pública pode atuar para reduzir o volume de
demandas levadas à Justiça?
A partir do momento que essas demandas são
resolvidas extrajudicialmente, você traz um
ganho efetivo para toda a sociedade, que vai
ter um Judiciário mais célere, menos
abarrotado e com a possibilidade de dar efetivo
resultado para as demandas num curto espaço
de tempo.
Alguns estados já criaram suas câmaras de
mediação e conciliação administrativa. O Rio
Grande do Sul foi um dos pioneiros, bem como
Ceará e Bahia. Com elas, você vai evitar o
ajuizamento de diversas e diversas demandas.
No Ceará, a gente teve exemplos e um deles
foi em 2014.
Não tinha ainda a câmara de conciliação e
mediação no âmbito da Procuradoria do
Estado, mas criou-se um programa para fazer
desapropriações administrativas porque o
estado ia fazer a revitalização do
Maranguapinho, que é um rio que corta a
cidade de Fortaleza e tinha suas margens
ocupadas por pessoas carentes.
O ente público teria que ajuizar milhares de
ações de desapropriação. E por um trabalho da
Procuradoria, o governador à época editou uma
lei, por meio da Assembleia Legislativa,
permitindo que o estado desapropriasse essas
áreas mesmo daquelas pessoas que não
tinham título da terra. Ninguém tinha títulos
naquela época, era tudo invasão. E a lei até
então não permitia que você desapropriasse
invasão.
A nova norma permitiu o pagamento de
indenização para aqueles invasores e o
ressarcimento por conta das benfeitorias que
tinham sido feitas nos terrenos. Com isso, a
gente deixou de ajuizar mais de 2 mil ações
num curto espaço de tempo. Esse projeto da
procuradoria ganhou o Innovare pelo trabalho
de desapropriação humanizada.
Ana Pompeu - Repórter em Brasília. Cobre
Judiciário, em especial o Supremo Tribunal
Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e o Conselho Nacional de Justiça
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Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Passou pelas redações do ConJur,
Correio Braziliense e SBT. Colaborou ainda
com Estadão e Congresso em Foco. Email:
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, Judiciário - Conciliação
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Conselho Nacional de Justiça - CNJGlobo News/Nacional - Globo Repórter
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
Conselho Nacional de Justiçadetermina apuração da conduta da
juíza do Paraná
Acesse a notícia clicando aqui
Conselho Nacional de Justiça determinou a
apuração da conduta da juíza do Paraná que
fez referência à raça de um homem negro
condenado por roubo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -
Humberto Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJGlobo News/Nacional - Diálogos com Mario Sergio Conti
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça
CNJ apura conduta de juíza doParaná que mencionou cor de réu
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O Conselho Nacional de Justiça vai apurar a
conduta da juíza no Paraná que fez referência
raça de um homem negro condenado por
organização criminosa furto e roubo.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -
Humberto Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso sereúnem com lideranças empresariais
Acesse a notícia clicando aqui
O encontro virtual discutiu uma agenda de
desenvolvimento sustentável e o combate ao
desmatamento da Amazônia. Confira na
reportagem
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli, Judiciário - STF
168
Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
CNJ promove reunião pública sobreigualdade racial
Acesse a notícia clicando aqui
As propostas apresentadas e os assuntos
debatidos vão ser utilizados pelo conselho para
desenvolver políticas de igualdade racial no
Poder Judiciário.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - CNJ
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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça 2ª Ediçao
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli
Suspensão de prazos de processosfísicos é prorrogada até 20 de
setembro
Acesse a notícia clicando aqui
Presidente do Supremo Tribunal Federal,
ministro Dias Toffoli, determina a prorrogação,
até 20/9/2020, da suspensão dos prazos de
processos físicos na Corte. O objetivo da
medida é reduzir a circulação de pessoas no
Supremo e manter as medidas de
distanciamento social e de prevenção ao
contágio pelo novo coronavírus.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias
Toffoli
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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça 2ª Ediçao
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins
Corregedor abre procedimento paraapurar conduta de juíza do PR
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Corregedor nacional de Justiça, ministro
Humberto Martins, instaura pedido de
providências para apuração, pela Corregedoria-
Geral da Justiça do Paraná, de suposta prática
racista em sentença da 1ª Vara Criminal de
Curitiba.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Humberto Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça 2ª Ediçao
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça
CNJ publica resolução sobreaudiências de atos infracionais
praticados por adolescentes
Acesse a notícia clicando aqui
Audiências em processos de atos infracionais
praticados por adolescentes em conflito com a
lei poderão ser feitas por videoconferência. A
resolução, do Conselho Nacional de Justiça,
visa proteger a saúde de todos os envolvidos
no procedimento durante a pandemia.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho
Nacional de Justiça, CNJ - CNJ
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBand News (Rio de Janeiro)/Rio de Janeiro - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Corregedor(a) Nacional de Justiça
O MinistroHumberto Martinsdeterminou agorapouco que sejaaberto inquéritopara apurar a
conduta da juíza
Acesse a notícia clicando aqui
O corregedor nacional de justiça o ministro
Humberto Martins determinou agora pouco
que seja aberto inquérito para apurar a conduta
da juíza Inês Marchalek Zarpelon.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedor(a) Nacional de Justiça, CNJ -
Humberto Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJBandeirantes (São Paulo)/São Paulo - Noticias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedor(a) Nacional de Justiça
Decisão sobre o futuro dodesembargador Eduardo Siqueira já
tem data marcada
Acesse a notícia clicando aqui
Cláudio Humberto comenta sobre o futuro do
desembargador Eduardo Siqueira.
Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -
Corregedor(a) Nacional de Justiça, CNJ -
Humberto Martins
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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
Mais baixas à vista
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Autor: ROSANA HESSEL
RENATO SOUZA
A debandada no Ministério da Economia parece
não ter acabado, em meio à expectativa, ontem,
de que o ministro Paulo Guedes pode ter novas
baixas na pasta. O mercado ficou apreensivo
sobre os rumos da política econômica diante do
visível enfraquecimento do "Posto Ipiranga" do
presidente Jair Bolsonaro. Até mesmo a saída
do ministro foi cogitada, se o chefe do Executivo
não defender o teto de gastos, o que ele fez
publicamente, ontem, em postagem nas redes e
em pronunciamento à noite.
Os secretários especiais Waldery Rodrigues
(Fazenda) e Carlos da Costa (Produtividade,
Emprego e Competitividade) poderiam ser os
próximos a deixar o governo, pois eles
chegaram a falar sobre a intenção de pedir
demissão a alguns interlocutores, após
desgastes recentes. Os rumores da saída de
ambos foram grandes ontem, após Guedes, na
véspera, confirmar a "debandada" na equipe
durante o anúncio dos pedidos de demissão de
Salim Mattar, secretário especial
Desburocratização e Privatização, e de Paulo
Uebel, secretário especial de Desestatização e
Privatização. Em nota no fim da tarde de ontem,
o Ministério da Economia negou a saída de
Waldery e de Carlos Da Costa.
Desde junho, houve outras quatro baixas
importantes na equipe econômica: Marcos
Troyjo, Mansueto Almeida (Tesouro Nacional),
Caio Megale (diretor de Programas) e Rubens
Novaes, que anunciou sua saída da presidência
do Banco do Brasil para o fim deste mês. No
ano passado, os desfalques foram o secretário
especial da Receita Federal, Marcos Cintra, e o
presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico Social (BNDES),
Joaquim Levy.
Para analistas, a desidratação de Guedes é
evidente devido à falta de resultados das
promessas feitas em campanha. E, para piorar,
o presidente não é um adepto da cartilha liberal
do ministro. "O estilo de governo que Bolsonaro
quer fazer é o da direita da Polônia e da
Hungria, que não é compatível com o175
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
liberalismo. Só que Guedes foi muito
importante para a eleição de Bolsonaro, pois
garantiu apoio do mercado financeiro. Se ele
rifar o ministro, aí não tem reeleição", disse
José Luis Oreiro, professor de Economia da
UnB.
Sergio Vale, economista-chefe da MB
Associados, não vê a saída de Guedes "por
enquanto", mas ele não a descarta se os riscos
fiscais ficarem incontornáveis. "A pressão por
aumento do gasto público será grande nos
próximos anos, especialmente, da nova base
de apoio do governo: o Centrão. Bolsonaro
nunca foi liberal. Era normal que esse problema
fosse aparecer, em algum momento, e Guedes
está perdendo força", lamentou.
Pedido de afastamento
O PDT entrou com uma ação de
descumprimento de preceito fundamental
(ADPF) no Supremo Tribunal Federal para
que Paulo Guedes seja afastado do cargo sob
a acusação de fraudes em fundos de pensão.
As ilegalidades teriam ocorrido por meio de
uma gestora da qual ele é sócio. O relator do
caso ainda não foi sorteado na Corte.
Procurada, a assessoria do Ministério da
Economia não comentou o assunto. Já a
defesa do ministro refutou as acusações. "É
extremamente leviano e irresponsável um
partido político se utilizar de tais aleivosias para
pedir o afastamento de um ministro de Estado",
informou, em nota.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
176
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Brasil
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
Dinheiro da Lava-Jato vai paramilitares na Amazônia
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O governo federal destinou R$ 530 milhões da
Operação Lava-Jato para o Ministério da
Defesa, conforme relatório elaborado pelo
Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc),
que compilou dados do sistema do Senado
"Siga Brasil", que acompanha dados do
orçamento federal. O valor corresponde a 84%
dos R$ 630 milhões destinados ao governo
federal no ano passado, e ainda em fase de
execução este ano. O recurso é oriundo do
acordo anticorrupção da Lava-Jato destinados à
Amazônia.
O acordo em questão foi homologado em
setembro do ano passado, quando o Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiu que R$ 1,06
bilhão pagos pela Petrobras (de um total de R$
2,6 bilhões) deveria ser destinado à prevenção,
fiscalização e ao combate do desmatamento,
incêndios florestais e ilícitos ambientais na
Amazônia Legal. Os R$ 630 milhões do governo
federal foram distribuídos entre a Defesa, o
Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o
Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), sendo que a maior fatia
ficou com a Defesa, distribuídos entre
Aeronáutica, Exército e Marinha.
Amaior parte do valor foi registrada para ação
de proteção, fiscalização e combate a ilícitos na
Amazônia Legal, enquanto R$ 36 milhões
ficaram com Operações de Garantia da Lei e da
Ordem (GLO). O decreto de GLO, que
encerraria no dia 9 de julho, foi estendido até 6
de novembro deste ano.
O restante do valor, R$ 100 milhões, foi
distribuído ao Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
- Ibama (R$ 50 milhões), Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária -- Incra (R$ 35
milhões) e Mapa (R$ 15 milhões). Considerando
o montante total, o Ibama ficou com apenas 8%.
Como os valores foram depositados em
setembro do ano passado no Tesouro Nacional,
houve pouco tempo para a execução no mesmo
ano. Então, ainda estão sendo executados em
2020 os valores remanescentes do ano anterior.
Militarização
O relatório do Inesc menciona a militarização da
política socioambiental na Amazônia brasileira e
cita trecho da Política Nacional de Defesa
(PND), Estratégia Nacional de Defesa (END),177
Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Brasil
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
documento encaminhado ao Congresso no
último dia 22. "A exploração e o
desenvolvimento socioeconômico da
Amazônia, de forma sustentável, continuarão a
ser vitais para a integração nacional, exigindo o
incremento das capacidades de prover
segurança e soberania, intensificando a
presença militar e a efetiva ação do Estado,
evitando que entidades exógenas influenciem
as comunidades locais", diz o trecho.
Assessora política do Inesc, Alessandra
Cardoso afirma que a aplicação foi feita na
Defesa em detrimento dos órgãos ambientais.
"Foi um equívoco estratégico aplicar quase a
totalidade desse recurso para fortalecer as
estratégias do Ministério da Defesa enquanto
toda a estratégia de combate ao desmatamento
que vinha sendo executada desde 2012, e que
respondia, de fato, pelo enfrentamento ao
problema - tanto que as taxas de
desmatamento estavam caindo --, se
mostraram ações bastante efetivas; são ações
de comando e controle executadas
principalmente pelo Ibama", disse. Ela foi uma
das pessoas a elaborar o relatório.
No mês passado, o governo federal enviou ao
Congresso Nacional um projeto de lei (PLN)
para abrir crédito suplementar no valor de R$
615,9 milhões destinados à Defesa, ao Mapa e
ao Ministério Justiça e Segurança Pública
(MJSP). Do total, R$ 410 milhões são para
ações das Forças Armadas na Amazônia
Legal, por meio da Operação Verde Brasil 2. O
PLN foi protocolado na mesa diretora do
Senado na última segunda-feira e deve ser
analisado nesta semana.
O relatório elaborado pelo Inesc pontua que as
operações de GLO na Amazônia, "que
deveriam ser episódicas" adotam uma "lógica
de subordinação dos órgãos ambientais à
estratégia militarizada de combate ao
desmatamento".
"Chama atenção o fato de que a escolha do
governo tenha sido colocar 84% do recurso da
Lava-Jato dentro do Ministério da Defesa. Ou
seja, em detrimento do seu uso para reforçar,
ainda que temporariamente, a dotação
orçamentária do ministério do Meio Ambiente,
do Ibama, do ICMBio e também da Funai",
ressalta relatório. (ST)
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
Judiciário - STF
Saída de Datena embaralha disputapara vice de Covas
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Autor: Igor Gielow
são paulo A desistência do apresentador José
Luiz Datena de participar das eleições
municipais deste ano embolou a disputa pela
vaga de vice na chapa do prefeito de São Paulo,
Bruno Covas (PSDB).
Filiado ao MDB, Datena era o nome de
convergência de aliados importantes do tucano
para integrar a disputa.
Agora, o jogo zera. Entre aliados do tucano, três
nomes despontaram nas bolsas de apostas
internas.
Primeiro, o da senadora Mara Gabrilli (PSDB),
na hipótese de ser montada uma chapa puro-
sangue que não melindre eventuais aliados para
um eventual segundo turno.
Em favor de Mara, há a densidade eleitoral: ela
teve 6,5 milhões de votos em 2018, numa
campanha calcada em sua defesa dos direitos
das mulheres e das pessoas com deficiência
(ela é tetraplégica).
Contra, por outro lado, há o fato de ela transitar
numa faixa de eleitorado não muito diferente da
de Covas, mais ao centro do espectro político e
com algum apelo a estratos da centro-esquerda.
Como os estrategistas meanos creem que
Covas confirmará o favoritismo das pesquisas
pré-campanha, isso poderia ter um peso menor.
Entre aquele s mais preocupados em angariar
apoio nas periferias, volta à baila o nome da ex-
prefeita Marta Suplicy (Solidariedade), cujo
legado dos Centros de Educação Unificados é
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
Judiciário - STF
um ativo sempre citado por ambos os lados.
Ela foi cortejada como vice pela ala do PT
contrária à candidatura de Jilmar Tatto, mas
como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
não quis impor Fernando Haddad no j ogo, por
ora seu nome segue no mercado eleitoral.
Nome que sempre sai com razoável intenção
de votos e que chegou a ser especulado no
começo do ano, Celso Russomanno
(Republicanos) hoje é visto como pouco
provável por sua ligação umbilical com a Igreja
Universal - aliada de Jair Bolsonaro, inimigo
declarado do PSDB paulista.
Por fim, há na cúpula tucana uma hipótese
nova: atrair o coronel Marcelo Vieira Salles, ex-
comandante da Polícia Militar de São Paulo,
que será candidato a vereador.
O problema central é que ele integra o PSD,
partido que já tem como pré-candidato na
disputa Andréa Matarazzo. O ex-vereador era o
favorito para disputar a eleição pelo PSDB em
2016, mas foi atropelado por João Doria, com a
ajuda do então governador Geraldo Alckmin.
Matarazzo assim saiu do PSDB após 25 anos e
acabou como vice de Marta, à época no MDB,
que ficou em quarto lugar no pleito vencido
pelo hoje governador Doria.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab,
descarta a hipótese a interlocutores, e diz que
considera Matarazzo não só viável, mas como
uma provável surpresa na eleição. Eles
estiveram juntos nesta semana, adiantando
planos para a convenção do partido, marcada
para 31 de agosto.
Com sua reunião de definição marcada para 12
de setembro, o PSDB tem um mês para
resolver seu problema.
Ele já foi mais agudo. Na virada do ano, a
candidatura de Covas balançava devido a
diversas pesquisas mostrando que ele teria
dificuldades sérias na disputa. Tudo mudou
com dois fatores.
Primeiro, o prefeito foi diagnosticado com um
câncer agressivo, que enfrenta com
transparência pública. Sua aprovação começou
a subir, em pesquisas internas, quase que
imediatamente, e ele asseverou sua palavra
nas decisões do partido.
Além disso, posicionou-se de forma bastante
ativa no combate à pandemia, ainda que esse
seja um flanco usual de ataque de seus
adversários.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
Judiciário - STF
A possibilidade de que ele tenha de ausentar-
se por vezes da prefeitura por questões de
saúde segue sendo uma preocupação da
escolha da vaga de vice, mas a boa disposição
demonstrada por Covas durante o tratamento
retirou um pouco dessa pressão.
No mais, ele virou favorito na pré-campanha,
com a pulverização de concorrentes a seu
redor. O PT está abatido, tendo protagonismo
roubado pelo PSOL, e o bolsonarismo orgânico
não encontrou nenhum candidato com aspecto
viável até aqui.
Datena trazia densidade inerente a um
comunicador popular e, principalmente, atendia
a um acerto maior entre partidos aliados.
Um acerto tripartite, visando a criação de um
núcleo alternativo de poder no centro e na
centro-direita com Doria como figura de proa
por ora, foi estabelecido entre PSDB, DEM e
MDB.
Nele, os democratas manteriam sua influência
no Congresso, hoje dominado pela figura de
Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara.
O fariam, caso o Supremo Tribunal Federal
venha a permitir, pela manutenção de Davi
Alcolumbre (DEM-AP) na chefia do Senado e
com o MDB, na figura provável de seu
presidente, deputado BaleiaRossi (SP), como
sucessor e aliado de Maia.
Nesse arranjo, o MDB ganharia poder em São
Paulo por um novo vetor, Datena, esvaziando
Paulo Skaf, o presidente da Fiesp e maior
aliado de Bolsonaro no estado.
Ainda no estado, o DEM permanece com a
perspectiva de lançar o vice de Doria, Rodrigo
Garcia, candidato ao governo em 2022 - se o
tucano sair à Presidência mesmo.
Por fim, hoje numa órbita que ora passa pelo
governo Bolsonaro, onde tem ministério, e ora
pela associação com antigos aliados tucanos,
está o PSD de Kassab, ainda solto no j ogo.
O abandono de Datena, novamente creditado a
questões financeiras por seus correligionários,
complicou o arranjo.
Todas as opções na mesa trazem riscos para
Covas e, principalmente, para o planos de
Doria de estabelecer uma aliança nacional a
partir dos níveis de capitais e estados.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020
Judiciário - STF
Principais pré- candidatos à Prefeitura de São
Paulo
Andréa Matarazzo PSD
Arthur do Vai Patriota
Bruno Covas PSDB
Celso Russomanno Republicanos
Eduardo Jorge PV, com Roberto Tripoli (PV)
como vice Filipe Sabará Novo, com Marina
Santos (Novo) como vice
Guilherme Boulos PSOL, com Luiza Erundina
(PSOL) como vice Jilmar Tatto PT
Joice Hasselmann PSL
Levy Fidelix PRTB
Márcio França PSB, com Antônio Neto (PDT)
como vice Marcos da Costa PTB
Orlando Silva PC do B
Vera Lúcia PSTU
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
MÔNICA BERGAMO
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Autor: MÔNICA BERGAMO com Bruno B.
Soraggi, Bianka Vieira e Victoria Azevedo
ESTOU DE MAL
As duas alas que se digladiam em tomo dos
rumos da economia acusam uma a outra de
trabalhar para afundar o governo de Jair
Bolsonaro.
De mal 2
O grupo desenvolvimentista, liderado pelo
general Walter Braga Netto (Casa Civil),
acredita que, na prática, Paulo Guedes, da
Economia, se alia aos projetos do presidente da
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, visto
como adversário do governo.
De bem
Guedes e Maia têm defendido a manutenção do
teto de gastos - o que impedirá que Bolsonaro,
no futuro, tenha um amplo programa de obras
como vitrine eleitoral de seu governo. Guedes
tem sido acusado de ingênuo.
Furada
Já integrantes da equipe de Guedes no
Ministério da Economia dizem que os
desenvolvimentistas querem usar a fórmula que
levou Dilma Rousseff ao impeachment -
enquanto o ministro propõe criar o Renda Brasil
nos moldes do Bolsa Família de Lula.
No passado
Eles dizem que não precisa de teste de QI para
saber qual é a melhor alternativa. Uma delas
deu a Lula a vitória em três eleições. A outra
resultou no impeachment.
Salto
O número de óbitos em Manaus por Covid-19
deu um salto de 73% na semana de 5 a 11 de
agosto em relação às anteriores. Foram 19
mortos, contra uma média de 12 dos períodos
que a antecederam.
Tudo claro
A marca seria uma clara evidência de que a
cidade, apesar de festejar um suposto controle
da doença, pode na verdade estar iniciando
uma segunda onda dela.
Ponto final
A opinião é do pesquisador Jesem Orellana, da
Fiocruz de Manaus. "O óbito é o indicador tardio
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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Ilustrada
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
da circulação do vírus", afirma ele. Seu
crescimento ocorreria três semanas depois do
aumento das infecções.
Etapas
Esse seria o período necessário para as
pessoas se contaminarem, apresentarem
sintomas, piorarem, buscarem os hospitais,
enfrentarem um tratamento sem sucesso - e
então irem a óbito, aparecendo nas
estatísticas.
Etapas 2
Segundo Orellana, o crescimento visto agora
pode ser reflexo da reabertura econômica, que
se intensificou em julho. Orellana alerta ainda
para o fato de, na reabertura, a cidade ainda
registrar um excedente de mortes por
problemas respiratórios 73% maior do que no
ano passado.
Em pauta
O STF (Supremo Tribunal Federal) deve
julgar na próxima sexta-feira (14) um habeas
corpus coletivo que pede a internação
domiciliar compulsória para adolescentes
infratores em caso de superlotação em
unidades socioeducativas. O pedido é apoiado
por mais de 150 entidades. O ministro Edson
Fachin j á havia concedido liminar em prol da
medida em alguns estados.
Dados
A Defensoria Pública do Estado do Rio de
Janeiro, uma das partes no processo, irá
apresentar relatório que mostra queda na
reincidência entre os adolescentes
beneficiados pela medida, além de melhores
condições de vida
Dominó
Entidades representativas do livro alertam que
a proposta de reforma tributaria do governo
federal não vai prejudicar apenas os
consumidores - mas também pode colocar em
risco a manutenção das próprias livrarias.
Dominó 2
A proposta prevê a criação de uma contribuição
de 12% sobre bens e serviços. Segundo o
livreiro Alexandre Martins Fontes, o lucro médio
de uma livraria no Brasil, em um cenário
otimista, chega a 4,5%. Com o novo tributo, há
o risco desse valor ser engolido e de os
estabelecimentos ficarem no vermelho.
PORTAS FECHADAS
"Essa despesa vai inviabilizar todas as livrarias
brasileiras. As pequenas, as médias e as
grandes vão fechar as portas. Estamos falando
de um estrago enorme para o mercado
brasileiro. Qual é o governo que deseja isso
para a sua população?", diz Martins Fontes.
Papel e caneta
O decreto que estabelece a Lei Aldir Blanc já
está em análise na Secretaria-Geral da
Presidência da República. A expectativa é que
o presidente Bolsonaro assine ainda nesta
semana o documento, permitindo a liberação
dos recursos nos próximos dias.
Busca
A contratação de espaços de coworking
cresceu 57% em junho, segundo a plataforma
brasileira BeerOrCoffee. A alta é atribuída à
adesão ao home office nesta pandemia.
QUARENTENA
O cantor Ney Matogrosso (1) postou uma
selfie.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
A cantora Preta Gil (2) publicou foto em que
aparece de biquíni tomando sol.
O apresentador Mareio Garcia (3) registrou o
retorno das gravações de seu programa.
"Equipe Tamanho Família trabalhando com
todo cuidado necessário", disse
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
Procuradoria cita abuso de poderreligioso em ação contra Crivella
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A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de
Janeiro citou abuso de poder religioso ao
apresentar ontem alegações finais em dois
processos contra o prefeito do Rio, Marcelo
Crivella (Republicanos), e quatro candidatos a
deputado do Estado. A tese de que um político
pode ser cassado caso fique comprovado que
ele se aproveitou, durante a campanha, de
influência religiosa sobre eleitores deve voltar a
ser analisada pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) hoje.
O Ministério Público Eleitoral pede a
inelegibilidade de Crivella por oito anos e o
pagamento de uma multa de R$ 355 mil pela
sua participação em eventos eleitorais de
candidatos à Câmara dos Deputados e à
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) nas últimas
eleições. Ainda não há data para julgamento
das ações na Justiça Eleitoral.
Em 4 de julho de 2018, o prefeito do Rio
participou do "Café da comunhão", no Palácio
da Cidade. Durante o evento, segundo os
procuradores, Rubens Teixeira foi lançado
candidato a deputado federal. O MP eleitoral
cita transcrições do discurso do prefeito, que
teria prometido aos religiosos presentes uma
série de facilidades de acesso a serviços
públicos de saúde, obras e isenção de impostos.
"Tratava-se de um encontro para alimentar base
eleitoreira composta de líderes religiosos,
notoriamente alinhados com o prefeito, a quem
ele oferecia facilidades na administração pública
em nome de uma pretensa predestinação
divina", afirmou a procuradora regional eleitoral
Silvana Batini. "A presença (de Teixeira) foi
destacada no discurso do prefeito, e suas
supostas qualidades pessoais enfatizadas por
ele, no mesmo contexto em que pregava a
necessidade de direcionar os serviços públicos
municipais para o fortalecimento de seu grupo
político-religioso."
Outro evento citado pela Procuradoria Eleitoral
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
ocorreu em 13 de setembro de 2018 na escola
de samba Estácio de Sá. Segundo o MP
eleitoral, servidores da Companhia Municipal
de Limpeza Urbana (Comlurb) foram
transportados para a quadra da escola, onde
estavam Crivella, Teixeira, o candidato a
deputado federal Marcelo Hodge Crivella, filho
do prefeito, e o candidato à Assembleia
Legisla- tiva Alessandro Costa.
"Aqui estamos a tratar de uma hipótese de
abuso de poder político clássico, do prefeito
valendo-se dessa condição para empoderar
politicamente um determinado grupo religioso,
alavancando uma das candidaturas que
concretizariam esse projeto. É o abuso do
poder religioso entrelaçado e embutido no
abuso do poder político", escreveu Silvana.
Em suas alegações finais, a procuradora
lembra que ainda não há previsão legal para o
abuso de poder religioso, "o que não impediu a
jurisprudência de considerar esta espécie de
abuso como componente relevante na
conformação dos quadros de abuso de poder
econômico e no uso dos meios de
comunicação social".
As penas reivindicadas para os políticos variam
da inelegibilidade por oito anos e multa
(Crivella e Teixeira, por abuso de poder,
ficando o suplente sujeito à anulação dos
votos) a multa de até R$355 mil para os
políticos Marcelo Hodge Crivella e Alessandro
Costa (conduta vedada), diz a Procuradoria.
Defesa. Em nota, Crivella disse que as ações
se referem a duas reuniões que "ocorreram
estritamente na forma da lei e que tanto a
Câmara de Vereadores quanto o Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiram pela
inexistência de qualquer irregularidade em
ambas". Para a defesa do prefeito, o pedido de
inelegibilidade não é razoável e o MP Eleitoral
pautou o assunto em "mera dedução e
desproporcional presunção punitiva inaplicável
ao caso".
Os demais citados nas alegações finais da
Procuradoria Eleitoral não foram localizados.
Aliança
"O prefeito vale-se dessa condição para
empoderar politicamente determinado grupo
religioso."
Silvana Batini PROCURADORA REGIONAL
ELEITORAL
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
TJ de São Paulo gasta R$ 13,5milhões em 'vantagens pessoais
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Autor: Bruno Ribeiro Tulio Kruse
De janeiro a junho deste ano, o Tribunal de
Justiça de São Paulo (TJ-SP) já pagou R$ 13,5
milhões apenas em benefícios pessoais aos
seus 359 desembargadores. O valor inclui
vantagens decorrentes de sentença judicial ou
extensão administrativa, adicional por tempo de
serviço, abonos de permanência e porcentuais
de remunerações anteriores - os chamados
quintos e décimos.
Somados a outras categorias de benefícios, que
vão de auxílio-natalidade à antecipação de
férias, a elite do Judiciário estadual já recebeu
um total de R$ 41,3 milhões em benefícios no
primeiro semestre de 2020. Como mostrou o
Estadão ontem, o tribunal propôs ao governo
estadual um aumento de 55% em seu
orçamento para 2021, em comparação com o
valor reservado para este ano.
O total dos benefícios equivale a mais de 50%
do que os desembargadores recebem como
salário-base neste ano. O TJ-SP gastou com os
salários de todos os desembargadores no
período, sem considerar descontos, R$ 117,4
milhões.
Desse montante, indenizações como auxílio-
alimentação, auxílio-transporte, auxílio-
préescolar, auxílio-saúde, auxíliomoradia, e
ajuda de custo somaram pouco mais de R$ 2
milhões em seis meses. Gratificações, nas quais
estão incluídos adicionais por cargos de direção
na cúpula do TJ-SP e antecipação de parcela do
13.0, concedida aos magistrados no mês de
aniversário, somam R$ 3,9 milhões.
Alesp. A proposta de aumentar a verba
reservada ao Judiciário paulista no próximo
ano foi recebida com ceticismo por integrantes
da Comissão de Finanças e Orçamento da
Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Deputados lembraram que a tendência é de
cortar gastos, diante da previsão de déficit de
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
R$ 10,4 bilhões para o próximo ano.
"A chance de um aumento desproporcional
como esse do TJ ser chancelado por todos os
deputados estaduais, e prejudicando Saúde,
Educação e Segurança, é quase impossível",
avaliou o presidente da comissão, deputado
Wellington Moura (Republicanos). "O próprio
governo, antes do envio da proposta
orçamentária, com certeza vai cortar boa parte
deste aumento. E a Alesp também pode fazer
ajustes se necessário."
Moura disse acreditar que a Lei Orçamentária
Anual (LOA) de 2021 pode apresentar valor
total inferior ao patamar de R$ 240 bilhões,
aprovado para este ano, dos quais R$ 12,3
bilhões foram separados para o Tribunal de
Justiça. Antes da proposta orçamentária, que
deve ser entregue até o fim do mês, o governo
João Doria (PSDB) deve enviar um pacote de
ajuste fiscal com a intenção de economizar R$
8,8 bilhões.
Já o deputado estadual Alex de Madureira
(PSD), relator da última LOA e da recém-
aprovada Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) de 2021, considerou que a proposta do
Judiciário só deve ser analisada após o
governo enviar o projeto de lei. Diante da
previsão de queda na arrecadação, no entanto,
ele prevê cortes no investimento em toda a
esfera pública.
"Não adiantar cortar coisas que vão atrapalhar
o andamento do Estado, que vão acarretar falta
de atendimento à população", disse Madureira.
"Investimentos que podem esperar, porque
sabemos que vamos passar um ano difícil,
seriam os primeiros a se repensar. (Cortar)
salário é difícil, porque é o que mantém as
famílias, a vida das pessoas", afirmou.
Lei. O TJ-SP afirmou, em nota, que todos os
pagamentos da Corte são realizados "dentro da
mais estrita legalidade". Segundo o tribunal,
"valores que ultrapassem a quantia
correspondente a 90,25% da remuneração dos
ministros do Supremo se referem a verbas
indenizatórias, previstas em lei, e ao abono de
permanência, que se agregam ao total da
remuneração nos demonstrativos de
pagamento emitidos e que, por sua natureza,
não estão submetidos ao teto constitucional".
Sobre o orçamento do tribunal, o presidente do
TJ, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro
Franco, publicou nota ontem no site da Corte
na qual considera "não haver perplexidade
sugerida no fato de que a peça orçamentária
proposta atinge esse ou aquele patamar". "O
orçamento de 2021 será definido
conjuntamente entre os Poderes do Estado. É
assim que as coisas são, porque a lei
estabelece."
'Legalidade
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
"Todos os pagamentos do Tribunal de Justiça
são realizados dentro da mais estrita legalidade
e com plena transparência, existindo portal
específico para publicização." Tribunal de
Justiça de SP EM NOTA
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Judiciário
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
A debandada
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O ministro da Economia, Paulo tização, Gestão
e Governo Digital, Paulo Uebel. Nos dicionários,
"debandada" significa fuga em desabalada
carreira. O ministro explicou do que afinal
fugiram seus assessores: do "establishment".
Paulo Guedes informou que Paulo Uebel deixou
o governo porque a reforma administrativa foi
adiada e que Salim Mattar saiu porque estava
insatisfeito com o ritmo das privatizações: "O
establishment não deixa", disse o ministro.
Guedes, admitiu que sua equipe sofreu uma
"debandada" com a saída dos secretários de
Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e
de DesburocraO próprio Salim Mattar, em
declarações sobre sua decisão, acusou o
"establishment" de impedir que as estatais
sejam vendidas e que o Estado seja reformado:
"O establishment não quer a transformação do
Estado. Não deseja a reforma administrativa.
Não deseja a privatização. Se tiver privatização,
acaba o toma lá dá cá. Acaba o rio de
corrupção. O establishment deseja segurança
de que as coisas vão continuar do jeito que
estão".
Nesses termos, é importante saber o que seria o
tal "establishment", responsável por tanto
atraso. Salim Mattar explicou: "O establishment
é o Judiciário, é o Executivo, é o Congresso,
são os servidores públicos, os funcionários de
estatais". Ou seja, o "establishment", tratado
como barreira intransponível ao progresso, seria
a estrutura estatal - burocrática, política e
judicial - necessária para o funcionamento de
um regime democrático.
Entende-se a frustração de quem chegou ao
governo acreditando que os milhões de votos
conferidos ao presidente Jair Bolsonaro fossem
suficientes para que sua agenda de campanha
fosse automaticamente implementada, sem
necessidade de negociação de nenhuma
espécie e até mesmo, em alguns casos, sem
respeitar os ritos legais.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
O problema é que a democracia não funciona
assim. Na democracia, predomina a
mobilização política na defesa de interesses os
mais diversos no espaço público garantido
pelas instituições republicanas. Cabe ao
governo encontrar a melhor maneira de
articular esses interesses para que o País
avance, tendo como base a agenda vencedora
da eleição majoritária.
O presidente Bolsonaro, no entanto, renunciou
a esse papel. Passou boa parte do mandato a
lavar as mãos sobre as discussões no
Congresso, sem constituir uma base sólida e
sem se envolver nos debates mais importantes.
Ao contrário: em vários momentos, Bolsonaro
prejudicou a tramitação de reformas, quase
sempre no interesse de grupos de pressão de
vocação estatista.
Em outras palavras, o "establishment" de que
se queixam Paulo Guedes e seus agora ex-
assessores tem em Bolsonaro seu mais
legítimo representante. É muito difícil privatizar
estatais e fazer reformas quando a resistência
parte do próprio presidente da República - cuja
conversão ao liberalismo, na campanha
eleitoral de 2018, só enganou quem se deixou
enganar.
A oposição à modernização do Estado pode
ser vencida se houver genuína disposição de
dialogar e de defender um projeto claro de
País. O governo de Fernando Henrique
Cardoso promoveu privatizações em larga
escala, inclusive de "joias da coroa", mesmo
enfrentando um Congresso hostil. Hoje, ao
contrário, o Congresso vem se mostrando
favorável à agenda liberal - que só não avança
mais porque o presidente não quer.
Em público, Bolsonaro diz, sem muita
convicção, que continua comprometido com as
privatizações e com a manutenção da
responsabilidade fiscal, mas na prática nada
faz para estimular as privatizações nem para
desestimular ministros que sonham com o
renascimento do desenvolvimentismo à custa
do teto de gastos. A esse propósito, o ministro
Paulo Guedes advertiu que "os conselheiros do
presidente que o estão aconselhando a pular a
cerca e furar o teto vão levá-lo para uma zona
sombria, uma zona de impeachment, de
irresponsabilidade fiscal" e que "o presidente
sabe disso". Assim, Paulo Guedes deixou claro
que Bolsonaro tem escolha - e aparentemente
já a fez, razão pela qual cinco integrantes da
equipe econômica já jogaram a toalha.
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Judiciário
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
Verba da Lava Jato para Amazôniaficou com a Defesa
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Autor: André Borges / brasília
A decisão do governo de centralizar nas mãos
dos militares a fiscalização da Amazônia já está
refletida no volume de recursos financeiros que
o Palácio do Planalto tem destinado ao
Ministério da Defesa. O Estadão obteve
informações detalhadas sobre os R$ 630
milhões da Operação Lava Jato que, por
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)
de setembro de 2019, devem ser usados
exclusivamente para financiar ações de
fiscalização e combate aos incêndios florestais
na Amazônia.
Os dados do sistema Siga Brasil compilados
pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos
(Inesc) mostram que, dos R$ 630 milhões
repassados pela Petrobrás, a partir de seu
acordo anticorrupção assinado com a Justiça,
R$ 530 milhões (84%) foram destinados ao
Ministério da Defesa, com repasses distribuídos
entre Exército, Marinha e Aeronáutica. Coube
ao governo Bolsonaro definir onde colocaria o
dinheiro.
A Defesa afirma que os recursos têm apoiado
sua presença "estrutural" na Amazônia, ou seja,
uma atuação de forma permanente e
consolidada, e não em situações pontuais. No
documento de sua Política e a Estratégia
Nacional de Defesa, enviada ao Congresso no
dia 22 de julho, o ministério afirma que sua
atuação na Amazônia exige "o incremento das
capacidades de prover segurança e soberania,
intensificando a presença militar e a efetiva ação
do Estado".
A maior parte do dinheiro R$ 494 milhões - foi
carimbada como recurso voltado à "proteção,
fiscalização e combate a ilícitos na Amazônia
Legal". Os demais R$ 36 milhões foram
reservados para a Operação Verde Brasil 2,
criada pelo governo em maio, para
enfrentamento de incêndios e desmatamento.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
Dos R$ 100 milhões que restaram do acordo
da Lava Jato, o governo repassou R$ 50
milhões ao Ibama, órgão de proteção ao meio
ambiente que, com apoio da Polícia Federal,
tem a missão institucional de proteger e
fiscalizar a Amazônia. O Incra recebeu R$ 35
milhões e o Ministério da Agricultura, R$ 15
milhões. Já ICMBio e Funai não tiveram
nenhum repasse oriundo do acordo bancado
pela Petrobrás.
Para Alessandra Cardoso, assessora política
do Inesc, a concentração de recursos é erro
estratégico. "Usaram os recursos da Lava Jato
para sobreporemse à atuação dos órgãos de
fiscalização, controle e proteção territorial",
avalia a especialista. "Esses órgãos ambientais
vinham atuando com capacidade estratégica e
precisavam ser fortalecidos, institucionalmente
e do ponto de vista orçamentário."
Os militares chegaram a usar parte dos
recursos da Lava Jato para financiar as
operações de Garantia da Lei e da Ordem
(GLO) ocorridas em 2019 (Verde Brasil) e 2020
(Verde Brasil 2). Ao todo, os orçamentos das
duas ações somaram R$ 44,62 milhões desde
o ano passado. Nesta semana, o vice-
presidente da República, Hamilton Mourão, que
assumiu a responsabilidade pelas ações na
Amazônia, pediu ao Congresso que aprove um
crédito extraordinário de mais R$ 410 milhões
para a Verde Brasil 2. O pedido pode ser
aprovado nesta semana. Se confirmado, o
Ministério da Defesa somará quase R$ 1 bilhão
em recursos para utilizar, especificamente, em
operações na Amazônia. Trata-se de quase
tudo o que o Fundo Amazônia destinou ao
Brasil durante 12 anos, em 103 programas. A
título de comparação, a proposta de orçamento
total para o Ibama em 2021 é de R$ 210
milhões.
Defesa. Procurado, o Ministério da Defesa
afirma que a concentração de recursos da
indenização da Operação Lava Jato em suas
ações tem o propósito de financiar projetos de
longo prazo dos militares para a Amazônia, e
não de bancar gastos com operações pontuais,
como acontece com a Operação Verde Brasil
2, que começou em 11 de maio e deve durar
até 6 de novembro. Em nota enviada à
reportagem, a Defesa declarou que os recursos
repassados pela Lava Jato "serão aplicados
em investimentos estruturantes, que visam a
dar àquela região uma melhor infraestrutura
para atuação adequada das Forças Armadas".
Os gastos previstos, segundo o ministério,
incluem a aquisição de micro e nano satélites
de monitoramento, fortalecimento de operações
nos rios, recuperação da infraestrutura dos
Centros Móveis de Alta Disponibilidade
(CMAD) da Amazônia e implementação de um
radar para detecção de tráfego aéreo ilegal.
"Como se tratam de processos licitatórios
complexos, a realização do gasto não é
imediata, mas o empenho (contratação) de
todos os projetos deve ser realizado até o fim
de dezembro de 2020, declarou a pasta.
A respeito da Operação Verde Brasil 2 e o
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pedido de crédito suplementar de R$ 410
milhões, a Defesa informou que o dinheiro será
usado em "atividades operacionais para
emprego das Forças Armadas na Garantia da
Lei e da Ordem e em ações subsidiárias na
Amazônia Legal". Os recursos serão aplicados,
segundo a pasta, em ações como
deslocamento de tropas, desenvolvimento e
participação de campanhas de conscientização
ambiental, estabelecimento de bases
operacionais, realização de levantamento de
imagens por sensoriamento remoto, apoio
logístico, de inteligência e de comunicações
aos órgãos de controle ambiental e de
segurança pública envolvidos na Operação.
"Diante dos esclarecimentos, fica claro que não
são recursos concorrentes, pois os objetos de
gastos são de naturezas diferentes, sendo um
de caráter estruturante e outro de caráter
operacional."
Crítica
"O governo não só perdeu a oportunidade de
usar os recursos da Lava Jato para reforçar a
política de controle do desmatamento na
Amazônia que estava funcionando, como atuou
para desmontá-la ainda mais."
Alessandra Cardoso ASSESSORA DO INESC
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CARLOS ALBERTO SARDENBERG -Liberou geral?
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Autor: CARLOS ALBERTO SARDENBERG
O caso é o seguinte: se o Supremo Tribunal
Federal decidir que Sérgio Moro foi parcial
quando julgou e condenou Lula, ficam anuladas
só as ações penais referentes ao ex-presidente
ou todas as que tenham sido decididas pelo ex-
juiz no âmbito da Lava-Jato?
Ou ainda: livra apenas Lula, livra todos os que
foram condenados nos mesmos processos do
ex-presidente ou zera toda a operação?
A questão circula nos meios políticos e jurídicos.
Os advogados dos réus condenados na Lava-
Jato estão esfregando as mãos. Mas os
advogados de Lula estão tentando baixar a bola,
dizendo que a decisão do STF sobre a suposta
parcialidade de Moro só valeria para o ex-
presidente, não beneficiando mais ninguém.
Por que isso? Porque uma coisa é zerar os
casos de Lula; outra, bem diferente, e de muito
maior impacto político e social, é zerar toda a
Lava-Jato.
Para dar o contexto. Na semana passada, a
Segunda Turmado STF decidiu, por dois votos a
um, que Sérgio Moro foi parcial e político
quando retirou o sigilo da delação premiada de
Antonio Palocci a seis dias do primeiro turno da
eleição de 2018. A delação foi anexada aos
autos do processo em que Lula é acusado de
receber propina da Odebrecht.
Nessa Segunda Turma, Gilmar Mendes e
Ricardo Lewandowski votaram a favor de Lula;
Edson Fachin votou pela imparcialidade de
Moro. Não votaram, sem explicações, Cármen
Lúcia e Celso de Mello.
Mas isso é apenas parte da história, porque a
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mesma Segunda Turma está para julgar, a
qualquer momento, um habeas corpus em que
a defesa de Lula pede a suspeição de Moro em
todas as causas envolvendo o ex-presidente,
anulando assim todas as decisões.
Se isso acontecer, o que vem em seguida?
O repórter André Guilherme Vieira, do "Valor",
entrevistou juristas para os quais a suspeição
poderia ser estendida a toda a operação Lava-
Jato. Em especial, ouviu o advogado José
Roberto Batochio, que integra a defesa de Lula.
A reportagem foi publicada na edição impressa
de terça, 11 de agosto, e reproduzida no site.
Nela, Batochio admite claramente que a
eventual suspeição de Moro, se admitida pelo
STF no caso Lula, se estende a todos os que
tenham sido alcançados pelas mesmas
sentenças. E mais, que poderia até mesmo
anular todas as delações premiadas valida
"todos os processos decisórios da lavra do juiz
suspeito".
Só faltou dizer que aqueles que confessaram e
devolveram dinheiro à das por Moro e mesmo
Petrobras teriam direito a receber tudo de volta.
Na mesma terça-feira, porém, o advogado de
Lula nesse habeas corpus, Cristiano Zanin
Martins, enviou nota ao " Valor"para dizer que o
caso se referia exclusivamente ao ex-
presidente. Para Zanin, a declaração de
suspeição de Moro deve anular todas as
condenações de Lula e levar todos esses
processos para o ponto inicial, não
beneficiando, portanto, outros condenados na
Lava-Jato.
Batochio também se apressou em enviar nota
ao "Valor" para explicar que falara em tese,
abstratamente, teoricamente, e que ele nem
estava na equipe de defesa de Lula nesse caso
do habeas corpus.
Acontece que persiste uma dúvida no placar de
votação da Segunda Turma. Gilmar e
Lewandowski já disseram que Moro é suspeito
e agiu politicamente. Edson Fachin e Cármen
Lúcia votam pela imparcialidade de Moro e,
pois, pela manutenção das sentenças. E Celso
de Mello, o decano, que se aposenta em 1º de
novembro e pode ser submetido a uma nova
cirurgia em breve?
Sabe-se que o decano não aprecia certos
métodos de Moro, mas também já se
manifestou favoravelmente à capacidade de
combate à corrupção da Lava-Jato.
E aí ? Aí que voltamos ao ponto de partida.
Anular todas as condenações de Lula, e torná-
lo de novo ficha limpa, já terá um enorme
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impacto social e político. Anular toda a
operação, então, será um terremoto.
A verdade é que advogados e juristas ouvidos
pelo "Valor", especialmente Batochio,
queimaram a largada. Deixaram escapar o que
já têm em mente. E é claro que a extensão do
caso pode influenciar o voto de Celso de Mello.
Daí a corrida para desmentir.
O relator do habeas corpus é Gilmar Mendes.
Cabe a ele marcar a data do julgamento.
"Anular todas as condenações de Lula, e torná-
lo de novo ficha limpa, já terá um enorme
impacto. Anular toda a operação será um
terremoto"
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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STF vai julgar produção de dossiê porministério
Autor: Isadora Peron e Luísa Martins De Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar
na quarta-feira a ação, apresentada pelo partido
Rede Sustentabilidade, que questiona a
produção de um dossiê sobre servidores ligados
amovimentos antifascistas pelo Ministério da
Justiça e Segurança Pública.
Ontem a ministra Cármen Lúcia apresentou o
processo em mesa, o que na prática significa
pedir prioridade na pauta do plenário para
julgamento.
Na semana passada, ao enviar uma
manifestação sobre o caso para a Corte, o
Ministério da Justiça evitou confirmar a
existência do relatório, argumentando que,
como se tratava de tema sigiloso, não poderia
enviar detalhes ao Supremo.
Na resposta, a pasta fez uma diferenciação do
que seria atividade de inteligência e
investigação criminal e afirmou que a Secretaria
de Operações Integradas (Seopi) não produzia
dossiês “contra nenhum cidadão” e não
instaurava “procedimentos de cunho
inquisitorial”.
A pasta também defendeu que o espaço para
explicações sobre o caso era na Comissão de
Controle Externo da Atividade de Inteligência do
Congresso. Na sexta-feira, o ministro André
Mendonça prestou depoimento no colegiado e
confirmou a existência do documento, que
acabou sendo entregue ao Congresso esta
semana.
Em resposta às explicações enviadas ao
Supremo, o Rede acusou o Ministério da Justiça
de tentar “abafar” as denúncias de que a Seopi
monitorou opositores ao governo do presidente
Jair Bolsonaro. A existência do relatório sigiloso
foi revelada pelo portal “UOL”.
Na petição, a legenda pediu para que Cármen
Lúcia determinasse o envio à Corte dos
conteúdos “já produzidos” pela área de
inteligência do governo sobre o assunto.
Para o Rede, essas medidas “são essenciais
para se saber o teor do conteúdo produzido e se
esta produção é direcionada apenas para quem
diverge do presidente da República ou também
quem ataca os demais Poderes da República”.
No pedido inicial, o partido pediu para que o
governo suspendesse “a produção e
disseminação de conhecimentos e informações
de inteligência estatal produzidos sobre
integrantes do ‘movimento antifascismo’ e
professores universitários”.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
Estados contratam sem consultajurídica
Autor: Luísa Martins De Brasília
As recentes operações policiais contra
irregularidades na aquisição de insumos para
combater a pandemia revelaram que
governadores têm dispensado procedimentos
licitatórios à revelia das Procuradorias-Gerais
dos Estados (PGEs). Levantamento feito pelo
Valor mostrou que, em pelo menos quatro
casos, os órgãos responsáveis pelo
assessoramento jurídico do Poder Executivo
não foram previamente consultados.
Quando o Brasil entrou em estado de
calamidade pública em razão da covid-19, em
março, as PGEs elaboraram orientações
genéricas sobre as hipóteses legais para a
dispensa de licitação, listando os critérios que
devem ser observados, como a apresentação
de justificativas plausíveis e estimativas de
preços. A ideia era agilizar as aquisições, diante
da urgência exigida pela pandemia. Contudo, na
prática, governos têm usado essas diretrizes
como carta branca para firmar contratos diretos
com os fornecedores, abrindo margem para
fraudes.
A consequência desses atos veio na forma do
“Covidão”, apelido dado às operações da Polícia
Federal (PF) para desarticular irregularidades na
compra de respiradores, máscaras e testes
rápidos, entre outros produtos, pelos governos
estaduais. As investigações já atingem oito
Estados e têm sido utilizadas politicamente pelo
presidente Jair Bolsonaro para atribuir o peso da
crise aos gestores locais.
O alvo mais recente foi a Secretaria de Saúde
do Amazonas, que comprou, de uma empresa
de comercialização de vinhos, ventiladores
pulmonares por um preço 133% maior do que o
praticado no mercado. A titular da pasta,
Simone Papaiz, chegou a ser presa em 30 de
junho, mas foi solta dias depois. A PGE
confirma não ter sido ouvida para orientações
jurídicas prévias.
Como não agiu para evitar a irregularidade, o
governo agora tenta reduzir danos. Em nota,
informou que a Controladoria-Geral do Estado
(CGE) está auditando todos os contratos
emergenciais relativos à pandemia. Além disso,
baixou decreto para que, daqui para frente, os
pagamentos só possam ser efetivados após
parecer da Procuradoria.
Vinte dias antes da operação no Amazonas,
caso semelhante ocorreu no Pará, resultando no
bloqueio de R$ 25 milhões em bens do
governador, Helder Barbalho (MDB), por
indícios de superfaturamento de 86,6% na
compra de 400 respiradores, sem licitação. A
empresa não tinha registro na Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa), recebeu
pagamento antecipado e entregou aparelhos
inadequados ao tratamento da covid-19.
A PGE do Pará afirma que, “em razão da
urgência” para adquirir os ventiladores
pulmonares, a Secretaria de Saúde não
submeteu o contrato à sua avaliação anterior.
Em nota, afirmou que “já está fazendo a análise
do processo, visando sanar eventuais
inconformidades, caso seja necessário, e que,
por iniciativa do próprio governo do Estado, todo
o recurso adiantado à empresa foi ressarcido
aos cofres públicos”. Procurado, o governo do
Pará não se manifestou.
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
Em Brasília, a Operação Falso Negativo, de 2
de julho, também mirou possível
superfaturamento na compra de testes rápidos
para a detecção da doença. A suspeita de
irregularidade poderia ter sido evitada se a
Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF)
tivesse sido consultada especificamente sobre
o caso, o que não ocorreu. Procurado, o
governo afirmou que o gasto foi condizente
com os preços do mercado e que levou em
conta um parecer referencial do órgão,
assinado mais de dois meses antes —quando
o Brasil contabilizava 18 mortes, nenhuma
delas no DF.
O parecer esclarece que, de fato, o gestor não
precisa enviar um a um dos processos para
aval da PGDF, exceto se houver dúvida de
ordem jurídica. Por outro lado, destaca que o
texto não dá “autorização irrestrita para a
aquisição desmesurada e irracional de bens e
serviços”. Ou seja, o governo está sujeito a
responsabilização em caso de excessos.
O presidente da Associação Nacional dos
Procuradores dos Estados e do DF (Anape),
Vicente Braga, afirma que, embora as diretrizes
genéricas não sejam ilegais, os abusos
atribuídos pelo Ministério Público (MP) aos
gestores estaduais escancaram a necessidade
de participação mais ativa das PGEs em cada
processo. Segundo ele, são análises simples,
que não prejudicariam a pressa em se obter
insumos para enfrentar a pandemia — pelo
contrário, identificariam se as empresas
possuem capacidade técnica, se praticam
preços justos e se têm capital social compatível
com os serviços oferecidos.
“Houve contratos em que o primeiro ato de um
processo administrativo foi a ordem de
pagamento, o que não pode existir. Com o
devido cuidado pelas Procuradorias, que são a
primeira trincheira do combate à corrupção,
teríamos evitado um prejuízo enorme para a
sociedade, causado por decisões não
republicanas que usaram a pandemia como
desculpa”, diz.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a PGE afirma
não ter sido consultada sobre a compra de 200
mil cestas básicas para o Mutirão Humanitário,
programa de assistência social para amenizar
os efeitos da crise. Dois dirigentes da
Fundação Leão XIII, órgão submetido à vice-
governadoria, foram denunciados pelo MP por
fraude nos contratos.
O ordenamento jurídico fluminense conta ainda
com um decreto que obriga a revisão, pela
PGE, de “processos que impliquem em impacto
orçamentário-financeiro igual ou superior a R$
10 milhões”, como foi o caso. Contudo, o órgão
afirma que o “checklist ” dos critérios para
contratações emergenciais foi ignorado. Em
resposta, o governo diz ter seguido os
parâmetros legais e alega que auditoria da
CGE descartou a hipótese de irregularidade.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Judiciário
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Guedes diz que MPF atua de forma“nefasta”
De Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse
que a força-tarefa da Operação Greenfield atua
de forma “nefasta” e acusou os procuradores do
Ministério Público Federal (MPF) em Brasília de
omitir provas que lhe seriam favoráveis, em
meio a um processo sobre supostas fraudes em
fundos de pensão.
Em petição enviada ao Supremo Tribunal
Federal (STF), o ministro diz que o MPF “busca
consequências punitivas a qualquer custo, nem
que, para isso, tenha que escamotear”
elementos que indiquem a sua inocência.
Segundo ele, esse tipo de conduta caracteriza
“o pior dos constrangimentos ilegais”.
Ao instaurar procedimentos investigatórios
contra Guedes em 2018, a força-tarefa expediu
ofícios a diversos órgãos de controle, entre eles
a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para
apurar a sua responsabilidade nos ilícitos em
tese praticados junto ao mercado financeiro. Os
fundos de pensão, dizem os investigadores,
destinaram R$ 1 bilhão a investimentos
gerenciados pelo ministro, entre os anos de
2009 e 2014.
A CVM, que regula as atividades dos fundos de
investimento, arquivou os procedimentos por
não ver “indícios de descumprimento do dever
dos requisitos legais e normas em vigor”.
“Não haveria alternativa para a manutenção dos
procedimentos diante do arquivamento da CVM.
Cientes da atipicidade, as autoridades deram
início a arbitrariedades”, diz o ministro, alegando
que sua defesa, formada pelos advogados
Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, sequer
teve acesso à cópia integral dos autos.
A petição foi ajuizada no Supremo no âmbito de
ação em que o PDT pede o afastamento de
Guedes do Ministério da Economia. O
argumento da sigla é o de que a sua
permanência pode prejudicar o andamento das
investigações e ofender os princípios
damoralidade e da impessoalidade.
No documento, Guedes pede ao ministro relator,
Marco Aurélio Mello, que leve em consideração
o fato de que, como não há indícios de crime,
afastá-lo da chefia da equipe econômica seria
uma “medida gravosa”, diante de investigação
“inconsistente”.
A Greenfield investiga operações financeiras
realizadas por fundos de investimento em
participações geridos pela BR Educacional, à
época ligada a Guedes. Em depoimento, o
ministro disse que não tinha ingerência sobre
todas as etapas dos negócios e que a maior
parte deles foi lucrativa aos fundos de pensão.
O MPF não quis comentar. (LM e IP)
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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Delação de Messer é homologada,com devolução de R$ 1 bi
Do Rio
A Justiça Federal no Rio de Janeiro homologou
ontem acordo de colaboração premiada de
Dario Messer, réu de processos do braço da
Operação Lava-Jato no Rio, que tem uma
escala inédita no Judiciário brasileiro. Proposto
pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela
Polícia Federal (PF), o acordo prevê que Messer
devolva 99% dos seus bens — estima - dos em
cerca de R$ 1 bilhão — e cumpra 18 anos de
prisão. Considerado o “doleiro dos doleiros”, ele
é acusado por esquemas nacionais e
transnacionais de lavagem de dinheiro e outros
crimes.
O acordo foi homologado pelas 2ª e 7ª Varas
Federais Criminais do Rio, segundo comunicou
a Procuradoria da República no Rio de Janeiro.
De acordo com a nota da força-tarefa da Lava-
Jato do Rio, o acordo permitirá a coleta de
provas para investigações em andamento,
“tendo já fornecido depoimentos juntados aos
autos de processos decorrentes de três
investigações sobre esquemas que teve o
colaborador como figura-chave”.
A primeira é a “Câmbio, desligo”, sobre
esquema de lavagem de dinheiro a partir do
Uruguai e que movimentou mais de US$ 1,6
bilhão. A segunda investigação é a “Marakata”,
sobre transações de dólar-cabo para lavar
dinheiro em contrabando de esmeraldas. E a
terceira é a “Patrón ”, sobre o braço no Paraguai
da organização transnacional de lavagem de
dinheiro liderada por Messer, informou a nota.
Pelo acordo, o colaborador deverá cumprir pena
de até 18 anos e 9 meses de prisão, com
progressão de regime prevista em lei. O regime
inicial é o fechado. Outra cláusula previu a
renúncia, em favor dos cofres públicos, de mais
de 99% do patrimônio do réu, estimado em
cerca de R$ 1 bilhão. Os bens incluem imóveis
de alto padrão e valores no Brasil e no exterior,
além de obras de arte e um patrimônio no
Paraguai ligado aatividades agropecuárias e
imobiliárias, que deverão fundamentar um
pedido de cooperação com as autoridades
paraguaias para sua partilha com o Brasil,
conclui o comunicado.
Messer foi preso há pouco mais de um ano, em
São Paulo, no apartamento de uma amiga onde
estava foragido desde maio de 2018, quando foi
deflagrada a Operação Câmbio Desligo,
desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro.
De acordo com a investigação, doleiros
movimentaram US$ 1,6 bi em 52 países e Dario
Messer era o principal alvo.
Era a primeira vez que Messer ia para a prisão,
embora fosse um velho conhecido da Polícia
Federal, pelo menos desde o fim dos anos
1980. Em mais de 30 anos de atuação, o doleiro
movimentou dinheiro de forma suspeita para
todo tipo de personalidades, de políticos – entre
eles, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral –, a
empresários, criminosos e figuras do mundo do
samba, como o bicheiro Waldomiro Paes
Garcia, o Miro, morto em 2004. Miro era então
presidente de honra da tradicional escola de
samba Acadêmicos do Salgueiro, da Tijuca,
zona norte carioca.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Judiciário
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
“Se houver fracasso, povo vai atribuiràs Forças Armadas”
Autor: Carolina Freitas De São Paulo
O ex-presidente da República Fernando
Henrique Cardoso (PSDB) disse considerar
perigosa a ocupação de numerosos cargos do
governo federal por militares, como acontece na
gestão Jair Bolsonaro. Para o tucano, além de
haver o risco de os integrantes das Forças
Armadas gostarem do poder, a imagem da
instituição fica indissociável do governo.
“O povo vai atribuir, se houver fracasso, às
Forças Armadas, e não à política. É complicado,
é perigoso”, afirmou ontem Fernando Henrique
em palestra sobre geopolítica no Congresso
WebHall, promovido pela Escola Paulista de
Medicina, da Unifesp, e transmitido pela
internet.
Levantamento do Tribunal de Contas da União
(TCU), divulgado em julho, aponta que há 6.157
militares da ativa e da reserva em cargos civis
no governo.
Fernando Henrique foi cauteloso ao responder
sobre a possibilidade de uma ruptura da
democracia no Brasil. “Sempre há risco”, disse.
“Não acredito que haja um propósito neste
momento de fazer uma ditadura, mas às vezes,
sem propósito, as coisas acontecem.”
FHC disse perceber entre os militares um
discurso de que precisam “salvar a pátria”. O ex-
presidente explicou porque considera esse
raciocínio um erro.
“Durante muitos anos que eu tive convívio com
os militares,eles tinham mudado a percepção da
sua própria capacidade de exercer o poder sem
tomar em consideração os outros, pelo bem da
pátria. Eles são patriotas em geral. Mas o
problema não é eles serem patriotas ou não. É
que a pátria é diversa, você tem que compor
essa diversidade. Os militares tinham aprendido
isso”, afirmou Fernando Henrique.
“Eu sinto que agora há uma tendência de novo a
que alguns pensem que podem salvar a pátria.
A pátria se salva sozinha. Nós temos que ter
regras que permitam o funcionamento das
divergências dentro de um contexto, respeitando
regra, respeitando a Constituição, dando espaço
pra todo mundo.”
O ex-presidente comentou brevemente a
notícia, que veio à tona semana passada, de
que o presidente Jair Bolsonaro teria decidido,
mas acabou dissuadido, de intervir no Supremo
Tribunal Federal (STF), em maio. “Os ministros
do Supremo tomam uma decisão que interfere
no outro Poder [Executivo], que fica irritado e
tem reações que não são razoáveis: ‘Quero
nomear novos nomes do Supremo!’ Isso aí já é
o começo de uma conversa ruim.”
Fernando Henrique Cardoso classificou o
presidente Jair Bolsonaro como alguém que não
sabe o que acontece no mundo.
Ao comentar a rivalidade entre Estados Unidos
e China, FHC afirmou que os países brigam por
espaço para ter influência e relações
comerciais, por exemplo, com países como o
Brasil. “São decisões muito complicadas, que
estão longe de ser a vida política brasileira.
Você elege pessoas que parece que estão fora
do mundo, que têm ideias anacrônicas. O
presidente às vezes não tem que saber nada,
tem que saber conduzir, mas é bom que saiba204
Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Econômico/Nacional - Política
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF
de algo que está acontecendo no mundo, que
não tenha a visão tão fechada sobre certas
questões.”
Bolsonaro busca alinhamento com os EUA, por
meio de aproximação com o presidente
americano Donald Trump. Declarações do
presidente brasileiro e de ministros ofensivas à
China causaram tensão com o país oriental.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique
Mandetta participou do mesmo evento que
FHC, em outro painel, e fez também críticas à
militarização. Mandetta classificou o momento
atual na Saúde como uma “grande noite” e um
“apagar de luzes”. A pasta está sob comando
de um interino, o general Eduardo Pazuello,
sem experiência ou conhecimentos em saúde.
“Com a militarização, vem a grande noite do
Ministério da Saúde. Apagam-se as luzes. A
primeira ação é esconder os números.”
De acordo com o ex-ministro, os “generais de
plantão no Ministério da Saúde” obedecem à
determinação política de Bolsonaro ao tentar
tirar a responsabilidade do governo federal no
combate à covid e deixar o ônus para Estados
e municípios. “Calam-se frente ao
enfrentamento da pandemia.”
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
205
Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Econômico/Nacional - Legislação & Tributos
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
STF começa a julgar aplicação doIPCA-E em dívida trabalhista
Autor: Beatriz Olivon
Uma das questões mais relevantes da área
trabalhista começou a ser analisada ontem pelo
Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se da
discussão sobre qual índice deve ser aplicado
para correção das dívidas dessa natureza — a
TR, mais vantajosa para empresas, ou o IPCA -
E. Devido ao grande número de defesas orais,
porém, não foram proferidos votos e o
julgamento acabou adiado para o dia 26.
O impacto estimado para a tese é grande, já
que praticamente todos os processos
trabalhistas têm correção monetária. Hoje existe
mais de R$ 1 trilhão em ações em andamento,
se levados em conta somente os valores das
causas, segundo levantamento do sistema de
jurimetria Data Lawyer. A estimativa só envolve
os processos eletrônicos, de 2014 em diante.
Os ministros julgam a questão por meio de duas
ações declaratórias de constitucionalidade (ADC
58 e ADC 59), ajuizadas, respectivamente, pela
Confederação Nacional do Sistema Financeiro
(Consif) e pela Confederação Nacional de
Informação e Comunicação Audiovisual.
As entidades defendem a TR como forma de
correção, como foi estabelecido pela reforma
trabalhista (Lei nº 13.467, de 2017), que alterou
o artigo 870, parágrafo 7º, da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT). São julgadas em
conjunto duas ações diretas de
inconstitucionalidade (ADI 5867 e ADI 6021),
propostas pela Associação Nacional dos
Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).
Há uma diferença significativa entre os dois
índices. A TR é usada, por exemplo, para
corrigir o FGTS e a poupança. Em 2019, não
variou, enquanto o IPCA -E atingiu 3,91%. A
diferença já esteve bem maior em outros
períodos. Em 2015, por exemplo, chegou a nove
pontos percentuais.
Os advogados que defendem a TR somam o
índice à correção de juros de 1% ao mês para
demonstrar que a variação estaria próxima da
Selic. Entre janeiro de 2012 e maio de 2018, a
Selic variou 90%, enquanto a TR mais correção
de 1% ao mês alcançou 85% e o IPCA-E, 138%,
segundo afirmou na sessão o advogado da
Confederação Nacional do Transporte (CNT),
Sérgio Victor. Para ele, haveria uma distorção
com o IPCA-E.
Advogado da Anamatra, Alberto Pavie Ribeiro,
destacou, porém, que os juros não estão em
discussão no julgamento. “Juros são juros,
atualização monetária é atualização monetária”,
disse em sustentação oral, acrescentando que
não foi apresentado nas ações declaratórias de
constitucionalidade prova da existência de
controvérsia judicial sobre a aplicação de juros
de mora.
Há divergência também sobre a importância da
decisão do STF que afastou a correção dos
precatórios pela TR, determinando a
substituição pelo IPCA-E. A Justiça do Trabalho
usa a decisão para afastar a TR dos débitos e
depósitos judiciais. Para o advogado da Consif,
Fábio Lima Quintas, o raciocínio não se aplica
porque o Estado havia determinado a aplicação
da TR em benefício próprio e as dívidas
trabalhistas são civis.
Ainda segundo Quintas, o que está em
discussão não é só a TR, mas a taxa de retorno
do crédito trabalhista. O critério defendido pela206
Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Econômico/Nacional - Legislação & Tributos
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário
Anamatra, afirmou, gera uma “distorção brutal”.
“Não à toa que hoje existe um mercado de
compra de crédito trabalhista. Não há
investimento que remunere com IPCA-E mais
juros de 1% ao mês.”
No entendimento do advogado da Anamatra,
porém, a fundamentação adotada pelo STF, no
caso dos precatórios, se presta a qualquer
situação. “Os mesmos vícios existentes na Lei
nº 9.494/97 [sobre precatórios] estavam no
artigo 39 da Lei nº 8.177/91 e estão presentes
agora no 879 da CLT”, disse.
Ele acrescentou que “o legislador fez uma
opção inconstitucional e discriminatória ao
impor correção monetária dos créditos
trabalhistas pela TR”. As partes, afirmou, não
procuram o Judiciário imotivadamente ou para
realizar “investimento inexistente no mercado
financeiro”, mas para reparar o
descumprimento de um direito.
A discussão sobre o uso de TR ou IPCA-E tem
idas e vindas. Até 2015, os processos eram
corrigidos pela TR, acrescida de 12% de juros
ao ano. Em 2016, a TR foi derrubada pelo
Tribunal Superior do Trabalho (TST), que a
substituiu pelo IPCA -E. No ano seguinte a lei
da reforma trabalhista instituiu novamente a
TR. Parte da Justiça do Trabalho, porém,
passou a considerar a previsão inconstitucional
e continuou a aplicar o IPCA-E.
Em junho, o ministro Gilmar Mendes, relator
dos casos, decidiu suspender todos os
processos no país sobre o assunto, o que
gerou polêmica no meio jurídico. A Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e a Anamatra
questionaram a medida, afirmando que
inviabilizaria a Justiça do Trabalho, uma vez
que praticamente todos os processos tratam da
correção.
No mês passado, o relator esclareceu sua
decisão e liberou o andamento das ações até
que o STF defina qual índice deve ser aplicado
às dívidas trabalhistas.
Até lá, a correção será pela TR aos valores
incontroversos.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Judiciário, Judiciário - STF
207
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Sul de Minasquarta-feira, 12 de agosto de 2020
Judiciário - Sistema Carcerário
Familiares de presas reclamam defalta de informações na Penitenciária
de Três Corações
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Familiares de detentas da Penitenciária de Três
Corações (MG) reclamam da falta de
informações e acesso às mulheres. A situação
teria piorado após a morte de uma das
presidiárias em um incêndio no último domingo.
As famílias contam que a situação já estava
difícil, sem visitas e poucas informações. Mas o
incêndio deixou tudo mais difícil. Muitos
familiares não conseguiam informações sobre
as vítimas no domingo.
Uma detenta morreu e 16 pessoas ficaram
feridas, entre presidiárias e funcionários, em um
incêndio no último domingo, na Penitenciária
Três Corações 1. Flaviane de Paula Correia, de
23 anos, ateou fogo em uma barricada de
colchões na ala feminina.
A detenta foi socorrida, mas morreu com 80%
de queimaduras pelo corpo. Outras 11 detentas
e cinco funcionários que inalaram fumaça
também precisaram de atendimento médico de
emergência. Todos já tiveram alta.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança
Pública informou que abriu um procedimento
interno e que a unidade segue com a rotina
normalmente. A Polícia Civil de Três Corações
abriu inquérito para apurar as causas do
incêndio na penitenciária.
Uma familiar de uma detenta que foi transferida
para o local há cinco meses disse que as
informações são escassas, quando existem e
que as visitas virtuais não estão acontecendo.
Ela reclama da falta de comunicação e
transparência do sistema carcerário.
"As presas não são tratadas com dignidade,
cumprem as penas em estado caótico dentro
das celas. Com esse incêndio de domingo, eu
não fui notificada, em momento algum do
ocorrido, fiquei sabendo pela imprensa do que
aconteceu, não sabia nem se ela era a vítima,
ou se estava dentro de uma delas. Eu acho um
descaso com os familiares, porque a presa, ela
é mãe, ela tem filhos, ela é irmã, ela é esposa,
ela precisa do cuidado, da atenção do sistema,
para que elas paguem com dignidade a sua
pena, seja lá o crime cometido", disse uma
familiar que não quis se identificar.
No fim do ano passado, a EPTV Sul de Minas,
afiliada Rede Globo, mostrou que as famílias
acampavam em frente o local para poder ter
acesso aos familiares. Para passar a noite, os
parentes dos presos improvisavam barracas,
208
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Sul de Minasquarta-feira, 12 de agosto de 2020
Judiciário - Sistema Carcerário
todas reforçadas com lona para enfrentar a
chuva.
A OAB informou que está acompanhando os
casos de perto.
"Foi um período sem os reclusos nas visitas
aos seus familiares, agora surgiu a nova
modalidade por videoconferência e agora fui
informado pelo sistema prisional, que estão
sendo feitas de 80 a 100 visitações por
videoconferência semanais, mas esse número
vai aumentar, porque através da OAB, do
poder Judiciário e do Ministério Público, já
movimentamos um processo para colocar no
sistema prisional uma internet veloz que seja
capaz de suprir essa necessidade. Já foi feito
todo o processamento, os orçamentos, então
acredito que até a próxima semana já comece
a instalar essa internet de melhor qualidade
para que os presos possam falar com seus
familiares", disse o diretor de assuntos
carcerários da OAB de Três Corações,
Geberson Geraldo de Jesus.
Confira abaixo na íntegra, a nota enviada pela
Secretaria de Estado de Justiça e Segurança
Pública (Sejusp), sobre o caso:
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança
Pública (Sejusp), por meio do Departamento
Penitenciário de Minas Gerais (Depen MG),
esclarece que familiares da detenta que ateou
fogo em uma barricada de colchões, na
Penitenciária de Três Corações I, foram
informados sobre o ocorrido no mesmo dia, o
último domingo (9/8), pela assistente social e
pela diretora de atendimento da unidade. Não
houve outros feridos na ocasião ou fato que
justificasse o contato com as famílias de
demais custodiados.
Os internos apenas têm acesso ao álcool em
gel em casos de movimentações internas ou
quando desenvolvem alguma atividade laboral
no interior da unidade, sob supervisão de
policiais penais. Eles não têm acesso ao
produto dentro das celas.
Sobre as denúncias de maus tratos, a Sejusp
sublinha que não compactua com qualquer
desvio de conduta de seus servidores e que
toda ação inadequada, quando devidamente
formalizada, é apurada com o rigor e a
celeridade exigidos, respeitando sempre o
direito de ampla defesa e ao contraditório.
Contudo, não há denúncias de maus tratos
formalmente registradas na Penitenciária de
Três Corações I.
Não procede a informação de que os familiares
estejam sem notícias dos presos.
A suspensão das visitas presenciais foi uma
das iniciativas da Secretaria de Estado de
Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para
prevenir e conter a disseminação da covid-19
no ambiente prisional, em tempos de
isolamento social. A medida foi tomada desde o
fim do mês de março. Para reduzir os impactos
do cancelamento temporário das visitas
presenciais, o Departamento Penitenciário de
Minas Gerais (Depen-MG) investiu mais de R$
2,5 milhões na aquisição de equipamentos para
todas as unidades prisionais do Estado, a fim
de viabilizar a realização de audiências virtuais
e de visitas familiares a distância. Além disso,
foi autorizado o envio de kits suplementares via
Correios, contendo materiais de uso e gosto
pessoal, que antes eram entregues
presencialmente por familiares. Vale ressaltar
que os materiais do kit são entregues pela
unidade prisional a todos os detentos.
Com a suspensão das visitas os familiares
podem ter contato com seus parentes de três
formas: por meio de cartas (ação prevista para
todas as unidades e com média de 35 mil
209
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Sul de Minasquarta-feira, 12 de agosto de 2020
Judiciário - Sistema Carcerário
recebimentos por semana), ligações telefônicas
(cujo número é diferente em cada unidade e
deve ser fornecido pelo presídio ou
penitenciária; a média semanal é de 15 mil
ligações realizadas) ou visitas virtuais por meio
de videoconferências nas unidades em que
essa tecnologia já está disponibilizada. Mais de
80% das unidades prisionais já realizam visitas
familiares por videoconferência. Foram
realizadas cerca de 18 mil visitas virtuais, até o
momento.
Ao todo, das 194 unidades prisionais
administradas pelo Depen MG, 151 já oferecem
ao custodiado as visitas virtuais, como forma
de manter o laço familiar neste período de
distanciamento social. Elas são realizadas
diariamente e cada unidade prisional segue o
seu protocolo de agendamento.
Para participar, o familiar pode entrar em
contato diretamente com a unidade prisional,
desde que ele já seja cadastrado para realizar
as visitas presenciais, e solicitar o
agendamento com o setor responsável. Os
familiares também precisam ter um telefone
que realiza videochamadas. Outra
possibilidade é mandar um e-mail para
[email protected] e solicitar o auxílio
da equipe de atendimento. Aqueles familiares
que estão com o cadastro vencido também
podem solicitar as visitas. Vale destacar que
esta é uma medida temporária, durante este
período de pandemia.
Na Penitenciária de Três Corações I
acontecem, em média, 480 videoconferências
com familiares por mês. Mensalmente são
realizadas também, em média, 250 ligações
telefônicas para famílias que não têm acesso a
equipamentos que permitam as chamadas por
vídeo. Ainda, são recebidas e enviadas cerca
de 4 mil comunicações por carta.
Att.
Ascom/Sejusp
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Sistema Carcerário
210
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Pernambucoquarta-feira, 12 de agosto de 2020
Judiciário - Conciliação
Pela internet, centros de resolução deconflitos ajudam de forma gratuita
população com pendências judiciais
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Durante a pandemia do novo coronavírus, 23
Centros Judiciários de Solução de Conflitos
(Cejusc) estão funcionando pela internet, para
receber pedidos que envolvam divórcio, guarda,
visita, alimentos, cobrança de aluguel, dívidas e
outras demandas. O serviço, coordenado pelo
Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), é
gratuito e funciona para todo o estado.
Tudo funciona de forma virtual e com agilidade,
segundo o TJPE, para resolução consensual de
conflitos.
Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos
e Cidadania são unidades que atuam na
realização de sessões de mediação e
conciliação, seja de processos judicializados
ou nos casos pré-processuais, antes de chegar
ao Judiciário.
Além disso, há a possibilidade de realização de
sessões de conciliação nas comunidades, por
meio do Programa da Justiça Itinerante, e o
tratamento de situações de superendividamento,
através do Proendividados.
Nas Casas de Justiça e Cidadania, além das
mediações, é possível ter acesso a serviços de
orientação para recebimento de auxílios sociais,
como a bolsa família, o auxílio emergencial e o
seguro desemprego.
Já nos Cejuscs e em algumas das Câmaras
Privadas de Conciliação e Mediação, é
possível realizar pedidos de divórcio,
regulamentação de guarda, conflitos de
vizinhança e outros. Dúvidas podem ser
solucionadas pelo telefone (81) 3181.0446.
Confira, abaixo, a lista dos centros e o contato
Núcleo Permanente de Métodos Consensuais
de Solução de Conflitos
Unidade E-mail Telefone
Nupemec [email protected] (81) 3181-0446
Fonte: TJPE
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Casas de Justiça e Cidadania
Unidade E-mail Telefone
Casa de Justiça e Cidadania - Bongi
casa.justiç[email protected] (81) 3181-9080
211
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Pernambucoquarta-feira, 12 de agosto de 2020
Judiciário - Conciliação
Casa de Justiça e Cidadania - Coque
casa.justiç[email protected] (81) 3181-9311
Fonte: TJPE
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Proendividados
Unidade E-mail Telefone
Proendividados - Recife
[email protected] (81) 3182-0887
Fonte: TJPE
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Centros Judiciários de Solução de Conflitos e
Cidadania (Cejuscs)
Unidade E-mail Telefone
Central de Audiências - Recife
[email protected] (81) 3181-0780
Cejusc - Recife (manhã)
[email protected] (81) 97903-1885
Cejusc - Recife (tarde)
[email protected] (81) 3181-0541
Cejusc - 2º Grau [email protected]
(81) 3182-0660
Cejusc - Abreu e Lima
[email protected] (81) 98306-
9376
Cejusc - Afogados da Ingazeira
[email protected] (87)
99803-1047
Cejusc - Araripina
[email protected] (87) 99165-9000
Cejusc - Arcoverde
[email protected] (87) 99804-
2298
Cejusc - Bezerros
[email protected] (81) 99280-0589
Cejusc - Cabo de Santo Agostinho
[email protected] (81) 97903-2228
Cejusc - Camaragibe
[email protected] (81) 3181-
9345
Cejusc - Caruaru (manhã)
[email protected] (81) 98201-5094
Cejusc - Caruaru (tarde)
[email protected] (81) 3725-7451
Cejusc - Garanhuns
[email protected] (81) 98144-
2834
Cejusc - Goiana [email protected]
(81) 99210-1101
Cejusc - Gravatá [email protected]
(81) 99433-5239
Cejusc - Jaboatão dos Guararapes
[email protected] (81) 98773-6071
Cejusc - Olinda [email protected] (81)
3182-2715
Cejusc - Paulista [email protected]
(81) 99790-1445
Cejusc - Pesqueira
[email protected] (87) 99642-
212
Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Pernambucoquarta-feira, 12 de agosto de 2020
Judiciário - Conciliação
9533
Cejusc - Petrolina
[email protected] (87) 3866-9588
Cejusc - Salgueiro
[email protected] (87) 3871-8788
Cejusc - Santa Cruz do Capibaribe
[email protected] (81) 97332-
2341
Cejusc - São Lourenço da Mata
[email protected] (81)
3181-9215
Cejusc - Serra Talhada
[email protected] (87) 3929-
3580
Cejusc - Vitória de Santo Antão
[email protected] (81)
99920-6294
Fonte: TJPE
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Câmaras Privadas de Conciliação e Mediação
Unidade E-mail Telefone
CPCM - Defensoria Pública de Goiana
[email protected] (81)
99488-3036
CPCM - Defensoria Pública de Recife
[email protected] (81)
99488-2218
CPCM - Faculdade Estácio (Recife)
[email protected] (81) 99182-
4324
CPCM - Unicap (Recife) [email protected]
(81) 98194-0526
CPCM - Prefeitura de Olinda
m (81) 99993-9395
CPCM - Faculdade Asces Caruaru
[email protected] (81) 2103-2046
CPCM - Unifavip (Caruaru)
CPCM - Facisa (Araripina) --- (87) 998169-0471
CPCM - Prefeitura de Jaboatão
[email protected] (81) 99975-6420
Fonte: TJPE
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Coronavírus em Pernambuco
Nesta quarta-feira (12), dia em que se
completam cinco meses da confirmação dos
primeiros casos de Covid-19 em Pernambuco,
o estado contabilizou mais 1.393 pacientes e
41 óbitos. Com isso, o total de casos passa a
ser de 107.375, enquanto o número de mortes
de pessoas com o novo coronavírus subiu para
7.049 (veja vídeo acima).
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Conciliação
213
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal - Belem/Pará - Notíciasquarta-feira, 12 de agosto de 2020
Judiciário - PJE
Comissão da Alepa aprova PL quesuspende, até 2021, validade dos
concursos públicos
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Autor: Keila Ferreira
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Assembleia Legislativa do Pará aprovou Projeto
de Lei, apresentado pelo Poder Executivo, que
estabelece a suspensão até o final do ano que
vem, do prazo de validade dos concursos
públicos já homologados pelos poderes, órgãos
e entidades da administração pública estadual.
Pela matéria, que ainda deve ir à plenário para
apreciação dos demais parlamentares, a medida
vale até 31 de dezembro de 2021 para os
certames já homologados na data da publicação
do Decreto Estadual nº 02, de 20 de março
desse ano. Com isso, os prazos voltam a correr
somente a partir de 1º de janeiro de 2022, pelo
tempo restante até a sua expiração.
Segundo a assessoria de imprensa da Alepa, o
projeto foi aprovado durante a sessão da CCJ
no início da tarde de terça-feira. Os deputados
Eliel Faustino (DEM) e Fábio Figueiras (PSB) se
manifestaram contra o texto do projeto, que
ainda pode sofrer alterações em plenário. A
proposição estabelece ainda que os poderes,
órgãos e entidades da administração pública
estadual ficam autorizados a convocar os
candidatos para suprir as vacâncias de cargos
públicos efetivos ocorridas entre 28 de maio de
2020 e 31 de dezembro de 2021.
Além dessa matéria, a Comissão de
Constituição e Justiça da Alepa aprovou outros
cinco projetos que estavam em pauta: o que
Institui o Sistema Estadual de Cultura do Estado
do Pará (SECPA); o que altera a Lei nº 8.605 de
11 de janeiro de 2018, que cria o Plano Xingu
Sustentável, que dispõe sobre o Fundo de
Desenvolvimento Econômico do Estado do Pará
(FDE); Institui o Fundo Estadual do Trabalho do
Estado do Pará (FET/PA), e altera a Lei
Estadual nº 8.542, de 29 de setembro de 2017,
que Institui o Conselho Estadual de Trabalho,
Emprego e Renda do Estado do Pará (Ceterpa);
que aumenta o percentual dos valores
arrecadados a título de honorários, a ser
distribuído aos servidores da Procuradoria-Geral
do Estado; e que dispõe sobre as Centrais de
Serviços Eletrônicos Compartilhados no Estado
do Pará.
CÂMARA
Na Câmara Municipal de Belém, os vereadores
aprovaram, durante a sessão ordinária de terça-
feira (11), moção de repúdio contra a
obrigatoriedade de fazer protocolos via Sistema
Processual Judicial Eletrônico - PJE Criminal,
214
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal - Belem/Pará - Notíciasquarta-feira, 12 de agosto de 2020
Judiciário - PJE
pelos escrivães de Polícia do Estado do Pará.
Para o autor do requerimento, vereador Pablo
Farah (PL), tal incumbência é desvio de função
já que não consta como atribuições previstas
nos dispositivos legais que regem a Polícia
Civil do Pará.
Ele apontou algumas sugestões para
solucionar o problema como a viabilização, por
parte da Prodepa, da integração dos Sistemas
do TJPA, simplificando a tramitação de
inquéritos policiais e medidas cautelares entre
a Polícia Civil e o Judiciário Estadual. Farah
defendeu ainda a realização de concurso
público, contratação de estagiários, bem como
agentes administrativos, não descartando
outras que possam por ventura ser mais justas
ou adequadas como a ampliação do número de
vagas para escrivão no próximo concurso da
PC.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - PJE
215
Conselho Nacional de Justiça - CNJAlagoas 24Horas/Alagoas - notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Juíza idealiza projeto para preservarvínculos familiares em processos de
guarda e visitação
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Autor: Dicom TJAL
Em um processo de litígio de guarda ou
visitação de crianças e adolescentes nem
sempre se preservam os vínculos familiares,
necessário para o desenvolvimento saudável
dos menores. Com o intuito de permitir o
restabelecimento dessas relações numa nova
fase do relacionamento, vem sendo elaborado o
Projeto Guarda-me, idealizado pela juíza
Carolina Valões, da 2ª Vara...
Dicom TJ-AL
Logo do projeto Guarda-me.
Em um processo de litígio de guarda ou
visitação de crianças e adolescentes nem
sempre se preservam os vínculos familiares,
necessário para o desenvolvimento saudável
dos menores. Com o intuito de permitir o
restabelecimento dessas relações numa nova
fase do relacionamento, vem sendo elaborado o
Projeto Guarda-me, idealizado pela juíza
Carolina Valões, da 2ª Vara de Rio Largo.
O projeto garante às partes que estão em litígio
pela guarda ou visitação dos filhos uma tutela
jurisdicional devida para a situação reivindicada,
que muitas vezes não se resolve apenas no
julgamento do processo, já que envolve
questões além das jurídicas. Assim, busca-se
solucionar o conflito familiar em atenção à
complexidade que o envolve, sob um viés
multidisciplinar, baseado na ressignificação e na
construção da paz.
A ideia é que, ao término das etapas, as famílias
encaminhadas sejam capazes de dialogar sobre
os conflitos familiares que venham a surgir em
suas vidas. Além da juíza Carolina Valões, o
projeto conta com as colaboradoras Márcia
Buarque, Renata Tenório e Moacyra Rocha,
servidoras do Judiciário.
Funcionamento
O lançamento do projeto está previsto para
setembro, com o início do treinamento dos
servidores. Os primeiros atendimentos devem
ocorrer em 2021, na Comarca de Rio Largo. Os
processos serão selecionados pela unidade
judicial a cada três meses, atendendo quatro
turmas ao ano. Após a avaliação da magistrada,
as partes serão intimadas para reunião com a
equipe multidisciplinar.
No mesmo dia, a assessoria da vara explica a
216
Conselho Nacional de Justiça - CNJAlagoas 24Horas/Alagoas - notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
importância da conciliação aos litigantes. O
projeto é dividido em sete etapas, sendo seis
de reuniões e uma de visita da equipe. Durante
os encontros, serão debatidos temas como
comunicação não violenta, violência no
ambiente doméstico e familiar, alienação
parental e ressignificação das relações
familiares.
O Guarda-me realizará ainda o
acompanhamento virtual semanal, através do
Whatsapp, para observar a reflexão das partes
acerca dos temas tratados, além de
encaminhar vídeos lúdicos e entregar cartilhas
explicativas sobre os assuntos debatidos a
cada reunião.
Após a fase de reuniões, ocorre visita técnica
realizada pela equipe multidisciplinar em
domicílio, por um assistente social, e na escola,
por uma pedagoga. O procedimento é
encerrado com a entrega de relatório, que
contribuirá para a decisão definitiva do feito
desde logo ou designação de nova audiência
de conciliação. Ao final, ocorre um encontro
em dois grupos: o dos adultos, com o
fechamento do projeto com as famílias, e o das
crianças, que participarão de atividades
lúdicas.
Em períodos de um mês, três meses e seis
meses após o julgamento do feito, a assessoria
da vara entrará em contato com as partes para
a coleta de informações referentes à
comunicação entre os responsáveis pelas
crianças ou adolescentes, a convivência dos
menores com o guardião e o não guardião,
aproveitamento escolar e acompanhamento
dos menores por psicólogo, entre outros
pontos.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Conciliação217
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Pandemia impulsionou atransformação digital no Judiciário, diz
Dias Toffoli
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A pandemia do coronavírus impulsionou a
transformação digital que estava em curso no
Poder Judiciário já há alguns anos, de acordo
com o presidente do Supremo Tribunal Federal,
ministro Dias Toffoli. A afirmação se deu durante
discurso no lançamento virtual do Anuário da
Justiça Brasil 2020, nesta quarta-feira (12/8),
transmitido pela TV ConJur e pela TV Justiça.
Segundo o ministro, a publicação contribui de
forma decisiva para o conhecimento público e a
defesa do Judiciário, bem como para o
aprimoramento das instituições judiciais. A
cerimônia contou com a participação de
ministros do STF e de todos os tribunais
superiores do país, além de representantes da
advocacia, do Ministério Público e da Defensoria
Pública.
"Graças às tecnologias digitais, garantimos mais
do que continuidade da atividade jurisdicional.
Promovemos produtividade", afirmou Toffoli
durante lançamento.
Em sua fala, Toffoli enfatizou que a imposição
do confinamento obrigou as cortes trabalharem
de uma forma inédita. 'Graças às tecnologias
digitais, garantimos mais do que continuidade
da atividade jurisdicional. Promovemos o
incremento da produtividade, da eficiência e da
transparência judiciais. As cortes do país
seguem funcionando a todo vapor, por meio de
julgamentos virtuais e de ferramentas digitais e
viabilizam o trabalho à distância', comentou.
'No Supremo Tribunal Federal, a ampliação dos
julgamentos virtuais, que existem desde 2007,
permitiu que de 12 de março ao dia 1 de julho, o
Supremo julgasse 6.927 processos
colegiadamente, 1.801 deles no Plenário maior,
2.834 na 1ª Turma e 2.280 na 2ª Turma. No
chamado plenário virtual, os julgamentos
ocorrem com a máxima transparência,
publicidade e observância das garantias da
ampla defesa e do contraditório, como deve ser
no Estado Democrático de Direito', apontou Dias
Toffoli.
Reportagem do Anuário da Justiça contextualiza
esses julgamentos e mostra que, até maio de
2020, estados e municípios haviam editado 10
mil leis para fazer frente à epidemia de Covid-
19. Uma das mais importantes decisões foi
tomada em abril, em meio ao conflito existente
entre normas locais e a Medida Provisória
926/2020, do governo federal, para contenção
da doença. O Plenário da corte reconheceu que
as competências concedidas à Agência
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pela
medida provisória não afastaram a
competência concorrente de estados e
municípios sobre saúde pública.
"O ano de 2020 provou que várias
escolhas do passado estavam corretas. O
mundo do futuro está acontecendo agora',
afirmou o ministro do STJ Humberto Martins.
Para o presidente eleito do Superior Tribunal
de Justiça, ministro Humberto Martins, a
epidemia da Covid-19 consolidou mudanças
que já estavam em curso no Poder Judiciário.
'Se vários setores do Estado estão tendo que
se adaptar com o funcionamento remoto e com
a internet, é com alegria que constatamos que
a passagem da informatização judicial no Brasil
foi, em larga medida, bem-sucedida', avaliou
Martins, que atualmente é corregedor nacional
de Justiça.
'A Corregedoria realizou inspeções virtuais e
deu andamento eletrônico aos milhares de
feitos de sua competência. A situação digital
nunca foi um caminho de emergência para o
Poder Judiciário brasileiro. Ela sempre foi um
objetivo que esteve no horizonte de seus
membros. O ano de 2020 provou que várias
escolhas do passado estavam corretas.
Modernizar significa olhar o futuro com respeito
ao passado. É possível conciliar as boas
tradições com a dinâmica ágil. O mundo do
futuro está acontecendo agora', disse.
A maneira como o STJ se adaptou frente à
chegada e à evolução da epidemia do
coronavírus também está registrada no
Anuário. Reportagem publicada conta que a
corte cancelou sessões presenciais e
suspendeu prazos em 19 de março. Pouco
mais de três meses depois, registrou 213.755
decisões tomadas por teletrabalho. Dessas,
33.324 foram colegiadas. Em 24 de março,
anunciou a ampliação dos julgamentos virtuais,
estendendo-os aos colegiados que julgam
matéria criminal. Em 17 de abril, decidiu pela
instituição das sessões por videoconferência,
com possibilidade de sustentação e
intervenção dos advogados em tempo real.
"A pandemia da Covid-19 trouxe desafios
nunca antes imaginados", relatou a ministra
Maria Cristina Peduzzi.
A presidente do Tribunal Superior do Trabalho,
ministra Maria Cristina Peduzzi, disse que o
Anuário 'é ferramenta que registra as
metamorfoses da sociedade e da comunidade
jurídica', e que o Poder Judiciário precisou se
adaptar, na pandemia, a novas formas de
prestação jurisdicional.
'O Tribunal Superior do Trabalho adotou uma
série de medidas para o enfrentamento do
novo coronavírus. Foram editados atos no
âmbito do TST, da Justiça do Trabalho, do
Conselho Superior, para estabelecer o trabalho
remoto e para manter de forma presencial a
prestação dos serviços essenciais, de forma
limitada ao pessoal estritamente necessário',
comentou.
'E a pandemia da Covid-19 trouxe desafios
nunca antes imaginados. Porém, apesar da
turbulência que todo mundo vive e o Poder
Judiciário e a sociedade enfrentam, a Justiça
do Trabalho tem aperfeiçoado a forma de
oferecer a prestação jurisdicional, por meio de
sessões e audiência telepresenciais, por meio
da mediação inclusive pré-processual e da
conciliação, com eficiência e celeridade', disse
Peduzzi.
Reportagem publicada no Anuário conta que,
em 2019, o Tribunal Superior do Trabalho viu
seu acervo de casos em tramitação aumentar
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
56%, saltando de 253 mil para 396 mil. Foi o
maior salto verificado nos últimos dez anos,
muito e função da reforma trabalhista e da crise
econômica.
Para o presidente do STM, pandemia fez
sociedade repensar sua organização e a
revisitar valores e prioridade.
O presidente do Superior Tribunal Militar,
ministro Marcus Vinicius Oliveira dos Santos,
falou sobre o 'novo normal' em seu depoimento
à TV ConJur, que forçou a sociedade a
repensar sua organização e a revisitar valores
e prioridades. 'Com o Poder Judiciário, claro,
não foi diferente e já que sou da Marinha, peço
licença para usar uma frase muito comum nas
lides navais: 'mar calmo nunca fez bom
marinheiro'. E nesse mar turbulento, o Poder
Judiciário tem mantido seu protagonismo no
sentido de assegurar direitos aos cidadãos
deste país', afirmou o ministro, ao ressaltar que
a Justiça Militar da União se adaptou e passou
a julgar de modo virtual e por videoconferência,
com transmissão ao vivo e a participação das
partes.
O defensor público-geral Federal, Gabriel Faria
Oliveira, falou sobre as dificuldades sociais e
econômicas geradas pela epidemia do novo
coronavírus e das dificuldades enfrentadas pela
Defensoria Pública da União no intenso
trabalho de judicializar o auxílio emergencial
em prol de pessoas em situação de
vulnerabilidade, que cresceu durante nesse
período. O presidente do Conselho Federal da
OAB, Felipe Santa Cruz, destacou o importante
papel da advocacia na 'reconstrução do país'
após a epidemia.
Augusto Aras: casos sobre violência doméstica
têm indicado aumento durante o período de
calamidade.
O trabalho no Ministério Público não foi menos
intenso, como relatou o procurador-geral da
República Augusto Aras. Segundo ele, os
membros da instituição têm feito a sua jornada
em defesa da população, tanto na defesa de
melhores condições sanitárias quanto nas
demais questões econômicas, sociais e até de
violência doméstica, que tem indicado aumento
durante o período de calamidade.
Em sua 14ª edição, o Anuário da Justiça traz o
perfil e a produtividade de cada um dos
ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
tribunais superiores, informa como atendem os
advogados e as formas de contato com cada
gabinete. As tendências de julgamento nos
temas mais controvertidos e mais recorrentes
em tramitação também podem ser consultadas
na publicação.
O Anuário da Justiça é uma publicação da
ConJur, com apoio da Fundação Armando
Alvares Penteado (FAAP).
A versão impressa do Anuário da Justiça está à
venda na Livraria ConJur. A versão digital está
disponível para leitores da ConJur no app do
Anuário da Justiça, na App Store e na Play
Store, ou no site anuario.conjur.com.br. Para
receber o seu código de acesso, basta se
cadastrar no site ou atualizar o seu cadastro.
A Livraria ConJur também oferece uma
assinatura digital do Anuário da Justiça, com
acesso a todas as edições lançadas durante o
ano e a todo o seu acervo.
Leia abaixo depoimentos sobre o Anuário da
Justiça:
Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal
Federal
Lembro-me, com imensa alegria, como se
220
Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
fosse ainda hoje, da data - 2007- em que foi
lançada, no Supremo Tribunal Federal, a
primeira edição do ANUÁRIO DA JUSTIÇA,
publicação da maior importância e de grande
relevo não só para a comunidade jurídica
brasileira, mas, também, para os cidadãos de
nosso País, pois revela, com dados precisos e
acurados, a face real do Poder Judiciário e a
tendência doutrinária dos seus Juízes,
notadamente dos magistrados que integram o
Supremo Tribunal Federal e os Tribunais
Superiores da União!
Trata-se de notável e singular contribuição ao
Direito e à Justiça que presta a Revista
Eletrônica CONJUR, cujos jornalistas - tendo
Márcio Chaer à frente como grande fonte de
inspiração - sempre revelaram, no desempenho
do seu trabalho, alta qualificação profissional e
rigorosa capacidade técnica, condições
fundamentais para o sucesso inquestionável
desse maravilhoso empreendimento de
elevado interesse público na área do jornalismo
jurídico!
Quero cumprimentá-lo por mais essa primorosa
edição do Anuário da Justiça Brasil 2020 e
desejar-lhe, ao lado de seus competentes
companheiros de trabalho, como Maurício
Cardoso, diretor de redação da Revista
Consultor Jurídico, os meus melhores votos de
permanente e continuado sucesso em uma
publicação digna do pioneirismo histórico e da
elevada importância da CONJUR! Receba o
meu afetuoso abraço, que rogo seja estendido
a todos e a cada um dos brilhantes jornalistas
que compõem o quadro de seus colegas e
essenciais colaboradores! CELSO DE MELLO
(Turma de 1969 das ARCADAS, Ministro e ex-
Presidente do Supremo Tribunal Federal)
Ministro Luiz Fux, presidente eleito do Supremo
Tribunal Federal
O Anuário da Justiça é um periódico muito
importante porque ele confere a todos os
partícipes da arena judicial as ideologias, a
personalidade e os conteúdos julgados.
A verdade é que ele procura demonstrar que
juízes e tribunais consagram as suas vidas
para fazerem aquilo que é o bem da população:
Justiça acima de tudo.
Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal
Federal
O Anuário é algo que a comunidade
acadêmica, a comunidade do Direita aguarda
todos os anos. E neste ano de 2020 tem um
título sugestivo: Justiça Acima de Tudo.
E a Justiça, o que é? É, segundo os antigos,
dar a cada um o que é seu. O Anuário versa os
diversos segmentos que atuam na área da
entrega da prestação jurisdicional. E este ano
nós temos na capa a referência aos tribunais
superiores.
A referência, também, claro, ao órgão de
cúpula do Judiciário, que é o Supremo, última
trincheira da cidadania. Está de parabéns o
Anuário e está de parabéns o Consultor
Jurídico.
Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal
O Anuário da Justiça Brasil, produzido pela
Consultor Jurídico sagra-se retrato fiel do
Judiciário brasileiro e espaço único de
reflexão crítica do Supremo Tribunal Federal. A
edição atual atesta a tenacidade da jurisdição
constitucional brasileira durante o grave
período de crise desencadeado pela pandemia
do novo Coronavírus. A Corte Constitucional e
o Poder Judiciário brasileiro mostram-se
intransigentes na defesa das garantias
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
constitucionais e na higidez das garantias
institucionais democráticas da nossa
República. Esse rico momento histórico ganha
registro na feliz edição do novo número do
Anuário da Justiça.
Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo
Tribunal Federal
Mesmo durante a quarentena imposta pela
contínua expansão da Covid-19, o Consultor
Jurídico não deixou de publicar o já tradicional
Anuário da Justiça, que continua vindo a lume,
ano a ano, sem perder a qualidade editorial, o
esmero gráfico e a precisão das informações.
Parabéns à equipe responsável pela
empreitada e a todos aqueles que com ela
colaboraram.'
Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal e presidente do Tribunal
Superior Eleitoral
Queria cumprimentar o Márcio Chaer e a
equipe da Consultor Jurídico pelo lançamento
desse Anuário da Justiça 2020. Por
videoconferência esse ano, sem coquetel e
sem show, como a vida tem sido, mas tudo vai
passar.
O Consultor Jurídico, a ConJur, que foi pioneiro
entre os sites jurídicos, e o Anuário da Justiça
que foi igualmente pioneiro em informações
internas sobre o Poder Judiciário, uma
contribuição valiosa. Eu me lembro, no tempo
em que eu era advogado, quando começou a
sair o Anuário da Justiça, que prestava um
serviço valiosos, para que nós pudéssemos
conhecer os ministros dos tribunais superiores
e, depois, os desembargadores.
Gostaria de dizer que eu ficava mais à vontade
no tempo em que eu era advogado, e, portanto,
eu via os outros serem retratados. Hoje em dia,
eu deixei de ser estilingue e passei a ser
vidraça. Eu me lembro que, quando a Mafalda,
do Quino, completou 10 anos, a Mafalda que
talvez seja uma das mais inspiradas histórias
em quadrinho de todos os tempos,
perguntaram para o Quino o que ele achava da
Mafalda. E ele respondeu: 'Isso não é
importante. Eu gostaria de saber o que a
Mafalda acha de mim.'
Portanto eu, hoje em dia, ando preocupado em
saber o que o Anuário da Justiça está falando
de mim. Mas a verdade é que é uma equipe
sempre talentosa, qualificada e ética. Parabéns
pelo trabalho e um abraço grande.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal
Parabéns a toda a equipe do ConJur, pela
publicação do Anuário 2020, a mais clássica e
mais importante publicação do gênero no Brasil
e uma das mais importantes publicações
relacionadas à Justiça e ao Poder Judiciário
em todo o mundo.
E assim o é porque não só faz uma radiografia
do ano judiciário anterior a partir do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores,
como analisa os reflexos das principais
decisões, principalmente do Supremo Tribunal
Federal, e faz uma análise prospectiva dos
rumos do poder judiciário, do que é importante
para que nós possamos aprimorar a Justiça,
almejando sempre segurança jurídica,
segurança dos direitos fundamentais e
aplicação igualitária de toda a Justiça.
Ainda há uma peculiaridade: Em virtude da
gravíssima pandemia de Covid-19, que causou
mais de 100 mil mortes no Brasil, o Anuário
2020 analisou a exitosa compatibilidade que o
Poder Judiciário fez entre a tecnologia e a
prestação jurisdicional, não deixando, em
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
nenhum momento, apesar da gravidade da
pandemia, que o brasileiro e a brasileira não
tivessem acesso ao Poder Judiciário.
Parabéns a toda a equipe.
Ministro Humberto Martins, corregedor nacional
de Justiça e presidente eleito do Superior
Tribunal de Justiça
O ano de 2020 tem sido marcado por muito
trabalho e também por muita superação. O
Anuário da Justiça de 2020 diagnostica os
desafios e apresenta informações e dados
sobre o futuro do Poder Judiciário. O Brasil e
o mundo vão superar os desafios que se
impõem à humanidade e o Poder Judiciário
será um dos suportes desta superação.
Tenho fé nos juízes, acredito na magistratura
brasileira. Caminharemos sempre juntos e
unidos pelo Brasil. A pandemia vai passar.
Deus está no controle do tempo e vamos
ultrapassar a pandemia, e vamos nos unir com
mais amor, com mais solidariedade e com mais
amor às pessoas e à dignidade humana.
Magistratura forte, cidadania respeitada.
Ministro Antônio Carlos Ferreira, do Superior
Tribunal de Justiça
Felizmente o Consultor Jurídico não esmoreceu
diante dos efeitos da crise sanitária e apresenta
o Anuário da Justiça 2020, mantendo, assim,
uma tradição que tanto contribui para o
aprimoramento dos serviços prestados pela
comunidade jurídica como um todo. Quem mais
tem a ganhar com a iniciativa do ConJur é a
sociedade brasileira, que é a verdadeira
destinatária do nosso trabalho.
Ministra Maria Cristina Peduzzi, presidente do
Tribunal Superior do Trabalho
Cumprimento a Consultor Jurídico e sua equipe
na pessoa do diretor Márcio Chaer pelo
lançamento do Anuário da Justiça Brasil 2020,
publicação exitosa e que tem se revelado
desde sua primeira edição, em 2007,
instrumento importante de divulgação à
sociedade do retrato do Poder Judiciário, no
caso presente do Supremo Tribunal Federal e
dos tribunais superiores da República, do perfil
dos magistrados, dos casos julgados, dos
temas recorrentes e relevantes, e aspectos que
em cada momento se revelam de interesse.
E a importância da publicação se identifica em
contexto de transparência e alcança a
comunidade jurídica, que nela encontra
material para estudar e compreender direções
e até mudanças na jurisprudência, e a
consolidação de modelos interpretativos.
Ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal
Superior do Trabalho
Parabéns ao ConJur, ao Dr. Márcio Chaer e a
todos que contribuíram para a edição e o
lançamento do importante Anuário da Justiça
de 2020!
Ministro Marcus Vinicius Oliveira dos Santos,
presidente do Superior Tribunal Militar
É com muita honra e satisfação que participo
dessa cerimônia de lançamento do Anuário da
Justiça Brasil 2020, organizada pelo ConJur,
importante veículo de informação especializada
em direito e Justiça em nosso país.
Participação virtual, à distância, da forma que
se tornou o 'novo normal' nesses tempos de
pandemia, tempos desafiadores é verdade, que
nos forçaram a repensar nossa organização
como sociedade e a revisitar certos valores e
prioridade como seres humanos.
Certamente não sairemos iguais dessa crise
humanitária. Dentro desse contexto de
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
distanciamento social, o serviço público se viu
impelido a encontrar soluções urgentes e
diferenciadas para continuar a prestar
atendimento à população, que mais do que
nunca tem necessidade da presença do
Estado.
Com o Poder Judiciário, claro, não foi
diferente e já que sou da Marinha, peço licença
para usar uma frase muito comum nas lides
navais: 'mar calmo nunca fez bom marinheiro'.
E nesse mar turbulento, o Poder Judiciário
tem mantido seu protagonismo no sentido de
assegurar direitos aos cidadãos deste país. E
nós, aqui na nossa Justiça Militar da União,
ainda no mês de março estabelecemos um
cronograma de planejamento e hoje, no STM,
realizamos todas as sessões de julgamento de
modo virtual e por videoconferência, com
transmissão ao vivo pela internet, assegurando
a transparência e a participação a todas as
partes dos processos.
Em respeito às normas de distanciamento
social e visando preservar a saúde dos
magistrados e servidores, adotamos o trabalho
remoto, o que não tem causado nenhum
prejuízo ao andamento das atividades, seja
administrativa seja judicante. Também na
nossa primeira instância, a mesma realidade
tem sido replicada.
E nesse quadro de anormalidade e de soluções
criativas, chegamos até hoje, onde, com muita
satisfação, cumprimos o agradável ritual a que
nos acostumamos nos últimos anos: o
lançamento do nosso Anuário da Justiça Brasil.
Anuário que nos permite sentir e identificar o
pensamento dos nossos magistrados, sobre os
mais diferentes temas afetos à nossa Justiça.
Anuário que é importante ferramenta para os
operadores do direito e demonstra
transparência a independência do Poder
Judiciário, sempre necessárias e ainda mais
essenciais nesses tempos de incerteza.
Assim, em nome de todos os ministros do
Superior Tribunal Militar, dos nossos juízes
federais e dos nossos servidores,
cumprimentamos a equipe do ConJur, que
trabalhou diretamente na elaboração dessa
revista, e que manteve a publicação nos
mesmos padrões de qualidade dos anos
anteriores, apesar de todas as dificuldades
inerentes à pandemia que ainda vivemos.
Parabéns e vida longa ao nosso Anuário da
Justiça!'
Renata Gil, presidente da AMB
"Quero ressaltar a importância do Anuário
como instrumento que permite ao Judiciário
olhar para si, para suas ações e para avaliar
impactos dos rumos que estamos trilhando. A
publicação é uma referência e possui também
valor fundamental por divulgar o trabalho e a
evolução da Justiça para a sociedade, com a
transparência que a democracia exige."
Desembargador Marcelo Buhatem, do TJ-RJ
Acompanhar a cada ano as novas edições do
Anuário é prova viva da capacidade de todos
vocês, notadamente da evolução anual da
publicação. A Associação Nacional de
Desembargadores se vale das excelentes
informações do Anuário para promover boas
relações com os magistrados brasileiros.
Augusto Aras, procurador-geral da República
Cumprimento a todas e a todos, comprimento a
todos os operadores do Direito que têm no
ConJur, no Consultor Jurídico, dirigido por
Márcio Chaer, uma importante ferramenta de
trabalho e um importante veículo de
comunicação, que além de informar, também
forma conhecimento, disponível para todos
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
aqueles que militam na seara jurídica.
E neste momento, em que comemoramos mais
um Anuário desse importante veículo de
comunicação especializado, o ConJur, quero
falar um pouco da instituição que tenho a honra
de ocupar o mais alto cargo de direção, como
Procurador-geral da República.
É praticamente impossível descrever as
grandes vitórias que o Ministério Público
Federal e o Ministério Público Brasileiro como
um todo trouxe para a sociedade brasileira e
mesmo em defesa do Estado Brasileiro nestes
30 anos de Constituição Federal. E isto vem
sendo feito cotidianamente por valorosos
homens e valorosas mulheres que dedicam
suas vidas, muitas vezes com sacrifícios
pessoais e familiares, para que a defesa da
Liberdade, a defesa de direitos e garantias
fundamentais se faça em diferentes e distantes
rincões em todo o país.
Foi assim que milhões de brasileiros tiveram
garantida a defesa do meio-ambiente e com o
passar dos anos, pudemos avançar para uma
defesa do meio-ambiente com desenvolvimento
sustentável, que é a meta que buscamos
atingir.
Nestes tempos de Covid, o Ministério Público
Brasileiro tem empenhado todos os esforços. A
Procuradoria-Geral da República, junto com o
Conselho Nacional do Ministério Público, tem
mobilizado promotores, promotoras,
procuradores e procuradoras para integrar toda
a sociedade ao Estado Brasileiro nessa grande
luta em defesa da Saúde e de melhores
condições sanitárias, para enfrentar esta
pandemia que já dizimou quase 100 mil
brasileiros.
E assim, o Ministério Público tem feito a sua
jornada em defesa dos consumidores, as
minorias, as maiorias sub representadas, como
as mulheres, os negros, e também das
minorias propriamente ditas, como os
indígenas, os quilombolas, as comunidades
tradicionais. O seu trabalho atinge desde a
infância aos idosos, também na defesa da
mulher, nos casos de violência doméstica, sem
se falar das questões de gênero, cujo cuidado
o ministério público brasileiro tem se dedicado
como um todo.
Garantir liberdade de expressão como o
primeiro valor da sociedade democrática, do
Estado Democrático de Direito, tem sido um
grande valor para o Ministério Público. É assim
que nós, brasileiros, vamos construindo um
modelo moderno, contemporâneo, que alcança
tanto o poder político como o poder econômico,
tudo no contexto do cumprimento da
Constituição e das leis do país.
Este é o caminho do meio: cumprir a
Constituição. Cumprir a vontade da soberania
que fez com que nós tivéssemos e tenhamos
uma ordem jurídica moderna, capaz de nos
propiciar paz e harmonia sociais. Mas quantas
vezes o Ministério Público, tendo que optar
entre o direito e a justiça, fê-lo preferindo a
Justiça? Muitas vezes logrou êxito construindo
e constituindo novos paradigmas de Justiça.
Outras vezes, como é natural na democracia,
apresentando um novo ver, uma nova visão de
mundo, um novo modus de viver.
Mas sempre este Ministério Público em defesa
dos vulneráveis, em defesa das comunidades
mais carentes, é assim que nós temos
caminhado pós-88, cada dia mais empenhados
no combate à corrupção. Combate à corrupção
com a compreensão de ser uma política do
Estado Brasileiro. Combate à corrupção forte,
permanente, com promotores, promotoras,
procuradores e procuradoras cada dia mais
qualificados, valendo-se de informações
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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
técnicas, científicas, com o rigor acadêmico,
para que não permitamos que haja nulidades
processuais. E assim, o Ministério Público
Brasileiro tem caminhado para que o Estado
brasileiro tenha, nesta carreira de Estado, um
viés, um marco forte, um pilar da defesa que
lhe foi confiada pelos constituintes de 88.
Como nesta comemoração do Anuário, fica
aqui o meu abraço a todos que fazem do
ConJur este importante veículo de
comunicação especializado para os operadores
do Direito. Viva a Constituição de 88, viva o
Direito, viva a Justiça, viva o Ministério Público
Brasileiro! Obrigado a todos.
Felipe Santa Cruz, presidente da OAB
Eu quero parabenizar a equipe do ConJur, o
nosso querido Márcio Chaer, por mais um ano
do Anuário da Justiça.
A radiografia mais profunda do nosso Poder
Judiciário, é indispensável neste nosso
momento de reconstrução. Passada a crise
agora da pandemia, tomara que até o final do
ano, a advocacia, o Judiciário, o Ministério
Público, jogaram um papel absolutamente
indispensável na reconstrução do nosso país,
das relações jurídicas e o Anuário é um
instrumento importantíssimo nessa caminhada.
Parabéns ao ConJur pela seriedade com que
realiza este trabalho, pelos anos e pelo
sucesso deste trabalho, que no Brasil é sempre
difícil a perenidade de um trabalho bem
realizado, e a certeza da indispensabilidade do
Anuário pra todos nós da área jurídica.
Gabriel Faria Oliveira, defensor público-geral
federal
Eu quero inicialmente parabenizar a ConJur
pelo lançamento do Anuário, dizer que é uma
satisfação poder estar, mais uma vez,
representando a Defensoria Pública da União
neste grandioso evento do lançamento deste
retrato da Justiça e do sistema de Justiça.
Quero parabenizar o Consultor Jurídico e fazer
um registro. Que o presente Anuário traz a
novidade, e o ConJur sempre se renovando, a
novidade de analisar o sistema de justiça
durante a pandemia de Covid-19. Foi um
desafio para todas as instituições, para a
Justiça em si, para os tribunais superiores e
para as funções essenciais da justiça lidar com
a ferramenta e com a necessidade de fazer
justiça diante da pandemia.
No âmbito da Defensoria Pública, nós ainda
com o desafio de permanentemente atender
pessoas. As pessoas vulnerabilizadas, pessoas
que se tornaram num conjunto, se
engrandeceu o conjunto destes vulneráveis por
conta da pandemia e da dificuldade de
trabalho. Nós tivemos dentro da Defensoria
Pública um envolvimento bastante intenso com
a judicialização por conta do auxílio financeiro
emergencial e certamente a revista vai poder
trazer no Anuário todos estes desafios e com o
brilhantismo que lhe é peculiar auxiliar os seus
leitores para enfim poder mostrar um novo
sistema de justiça que se desenvolve a partir
das dificuldades que vivemos no presente.
Meus parabéns ao Consultor Jurídico, um
grande abraço a todos, felicitações.
Ministro José Levi Mello do Amaral, advogado-
geral da União
Eu queria celebrar mais um Anuário da Justiça.
É uma publicação já tradicional, uma
publicação onde o meio jurídico se encontra,
uma publicação onde a sociedade pode
conhecer o meio jurídico e, por isso mesmo,
ajuda muito na transparência, no
226
Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
conhecimento, na clareza de coisas e
realmente é um trabalho que prima pela
qualidade e, por isso mesmo, é admirado e
esperado, ano após ano. Fico muito contente
em poder registrar estas minhas palavras e
desejar um ótimo lançamento para mais um
Anuário da Justiça. Muito obrigado.
Ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas
da União
Sou leitor assíduo das notícias, entrevistas e
artigos da Revista Eletrônica ConJur há mais
de uma década e considero sua linha editorial
uma enorme contribuição à informação jurídica
de qualidade no Brasil. O Anuário da Justiça,
entretanto, vai além e contribui para a própria
Ciência do Direito. Não só reúne vasto
levantamento jornalístico sobre os tribunais
brasileiros, mas também compila valioso
conteúdo de cunho biográfico e de tendência
jurisprudencial de cada magistrado que
compõe cada uma dessas cortes. Isso oferece
aos profissionais do Direito valiosa ferramenta
de trabalho e aos pesquisadores em geral
importante fonte de referência.
Vladimir Aras, procurador regional da
República
É com grande prazer que eu participo desta
celebração pelo lançamento da edição 2020 do
Anuário da Justiça do Brasil. Esta publicação
que já se tornou consolidada no cenário jurídico
brasileiro, tem uma contribuição muito longa,
mais de uma década, para o conhecimento do
Poder Judiciário. Para dar publicidade ao
Poder Judiciário do Brasil e, mais do que isso,
ao sistema de Justiça do país, uma vez que,
além de traçar um perfil, fazer um retrato dos
tribunais superiores, o Anuário também dedica
algumas de suas páginas ao Ministério Público,
à Procuradoria-geral da República, ao
Conselho Nacional do Ministério Público,
permitindo assim um diagnóstico muito
importante sobre o funcionamento destas
instituições sobre a contribuição que tem sido
dada por estes órgãos, especialmente pelo
Poder Judiciário, ao país. Pelos avanços nos
últimos anos, pelos desafios enfrentados, pelas
grandes dificuldades em lidar com temas tão
intrincados que incomodam a coletividade na
tutela de direitos individuais ou na defesa de
direitos coletivos. Na solução de questões dos
cidadãos, isoladamente considerados, mas
também das grandes questões nacionais.
Carlos José Santos da Silva, presidente do
Cesa
Parabéns por mais essa edição. Sempre atual.
A cada edição uma novidade. O Anuário da
Justiça Brasil continua sendo uma ferramenta
fundamental para todos os operadores do
direito.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Conciliação
227
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Centro do Mundo/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário
Casos de covid-19 no sistemacarcerário aumentam 72,4% em um
mês
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Publicado no Brasil de Fato
Segundo dados do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) divulgados nesta quarta-feira (12),
15.569 pessoas presas já foram contaminadas
pelo coronavírus no Brasil. Se somado aos
casos de infecção entre os servidores, que
totalizam 6.908, o número total de diagnósticos
positivos para a covid-19 no sistema carcerário
chega a 22.477. Um aumento de 72,4% nos
últimos 30 dias.
O número de pessoas privadas de liberdade que
perderam a vida em razão da covid-19 chega a
89. Entre os trabalhadores, foram 73 mortes. No
total, são 162 óbitos registrados desde o início
da pandemia.
O monitoramento do CNJ aponta ainda que as
regiões Sudeste e Centro-Oeste concentram a
maior porcentagem de diagnósticos positivos
entre as pessoas encarceradas. Apenas o
estado de São Paulo, por exemplo, registra
3.984 contaminações.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Leonardo
Biagioni, defensor público do Estado de São
Paulo e coordenador do Núcleo Especializado
de Situação Carcerária da Defensoria Pública
do Estado de São Paulo (Nesc), afirma que não
há condições mínimas dentro do sistema
carcerário brasileiro para impedir a proliferação
do vírus entre os presos.
Além da superlotação tornar o distanciamento
social impraticável, Biagioni ressalta que os
detentos também não têm acesso a produtos de
higiene e fornecimento de água da forma
adequada para a higienização correta.
A recomendação 62/2020, feita pelo CNJ no
início da pandemia, alertou para os perigos da
proliferação do coronavírus no cárcere e
incentivou magistrados a reverem prisões de
pessoas de grupos de risco e em final de pena
que não tenham cometido crimes violentos ou
com grave ameaça. No entanto, conforme
explica Biagioni, a orientação não tem sido
cumprida e as medidas do Estado brasileiros
são tímidas diante da gravidade do problema.
'Infelizmente, essa resposta não tem vindo da
forma que deveria pelo poder Judiciário, que
seria o responsável por esse encarceramento
em massa que existe hoje no país. Já era
necessário um desencarceramento em massa
anterior ao período de pandemia e agora há
uma necessidade ainda mais urgente', defende
228
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Centro do Mundo/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário
o coordenador do Nesc.
'Todos os órgãos internacionais e nacionais
que se relacionam ao direito da população
presa já disseram que a principal medida é o
desencarceramento. O desencarceramento é a
única medida viável e efetiva para diminuir
qualquer possibilidade de contágio e prevenir a
doença no interior do cárcere', enfatiza.
Um levantamento feito pelo Nesc após visita na
última sexta-feira (7), constatou que 47% dos
detentos do Centro de Detenção Provisória
(CDP) II de Pinheiros, na zona Oeste de São
Paulo, estão contaminados pela covid-19.
De acordo com Biagioni, essa porcentagem de
contaminação tem sido a média na parcela
restrita de unidades prisionais que passaram
pela testagem em massa.
Confira a entrevista na íntegra.
Brasil de Fato: São mais de cem mil vidas
perdidas para a covid-19 no Brasil. Qual a
situação das pessoas privadas de liberdade,
cinco meses após a chegada da pandemia?
Leonardo Biagioni: Na verdade, a população
privada de liberdade carece de direitos antes
mesmo do período de pandemia. Sempre foi
privada de direitos básicos nas unidades
prisionais, como os direitos previstos na Lei de
Execução Penal por exemplo. As equipes
mínimas de saúde são inexistentes. Em São
Paulo, por exemplo, não há nenhuma unidade
prisional das 176 que tenha uma equipe
mínima de acordo com o Programa Nacional de
Ação Integral à Saúde da população privada de
liberdade.
No período de pandemia, as violações de
direito, como a precariedade da alimentação e
a questão da saúde, que eu trouxe, ausência
de itens para garantir assistência material, falta
de água? 70% das unidades prisionais de SP
racionam água, são utilizadas nesse período de
pandemia. Sendo que esse período exige, para
a prevenção da contaminação da doença, uma
higienização e o distanciamento social que não
são possíveis de serem realizados.
Principalmente em unidades prisionais
superlotadas, como ocorre em todo país e aqui
no estado de São Paulo. Onde não se garante
direitos mínimos para a higienização da
população, tendo em vista que 70% das
unidades prisionais racionam um item básico
para se falar em higienização que é a água.
Não há fornecimento mínimo de água para as
pessoas presas.
E também ausência de itens materiais. Nas
inspeções feitas pelo Nesc, verificou-se, que,
por exemplo, 70% das pessoas não recebiam
sabonete, um item muito básico, em
regularidade suficiente para manter a
higienização. As violações acabam sendo
potencializadas no período de pandemia.
Quais foram as respostas dadas pelo Estado
brasileiro para frear o avanço da pandemia
dentro dos presídios? Como avalia essa
atuação?
Todos os órgãos internacionais e nacionais que
se relacionam ao direito da população presa já
disseram que a principal medida é o
desencarceramento. O desencarceramento é a
única medida viável e efetiva para diminuir
qualquer possibilidade de contágio e prevenir a
doença no interior do cárcere.
Queria citar aqui a Recomendação 62 do
Conselho Nacional de Justiça, que trouxe
diversas recomendações, sendo a principal o
próprio desencarceramento. Principalmente
entre grupos vulneráveis e, infelizmente, essa
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Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Centro do Mundo/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário
resposta não tem vindo da forma que deveria
pelo poder Judiciário, que seria o responsável
por esse encarceramento em massa que existe
hoje no país.
Já era necessário um desencarceramento em
massa anterior ao período de pandemia e
agora há uma necessidade ainda mais urgente.
Infelizmente essas medidas não vêm sendo
tomadas. No Plano Executivo, vimos no início
da pandemia, inclusive, algumas declarações
do Ministério da Justiça, que mostrou um
desconhecimento notório em relação ao que
ocorre no cárcere, uma vez que as medidas
propostas eram o distanciamento social, por
exemplo.
Sabemos que isso é impossível. Existem
unidades prisionais em que a superlotação
chega a 200%, 300%. Não tem como falar em
distanciamento de um metro e meio, que era o
que se colocava na normativa, assim como
separação em celas individuais. O que deveria
ser um direito garantido, mas, diante da
realidade do cárcere, sabemos que não seria
possível.
As medidas são muito tímidas, não avançam.
Em relação ao sistema de saúde no cárcere,
não há um avanço também em relação aos
profissionais nesse período de pandemia. O
que se observou foi até mesmo uma redução,
uma vez que esses profissionais não
ingressaram em algumas unidades prisionais
nesse período de pandemia. É um movimento
contrário aquilo de que deveria ser efetivado.
Conforme boletim mais recente do CNJ são
15.569 casos confirmados de coronavírus nas
prisões brasileiras e 89 óbitos. Esses dados
podem estar subnotificados?
Com certeza. Na verdade, o que temos que
verificar é o número de testes que foram
realizados. Há uma ausência completa na
realização de testes. Apenas 5% da população
prisional no nosso país foi testada. Cerca de 39
mil testes confirmados pelo Departamento
Penitenciário Nacional (Depen). Ou seja,
apenas 5% da população carcerária, uma vez
que, conforme o próprio CNJ, nossa população
estaria variando em torno de 800 mil pessoas
presas.
O que é importante destacar é a porcentagem
da população infectada, contaminada pela
doença: 40% das pessoas testadas foram
identificadas com covid. Então, 40% dos testes
realizados foram confirmados. Isso causa um
espanto, porque se trazemos esse número de
40% para a totalidade do sistema prisional,
chegaríamos em mais de 300 mil casos. É
importante dizer que isso se confirma.
Quando se faz testes em massa nas unidades
prisionais, a porcentagem tem sido essa.
Queria ilustrar com duas unidades prisionais de
São Paulo. A Penitenciária II de Sorocaba, que
tem uma população prisional de 2 mil pessoas
e cerca de 700 pessoas foram identificadas
com a doença, o que daria por volta de 35%.
No Centro de Detenção Provisória II de
Pinheiros, dos 1609 presos, 748 também
estariam com a doença, ou 46%.
Tem sido a realidade. Onde se testa, tem tido,
mais ou menos, esse percentual de
contaminação. O que assusta e muito.
A recomendação 62 do CNJ fala da revisão de
prisões de pessoas em grupo de risco e em
final de pena. Até junho, o Conselho afirma que
foram identificadas 32,5 mil solturas. Como
avalia o impacto da medida?
Posso fazer uma avaliação pelo estado de SP.
A Defensoria compilou alguns dados, analisou
30 mil processos de população que estaria em
230
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Centro do Mundo/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário
situação do grupo de risco, prevista pelo CNJ,
e apenas 4% dessa população de fato teve
essa soltura. Está muito abaixo do que o
minimamente recomendado pelo CNJ. Vemos,
infelizmente, uma resistência muito grande do
Judiciário na soltura e até a essa
recomendação expedida.
Aproveitando que citou o Judiciário, o que
essa realidade atual explícita sobre a lógica do
sistema carcerário brasileiro?
Se antes desse encarceramento em massa e
do período de pandemia que nós vivemos, já
era necessário o desencarceramento em
massa, agora, além há também a necessidade
de celeridade em desencarcerar. Até pensando
em medidas efetivas, foram vários pedidos
coletivos que a Defensoria Pública fez. Queria
citar habeas corpus que foram impetrados
diretamente no Tribunal de Justiça diretamente
para a soltura de população idosa, de pessoas
que compõem o grupo de risco, que sequer
foram distribuídos. O Tribunal sequer apreciou
esse pedido.
Isso mostra essa resistência. O quanto o
Tribunal está refratário desse conservadorismo,
como em todo canto, como um órgão de
segurança pública e não julgando a situação
dessas pessoas. Principalmente que tem a
mesma situação jurídica. População idosa, que
está no grupo de risco, que não praticou ou não
está sendo processado por um crime com
grave ameaça ou violência, e nem assim houve
essa análise coletiva da situação dessas
pessoas. Para haver de fato uma mudança
nesse panorama, seria necessária uma
atuação coletiva.
Outro exemplo, é o de mulheres gestantes e
lactantes. Um grupo hipervulnerável, em
situações absurdas nas unidades prisionais.
Dezesseis defensorias impetraram em conjunto
um habeas corpus no Supremo Tribunal
Federal (STF), e, infelizmente, negou-se a
liminar. Impedindo que mulheres gestantes e
lactantes tivessem direito à prisão domiciliar
nesse período de pandemia.
Agora foi interposto, inclusive, um recurso no
STF. Haverá um julgamento no dia 21. Quem
sabe tenhamos um retorno positivo, no qual a
Suprema Corte consiga olhar com outros olhos
para essa situação. Porque se não vamos
perpetuar a lógica da exclusão.
Verificamos que de fato a percepção das
pessoas, e chegando ao Judiciário, seja essa:
que o sistema prisional seja somente um
sistema de exclusão. Um amontoado de corpos
jovens, negros, uma punição por si só. O que
contraria o próprio ordenamento jurídico
brasileiro. Acaba distorcendo, inclusive, o que é
um Estado democrático.
O STF já declarou há alguns anos que o estado
de coisas que ocorrem dentro do sistema
prisional é inconstitucional. Não garante os
direitos que deveria garantir. Ou seja: existe a
margem da legalidade. Isso foi dito pelo nosso
próprio STF e observa-se que não muda. O
problema é esse: não se muda a cultura.
A maioria da população que está presa hoje no
Brasil não praticou um crime com grave
ameaça ou violência. Observamos isso todos
os dias. São pessoas que estão nessa situação
degradante, situações desumanas, de maus
tratos, como o próprio STF já disse, e não
praticaram crime com grave ameaça ou
violência. Ou seja, não agiu com uma conduta
violenta e está submetido a uma situação de
violência. O que é muito contraditório se
queremos ter um Estado mais civilizado.
Dos 1600 processos analisados pela
Defensoria em relação à população idosa do
231
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Centro do Mundo/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário
estado de São Paulo, somente 7% teve a
soltura. Estamos falando de pessoas com mais
de 60 anos dentro do cárcere, presas. Uma
situação muito degradante e, inclusive, se
reconhece o próprio processo de
envelhecimento precoce.
Falamos de uma população idosa em uma
sociedade extramuros com 60 anos de idade.
Mas, se pensarmos isso no cárcere essa idade
é menor devido às condições degradantes.
Talvez 50 anos. Mas sequer as de 60 anos não
estão tendo a oportunidade de ter a pena
privativa de liberdade nas unidades prisionais
convertidas para uma prisão domiciliar. Ou
mesmo pessoas presas provisoriamente, que
nem uma condenação possuem.
Por outro lado, vimos uma decisão da Justiça
que favoreceu Fabrício Queiroz, investigado
pelo esquema de rachadinha na Alerj. Ele foi
beneficiado com a prisão domiciliar poucos dias
após ser preso por estar no grupo de risco da
covid-19. O que isso mostra do ponto de vista
do papel da Justiça? Há uma diferença de
tratamento?
Na verdade, essa diferença de tratamento é um
aspecto histórico. Está inserido na própria
prisão, que em seu surgimento ocupa o espaço
de estrutura de 'depósito dos excluídos' no
sistema capitalista. Isso acaba sendo colocado
em casos concretos como esse. Justificando
algumas solturas, que podemos entender como
legais, mas que não vêm para outro grupo.
Para outro grupo mais vulnerável, infelizmente.
A Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da OEA pediu que o governo
brasileiro adote medidas para frear a
proliferação da covid-19 nos presídios, após
um pedido da própria Defensoria e outras
organizações. Tendo em vista que o contágio
segue crescendo pelo país, qual a perspectiva
para a população carcerária diante do governo
Bolsonaro?
Foi um pedido que fizemos com diversas outras
entidades e que foi acolhido. E, principalmente,
para o Estado brasileiro, que entre as medidas
a serem tomadas, esteja, de fato, o
desencarceramento. Esse é o objetivo e forma
mais concreta e efetiva de se lidar com essa
doença em unidades prisionais.
Apenas havendo um desencarceramento, que
conseguiremos de fato minimizar os danos.
Espero que com essa decisão da Comissão
Interamericana, com essa orientação que
chega ao Estado brasileiro, tenhamos uma
mudança de postura em relação ao Judiciário,
que ele mude a forma de atuar em relação ao
que vem ocorrendo e às decisões que vêm
sendo proferidas ao contrário de todas as
recomendações nacionais e internacionais.
Bem como, que consigamos obter de fato
testagens na população prisional. Que se tenha
um maior cuidado e atenção em relação às
políticas de saúde, a disponibilização de itens
básicos de higiene. Que o Departamento
Penitenciário Nacional (Depen) se coloque de
uma forma mais pró-ativa nessas
circunstâncias, principalmente na distribuição
de itens de higiene, na questão do Executivo,
na sua competência. Na questão da Política de
Atenção Integral à Saúde do sistema prisional,
que isso se dê de uma forma mais efetiva, bem
como a suspensão do racionamento de água.
Essa condição absurda e completamente
desumana que, infelizmente, ainda ocorre nas
unidades prisionais.
Quando se fala sobre a situação dos presídios
brasileiros, há uma defesa dos governos
conservadores em prol da construção e
privatização de novos presídios. Qual o
posicionamento da Defensoria sobre isso?
232
Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Centro do Mundo/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário
Precisamos parar de construir presídios e
construir órgãos de direito social que de fato
vão combater causas consideradas crimes,
como escolas, hospitais. Quem sabe se
parássemos de fechar escolas e construir
presídios e fizéssemos o inverso, nossa
sociedade não estaria muito melhor.
Acredito que temos evoluir no sentido da
questão do desencarceramento, pegando toda
essa realidade que existe hoje, de uma
população majoritariamente pobre, com grande
representação da população negra.
A maioria da população prisional não praticou
crime de grave ameaça ou violência, estão
presas por tráfico. Quando falamos das
mulheres, dois terços estão presas por tráfico e
quando falamos tráfico é aquele em que a
pessoa é pega com 10 gramas de cocaína, 20
gramas de maconha. Essa é a média das
pessoas que estão presas.
Temos que pensar uma política de
desencarceramento e descriminalização de
algumas condutas, e não de construção de
presídios. Se construirmos um presídio, esse
presídio vai superlotar, e essa vai ser a política.
Se formos pensar em uma política racional,
civilizatória, de garantir direitos, temos que
parar com políticas paliativas, que é o sistema
prisional e de segurança pública, e pensar em
outras medidas mais efetivas alocando
recursos para essas outras áreas. Como
moradia, lazer, saúde, educação. Isso sim
melhoraria todos os efeitos do cárcere como
ocorre nos países mais desenvolvidos.
Sem essas medidas, então, as pessoas
encarceradas estão fadadas a um grande risco
de contaminação?
Exato. As medidas determinadas pela
sociedade é o distanciamento social e a própria
higienização. O distanciamento social é
impossível em unidades superlotadas e a
higienização é comprometida em unidades
prisionais que não garantem o mínimo em
relação à água, sabonete, itens básicos para
que a população se previna.
E havendo essa contaminação, ocorre a
contaminação em massa, que é o que temos
visto.Quase metade das pessoas nas unidades
que são testadas estão contaminadas ou já
estiveram contaminadas.
A questão para pensarmos e evoluirmos
enquanto sociedade, enquanto Estado
brasileiro, é esse pensamento do
desencarceramento hoje. Principalmente
nessas condutas que não são praticadas com
grave ameaça ou violência, principalmente no
caso do tráfico, do fruto. Temos que ter outro
olhar em relação a essas medidas.
Quando falamos de um período tão complicado
como esse que estamos enfrentando na
pandemia, é necessário um olhar mais fraterno.
Mais solidário. E um entendimento melhor
dessa situação que vem ocorrendo hoje e que
vem, infelizmente, agravando a situação
daquele público que já era mais vulnerável,
como acontece com as pessoas presas.
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário
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Sistema Carcerário
234
Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Em plena pandemia de COVID-19,tensão marca reintegração de posse
no Sul de Minas
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Nas primeiras horas da manhã os policiais se
preparavam para garantir a reintegração de
posse
Um grande contingente de policiais militares,
viaturas do Corpo de Bombeiros e ambulâncias
se dirigiram na madrugada desta quarta-feira
(12), ao acampamento Quilombo Campo
Grande, do Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra ( MST), localizado em uma área no
entorno da sede da antiga Usina Ariadnópolis,
em Campo do Meio, no Sul de Minas. A Escola
Popular Eduardo Galeano foi a primeira a ser
"desocupada" pelos militares. Eles cumprem
mandado de reintegração de posse, concedida
pelo juiz Roberto Apolinário de Castro.
Nas primeiras horas da madrugada a cidade
assistiu à passagem do comboio policial. De
acordo com relatos dos acampados, desde o dia
30 de julho, quando as casas foram "invadidas"
pela polícia e um trabalhador rural foi preso,
segundo eles "sem mandado judicial", eles vêm
sendo pressionados pelas autoridades locais. A
partir de então, passaram a acampar nos
arredores das moradias.
O MST entendeu que o objetivo era coagir e
criminalizar o movimento. Segundo a
coordenação local "isso foi confirmado com a
soltura de Celso Augusto no mesmo dia, com
uma nota tendo sido publicada pela Polícia Civil.
'Um facão e fogos de artifícios foram
apreendidos no local e um indivíduo preso por
resistência'."
Em documento encaminhado ao Tribunal de
Justiça de Minas Gerais (TJMG) o Conselho
Estadual de Direitos Humanos (CONEDH), a
presidência da Comissão de Direitos Humanos
e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM),
a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos
Advogados do Brasil-Seção Minas Gerais (OAB-
MG), a Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a
Secretaria de Desenvolvimento Social
(SEDESE) alertaram para os riscos de uma
ação como essa diante da pandemia.
O documento destaca a 'iminência de uma lesão
irreparável" e solicita a "suspensão da ordem de
cumprimento da liminar possessória para
desocupação do imóvel'. Entretanto, o TJ aind
não havia se pronunciado a respeito e a
reintegração continuou.
A ação de reintegração de posse prevê a
retirada da vila de moradores e da estrutura da
235
Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Escola Popular Eduardo Galeano, que oferecia
educação popular aos jovens, crianças e
adultos. Durante a pandemia, a escola tem
cumprido o papel de acompanhar as crianças
que estão em regime de educação a distância.
'Esperamos que o judiciário acolha o clamor
das famílias e reverta essa covarde decisão.
Que a polícia não incorra neste erro de colocar
a todos em risco e que o governador Zema
reveja essa sua política genocida. Caso
contrário, o município vai sofrer ainda mais com
a pandemia, tendo famílias desabrigadas',
adverte uma das coordenadoras do MST,
Débora Mendes.
A dirigente estadual do MST, Tuira Tule,
protestou contra a ação: 'Nenhum órgão
público conseguiu interceder para que as
famílias ficassem em suas casas, mesmo no
meio da pandemia".
Débora alerta para as consequências de uma
ação policial neste momento, que pode colocar
em risco a saúde de toda a população da
cidade de Campo do Meio. 'A vinda de policiais
militares agora representa uma dupla ameaça
para nós, já que, além da truculência, a vinda
deles para o município poderá trazer o vírus
também."
Campo do Meio não registrou casos de óbitos
motivados pelo COVID-19. Segundo dados do
último boletim epidemiológico divulgado pela
prefeitura no sábado (1/8), o município tem oito
casos monitorados com sintomas gripais, 14
confirmados por testes rápidos, 136
descartados (negativos em teste rápidos) e seis
casos curados. No acampamento Quilombo
Campo Grande residem 450 famílias,
produtoras do café Guaií. São 22 anos de
conflitos na região.
Em nota, a assessoria da PMMG esclareceu
que "nos casos de reintegração de posse, a
instituição atua na garantia do poder de polícia
do Oficial de Justiça responsável pelo
cumprimento da ordem de reintegração, de
acordo com a determinação do Poder
Judiciário. Nesse sentido, as informações
sobre reintegração devem ser buscadas junto
ao Judiciário.
Também através de nota, o TJMG informou
que "não houve ordem de despejo do tribunal
durante a pandemia. Esta ordem foi expedida
há um ano, em 2019. Entretanto, devido a
impetração de liminares, houve uma suspensão
desta ordem pelo Desembargador Alberto
Diniz. Posteriormente, com mais informações,
as partes chegaram a uma conciliação para
desocupação que teria que acontecer este ano.
E houve o pedido de prorrogação de prazo
(mais um mês) para esta desocupação. Este
prazo foi concedido, devido à pandemia. Mas
com o vencimento deste prazo, a desocupação
terá que ser feita, entretanto, a avaliação a
respeito da segurança do despejo está sendo
feita pela Polícia Militar."
ENTENDA
O conflito fundiário na Fazenda Ariadnópolis
ocorre desde o final da década de 1990, em
virtude da falência da empresa Usina
Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A, também
instalada na área, que não teria ressarcido os
trabalhadores demitidos. Isso teria motivado a
ocupação do local, a partir de 2002, embora as
primeiras famílias tenham se mudado para a
área cinco anos antes, quando as operações
da empresa já estavam suspensas.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Conciliação
236
Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
MP vai à Justiça contra acordo de R$25 milhões firmado com empresas de
ônibus em Uberlândia
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MPMG já havia recomendado suspensão de
projeto com ajuda de custo
O Ministério Público de Minas Gerais pretende
mover uma ação civil pública em decorrência do
acordo de R$25 milhões entre a Prefeitura de
Uberlândia e as três empresas do transporte
público que prestam o serviço no município,
homologado pelo Tribunal de Justiça de Minas
Gerais. A promotoria já havia recomendado que
um projeto de lei com o mesmo tipo de ajuda de
custo tivesse a tramitação suspensa na Câmara
Municipal, ainda no mês de maio.
De acordo com o promotor Fernando Martins, o
TJMG não deveria ter promovido o acordo sem
antes ter ouvido o MPMG, além de ter
autorizado repasse de verba pública sem que o
Legislativo local fosse consultado e tivesse
permitido a movimentação. Ele informou ainda
que apura problemas no sistema de transporte
em Uberlândia e que já ouviu até mesmo a
Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes
e, a partir desses levantamentos, pretende
acionar a Justiça.
'Isso que foi feito (acordo), foi uma ausência de
'fair play' (jogo justo). A Prefeitura sabia de um
expediente no Ministério Público e que poderia
haver problema em fazer o acordo', disse
Martins. Foi informado à reportagem que não
um prazo para que a ação seja impetrada.
O acordo
O montante de R$ 25 milhões será repassado
às empresas de transporte público com o
objetivo de cobrir déficit de arrecadação das
empresas de transporte coletivo público da
cidade durante o período da pandemia de
COVID-19. A decisão aconteceu por meio de
conciliação no Centro Judiciário de Solução
de Conflitos e Cidadania (Cejusc) 2º Grau, do
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Inicialmente, serão entregues R$ 12,5 milhões
em até 15 dias após homologação do acordo.
Posteriormente serão pagas outras cinco
parcelas mensais de R$ 2,5 milhões até
dezembro de 2020. Todo o dinheiro terá duas
fontes: o Fundo Municipal de Trânsito e
Transportes e receitas próprias da Prefeitura.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Conciliação
237
Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Governo Zema pede a suspensão dereintegração de posse no Sul de
Minas
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Ação policial começou nas primeiras horas
desta quarta-feira
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Social e Econômico de Minas Gerais (Sedese-
MG) solicitou, na tarde desta quarta-feira, a
suspensão da ordem judicial que determinava a
reintegração de posse na área da antiga Usina
Ariadnópolis, em Campo do Meio, no Sul do
estado. No espaço, está o Quilombo Campo
Grande, do Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra (MST).
Viaturas da Polícia Militar, do Corpo de
Bombeiros e ambulâncias se dirigiram ao local
já na madrugada. A Escola Popular Eduardo
Galeano foi a primeira a ser "desocupada" pelos
militares. O mandado foi concedido pelo juiz
Roberto Apolinário de Castro.
Pelo Twitter, o governador Romeu Zema (Novo)
afirmou que a Sedese 'presta apoio técnico aos
gestores da assistência social do município de
Campo do Meio para atendimento às famílias'.
Mais cedo, em documento enviado ao Tribunal
de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a Sedese, o
Conselho Estadual de Direitos Humanos
(CONEDH), a presidência da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos
Deputados (CDHM), a Comissão de Direitos
Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil-
Seção Minas Gerais (OAB-MG) e a Comissão
de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa
de Minas Gerais alertaram para os riscos de
uma ação de despejo ante a pandemia do novo
coronavírus.
De acordo com relatos dos acampados, desde o
dia 30 de julho, quando as casas foram
"invadidas" pela polícia e um trabalhador rural
foi preso, segundo eles "sem mandado judicial",
eles vêm sendo pressionados pelas autoridades
locais. A partir de então, passaram a acampar
nos arredores das moradias. Segundo o MST, o
objetivo era coagir e criminalizar o movimento.
Posicionamentos Na manhã desta quinta, em
nota, a PMMG se pronunciou sobre o caso. 'Nos
casos de reintegração de posse, a instituição
atua na garantia do poder de polícia do Oficial
de Justiça responsável pelo cumprimento da
ordem de reintegração, de acordo com a
determinação do Poder Judiciário. Nesse
sentido, as informações sobre reintegração
devem ser buscadas junto ao Judiciário', alega
a corporação.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJEstado de Minas online/Minas Gerais - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Também por meio de nota, o TJMG informou
que a ordem de despejo não foi expedida
durante a pandemia.
'Esta ordem foi expedida há um ano, em 2019.
Entretanto, devido a impetração de liminares,
houve uma suspensão desta ordem pelo
Desembargador Alberto Diniz. Posteriormente,
com mais informações, as partes chegaram a
uma conciliação para desocupação que teria
que acontecer este ano. E houve o pedido de
prorrogação de prazo (mais um mês) para esta
desocupação. Este prazo foi concedido, devido
à pandemia. Mas com o vencimento deste
prazo, a desocupação terá que ser feita,
entretanto, a avaliação a respeito da segurança
do despejo está sendo feita pela Polícia Militar',
diz o texto.
Entenda o casoO conflito fundiário na Fazenda
Ariadnópolis ocorre desde o final da década de
1990, em virtude da falência da empresa Usina
Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A, também
instalada na área. O empreendimento não teria
ressarcido os trabalhadores demitidos, o que
motivou, em 2002, a ocupação do local. As
primeiras famílias, contudo, se mudaram para o
terreno cinco anos antes, quando as operações
da usina já estavam suspensas.
Com informações de Elian Guimarães.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Conciliação
239
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Tempo - Super Notícia/Minas Gerais - Noticias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Famílias do MST são desalojadas deterreno que ocupavam há 20 anos, no
Sul de MG
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Autor: Lucas Morais
Famílias que viviam em um acampamento do
Movimento Sem Terra (MST) foram alvos de
uma ordem de despejo em Campo do Meio, no
Sul de Minas, na madrugada desta quarta-feira
(12). A ação ocorreu no entorno da antiga Usina
Ariadnópolis, espaço é alvo de uma disputa de
posse há mais de 20 anos - em 1996, a
empresa faliu e deixou de operar na região,
ocupada desde 1998 pelos membros do
movimento.
Ao todo, 150 policiais militares participam do
despejo no local conhecido como Quilombo
Campo Grande - um helicóptero chegou a ser
utilizado. Já as famílias foram abrigadas em um
acampamento do MST perto da cidade.
Conforme o movimento, centenas de viaturas
cercaram a ocupação e agiram com
"truculência" diante das famílias. A entidade
alega ainda que a ordem de posse ocorreu em
meio à pandemia do coronavírus.
Do outro lado, a Secretaria de Estado de Justiça
e Segurança Pública (Sejusp) informou em nota
que a Polícia Militar atua como "garantia do
poder de polícia do Oficial de Justiça
responsável pelo cumprimento da ordem de
reintegração, de acordo com a determinação do
Poder Judiciário".
Já o Tribunal de Justiça de Minas Gerais
(TJMG) esclareceu que não houve "ordem de
despejo do tribunal durante a pandemia" e que a
decisão foi expedida há um ano, em 2019.
Segundo o órgão, após liminares a ordem foi
suspensa e as partes chegaram a "uma
conciliação para desocupação que teria que
acontecer este ano". Ainda houve o pedido de
prorrogação de prazo em um mês para esta
desocupação.
Conflito antigo
Desde o fim de julho, o MST diz que "viaturas e
drones atormentaram a paz das famílias
acampadas" quando a polícia teria "invadido"
casas e ainda levado um os membros do
movimento preso por resistência. O homem foi
solto no mesmo dia e a entidade chegou a
denunciar o caso ao Ministério Público diante da
tentativa da PM em "coagir e incriminar os
trabalhadores".
"Os dias seguiram tumultuados, com a
intensificação da denúncia do despejo iminente,
a busca de saídas jurídicas junto ao Ministério
240
Conselho Nacional de Justiça - CNJO Tempo - Super Notícia/Minas Gerais - Noticias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Público e a organização do acampamento para
a resistência. Em meio à corrida contra o
tempo, circularam dezenas de áudios das
famílias denunciando as ações autoritárias, as
rondas de viaturas aceleradas, as blitz nas
estradas de acesso à pequena cidade",
declarou a entidade em nota.
E na madrugada desta quarta, a ordem judicial
foi cumprida e mais de 2,5 mil pessoas
precisaram deixar o acampamento. Em julho do
ano passado, a Justiça chegou a negar a
reintegração de posse - o relator do caso,
desembargador Luciano Pinto, enfatizou que o
pedido não atendeu aos requisitos básicos.
Nos últimos 22 anos, os membros do MST já
foram alvo de cinco ações na localidade.
Ainda em 2019, um decreto do ex-governador
Fernando Pimentel (PT) que transformava o
entorno da usina em área de interesse social
foi revogado pelo Estado após os proprietários
do local questionarem o governo sobre o valor
que seria pago para o assentamento das
famílias.
No local, estava em construção um novo polo
de conhecimento e tecnologia de agroecologia,
com produção de alimentos sem uso de
produtos químicos e fertilizantes tóxicos.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Conciliação
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Pandemia, suspensão do atendimentopresencial e audiências
telepresenciais
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Autor: Ana Paula Sefrin Saladini
De acordo com Didier Júnior (2015), 'negócio
processual é o ato voluntário, em cujo suporte
fático confere-se ao sujeito o poder de escolher
a categoria jurídica ou estabelecer, dentro dos
limites fixados no próprio ordenamento jurídico,
certas situações jurídicas processuais'.
Classificados em típicos (os previstos no CPC) e
atípicos (as medidas gerais previstas no art. 190
do mesmo diploma), pode-se dizer que os
típicos sempre foram de farto uso no processo
do trabalho; exemplos são o adiamento da
audiência por convenção das partes, a
suspensão do processo para tratativas de
conciliação, a desistência de pedidos com
concordância da parte contrária.
Quanto aos atípicos para modulação de
procedimento e ajuste de regras ao processo,
foram inseridos no sistema através do art. 190
do CPC de 2015, mas previamente à vigência já
se manifestou resistência de aceitação pelo
processo do trabalho. Isso porque a Instrução
Normativa TST 39/16 limitou sua aplicação ao
processo do trabalho, entendendo que não teria
com ele compatibilidade. Embora essa instrução
não tenha caráter vinculante, a partir dessa
primeira interpretação se instalou resistência à
figura, que foi pouco discutida no âmbito do
processo do trabalho até aqui.
Entretanto, observa-se que advogados e
magistrados são agora compelidos a revisar
essa posição refratária inicial ao negócio
processual a partir das necessidades criadas
pelo panorama da pandemia.
O negócio processual entra definitivamente em
cena, em especial quando se analisa a
possibilidade da realização da audiência
telepresencial, que também encontra resistência
generalizada da comunidade jurídica, por
motivos diversos.
Como a audiência por teleconferência não deixa
de se constituir espécie de alteração do
procedimento tradicional, poderia ser objeto de
negócio processual atípico.
Considerando essa resistência diagnosticada na
comunidade jurídica em geral e a necessidade
de retomada integral da marcha processual,
sempre que possível, propõe-se, para melhor
aceitação dessa controversa novidade, a
elaboração de um negócio jurídico processual
plurilateral, onde se contará com a participação
242
Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
dos procuradores e do juiz em sua formulação,
através da designação de audiência para
saneamento compartilhado do processo.
Vários motivos justificam essa proposta:
primeiro, porque, considerando a reticência
inicial quanto à compatibilidade do negócio
processual para modular procedimentos, essa
sistemática compartilhada talvez seja mais
palatável a todos os envolvidos; em segundo
aspecto, porque, como contará com a
participação dos advogados e do juiz, o
controle de validade e os limites dessa
negociação estarão sendo feitos de forma
contínua e concomitante por todos os atores
processuais; e terceiro, porque a experiência
mostra que é mais fácil se chegar a um
consenso entre partes opostas com um
mediador - e o juiz poderá servir como
mediador nessa situação tão delicada.
Ressalte-se que também é possível a
negociação dos termos da teleaudiência de
forma bilateral, não obstante pareça ser de
mais difícil consenso. O que se tem observado
na prática é que muitos advogados, quando
consultados por despacho judicial sobre a
possibilidade da adoção da instrução por
teleconferência, tendem a responder
negativamente.
As justificativas são variadas, indo de motivos
técnicos ao receio da contaminação da prova
pela falta de segurança do entorno, mas, em
suma, trata-se de uma reação humana comum:
o receio de lidar com uma quebra de
paradigma disruptiva.
Para lidar com essa resistência e demonstrar a
viabilidade da instrução por videoconferência, a
adoção do saneamento compartilhado do
processo, em audiência telepresencial, com a
participação dos advogados, em verdadeiro
negócio processual plurilateral, parece ser mais
democrático.
Nesse procedimento, aplica-se a norma
prevista no art. 357, §3º, do CPC,
aproveitando-se que o Ato 11/20 do GCGJT faz
referência expressa tanto à negociação
processual quanto à adoção emergencial da
sistemática procedimental do CPC.
Explica-se. O art. 357 do CPC estabelece que,
em não sendo hipótese de julgamento
antecipado ou de extinção do processo, o juiz
deverá proferir decisão de saneamento e de
organização do processo, resolvendo eventuais
questões processuais pendentes, delimitando
as questões de fato sobre as quais deverá
recair a atividade probatória e especificando os
meios de prova admitidos, definindo a
distribuição do ônus da prova, delimitando as
questões de direito relevantes para a decisão
do mérito e designando, se necessário,
audiência de instrução e julgamento.
Essa decisão de saneamento tradicionalmente
é formalizada nos autos de forma escrita, como
decisão interlocutória, mas o § 3º do mesmo
artigo estabelece que, quando a causa
apresentar complexidade em matéria de fato ou
de direito, o juiz deverá designar audiência
para que o saneamento seja feito em
cooperação com as partes, oportunidade em
que, se for o caso, convidará as partes a
integrar ou esclarecer suas alegações.
Embora no processo civil a audiência esteja
prevista como mandatória para as causas que
apresentem maior complexidade em matéria de
fato e de direito, pode ser adotada como
procedimento de rotina no processo do
trabalho, no contexto da pandemia, para que o
juiz e os advogados negociem condições que
viabilizem a realização da audiência de
instrução por teleconferência.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
Nesse caso, sugere-se que as partes sejam
primeiramente intimadas para especificação de
pontos controvertidos e indicação de provas a
serem produzidas; posteriormente os autos
devem ser incluídos em pauta para audiência
de conciliação, que se reputa essencial ao
processo trabalhista, seguida de saneamento
compartilhado, caso necessário.
Uma vez que as partes já especificaram
previamente seus pontos controvertidos, existe
condições para que o juízo faça uma análise
prévia da complexidade das questões
envolvidas, levando para a audiência, caso
infrutífera a conciliação, uma proposta de
saneamento e de prosseguimento na coleta
das provas orais.
Permite-se, ali, o contraditório, e eventuais
objeções e questionamentos levantados pelas
partes já são consideradas e decididas. Em
muitos casos, inclusive, as partes e o juízo
podem concluir pela desnecessidade de
produção de outras provas, prosseguindo-se
com o julgamento do processo no estado em
que se encontra.
Caso remanesça a necessidade de produção
de prova oral, passa-se à negociação de
prosseguimento para a teleconferência, caso
as partes apresentarem condições técnicas
para isso. A própria audiência de saneamento
já permite avaliar o grau de complexidade da
causa e balizar questões como a estabilidade
do sinal de internet e a facilidade do manuseio
da plataforma pelos envolvidos. Deve-se
respeitar a decisão dos advogados, caso
apontem elementos razoáveis para o não
prosseguimento da instrução por
videoconferência.
Ainda que de início as partes se mostrem
contrárias à instrução por vídeo, nesse
momento é possível argumentar demonstrando
sua viabilidade. É importante deixar claro que
existe segurança no sistema (os depoimentos
são gravados e disponibilizados nos autos e a
ata é gerada pelo sistema) e que existe um
compromisso do juízo quanto à estrita
observação do devido processo legal (o que se
dá, por exemplo, quando se deixa expressa a
garantia que no caso de inconsistências do
sinal de internet de qualquer dos envolvidos ou
problemas técnicos os atos serão suspensos e
retomados em outra data, sem penalização).
Nessa oportunidade também é possível ajustar
o procedimento com as partes: se serão
ouvidas apenas as partes, inicialmente, como é
possibilitado pelo Ato 11, ou se já serão
ouvidas também testemunhas; se as
testemunhas serão ouvidas em suas próprias
residências ou se irão ao escritório do
advogado (o que muitas vezes é necessário,
considerando os notórios problemas de
inclusão digital desigual); determinar em
conjunto como se dará o depoimento, inclusive
ajustando detalhes como a posição que a
câmera deverá ficar para que seja possível
visualizar todo o entorno do local onde será
realizado o ato, também ajuda a dar segurança
aos envolvidos.
Essas negociações, mediadas pelo juiz, têm o
condão de fortalecer as relações de confiança
das partes com o Judiciário e entre si
mesmas, conduzindo a uma solução adequada
e eficiente. Também diminuem a litigiosidade,
favorecendo solução conciliada.
Em suma, a designação de audiência para
saneamento e organização compartilhadas do
processo, como negociação processual
plurilateral, coloca em evidência e estimula o
fortalecimento das relações cooperativas e de
boa-fé entre todos os atores processuais.
Sem a construção de uma relação de confiança
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação
entre os envolvidos a instrução por
videoconferência se tornará muito difícil, para
não dizer impossível. E, negociados os termos
da audiência de forma plurilateral, todos ficam
vinculados ao que foi ajustado, diminuindo
posteriores discussões sobre nulidades
processuais. Talvez, num período pós-
pandemia, isso possa colaborar para a
melhoria da prestação jurisdicional célere e
efetiva - até porque algumas questões vieram
para ficar, como tende a ocorrer com as cartas
precatórias.
Nesse sentido, é importante lembrar a reflexão
que o sociólogo português Boaventura de
Souza Santos (A Cruel Pedagogia do Vírus,
2020) faz sobre os efeitos do vírus: embora
seja uma situação cruel, também se apresenta
à sociedade como uma questão pedagógica,
que demanda uma viragem epistemológica,
cultural e ideológica para que sejam
encontradas soluções políticas, econômicas e
sociais que garantam a continuidade da vida
humana digna no planeta. O período de
sofrimento também pode gerar aprendizagem e
evolução coletivas.
Assim, talvez seja possível aproveitar essa
experiência tão difícil para criar um
procedimento que seja mais adequado à
resolução justa e célere dos conflitos, com
responsabilidade compartilhada entre todos os
atores do processo.
Ana Paula Sefrin Saladini - Juíza Titular da
Vara do Trabalho de Cambé - Paraná.
Conselheira da Escola Judicial do TRT-9,
Gestão 2020-2021. Especialista em Direito Civil
e Processo Civil (UEL-Londrina) e em Direito
do Trabalho (UNIBRASIL - Curitiba). Mestra em
Ciência Jurídica (UENP - Jacarezinho).
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -
Conciliação
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Justiça em Números
As novas tecnologias e a verificaçãoda incompetência territorial nos JEC
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Autor: Marcia Cristina Xavier de Souza
Recentemente, o prof. Marco Antônio Rodrigues
escreveu, neste site, um artigo sobre o impacto
das novas tecnologias na competência
territorial[1].
Inspirada por esse trabalho, resolvi tratar do
mesmo tema, agora sob a ótica dos JEC. Para
tanto, inicialmente, faz-se necessário traçar
algumas diferenças entre a incompetência
territorial disposta no CPC e na LJE.
No CPC, a competência territorial, por ser
espécie de competência relativa, pode ser
modificada pela vontade das partes,
dependendo de alegação da inobservância de
suas regras pelo réu em sede de contestação.
Se acolhida sua alegação, os autos são
remetidos ao juízo competente (arts. 54 e 65, do
CPC).
Nos JEC, a alegação segue regras diversas. A
concepção original da lei era a de não haver
documentação física do processo, como
consequência da extrema oralidade
característica do procedimento em audiências.
Daí regras como as dos arts. 13, §3º, 36 e 44,
da LJE.
Em não havendo autos físicos, não haveria
documentação a se remeter para outro juizado
competente, o que justificaria a regra da
extinção do processo sem resolução do mérito
quando reconhecida a incompetência territorial
(art. 51, inc. III, da LJE)[2].
Por isso chegou-se, inclusive, a entender como
norma de ordem pública o reconhecimento de
incompetência territorial, uma vez que se
interpretou que haveria a possibilidade de
extinção do processo por tal motivo como
hipótese de atuação de ofício pelo juiz[3]. Em
alguns Juizados, contudo, tem-se evitado a
extinção do processo com a remessa dos autos
ao outro juizado competente territorialmente.
Esta situação se agudiza mais quando o autor
de uma ação nos JEC é um consumidor. Os
JEC integram a Política Nacional de Defesa do
Consumidor e, aproximadamente, 12,41 % das
causas iniciadas nos JEC são consumeristas[4].
Entre outras regras de defesa do consumidor, o
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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Justiça em Números
CDCon dá preferência ao foro de domicílio do
autor para ajuizamento de suas causas,
permitida a opção por qualquer outro foro (art.
101, I, do CDCon).
Entretanto, ao serem propostas tais causas
perante os JEC, prevalece a competência da lei
especial e o autor se vê obrigado a ajuizar sua
demanda no foro de seu domicílio[5],
independentemente de ser o mais favorável
para a proteção de seus direitos, sob pena de
extinção do processo sem resolução do mérito
ou de remessa dos autos ao juizado
territorialmente competente.
Uma das razões que podem levar um
consumidor a promover sua ação no foro do
domicílio do réu, por exemplo, pode ser o fato
de ser este o local onde o autor dispende o
maior tempo de seu dia, seja por razões de
trabalho ou de estudo. Se for obrigado a
demandar no foro de seu domicílio, poderá não
ter condições de comparecer a qualquer das
audiências, o que também acarreta extinção do
processo sem resolução do mérito (art. 51, I, da
LJE).
Com a crescente utilização dos meios
eletrônicos nos processos esta dificuldade
poderia ser amenizada. Premido pelo
isolamento social, e sem possibilidades de
suspensão prolongada de seus serviços, o
Poder Judiciário se viu obrigado a acelerar o
uso desses meios, que já vinha sendo
implementado paulatinamente desde o advento
da Lei 11.419/2006[6].
Audiências totalmente virtuais e comunicação
dos atos processuais por meios eletrônicos são
apenas dois exemplos. Nos JEC, inclusive, há
recente e expressa autorização de realização
de sessões de conciliação não presenciais
(Lei nº 13.994/2020, que alterou os arts. 22 e
23, da LJE).
Por outro lado, não se pode negar que muito
ainda há a fazer para que cidadãos que são
excluídos do mundo digital não fiquem alijados
do efetivo acesso à justiça.
Mas é exatamente por tais motivos que não se
justifica, à luz das modernas tecnologias, ainda
se exigir o cumprimento de rígidas regras de
competência territorial, quando o processo é
eletrônico.
Poder-se-ia argumentar que, em tempos de
trabalho remoto em casa, não há óbice em ser
mantida a regra de competência territorial da
LJE. Contudo, não se pode esquecer que nem
todos os autores têm a possibilidade de
trabalhar de casa e, de qualquer modo, deve-
se dar a eles, nos JEC, a mesma opção que se
dá aos autores que ajuízam suas causas nas
Varas Cíveis, seguindo as regras de
competência territorial do CPC. Ou seja,
escolherem o foro sem o medo de ver seu
processo extinto sem resolução de mérito ou
remetido, de ofício, a outro juizado
territorialmente competente.
Viola o princípio da primazia da decisão do
mérito (art. 4º, do CPC), bem como o da
dignidade da pessoa humana e o da eficiência
processual (art. 8º, do CPC), a manutenção de
uma regra que, mesmo antes da ampla
utilização dos meios eletrônicos nos JEC, já era
considerada como obstáculo ao efetivo acesso
à justiça.
Assim, perde o sentido a determinação de
extinção do processo por incompetência
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Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias
quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Justiça em Números
territorial uma vez que, ironicamente, pelos
mesmos motivos que levaram à instituição da
regra do art. 51, inc. III, da LJE, praticamente
não há mais autos físicos a remeter ao juízo
competente, bem como praticamente inexiste a
possibilidade de as partes deixarem de
comparecer às audiências.
[1] Disponível em: https://www.jota.info/opiniao-
e-analise/colunas/tribuna-da-advocacia-
publica/tecnologia-resolucao-de-conflitos-e-o-
futuro-da-competencia-territorial-25072020> .
[2] DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições
de Direito Processual Civil. 3ª ed. São Paulo:
Malheiros, 2003, p. 784 e 785.
[3] STF, AI nº 805495/ES, Rel. Min. Carmen
Lúcia, 1ª Turma, julg. em 02/08/2010, public.
DJe-152 em 18/08/2010.
[4] Segundo o relatório Justiça em Números
de 2019 o segundo maior assunto demandado
nos Juizados Especiais em 2018 foi a
indenização por dano moral em questões
cíveis, com 5,06% do total das causas
(CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.
Relatório Justiça em Número 2019. Disponível
em: . Acesso em 29 de julho de 2020).
[5] Esta situação se mostra ainda mais
contundente em estados como o Rio de
Janeiro, cujo Código de Organização Judiciária
informa que a competência territorial dos fóruns
regionais é absoluta e sua incompetência
dispensa alegação do réu (art. 94, § 7º, do
CODJERJ).
[6] Interessante verificar, contudo, que a
informatização dos processos, apesar de ter se
intensificado consideravelmente nos primeiros
meses de 2020, já vinha sendo bastante
ampliada, e o Relatório Justiça em Números
informa que, no ano de 2018, apenas 16,2% do
total de processos novos ingressaram
fisicamente (CONSELHO NACIONAL DE
JUSTIÇA. Relatório Justiça em Número 2019.
Disponível em: . Acesso em 29 de julho de
2020).
Marcia Cristina Xavier de Souza - Mestre e
doutora em Direito pela Universidade Gama
Filho. Professora associada da FND/UFRJ.
Coordenadora do LEMASC/UFRJ - Laboratório
de Estudos em Meios Adequados de Solução
de Conflitos. Membro do Instituto dos
Advogados Brasileiros-IAB, da Associação
Brasileira de Direito Processual-ABDPro e do
Instituto Carioca de Processo Civil-ICPC.
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Justiça em Números, Judiciário -
Conciliação
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - STF
Alerj defende que a investigaçãocontra senador seja mantida na
segunda instância
Acesse a notícia clicando aqui
A ação está relacionada ao caso das
chamadas “rachadinhas”. Confira na
reportagem.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - STF
Uso da Inteligência Artificial (IA) noSTF é tema de live
Acesse a notícia clicando aqui
A ação foi promovida pela Associação de
Escritórios de Advocacia Empresarial, a
RedeJur. Confira na reportagem.
Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF
250
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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - STF
Confira decisão que definecompetências para julgar trabalho
artístico infantil
Acesse a notícia clicando aqui
Acompanhe decisão do STF que definiu a
competência para julgar ações relacionadas ao
trabalho artístico infantil.
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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça 2ª Ediçao
quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - STF
STF retomou julgamento que trata decorreção monetária de créditos
trabalhistas
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Plenário do Supremo Tribunal Federal
retomou o julgamento sobre aplicação de
índices de correção monetária de créditos
trabalhistas.
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252