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Corte Memorial do Convento José Saramago Português Módulo 12 Turismo 1

Corte

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Page 1: Corte

Turismo 1

CorteMemorial do Convento

José Saramago

Português Módulo 12

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Turismo 2

Cumprimento de deveres conjugais na relação rei/rainha (EVO) A relação conjugal resume-se a um

único objetivo: dar um herdeiro à coroa. Não existe nenhum envolvimento afetivo entre o rei e a rainha.

O rei cumpre “vigorosamente” o seu dever de marido e vai ao quarto da rainha duas vezes por semana a fim de concretizar o seu dever de rei.

Porém, a “devota parideira” é já culpabilizada por “mais de dois anos” de esterilidade pois “que caiba a culpa ao rei, nem pensar, (…) porque abundam no reino bastardos da real semente...”

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Turismo 3

Cunhado seduz Rainha “... E o mato cheira como dantes, assim fica o infante

D.Francisco sozinha em Lisboa, fazendo corte, e já começa urdir a trama e a teia, deitando contas à morte do irmão e à sua própria vida, Se desta melancolia, que tão gravemente atormenta sua majestade, não houver remédio, e quiser Deus que tão cedo lhe acabe a vida terrenal para mais cedo principiar a eterna, ...,casando nós em boa e canónica forma, que por méritos de homem posso garantir que não sou menos que meu irmão, ora essa, Ora essa, que conserva imprópria de cunhados, el-rei ainda está vivo ... Adoeceu tão gravemente el-rei, morreu os sonhos de D. Maria Ana, depois el-rei sarará, mas os sonhos da rainha não ressuscitarão.”

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Capitulo XPág.154/155/156

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Turismo 4

Rei com uma relação secreta com a Madre Paula

“... Paula quando se despe, talvez ciumento de se ver roubado desta esposa, flor de claustro perfumada de incenso, carne gloriosa, mas enfim, depois eu saio e lá fica, se emprenhou, o filho é meu, não vale a pena mandar anunciar outra vez,..., não há como os reis para as terem, as ideias, senão reinariam, virem as freiras de Odivelas cantar o Bendito ao quarto de Paula quando estivermos deitados, antes, durante e depois, amen.”

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Capitulo XIIIPág. 213

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Turismo 5

Celebração do batizado da infanta Maria Bárbara (SOARES) “Foi a princesa a batizar, em dia de Nossa

Senhora do Ó, ..., com todo o paço e capela real armados de panos e ouros, e a corte ajoujada de galas, ..., enfaixada de linhos, franzida de laços, escorrida de fitas, e atrás do pálio a nomeada aia, que é a condessa de Santa Cruz velha, ..., enfim meia dúzia de marqueses e o duque filho, que trazem as insígnias da toalha, do saleiro, do óleo...”

“Sete bispos a batizaram, eram como sete sóis de ouro e prata nos degraus do altar-mor, e ficou a chamar-se Maria Xavier Francisca Leonor Bárbara...”

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Capítulo VIIPag. 96/97

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Turismo 6

Infante D. Pedro (CARINA)Nascimento Funeral “Entretanto, nasceu o infante D.

Pedro, que por vir segundo só teve quatro bispos a batizá-lo, mas ficou a ganhar por ter sido parte no batismo o cardeeal, que ao tempo da sua mana ainda não havia, e veio notícia de que no cerco de Campo Maior morreram muitos soldados inimigos e poucos dos nossos...”

“...donos da casa que receberá o menino morto de desmame, privilégio que os frades muito, como mereceram o convento que vai ser construído na vila de Mafra, onde há menos de um ano foi enterrado um rapazito de quem não chegou a averiguar-se o nome e que levou acompanhamento completo, iam os pais, e os avós, e os tios, outros parentes, quando o infante D. Pedro chegar ao céu e souber destas diferenças, vai ter um grande desgosto.”

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Capítulo VIII

Pág.115

Capítulo XPág.144/145

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Turismo 7

Lição de piano da menina Está a menina sentada ao cravo, tão novinha ainda não fez nove

anos e já grandes responsabilidades lhe pesam sobre a redonda cabeça, aprender a colocar os dedinhos curtos nas teclas certas, saber, se o sabe, que em Mafra se está construindo um convento, muito verdade é o que se diz, pequenas causas, grandes efeitos, por nascer uma criança em Lisboa levanta-se em Mafra um montanhão de pedra e vem de Londres contratado Domenico Scarlatti.

À lição assistem as majestades, em pequeno estado, umas trinta pessoas, se tanto, contando os camaristas de semana dele e dela, aias, açafatas várias, mais o padre Bartolomeu de Gusmão, lá para trás, e outros eclesiásticos.

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Turismo 8

Il maestro vai corrigindo a digitação fá lá dó, fá dó lá, sua alteza apura-se muito, morde o beicinho, nisto não se distingue de qualquer criança, em paço nascida, ou noutras passagens, a mãe disfarça uma certa impaciência, o pai está real e severo, só as mulheres, tenros corações, se deixam embalar pela música, e pela menina, mesmo tocando ela tão mal, nem admira, que esperaria D. Maria Ana, milagres, ainda agora está no princípio, il signor Scarlatti só chegou há poucos meses, e por que hão-de estes estrangeiros tornar os nomes difíceis, se tão pouco custa descobrir que é Escarlate o nome deste, e bem lhe fica, homem de completa figura, rosto comprido, boca larga e firme, olhos afastados, não sei que têm os italianos, e então este, em Nápoles nascido há trinta e cinco anos, É a força da vida, mana.

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Turismo 9

Descrição do casamento dos infantes (MONTES)

Dº João V + Dª Maria Ana

Em Lisboa, houve preparações extraordinárias para a Bênção Nupcial, em 28 de Outubro, com arcos de triunfo, enorme magnificência.

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Turismo 10

Maria Bárbara + Fernando VI de Espanha D. Maria Bárbara tem 17 anos, “cara de lua cheia, bexigosa,

(…) mas é uma boa rapariga, musical” Príncipe Fernando VI tem 15 anos “e de rei pouco mais terá

que o nome” Porém, ainda se encontram famílias felizes. A real de Espanha é uma. A de Portugal é outra.

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Turismo 11

Casam-se filhos daquela com filhos desta, da banda deles vem Mariana Vitória, da banda nossa vai Maria Bárbara, os noivos são o José de cá e o Fernando de lá, respectivamente, como se costuma dizer.

Não são combinações do pé para a mão, os casamentos estão feitos desde mil setecentos e vinte e cinco.

Muita conversa para a conversa, muito embaixador, muito regateio, muitas idas e vindas de plenipotenciários, discussões sobre as cláusulas dos contratos de matrimónio, as prerrogativas, os dotes das meninas, e não podendo estas uniões ser feitas à ligeira, nem à porta do talho, onde grosseiramente se diz que são combinados os amiganços, só agora, quase um lustro passado, se fará a troca das princesas, uma a ti, outra a mim.

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José I + Mariana Vitória Mariana Vitória “ uma garotinha de onze anos” que já esteve

para se casar com Luís XV de França e foi “devolvida”; Príncipe D. José com 15 anos.

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Turismo 13

Capítulo 24 - O penúltimo parágrafo Enfim, chegou o mais glorioso dos dias, a data imorredoira de

vinte e dois de Outubro do ano da graça de mil setecentos e trinta, quando el-rei D. João V faz quarenta e um anos e vê sagrar o mais prodigioso dos monumentos que em Portugal se levantaram, ainda por acabar, é verdade, mas pela catadura se conhece o catacego.

Não se descrevem tantas maravilhas, Álvaro Diogo não viu tudo, Inês Antónia tudo confundiu, Blimunda foi com eles, parecia mal não ir, mas não se sabe se sonha, se está acordada.

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Turismo 14

FIM

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