COSTA, MURILO - Os Fardos Existenciais

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Um texto sobre meu conhecimento do existencialismo e como interpreto a necessidade de sentido para existência humana. Explico quais os absurdos da realidade e o conflito existencial que eles provocam.

Citation preview

Os fardos existenciaisA existncia precede a essncia, somos construes de ns mesmos e no podemos escapar disso

Por Murilo Costa

No h sentido intrnseco no mundo, nem na vida, nem em lugar algum. Essa a premissa existencialista, embora no haja consenso sobre como reagir perante isso, o ponto central de que a natureza da condio humana um problema filosoficamente relevante, e melhor endereado pela ontologia aparece como algo em comum entre os pensadores dessa corrente filosfica.A filosofia ento passa a ser vista como um estilo de vida, sendo que ela justamente um estudo da natureza da existncia. Um fator de extrema importncia reconhecer que essa investigao s pode ser feita de dentro da vida, pois toda filosofia feita pelo ponto de vista de seres que existem e experienciam o mundo dessa forma.

Existem alguns problemas chave, que so endereados pelos principais pensadores dessa corrente filosfica, essnciais para seu entendimento:O Absurdo, a Angustia e o DesesperoA noo de absurdo est em perceber que impossvel encontrar sentido em qualquer coisa no mundo que no seja aquele fornecido por ns mesmos. A natureza no possui propsito existencial, o que se pode perceber descritivo, ou seja, precisa de um contexto externo para que faam sentido e no explicatrio ou entendvel, que possuem um sentido em si.Essa falta de sentido leva compreenso de que a realidade amoral e injusta, ao perceber isso o conceito de bem e mal perde a relevncia, quem faz o bem ou o mal esto no mesmo patamar, no h valores objetivos para seguir j que a essncia s pode ser desenvolvida pelo ser.A angustia surge quando se percebe que a existncia humana solitria e independente, como estar por si s no mundo. O questionamento da essncia do que existe, leva a uma irrelevncia dos valores, da tradio e da existncia de deidades que possam interferir nas decises de um indivduo.O desespero existencial difere do termo comum, pois, acontece quando a construo do senso de identidade do indivduo feita utilizando critrios que podem ruir a qualquer momento, nesse ponto, a pessoa est em constante desespero em frente falta de sentido percebida no mundo.O Contexto, a Liberdade, e a ResponsabilidadeLiberdade responsabilidade, por si mesmo e por suas aes. Assim como Kant, os filsofos existencialistas aceitam a liberdade como uma forma de autonomia, se a liberdade responsabilidade, ento deve-se assumir uma postura de comprometimento com sua existencia, isso significa, de acordo com o categrico imperativo, que ao perceber a responsabilidade para/com algum princpio, o indivduo deve aplicar uma lei sobre si mesmo de forma que ele esteja engajado com as consequncias de segui-la.A liberdade tambm dependente do contexto em que se est inserido, sem o contexto ela parece ilusria e demasiadamente inocente, pois o indivduo no consigir saber as possibilidades de ao para que hajam escolhas e opes.

A Autenticidade e o OutroExiste uma preocupao duradoura, quase eterna, com a natureza da vida, no sentido de que estamos em constante batalha contra o medo da morte enquanto caminhamos justamente em sua direo. No se entende a existncia humana atravs de outras existncias, pois a primeira dotada da capacidade de escolha de um propsito, sendo que esse propsito deve levar a uma existncia autntica. O ser autntico vive de acordo com sua natureza, ele reconhece a existncia em si mesmo, o que acaba gerando uma viso de mundo individualista. Porm, o individualismo exacerbado pode causar problemas por obscurecer os tipos de coletivismos que so importantes para se viver de forma saudvel em sociedade. notvel uma crtica enftica sobre a mecnicidade do comportamento, esse processo incentiva uma limitao da analise do individuo humano sob o aspecto econmico, poltico ou social, abandonando o aspecto espiritual e emocional que influenciam fortemente a experincia de vida do mesmo. O coletivismo tambm alvo de severas crticas, principalmente quanto ao comportamento de massa que leva ao abandono do pensamento crtico e da busca individual do propsito ao aceitar a vontade coletiva.A existncia consiste em agir, em se fazer existir constantemente e de fugir da morbidez dos atos passados, sendo que a cada dia que passa um indivduo est caminhando em direo prpria morte. Nesse contexto, somos livres para agir, mas no temos liberdade para no agir, uma existncia autentica se preocupa com a tenso entre o que deve ser descoberto e vivido, isso gera um grande conflito entre, por exemplo, a razo e o instinto ou o que factual e transcendental.Se as pessoas so autnticas, a liberdade delas vai levar a uma certa resoluo que trar um comprometimento com seu propsito existencial, e isso vai envolver tambm a existncia de outros seres. Populaes no-autnticas demonstram comportamento de rebanho, pois agindo dessa forma irracional e prejudicando a identidade individual que acaba por se confundir com a massa, esto perdendo o seu propsito e tendo uma existncia no-autntica.Voc as escolhas que fazA existncia humana tende destruio, se opto ser algo que no sou, estou vivendo de forma no autntica. Ao fazer uma opo ela se torna uma parte do mundo, algumas dessas opes levam o indivduo a se tornar uma coisa, porm, no somos coisas, consequentemente, necessrio encarar essa situao e ento determinar se existo ou finjo existir.