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Corona 13082020 - Portal CNJ...TRT-BA pode abrir processo contra juiz por 33 licenças médicas e participar de leilões ... MPF seleciona projetos para monitorar acessibilidade de

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Conselho Nacional de Justiça - CNJ Total de notícias: 104

Índice

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Correio Braziliense | NacionalCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /

STF julga ação sobre antifas dia 19Política - 13/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário - Judiciário, CNJ - Humberto Martins /

Crime com padrão racialBrasil - 13/08/2020

Folha de S. Paulo | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, CNJ - Humberto Martins /

Juíza associa homem a grupo criminoso 'em razão da sua raçaCotidiano - 13/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

PAINELPoder - 13/08/2020

CNJ - Dias Toffoli, Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF /

STF veta novos processos a ministro próximo de se aposentarPoder - 13/08/2020

O Estado de S. Paulo | NacionalCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /

Supremo aprova aumento de 3,74% no orçamentoPolítica - 13/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Judiciário /

A proposta orçamentária do TJSPNotas e Informações - 13/08/2020

CNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /

'Nós respeitamos o teto de gastos, afirma BolsonaroEconomia - 13/08/2020

CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário - Judiciário, CNJ - Humberto Martins /

Juíza do Paraná liga raça a ato criminosoMetrópole - 13/08/2020

O Globo | NacionalCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF /

Plenário do STF vai julgar ação contra dossiê sobre servidores

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País - 13/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Judiciário /

Juíza será investigada por citar raça de réu em condenaçãoSociedade - 13/08/2020

CNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /

MP pede condenação de Crivella por abuso de poder políticoPaís - 13/08/2020

Valor Econômico | NacionalCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /

STF aprova regra sobre sorteios na CortePolítica - 13/08/2020

A Tribuna de Santos | São PauloCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /

Juíza menciona “raça” em pena no PRBrasil - 13/08/2020

Correio 24 Horas | BahiaCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /

'Raça' é usada porjuíza em pena no ParanáNoticias - 13/08/2020

Diário do Comércio - MG | Minas GeraisCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

Supremo aprova o orçamento para 2021Legislaçao - 13/08/2020

CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

Empresários cobram segurança jurídicaLegislaçao - 13/08/2020

Brasil 247 | NacionalCNJ - Humberto Martins /

Silvio Almeida diz que retratação de juíza é irrelevante e sua sentença com base na raçaprecisa ser anuladaNotícias - 12/08/2020

Carta Capital Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

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Juíza diz que homem é integrante de grupo criminoso 'em razão de sua raça'Noticias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Em meio à pandemia, STF mantém presa idosa com câncerNoticias - 12/08/2020

Correio do Estado | Mato Grosso do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /

'Esforços despendidos versus resultados obtidos, a conta foi negativa'Noticias - 13/08/2020

Estadão Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

TJ paulista quer ampliar gastos em R$ 6,8 bilhõesPolítica - 12/08/2020

Extra online | Rio de JaneiroCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

OAB pede investigação por crime de racismo após juíza do Paraná citar três vezes a raçade um réu negro ao condená-loBrasil - 13/08/2020

Folha Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Kim Kataguiri aciona CNJ contra prêmio de R$ 100 mil para desembargadores de SPcolunas e blogs - 12/08/2020

Gazeta do Povo | ParanáCNJ - Humberto Martins /

CNJ vai apurar conduta de juíza acusada de racismo; magistrada se desculpouNotícias - 12/08/2020

Isto é Dinheiro Online | NacionalCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /

'Raça' é usada por juíza em pena no ParanáGiro - 13/08/2020

Metrópoles | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Justiça edita norma e permite presença de pais em casamentos civis no DF

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Notícias - 12/08/2020

O Antagonista | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Toffoli faz comemoração no CNJ e quem paga é vocêNotícias - 12/08/2020

O Estado CE Online | CearáCNJ - Humberto Martins /

Privatização é só da boca para fora, no CongressoOpiniao - 13/08/2020

O Estado de S. Paulo - Blogs | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Recuperação judicial, covid-19 e tutela provisóriaFausto Macedo - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Toffoli marca para 19 de agosto julgamento de ação da Rede sobre dossiêFausto Macedo - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Alterações na Lei de Recuperação Judicial podem não ser suficientes para superar a criseFausto Macedo - 12/08/2020

O Globo Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Justiça em Números /

Justiça à distânciaOpinião - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

STF quer aumentar em R$ 26 milhões orçamento para 2021Brasil - 12/08/2020

UOL | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Já passou da hora de os negros brasileiros serem tratados como judeusNotícias - 12/08/2020

CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /

'Raça' é usada por juíza em pena no Paranácotidiano - 13/08/2020

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Valor Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

Presidente da Abag vê setor privado como artífice do desenvolvimento da AmazôniaBrasil - 12/08/2020

Bahia Notícias | BahiaCNJ - Humberto Martins /

TRT-BA pode abrir processo contra juiz por 33 licenças médicas e participar de leilõesNotícias - 12/08/2020

Bem Paraná Online | ParanáCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

CNJ abre investigação sobre sentença racista em CuritibaNotícias - 13/08/2020

Congresso em Foco Online | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Parlamentares pedem ação do CNJ contra juíza que usou raça ao condenar réuNotícias - 12/08/2020

Consultor Jurídico | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Conciliação /

Judiciário cresce diante da calamidade e de ameaças ao Estado de DireitoNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Alienação eletrônica dispensa atos do juízo do local do bem penhoradoNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

TJ-SP edita resolução sobre serviço voluntário no Judiciário paulistaNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

MPF seleciona projetos para monitorar acessibilidade de sites do governoNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Trecho ambíguo de decisão no Paraná causa polêmica racialNotícias - 12/08/2020

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CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /

Corregedor abre procedimento para apurar conduta de juíza do ParanáNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille Gomes /

Desmatamento e grilagem na Amazônia preocupam empresários e JudiciárioNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /

Cúpula do Judiciário prestigia lançamento do Anuário da Justiça Brasil 2020Notícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

STF aprova proposta orçamentária de R$ 712,4 milhões para 2021Notícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Cai número de mortes por acidente, mas dispara óbitos em casaNotícias - 12/08/2020

Folha de Pernambuco | PernambucoCNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins, Judiciário - Conciliação /

TJPE celebra 198 anos na quintaNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Kim Kataguiri aciona CNJ contra prêmio de R$ 100 mil para desembargadores de SPNotícias - 12/08/2020

Jornal de Brasília | Distrito FederalCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /

'Raça' é usada por juíza em pena no ParanáNotícias - 13/08/2020

Noticiário STF | Distrito FederalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Presidente e ministros do STF participam de cerimônia virtual de lançamento do Anuárioda Justiça Brasil 2020Notícias STF - 12/08/2020

O Estado do Maranhão | MaranhãoCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

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5ª Vara Criminal divulga medidas de prevenção à Covid-19Notícias - 12/08/2020

O Progresso | Mato Grosso do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Em Dourados, 270 mulheres pediram medidas de proteção na pandemiaNotícias - 12/08/2020

O Sul | Rio Grande do SulCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

O Conselho Nacional de Justiça autoriza videoconferência em processos com adolescentesNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça /

O Conselho Nacional de Justiça abre procedimento contra a juíza que disse que homemnegro era 'integrante de grupo criminoso em razão de sua raça'Notícias - 12/08/2020

Tribuna Hoje - AL | AlagoasCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Juíza Carolina Valões capacita farmacêuticos sobre combate à violência domésticaNoticias - 12/08/2020

Diário do Poder | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

CNJ afastará desembargador boçal de SP dia 25Noticias - 13/08/2020

Jota | NacionalCNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Estados pedem ao STF suspensão de ações sobre responsabilidade por terceirizadoNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

STF exclui ministros que estejam a 60 dias da aposentadoria de distribuição de açõesNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça /

Guedes envia esclarecimentos ao STF contra pedido para afastá-lo de MinistérioNotícias - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, Judiciário - Conciliação /

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Pandemia pode deixar legado de corrupção maior que a Lava Jato, diz procuradorNotícias - 13/08/2020

Globo News | NacionalCNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /

Conselho Nacional de Justiça determina apuração da conduta da juíza do ParanáGlobo Repórter - 13/08/2020

CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /

CNJ apura conduta de juíza do Paraná que mencionou cor de réuDiálogos com Mario Sergio Conti - 13/08/2020

TV Justiça | Rio de JaneiroCNJ - Dias Toffoli, Judiciário - STF /

Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso se reúnem com lideranças empresariaisJornal da Justiça - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ /

CNJ promove reunião pública sobre igualdade racialJornal da Justiça - 12/08/2020

CNJ - Dias Toffoli /

Suspensão de prazos de processos físicos é prorrogada até 20 de setembroJornal da Justiça 2ª Ediçao - 12/08/2020

CNJ - Humberto Martins /

Corregedor abre procedimento para apurar conduta de juíza do PRJornal da Justiça 2ª Ediçao - 12/08/2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça, CNJ - CNJ /

CNJ publica resolução sobre audiências de atos infracionais praticados por adolescentesJornal da Justiça 2ª Ediçao - 12/08/2020

Band News (Rio de Janeiro) | Rio de JaneiroCNJ - Corregedor(a) Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /

O Ministro Humberto Martins determinou agora pouco que seja aberto inquérito paraapurar a conduta da juízaNotícias - 12/08/2020

Bandeirantes (São Paulo) | São PauloCNJ - Corregedor(a) Nacional de Justiça, CNJ - Humberto Martins /

Decisão sobre o futuro do desembargador Eduardo Siqueira já tem data marcada

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Noticias - 13/08/2020

Correio Braziliense | NacionalJudiciário - STF /

Mais baixas à vistaPolítica - 13/08/2020

Judiciário - STF /

Dinheiro da Lava-Jato vai para militares na AmazôniaBrasil - 13/08/2020

Folha de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /

Saída de Datena embaralha disputa para vice de CovasPoder - 13/08/2020

Judiciário - STF /

MÔNICA BERGAMOIlustrada - 13/08/2020

O Estado de S. Paulo | NacionalJudiciário - STF /

Procuradoria cita abuso de poder religioso em ação contra CrivellaPolítica - 13/08/2020

Judiciário - Judiciário /

TJ de São Paulo gasta R$ 13,5 milhões em 'vantagens pessoaisPolítica - 13/08/2020

Judiciário - Judiciário /

A debandadaNotas e Informações - 13/08/2020

Judiciário - STF /

Verba da Lava Jato para Amazônia ficou com a DefesaMetrópole - 13/08/2020

O Globo | NacionalJudiciário - STF /

CARLOS ALBERTO SARDENBERG - Liberou geral?Opinião - 13/08/2020

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Valor Econômico | NacionalJudiciário - STF /

STF vai julgar produção de dossiê por ministérioPolítica - 13/08/2020

Judiciário - Judiciário /

Estados contratam sem consulta jurídicaPolítica - 13/08/2020

Judiciário - STF /

Guedes diz que MPF atua de forma “nefasta”Política - 13/08/2020

Judiciário - Judiciário /

Delação de Messer é homologada, com devolução de R$ 1 biPolítica - 13/08/2020

Judiciário - STF /

“Se houver fracasso, povo vai atribuir às Forças Armadas”Política - 13/08/2020

Judiciário - Judiciário, Judiciário - STF /

STF começa a julgar aplicação do IPCA-E em dívida trabalhistaLegislação & Tributos - 13/08/2020

G1.Globo | NacionalJudiciário - Sistema Carcerário /

Familiares de presas reclamam de falta de informações na Penitenciária de Três CoraçõesSul de Minas - 12/08/2020

Judiciário - Conciliação /

Pela internet, centros de resolução de conflitos ajudam de forma gratuita população compendências judiciaisPernambuco - 12/08/2020

O Liberal - Belem | ParáJudiciário - PJE /

Comissão da Alepa aprova PL que suspende, até 2021, validade dos concursos públicosNotícias - 12/08/2020

Alagoas 24Horas | AlagoasJudiciário - Conciliação /

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Juíza idealiza projeto para preservar vínculos familiares em processos de guarda evisitaçãonotícias - 12/08/2020

Consultor Jurídico | NacionalJudiciário - Conciliação /

Pandemia impulsionou a transformação digital no Judiciário, diz Dias ToffoliNotícias - 12/08/2020

Diário do Centro do Mundo | NacionalJudiciário - Sistema Carcerário /

Casos de covid-19 no sistema carcerário aumentam 72,4% em um mêsNotícias - 12/08/2020

Estado de Minas online | Minas GeraisJudiciário - Conciliação /

Em plena pandemia de COVID-19, tensão marca reintegração de posse no Sul de MinasNotícias - 12/08/2020

Judiciário - Conciliação /

MP vai à Justiça contra acordo de R$ 25 milhões firmado com empresas de ônibus emUberlândiaNotícias - 12/08/2020

Judiciário - Conciliação /

Governo Zema pede a suspensão de reintegração de posse no Sul de MinasNotícias - 12/08/2020

O Tempo - Super Notícia | Minas GeraisJudiciário - Conciliação /

Famílias do MST são desalojadas de terreno que ocupavam há 20 anos, no Sul de MGNoticias - 12/08/2020

Jota | NacionalJudiciário - Conciliação /

Pandemia, suspensão do atendimento presencial e audiências telepresenciaisNotícias - 12/08/2020

Judiciário - Justiça em Números, Judiciário - Conciliação /

As novas tecnologias e a verificação da incompetência territorial nos JECNotícias - 13/08/2020

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TV Justiça | Rio de JaneiroJudiciário - STF /

Alerj defende que a investigação contra senador seja mantida na segunda instânciaJornal da Justiça - 12/08/2020

Judiciário - STF /

Uso da Inteligência Artificial (IA) no STF é tema de liveJornal da Justiça - 12/08/2020

Judiciário - STF /

Confira decisão que define competências para julgar trabalho artístico infantilJornal da Justiça - 12/08/2020

Judiciário - STF /

STF retomou julgamento que trata de correção monetária de créditos trabalhistasJornal da Justiça 2ª Ediçao - 12/08/2020

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

STF julga ação sobre antifas dia 19

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Rosinei Coutinho/SCO/STF - 18/6/20

O presidente do Supremo Tribunal Federal

(STF), Dias Toffoli, marcou para 19 de agosto o

julgamento de uma ação da Rede sobre um

dossiê elaborado pelo governo contra 579

servidores federais e estaduais identificados

como integrantes do movimento antifascismo

("antifas"). Na ação, o partido pede à Corte a

abertura de inquérito na Polícia Federal para

investigar o caso. O tema vai ser discutido pelos

11 ministros em sessão plenária realizada por

videoconferência.

Na última terça-feira, o ministro da Justiça,

André Mendonça, se antecipou e encaminhou

ao Congresso uma cópia do relatório sobre

opositores do governo Jair Bolsonaro. O

documento, com cerca de 200 páginas, foi

entregue ao presidente da Comissão Mista de

Controle das Atividades de Inteligência (CCAI),

senador Nelsinho Trad (PSD-MS), antes que o

colegiado fizesse uma solicitação. Em nota, a

pasta também informou que a PF vai investigar

o vazamento do "dossiê".

A existência do documento feito pela Diretoria

de Inteligência da Secretaria de Operações

Integradas (Seopi) com informações sobre

servidores da área de segurança pública e da

educação, identificados com o movimento

antifascismo, foi revelada pelo portal UOL em

julho. Na sexta-feira passada, o ministro da

Justiça negou o termo "dossiê", afirmando que

remete a algo ilegal, mas admitiu que a pasta

monitorou opositores ao governo. Os

parlamentares só deverão ter acesso ao

relatório da pasta na semana que vem.

Em resposta enviada ao Supremo, na semana

passada, o Ministério da Justiça e Segurança

Pública disse que não investiga opositores do

governo e negou que produza dossiês. A pasta

disse ainda que não pode compartilhar com a

Corte informações de Inteligência produzidas

pela Seopi. A manifestação foi enviada ao

tribunal depois de a relatora do caso, Cármen

Lúcia, cobrar explicações.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

O ministério disse ainda que a produção de

relatórios em secretarias é "atividade essencial

para a segurança do Estado e dos cidadãos", e

que a Seopi "não se coloca a serviço de

grupos, ideologias e objetivos mutáveis e

sujeito às conjunturas político-partidárias". A

pasta defende o arquivamento da ação

apresentada pela Rede, sob argumento que o

partido não conseguiu demonstrar a existência

dos atos que descreveu.

Megadoleiro vai devolver R$ 1 bilhão

A Justiça Federal do Rio de Janeiro

homologou, ontem, a delação de Dário Messer,

o "doleiro dos doleiros". Ele foi preso na

Operação Câmbio, Desligo, desdobramento da

Lava-Jato. Além de cumprir até 18 anos de

prisão, Messer concordou em pagar multa de

R$ 1 bilhão. O esquema investigado envolve

R$ 1,6 bilhão em lavagem de dinheiro que

ocorre a partir do Paraguai. De acordo com o

Ministério Público Federal, documentos e

informações prestadas por Messer devem

ajudar na elucidação de diversos crimes,

inclusive o envio de dólar-cabo para o exterior

em esquemas de corrupção. Este R$ 1 bilhão

representa quase 99% do patrimônio conhecido

do doleiro. Neste valor estão incluídos imóveis,

obras de arte armazenadas no Paraguai, entre

outros bens.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli, Judiciário - STF

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Brasil

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Crime com padrão racial

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Autor: Sarah Teófilo

A decisão de uma magistrada se tornou um dos

assuntos mais comentados nas redes sociais

ontem, com reação de juristas e de instituições.

A juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara

Criminal do Tribunal de Justiça de Curitiba

(TJPR), citou uma questão de raça em uma

sentença, afirmando que o réu era

"seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça". O homem, Natan Vieira

da Paz, de 42 anos, é negro.

O caso é um processo envolvendo nove réus,

no qual Natan foi denunciado pela prática de

furto, roubo e organização criminosa. A

investigação apontou envolvimento do homem e

outras pessoas em roubos e furtos em praças

públicas de Curitiba. Na sentença, cita-se que

Natan é conhecido como "Neguinho".

Em depoimento, um policial civil diz que "o

grupo tentava parecer e se identificar como

pessoas com aparência comum da população".

O policial afirma que um integrante era um

"senhorzinho" de bigode; outro usava óculos "e

parecia mais intelectual, tentando parecer um

professor". "Fugindo desse padrão, estava

Natan, que era magro e negro, e de fácil

identificação, e por isso acredita que ele possuía

o encargo de despistar, estando sempre na

cobertura", diz o policial.

A sentença é de junho, mas ganhou

repercussão após a advogada de Natan, Thayse

Pozzobon, denunciar o caso nas redes sociais.

"Associar a questão racial à participação em

organização criminosa revela não apenas o

olhar parcial de quem, pela escolha da carreira,

tem por dever a imparcialidade, mas, também, o

racismo ainda latente na sociedade brasileira",

pontuou a defensora.

Para ela, "um julgamento que parte dessa ótica

está maculado". "Fere não apenas meu cliente,

como toda a sociedade brasileira. O poder

Judiciário tem o dever de não somente aplicar

a lei, mas também, através de seus julgados,

reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou

seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-

las como fez a magistrada ao associar a cor da

pele ao tipo penal", escreveu Thayse.

Ao Correio, a advogada disse: "Achei isso o

cúmulo. O processo discute crimes patrimoniais,

e isso não cabe interpretação de raça. Por isso

a minha indignação", afirmou.

Natan foi condenado a 14 anos e dois meses de17

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

reclusão, mas poderá recorrer em liberdade. O

TJPR informou, em nota, que a Corregedoria-

Geral do Tribunal "instaurou procedimento

administrativo para apurar fatos noticiados pela

imprensa relativos à sentença proferida pela

juíza".

Dubiedade

Em nota, a juíza Inês Marchalek Zarpelon

defendeu-se. Disse que "em nenhum momento

houve o propósito de discriminar qualquer

pessoa por conta de sua cor". "O racismo

representa uma prática odiosa que causa

prejuízo ao avanço civilizatório, econômico e

social. A linguagem, não raro, quando extraída

de um contexto, pode causar dubiedades.

Sinto-me profundamente entristecida se fiz

chegar, de forma inadequada, uma mensagem

à sociedade que não condiz com os valores

que todos nós devemos diuturnamente

defender", escreveu em nota publicada no site

da Associação dos Magistrados do Paraná

(Amapar).

"Em nenhum momento a cor foi utilizada -- e

nem poderia -- como fator para concluir, como

base da fundamentação da sentença, que o

acusado pertence a uma organização

criminosa. A avaliação é sempre feita com base

em provas. A frase foi retirada, portanto, de um

contexto maior, próprio de uma sentença

extensa, com mais de cem páginas", garantiu.

Inês não explicou, no entanto, o que quis dizer

ao falar sobre a raça de Natan, citada em três

momentos diferentes na sentença dele.

"Reafirmo que a cor da pele de um ser humano

jamais serviu ou servirá de argumento ou

fundamento para a tomada de decisões

judiciais. O racismo é prática intolerável em

qualquer civilização e não condiz com os

valores que defendo. Peço sinceras desculpas

se, de alguma forma, em razão da

interpretação do trecho específico da sentença

(pág. 117), ofendi a alguém", escreveu a juíza.

CNJ cobra providências; OAB declara repúdio

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu

à Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça do

Paraná (TJPR) que apure os fatos relativos à

sentença proferida pela juíza Inês Marchalek

Zarpelon no prazo de 30 dias, e que seja

remetido ao CNJ o resultado da apuração. O

pedido de providências foi feito pelo corregedor

nacional de Justiça, ministro Humberto

Martins.

Ainda ontem, a Ordem dos Advogados do

Brasil do Paraná (OAB-PR) repudiou a

fundamentação da magistrada. "A afirmação é

inaceitável e está na contramão do princípios

constitucional da igualdade e da não

discriminação. Cor e raça não definem caráter

e jamais podem ser utilizadas para

fundamentação de sentença", informou. O

órgão diz que solicitou ao TJ e ao Ministério

Púbico providência para a apuração dos fatos.

A Defensoria Pública do estado do Paraná

também divulgou nota de repúdio à

fundamentação da magistrada. "Não se pode

tolerar, de nenhuma forma e de quem quer que

seja, que a raça ou a cor da pele de uma

pessoa seja motivo de valoração negativa ou

influencie presunções sobre sua conduta e sua

personalidade, tampouco que fundamente juízo

condenatório ou maior repressão penal", frisou

o órgão.

A defensoria também convocou defensores

públicos para a formação de uma força-tarefa a

fim de verificar se há outros casos similares

proferidos pela mesma juíza e que não vieram

a público nos últimos 12 meses.

Presidente da Comissão Nacional de18

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Promoção da Igualdade (CNPI) da Ordem dos

Advogados do Brasil (OAB), Silvia Cerqueira

afirma que, independentemente do crime que a

pessoa tenha cometido, a postura não é

adequada para "alguém que está como

preposto do Estado para fazer justiça".

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, Judiciário -

Judiciário, CNJ - Humberto Martins

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Juíza associa homem a grupocriminoso 'em razão da sua raça

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Autor: Katna Baran

A raça foi uma das características usadas para

associar um homem a um grupo criminoso em

Curitiba (PR). Nas palavras da juíza Inês

Marchalek Zarpelon, o réu Natan Vieira da Paz,

um homem negro de 48 anos, "seguramente"

integrava a organização, "em razão de sua

raça".

A frase foi repetida em três partes da sentença

de 115 páginas, da ia Vara Criminal de Curitiba.

A decisão é do dia 19 de junho, mas ganhou

repercussão com a revolta da advogada do réu,

Thayze Pozzobon, que compartilhou a sentença

nas redes sociais.

"Associar a questão racial à participação em

organização criminosa revela não apenas o

olhar parcial de quem, pela escolha da carreira,

tem por dever a imparcialidade, mas também o

racismo ainda latente na sociedade brasileira",

escreveu a advogada.

Após o impacto do caso, a Corregedoria do

Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) informou

em nota que instaurou procedimento

administrativo para apurar os fatos.

Natan, cujo apelido é "Neguinho", como detalha

apropria sentença, foi condenado a 14 anos e 2

meses de prisão, em regime fechado, além de

multa, por roubos e furtos praticados em

organização criminosa. Ele pode recorrer da

condenação em liberdade.

Ao fixar a pena, seguindo as diversas etapas

previstas em lei, que levam em conta as

circunstâncias do crime e as características do

acusado, a juíza apontou que Natan é réu

primário e que "nada se sabe sobre sua conduta

social", mas que a sua atuação merecia ser

valorada negativamente.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

"Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça", escreveu a magistrada.

Na sequência, ela afirmou que, no grupo

criminoso que integrava, ele e os demais réus

"causavam o desassossego e a desesperança

da população", fator que deveria ser

considerado para valorar negativamente as

condutas.

A característica usada para condenar Natan, no

entanto, não foi usada pela juíza para qualificar

nenhum dos outros seis réus julgados na

mesma sentença - outros dois foram citados

como participantes dos crimes, mas, como não

foram encontrados para citação, foram

separados do processo. Todos fariam parte de

um mesmo grupo suspeito da prática de

diversos frutos e roubos em Curitiba.

Ao cobrar providências, a advogada do réu

disse que a juíza ofendeu a Constituição ao

não considerar todos os acusados iguais

perante alei.

"Organização criminosa nada tem a ver com

raça, pressupor que pertencer a certa etnia te

levaria à associação ao crime demonstra que a

magistrada não considera to dos iguais,

ofendendo a Constituição. Um julgamento que

parte dessa ótica está maculado. Fere não

apenas meu cliente, como toda a sociedade

brasileira", escreveu na postagem.

Via Associação dos Magistrados do Paraná

(Amapar), a juíza divulgou uma nota em que

pede desculpas pelo ocorrido, mas afirma que

a frase foi "retirada de um contexto maior" e

que a cor da pele do réu não foi levada em

consideração para condená-lo.

"Em nenhum momento a cor foi utilizada - e

nem poderia - como fator para concluir, como

base da fundamentação da sentença, que o

acusado pertence a uma organização

criminosa. A avaliação é sempre feita com base

em provas", afirmou a juíza.

"Reafirmo que a cor da pele de um ser humano

jamais serviu ou servirá de argumento ou

fundamento para a tomada de decisões

judiciais. O racismo é prática intolerável em

qualquer civilização e não condiz com os

valores que defendo", concluiu na nota.

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) abriu

investigação para apurar crime de racismo

cometido pela juíza. O corregedor nacional de

Justiça, Humberto Martins, concedeu 30 dias

para que a corregedoria do Tribunal de Justiça

do Paraná elucide os fatos.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - CNJ, CNJ -

Humberto Martins

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CNJ - Conselho Nacional de Justiça

PAINEL

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Autor: Camila Mattoso com Mariana Carneiro,

Guilherme Seto e Nathalia Garcia

Olho no olho

As agendas de Jair Bolsonaro em estados, em

clima de campanha, têm provocado incômodo e

desconfiança. Atacados durante o primeiro

semestre por causa de medidas durante a crise

do coronavírus, governadores agora veem o

presidente inaugurando obras em suas regiões.

Nesta quinta (13), mesmo sem ter sido

convidado, Bolsonaro deve se encontrar pela

primeira vez com um governador, Helder

Barbalho (MDB-PA), na inauguração de obra

que teve início no governo de Michel Temer.

CARONA

A viagem estava marcada inicialmente apenas

com a presença do ministro Rogério Marinho

(Desenvolvimento Regional). Depois, o

presidente avisou que também iria. Eles vão

entregar o Porto do Futuro, considerado novo

cartão postal da capital. A construção está em

andamento desde 2017, quando Barbalho ainda

era ministro da Integração Nacional.

SEM FALAR

Nos últimos dias, Bolsonaro foi a São Paulo,

Bahia e Piauí, onde saiu em fotos montado em

um cavalo, lembrando período eleitoral. Esses

governadores não receberam o presidente.

Todos são de oposição. O governo montou

cronograma de visita a obras até fim do ano. Só

o Ministério da lnfraestrutura entregará mais de

30 obras.

OK

"Será recebido com toda a responsabilidade e

deferência que um presidente da República

merece", diz Barbalho.

EXEMPLO

Presente na abertura dos cursos de formação

da PF, nesta terça (11), Bolsonaro mostrou mais

uma vez como trata o coronavírus. No final do

evento, o presidente avisou que tiraria a

máscara, dizendo não ser um problema já que

todos vão pegar a doença um dia. Disse que

está vivo mesmo depois de ter sido

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CNJ - Conselho Nacional de Justiça

contaminado.

HOME OFFICE

André Mendonça (Justiça) participou da

cerimônia por meio de videoconferência. Ele

está trabalhando em casa desde que sua

mulher e sua filha descobriram estar com o

vírus - já realizou um teste e esperava ainda o

resultado do segundo. Oito ministros já foram

diagnosticados com Covid-19.

LUPA

O procurador-geral da República, Augusto

Aras, designou Wilson Trezza, ex-diretor da

Abin, para uma comissão de Preservação da

Autonomia do Ministério Público. Trezza,

queficouno comando da agência por oito anos,

atuará como colaborador eventual. A

nomeação saiu no Diário Oficial nesta quarta

(12).

ÚLTIMA FORMA

A equipe econômica decidiu que vai reunir o

conteúdo das três propostas de emenda

constitucional que tramitavam no Senado antes

da pandemia. A avaliação é que não dá mais

tempo para votar os três projetos

separadamente, e a ideia é somar esforços

para facilitar o debate.

NOVO

As PECs criam gatilhos para o corte de

despesas obrigatórias e liberam dinheiro preso

em fundos. O objetivo é abrir espaço no

Orçamento e reduzir a pressão para furar o teto

de gastos. Um texto será elaborado pelo time

de Paulo Guedes e caberá a Davi Alcolumbre

(DEM-AP) definir o caminho para a votação.

PISTA

Um atalho pode ser inserir mudanças no texto

proposto pelo deputado Pedro Paulo (DEM-

R1), que já passou pela primeira etapa de

votação na CC1 (Comissão de Constituição e

Justiça). "Estou avisando há três anos que

haveria esse encontro com a realidade, que o

teto ia estourar, e eles nos ignoraram", diz o

deputado.

PAREM

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) acionou o

Conselho Nacional de Justiça com um

pedido para que o Tribunal de Justiça de SP

seja impedido de pagar prêmio de até R$ 100

mü a desembargadores que participem das

Câmaras Extraordinárias recentemente

autorizadas.

BÃ"NUS

Como revelado pelo Painel, haverá um dia de

compensação para cada sete processos

julgados. Convertidos em dinheiro, o que é

possível de acordo com a disponibilidade

orçamentária do tribunal, esses dias somam

aproximadamente R$ 100 mil.

CLÁSSICO

Marcelinho Carioca (PSL-SP) brigará com outro

ex- jogador do Corinthians por uma vaga em

novembro. O ex-atacante Dinei também

lançará pré-candidatura a vereador de São

Paulo, só que pelo Republicanos. Ele já se

candidatou em 2012 e em 2014, mas não

conseguiu se eleger.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça

TIROTEIO

Bolsonaro patina na implementação de internet

nas escolas. Não é novidade que não esteja

cumprindo o que anuncia

Do deputado Daniel Almeida (PCdoB) sobre

decisão do governo de não empenhar verba

prevista no orçamento para 2020

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020

CNJ - Dias Toffoli

STF veta novos processos a ministropróximo de se aposentar

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Autor: Matheus Teixeira

Brasília O STF (Supremo Tribunal Federal)

decidiu, nesta quarta-feira (12), que ministros a

60 dias de suas aposentadorias não participarão

de sorteios para a escolha do relator de

processos.

Assim, em 1° de setembro o nome do ministro

Celso de Mello será retirado do sistema que

distribui todas as ações que são protocoladas

no Supremo e, na sequência, encaminhadas

para o gabinete de algum magistrado.

Atualmente, o ministro é relator do inquérito que

apura a veracidade das acusações do ex-

ministro Sérgio Moro de que o presidente Jair

Bolsonaro (sem partido) tentou violar a

autonomia da Polícia Federal. Decano da corte,

ele sairá do STF em i° de novembro, quando

completará 75 anos - idade da aposentadoria

compulsória.

A decisão foi tomada em sessão administrativa

da corte desta quarta.

A reunião, realizada por meio de

videoconferência, também aprovou a proposta

de orçamento do Supremo para 2021. A

previsão é que a corte gaste R$ 712,4 milhões,

valor R$ 25,7 milhões maior que o deste ano.

Em relação à restrição fixada para ministros

perto da aposentadoria estão ressalvados

processos que tenham conexão com outros

casos em curso no STF.

Nessas situações, aplica-se a chamada

prevenção, e o novo litígio é enviado ao ministro

que já relata matéria sobre aquele tema.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020

CNJ - Dias Toffoli

O presidente da corte, ministro Dias Toffoli,

destacou que a regra já existe no STJ (Superior

Tribunal de Justiça). Inicialmente, Toffoli havia

proposto que a retirada ficasse a critério de

cada magistrado.

A sugestão de mudança veio do ministro Marco

Aurélio. "O objetivo é o melhor possível: evitar

que processo fique no gabinete aguardando o

sucessor do ministro que se afastará",

ressaltou Marco Aurélio, que irá se aposentar

em 13 de junho do ano que vem e, portanto,

estará fora do sorteio a partir de 13 de abril de

2021 Na mesma sessão administrativa foi

aprovada, também por unanimidade, a

proposta de orçamento do Supremo para 2021.

Toffoli alegou que o aumento em relação a este

ano, em que o valor ficou em R$ 686,7 milhões,

se deve à correção dos gastos em relação à

inflação.

O ministro afirmou que ainda teve de cortar R$

76,1 milhões do orçamento original elaborado

pelos técnicos do Supremo.

Agora, o presidente da corte encaminhará a

proposta ao Executivo, responsável por

consolidar o Orçamento da União e enviar ao

Congresso para aprovação.

Não há previsão de reajuste para os ministros

do Supremo, que atualmente ganham R$ 39,2

mil. O vencimento dos magistrados da cúpula

do Judiciário é usado como parâmetro para

estabelecer o teto constitucional. Assim,

qualquer aumento para os ministros poderia

criar o chamado efeito cascata e aumentar o

salário de outras categorias do serviço público.

Segundo a proposta, do total a ser gasto, R$

451,4 milhões serão destinados a "pessoal e

encargos sociais"; R$ 32 milhões em

"benefícios"; R$ 176 milhões em "outros cus-

teios e capital"; e R$ 52,9 mil em "despesas

financeiras".

Na sessão, Toffoli disse que neste ano foi

possível compartilhar gastos com outros

tribunais, o que facilitou aredução de custos.

Um exemplo é a TV Justiça, que era custeada

apenas pelo STF e, agora, tem os gastos

divididos com outras cortes superiores.

Após a aposentadoria compulsória de Celso de

Mello neste ano e a de Marco Aurélio em 2021,

o presidente Jair Bolsonaro indicará os nomes

dos substitutos, que devem ser aprovados em

seguida pelo Senado.

Bolsonaro já prometeu que uma das indicações

ao STF deve ser de um nome evangélico.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli, Judiciário - Judiciário, Judiciário -

STF

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Política

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

Supremo aprova aumento de 3,74%no orçamento

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O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou

ontem proposta orçamentária para 2021 no

valor de R$ 712,4 milhões, um salto de R$ 25,7

milhões em comparação à proposta aprovada

no ano passado para 2020 (R$ 686,7 milhões).

Segundo o STF, a proposta não inclui reajuste

salarial para os ministros da Corte, que recebem

mensalmente R$ 39,2 mil - teto do

funcionalismo público.

"O resultado (da proposta orçamentária de

2021) é a mera aplicação de índice inflacionário

sobre o orçamento de 2020, uma prática que

tem sido adotada desde a implantação do teto

constitucional de despesas", disse o presidente

da Corte, Dias Toffoli. O salto no valor da

proposta orçamentária de 2021, em relação à de

2020, é de 3,74%.

Segundo Toffoli, o orçamento foi elaborado com

a equipe de transição do próximo presidente da

Corte, Luiz Fux, que assumirá o comando do

tribunal no dia 10 de setembro. Fux disse que já

está em contato com a equipe econômica para

fazer eventuais ajustes. / RAFAEL MORAES

MOURA

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli, Judiciário - STF

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

A proposta orçamentária do TJSP

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Em meio a uma das maiores crises econômicas

enfrentadas pelo País, que reduziu

drasticamente a receita fiscal dos Estados,

obrigando-os a cortar gastos e suspender

investimentos, o Tribunal de Justiça de São

Paulo (TJSP) apresentou ao Executivo, ao qual

cabe elaborar o orçamento de 2021, uma

proposta irrealista. Foram pedidos R$ 19

bilhões, o que representa um aumento de 55%

com relação ao orçamento de 2020.

Nos três anos anteriores à crise fiscal causada

pela pandemia de covid-19, o orçamento do

Judiciário paulista ficou entre R$ 11,6 bilhões e

R$ 12,3 bilhões. Em termos absolutos, o TJSP

está pedindo quase R$ 7 bilhões a mais do que

recebeu em 2020. Entre outras justificativas, o

desembargador Pinheiro Franco alegou que o

aumento de mais de 50% no orçamento de 2021

decorre do crescimento dos gastos com folha de

pagamento. Dos R$ 19 bilhões pedidos ao

Executivo, o Tribunal prevê gastar R$ 14,5

bilhões somente com pagamento de salários e

despesas com pessoal. Esse valor é R$ 4,8

bilhões a mais do que o previsto para esse item

no orçamento de 2020. Segundo Pinheiro

Franco, a proposta orçamentária do TJSP para

o próximo ano foi formulada com base no que

chamou de "projeções ideais".

Isso dá a dimensão do irrealismo da Justiça

paulista, que é integrada por 360

desembargadores, mais de 2 mil juízes e cerca

de 43 mil servidores. Além de não ter levado em

conta as previsões sombrias sobre o

comportamento da economia no próximo ano, o

TJSP defende aumentos salariais justamente

num período em que a esmagadora maioria dos

brasileiros que não foram demitidos, por causa

da pandemia, vem sofrendo cortes em seus

vencimentos. Não bastasse isso, técnicos da

Secretaria de Orçamento e Gestão há meses

vêm chamando a atenção para o risco de o

TJSP ultrapassar, ainda em 2020, a marca de

6% de gastos com pessoal prevista pela Lei de

Responsabilidade Fiscal.

Num momento em que o Executivo está prestes

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Notas e Informações

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

a mandar para a Assembleia um projeto de lei

que prevê extinção de estatais, um corte linear

de 20% em benefícios fiscais e a criação de

programas de demissão voluntária na

administração indireta, para tentar

compatibilizar os gastos com uma arrecadação

em queda, no exercício de 2021, não é simples

retórica perguntar se, do ponto de vista do

interesse público, faz sentido conceder

reajustes salariais a magistrados que formam

uma das mais bem pagas corporações do

funcionalismo.

Segundo dados do Conselho Nacional de

Justiça, na Justiça paulista a média de

remuneração líquida - portanto, com a dedução

de impostos e contribuições - é de R$ 39,2 mil.

Pela Constituição, o teto do funcionalismo em

vigor é de R$ 39,2 mil brutos. Essa é uma

forma nada sutil de burlar o teto, graças aos

chamados "penduricalhos" benefícios

financeiros que os tribunais concedem aos

seus membros e que não são levados em

conta para o cálculo do teto. Recentemente, os

jornais divulgaram que, sob a justificativa de

reduzir o número de processos em tramitação,

o TJSP está planejando criar câmaras

extraordinárias pagando diárias extras aos

desembargadores deslocados para esse

trabalho, o que elevaria seus vencimentos para

R$ 100 mil.

Para tentar justificar seus altos vencimentos, a

magistratura costuma alegar que é um Poder

independente. Também afirma que tem

aumentado sua produtividade. Esses

argumentos até podem ser procedentes, mas

são incompatíveis com a realidade fiscal.

Magistrados são funcionários públicos como

quaisquer outros. Se nos demais Poderes os

servidores tão cedo não terão reajuste salarial,

por que os do Judiciário paulista podem

receber tratamento diferenciado?

Ao propor um aumento de 55% em seu

orçamento para 2021, o TJSP mais uma vez

ignora que os Três Poderes são autônomos e

independentes em matéria funcional, mas que,

no plano financeiro, o cofre é um só e

constituído pelos impostos que cada cidadão

paga.

OLHO: Direção do Tribunal não compreendeu

a gravidade da crise econômica

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, Judiciário - Judiciário

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo/Nacional - Economia

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

'Nós respeitamos o teto de gastos,afirma Bolsonaro

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Autor: eduardo RODRIGUES, FELIPE FRAZÃO,

JULIA LINDNER e NICHOLAS SHORES

O presidente Jair Bolsonaro convocou ontem

um pronunciamento ao lado de ministros e da

cúpula do Congresso para garantir que o

governo respeitará o teto de gastos e tem

compromisso com a responsabilidade fiscal.

Instituído no governo Temer, o mecanismo sofre

pressão política para flexibilização por parte de

parlamentares e autoridades do próprio

governo, que veem no aumento de despesas do

Estado uma forma de induzir a retomada

econômica durante a pandemia da covid-19.

"Nós respeitamos o teto dos gastos e queremos

a responsabilidade fiscal", disse Bolsonaro, em

breve fala. "Em que pese o problema da

pandemia, o Brasil está indo bem, a economia

está reagindo. O Brasil tem como ser um

daqueles países que melhor reagirá à questão

da crise."

O presidente disse que o governo vai buscar

novas frentes para "destravar" a economia e

que os Poderes se guiarão juntos na busca de

soluções. Ele citou a necessidade de

privatizações e de promover uma reforma

administrativa, duas propostas que, por falta de

avanços, provocaram as baixas dos secretários

Salim Mattar e Paulo Uebel na equipe

econômica.

Articulação. O discurso foi articulado às pressas

na tarde de ontem, depois de uma reunião com

ministros da área econômica e articuladores do

governo no Congresso. O ministro da Economia,

Paulo Guedes, participou da iniciativa. Na

véspera, enquanto enfrentava uma debandada

na sua equipe, Guedes elevou o tom contra a

mudança na regra e disse que furar o teto

deixava o presidente na "zona sombria" do

impeachment.

No Palácio da Alvorada, Bolsonaro reuniu

parlamentares e ministros que vêm sendo

apontados como adversários de Guedes na

pressão por mais gastos, como Rogério Marinho

(Desenvolvimento Regional) e Tarcísio de

Freitas (Infraestrutura). Nem Guedes nem eles

discursaram. Ao final, parlamentares e ministros

se abraçaram em frente às câmeras.

30

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

Além de Bolsonaro, falaram os presidentes da

Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do

Senado, Davi Alcolumbre (AP DEM). O

presidente do Supremo Tribunal Federal

(STF), ministro Dias Toffoli, não participou do

encontro, mas justificou a ausência ao governo.

Maia defendeu a promoção das reformas

tributária e administrativa. Disse que a Câmara

está "pronta para votar" quando o governo

quiser enviar um projeto de reforma dos

servidores aos parlamentares. Segundo ele,

melhorar os serviços e reduzir gastos passa

por essa reforma. "Reafirmarmos nosso

compromisso com o teto de gastos e com a

boa qualidade do gasto público", disse Maia.

Único a citar as mais de 100 mil vítimas do

novo coronavírus no País, Alcolumbre afirmou

que o Congresso, presidido por ele, tem se

comprometido a ajudar a agenda de reformas

do governo. "O Parlamento nunca faltou ao

governo e não faltará. Estamos de portas

abertas para debater saídas para o Brasil",

disse ele.

'Reação "Em que pese a pandemia, o Brasil

está indo bem (...). O Brasil tem como ser um

daqueles países que melhor reagirá à questão

da crise."

Jair Bolsonaro

PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli, Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

Juíza do Paraná liga raça a atocriminoso

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Autor: Fausto Macedo Pepita Ortega

Em meio a uma sentença de 115 páginas da i.a

Vara Criminal de Curitiba, dada após uma

denúncia contra nove pessoas por "furtos

qualificados e roubos majorados", chamou a

atenção um trecho repetido três vezes:

"Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça (...) ". Foi dessa forma

que a juíza Inês Marchalek Zarpelon se referiu a

Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos

que foi condenado a 14 anos e 2 meses de

reclusão.

A sentença foi proferida em junho, mas ganhou

repercussão após a advogada Thayse

Pozzobon postar trecho do documento em suas

redes sociais. "Associar a questão racial à

participação em organização criminosa", diz a

advogada, "revela não apenas o olhar parcial de

quem, pela escolha da carreira, tem por dever a

imparcialidade, mas também o racismo ainda

latente na sociedade brasileira".

E a reação da Justiça veio ontem, quando a

Corregedoria Nacional de Justiça instaurou

pedido de providência "a fim de esclarecer os

fatos". Em seu texto, o corregedor Humberto

Martins cita nota pública da Defensoria Pública

do Paraná que "externa seu estarrecimento e

inconformismo com o teor da sentença

proferida". Além de mencionar reações na mídia

em todo o País, Martins destacou uma frase da

nota oficial da OAB paranaense sobre o

episódio: "Cor e raça não definem caráter e

jamais poderiam ser usadas para

fundamentação de sentença".

14 anos. Na sua decisão sobre o grupo, as

indicações da juíza aparecem na parte final do

documento. Natan recebeu 14 anos de reclusão,

mas poderá recorrer em liberdade. Além dele, a

magistrada condenou outras seis pessoas.

Logo depois de registrar que ele é réu primário,

sem antecedentes criminais, Zarpelon escreveu:

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

"Sobre sua conduta social nada se sabe.

Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça, agia de forma

extremamente discreta; os delitos e o seu

comportamento, juntamente com os demais,

causavam o desassossego e a desesperança

da população, pelo que deve ser valorada

negativamente". O primeiro registro se deu

quando a magistrada analisava a pena de

Natan relacionada ao crime de organização

criminosa.

A advogada de Natan considera que o

julgamento está "maculado" e a decisão fere

toda a sociedade brasileira. "O Judiciário tem

o dever de não somente aplicar a lei, mas

também, através de seus julgados, reduzir as

desigualdades sociais e raciais. Atenuar as

injustiças, e jamais produzi-las como fez a

magistrada ao associar a cor da pele ao tipo

penal", escreveu Thayse.

'Sinceras desculpas'. Após repercussão da

sentença, a juíza, que atua na i.a Vara Criminal

de Curitiba, divulgou nota afirmando que "em

nenhum momento houve o propósito de

discriminar qualquer pessoa por conta de sua

cor" e que "a linguagem, quando extraída de

um contexto pode causar dubiedades. No site

da Associação dos Magistrados do Paraná ela

escreveu: "Sinto-me profundamente

entristecida se fiz chegar, de forma

inadequada, uma mensagem (...) que não

condiz com os valores que todos devemos

diuturnamente defender". E acrescentou: "Peço

sinceras desculpas se de alguma forma, em

razão da interpretação do trecho (pág. 117),

ofendi a alguém".

Em seu texto, a juíza argumentou que "em

nenhum momento a cor foi utilizada como fator

para concluir, como base da fundamentação da

sentença, que o acusado pertence a uma

organização criminosa".

"A avaliação é sempre feita com base em

provas. A frase foi retirada, portanto, de um

contexto maior, próprio de uma sentença

extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo

que a cor da pele de um ser humano jamais

serviu ou servirá de argumento ou fundamento

para a tomada de decisões judiciais. O racismo

é prática intolerável em qualquer civilização e

não condiz com os valores que defendo", disse.

Observou ainda que "o racismo representa

uma prática odiosa que causa prejuízo ao

avanço civilizatório, econômico e social.

O trecho polêmico, explica a juíza, "foi retirado

de uma sentença proferida em processo de

organização criminosa composta por pelo

menos nove pessoas que atuavam em praças

públicas, praticando assaltos e furtos". Depois

de investigação policial, e, após a instrução,

todos foram condenados, independentemente

de cor, em razão da prova existente nos autos".

Polêmica

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

"Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão de sua raça, agia de forma

extremamente discreta; os delitos e o seu

comportamento causavam desassossego e

desesperança na população."

Inês Marchalek Zarpelon

JUÍZA DA 1ª VARA DE CURITIBA

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -

CNJ, Judiciário - Judiciário, CNJ - Humberto

Martins

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

Plenário do STF vai julgar ação contradossiê sobre servidores

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Autor: ANDRÉ DE SOUZA

[email protected] BRASÍLIA

O presidente do Supremo Tribunal Federal

(STF), ministro Dias Toffoli, marcou para a

quarta-feira da semana que vem o julgamento

da ação em que o partido Rede

Sustentabilidade pede que o Ministério da

Justiça interrompa a produção de dossiê sobre

579 servidores identificados como integrantes

de movimentos antifascistas. Há a suspeita de

que o relatório configure uma perseguição a

opositores do governo federal. O caso foi

revelado por uma reportagem do portal UOL.

O ministro da Justiça, André Mendonça, refutou

o uso do termo dossiê e nega que promova

investigação dos antifascistas, mas reconheceu

que há um relatório de inteligência. Uma cópia

do documento foi entregue por Mendonça à

Comissão Mista de Controle de Atividades de

Inteligência do Congresso, na última terça-feira.

O dossiê lista 579 servidores federais e

estaduais da área de segurança e professores

de todas as regiões do país que se identificaram

como "antifascistas", seja nas redes sociais ou

assinando manifestos pela causa. O

levantamento foi produzido pela Secretaria de

Operações Integradas (Seopi), do Ministério da

Justiça. Na esteira da denúncia, Mendonça

anunciou na segunda-feira da semana passada

que decidiu substituir o chefe da Diretoria de

Inteligência da pasta, Gilson Libório.

ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA

Na semana passada, em ofício enviado ao STF,

o ministro da Justiça negou a existência da

investigação. Mas, ao comentar as atividades do

serviço de inteligência da pasta, argumentou

que elas devem ser mantidas sob sigilo, não

podendo ser compartilhadas nem mesmo com o

Judiciário. No documento, o ministro fez uma

distinção entre atividade de inteligência e

investigação criminal.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

"A investigação criminal tem como objetivo a

apuração das circunstâncias, da materialidade

e da autoria das infrações penais. A Atividade

de Inteligência, por seu turno, dedica-se a

produzir conhecimentos para assessorar o

processo decisório das autoridades públicas.

Assim, é dever dizer que não há qualquer

procedimento investigativo instaurado contra

qualquer pessoa específica no âmbito da

SEOPI, muito menos com caráter penal ou

policial. Noutras palavas, não compete à

SEOPI produzir 'dossiê contra nenhum cidadão

e nem mesmo instaura procedimentos de

cunho inquisitorial", diz o documento.

Além do relatório, Mendonça entregou à

comissão mista levantamentos feitos pelo

governo Dilma, no âmbito dos grandes eventos

no Brasil (Copa e Olimpíada) e dos protestos

relacionados ao impeachment da ex-

presidente. Esses relatórios foram usados pelo

ministro para argumentar que o dossiê contra

os opositores de Bolsonaro não é uma peça

isolada e que esse tipo de monitoramento é

comum em atividades de inteligência.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli, Judiciário - Judiciário, Judiciário -

STF

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Sociedade

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Juíza será investigada por citar raçade réu em condenação

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Autor: CLEIDE CARVALHO E RODRIGO

BERTHONE

Uma juíza de Curitiba citou por três vezes a raça

de um réu negro para proferir uma sentença em

que condenou sete pessoas por organização

criminosa. O caso ganhou repercussão ontem,

pouco depois do Conselho Nacional de

Justiça realizar uma reunião pública com o

tema "Igualdade Social no Judiciário" e pedir

para que a corregedoria do estado investigue o

episódio.

Segundo o Tribunal de Justiça do Paraná a

corregedoria já instaurou um procedimento

administrativo. A Ordem dos Advogados do

Brasil (OAB) vai pedir investigação por crime de

racismo.

De acordo com a decisão proferida pela juíza

Inês Marchalek Zarpelon, o réu Natan Viera da

Paz, de 42 anos, praticava assaltos no centro da

capital paranaense. Entre as justificativas para

valorar a pena de Natan, a magistrada afirmou

que ele era seguramente integrante do grupo

criminoso "em razão da sua raça". A decisão foi

proferida em junho, mas o caso se tornou

público depois que a advogada de defesa do

réu, Thayse Pozzobon, publicou trecho do

documento em suas redes sociais.

Emnota, a juíza afirmou que em "nenhum

momento houve o propósito de discriminar

qualquer pessoa por conta de sua cor. E que o

racismo representa uma prática odiosa que

causa prejuízo ao avanço civilizatório,

econômico e social".

Ela diz ainda que a linguagem "quando extraída

de um contexto, pode causar dubiedades" e que

em nenhum momento a cor foi utilizada para

concluir que o réu pertence a uma organização

criminosa.

---

OPINIÃO DO GLOBO

Inaceitável

A JUÍZA Inês Zarpelon, da 1- Vara Criminal de

Curitiba, citou na sentença a "raça" de um réu

negro ao condená-lo com outros réus por

organização criminosa.

DEPOIS PEDIU desculpas e alegou que a frase

fora retirada de contexto. O caso será

investigado pela Corregedoria do Tribunal de

Justiça do Paraná.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - Sociedade

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

CONDENAR ALGUÉM por sua cor é apenas

racismo, um crime inaceitável. Quem zela pelo

cumprimento das leis tem obrigação de saber

disso.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, Judiciário - Judiciário

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

MP pede condenação de Crivella porabuso de poder político

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: RAFAEL NASCIMENTO DE SOUSA E

RAYANDERSON GUERRA

[email protected]

A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) no Rio

pediu à Justiça que o prefeito Marcelo Crivella

seja condenado por abuso de poder político e

declarado inelegível por oito anos por prometer

facilidades de acesso a serviços públicos em

uma agenda secreta no Palácio da Cidade, no

lançamento da pré-candidatura a deputado

federal pelo PRB de Rubens Teixeira, em 2018.

No encontro intitulado "Café da Comunhão",

revelado pelo GLOBO, Crivella ofereceu

vantagens a pastores e seus fiéis, como

cirurgias de catarata e varizes. Segundo o

prefeito, interessados deveriam procurar uma

assessora chamada Márcia, que os

encaminharia ao procedimento em até duas

semanas.

Nas alegações finais apresentadas em dois

processos contra Crivella, a PRE diz que o

prefeito usou bens e recursos da prefeitura com

fins eleitorais ao prometer acesso a serviços de

saúde, obras e supostas isenções de impostos.

Agora, caberá à Justiça Eleitoral julgar o caso.

No decorrer do processo, a 7ª Vara de Fazenda

Pública do Rio já havia dado decisão liminar

proibindo que o prefeito usasse a máquina

pública em benefício pessoal ou de grupos

religiosos. Em dezembro de 2018, o ministro

Dias Toffoli, do STF, suspendeu essa liminar,

atendendo a recurso da procuradoria-geral do

Rio.

Em suas alegações finais à Justiça, a PRE pede

a condenação de Crivella e de Teixeira, eleito

como suplente de deputado federal, e multa aos

dois políticos. Se o pedido for aceito pela

Justiça, os votos de Teixeira podem ser

anulados.

No processo, a PRE diz não haver dúvidas de

que os dois cometeram ilícitos eleitorais. Os

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo/Nacional - País

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

autos citam transcrições do discurso do

prefeito.

"Tratava-se de um encontro para alimentar

base eleitoreira composta de líderes religiosos,

notoriamente alinhados com o prefeito, a quem

ele oferecia facilidades na administração

pública. Fosse somente esse o contexto, e já

estaria configurada a ilegalidade, eis que a

nenhum gestor é dado usar a máquina pública

em beneficio de grupo político específico,

menos ainda quando fatores religiosos se

infiltram na gestão", afirmou a procuradora

regional eleitoral Silvana Batini ao TRE .

Em nota, a assessoria de Crivella diz que as

"duas ações se referem à eleição de 2018, na

qual o prefeito Crivella sequer foi candidato" :

"Tratam de duas reuniões que ocorreram

estritamente na forma da Lei e que tanto a

Câmara de Vereadores quanto o STF

decidiram pela inexistência de qualquer

irregularidade em ambas".

Ontem, Crivella classificou como "espuma" o

pedido: - Esse assunto já está superado lá no

Supremo Tribunal Federal (STF). (Isso) é

espuma. Em época de eleição, essas coisas

são comuns e naturais.

FLÁVIO NOTIFICA AMORIM

O senador Flávio Bolsonaro notificou, segundo

a colunista Bela Megale, o seu ex-aliado e pré-

candidato a prefeito do Rio Rodrigo Amorim

(PSL) para que pare de usar fotos em que eles

aparecem juntos nas redes sociais. Flávio, que

se aproximou de Crivella, quer mostrar que

Amorim não é mais um nome ligado ao

bolsonarismo. Amorim disse que não recebeu a

notificação e que trocou as fotos por orientação

de assessores.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli, Judiciário - STF

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Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Econômico/Nacional - Política

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

STF aprova regra sobre sorteios naCorte

Autor: Isadora Peron De Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou

ontem, durante sessão administrativa, uma

regra para que os ministros que estiverem a 60

dias de se aposentar não sejam sorteados como

relatores de novas ações. A exceção será para

os casos em que houver prevenção, isto é,

quando o magistrado já analisar processos com

temas semelhantes.

Hoje, os ministros têm que deixar a Corte

compulsoriamente quando completam 75 anos.

Este é o caso do decano Celso de Mello, que

faz aniversário em 1º de novembro. Pela nova

regra, a partir do mês que vem, o seu nome já

não poderá mais ser considerado na hora de

distribuir os processos que chegarem à Corte.

O objetivo da emenda é evitar que, após a

aposentadoria, os processos fiquem no gabinete

aguardando a posse do sucessor.

Inicialmente, a medida dependeria da vontade

do ministro, ou seja, ele teria que indicar se

gostaria ou não participar do sorteio eletrônico.

O modelo foi inspirado em uma norma do

Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Por sugestão do ministro Marco Aurélio Mello,

que se aposenta em julho do ano que vem, a

suspensão passou a ser automática, o que,

segundo ele, vai evitar “constrangimentos”. “O

objetivo é o melhor possível: evitar que

processo fique no gabinete aguardando o

sucessor do ministro que se afastará”, disse.

Celso de Mello é o hoje o decano da Corte, isto

é, o ministro mais antigo. Ele é relator de

processos importantes, como o inquérito que

analisa as acusações do ex-ministro Sergio

Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou

interferir na autonomia da Polícia Federal (PF).

Na mesma sessão também foi aprovada a

proposta de orçamento do Supremo para 2021.

O texto prevê R$ 712,5 milhões em gastos e

não traz reajuste dos salários para os ministros.

Segundo o presidente do STF, Dias Toffoli, o

valor foi corrigido pela inflação e seguiu o que

determina a Emenda Constitucional 95,

conhecida como PEC do teto de gastos, que

limita o aumento dos gastos da União. Ele

afirmou ainda que foi preciso fazer um corte de

R$ 76,1 milhões em relação ao orçamento

previsto inicialmente.

Ao se manifestar sobre o assunto, o ministro

Luiz Fux, que assume a presidência do STF em

setembro, afirmou que esse foi o “orçamento

possível”, mas que já marcou uma conversa

com o ministro da Economia, Paulo Guedes,

para discutir eventuais suplementações

orçamentárias.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli, Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

Juíza menciona “raça” em pena no PR

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DE CURITIBA

Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1^

Vara Criminal de Curitiba, dada após uma

denúncia contra nove pessoas por “furtos

qualificados e roubos majorados”, chamou

atenção um trecho repetido três vezes:

“seguramente integrante do grupo criminoso, em

razão da sua raça (...)”.

Foi dessa forma que ajuiza Inês Marchalek

Zarpe-lon se referiu a Natan Vieira da Paz,

homem negro de 42 anos condenado a 14 anos

e dois meses de prisão.

A sentença foi proferida em junho, mas ganhou

repercussão após a advogada Thayse

Pozzobon postar trecho do documento em suas

redes sociais.

A reação do Judiciário veio ontem, quando a

Corregedoria Nacional de Justiça instaurou

pedido de providência. O corregedor Humberto

Martins citou nota da Defensoria Pública do

Paraná que “externa seu estarrecimento e in-

conformismo com o teor da sentença proferida”.

SENTENÇA

“Sobre sua conduta social nada se sabe.

Seguramente integrante do grupo criminoso,em

razão da sua raça, agia de forma extremamente

discreta; os delitos e o seu comportamento,

juntamente com os demais, causavam o

desassossego e a desesperançada população,

pelo que deve ser valorada negativamente”

Inês Marchalek Zarpelon juíza da 1ª Vara

Criminal de Curitiba

A juíza se desculpou, afirmando que “em

nenhum momento houve o propósito de

discriminar qualquer pessoa por conta de sua

cor” e que “a linguagem, quando extraída de um

contexto pode causar dubiedades”. “O racismo é

prática intolerável em qualquer civilização e não

condiz com os valores que defendo”, disse no

site da Associação dos Magistrados do Paraná.

(Estadão Conteúdo)

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

Corregedoria Nacional de Justiça

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CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

'Raça' é usada porjuíza em pena noParaná

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'Raça' é usada porjuíza em pena no Paraná

Magistrada

a s s o cia qu e s tão racial à participação de

homem em facção crimino s a

Das Agências

R EPORTAGEM correio24horas@ rede bahia

.com.br

Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1ª

Vara Criminal de Curitiba, dada após uma

denúncia contra nove pessoas por 'furtos

qualificados e roubos majorados', chamou

atenção um trecho repetido três vezes:

"Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça (. . .) " . Foi dessa forma

que a juíza Inês Marchalek Zarpelonse referiu a

Natan Vieira da Paz, homem negro, de 42 anos,

que foi condenado a 14 anos e dois meses de

reclusão. A sentença foi proferida em junho,

mas ganhou repercussão após a advogada

Thayse Pozzobon postar trecho do documento

em suas redes sociais. "Associar a questão

racial à participação em organização criminosa,

revela não apenas o olhar parcial de quem, pela

escolha da carreira, tem por dever a

imparcialidade, mas também o racismo ainda

latente na sociedade brasileira", diz a advogada.

Segundo a advogada, no texto da sentença em

que cita os dados pessoais e a identificação dos

réus, o apelido de Natan é descrito como

"Neguinho" . "Essa referência dele aparece mais

de uma vez na sentença. Não é um erro de

digitação, por exemplo. Isso revela o olhar

parcial da juíza, e um magistrado tem o dever

da imparcialidade", afirmou. E a reação da

Justiça veio ontem, quando a Corregedoria

Nacional de Justiça (CNJ) instaurou pedido de

providência "a fim de esclarecer os fatos" . Em

seu pedido, o corregedor Humberto Martins

cita nota pública da Defensoria Pública do

Paraná que "externa seu estarrecimento e

inconformismo com o teor da sentença proferida

" Na sentença sobre o grupo, as indicações da

juíza curitibana aparecem na parte final do

documento, na seção em que ela calculou a

pena de Natan - que recebeu 14 anos de

reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.

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CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

Além dele, a magistrada condenou outras seis

pes-

REPRO DUÇÃO

Trecho da sentença da magistrada Inês

Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de

Curitiba

A raça dele não pode ser re lacio nada com os

fatos que ele s upo s t a me nte praticou

Thays e Pozzobo n

Advogada de Natan Vieira da Paz

soas, mas sem nenhuma outra referência a

raça. Logo depois de registrar que ele é réu

primário, sem antecedentes criminais, Zarpelon

escreveu: "Sobre sua conduta social nada se

sabe. Seguramente integrante do grupo

criminoso, em razão da sua raça, agia de forma

extremamente discreta; os delitos e o seu

comportamento, juntamente com os demais,

causavam o desassossego e a desesperança

da população, pelo que deve ser valorada

negativamente". O primeiro registro se deu

quando a magistrada analisava a pena de

Natan relacionada ao crime de organização

criminosa. Depois a frase foi repetida duas

vezes, durante a fixação da pena base por

roubo majorado e por furto qualificado . A

advogada de Natanconsidera que o julgamento

está "maculado" e que a decisão fere toda a

sociedade brasileira. "O Poder Judiciário tem o

dever de não somente aplicar a lei, mas

também, através de seus julgados, reduzir as

desigualdades sociais e raciais. Ou seja,

atenuar as injustiças, mas jamais produzi-las

como feza magistrada ao associar a cor da

pele ao tipo penal", disse Thays e .

'SINCERAS DESCULPAS'

Após repercussão da sentença, a juíza

divulgou nota afirmando que "em nenhum

momento houve o propósito de discriminar

qualquer pessoa por conta de sua cor" e que "a

linguagem, quando extraída de um contexto

pode causar dubiedades'. No site da

Associação dos Magistrados do Paraná ela

escreveu: "Sinto-me profundamente

entristecida se fiz chegar, de forma

inadequada, uma mensagem (. .) que não

condiz com os valores que todos devemos

diuturnamente defender". E acrescentou:"Peço

sinceras desculpas se de alguma forma, em

razão da interpretação do trecho (pág. 117),

ofendi a alguém". Em seu texto , a juíza

argumentou que "em nenhum momento a cor

foi utilizada como fator para concluir, como

base da fundamentação da sentença, que o

acusado pertence a uma organização

criminosa". "A avaliação é sempre feita com

base em provas. A frase foi retirada, portanto,

de um contexto maior, próprio de uma sentença

extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo

que a cor da pele de um ser humano jamais

serviu ou servirá de argumento ou fundamento

para a tomada de decisões judiciais. Oracismo

é prática intolerável em qualquer civilização e

não condiz com os valores que defendo", disse

. O bservou ainda que "o racismo representa

uma prática odiosa que causa prejuízo ao

avanço civilizatório, econômico e social.

O caso de racismo envolvendo um réu negro

no estado do Paraná está longe de ser um fato

isolado quando o assunto é a cor da pele. Nos

últimos dias, foram registradas diversas

ocorrências do tipo em estados como o Rio de

Janeiro e São Paulo e também no exterior. Na

45

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio 24 Horas/Bahia - Noticiasquinta-feira, 13 de agosto de 2020

CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

sexta-feira passada, por exemplo,

ganhourepercussão nacionalo caso envolvendo

o motoboy Matheus Pires, que é ofendido e

humilhado pelo contabilista Mateus A breu

Almeida Prado Couto, 31 anos, em um

condomínio de luxo em Valinhos (SP)." Você

tem inveja disso aqui, rapaz. Você tem inveja

dessas famílias. Você tem inveja disso aqui

também." Ao dizer estaúltima frase, Couto

apontou para sua pele, branca. O entregador

não reage e tenta argumentar contra o homem,

que, exaltado, continua com seurepertório de

ofensas. Com a viralização do caso, a

plataforma de entregas i Food baniu o

contabilista de sua rede.

R EL? GIO

Também na semana passada, o entregador de

aplicativo Matheus Fernandes, de 18 anos,

foivítima de racismo em um shopping da zona

norte do Rio. Ele errou no presente de Dia dos

Pais, um relógio digital e dourado, e foi trocá-lo

na loja, após descobrir que o pai preferia um

analógico e prateado. Quando chegou ao

estabelecimento, com a nota fiscal em mãos,

para trocar o presente, percebeu que dois

homens não paravam de olhar pra ele. Minutos

depois, os dois abordaram Matheus e disseram

que precisavam conversar com ele. Com medo,

o rapaz não quis sair da loja, mas foilevado

mesmo assim para um canto. Um vídeo

gravado por testemunhas e postado em redes

sociais mostra a violência com que foi tratado.

Matheus é imobilizado e já no chão, um dos

homens aponta uma arma para o entregador.

Amorte de um homem negro em Minnesota,

nos Estados Unidos, causou uma onda de

indignação mundial depois da divulgação de

um vídeo que mostra um policial branco

ajoelhado no pescoço dele. Nas imagens,

George Floyd, de 40 anos, reclama e diz

repetidamente: "Não consigo respirar". Pouco

depois, ele parece não se mexer, antes de ser

colocado em uma maca e transferido para uma

ambulância.

Não há o menor fu nda m e nto legal utilizar a

raça e cor para aplicar uma pena maior ou

menor

Cá s s io Te lle s

Presidente da OAB-PR

Oracismo é prática intolerável em qua l que r

civilização e não condiz com os valores que

defendo

Inês Zarpelon

Juíza

Re le mbre outro s três casos de racis mo

Salvador, quinta-feira, 1 3d e agosto 2020

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -

Humberto Martins

46

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Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Comércio - MG/Minas Gerais - Legislaçao

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Supremo aprova o orçamento para2021

Clique aqui para abrir a imagem

Brasília - Em sessão administrativa realizada

ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF)

aprovou, por unanimidade, a proposta

orçamentária da Corte para 2021, num total de

R$ 712,4 milhões, resultante da aplicação do

índice inflacionário sobre o orçamento de 2020.

O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli,

explicou que a proposta foi elaborada em

conjunto com o ministro Luiz Fux, que assume a

presidência da Corte no último dia 10.

A divisão dos recursos ficou da seguinte forma:

pessoal e encargos sociais (R$ 451,4 milhões),

outros custeios e capital (R$ 176 milhões),

despesas financeiras (R$ 53 milhões) e

benefícios (R$ 32 milhões). Toffoli ressaltou

que, para adequar a proposta aos limites do

Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de

2021, ainda em tramitação no Congresso

Nacional, foi necessário um corte de despesas

da ordem de R$ 76,1 milhões.

Segundo o presidente, os recursos necessários

para a manutenção dos serviços básicos do

Tribunal foram alcançados a partir da realização

de cortes mais significativos na TV Justiça, em

relação à qual foi adotada a política de

compartilhar despesas com outros órgãos, como

o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal

Superior do Trabalho (TST) e o Conselho

Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), que

utilizam a grade de programação.

O ministro Luiz Fux observou que este foi o

orçamento possível, mas que, na qualidade de

futuro presidente da instituição, conversou com

o ministro da Economia, Paulo Guedes, que

colocou a equipe econômica à disposição do

STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

para conversar sobre alguns itens nos quais

seja necessária a suplementação orçamentária.

A proposta resultou de levantamentos e estudos

realizados pela Secretaria de Administração e

Finanças (SAF) do Supremo para contemplar as

demandas apresentadas pelas diversas

unidades da Corte, além de ter sido submetida à

equipe indicada pela próxima gestão para a

comissão de transição, observada a legislação

pertinente, especialmente as disposições

constantes do Projeto de Lei 9/2020 (Lei de

Diretrizes Orçamentárias de 2021), do

Congresso Nacional.

Os referenciais monetários finais estabelecidos47

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

pelo Poder Executivo para elaboração da

proposta orçamentária do STF ficaram

inferiores 8,96% em relação às demandas

apresentadas inicialmente pelas unidades do

Supremo. A ampliação nas despesas de

pessoal e encargos sociais refere-se ao

impacto da Emenda Constitucional 103/2019

(reforma da Previdência).

Diante da redução nas despesas correntes e

de capital, foram feitos os ajustes da proposta,

adequando-a aos referenciais informados pelo

Poder Executivo, em que se priorizou a

execução das despesas obrigatórias, dos

serviços contratados e de materiais e

equipamentos indispensáveis ao

funcionamento do órgão. (As informações são

do STF)

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille

Gomes

48

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

Empresários cobram segurançajurídica

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QUESTÕES AMBIENTAIS

Brasília - O ministro Dias Toffoli, presidente do

Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho

Nacional de Justiça, e o ministro Luís Roberto

Barroso, presidente do Tribunal Superior

Eleitoral (TSE), participaram na última terça-

feira de reunião por videoconferência com um

grupo de empresários integrantes do Conselho

Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável (CEBDS). Os empresários

afirmaram estar preocupados com as reações

negativas que o desmatamento à Amazônia

pode causar aos negócios no País.

Na audiência, os empresários destacaram a

necessidade de segurança jurídica em relação à

questão ambiental e pediram a conclusão de

ações que discutam qualquer aspecto do

Código Florestal. Também reiteraram as

preocupações sobre o crescimento do

desmatamento ilegal, que constam de

documento entregue ao vice-presidente da

República, Hamilton Mourão, no mês passado.

A presidente do CEBDS, Marina Grossi, afirmou

que essa agenda é de Estado e que a

Constituição está sendo "descumprida

sistematicamente" com o desmatamento ilegal e

o avanço da grilagem no bioma amazônico.

"Essa insegurança jurídica é prejudicial",

afirmou Marina Grossi.

Toffoli destacou que a preocupação com a

questão ambiental deu um salto no setor privado

e hoje os acionistas de algumas das principais

empresas que atuam no País estão diretamente

envolvidos com o tema. Segundo ele, é

fundamental o diálogo entre iniciativa privada e

as instituições públicas para discutir a questão

ambiental no país. O ministro propõe que o

CEBDS e o CNJ trabalhem em conjunto para

obter soluções. "Nós precisamos de integração

para desenvolver essa troca entre as diversas

ações que estão em andamento", disse.

A pedido do ministro Toffoli, a conselheira do

CNJ Maria Tereza Uille Gomes relatou que o

conselho, órgão de planejamento do judiciário,

está indexando os objetivos de desenvolvimento

sustentável a sua base de dados e que os 91

tribunais brasileiros têm um plano de ação

vinculado à agenda de desenvolvimento

sustentável 2020-2030. Ela informou que o

Observatório Nacional sobre Questões

Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta

Complexidade e Grande Impacto e

Repercussão, do CNJ e do Conselho Nacional

do Ministério Público, que monitora ações49

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Maria Tereza Uille Gomes

judiciais relacionadas às principais questões

ambientais do país, como o rompimento das

barragens em Mariana e Brumadinho, e o risco

de afundamento de bairros em Maceió (AL),

incluiu em seu escopo as questões relativas ao

desmatamento ilegal, grilagem e mineração

ilegal Amazônia e em terras indígenas.

Bioeconomia - O ministro Barroso destacou a

necessidade de que o Brasil vire o jogo em

relação à preservação da Amazônia. Segundo

ele, é necessário que a iniciativa privada atue

de forma correta na exploração econômica da

região, independentemente de iniciativas

governamentais. Segundo o ministro, é

necessário que os empresários aproveitem os

mecanismos de financiamento internacional

para empresas que atuam na chamada

bioeconomia.

Barroso salientou que, no mundo atual, está

cada vez mais difícil para as economias

primárias obterem acesso aos mercados e que

é necessário investimento em ciência para

competir internacionalmente. "O mercado

consumidor está muito mais consciente e será

cada vez mais difícil vender gado e soja

maculados por desmatamento ilegal. O mundo

hoje nos olha espantado pela maneira como

tratamos a floresta", afirmou o ministro.

Além do CEBDS, participaram da reunião,

representantes da Siemens, Associação

Brasileira das Indústrias de Oleos Vegetais

(Abiove), Rede Brasil do Pacto Global, Klabin,

Indústria Brasileira de Arvores (Ibá), Bayer,

Associação Brasileira de Agronegócio (Abag) e

da Marfrig. (As informações são do STF)

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Maria

Tereza Uille Gomes

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Conselho Nacional de Justiça - CNJBrasil 247/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

Silvio Almeida diz que retratação dejuíza é irrelevante e sua sentença com

base na raça precisa ser anulada

Clique aqui para abrir a imagem

12 de agosto de 2020, 21:07

247 - O jurista e professor Silvio Almeida, autor

do livro Racismo Estrutural, criticou nesta

quarta-feira, 12, a juíza Inês Marchalek

Zarpelon, que condenou um homem a 14 anos

de prisão por integrar uma organização

criminosa e praticar furtos citando a sua raça.

Em uma sequência de tweets, Almeida criticou o

pedido de desculpas feito pela magistrada, que

mencionou três vezes raça de réu em trecho da

sentença. "Peço sinceras desculpas se de

alguma forma, em razão da interpretação do

trecho específico da sentença, ofendi a alguém",

disse em nota, Inês Zarpelon (leia a íntegra da

nota no final da matéria).

"Como é possível pedir 'desculpas' no caso de

uma sentença judicial em que na

fundamentação o julgador faz referência à raça

do sentenciado como um dos fatores que

levaram à condenação? A solução está no

próprio sistema: a sentença tem que ser

anulada", defendeu Silvio Almeida.

"Ainda que se aceite as 'desculpas' isso é e

deve ser irrelevante em termos processuais.

Isso é uma questão de ordem técnica:

'desculpas aceitas, mas a sua sentença será

anulada e a senhora terá que responder na

corregedoria e, eventualmente, perante o CNJ'',

disse o jurista em outro tweet.

O corregedor nacional de Justiça, ministro

Humberto Martins, instaurou pedido de

providências para que a Corregedoria-Geral da

Justiça do Paraná apure os fatos à juíza Inês

Marchalek Zarpelon.

Leia, abaixo, a sequência de tweets de Silvio

Almeida:

Como é possível pedir 'desculpas' no caso de

uma sentença judicial em que na

fundamentação o julgador faz referência à raça

do sentenciado como um dos fatores que

levaram à condenação? A solução está no

próprio sistema: a sentença tem que ser

anulada.

É absolutamente inútil apenas a condenação

moral e a responsabilização individual - que

deve existir - em um caso como este. Algo deste

tipo só ocorre porque o sistema permite. Nesse

caso há uma solução que pode e deve servir

para outros casos.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJBrasil 247/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

A fundamentação da sentença é o centro do

julgado. Ali o magistrado deve expor as razões

- sempre pautadas pela legalidade - que o

levaram à concluir, com base em provas

admitidas pelo direito, pela condenação ou

absolvição.

Se a fundamentação, como é o caso, é

pautada em preconceitos, se as provas são

obtidas ilegalmente ou não é garantida a

'paridade de armas' aos acusados não se está

diante de uma sentença, mas de uma ordem

arbitrária. O juiz deixa de ser juiz quando não

segue esses passos.

Se a sentença leva a 'mal entendidos' ou se foi

tirada de 'contexto', que quem a prolatou que

escreva um artigo ou faça um tweet. Em termos

processuais, sentenças que podem levar a

interpretações dúbias e que arranhem a

legalidade devem ser ANULADAS.

Ainda que se aceite as 'desculpas' isso é e

deve ser irrelevante em termos processuais.

Isso é uma questão de ordem técnica:

'desculpas aceitas, mas a sua sentença será

anulada e a senhora terá que responder na

corregedoria e, eventualmente, perante o CNJ'.

O que estou dizendo é algo primário, mas

nossos tempos carecem de alguma

objetividade. Nada obsta a condenação moral,

mas resposta a esse caso deve ser sistêmica.

Que a liberdade dos sentenciados seja a

resposta a aberrações jurídicas como essa.

Confira a nota da juíza Inês Marchalek

Zarpelon na íntegra:

"A respeito dos fatos noticiados pela imprensa

envolvendo trechos de sentença criminal por

mim proferida, informo que em nenhum

momento houve o propósito de discriminar

qualquer pessoa por conta de sua cor.

O racismo representa uma prática odiosa que

causa prejuízo ao avanço civilizatório,

econômico e social.

A linguagem, não raro, quando extraída de um

contexto, pode causar dubiedades.

Sinto-me profundamente entristecida se fiz

chegar, de forma inadequada, uma mensagem

à sociedade que não condiz com os valores

que todos nós devemos diuturnamente

defender.

A frase que tem causado dubiedade quanto à

existência de discriminação foi retirada de uma

sentença proferida em processo de

organização criminosa composta por pelo

menos 09 (nove) pessoas que atuavam em

praças públicas na cidade de Curitiba,

praticando assaltos e furtos. Depois de

investigação policial, parte da organização foi

identificada e, após a instrução, todos foram

condenados, independentemente de cor, em

razão da prova existente nos autos.

Em nenhum momento a cor foi utilizada - e

nem poderia - como fator para concluir, como

base da fundamentação da sentença, que o

acusado pertence a uma organização

criminosa. A avaliação é sempre feita com base

em provas.

A frase foi retirada, portanto, de um contexto

maior, próprio de uma sentença extensa, com

mais de cem páginas.

Reafirmo que a cor da pele de um ser humano

jamais serviu ou servirá de argumento ou

fundamento para a tomada de decisões

judiciais.

O racismo é prática intolerável em qualquer

civilização e não condiz com os valores que

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

defendo.

Peço sinceras desculpas se de alguma forma,

em razão da interpretação do trecho específico

da sentença (pag. 117), ofendi a alguém".

Receber notificações do Brasil 247. Inscreva-

se.

Participe da campanha de assinaturas

solidárias do Brasil 247. Saiba mais.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Humberto Martins

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCarta Capital Online/Nacional - Noticias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Juíza diz que homem é integrante degrupo criminoso 'em razão de sua

raça'

Uma juíza da 1ª Vara Criminal da Comarca da

Região Metropolitana de Curitiba (PR) proferiu

uma sentença contra um suspeito de integrar

uma organização criminosa e cometer furtos

atrelando os possíveis crimes à sua raça. Ao

condenar Natan Vieira da Paz, de 48 anos, a 14

anos e 2 meses de prisão, a juíza Inês

Marchalek Zarpelon acusa o homem de praticar

os crimes por ser negro. A defesa de Natan vai

pedir a nulidade da sentença por racismo.

Em um trecho da sentença condenatória,

Zarpelon destaca: ''Sobre sua conduta social

nada se sabe. Seguramente integrante do grupo

criminoso, em razão da sua raça, agia de forma

extremamente discreta os delitos e o seu

comportamento, juntamente com os demais,

causavam o desassossego e a desesperança

da população, pelo que deve ser valorada

negativamente'.

Além de Vieira da Paz, outros oito suspeitos

foram julgados e condenados pela decisão da

juíza. A suspeita é de que o grupo integre uma

organização criminosa que, entre os meses de

janeiro de 2016 e julho de 2018, praticou furtos

e saidinhas de banco nas praças Carlos Gomes,

Rui Barbosa e Tiradentes, na região central de

Curitiba. Eles teriam furtado mochilas, bolsas,

carteiras e celulares.A decisão da juíza recai

sobre Vieira da Paz e outros oito suspeitos.

A advogada de defesa de Vieira da Paz, Thayse

Pozzobon, afirmou à reportagem de

CartaCapital que vai pedir a nulidade da

sentença 'pelo crime de racismo e evidente

parcialidade da juíza'. 'Vou solicitar a nulidade

às comissões de Igualdade Racial e Direitos

Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil e

também recorrer ao Conselho Nacional de

Justiça e à Corregedoria', afirmou.

'Independentemente do que está sendo apurado

no processo, ela não tem o direito de avaliar a

raça dele. Trata-se de um crime patrimonial e a

lei deve se ater a isso. O que as circunstâncias

de integrar uma organização criminosa ou

praticar crimes tem a ver com a raça dele',

questiona a advogada. 'Isso revela seu olhar

parcial e um racismo latente que ainda temos

que conviver em pleno século XXI', criticou.

Ver essa foto no Instagram

O nome do SER HUMANO violado com as

palavras proferidas pela magistrada e? Natan

Vieira da Paz, homem, 42 anos, negro.

Autorizada pelo cliente estou divulgando o nome

na esperanc?a de que repercuta mais ainda. .

Associar a questa?o racial a? participac?a?o em

organizac?a?o criminosa revela na?o apenas o

olhar parcial de quem, pela escolha da carreira,

tem por dever a imparcialidade, mas tambe?m o

racismo ainda latente na sociedade brasileira.

Organizac?a?o criminosa nada tem a ver com

rac?a, pressupor que pertencer a certa etnia te

levaria a? associac?a?o ao crime demonstra

que a magistrada na?o considera todos iguais,

ofendendo a Constituic?a?o Federal. Um

julgamento que parte dessa o?tica esta?

maculado. Fere na?o apenas meu cliente, como

toda a sociedade brasileira. O Poder Judicia?rio

tem o dever de na?o somente aplicar a lei, mas

tambe?m, atrave?s de seus julgados, reduzir as

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCarta Capital Online/Nacional - Noticias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

desigualdades sociais e raciais. Ou seja,

atenuar as injustic?as, mas jamais produzi-las

como fez a Magistrada ao associar a cor da

pele ao tipo penal.

Uma publicação compartilhada por Thayse C.

Pozzobon (@thaysepozzobon) em 11 de Ago,

2020 às 7:14 PDT

Pozzobon também mencionou o caso em um

post em suas redes sociais, onde afirma que m

julgamento que parte desta ótica está

'maculado'. 'Um julgamento que parte dessa

o?tica esta? maculado. Fere na?o apenas meu

cliente, como toda a sociedade brasileira. O

Poder Judicia?rio tem o dever de na?o

somente aplicar a lei, mas tambe?m, atrave?s

de seus julgados, reduzir as desigualdades

sociais e raciais. Ou seja, atenuar as

injustic?as, mas jamais produzi-las como fez a

Magistrada ao associar a cor da pele ao tipo

penal', avaliou.

O Tribunal Pará noticiou a prisão de Vieira da

Paz em fevereiro de 2019, bem como de outros

suspeitos de praticar o crime do 'cavalo louco'

em Curitiba, que é o furto na saída de agências

bancárias. Segundo a advogada de defesa, no

momento ele se encontra respondendo ao

crime em liberdade pelo excesso de tempo de

julgamento do crime.

Motoboy humilhado

Na semana passada, o entregador de aplicativo

Matheus Pires Barbosa foi humilhado com

injúrias racistas por um morador de um

condomínio em Valinhos, interior de São Paulo,

ao efetuar uma entrega. No vídeo que circulou

nas redes sociais, é possível ver Mateus

Almeida Prado, o morador, dizendo a Barbosa

que ele tem 'inveja' dos moradores do

condomínio e de sua cor branca.

A defesa do motoboy apresentou, na segunda-

feira 10, uma representação criminal por injúria

racial contra o homem. De acordo com o

advogado Márcio Santos Abreu, a defesa de

Barbosa vai tentar provar que o agressor não

estava em surto provocado pela esquizofrenia,

como alegou o pai do rapaz.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCarta Capital Online/Nacional - Noticias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Em meio à pandemia, STF mantémpresa idosa com câncer

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Autor: Alexandre Putti

Em meio à pandemia do coronavírus, o

Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter

presa uma idosa de 69 anos que trata de um

câncer na mama.

A decisão foi proferida pelo ministro Celso de

Mello no dia 26 de junho.

A ré foi presa em 2019 e condenada a 4 anos

de prisão em regime semiaberto por crime

financeiro.

Por ela ser do grupo de risco e pelo crime não

caracterizar uso de violência, a Defensoria

Pública da União (DPU) entrou com um Habeas

Corpus para que a pena fosse cumprida em sua

casa.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o

pedido e teve a decisão confirmada pelo

ministro Celso de Mello. Para o magistrado, os

argumentos apresentados não são suficientes

para justificar uma prisão domiciliar, pois não há

provas de que os estabelecimentos prisionais

não disponibilizaram o tratamento adequado à

condenada..

O defensor Público Gustavo de Almeida Ribeiro

afirmou nesta quarta-feira 12 que vai entrar

novamente com uma ação no STF para que

seja reconsiderada a prisão domiciliar para a

idosa.

Prisão na pandemia

A decisão do ministro vai contra uma resolução

divulgada pelo Conselho Nacional de Justiça

(CNJ) sobre prisões durante a pandemia. O

texto sugere, entre outras coisas, a reavaliação

de prisões provisórias e preventivas que

resultem de crimes menos graves, além de

indicar que novas ordens de prisão devem

respeitar a 'máxima excepcionalidade'.

De acordo com o CNJ, de maio para julho

houve um aumento de 800% nos casos de

covid-19 nos presídios.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio do Estado/Mato Grosso do Sul - Noticias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

'Esforços despendidos versusresultados obtidos, a conta foi

negativa'

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Cláudio Humberto

'Esforço despendido versus resultados obtidos,

a conta foi negativa'

Salim Mattar explicando sua demissão da

Secretaria de Desestatização e Privatização

Privatização é só da boca para fora, no

Congresso

Empresário de sucesso, habituado a ver suas

decisões cumpridas sem demora, Salim Mattar

fez um intensivão de política e sobre 'a vida

como ela é' na gestão pública, quando chefiou a

Secretaria de Desestatização e Privatização do

governo Bolsonaro. Há mais de 30 anos ele é

privatista militante, em defesa do extermínio das

estatais, mas agora Mattar sabe que, em

governo, não basta querer. Precisa combinar

com os 'russos' do Congresso, da Justiça, da

pelegada, dos lobistas, dos fornecedores...

Reino da hipocrisia

Mattar agora sabe: Rodrigo Maia elogia

privatizações em palestras para empresários

paulistas, mas é quem as inviabiliza na Câmara.

Só pensam naquilo

Mattar agora sabe: quando se trata de estatais,

políticos só pensam na melhor maneira de

ocupar as diretorias com apadrinhados

subornáveis.

Tamanho do problema

Mattar agora sabe: o governo não nos obriga a

sustentar 'apenas' 134 estatais, como se dizia,

mas 698, quase todas imprestáveis e

deficitárias.

Pregação continua

Mattar agora sabe: empresa privada tem seus

encantos. Mas ele não retomará a gestão da

sua Localiza. Vai se dedicar ao Instituto Liberal.

CNJ afastará desembargador boçal de SP dia

25

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

marcou para o dia 25 a sessão de julgamento

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio do Estado/Mato Grosso do Sul - Noticias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

do caso do desembargador Eduardo Siqueira,

do Tribunal de Justiça de São Paulo, que se

recusou a usar máscara, ao caminhar na orla

de Santos, e ainda humilhou o guarda civil que

o abordou. Integrantes do CNJ confirmaram ao

jornalista Pedro Campos, da Rádio

Bandeirantes, que será aberto procedimento

contra o desembargador.

Será afastado

Conselheiros do CNJ também apostam que o

colegiado promoverá o afastamento imediato

de Siqueira de suas atividades no TJSP.

Agora é crime

O corregedor nacional, ministro Humberto

Martins, avalia se Siqueira cometeu crime de

'carteirada', previsto na Lei de Abuso de

Autoridade.

Corporativismo

Enquanto o Tribunal de Justiça mantém

constrangedor silêncio sobre o caso, o

Ministério Público de São Paulo também

denunciou Siqueira.

Como se faz política

Após culpar Edson Fachin, relator da Lava

Jato, pela morte do ex-deputado Nelson Meurer

de covid na prisão, o deputado Ricardo Barros

(PP-PR) se cacifou para virar líder do governo

na Câmara. Agradou também ao Planalto sua

coragem de criticar o 'lava-jatismo'.

Nova lorota

Os 'desinformados', como o general e ministro

Augusto Heleno chama alguns jornalistas

criativos que atuam em Brasília, agora atribuem

aos 'ministros generais' a defesa do fim do teto

de gastos. É só outra lorota.

Papo foi animador

O ex-secretário de Privatizações Salim Mattar

contou ontem a orientação que recebeu do

presidente Jair Bolsonaro, no começo do

governo: 'à exceção de Caixa, Banco do Brasil

e Petrobras, pode privatizar tudo.'

Sonho sonhado

A venda das estatais renderia ao Tesouro

Nacional mais de R$1 trilhão, suficientes por

exemplo para cobrir toda a despesa com a

pandemia de covid-19. Mas os políticos amam

estatais, seus cargos e seus negócios.

De olho

Está na pauta de sexta (14) do STF ação que

pode garantir economia de R$6,54 bilhões a

empresas, caso os ministros votem por retirar o

ISS do PIS/Cofins, como aconteceu com o

ICMS. Mas suas excelências adoram impostos.

É o que sustenta as regalias e privilégios do

setor público.

Direto para o consumo

Levantamento da Fecomercio-SP mostra que

do total de R$190 bilhões liberados pelo auxílio

emergencial contra os efeitos da pandemia no

Brasil, R$151 bilhões tiveram como destino o

consumo varejista.

Quase 100% mais

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio do Estado/Mato Grosso do Sul - Noticias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

De acordo com uma pesquisa

Neotrust/Compre&Confie, o Dia dos Pais

movimentou R$5,4 bilhões para o comércio

digital no País, crescimento de 95,4% em

relação ao mesmo período do ano passado.

Carga explosiva

Após a explosão de 2,7 mil toneladas de nitrato

de amônio em Beirute, a agência de

transportes aquaviários (Antaq) informa que há

215 terminais portuários, no Brasil, que

recebem e armazenam produtos químicos.

Pensando bem...

...2020 pode ser finalmente o ano de Neymar.

PODER SEM PUDOR

Lição inesquecível

José Américo de Almeida governava a Paraíba,

em 1951, quando o Estado enfrentou uma seca

dramática. Certo dia, no palácio, ele recebeu o

prefeito de uma?das cidades mais castigadas.

Tudo o que ele queria era um caminhão para

transportar os alimentos que conseguiu para os

seus munícipes mais carentes. José Américo

respondeu que seria difícil atender o pedido,

porque a cidade era muito longe da capital. O

prefeito perdeu a paciência e deu uma lição

que o 'Velho' jamais esqueceria: 'É longe não,

governador. Fica no mesmo local onde o

senhor foi pedir votos para se eleger'.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - Humberto

Martins

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Conselho Nacional de Justiça - CNJEstadão Online/Nacional - Políticaquarta-feira, 12 de agosto de 2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça

TJ paulista quer ampliar gastos em R$6,8 bilhões

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Bruno Ribeiro e Tulio Kruse, O Estado de

S.Paulo

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)

propôs ao governo estadual um aumento de R$

6,8 bilhões em seu orçamento anual, na

comparação com os valores vigentes. Trata-se

de um aumento de 55% na proposta para 2021.

Entre as despesas que terão maior ampliação

estão o pagamento de salários e outras

despesas com pessoal. O assunto é analisado

pelo secretário de Orçamento e Gestão, Mauro

Ricardo, e pelo vice-governador Rodrigo Garcia

(DEM), que têm até o fim do mês para entregar

o projeto do Orçamento do ano que vem para a

Assembleia Legislativa.

Nos últimos três anos, o orçamento do Judiciário

paulista - que abrange todas as varas e

comarcas do Estado - ficou entre R$ 11,6

bilhões e R$ 12,3 bilhões. A proposta para 2021

prevê um recurso total de R$ 19,1 bilhões.

O aumento pedido pelo TJ-SP é maior do que

os valores que São Paulo teve, no orçamento

deste ano, para operar o Metrô, as composições

da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos

(CPTM) e todos os ônibus intermunicipais que

circulam no Estado, que somaram um custo de

R$ 5,5 bilhões.

Só nas despesas com pessoal, a proposta é

aumentar o orçamento de R$ 9,7 bilhões para

14,5 bilhões. Dados do Conselho Nacional de

Justiça do mês de abril (o mais recente)

mostram que, dos 760 desembargadores que

contam na folha de pagamento do órgão, 498

receberam salário líquido acima do teto, que é

de R$ 35,4 mil. A média de 'remuneração

líquida' da categoria em São Paulo é de R$ 39,2

mil. Houve pagamentos que passaram de R$ 90

mil.

Quando foi eleito para o cargo de presidente do

TJ paulista, em dezembro, o desembargador

Geraldo Francisco Pinheiro Franco disse ao

Estadão que precisaria de pelo menos R$ 2,4

bilhões a mais para gastos com pessoal. Na

terça-feira, 11, o jornal revelou que o órgão

pretende criar câmaras extraordinárias para

reduzir o número de processos pendentes,

pagando diárias extras aos desembargadores

destacados para o trabalho.

Até o ano passado, o tribunal mantinha um

projeto de construção de nova sede, no centro,

orçada em R$ 1,2 bilhão, que previa 584

gabinetes e heliponto. A divulgação de detalhes

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Conselho Nacional de Justiça - CNJEstadão Online/Nacional - Políticaquarta-feira, 12 de agosto de 2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça

da obra, que teria duas torres, fez com que o

projeto terminasse adiado indefinidamente.

Proporcionalmente, os maiores pedidos de

reajuste na proposta são de 358% (de R$ 387

milhões para R$ 1,7 bilhão) para gastos com

sistemas de informática e de 253% (de R$ 75,3

milhões para R$ 266,1 milhões) para a

manutenção da infraestrutura dos prédio do TJ.

A proposta orçamentária foi aprovada pelo

?rgão Especial - a instância máxima do

tribunal, composta pelos 12 desembargadores

ativos mais antigos, 12 desembargadores

eleitos pelos pares e pelo presidente do TJ.

Ajuste

As negociações para o aumento ocorrem em

um momento em que, diante da pandemia do

coronavírus, o governo João Doria (PSDB) tem

pressionado por cortes. A previsão é de déficit

de R$ 10,4 bilhões no ano que vem. Doria

enviará um pacote de ajuste fiscal à

Assembleia Legislativa nos próximos dias que

prevê, entre outros itens, um programa de

demissão voluntária nas estatais. Esse pacote,

entretanto, cobre apenas parcialmente a

previsão de rombo - calculado em cerca de R$

8,8 bilhões. Mauro Ricardo e Garcia tiveram

uma reunião no dia 30 de julho com Pinheiro

Franco para apresentar o projeto de ajuste e

mostrar que os cofres estaduais não darão

conta de expandir o Orçamento no próximo

ano.

Essa proposta foi apresentada na terça à

bancada governista na Alesp. Além do

programa de demissões, o texto prevê a

extinção de estatais e um corte linear de 20%

em benefícios fiscais à iniciativa privada.

A expectativa do governo é aprovar o corte de

despesas no Legislativo até o fim do mês, para

que o projeto de Lei Orçamentária Anual para

2021 seja enviado já com a garantia do ajuste

fiscal. O presidente do TJ-SP se reuniu na

tarde de terça com o presidente da Alesp,

deputado Cauê Macris (PSDB), para tratar de

um projeto de lei que tramita na Alesp e prevê

que parte da taxa judicial cobrada em serviços

forenses seja destinada à folha de pagamento.

O professor do Departamento de Gestão

Pública da Fundação Getúlio Vargas Marco

Antonio Carvalho Teixeira afirmou que 'o

Judiciário deveria, neste momento, estar

buscando como contribuir para a pandemia'. 'E

uma das formas de contribuir é reduzindo

custos', observou Teixeira.

Proposta tem como base projeções 'ideais', diz

Corte

O presidente do Tribunal de Justiça de São

Paulo, desembargador Geraldo Francisco

Pinheiro Franco, disse que a proposta de

aumentar o orçamento do Judiciário estadual

em R$ 6,8 bilhões foi feita com base em

projeções 'ideais', e que o valor final ainda está

em discussão. Ele ressaltou que o tribunal tem

feito cortes desde o início de sua gestão, em

janeiro, e que a contenção de despesas

aumentou com a pandemia da covid-19. 'O

orçamento do governo do Estado e na Justiça é

formado a partir de projeções as mais ideais e

reais possíveis, voltadas às necessidades

plenas do poder Judiciário, no caso.'

'Vamos discutir item a item, possibilidade a

possibilidade, até que nós possamos chegar

em algo que seja factível para o governo do

Estado.'

Ele citou como exemplos de corte de gastos o

contingenciamento com o Fundo Especial de

Despesa do tribunal, a paralisação nas

nomeações, a renegociação de contratos com

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Conselho Nacional de Justiça - CNJEstadão Online/Nacional - Políticaquarta-feira, 12 de agosto de 2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça

fornecedores e o corte nos pagamentos de

horas extras a servidores.

Segundo Pinheiro Franco, o contingenciamento

nas despesas com o fundo vai gerar cerca de

R$ 300 milhões de economia. Já a

renegociação de contratos deve poupar ao

erário cerca de R$ 50 milhões. Ele ainda disse

que o projeto de ajuste fiscal no governo,

apresentado ao Judiciário há duas semanas, foi

levado em conta na proposta. Destacou

também que o TJ-SP tem mais de 43 mil

funcionários, 320 comarcas e mais de 600

prédios, e é o maior tribunal do País na esfera

estadual.

O governo do Estado informou que o

Orçamento está em elaboração, mas não

comentou o pedido do TJ-SP.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJExtra online/Rio de Janeiro - Brasil

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

OAB pedeinvestigação porcrime de racismo

após juíza doParaná citar três

vezes a raça de umréu negro aocondená-lo

Clique aqui para abrir a imagem

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai

pedir investigação por crime de racismo após

uma juíza de Curitiba, no Paraná, citar por três

vezes a raça de um réu negro para proferir uma

sentença em que condenou sete pessoas por

organização criminosa. Segundo ela, que pediu

desculpa após a repercussão do caso, sua frase

foi tirada de contexto.

O caso ganhou repercussão nesta quarta-feira,

dia em que, pela manhã, o Conselho Nacional

de Justiça (CNJ) fez uma reunião pública com

o tema Igualdade Social no Judiciário.

O CNJ determinou que a Corregedoria-Geral da

Justiça do Paraná investigue em até 30 dias o

caso da juíza Inês Marchalek Zarpelon.

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do

Paraná (TJ-PR), a Corregedoria já instaurou um

procedimento administrativo.

De acordo com a decisão, proferida pela juíza

Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de

Curitiba, o grupo, ao qual pertencia o autônomo

e réu primário Natan Viera da Paz, de 42 anos,

praticava assaltos no Centro da capital

paranaense. Entre as justificativas para valorar

a pena de Natan, a juíza afirmou que ele era

seguramente integrante do grupo criminoso 'em

razão da sua raça'.

Pelos crimes de pertencer a uma organização

criminosa, roubo e furto, Natan recebeu a

sentença de 14 anos de prisão, por crimes que

teriam sido cometidos entre os anos de 2016 e

2018. A sentença foi proferida no dia 19 de

junho, mas o caso só se tornou público agora,

depois que a advogada de defesa do réu,

Thayse Pozzobon, postou nesta quarta-feira,

com a autorização de seu cliente, um trecho do

documento em suas redes sociais.

A juíza mencionou outras duas vezes a raça,

conta a advogada, como justificativa em

momentos enquanto estava valorando a pena.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJExtra online/Rio de Janeiro - Brasil

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

- Ela aumentou em sete meses a sentença

referente à organização criminosa, fixando a

pena em três anos e sete meses. Ela justifica

esse aumento dos três anos iniciais da pena

por ele ser negro. Ela também usou a raça

como justificativa em outros dois momentos:

quando ela falou do roubo e do furto. No total, a

condenação ficou em 14 anos - explica a

advogada, que agora irá entrar com a apelação

e buscar a anulação da sentença.

Em nota, Inês afirmou que em 'nenhum

momento houve o propósito de discriminar

qualquer pessoa por conta de sua cor. E que o

racismo representa uma prática odiosa que

causa prejuízo ao avanço civilizatório,

econômico e social'.

Ela diz ainda que a linguagem 'quando extraída

de um contexto pode causar dubiedades' e que

em nenhum momento a cor foi utilizada para

concluir que o réu pertence a uma organização

criminosa e que a avaliação foi feita com base

nas provas.

'Reafirmo que a cor da pele de um ser humano

jamais serviu ou servirá de argumento ou

fundamento para a tomada de decisões

judiciais. O racismo é prática intolerável em

qualquer civilização e não condiz com os

valores que defendo. Peço sinceras desculpas

se de alguma forma, em razão da interpretação

do trecho específico da sentença, ofendi

alguém'.

Procurada pela reportagem, a juíza preferiu

não se pronunciar.

Instituições se manifestam

O Tribunal de Justiça do Paraná informou nesta

quarta-feira que vai encaminhar o caso para

apuração da Corregedoria-Geral da Justiça.

O Conselho Nacional de Justiça está

discutindo formas de implantar políticas de

combate ao racismo no Poder Judiciário,

ouvindo representantes de movimentos negros

e especialistas. Até 18 de agosto,

universidades, organizações não

governamentais, associações profissionais, de

Direitos Humanos, Defensorias Públicas,

Ministério Público, Ordem dos Advogados do

Brasil e outros interessados podem se

manifestar, por meio de memoriais escritos,

com propostas de políticas judiciárias.

Já a OAB Paraná informou que o órgão,

juntamente com a sua Comissão da Igualdade

Racial, presidida pela advogada Andréia

Cândida Vitor, iria protocolar, ainda nesta

quarta-feira, um pedido de providências

solicitando a abertura de procedimento

administrativo no TJ-PR para apuração dos

fatos.

Em nota, a OAB Paraná reitera seu repúdio a

toda a manifestação de racismo e comunicou

que está solicitando ao Tribunal de Justiça do

Paraná (TJ-PR) e ao Ministério Público

providências para apuração dos fatos ligados à

sentença proferida pela magistrada Inês

Marchelek Zarpelon.

O órgão também enviará um ofício ao

Ministério Público para apurar a prática de

discriminação.

Cássio Telles, presidente da OAB Paraná,

explica que, quando um juiz profere uma

sentença, na dosimetria da pena, existem

critérios, previstos na lei, que devem ser

considerados. No entanto, ele deixa claro que

raça e cor não fazem parte de critérios que

possam ser utilizados por magistrados.

- Vemos essa sentença com preocupação

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Conselho Nacional de Justiça - CNJExtra online/Rio de Janeiro - Brasil

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

porque ela atinge um dos princípios que estão

na nossa Constituição, que é o princípio da

igualdade. Ninguém pode ser discriminado por

questões de raça, de cor, de gênero, de fé,

religião, e jamais poderá, numa sentença

criminal, um magistrado utilizar a condição

racial pra agravar a pena de um cidadão - disse

Telles, numa vídeo gravado e divulgado na

tarde desta quarta-feira.

Representantes do movimento negro ressaltam

que a maioria dos casos de racismo está nas

entrelinhas, como manutenção da prisão nas

audiências de custódia, negativa na concessão

de habeas corpus e não aplicação do princípio

de insignificância nos casos em que é possível

adotá-lo.

Mestre em Direito, o advogado criminalista

Djefferson Amadeus, que é membro do

Movimento Negro Unificado (MNU), diz que o

episódio é mais um exemplo do racismo

estrutural na sociedade:

- As decisões judiciais estão sempre, de

alguma maneira, escondendo essa questão do

racismo que sempre está contido, mas

eventualmente aparece de maneira explícita.

As pessoas não se dão conta do racismo que

praticam por ele ser algo estruturado.

O crime de racismo é previsto em lei, que

enquadra uma série de situações, como, por

exemplo, recusar ou impedir acesso a

estabelecimento comercial, impedir o acesso a

entradas sociais em edifícios públicos ou

residenciais e elevadores ou às escadas de

acesso, negar ou obstar emprego em empresa

privada, entre outros.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha Online/Nacional - colunas e blogs

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Kim Kataguiri aciona CNJ contraprêmio de R$ 100 mil paradesembargadores de SP

Clique aqui para abrir a imagem

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP)

acionou o Conselho Nacional de Justiça com

um pedido para que o Tribunal de Justiça de

São Paulo seja impedido de pagar prêmio de

até R$ 100 mil a desembargadores que

participem das Câmaras Extraordinárias

recentemente autorizadas.

Como revelado pelo Painel, as Câmaras darão

um dia de compensação para cada sete

processos que forem julgados pelos

desembargadores nessas Câmaras. Nas seções

de Direito Público e Privado, cada um deles

poderá participar de até 600 processos, o que

lhes renderá até 85 dias de compensação.

Convertidos em dinheiro, o que é possível de

acordo com a disponibilidade orçamentária do

tribunal, esses dias somam aproximadamente

R$ 100 mil.

Levantamento da Folha de 2019 apontava que a

remuneração bruta de um desembargador em

São Paulo era em média de R$ 56 mil -ou R$ 44

mil líquidos.

No pedido elaborado pelo advogado Rubens

Nunes, do MBL, a criação das Câmaras é

classificada como "ilegal" e "escandalosa".

Elas foram criadas para reduzir o acervo de

mais de 120 mil processos com julgamento

atrasado no tribunal.

"Dado o contexto causado pela pandemia do

Covid-19, as finanças públicas estão seriamente

abaladas por conta da crise na arrecadação,

sendo que tal ato discrepa enormemente da

atitude de austeridade que se espera do Poder

Público neste momento delicado", diz o pedido,

que também questiona o fato de a resolução

que criou as Câmaras, em julho, não apresentar

uma estimativa de impacto orçamentário.

O pedido também critica a dinâmica que explica

a criação das Câmaras: "os desembargadores

mais produtivos recebem um enorme abono

pecuniário simplesmente por terem feito a sua

missão constitucional, que é julgar com

celeridade. Já os desembargadores

improdutivos (que foram os responsáveis pela

situação [de atraso no julgamento dos

processos]) não são punidos."

Por fim, pede que o tribunal seja proibido de

pagar remuneração adicional a

desembargadores que participem de Câmaras

Extraordinárias e que apresente dados sobre a

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha Online/Nacional - colunas e blogs

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

produtividade dos desembargadores e medidas

discplinares tomadas contra aqueles que são

produtivos.

Com Mariana Carneiro, Guilherme Seto e

Nathalia Garcia

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJGazeta do Povo/Paraná - Notíciasquarta-feira, 12 de agosto de 2020

CNJ - Humberto Martins

CNJ vai apurar conduta de juízaacusada de racismo; magistrada se

desculpou

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Por Katia Brembatti

O ministro Humberto Martins, instaurou, de

oficio, pedido de providências para que a

Corregedoria-Geral da Justiça do Paraná apure

a conduta da juíza Inês Marchalek Zarpelon, da

1ª Vara Criminal da Região Metropolitana de

Curitiba (PR), sobre o teor de decisão proferida

pela magistrada, acusada de racismo. A

investigação deve ser feita nos próximos 30

dias. Uma força-tarefa da Defensoria Pública vai

revisar as sentenças da juíza dos últimos 12

meses para analisar se houve alguma menção a

questões de raça. A magistrada se manifestou,

pedindo desculpas, dizendo que a prática de

racismo é intolerável, que a pessoa foi

condenada baseada em provas e que a

interpretação que levou a parecer que fosse

uma discriminação se trata de uma dubiedade.

Para conhecer os detalhes da história, confira

aqui.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Humberto

Martins

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Conselho Nacional de Justiça - CNJIsto é Dinheiro Online/Nacional - Giro

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

'Raça' é usada por juíza em pena noParaná

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Estadão Conteúdo

Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1ª

Vara Criminal de Curitiba, dada após uma

denúncia contra nove pessoas por 'furtos

qualificados e roubos majorados', chamou

atenção um trecho repetido três vezes:

'Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça (?)'. Foi dessa forma que

a juíza Inês Marchalek Zarpelon se referiu a

Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos

que foi condenado a 14 anos e dois meses de

reclusão.

A sentença foi proferida em junho, mas ganhou

repercussão após a advogada Thayse

Pozzobon postar trecho do documento em suas

redes sociais. 'Associar a questão racial à

participação em organização criminosa', diz a

advogada, 'revela não apenas o olhar parcial de

quem, pela escolha da carreira, tem por dever a

imparcialidade, mas também o racismo ainda

latente na sociedade brasileira'.

E a reação da Justiça veio ontem, quando a

Corregedoria Nacional de Justiça instaurou

pedido de providência 'a fim de esclarecer os

fatos'. Em seu pedido, o corregedor Humberto

Martins cita nota pública da Defensoria Pública

do Paraná que 'externa seu estarrecimento e

inconformismo com o teor da sentença

proferida'.

14 anos

Na sentença sobre o grupo, as indicações da

juíza curitibana aparecem na parte final do

documento, na seção em que ela calculou a

pena de Natan - que recebeu 14 anos de

reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.

Além dele, a magistrada condenou outras seis

pessoas, mas sem nenhuma outra referência a

raça.

Logo depois de registrar que ele é réu primário,

sem antecedentes criminais, Zarpelon escreveu:

'Sobre sua conduta social nada se sabe.

Seguramente integrante do grupo criminoso, em

razão da sua raça, agia de forma extremamente

discreta; os delitos e o seu comportamento,

juntamente com os demais, causavam o

desassossego e a desesperança da população,

pelo que deve ser valorada negativamente'. O

primeiro registro se deu quando a magistrada

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Conselho Nacional de Justiça - CNJIsto é Dinheiro Online/Nacional - Giro

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

analisava a pena de Natan relacionada ao

crime de organização criminosa. Depois a frase

foi repetida duas vezes, durante a fixação da

pena base por roubo majorado e por furto

qualificado.

A advogada de Natan considera que o

julgamento está 'maculado' e que a decisão

fere toda a sociedade brasileira. 'O Poder

Judiciário tem o dever de não somente aplicar

a lei, mas também, através de seus julgados,

reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou

seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-

las como fez a magistrada ao associar a cor da

pele ao tipo penal', escreveu Thayse.

'Sinceras desculpas'

Após repercussão da sentença, a juíza, que

atua na 1ª Vara Criminal de Curitiba, divulgou

nota afirmando que 'em nenhum momento

houve o propósito de discriminar qualquer

pessoa por conta de sua cor' e que 'a

linguagem, quando extraída de um contexto

pode causar dubiedades'. No site da

Associação dos Magistrados do Paraná ela

escreveu: 'Sinto-me profundamente entristecida

se fiz chegar, de forma inadequada, uma

mensagem (?) que não condiz com os valores

que todos devemos diuturnamente defender'. E

acrescentou: 'Peço sinceras desculpas se de

alguma forma, em razão da interpretação do

trecho (pág. 117), ofendi a alguém'.

Em seu texto, a juíza argumentou que 'em

nenhum momento a cor foi utilizada como fator

para concluir, como base da fundamentação da

sentença, que o acusado pertence a uma

organização criminosa'.

'A avaliação é sempre feita com base em

provas. A frase foi retirada, portanto, de um

contexto maior, próprio de uma sentença

extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo

que a cor da pele de um ser humano jamais

serviu ou servirá de argumento ou fundamento

para a tomada de decisões judiciais. O racismo

é prática intolerável em qualquer civilização e

não condiz com os valores que defendo', disse.

Observou ainda que 'o racismo representa uma

prática odiosa que causa prejuízo ao avanço

civilizatório, econômico e social.

O trecho polêmico, explica a juíza, 'foi retirado

de uma sentença proferida em processo de

organização criminosa composta por pelo

menos nove pessoas que atuavam em praças

públicas, praticando assaltos e furtos'. Depois

de investigação policial, e, após a instrução,

todos foram condenados, independentemente

de cor, em razão da prova existente nos autos'.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedoria Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJMetrópoles/Distrito Federal - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Justiça edita norma e permitepresença de pais em casamentos civis

no DF

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Autor: Marcus Rodrigues

A Corregedoria da Justiça do Distrito Federal

alterou as regras para a realização de

casamento civil nos cartórios do Distrito Federal,

durante a pandemia do novo coronavírus.

Agora, poderão estar fisicamente presentes nas

cerimônias, além dos noivos e suas

testemunhas, conforme já previsto

anteriormente, os ascendentes e descendentes

até o primeiro grau dos nubentes e mais uma

pessoa para registro fotográfico do ato, desde

que não façam parte do grupo de risco para a

Covid-19.

Ao liberar a realização de cerimônias de

casamento, a Justiça local tinha determinado

que apenas uma testemunha de cada noivo

poderia participar das cerimônias, para evitar o

risco de contágio pelo novo coronavírus. Com a

mudança, pais e filhos dos nubentes também

passam a participar das celebrações, assim

como fotógrafo ou pessoa responsável pelo

registro das imagens.

A alteração feita pela corregedoria prevê

também não haver prejuízo da transmissão por

meio virtual em tempo real da cerimônia para

outras pessoas, o que deverá ser providenciado

pelo Ofício, observadas ainda as demais regras

de segurança previstas nas normas expedidas

pelo órgão, pelo Conselho Nacional de Justiça

e autoridades públicas de saúde.

Em junho, matéria do Metrópoles revelou como

casais brasilienses adaptaram as cerimônias de

casamento durante a pandemia do novo

coronavírus.

Veja imagens de algumas das cerimônias:

(Com informações do TJDFT)

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Antagonista/Nacional - Notíciasquarta-feira, 12 de agosto de 2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Toffoli faz comemoração no CNJ equem paga é você

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Para comemorar os 15 anos do Conselho

Nacional de Justiça, Dias Toffoli convidou

todos os ex-integrantes do órgão para uma

solenidade, no próximo dia 18, em Brasília.

No convite, ofereceu também o pagamento das

passagens aéreas, bancadas, claro, com o

dinheiro público. E isso em plena pandemia,

quando sessões são realizadas à distância.

O CNJ ainda não informou o quanto vai gastar

com os voos.

Supremo envia ao Congresso proposta de

orçamento de R$ 712,4 milhões para 2021

Ar do Supremo fez mal a Toffoli, dizem médicos

Técnicos do MPF dizem que acordo do TCU

com governo sobre leniência é inconstitucional

Toffoli passa bem, mas sem previsão de alta

Toffoli é internado com pneumonite alérgica

Em destaque: Dias Toffoli ? CNJ ? Conselho

Nacional de Justiça

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado CE Online/Ceará - Opiniao

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

Privatização é só da boca para fora,no Congresso

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Autor: Cláudio Humberto

Esforço despendido versus resultados obtidos, a

conta foi negativa

Salim Mattar, explicando sua demissão da

Secretaria de Desestatização e Privatização

Empresário de sucesso, habituado a ver suas

decisões cumpridas sem demora, Salim Mattar

fez um intensivão de política e sobre a vida

como ela é na gestão pública, quando chefiou a

Secretaria de Desestatização e Privatização do

governo Bolsonaro. Há mais de 30 anos, ele é

privatista militante, em defesa do extermínio das

estatais, mas agora Mattar sabe que, em

governo, não basta querer. Precisa 'combinar

com os russos' do Congresso, da Justiça, da

pelegada, dos lobistas, dos fornecedores?

Reino da hipocrisia

Mattar agora sabe. Rodrigo Maia elogia

privatizações em palestras para empresários

paulistas, mas é quem as inviabiliza na Câmara.

Só pensam naquilo

Mattar agora sabe. Quando se trata de estatais,

políticos só pensam na melhor maneira de

ocupar as diretorias com apadrinhados

subornáveis.

Tamanho do problema

Mattar agora sabe. O governo não nos obriga a

sustentar apenas 134 estatais, como se dizia,

mas 698, quase todas imprestáveis e

deficitárias.

Pregação continua

Mattar agora sabe. Empresa privada tem seus

encantos. Mas, ele não retomará a gestão da

sua Localiza. Vai se dedicar ao Instituto Liberal.

Será afastado

Conselheiros do CNJ também apostam que o

colegiado promoverá o afastamento imediato de

Siqueira de suas atividades no TJSP.

Agora é crime

O corregedor nacional, ministro Humberto

Martins, avalia se Siqueira cometeu crime de

'carteirada', previsto na Lei de Abuso de

Autoridade.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado CE Online/Ceará - Opiniao

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

Corporativismo

Enquanto o Tribunal de Justiça mantém

constrangedor silêncio sobre o caso, o

Ministério Público de São Paulo também

denunciou Siqueira.

Como se faz política

Após culpar Edson Fachin, relator da Lava

Jato, pela morte do ex-deputado Nelson Meurer

de covid na prisão, o deputado Ricardo Barros

(PP-PR) se cacifou para virar líder do Governo

na Câmara. Agradou também ao Planalto sua

coragem de criticar o 'lavajatismo'.

Nova lorota

Os 'desinformados', como o general e ministro

Augusto Heleno chama alguns jornalistas

criativos que atuam em Brasília, agora atribuem

aos 'ministros-generais' a defesa do fim do teto

de gastos. É só outra lorota.

Papo foi animador

O ex-secretário de Privatizações Salim Mattar

contou ontem a orientação que recebeu do

presidente Jair Bolsonaro, no começo do

governo. 'À exceção de Caixa, Banco do Brasil

e Petrobras, pode privatizar tudo'.

Sonho sonhado

A venda das estatais renderia ao Tesouro

Nacional mais de R$1 trilhão, suficiente, por

exemplo, para cobrir toda a despesa com a

pandemia de covid-19. Mas, os políticos amam

estatais, seus cargos e seus negócios.

De olho

Está na pauta de amanhã (14), do STF, ação

que pode garantir economia de R$ 6,54 bilhões

a empresas, caso os ministros votem por retirar

o ISS do PIS/Cofins, como aconteceu com o

ICMS. Mas, suas excelências adoram

impostos. É o que sustenta as regalias e

privilégios do setor público.

Direto para o consumo

Levantamento da Fecomércio-SP mostra que

do total de R$ 190 bilhões liberados pelo

auxílio emergencial contra os efeitos da

pandemia no Brasil, R$ 151 bilhões tiveram

como destino o consumo varejista.

Quase 100% mais

De acordo com uma pesquisa

Neotrust/Compre&Confie, o Dia dos Pais

movimentou R$5,4 bilhões para o comércio

digital no País, crescimento de 95,4% em

relação ao mesmo período do ano passado.

Carga explosiva

Após explosão de toneladas de nitrato de

amônio em Beirute, a agência de transportes

aquaviários (Antaq) informa que há 215

terminais portuários, no Brasil, que recebem e

armazenam produtos químicos.

José Américo de Almeida governava a Paraíba,

em 1951, quando o Estado enfrentou uma seca

dramática. Certo dia, no palácio, ele recebeu o

prefeito de uma

das cidades mais castigadas. Tudo o que ele

queria era um caminhão para transportar os

alimentos que conseguiu para os seus

munícipes mais carentes. José Américo

respondeu que seria difícil atender o pedido,

porque a cidade era muito longe da capital. O

prefeito perdeu a paciência e deu uma lição

que o 'Velho' jamais esqueceria: 'É longe não,

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

governador. Fica no mesmo local onde o

senhor foi pedir votos

para se eleger'.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Humberto Martins

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Recuperação judicial, covid-19 e tutelaprovisória

Autor: Marina Freire e Elias Mubarak Júnior*

Vivemos um momento sensível para todas as

relações jurídicas diante da pandemia

proveniente da covid-19 e seu resultado

devastador ainda se está por mensurar. Essa

nêmese, de natureza de caso fortuito ou força

maior, eleva o nível do risco a outro patamar e

deve ser encarado como um novo paradigma.

Países no mundo todo vêm concatenando

medidas a fim de minorar as consequências da

calamidade na saúde, na administração pública,

como também na economia. Em solo nacional,

advieram atos normativos a fim de regulamentar

a situação emergencial, como a Lei 13.979/20 e

o Decreto Legislativo nº 06/2020, o qual instituiu

estado de calamidade pública e liberou o

Executivo das metas impostas pela Lei de

Responsabilidade Fiscal. Os Estados e

Municípios, como consectário, publicaram atos

regulamentares com o fito de assegurar o

isolamento social, que repercutiram em

detrimento do funcionamento de inúmeras

empresas que desempenham atividades não

enquadradas como essenciais. Assim, voltam-

se os holofotes àquele que pode assegurar a

inviolabilidade de direitos arranhados diante da

situação de anormalidade: o Poder Judiciário.

Para tanto, o ordenamento dispõe sobre a

possibilidade de concessão de medidas de

natureza cautelar ou antecipada, pois o fator

tempo exige a imediata atuação do Estado,

calcando-se em juízos de verossimilhança e de

caráter não exauriente e justamente a condição

incomum da empresa em recuperação impõe a

adoção de medidas excepcionais com vistas à

sua preservação.

As tutelas, assim, funcionam como ferramenta

no auxílio da manutenção da atividade da

empresa, servindo para repelir atos de

constrição, preservar seu patrimônio e, por

consequência, garantir a manutenção de

empregos, o pagamento de fornecedores, além

de assegurar a arrecadação tributária.

A situação da empresa, delicada juridicamente

por si só, encontra na Tutela Provisória a

ferramenta essencial à sua proteção. A fortiori, é

possível vislumbrar que os fatos recentes

tendem a colocar a empresa na iminência de

'quebra', vez que com a determinação de

paralisação de suas atividades por conta do

isolamento, torna-se cada vez mais penoso

fazer valer as obrigações assumidas anteriores

ao estado de calamidade.

Diante deste cenário, o Conselho Nacional de

Justiça formalizou a Recomendação n 63/20,

com o objetivo de unificar a orientação a ser

adotada pelos tribunais durante a pandemia,

buscando mitigar o impacto decorrente do

estado emergencial nessas entidades, bem

como o Projeto de Lei 1.397/2020 institui

medidas salutares destinadas a atenuar a crise

econômico-financeira, como a suspensão por 60

dias de cobranças extrajudiciais ou judiciais de

dívidas vencidas após a decretação do estado

de calamidade e o instrumento da negociação

coletiva para quem comprovar decréscimo

superior a 30% de seu faturamento.

Na Itália, não foi diferente, vez que a crise deu

ensejo ao Decreto-lei n. 23, que concede ajuda

financeira às empresas e suspende por três

meses os processos de declaração falimentar.

O princípio da preservação da empresa deve

integrar ainda mais o espírito da fundamentação

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

do decisum, mormente visualizando como

efeito dela o poder de reduzir os impactos

econômicos decorrentes da covid-19. Já é

possível constatar decisões em harmonia com

a Recomendação, como a antecipação dos

efeitos do Stay Period, com escopo de evitar a

paralisação das atividades da empresa,

motivada pela ausência de tempo hábil para

apresentação da documentação a que faz

menção o art. 51 da Lei n. 11.101/05.

O magistrado deve ter em mente o efeito

holístico de sua decisão, a qual, embora seja

'inter pars', acaba por repercutir na esfera de

terceiros, os quais em circunstâncias ordinárias

não seriam sopesados, porém, na atual

conjuntura, são relevantes na sua ponderação.

O cenário que se estabelece demanda atuação

conjunta e orquestrada por partes de todos os

Poderes do Estado. Ao Judiciário incube

análise minuciosa da situação que envolve

teoria da imprevisão, caso fortuito, força maior

e, eventualmente, fato do príncipe.

Por fim, não podemos olvidar da eventual

avalanche de processos com pedidos de

urgência que deverão ser apreciados

incontinenti. Nesse esteira, interessante a

sugestão dada pelo professor de Direito

Empresarial Mark Roe, da Harvard Law School,

no sentido de alocar mais juízes, de forma

temporária para as varas especializadas em

falência e recuperação de empresas, ou

deslocar aqueles com menos feitos para onde

há maior volume de processos e, ainda, da

ideia de se reconduzir aos antigos cargos

juízes aposentados na área (malgrado nossa

diferença de assunção ao cargo), tudo a fim de

não se causar mais danos no cenário cujo

transcurso do tempo pode ser mais fatal que a

própria pandemia.

Desta forma, vislumbramos que a preocupação

com a crise é um dos desafios globais do

século 21 e, que após a superação dos

problemas sanitários, haverá um novo

momento, o da UTI econômica, e os

verdadeiros garantidores da saúde financeira

do país serão os advogados e juízes atentos às

essas necessidades.

*Marina Freire, juíza de Direito, especialista em

Processo Civil (EPM), mestre em Direito

Internacional (USP); Elias Mubarak Júnior,

advogado, sócio na Mubarak Advogados

Associados, membro da Comissão de Estudos

de Recuperação Judicial e Falência da OAB/SP

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Toffoli marca para 19 de agostojulgamento de ação da Rede sobre

dossiê

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Autor: Rafael Moraes Moura/ BRASÍLIA

O presidente do Supremo Tribunal Federal

(STF), Dias Toffoli, marcou para o dia 19 de

agosto o julgamento de uma ação da Rede

sobre um dossiê elaborado pelo governo contra

579 servidores federais e estaduais identificados

como integrantes do 'movimento antifascismo'.

Na ação, a Rede pede ao STF a abertura de

inquérito na Polícia Federal para investigar o

caso.

O tema vai ser discutido pelos 11 integrantes da

Corte em sessão plenária realizada por

videoconferência.

Na última testa terça-feira, o ministro da Justiça,

André Mendonça, se antecipou e encaminhou

ao Congresso uma cópia do relatório sobre

opositores do governo Jair Bolsonaro. O

documento, com cerca de 200 páginas, foi

entregue ao presidente da Comissão Mista de

Controle das Atividades de Inteligência (CCAI),

senador Nelsinho Trad (PSD-MS), antes que o

colegiado fizesse uma solicitação. Em nota, a

pasta também informou que a Polícia Federal

vai investigar o vazamento do 'dossiê'.

A existência do documento feito pela Diretoria

de Inteligência da Secretaria de Operações

Integradas (Seopi) com informações sobre 579

servidores da área de segurança pública e da

educação identificados com o movimento

antifascismo foi revelada pelo portal UOL em

julho. Na sexta-feira passada, o ministro da

Justiça negou o termo 'dossiê', afirmando que

remete a algo ilegal, mas admitiu que a pasta

monitorou opositores ao governo. Os

parlamentares só deverão ter acesso ao

relatório da pasta na semana que vem.

Explicações. Em resposta enviada ao Supremo

na semana passada, o Ministério da Justiça e

Segurança Pública disse que não investiga

opositores do governo e negou que produza

dossiês. A pasta disse ainda que não pode

compartilhar com a Corte informações de

Inteligência produzidas pela sua Seopi. A

manifestação foi enviada ao tribunal depois de a

relatora do caso, Cármen Lúcia, cobrar

explicações dentro de um prazo de 48 horas.

'A atividade de Inteligência dedica-se a produzir

conhecimentos para assessorar o processo

decisório das autoridades públicas. Assim, é

dever dizer que não há qualquer procedimento

investigativo instaurado contra qualquer pessoa

específica no âmbito da Seopi, muito menos

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

com caráter penal ou policial. Noutras palavras,

não compete à Seopi produzir 'dossiê' contra

nenhum cidadão e nem mesmo instaurar

procedimentos de cunho inquisitorial', afirmou o

ministério.

A pasta disse ainda que a produção de

relatórios em secretarias é 'atividade essencial

para a segurança do Estado e dos cidadãos', e

que a Seopi 'não se coloca a serviço de

grupos, ideologias e objetivos mutáveis e

sujeito às conjunturas político-partidárias'.

'Não se pode deixar de consignar que o

vazamento de informações de Inteligência é

fato grave e que coloca em risco tanto

atividades essenciais do Estado Brasileiro

como pessoas eventualmente citadas nos

relatórios.'

O ministério defende o arquivamento da ação

apresentada pela Rede Sustentabilidade, sob

argumento que o partido não conseguiu

demonstrar a existência dos atos que

descreveu.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Alterações na Lei de RecuperaçãoJudicial podem não ser suficientes

para superar a crise

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Autor: João Pedro Alves Pinto*

João Pedro Alves Pinto. FOTO: DIVULGAÇÃO

A crise econômica provocada pela pandemia do

coronavírus está deixando sequelas graves no

setor empresarial brasileiro. A Secretaria de

Política Econômica do Ministério da Economia

estima que mais de 3 mil empresas podem

entrar em recuperação judicial nos próximos

meses e outras 271 mil correm o risco de se

tornarem inadimplentes com suas obrigações de

rotina devido aos impactos negativos pelo

Covid-19.

Leia Também

Reforma da Lei de Recuperação Judicial e a

curva da insolvência

Esses impactos resultaram também na perda de

1.198.363 postos formais de trabalho no

primeiro semestre de 2020, de acordo com os

dados divulgados pelo Cadastro Geral de

Empregados e Desempregados (CAGED).

Para tentar amenizar essa situação e melhorar o

ambiente de negócios após o controle da

pandemia, a equipe econômica do Governo

Federal pretende avançar no Congresso

Nacional com a votação do Projeto de Lei nº

10.220/2018, que propõe a atualização de

dispositivos da Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro

de 2005 (Lei de Recuperação Judicial e

Falência).

A equipe econômica acredita que o tempo que

os processos levam para serem finalizados (em

média de 6,7 anos, mas muitos se arrastam por

mais de 13 anos) torna ineficaz o modelo atual

da recuperação judicial no Brasil. Isso porque os

ativos de uma empresa que se socorre desse

instituto costumam perder 51% do seu valor

médio, o que se agrava à medida que o

processo se prolonga. Na prática, quanto mais

tempo o processo levar para ser finalizado,

menos patrimônio da empresa poderá ser

convertido em recursos para pagar as suas

dívidas, o que dificulta o seu retorno ao

mercado.

Diante disso, o PL 10.220/2018 prevê melhora

nas condições de pagamento das dívidas com a

Fazenda Nacional, por meio da possibilidade do

seu parcelamento em até 120 prestações

mensais, além da aproximação do Fisco com os

processos de recuperação judicial e falência

mediante a criação de uma espécie de

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

negociação chamada de 'transação tributária'.

Outro ponto relevante é o capítulo que

regulamenta os contratos de financiamento

para as empresas em recuperação judicial,

sobretudo porque, atualmente, há uma lacuna

sobre este tema, o que não confere segurança

jurídica nem previsão para tais operações.

A equipe econômica pretende também conferir

aos empresários e empresas a possibilidade de

um 'fresh start' (começo rápido), ou seja,

permitir que fechem seus negócios ou os

repassem a terceiros para se livrarem

rapidamente de suas dívidas e, assim, voltarem

a empreender.

O PL 10.220/2018 aguarda votação pelo

Plenário da Câmara dos Deputados e, de

acordo com o seu relator, o deputado Hugo

Leal (PSD-RJ), a ideia é que isso aconteça na

primeira quinzena de agosto.

Porém, apesar de ser louvável a preocupação

da equipe econômica com a retomada da

economia, existe o risco de as alterações

pretendidas na Lei de Recuperação Judicial e

Falência não surtirem, na prática, o efeito

esperado. Isso porque já é sabido que o Poder

Judiciário se encontra sobrecarregado e

operando no limite de sua capacidade de

absorção de demandas e poderá colapsar à

medida que novas empresas pedirem

recuperação judicial em um curto espaço de

tempo (o que certamente ocorrerá), tendo em

vista a complexidade desse tipo de processo.

Por essa razão, ao invés de propor

modificações na Lei de Recuperação Judicial e

Falência, talvez o legislador devesse se

preocupar mais em incentivar a negociação

extrajudicial como meio alternativo à jurisdição

estatal.

A esse respeito, o Conselho Nacional de

Justiça (CNJ) aprovou, no dia 17 de julho de

2020, a proposta contida no ato normativo nº

0005479-03.2020.2.00.0000, que prevê a

criação de Centros Judiciários de Solução de

Conflitos e Cidadania (CEJUSCs) exclusivos

para as demandas empresariais, os chamados

CEJUSCs empresariais.

O CNJ registra ainda a necessidade de esses

órgãos serem estruturados de forma adequada,

mediante a capacitação dos seus

mediadores/conciliadores em matéria

empresarial, além da possibilidade de utilização

de câmaras privadas de negociação e

mediação devidamente cadastradas pelos

Tribunais de Justiça, sobretudo porque, na

conjuntura atual, o espaço para a negociação

está naturalmente limitado pela fragilidade

econômica dos devedores e dos credores.

Para que seus resultados sejam positivos,

entretanto, é imprescindível que, além da

instalação e estruturação adequada, a

utilização dos CEJUSCs empresarias seja

realmente incentivada com a adoção de

mecanismos que tornem a negociação prévia

eficiente e viabilizem o retorno da empresa em

crise ao mercado.

Assim, nesse ambiente de negociação prévia,

um mecanismos que poderia ser utilizado é o já

conhecido 'stay period', que é o período pelo

qual ficam suspensas as execuções contra o

devedor. Outra opção é conferir ao devedor o

acesso a fontes alternativas de financiamento,

a fim de que possa reestruturar as suas dívidas

de forma mais rápida e minimizar a perda de

valor de seus ativos.

Esses mecanismos já são adotados

atualmente, porém, apenas em âmbito judicial,

ou seja, após o devedor ter o processamento

da sua recuperação judicial deferido.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado de S. Paulo - Blogs/Nacional - Fausto Macedo

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Portanto, a adoção desses mecanismos poderá

aumentar a capacidade de absorção de

demandas pelo Poder Judiciário; prevenir a

propositura de outras demandas relacionadas

ao inadimplemento do devedor e; assim,

conferir-lhe a proteção necessária para que as

negociações prévias ocorram de maneira

célere e eficiente.

*João Pedro Alves Pinto é advogado associado

do escritório Meirelles Milaré Advogados

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo Online/Nacional - Opinião

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Justiça à distância

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Autor: Felipe Gonçalves e Teresa de Andrade

Castro Neves

Apesar da avassaladora pandemia da Covid-19,

a Justiça não parou. Podemos dizer que o

Poder Judiciário se transformou para que a

jurisdição continuasse a ser prestada durante a

crise.

No Estado do Rio de Janeiro, de 16 de março a

19 de julho de 2020, os magistrados produziram

3,5 milhões de atos processuais: 786.888

sentenças, 779.960 decisões e quase dois

milhões de despachos (1.987.807). Nosso

Tribunal de Justiça registrou, ao todo, 24

milhões de movimentações processuais em

quatro meses de quarentena.

Mesmo neste período marcado por tantas

adversidades, a Justiça mostrou sua

essencialidade e fez valer seu papel

republicano. Condição só possível pela

adequação da prestação jurisdicional ao

teletrabalho. O home office revelou-se

fundamental à manutenção do funcionamento

da Justiça em audiências, sessões e

atendimento aos advogados por

videoconferência, bem como o exercício

intelectual à distância.

Magistrados e servidores, bem como os próprios

advogados, adaptaram-se rapidamente. A

dificuldade gerada por mudanças tão repentinas

logo evidenciou a oportunidade de mostrar o

profissionalismo, a eficiência e a dedicação de

todos. Importante ressaltar que, com o trabalho

remoto, evita-se a perda de tempo com

deslocamentos e o estresse natural do cotidiano

das ruas.

A Justiça do Rio de Janeiro é a campeã de

produtividade pelo décimo ano consecutivo. O

relatório Justiça em Números, do Conselho

Nacional de Justiça, mostra que as 631

unidades judiciárias do estado, situadas em 81

municípios sedes de comarcas, produziram

3.339 sentenças por magistrado. Que nos sirva

de comparação: a média nacional é de 1.897

sentenças/magistrado, ou seja, o magistrado

fluminense produz quase o dobro do colega de

outros estados.

Em 2019, a despesa do Judiciário fluminense

por habitante foi de R$ 253,30, incluída a folha

de inativos. Quantia menor do que a média

nacional, de R$ 256,80. A Justiça do Rio de

Janeiro é a mais bem distribuída do país: 99,6%

da população fluminense residem nos

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo Online/Nacional - Opinião

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

municípios-sede. Em 16 anos, a Justiça

Itinerante já atendeu a mais de 1 milhão de

pessoas em 32 pontos permanentes no Estado.

Há, realmente, muito do que nos orgulhar. O

Judiciário brasileiro e, em especial, o

fluminense, seguirá trabalhando para construir

o bem comum e servir ao cidadão de forma

eficiente e isenta, como exige o estado

democrático de direito.

Ainda há muito o que fazer, muitos serão os

desafios pela frente no enfrentamento desta

crise sem precedentes. Estaremos trabalhando

juntos para atender aos anseios da sociedade

em busca da paz social.

Seja no fórum ou em casa, uma certeza temos:

a Justiça não para.

Felipe Gonçalves é juiz do Tribunal de Justiça

do Rio de Janeiro e presidente da Associação

dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro

(Amaerj), Teresa de Andrade Castro Neves é

desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio

de Janeiro e 1ª vice-presidente da Amaerj

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, Judiciário - Justiça em

Números

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo Online/Nacional - Brasilquarta-feira, 12 de agosto de 2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça

STF quer aumentar em R$ 26 milhõesorçamento para 2021

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Autor: Carolina Brígido

BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF)

aprovou nesta quarta-feira a proposta

orçamentária da Corte para 2021. A estimativa é

de R$ 712,4 milhões em gastos, um valor com

acréscimo de R$ 25,7 milhões em relação ao

orçamento deste ano, de R$ 686,7 milhões.

Apesar da crise financeira e fiscal do país, o

tribunal optou pelo acréscimo - que, segundo o

presidente do Supremo, Dias Toffoli,

corresponde apenas à correção pela inflação no

período.

O ministro Luiz Fux, que assumirá a presidência

do Supremo em setembro, contou que manteve

contato com representantes do Ministério da

Economia para, se houver necessidade, pedir

suplementação no orçamento no ano que vem

para custear eventuais novas despesas da

Corte e do Conselho Nacional de Justiça

(CNJ), órgão que também comandará.

Toffoli louvou a iniciativa, mas deixou claro que,

diante do cenário financeiro atual do país, não

seria possível aumentar o valor do orçamento

agora. Segundo ele, o valor atual foi acertado

diretamente com técnicos da equipe econômica

do governo.

- O que apresentamos agora é o possível no

atual momento - disse Toffoli.

No ano passado, o STF apresentou uma

proposta de orçamento R$ 92 milhões menor

em relação aos gastos no ano anterior. A

redução foi necessária para a Corte se adequar

à emenda constitucional 95, conhecida como

PEC do teto, que estabeleceu limite para o

aumento dos gastos da União.

A proposta orçamentária foi apresentada pelo

presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, aos

demais ministros na semana passada. Como

todos já conheciam os números, a aprovação do

orçamento durou poucos instantes, sem

qualquer debate entre os integrantes do tribunal.

Agora, Toffoli vai encaminhar a proposta ao

Poder Executivo, que consolida o Orçamento da

União e envia para votação no Congresso

Nacional.

Nos moldes do orçamento do ano passado, não

há previsão de reajuste nos salários dos

ministros do STF, que é de R$ 39,2 mil.

Eventual aumento representaria efeito em toda

a administração pública. Isso porque os salários

dos juízes do Brasil são calculados em

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Globo Online/Nacional - Brasilquarta-feira, 12 de agosto de 2020

CNJ - Conselho Nacional de Justiça

percentuais dos vencimentos dos ministros do

STF. Além disso, o valor também serve como

teto do funcionalismo público.

Segundo Toffoli, a proposta inicial para 2021

era R$ 76,1 milhões maior do que a

apresentada nesta quarta-feira, mas foi cortada

para permitir o ajuste à PEC do teto. O

presidente do Supremo ressaltou que, neste

ano, foi editada norma permitindo o

compartilhamento de determinados gastos

entre as Cortes - como na TV Justiça. Embora

os tribunais façam uso da programação, até o

ano passado apenas o STF arcava com os

custos do canal.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Já passou da hora de os negrosbrasileiros serem tratados como

judeus

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"A escravidão permanecerá por muito tempo

como a característica nacional do Brasil. Ela

espalhou por nossas vastas solidões uma

grande suavidade; seu contato foi a primeira

forma que recebeu a natureza virgem do país, e

foi a que ele guardou; ela povoou-o como se

fosse uma religião natural e viva, com os seus

mitos, suas legendas, seus encantamentos;

insuflou-lhe sua alma infantil, suas tristezas sem

pesar, suas lágrimas sem amargor, seu silêncio

sem concentração, suas alegrias sem causa,

sua felicidade sem dia seguinte? É ela o suspiro

indefinível que exalam ao luar as nossas noites

do Norte."

O texto acima é de autoria do gigantesco

Joaquim Nabuco e está no livro "Minha

Formação". Trata-se de uma verdade aterradora

e profunda. Nabuco aborda, como se nota, a

naturalização da escravidão entre nós, como se

fosse um traço da nossa identidade.

A degeneração moral legada pela escravidão

aparece na agressão vil de que foi alvo um

entregador em Valinhos, em São Paulo, ou na

agressão física sofrida por um motoboy num

shopping do Rio. E, nesse segundo caso, os

únicos que estavam transgredindo a lei eram os

policiais que estavam fazendo bico.

Agora vem a público a sentença de uma juíza

do Paraná. Leio na Folha:

A raça foi uma das características usadas para

associar um homem a um grupo criminoso em

Curitiba (PR). Nas palavras da juíza Inês

Marchalek Zarpelon, o réu Natan Vieira da Paz,

um homem negro de 48 anos, "seguramente"

integrava a organização, "em razão de sua

raça".

A frase foi repetida em três partes da sentença

de 115 páginas, da 1ª Vara Criminal de Curitiba.

A decisão é do dia 19 de junho, mas ganhou

repercussão com a revolta da advogada do réu,

Thayze Pozzobon, que compartilhou a sentença

nas redes sociais.

(...)

Após o impacto do caso, a Corregedoria do

Tribunal de Justiça do Paraná (TJ/PR) informou

em nota à Folha que instaurou procedimento

administrativo para apurar os fatos.

Natan, cujo apelido é "Neguinho", como detalha

a própria sentença, foi condenado a 14 anos e 2

meses de prisão, em regime fechado, além de

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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

multa, por roubos e furtos praticados em

organização criminosa. Ele pode recorrer da

condenação em liberdade.

"Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça", escreveu a magistrada.

Na sequência, ela afirmou que, no grupo

criminoso que integrava, ele e os demais réus

"causavam o desassossego e a desesperança

da população", fator que deveria ser

considerado para valorar negativamente as

condutas.

(...)

Via Associação dos Magistrados do Paraná

(Amapar), a juíza divulgou uma nota em que

pede desculpas pelo ocorrido, mas afirma que

a frase foi "retirada de um contexto maior" e

que a cor da pele do réu não foi levada em

consideração para condená-lo.

"Em nenhum momento a cor foi utilizada -e

nem poderia- como fator para concluir, como

base da fundamentação da sentença, que o

acusado pertence a uma organização

criminosa. A avaliação é sempre feita com base

em provas", afirmou a juíza.

RETOMO

É o fim da picada a juíza em questão se

manifestar via "Associação dos Magistrados do

Paraná". Na hora de dar a sentença e escrever

a barbaridade que escreveu, ela o faz por conta

própria, segundo os critérios olímpicos de que

dispõe o juiz -- e nem me oponho a eles,

alicerçados na vitaliciedade, na inamovibilidade

e na irredutibilidade dos salários.

Quando, no entanto, algo dá errado, aí se

apela ao ente de caráter sindical...

A associação se dá conta de que, ao ser

veículo da explicação que nada explica, acaba

se comprometendo com a frase odiosa?

"Fora de contexto"? É mesmo? Que contexto

explica "seguramente integrante do grupo

criminoso, em razão da sua raça"...? Ademais,

alguém explique à doutora que cor de pele não

é raça. Raça mesmo, senhora, só existe uma: a

humana.

QUANDO ACABA?

Sabem quando isso vai acabar? Quando o

Conselho Nacional de Justiça simplesmente

aposentar compulsoriamente um juiz que

escreve algo dessa natureza. E quando,

finalmente, a discriminação contra o negro

ganhar o justo status de que goza, por

exemplo, a discriminação contra os judeus.

Reitero: JUSTO STATUS!

Ou alguém dúvida de que a Associação dos

Magistrados do Paraná jamais poria o sindicato

a serviço de um juiz que praticasse

antissemitismo numa sentença? E não o faria

porque as entidades judaicas são mais

organizadas e mais presente no establishment

do que os grupos que defendem os direitos dos

negros.

A partir do dia 10 de setembro, o STF e o

Conselho Nacional de Justiça passarão a ser

ocupados por um judeu, por exemplo: Luiz Fux.

Sim, já houve um negro lá - Joaquim Barbosa -,

mas se tratou de exceção, não de regra, de

coisa corriqueira.

Voltemos a Joaquim Nabuco. Correta e

justamente, o antissemitismo causa

repugnância numa larga maioria, inclusive

numa larga maioria que ainda vê com

naturalidade a discriminação contra os negros.

Afinal, como quer Nabuco, a escravidão

povoou nossa natureza virgem "como se fosse

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

uma religião natural e viva, com os seus mitos,

suas legendas, seus encantamentos".

E, desgraçadamente, ofender um negro parece

não ter a mesma gravidade de ofender um

judeu.

FALAR TUDO

E, como o segredo de aborrecer é dizer tudo,

lembro que Jair Bolsonaro, durante a

campanha eleitoral, disparou a seguinte

barbaridade:

"Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais

leve lá pesava sete arrobas (arroba é uma

medida usada para pesar gado; cada uma

equivale a 15 kg). Não fazem nada. Eu acho

que nem para procriador ele serve mais".

E prosseguiu:

"Alguém já viu algum japonês pedindo esmola?

É uma raça que tem vergonha na cara!".

Foi aplaudido com entusiasmo. Estava na

Hebraica do Rio. Um clube judaico.

O STF recusou uma denúncia contra ele por

racismo.

Chegou a hora de o negro brasileiro ser tratado

como um judeu.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - cotidiano

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

'Raça' é usada por juíza em pena noParaná

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Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1ª

Vara Criminal de Curitiba, dada após uma

denúncia contra nove pessoas por 'furtos

qualificados e roubos majorados', chamou

atenção um trecho repetido três vezes:

"Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça (...)". Foi dessa forma que

a juíza Inês Marchalek Zarpelon se referiu a

Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos

que foi condenado a 14 anos e dois meses de

reclusão.

A sentença foi proferida em junho, mas ganhou

repercussão após a advogada Thayse

Pozzobon postar trecho do documento em suas

redes sociais. "Associar a questão racial à

participação em organização criminosa", diz a

advogada, "revela não apenas o olhar parcial de

quem, pela escolha da carreira, tem por dever a

imparcialidade, mas também o racismo ainda

latente na sociedade brasileira".

E a reação da Justiça veio ontem, quando a

Corregedoria Nacional de Justiça instaurou

pedido de providência "a fim de esclarecer os

fatos". Em seu pedido, o corregedor Humberto

Martins cita nota pública da Defensoria Pública

do Paraná que "externa seu estarrecimento e

inconformismo com o teor da sentença

proferida".

14 anos

Na sentença sobre o grupo, as indicações da

juíza curitibana aparecem na parte final do

documento, na seção em que ela calculou a

pena de Natan - que recebeu 14 anos de

reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.

Além dele, a magistrada condenou outras seis

pessoas, mas sem nenhuma outra referência a

raça.

Logo depois de registrar que ele é réu primário,

sem antecedentes criminais, Zarpelon escreveu:

"Sobre sua conduta social nada se sabe.

Seguramente integrante do grupo criminoso, em

razão da sua raça, agia de forma extremamente

discreta; os delitos e o seu comportamento,

juntamente com os demais, causavam o

desassossego e a desesperança da população,

pelo que deve ser valorada negativamente". O

primeiro registro se deu quando a magistrada

analisava a pena de Natan relacionada ao crime

de organização criminosa. Depois a frase foi

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Conselho Nacional de Justiça - CNJUOL/Nacional - cotidiano

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

repetida duas vezes, durante a fixação da pena

base por roubo majorado e por furto

qualificado.

A advogada de Natan considera que o

julgamento está "maculado" e que a decisão

fere toda a sociedade brasileira. "O Poder

Judiciário tem o dever de não somente aplicar

a lei, mas também, através de seus julgados,

reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou

seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-

las como fez a magistrada ao associar a cor da

pele ao tipo penal", escreveu Thayse.

'Sinceras desculpas'

Após repercussão da sentença, a juíza, que

atua na 1ª Vara Criminal de Curitiba, divulgou

nota afirmando que "em nenhum momento

houve o propósito de discriminar qualquer

pessoa por conta de sua cor" e que "a

linguagem, quando extraída de um contexto

pode causar dubiedades'. No site da

Associação dos Magistrados do Paraná ela

escreveu: "Sinto-me profundamente

entristecida se fiz chegar, de forma

inadequada, uma mensagem (...) que não

condiz com os valores que todos devemos

diuturnamente defender". E acrescentou: "Peço

sinceras desculpas se de alguma forma, em

razão da interpretação do trecho (pág. 117),

ofendi a alguém".

Em seu texto, a juíza argumentou que "em

nenhum momento a cor foi utilizada como fator

para concluir, como base da fundamentação da

sentença, que o acusado pertence a uma

organização criminosa".

"A avaliação é sempre feita com base em

provas. A frase foi retirada, portanto, de um

contexto maior, próprio de uma sentença

extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo

que a cor da pele de um ser humano jamais

serviu ou servirá de argumento ou fundamento

para a tomada de decisões judiciais. O racismo

é prática intolerável em qualquer civilização e

não condiz com os valores que defendo", disse.

Observou ainda que "o racismo representa

uma prática odiosa que causa prejuízo ao

avanço civilizatório, econômico e social.

O trecho polêmico, explica a juíza, "foi retirado

de uma sentença proferida em processo de

organização criminosa composta por pelo

menos nove pessoas que atuavam em praças

públicas, praticando assaltos e furtos". Depois

de investigação policial, e, após a instrução,

todos foram condenados, independentemente

de cor, em razão da prova existente nos autos".

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedoria Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Online/Nacional - Brasil

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Presidente da Abag vê setor privadocomo artífice do desenvolvimento da

Amazônia

Autor: Daniela Chiaretti

'O setor privado pode ser artífice do

desenvolvimento da Amazônia brasileira. Mas

os principais entraves, e não só na Amazônia,

são a insegurança jurídica e o custo-Brasil',

disse Marcello Brito, presidente da Associação

Brasileira do Agronegócio (Abag). 'Não falta

capital no mundo para investir. Falta segurança

jurídica e transparência para quem quer receber

o capital.'

Brito falou em entrevista coletiva no

encerramento da reunião virtual de lideranças

empresariais com os nove governadores da

Amazônia Legal, na manhã desta quarta-feira

(12).

No encontro, além dos nove governadores,

estavam os CEOs e presidentes de empresas

Beny Fiterman (Agropalma), Eduardo

Bartolomeo (Vale), João Paulo Ferreira (Natura)

e Marcos Molina (Marfrig) e os diretores de

sustentabilidade e relações governamentais

Domingos Campos (Norsk Hydro) e Michelle

Shayo (Alcoa).

Carta

Na reunião, os empresários apresentaram uma

carta ao consórcio de governadores da

Amazônia. Nela pedem avaliação e validação do

Cadastro Ambiental Rural (CAR) e

implementação do Código Florestal, o que, até

agora, não ocorreu. Pedem, ainda, ação de

polícia para o combate ao crime organizado

ligado à grilagem e ao desmatamento ilegal,

'que prejudica os negócios legais da Amazônia'.

Outro pedido do setor privado aos governadores

é a maior integração entre os institutos de terras

e o INCRA para que se consiga maior agilidade

aos processos de regularização fundiária.

'Esse grupo acompanha com maior atenção e

preocupação o impacto nos negócios da atual

percepção negativa da imagem do Brasil no

exterior em relação às questões

socioambientais na Amazônia. Essa percepção

negativa tem um enorme potencial de prejuízo

para o Brasil, não apenas do ponto de vista

reputacional, mas de forma efetiva para o

desenvolvimento de negócios e projetos

fundamentais para o país', segue o comunicado.

O movimento do setor privado pelo combate ao

desmatamento ilegal da Amazônia, inclusão

socioeconômica das comunidades no esforço de

preservação da floresta e descarbonização da

economia começou há um mês, com a carta-

manifesto assinada por 38 CEOs de grandes

empresas nacionais e internacionais com

interesses no Brasil. Hoje são 70, lembrou

Marina Grossi, presidente do Conselho

Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável (Cebds), articuladora do

movimento.

A Amazônia e os três Poderes

Marina lembrou que a primeira reunião do grupo

foi com o presidente do Conselho Nacional da

Amazônia Legal, vice-presidente Hamilton

Mourão, que falou em metas para combater o

desmatamento ilegal, e depois com o presidente

da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que criou

um grupo de trabalho para interagir com as

demandas do setor privado.

Ontem foi a vez de um encontro com os

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Conselho Nacional de Justiça - CNJValor Online/Nacional - Brasil

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

ministros Dias Toffoli, presidente do Supremo

Tribunal Federal (STF), e Luís Roberto

Barroso, além da conselheira do Conselho

Nacional de Justiça (CNJ) Maria Tereza Uille

Gomes.

'Falamos sobre a importância de combater o

desmatamento ilegal para a credibilidade

brasileira e o que isso representa para o país,

em termos de imagem e também de realidade',

disse, ao Valor, André Clark, presidente da

Siemens Energy.

Na reunião com o STF também estiveram

Horácio Lafer Piva (Klabin), Marc Reichardt

(Bayer) e Molina, da Marfrig.

No judiciário, os empresários falaram sobre os

prejuízos à imagem do Brasil e dos negócios

causados pelo avanço do desmatamento ilegal

e a importância de levar o Estado de Direito

para a Amazônia. Pediram agilidade no

julgamento de questões relacionadas à

implementação do Código Florestal, que estão

na pauta do Tribunal.

'Esta questão, de parar o desmatamento ilegal,

não é só central para o judiciário brasileiro, mas

também para o equilíbrio climático, de redução

de emissões, para o regime de chuvas', seguiu

Clark. 'Imagine o efeito de uma ruptura no

regime de chuvas para as hidrelétricas no país

ou às culturas agrícolas', seguiu.

'O Brasil é uma potência de energia verde. Mas

é importante lembrar que a destruição da

Amazônia, e já temos 20% dela desmatada,

pode impactar severamente o sistema

energético e desestabilizar o país.'

Na reunião com os governadores, o presidente

do Conselho da Marfrig falou sobre o

rastreamento da cadeia de produção da carne,

segundo relato de Marina Grossi.

'É muito claro que o Brasil dispõe de todas as

ferramentas necessárias, de inteligência e

governança, para conter o desmatamento ilegal

e a grilagem de terras. É preciso integrar. Está

cada um em seu canto', seguiu Brito, da Abag.

O outro ponto, segundo ele, é 'identificar quais

os setores relevantes para a Amazônia e quais

são os setores em que a Amazônia é relevante.

Assim podemos dar a devida prioridade'.

'Os negócios têm muitas oportunidades

relacionadas à Amazônia e têm, também,

muitos riscos atrelados', ponderou Carlo

Pereira, secretário-executivo do Pacto Global,

iniciativa da ONU para engajar empresas em

meio ambiente, direitos humanos, trabalho e

medidas anticorrupção.

'Quem poderia concorrer com produtos

agroambientais brasileiros com carimbo de

Amazônia preservada? Ninguém', provocou

Brito, da Abag. 'A quem interessa a

transparência senão aos honestos? Quem faz

a coisa direito está querendo esconder o quê?

Nada.'

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille

Gomes

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Conselho Nacional de Justiça - CNJBahia Notícias/Bahia - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

TRT-BA pode abrir processo contrajuiz por 33 licenças médicas e

participar de leilões

Clique aqui para abrir a imagem

O ?rgão Especial do Tribunal Regional do

Trabalho da Bahia (TRT-BA) terá que decidir se

abrirá um novo processo administrativo

disciplinar contra o juiz aposentado Eduardo

Summers por apresentar 33 licenças médicas e

por participar de leilões promovidos pelo próprio

TRT. A discussão sobre o caso ocorreu durante

a primeira sessão do órgão transmitida por

videoconferência, no dia 20 de julho. Na sessão

que será realizada no próximo dia 14, a questão

será definida com a pronúncia do voto do

desembargador Pires Ribeiro. A maioria dos

desembargadores já votou pela abertura do

processo, contra a prescrição do caso.

Segundo o magistrado, aposentado em 2014

por tempo de serviço, foram instauradas duas

sindicâncias contra ele, em meados de 2013,

por ausência constante ao trabalho, por motivos

de saúde e por arrematar bens em leilões. As

sindicâncias foram instauradas pelos

desembargadores Valtércio de Oliveira e Luiz

Tadeu Vieira Leite, à época, corregedores do

TRT-BA. 'Sofro de um problema congênito nos

tendões de diversas partes do corpo. Com a

idade isso passou a provocar tendinites com

dores em diversos pontos dos punhos e dos

ombros. As pretensas licenças médicas se

deram após o surgimento dos sintomas do

problema. De um dia para o outro eu não

conseguia levantar uma xícara de café e

manusear os autos e caneta era doloroso.

Nesse período fui submetido a diversos

tratamentos medicamentosos, fisioterápicos,

infiltrações e duas cirurgias', conta o juiz.

Ele defende que todas as licenças médicas

foram referendadas pela junta médica do TRT e

'jamais houve qualquer suspeita de fraude' e

'jamais foi questionada a lisura da junta médica

do TRT'. 'Se o TRT aceitou essas licenças

médicas, elas não poderiam ser invocadas em

procedimento disciplinar para fundamentar uma

alegação de escassa capacidade de produção.

Eles até poderiam ter invocado essas licenças

médicas para instaurar um processo para

aposentadoria por invalidez, mas jamais invocá-

las em um procedimento de ordem disciplinar. O

contrassenso é evidente', avalia Summers. Ao

Bahia Notícias, ele confirmou que alguns

atestados de meados de 2013 não foram

apresentados, por ter sido um momento muito

difícil na família, 'em que tudo perdeu sentido',

quando a filha foi diagnosticada com uma

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Conselho Nacional de Justiça - CNJBahia Notícias/Bahia - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

doença rara, requerendo muitos cuidados. Mas

a Coordenadora de Saúde do Regional

constatou que não era necessária a presença

do juiz para a recuperação da criança, já que

havia outras pessoas na família que poderiam

dar o suporte necessário.

Com a ausência do juiz no posto de trabalho,

as audiências precisaram ser remarcadas e o

TRT teve que convocar um juiz substituto. Ele

teria ficado 530 dias ausentes do trabalho por

motivos de saúde. Apesar dos argumentos de

dores provocados pela doença congênita, a

Coordenadoria de Saúde atestou que o serviço

do magistrado poderia ser executado com

auxílio de servidores, de forma a não

comprometer a produtividade.

Outra acusação que recai sobre o magistrado é

a participação em leilões, com arrematação de

três bens, através dele ou da esposa. O TRT

da Bahia veda a participação de magistrados e

servidores em leilões. Mas Eduardo Summers

assevera que é seu direito como cidadão poder

participar de hastas públicas de processos em

que ele não julgou e que sejam fora da região

em que atuava. O juiz e esposa teriam dado 93

lances em leilões. A esposa dele chegou a

questionar no CNJ o direito dos juízes em

participar de leilões. Mas o CNJ entendeu que

juízes não poderiam participar de leilões dos

tribunais em que estão ligados. Foi dito em um

relatório que o leiloeiro foi abordado

pessoalmente e por telefone pelo juiz para

saber detalhes dos bens que estavam sendo

arrematados pela esposa, dentre eles, imóveis.

Summers chegou a confirmar para

Corregedoria do TRT que participou de

diversas hastas públicas do próprio Regional

através de sua esposa, sob o argumento de

que tem direito de arrematar os bens

vinculados a processos aos quais ele não

tenha atuado, agindo sempre com ética e boa-

fé. Ao Bahia Notícias, ele defendeu o direito de

participar das hastas públicas, como previsto

no artigo 497 do Código Civil, além de estar em

conformidade com a jurisprudência do Superior

Tribunal de Justiça (STJ). Afirmou ainda que o

contato telefônico do leiloeiro estava disponível

no site do leilão, e que qualquer interessado

pode fazer o contato, nunca se valendo do

cargo de juiz para isso.

Summers diz que ainda foi acusado pelo TRT

de exercer atividade comercial por participar

dos leilões. Apesar de ter dado 93 lances nos

leilões, o juiz e a esposa arremataram três

imóveis. Antes dos leilões, ele diz que o casal

não possuía nenhum imóvel. Eles arremataram

uma casa em Porto Seguro, que foi vendida

posteriormente quando se mudou para

Camaçari, e uma fazenda em Caravelas, que

foi vendida em 2018, quando já morava em

São Paulo. A terceira arrematação foi desfeita

por desistência. 'É evidente que se dos

alegados 93 lances eletrônicos não resultou

qualquer arrematação, deles não houve

'concreção fática' de qualquer compra, muito

menos de compra para fins comerciais. O

exercício de atividade comercial, como é

cediço, não admite a modalidade tentada', diz

Summers, que atualmente advoga.

Eduardo Summers afirmou que a motivação do

processo contra si é política. 'Na realidade há

uma questão de ordem pessoal do então

corregedor [Valtércio de Oliveira] contra mim.

Ela data de alguns anos antes. Meu pai foi

parte em um processo sujeito à relatoria dele.

Numa sessão de julgamento, o

desembargador, após confraternizar com os

advogados da parte contrária, antecipou

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

indevidamente seu voto desfavorável ao direito

do meu genitor. Esse fato ficou gravado no

sistema de àudio. Meu pai solicitou a

degravação e opôs Exceção de Suspeição. Em

razão disso o desembargador se viu obrigado a

se dar por suspeito no processo, cujo

julgamento teve resultado inteiramente oposto

àquele por ele sinalizado. Desde então o

desembargador passou a nutrir atitude negativa

contra mim, inclusive em comentários com

colegas. Até que, anos depois, em 2013, ele

assumiu a Corregedoria. Eu, inclusive, opus

Exceção de Suspeição contra ele no

procedimento disciplinar, embora soubesse que

o TRT não acataria a alegação', declarou. Ele

frisa que médicos do Regional nunca

responderam a processos pelas licenças

referendadas.

Até ser pautado para julgamento em definitivo

na próxima sexta-feira, o processo percorreu

alguns caminhos que podem ter levado à

prescrição. O juiz sindicado assevera que o

tempo para uma eventual prescrição já passou

e teria acabado em 2018. Em novembro de

2016, o ?rgão Especial do TRT decidiu abrir um

processo administrativo disciplinar contra o

magistrado. Mas em maio de 2018, a abertura

do processo foi anulada por vícios na intimação

do juiz. A Corregedoria Regional do Trabalho

da Bahia chegou a pedir à Corregedoria

Nacional de Justiça para avocar o processo,

por dificuldade em prosseguir com a apuração,

por não conseguir intimar o juiz aposentado. O

corregedor nacional de Justiça, ministro

Humberto Martins, encaminhou o pedido para

o corregedor-geral da Justiça do Trabalho,

ministro Aloyso Veiga, do Tribunal Superior do

Trabalho (TST), para apurar o caso. O ministro

do TST, por sua vez, remeteu o caso

novamente para o TRT. A proposta do TRT da

Bahia para o processo ser avocado era diante

dos artifícios utilizados pelo juiz não ser

notificado, para assim retardar a apuração de

'fatos graves contra si'. Segundo a presidente

do Regional, desembargadora Dalila Andrade,

o juiz fornecia endereços 'fictícios', em que

nunca residiu. O TRT chegou a localizar o novo

endereço do juiz e ele chegou a ser notificado,

mas não se manifestou. Com isso, o TRT

pautou o caso para a sessão do ?rgão Especial

realizada no dia 12 de agosto de 2019.

Entretanto, no dia 9 de agosto, o juiz

argumentou que o processo já estava prescrito.

Houve pedido de vista do desembargador

Paulino Couto, que foi liberada na sessão

realizada no último dia 20 de julho. O TRT

tomou conhecimento dos fatos oficialmente em

novembro de 2013, mas a Corregedoria

somente determinou a notificação do

investigado em março de 2015 para apresentar

defesa prévia. Em novembro de 2016, o

processo foi instaurado, foi anulado em maio

de 2018, e só retornou à pauta do ?rgão

Especial em agosto de 2019.

Na sessão realizada no último dia 20 de julho,

a presidente do TRT-BA, Dalila Andrade,

declarou que houve 'muitas manobras do

próprio juiz investigado no sentido de não ser

encontrado e isso lá em 2018, quando eu era

Corregedora e tentei notificar o magistrado, lá

em São Paulo, no endereço que ela havia

informado'. A desembargadora ainda declarou

que desde 2016 houve inúmeras tentativas de

notificar o juiz da tramitação do processo, 'sem

êxito, e justamente porque o próprio juiz

investigado deu causa a todo o retardamento".

"Não é de agora que ele atua dessa forma, não

é de agora, de forma alguma', afirmou. Ele foi

notificado erroneamente por edital, Dalila

reconheceu o erro e determinou nova intimação

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Conselho Nacional de Justiça - CNJBahia Notícias/Bahia - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

pelo Diário da Justiça do Trabalho. Por

determinação do corregedor da Justiça do

Trabalho, Dalila pediu o recadastramento do

magistrado, sob risco de corte do pagamento

da aposentadoria. À reportagem, Summers

afirmou que usou 'as regras do jogo' para se

defender. 'Eu acho que esse processo é

injusto. Eles cometeram tantos erros que

culminaram na prescrição, independente da

minha resistência. A minha resistência não

implicaria em prescrição', avalia.

Eduardo Summers apresentou duas exceções

de impedimentos contra as desembargadoras

Dalila Andrade e Debora Machado. Ele ainda

disse que se o TRT instaurar um novo

processo, irá ao CNJ contra a decisão, e caso

seja necessário, recorrerá também à Justiça

Federal para reconhecimento da prescrição.

RESPOSTA DO TRT-BA

Ao Bahia Notícias, o TRT-BA defendeu que as

propostas foram apresentadas,

respectivamente, pelos Corregedores

Regionais, desembargadores Valtércio Oliveira

e Luiz Tadeu Leite Vieira, na vigência de seus

mandatos, e "imputam ao referido juiz graves

irregularidades de conduta quando ainda

atuava como magistrado neste Regional,

sendo-lhe garantida a ampla defesa e

contraditório".

"Ademais, em que pese as propostas terem

sido apresentadas pela Corregedoria Regional,

a abertura do Processo Administrativo

Disciplinar é decisão que cabe ao Colegiado,

no caso, ?rgão Especial do TRT5, não

possuindo, nesse contexto, cunho político.

Informamos, por fim, que o processo

administrativo tramita com acesso restrito à

documentação nele encartada, não sendo

possível divulgar seu conteúdo, até porque

milita a favor do juiz aposentado Eduardo

Summers Albuquerque, a presunção de

inocência", conclui o texto.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Humberto Martins

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

CNJ abre investigação sobre sentençaracista em Curitiba

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Autor: Josianne Ritz

A Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça do

Estado do Paraná (TJ/PR) instaurou ontem

procedimento administrativo para apurar o caso

da juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara

Criminal de Curitiba, que mencionou a raça de

um réu em uma sentença. A decisão, de 19 de

junho, mas publicada na terça-feira, chama a

atenção por conta do conteúdo considerado

racista. Natan Vieira da Paz, 48 anos, foi

condenado a 14 anos e 2 meses acusado de

integrar uma organização criminosa e praticar

furtos.

Na sentença, a juíza justifica a condenação

pelos crimes, uma vez que o homem é negro.

'Sobre sua conduta social nada se sabe.

Seguramente integrante do grupo criminoso, em

razão da sua raça, agia de forma extremamente

discreta os delitos e o seu comportamento,

juntamente com os demais, causavam o

desassossego e a desesperança da população,

pelo que deve ser valorada negativamente',

escreveu Zarpelon na página 107, de 115, de

sua sentença condenatória. A investigação foi

determinada pelo Conselho Nacional de

Justiça (CNJ), que concedeu o prazo de 30

dias para a averiguação.

Em outros trechos da sentença, nas páginas

109 e 110, ela repete a mesma afirmação.

'Sobre sua conduta social nada se sabe.

Seguramente integrante do grupo criminoso, em

razão da sua raça.' Além de Paz, outras oito

pessoas foram julgadas e condenadas na

mesma ação pela juíza Zarpelon. Segundo a

sentença, o grupo formava uma organização

criminosa que, entre 2016 e 2018, praticou

furtos e saidinhas de banco nas praças Carlos

Gomes, Rui Barbosa e Tiradentes, na região

central de Curitiba. Eles teriam furtado mochilas,

bolsas, carteiras e celulares. A advogada de

Paz, Thayse Cristine Pozzobon, que divulgou a

sentença nas redes sociais, informou que

recorrerá da decisão de Inês Marchalek

Zarpelon e acionará o Conselho Nacional de

Justiça (CNJ) para que o julgamento seja

anulado, por conta do racismo praticado pela

magistrada na sentença.

Contexto - Em nota publicada no site da

Associação dos Magistrados do Paraná

(Amapar), a juíza Inês Marchalek Zarpelon

informa que a frase foi retirada de contexto e

que 'não houve o propósito de discriminar

qualquer pessoa por conta de sua cor', diz a

nota. 'A frase foi retirada, portanto, de um

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

contexto maior, próprio de uma sentença

extensa, com mais de cem páginas. Reafirmo

que a cor da pele de um ser humano jamais

serviu ou servirá de argumento ou fundamento

para a tomada de decisões judiciais. O racismo

é prática intolerável em qualquer civilização e

não condiz com os valores que defendo. Peço

sinceras desculpas se de alguma forma, em

razão da interpretação do trecho específico da

sentença (pag. 117), ofendi a alguém', diz a

nota.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

99

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCongresso em Foco Online/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Parlamentares pedem ação do CNJcontra juíza que usou raça ao

condenar réu

Clique aqui para abrir a imagem

Deputados e senadores repudiaram as

manifestações racistas da juíza Inês Marchalek

Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, na

sentença em que condena Natan Vieira da Paz

por crime de roubo e assaltos de aparelhos

celulares de vítimas no centro de Curitiba (PR).

No texto, a magistrada relaciona o fato de o réu

ser negro com o cometimento do crime.

"Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça, agia de forma

extremamente discreta os delitos e o seu

comportamento, juntamente com os demais,

causavam o desassossego e a desesperança

da população, pelo que deve ser valorada

negativamente",disse.

O partido Cidadania divulgou uma nota,

assinada pelo deputado Rubens Bueno e por

Roberto Freire, repudiando a manifestação

racista da juíza e pedindo que o Conselho

Nacional de Justiça (CNJ) tome providências.

'O CIDADANIA é contra toda forma de

preconceito e intolerância, seja ela de raça,

origem, gênero, idade, e quaisquer outras

formas em que a ignorância se manifeste', diz a

nota.

O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto

de lei que deu origem ao Estatuto da Igualdade

Racial também pediu esclarecimentos ao CNJ.

Inaceitável que uma juíza afirme, em decisão

judicial, que o réu 'seguramente' integra grupo

criminoso 'em razão de sua raça'. Como

presidente da Comissão de Direitos Humanos

do Senado, estou pedindo esclarecimentos e

providências ao Conselho Nacional de

Justiça.

- Paulo Paim (@paulopaim) August 12, 2020

Bira do Pindaré, deputado pelo PSB do

Maranhão afirmou que também está

representando contra a juíza no CNJ.

Como presidente da Frente Parlamentar

Quilombola, estou representando contra essa

juíza junto ao Conselho Nacional de Justiça.

Não podemos fazer vista grossa ao racismo,

prática cada vez explícita no tempo presente.

#VidasNegrasImportam #EssaLutaéNossa

https://t.co/DWQ3iUcGxL

- Bira do Pindaré (em ??) (@BiradoPindare)

August 12, 2020

O deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ),

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCongresso em Foco Online/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

considerou 'assustadora' a ação da magistrada

e disse que o crime deverá ser pago pela juíza.

É assustadora essa história da juíza do Paraná.

Como pode uma magistrada justificar a

condenação de um indivíduo pela cor da sua

pele a ainda por cima ter a coragem de

escrever isso na sentença? Juíza, racismo é

crime e você terá que responder por ele.

- Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) August 12,

2020

Para o senador Fabiano Contarato (REDE-ES),

o racismo estrutural e a seletividade do sistema

criminal condenam independentemente de

provas.

O racismo estrutural e a seletividade do

sistema criminal condenam sumariamente os

negros e os mais pobres, independentemente

de provas. O que o Conselho Nacional de

Justiça (CNJ) fará em relação a essa juíza?

https://t.co/fnfsaAJQFz

- Fabiano Contarato (@ContaratoSenado)

August 12, 2020

Reginaldo Lopes (PT-MG) afirmou que

'denunciar absurdos como esse é zelar pelas

instituições'.

O racismo brasileiro perdeu totalmente a

vergonha e ficou escancarado após a eleição

de Bolsonaro. A sentença de uma juíza de

Curitiba, associando possível conduta

criminosa á cor de pele do condenado, é

inaceitável. Denunciar absurdos como esse é

zelar pelas instituições.

- Reginaldo Lopes ???? (@ReginaldoLopes)

August 12, 2020

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho

(SE), disse que é preciso admitir que no Brasil

'existe um racismo direto e também velado'.

É preciso admitir que no Brasil existe um

racismo direto e também velado. Existem

aqueles que preferem negar a gravidade ou

falar que se trata de um 'mimimi'.

Racismo é crime, estrutural no país e precisa

ser combatido todos os dias! #NãoAoRacismo

pic.twitter.com/cpEc9JBU6N

- Rogério Carvalho ??????

(@SenadorRogerio) August 12, 2020

Em nota, a juíza pediu 'sinceras desculpas'

pelo ocorrido e afirmou que a frase foi retirada

do contexto. 'O racismo é prática intolerável em

qualquer civilização e não condiz com os

valores que defendo', diz a nota. A defesa do

réu disse que vai recorrer a decisão. 'A raça

dele não pode, de maneira alguma, ser

relacionada com os fatos que ele supostamente

praticou', afirmou a advogada do caso Thayse

Pozzobon.

Leia a íntegra da nota

A respeito dos fatos noticiados pela imprensa

envolvendo trechos de sentença criminal por

mim proferida, informo que em nenhum

momento houve o propósito de discriminar

qualquer pessoa por conta de sua cor.

O racismo representa uma prática odiosa que

causa prejuízo ao avanço civilizatório,

econômico e social.

A linguagem, não raro, quando extraída de um

contexto, pode causar dubiedades.

Sinto-me profundamente entristecida se fiz

chegar, de forma inadequada, uma mensagem

à sociedade que não condiz com os valores

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

que todos nós devemos diuturnamente

defender.

A frase que tem causado dubiedade quanto à

existência de discriminação foi retirada de uma

sentença

proferida em processo de organização

criminosa composta por pelo menos 09 (nove)

pessoas que atuavam em praças públicas na

cidade de Curitiba, praticando assaltos e furtos.

Depois de investigação policial, parte da

organização foi identificada e, após a instrução,

todos foram condenados, independentemente

de cor, em razão da prova existente nos autos.

Em nenhum momento a cor foi utilizada - e

nem poderia - como fator para concluir, como

base da

fundamentação da sentença, que o acusado

pertence a uma organização criminosa. A

avaliação é sempre feita com base em provas.

A frase foi retirada, portanto, de um contexto

maior, próprio de uma sentença extensa, com

mais de cem páginas.

Reafirmo que a cor da pele de um ser humano

jamais serviu ou servirá de argumento ou

fundamento para a tomada de decisões

judiciais.

O racismo é prática intolerável em qualquer

civilização e não condiz com os valores que

defendo.

Peço sinceras desculpas se de alguma forma,

em razão da interpretação do trecho específico

da sentença (pag. 117), ofendi a alguém.

INÊS MARCHALEK ZARPELON

Juíza de Direito

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Judiciário cresce diante da calamidadee de ameaças ao Estado de Direito

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Fernanda Valente Danilo Vital

Nesta quarta-feira, 12 de agosto, a ConJur lança

o Anuário da Justiça Brasil 2020. O evento será

transmitido pela TV ConJur, a partir das 18h30,

com a participação do presidente do STF,

ministro Dias Toffoli, e de representantes de

todos os tribunais superiores, da advocacia e do

Ministério Público. Esta reportagem integra a

publicação.

O presidente do Supremo Tribunal Federal,

ministro José Antonio Dias Toffoli, resumiu os

seis meses em que a pandemia do novo

coronavírus mudou a vida da humanidade em

uma frase: 'O primeiro semestre de 2020 não foi

fácil'. Na ocasião, ele fazia o balanço semestral

de atividades do tribunal que preside e se referia

apenas às dificuldades que a corte e o

Judiciário brasileiro enfrentaram com a crise

sanitária mundial.

Poderia acrescentar que ao lado dos problemas

causados pelo vírus o Judiciário teve de

enfrentar uma feroz campanha de difamação e

descrédito desferida por grupos

antidemocráticos integrados até mesmo por

autoridades federais. E além de tudo isso, ainda

havia, claro, a interminável crise política da

nação dividida.

A corte soube enfrentar as duas ou três frentes

de batalha e, nas palavras do seu presidente,

saiu-se vitoriosa. 'Isso prova que a democracia

brasileira e o Supremo Tribunal Federal

emergem fortalecidos', concluiu, em seu

balanço, referindo-se a pesquisa do Datafolha

que constatou que 75% dos brasileiros apoiam a

democracia.

No dia 17 de março de 2020, um homem de 62

anos internado num hospital em São Paulo

tornou-se a primeira vítima da Covid-19, que

nos meses seguintes haveria de matar mais de

100 mil brasileiros. Contra o inimigo invisível, a

principal arma adotada foi o isolamento social,

que reduziu ao essencial a atividade econômica

e limitou ao indispensável a mobilidade e o

contato interpessoal. O Judiciário como um

todo reagiu prontamente à emergência

adequando sua atividade às exigências

comportamentais e às demandas judiciais

geradas na pandemia.

'Exercer a jurisdição constitucional em um país

complexo como o Brasil - com seus 210 milhões

de habitantes, 27 estados, 5.570 municípios e

90 tribunais - não é tarefa fácil. Essa missão

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

tornou-se ainda mais árdua em meio a uma

pandemia que fragiliza todos nós e que tem

ceifado inúmeras vidas', afirmou Dias Toffoli.

Em âmbito nacional, a chamada Lei da

Quarentena (Lei 13.979/2020), de 6 de

fevereiro, estabeleceu as medidas

emergenciais de enfrentamento da pandemia.

Além dela, cerca de 400 normas, entre leis,

medidas provisórias, decretos, portarias e

resoluções, a maioria de iniciativa do Executivo

Federal, haveriam de regulamentar as

questões relacionadas à pandemia.

Seguindo as recomendações das autoridades

de saúde mais responsáveis do Brasil e do

mundo, o Judiciário brasileiro passou a operar

em modo virtual. No dia 19 de março, o

Conselho Nacional de Justiça editou a

Resolução 313/2020 que estabeleceu um

regime de plantão extraordinário em toda a

Justiça, com previsão de suspensão de prazos

e disciplinando expediente, audiências e

trabalho remoto.

Ainda na competência do CNJ, foi editada a

Recomendação 62, dispondo sobre os

cuidados a serem tomados no âmbito do

sistema prisional para proteger os presos

contra o vírus. Em abril, a Lei 13.994/20 criou a

possibilidade de conciliação não presencial

nos Juizados Cíveis.

O STF, que há 13 anos já faz uso do Plenário

Virtual, aderiu prontamente aos julgamentos do

Plenário e das turmas por videoconferência. No

Plenário Virtual, o relator coloca o seu voto na

página eletrônica do colegiado e durante a

semana os outros julgadores, cada um a seu

tempo, postam seus respectivos votos.

Inicialmente era restrito para o julgamento de

determinadas classes e tipos de processo.

Com a epidemia, a Resolução 669/2020

autorizou o julgamento de qualquer processo, a

critério do relator. No primeiro semestre de

2020, 97% dos julgamentos aconteceram em

ambiente virtual.

A grande novidade, no entanto, foi a adesão

aos julgamentos por videoconferência, este

sim, reproduzindo o plenário analógico, com

cada ministro em sua casa, conectados

virtualmente na mesma sessão. 'Os

julgamentos virtuais são uma realidade cada

vez mais presente nas grandes democracias do

mundo, sendo propulsores de uma prestação

jurisdicional mais célere, eficiente, isonômica,

transparente e acessível a todos', afirmou

Toffoli indicando que esta é uma tendência que

veio para ficar.

No Superior Tribunal de Justiça, até a chegada

da epidemia, as sessões virtuais eram usadas

apenas pelos colegiados que julgam matéria de

Direito Público e Direito Privado, além da Corte

Especial. Depois do coronavírus, os colegiados

que decidem matéria de Direito Criminal

também passaram a ter a possibilidade. O

tribunal, que aderiu plenamente aos

julgamentos por videoconferência, também

estuda ampliar o uso das sessões virtuais,

permitindo as mesmas possibilidades que o

STF já oferece.

O Tribunal Superior do Trabalho regulamentou

as atividades administrativas e judiciárias,

contemplando as formas de prestação dos

serviços remotas e presenciais. Também

investiu em tecnologia para manter os

julgamentos e o trabalho à distância. Definiu

um cronograma para a retomada das

audiências telepresenciais e recomendou que

centros de conciliação continuem as

atividades e passem a admitir a mediação pré-

processual em conflitos individuais.

Na Justiça Eleitoral, os ministros também

fazem as sessões de julgamento à distância,

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

com presença no Plenário físico apenas do

presidente. A posse do ministro Luís Roberto

Barroso como presidente do tribunal, em maio

de 2020, ocorreu por via virtual com a

participação dos presidentes da República, Jair

Bolsonaro, do Senado, David Alcolumbre, e da

Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, cada

um em seu espaço próprio.

Boa parte da capacidade produtiva adquirida

pelos tribunais foi aplicada para atender a

demanda gerada pela própria epidemia. Só o

STF havia julgado, até julho de 2020, 3.793

ações referentes à pandemia. Como afirmou o

presidente Dias Toffoli, 'em meio à pandemia,

seguimos sendo a Suprema Corte mais

produtiva do mundo'.

Os números atestam: das 58 sessões

plenárias, 38 foram presenciais ou por

videoconferência, e 20 foram virtuais. Dos

2.269 processos julgados, 2.189 (96%) tiveram

deliberação em sessão virtual. Dos 6.312

processos julgados pelas turmas, 5.750 (91%)

também foram julgadas em sessões virtuais. O

Superior Tribunal de Justiça registrou 213.755

decisões proferidas desde que adotou, em 16

de março, o regime de trabalho remoto. No

período, o tribunal realizou 80 sessões virtuais.

Ganhos de produtividade foram registrados nos

outros tribunais superiores, em tribunais

regionais federais e em tribunais de Justiça,

como do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná,

Minas Gerais e Goiás. Para o presidente do TJ-

RJ, Claudio de Mello Tavares, 'a pandemia do

coronavírus definiu uma nova normalidade para

os serviços judiciais: a realidade digital'.

Quando tudo passar, o que se fez e se

aprendeu sob o terror do novo coronavírus

ficará como um legado do bem. É o que espera

o presidente do STJ, João Otávio de Noronha.

'Estamos agora em um novo momento e esse

novo momento importa em um aprendizado

para o futuro, e o futuro é tecnológico.'

Um outro vírus, este mais traiçoeiro do ponto

de vista institucional, atacou a integridade física

e moral do Judiciário brasileiro, mirando de

forma especial no seu órgão de cúpula, o

Supremo Tribunal Federal. Deflagrada e

fomentada nas redes sociais e materializada

em manifestações de rua por um grupo de

militantes autointitulado conservador de direita,

entre os quais autoridades do Executivo e do

Legislativo, a campanha de difamação e

ameaças contra a corte suprema, seus

membros e familiares, tinha como alvo, na

verdade, o próprio Estado Democrático de

Direito.

A primeira reação contra a campanha partiu da

Presidência do STF. No dia 14 de março de

2019, o presidente Dias Toffoli decretou a

abertura de inquérito (Inquérito 4.781) para

apurar a existência de crime na divulgação de

notícias fraudulentas e declarações

difamatórias contra a corte e os ministros.

O inquérito foi aberto com base no artigo 43 do

Regimento Interno do Supremo, que diz:

'Ocorrendo infração à lei penal na sede ou

dependência do tribunal, o presidente

instaurará inquérito, se envolver autoridade ou

pessoa sujeita à sua jurisdição'. No mesmo ato,

o ministro Alexandre de Moraes foi escolhido

como relator do inquérito.

A iniciativa do presidente do STF gerou forte

reação nos meios jurídicos e políticos.

Procuradora-Geral da República à época,

Raquel Dodge defendeu a nulidade do

inquérito, por entender que violava os

princípios da separação de Poderes e do juiz

natural.

Enquanto isso, o tom da campanha subiu,

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

inclusive com a adesão ostensiva do presidente

da República em manifestações claramente

hostis ao Supremo. Inquérito aberto pela PGR

investiga tais manifestações. Um terceiro apura

acusação de Sergio Moro, ao se demitir do

Ministério da Justiça e Segurança Pública, de

que o presidente da República tentava interferir

nas atividades da Polícia Federal.

Essa realidade conflitiva mudou a percepção

da sociedade a respeito do mérito do inquérito

das fake news, como ele passou a ser

reconhecido. O partido Rede Sustentabilidade,

que entrara com ação arguindo a

inconstitucionalidade do inquérito logo após

sua instauração, diante do novo quadro, pediu

o arquivamento do processo. O pedido foi

negado, a ação foi julgada, e os ministros, com

exceção de Marco Aurélio, fecharam questão

em torno da validade do inquérito.

Os ministros reafirmaram a responsabilidade

institucional do Supremo, defenderam a

impossibilidade de ficar inerte diante dos

ataques, que enfaticamente classificaram como

criminosos. Toffoli afirmou tratar-se 'de

prerrogativa e de reação institucional

necessária em razão da escalada das

agressões cometidas contra o tribunal (...) das

quais a corte não pode renunciar, em especial

quando se verifica a inércia ou complacência

daqueles que deveriam adotar medidas para

evitar o aumento do número e da intensidade

de tais ataques'.

Celso de Mello afirmou em seu voto: 'As

decisões do Poder Judiciário deverão ser

cumpridas e fielmente executadas, qualquer

que seja o seu destinatário, especialmente

quando proferidas pelo Supremo Tribunal

Federal, que é, por expressa delegação da

Assembleia Nacional Constituinte, o guardião

supremo da intangibilidade e da exegese da

Constituição da República, dispondo, por isso

mesmo, o monopólio da última palavra',

escreveu o decano da corte em seu voto.

Citando o ministro Luís Roberto Barroso,

completou: 'Cabe aos três Poderes interpretar

a Constituição e pautar sua atuação com base

nela. Mas, em caso de divergência, a palavra

final é do Judiciário'. Em junho de 2020,

pesquisa do Datafolha mostrou que 81% dos

brasileiros acreditavam que a campanha de

fake news contra o Supremo era uma ameaça

à democracia.

E foi um crime cibernético que provocou outro

abalo nas estruturas do Judiciário brasileiro:

em junho de 2019, o site jornalístico The

Intercept Brasil começou a publicar uma série

de reportagens que desnudavam as relações

incestuosas entre procuradores da República,

juízes, delegados e jornalistas que operavam

em conluio a chamada operação 'lava jato', a

investigação de um gigantesco esquema de

corrupção montado para desviar dinheiro

público da Petrobras em benefício de políticos,

funcionários públicos e empresários.

As informações divulgadas foram obtidas

ilegalmente por hackers que interceptaram

mensagens do Telegram trocadas entre o ex-

juiz federal Sergio Moro, o procurador da

República Deltan Dallagnol e demais

operadores lavajatistas. As gravações

mostraram que juiz e acusação atuavam em

cumplicidade com vistas a um objetivo definido

que era inviabilizar a candidatura do ex-

presidente Lula.

Já em 2020, com Moro fora da 13ª Vara

Criminal Federal de Curitiba e também fora do

Ministério da Justiça do governo Bolsonaro,

que o consórcio ajudou a eleger, e com um

novo procurador-geral da República, a 'lava

jato' começou a desmoronar.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Augusto Aras, o novo PGR, tomou a iniciativa

de enquadrar os recalcitrantes aos padrões de

procedimento da entidade que dirige. 'A lava

jato, com êxitos obtidos e reconhecidos pela

sociedade, não é um órgão autônomo e distinto

do Ministério Público Federal. Para ser órgão

legalmente atuante, seria preciso integrar a

estrutura e organização institucional

estabelecidas na Lei Complementar 75 de

1993.

Fora disso, a atuação passa para a ilegalidade,

porque clandestina, torna-se perigoso

instrumento de aparelhamento, com riscos ao

dever de impessoalidade, e, assim, alheia aos

controles e fiscalizações inerentes ao Estado

de Direito e à República', afirmou em nota o

procurador-geral, colocando o que parece ser

um epitáfio para o glorioso time de justiceiros

interessados.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, Judiciário - Conciliação

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Alienação eletrônica dispensa atos dojuízo do local do bem penhorado

Clique aqui para abrir a imagem

Quando a alienação judicial ocorre por meio

eletrônico, não é necessário que os atos do

procedimento sejam praticados no foro em que

está situado o bem. O entendimento é da 1ª

Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar

conflito de competência entre a Vara Única de

São Carlos (SP) e a 4ª Vara de Feitos

Tributários de Belo Horizonte.

Responsável pela execução fiscal movida contra

uma empresa, o juízo mineiro expediu carta

precatória para realização de leilão eletrônico de

imóvel localizado em São Carlos. A carta foi

devolvida sem cumprimento, sob a justificativa

de que o procedimento de alienação eletrônica

dispensa a hasta pública na comarca em que

está situado o bem penhorado.

Entretanto, após deferir a realização do leilão

eletrônico, o juízo de Belo Horizonte renovou a

precatória, afirmando que os atos processuais

deveriam ser realizados no foro onde está o

imóvel.

Ao suscitar o conflito de competência no STJ, o

juízo paulista destacou que a deprecação

favorece a morosidade processual. Além disso,

asseverou que a modalidade eletrônica de

alienação judicial dispensa a presença física das

partes, bem como dos arrematantes, o que

impõe a realização do ato pelo juízo da

execução, segundo os artigos 236, parágrafo 1º,

e 237, III, do Código de Processo Civil de 2015

(CPC/2015).

Maior eficácia

Em seu voto, o ministro relator do conflito,

Napoleão Nunes Maia Filho, ressaltou que a

finalidade da alienação judicial por meio

eletrônico é facilitar a participação dos licitantes,

diminuir custos e otimizar processos de

execução, visando ao atendimento dos

princípios da publicidade, celeridade e

segurança.

"Tal modelo de leilão revela maior eficácia

diante da inexistência de fronteiras no ambiente

virtual, permitindo que o leilão judicial alcance

um número incontável de participantes em

qualquer lugar do país", declarou.

O ministro recordou que o Conselho Nacional

de Justiça (CNJ) editou em julho de 2016 a

Resolução 236, para regulamentar os

procedimentos relativos à alienação judicial por

meio eletrônico. Segundo o artigo 16 da

resolução, "os bens penhorados serão

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

oferecidos em site designado pelo juízo da

execução (artigo 887, parágrafo 2º, CPC/2015),

com descrição detalhada e preferencialmente

por meio de recursos multimídia, para melhor

aferição de suas características e de seu

estado de conservação".

"Cabe ao magistrado atentar para essa

relevante alteração trazida pelo novel estatuto

processual, utilizando-se desse poderoso

instrumento de alienação judicial do bem

penhorado em processo executivo, que tornou

inútil e obsoleto deprecar os atos de alienação

dos bens para satisfação do crédito, já que a

alienação pela rede mundial dispensa o

comparecimento dos interessados no local da

hasta pública", afirmou Napoleão Nunes Maia

Filho.

O entendimento do relator foi seguido de forma

unânime pela Primeira Seção, que declarou

competente o juízo da 4ª Vara de Feitos

Tributários de Belo Horizonte (MG). Com

informações da assessoria de imprensa do

Superior Tribunal de Justiça.

Clique aqui para ler o acórdão

CC 147.746

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

TJ-SP edita resolução sobre serviçovoluntário no Judiciário paulista

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Tábata Viapiana

Após aprovação unânime do ?rgão Especial, o

Tribunal de Justiça de São Paulo editou um

resolução que regulamenta o serviço voluntário

no âmbito do Judiciário paulista. O texto tem

como base a Resolução 292/2019 do Conselho

Nacional de Justiça.

Podem prestar o serviço voluntário magistrados

e servidores aposentados e estudantes ou

graduados em curso superior. Não haverá

contraprestação financeira ou qualquer outro

tipo de remuneração. O trabalho também não

gera vínculo de emprego com o tribunal, nem

obrigação de natureza trabalhista, previdenciária

ou tributária.

"A prestação de serviço voluntário no Tribunal

de Justiça é incompatível com o exercício da

advocacia e com a realização de estágio em

escritório ou sociedade de advogados, salvo

quando o serviço voluntário for realizado

exclusivamente em áreas-meio da Corte", diz a

resolução, publicada nesta quarta-feira (12/8) no

Diário da Justiça Eletrônico.

A prestação do serviço será formalizada por

meio de um termo de adesão celebrado entre o

TJ-SP e o voluntário. A carga horária será de no

mínimo de quatro horas e no máximo oito horas

diárias, totalizando o mínimo quatro horas e no

máximo de vinte horas semanais, em dias úteis,

compreendido no horário das 9h às 19h.

O prazo inicial de prestação do serviço

voluntário será de um ano, podendo ser

prorrogado, por mais de uma vez, sempre por

igual período, e poderá ser rescindido a

qualquer tempo, independentemente de

motivação, por iniciativa do tribunal, através da

presidência, do magistrado ou gestor da

unidade, mediante manifestação por escrito,

com ciência ao voluntário e à Secretaria de

Gestão de Pessoas.

"As atividades dos voluntários serão

monitoradas pelos gestores da unidade em que

será prestado o serviço. Em hipótese alguma

poderá o voluntário realizar atividades de

certificação de fé pública ou outros atos

privativos de servidor público, cabendo a

fiscalização ao gestor da unidade, sob pena de

responsabilização", diz o tribunal.

Inscrição, seleção e acompanhamento

Conforme a resolução, as unidades do TJ-SP

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

interessadas em contar com a colaboração de

voluntários, com anuência do magistrado ou

secretário, serão responsáveis pela entrevista

pessoal prévia com os interessados, além da

análise curricular e verificação de documentos.

"A área de conhecimento, o interesse e a

experiência do voluntário selecionado devem

guardar correspondência com a natureza e as

características dos serviços da unidade de

atuação. A solicitação do candidato a voluntário

deverá ser aprovada pelo magistrado ou gestor

responsável pela unidade interessada", diz o

texto. A presidência do TJ-SP poderá fixar

número máximo de voluntários em cada

unidade.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

MPF seleciona projetos para monitoraracessibilidade de sites do governo

Clique aqui para abrir a imagem

O Ministério Público Federal abriu um concurso

para selecionar propostas de projetos para

monitoramento da acessibilidade em sites da

Administração Pública federal e do Ministério

Público da União, entre outros, pelo prazo

mínimo de um ano. A intenção é estimular a

adequação das páginas aos padrões

internacionais de acessibilidade, facilitando o

acesso de pessoas idosas ou com deficiência

ao conteúdo.

O foco da iniciativa são os sites mantidos por

órgãos do governo federal e entidades

relacionadas, como as páginas do portal

"gov.br", do Conselho Nacional do Ministério

Público e do Conselho Nacional de Justiça,

além de endereços vinculados aos ramos do

MPU. O projeto deverá verificar também a

acessibilidade dos sites das 15 empresas de

maior faturamento e das 15 páginas mais

acessadas no segmento de e-commerce.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei

13.146/2015) oferece o direito de acessar as

informações disponíveis nos sites de órgãos de

governo ou de empresas que operam no país,

mas muita gente ainda não desfruta da

acessibilidade na internet. O fato de o usuário

possuir recursos de tecnologia assistiva (como

teclados adaptados, ampliadores e leitores de

tela) não garante o acesso ao conteúdo de uma

página, pois é necessário que o site tenha sido

desenvolvido de acordo com padrões e

recomendações de acessibilidade.

Essa necessidade técnica ressalta a importância

de acompanhar as medidas implantadas pelas

entidades e empresas em suas páginas, com o

objetivo de garantir que os requerimentos de

acessibilidade sejam atendidos e que o

conteúdo seja apresentado de formas diversas

para corresponder às habilidades sensoriais,

físicas e cognitivas do maior número possível de

pessoas.

As propostas de projeto deverão incluir o

monitoramento proativo da implementação de

mecanismos de acessibilidade pelos sites,

identificando lacunas e gerando relatórios com

diagnósticos e recomendações. Os projetos

poderão ser apresentados para execução pro

bono, sem custos para o MPF, ou mediante

pagamento. A seleção de propostas com custo,

porém, dependerá da obtenção de recursos

orçamentários com a administração do MPF ou

de eventuais valores provenientes de acordos

celebrados em juízo ou extrajudicialmente,

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

considerando as exigências da Lei de

Licitações.

O resultado do processo seletivo será

divulgado no site da Procuradoria Regional dos

Direitos do Cidadão em São Paulo.

Esclarecimentos e informações adicionais

podem ser obtidos pelo telefone (11) 3269-

5060 ou pelo e-mail prsp-

[email protected], indicando-se no

assunto da mensagem: "SOLICITAÇÃO DE

INFORMAÇÕES - EDITAL ACESSIBILIDADE

DIGITAL". Com informações da assessoria de

imprensa da Procuradoria da República no

Estado de São Paulo.

Clique aqui para ler a íntegra do edital com as

regras da seleção

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Trecho ambíguo de decisão noParaná causa polêmica racial

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Autor: Tiago Angelo

A juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara

Criminal de Curitiba, afirmou em decisão que

um réu, "seguramente integrante do grupo

criminoso, em razão da sua raça, agia de forma

extremamente discreta os delitos e o seu

comportamento, juntamente com os demais,

causavam o desassossego e a desesperança

da população, pelo que se deve ser valorada

negativamente".

A sentença foi proferida em junho, mas ganhou

repercussão depois que a advogada Thayse

Pozzobon, responsável pela defesa do réu,

postou esse excerto em suas redes sociais, já

que ele pode ser interpretado de várias formas.

Uma delas, talvez mais apressada, é que, "em

razão de sua raça", o réu seria "seguramente

integrante do grupo criminoso".

Outra interpretação do trecho permite a

afirmação de que o componente racial se refere

à maneira discreta de agir do réu.

Acusado de furto, roubo e integrar organização

criminosa, o homem foi condenado a 14 anos de

reclusão. Único negro, foi julgado junto com

outras oito pessoas.

Na decisão, a magistrada diz que o grupo

"tentava parecer e se identificar como pessoas

de aparência comum da população". Quem se

destacava era o homem negro, "que fugia desse

padrão" e tinha "fácil identificação".

Para Pozzobon, "associar a questão racial à

participação em organização criminosa revela

não apenas o olhar parcial de quem, pela

escolha da carreira, tem por dever a

imparcialidade, mas também o racismo, ainda

latente na sociedade brasileira".

Ainda de acordo com a advogada, "um

julgamento que parte desta ótica está

maculado". "Fere não apenas meu cliente, como

toda a sociedade brasileira. O Poder Judiciário

tem o dever de não somente aplicar a lei, mas

também, através de seus julgados, reduzir as

desigualdades sociais e raciais. Ou seja,

atenuar as injustiças, mas jamais produzi las

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

como fez a magistrada ao associar a cor da

pele ao tipo penal."

À Conjur, Pozzobon disse que irá recorrer da

decisão e acionar o Conselho Nacional de

Justiça para que sejam tomadas medidas

contra a conduta da magistrada.

Outro lado

Em nota oficial, Zarpelon afirmou que "em

nenhum momento houve o propósito de

discriminar qualquer pessoa por conta de sua

cor (...) A linguagem, não raro, quando extraída

de um contexto, pode causar dubiedades."

Cássio Lisandro Telles, presidente da OAB-PR,

disse que a entidade se posiciona "firmemente

contra o uso da origem racial como critério de

condenação" e que a decisão "é um absurdo

que retrocede anos da nossa história, negando

o direito fundamental da igualdade".

Também informou a Pozzobon que conversou

com o presidente do Tribunal de Justiça do

Paraná, desembargador Adalberto Jorge Xisto

Pereira, e "o mesmo informou que já

determinou a instauração de procedimento

disciplinar na corregedoria".

Procurado pela reportagem, o Conselho

Nacional de Justiça ainda não se pronunciou

sobre o caso.

"Não tem condição"

Em manifesto, os advogados Djefferson

Amadeus e Marcelo Dias, do Movimento Negro

Unificado (MNU), afirmaram que a juíza de

Curitiba deve ser impedida de julgar outros

negros.

"Uma parte bem pequena da magistratura há

de envergonhar-se para sempre do dia em que

uma juíza, não controlando aquilo que traduz o

pensamento de uma maioria, expôs o que

gritava em seu inconsciente: o racismo

estrutural. Justo porque nada conhece, nada

lera, embora já possa ter ouvido falar, achava-

se na condição de dizer algo, sem dar-se conta

que um dizer assim, não ancorado na

Constituição, outra coisa não seria senão uma

manifestação do seu inconsciente racista. Eis

por que a lei e a Constituição existem: para

impor-lhe limites [...] A juíza Inês Marchalek

Zarpelon não tem condições de julgar nenhuma

pessoa negra", diz o texto.

Ainda de acordo com o manifesto, "ao

demonstrar total incapacidade de agarrar-se à

Constituição para lutar contra o racismo

estrutural, entendem estes advogados, com

base no princípio da imparcialidade, que a juíza

Zarpelon não pode julgar nenhuma pessoa

negra por conta daquilo que denominamos de

impedimento ou suspeição por racismo

estrutural incontrolável".

Clique aqui para ler a decisão

Clique aqui para ler manifesto

*Texto alterado às 13h30 de 12/8 para

retificação de informações. Diferentemente do

que constou da versão original desta

reportagem, o trecho da decisão não permite a

afirmação inequívoca de que a juíza associou o

critério racial ao suposto fato de o réu integrar

organização criminosa.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

Corregedor abre procedimento paraapurar conduta de juíza do Paraná

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Procedimento foi instaurado de ofício pelo

corregedor nacional de Justiça, ministro

Humberto Martins

José Cruz/Agência Brasil

O corregedor nacional de Justiça, ministro

Humberto Martins, instaurou, de oficio, pedido

de providências para que a Corregedoria-Geral

da Justiça do Paraná apure os fatos narrados

contra a juíza Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª

Vara Criminal do Foro Central da Comarca da

Região Metropolitana de Curitiba (PR), sobre o

teor de decisão proferida pela magistrada,

amplamente divulgada em redes sociais, em

portais de notícias e em sites jurídicos e

jornalísticos.

A juíza, ao condenar um homem a 14 anos e 2

meses de prisão por integrar uma organização

criminosa e praticar furtos, fez menção à raça

do réu. 'Sobre sua conduta social, nada se

sabe. Seguramente integrante do grupo

criminoso, em razão da sua raça, agia de forma

extremamente discreta os delitos e o seu

comportamento, juntamente com os demais,

causavam o desassossego e a desesperança

da população, pelo que deve ser valorada

negativamente', diz a decisão.

Ao abrir o procedimento, o ministro corregedor

citou também nota pública emitida pela

Defensoria Pública do Paraná, a qual externou

'seu estarrecimento e inconformismo' com o teor

da sentença proferida pela magistrada. 'Não se

pode tolerar, de nenhuma forma e de quem quer

que seja, que a raça ou a cor da pele de uma

pessoa seja motivo de valoração negativa ou

influencie presunções sobre sua conduta e sua

personalidade, tampouco que fundamente juízo

condenatório ou maior repressão penal', alertou

o órgão.

Humberto Martins mencionou ainda nota oficial

publicada pela Ordem dos Advogados do Brasil

(Seção do Estado do Paraná), por meio da qual

o órgão manifestou, juntamente com suas

comissões da Advocacia Criminal e da

Igualdade Racial, 'veemente repúdio à

fundamentação lançada em sentença da

magistrada Inês Marchalek Zarpelon, da 1ª Vara

Criminal de Curitiba, ao tecer considerações

sobre a cor de um cidadão como algo negativo,

na análise de sua conduta social'.

Assim, o corregedor nacional decidiu instaurar o

pedido de providências considerando a

necessidade de se averiguar os fatos que, em

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

tese, podem caracterizar conduta que infringe

os deveres dos magistrados estabelecidos na

Loman e no Código de Ética da Magistratura.

A Corregedoria-Geral de Justiça do Paraná tem

um prazo de até 30 dias para comunicar o

resultado da apuração à Corregedoria

Nacional de Justiça. Com informações da

assessoria de imprensa do CNJ.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -

Humberto Martins

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Desmatamento e grilagem naAmazônia preocupam empresários e

Judiciário

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Empresários integrantes do Conselho

Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável (CEBDS) afirmaram, na terça-feira

(11/8), estarem preocupados com as reações

negativas que o desmatamento à Amazônia

pode causar aos negócios no país. O grupo

participou de reunião por videoconferência com

o presidente do Conselho Nacional de Justiça

e do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias

Toffoli.

Agência BrasilDesmatamento e grilagem na

Amazônia preocupam empresários e Judiciário

Na audiência, os empresários destacaram a

necessidade de segurança jurídica em relação à

questão ambiental e pediram a conclusão de

ações que discutam qualquer aspecto do

Código Florestal. E reiteraram as preocupações

sobre o crescimento do desmatamento ilegal.

A presidente do CEBDS, Marina Grossi, afirmou

que essa agenda é de Estado e que a

Constituição está sendo 'descumprida

sistematicamente' com o desmatamento ilegal e

o avanço da grilagem no bioma amazônico.

"Essa insegurança jurídica é prejudicial."

Toffoli ressaltou a importância da crescente

preocupação do setor privado com a questão

ambiental. Segundo ele, é fundamental o

diálogo entre iniciativa privada e as instituições

públicas. E propõe que o CEBDS e o CNJ

trabalhem em conjunto para obter soluções.

"Nós precisamos de integração para

desenvolver essa troca entre as diversas ações

que estão em andamento."

A conselheira do CNJ Maria Tereza Uille

Gomes, que também participou do encontro,

destacou o papel do conselho na articulação

dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

(ODS) aos planejamentos de todo o Judiciário,

com participação efetiva dos 91 tribunais em

todo o país. Ela ainda explicou que o

Observatório Nacional sobre Questões

Ambientais, Econômicas e Sociais de Alta

Complexidade e Grande Impacto e

Repercussão, do CNJ e do Conselho Nacional

do Ministério Público, monitora ações judiciais

relacionadas às principais questões ambientais

do país.

Maria Tereza citou os casos dos rompimentos

das barragens em Mariana e Brumadinho, em

Minas Gerais, e o risco de afundamento de

bairros em Maceió. E que, a partir deste ano, o

Observatório ampliou seu escopo e incluiu

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

questões relativas ao desmatamento ilegal,

grilagem e mineração ilegal na Amazônia e aos

povos indígenas e outras populações

vulneráveis.

Bioeconomia

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral,

ministro Luís Roberto Barroso, destacou a

necessidade de que o Brasil vire o jogo em

relação à preservação da Amazônia. Segundo

ele, é necessário que a iniciativa privada atue

de forma correta na exploração econômica da

região, independentemente de iniciativas

governamentais.

Segundo o ministro, é necessário que os

empresários aproveitem os mecanismos de

financiamento internacional para empresas que

atuam na chamada bioeconomia. Barroso

salientou que, no mundo atual, está cada vez

mais difícil para as economias primárias

obterem acessoo aos mercados e que é

necessário investimento em ciência para

competir internacionalmente.

"O mercado consumidor está muito mais

consciente e será cada vez mais difícil vender

gado e soja maculados por desmatamento

ilegal. O mundo hoje nos olha espantado pela

maneira como tratamos a floresta", disse. Além

do CEBDS, participaram da reunião

representantes da Siemens, Associação

Brasileira das Indústrias de ?leos Vegetais

(Abiove), Rede Brasil do Pacto Global, Klabin,

Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Bayer,

Associação Brasileira de Agronegógio (ABAG)

e da Marfrig. Com informações da assessoria

de imprensa do CNJ.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - Maria Tereza Uille

Gomes120

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Cúpula do Judiciário prestigialançamento do Anuário da Justiça

Brasil 2020

Clique aqui para abrir a imagem

O Anuário da Justiça Brasil 2020, editado pela

revista Consultor Jurídico, foi lançado nesta

quarta-feira (12/8) em cerimônia virtual

transmitida pela TV ConJur e pela TV Justiça.

Contou com a participação do presidente do

Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli,

e dos ministros Luiz Fux , Marco Aurélio e

Alexandre de Moraes; do presidente eleito do

STJ, ministro Humberto Martins; da presidente

do TST, ministra Maria Cristina Peduzzi; do

presidente do TSE, ministro Roberto Barroso; do

presidente do STM, almirante Marcus Vinicius

Oliveira dos Santos.

O evento online também teve a presença do

procurador-geral da República, Augusto Aras;

do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz; do

defensor público-geral Federal, Gabriel Faria

Oliveira; do advogado-geral da União, José Levi

Mello do Amaral; e do procurador Vladimir Aras.

Desde a sua primeira edição, em 2007, a

publicação conta com apoio da FAAP -

Fundação Armando Alvares Penteado. Clique

aqui para assistir.

O presidente do Supremo Tribunal Federal,

ministro Dias Toffoli, destacou que a nova

edição do Anuário da Justiça Brasil é histórica

ao espelhar na capa os 11 ministros do

Supremo Tribunal Federal julgando por

videoconferência. 'Instados pelas delicadas

circunstâncias, demos um salto rumo à Justiça

digital', afirmou o ministro.

Presidente do STF, ministro Dias Toffoli

participa do lançamento do Anuário da Justiça

Brasil 2020.

Para Toffoli, a imagem simboliza o empenho de

todo o Poder Judiciário brasileiro em garantir a

plena continuidade da atividade jurisdicional,

mesmo em meio à maior pandemia dos últimos

100 anos. Disse que as cortes superiores

também estão pavimentando o caminho para a

retomada do desenvolvimento econômico e

social no pós-pandemia.

De acordo com o ministro, somente no Supremo

Tribunal Federal ingressaram 4.192 processos

relativos à epidemia no país. A Corte proferiu

nesse período 4.314 decisões relativas à

emergência de saúde pública e seus reflexos

sobre a sociedade.

" Anuário retrata o Judiciário ano a ano, passo a

passo", disse o diretor da ConJur, Márcio Chaer.

O Anuário da Justiça Brasil propõe-se a retratar

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

o Judiciário em ação. Ano a ano, passo a

passo, como afirma o diretor da publicação,

Márcio Chaer. 'Naturalmente, com a

calamidade, os meses recentes acabaram por

roubar toda a atenção do ano passado. Nesta

edição analisamos os esforços e o mutirão para

superar a epidemia feroz que ameaça a todos.

Sob os efeitos de outra pandemia: a do uso

indevido dos dados de usuários da internet',

disse.

A presidente do Conselho Curador da FAAP,

Celita Procopio de Carvalho, afirmou que o

Judiciário não faltou com o país durante o

período da epidemia. 'O isolamento e a

quarentena não impediram o funcionamento

desse importante serviço público. Ao contrário,

a magistratura atenuou o impacto da crise,

adaptou-se e usou a lei do bom senso como

antídoto para a calamidade pública.'

"O Anuário que aqui lançamos é prova de que

o setor público, o privado e a Academia podem

e devem trabalhar juntos."

'O Anuário que aqui lançamos é prova de que o

setor público, o privado e a Academia podem e

devem trabalhar juntos quando o escopo é o

bem comum', concluiu Celita Procopio.

Em depoimento, o decano do Supremo

Tribunal Federal, ministro Celso de Mello disse

que o Anuário da Justiça é 'publicação da

maior importância e de grande relevo não só

para a comunidade jurídica brasileira, mas,

também, para os cidadãos de nosso país, pois

revela, com dados precisos e acurados, a face

real do Poder Judiciário e a tendência

doutrinária dos seus Juízes, notadamente dos

magistrados que integram o Supremo Tribunal

Federal e os Tribunais Superiores da União!

Trata-se de notável e singular contribuição ao

Direito e à Justiça'.

"No Anuário, a comunidade jurídica encontra

material para estudar e compreender direções

e até mudanças na jurisprudência, e a

consolidação de modelos interpretativos."

A presidente do Tribunal Superior do Trabalho,

ministra Maria Cristina Peduzzi, entende que a

publicação é um instrumento importante de

divulgação à sociedade do trabalho do Poder

Judiciário, 'do perfil dos magistrados, dos casos

julgados, dos temas recorrentes e relevantes'.

O presidente Nacional da OAB, Felipe Santa

Cruz, participou do lançamento.

Felipe Santa Cruz, presidente do Conselho

Federal da OAB, afirmou que uma radiografia

do Poder Judiciário, como faz o Anuário da

Justiça, 'é indispensável neste nosso momento

de reconstrução. Passada a crise agora da

pandemia, tomara que até o final do ano, a

advocacia, o Judiciário, o Ministério Público,

jogaram um papel absolutamente indispensável

na reconstrução do nosso país, das relações

jurídicas e o Anuário é um instrumento

importantíssimo nessa caminhada'.

Em sua 14ª edição, a publicação traz o perfil e

a produtividade de cada um dos ministros do

Supremo Tribunal Federal e dos tribunais

superiores, informa como atendem os

advogados e as formas de contato com cada

gabinete. As tendências de julgamento nos

temas mais controvertidos e mais recorrentes

em tramitação também podem ser consultadas

no Anuário da Justiça Brasil.

O Anuário da Justiça é uma publicação da

ConJur, com apoio da Fundação Armando

Alvares Penteado (FAAP).

A versão impressa do Anuário da Justiça está à

venda na Livraria ConJur. A versão digital está

disponível para leitores da ConJur no app do

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Anuário da Justiça, na App Store e na Play

Store, ou no site anuario.conjur.com.br. Para

receber o seu código de acesso, basta se

cadastrar no site ou atualizar o seu cadastro.

VÍDEO DO EVENTO

Leia abaixo depoimentos sobre o Anuário da

Justiça e os discursos completos do ministro

Dias Toffoli, do diretor da ConJur Márcio Chaer

e da presidente do Conselho Curador da FAAP

Celita Procopio:

Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal

Federal

Lembro-me, com imensa alegria, como se

fosse ainda hoje, da data - 2007- em que foi

lançada, no Supremo Tribunal Federal, a

primeira edição do ANUÁRIO DA JUSTIÇA,

publicação da maior importância e de grande

relevo não só para a comunidade jurídica

brasileira, mas, também, para os cidadãos de

nosso País, pois revela, com dados precisos e

acurados, a face real do Poder Judiciário e a

tendência doutrinária dos seus Juízes,

notadamente dos magistrados que integram o

Supremo Tribunal Federal e os Tribunais

Superiores da União!

Trata-se de notável e singular contribuição ao

Direito e à Justiça que presta a Revista

Eletrônica CONJUR, cujos jornalistas sempre

revelaram, no desempenho do seu trabalho,

alta qualificação profissional e rigorosa

capacidade técnica, condições fundamentais

para o sucesso inquestionável desse

maravilhoso empreendimento de elevado

interesse público na área do jornalismo jurídico!

Quero cumprimentá-lo por mais essa primorosa

edição do Anuário da Justiça Brasil 2020 e

desejar-lhe, ao lado de seus competentes

companheiros de trabalho, como Maurício

Cardoso, diretor de redação da Revista

Consultor Jurídico, os meus melhores votos de

permanente e continuado sucesso em uma

publicação digna do pioneirismo histórico e da

elevada importância da CONJUR! Receba o

meu afetuoso abraço, que rogo seja estendido

a todos e a cada um dos brilhantes jornalistas

que compõem o quadro de seus colegas e

essenciais colaboradores! CELSO DE MELLO

(Turma de 1969 das ARCADAS, Ministro e ex-

Presidente do Supremo Tribunal Federal)

Ministro Luiz Fux, presidente eleito do Supremo

Tribunal Federal:

O Anuário da Justiça é um periódico muito

importante porque ele confere a todos os

partícipes da arena judicial as ideologias, a

personalidade e os conteúdos julgados.

A verdade é que ele procura demonstrar que

juízes e tribunais consagram as suas vidas

para fazerem aquilo que é o bem da população:

Justiça acima de tudo.

Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal

Federal

O Anuário é algo que a comunidade

acadêmica, a comunidade do Direita aguarda

todos os anos. E neste ano de 2020 tem um

título sugestivo: Justiça Acima de Tudo.

E a Justiça, o que é? É, segundo os antigos,

dar a cada um o que é seu. O Anuário versa os

diversos segmentos que atuam na área da

entrega da prestação jurisdicional. E este ano

nós temos na capa a referência aos tribunais

superiores.

A referência, também, claro, ao órgão de

cúpula do Judiciário, que é o Supremo, última

trincheira da cidadania. Está de parabéns o

Anuário e está de parabéns o Consultor

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Jurídico.

Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal

Federal

O Anuário da Justiça Brasil, produzido pela

Consultor Jurídico, sagra-se retrato fiel do

Judiciário brasileiro e espaço único de reflexão

crítica do Supremo Tribunal Federal. A edição

atual atesta a tenacidade da jurisdição

constitucional brasileira durante o grave

período de crise desencadeado pela pandemia

do novo coronavírus. A Corte Constitucional e o

Poder Judiciário brasileiro mostram-se

intransigentes na defesa das garantias

constitucionais e na higidez das garantias

institucionais democráticas da nossa

República. Esse rico momento histórico ganha

registro na feliz edição do novo número do

Anuário da Justiça.

Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo

Tribunal Federal

Mesmo durante a quarentena imposta pela

contínua expansão da Covid-19, o Consultor

Jurídico não deixou de publicar o já tradicional

Anuário da Justiça, que continua vindo a lume,

ano a ano, sem perder a qualidade editorial, o

esmero gráfico e a precisão das informações.

Parabéns à equipe responsável pela

empreitada e a todos aqueles que com ela

colaboraram.'

Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo

Tribunal Federal e presidente do Tribunal

Superior Eleitoral

Queria cumprimentar a equipe da Consultor

Jurídico pelo lançamento desse Anuário da

Justiça 2020. Por videoconferência esse ano,

sem coquetel e sem show, como a vida tem

sido, mas tudo vai passar.

O Consultor Jurídico, a ConJur, que foi pioneiro

entre os sites jurídicos, e o Anuário da Justiça

que foi igualmente pioneiro em informações

internas sobre o Poder Judiciário, uma

contribuição valiosa. Eu me lembro, no tempo

em que eu era advogado, quando começou a

sair o Anuário da Justiça, que prestava um

serviço valiosos, para que nós pudéssemos

conhecer os ministros dos tribunais superiores

e, depois, os desembargadores.

Gostaria de dizer que eu ficava mais à vontade

no tempo em que eu era advogado, e, portanto,

eu via os outros serem retratados. Hoje em dia,

eu deixei de ser estilingue e passei a ser

vidraça. Eu me lembro que, quando a Mafalda,

do Quino, completou 10 anos, a Mafalda que

talvez seja uma das mais inspiradas histórias

em quadrinho de todos os tempos,

perguntaram para o Quino o que ele achava da

Mafalda. E ele respondeu: 'Isso não é

importante. Eu gostaria de saber o que a

Mafalda acha de mim.'

Portanto eu, hoje em dia, ando preocupado em

saber o que o Anuário da Justiça está falando

de mim. Mas a verdade é que é uma equipe

sempre talentosa, qualificada e ética. Parabéns

pelo trabalho e um abraço grande.

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo

Tribunal Federal

Parabéns a toda a equipe do ConJur, pela

publicação do Anuário 2020, a mais clássica e

mais importante publicação do gênero no Brasil

e uma das mais importantes publicações

relacionadas à Justiça e ao Poder Judiciário em

todo o mundo.

E assim o é porque não só faz uma radiografia

do ano judiciário anterior a partir do Supremo

Tribunal Federal e dos tribunais superiores,

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

como analisa os reflexos das principais

decisões, principalmente do Supremo Tribunal

Federal, e faz uma análise prospectiva dos

rumos do Poder Judiciário, do que é importante

para que nós possamos aprimorar a Justiça,

almejando sempre segurança jurídica,

segurança dos direitos fundamentais e

aplicação igualitária de toda a Justiça.

Ainda há uma peculiaridade: Em virtude da

gravíssima pandemia de Covid-19, que causou

mais de 100 mil mortes no Brasil, o Anuário

2020 analisou a exitosa compatibilidade que o

Poder Judiciário fez entre a tecnologia e a

prestação jurisdicional, não deixando, em

nenhum momento, apesar da gravidade da

pandemia, que o brasileiro e a brasileira não

tivessem acesso ao Poder Judiciário. Parabéns

a toda a equipe.

Ministro Humberto Martins, corregedor

nacional de Justiça e presidente eleito do

Superior Tribunal de Justiça

O ano de 2020 tem sido marcado por muito

trabalho e também por muita superação. O

Anuário da Justiça de 2020 diagnostica os

desafios e apresenta informações e dados

sobre o futuro do Poder Judiciário. O Brasil e o

mundo vão superar os desafios que se impõem

à humanidade e o Poder Judiciário será um dos

suportes desta superação.

Tenho fé nos juízes, acredito na magistratura

brasileira. Caminharemos sempre juntos e

unidos pelo Brasil. A pandemia vai passar.

Deus está no controle do tempo e vamos

ultrapassar a pandemia, e vamos nos unir com

mais amor, com mais solidariedade e com mais

amor às pessoas e à dignidade humana.

Magistratura forte, cidadania respeitada.

Ministro Antônio Carlos Ferreira, do Superior

Tribunal de Justiça

Felizmente o Consultor Jurídico não esmoreceu

diante dos efeitos da crise sanitária e apresenta

o Anuário da Justiça 2020, mantendo, assim,

uma tradição que tanto contribui para o

aprimoramento dos serviços prestados pela

comunidade jurídica como um todo. Quem mais

tem a ganhar com a iniciativa do ConJur é a

sociedade brasileira, que é a verdadeira

destinatária do nosso trabalho.

Maria Cristina Peduzzi, presidente do Tribunal

Superior do Trabalho

Cumprimento a Consultor Jurídico e sua equipe

pelo lançamento do Anuário da Justiça Brasil

2020, publicação exitosa e que tem se revelado

desde sua primeira edição, em 2007,

instrumento importante de divulgação à

sociedade do retrato do Poder Judiciário, no

caso presente do Supremo Tribunal Federal e

dos tribunais superiores da República, do perfil

dos magistrados, dos casos julgados, dos

temas recorrentes e relevantes, e aspectos que

em cada momento se revelam de interesse.

E a importância da publicação se identifica em

contexto de transparência e alcança a

comunidade jurídica, que nela encontra

material para estudar e compreender direções

e até mudanças na jurisprudência, e a

consolidação de modelos interpretativos.

Ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal

Superior do Trabalho

Parabéns ao ConJur, ao Dr. Márcio Chaer e a

todos que contribuíram para a edição e o

lançamento do importante Anuário da Justiça

de 2020!

Marcus Vinicius Oliveira dos Santos, presidente

do Superior Tribunal Militar

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

É com muita honra e satisfação que participo

dessa cerimônia de lançamento do Anuário da

Justiça Brasil 2020, organizada pelo ConJur,

importante veículo de informação especializada

em direito e Justiça em nosso país.

Participação virtual, à distância, da forma que

se tornou o 'novo normal' nesses tempos de

pandemia, tempos desafiadores é verdade, que

nos forçaram a repensar nossa organização

como sociedade e a revisitar certos valores e

prioridade como seres humanos.

Certamente não sairemos iguais dessa crise

humanitária. Dentro desse contexto de

distanciamento social, o serviço público se viu

impelido a encontrar soluções urgentes e

diferenciadas para continuar a prestar

atendimento à população, que mais do que

nunca tem necessidade da presença do

Estado.

Com o Poder Judiciário, claro, não foi diferente

e já que sou da Marinha, peço licença para

usar uma frase muito comum nas lides navais:

'mar calmo nunca fez bom marinheiro'. E nesse

mar turbulento, o Poder Judiciário tem mantido

seu protagonismo no sentido de assegurar

direitos aos cidadãos deste país. E nós, aqui na

nossa Justiça Militar da União, ainda no mês de

março estabelecemos um cronograma de

planejamento e hoje, no STM, realizamos todas

as sessões de julgamento de modo virtual e por

videoconferência, com transmissão ao vivo

pela internet, assegurando a transparência e a

participação a todas as partes dos processos.

Em respeito às normas de distanciamento

social e visando preservar a saúde dos

magistrados e servidores, adotamos o trabalho

remoto, o que não tem causado nenhum

prejuízo ao andamento das atividades, seja

administrativa seja judicante. Também na

nossa primeira instância, a mesma realidade

tem sido replicada.

E nesse quadro de anormalidade e de soluções

criativas, chegamos até hoje, onde, com muita

satisfação, cumprimos o agradável ritual a que

nos acostumamos nos últimos anos: o

lançamento do nosso Anuário da Justiça Brasil.

Anuário que nos permite sentir e identificar o

pensamento dos nossos magistrados, sobre os

mais diferentes temas afetos à nossa Justiça.

Anuário que é importante ferramenta para os

operadores do direito e demonstra

transparência a independência do Poder

Judiciário, sempre necessárias e ainda mais

essenciais nesses tempos de incerteza.

Assim, em nome de todos os ministros do

Superior Tribunal Militar, dos nossos juízes

federais e dos nossos servidores,

cumprimentamos a equipe do ConJur, que

trabalhou diretamente na elaboração dessa

revista, e que manteve a publicação nos

mesmos padrões de qualidade dos anos

anteriores, apesar de todas as dificuldades

inerentes à pandemia que ainda vivemos.

Parabéns e vida longa ao nosso Anuário da

Justiça!'

Renata Gil, presidente da AMB

"Quero ressaltar a importância do Anuário

como instrumento que permite ao Judiciário

olhar para si, para suas ações e para avaliar

impactos dos rumos que estamos trilhando. A

publicação é uma referência e possui também

valor fundamental por divulgar o trabalho e a

evolução da Justiça para a sociedade, com a

transparência que a democracia exige."

Desembargador Marcelo Buhatem, do TJ-RJ

Acompanhar a cada ano as novas edições do

Anuário é prova viva da capacidade de todos

vocês, notadamente da evolução anual da

publicação. A Associação Nacional de

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Desembargadores se vale das excelentes

informações do Anuário para promover boas

relações com os magistrados brasileiros.

Augusto Aras, procurador-geral da República

Cumprimento a todas e a todos, comprimento a

todos os operadores do Direito que têm no

ConJur, no Consultor Jurídico, uma importante

ferramenta de trabalho e um importante veículo

de comunicação, que além de informar,

também forma conhecimento, disponível para

todos aqueles que militam na seara jurídica.

E neste momento, em que comemoramos mais

um Anuário desse importante veículo de

comunicação especializado, o ConJur, quero

falar um pouco da instituição que tenho a honra

de ocupar o mais alto cargo de direção, como

Procurador-geral da República.

É praticamente impossível descrever as

grandes vitórias que o Ministério Público

Federal e o Ministério Público Brasileiro como

um todo trouxe para a sociedade brasileira e

mesmo em defesa do Estado Brasileiro nestes

30 anos de Constituição Federal. E isto vem

sendo feito cotidianamente por valorosos

homens e valorosas mulheres que dedicam

suas vidas, muitas vezes com sacrifícios

pessoais e familiares, para que a defesa da

Liberdade, a defesa de direitos e garantias

fundamentais se faça em diferentes e distantes

rincões em todo o país.

Foi assim que milhões de brasileiros tiveram

garantida a defesa do meio-ambiente e com o

passar dos anos, pudemos avançar para uma

defesa do meio-ambiente com desenvolvimento

sustentável, que é a meta que buscamos

atingir.

Nestes tempos de Covid, o Ministério Público

Brasileiro tem empenhado todos os esforços. A

Procuradoria-Geral da República, junto com o

Conselho Nacional do Ministério Público, tem

mobilizado promotores, promotoras,

procuradores e procuradoras para integrar toda

a sociedade ao Estado Brasileiro nessa grande

luta em defesa da Saúde e de melhores

condições sanitárias, para enfrentar esta

pandemia que já dizimou quase 100 mil

brasileiros.

E assim, o Ministério Público tem feito a sua

jornada em defesa dos consumidores, as

minorias, as maiorias sub representadas, como

as mulheres, os negros, e também das

minorias propriamente ditas, como os

indígenas, os quilombolas, as comunidades

tradicionais. O seu trabalho atinge desde a

infância aos idosos, também na defesa da

mulher, nos casos de violência doméstica, sem

se falar das questões de gênero, cujo cuidado

o ministério público brasileiro tem se dedicado

como um todo.

Garantir liberdade de expressão como o

primeiro valor da sociedade democrática, do

Estado Democrático de Direito, tem sido um

grande valor para o Ministério Público. É assim

que nós, brasileiros, vamos construindo um

modelo moderno, contemporâneo, que alcança

tanto o poder político como o poder econômico,

tudo no contexto do cumprimento da

Constituição e das leis do país.

Este é o caminho do meio: cumprir a

Constituição. Cumprir a vontade da soberania

que fez com que nós tivéssemos e tenhamos

uma ordem jurídica moderna, capaz de nos

propiciar paz e harmonia sociais. Mas quantas

vezes o Ministério Público, tendo que optar

entre o direito e a justiça, fê-lo preferindo a

Justiça? Muitas vezes logrou êxito construindo

e constituindo novos paradigmas de Justiça.

Outras vezes, como é natural na democracia,

apresentando um novo ver, uma nova visão de

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

mundo, um novo modus de viver.

Mas sempre este Ministério Público em defesa

dos vulneráveis, em defesa das comunidades

mais carentes, é assim que nós temos

caminhado pós-88, cada dia mais empenhados

no combate à corrupção. Combate à corrupção

com a compreensão de ser uma política do

Estado Brasileiro. Combate à corrupção forte,

permanente, com promotores, promotoras,

procuradores e procuradoras cada dia mais

qualificados, valendo-se de informações

técnicas, científicas, com o rigor acadêmico,

para que não permitamos que haja nulidades

processuais. E assim, o Ministério Público

Brasileiro tem caminhado para que o Estado

brasileiro tenha, nesta carreira de Estado, um

viés, um marco forte, um pilar da defesa que

lhe foi confiada pelos constituintes de 88.

Como nesta comemoração do Anuário, fica

aqui o meu abraço a todos que fazem do

ConJur este importante veículo de

comunicação especializado para os operadores

do Direito. Viva a Constituição de 88, viva o

Direito, viva a Justiça, viva o Ministério Público

Brasileiro! Obrigado a todos.

Felipe Santa Cruz, presidente da OAB

Eu quero parabenizar a equipe do ConJur por

mais um ano do Anuário da Justiça. A

radiografia mais profunda do nosso Poder

Judiciário, é indispensável neste nosso

momento de reconstrução. Passada a crise

agora da pandemia, tomara que até o final do

ano, a advocacia, o Judiciário, o Ministério

Público, jogaram um papel absolutamente

indispensável na reconstrução do nosso país,

das relações jurídicas e o Anuário é um

instrumento importantíssimo nessa caminhada.

Parabéns ao ConJur pela seriedade com que

realiza este trabalho, pelos anos e pelo

sucesso deste trabalho, que no Brasil é sempre

difícil a perenidade de um trabalho bem

realizado, e a certeza da indispensabilidade do

Anuário pra todos nós da área jurídica.

Gabriel Faria Oliveira, defensor público-geral

federal

Eu quero inicialmente parabenizar a ConJur

pelo lançamento do Anuário, dizer que é uma

satisfação poder estar, mais uma vez,

representando a Defensoria Pública da União

neste grandioso evento do lançamento deste

retrato da Justiça e do sistema de Justiça.

Quero parabenizar o Consultor Jurídico e fazer

um registro. Que o presente Anuário traz a

novidade, e o ConJur sempre se renovando, a

novidade de analisar o sistema de justiça

durante a pandemia de Covid-19. Foi um

desafio para todas as instituições, para a

Justiça em si, para os tribunais superiores e

para as funções essenciais da justiça lidar com

a ferramenta e com a necessidade de fazer

justiça diante da pandemia.

No âmbito da Defensoria Pública, nós ainda

com o desafio de permanentemente atender

pessoas. As pessoas vulnerabilizadas, pessoas

que se tornaram num conjunto, se

engrandeceu o conjunto destes vulneráveis por

conta da pandemia e da dificuldade de

trabalho. Nós tivemos dentro da Defensoria

Pública um envolvimento bastante intenso com

a judicialização por conta do auxílio financeiro

emergencial e certamente a revista vai poder

trazer no Anuário todos estes desafios e com o

brilhantismo que lhe é peculiar auxiliar os seus

leitores para enfim poder mostrar um novo

sistema de justiça que se desenvolve a partir

das dificuldades que vivemos no presente.

Meus parabéns ao Consultor Jurídico, um

grande abraço a todos, felicitações.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Ministro José Levi Mello do Amaral, advogado-

geral da União

Eu queria celebrar mais um Anuário da Justiça.

É uma publicação já tradicional, uma

publicação onde o meio jurídico se encontra,

uma publicação onde a sociedade pode

conhecer o meio jurídico e, por isso mesmo,

ajuda muito na transparência, no

conhecimento, na clareza de coisas e

realmente é um trabalho que prima pela

qualidade e, por isso mesmo, é admirado e

esperado, ano após ano. Fico muito contente

em poder registrar estas minhas palavras e

desejar um ótimo lançamento para mais um

Anuário da Justiça. Muito obrigado.

Ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas

da União

Sou leitor assíduo das notícias, entrevistas e

artigos da Revista Eletrônica ConJur há mais

de uma década e considero sua linha editorial

uma enorme contribuição à informação jurídica

de qualidade no Brasil. O Anuário da Justiça,

entretanto, vai além e contribui para a própria

Ciência do Direito. Não só reúne vasto

levantamento jornalístico sobre os tribunais

brasileiros, mas também compila valioso

conteúdo de cunho biográfico e de tendência

jurisprudencial de cada magistrado que

compõe cada uma dessas cortes. Isso oferece

aos profissionais do Direito valiosa ferramenta

de trabalho e aos pesquisadores em geral

importante fonte de referência.

Vladimir Aras, procurador regional da

República

É com grande prazer que eu participo desta

celebração pelo lançamento da edição 2020 do

Anuário da Justiça do Brasil. Esta publicação

que já se tornou consolidada no cenário jurídico

brasileiro, tem uma contribuição muito longa,

mais de uma década, para o conhecimento do

Poder Judiciário.

Para dar publicidade ao Poder Judiciário do

Brasil e, mais do que isso, ao sistema de

Justiça do país, uma vez que, além de traçar

um perfil, fazer um retrato dos tribunais

superiores, o Anuário também dedica algumas

de suas páginas ao Ministério Público, à

Procuradoria-geral da República, ao Conselho

Nacional do Ministério Público, permitindo

assim um diagnóstico muito importante sobre o

funcionamento destas instituições sobre a

contribuição que tem sido dada por estes

órgãos, especialmente pelo Poder Judiciário,

ao país. Pelos avanços nos últimos anos, pelos

desafios enfrentados, pelas grandes

dificuldades em lidar com temas tão intrincados

que incomodam a coletividade na tutela de

direitos individuais ou na defesa de direitos

coletivos. Na solução de questões dos

cidadãos, isoladamente considerados, mas

também das grandes questões nacionais.

Carlos José Santos da Silva, presidente do

Cesa

Parabéns por mais essa edição. Sempre atual.

A cada edição uma novidade. O Anuário da

Justiça Brasil continua sendo uma ferramenta

fundamental para todos os operadores do

direito.

Leia o discurso do ministro Dias Toffoli,

presidente do STF

'É com satisfação que lançamos hoje a edição

2020 do Anuário da Justiça Brasil, essa

publicação que há vários anos promove a

transparência e a publicidade acerca do

profícuo trabalho do Poder Judiciário Brasileiro.

A edição deste ano é histórica, como espelha a

imagem de sua capa: todos os 11 ministros do

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Supremo Tribunal Federal deliberando por

meio de videoconferência. Esta imagem

simboliza o empenho de todo o Poder

Judiciário brasileiro em garantir a plena

continuidade da atividade jurisdicional, mesmo

em meio à maior pandemia dos últimos 100

anos. Seguimos exercendo com igual desvelo,

prontidão e qualidade aquela que é a função

precípuo de todo magistrado: atender as

demandas de todo cidadão brasileiro por

justiça.

E não são poucas as demandas da população

brasileira neste delicado período. O cidadão

clama ainda mais por saúde, emprego, renda,

moradia, segurança, alimentação, educação,

dentre tantos outros direitos básicos e

fundamentais, ameaçados num contexto de

grande fragilidade social. A sociedade brasileira

anseia sobretudo por certezas e definições. Um

anseio que se reflete na elevação da

litigiosidade após a pandemia. Somente no

Supremo Tribunal Federal ingressaram 4.192

processos relativos à pandemia, conforme os

dados do painel de ações Covid-19, que

monitora a judicialização do tema no Supremo.

A Corte proferiu nada mais nada menos que

4.314 decisões relativas à emergência de

saúde pública e seus reflexos sobre a

sociedade.

Digo às senhoras e aos senhores que o Poder

Judiciário brasileiro tem respondido à altura do

desafio que lhe é imposto neste delicado

momento da nossa história. O Judiciário, com o

auxílio indispensável das instituições

essenciais à Justiça, está suavizando os

inúmeros impactos sociais e econômicos de

uma crise sem precedentes na História, por

meio da promoção da segurança jurídica e da

efetividade dos direitos fundamentais. Nesse

cenário, sobressai a atuação dos tribunais

superiores na formulação das respostas às

grandes questões jurídicas que emergem à

pandemia. As teses que irradiam das nossas

cortes superiores promovem a previsibilidade, a

confiança jurídica e a segurança que a

sociedade brasileira tanto anseia neste

momento de incertezas.

Deste modo, estamos também pavimentando o

caminho para a retomada do desenvolvimento

econômico e social no pós-pandemia.

Senhoras e senhores, as adversidades

desafiam a criatividade e a engenhosidade dos

Homens. Com a pandemia tivemos mais do

que nunca que exercitar a criatividade e

alcançar vôos de inovação. Instados pelas

delicadas circunstâncias que exigem a

associação de distanciamento social e de

trabalho intenso para responder a alta

demanda da sociedade, demos um salto rumo

à Justiça digital.

A pandemia impulsionou a transformação

digital que estava em curso no Poder Judiciário

já há alguns anos. Graças às tecnologias

digitais, garantimos mais do que continuidade

da atividade jurisdicional. Promovemos o

incremento da produtividade, da eficiência e da

transparência judiciais. As cortes do país

seguem funcionando a todo vapor, por meio de

julgamentos virtuais e de ferramentas digitais e

viabilizam o trabalho à distância. No Supremo

Tribunal Federal, a ampliação dos julgamentos

virtuais, que existem desde 2007, permitiu que

de 12 de março ao dia 1 de julho, o Supremo

julgasse 6.927 processos colegiadamente,

1.801 deles no Plenário maior, 2.834 na 1ª

Turma e 2.280 na 2ª Turma. No chamado

plenário virtual, os julgamentos ocorrem com a

máxima transparência, publicidade e

observância das garantias da ampla defesa e

do contraditório, como deve ser no Estado

Democrático de Direito.

Os julgamentos do Plenário e das turmas, por

videoconferência, todos transmitidos ao vivo

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

STF aprova proposta orçamentária deR$ 712,4 milhões para 2021

Clique aqui para abrir a imagem

O Supremo Tribunal Federal aprovou, por

unanimidade, a proposta orçamentária de R$

712,4 milhões para 2021. A aprovação

aconteceu em sessão administrativa realizada

nesta quarta-feira (12/8).

Sede do Supremo Tribunal Federal Marcello

Casal Jr./Agência Brasil

A divisão dos recursos ficou da seguinte forma:

pessoal e encargos sociais (R$ 451,4 milhões),

outros custeios e capital (R$ 176 milhões),

despesas financeiras (R$ 53 milhões) e

benefícios (R$ 32 milhões).

Toffoli ressaltou que, para adequar a proposta

aos limites do Projeto de Lei de Diretrizes

Orçamentárias de 2021, ainda em tramitação no

Congresso, foi necessário um corte de

despesas da ordem de R$ 76,1 milhões.

Segundo o presidente, os recursos necessários

para a manutenção dos serviços básicos do

tribunal foram alcançados a partir de cortes mais

significativos na TV Justiça, em relação à qual

foi adotada a política de compartilhar despesas

com outros órgãos, como o Superior Tribunal de

Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho e o

Conselho Superior da Justiça do Trabalho

(CSJT), que utilizam a grade de programação.

O ministro Luiz Fux observou que este foi o

orçamento possível, mas que, na qualidade de

futuro presidente da instituição, conversou com

o ministro da Economia, Paulo Guedes, que

colocou a equipe econômica à disposição do

STF e do Conselho Nacional de Justiça para

conversar sobre alguns itens nos quais seja

necessária a suplementação orçamentária.

A proposta resultou de levantamentos e estudos

realizados pela Secretaria de Administração e

Finanças (SAF) do Supremo para contemplar as

demandas apresentadas pelas diversas

unidades da Corte, além de ter sido submetido à

equipe indicada pela próxima gestão para a

comissão de transição, observada a legislação

pertinente, especialmente as disposições

constantes do Projeto de Lei 9/2020 (Lei de

Diretrizes Orçamentárias de 2021), do

Congresso.

Os referenciais monetários finais estabelecidos

pelo Poder Executivo para elaboração da

proposta orçamentária do STF ficaram inferiores

8,96% em relação às demandas apresentadas

inicialmente pelas unidades do Supremo. A

ampliação nas despesas de pessoal e encargos

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

sociais refere-se ao impacto da Emenda

Constitucional 103/2019 (Reforma da

Previdência).

Diante da redução nas despesas correntes e

de capital, foram feitos os ajustes da proposta,

adequando-a aos referenciais informados pelo

Poder Executivo, em que se priorizou a

execução das despesas obrigatórias, dos

serviços contratados e de materiais e

equipamentos indispensáveis ao

funcionamento do órgão.

O presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli,

explicou que a proposta foi elaborada em

conjunto com o ministro Luiz Fux, que assume

a presidência no dia 10/9. Com informações da

assessoria de imprensa do STF.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Cai número de mortes por acidente,mas dispara óbitos em casa

Clique aqui para abrir a imagem

No primeiro semestre de 2020, o Brasil registrou

um crescimento de 9,7% no número de óbitos,

conforme os dados do Portal da Transparência

do Registro Civil apresentados pelo presidente

da Associação Nacional dos Registradores de

Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), Arion Toledo

Cavalheiro Júnior.

Ao participar da mesa "Acompanhando a

Agenda 2030 no Poder Judiciário", durante o 2º

Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no

Poder Judiciário, promovido pelo Conselho

Nacional de Justiça (CNJ) na segunda-feira

(10/8), ele atribuiu o crescimento à pandemia do

novo coronavírus e ressaltou que os números

estão disponíveis no portal, que é

supervisionado pelo CNJ.

Reprodução

Segundo ele, entre 1º de janeiro e 30 junho de

2019 - os cartórios de registro civil brasileiros

oficializaram 608.265 óbitos. No mesmo período

de 2020, foram registrados 667.258

falecimentos. "O aumento acontece todos os

anos, em virtude até do aumento da população,

mas, neste ano, o número de óbitos se

ampliou", declarou.

De acordo com o presidente da Arpen-Brasil, ao

mesmo tempo em que se verificou uma

diminuição nos óbitos por acidentes devido à

redução das viagens e da circulação de

pessoas, registrou-se um crescimento de 31%

nos falecimentos em residência. "Isso se explica

pelo medo da Covid-19, que faz com que as

pessoas fiquem em casa e evitem buscar

cuidados hospitalares", afirmou.

Os registros confiáveis são fundamentais para a

criação, o planejamento e a implementação de

políticas públicas, inclusive com vistas ao

atendimento da Agenda 2030. Cavalheiro

informou que o Portal da Transparência do

Registro Civil é um dos maiores bancos de

dados de registros civis do mundo, com mais de

174 milhões de registros: todos os números de

nascimentos, casamentos e óbitos dos 7.669

cartórios de registros civil do país.

Ele fez a exposição no Painel sobre o Comitê

Interinstitucional da Agenda 2030, cujos

participantes apresentaram ações

desenvolvidas no âmbito das respectivas

instituições para a implementação dos Objetivos

de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Agenda 2030

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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

O CNJ realizou no dia 10 de agosto o 2º

Encontro Ibero-Americano da Agenda 2030 no

Poder Judiciário. O evento realizado por

videoconferência, com transmissão em

português e espanhol, debateu a

institucionalização dos Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS) da

Agenda 2030 na Justiça.

A agenda é um compromisso assumido por

líderes de 193 países, inclusive o Brasil, e

coordenada pelas Nações Unidas, por meio do

Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (Pnud). São 17 ODS e 169

metas a serem alcançadas no período de 2016

a 2030, para a efetivação dos direitos humanos

e promoção do desenvolvimento. Com

informações da assessoria de imprensa do

CNJ.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

TJPE celebra 198 anos na quinta

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Autor: Blog da Folha

Com o tema 'Acompanhando as transformações

do mundo', o Tribunal de Justiça de

Pernambuco (TJPE) comemora 198 anos de

instalação na quinta-feira (13). Em razão da

pandemia pelo novo coronavírus, a sessão

solene comemorativa, que acontece na Sala de

Sessões Desembargador Antônio de Brito

Alves, no Palácio da Justiça, este ano será

transmitida de forma virtual, às 17h, pelo canal

do youtube por meio do link

https://youtu.be/9w4Sac7Iq4s.

A cerimônia contará com uma celebração

ecumênica de Ação de Graças, que terá

mensagens do arcebispo de Olinda e Recife,

Dom Fernando Saburido; do orador espírita,

professor Humberto Vasconcelos; e do bispo-

auxiliar da Igreja Episcopal Carismática do

Brasil, Dom André Novaes. Na sequência, será

realizada uma conferência com o tema

'Inteligência Artificial', pelo corregedor nacional

do Conselho Nacional de Justiça e presidente

eleito do Superior Tribunal de Justiça, ministro

Humberto Martins. Em seguida, será proferido

um discurso pelo presidente do TJPE,

desembargador Fernando Cerqueira.

Ao final da cerimônia, haverá a entrega virtual

do Diploma de Honra ao Mérito em

reconhecimento à atuação de servidores, e

também das Medalhas da Ordem do Mérito

Judiciário Desembargador Joaquim Nunes

Machado a pessoas físicas e jurídicas,

nacionais ou estrangeiras, que tenham prestado

serviços relevantes ao Poder Judiciário. Os

homenageados com a medalha foram indicados

por unanimidade de votos em sessão

extraordinária do Pleno, realizada por

videoconferência, no dia 13 de julho deste ano,

presidida pelo presidente do TJPE.

A distinção é conferida em três graus: Grão-

Colar (Alta Distinção), Grande Oficial,

Comendador, e Cavaleiro. No mais alto grau,

Grão Colar de Alta Distinção, foram indicados

para receber a honraria o desembargador

eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do

Estado de Pernambuco (TRE-PE), Carlos Gil

Rodrigues Filho; o corregedor geral do Tribunal

de Justiça do Estado de Alagoas (TJAL), o

desembargador Fernando Tourinho de Omena

Souza; o presidente do Tribunal de Justiça do

Estado de São Paulo (TJSP), Geraldo Francisco

Pinheiro Franco; e o presidente do Supremo

Tribunal Federal (STF), o ministro José Antônio

Dias Toffoli.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

A sessão solene marca também os seis meses

de gestão do presidente do TJPE,

desembargador Fernando Cerqueira. Nascido

em Alagoas e graduado em Direito pela

Universidade Federal daquele Estado em

dezembro de 1976, Cerqueira ingressou como

magistrado do Poder Judiciário de

Pernambuco em 26 de outubro de 1982,

alçando ao cargo de desembargador do TJPE

em 5 de julho de 2005. Ele foi eleito

corregedor-geral de Justiça para o biênio

2018/2019, após o que foi eleito presidente do

Tribunal de Justiça deste Estado, assumindo a

gestão em fevereiro deste ano.

Durante a pandemia pelo novo coronavírus,

sob a atual Presidência, o TJPE precisou se

reinventar em todos os setores para continuar

atendendo a população da melhor forma

possível. 'A pandemia acelerou o processo de

transformação digital do Poder Judiciário,

porque precisamos manter os serviços

funcionando para continuar atendendo aqueles

que mais precisam, mesmo com o isolamento

social imposto pelo coronavírus', destacou o

presidente. Ao longo do mês de agosto, o TJPE

publicará em seu site, matérias abordando sua

atuação em cada setor durante a pandemia,

entre os quais estão Presidência, Conciliação,

Mulher, Infância e Juventude, Juizados

Especiais, 1º e 2º Graus.

História - O Tribunal da Relação da Província

de Pernambuco foi instalado no dia 13 de

agosto de 1822. Por meio de alvará, em 6 de

fevereiro de 1821, Dom João VI determinou a

sua criação, justificando-a com a citação de

algumas dificuldades enfrentadas pelos

habitantes de Pernambuco ao terem que

recorrer judicialmente, até então, ao Tribunal

da Relação da Bahia. A partir da instalação do

seu tribunal, os pernambucanos não mais

enfrentariam inconvenientes tais quais

despesas excessivas, distância, interrupção do

trabalho e, até mesmo, separação das suas

famílias, para prosseguirem na busca de

solução para as suas causas judiciais.

Por sete décadas, esse Tribunal administrou a

Justiça em Pernambuco, mediando os conflitos

que necessitavam de sua intervenção. Nesse

período, a sua sede enfrentou constantes

mudanças, funcionando, inicialmente, no antigo

Colégio dos Jesuítas, localizado na antiga

Praça XVII, hoje Praça da República; em

seguida no antigo prédio do Erário, situado na

mesma praça; passando a se instalar,

posteriormente, no andar superior da Cadeia

Pública, na Rua da Cadeia - hoje Rua do

Imperador -, onde funcionou até a sua extinção,

em 1892.

Em cumprimento à Constituição Federal,

promulgada em 24 de fevereiro de 1891, o

Tribunal da Relação deu passagem ao novo

modelo republicano de Justiça, o Superior

Tribunal de Justiça (STJ), criado por lei

estadual. Em sua primeira década de

existência, o STJ teve como presidentes os

desembargadores Gervásio Pires, Francisco

Correia de Andrade e Manoel do Nascimento

Fonseca Galvão. Funcionou até o advento da

Constituição Federal de 1934, quando foi

denominado Corte de Apelação. Com a

decretação do Estado Novo e a Constituição de

1937, o mesmo passou a ser chamado de

Tribunal da Apelação, permanecendo assim até

o ano de 1946, quando foi constituído como

Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).

Da Assessoria de Comunicação do TJPE

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - Humberto

Martins, Judiciário - Conciliação

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Kim Kataguiri aciona CNJ contraprêmio de R$ 100 mil paradesembargadores de SP

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Camila Mattoso da Folhapress

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP)

acionou o Conselho Nacional de Justiça com

um pedido para que o Tribunal de Justiça de

São Paulo seja impedido de pagar prêmio de

até R$ 100 mil a desembargadores que

participem das Câmaras Extraordinárias

recentemente autorizadas.

Como revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, as

Câmaras darão um dia de compensação para

cada sete processos que forem julgados pelos

desembargadores nessas Câmaras. Nas seções

de Direito Público e Privado, cada um deles

poderá participar de até 600 processos, o que

lhes renderá até 85 dias de compensação.

Convertidos em dinheiro, o que é possível de

acordo com a disponibilidade orçamentária do

tribunal, esses dias somam aproximadamente

R$ 100 mil.

Levantamento da Folha de S.Paulo de 2019

apontava que a remuneração bruta de um

desembargador em São Paulo era em média de

R$ 56 mil -ou R$ 44 mil líquidos.

No pedido elaborado pelo advogado Rubens

Nunes, do MBL, a criação das Câmaras é

classificada como "ilegal" e "escandalosa".

Elas foram criadas para reduzir o acervo de

mais de 120 mil processos com julgamento

atrasado no tribunal.

"Dado o contexto causado pela pandemia do

Covid-19, as finanças públicas estão seriamente

abaladas por conta da crise na arrecadação,

sendo que tal ato discrepa enormemente da

atitude de austeridade que se espera do Poder

Público neste momento delicado", diz o pedido,

que também questiona o fato de a resolução

que criou as Câmaras, em julho, não apresentar

uma estimativa de impacto orçamentário.

O pedido também critica a dinâmica que explica

a criação das Câmaras: "os desembargadores

mais produtivos recebem um enorme abono

pecuniário simplesmente por terem feito a sua

missão constitucional, que é julgar com

celeridade. Já os desembargadores

improdutivos (que foram os responsáveis pela

situação [de atraso no julgamento dos

processos]) não são punidos."

Por fim, pede que o tribunal seja proibido de

pagar remuneração adicional a

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de Pernambuco/Pernambuco - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

desembargadores que participem de Câmaras

Extraordinárias e que apresente dados sobre a

produtividade dos desembargadores e medidas

disciplinares tomadas contra aqueles que são

produtivos.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJJornal de Brasília/Distrito Federal - Notícias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

'Raça' é usada por juíza em pena noParaná

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Em meio a uma sentença de 115 páginas da 1ª

Vara Criminal de Curitiba, dada após uma

denúncia contra nove pessoas por 'furtos

qualificados e roubos majorados', chamou

atenção um trecho repetido três vezes:

'Seguramente integrante do grupo criminoso,

em razão da sua raça (?)'. Foi dessa forma que

a juíza Inês Marchalek Zarpelon se referiu a

Natan Vieira da Paz, homem negro de 42 anos

que foi condenado a 14 anos e dois meses de

reclusão.

A sentença foi proferida em junho, mas ganhou

repercussão após a advogada Thayse

Pozzobon postar trecho do documento em suas

redes sociais. 'Associar a questão racial à

participação em organização criminosa', diz a

advogada, 'revela não apenas o olhar parcial de

quem, pela escolha da carreira, tem por dever a

imparcialidade, mas também o racismo ainda

latente na sociedade brasileira'.

E a reação da Justiça veio ontem, quando a

Corregedoria Nacional de Justiça instaurou

pedido de providência 'a fim de esclarecer os

fatos'. Em seu pedido, o corregedor Humberto

Martins cita nota pública da Defensoria Pública

do Paraná que 'externa seu estarrecimento e

inconformismo com o teor da sentença

proferida'

14 anos

Na sentença sobre o grupo, as indicações da

juíza curitibana aparecem na parte final do

documento, na seção em que ela calculou a

pena de Natan - que recebeu 14 anos de

reclusão, mas poderá recorrer em liberdade.

Além dele, a magistrada condenou outras seis

pessoas, mas sem nenhuma outra referência a

raça.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Logo depois de registrar que ele é réu primário,

sem antecedentes criminais, Zarpelon escreveu:

'Sobre sua conduta social nada se sabe.

Seguramente integrante do grupo criminoso, em

razão da sua raça, agia de forma extremamente

discreta; os delitos e o seu comportamento,

juntamente com os demais, causavam o

desassossego e a desesperança da população,

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Conselho Nacional de Justiça - CNJJornal de Brasília/Distrito Federal - Notícias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

pelo que deve ser valorada negativamente'. O

primeiro registro se deu quando a magistrada

analisava a pena de Natan relacionada ao

crime de organização criminosa. Depois a frase

foi repetida duas vezes, durante a fixação da

pena base por roubo majorado e por furto

qualificado.

A advogada de Natan considera que o

julgamento está 'maculado' e que a decisão

fere toda a sociedade brasileira. 'O Poder

Judiciário tem o dever de não somente aplicar

a lei, mas também, através de seus julgados,

reduzir as desigualdades sociais e raciais. Ou

seja, atenuar as injustiças, mas jamais produzi-

las como fez a magistrada ao associar a cor da

pele ao tipo penal', escreveu Thayse.

'Sinceras desculpas'

Após repercussão da sentença, a juíza, que

atua na 1ª Vara Criminal de Curitiba, divulgou

nota afirmando que 'em nenhum momento

houve o propósito de discriminar qualquer

pessoa por conta de sua cor' e que 'a

linguagem, quando extraída de um contexto

pode causar dubiedades'. No site da

Associação dos Magistrados do Paraná ela

escreveu: 'Sinto-me profundamente entristecida

se fiz chegar, de forma inadequada, uma

mensagem (. .) que não condiz com os valores

que todos devemos diuturnamente defender'. E

acrescentou: 'Peço sinceras desculpas se de

alguma forma, em razão da interpretação do

trecho (pág. 117), ofendi a alguém'.

Em seu texto, a juíza argumentou que 'em

nenhum momento a cor foi utilizada como fator

para concluir, como base da fundamentação da

sentença, que o acusado pertence a uma

organização criminosa'.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

'A avaliação é sempre feita com base em

provas. A frase foi retirada, portanto, de um

contexto maior, próprio de uma sentença

extensa, com mais de 100 páginas. Reafirmo

que a cor da pele de um ser humano jamais

serviu ou servirá de argumento ou fundamento

para a tomada de decisões judiciais. O racismo

é prática intolerável em qualquer civilização e

não condiz com os valores que defendo', disse.

Observou ainda que 'o racismo representa uma

prática odiosa que causa prejuízo ao avanço

civilizatório, econômico e social.

O trecho polêmico, explica a juíza, 'foi retirado

de uma sentença proferida em processo de

organização criminosa composta por pelo

menos nove pessoas que atuavam em praças

públicas, praticando assaltos e furtos'. Depois

de investigação policial, e, após a instrução,

todos foram condenados, independentemente

de cor, em razão da prova existente nos autos'.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedoria Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJNoticiário STF/Distrito Federal - Notícias STF

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Presidente eministros do STF

participam decerimônia virtual de

lançamento doAnuário da Justiça

Brasil 2020

Clique aqui para abrir a imagem

Com o tema "Justiça Acima de Tudo - Judiciário

retoma protagonismo diante das calamidades",

foi lançado nesta quarta-feira (12) o Anuário da

Justiça Brasil 2020, no início da noite desta

quarta-feira (12), produção do portal Consultor

Jurídico (Conjur), com o apoio da Fundação

Armando Álvares Penteado (FAAP). A

solenidade, transmitida pela internet, contou

com a participação do presidente do Supremo

Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de

ministros da Corte e de outros Tribunais

Superiores e de representantes da Advocacia,

do Ministério Público e da Defensoria Pública.

A capa da edição deste ano traz uma foto com

os 11 ministros do STF participando de um

julgamento por videoconferência. "Essa imagem

simboliza o empenho de todo o Poder Judiciário

brasileiro em garantir a plena continuidade da

atividade jurisdicional, mesmo em meio à maior

pandemia dos últimos 100 anos', afirmou o

presidente do STF. 'A Justiça segue atuando

com prontidão e qualidade para atender às

demandas da sociedade'.

A 14ª edição do Anuário destaca a atuação do

Poder Judiciário diante do estado de calamidade

pública decorrente da pandemia da Covid-19,

que já matou mais de 100 mil brasileiros. Entre

outros aspectos, a publicação mostra como o

sistema judicial brasileiro precisou se reinventar

e se adaptar ao momento atual, a fim de decidir

as demandas judiciais decorrentes da

pandemia, bem como tentar minimizar os efeitos

dessa situação de crise econômica e sanitária

que afeta todas as instituições e a sociedade.

Traz, ainda, o perfil dos ministros dos Tribunais

Superiores e um resumo dos principais temas

em julgamento nessas Cortes.

Adaptação e inovação

Exemplos dessa adaptação são as medidas

adotadas pelo ministro Dias Toffoli tanto no

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Conselho Nacional de Justiça - CNJNoticiário STF/Distrito Federal - Notícias STF

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

âmbito do Conselho Nacional de Justiça

(CNJ), quanto no STF. No CNJ, a Resolução

313/2020 estabeleceu um regime de plantão

extraordinário, visando à manutenção das

atividades por meio remoto. para regulamentar

revisão de suspensão de prazos e atividades

de expediente, audiências e trabalho remoto.

Segundo Toffoli, o momento é de grande

fragilidade social, com o aumento de litígios

decorrentes da situação de emergência.

Outro ponto destacado pelo presidente foi a

criação do Painel de Ações Covid-19, com

dados atualizados sobre a atuação do STF

durante a pandemia. Até agora, a Corte

proferiu mais de 4,5 mil decisões sobre o tema.

Também foram editadas diversas normas para

regulamentar o trabalho da Corte nesse

período, como a realização de sessões por

videoconferência e a ampliação dos processos

que podem ser julgados nas sessões virtuais

de Turmas e Plenário.

"A pandemia impulsionou a transformação

digital que estava em curso já há alguns anos',

afirmou Toffoli. 'Graças às tecnologias digitais,

garantimos mais do que a continuidade da

atividade jurisdicional: promovemos o

incremento da produtividade, da eficiência e da

transparência judiciárias". Para ele, o Poder

Judiciário brasileiro tem respondido, à altura,

ao desafio, com criatividade e inovação, e, com

isso, amenizado os impactos sociais e

econômicos de 'uma crise sem precedentes na

história'.

Tributo

No lançamento da publicação, Dias Toffoli

assinalou que o Anuário da Justiça presta um

tributo ao Poder Judiciário brasileiro, ao

divulgar seus principais julgamentos e a

produtividade dos tribunais, contribuindo para

reiterar a sua importância para o progresso do

país e o avanço da democracia. No mesmo

sentido, os ministros Marco Aurélio, Luiz Fux,

Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes

ressaltaram a contribuição do Anuário para o

fortalecimento da imagem do Judiciário perante

os operadores do Direito e a sociedade.

AR//CF

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado do Maranhão/Maranhão - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

5ª Vara Criminal divulga medidas deprevenção à Covid-19

Clique aqui para abrir a imagem

5ª Vara Criminal divulga medidas de prevenção

à Covid-19

Atendimento às partes, advogados e

interessados na secretaria será feito,

preferencialmente, pelos meios remotos

12/08/2020 às 15h03

5ª Vara Criminal da Comarca da Ilha de São

Luís publicou Portaria na qual dispõe sobre as

medidas temporárias de prevenção ao contágio

pelo coronavírus (Freepik)

São Luís - A 5ª Vara Criminal da Comarca da

Ilha de São Luís publicou Portaria na qual

dispõe sobre as medidas temporárias de

prevenção ao contágio pelo coronavírus (Covid-

19), atendimentos e intimações na unidade

judicial. O documento foi assinado pelo juiz Raul

José Duarte, auxiliar de Entrância Final e

respondendo pela unidade. O magistrado cita as

medidas adotadas em Resolução do Conselho

Nacional de Justiça e em Portarias do Poder

Judiciário do Maranhão, a exemplo da Portaria

Conjunta 34/2020.

Raul José Duarte ressalta, ainda, as medidas

adotadas no Provimento nº. 29/2020, da

Corregedoria Geral da Justiça do Estado do

Maranhão, e o rito para a retomada das

atividades presenciais instituídos pela Portaria

TJ nº 2231/2020, da Diretoria do Fórum. Outro

ponto a ser levado em consideração é o fato de

que todo o acervo da 5° Vara Criminal da

Comarca da Ilha de São Luís tramita

exclusivamente por meio físico. Ele enfatiza que

os procedimentos e regras constantes no

documento, a serem adotados na unidade são

em complementação à Portaria TJ - nº

2313/2020, expedida pela juíza titular.

Conforme o juiz, o atendimento às partes,

advogados e interessados na secretaria será

feito, preferencialmente, pelos meios remotos,

pelos telefones (98) 3194-5524 / 99221-4879,

por meio de chamada comum e pelo aplicativo

WhatsApp, apenas neste último número; e pelo

email institucional [email protected], no

período de 8h às 18h de segunda a sexta-feira,

exceto feriados.

Mensagens de texto

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Estado do Maranhão/Maranhão - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

'As mensagens enviadas por Whatsapp serão

respondidas com a maior brevidade possível,

nos horários compreendidos entre 8h e 12h,

bem como entre 14h e 18h, de segunda a

sexta-feira, exceto feriados, dando-se

prioridade aos contatos relativos às audiências

em andamento, que estão sendo realizadas por

videoconferência', destaca a Portaria do

magistrado, frisando que as mensagens

enviadas pelo aplicativo Whatsapp somente

serão aceitas, lidas e respondidas

exclusivamente na modalidade mensagem de

texto, sendo desconsideradas mensagens de

áudio e rejeitadas chamadas de vídeo.

O atendimento de advogados e partes

interessadas junto ao juiz, será realizado por

meio de agendamento prévio, devendo ser

solicitado pelos meios remotos citados nesta

Portaria, informando o número de processo.

'Após acertado o dia e horário do atendimento,

será enviado o link de acesso à sala virtual do

magistrado com as instruções necessárias,

utilizando-se a plataforma de videoconferência

do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão',

observa Raul Duarte.

O documento estabelece que o atendimento

presencial deverá ocorrer apenas em casos

estritamente necessários, quando demonstrada

a impossibilidade ou inviabilidade do

atendimento por quaisquer dos meios

tecnológicos acima citados. Sobre o acesso de

pessoas nas dependências da 5ª. Vara

Criminal, a Portaria ressalta que só será

permitido se obedecidas rigorosamente as

medidas sanitárias instituídas pelos normativos

oficiais, especialmente relativas ao uso de

máscaras, desinfecção das mãos com álcool

em gel e distanciamento social mínimo de

1.5m, entre outras medidas.

Outro ponto em destaque é o fato de que os

servidores da 5ª. Vara Criminal deverão tomar

todas as cautelas disciplinadas nesta Portaria e

nos atos normativos oficiais durante seu

expediente e enquanto estiverem na unidade,

bem como fazer cumprir as determinações

pelos visitantes recorrentes e esporádicos. As

audiências serão realizadas preferencialmente

por sistema de videoconferência, nos termos

da Resolução nº 329 do CNJ e Portaria

Conjunta nº 342020-TJMA. Porém, se

constatada a impossibilidade técnica ou

instrumental por qualquer das partes

envolvidas de participar do ato remotamente,

devem ser orientadas a comparecer

presencialmente à sala de audiências da 5ª.

Vara Criminal.

'Se constatada qualquer aglomeração na sala

de audiências, o servidor responsável pela

condução do ato deve, no que for possível,

distribuir os presentes entre a sala principal e a

sala auxiliar, preparada com mais um ponto de

conexão à sala virtual (...) A secretaria deve, ao

cumprir os processos com audiência

designada, viabilizar as informações

necessárias às partes acerca da sistemática de

videoconferência, enviando as instruções

necessárias de acesso pelos meios

disponíveis', finaliza.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Progresso/Mato Grosso do Sul - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Em Dourados, 270 mulheres pedirammedidas de proteção na pandemia

Clique aqui para abrir a imagem

Dados da Delegacia Regional da Polícia Civil de

Dourados apontam que no período de abril a

julho, 270 mulheres recorreram as medidas de

proteção durante a pandemia. Somente de

março a maio do ano passado foram 413

pedidos. Apesar dos registros terem caído nas

delegacias autoridades afirmam que a violência

tem aumentado dentro de casa e preveem ainda

uma 'enxurrada' de registros pós pandemia,

como tem ocorrido em outros países.

Em Dourados o delegado Lupersio Degerone

não descarta a possibilidade de que as vítimas

estão tendo dificuldades em denunciar nesse

período de isolamento, porém avalia que

mesmo havendo uma flexibilização das

atividades, em que muitas voltaram a sair de

casa e assim, conseguiriam denunciar, os

números continuaram baixos, não só na polícia,

mas em toda a rede de enfrentamento, o que

também pode indicar uma diminuição da

violência. 'Nós esperávamos que com a

flexibilização houvesse um aumento também

nas denúncias, o que não ocorreu. Mas vamos

continuar analisando o contexto da pandemia.

Em alguns lugares o aumento da violência já é

visto nos boletins, não é o que ocorre em

Dourados', ressaltou observando diversas

campanhas do governo do Estado como o site

www.naosecale.com.br que garante que as

mulheres possam denunciar mesmo com os

autores estando próximos.

Campanha Sinal Vermelho

Foi por meio de um desenho em sua mão - o 'X'

do símbolo da Campanha Sinal Vermelho - que

uma mulher de 39 anos, conseguiu ser libertada

de uma situação de trabalho análogo ao escravo

e violência doméstica em Campo Grande.

Deficiente auditiva e depressiva, ela conseguiu

mandar uma foto de sua mão com o 'X'

desenhado para sua filha adolescente por um

aplicativo de mensagem instantânea. A

campanha foi criada pelo Conselho Nacional

de Justiça (CNJ) em parceria com a

Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e

farmácias de todo o país e vem conseguindo

salvar as mulheres de situações de violência

doméstica, como o caso da vítima. Ela vinha

sofrendo violência patrimonial, moral e

psicológica na casa de sua própria irmã e do

cunhado, onde morava para cuidar do pai

doente.

A filha denunciou para o 190 após receber a

foto. E uma equipe do Batalhão de Polícia Militar

de Campo Grande foi até o local e encontrou a

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Progresso/Mato Grosso do Sul - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

vítima. 'Quando nós chegamos, ela nos sorriu e

demonstrou muito alívio. Ela conseguiu nos

sinalizar por meio da linguagem de sinais que

queria que tirássemos ela de lá. Ela entrou na

viatura e não olhou nenhuma vez para trás',

conta Gizele Viana, uma das policiais que

atendeu o caso.

Inclusão

Para a juíza Jacqueline Machado, da 3ª Vara

da Violência Doméstica e Familiar contra a

Mulher de Campo Grande e presidente do

Fórum Nacional de Juízas e Juízes de

Violência Doméstica contra a Mulher (Fonavid),

o caso mostra o caráter inclusivo da campanha.

'Mesmo com limitações, a moça conseguiu se

fazer ouvir. O símbolo do 'X' nas mãos

alcançou a sociedade e essa visibilidade é o

que há de mais importante para nós. Significa

que estamos incluindo as pessoas, a

comunidade, no enfrentamento à esse crime',

afirma a magistrada, que também reforça o

alcance da campanha. 'É um símbolo de

violação de direitos. E isso não se restringe às

farmácias. Toda a sociedade pode e deve estar

atenta aos sinais.'

Acostumada a lidar com casos de violência

desde que entrou na corporação há 23 anos,

quatro deles no Programa Mulher Segura da

PM do Mato Grosso do Sul, essa foi a primeira

vez que a policial Gizele acompanhou de perto

uma denúncia silenciosa por meio da

campanha Sinal Vermelho. 'A campanha veio

para ficar. É como um manifesto e também

uma orientação. Muitas mulheres simplesmente

não sabem o que fazer nessas horas e a

campanha abriu essa porta. A prova disso é

essa moça ter conseguido adaptar a ideia, ter

conseguido se comunicar e se salvar.'

Pandemia

A campanha é resultado do grupo de trabalho

criado pelo CNJ para elaborar estudos e ações

emergenciais voltados a ajudar as vítimas de

violência doméstica durante a fase do

isolamento social. O grupo foi criado pela

Portaria nº 70/2020, após a confirmação do

aumento dos casos registrados contra a mulher

durante as ações de distanciamento social para

evitar a transmissão do novo coronavírus.

Outros casos de denúncias silenciosas têm

ocorrido em diversas localidades e municípios.

Em julho, um homem agressor foi preso em

flagrante em Ituporanga (SC) após denúncia da

mulher por meio do sinal que é símbolo da

campanha nas mãos.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

O Conselho Nacional de Justiçaautoriza videoconferência emprocessos com adolescentes

Clique aqui para abrir a imagem

?? Ouça essa notícia clicando aqui

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça)

aprovou, em sessão virtual extraordinária

realizada na segunda-feira (10), uma resolução

que autoriza a utilização de videoconferência

em processos de apuração de atos infracionais

e de execução de medidas socioeducativas

praticados por adolescentes em conflito com a

Lei. A ferramenta pode ser utilizada quando não

for possível a realização presencial dos atos,

durante o período em que durar a pandemia de

Covid-19.

A proposta foi elaborada pelo Departamento de

Monitoramento e Fiscalização do Sistema

Carcerário e das Medidas Socioeducativas

(DMF) do CNJ para viabilizar a continuidade da

prestação jurisdicional e, ao mesmo tempo,

garantir a preservação da saúde de

magistrados, agentes públicos, advogados,

adolescentes e seus responsáveis, além de

usuários do sistema de justiça em geral.

'Considero ser imperiosa a atuação do CNJ, de

modo a promover a regulamentação da matéria,

sem se apartar dos direitos e garantias da

comunidade socioeducativa', defendeu o relator

do processo, conselheiro Mario Augusto

Guerreiro.

De acordo com o normativo, os Tribunais podem

utilizar a plataforma disponibilizada pelo CNJ ou

ferramenta similar. As audiências devem buscar

a máxima equivalência com os atos realizados

presencialmente, respeitando a garantia da

ampla defesa e o contraditório, a igualdade na

relação processual, a presunção de inocência, a

proteção da intimidade e vida privada, a efetiva

participação do adolescente na integralidade da

audiência ou ato processual e a segurança da

informação e conexão. Como envolve

adolescentes, os pais ou responsáveis devem

também participar das audiências.

O texto contém as diretrizes e como os tribunais

e juízes devem agir em todas as fases da

apuração do ato infracional, desde a audiência

de apresentação, até a instrução e a execução

de medida socioeducativa.

Acesso à Justiça

na manhã desta quarta-feira (12), o corregedor

nacional de Justiça, ministro Humberto Martins,

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

participou, do Ciclo de Palestras de Direitos

Fundamentais - Reflexões Jurídicas para um

Mundo em Transição, promovido pelo Instituto

Silvio Meira e pela PPGDF/UNAMA. No evento,

realizado de forma virtual, o ministro proferiu a

palestra 'Democratizando o Acesso à Justiça'.

Humberto Martins iniciou sua apresentação

com uma abordagem histórica do ordenamento

jurídico brasileiro, destacando importantes

normas elaboradas para a ampliação do

acesso à Justiça e o fortalecimento da

cidadania. No entanto, o ministro fez a ressalva

de que democratizar a Justiça não significa

apenas franquear à população o acesso aos

tribunais.

Entre outros exemplos, o corregedor disse que

a democratização do acesso à Justiça também

deve ser feita pela transparência e pela

informação; pelo aperfeiçoamento da prestação

jurisdicional; pela instalação de serviços

públicos nas regiões necessitadas; pela

proteção das vítimas de violência doméstica e

do trabalho infantil; pela gratuidade da Justiça;

pelo trabalho da advocacia, da Defensoria

Pública, do Ministério Público e das

autoridades policiais; pela função sensível do

Legislativo e pela pronta atuação do Executivo.

'Todos os Poderes e instituições

governamentais e não governamentais, o

mercado e a sociedade civil possuem um

compromisso constante com a democratização

do acesso à Justiça', declarou o ministro

corregedor.

No âmbito do Poder Judiciário, Humberto

Martins enfatizou a importância da conciliação,

da mediação e de outros métodos consensuais

como instrumentos aptos a oferecer o acesso à

Justiça ao cidadão. Citou também normativos

editados pelo CNJ voltados ao

aperfeiçoamento dos mecanismos consensuais

de solução de litígios.

'Desde 2006, o CNJ realiza, todos os anos, a

Semana Nacional da Conciliação, promovendo

o acesso à Justiça de centenas de milhares de

cidadãos que possuem causas da competência

das Justiças estadual, federal e trabalhista',

enfatizou o corregedor. As informações são do

CNJ.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

O ConselhoNacional de Justiçaabre procedimentocontra a juíza quedisse que homem

negro era'integrante de grupocriminoso em razão

de sua raça'

Clique aqui para abrir a imagem

?? Ouça essa notícia clicando aqui

O corregedor nacional de Justiça, ministro

Humberto Martins, instaurou, de ofício, pedido

de providências para que a Corregedoria-Geral

da Justiça do Paraná apure os fatos narrados

contra a juíza de Direito Inês Marchalek

Zarpelon, da 1ª Vara Criminal do Foro Central

da Comarca da Região Metropolitana de

Curitiba (PR), sobre o teor de decisão proferida

pela magistrada, amplamente divulgada em

redes sociais, em portais de notícias e em sítios

eletrônicos jurídicos e jornalísticos.

Segundo matéria publicada pelo site 'Migalhas',

na quarta-feira (12), a juíza de Direito, ao

condenar um homem a 14 anos e dois meses

de prisão por integrar uma organização

criminosa e praticar furtos, o fez citando a sua

raça. 'Sobre sua conduta social, nada se sabe.

Seguramente integrante do grupo criminoso, em

razão da sua raça, agia de forma extremamente

discreta os delitos e o seu comportamento,

juntamente com os demais, causavam o

desassossego e a desesperança da população,

pelo que deve ser valorada negativamente', diz

a decisão.

O mesmo trecho foi destacado pelo programa

jornalístico 'Jornal Hoje', ao repercutir o teor da

sentença proferida pela magistrada em sua

edição desta quarta-feira, bem como em outros

sítios eletrônicos, como Jota, Estadão, UOL, O

Globo e R7.

Notas públicas

Ao abrir o procedimento, o ministro corregedor

citou também nota pública emitida pela

Defensoria Pública do Estado do Paraná, a qual

externou 'seu estarrecimento e inconformismo'

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Sul/Rio Grande do Sul - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

com o teor da sentença proferida pela

magistrada. 'Não se pode tolerar, de nenhuma

forma e de quem quer que seja, que a raça ou

a cor da pele de uma pessoa seja motivo de

valoração negativa ou influencie presunções

sobre sua conduta e sua personalidade,

tampouco que fundamente juízo condenatório

ou maior repressão penal', alertou o órgão.

Humberto Martins mencionou ainda nota oficial

publicada pela Ordem dos Advogados do Brasil

- Seção do Estado do Paraná, onde o órgão

manifestou, juntamente com suas comissões

da Advocacia Criminal e da Igualdade Racial,

'veemente repúdio à fundamentação lançada

em sentença da magistrada Inês Marchalek

Zarpelon, da 1ª Vara Criminal de Curitiba, ao

tecer considerações sobre a cor de um cidadão

como algo negativo, na análise de sua conduta

social'.

Assim, o corregedor nacional decidiu instaurar

o pedido de providências considerando a

necessidade de se averiguar os fatos que, em

tese, podem caracterizar conduta que infringe

os deveres dos magistrados estabelecidos na

Loman e no Código de Ética da Magistratura.

A Corregedoria-Geral de Justiça do Paraná tem

um prazo de até 30 dias para comunicar o

resultado da apuração à Corregedoria

Nacional de Justiça. As informações são do

CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - Corregedoria

Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJTribuna Hoje - AL/Alagoas - Noticias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Juíza Carolina Valões capacitafarmacêuticos sobre combate à

violência doméstica

Clique aqui para abrir a imagem

A magistrada Carolina Valões, integrante da

Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça

de Alagoas (TJAL), e a major Danielli Assunção,

responsável pela Patrulha Maria da Penha,

capacitarão, na próxima segunda-feira (17), das

20h às 22h, trabalhadores de farmácias que

aderiram à campanha Sinal Vermelho.

Segundo a juíza Carolina Valões, o webinário

'Violência doméstica contra a mulher e a

campanha Sinal Vermelho' também visa discutir

ações de acolhimento para a mulher após a

denúncia. ?Não basta a gente trabalhar tão

somente com a ampliação do canal de

denúncia, de nada adianta nós ampliarmos as

possibilidades da vítima denunciar se tudo que

vier depois disso não estiver funcionando?,

explicou.

Ainda de acordo com a magistrada, é

fundamental a ampliação do canal de

atendimento das denúncias. ?No webinário, a

gente vai falar um pouco sobre a violência

doméstica, no que consiste na campanha do

CNJ e o que vem para além disso que é

justamente para ampliação do 190?.

A major Danielli Assunção orientará os

trabalhadores das farmácias que aderiram à

campanha como eles devem realizar o

atendimento das vítimas que pedirem ajuda e

realizar as denúncias de violência.

Para o presidente do Tribunal de Justiça de

Alagoas (TJAL), desembargador Tutmés Airan

de Albuquerque, a violência doméstica é uma

das mais covardes que existem e deve ser

combatida pelo Poder Público, por meio de

campanhas como esta, e pela própria

sociedade. ?O engajamento dos profissionais do

ramo farmacêutico contribui e muito para que a

gente livre muitas mulheres de seus

agressores?, afirmou.

A campanha Sinal Vermelho, promovida pelo

Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em

parceria com a Associação Brasileira de

Magistrados (AMB), foi lançada em junho deste

ano com o objetivo de combater a violência

doméstica contra a mulher por meio da

colaboração de farmácias. As vítimas podem

fazer um ?X? vermelho com batom na palma da

mão e mostrar para os atendentes de farmácias,

que acionarão a polícia.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça152

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Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Poder/Nacional - Noticias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

CNJ afastará desembargador boçal deSP dia 25

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Cláudio Humberto

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

marcou para o dia 25 a sessão de julgamento

do caso do desembargador Eduardo Siqueira,

do Tribunal de Justiça de São Paulo, que se

recusou a usar máscara, ao caminhar na orla

de Santos, e ainda humilhou o guarda civil que

o abordou. Integrantes do CNJ confirmaram ao

jornalista Pedro Campos, da Rádio

Bandeirantes, que será aberto procedimento

contra o desembargador.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

153

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Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Estados pedem ao STF suspensão deações sobre responsabilidade por

terceirizado

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Hyndara Freitas

Vinte e seis estados pediram ao Supremo

Tribunal Federal (STF) para ingressar como

amici curiae em processo que discute a

responsabilidade subsidiária por irregularidades

trabalhistas cometidas por empresas

terceirizadas. Por meio do Colégio Nacional dos

Procuradores Gerais dos Estados e do Distrito

Federal (Conpeg), os entes pedem a suspensão

nacional de todos os processos na Justiça do

Trabalho que discutem a temática.

O pedido foi feito por Acre, Alagoas, Amapá,

Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás,

Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso Do Sul,

Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco,

Piaui, Paraná, Rio Grande No Norte, Rio Grande

Do Sul, Rio De Janeiro, Rondônia, Roraima,

Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e

Distrito Federal no âmbito da Petição (PET)

9038, ajuizada pela Petrobras no mês passado.

O único estado a não pedir para ingressar na

ação foi o Ceará. Caberá ao ministro Alexandre

de Moraes, relator, autorizar ou não a

participação das unidades federativas, bem

como analisar o pedido de suspensão nacional.

Em 31 de julho, no âmbito desta mesma PET,

Moraes atendeu a pedido da Petrobras e

concedeu efeito suspensivo a um processo

específico da estatal que tramita no Tribunal

Superior do Trabalho (TST). O TST condenou a

estatal por irregularidades trabalhistas de

empresa terceirizada por ela contratada. Com a

decisão, ficam suspensos os efeitos de decisões

proferidas pelo tribunal trabalhista em um

recurso de revista envolvendo a Petrobras, até

que seja interposto e julgado recurso

extraordinário da estatal no STF.

Após a decisão favorável, a Petrobras

embargou de declaração para pedir a

suspensão de todos os processos do país que

discutem o tema. Os embargos foram negados

por Moraes no dia 6 de agosto. A estatal alega

que já há cerca de 500 decisões contrárias à

empresa proferidas no TST sobre o tema, e que

ainda há milhares de recursos semelhantes

aguardando decisão, o que deve afetar

aproximadamente 9.100 processos, com valores

estimados na ordem de R$ 1,5 bilhão de

impacto caso as decisões lhe sejam

desfavoráveis.

Ao pedirem para ingressar como amici curiae,

as unidades federativas reforçam o pedido para

suspensão nacional dos processos até que o

154

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Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

STF discuta a matéria. Segundo os entes, há

90 mil processos na Justiça do Trabalho que

versam sobre a responsabilidade subsidiária do

Estado sobre irregularidades trabalhistas

cometidas por terceirizadas.

Os estados alegam que o TST vem dando uma

interpretação equivocada sobre o tema em

milhares de processos, desrespeitando decisão

do STF. Isso porque o tema da

responsabilidade subsidiária já foi discutido no

STF em 2017, quando o plenário da Corte

definiu que o poder público não pode ser

responsabilizado automaticamente pelos

inadimplementos trabalhistas das empresas

contratadas Na ocasião, foi fixada a seguinte

tese: 'O inadimplemento dos encargos

trabalhistas dos empregados do contratado não

transfere ao poder público contratante

automaticamente a responsabilidade pelo seu

pagamento, seja em caráter solidário ou

subsidiário, nos termos do artigo 71, parágrafo

1º, da Lei 8.666/1993.'

Uma questão, porém, ficou em aberto: quem

deve provar a fiscalização? Por isso, o acórdão

foi embargado. Em agosto de 2019, por

maioria, os embargos de declaração foram

rejeitados, sendo um deles da União, que pedia

esclarecimentos sobre de quem era o ônus da

prova referente à fiscalização da empresa

terceirizada. Ganhou o entendimento do

ministro Edson Fachin, no sentido de que o

plenário não decidiu sobre este detalhe ao

analisar o mérito do recurso, portanto não

caberia inserir questão nova no debate em

sede de embargos.

Assim, para o TST, ficou uma lacuna na

decisão do Supremo, que não decidiu de quem

era o ônus da prova: se do trabalhador ou do

tomador de serviços. Por isso, em dezembro de

2019, a Subseção de Dissídios Individuais do

TST decidiu que cabe ao Estado provar que

fiscalizou as empresas terceirizadas. A Lei nº

8.666/1993, que institui normas para licitações

e contratos da Administração Pública, prevê em

seu artigo 67 que a execução de contrato com

empresas prestadoras de serviço 'deverá ser

acompanhada e fiscalizada por um

representante da Administração especialmente

designado'. A lei, inclusive, prevê a extinção do

contrato em caso de desatendimento das

determinações do fiscalizador do contrato.

Este entendimento vem sendo aplicado pelas

turmas do TST desde então. Assim, caso o

poder público - seja a União, estados ou

municípios - não prove que fiscalizou as

terceirizadas que contratou, a responsabilidade

por irregularidades trabalhistas pode ser

transferido a ele.

As unidades federativas alegam que por conta

deste entendimento o TST tem negado a

interposição de recursos extraordinários para o

STF. Por isso, pedem a suspensão nacional

para que o Supremo decida sobre a questão do

ônus da prova. 'Se seguir esse iter processual,

espera-se que a maior parte, senão todos,

esses recursos extraordinários terão

seguimento negado em razão da aplicação do

precedente da repercussão geral. Isso forçará

os entes da administração pública a interpor

agravos internos ao órgão colegiado do TST e,

possivelmente, interpor inúmeras reclamações

ao STF. Tudo no intuito de demonstrar o

distinguishing e, consequentemente, o

equívoco interpretativo a que se lançou a

Justiça do Trabalho', diz a Conpeg na petição.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

STF exclui ministros que estejam a 60dias da aposentadoria de distribuição

de ações

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Autor: Ana Pompeu

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na

sessão administrativa desta quarta-feira (12/8),

excluir os ministros que estão próximos da

aposentadoria da distribuição de novos

processos 60 dias antes de eles deixarem a

Corte. A regra, aprovada por unanimidade, tem

validade imediata.

O decano do STF, ministro Celso de Mello,

completa 75 anos no dia 1º de novembro. Ele

será, portanto, o primeiro a ser atingido pela

mudança. A partir de 1° de setembro não

relatará mais novos processos.

Ao decano foram distribuídos, nos últimos

meses, processos importantes, como a

investigação sobre a suposta interferência do

presidente da República Jair Bolsonaro (sem

partido) na Polícia Federal (PF), como foi

denunciado pelo ex-ministro da Justiça Sérgio

Moro.

Celso de Mello não estava presente, mas enviou

a concordância ao presidente Dias Toffoli. No

entanto, a proposta original de Toffoli abria a

possibilidade de o ministro decidir se seria

excluído do algoritmo do sorteio ou não.

Pela proposição de Toffoli, o art. 67, parágrafo

13, do Regimento Interno do STF, teria o

seguinte trecho acrescentado: 'salvo os casos

de prevenção, o ministro que estiver próximo da

aposentadoria ficará excluído da distribuição, a

requerimento seu nos 60 dias que anteceder a

aposentadoria, aplicando-se a mesma regra e o

mesmo limite de tempo àquele que requerer a

aposentadoria antecipada, compensando-se a

distribuição em caso de desistência'.

O ministro Marco Aurélio pediu a palavra para

dar sua posição. Ele, que se aposenta no

próximo ano, afirmou que o objetivo é o melhor

possível, ou seja, evitar que os processos

fiquem no gabinete aguardando o sucessor do

ministro que se afastará pela idade.

'É um critério objetivo. Por isso que faço a

ponderação de excluirmos do teor da proposta

que adotamos, o texto do STJ, essa cláusula: a

requerimento seu. Para ser automática a

suspensão da distribuição 60 dias antes, sem

que haja a necessidade de condicionante de

manifestação de vontade, porque geraria até um

constrangimento para o próprio pedir a dispensa

da distribuição', apontou o ministro, cuja

proposta foi acolhida.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Ana Pompeu - Repórter em Brasília. Cobre

Judiciário, em especial o Supremo Tribunal

Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral

(TSE) e o Conselho Nacional de Justiça

(CNJ). Passou pelas redações do ConJur,

Correio Braziliense e SBT. Colaborou ainda

com Estadão e Congresso em Foco. Email:

[email protected]

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Guedes envia esclarecimentos ao STFcontra pedido para afastá-lo de

Ministério

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Autor: Ana Pompeu

O ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou,

nesta quarta-feira (12/8), petição em resposta à

ação em que o PDT pede para que o Supremo

Tribunal Federal (STF) pede o afastamento dele

do cargo. A defesa do ministro apontou a

inviabilidade jurídica do pedido. Isso porque a

medida seria grave demais e as acusações,

infundadas.

O PDT ajuizou, na última terça-feira (11/8), uma

arguição de descumprimento de preceito

fundamental com pedido de liminar para que o

ministro da Economia, Paulo Guedes, fosse

afastado do cargo até a conclusão de

investigações conduzidas pela força tarefa da

Operação Greenfield.

A operação investiga se Guedes participou de

fraudes em fundos de pensão por meio da

gestora da qual era sócio, antes de ser ministro.

O esquema teria provocado prejuízos

bilionários. De acordo com as investigações, os

crimes teriam ocorrido entre fevereiro de 2009 e

junho de 2013.

'Além de inexistente qualquer indício de

interferência [nas investigações], não há sentido

em se impor tal gravosa medida para resguardar

investigação repleta de inconsistências e

arbitrariedades', argumenta a defesa de Guedes

na ADPF 724, movida pelo PDT. Leia a íntegra

da manifestação do ministro Paulo Guedes.

Na prestação de esclarecimentos, a defesa

aponta que é necessário apresentar os fatos na

íntegra para melhor compreensão, já que a

inicial omitiria trechos importantes. Os

advogados do ministro afirmam que não há 'o

mais remoto indício de infração penal, vez que

os Fundos de Investimentos foram amplamente

lucrativos aos seus acionistas, além de terem

sido observados todos os deveres de diligência

por parte da Gestora, o que já foi alvo de

petições apresentadas junto ao Ministério

Público Federal'.

A defesa do ministro, no entanto, alega que a

Comissão de Valor Mobiliários (CVM) 'ao

apreciar todas as suspeitas indevidamente

levantadas pela Força Tarefa, afirmou

categoricamente que não houve qualquer

ilicitude nos investimentos em questão, motivo

pelo qual sequer vislumbrou a necessidade de

instauração de inquérito administrativo'.

A petição discorre sobre o processo de

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

investimento, constante nos regulamentos de

Fundos de Investimento em Participações

(FIPs). Paulo Guedes é investigado pelo

vínculo que tinha com a a Br Educacional

Gestora de Recursos Ltda, gestora dos fundos

FIP BR Educacional e FIP Brasil Governança.

De acordo com a defesa, 'se o próprio

processo de investimento de ambos os Fundos

de Investimento afastava a decisão da Gestora,

não existe o mais remoto nexo causal com

relação ao Peticionário'.

De acordo com a manifestação enviada ao

STF, a força-tarefa da Greenfield teria ignorado

não só o resultado positivo apurado no

encerramento dos fundos, mas também todas

as operações bem-sucedidas realizadas ao

longo do período de atividade, 'para então

pinçar, em cada um, o único ativo que não

apurou reprodução de capital'.

A ADPF 724 é relatada pelo ministro Marco

Aurélio Mello.

Ana Pompeu - Repórter em Brasília. Cobre

Judiciário, em especial o Supremo Tribunal

Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral

(TSE) e o Conselho Nacional de Justiça

(CNJ). Passou pelas redações do ConJur,

Correio Braziliense e SBT. Colaborou ainda

com Estadão e Congresso em Foco. Email:

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Pandemia pode deixar legado decorrupção maior que a Lava Jato, diz

procurador

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Autor: Ana Pompeu

A pandemia que assola o Brasil desde março

exigiu medidas de desburocratização de

compras de equipamentos médicos, remédios e

de contratações para construções de hospitais

de campanha. A flexibilização, no entanto, pode

ser aproveitada para objetivos diversos do

combate da Covid-19 - e nada republicanos.

Para o novo presidente da Associação Nacional

dos Procuradores dos Estados e do Distrito

Federal (Anape), Vicente Martins Prata Braga,

quando o fim do estado de calamidade vier,

pode trazer à superfície o que chamou de um

legado de corrupção. 'Tenho um grande receio

dessa pandemia deixar um legado de corrupção

maior que a Lava Jato', enfatiza. O mandato de

Braga é para o triênio 2020-2023.

Uma das formas de evitar que isso aconteça

seria, segundo defende, dar autonomia à

carreira de procuradores estaduais. Dessa

forma, advogados públicos poderiam atuar de

forma mais combativa em relação a desvios,

processos irregulares e sem interferências

políticas.

'Naqueles estados que temos uma atuação

efetiva da advocacia pública estadual, uma

atuação preventiva, a gente não assiste a essas

operações', diz, se referindo às investigações

que alguns estados já enfrentam. 'A conclusão

não pode ser diferente no sentido de que os

estados que estão tendo uma atuação mais

proativa das procuradorias estaduais têm maior

controle do uso da verba pública e evitam essas

notícias que ninguém quer assistir.'

Outra questão que está na ordem do dia e que

também impacta diretamente o trabalho de

procuradores estaduais são as reformas

tributária e administrativa. Se, por um lado, eles

defendem uma simplificação tributária, temem

perder atribuições para lidar com a arrecadação

própria. Neste caso, a entidade pretende incidir

no Congresso para debater os pontos sensíveis

com os parlamentares.

Além disso, a reforma administrativa, ainda sem

proposta apresentada, desperta uma

preocupação sobre a perda da estabilidade do

funcionalismo público. 'A estabilidade não é uma

garantia apenas do servidor público. É uma

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

garantia da sociedade como um todo', defende.

Leia a íntegra da entrevista:

Uma das bandeiras mais caras aos

procuradores de Estado é a autonomia. O que

mudaria, na prática, se a conquistassem?

É uma das nossas bandeiras e um dos motivos

que nos faz lutar por ela é acreditar que a

sociedade, como um todo, terá um ganho

efetivo ao ter uma Procuradoria de Estado,

uma advocacia pública autônoma, que busque

atender os interesses da sociedade,

independentemente de interesses de governo

que não sejam interesses legítimos.

Os interesses dos estados, de forma ampla,

devem ser respeitados e atendidos quando não

houver convergência com os interesses do

governo. A advocacia pública autônoma

significa uma sociedade mais fortalecida,

melhor protegida, com a implantação de

políticas públicas que digam respeito

efetivamente àquilo que a sociedade busca. E

significa uma trincheira maior na parte

preventiva à corrupção. Então, a gente tem um

ganho para a sociedade como um todo.

Poderia dar exemplos do efeito da ausência

autonomia?

Você vê agora o que está ocorrendo na União,

por meio da crítica que a AGU vem sofrendo

em razão de ter ingressado com algumas

ações no Supremo que supostamente buscam

atender a interesses do governo, da

Presidência da República, e não interesses da

União, do Brasil como um todo. Esse é um

exemplo no âmbito da União. No âmbito dos

estados, infelizmente não consigo te dizer um

caso concreto, porque isso ocorre nos

bastidores. Ocorre muito na surdina. São

interferências políticas que não são tão

republicanas, não ocorrem no clarão do dia. A

gente tem ali às vezes um pedido para alterar

um parecer, coisas do tipo.

Diante do peso que tem o ICMS para a gestão

dos estados, a categoria pretende atuar na

discussão da reforma tributária?

Vamos discutir ativamente a reforma tributária

junto ao Congresso Nacional para evitar o

esvaziamento das atribuições dos estados. A

partir do momento em que somos advogados

dos estados, defendemos seus interesses e

temos que ter papel ativo na discussão da

reforma tributária.

Da forma como está sendo proposta, a reforma

pode acabar com a guerra fiscal?

A partir do momento que se tenha um tributo

único, o IBS (imposto sobre bens e serviços), o

IVA (imposto sobre valor agregado), a nossa

preocupação é que os estados não percam as

suas atribuições, as suas competências

tributárias de poder instituir os seus tributos de

acordo com o que a Constituição já determina.

Lógico que queremos simplificar a figura do

ICMS. O ICMS é um tributo muito complexo,

que não existe em nenhum lugar do mundo, só

existe no nosso país. A partir do momento que

a gente consiga simplificar a aplicação para o

dia a dia, para que o contribuinte possa

entender melhor o papel do ICMS e a sua

importância na arrecadação, a gente vai ter um

ganho para a sociedade, mas isso não pode

acontecer com a perda de competência

tributária para os estados. Essa é a nossa

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

preocupação.

Como está ali, diminuiria a guerra fiscal.

Acabar, acho difícil. Porque com a instituição

do tributo único, você vai ter diversas outras

celeumas, como: a qual estado compete a

arrecadação do tributo, qual é o titular do

crédito ativo? Teremos várias e várias

discussões sobre a forma como deve ser

implementada. Ter um tributo nacionalizado,

que não seria federal, mas nacional, é uma

excelente saída. Mas a forma como deve ser

feita essa nacionalização deve ser muito bem

debatida.

A reforma administrativa também é um tema

que interessa, que devem atuar ativamente?

É um tema que nos interessa muito. Estamos

acompanhando as notícias porque até então

não se tem nenhuma reforma efetivamente

apresentada ao Congresso Nacional.

Esse tema é muito caro porque vemos vários

pontos sensíveis ao funcionalismo público. A

estabilidade não é uma garantia apenas do

servidor público. É uma garantia da sociedade

como um todo. A partir do momento em que eu

tenho um servidor público estável, a sociedade

ganha porque sabe que aquela pessoa não vai

ser afetada por interferências alheias ao

interesse público.

Se ela está praticando ilícitos, não está sendo

uma boa servidora pública, deve-se instaurar

um processo administrativo contra ela e, caso

seja provado que não tem condições de

exercer aquela atribuição, deve ser demitida.

Mas não se pode acabar com a estabilidade

como um todo como se aquilo fosse uma

prerrogativa do servidor. É uma prerrogativa do

servidor e, mais ainda, da sociedade.

Você imagine uma cidade do interior onde se

tem uma briga política. Um lado ganha e ele vai

demitir todos os servidores que foram

contratados na gestão anterior, mesmo que por

meio de concurso público. Se você não tiver

uma garantia de estabilidade, isso vai ocorrer.

A gente tem que lembrar que o Brasil é muito

maior que a União. São mais de 5 mil

municípios na nossa federação, e cada um

deles vive uma realidade diferente.

Pelo menos 11 milhões de trabalhadores

tiveram o contrato de trabalho suspenso ou o

salário reduzido por causa da pandemia.

Outros 7,8 milhões perderam o emprego. Há no

Congresso uma proposta para reduzir salário

de deputados e senadores. Como o senhor vê

a possibilidade de uma proposta de redução de

salário no Executivo?

O estado do Ceará, por exemplo, tem uma lei

que veda a redução de salário de servidor no

período da pandemia. O STF já decidiu que

não cabe a redução salarial de servidor por

conta da pandemia. Quem entende que

servidor público deveria ter uma redução

salarial porque não está trabalhando está

completamente equivocado e alheio à

realidade. Estamos trabalhando mais do que

nunca.

Enquanto procuradores do Estado, por

exemplo, estamos trabalhando para diminuir os

efeitos da pandemia na sociedade, seja com a

liberação de recursos bloqueados, seja com a

liberação de EPIs, respiradores que não

conseguiam ser comprados. A União requisitou

toda a produção de respiradores do país no

início da pandemia.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Já havia estados que estavam com contratos

fechados com esses aparelhos. A advocacia

pública entrou em campo com ações judiciais

para reverter as requisições. O Ceará comprou

milhões de EPIs, 600 respiradores, mas os

produtos não estavam passando pela Anvisa. A

advocacia pública ingressou com ações

judiciais e conseguiu liminares para

desburocratizar a liberação.

O ritmo de contaminação do coronavírus exigiu

medidas rápidas dos gestores públicos. A

flexibilização das normas para compras e

contratações, a facilitação para licitações é o

que provocaria esse legado de corrupção?

Tenho um grande receio de essa pandemia

deixar um legado de corrupção maior que os

casos investigados pela Lava Jato. Estamos

trabalhando para evitar o desvio de recursos

durante a pandemia. Tem uma grande

preocupação com as dispensas de licitações

que estão ocorrendo neste momento de

pandemia.

Ainda existem pessoas mal intencionadas

sentadas em cadeiras de poder. E a gente fica

com grande receio de isso trazer mais prejuízo

efetivo para a sociedade. Por isso a questão da

autonomia. O procurador tem que ter a

independência para dar a sua opinião de

acordo com a sua consciência e ter a

permissão de barrar uma compra de estados

que estão fazendo compras equivocadas.

Tivemos estados que fizeram compras de

respiradores que nunca chegaram. Tivemos

estados que compraram respiradores que,

quando chegaram, não serviam, tinham

defeitos. Tivemos estados comprando cestas

básicas superfaturadas, que fizeram hospitais

de campanha nunca utilizados, gastando

milhões.

A flexibilização era medida extremamente

necessária. A gente nem discute a

necessidade. O que a gente discute é que ela

não pode ser feita de qualquer forma. A

qualidade de um processo administrativo de

dispensa de licitação pode andar em conjunto

com a eficiência e com a celeridade. Basta se

fazer uma análise um pouco mais minuciosa,

que vai demandar algumas horas, dias a mais

de tramitação e que vai atender aos interesses

do governante que é preocupado com os

interesses da sociedade.

Como tem sido o dia a dia de trabalho das

procuradorias diante da agilidade que a

pandemia impõe para compras e contratações?

Em alguns estados estamos vendo, por

notícias ou mesmo informações do Ministério

Público, que algumas dessas contratações não

estão passando pela advocacia pública. Nestes

mesmos estados, estão ocorrendo operações

da PF, da Polícia Civil para combater desvios,

desmandos, malversações dos recursos

públicos. Naqueles estados que temos uma

atuação efetiva da advocacia pública estadual,

uma atuação preventiva, acompanhando o

processo de dispensa de licitação, a gente não

assiste a essas operações. A conclusão não

pode ser diferente no sentido de que os

estados que estão tendo uma atuação mais

proativa das procuradorias estaduais têm maior

controle do uso da verba pública e evitam

essas notícias que ninguém quer assistir.

Para além da autonomia, quais são as

principais bandeiras da gestão?

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Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

Temos a bandeira dos honorários, que é de

uma luta que já começou no segundo dia da

nossa gestão. Tivemos o julgamento de

algumas das ADIs que tratam a respeito da

constitucionalidade ou não dos honorários e

estamos nos saindo vencedores. O Supremo

está reconhecendo a constitucionalidade, sim,

dos honorários.

Outra bandeira é a da unicidade. O Supremo já

julgou diversas ações reconhecendo que

compete às Procuradorias-Gerais de Estado

única e exclusivamente a defesa judicial e a

consultoria dos estados. Isso vem sendo

violado constantemente por diversos entes com

a contratação de advogados sem concurso

público, ou seja, não submetidos a um crivo de

concurso público, de prova de títulos.

Outras ainda seriam de benefícios de

conveniados, por meio da implantação de uma

Escola Nacional da Advocacia Pública, para

trazer melhores cursos de capacitação para os

colegas nos diversos estados. Outra que é

importante é a implementação das medidas

alternativas de solução de conflitos, para tentar

desjudicializar as demandas dos estados.

Os grandes litigantes do Poder Judiciário são

os entes federados. De que forma a advocacia

pública pode atuar para reduzir o volume de

demandas levadas à Justiça?

A partir do momento que essas demandas são

resolvidas extrajudicialmente, você traz um

ganho efetivo para toda a sociedade, que vai

ter um Judiciário mais célere, menos

abarrotado e com a possibilidade de dar efetivo

resultado para as demandas num curto espaço

de tempo.

Alguns estados já criaram suas câmaras de

mediação e conciliação administrativa. O Rio

Grande do Sul foi um dos pioneiros, bem como

Ceará e Bahia. Com elas, você vai evitar o

ajuizamento de diversas e diversas demandas.

No Ceará, a gente teve exemplos e um deles

foi em 2014.

Não tinha ainda a câmara de conciliação e

mediação no âmbito da Procuradoria do

Estado, mas criou-se um programa para fazer

desapropriações administrativas porque o

estado ia fazer a revitalização do

Maranguapinho, que é um rio que corta a

cidade de Fortaleza e tinha suas margens

ocupadas por pessoas carentes.

O ente público teria que ajuizar milhares de

ações de desapropriação. E por um trabalho da

Procuradoria, o governador à época editou uma

lei, por meio da Assembleia Legislativa,

permitindo que o estado desapropriasse essas

áreas mesmo daquelas pessoas que não

tinham título da terra. Ninguém tinha títulos

naquela época, era tudo invasão. E a lei até

então não permitia que você desapropriasse

invasão.

A nova norma permitiu o pagamento de

indenização para aqueles invasores e o

ressarcimento por conta das benfeitorias que

tinham sido feitas nos terrenos. Com isso, a

gente deixou de ajuizar mais de 2 mil ações

num curto espaço de tempo. Esse projeto da

procuradoria ganhou o Innovare pelo trabalho

de desapropriação humanizada.

Ana Pompeu - Repórter em Brasília. Cobre

Judiciário, em especial o Supremo Tribunal

Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral

(TSE) e o Conselho Nacional de Justiça

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Conselho Nacional de Justiça - CNJJota/Nacional - Notícias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

(CNJ). Passou pelas redações do ConJur,

Correio Braziliense e SBT. Colaborou ainda

com Estadão e Congresso em Foco. Email:

[email protected]

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, Judiciário - Conciliação

165

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Conselho Nacional de Justiça - CNJGlobo News/Nacional - Globo Repórter

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

Conselho Nacional de Justiçadetermina apuração da conduta da

juíza do Paraná

Acesse a notícia clicando aqui

Conselho Nacional de Justiça determinou a

apuração da conduta da juíza do Paraná que

fez referência à raça de um homem negro

condenado por roubo.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -

Humberto Martins

166

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Conselho Nacional de Justiça - CNJGlobo News/Nacional - Diálogos com Mario Sergio Conti

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça

CNJ apura conduta de juíza doParaná que mencionou cor de réu

Acesse a notícia clicando aqui

O Conselho Nacional de Justiça vai apurar a

conduta da juíza no Paraná que fez referência

raça de um homem negro condenado por

organização criminosa furto e roubo.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedoria Nacional de Justiça, CNJ -

Humberto Martins

167

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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso sereúnem com lideranças empresariais

Acesse a notícia clicando aqui

O encontro virtual discutiu uma agenda de

desenvolvimento sustentável e o combate ao

desmatamento da Amazônia. Confira na

reportagem

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli, Judiciário - STF

168

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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

CNJ promove reunião pública sobreigualdade racial

Acesse a notícia clicando aqui

As propostas apresentadas e os assuntos

debatidos vão ser utilizados pelo conselho para

desenvolver políticas de igualdade racial no

Poder Judiciário.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - CNJ

169

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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça 2ª Ediçao

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Dias Toffoli

Suspensão de prazos de processosfísicos é prorrogada até 20 de

setembro

Acesse a notícia clicando aqui

Presidente do Supremo Tribunal Federal,

ministro Dias Toffoli, determina a prorrogação,

até 20/9/2020, da suspensão dos prazos de

processos físicos na Corte. O objetivo da

medida é reduzir a circulação de pessoas no

Supremo e manter as medidas de

distanciamento social e de prevenção ao

contágio pelo novo coronavírus.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Dias

Toffoli

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Humberto Martins

Corregedor abre procedimento paraapurar conduta de juíza do PR

Acesse a notícia clicando aqui

Corregedor nacional de Justiça, ministro

Humberto Martins, instaura pedido de

providências para apuração, pela Corregedoria-

Geral da Justiça do Paraná, de suposta prática

racista em sentença da 1ª Vara Criminal de

Curitiba.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Humberto Martins

171

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Conselho Nacional de Justiça - CNJTV Justiça/Rio de Janeiro - Jornal da Justiça 2ª Ediçao

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Conselho Nacional de Justiça

CNJ publica resolução sobreaudiências de atos infracionais

praticados por adolescentes

Acesse a notícia clicando aqui

Audiências em processos de atos infracionais

praticados por adolescentes em conflito com a

lei poderão ser feitas por videoconferência. A

resolução, do Conselho Nacional de Justiça,

visa proteger a saúde de todos os envolvidos

no procedimento durante a pandemia.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, CNJ - CNJ

172

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Conselho Nacional de Justiça - CNJBand News (Rio de Janeiro)/Rio de Janeiro - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020CNJ - Corregedor(a) Nacional de Justiça

O MinistroHumberto Martinsdeterminou agorapouco que sejaaberto inquéritopara apurar a

conduta da juíza

Acesse a notícia clicando aqui

O corregedor nacional de justiça o ministro

Humberto Martins determinou agora pouco

que seja aberto inquérito para apurar a conduta

da juíza Inês Marchalek Zarpelon.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedor(a) Nacional de Justiça, CNJ -

Humberto Martins

173

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Conselho Nacional de Justiça - CNJBandeirantes (São Paulo)/São Paulo - Noticias

quinta-feira, 13 de agosto de 2020CNJ - Corregedor(a) Nacional de Justiça

Decisão sobre o futuro dodesembargador Eduardo Siqueira já

tem data marcada

Acesse a notícia clicando aqui

Cláudio Humberto comenta sobre o futuro do

desembargador Eduardo Siqueira.

Assuntos e Palavras-Chave: CNJ -

Corregedor(a) Nacional de Justiça, CNJ -

Humberto Martins

174

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Política

quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

Mais baixas à vista

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Autor: ROSANA HESSEL

RENATO SOUZA

A debandada no Ministério da Economia parece

não ter acabado, em meio à expectativa, ontem,

de que o ministro Paulo Guedes pode ter novas

baixas na pasta. O mercado ficou apreensivo

sobre os rumos da política econômica diante do

visível enfraquecimento do "Posto Ipiranga" do

presidente Jair Bolsonaro. Até mesmo a saída

do ministro foi cogitada, se o chefe do Executivo

não defender o teto de gastos, o que ele fez

publicamente, ontem, em postagem nas redes e

em pronunciamento à noite.

Os secretários especiais Waldery Rodrigues

(Fazenda) e Carlos da Costa (Produtividade,

Emprego e Competitividade) poderiam ser os

próximos a deixar o governo, pois eles

chegaram a falar sobre a intenção de pedir

demissão a alguns interlocutores, após

desgastes recentes. Os rumores da saída de

ambos foram grandes ontem, após Guedes, na

véspera, confirmar a "debandada" na equipe

durante o anúncio dos pedidos de demissão de

Salim Mattar, secretário especial

Desburocratização e Privatização, e de Paulo

Uebel, secretário especial de Desestatização e

Privatização. Em nota no fim da tarde de ontem,

o Ministério da Economia negou a saída de

Waldery e de Carlos Da Costa.

Desde junho, houve outras quatro baixas

importantes na equipe econômica: Marcos

Troyjo, Mansueto Almeida (Tesouro Nacional),

Caio Megale (diretor de Programas) e Rubens

Novaes, que anunciou sua saída da presidência

do Banco do Brasil para o fim deste mês. No

ano passado, os desfalques foram o secretário

especial da Receita Federal, Marcos Cintra, e o

presidente do Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico Social (BNDES),

Joaquim Levy.

Para analistas, a desidratação de Guedes é

evidente devido à falta de resultados das

promessas feitas em campanha. E, para piorar,

o presidente não é um adepto da cartilha liberal

do ministro. "O estilo de governo que Bolsonaro

quer fazer é o da direita da Polônia e da

Hungria, que não é compatível com o175

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

liberalismo. Só que Guedes foi muito

importante para a eleição de Bolsonaro, pois

garantiu apoio do mercado financeiro. Se ele

rifar o ministro, aí não tem reeleição", disse

José Luis Oreiro, professor de Economia da

UnB.

Sergio Vale, economista-chefe da MB

Associados, não vê a saída de Guedes "por

enquanto", mas ele não a descarta se os riscos

fiscais ficarem incontornáveis. "A pressão por

aumento do gasto público será grande nos

próximos anos, especialmente, da nova base

de apoio do governo: o Centrão. Bolsonaro

nunca foi liberal. Era normal que esse problema

fosse aparecer, em algum momento, e Guedes

está perdendo força", lamentou.

Pedido de afastamento

O PDT entrou com uma ação de

descumprimento de preceito fundamental

(ADPF) no Supremo Tribunal Federal para

que Paulo Guedes seja afastado do cargo sob

a acusação de fraudes em fundos de pensão.

As ilegalidades teriam ocorrido por meio de

uma gestora da qual ele é sócio. O relator do

caso ainda não foi sorteado na Corte.

Procurada, a assessoria do Ministério da

Economia não comentou o assunto. Já a

defesa do ministro refutou as acusações. "É

extremamente leviano e irresponsável um

partido político se utilizar de tais aleivosias para

pedir o afastamento de um ministro de Estado",

informou, em nota.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

Dinheiro da Lava-Jato vai paramilitares na Amazônia

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O governo federal destinou R$ 530 milhões da

Operação Lava-Jato para o Ministério da

Defesa, conforme relatório elaborado pelo

Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc),

que compilou dados do sistema do Senado

"Siga Brasil", que acompanha dados do

orçamento federal. O valor corresponde a 84%

dos R$ 630 milhões destinados ao governo

federal no ano passado, e ainda em fase de

execução este ano. O recurso é oriundo do

acordo anticorrupção da Lava-Jato destinados à

Amazônia.

O acordo em questão foi homologado em

setembro do ano passado, quando o Supremo

Tribunal Federal (STF) decidiu que R$ 1,06

bilhão pagos pela Petrobras (de um total de R$

2,6 bilhões) deveria ser destinado à prevenção,

fiscalização e ao combate do desmatamento,

incêndios florestais e ilícitos ambientais na

Amazônia Legal. Os R$ 630 milhões do governo

federal foram distribuídos entre a Defesa, o

Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o

Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (Mapa), sendo que a maior fatia

ficou com a Defesa, distribuídos entre

Aeronáutica, Exército e Marinha.

Amaior parte do valor foi registrada para ação

de proteção, fiscalização e combate a ilícitos na

Amazônia Legal, enquanto R$ 36 milhões

ficaram com Operações de Garantia da Lei e da

Ordem (GLO). O decreto de GLO, que

encerraria no dia 9 de julho, foi estendido até 6

de novembro deste ano.

O restante do valor, R$ 100 milhões, foi

distribuído ao Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -

- Ibama (R$ 50 milhões), Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária -- Incra (R$ 35

milhões) e Mapa (R$ 15 milhões). Considerando

o montante total, o Ibama ficou com apenas 8%.

Como os valores foram depositados em

setembro do ano passado no Tesouro Nacional,

houve pouco tempo para a execução no mesmo

ano. Então, ainda estão sendo executados em

2020 os valores remanescentes do ano anterior.

Militarização

O relatório do Inesc menciona a militarização da

política socioambiental na Amazônia brasileira e

cita trecho da Política Nacional de Defesa

(PND), Estratégia Nacional de Defesa (END),177

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Conselho Nacional de Justiça - CNJCorreio Braziliense/Nacional - Brasil

quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

documento encaminhado ao Congresso no

último dia 22. "A exploração e o

desenvolvimento socioeconômico da

Amazônia, de forma sustentável, continuarão a

ser vitais para a integração nacional, exigindo o

incremento das capacidades de prover

segurança e soberania, intensificando a

presença militar e a efetiva ação do Estado,

evitando que entidades exógenas influenciem

as comunidades locais", diz o trecho.

Assessora política do Inesc, Alessandra

Cardoso afirma que a aplicação foi feita na

Defesa em detrimento dos órgãos ambientais.

"Foi um equívoco estratégico aplicar quase a

totalidade desse recurso para fortalecer as

estratégias do Ministério da Defesa enquanto

toda a estratégia de combate ao desmatamento

que vinha sendo executada desde 2012, e que

respondia, de fato, pelo enfrentamento ao

problema - tanto que as taxas de

desmatamento estavam caindo --, se

mostraram ações bastante efetivas; são ações

de comando e controle executadas

principalmente pelo Ibama", disse. Ela foi uma

das pessoas a elaborar o relatório.

No mês passado, o governo federal enviou ao

Congresso Nacional um projeto de lei (PLN)

para abrir crédito suplementar no valor de R$

615,9 milhões destinados à Defesa, ao Mapa e

ao Ministério Justiça e Segurança Pública

(MJSP). Do total, R$ 410 milhões são para

ações das Forças Armadas na Amazônia

Legal, por meio da Operação Verde Brasil 2. O

PLN foi protocolado na mesa diretora do

Senado na última segunda-feira e deve ser

analisado nesta semana.

O relatório elaborado pelo Inesc pontua que as

operações de GLO na Amazônia, "que

deveriam ser episódicas" adotam uma "lógica

de subordinação dos órgãos ambientais à

estratégia militarizada de combate ao

desmatamento".

"Chama atenção o fato de que a escolha do

governo tenha sido colocar 84% do recurso da

Lava-Jato dentro do Ministério da Defesa. Ou

seja, em detrimento do seu uso para reforçar,

ainda que temporariamente, a dotação

orçamentária do ministério do Meio Ambiente,

do Ibama, do ICMBio e também da Funai",

ressalta relatório. (ST)

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Poderquinta-feira, 13 de agosto de 2020

Judiciário - STF

Saída de Datena embaralha disputapara vice de Covas

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Autor: Igor Gielow

são paulo A desistência do apresentador José

Luiz Datena de participar das eleições

municipais deste ano embolou a disputa pela

vaga de vice na chapa do prefeito de São Paulo,

Bruno Covas (PSDB).

Filiado ao MDB, Datena era o nome de

convergência de aliados importantes do tucano

para integrar a disputa.

Agora, o jogo zera. Entre aliados do tucano, três

nomes despontaram nas bolsas de apostas

internas.

Primeiro, o da senadora Mara Gabrilli (PSDB),

na hipótese de ser montada uma chapa puro-

sangue que não melindre eventuais aliados para

um eventual segundo turno.

Em favor de Mara, há a densidade eleitoral: ela

teve 6,5 milhões de votos em 2018, numa

campanha calcada em sua defesa dos direitos

das mulheres e das pessoas com deficiência

(ela é tetraplégica).

Contra, por outro lado, há o fato de ela transitar

numa faixa de eleitorado não muito diferente da

de Covas, mais ao centro do espectro político e

com algum apelo a estratos da centro-esquerda.

Como os estrategistas meanos creem que

Covas confirmará o favoritismo das pesquisas

pré-campanha, isso poderia ter um peso menor.

Entre aquele s mais preocupados em angariar

apoio nas periferias, volta à baila o nome da ex-

prefeita Marta Suplicy (Solidariedade), cujo

legado dos Centros de Educação Unificados é

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Judiciário - STF

um ativo sempre citado por ambos os lados.

Ela foi cortejada como vice pela ala do PT

contrária à candidatura de Jilmar Tatto, mas

como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

não quis impor Fernando Haddad no j ogo, por

ora seu nome segue no mercado eleitoral.

Nome que sempre sai com razoável intenção

de votos e que chegou a ser especulado no

começo do ano, Celso Russomanno

(Republicanos) hoje é visto como pouco

provável por sua ligação umbilical com a Igreja

Universal - aliada de Jair Bolsonaro, inimigo

declarado do PSDB paulista.

Por fim, há na cúpula tucana uma hipótese

nova: atrair o coronel Marcelo Vieira Salles, ex-

comandante da Polícia Militar de São Paulo,

que será candidato a vereador.

O problema central é que ele integra o PSD,

partido que já tem como pré-candidato na

disputa Andréa Matarazzo. O ex-vereador era o

favorito para disputar a eleição pelo PSDB em

2016, mas foi atropelado por João Doria, com a

ajuda do então governador Geraldo Alckmin.

Matarazzo assim saiu do PSDB após 25 anos e

acabou como vice de Marta, à época no MDB,

que ficou em quarto lugar no pleito vencido

pelo hoje governador Doria.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab,

descarta a hipótese a interlocutores, e diz que

considera Matarazzo não só viável, mas como

uma provável surpresa na eleição. Eles

estiveram juntos nesta semana, adiantando

planos para a convenção do partido, marcada

para 31 de agosto.

Com sua reunião de definição marcada para 12

de setembro, o PSDB tem um mês para

resolver seu problema.

Ele já foi mais agudo. Na virada do ano, a

candidatura de Covas balançava devido a

diversas pesquisas mostrando que ele teria

dificuldades sérias na disputa. Tudo mudou

com dois fatores.

Primeiro, o prefeito foi diagnosticado com um

câncer agressivo, que enfrenta com

transparência pública. Sua aprovação começou

a subir, em pesquisas internas, quase que

imediatamente, e ele asseverou sua palavra

nas decisões do partido.

Além disso, posicionou-se de forma bastante

ativa no combate à pandemia, ainda que esse

seja um flanco usual de ataque de seus

adversários.

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Judiciário - STF

A possibilidade de que ele tenha de ausentar-

se por vezes da prefeitura por questões de

saúde segue sendo uma preocupação da

escolha da vaga de vice, mas a boa disposição

demonstrada por Covas durante o tratamento

retirou um pouco dessa pressão.

No mais, ele virou favorito na pré-campanha,

com a pulverização de concorrentes a seu

redor. O PT está abatido, tendo protagonismo

roubado pelo PSOL, e o bolsonarismo orgânico

não encontrou nenhum candidato com aspecto

viável até aqui.

Datena trazia densidade inerente a um

comunicador popular e, principalmente, atendia

a um acerto maior entre partidos aliados.

Um acerto tripartite, visando a criação de um

núcleo alternativo de poder no centro e na

centro-direita com Doria como figura de proa

por ora, foi estabelecido entre PSDB, DEM e

MDB.

Nele, os democratas manteriam sua influência

no Congresso, hoje dominado pela figura de

Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara.

O fariam, caso o Supremo Tribunal Federal

venha a permitir, pela manutenção de Davi

Alcolumbre (DEM-AP) na chefia do Senado e

com o MDB, na figura provável de seu

presidente, deputado BaleiaRossi (SP), como

sucessor e aliado de Maia.

Nesse arranjo, o MDB ganharia poder em São

Paulo por um novo vetor, Datena, esvaziando

Paulo Skaf, o presidente da Fiesp e maior

aliado de Bolsonaro no estado.

Ainda no estado, o DEM permanece com a

perspectiva de lançar o vice de Doria, Rodrigo

Garcia, candidato ao governo em 2022 - se o

tucano sair à Presidência mesmo.

Por fim, hoje numa órbita que ora passa pelo

governo Bolsonaro, onde tem ministério, e ora

pela associação com antigos aliados tucanos,

está o PSD de Kassab, ainda solto no j ogo.

O abandono de Datena, novamente creditado a

questões financeiras por seus correligionários,

complicou o arranjo.

Todas as opções na mesa trazem riscos para

Covas e, principalmente, para o planos de

Doria de estabelecer uma aliança nacional a

partir dos níveis de capitais e estados.

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Judiciário - STF

Principais pré- candidatos à Prefeitura de São

Paulo

Andréa Matarazzo PSD

Arthur do Vai Patriota

Bruno Covas PSDB

Celso Russomanno Republicanos

Eduardo Jorge PV, com Roberto Tripoli (PV)

como vice Filipe Sabará Novo, com Marina

Santos (Novo) como vice

Guilherme Boulos PSOL, com Luiza Erundina

(PSOL) como vice Jilmar Tatto PT

Joice Hasselmann PSL

Levy Fidelix PRTB

Márcio França PSB, com Antônio Neto (PDT)

como vice Marcos da Costa PTB

Orlando Silva PC do B

Vera Lúcia PSTU

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

MÔNICA BERGAMO

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Autor: MÔNICA BERGAMO com Bruno B.

Soraggi, Bianka Vieira e Victoria Azevedo

ESTOU DE MAL

As duas alas que se digladiam em tomo dos

rumos da economia acusam uma a outra de

trabalhar para afundar o governo de Jair

Bolsonaro.

De mal 2

O grupo desenvolvimentista, liderado pelo

general Walter Braga Netto (Casa Civil),

acredita que, na prática, Paulo Guedes, da

Economia, se alia aos projetos do presidente da

Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, visto

como adversário do governo.

De bem

Guedes e Maia têm defendido a manutenção do

teto de gastos - o que impedirá que Bolsonaro,

no futuro, tenha um amplo programa de obras

como vitrine eleitoral de seu governo. Guedes

tem sido acusado de ingênuo.

Furada

Já integrantes da equipe de Guedes no

Ministério da Economia dizem que os

desenvolvimentistas querem usar a fórmula que

levou Dilma Rousseff ao impeachment -

enquanto o ministro propõe criar o Renda Brasil

nos moldes do Bolsa Família de Lula.

No passado

Eles dizem que não precisa de teste de QI para

saber qual é a melhor alternativa. Uma delas

deu a Lula a vitória em três eleições. A outra

resultou no impeachment.

Salto

O número de óbitos em Manaus por Covid-19

deu um salto de 73% na semana de 5 a 11 de

agosto em relação às anteriores. Foram 19

mortos, contra uma média de 12 dos períodos

que a antecederam.

Tudo claro

A marca seria uma clara evidência de que a

cidade, apesar de festejar um suposto controle

da doença, pode na verdade estar iniciando

uma segunda onda dela.

Ponto final

A opinião é do pesquisador Jesem Orellana, da

Fiocruz de Manaus. "O óbito é o indicador tardio

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

da circulação do vírus", afirma ele. Seu

crescimento ocorreria três semanas depois do

aumento das infecções.

Etapas

Esse seria o período necessário para as

pessoas se contaminarem, apresentarem

sintomas, piorarem, buscarem os hospitais,

enfrentarem um tratamento sem sucesso - e

então irem a óbito, aparecendo nas

estatísticas.

Etapas 2

Segundo Orellana, o crescimento visto agora

pode ser reflexo da reabertura econômica, que

se intensificou em julho. Orellana alerta ainda

para o fato de, na reabertura, a cidade ainda

registrar um excedente de mortes por

problemas respiratórios 73% maior do que no

ano passado.

Em pauta

O STF (Supremo Tribunal Federal) deve

julgar na próxima sexta-feira (14) um habeas

corpus coletivo que pede a internação

domiciliar compulsória para adolescentes

infratores em caso de superlotação em

unidades socioeducativas. O pedido é apoiado

por mais de 150 entidades. O ministro Edson

Fachin j á havia concedido liminar em prol da

medida em alguns estados.

Dados

A Defensoria Pública do Estado do Rio de

Janeiro, uma das partes no processo, irá

apresentar relatório que mostra queda na

reincidência entre os adolescentes

beneficiados pela medida, além de melhores

condições de vida

Dominó

Entidades representativas do livro alertam que

a proposta de reforma tributaria do governo

federal não vai prejudicar apenas os

consumidores - mas também pode colocar em

risco a manutenção das próprias livrarias.

Dominó 2

A proposta prevê a criação de uma contribuição

de 12% sobre bens e serviços. Segundo o

livreiro Alexandre Martins Fontes, o lucro médio

de uma livraria no Brasil, em um cenário

otimista, chega a 4,5%. Com o novo tributo, há

o risco desse valor ser engolido e de os

estabelecimentos ficarem no vermelho.

PORTAS FECHADAS

"Essa despesa vai inviabilizar todas as livrarias

brasileiras. As pequenas, as médias e as

grandes vão fechar as portas. Estamos falando

de um estrago enorme para o mercado

brasileiro. Qual é o governo que deseja isso

para a sua população?", diz Martins Fontes.

Papel e caneta

O decreto que estabelece a Lei Aldir Blanc já

está em análise na Secretaria-Geral da

Presidência da República. A expectativa é que

o presidente Bolsonaro assine ainda nesta

semana o documento, permitindo a liberação

dos recursos nos próximos dias.

Busca

A contratação de espaços de coworking

cresceu 57% em junho, segundo a plataforma

brasileira BeerOrCoffee. A alta é atribuída à

adesão ao home office nesta pandemia.

QUARENTENA

O cantor Ney Matogrosso (1) postou uma

selfie.

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Conselho Nacional de Justiça - CNJFolha de S. Paulo/Nacional - Ilustrada

quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

A cantora Preta Gil (2) publicou foto em que

aparece de biquíni tomando sol.

O apresentador Mareio Garcia (3) registrou o

retorno das gravações de seu programa.

"Equipe Tamanho Família trabalhando com

todo cuidado necessário", disse

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

Procuradoria cita abuso de poderreligioso em ação contra Crivella

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A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de

Janeiro citou abuso de poder religioso ao

apresentar ontem alegações finais em dois

processos contra o prefeito do Rio, Marcelo

Crivella (Republicanos), e quatro candidatos a

deputado do Estado. A tese de que um político

pode ser cassado caso fique comprovado que

ele se aproveitou, durante a campanha, de

influência religiosa sobre eleitores deve voltar a

ser analisada pelo Tribunal Superior Eleitoral

(TSE) hoje.

O Ministério Público Eleitoral pede a

inelegibilidade de Crivella por oito anos e o

pagamento de uma multa de R$ 355 mil pela

sua participação em eventos eleitorais de

candidatos à Câmara dos Deputados e à

Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) nas últimas

eleições. Ainda não há data para julgamento

das ações na Justiça Eleitoral.

Em 4 de julho de 2018, o prefeito do Rio

participou do "Café da comunhão", no Palácio

da Cidade. Durante o evento, segundo os

procuradores, Rubens Teixeira foi lançado

candidato a deputado federal. O MP eleitoral

cita transcrições do discurso do prefeito, que

teria prometido aos religiosos presentes uma

série de facilidades de acesso a serviços

públicos de saúde, obras e isenção de impostos.

"Tratava-se de um encontro para alimentar base

eleitoreira composta de líderes religiosos,

notoriamente alinhados com o prefeito, a quem

ele oferecia facilidades na administração pública

em nome de uma pretensa predestinação

divina", afirmou a procuradora regional eleitoral

Silvana Batini. "A presença (de Teixeira) foi

destacada no discurso do prefeito, e suas

supostas qualidades pessoais enfatizadas por

ele, no mesmo contexto em que pregava a

necessidade de direcionar os serviços públicos

municipais para o fortalecimento de seu grupo

político-religioso."

Outro evento citado pela Procuradoria Eleitoral

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

ocorreu em 13 de setembro de 2018 na escola

de samba Estácio de Sá. Segundo o MP

eleitoral, servidores da Companhia Municipal

de Limpeza Urbana (Comlurb) foram

transportados para a quadra da escola, onde

estavam Crivella, Teixeira, o candidato a

deputado federal Marcelo Hodge Crivella, filho

do prefeito, e o candidato à Assembleia

Legisla- tiva Alessandro Costa.

"Aqui estamos a tratar de uma hipótese de

abuso de poder político clássico, do prefeito

valendo-se dessa condição para empoderar

politicamente um determinado grupo religioso,

alavancando uma das candidaturas que

concretizariam esse projeto. É o abuso do

poder religioso entrelaçado e embutido no

abuso do poder político", escreveu Silvana.

Em suas alegações finais, a procuradora

lembra que ainda não há previsão legal para o

abuso de poder religioso, "o que não impediu a

jurisprudência de considerar esta espécie de

abuso como componente relevante na

conformação dos quadros de abuso de poder

econômico e no uso dos meios de

comunicação social".

As penas reivindicadas para os políticos variam

da inelegibilidade por oito anos e multa

(Crivella e Teixeira, por abuso de poder,

ficando o suplente sujeito à anulação dos

votos) a multa de até R$355 mil para os

políticos Marcelo Hodge Crivella e Alessandro

Costa (conduta vedada), diz a Procuradoria.

Defesa. Em nota, Crivella disse que as ações

se referem a duas reuniões que "ocorreram

estritamente na forma da lei e que tanto a

Câmara de Vereadores quanto o Supremo

Tribunal Federal (STF) decidiram pela

inexistência de qualquer irregularidade em

ambas". Para a defesa do prefeito, o pedido de

inelegibilidade não é razoável e o MP Eleitoral

pautou o assunto em "mera dedução e

desproporcional presunção punitiva inaplicável

ao caso".

Os demais citados nas alegações finais da

Procuradoria Eleitoral não foram localizados.

Aliança

"O prefeito vale-se dessa condição para

empoderar politicamente determinado grupo

religioso."

Silvana Batini PROCURADORA REGIONAL

ELEITORAL

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário

TJ de São Paulo gasta R$ 13,5milhões em 'vantagens pessoais

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Autor: Bruno Ribeiro Tulio Kruse

De janeiro a junho deste ano, o Tribunal de

Justiça de São Paulo (TJ-SP) já pagou R$ 13,5

milhões apenas em benefícios pessoais aos

seus 359 desembargadores. O valor inclui

vantagens decorrentes de sentença judicial ou

extensão administrativa, adicional por tempo de

serviço, abonos de permanência e porcentuais

de remunerações anteriores - os chamados

quintos e décimos.

Somados a outras categorias de benefícios, que

vão de auxílio-natalidade à antecipação de

férias, a elite do Judiciário estadual já recebeu

um total de R$ 41,3 milhões em benefícios no

primeiro semestre de 2020. Como mostrou o

Estadão ontem, o tribunal propôs ao governo

estadual um aumento de 55% em seu

orçamento para 2021, em comparação com o

valor reservado para este ano.

O total dos benefícios equivale a mais de 50%

do que os desembargadores recebem como

salário-base neste ano. O TJ-SP gastou com os

salários de todos os desembargadores no

período, sem considerar descontos, R$ 117,4

milhões.

Desse montante, indenizações como auxílio-

alimentação, auxílio-transporte, auxílio-

préescolar, auxílio-saúde, auxíliomoradia, e

ajuda de custo somaram pouco mais de R$ 2

milhões em seis meses. Gratificações, nas quais

estão incluídos adicionais por cargos de direção

na cúpula do TJ-SP e antecipação de parcela do

13.0, concedida aos magistrados no mês de

aniversário, somam R$ 3,9 milhões.

Alesp. A proposta de aumentar a verba

reservada ao Judiciário paulista no próximo

ano foi recebida com ceticismo por integrantes

da Comissão de Finanças e Orçamento da

Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Deputados lembraram que a tendência é de

cortar gastos, diante da previsão de déficit de

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R$ 10,4 bilhões para o próximo ano.

"A chance de um aumento desproporcional

como esse do TJ ser chancelado por todos os

deputados estaduais, e prejudicando Saúde,

Educação e Segurança, é quase impossível",

avaliou o presidente da comissão, deputado

Wellington Moura (Republicanos). "O próprio

governo, antes do envio da proposta

orçamentária, com certeza vai cortar boa parte

deste aumento. E a Alesp também pode fazer

ajustes se necessário."

Moura disse acreditar que a Lei Orçamentária

Anual (LOA) de 2021 pode apresentar valor

total inferior ao patamar de R$ 240 bilhões,

aprovado para este ano, dos quais R$ 12,3

bilhões foram separados para o Tribunal de

Justiça. Antes da proposta orçamentária, que

deve ser entregue até o fim do mês, o governo

João Doria (PSDB) deve enviar um pacote de

ajuste fiscal com a intenção de economizar R$

8,8 bilhões.

Já o deputado estadual Alex de Madureira

(PSD), relator da última LOA e da recém-

aprovada Lei de Diretrizes Orçamentárias

(LDO) de 2021, considerou que a proposta do

Judiciário só deve ser analisada após o

governo enviar o projeto de lei. Diante da

previsão de queda na arrecadação, no entanto,

ele prevê cortes no investimento em toda a

esfera pública.

"Não adiantar cortar coisas que vão atrapalhar

o andamento do Estado, que vão acarretar falta

de atendimento à população", disse Madureira.

"Investimentos que podem esperar, porque

sabemos que vamos passar um ano difícil,

seriam os primeiros a se repensar. (Cortar)

salário é difícil, porque é o que mantém as

famílias, a vida das pessoas", afirmou.

Lei. O TJ-SP afirmou, em nota, que todos os

pagamentos da Corte são realizados "dentro da

mais estrita legalidade". Segundo o tribunal,

"valores que ultrapassem a quantia

correspondente a 90,25% da remuneração dos

ministros do Supremo se referem a verbas

indenizatórias, previstas em lei, e ao abono de

permanência, que se agregam ao total da

remuneração nos demonstrativos de

pagamento emitidos e que, por sua natureza,

não estão submetidos ao teto constitucional".

Sobre o orçamento do tribunal, o presidente do

TJ, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro

Franco, publicou nota ontem no site da Corte

na qual considera "não haver perplexidade

sugerida no fato de que a peça orçamentária

proposta atinge esse ou aquele patamar". "O

orçamento de 2021 será definido

conjuntamente entre os Poderes do Estado. É

assim que as coisas são, porque a lei

estabelece."

'Legalidade

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"Todos os pagamentos do Tribunal de Justiça

são realizados dentro da mais estrita legalidade

e com plena transparência, existindo portal

específico para publicização." Tribunal de

Justiça de SP EM NOTA

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Judiciário

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A debandada

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O ministro da Economia, Paulo tização, Gestão

e Governo Digital, Paulo Uebel. Nos dicionários,

"debandada" significa fuga em desabalada

carreira. O ministro explicou do que afinal

fugiram seus assessores: do "establishment".

Paulo Guedes informou que Paulo Uebel deixou

o governo porque a reforma administrativa foi

adiada e que Salim Mattar saiu porque estava

insatisfeito com o ritmo das privatizações: "O

establishment não deixa", disse o ministro.

Guedes, admitiu que sua equipe sofreu uma

"debandada" com a saída dos secretários de

Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e

de DesburocraO próprio Salim Mattar, em

declarações sobre sua decisão, acusou o

"establishment" de impedir que as estatais

sejam vendidas e que o Estado seja reformado:

"O establishment não quer a transformação do

Estado. Não deseja a reforma administrativa.

Não deseja a privatização. Se tiver privatização,

acaba o toma lá dá cá. Acaba o rio de

corrupção. O establishment deseja segurança

de que as coisas vão continuar do jeito que

estão".

Nesses termos, é importante saber o que seria o

tal "establishment", responsável por tanto

atraso. Salim Mattar explicou: "O establishment

é o Judiciário, é o Executivo, é o Congresso,

são os servidores públicos, os funcionários de

estatais". Ou seja, o "establishment", tratado

como barreira intransponível ao progresso, seria

a estrutura estatal - burocrática, política e

judicial - necessária para o funcionamento de

um regime democrático.

Entende-se a frustração de quem chegou ao

governo acreditando que os milhões de votos

conferidos ao presidente Jair Bolsonaro fossem

suficientes para que sua agenda de campanha

fosse automaticamente implementada, sem

necessidade de negociação de nenhuma

espécie e até mesmo, em alguns casos, sem

respeitar os ritos legais.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário

O problema é que a democracia não funciona

assim. Na democracia, predomina a

mobilização política na defesa de interesses os

mais diversos no espaço público garantido

pelas instituições republicanas. Cabe ao

governo encontrar a melhor maneira de

articular esses interesses para que o País

avance, tendo como base a agenda vencedora

da eleição majoritária.

O presidente Bolsonaro, no entanto, renunciou

a esse papel. Passou boa parte do mandato a

lavar as mãos sobre as discussões no

Congresso, sem constituir uma base sólida e

sem se envolver nos debates mais importantes.

Ao contrário: em vários momentos, Bolsonaro

prejudicou a tramitação de reformas, quase

sempre no interesse de grupos de pressão de

vocação estatista.

Em outras palavras, o "establishment" de que

se queixam Paulo Guedes e seus agora ex-

assessores tem em Bolsonaro seu mais

legítimo representante. É muito difícil privatizar

estatais e fazer reformas quando a resistência

parte do próprio presidente da República - cuja

conversão ao liberalismo, na campanha

eleitoral de 2018, só enganou quem se deixou

enganar.

A oposição à modernização do Estado pode

ser vencida se houver genuína disposição de

dialogar e de defender um projeto claro de

País. O governo de Fernando Henrique

Cardoso promoveu privatizações em larga

escala, inclusive de "joias da coroa", mesmo

enfrentando um Congresso hostil. Hoje, ao

contrário, o Congresso vem se mostrando

favorável à agenda liberal - que só não avança

mais porque o presidente não quer.

Em público, Bolsonaro diz, sem muita

convicção, que continua comprometido com as

privatizações e com a manutenção da

responsabilidade fiscal, mas na prática nada

faz para estimular as privatizações nem para

desestimular ministros que sonham com o

renascimento do desenvolvimentismo à custa

do teto de gastos. A esse propósito, o ministro

Paulo Guedes advertiu que "os conselheiros do

presidente que o estão aconselhando a pular a

cerca e furar o teto vão levá-lo para uma zona

sombria, uma zona de impeachment, de

irresponsabilidade fiscal" e que "o presidente

sabe disso". Assim, Paulo Guedes deixou claro

que Bolsonaro tem escolha - e aparentemente

já a fez, razão pela qual cinco integrantes da

equipe econômica já jogaram a toalha.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Judiciário

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

Verba da Lava Jato para Amazôniaficou com a Defesa

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Autor: André Borges / brasília

A decisão do governo de centralizar nas mãos

dos militares a fiscalização da Amazônia já está

refletida no volume de recursos financeiros que

o Palácio do Planalto tem destinado ao

Ministério da Defesa. O Estadão obteve

informações detalhadas sobre os R$ 630

milhões da Operação Lava Jato que, por

decisão do Supremo Tribunal Federal (STF)

de setembro de 2019, devem ser usados

exclusivamente para financiar ações de

fiscalização e combate aos incêndios florestais

na Amazônia.

Os dados do sistema Siga Brasil compilados

pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos

(Inesc) mostram que, dos R$ 630 milhões

repassados pela Petrobrás, a partir de seu

acordo anticorrupção assinado com a Justiça,

R$ 530 milhões (84%) foram destinados ao

Ministério da Defesa, com repasses distribuídos

entre Exército, Marinha e Aeronáutica. Coube

ao governo Bolsonaro definir onde colocaria o

dinheiro.

A Defesa afirma que os recursos têm apoiado

sua presença "estrutural" na Amazônia, ou seja,

uma atuação de forma permanente e

consolidada, e não em situações pontuais. No

documento de sua Política e a Estratégia

Nacional de Defesa, enviada ao Congresso no

dia 22 de julho, o ministério afirma que sua

atuação na Amazônia exige "o incremento das

capacidades de prover segurança e soberania,

intensificando a presença militar e a efetiva ação

do Estado".

A maior parte do dinheiro R$ 494 milhões - foi

carimbada como recurso voltado à "proteção,

fiscalização e combate a ilícitos na Amazônia

Legal". Os demais R$ 36 milhões foram

reservados para a Operação Verde Brasil 2,

criada pelo governo em maio, para

enfrentamento de incêndios e desmatamento.

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Dos R$ 100 milhões que restaram do acordo

da Lava Jato, o governo repassou R$ 50

milhões ao Ibama, órgão de proteção ao meio

ambiente que, com apoio da Polícia Federal,

tem a missão institucional de proteger e

fiscalizar a Amazônia. O Incra recebeu R$ 35

milhões e o Ministério da Agricultura, R$ 15

milhões. Já ICMBio e Funai não tiveram

nenhum repasse oriundo do acordo bancado

pela Petrobrás.

Para Alessandra Cardoso, assessora política

do Inesc, a concentração de recursos é erro

estratégico. "Usaram os recursos da Lava Jato

para sobreporemse à atuação dos órgãos de

fiscalização, controle e proteção territorial",

avalia a especialista. "Esses órgãos ambientais

vinham atuando com capacidade estratégica e

precisavam ser fortalecidos, institucionalmente

e do ponto de vista orçamentário."

Os militares chegaram a usar parte dos

recursos da Lava Jato para financiar as

operações de Garantia da Lei e da Ordem

(GLO) ocorridas em 2019 (Verde Brasil) e 2020

(Verde Brasil 2). Ao todo, os orçamentos das

duas ações somaram R$ 44,62 milhões desde

o ano passado. Nesta semana, o vice-

presidente da República, Hamilton Mourão, que

assumiu a responsabilidade pelas ações na

Amazônia, pediu ao Congresso que aprove um

crédito extraordinário de mais R$ 410 milhões

para a Verde Brasil 2. O pedido pode ser

aprovado nesta semana. Se confirmado, o

Ministério da Defesa somará quase R$ 1 bilhão

em recursos para utilizar, especificamente, em

operações na Amazônia. Trata-se de quase

tudo o que o Fundo Amazônia destinou ao

Brasil durante 12 anos, em 103 programas. A

título de comparação, a proposta de orçamento

total para o Ibama em 2021 é de R$ 210

milhões.

Defesa. Procurado, o Ministério da Defesa

afirma que a concentração de recursos da

indenização da Operação Lava Jato em suas

ações tem o propósito de financiar projetos de

longo prazo dos militares para a Amazônia, e

não de bancar gastos com operações pontuais,

como acontece com a Operação Verde Brasil

2, que começou em 11 de maio e deve durar

até 6 de novembro. Em nota enviada à

reportagem, a Defesa declarou que os recursos

repassados pela Lava Jato "serão aplicados

em investimentos estruturantes, que visam a

dar àquela região uma melhor infraestrutura

para atuação adequada das Forças Armadas".

Os gastos previstos, segundo o ministério,

incluem a aquisição de micro e nano satélites

de monitoramento, fortalecimento de operações

nos rios, recuperação da infraestrutura dos

Centros Móveis de Alta Disponibilidade

(CMAD) da Amazônia e implementação de um

radar para detecção de tráfego aéreo ilegal.

"Como se tratam de processos licitatórios

complexos, a realização do gasto não é

imediata, mas o empenho (contratação) de

todos os projetos deve ser realizado até o fim

de dezembro de 2020, declarou a pasta.

A respeito da Operação Verde Brasil 2 e o

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pedido de crédito suplementar de R$ 410

milhões, a Defesa informou que o dinheiro será

usado em "atividades operacionais para

emprego das Forças Armadas na Garantia da

Lei e da Ordem e em ações subsidiárias na

Amazônia Legal". Os recursos serão aplicados,

segundo a pasta, em ações como

deslocamento de tropas, desenvolvimento e

participação de campanhas de conscientização

ambiental, estabelecimento de bases

operacionais, realização de levantamento de

imagens por sensoriamento remoto, apoio

logístico, de inteligência e de comunicações

aos órgãos de controle ambiental e de

segurança pública envolvidos na Operação.

"Diante dos esclarecimentos, fica claro que não

são recursos concorrentes, pois os objetos de

gastos são de naturezas diferentes, sendo um

de caráter estruturante e outro de caráter

operacional."

Crítica

"O governo não só perdeu a oportunidade de

usar os recursos da Lava Jato para reforçar a

política de controle do desmatamento na

Amazônia que estava funcionando, como atuou

para desmontá-la ainda mais."

Alessandra Cardoso ASSESSORA DO INESC

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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CARLOS ALBERTO SARDENBERG -Liberou geral?

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Autor: CARLOS ALBERTO SARDENBERG

O caso é o seguinte: se o Supremo Tribunal

Federal decidir que Sérgio Moro foi parcial

quando julgou e condenou Lula, ficam anuladas

só as ações penais referentes ao ex-presidente

ou todas as que tenham sido decididas pelo ex-

juiz no âmbito da Lava-Jato?

Ou ainda: livra apenas Lula, livra todos os que

foram condenados nos mesmos processos do

ex-presidente ou zera toda a operação?

A questão circula nos meios políticos e jurídicos.

Os advogados dos réus condenados na Lava-

Jato estão esfregando as mãos. Mas os

advogados de Lula estão tentando baixar a bola,

dizendo que a decisão do STF sobre a suposta

parcialidade de Moro só valeria para o ex-

presidente, não beneficiando mais ninguém.

Por que isso? Porque uma coisa é zerar os

casos de Lula; outra, bem diferente, e de muito

maior impacto político e social, é zerar toda a

Lava-Jato.

Para dar o contexto. Na semana passada, a

Segunda Turmado STF decidiu, por dois votos a

um, que Sérgio Moro foi parcial e político

quando retirou o sigilo da delação premiada de

Antonio Palocci a seis dias do primeiro turno da

eleição de 2018. A delação foi anexada aos

autos do processo em que Lula é acusado de

receber propina da Odebrecht.

Nessa Segunda Turma, Gilmar Mendes e

Ricardo Lewandowski votaram a favor de Lula;

Edson Fachin votou pela imparcialidade de

Moro. Não votaram, sem explicações, Cármen

Lúcia e Celso de Mello.

Mas isso é apenas parte da história, porque a

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mesma Segunda Turma está para julgar, a

qualquer momento, um habeas corpus em que

a defesa de Lula pede a suspeição de Moro em

todas as causas envolvendo o ex-presidente,

anulando assim todas as decisões.

Se isso acontecer, o que vem em seguida?

O repórter André Guilherme Vieira, do "Valor",

entrevistou juristas para os quais a suspeição

poderia ser estendida a toda a operação Lava-

Jato. Em especial, ouviu o advogado José

Roberto Batochio, que integra a defesa de Lula.

A reportagem foi publicada na edição impressa

de terça, 11 de agosto, e reproduzida no site.

Nela, Batochio admite claramente que a

eventual suspeição de Moro, se admitida pelo

STF no caso Lula, se estende a todos os que

tenham sido alcançados pelas mesmas

sentenças. E mais, que poderia até mesmo

anular todas as delações premiadas valida

"todos os processos decisórios da lavra do juiz

suspeito".

Só faltou dizer que aqueles que confessaram e

devolveram dinheiro à das por Moro e mesmo

Petrobras teriam direito a receber tudo de volta.

Na mesma terça-feira, porém, o advogado de

Lula nesse habeas corpus, Cristiano Zanin

Martins, enviou nota ao " Valor"para dizer que o

caso se referia exclusivamente ao ex-

presidente. Para Zanin, a declaração de

suspeição de Moro deve anular todas as

condenações de Lula e levar todos esses

processos para o ponto inicial, não

beneficiando, portanto, outros condenados na

Lava-Jato.

Batochio também se apressou em enviar nota

ao "Valor" para explicar que falara em tese,

abstratamente, teoricamente, e que ele nem

estava na equipe de defesa de Lula nesse caso

do habeas corpus.

Acontece que persiste uma dúvida no placar de

votação da Segunda Turma. Gilmar e

Lewandowski já disseram que Moro é suspeito

e agiu politicamente. Edson Fachin e Cármen

Lúcia votam pela imparcialidade de Moro e,

pois, pela manutenção das sentenças. E Celso

de Mello, o decano, que se aposenta em 1º de

novembro e pode ser submetido a uma nova

cirurgia em breve?

Sabe-se que o decano não aprecia certos

métodos de Moro, mas também já se

manifestou favoravelmente à capacidade de

combate à corrupção da Lava-Jato.

E aí ? Aí que voltamos ao ponto de partida.

Anular todas as condenações de Lula, e torná-

lo de novo ficha limpa, já terá um enorme

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

impacto social e político. Anular toda a

operação, então, será um terremoto.

A verdade é que advogados e juristas ouvidos

pelo "Valor", especialmente Batochio,

queimaram a largada. Deixaram escapar o que

já têm em mente. E é claro que a extensão do

caso pode influenciar o voto de Celso de Mello.

Daí a corrida para desmentir.

O relator do habeas corpus é Gilmar Mendes.

Cabe a ele marcar a data do julgamento.

"Anular todas as condenações de Lula, e torná-

lo de novo ficha limpa, já terá um enorme

impacto. Anular toda a operação será um

terremoto"

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

STF vai julgar produção de dossiê porministério

Autor: Isadora Peron e Luísa Martins De Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar

na quarta-feira a ação, apresentada pelo partido

Rede Sustentabilidade, que questiona a

produção de um dossiê sobre servidores ligados

amovimentos antifascistas pelo Ministério da

Justiça e Segurança Pública.

Ontem a ministra Cármen Lúcia apresentou o

processo em mesa, o que na prática significa

pedir prioridade na pauta do plenário para

julgamento.

Na semana passada, ao enviar uma

manifestação sobre o caso para a Corte, o

Ministério da Justiça evitou confirmar a

existência do relatório, argumentando que,

como se tratava de tema sigiloso, não poderia

enviar detalhes ao Supremo.

Na resposta, a pasta fez uma diferenciação do

que seria atividade de inteligência e

investigação criminal e afirmou que a Secretaria

de Operações Integradas (Seopi) não produzia

dossiês “contra nenhum cidadão” e não

instaurava “procedimentos de cunho

inquisitorial”.

A pasta também defendeu que o espaço para

explicações sobre o caso era na Comissão de

Controle Externo da Atividade de Inteligência do

Congresso. Na sexta-feira, o ministro André

Mendonça prestou depoimento no colegiado e

confirmou a existência do documento, que

acabou sendo entregue ao Congresso esta

semana.

Em resposta às explicações enviadas ao

Supremo, o Rede acusou o Ministério da Justiça

de tentar “abafar” as denúncias de que a Seopi

monitorou opositores ao governo do presidente

Jair Bolsonaro. A existência do relatório sigiloso

foi revelada pelo portal “UOL”.

Na petição, a legenda pediu para que Cármen

Lúcia determinasse o envio à Corte dos

conteúdos “já produzidos” pela área de

inteligência do governo sobre o assunto.

Para o Rede, essas medidas “são essenciais

para se saber o teor do conteúdo produzido e se

esta produção é direcionada apenas para quem

diverge do presidente da República ou também

quem ataca os demais Poderes da República”.

No pedido inicial, o partido pediu para que o

governo suspendesse “a produção e

disseminação de conhecimentos e informações

de inteligência estatal produzidos sobre

integrantes do ‘movimento antifascismo’ e

professores universitários”.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário

Estados contratam sem consultajurídica

Autor: Luísa Martins De Brasília

As recentes operações policiais contra

irregularidades na aquisição de insumos para

combater a pandemia revelaram que

governadores têm dispensado procedimentos

licitatórios à revelia das Procuradorias-Gerais

dos Estados (PGEs). Levantamento feito pelo

Valor mostrou que, em pelo menos quatro

casos, os órgãos responsáveis pelo

assessoramento jurídico do Poder Executivo

não foram previamente consultados.

Quando o Brasil entrou em estado de

calamidade pública em razão da covid-19, em

março, as PGEs elaboraram orientações

genéricas sobre as hipóteses legais para a

dispensa de licitação, listando os critérios que

devem ser observados, como a apresentação

de justificativas plausíveis e estimativas de

preços. A ideia era agilizar as aquisições, diante

da urgência exigida pela pandemia. Contudo, na

prática, governos têm usado essas diretrizes

como carta branca para firmar contratos diretos

com os fornecedores, abrindo margem para

fraudes.

A consequência desses atos veio na forma do

“Covidão”, apelido dado às operações da Polícia

Federal (PF) para desarticular irregularidades na

compra de respiradores, máscaras e testes

rápidos, entre outros produtos, pelos governos

estaduais. As investigações já atingem oito

Estados e têm sido utilizadas politicamente pelo

presidente Jair Bolsonaro para atribuir o peso da

crise aos gestores locais.

O alvo mais recente foi a Secretaria de Saúde

do Amazonas, que comprou, de uma empresa

de comercialização de vinhos, ventiladores

pulmonares por um preço 133% maior do que o

praticado no mercado. A titular da pasta,

Simone Papaiz, chegou a ser presa em 30 de

junho, mas foi solta dias depois. A PGE

confirma não ter sido ouvida para orientações

jurídicas prévias.

Como não agiu para evitar a irregularidade, o

governo agora tenta reduzir danos. Em nota,

informou que a Controladoria-Geral do Estado

(CGE) está auditando todos os contratos

emergenciais relativos à pandemia. Além disso,

baixou decreto para que, daqui para frente, os

pagamentos só possam ser efetivados após

parecer da Procuradoria.

Vinte dias antes da operação no Amazonas,

caso semelhante ocorreu no Pará, resultando no

bloqueio de R$ 25 milhões em bens do

governador, Helder Barbalho (MDB), por

indícios de superfaturamento de 86,6% na

compra de 400 respiradores, sem licitação. A

empresa não tinha registro na Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (Anvisa), recebeu

pagamento antecipado e entregou aparelhos

inadequados ao tratamento da covid-19.

A PGE do Pará afirma que, “em razão da

urgência” para adquirir os ventiladores

pulmonares, a Secretaria de Saúde não

submeteu o contrato à sua avaliação anterior.

Em nota, afirmou que “já está fazendo a análise

do processo, visando sanar eventuais

inconformidades, caso seja necessário, e que,

por iniciativa do próprio governo do Estado, todo

o recurso adiantado à empresa foi ressarcido

aos cofres públicos”. Procurado, o governo do

Pará não se manifestou.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário

Em Brasília, a Operação Falso Negativo, de 2

de julho, também mirou possível

superfaturamento na compra de testes rápidos

para a detecção da doença. A suspeita de

irregularidade poderia ter sido evitada se a

Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF)

tivesse sido consultada especificamente sobre

o caso, o que não ocorreu. Procurado, o

governo afirmou que o gasto foi condizente

com os preços do mercado e que levou em

conta um parecer referencial do órgão,

assinado mais de dois meses antes —quando

o Brasil contabilizava 18 mortes, nenhuma

delas no DF.

O parecer esclarece que, de fato, o gestor não

precisa enviar um a um dos processos para

aval da PGDF, exceto se houver dúvida de

ordem jurídica. Por outro lado, destaca que o

texto não dá “autorização irrestrita para a

aquisição desmesurada e irracional de bens e

serviços”. Ou seja, o governo está sujeito a

responsabilização em caso de excessos.

O presidente da Associação Nacional dos

Procuradores dos Estados e do DF (Anape),

Vicente Braga, afirma que, embora as diretrizes

genéricas não sejam ilegais, os abusos

atribuídos pelo Ministério Público (MP) aos

gestores estaduais escancaram a necessidade

de participação mais ativa das PGEs em cada

processo. Segundo ele, são análises simples,

que não prejudicariam a pressa em se obter

insumos para enfrentar a pandemia — pelo

contrário, identificariam se as empresas

possuem capacidade técnica, se praticam

preços justos e se têm capital social compatível

com os serviços oferecidos.

“Houve contratos em que o primeiro ato de um

processo administrativo foi a ordem de

pagamento, o que não pode existir. Com o

devido cuidado pelas Procuradorias, que são a

primeira trincheira do combate à corrupção,

teríamos evitado um prejuízo enorme para a

sociedade, causado por decisões não

republicanas que usaram a pandemia como

desculpa”, diz.

No Rio de Janeiro, por exemplo, a PGE afirma

não ter sido consultada sobre a compra de 200

mil cestas básicas para o Mutirão Humanitário,

programa de assistência social para amenizar

os efeitos da crise. Dois dirigentes da

Fundação Leão XIII, órgão submetido à vice-

governadoria, foram denunciados pelo MP por

fraude nos contratos.

O ordenamento jurídico fluminense conta ainda

com um decreto que obriga a revisão, pela

PGE, de “processos que impliquem em impacto

orçamentário-financeiro igual ou superior a R$

10 milhões”, como foi o caso. Contudo, o órgão

afirma que o “checklist ” dos critérios para

contratações emergenciais foi ignorado. Em

resposta, o governo diz ter seguido os

parâmetros legais e alega que auditoria da

CGE descartou a hipótese de irregularidade.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Judiciário

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

Guedes diz que MPF atua de forma“nefasta”

De Brasília

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse

que a força-tarefa da Operação Greenfield atua

de forma “nefasta” e acusou os procuradores do

Ministério Público Federal (MPF) em Brasília de

omitir provas que lhe seriam favoráveis, em

meio a um processo sobre supostas fraudes em

fundos de pensão.

Em petição enviada ao Supremo Tribunal

Federal (STF), o ministro diz que o MPF “busca

consequências punitivas a qualquer custo, nem

que, para isso, tenha que escamotear”

elementos que indiquem a sua inocência.

Segundo ele, esse tipo de conduta caracteriza

“o pior dos constrangimentos ilegais”.

Ao instaurar procedimentos investigatórios

contra Guedes em 2018, a força-tarefa expediu

ofícios a diversos órgãos de controle, entre eles

a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para

apurar a sua responsabilidade nos ilícitos em

tese praticados junto ao mercado financeiro. Os

fundos de pensão, dizem os investigadores,

destinaram R$ 1 bilhão a investimentos

gerenciados pelo ministro, entre os anos de

2009 e 2014.

A CVM, que regula as atividades dos fundos de

investimento, arquivou os procedimentos por

não ver “indícios de descumprimento do dever

dos requisitos legais e normas em vigor”.

“Não haveria alternativa para a manutenção dos

procedimentos diante do arquivamento da CVM.

Cientes da atipicidade, as autoridades deram

início a arbitrariedades”, diz o ministro, alegando

que sua defesa, formada pelos advogados

Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, sequer

teve acesso à cópia integral dos autos.

A petição foi ajuizada no Supremo no âmbito de

ação em que o PDT pede o afastamento de

Guedes do Ministério da Economia. O

argumento da sigla é o de que a sua

permanência pode prejudicar o andamento das

investigações e ofender os princípios

damoralidade e da impessoalidade.

No documento, Guedes pede ao ministro relator,

Marco Aurélio Mello, que leve em consideração

o fato de que, como não há indícios de crime,

afastá-lo da chefia da equipe econômica seria

uma “medida gravosa”, diante de investigação

“inconsistente”.

A Greenfield investiga operações financeiras

realizadas por fundos de investimento em

participações geridos pela BR Educacional, à

época ligada a Guedes. Em depoimento, o

ministro disse que não tinha ingerência sobre

todas as etapas dos negócios e que a maior

parte deles foi lucrativa aos fundos de pensão.

O MPF não quis comentar. (LM e IP)

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário

Delação de Messer é homologada,com devolução de R$ 1 bi

Do Rio

A Justiça Federal no Rio de Janeiro homologou

ontem acordo de colaboração premiada de

Dario Messer, réu de processos do braço da

Operação Lava-Jato no Rio, que tem uma

escala inédita no Judiciário brasileiro. Proposto

pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela

Polícia Federal (PF), o acordo prevê que Messer

devolva 99% dos seus bens — estima - dos em

cerca de R$ 1 bilhão — e cumpra 18 anos de

prisão. Considerado o “doleiro dos doleiros”, ele

é acusado por esquemas nacionais e

transnacionais de lavagem de dinheiro e outros

crimes.

O acordo foi homologado pelas 2ª e 7ª Varas

Federais Criminais do Rio, segundo comunicou

a Procuradoria da República no Rio de Janeiro.

De acordo com a nota da força-tarefa da Lava-

Jato do Rio, o acordo permitirá a coleta de

provas para investigações em andamento,

“tendo já fornecido depoimentos juntados aos

autos de processos decorrentes de três

investigações sobre esquemas que teve o

colaborador como figura-chave”.

A primeira é a “Câmbio, desligo”, sobre

esquema de lavagem de dinheiro a partir do

Uruguai e que movimentou mais de US$ 1,6

bilhão. A segunda investigação é a “Marakata”,

sobre transações de dólar-cabo para lavar

dinheiro em contrabando de esmeraldas. E a

terceira é a “Patrón ”, sobre o braço no Paraguai

da organização transnacional de lavagem de

dinheiro liderada por Messer, informou a nota.

Pelo acordo, o colaborador deverá cumprir pena

de até 18 anos e 9 meses de prisão, com

progressão de regime prevista em lei. O regime

inicial é o fechado. Outra cláusula previu a

renúncia, em favor dos cofres públicos, de mais

de 99% do patrimônio do réu, estimado em

cerca de R$ 1 bilhão. Os bens incluem imóveis

de alto padrão e valores no Brasil e no exterior,

além de obras de arte e um patrimônio no

Paraguai ligado aatividades agropecuárias e

imobiliárias, que deverão fundamentar um

pedido de cooperação com as autoridades

paraguaias para sua partilha com o Brasil,

conclui o comunicado.

Messer foi preso há pouco mais de um ano, em

São Paulo, no apartamento de uma amiga onde

estava foragido desde maio de 2018, quando foi

deflagrada a Operação Câmbio Desligo,

desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro.

De acordo com a investigação, doleiros

movimentaram US$ 1,6 bi em 52 países e Dario

Messer era o principal alvo.

Era a primeira vez que Messer ia para a prisão,

embora fosse um velho conhecido da Polícia

Federal, pelo menos desde o fim dos anos

1980. Em mais de 30 anos de atuação, o doleiro

movimentou dinheiro de forma suspeita para

todo tipo de personalidades, de políticos – entre

eles, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral –, a

empresários, criminosos e figuras do mundo do

samba, como o bicheiro Waldomiro Paes

Garcia, o Miro, morto em 2004. Miro era então

presidente de honra da tradicional escola de

samba Acadêmicos do Salgueiro, da Tijuca,

zona norte carioca.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Judiciário

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

“Se houver fracasso, povo vai atribuiràs Forças Armadas”

Autor: Carolina Freitas De São Paulo

O ex-presidente da República Fernando

Henrique Cardoso (PSDB) disse considerar

perigosa a ocupação de numerosos cargos do

governo federal por militares, como acontece na

gestão Jair Bolsonaro. Para o tucano, além de

haver o risco de os integrantes das Forças

Armadas gostarem do poder, a imagem da

instituição fica indissociável do governo.

“O povo vai atribuir, se houver fracasso, às

Forças Armadas, e não à política. É complicado,

é perigoso”, afirmou ontem Fernando Henrique

em palestra sobre geopolítica no Congresso

WebHall, promovido pela Escola Paulista de

Medicina, da Unifesp, e transmitido pela

internet.

Levantamento do Tribunal de Contas da União

(TCU), divulgado em julho, aponta que há 6.157

militares da ativa e da reserva em cargos civis

no governo.

Fernando Henrique foi cauteloso ao responder

sobre a possibilidade de uma ruptura da

democracia no Brasil. “Sempre há risco”, disse.

“Não acredito que haja um propósito neste

momento de fazer uma ditadura, mas às vezes,

sem propósito, as coisas acontecem.”

FHC disse perceber entre os militares um

discurso de que precisam “salvar a pátria”. O ex-

presidente explicou porque considera esse

raciocínio um erro.

“Durante muitos anos que eu tive convívio com

os militares,eles tinham mudado a percepção da

sua própria capacidade de exercer o poder sem

tomar em consideração os outros, pelo bem da

pátria. Eles são patriotas em geral. Mas o

problema não é eles serem patriotas ou não. É

que a pátria é diversa, você tem que compor

essa diversidade. Os militares tinham aprendido

isso”, afirmou Fernando Henrique.

“Eu sinto que agora há uma tendência de novo a

que alguns pensem que podem salvar a pátria.

A pátria se salva sozinha. Nós temos que ter

regras que permitam o funcionamento das

divergências dentro de um contexto, respeitando

regra, respeitando a Constituição, dando espaço

pra todo mundo.”

O ex-presidente comentou brevemente a

notícia, que veio à tona semana passada, de

que o presidente Jair Bolsonaro teria decidido,

mas acabou dissuadido, de intervir no Supremo

Tribunal Federal (STF), em maio. “Os ministros

do Supremo tomam uma decisão que interfere

no outro Poder [Executivo], que fica irritado e

tem reações que não são razoáveis: ‘Quero

nomear novos nomes do Supremo!’ Isso aí já é

o começo de uma conversa ruim.”

Fernando Henrique Cardoso classificou o

presidente Jair Bolsonaro como alguém que não

sabe o que acontece no mundo.

Ao comentar a rivalidade entre Estados Unidos

e China, FHC afirmou que os países brigam por

espaço para ter influência e relações

comerciais, por exemplo, com países como o

Brasil. “São decisões muito complicadas, que

estão longe de ser a vida política brasileira.

Você elege pessoas que parece que estão fora

do mundo, que têm ideias anacrônicas. O

presidente às vezes não tem que saber nada,

tem que saber conduzir, mas é bom que saiba204

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - STF

de algo que está acontecendo no mundo, que

não tenha a visão tão fechada sobre certas

questões.”

Bolsonaro busca alinhamento com os EUA, por

meio de aproximação com o presidente

americano Donald Trump. Declarações do

presidente brasileiro e de ministros ofensivas à

China causaram tensão com o país oriental.

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique

Mandetta participou do mesmo evento que

FHC, em outro painel, e fez também críticas à

militarização. Mandetta classificou o momento

atual na Saúde como uma “grande noite” e um

“apagar de luzes”. A pasta está sob comando

de um interino, o general Eduardo Pazuello,

sem experiência ou conhecimentos em saúde.

“Com a militarização, vem a grande noite do

Ministério da Saúde. Apagam-se as luzes. A

primeira ação é esconder os números.”

De acordo com o ex-ministro, os “generais de

plantão no Ministério da Saúde” obedecem à

determinação política de Bolsonaro ao tentar

tirar a responsabilidade do governo federal no

combate à covid e deixar o ônus para Estados

e municípios. “Calam-se frente ao

enfrentamento da pandemia.”

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário

STF começa a julgar aplicação doIPCA-E em dívida trabalhista

Autor: Beatriz Olivon

Uma das questões mais relevantes da área

trabalhista começou a ser analisada ontem pelo

Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se da

discussão sobre qual índice deve ser aplicado

para correção das dívidas dessa natureza — a

TR, mais vantajosa para empresas, ou o IPCA -

E. Devido ao grande número de defesas orais,

porém, não foram proferidos votos e o

julgamento acabou adiado para o dia 26.

O impacto estimado para a tese é grande, já

que praticamente todos os processos

trabalhistas têm correção monetária. Hoje existe

mais de R$ 1 trilhão em ações em andamento,

se levados em conta somente os valores das

causas, segundo levantamento do sistema de

jurimetria Data Lawyer. A estimativa só envolve

os processos eletrônicos, de 2014 em diante.

Os ministros julgam a questão por meio de duas

ações declaratórias de constitucionalidade (ADC

58 e ADC 59), ajuizadas, respectivamente, pela

Confederação Nacional do Sistema Financeiro

(Consif) e pela Confederação Nacional de

Informação e Comunicação Audiovisual.

As entidades defendem a TR como forma de

correção, como foi estabelecido pela reforma

trabalhista (Lei nº 13.467, de 2017), que alterou

o artigo 870, parágrafo 7º, da Consolidação das

Leis do Trabalho (CLT). São julgadas em

conjunto duas ações diretas de

inconstitucionalidade (ADI 5867 e ADI 6021),

propostas pela Associação Nacional dos

Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

Há uma diferença significativa entre os dois

índices. A TR é usada, por exemplo, para

corrigir o FGTS e a poupança. Em 2019, não

variou, enquanto o IPCA -E atingiu 3,91%. A

diferença já esteve bem maior em outros

períodos. Em 2015, por exemplo, chegou a nove

pontos percentuais.

Os advogados que defendem a TR somam o

índice à correção de juros de 1% ao mês para

demonstrar que a variação estaria próxima da

Selic. Entre janeiro de 2012 e maio de 2018, a

Selic variou 90%, enquanto a TR mais correção

de 1% ao mês alcançou 85% e o IPCA-E, 138%,

segundo afirmou na sessão o advogado da

Confederação Nacional do Transporte (CNT),

Sérgio Victor. Para ele, haveria uma distorção

com o IPCA-E.

Advogado da Anamatra, Alberto Pavie Ribeiro,

destacou, porém, que os juros não estão em

discussão no julgamento. “Juros são juros,

atualização monetária é atualização monetária”,

disse em sustentação oral, acrescentando que

não foi apresentado nas ações declaratórias de

constitucionalidade prova da existência de

controvérsia judicial sobre a aplicação de juros

de mora.

Há divergência também sobre a importância da

decisão do STF que afastou a correção dos

precatórios pela TR, determinando a

substituição pelo IPCA-E. A Justiça do Trabalho

usa a decisão para afastar a TR dos débitos e

depósitos judiciais. Para o advogado da Consif,

Fábio Lima Quintas, o raciocínio não se aplica

porque o Estado havia determinado a aplicação

da TR em benefício próprio e as dívidas

trabalhistas são civis.

Ainda segundo Quintas, o que está em

discussão não é só a TR, mas a taxa de retorno

do crédito trabalhista. O critério defendido pela206

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Judiciário

Anamatra, afirmou, gera uma “distorção brutal”.

“Não à toa que hoje existe um mercado de

compra de crédito trabalhista. Não há

investimento que remunere com IPCA-E mais

juros de 1% ao mês.”

No entendimento do advogado da Anamatra,

porém, a fundamentação adotada pelo STF, no

caso dos precatórios, se presta a qualquer

situação. “Os mesmos vícios existentes na Lei

nº 9.494/97 [sobre precatórios] estavam no

artigo 39 da Lei nº 8.177/91 e estão presentes

agora no 879 da CLT”, disse.

Ele acrescentou que “o legislador fez uma

opção inconstitucional e discriminatória ao

impor correção monetária dos créditos

trabalhistas pela TR”. As partes, afirmou, não

procuram o Judiciário imotivadamente ou para

realizar “investimento inexistente no mercado

financeiro”, mas para reparar o

descumprimento de um direito.

A discussão sobre o uso de TR ou IPCA-E tem

idas e vindas. Até 2015, os processos eram

corrigidos pela TR, acrescida de 12% de juros

ao ano. Em 2016, a TR foi derrubada pelo

Tribunal Superior do Trabalho (TST), que a

substituiu pelo IPCA -E. No ano seguinte a lei

da reforma trabalhista instituiu novamente a

TR. Parte da Justiça do Trabalho, porém,

passou a considerar a previsão inconstitucional

e continuou a aplicar o IPCA-E.

Em junho, o ministro Gilmar Mendes, relator

dos casos, decidiu suspender todos os

processos no país sobre o assunto, o que

gerou polêmica no meio jurídico. A Ordem dos

Advogados do Brasil (OAB) e a Anamatra

questionaram a medida, afirmando que

inviabilizaria a Justiça do Trabalho, uma vez

que praticamente todos os processos tratam da

correção.

No mês passado, o relator esclareceu sua

decisão e liberou o andamento das ações até

que o STF defina qual índice deve ser aplicado

às dívidas trabalhistas.

Até lá, a correção será pela TR aos valores

incontroversos.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Judiciário, Judiciário - STF

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Judiciário - Sistema Carcerário

Familiares de presas reclamam defalta de informações na Penitenciária

de Três Corações

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Familiares de detentas da Penitenciária de Três

Corações (MG) reclamam da falta de

informações e acesso às mulheres. A situação

teria piorado após a morte de uma das

presidiárias em um incêndio no último domingo.

As famílias contam que a situação já estava

difícil, sem visitas e poucas informações. Mas o

incêndio deixou tudo mais difícil. Muitos

familiares não conseguiam informações sobre

as vítimas no domingo.

Uma detenta morreu e 16 pessoas ficaram

feridas, entre presidiárias e funcionários, em um

incêndio no último domingo, na Penitenciária

Três Corações 1. Flaviane de Paula Correia, de

23 anos, ateou fogo em uma barricada de

colchões na ala feminina.

A detenta foi socorrida, mas morreu com 80%

de queimaduras pelo corpo. Outras 11 detentas

e cinco funcionários que inalaram fumaça

também precisaram de atendimento médico de

emergência. Todos já tiveram alta.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança

Pública informou que abriu um procedimento

interno e que a unidade segue com a rotina

normalmente. A Polícia Civil de Três Corações

abriu inquérito para apurar as causas do

incêndio na penitenciária.

Uma familiar de uma detenta que foi transferida

para o local há cinco meses disse que as

informações são escassas, quando existem e

que as visitas virtuais não estão acontecendo.

Ela reclama da falta de comunicação e

transparência do sistema carcerário.

"As presas não são tratadas com dignidade,

cumprem as penas em estado caótico dentro

das celas. Com esse incêndio de domingo, eu

não fui notificada, em momento algum do

ocorrido, fiquei sabendo pela imprensa do que

aconteceu, não sabia nem se ela era a vítima,

ou se estava dentro de uma delas. Eu acho um

descaso com os familiares, porque a presa, ela

é mãe, ela tem filhos, ela é irmã, ela é esposa,

ela precisa do cuidado, da atenção do sistema,

para que elas paguem com dignidade a sua

pena, seja lá o crime cometido", disse uma

familiar que não quis se identificar.

No fim do ano passado, a EPTV Sul de Minas,

afiliada Rede Globo, mostrou que as famílias

acampavam em frente o local para poder ter

acesso aos familiares. Para passar a noite, os

parentes dos presos improvisavam barracas,

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Judiciário - Sistema Carcerário

todas reforçadas com lona para enfrentar a

chuva.

A OAB informou que está acompanhando os

casos de perto.

"Foi um período sem os reclusos nas visitas

aos seus familiares, agora surgiu a nova

modalidade por videoconferência e agora fui

informado pelo sistema prisional, que estão

sendo feitas de 80 a 100 visitações por

videoconferência semanais, mas esse número

vai aumentar, porque através da OAB, do

poder Judiciário e do Ministério Público, já

movimentamos um processo para colocar no

sistema prisional uma internet veloz que seja

capaz de suprir essa necessidade. Já foi feito

todo o processamento, os orçamentos, então

acredito que até a próxima semana já comece

a instalar essa internet de melhor qualidade

para que os presos possam falar com seus

familiares", disse o diretor de assuntos

carcerários da OAB de Três Corações,

Geberson Geraldo de Jesus.

Confira abaixo na íntegra, a nota enviada pela

Secretaria de Estado de Justiça e Segurança

Pública (Sejusp), sobre o caso:

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança

Pública (Sejusp), por meio do Departamento

Penitenciário de Minas Gerais (Depen MG),

esclarece que familiares da detenta que ateou

fogo em uma barricada de colchões, na

Penitenciária de Três Corações I, foram

informados sobre o ocorrido no mesmo dia, o

último domingo (9/8), pela assistente social e

pela diretora de atendimento da unidade. Não

houve outros feridos na ocasião ou fato que

justificasse o contato com as famílias de

demais custodiados.

Os internos apenas têm acesso ao álcool em

gel em casos de movimentações internas ou

quando desenvolvem alguma atividade laboral

no interior da unidade, sob supervisão de

policiais penais. Eles não têm acesso ao

produto dentro das celas.

Sobre as denúncias de maus tratos, a Sejusp

sublinha que não compactua com qualquer

desvio de conduta de seus servidores e que

toda ação inadequada, quando devidamente

formalizada, é apurada com o rigor e a

celeridade exigidos, respeitando sempre o

direito de ampla defesa e ao contraditório.

Contudo, não há denúncias de maus tratos

formalmente registradas na Penitenciária de

Três Corações I.

Não procede a informação de que os familiares

estejam sem notícias dos presos.

A suspensão das visitas presenciais foi uma

das iniciativas da Secretaria de Estado de

Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para

prevenir e conter a disseminação da covid-19

no ambiente prisional, em tempos de

isolamento social. A medida foi tomada desde o

fim do mês de março. Para reduzir os impactos

do cancelamento temporário das visitas

presenciais, o Departamento Penitenciário de

Minas Gerais (Depen-MG) investiu mais de R$

2,5 milhões na aquisição de equipamentos para

todas as unidades prisionais do Estado, a fim

de viabilizar a realização de audiências virtuais

e de visitas familiares a distância. Além disso,

foi autorizado o envio de kits suplementares via

Correios, contendo materiais de uso e gosto

pessoal, que antes eram entregues

presencialmente por familiares. Vale ressaltar

que os materiais do kit são entregues pela

unidade prisional a todos os detentos.

Com a suspensão das visitas os familiares

podem ter contato com seus parentes de três

formas: por meio de cartas (ação prevista para

todas as unidades e com média de 35 mil

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Judiciário - Sistema Carcerário

recebimentos por semana), ligações telefônicas

(cujo número é diferente em cada unidade e

deve ser fornecido pelo presídio ou

penitenciária; a média semanal é de 15 mil

ligações realizadas) ou visitas virtuais por meio

de videoconferências nas unidades em que

essa tecnologia já está disponibilizada. Mais de

80% das unidades prisionais já realizam visitas

familiares por videoconferência. Foram

realizadas cerca de 18 mil visitas virtuais, até o

momento.

Ao todo, das 194 unidades prisionais

administradas pelo Depen MG, 151 já oferecem

ao custodiado as visitas virtuais, como forma

de manter o laço familiar neste período de

distanciamento social. Elas são realizadas

diariamente e cada unidade prisional segue o

seu protocolo de agendamento.

Para participar, o familiar pode entrar em

contato diretamente com a unidade prisional,

desde que ele já seja cadastrado para realizar

as visitas presenciais, e solicitar o

agendamento com o setor responsável. Os

familiares também precisam ter um telefone

que realiza videochamadas. Outra

possibilidade é mandar um e-mail para

[email protected] e solicitar o auxílio

da equipe de atendimento. Aqueles familiares

que estão com o cadastro vencido também

podem solicitar as visitas. Vale destacar que

esta é uma medida temporária, durante este

período de pandemia.

Na Penitenciária de Três Corações I

acontecem, em média, 480 videoconferências

com familiares por mês. Mensalmente são

realizadas também, em média, 250 ligações

telefônicas para famílias que não têm acesso a

equipamentos que permitam as chamadas por

vídeo. Ainda, são recebidas e enviadas cerca

de 4 mil comunicações por carta.

Att.

Ascom/Sejusp

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Sistema Carcerário

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Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Pernambucoquarta-feira, 12 de agosto de 2020

Judiciário - Conciliação

Pela internet, centros de resolução deconflitos ajudam de forma gratuita

população com pendências judiciais

Clique aqui para abrir a imagem

Durante a pandemia do novo coronavírus, 23

Centros Judiciários de Solução de Conflitos

(Cejusc) estão funcionando pela internet, para

receber pedidos que envolvam divórcio, guarda,

visita, alimentos, cobrança de aluguel, dívidas e

outras demandas. O serviço, coordenado pelo

Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), é

gratuito e funciona para todo o estado.

Tudo funciona de forma virtual e com agilidade,

segundo o TJPE, para resolução consensual de

conflitos.

Os Centros Judiciários de Solução de Conflitos

e Cidadania são unidades que atuam na

realização de sessões de mediação e

conciliação, seja de processos judicializados

ou nos casos pré-processuais, antes de chegar

ao Judiciário.

Além disso, há a possibilidade de realização de

sessões de conciliação nas comunidades, por

meio do Programa da Justiça Itinerante, e o

tratamento de situações de superendividamento,

através do Proendividados.

Nas Casas de Justiça e Cidadania, além das

mediações, é possível ter acesso a serviços de

orientação para recebimento de auxílios sociais,

como a bolsa família, o auxílio emergencial e o

seguro desemprego.

Já nos Cejuscs e em algumas das Câmaras

Privadas de Conciliação e Mediação, é

possível realizar pedidos de divórcio,

regulamentação de guarda, conflitos de

vizinhança e outros. Dúvidas podem ser

solucionadas pelo telefone (81) 3181.0446.

Confira, abaixo, a lista dos centros e o contato

Núcleo Permanente de Métodos Consensuais

de Solução de Conflitos

Unidade E-mail Telefone

Nupemec [email protected] (81) 3181-0446

Fonte: TJPE

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Casas de Justiça e Cidadania

Unidade E-mail Telefone

Casa de Justiça e Cidadania - Bongi

casa.justiç[email protected] (81) 3181-9080

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Conselho Nacional de Justiça - CNJG1.Globo/Nacional - Pernambucoquarta-feira, 12 de agosto de 2020

Judiciário - Conciliação

Casa de Justiça e Cidadania - Coque

casa.justiç[email protected] (81) 3181-9311

Fonte: TJPE

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Proendividados

Unidade E-mail Telefone

Proendividados - Recife

[email protected] (81) 3182-0887

Fonte: TJPE

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Centros Judiciários de Solução de Conflitos e

Cidadania (Cejuscs)

Unidade E-mail Telefone

Central de Audiências - Recife

[email protected] (81) 3181-0780

Cejusc - Recife (manhã)

[email protected] (81) 97903-1885

Cejusc - Recife (tarde)

[email protected] (81) 3181-0541

Cejusc - 2º Grau [email protected]

(81) 3182-0660

Cejusc - Abreu e Lima

[email protected] (81) 98306-

9376

Cejusc - Afogados da Ingazeira

[email protected] (87)

99803-1047

Cejusc - Araripina

[email protected] (87) 99165-9000

Cejusc - Arcoverde

[email protected] (87) 99804-

2298

Cejusc - Bezerros

[email protected] (81) 99280-0589

Cejusc - Cabo de Santo Agostinho

[email protected] (81) 97903-2228

Cejusc - Camaragibe

[email protected] (81) 3181-

9345

Cejusc - Caruaru (manhã)

[email protected] (81) 98201-5094

Cejusc - Caruaru (tarde)

[email protected] (81) 3725-7451

Cejusc - Garanhuns

[email protected] (81) 98144-

2834

Cejusc - Goiana [email protected]

(81) 99210-1101

Cejusc - Gravatá [email protected]

(81) 99433-5239

Cejusc - Jaboatão dos Guararapes

[email protected] (81) 98773-6071

Cejusc - Olinda [email protected] (81)

3182-2715

Cejusc - Paulista [email protected]

(81) 99790-1445

Cejusc - Pesqueira

[email protected] (87) 99642-

212

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Judiciário - Conciliação

9533

Cejusc - Petrolina

[email protected] (87) 3866-9588

Cejusc - Salgueiro

[email protected] (87) 3871-8788

Cejusc - Santa Cruz do Capibaribe

[email protected] (81) 97332-

2341

Cejusc - São Lourenço da Mata

[email protected] (81)

3181-9215

Cejusc - Serra Talhada

[email protected] (87) 3929-

3580

Cejusc - Vitória de Santo Antão

[email protected] (81)

99920-6294

Fonte: TJPE

deslize para ver o conteúdo

Câmaras Privadas de Conciliação e Mediação

Unidade E-mail Telefone

CPCM - Defensoria Pública de Goiana

[email protected] (81)

99488-3036

CPCM - Defensoria Pública de Recife

[email protected] (81)

99488-2218

CPCM - Faculdade Estácio (Recife)

[email protected] (81) 99182-

4324

CPCM - Unicap (Recife) [email protected]

(81) 98194-0526

CPCM - Prefeitura de Olinda

[email protected]

m (81) 99993-9395

CPCM - Faculdade Asces Caruaru

[email protected] (81) 2103-2046

CPCM - Unifavip (Caruaru)

[email protected] ---

CPCM - Facisa (Araripina) --- (87) 998169-0471

CPCM - Prefeitura de Jaboatão

[email protected] (81) 99975-6420

Fonte: TJPE

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Coronavírus em Pernambuco

Nesta quarta-feira (12), dia em que se

completam cinco meses da confirmação dos

primeiros casos de Covid-19 em Pernambuco,

o estado contabilizou mais 1.393 pacientes e

41 óbitos. Com isso, o total de casos passa a

ser de 107.375, enquanto o número de mortes

de pessoas com o novo coronavírus subiu para

7.049 (veja vídeo acima).

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Conciliação

213

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal - Belem/Pará - Notíciasquarta-feira, 12 de agosto de 2020

Judiciário - PJE

Comissão da Alepa aprova PL quesuspende, até 2021, validade dos

concursos públicos

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Keila Ferreira

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da

Assembleia Legislativa do Pará aprovou Projeto

de Lei, apresentado pelo Poder Executivo, que

estabelece a suspensão até o final do ano que

vem, do prazo de validade dos concursos

públicos já homologados pelos poderes, órgãos

e entidades da administração pública estadual.

Pela matéria, que ainda deve ir à plenário para

apreciação dos demais parlamentares, a medida

vale até 31 de dezembro de 2021 para os

certames já homologados na data da publicação

do Decreto Estadual nº 02, de 20 de março

desse ano. Com isso, os prazos voltam a correr

somente a partir de 1º de janeiro de 2022, pelo

tempo restante até a sua expiração.

Segundo a assessoria de imprensa da Alepa, o

projeto foi aprovado durante a sessão da CCJ

no início da tarde de terça-feira. Os deputados

Eliel Faustino (DEM) e Fábio Figueiras (PSB) se

manifestaram contra o texto do projeto, que

ainda pode sofrer alterações em plenário. A

proposição estabelece ainda que os poderes,

órgãos e entidades da administração pública

estadual ficam autorizados a convocar os

candidatos para suprir as vacâncias de cargos

públicos efetivos ocorridas entre 28 de maio de

2020 e 31 de dezembro de 2021.

Além dessa matéria, a Comissão de

Constituição e Justiça da Alepa aprovou outros

cinco projetos que estavam em pauta: o que

Institui o Sistema Estadual de Cultura do Estado

do Pará (SECPA); o que altera a Lei nº 8.605 de

11 de janeiro de 2018, que cria o Plano Xingu

Sustentável, que dispõe sobre o Fundo de

Desenvolvimento Econômico do Estado do Pará

(FDE); Institui o Fundo Estadual do Trabalho do

Estado do Pará (FET/PA), e altera a Lei

Estadual nº 8.542, de 29 de setembro de 2017,

que Institui o Conselho Estadual de Trabalho,

Emprego e Renda do Estado do Pará (Ceterpa);

que aumenta o percentual dos valores

arrecadados a título de honorários, a ser

distribuído aos servidores da Procuradoria-Geral

do Estado; e que dispõe sobre as Centrais de

Serviços Eletrônicos Compartilhados no Estado

do Pará.

CÂMARA

Na Câmara Municipal de Belém, os vereadores

aprovaram, durante a sessão ordinária de terça-

feira (11), moção de repúdio contra a

obrigatoriedade de fazer protocolos via Sistema

Processual Judicial Eletrônico - PJE Criminal,

214

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Liberal - Belem/Pará - Notíciasquarta-feira, 12 de agosto de 2020

Judiciário - PJE

pelos escrivães de Polícia do Estado do Pará.

Para o autor do requerimento, vereador Pablo

Farah (PL), tal incumbência é desvio de função

já que não consta como atribuições previstas

nos dispositivos legais que regem a Polícia

Civil do Pará.

Ele apontou algumas sugestões para

solucionar o problema como a viabilização, por

parte da Prodepa, da integração dos Sistemas

do TJPA, simplificando a tramitação de

inquéritos policiais e medidas cautelares entre

a Polícia Civil e o Judiciário Estadual. Farah

defendeu ainda a realização de concurso

público, contratação de estagiários, bem como

agentes administrativos, não descartando

outras que possam por ventura ser mais justas

ou adequadas como a ampliação do número de

vagas para escrivão no próximo concurso da

PC.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - PJE

215

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Conselho Nacional de Justiça - CNJAlagoas 24Horas/Alagoas - notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Juíza idealiza projeto para preservarvínculos familiares em processos de

guarda e visitação

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Autor: Dicom TJAL

Em um processo de litígio de guarda ou

visitação de crianças e adolescentes nem

sempre se preservam os vínculos familiares,

necessário para o desenvolvimento saudável

dos menores. Com o intuito de permitir o

restabelecimento dessas relações numa nova

fase do relacionamento, vem sendo elaborado o

Projeto Guarda-me, idealizado pela juíza

Carolina Valões, da 2ª Vara...

Dicom TJ-AL

Logo do projeto Guarda-me.

Em um processo de litígio de guarda ou

visitação de crianças e adolescentes nem

sempre se preservam os vínculos familiares,

necessário para o desenvolvimento saudável

dos menores. Com o intuito de permitir o

restabelecimento dessas relações numa nova

fase do relacionamento, vem sendo elaborado o

Projeto Guarda-me, idealizado pela juíza

Carolina Valões, da 2ª Vara de Rio Largo.

O projeto garante às partes que estão em litígio

pela guarda ou visitação dos filhos uma tutela

jurisdicional devida para a situação reivindicada,

que muitas vezes não se resolve apenas no

julgamento do processo, já que envolve

questões além das jurídicas. Assim, busca-se

solucionar o conflito familiar em atenção à

complexidade que o envolve, sob um viés

multidisciplinar, baseado na ressignificação e na

construção da paz.

A ideia é que, ao término das etapas, as famílias

encaminhadas sejam capazes de dialogar sobre

os conflitos familiares que venham a surgir em

suas vidas. Além da juíza Carolina Valões, o

projeto conta com as colaboradoras Márcia

Buarque, Renata Tenório e Moacyra Rocha,

servidoras do Judiciário.

Funcionamento

O lançamento do projeto está previsto para

setembro, com o início do treinamento dos

servidores. Os primeiros atendimentos devem

ocorrer em 2021, na Comarca de Rio Largo. Os

processos serão selecionados pela unidade

judicial a cada três meses, atendendo quatro

turmas ao ano. Após a avaliação da magistrada,

as partes serão intimadas para reunião com a

equipe multidisciplinar.

No mesmo dia, a assessoria da vara explica a

216

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Conselho Nacional de Justiça - CNJAlagoas 24Horas/Alagoas - notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

importância da conciliação aos litigantes. O

projeto é dividido em sete etapas, sendo seis

de reuniões e uma de visita da equipe. Durante

os encontros, serão debatidos temas como

comunicação não violenta, violência no

ambiente doméstico e familiar, alienação

parental e ressignificação das relações

familiares.

O Guarda-me realizará ainda o

acompanhamento virtual semanal, através do

Whatsapp, para observar a reflexão das partes

acerca dos temas tratados, além de

encaminhar vídeos lúdicos e entregar cartilhas

explicativas sobre os assuntos debatidos a

cada reunião.

Após a fase de reuniões, ocorre visita técnica

realizada pela equipe multidisciplinar em

domicílio, por um assistente social, e na escola,

por uma pedagoga. O procedimento é

encerrado com a entrega de relatório, que

contribuirá para a decisão definitiva do feito

desde logo ou designação de nova audiência

de conciliação. Ao final, ocorre um encontro

em dois grupos: o dos adultos, com o

fechamento do projeto com as famílias, e o das

crianças, que participarão de atividades

lúdicas.

Em períodos de um mês, três meses e seis

meses após o julgamento do feito, a assessoria

da vara entrará em contato com as partes para

a coleta de informações referentes à

comunicação entre os responsáveis pelas

crianças ou adolescentes, a convivência dos

menores com o guardião e o não guardião,

aproveitamento escolar e acompanhamento

dos menores por psicólogo, entre outros

pontos.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Conciliação217

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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Pandemia impulsionou atransformação digital no Judiciário, diz

Dias Toffoli

Clique aqui para abrir a imagem

A pandemia do coronavírus impulsionou a

transformação digital que estava em curso no

Poder Judiciário já há alguns anos, de acordo

com o presidente do Supremo Tribunal Federal,

ministro Dias Toffoli. A afirmação se deu durante

discurso no lançamento virtual do Anuário da

Justiça Brasil 2020, nesta quarta-feira (12/8),

transmitido pela TV ConJur e pela TV Justiça.

Segundo o ministro, a publicação contribui de

forma decisiva para o conhecimento público e a

defesa do Judiciário, bem como para o

aprimoramento das instituições judiciais. A

cerimônia contou com a participação de

ministros do STF e de todos os tribunais

superiores do país, além de representantes da

advocacia, do Ministério Público e da Defensoria

Pública.

"Graças às tecnologias digitais, garantimos mais

do que continuidade da atividade jurisdicional.

Promovemos produtividade", afirmou Toffoli

durante lançamento.

Em sua fala, Toffoli enfatizou que a imposição

do confinamento obrigou as cortes trabalharem

de uma forma inédita. 'Graças às tecnologias

digitais, garantimos mais do que continuidade

da atividade jurisdicional. Promovemos o

incremento da produtividade, da eficiência e da

transparência judiciais. As cortes do país

seguem funcionando a todo vapor, por meio de

julgamentos virtuais e de ferramentas digitais e

viabilizam o trabalho à distância', comentou.

'No Supremo Tribunal Federal, a ampliação dos

julgamentos virtuais, que existem desde 2007,

permitiu que de 12 de março ao dia 1 de julho, o

Supremo julgasse 6.927 processos

colegiadamente, 1.801 deles no Plenário maior,

2.834 na 1ª Turma e 2.280 na 2ª Turma. No

chamado plenário virtual, os julgamentos

ocorrem com a máxima transparência,

publicidade e observância das garantias da

ampla defesa e do contraditório, como deve ser

no Estado Democrático de Direito', apontou Dias

Toffoli.

Reportagem do Anuário da Justiça contextualiza

esses julgamentos e mostra que, até maio de

2020, estados e municípios haviam editado 10

mil leis para fazer frente à epidemia de Covid-

19. Uma das mais importantes decisões foi

tomada em abril, em meio ao conflito existente

entre normas locais e a Medida Provisória

926/2020, do governo federal, para contenção

da doença. O Plenário da corte reconheceu que

as competências concedidas à Agência

218

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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pela

medida provisória não afastaram a

competência concorrente de estados e

municípios sobre saúde pública.

"O ano de 2020 provou que várias

escolhas do passado estavam corretas. O

mundo do futuro está acontecendo agora',

afirmou o ministro do STJ Humberto Martins.

Para o presidente eleito do Superior Tribunal

de Justiça, ministro Humberto Martins, a

epidemia da Covid-19 consolidou mudanças

que já estavam em curso no Poder Judiciário.

'Se vários setores do Estado estão tendo que

se adaptar com o funcionamento remoto e com

a internet, é com alegria que constatamos que

a passagem da informatização judicial no Brasil

foi, em larga medida, bem-sucedida', avaliou

Martins, que atualmente é corregedor nacional

de Justiça.

'A Corregedoria realizou inspeções virtuais e

deu andamento eletrônico aos milhares de

feitos de sua competência. A situação digital

nunca foi um caminho de emergência para o

Poder Judiciário brasileiro. Ela sempre foi um

objetivo que esteve no horizonte de seus

membros. O ano de 2020 provou que várias

escolhas do passado estavam corretas.

Modernizar significa olhar o futuro com respeito

ao passado. É possível conciliar as boas

tradições com a dinâmica ágil. O mundo do

futuro está acontecendo agora', disse.

A maneira como o STJ se adaptou frente à

chegada e à evolução da epidemia do

coronavírus também está registrada no

Anuário. Reportagem publicada conta que a

corte cancelou sessões presenciais e

suspendeu prazos em 19 de março. Pouco

mais de três meses depois, registrou 213.755

decisões tomadas por teletrabalho. Dessas,

33.324 foram colegiadas. Em 24 de março,

anunciou a ampliação dos julgamentos virtuais,

estendendo-os aos colegiados que julgam

matéria criminal. Em 17 de abril, decidiu pela

instituição das sessões por videoconferência,

com possibilidade de sustentação e

intervenção dos advogados em tempo real.

"A pandemia da Covid-19 trouxe desafios

nunca antes imaginados", relatou a ministra

Maria Cristina Peduzzi.

A presidente do Tribunal Superior do Trabalho,

ministra Maria Cristina Peduzzi, disse que o

Anuário 'é ferramenta que registra as

metamorfoses da sociedade e da comunidade

jurídica', e que o Poder Judiciário precisou se

adaptar, na pandemia, a novas formas de

prestação jurisdicional.

'O Tribunal Superior do Trabalho adotou uma

série de medidas para o enfrentamento do

novo coronavírus. Foram editados atos no

âmbito do TST, da Justiça do Trabalho, do

Conselho Superior, para estabelecer o trabalho

remoto e para manter de forma presencial a

prestação dos serviços essenciais, de forma

limitada ao pessoal estritamente necessário',

comentou.

'E a pandemia da Covid-19 trouxe desafios

nunca antes imaginados. Porém, apesar da

turbulência que todo mundo vive e o Poder

Judiciário e a sociedade enfrentam, a Justiça

do Trabalho tem aperfeiçoado a forma de

oferecer a prestação jurisdicional, por meio de

sessões e audiência telepresenciais, por meio

da mediação inclusive pré-processual e da

conciliação, com eficiência e celeridade', disse

Peduzzi.

Reportagem publicada no Anuário conta que,

em 2019, o Tribunal Superior do Trabalho viu

seu acervo de casos em tramitação aumentar

219

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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

56%, saltando de 253 mil para 396 mil. Foi o

maior salto verificado nos últimos dez anos,

muito e função da reforma trabalhista e da crise

econômica.

Para o presidente do STM, pandemia fez

sociedade repensar sua organização e a

revisitar valores e prioridade.

O presidente do Superior Tribunal Militar,

ministro Marcus Vinicius Oliveira dos Santos,

falou sobre o 'novo normal' em seu depoimento

à TV ConJur, que forçou a sociedade a

repensar sua organização e a revisitar valores

e prioridades. 'Com o Poder Judiciário, claro,

não foi diferente e já que sou da Marinha, peço

licença para usar uma frase muito comum nas

lides navais: 'mar calmo nunca fez bom

marinheiro'. E nesse mar turbulento, o Poder

Judiciário tem mantido seu protagonismo no

sentido de assegurar direitos aos cidadãos

deste país', afirmou o ministro, ao ressaltar que

a Justiça Militar da União se adaptou e passou

a julgar de modo virtual e por videoconferência,

com transmissão ao vivo e a participação das

partes.

O defensor público-geral Federal, Gabriel Faria

Oliveira, falou sobre as dificuldades sociais e

econômicas geradas pela epidemia do novo

coronavírus e das dificuldades enfrentadas pela

Defensoria Pública da União no intenso

trabalho de judicializar o auxílio emergencial

em prol de pessoas em situação de

vulnerabilidade, que cresceu durante nesse

período. O presidente do Conselho Federal da

OAB, Felipe Santa Cruz, destacou o importante

papel da advocacia na 'reconstrução do país'

após a epidemia.

Augusto Aras: casos sobre violência doméstica

têm indicado aumento durante o período de

calamidade.

O trabalho no Ministério Público não foi menos

intenso, como relatou o procurador-geral da

República Augusto Aras. Segundo ele, os

membros da instituição têm feito a sua jornada

em defesa da população, tanto na defesa de

melhores condições sanitárias quanto nas

demais questões econômicas, sociais e até de

violência doméstica, que tem indicado aumento

durante o período de calamidade.

Em sua 14ª edição, o Anuário da Justiça traz o

perfil e a produtividade de cada um dos

ministros do Supremo Tribunal Federal e dos

tribunais superiores, informa como atendem os

advogados e as formas de contato com cada

gabinete. As tendências de julgamento nos

temas mais controvertidos e mais recorrentes

em tramitação também podem ser consultadas

na publicação.

O Anuário da Justiça é uma publicação da

ConJur, com apoio da Fundação Armando

Alvares Penteado (FAAP).

A versão impressa do Anuário da Justiça está à

venda na Livraria ConJur. A versão digital está

disponível para leitores da ConJur no app do

Anuário da Justiça, na App Store e na Play

Store, ou no site anuario.conjur.com.br. Para

receber o seu código de acesso, basta se

cadastrar no site ou atualizar o seu cadastro.

A Livraria ConJur também oferece uma

assinatura digital do Anuário da Justiça, com

acesso a todas as edições lançadas durante o

ano e a todo o seu acervo.

Leia abaixo depoimentos sobre o Anuário da

Justiça:

Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal

Federal

Lembro-me, com imensa alegria, como se

220

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Conselho Nacional de Justiça - CNJConsultor Jurídico/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

fosse ainda hoje, da data - 2007- em que foi

lançada, no Supremo Tribunal Federal, a

primeira edição do ANUÁRIO DA JUSTIÇA,

publicação da maior importância e de grande

relevo não só para a comunidade jurídica

brasileira, mas, também, para os cidadãos de

nosso País, pois revela, com dados precisos e

acurados, a face real do Poder Judiciário e a

tendência doutrinária dos seus Juízes,

notadamente dos magistrados que integram o

Supremo Tribunal Federal e os Tribunais

Superiores da União!

Trata-se de notável e singular contribuição ao

Direito e à Justiça que presta a Revista

Eletrônica CONJUR, cujos jornalistas - tendo

Márcio Chaer à frente como grande fonte de

inspiração - sempre revelaram, no desempenho

do seu trabalho, alta qualificação profissional e

rigorosa capacidade técnica, condições

fundamentais para o sucesso inquestionável

desse maravilhoso empreendimento de

elevado interesse público na área do jornalismo

jurídico!

Quero cumprimentá-lo por mais essa primorosa

edição do Anuário da Justiça Brasil 2020 e

desejar-lhe, ao lado de seus competentes

companheiros de trabalho, como Maurício

Cardoso, diretor de redação da Revista

Consultor Jurídico, os meus melhores votos de

permanente e continuado sucesso em uma

publicação digna do pioneirismo histórico e da

elevada importância da CONJUR! Receba o

meu afetuoso abraço, que rogo seja estendido

a todos e a cada um dos brilhantes jornalistas

que compõem o quadro de seus colegas e

essenciais colaboradores! CELSO DE MELLO

(Turma de 1969 das ARCADAS, Ministro e ex-

Presidente do Supremo Tribunal Federal)

Ministro Luiz Fux, presidente eleito do Supremo

Tribunal Federal

O Anuário da Justiça é um periódico muito

importante porque ele confere a todos os

partícipes da arena judicial as ideologias, a

personalidade e os conteúdos julgados.

A verdade é que ele procura demonstrar que

juízes e tribunais consagram as suas vidas

para fazerem aquilo que é o bem da população:

Justiça acima de tudo.

Ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal

Federal

O Anuário é algo que a comunidade

acadêmica, a comunidade do Direita aguarda

todos os anos. E neste ano de 2020 tem um

título sugestivo: Justiça Acima de Tudo.

E a Justiça, o que é? É, segundo os antigos,

dar a cada um o que é seu. O Anuário versa os

diversos segmentos que atuam na área da

entrega da prestação jurisdicional. E este ano

nós temos na capa a referência aos tribunais

superiores.

A referência, também, claro, ao órgão de

cúpula do Judiciário, que é o Supremo, última

trincheira da cidadania. Está de parabéns o

Anuário e está de parabéns o Consultor

Jurídico.

Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal

Federal

O Anuário da Justiça Brasil, produzido pela

Consultor Jurídico sagra-se retrato fiel do

Judiciário brasileiro e espaço único de

reflexão crítica do Supremo Tribunal Federal. A

edição atual atesta a tenacidade da jurisdição

constitucional brasileira durante o grave

período de crise desencadeado pela pandemia

do novo Coronavírus. A Corte Constitucional e

o Poder Judiciário brasileiro mostram-se

intransigentes na defesa das garantias

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

constitucionais e na higidez das garantias

institucionais democráticas da nossa

República. Esse rico momento histórico ganha

registro na feliz edição do novo número do

Anuário da Justiça.

Ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo

Tribunal Federal

Mesmo durante a quarentena imposta pela

contínua expansão da Covid-19, o Consultor

Jurídico não deixou de publicar o já tradicional

Anuário da Justiça, que continua vindo a lume,

ano a ano, sem perder a qualidade editorial, o

esmero gráfico e a precisão das informações.

Parabéns à equipe responsável pela

empreitada e a todos aqueles que com ela

colaboraram.'

Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo

Tribunal Federal e presidente do Tribunal

Superior Eleitoral

Queria cumprimentar o Márcio Chaer e a

equipe da Consultor Jurídico pelo lançamento

desse Anuário da Justiça 2020. Por

videoconferência esse ano, sem coquetel e

sem show, como a vida tem sido, mas tudo vai

passar.

O Consultor Jurídico, a ConJur, que foi pioneiro

entre os sites jurídicos, e o Anuário da Justiça

que foi igualmente pioneiro em informações

internas sobre o Poder Judiciário, uma

contribuição valiosa. Eu me lembro, no tempo

em que eu era advogado, quando começou a

sair o Anuário da Justiça, que prestava um

serviço valiosos, para que nós pudéssemos

conhecer os ministros dos tribunais superiores

e, depois, os desembargadores.

Gostaria de dizer que eu ficava mais à vontade

no tempo em que eu era advogado, e, portanto,

eu via os outros serem retratados. Hoje em dia,

eu deixei de ser estilingue e passei a ser

vidraça. Eu me lembro que, quando a Mafalda,

do Quino, completou 10 anos, a Mafalda que

talvez seja uma das mais inspiradas histórias

em quadrinho de todos os tempos,

perguntaram para o Quino o que ele achava da

Mafalda. E ele respondeu: 'Isso não é

importante. Eu gostaria de saber o que a

Mafalda acha de mim.'

Portanto eu, hoje em dia, ando preocupado em

saber o que o Anuário da Justiça está falando

de mim. Mas a verdade é que é uma equipe

sempre talentosa, qualificada e ética. Parabéns

pelo trabalho e um abraço grande.

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo

Tribunal Federal

Parabéns a toda a equipe do ConJur, pela

publicação do Anuário 2020, a mais clássica e

mais importante publicação do gênero no Brasil

e uma das mais importantes publicações

relacionadas à Justiça e ao Poder Judiciário

em todo o mundo.

E assim o é porque não só faz uma radiografia

do ano judiciário anterior a partir do Supremo

Tribunal Federal e dos tribunais superiores,

como analisa os reflexos das principais

decisões, principalmente do Supremo Tribunal

Federal, e faz uma análise prospectiva dos

rumos do poder judiciário, do que é importante

para que nós possamos aprimorar a Justiça,

almejando sempre segurança jurídica,

segurança dos direitos fundamentais e

aplicação igualitária de toda a Justiça.

Ainda há uma peculiaridade: Em virtude da

gravíssima pandemia de Covid-19, que causou

mais de 100 mil mortes no Brasil, o Anuário

2020 analisou a exitosa compatibilidade que o

Poder Judiciário fez entre a tecnologia e a

prestação jurisdicional, não deixando, em

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

nenhum momento, apesar da gravidade da

pandemia, que o brasileiro e a brasileira não

tivessem acesso ao Poder Judiciário.

Parabéns a toda a equipe.

Ministro Humberto Martins, corregedor nacional

de Justiça e presidente eleito do Superior

Tribunal de Justiça

O ano de 2020 tem sido marcado por muito

trabalho e também por muita superação. O

Anuário da Justiça de 2020 diagnostica os

desafios e apresenta informações e dados

sobre o futuro do Poder Judiciário. O Brasil e

o mundo vão superar os desafios que se

impõem à humanidade e o Poder Judiciário

será um dos suportes desta superação.

Tenho fé nos juízes, acredito na magistratura

brasileira. Caminharemos sempre juntos e

unidos pelo Brasil. A pandemia vai passar.

Deus está no controle do tempo e vamos

ultrapassar a pandemia, e vamos nos unir com

mais amor, com mais solidariedade e com mais

amor às pessoas e à dignidade humana.

Magistratura forte, cidadania respeitada.

Ministro Antônio Carlos Ferreira, do Superior

Tribunal de Justiça

Felizmente o Consultor Jurídico não esmoreceu

diante dos efeitos da crise sanitária e apresenta

o Anuário da Justiça 2020, mantendo, assim,

uma tradição que tanto contribui para o

aprimoramento dos serviços prestados pela

comunidade jurídica como um todo. Quem mais

tem a ganhar com a iniciativa do ConJur é a

sociedade brasileira, que é a verdadeira

destinatária do nosso trabalho.

Ministra Maria Cristina Peduzzi, presidente do

Tribunal Superior do Trabalho

Cumprimento a Consultor Jurídico e sua equipe

na pessoa do diretor Márcio Chaer pelo

lançamento do Anuário da Justiça Brasil 2020,

publicação exitosa e que tem se revelado

desde sua primeira edição, em 2007,

instrumento importante de divulgação à

sociedade do retrato do Poder Judiciário, no

caso presente do Supremo Tribunal Federal e

dos tribunais superiores da República, do perfil

dos magistrados, dos casos julgados, dos

temas recorrentes e relevantes, e aspectos que

em cada momento se revelam de interesse.

E a importância da publicação se identifica em

contexto de transparência e alcança a

comunidade jurídica, que nela encontra

material para estudar e compreender direções

e até mudanças na jurisprudência, e a

consolidação de modelos interpretativos.

Ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal

Superior do Trabalho

Parabéns ao ConJur, ao Dr. Márcio Chaer e a

todos que contribuíram para a edição e o

lançamento do importante Anuário da Justiça

de 2020!

Ministro Marcus Vinicius Oliveira dos Santos,

presidente do Superior Tribunal Militar

É com muita honra e satisfação que participo

dessa cerimônia de lançamento do Anuário da

Justiça Brasil 2020, organizada pelo ConJur,

importante veículo de informação especializada

em direito e Justiça em nosso país.

Participação virtual, à distância, da forma que

se tornou o 'novo normal' nesses tempos de

pandemia, tempos desafiadores é verdade, que

nos forçaram a repensar nossa organização

como sociedade e a revisitar certos valores e

prioridade como seres humanos.

Certamente não sairemos iguais dessa crise

humanitária. Dentro desse contexto de

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

distanciamento social, o serviço público se viu

impelido a encontrar soluções urgentes e

diferenciadas para continuar a prestar

atendimento à população, que mais do que

nunca tem necessidade da presença do

Estado.

Com o Poder Judiciário, claro, não foi

diferente e já que sou da Marinha, peço licença

para usar uma frase muito comum nas lides

navais: 'mar calmo nunca fez bom marinheiro'.

E nesse mar turbulento, o Poder Judiciário

tem mantido seu protagonismo no sentido de

assegurar direitos aos cidadãos deste país. E

nós, aqui na nossa Justiça Militar da União,

ainda no mês de março estabelecemos um

cronograma de planejamento e hoje, no STM,

realizamos todas as sessões de julgamento de

modo virtual e por videoconferência, com

transmissão ao vivo pela internet, assegurando

a transparência e a participação a todas as

partes dos processos.

Em respeito às normas de distanciamento

social e visando preservar a saúde dos

magistrados e servidores, adotamos o trabalho

remoto, o que não tem causado nenhum

prejuízo ao andamento das atividades, seja

administrativa seja judicante. Também na

nossa primeira instância, a mesma realidade

tem sido replicada.

E nesse quadro de anormalidade e de soluções

criativas, chegamos até hoje, onde, com muita

satisfação, cumprimos o agradável ritual a que

nos acostumamos nos últimos anos: o

lançamento do nosso Anuário da Justiça Brasil.

Anuário que nos permite sentir e identificar o

pensamento dos nossos magistrados, sobre os

mais diferentes temas afetos à nossa Justiça.

Anuário que é importante ferramenta para os

operadores do direito e demonstra

transparência a independência do Poder

Judiciário, sempre necessárias e ainda mais

essenciais nesses tempos de incerteza.

Assim, em nome de todos os ministros do

Superior Tribunal Militar, dos nossos juízes

federais e dos nossos servidores,

cumprimentamos a equipe do ConJur, que

trabalhou diretamente na elaboração dessa

revista, e que manteve a publicação nos

mesmos padrões de qualidade dos anos

anteriores, apesar de todas as dificuldades

inerentes à pandemia que ainda vivemos.

Parabéns e vida longa ao nosso Anuário da

Justiça!'

Renata Gil, presidente da AMB

"Quero ressaltar a importância do Anuário

como instrumento que permite ao Judiciário

olhar para si, para suas ações e para avaliar

impactos dos rumos que estamos trilhando. A

publicação é uma referência e possui também

valor fundamental por divulgar o trabalho e a

evolução da Justiça para a sociedade, com a

transparência que a democracia exige."

Desembargador Marcelo Buhatem, do TJ-RJ

Acompanhar a cada ano as novas edições do

Anuário é prova viva da capacidade de todos

vocês, notadamente da evolução anual da

publicação. A Associação Nacional de

Desembargadores se vale das excelentes

informações do Anuário para promover boas

relações com os magistrados brasileiros.

Augusto Aras, procurador-geral da República

Cumprimento a todas e a todos, comprimento a

todos os operadores do Direito que têm no

ConJur, no Consultor Jurídico, dirigido por

Márcio Chaer, uma importante ferramenta de

trabalho e um importante veículo de

comunicação, que além de informar, também

forma conhecimento, disponível para todos

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

aqueles que militam na seara jurídica.

E neste momento, em que comemoramos mais

um Anuário desse importante veículo de

comunicação especializado, o ConJur, quero

falar um pouco da instituição que tenho a honra

de ocupar o mais alto cargo de direção, como

Procurador-geral da República.

É praticamente impossível descrever as

grandes vitórias que o Ministério Público

Federal e o Ministério Público Brasileiro como

um todo trouxe para a sociedade brasileira e

mesmo em defesa do Estado Brasileiro nestes

30 anos de Constituição Federal. E isto vem

sendo feito cotidianamente por valorosos

homens e valorosas mulheres que dedicam

suas vidas, muitas vezes com sacrifícios

pessoais e familiares, para que a defesa da

Liberdade, a defesa de direitos e garantias

fundamentais se faça em diferentes e distantes

rincões em todo o país.

Foi assim que milhões de brasileiros tiveram

garantida a defesa do meio-ambiente e com o

passar dos anos, pudemos avançar para uma

defesa do meio-ambiente com desenvolvimento

sustentável, que é a meta que buscamos

atingir.

Nestes tempos de Covid, o Ministério Público

Brasileiro tem empenhado todos os esforços. A

Procuradoria-Geral da República, junto com o

Conselho Nacional do Ministério Público, tem

mobilizado promotores, promotoras,

procuradores e procuradoras para integrar toda

a sociedade ao Estado Brasileiro nessa grande

luta em defesa da Saúde e de melhores

condições sanitárias, para enfrentar esta

pandemia que já dizimou quase 100 mil

brasileiros.

E assim, o Ministério Público tem feito a sua

jornada em defesa dos consumidores, as

minorias, as maiorias sub representadas, como

as mulheres, os negros, e também das

minorias propriamente ditas, como os

indígenas, os quilombolas, as comunidades

tradicionais. O seu trabalho atinge desde a

infância aos idosos, também na defesa da

mulher, nos casos de violência doméstica, sem

se falar das questões de gênero, cujo cuidado

o ministério público brasileiro tem se dedicado

como um todo.

Garantir liberdade de expressão como o

primeiro valor da sociedade democrática, do

Estado Democrático de Direito, tem sido um

grande valor para o Ministério Público. É assim

que nós, brasileiros, vamos construindo um

modelo moderno, contemporâneo, que alcança

tanto o poder político como o poder econômico,

tudo no contexto do cumprimento da

Constituição e das leis do país.

Este é o caminho do meio: cumprir a

Constituição. Cumprir a vontade da soberania

que fez com que nós tivéssemos e tenhamos

uma ordem jurídica moderna, capaz de nos

propiciar paz e harmonia sociais. Mas quantas

vezes o Ministério Público, tendo que optar

entre o direito e a justiça, fê-lo preferindo a

Justiça? Muitas vezes logrou êxito construindo

e constituindo novos paradigmas de Justiça.

Outras vezes, como é natural na democracia,

apresentando um novo ver, uma nova visão de

mundo, um novo modus de viver.

Mas sempre este Ministério Público em defesa

dos vulneráveis, em defesa das comunidades

mais carentes, é assim que nós temos

caminhado pós-88, cada dia mais empenhados

no combate à corrupção. Combate à corrupção

com a compreensão de ser uma política do

Estado Brasileiro. Combate à corrupção forte,

permanente, com promotores, promotoras,

procuradores e procuradoras cada dia mais

qualificados, valendo-se de informações

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

técnicas, científicas, com o rigor acadêmico,

para que não permitamos que haja nulidades

processuais. E assim, o Ministério Público

Brasileiro tem caminhado para que o Estado

brasileiro tenha, nesta carreira de Estado, um

viés, um marco forte, um pilar da defesa que

lhe foi confiada pelos constituintes de 88.

Como nesta comemoração do Anuário, fica

aqui o meu abraço a todos que fazem do

ConJur este importante veículo de

comunicação especializado para os operadores

do Direito. Viva a Constituição de 88, viva o

Direito, viva a Justiça, viva o Ministério Público

Brasileiro! Obrigado a todos.

Felipe Santa Cruz, presidente da OAB

Eu quero parabenizar a equipe do ConJur, o

nosso querido Márcio Chaer, por mais um ano

do Anuário da Justiça.

A radiografia mais profunda do nosso Poder

Judiciário, é indispensável neste nosso

momento de reconstrução. Passada a crise

agora da pandemia, tomara que até o final do

ano, a advocacia, o Judiciário, o Ministério

Público, jogaram um papel absolutamente

indispensável na reconstrução do nosso país,

das relações jurídicas e o Anuário é um

instrumento importantíssimo nessa caminhada.

Parabéns ao ConJur pela seriedade com que

realiza este trabalho, pelos anos e pelo

sucesso deste trabalho, que no Brasil é sempre

difícil a perenidade de um trabalho bem

realizado, e a certeza da indispensabilidade do

Anuário pra todos nós da área jurídica.

Gabriel Faria Oliveira, defensor público-geral

federal

Eu quero inicialmente parabenizar a ConJur

pelo lançamento do Anuário, dizer que é uma

satisfação poder estar, mais uma vez,

representando a Defensoria Pública da União

neste grandioso evento do lançamento deste

retrato da Justiça e do sistema de Justiça.

Quero parabenizar o Consultor Jurídico e fazer

um registro. Que o presente Anuário traz a

novidade, e o ConJur sempre se renovando, a

novidade de analisar o sistema de justiça

durante a pandemia de Covid-19. Foi um

desafio para todas as instituições, para a

Justiça em si, para os tribunais superiores e

para as funções essenciais da justiça lidar com

a ferramenta e com a necessidade de fazer

justiça diante da pandemia.

No âmbito da Defensoria Pública, nós ainda

com o desafio de permanentemente atender

pessoas. As pessoas vulnerabilizadas, pessoas

que se tornaram num conjunto, se

engrandeceu o conjunto destes vulneráveis por

conta da pandemia e da dificuldade de

trabalho. Nós tivemos dentro da Defensoria

Pública um envolvimento bastante intenso com

a judicialização por conta do auxílio financeiro

emergencial e certamente a revista vai poder

trazer no Anuário todos estes desafios e com o

brilhantismo que lhe é peculiar auxiliar os seus

leitores para enfim poder mostrar um novo

sistema de justiça que se desenvolve a partir

das dificuldades que vivemos no presente.

Meus parabéns ao Consultor Jurídico, um

grande abraço a todos, felicitações.

Ministro José Levi Mello do Amaral, advogado-

geral da União

Eu queria celebrar mais um Anuário da Justiça.

É uma publicação já tradicional, uma

publicação onde o meio jurídico se encontra,

uma publicação onde a sociedade pode

conhecer o meio jurídico e, por isso mesmo,

ajuda muito na transparência, no

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

conhecimento, na clareza de coisas e

realmente é um trabalho que prima pela

qualidade e, por isso mesmo, é admirado e

esperado, ano após ano. Fico muito contente

em poder registrar estas minhas palavras e

desejar um ótimo lançamento para mais um

Anuário da Justiça. Muito obrigado.

Ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas

da União

Sou leitor assíduo das notícias, entrevistas e

artigos da Revista Eletrônica ConJur há mais

de uma década e considero sua linha editorial

uma enorme contribuição à informação jurídica

de qualidade no Brasil. O Anuário da Justiça,

entretanto, vai além e contribui para a própria

Ciência do Direito. Não só reúne vasto

levantamento jornalístico sobre os tribunais

brasileiros, mas também compila valioso

conteúdo de cunho biográfico e de tendência

jurisprudencial de cada magistrado que

compõe cada uma dessas cortes. Isso oferece

aos profissionais do Direito valiosa ferramenta

de trabalho e aos pesquisadores em geral

importante fonte de referência.

Vladimir Aras, procurador regional da

República

É com grande prazer que eu participo desta

celebração pelo lançamento da edição 2020 do

Anuário da Justiça do Brasil. Esta publicação

que já se tornou consolidada no cenário jurídico

brasileiro, tem uma contribuição muito longa,

mais de uma década, para o conhecimento do

Poder Judiciário. Para dar publicidade ao

Poder Judiciário do Brasil e, mais do que isso,

ao sistema de Justiça do país, uma vez que,

além de traçar um perfil, fazer um retrato dos

tribunais superiores, o Anuário também dedica

algumas de suas páginas ao Ministério Público,

à Procuradoria-geral da República, ao

Conselho Nacional do Ministério Público,

permitindo assim um diagnóstico muito

importante sobre o funcionamento destas

instituições sobre a contribuição que tem sido

dada por estes órgãos, especialmente pelo

Poder Judiciário, ao país. Pelos avanços nos

últimos anos, pelos desafios enfrentados, pelas

grandes dificuldades em lidar com temas tão

intrincados que incomodam a coletividade na

tutela de direitos individuais ou na defesa de

direitos coletivos. Na solução de questões dos

cidadãos, isoladamente considerados, mas

também das grandes questões nacionais.

Carlos José Santos da Silva, presidente do

Cesa

Parabéns por mais essa edição. Sempre atual.

A cada edição uma novidade. O Anuário da

Justiça Brasil continua sendo uma ferramenta

fundamental para todos os operadores do

direito.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Conciliação

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário

Casos de covid-19 no sistemacarcerário aumentam 72,4% em um

mês

Clique aqui para abrir a imagem

Publicado no Brasil de Fato

Segundo dados do Conselho Nacional de

Justiça (CNJ) divulgados nesta quarta-feira (12),

15.569 pessoas presas já foram contaminadas

pelo coronavírus no Brasil. Se somado aos

casos de infecção entre os servidores, que

totalizam 6.908, o número total de diagnósticos

positivos para a covid-19 no sistema carcerário

chega a 22.477. Um aumento de 72,4% nos

últimos 30 dias.

O número de pessoas privadas de liberdade que

perderam a vida em razão da covid-19 chega a

89. Entre os trabalhadores, foram 73 mortes. No

total, são 162 óbitos registrados desde o início

da pandemia.

O monitoramento do CNJ aponta ainda que as

regiões Sudeste e Centro-Oeste concentram a

maior porcentagem de diagnósticos positivos

entre as pessoas encarceradas. Apenas o

estado de São Paulo, por exemplo, registra

3.984 contaminações.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Leonardo

Biagioni, defensor público do Estado de São

Paulo e coordenador do Núcleo Especializado

de Situação Carcerária da Defensoria Pública

do Estado de São Paulo (Nesc), afirma que não

há condições mínimas dentro do sistema

carcerário brasileiro para impedir a proliferação

do vírus entre os presos.

Além da superlotação tornar o distanciamento

social impraticável, Biagioni ressalta que os

detentos também não têm acesso a produtos de

higiene e fornecimento de água da forma

adequada para a higienização correta.

A recomendação 62/2020, feita pelo CNJ no

início da pandemia, alertou para os perigos da

proliferação do coronavírus no cárcere e

incentivou magistrados a reverem prisões de

pessoas de grupos de risco e em final de pena

que não tenham cometido crimes violentos ou

com grave ameaça. No entanto, conforme

explica Biagioni, a orientação não tem sido

cumprida e as medidas do Estado brasileiros

são tímidas diante da gravidade do problema.

'Infelizmente, essa resposta não tem vindo da

forma que deveria pelo poder Judiciário, que

seria o responsável por esse encarceramento

em massa que existe hoje no país. Já era

necessário um desencarceramento em massa

anterior ao período de pandemia e agora há

uma necessidade ainda mais urgente', defende

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Conselho Nacional de Justiça - CNJDiário do Centro do Mundo/Nacional - Notícias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário

o coordenador do Nesc.

'Todos os órgãos internacionais e nacionais

que se relacionam ao direito da população

presa já disseram que a principal medida é o

desencarceramento. O desencarceramento é a

única medida viável e efetiva para diminuir

qualquer possibilidade de contágio e prevenir a

doença no interior do cárcere', enfatiza.

Um levantamento feito pelo Nesc após visita na

última sexta-feira (7), constatou que 47% dos

detentos do Centro de Detenção Provisória

(CDP) II de Pinheiros, na zona Oeste de São

Paulo, estão contaminados pela covid-19.

De acordo com Biagioni, essa porcentagem de

contaminação tem sido a média na parcela

restrita de unidades prisionais que passaram

pela testagem em massa.

Confira a entrevista na íntegra.

Brasil de Fato: São mais de cem mil vidas

perdidas para a covid-19 no Brasil. Qual a

situação das pessoas privadas de liberdade,

cinco meses após a chegada da pandemia?

Leonardo Biagioni: Na verdade, a população

privada de liberdade carece de direitos antes

mesmo do período de pandemia. Sempre foi

privada de direitos básicos nas unidades

prisionais, como os direitos previstos na Lei de

Execução Penal por exemplo. As equipes

mínimas de saúde são inexistentes. Em São

Paulo, por exemplo, não há nenhuma unidade

prisional das 176 que tenha uma equipe

mínima de acordo com o Programa Nacional de

Ação Integral à Saúde da população privada de

liberdade.

No período de pandemia, as violações de

direito, como a precariedade da alimentação e

a questão da saúde, que eu trouxe, ausência

de itens para garantir assistência material, falta

de água? 70% das unidades prisionais de SP

racionam água, são utilizadas nesse período de

pandemia. Sendo que esse período exige, para

a prevenção da contaminação da doença, uma

higienização e o distanciamento social que não

são possíveis de serem realizados.

Principalmente em unidades prisionais

superlotadas, como ocorre em todo país e aqui

no estado de São Paulo. Onde não se garante

direitos mínimos para a higienização da

população, tendo em vista que 70% das

unidades prisionais racionam um item básico

para se falar em higienização que é a água.

Não há fornecimento mínimo de água para as

pessoas presas.

E também ausência de itens materiais. Nas

inspeções feitas pelo Nesc, verificou-se, que,

por exemplo, 70% das pessoas não recebiam

sabonete, um item muito básico, em

regularidade suficiente para manter a

higienização. As violações acabam sendo

potencializadas no período de pandemia.

Quais foram as respostas dadas pelo Estado

brasileiro para frear o avanço da pandemia

dentro dos presídios? Como avalia essa

atuação?

Todos os órgãos internacionais e nacionais que

se relacionam ao direito da população presa já

disseram que a principal medida é o

desencarceramento. O desencarceramento é a

única medida viável e efetiva para diminuir

qualquer possibilidade de contágio e prevenir a

doença no interior do cárcere.

Queria citar aqui a Recomendação 62 do

Conselho Nacional de Justiça, que trouxe

diversas recomendações, sendo a principal o

próprio desencarceramento. Principalmente

entre grupos vulneráveis e, infelizmente, essa

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário

resposta não tem vindo da forma que deveria

pelo poder Judiciário, que seria o responsável

por esse encarceramento em massa que existe

hoje no país.

Já era necessário um desencarceramento em

massa anterior ao período de pandemia e

agora há uma necessidade ainda mais urgente.

Infelizmente essas medidas não vêm sendo

tomadas. No Plano Executivo, vimos no início

da pandemia, inclusive, algumas declarações

do Ministério da Justiça, que mostrou um

desconhecimento notório em relação ao que

ocorre no cárcere, uma vez que as medidas

propostas eram o distanciamento social, por

exemplo.

Sabemos que isso é impossível. Existem

unidades prisionais em que a superlotação

chega a 200%, 300%. Não tem como falar em

distanciamento de um metro e meio, que era o

que se colocava na normativa, assim como

separação em celas individuais. O que deveria

ser um direito garantido, mas, diante da

realidade do cárcere, sabemos que não seria

possível.

As medidas são muito tímidas, não avançam.

Em relação ao sistema de saúde no cárcere,

não há um avanço também em relação aos

profissionais nesse período de pandemia. O

que se observou foi até mesmo uma redução,

uma vez que esses profissionais não

ingressaram em algumas unidades prisionais

nesse período de pandemia. É um movimento

contrário aquilo de que deveria ser efetivado.

Conforme boletim mais recente do CNJ são

15.569 casos confirmados de coronavírus nas

prisões brasileiras e 89 óbitos. Esses dados

podem estar subnotificados?

Com certeza. Na verdade, o que temos que

verificar é o número de testes que foram

realizados. Há uma ausência completa na

realização de testes. Apenas 5% da população

prisional no nosso país foi testada. Cerca de 39

mil testes confirmados pelo Departamento

Penitenciário Nacional (Depen). Ou seja,

apenas 5% da população carcerária, uma vez

que, conforme o próprio CNJ, nossa população

estaria variando em torno de 800 mil pessoas

presas.

O que é importante destacar é a porcentagem

da população infectada, contaminada pela

doença: 40% das pessoas testadas foram

identificadas com covid. Então, 40% dos testes

realizados foram confirmados. Isso causa um

espanto, porque se trazemos esse número de

40% para a totalidade do sistema prisional,

chegaríamos em mais de 300 mil casos. É

importante dizer que isso se confirma.

Quando se faz testes em massa nas unidades

prisionais, a porcentagem tem sido essa.

Queria ilustrar com duas unidades prisionais de

São Paulo. A Penitenciária II de Sorocaba, que

tem uma população prisional de 2 mil pessoas

e cerca de 700 pessoas foram identificadas

com a doença, o que daria por volta de 35%.

No Centro de Detenção Provisória II de

Pinheiros, dos 1609 presos, 748 também

estariam com a doença, ou 46%.

Tem sido a realidade. Onde se testa, tem tido,

mais ou menos, esse percentual de

contaminação. O que assusta e muito.

A recomendação 62 do CNJ fala da revisão de

prisões de pessoas em grupo de risco e em

final de pena. Até junho, o Conselho afirma que

foram identificadas 32,5 mil solturas. Como

avalia o impacto da medida?

Posso fazer uma avaliação pelo estado de SP.

A Defensoria compilou alguns dados, analisou

30 mil processos de população que estaria em

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário

situação do grupo de risco, prevista pelo CNJ,

e apenas 4% dessa população de fato teve

essa soltura. Está muito abaixo do que o

minimamente recomendado pelo CNJ. Vemos,

infelizmente, uma resistência muito grande do

Judiciário na soltura e até a essa

recomendação expedida.

Aproveitando que citou o Judiciário, o que

essa realidade atual explícita sobre a lógica do

sistema carcerário brasileiro?

Se antes desse encarceramento em massa e

do período de pandemia que nós vivemos, já

era necessário o desencarceramento em

massa, agora, além há também a necessidade

de celeridade em desencarcerar. Até pensando

em medidas efetivas, foram vários pedidos

coletivos que a Defensoria Pública fez. Queria

citar habeas corpus que foram impetrados

diretamente no Tribunal de Justiça diretamente

para a soltura de população idosa, de pessoas

que compõem o grupo de risco, que sequer

foram distribuídos. O Tribunal sequer apreciou

esse pedido.

Isso mostra essa resistência. O quanto o

Tribunal está refratário desse conservadorismo,

como em todo canto, como um órgão de

segurança pública e não julgando a situação

dessas pessoas. Principalmente que tem a

mesma situação jurídica. População idosa, que

está no grupo de risco, que não praticou ou não

está sendo processado por um crime com

grave ameaça ou violência, e nem assim houve

essa análise coletiva da situação dessas

pessoas. Para haver de fato uma mudança

nesse panorama, seria necessária uma

atuação coletiva.

Outro exemplo, é o de mulheres gestantes e

lactantes. Um grupo hipervulnerável, em

situações absurdas nas unidades prisionais.

Dezesseis defensorias impetraram em conjunto

um habeas corpus no Supremo Tribunal

Federal (STF), e, infelizmente, negou-se a

liminar. Impedindo que mulheres gestantes e

lactantes tivessem direito à prisão domiciliar

nesse período de pandemia.

Agora foi interposto, inclusive, um recurso no

STF. Haverá um julgamento no dia 21. Quem

sabe tenhamos um retorno positivo, no qual a

Suprema Corte consiga olhar com outros olhos

para essa situação. Porque se não vamos

perpetuar a lógica da exclusão.

Verificamos que de fato a percepção das

pessoas, e chegando ao Judiciário, seja essa:

que o sistema prisional seja somente um

sistema de exclusão. Um amontoado de corpos

jovens, negros, uma punição por si só. O que

contraria o próprio ordenamento jurídico

brasileiro. Acaba distorcendo, inclusive, o que é

um Estado democrático.

O STF já declarou há alguns anos que o estado

de coisas que ocorrem dentro do sistema

prisional é inconstitucional. Não garante os

direitos que deveria garantir. Ou seja: existe a

margem da legalidade. Isso foi dito pelo nosso

próprio STF e observa-se que não muda. O

problema é esse: não se muda a cultura.

A maioria da população que está presa hoje no

Brasil não praticou um crime com grave

ameaça ou violência. Observamos isso todos

os dias. São pessoas que estão nessa situação

degradante, situações desumanas, de maus

tratos, como o próprio STF já disse, e não

praticaram crime com grave ameaça ou

violência. Ou seja, não agiu com uma conduta

violenta e está submetido a uma situação de

violência. O que é muito contraditório se

queremos ter um Estado mais civilizado.

Dos 1600 processos analisados pela

Defensoria em relação à população idosa do

231

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário

estado de São Paulo, somente 7% teve a

soltura. Estamos falando de pessoas com mais

de 60 anos dentro do cárcere, presas. Uma

situação muito degradante e, inclusive, se

reconhece o próprio processo de

envelhecimento precoce.

Falamos de uma população idosa em uma

sociedade extramuros com 60 anos de idade.

Mas, se pensarmos isso no cárcere essa idade

é menor devido às condições degradantes.

Talvez 50 anos. Mas sequer as de 60 anos não

estão tendo a oportunidade de ter a pena

privativa de liberdade nas unidades prisionais

convertidas para uma prisão domiciliar. Ou

mesmo pessoas presas provisoriamente, que

nem uma condenação possuem.

Por outro lado, vimos uma decisão da Justiça

que favoreceu Fabrício Queiroz, investigado

pelo esquema de rachadinha na Alerj. Ele foi

beneficiado com a prisão domiciliar poucos dias

após ser preso por estar no grupo de risco da

covid-19. O que isso mostra do ponto de vista

do papel da Justiça? Há uma diferença de

tratamento?

Na verdade, essa diferença de tratamento é um

aspecto histórico. Está inserido na própria

prisão, que em seu surgimento ocupa o espaço

de estrutura de 'depósito dos excluídos' no

sistema capitalista. Isso acaba sendo colocado

em casos concretos como esse. Justificando

algumas solturas, que podemos entender como

legais, mas que não vêm para outro grupo.

Para outro grupo mais vulnerável, infelizmente.

A Comissão Interamericana de Direitos

Humanos da OEA pediu que o governo

brasileiro adote medidas para frear a

proliferação da covid-19 nos presídios, após

um pedido da própria Defensoria e outras

organizações. Tendo em vista que o contágio

segue crescendo pelo país, qual a perspectiva

para a população carcerária diante do governo

Bolsonaro?

Foi um pedido que fizemos com diversas outras

entidades e que foi acolhido. E, principalmente,

para o Estado brasileiro, que entre as medidas

a serem tomadas, esteja, de fato, o

desencarceramento. Esse é o objetivo e forma

mais concreta e efetiva de se lidar com essa

doença em unidades prisionais.

Apenas havendo um desencarceramento, que

conseguiremos de fato minimizar os danos.

Espero que com essa decisão da Comissão

Interamericana, com essa orientação que

chega ao Estado brasileiro, tenhamos uma

mudança de postura em relação ao Judiciário,

que ele mude a forma de atuar em relação ao

que vem ocorrendo e às decisões que vêm

sendo proferidas ao contrário de todas as

recomendações nacionais e internacionais.

Bem como, que consigamos obter de fato

testagens na população prisional. Que se tenha

um maior cuidado e atenção em relação às

políticas de saúde, a disponibilização de itens

básicos de higiene. Que o Departamento

Penitenciário Nacional (Depen) se coloque de

uma forma mais pró-ativa nessas

circunstâncias, principalmente na distribuição

de itens de higiene, na questão do Executivo,

na sua competência. Na questão da Política de

Atenção Integral à Saúde do sistema prisional,

que isso se dê de uma forma mais efetiva, bem

como a suspensão do racionamento de água.

Essa condição absurda e completamente

desumana que, infelizmente, ainda ocorre nas

unidades prisionais.

Quando se fala sobre a situação dos presídios

brasileiros, há uma defesa dos governos

conservadores em prol da construção e

privatização de novos presídios. Qual o

posicionamento da Defensoria sobre isso?

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário

Precisamos parar de construir presídios e

construir órgãos de direito social que de fato

vão combater causas consideradas crimes,

como escolas, hospitais. Quem sabe se

parássemos de fechar escolas e construir

presídios e fizéssemos o inverso, nossa

sociedade não estaria muito melhor.

Acredito que temos evoluir no sentido da

questão do desencarceramento, pegando toda

essa realidade que existe hoje, de uma

população majoritariamente pobre, com grande

representação da população negra.

A maioria da população prisional não praticou

crime de grave ameaça ou violência, estão

presas por tráfico. Quando falamos das

mulheres, dois terços estão presas por tráfico e

quando falamos tráfico é aquele em que a

pessoa é pega com 10 gramas de cocaína, 20

gramas de maconha. Essa é a média das

pessoas que estão presas.

Temos que pensar uma política de

desencarceramento e descriminalização de

algumas condutas, e não de construção de

presídios. Se construirmos um presídio, esse

presídio vai superlotar, e essa vai ser a política.

Se formos pensar em uma política racional,

civilizatória, de garantir direitos, temos que

parar com políticas paliativas, que é o sistema

prisional e de segurança pública, e pensar em

outras medidas mais efetivas alocando

recursos para essas outras áreas. Como

moradia, lazer, saúde, educação. Isso sim

melhoraria todos os efeitos do cárcere como

ocorre nos países mais desenvolvidos.

Sem essas medidas, então, as pessoas

encarceradas estão fadadas a um grande risco

de contaminação?

Exato. As medidas determinadas pela

sociedade é o distanciamento social e a própria

higienização. O distanciamento social é

impossível em unidades superlotadas e a

higienização é comprometida em unidades

prisionais que não garantem o mínimo em

relação à água, sabonete, itens básicos para

que a população se previna.

E havendo essa contaminação, ocorre a

contaminação em massa, que é o que temos

visto.Quase metade das pessoas nas unidades

que são testadas estão contaminadas ou já

estiveram contaminadas.

A questão para pensarmos e evoluirmos

enquanto sociedade, enquanto Estado

brasileiro, é esse pensamento do

desencarceramento hoje. Principalmente

nessas condutas que não são praticadas com

grave ameaça ou violência, principalmente no

caso do tráfico, do fruto. Temos que ter outro

olhar em relação a essas medidas.

Quando falamos de um período tão complicado

como esse que estamos enfrentando na

pandemia, é necessário um olhar mais fraterno.

Mais solidário. E um entendimento melhor

dessa situação que vem ocorrendo hoje e que

vem, infelizmente, agravando a situação

daquele público que já era mais vulnerável,

como acontece com as pessoas presas.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Sistema Carcerário

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Em plena pandemia de COVID-19,tensão marca reintegração de posse

no Sul de Minas

Clique aqui para abrir a imagem

Nas primeiras horas da manhã os policiais se

preparavam para garantir a reintegração de

posse

Um grande contingente de policiais militares,

viaturas do Corpo de Bombeiros e ambulâncias

se dirigiram na madrugada desta quarta-feira

(12), ao acampamento Quilombo Campo

Grande, do Movimento dos Trabalhadores Sem

Terra ( MST), localizado em uma área no

entorno da sede da antiga Usina Ariadnópolis,

em Campo do Meio, no Sul de Minas. A Escola

Popular Eduardo Galeano foi a primeira a ser

"desocupada" pelos militares. Eles cumprem

mandado de reintegração de posse, concedida

pelo juiz Roberto Apolinário de Castro.

Nas primeiras horas da madrugada a cidade

assistiu à passagem do comboio policial. De

acordo com relatos dos acampados, desde o dia

30 de julho, quando as casas foram "invadidas"

pela polícia e um trabalhador rural foi preso,

segundo eles "sem mandado judicial", eles vêm

sendo pressionados pelas autoridades locais. A

partir de então, passaram a acampar nos

arredores das moradias.

O MST entendeu que o objetivo era coagir e

criminalizar o movimento. Segundo a

coordenação local "isso foi confirmado com a

soltura de Celso Augusto no mesmo dia, com

uma nota tendo sido publicada pela Polícia Civil.

'Um facão e fogos de artifícios foram

apreendidos no local e um indivíduo preso por

resistência'."

Em documento encaminhado ao Tribunal de

Justiça de Minas Gerais (TJMG) o Conselho

Estadual de Direitos Humanos (CONEDH), a

presidência da Comissão de Direitos Humanos

e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM),

a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos

Advogados do Brasil-Seção Minas Gerais (OAB-

MG), a Comissão de Direitos Humanos da

Assembleia Legislativa de Minas Gerais e a

Secretaria de Desenvolvimento Social

(SEDESE) alertaram para os riscos de uma

ação como essa diante da pandemia.

O documento destaca a 'iminência de uma lesão

irreparável" e solicita a "suspensão da ordem de

cumprimento da liminar possessória para

desocupação do imóvel'. Entretanto, o TJ aind

não havia se pronunciado a respeito e a

reintegração continuou.

A ação de reintegração de posse prevê a

retirada da vila de moradores e da estrutura da

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Escola Popular Eduardo Galeano, que oferecia

educação popular aos jovens, crianças e

adultos. Durante a pandemia, a escola tem

cumprido o papel de acompanhar as crianças

que estão em regime de educação a distância.

'Esperamos que o judiciário acolha o clamor

das famílias e reverta essa covarde decisão.

Que a polícia não incorra neste erro de colocar

a todos em risco e que o governador Zema

reveja essa sua política genocida. Caso

contrário, o município vai sofrer ainda mais com

a pandemia, tendo famílias desabrigadas',

adverte uma das coordenadoras do MST,

Débora Mendes.

A dirigente estadual do MST, Tuira Tule,

protestou contra a ação: 'Nenhum órgão

público conseguiu interceder para que as

famílias ficassem em suas casas, mesmo no

meio da pandemia".

Débora alerta para as consequências de uma

ação policial neste momento, que pode colocar

em risco a saúde de toda a população da

cidade de Campo do Meio. 'A vinda de policiais

militares agora representa uma dupla ameaça

para nós, já que, além da truculência, a vinda

deles para o município poderá trazer o vírus

também."

Campo do Meio não registrou casos de óbitos

motivados pelo COVID-19. Segundo dados do

último boletim epidemiológico divulgado pela

prefeitura no sábado (1/8), o município tem oito

casos monitorados com sintomas gripais, 14

confirmados por testes rápidos, 136

descartados (negativos em teste rápidos) e seis

casos curados. No acampamento Quilombo

Campo Grande residem 450 famílias,

produtoras do café Guaií. São 22 anos de

conflitos na região.

Em nota, a assessoria da PMMG esclareceu

que "nos casos de reintegração de posse, a

instituição atua na garantia do poder de polícia

do Oficial de Justiça responsável pelo

cumprimento da ordem de reintegração, de

acordo com a determinação do Poder

Judiciário. Nesse sentido, as informações

sobre reintegração devem ser buscadas junto

ao Judiciário.

Também através de nota, o TJMG informou

que "não houve ordem de despejo do tribunal

durante a pandemia. Esta ordem foi expedida

há um ano, em 2019. Entretanto, devido a

impetração de liminares, houve uma suspensão

desta ordem pelo Desembargador Alberto

Diniz. Posteriormente, com mais informações,

as partes chegaram a uma conciliação para

desocupação que teria que acontecer este ano.

E houve o pedido de prorrogação de prazo

(mais um mês) para esta desocupação. Este

prazo foi concedido, devido à pandemia. Mas

com o vencimento deste prazo, a desocupação

terá que ser feita, entretanto, a avaliação a

respeito da segurança do despejo está sendo

feita pela Polícia Militar."

ENTENDA

O conflito fundiário na Fazenda Ariadnópolis

ocorre desde o final da década de 1990, em

virtude da falência da empresa Usina

Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A, também

instalada na área, que não teria ressarcido os

trabalhadores demitidos. Isso teria motivado a

ocupação do local, a partir de 2002, embora as

primeiras famílias tenham se mudado para a

área cinco anos antes, quando as operações

da empresa já estavam suspensas.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Conciliação

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

MP vai à Justiça contra acordo de R$25 milhões firmado com empresas de

ônibus em Uberlândia

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MPMG já havia recomendado suspensão de

projeto com ajuda de custo

O Ministério Público de Minas Gerais pretende

mover uma ação civil pública em decorrência do

acordo de R$25 milhões entre a Prefeitura de

Uberlândia e as três empresas do transporte

público que prestam o serviço no município,

homologado pelo Tribunal de Justiça de Minas

Gerais. A promotoria já havia recomendado que

um projeto de lei com o mesmo tipo de ajuda de

custo tivesse a tramitação suspensa na Câmara

Municipal, ainda no mês de maio.

De acordo com o promotor Fernando Martins, o

TJMG não deveria ter promovido o acordo sem

antes ter ouvido o MPMG, além de ter

autorizado repasse de verba pública sem que o

Legislativo local fosse consultado e tivesse

permitido a movimentação. Ele informou ainda

que apura problemas no sistema de transporte

em Uberlândia e que já ouviu até mesmo a

Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes

e, a partir desses levantamentos, pretende

acionar a Justiça.

'Isso que foi feito (acordo), foi uma ausência de

'fair play' (jogo justo). A Prefeitura sabia de um

expediente no Ministério Público e que poderia

haver problema em fazer o acordo', disse

Martins. Foi informado à reportagem que não

um prazo para que a ação seja impetrada.

O acordo

O montante de R$ 25 milhões será repassado

às empresas de transporte público com o

objetivo de cobrir déficit de arrecadação das

empresas de transporte coletivo público da

cidade durante o período da pandemia de

COVID-19. A decisão aconteceu por meio de

conciliação no Centro Judiciário de Solução

de Conflitos e Cidadania (Cejusc) 2º Grau, do

Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Inicialmente, serão entregues R$ 12,5 milhões

em até 15 dias após homologação do acordo.

Posteriormente serão pagas outras cinco

parcelas mensais de R$ 2,5 milhões até

dezembro de 2020. Todo o dinheiro terá duas

fontes: o Fundo Municipal de Trânsito e

Transportes e receitas próprias da Prefeitura.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Conciliação

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Governo Zema pede a suspensão dereintegração de posse no Sul de

Minas

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Ação policial começou nas primeiras horas

desta quarta-feira

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento

Social e Econômico de Minas Gerais (Sedese-

MG) solicitou, na tarde desta quarta-feira, a

suspensão da ordem judicial que determinava a

reintegração de posse na área da antiga Usina

Ariadnópolis, em Campo do Meio, no Sul do

estado. No espaço, está o Quilombo Campo

Grande, do Movimento dos Trabalhadores Sem

Terra (MST).

Viaturas da Polícia Militar, do Corpo de

Bombeiros e ambulâncias se dirigiram ao local

já na madrugada. A Escola Popular Eduardo

Galeano foi a primeira a ser "desocupada" pelos

militares. O mandado foi concedido pelo juiz

Roberto Apolinário de Castro.

Pelo Twitter, o governador Romeu Zema (Novo)

afirmou que a Sedese 'presta apoio técnico aos

gestores da assistência social do município de

Campo do Meio para atendimento às famílias'.

Mais cedo, em documento enviado ao Tribunal

de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a Sedese, o

Conselho Estadual de Direitos Humanos

(CONEDH), a presidência da Comissão de

Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos

Deputados (CDHM), a Comissão de Direitos

Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil-

Seção Minas Gerais (OAB-MG) e a Comissão

de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa

de Minas Gerais alertaram para os riscos de

uma ação de despejo ante a pandemia do novo

coronavírus.

De acordo com relatos dos acampados, desde o

dia 30 de julho, quando as casas foram

"invadidas" pela polícia e um trabalhador rural

foi preso, segundo eles "sem mandado judicial",

eles vêm sendo pressionados pelas autoridades

locais. A partir de então, passaram a acampar

nos arredores das moradias. Segundo o MST, o

objetivo era coagir e criminalizar o movimento.

Posicionamentos Na manhã desta quinta, em

nota, a PMMG se pronunciou sobre o caso. 'Nos

casos de reintegração de posse, a instituição

atua na garantia do poder de polícia do Oficial

de Justiça responsável pelo cumprimento da

ordem de reintegração, de acordo com a

determinação do Poder Judiciário. Nesse

sentido, as informações sobre reintegração

devem ser buscadas junto ao Judiciário', alega

a corporação.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Também por meio de nota, o TJMG informou

que a ordem de despejo não foi expedida

durante a pandemia.

'Esta ordem foi expedida há um ano, em 2019.

Entretanto, devido a impetração de liminares,

houve uma suspensão desta ordem pelo

Desembargador Alberto Diniz. Posteriormente,

com mais informações, as partes chegaram a

uma conciliação para desocupação que teria

que acontecer este ano. E houve o pedido de

prorrogação de prazo (mais um mês) para esta

desocupação. Este prazo foi concedido, devido

à pandemia. Mas com o vencimento deste

prazo, a desocupação terá que ser feita,

entretanto, a avaliação a respeito da segurança

do despejo está sendo feita pela Polícia Militar',

diz o texto.

Entenda o casoO conflito fundiário na Fazenda

Ariadnópolis ocorre desde o final da década de

1990, em virtude da falência da empresa Usina

Ariadnópolis Açúcar e Álcool S/A, também

instalada na área. O empreendimento não teria

ressarcido os trabalhadores demitidos, o que

motivou, em 2002, a ocupação do local. As

primeiras famílias, contudo, se mudaram para o

terreno cinco anos antes, quando as operações

da usina já estavam suspensas.

Com informações de Elian Guimarães.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Conciliação

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Tempo - Super Notícia/Minas Gerais - Noticias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Famílias do MST são desalojadas deterreno que ocupavam há 20 anos, no

Sul de MG

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Autor: Lucas Morais

Famílias que viviam em um acampamento do

Movimento Sem Terra (MST) foram alvos de

uma ordem de despejo em Campo do Meio, no

Sul de Minas, na madrugada desta quarta-feira

(12). A ação ocorreu no entorno da antiga Usina

Ariadnópolis, espaço é alvo de uma disputa de

posse há mais de 20 anos - em 1996, a

empresa faliu e deixou de operar na região,

ocupada desde 1998 pelos membros do

movimento.

Ao todo, 150 policiais militares participam do

despejo no local conhecido como Quilombo

Campo Grande - um helicóptero chegou a ser

utilizado. Já as famílias foram abrigadas em um

acampamento do MST perto da cidade.

Conforme o movimento, centenas de viaturas

cercaram a ocupação e agiram com

"truculência" diante das famílias. A entidade

alega ainda que a ordem de posse ocorreu em

meio à pandemia do coronavírus.

Do outro lado, a Secretaria de Estado de Justiça

e Segurança Pública (Sejusp) informou em nota

que a Polícia Militar atua como "garantia do

poder de polícia do Oficial de Justiça

responsável pelo cumprimento da ordem de

reintegração, de acordo com a determinação do

Poder Judiciário".

Já o Tribunal de Justiça de Minas Gerais

(TJMG) esclareceu que não houve "ordem de

despejo do tribunal durante a pandemia" e que a

decisão foi expedida há um ano, em 2019.

Segundo o órgão, após liminares a ordem foi

suspensa e as partes chegaram a "uma

conciliação para desocupação que teria que

acontecer este ano". Ainda houve o pedido de

prorrogação de prazo em um mês para esta

desocupação.

Conflito antigo

Desde o fim de julho, o MST diz que "viaturas e

drones atormentaram a paz das famílias

acampadas" quando a polícia teria "invadido"

casas e ainda levado um os membros do

movimento preso por resistência. O homem foi

solto no mesmo dia e a entidade chegou a

denunciar o caso ao Ministério Público diante da

tentativa da PM em "coagir e incriminar os

trabalhadores".

"Os dias seguiram tumultuados, com a

intensificação da denúncia do despejo iminente,

a busca de saídas jurídicas junto ao Ministério

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Conselho Nacional de Justiça - CNJO Tempo - Super Notícia/Minas Gerais - Noticias

quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Público e a organização do acampamento para

a resistência. Em meio à corrida contra o

tempo, circularam dezenas de áudios das

famílias denunciando as ações autoritárias, as

rondas de viaturas aceleradas, as blitz nas

estradas de acesso à pequena cidade",

declarou a entidade em nota.

E na madrugada desta quarta, a ordem judicial

foi cumprida e mais de 2,5 mil pessoas

precisaram deixar o acampamento. Em julho do

ano passado, a Justiça chegou a negar a

reintegração de posse - o relator do caso,

desembargador Luciano Pinto, enfatizou que o

pedido não atendeu aos requisitos básicos.

Nos últimos 22 anos, os membros do MST já

foram alvo de cinco ações na localidade.

Ainda em 2019, um decreto do ex-governador

Fernando Pimentel (PT) que transformava o

entorno da usina em área de interesse social

foi revogado pelo Estado após os proprietários

do local questionarem o governo sobre o valor

que seria pago para o assentamento das

famílias.

No local, estava em construção um novo polo

de conhecimento e tecnologia de agroecologia,

com produção de alimentos sem uso de

produtos químicos e fertilizantes tóxicos.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Conciliação

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Pandemia, suspensão do atendimentopresencial e audiências

telepresenciais

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Autor: Ana Paula Sefrin Saladini

De acordo com Didier Júnior (2015), 'negócio

processual é o ato voluntário, em cujo suporte

fático confere-se ao sujeito o poder de escolher

a categoria jurídica ou estabelecer, dentro dos

limites fixados no próprio ordenamento jurídico,

certas situações jurídicas processuais'.

Classificados em típicos (os previstos no CPC) e

atípicos (as medidas gerais previstas no art. 190

do mesmo diploma), pode-se dizer que os

típicos sempre foram de farto uso no processo

do trabalho; exemplos são o adiamento da

audiência por convenção das partes, a

suspensão do processo para tratativas de

conciliação, a desistência de pedidos com

concordância da parte contrária.

Quanto aos atípicos para modulação de

procedimento e ajuste de regras ao processo,

foram inseridos no sistema através do art. 190

do CPC de 2015, mas previamente à vigência já

se manifestou resistência de aceitação pelo

processo do trabalho. Isso porque a Instrução

Normativa TST 39/16 limitou sua aplicação ao

processo do trabalho, entendendo que não teria

com ele compatibilidade. Embora essa instrução

não tenha caráter vinculante, a partir dessa

primeira interpretação se instalou resistência à

figura, que foi pouco discutida no âmbito do

processo do trabalho até aqui.

Entretanto, observa-se que advogados e

magistrados são agora compelidos a revisar

essa posição refratária inicial ao negócio

processual a partir das necessidades criadas

pelo panorama da pandemia.

O negócio processual entra definitivamente em

cena, em especial quando se analisa a

possibilidade da realização da audiência

telepresencial, que também encontra resistência

generalizada da comunidade jurídica, por

motivos diversos.

Como a audiência por teleconferência não deixa

de se constituir espécie de alteração do

procedimento tradicional, poderia ser objeto de

negócio processual atípico.

Considerando essa resistência diagnosticada na

comunidade jurídica em geral e a necessidade

de retomada integral da marcha processual,

sempre que possível, propõe-se, para melhor

aceitação dessa controversa novidade, a

elaboração de um negócio jurídico processual

plurilateral, onde se contará com a participação

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

dos procuradores e do juiz em sua formulação,

através da designação de audiência para

saneamento compartilhado do processo.

Vários motivos justificam essa proposta:

primeiro, porque, considerando a reticência

inicial quanto à compatibilidade do negócio

processual para modular procedimentos, essa

sistemática compartilhada talvez seja mais

palatável a todos os envolvidos; em segundo

aspecto, porque, como contará com a

participação dos advogados e do juiz, o

controle de validade e os limites dessa

negociação estarão sendo feitos de forma

contínua e concomitante por todos os atores

processuais; e terceiro, porque a experiência

mostra que é mais fácil se chegar a um

consenso entre partes opostas com um

mediador - e o juiz poderá servir como

mediador nessa situação tão delicada.

Ressalte-se que também é possível a

negociação dos termos da teleaudiência de

forma bilateral, não obstante pareça ser de

mais difícil consenso. O que se tem observado

na prática é que muitos advogados, quando

consultados por despacho judicial sobre a

possibilidade da adoção da instrução por

teleconferência, tendem a responder

negativamente.

As justificativas são variadas, indo de motivos

técnicos ao receio da contaminação da prova

pela falta de segurança do entorno, mas, em

suma, trata-se de uma reação humana comum:

o receio de lidar com uma quebra de

paradigma disruptiva.

Para lidar com essa resistência e demonstrar a

viabilidade da instrução por videoconferência, a

adoção do saneamento compartilhado do

processo, em audiência telepresencial, com a

participação dos advogados, em verdadeiro

negócio processual plurilateral, parece ser mais

democrático.

Nesse procedimento, aplica-se a norma

prevista no art. 357, §3º, do CPC,

aproveitando-se que o Ato 11/20 do GCGJT faz

referência expressa tanto à negociação

processual quanto à adoção emergencial da

sistemática procedimental do CPC.

Explica-se. O art. 357 do CPC estabelece que,

em não sendo hipótese de julgamento

antecipado ou de extinção do processo, o juiz

deverá proferir decisão de saneamento e de

organização do processo, resolvendo eventuais

questões processuais pendentes, delimitando

as questões de fato sobre as quais deverá

recair a atividade probatória e especificando os

meios de prova admitidos, definindo a

distribuição do ônus da prova, delimitando as

questões de direito relevantes para a decisão

do mérito e designando, se necessário,

audiência de instrução e julgamento.

Essa decisão de saneamento tradicionalmente

é formalizada nos autos de forma escrita, como

decisão interlocutória, mas o § 3º do mesmo

artigo estabelece que, quando a causa

apresentar complexidade em matéria de fato ou

de direito, o juiz deverá designar audiência

para que o saneamento seja feito em

cooperação com as partes, oportunidade em

que, se for o caso, convidará as partes a

integrar ou esclarecer suas alegações.

Embora no processo civil a audiência esteja

prevista como mandatória para as causas que

apresentem maior complexidade em matéria de

fato e de direito, pode ser adotada como

procedimento de rotina no processo do

trabalho, no contexto da pandemia, para que o

juiz e os advogados negociem condições que

viabilizem a realização da audiência de

instrução por teleconferência.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

Nesse caso, sugere-se que as partes sejam

primeiramente intimadas para especificação de

pontos controvertidos e indicação de provas a

serem produzidas; posteriormente os autos

devem ser incluídos em pauta para audiência

de conciliação, que se reputa essencial ao

processo trabalhista, seguida de saneamento

compartilhado, caso necessário.

Uma vez que as partes já especificaram

previamente seus pontos controvertidos, existe

condições para que o juízo faça uma análise

prévia da complexidade das questões

envolvidas, levando para a audiência, caso

infrutífera a conciliação, uma proposta de

saneamento e de prosseguimento na coleta

das provas orais.

Permite-se, ali, o contraditório, e eventuais

objeções e questionamentos levantados pelas

partes já são consideradas e decididas. Em

muitos casos, inclusive, as partes e o juízo

podem concluir pela desnecessidade de

produção de outras provas, prosseguindo-se

com o julgamento do processo no estado em

que se encontra.

Caso remanesça a necessidade de produção

de prova oral, passa-se à negociação de

prosseguimento para a teleconferência, caso

as partes apresentarem condições técnicas

para isso. A própria audiência de saneamento

já permite avaliar o grau de complexidade da

causa e balizar questões como a estabilidade

do sinal de internet e a facilidade do manuseio

da plataforma pelos envolvidos. Deve-se

respeitar a decisão dos advogados, caso

apontem elementos razoáveis para o não

prosseguimento da instrução por

videoconferência.

Ainda que de início as partes se mostrem

contrárias à instrução por vídeo, nesse

momento é possível argumentar demonstrando

sua viabilidade. É importante deixar claro que

existe segurança no sistema (os depoimentos

são gravados e disponibilizados nos autos e a

ata é gerada pelo sistema) e que existe um

compromisso do juízo quanto à estrita

observação do devido processo legal (o que se

dá, por exemplo, quando se deixa expressa a

garantia que no caso de inconsistências do

sinal de internet de qualquer dos envolvidos ou

problemas técnicos os atos serão suspensos e

retomados em outra data, sem penalização).

Nessa oportunidade também é possível ajustar

o procedimento com as partes: se serão

ouvidas apenas as partes, inicialmente, como é

possibilitado pelo Ato 11, ou se já serão

ouvidas também testemunhas; se as

testemunhas serão ouvidas em suas próprias

residências ou se irão ao escritório do

advogado (o que muitas vezes é necessário,

considerando os notórios problemas de

inclusão digital desigual); determinar em

conjunto como se dará o depoimento, inclusive

ajustando detalhes como a posição que a

câmera deverá ficar para que seja possível

visualizar todo o entorno do local onde será

realizado o ato, também ajuda a dar segurança

aos envolvidos.

Essas negociações, mediadas pelo juiz, têm o

condão de fortalecer as relações de confiança

das partes com o Judiciário e entre si

mesmas, conduzindo a uma solução adequada

e eficiente. Também diminuem a litigiosidade,

favorecendo solução conciliada.

Em suma, a designação de audiência para

saneamento e organização compartilhadas do

processo, como negociação processual

plurilateral, coloca em evidência e estimula o

fortalecimento das relações cooperativas e de

boa-fé entre todos os atores processuais.

Sem a construção de uma relação de confiança

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - Conciliação

entre os envolvidos a instrução por

videoconferência se tornará muito difícil, para

não dizer impossível. E, negociados os termos

da audiência de forma plurilateral, todos ficam

vinculados ao que foi ajustado, diminuindo

posteriores discussões sobre nulidades

processuais. Talvez, num período pós-

pandemia, isso possa colaborar para a

melhoria da prestação jurisdicional célere e

efetiva - até porque algumas questões vieram

para ficar, como tende a ocorrer com as cartas

precatórias.

Nesse sentido, é importante lembrar a reflexão

que o sociólogo português Boaventura de

Souza Santos (A Cruel Pedagogia do Vírus,

2020) faz sobre os efeitos do vírus: embora

seja uma situação cruel, também se apresenta

à sociedade como uma questão pedagógica,

que demanda uma viragem epistemológica,

cultural e ideológica para que sejam

encontradas soluções políticas, econômicas e

sociais que garantam a continuidade da vida

humana digna no planeta. O período de

sofrimento também pode gerar aprendizagem e

evolução coletivas.

Assim, talvez seja possível aproveitar essa

experiência tão difícil para criar um

procedimento que seja mais adequado à

resolução justa e célere dos conflitos, com

responsabilidade compartilhada entre todos os

atores do processo.

Ana Paula Sefrin Saladini - Juíza Titular da

Vara do Trabalho de Cambé - Paraná.

Conselheira da Escola Judicial do TRT-9,

Gestão 2020-2021. Especialista em Direito Civil

e Processo Civil (UEL-Londrina) e em Direito

do Trabalho (UNIBRASIL - Curitiba). Mestra em

Ciência Jurídica (UENP - Jacarezinho).

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Conciliação

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Justiça em Números

As novas tecnologias e a verificaçãoda incompetência territorial nos JEC

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Autor: Marcia Cristina Xavier de Souza

Recentemente, o prof. Marco Antônio Rodrigues

escreveu, neste site, um artigo sobre o impacto

das novas tecnologias na competência

territorial[1].

Inspirada por esse trabalho, resolvi tratar do

mesmo tema, agora sob a ótica dos JEC. Para

tanto, inicialmente, faz-se necessário traçar

algumas diferenças entre a incompetência

territorial disposta no CPC e na LJE.

No CPC, a competência territorial, por ser

espécie de competência relativa, pode ser

modificada pela vontade das partes,

dependendo de alegação da inobservância de

suas regras pelo réu em sede de contestação.

Se acolhida sua alegação, os autos são

remetidos ao juízo competente (arts. 54 e 65, do

CPC).

Nos JEC, a alegação segue regras diversas. A

concepção original da lei era a de não haver

documentação física do processo, como

consequência da extrema oralidade

característica do procedimento em audiências.

Daí regras como as dos arts. 13, §3º, 36 e 44,

da LJE.

Em não havendo autos físicos, não haveria

documentação a se remeter para outro juizado

competente, o que justificaria a regra da

extinção do processo sem resolução do mérito

quando reconhecida a incompetência territorial

(art. 51, inc. III, da LJE)[2].

Por isso chegou-se, inclusive, a entender como

norma de ordem pública o reconhecimento de

incompetência territorial, uma vez que se

interpretou que haveria a possibilidade de

extinção do processo por tal motivo como

hipótese de atuação de ofício pelo juiz[3]. Em

alguns Juizados, contudo, tem-se evitado a

extinção do processo com a remessa dos autos

ao outro juizado competente territorialmente.

Esta situação se agudiza mais quando o autor

de uma ação nos JEC é um consumidor. Os

JEC integram a Política Nacional de Defesa do

Consumidor e, aproximadamente, 12,41 % das

causas iniciadas nos JEC são consumeristas[4].

Entre outras regras de defesa do consumidor, o

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Justiça em Números

CDCon dá preferência ao foro de domicílio do

autor para ajuizamento de suas causas,

permitida a opção por qualquer outro foro (art.

101, I, do CDCon).

Entretanto, ao serem propostas tais causas

perante os JEC, prevalece a competência da lei

especial e o autor se vê obrigado a ajuizar sua

demanda no foro de seu domicílio[5],

independentemente de ser o mais favorável

para a proteção de seus direitos, sob pena de

extinção do processo sem resolução do mérito

ou de remessa dos autos ao juizado

territorialmente competente.

Uma das razões que podem levar um

consumidor a promover sua ação no foro do

domicílio do réu, por exemplo, pode ser o fato

de ser este o local onde o autor dispende o

maior tempo de seu dia, seja por razões de

trabalho ou de estudo. Se for obrigado a

demandar no foro de seu domicílio, poderá não

ter condições de comparecer a qualquer das

audiências, o que também acarreta extinção do

processo sem resolução do mérito (art. 51, I, da

LJE).

Com a crescente utilização dos meios

eletrônicos nos processos esta dificuldade

poderia ser amenizada. Premido pelo

isolamento social, e sem possibilidades de

suspensão prolongada de seus serviços, o

Poder Judiciário se viu obrigado a acelerar o

uso desses meios, que já vinha sendo

implementado paulatinamente desde o advento

da Lei 11.419/2006[6].

Audiências totalmente virtuais e comunicação

dos atos processuais por meios eletrônicos são

apenas dois exemplos. Nos JEC, inclusive, há

recente e expressa autorização de realização

de sessões de conciliação não presenciais

(Lei nº 13.994/2020, que alterou os arts. 22 e

23, da LJE).

Por outro lado, não se pode negar que muito

ainda há a fazer para que cidadãos que são

excluídos do mundo digital não fiquem alijados

do efetivo acesso à justiça.

Mas é exatamente por tais motivos que não se

justifica, à luz das modernas tecnologias, ainda

se exigir o cumprimento de rígidas regras de

competência territorial, quando o processo é

eletrônico.

Poder-se-ia argumentar que, em tempos de

trabalho remoto em casa, não há óbice em ser

mantida a regra de competência territorial da

LJE. Contudo, não se pode esquecer que nem

todos os autores têm a possibilidade de

trabalhar de casa e, de qualquer modo, deve-

se dar a eles, nos JEC, a mesma opção que se

dá aos autores que ajuízam suas causas nas

Varas Cíveis, seguindo as regras de

competência territorial do CPC. Ou seja,

escolherem o foro sem o medo de ver seu

processo extinto sem resolução de mérito ou

remetido, de ofício, a outro juizado

territorialmente competente.

Viola o princípio da primazia da decisão do

mérito (art. 4º, do CPC), bem como o da

dignidade da pessoa humana e o da eficiência

processual (art. 8º, do CPC), a manutenção de

uma regra que, mesmo antes da ampla

utilização dos meios eletrônicos nos JEC, já era

considerada como obstáculo ao efetivo acesso

à justiça.

Assim, perde o sentido a determinação de

extinção do processo por incompetência

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020Judiciário - Justiça em Números

territorial uma vez que, ironicamente, pelos

mesmos motivos que levaram à instituição da

regra do art. 51, inc. III, da LJE, praticamente

não há mais autos físicos a remeter ao juízo

competente, bem como praticamente inexiste a

possibilidade de as partes deixarem de

comparecer às audiências.

[1] Disponível em: https://www.jota.info/opiniao-

e-analise/colunas/tribuna-da-advocacia-

publica/tecnologia-resolucao-de-conflitos-e-o-

futuro-da-competencia-territorial-25072020> .

[2] DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições

de Direito Processual Civil. 3ª ed. São Paulo:

Malheiros, 2003, p. 784 e 785.

[3] STF, AI nº 805495/ES, Rel. Min. Carmen

Lúcia, 1ª Turma, julg. em 02/08/2010, public.

DJe-152 em 18/08/2010.

[4] Segundo o relatório Justiça em Números

de 2019 o segundo maior assunto demandado

nos Juizados Especiais em 2018 foi a

indenização por dano moral em questões

cíveis, com 5,06% do total das causas

(CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA.

Relatório Justiça em Número 2019. Disponível

em: . Acesso em 29 de julho de 2020).

[5] Esta situação se mostra ainda mais

contundente em estados como o Rio de

Janeiro, cujo Código de Organização Judiciária

informa que a competência territorial dos fóruns

regionais é absoluta e sua incompetência

dispensa alegação do réu (art. 94, § 7º, do

CODJERJ).

[6] Interessante verificar, contudo, que a

informatização dos processos, apesar de ter se

intensificado consideravelmente nos primeiros

meses de 2020, já vinha sendo bastante

ampliada, e o Relatório Justiça em Números

informa que, no ano de 2018, apenas 16,2% do

total de processos novos ingressaram

fisicamente (CONSELHO NACIONAL DE

JUSTIÇA. Relatório Justiça em Número 2019.

Disponível em: . Acesso em 29 de julho de

2020).

Marcia Cristina Xavier de Souza - Mestre e

doutora em Direito pela Universidade Gama

Filho. Professora associada da FND/UFRJ.

Coordenadora do LEMASC/UFRJ - Laboratório

de Estudos em Meios Adequados de Solução

de Conflitos. Membro do Instituto dos

Advogados Brasileiros-IAB, da Associação

Brasileira de Direito Processual-ABDPro e do

Instituto Carioca de Processo Civil-ICPC.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário -

Justiça em Números, Judiciário -

Conciliação

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - STF

Alerj defende que a investigaçãocontra senador seja mantida na

segunda instância

Acesse a notícia clicando aqui

A ação está relacionada ao caso das

chamadas “rachadinhas”. Confira na

reportagem.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - STF

Uso da Inteligência Artificial (IA) noSTF é tema de live

Acesse a notícia clicando aqui

A ação foi promovida pela Associação de

Escritórios de Advocacia Empresarial, a

RedeJur. Confira na reportagem.

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - STF

Confira decisão que definecompetências para julgar trabalho

artístico infantil

Acesse a notícia clicando aqui

Acompanhe decisão do STF que definiu a

competência para julgar ações relacionadas ao

trabalho artístico infantil.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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quarta-feira, 12 de agosto de 2020Judiciário - STF

STF retomou julgamento que trata decorreção monetária de créditos

trabalhistas

Acesse a notícia clicando aqui

Plenário do Supremo Tribunal Federal

retomou o julgamento sobre aplicação de

índices de correção monetária de créditos

trabalhistas.

Assuntos e Palavras-Chave: Judiciário - STF

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