O Chevroletdos Pampas

A fábrica de automóveisda General Motors no Brasil,localizada no municípiogaúcho de Gravataí, seráinaugurada dia 19 de julhopróximo pelo presidente Fer-nando Henrique Cardoso,que será o primeiro a conhe-cer o novo carro, cujo nome éguardado a sete chaves. FHCserá recebido pelo presidentemundial da GM Jack Smith,e pelo vice-presidente mun-dial da empresa, Mark Ho-gan, além de expressivo nú-mero de parlamentares daterra e políticos, para aben-çoar o novo ‘‘Ceita’’, o Che-vrolet dos Pampas.

G ILBERTO A MARALhttp://www.gilbertoamaral.com.br Colaboração: SophiaWainer

R E T R A T O

Nome:Gustavo DouradoNaturalidade:Ibititá (ChapadaDiamantina) BahiaProfissão:Escritor, professor,produtor culturalHobby:Navegar na Internet e nociberespaçoPolítica:Antítese da poética.Túmulo da honestidadeDinheiro:Vendaval na mão de umsonhadorVirtude:Fé em Deus e força devontadeDefeito:Acreditar na sinceridadedas pessoasPrato:O que mata a fome comprazer (salada natural)Bebida:VinhoFilmes:Cidadão Kane/ Terra emTranse/ Central do BrasilLivro:Bíblia/ Grande Sertão:VeredasFutebol:Balé da ‘‘grana’’ e da‘‘fama’’Música:Gita/ Raul SeixasViagem:Chapada Diamantina/ RioSão Francisco/ AmazonasPersonalidade feminina:Maria Félix/ PalmerindaDonatoPersonalidade masculina:Giordano Bruno/ CastroAlvesMedo:Dos traidoresAmor:Razão de viverAlegria:A prova dos noveTristeza:A ressaca da alegriaIdeal:Um Brasil sem fome e semanalfabetosBrasília:Utopia em crise/Kaliandra da Nova EraBrasil:País do futuro/ presenteno escuro

UM POUCO DE MUITA GENTE

C M Y K

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SEXTA DOISCORREIO BRAZILIENSE Brasília, sexta-feira, 2 de junho de 2000 7

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■ Na Galeria Rubem Valentim, doEspaço Cultural Renato Russo,será aberta às 19h30 a mostra‘‘Pensamento e Matéria’’, dos ar-tistas Carppio de Moraes, EdyneiAntunes,Humberto Brasil e Mar-cos Rodrigues.

■ Faleceu em Fortaleza, no últimofim de semana, o jornalista Do-rian Sampaio, que marcou suageração pelo brilho de seus arti-gos e o desassombro na tribunaparlamentar, quando exerceu omandato de deputado estadual.

■ Será em torno de Liana e do em-baixador Lauro Moreira (foto),de partida para novo posto, noMarrocos, o jantar que o diretordo Instituto Camões, Rui Rasqui-lho, oferece nesta sexta, às 20h30.

■ Conta tempo hoje Graça Rodri-gues, assessora da Administraçãodo Lago Sul, que comemora com

os amigos logo mais à noite, naQI 25.

■ Também é dia de abraçar DalvaHelena de Souza, da Assessoriade Imprensa do ministro PedroMalan.

■ O comandante do 7º distrito Na-val, contra-almirante Aurélio Ri-beiro da Silva Filho, convida pa-ra a cerimônia de abertura doXXI Salão Riachuelo, às 20h30,no saguão do prédio do Coman-do da Marinha.

■ Sucedendo a Maria Lúcia Mori-coni, a embaixatriz da Turquia,Tomris Alpan, toma posse no pró-ximo dia 15 como presidenta doClube Internacional de Brasília.

■ Regressando de Fátima, em Por-tugal, onde foi em busca de pazde espírito, o jornalista Luiz So-lano.

■ O professor e engenheiro PauloGontijo lança seu livro ‘‘TeoriaEnergética’’ dia 16, em Belo Hori-zonte.

Estação secaO dermatologista Ricardo Fenelon(foto), membro da Academia Americanade Dermatologia, alerta para os riscos daestação da seca para a pele.* Aconselhaconsulta especializada, considerando serpreciso atentar para cuidados especiaiscom cabelos, unhas, banhos — qualsabonete usar —, hidratação, alergias e,principalmente, o câncer de pele, quepode ser evitado desde que hajadisciplina nos horários de se tomar sol.

No coquetel de inauguração da ‘‘Spicy’’, no ParkShopping,André Cutait e Denis Seixas ladeando os proprietários damarca na Corte, Claudia Kobayashi, Fabiana TartuceCarneiro e Neilton Taya

Yolanda Tartuce, Rosely e o médico Renault Matos Ribeiro

Rodrigo de Souza, Raquel Mundim, Ana Gabriela e ManoelRicardo de Holanda

NamoradosO comércio está investindo com firmeza nas comemora-

ções do Dia dos Namorados,cujas vendas podem superar ado Dia das Mães, e que transcorre dia 12 próximo. Há oti-mismo na praça, sob o argumento de que mãe só se temuma. Já namoradas...

DebateOs pré-candidatos à

prefeitura paulistanaestarão frente a frenteno próximo dia 12, pa-ra o primeiro debatepela televisão, que se-rá levado ao ar pelaBand. Marta Suplicy,Luíza Erundina, Ro-meu Tuma e GeraldoAlckmin estarão de-fendendo suas idéias.Paulo Maluf, inclusi-ve. Comenta-se queele será o alvo princi-pal dos participantes.

Combate à corrupçãoA Transparência Brasil, a Ordem dos

Advogados do Brasil, a Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB) e oSuperior Tribunal de Justiça realizamnesta sexta-feira, painel sobre o tema‘‘Combate à Corrupção no Brasil’’. Opresidente do STJ, ministro Paulo CostaLeite, quer a sociedade no debate ‘‘a fimde que consigamos reduzir essa chaga alimites toleráveis para qualquer socie-dade civilizada’’. Participarão os presi-dentes da CNBB, Dom Jaime Chemello,da OAB nacional, Reginaldo de Castro,da Transparência Brasil, Eduardo Ca-pobianco, e o senador Pedro Simon.

Na rota do Incor

Brasília terá em breve umcentro cardiológico ao ní-vel do Incor paulistano.

A Câmara dos Deputa-dos, junto com o Institutodo Coração, está em vias deconstruir ou comprar umhospital e transformá-lonum padrão de primeiromundo, aposentando defi-nitivamente o ‘‘Dr. Boeing’’,que sempre é solicitadoquando alguém sofre umacidente cardiológico naCapital da República. Já eratempo.

Reduzindoa demanda

Uma recomendação daAs sociação Brasileira deExportadores de Frango,aos seus filiados, quer evi-tar a queda de preços doproduto no mercado inter-nacional. Propõe a reduçãoda oferta em 5%, só para oexterior, para ajudar a em-pinar os preços, mantendocontudo inalterada a mar-gem de lucro.

‘‘O Avessoda Gente’’

A escritora e ilustradoraEva Furnari estará hoje emBrasília para lançar e auto-grafar sua coleção ‘‘O Aves-so da Gente’’, destinado acrianças e adultos apaixo-nados por literatura infan-til. Será nesta sexta-feira,das 6 da tarde às 9 da noite,na livraria Sabugosa, no Li-berty Mall.

Velosoem BH

O presidente do Su-premo Tribunal Fede-ral, ministro CarlosMario Veloso, estaránesta sexta-feira emBelo Horizonte. Vaiproferir a palestra deencerramento do Con-gresso Internacionalde Ciências Penais,que está sendo reali-zado no Ouro MinasPalace Hotel. Será às16h30, e Carlos Velosovai abordar o tema ‘‘OsTributos e o PoderJudiciário’’.

Buscandoa saída

O ministro do Desen-volvimento, Indústria eComércio Exterior, Al-cides Tápias, reúne napróxima segunda-feiradirigentes de empresasaéreas. O objetivo é dis-cutir e buscar uma saí-da para a crise queatinge as companhiasde aviação comercialbrasileira.

CigarrosMais um estudo cien-

tífico, agora de Chica-go, serve de alerta aosque persistem fuman-do: os cigarros são res-ponsáveis por mais de50% das infecções queatingemagengiva,ape-riodontite, que destróio tecido em torno dosdentes. Pare de fumar!

SouvenirsDestaque a primeira

loja temática de Brasí-lia. É a Arte Capital, ‘‘amelhor lembrança deBrasília’’. Fica no sa-guão de embarque doAeroporto e tem pro-dutos incríveis e exclu-sivos. Até biquínis egravatas com os mo-numentos da cidade!Vale a pena conhecer.

DE PRIMEIRA

CPI de resultadosEnfim uma CPI que deu re-

sultados, a dos Medicamentos,presidida pelo deputado Nél-son Marchezan.

Como frutos, a Lei dos Gené-ricos, que já começou a ser apli-cada, e a exigência da planilhade custos dos laboratórios, quepermite a preparação de pro-cessos para combater os preçosabusivos dos remédios. Alémda criação da Comissão de Saú-de da Câmara e do funciona-mento dos laboratórios públi-cos.

Pressa na Reforma

O presidente do PFL nacional,senador Jorge Bornhausen, de-fendendo a implantação da Re-forma Política, lembrou ser ne-cessário combater a atual proli-feração de partidos. Bornhau-sen salientou que essa Reformadeverá estar concluída até o fi-nal de setembro do próximoano, para que seus efeitos seapliquem às eleições gerais de2002.

JOSÉ ESCARLATEInterino

Aliança totalA classe política circulante no Congresso Nacional ana-

lisa que, a aliança formada em São Paulo entre o PMDB eo PFL, para apoio a Romeu Tuma, firmada por seus caci-ques, abre a janela para mostrar a candidatura do atualpresidente da Câmara, Michel Termer, ao governo do Es-tado em 2002. Mas os políticos enfatizam, também, queessa aliança passa também pelo apoio peemedebistas aInocêncio Oliveira, para a presidência da Câmara, em fe-vereiro do próximo ano.

Crônicasda Corte

O jornalista e poeta PauloMendes Campos hospedavaem sua casa um primo, do in-terior de Minas.

De pijama e chinelos, sen-tou-se às dez horas da manhãem frente à máquina para re-digir quatro artigos que te-riam que ser remetidos aosjornais e revistas, antes dasquatro horas da tarde.

Estava sem inspiração. Batiaem um trecho, não achavabom, retirava o papel, faziauma bolinha e jogava no lixo.Olhava o relógio, em pânico.

Quase meio-dia, o lixo cheiode bolinhas e a inspiração, ze-ro.

Para o seu desespero total, oprimo, que estava no sofá,atento a tudo, comentou:

— Ô Paulo, se eu soubesseescrever, também não traba-lhava, não!

Paulo Lima

Ponto de EncontroNeste sábado, o ‘‘Ponto deEncontro’’ continua a sériede homenagens, iniciada nasemana passada, aosmédicos que aqui chegaramna década de 60. Às 22h30pela TV Brasília, e às 11h10,pela TV Goiânia.

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um advogado redigindo a polis(leis) da Usina’’, adverte Waldo-miro Guimarães. ‘‘Por exemplo,se houver mensagens de racis-

mo, nós vamosretirá-la’’.

A Usina de Le-tras, no momen-to, conta comdois serviços bá-sicos. O primeiroé o ‘‘publicadorde textos’’. Nele,o autor se cre-dencia na Cen-tral do Autor, se-leciona a moda-lidade de texto(crônica, conto,cordel, ensaio,poesia, artigo,discurso, tese,monografia, in-fantil e infanto-juvenil) e dá aomundo virtualsua obra. A pági-na fornece aindaos princípios daproposta desen-v o l v i d a p e l aCBData-ZAZ. Pa-ra quem desejar,ainda há um es-quema de buscapor palavra, au-tor ou título, quefacilita o acessoaos textos.

O outro serviçotem sido chama-do de Placar. ‘‘É ode mais Ibope.Em cada texto, oescritor tem o nú-mero leituras’’,conta WaldomiroGuimarães. NoPlacar, é possívelconhecer o autor

mais lido na Usina de Letras e otexto mais acessado. Estão rela-cionados os dez primeiros em ca-da gênero. Até sexta-feira, 50 au-

tores estavam credenciados e ha-via 512 publicações.

Três novos serviços, em breve,devem acirrar a busca por visi-bilidade no site. O primeiro teráespaço para críticas e comentá-rios. Com o número de leituras,estará disponível um frame noqual ficará visível quantos equais comentários foram feitosao trabalho.

PATROCÍNIOSMas o serviço mais promis-

sor, sem dúvida, será a área parapatrocínios. ‘‘Se um empresáriogostar de um autor, ou texto, equiser patrociná-lo, bastará en-trar nessa área, dizer quem é, onúmero do cartão de crédito enos enviar um arquivo com obanner (propaganda). Qualquerreferência que se fizer ao textopatrocinado mostrará o bannerdo patrocinador’’, explica Gui-marães. O melhor: o ZAZ fará opapel do agente de cobrança. E,como o autor é seu próprio edi-tor — inclusive, sendo o único apoder retirar o modificar seusescritos — ele terá apenas quenegociar diretamente com oZAZ o percentual na publicida-de. ‘‘Um autor, quando é muitoexpressivo, recebe 15% da ven-da dos livros. Nossa proposta é,no mínimo, de o autor receber51%’’.

Por fim, a Usina de Letras teráuma loja virtual, onde estarão àvenda textos maiores dos escri-tores, como romances, porexemplo. Com direito à exibiçãoda capa e tudo. ‘‘O arquivo seráposto pelo próprio autor. A lojavenderá o download, só livrosvirtuais. Aceitaremos apenas osarquivos em formato Pilot, PDFe celular de terceira geração’’,avisa Guimarães.

BRASIL CORREIO BRAZILIENSEBrasília, domingo,26 de dezembro de 199918

O site da Usina: para participar,basta se cadastrar e enviar dados básicos,como nome e endereço

Novas obrasse inspiram

em livrosconsagrados

Da Agência Folha

Se é excesso ou falta deimaginação, não se sabe.Mas romances inspiradosem antigas obras parecemestar na moda. O espanholManuel Vázquez Montalbáne o cubano Reinaldo Monte-ro seguiram o filão. O pri-meiro se inspirou no filme OEstrangulador de Boston (Ri-chard Fleisher, 1968) paraseu O Estrangulador. O se-gundo, em As Afinidades Ele-tivas, de Goethe, para escre-ver As Afinidades. Os resul-tados, porém, são radical-mente opostos.

Enquanto Montalbánparte de um filme popularpara compor uma obra eru-dita e difícil, Montero se ins-pira no clássico e produzum livro simples e de praze-rosa leitura. Em As Afinida-des Eletivas, o alemão Wolf-gang Goethe (1749-1832)reúne dois casais na resi-dência de um deles, isola-dos do contato com o mun-do exterior. Logo as afinida-des entre macho e fêmea depares opostos começam a sedefinir naturalmente, dan-do início ao conflito.

No romance de Montero,dois casais, decididos de an-temão a trocar de parceiropor algumas noites, se hos-pedam em uma cabana nocampo. Não há aí a diferen-ça de idade exposta por Goe-the com um dos casais deenamorados clandestinos,mas sim a inocência e atéum certo pudor excessivodaquela que seria a mais in-gênua do grupo, Magda.

Magda se opõe a Cristina,a mais atirada, e ao própriomarido, Bruno, ao mesmotempo que descobre as taisafinidades com o compa-nheiro da outra, Néstor. Co-mo pano de fundo da tensãoiminente, as divergênciaspolíticas entre os homens doquarteto, expondo as incoe-rências da ilha comandadapor Fidel Castro. ‘‘No roman-ce há pontos de vista e tam-bém perguntas sem respos-tas. Cuba está cheia decarências’’, disse o escritor.

GRATIDÃOSobre sua inspiração no

livro de Goethe, Montero re-vela bem mais uma ‘‘dívidade gratidão’’ com o pensa-mento do autor alemão. ‘‘En-quanto Goethe gasta umagrande quantidade do tem-po até o momento eróticoem que o casal faz amor ecada um pensa no outro, eufaço com que o sexo cheguemuito rápido. Os problemascomeçam depois’’, diz.

É uma boa aposta, e fun-ciona, com momentos quevão desde a tensão até o hu-mor mais descarado, comoquando a cubana Cristinaprefere dizer, em detrimen-to do chavão socialista, ‘‘Vi-va a Revolução’’, ‘‘ Viva aUmidade’’.

Vázquez Montalbán pre-feriu incorrer em sua forma-ção de filósofo e fez do es-trangulador interpretado nocinema por Tony Curtis umautodidata com especial in-teresse em pintura e psica-nálise. É um romance escri-to sob a forma de diário, ameio caminho entre a ficçãoe o ensaio — tem até notasde rodapé —, e o autor usapáginas e páginas na inter-pretação de tudo quanto vêe conhece.

Em Quarteto, pequenoromance policial, já haviase dedicado a analisar amesma Ofélia do quadro dopré-rafaelita Everett Millais,como agora. Refere-se ain-da aos zapatistas de Chia-pas, cujo subcomandanteMarcos é alvo de seu livromais recente. O Estrangula-dor é sofisticado, tenso eclaustrofóbico.

SERVIÇO

As Afinidades,de Reinaldo MonteroCompanhia das Letras,R$ 18,50 O Estrangulador, de Manuel VázquezMontalbánCompanhia das Letras,R$ 24,00

Usina virtual de criaçãoUm novo site na Internet abre espaço para escritores,conhecidos ou não,publicarem seus contos,crônicas,poesias

Alexandre MachadoDa equipe do Correio

Sai de cena o papel. A soli-dão do ato criativo encon-tra o escritor de frente para

um novo espaço vazio, a tela docomputador. E ele, criador,prostra-se diante da tecnologia,diante da expectativa de poderser lido em escala planetária.Na Internet. Não, não se trata dequalquer previsão apocalíptica,das tantas em moda na viradado cabalístico ano 2000. É muitomais simples, e mais revolucio-nário — como todas as boas so-luções, há mais de dois milê-nios. A idéia tem nome, Usinade Letras , e endereço virtual(www.usinadeletras.com.br).Nesta homepage, qualquer es-critor, ou outra pessoa que de-seje publicar texto de sua auto-ria, tem amplo acesso. Bastacredenciar-se no site, enviandopela própria página os dadospessoais — nome, endereço, se-nha etc.

A idéia, extra-oficial, é doCBData-ZAZ. Com apoio do Sin-dicato dos Escritores do DistritoFederal (SEDF). ‘‘A iniciativa éexcelente’’, comemora GustavoDourando, o Amargedom, presi-dente do SEDF. A felicidade nãoé gratuita. Amargedom sabe quea principal dificuldade encon-trada pelos escritores de Brasíliaé conseguir distribuir seus li-vros. Em geral, publicados porconta própria.

‘‘Eu tenho nove (livros) publi-

cados. Todos saíram do meubolso, e aqui em Brasília nãotem um esquema de divulgação.Não tem indústria do livro. As li-vrarias são de rede. Creio queesse projeto vai mudar tudo’’,aposta Amargedom.

‘‘É um espaço gratuito, semdiscriminação’’, avisa o diretordo ZAZ em Brasília, WaldomiroGuimarães Júnior. ‘‘Não há cen-sura. Qualquer pessoa pode pu-blicar seus textos. Nem precisater conhecimentos de Internet.Basta colar o texto no espaçodisponível’’.

COMPETIÇÃOGuimarães é um grande entu-

siasta do projeto. Fica horasvendo a competição entre escri-tores, que usam pequenos estra-tagemas para aumentarem o ín-dice de leitura. Isso porque, naprimeira página da usina, apa-recem os dois últimos textos en-viados pelos autores credencia-dos. Em geral, os mais lidos.Sendo assim, alguns autoresmonitoram a concorrência,aguardando o momento opor-tuno para enviar sua publica-ção. ‘‘Muitos publicam de ma-drugada. É o momento da inspi-ração’’, conta o diretor do ZAZem Brasília.

Mas, um adendo: ainda nãohá, mas haverá censura, sim, nosite. Não contra a criação literá-ria. ‘‘Não haverá censor, porém,se houver alguma coisa que firaa lei do país ou o direito de ou-tras pessoas, será retirada. Há

Gustavo Dourando,o Amargedom,com nove livros publicados e presidente do Sindicato dos Escritores: confiança de que a Usina de Letras vai ajudar na divulgação de seus tex-

Antonio Siqueira

OBRASAPATIA,de Guilherme Felipe

Um sonho transbordou em minha insôniaImagens desconhecidasQue esperam o amanhecerPara sucumbir à luzOu eternizar-se em meu tédioDele brotou um delírioQue me adormecendoTransportou-me ao amanhecerIncerto do amanhã não vindoSufocando meus gritos de esperançaE permaneçoNem amanhã nem ontemCavando as horas com incertezaMinha esperançaE meu vagar tardioNo mesmo lugar de onde não saíNo mesmo pontoDe partida e de chegadaNa mesma hora de sempre.02.11.1999 - 16h53

MAIS VALIA MAQUINAL,de Amargedom

Automóvel computadorTeletela televisorPropaganda publicidadeO comércio nos invadeRobotá virante genteO novo trabalhadorO patrão quase não pagaTem lucro superiorMais valia maquinalO desemprego é totalO que fazer meu amor?12.11.1999 - 20h49

DOIS

A Usina de Letras, em seu limi-te, contará com 2 milhões de tex-tos e 100 mil autores, até o finalde 2000, segundo projeção doZAZ. A idéia é internacionalizar osite. ‘‘Começaremos a divulgaçãoem Brasília e no Centro-Oestequando tivermos 2 mil textos. Nomomento, estamos em períodode testes’’, avisa Waldomiro Gui-marães. Mas, apesar de não ter si-do concluída, a usina está dispo-nível a todos os interessados.

Com 10 mil textos, começará adivulgação internacional, em to-da a América Latina. Nessa fase,a página poderá ser lida em trêsidiomas: português, inglês e es-panhol. ‘‘Até lá, queremos criarcondições para que se envie como texto vídeos, imagens e áudio,que ajudarão na leitura’’.

Se tanta visibilidade atrai al-guns autores, também pode ini-bir outros. É o caso do servidorpúblico Guilherme Felipe da Sil-va. Aos 44 anos, ele nunca publi-cara um texto de sua lavra. Atéconhecer a Usina de Palavras.Mineiro, Felipe tomou conheci-

mento do site por Amargedom.Então, perdeu parte dos pudorese enviou várias obras.

A outra parte dos pudores quepermaneceram nesse praticanteda mineiridade levou-o a umacuriosa atitude diante da fama re-pentina — durante bom tempo,Felipe foi o autor mais lido na usi-na. ‘‘Sou mineiro, sou inédito. Es-tava no meio de um bando degente que havia publicado. Comotinha mais acessos, comecei asentir incômodo. Falei: ‘vou pararde publicar, quando os outros au-tores tiverem mais acessos queeu, volto a enviar os textos’ ’’, co-menta. E foi o que fez. ‘‘ Não es-crevo para massagear o ego, maspara passar uma mensagem’’, diz.

De tão feliz, Felipe promete pa-ra 2000 a publicação, impressa,de cinco livros infantis e um poe-ma sobre os 40 anos de Brasília —este, na internet. É, o mineiroperdeu a timidez. Essa nem Nos-tradamus poderia prever (A.M.).

SERVIÇOwww.usinadeletras.com.br

Site deverá ter 100 mil autores inscritosReproducão

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