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MPF/JALES FIRMA ACORDO COM FACULDADE DE SANTA FÉ DO SUL PARA PROIBIR TROTES VIOLENTOS MPF/JALES FIRMA ACORDO COM FACULDADE DE SANTA FÉ DO SUL PARA PROIBIR TROTES VIOLENTOS MPF/JALES AJUÍZA 623 ACPS E VETA CONSTRUÇÕES ILEGAIS ÀS MARGENS DOS RIOS PARANÁ E GRANDE

MPF em Revista

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revista eletronica

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Page 1: MPF em Revista

MPF/Jales FirMa acordo coM Faculdade de santa Fé do sul Para

Proibir trotes violentos

MPF/Jales FirMa acordo coM Faculdade de santa Fé do sul Para

Proibir trotes violentos

MPF/Jales aJuíza

623 acPs e veta construções ilegais

às Margens dos rios

Paraná e grande

Page 2: MPF em Revista

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APRESENTAÇÃO

Excelentíssimos colegas Procuradores da República e Prezados Servido-res,

É com muita satisfação que apresento a Revista Digital “MPF em Revista”, publicação bimestral da Procuradoria da República no Município de Jales-SP.Sinto-me extremamente feliz e honrado com a apresentação da primeira edição da revista, vez que representa a concretização de um sonho aca-lentado desde a minha chegada à PRM de Jales, no início do ano, bem como por significar um marco na história de nossa procuradoria, que pas-sará a ter eficaz meio de divulgação de suas informações.

A presente revista terá a missão de levar aos procuradores e servidores do Ministério Público Federal, especialmente aqueles em atividade no Estado de São Paulo, as principais notícias acerca de nossa PRM, servindo de importante ferramenta de integração entre nossa procuradoria e as demais, bem como entre todos os procuradores e servidores.

O veículo não se restringirá a relatar a atuação do MPF apenas no campo jurídico, mas também bus-cará abordar aspectos relacionados à administração, recursos humanos e estatísticos, dentre outros que se insiram na gestão da PRM de Jales-SP.

Por meio deste canal de comunicação, objetivamos implementar a troca de experiências entre as uni-dades do MPF, seja levando ao conhecimento das demais as práticas que se mostraram bem sucedidas em Jales, seja, especialmente, com a vinda de sugestões e contribuições das outras unidades e que possam auxiliar na gestão de nossa PRM.

A publicação tem layout moderno e dinâmico, optando pelo formato de revista digital, visando abor-dar as notícias de forma ágil, demonstrando tanto o compromisso com o leitor que poderá se informar em pouco espaço de tempo, quanto com o meio ambiente, visto que se trata de publicação virtual, fornecida apenas por meio digital, dispensando o gasto com papel para impressão.

Vale ressaltar que este meio de comunicação não trouxe qualquer custo para nossa instituição, vez que foi idealizado, produzido e implementado por ação exclusiva da parceria entre o este Procurador da República e a Zanotto Consultoria em Comunicação, empresa especializada na área e que nos auxiliou profissionalmente, viabilizando a consecução do projeto.

Assim, desejamos que nossa iniciativa possa cumprir seu mister em servir como verdadeira ferramen-ta de comunicação ágil e eficaz, representando um canal de comunicação entre a Procuradoria da República no Município de Jales e os Membros e Servidores do MPF em São Paulo.

Um forte abraço e boa leitura.

Thiago Lacerda NobreProcurador da RepúblicaPRM Jales-SP

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ÍNDICE

Page 3: MPF em Revista

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A Justiça Federal de Jales deferiu cerca de 450 limina-res pedidas em 623 ações civis públicas movidas pelo Ministério Público Federal local e determinou que os proprietários de ranchos localizados às margens dos rios Paraná e Grande, na altura dos reservatórios da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira e Água Vermelha, parem de construir ou impeçam novas construções em suas pro-priedades, na faixa que dista até 100 metros a partir da margem, que são de áreas de proteção permanente (APP´s). As outras ações ainda aguardam decisão.

Pelas decisões proferidas até o momento, estão vetadas novas construções, reformas nos imóveis já existentes, impermeabilizações de terreno, plantios, criar animais ou mover o solo no interior das APP´s. Se após a citação da Justiça, for verificado que os rancheiros promoveram qualquer nova atividade que altere a situação do imóvel na faixa de APP, os réus deverão deixar imediatamente de praticá-la, devendo demolir a obra e estarão sujeitos a multa.

Segundo a série de ações movidas pelo MPF em Jales, “a permanência das edificações e a utilização pelo homem da faixa de preservação impedem o restabelecimento da vegetação na APP ao redor dos reservatórios, o que pode trazer novos danos ambientais decorrentes do lan-çamento de esgotos e da utilização do lago da usina sem o competente licenciamento ambiental”.

O objetivo das ações é disciplinar o uso e a ocupação do solo nas áreas de preservação permanente às margens do rio Paraná para evitar um aumento do dano ambien-tal já existente. Como faz divisa entre São Paulo e ou-tros estados, a competência para atuação na questão é federal.

As decisões judiciais estabeleceram ainda que, dentro de um período 60 dias após a citação dos proprietários, o Ibama e fiscais do município onde estiver localizado o rancho deverão vistoriar as propriedades e elaborar

laudo preliminar onde deverão constar todas as medi-das que os rancheiros terão que tomar para garantir o cumprimento da ordem judicial.

Competirá também aos fiscais do Ibama e dos municí-pios onde estão os ranchos, tentar coibir qualquer ato com o objetivo de alterar a situação atual dos imóveis. Caso verifique novas atividades nas áreas de APP, o Iba-ma deverá multar os infratores e comunicar as autua-ções à Justiça Federal.

À União a Justiça Federal de Jales determinou que fis-calize se a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), responsável pela UHE Ilha Solteira, ou a AES, responsá-vel pela UHE Água Vermelha, fez uso nocivo / abusivo da posse das áreas em virtude da concessão estatal. Caso essas obrigações não estejam em contrato, o juiz determina que seja estabelecida uma regra.

Segundo o procurador da República Thiago Lacerda No-bre, responsável pelas ações, “trata-se de importante iniciativa do MPF para coibir a ocupação irregular das áreas de preservação permanente e garantir a preserva-ção do meio ambiente na região noroeste paulista”.

MPF/Jales ajuíza 623 ACPs e veta construções ilegais às margens dos rios Paraná e GrandeProcuradoria também já conseguiu cerca de 450 liminares que atingem ranchos nos municípios de Santa Fé do Sul, Santa Albertina, Rubinéia, Populina, Três Fronteiras, Ilha Solteira, Santa Rita D’Oeste, Santa Clara D’Oeste e Mira

EstrelaImagem ilustrativa

A FUNDAÇÃO

O município de Jales, um dos mais novos de Estado, sur-giu de um racional plano de arquitetura e urbanismo, que atesta a clarividência de seus primeiros colonizadores.

O Fundador, Euphly Jalles, proprietário de vasta extensão de terra na região e conhecedor do traçado dos trilhos da Estrada de Ferro Araraquarense, que por ali iriam passar, contratou Athayde Gonçalves da Silva, João Mariano de Freitas (Lapiá Pai) e José Nunes de Brito, entre outros, para desmatamento de uma área.

Procedida a “derrubada”, foi traçada a área urbana e su-burbana e dado início à venda de pequenas propriedades agrícolas para cultura racional e intensiva de café, algo-dão, cereais diversos e criação de gado.Ainda na fase do desmatamento, foi sugerido pelos des-bravadores e primeiros proprietários, que o novo povoado tivesse o nome de Jales, em homenagem ao seu funda-dor.

Foi fundado a 15 de abril de 1941, criado por determina-ção da Assembléia Legislativa Estadual de acordo com o projeto de lei Qüinqüenal, da Divisão Territorial, Adminis-trativa e Judiciária do Estado e elaborado pela comissão de Estatística, em cumprimento à Resolução nº 1 de 15 de janeiro de 1948. Com apenas 100 habitantes, iniciou-se como pequena vila. Com o correr dos tempos, maravilhados com as possibili-dades da região, começaram a aparecer os pioneiros e a aumentar a população. Expandiu-se assim, a cidade nos moldes pré-estabelecidos. Jales foi elevada a Distrito de Paz pelo Decreto Lei 14.334 de novembro de 1944. Foi elevada a categoria de municí-pio por força da Lei 233, de 24 de dezembro de 1948.

INFORMAÇÕES GERAIS

Jales é um município localizado no noroeste do estado de São Paulo, na região dos grandes lagos, próximo do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Grande parte da pro-dução desses estados, canalizada pela ponte rodoferrovi-ária que liga São Paulo ao Mato Grosso do Sul, passa pela cidade de Jales. A população é de 49.996 habitantes, sendo que cerca de 5 mil reside na área rural. O município tem sua zona rural dividida em pequenas propriedades, a principal ativida-de econômica é a frutífera, destacando-se a produção de uvas de mesa e laranja.

Dois eventos movimentam a cidade anualmente, o primei-ro evento, que ocorre em meados de abril, é a Feira Agro-pecuária e Industrial de Jales (FACIP), que está em sua 40a edição e reúne milhares de visitantes ao longo da semana, prestigiando os shows que ocorrem diariamente. Também acontece anualmente, em meados de setembro, a Festa da Uva, em virtude da cultura agrícola que se destaca na região.O Município conta também com uma unidade de educação à distância da Universidade Federal de São Carlos (UFS-CAR) e um Hospital de Câncer (em fase de implantação), gerido pela Fundação Pio XII, que também administra o Hospital do Câncer de Barretos.

Fonte: IBGE, com adaptações.

A CIDADE Div

ulga

ção

Rua dos Pinheiros, 1803 Vila Pinheiro - Jales/SP

CEP 15704-070Tel: (17) 3624-3111

www.prsp.mpf.gov.br/[email protected]

www.twitter.com/mpf_sp_jales

MPF EM REVISTA é uma publicação bimestral da Procuradoria da República no município de Jales/SP

Editora de Arte e Projeto Gráfico Coordenação de Conteúdo Cristiane Naomi Dr. Thiago Lacerda Nobre

Reportagens ProduçãoThiago Zanotto Zanotto Comunicação

Fotografia Este material poderá ser visualizado emGoogle / Getty Images Express Adobe Reader

EXPEDIENTE

Page 4: MPF em Revista

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O Ministério Público Federal em Jales denunciou 18 pro-fissionais da área da saúde que emitiram recibos falsos para que supostos clientes deduzissem indevidamente nas suas declarações de imposto de renda serviços de despesas médicas que nunca foram realizadas.

As pessoas que recebiam esses recibos estão sendo in-vestigadas em outros inquéritos policiais e ainda não foram denunciadas pelo MPF.

De acordo com as investigações, fisioterapeutas, psi-cólogos, fonoaudiólogos e dentistas emitiram, entre os anos de 1998 e 2002, recibos que, no total, chegavam a R$ 800 mil, valor que pode ultrapassar R$ 1 milhão, se corrigido.

Os denunciados fingiam prestar serviços na área da saú-de. Era a fachada. O objetivo, de acordo com a de-núncia, era emitir recibos falsos para que os “clientes” conseguissem deduzir o valor no imposto de renda, cau-sando prejuízo à União.

Segundo o procurador da República Thiago Lacerda No-bre, autor da denúncia, as 18 pessoas não apresentaram documentos que comprovem que realmente prestaram serviços médicos. “Todos tiveram oportunidade de com-provar a realização dos serviços, tanto perante a recei-ta Federal quanto durante o inquérito policial, mas não o fizeram. Ao contrário disso, vários dos denunciados acabaram até confessando que não prestaram os ser-viços”.

Se aceita a denúncia na Justiça Federal, os acusados responderão criminalmente por crime contra a ordem tributária . A pena para este tipo de crime é de dois a cinco anos mais multa.

MPF/Jales denuncia 18 profissionais que emitiram 1 MI em recibos falsos

Os documentos eram utilizados para que os supostos clientes deduzissem o valor dos falsos serviços médicos

no imposto de renda

MPF/Jales está no Twitter

O Ministério Público Federal em Jales/SP, a exemplo de

outras unidades do órgão e do Poder Judiciário, está

disponibilizando suas notícias na rede social Twitter.

Esse é um novo canal utilizado para mostrar o trabalho

desenvolvido pela instituição para se aproximar ainda

mais do cidadão. Os internautas interessados em rece-

ber as informações do MPF deverão seguir o usuário:

MPF_JALES_SP.

O Twitter é considerado uma das principais redes so-

ciais da internet em todo o mundo. Ele atua como

servidor para “microblogging” (atualizações breves de

texto), permitindo que os usuários enviem e leiam in-

formações e notícias com até 140 caracteres, através

da própria web ou por SMS (via celular). Todas as atu-

alizações são exibidas em tempo real. Seu sucesso se

deve à simplicidade dos textos. Na internet o serviço

é grátis, mas pelo SMS a operadora telefônica pode

cobrar uma taxa de utilização, como ocorre com as

demais mensagens.

Criado em 2006, o Twitter ganhou popularidade em

todo mundo pela facilidade de enviar informações.

Calcula-se que a quantidade de usuários varie entre

quatro a cinco milhões em todo o planeta. Algumas

vezes as informações são divulgadas inicialmente pelo

Twitter para, depois, chegarem a grande mídia.

A Procuradoria da República em Jales foi a primeira

PRM do Brasil a aderir à rede social.

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MPF/Jales age contra cobranças irregulares de procedimentos custeados pelo SUSProcedimento investiga a qualidade do serviço de saúde. Também foi requisitada a instauração de inquérito policial para apurar cobrança por parto em Jales e no município de Estrela do Oeste. Além disso, foram expedidas reco-

mendações às prefeituras locais para coibir tais cobranças.

O Ministério Público Federal em Jales (SP) recomendou às 44 prefeituras da região que determinem a todas as unidades de saúde mantidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a fixação de cartazes informando sobre a ilegalida-de da cobrança de serviços realizados nas unidades.

A iniciativa do MPF ocorre após o órgão receber denún-cias de médicos que estariam cobrando para realizar partos. Ao todo, já foram recebidas quatro denúncias em Estrela D’Oeste e Jales, que teriam cobrado $1,2 mil para realizar cesáreas.

Em um caso grave, uma gestante procurou a Santa Casa de Jales para realizar o parto, mas, segundo denunciado, um médico teria cobrado R$ 1,2 mil pelo procedimento, chegando ao ponto de aplicar medicamento para retar-dar o parto colocando em risco a gravidez da paciente.

A gestante procurou o MPF em Jales, que imediatamente emitiu ofício ao hospital exigindo o atendimento; só as-sim a paciente conseguiu realizar o parto.

Para o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, responsável pelo caso, “além da insuficiência na presta-ção do do serviço de saúde, verificamos a possível prática de crimes visto que existem indícios que além de cobrar dos pacientes, os médicos também receberiam verbas do SUS para a realização dos procedimentos”.

Para coibir as cobranças, o MPF em Jales expediu re-comendações, baseadas no artigo 43, da Lei 8.080/90 sobre o Sistema Único de Saúde, que garante que o in-teresse público deve ser respeitado no que se refere à gratuidade dos serviços financiados pelo SUS.

Com as recomendações, as unidades de saúde deverão ter cartazes em locais de fácil visualização, informando sobre os crimes penais de concussão e estelionato, no caso de eventuais cobranças indevidas. De acordo com o documento, nos cartazes deverá constar o telefone da unidade de saúde, do SUS e do Ministério Público Federal para o recebimento de denúncias.

O órgão também recomenda que as prefeituras criem mecanismos de fiscalização para que as guias de interna-ção e procedimentos sejam preenchidas corretamente, evitando a ocorrência de fraudes, devendo informar ao MPF sobre as cobranças ilegais, caso tenha conhecimen-to de alguma.

As Prefeituras tem dez dias, após o recebimento da reco-mendação, para se manifestar.

Também foi determinada a instauração de inquérito poli-cial federal para investigar a denúncia contra os médicos já identificados bem como de novas denúncias que pos-sam vir a surgir.

Imagem ilustrativa

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MPF/Jales recomenda que aéreas obedeçam o CDC e insiram tabela nutricional nos alimentos

Em outra recomendação, MPF quer Anvisa e Anac fiscalizem companhias aéreas e que determinem que empresas sigam normas da legislação que obriga a rotulagem

nutricional e se alimentos contém ou não glúten

O Ministério Público Federal em Jales recomendou que todas as companhias aéreas brasileiras que operam voos regulares obedeçam à lei 10.674/03, que determina in-formar se o alimento contém ou não glúten, e as Resolu-ções RDC 359/03 e RDC 360/03, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que obrigam a rotulagem nutricional dos alimentos. O prazo inicialmente conce-dido para a adequação foi de 30 dias.Em outra recomendação, de igual teor, direcionada à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e à Anvisa, o MPF recomendou que as agências fiscalizem as compa-nhias aéreas nacionais regulares, brasileiras ou estran-geiras, que operem no Brasil, de modo a garantir o cum-primento da lei 10.674/03 e das Resoluções RDC 359/03 e RDC 360/03.As resoluções 359 e 360 impuseram a obrigatorieda-de da rotulagem nutricional dos alimentos produzidos e comercializados, de qualquer origem, embalados na ausência do cliente. A mesma norma obriga que no ró-tulo devam constar informações como valor energético, carboidratos, proteínas, teor de gorduras e sódio, bem como outras informações.Para o MPF, que apura a questão em procedimento ins-taurado na procuradoria de Jales, a norma vale também para os alimentos preparados especialmente para se-rem servidos em aviões, o que não vem sendo observado pelas companhias aéreas.O procurador cita um caso que ele observou num vôo entre São Paulo e São José do Rio Preto. Ao lado dele estava uma idosa diabética que faz contagem de car-boidratos. Como o alimento não apresentava a tabela nutricional, ela deixou de comer. O procurador recolheu a embalagem do alimento servido no vôo e o juntou

no procedimento que abriu. Outra questão grave é a ausência da informação sobre a presença de glúten na composição desses alimentos.Em 2003 a Anvisa editou uma resolução (RDC nº 2), que estabelece a fiscalização e controle sanitário em ae-roportos e aeronaves. A norma prevê que as empresas aéreas devem zelar pela segurança e qualidade dos alimentos servidos nas aeronaves, assim como dar in-formações básicas que devam constar nos rótulos dos alimentos.Para o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, autor das recomendações, a norma RDC nº 2 da Anvisa, em seu art. 21, diz que as companhias aéreas devem cumprir a legislação e regras já existentes para alimen-tos. “O usuário do transporte aéreo é um consumidor e tem direito a saber o que está ingerindo e se isso representa um risco para sua saúde”, ressaltou o pro-curador.Na recomendação às aéreas, o MPF informa que a não observância da legislação sanitária federal pode confi-gurar infração sanitária e as companhias estarão sujei-tas às penalidades previstas na lei 6.437/77 que regula-menta as infrações à legislação sanitária federal.Na segunda recomendação, às agências reguladoras, o MPF pediu que se verificasse se as companhias se ade-quaram às normas vigentes no prazo de 30 dias (estipu-lado na recomendação).Até o momento, algumas empresas aéreas comprova-ram adequação ao que recomendou ao MPF, enquanto outras estariam se adequando. Entretanto, em razão do pedido de dilação de prazo formulado pela ANVISA e algumas das empresas, a procuradoria ainda aguarda o decurso do prazo suplementar concedido.

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MPF/Jales firma acordo com Faculdade de Santa Fé do Sul para

proibir trotes violentosTermo é assinado após instauração de inquérito para investigar omissão de faculdade em episódio que deixou quatro feridos.

O Ministério Público Federal em Jales e a Faculdades Integradas de Santa Fé do Sul - FUNEC – assinaram, em agosto, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em que a instituição de ensino se compromete a proibir qualquer tipo de trote estudantil, que ofenda a inte-gridade física, moral e psicológica dos novos alunos, ou que causam qualquer tipo de constrangimento e situa-ção vexatória.

O acordo é em decorrência da instauração de inquéri-to feito pelo MPF para investigar as responsabilidades da faculdade nos trotes violentos que deixaram quatro estudantes feridos em fevereiro. Na ocasião, os alunos tiveram os corpos queimados com produtos químicos.Com o termo, trotes abusivos não poderão ocorrer nas dependências da instituição de ensino e nem no exterior de suas instalações. Com o acordo, a FUNEC deve divul-gar a proibição dos atos violentos por meio de faixas e cartazes expostos no interior e exterior da instituição, antes do início das aulas.

A instituição também se compromete a informar aos alu-nos que o não cumprimento da medida poderá resultar em um processo disciplinar e, inclusive, na expulsão dos responsáveis pelo trote violento. Para isso, a fundação deverá disponibilizar um telefone para que as denúncias sejam recebidas.

Ações de conscientização contra trotes abusivos e a or-ganização de atividades de caráter pedagógico, cultural e educativo na recepção de novos alunos também deve-rão ser implantadas, junto com medidas que garantam a segurança nos arredores da faculdade, através do apoio de órgãos como a polícia militar e a guarda municipal. O cumprimento do acordo é imediato e a FUNEC se com-promete a implantar as medidas de conscientização já durante este semestre letivo, ficando as medidas de se-gurança para o próximo reinício de aulas.

“As medidas de segurança foram estabelecidas após es-tudo de alguns casos de trotes violentos ocorridos em diversas universidades, onde pudemos verificar que as falhas nas ações de segurança eram bastante semelhan-tes”, disse o procurador da República Thiago Lacerda Nobre, responsável pelo caso.Caso a faculdade descumpra alguma parte do acordo, será cobrada uma multa diária no valor de R$ 2 mil, que será destinada ao Fundo Federal de Defesa de Direitos Difusos.

O Ministério Público Federal em Jales também expediu recomendações para as demais instituições de ensino superior da região, mesmo onde não havia notícias da ocorrência de trotes violentos, para dar um tratamento coletivo e preventivo à questão. “Assumimos uma pos-tura preventiva, expedindo recomendações às demais instituições de ensino superior, localizadas nos municí-pios atendidos por nossa procuradoria, buscando acabar com o trote violento ou abusivo, de modo a evitar que situações como as ocorridas em Santa Fé do Sul voltem a se repetir e garantindo a segurança dos estudantes universitários da região”, explicou Nobre.

Imagem ilustrativa

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Medicamentos trazidos do Paraguai, que se destinam ao combate da impotência sexual e reumatismo,

foram apreendidos.

O Ministério Público Federal em Jales denunciou o vendedor ambulante Cristiano Pereira de Sousa e o co-merciante Antônio Ivanilton Cruz por terem trazido ile-galmente do Paraguai mais de 48 mil comprimidos de remédios, além de roupas íntimas. Uma avaliação preli-minar assegura que o valor pago pelos remédios passa-ria de R$ 100 mil.

Quando voltavam do Paraguai, os dois foram parados por policiais militares rodoviários durante uma fiscaliza-ção na rodovia Eliezer Montenegro Magalhães, próximo à Vitória Brasil, interior de São Paulo, cidade sob juris-dição da procuradoria da República em Jales.

Com eles, foram encontradas aproximadamente 4.000 cartelas de 10 comprimidos de Rheumazin Forte, uti-lizado para reumatismo, além de 400 cartelas de 20 comprimidos de Pramil, 21 cartelas de um comprimido de Erectalis, e 10 cartelas de 10 comprimidos, mais 8 cartelas de um comprimido, de Erofast, medicamentos utilizados no exterior como estimulante sexual. Tanto o Rheumazin, como o Pramil, não possuem licença de comercialização no Brasil.

“No carro conduzido pelos denunciados foi encontrado um cartão de identificação de uma loja estabelecida no Paraguai, contendo a descrição da espécie e quantidade iguais aos dos remédios que foram apreendidos”, afir-mou o procurador da República em Jales Thiago Lacerda Nobre, autor da denúncia.

A denúncia foi recebida e o processo encontra-se, atu-almente, em fase de alegações finais. Os réus, que são processados por descaminho e por posse de remédios com venda proibida no Brasil, poderão ser condenados à pena mínima de 10 anos. Os dois estão presos desde quando foram pegos em flagrante com as mercadorias, em abril de 2009.

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MPF/Jales pede condenação de grupo que aplicava golpes

no INSS e CEFQuadrilha utilizava documentos falsos

para receber ilegalmente benefícios previdenciários

O Ministério Público Federal pediu a condenação, em alegações finais, dos três integrantes de uma quadri-lha que aplicava golpes no Instituto Nacional do Segu-ro Social (INSS) e na Caixa Econômica Federal (CEF), recebendo, ilegalmente, benefícios previdenciários não pertencentes a eles.

A quadrilha, composta pelo empresário Márcio Lopes Rocha, o comerciante Eduardo Sabeh e o desempregado

Evandro Marques Trancoso, utilizava documentos falsos para concretizar o crime. Segundo as investigações, os três aplicaram pelo menos cinco golpes, recebendo, in-devidamente, mais de R$214 mil.

Os integrantes da quadrilha respondem pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato qualificado e uso de documento falso. Se condenados, poderão ficar presos por pelo menos 20 anos. O grupo foi desarticulado na Operação Dupla Identida-de, realizada em 24 de março deste ano pela Polícia Federal e pelo MPF. Nesse dia, os acusados foram presos em flagrante depois de sacar, utilizando um documen-to falso em nome de um segurado do INSS, benefício previdenciário. Dois dos três denunciados ainda estão presos.

Depois de pedido do MPF e da PF, a Justiça Federal de-terminou o bloqueio dos bens dos três acusados. A medi-da serve para, caso se prove que eles realmente come-teram o crime, possibilitar o ressarcimento do dinheiro recebido ilegalmente aos cofres públicos.

Imag

em il

ustra

tiva

Imagem ilustrativa

MPF/Jales denuncia 2 pessoas por trazerem 48 mil comprimidos ilegais para o Brasil

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ESTRATÉGIA & AÇÃO

Planejamento estratégico permite que PRM de Jales otimize tratamento dos procedimentos administrativosEm menos de 9 meses, procedimentos acumulados ga-

nham vazão e permitem atuação mais eficaz da PRM

nos casos relevantes da região

Foi necessário menos de 10 meses para que a atuação

extrajudicial da PRM de Jales se estabilizasse. Diver-

sos procedimentos de tutela coletiva e criminal, que

tramitavam há anos na procuradoria encontraram seu

desfecho.

“Além de muito traba-

lho, posso apontar o pla-

nejamento estratégico

como ferramenta impor-

tante para a equação da

situação delicada pela

qual passava a PRM de

Jales, não apenas com

relação aos processos

judiciais, mas também

no que tange aos procedimentos administrativos”, afir-

ma o procurador da República Thiago Lacerda Nobre,

responsável pela procuradoria.

“No primeiro momento procuramos detectar os assun-

tos que mais se repetiam na procuradoria, mapeá-los

e buscar dar tratamento coletivizado às questões indi-

viduais, além de buscar algum critério para a instau-

ração desenfreada de procedimentos. Além disso, es-

treitamos a relação com órgãos públicos responsáveis

pelas representações, otimizando a atuação de todos”,

lembra Nobre.

A realidade na PRM era sensível, visto que o total de

procedimentos administrativos de tutela coletiva e cri-

minal instaurados era de quase 800 em dezembro de

2008. Também havia cerca de 400 procedimentos para

serem autuados, bem como a demanda mensal ordiná-

ria de entrada. Após as medidas saneadoras, tais núme-

ros foram reduzidos para cerca de 200 procedimentos

no final de agosto

de 2009, confor-

me demonstra o

gráfico ao lado.

O mesmo trata-

mento conferido

aos PAs também

foi direcionado

aos processos ju-

diciais, reduzindo

significativamen-

te o tempo de permanência dos processos na procura-

doria e garantindo maior agilidade aos feitos, mas isso

será objeto em outras edições desta revista.

“É evidente que a demanda na PRM continua sendo

muito grande e o trabalho permanece intenso, mas po-

demos perceber que o tratamento planejado e estra-

tégico é meio essencial para possibilitar que possamos

cumprir o mister constitucional do MPF e garantir uma

atuação eficaz na defesa da sociedade”, encerrou

Nobre.