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ESPECIAL SAÚDE agosto de 2010- nº 1258 Visite nosso site: www.quimicosabc.org.br Jornal do Sindicato dos Químicos do ABC TRABALHADORES SUJEITOS A TODO TIPO DE ACIDENTES POR FALTA DE INVESTIMENTO EM SEGURANÇA A indústria química no Brasil uti- lizou 82% da sua capacidade pro- dutiva no primeiro semestre do ano, aumentando o faturamento em 16,8%. A Abiquim (Associa- ção Brasileira das Indústrias Químicas) projeta investimen- tos de US$ 167 bilhões entre 2010 e 2020, com estimativa de criação de dois milhões de empregos. A indústria química deverá figurar en- tre as cinco maiores do mundo. Mas, como fica a se- gurança do trabalhador? Leia na página 3 Indústria química: Cresce a produção, mas não cresce a proteção Sindicato devolve imposto sindical aos sócios Pág. 2 Saúde é tema de conferência em Diadema Pág. 4 Se o perigo mora ao lado, denuncie... Após a explosão da Di-All Quí- mica, em Diadema, o Sindicato propôs um projeto de lei que cria um canal de comunicação entre população e órgãos públicos. O projeto, aprovado pela Câmara de Diadema, agora está sendo apre- sentado a outros municípios da Grande São Paulo. Lei na página 7 Entrevista com trabalhador da BASF Demarchi Pág. 5 Mais segurança no setor plástico Pág. 6 Sindicato discute nanotecnologias Pág. 8 Jornal Sindiquim 1258.pmd 18/8/2010, 15:57 1

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ESPECIAL SAÚDE

agosto de 2010- nº 1258

Visite nosso site: www.quimicosabc.org.br

Jornal do Sindicato dos Químicos do ABC

TRABALHADORES SUJEITOS A TODO TIPODE ACIDENTES POR FALTA DEINVESTIMENTO EM SEGURANÇA

A indústria química no Brasil uti-lizou 82% da sua capacidade pro-dutiva no primeiro semestre doano, aumentando o faturamentoem 16,8%. A Abiquim (Associa-ção Brasileira das IndústriasQuímicas) projeta investimen-tos de US$ 167 bilhões entre2010 e 2020, com estimativade criação de dois milhõesde empregos. A indústriaquímica deverá figurar en-tre as cinco maiores domundo. Mas, como fica a se-gurança do trabalhador?

Leia na página 3

Indústria química:

Cresce a produção, mas nãocresce a proteção

Sindicato devolve impostosindical aos sócios

Pág. 2

Saúde é tema de conferênciaem Diadema

Pág. 4

Se o perigomora ao lado,denuncie...

Após a explosão da Di-All Quí-mica, em Diadema, o Sindicatopropôs um projeto de lei que criaum canal de comunicação entrepopulação e órgãos públicos. Oprojeto, aprovado pela Câmara deDiadema, agora está sendo apre-sentado a outros municípios daGrande São Paulo.

Lei na página 7

Entrevista com trabalhador daBASF Demarchi

Pág. 5

Mais segurança no setor plásticoPág. 6

Sindicato discute nanotecnologiasPág. 8

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De 23 de agosto a 8 de outubro, o Sindicato dos Químicos do ABC estará devolvendo aos sócios/as a parte do Imposto Sindical destinada à entidade. O Imposto Sindical éaquele desconto de um dia de trabalho do salário de março. Parte desse dinheiro (60%) vem para o caixa do Sindicato; dos 40% restantes, 15% vai para a Federação, 10% para

as centrais sindicais, 10% é destinado ao Ministério do Trabalho e Emprego e 5% para a Confederação. Confira abaixo a lista de empresas para a devolução. Nos próximosnúmeros estaremos divulgando outros nomes. O horário para recebimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h.

Sindicato devolve Imposto Sindical aos sóciosO VALOR SERÁ PAGO EM CHEQUE NOMINAL NA SEDE DO SINDICATO. PARA RECEBER É OBRIGATÓRIA A APRESENTAÇÃO

DO HOLERITE DE MARÇO/2010, DE UM DOCUMENTO COM FOTO E DA CARTEIRINHA DE SÓCIO

Expediente

Publicação do Sindicato dos Trabalhadores nasIndústrias Químicas, Petroquímicas,Farmacêuticas, Tintas e Vernizes, Plásticos,Resinas Sintéticas, Explosivos e Similares doABCD, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande daSerra.

Presidente: Paulo Antônio Lage

Secretário Geral e de Imprensa: SidneyAraújo dos Santos

Jornalista: Ariovaldo Malaquias (MTb 12.758)

Colaboração: Nilton Freitas, Thomaz FerreiraJensen e André Araújo de Almeida

Projeto Gráfico e Diagramação: MariaCristina Colameo

Fotografia: Dino Santos

Ilustração: Márcio Baraldi

Redação: Av. Lino Jardim, 401 - S.André - SP -CEP: 09041-030 - Tel.: 4433-5800E-mail: [email protected]: www.quimicosabc.org.br

CTP e impressão: Bangraf

Tiragem desta edição: 21.000 exemplares -Permitida a reprodução desde que citada afonte. O jornal não se responsabiliza pordeclarações de terceiros e matérias assinadas.

®

EDITORIAL

ACRILEXADONILCORADORNUSAFA PLASTICOSAGRISAGRO BRAIDOAKZO NOBELALAMARALCAN/ AMCORALPESOARGALARTECOLAAUTOMETALBANDEIRANTE QUIMICABASF DERMARCHIBASF POLIURETANOSBELFANOBERKELBETULLABHERLIMBIANCOBORDO PLASTBRASCOLABRASOXIDOSCANOPUSCAPA CENTROC.B.CC.T.QCABOTCAPA-CENTROCARPELACASTERFLEXCHANDALCHEVRONCHUSMACLODAMCOFLEXCOLGATE

COLOR BASECOMPONENTCORTEVIVOCREATIVECROMATOD&RDAICOLORDOVACDYNEAECO-FILLELMATECEMPLAMOLDEUCLIDES JORDAOFAMAFARBER CHEMIEFORMATFORMIQUIMICAFULL COATGENSYSGERBERGRAO TECNICOHELIOCOLORHENDRIXHENKELHIDROPINGHIG COLORHOLLD MEYERHOUGHTONHURNERI.Q.B.CIBRAQUIMICAICLINAFLEXINBRA QUIMICAINTERCOLORISOPLASTJ.TJOVINAPLAST

KNAUF-ISOPORL&MLAMIPOLLIPSONLUKSNOVALUXTELM.C.AMADEXMALAVASIMARCIA AP. PRADOMASTIFLEXMAXI RUBBERMIL-PLASTMORGELNAZCANOBILENORBEYOLSA BRASILORIENTALTECOXIGENOXITENOP.Q.TPERFIL-LINEPERMATTIPERTECHPLASCOMCORPLASJOPEPLASKINGPLASMIXPLASPINTPLASTECPLASTFAMAPLASTICOS ESTRELAPLASTICOS FORMARPLASTICOS IBRACILPLASTICOS LUCONIPLASTICOS MAUAPLASTICOS NOVACOR

PLASTICOS REGINAPLASTICOS RENATO MASSINIPLASTICOS SIDERALPLASTIQUIMICAPLURY QUIMICAPOLY BLOWPOLIEMBALAGENSPOLY-EPOXIPOLYSISTEMPP FILMEPRETTY GLASSPRINTCORPRINTEKPROMO-INFLAVEISPROMOTOYOPROTHALP.MANZINIQ.G.NQUATTOR PARTICIPAÇOESQUATTOR PETROQUIMICAQUATTOR QUIMICAQUIMIONALRECYCLEANREPETRESARLUXRESIPLASTICRHODIA POLIAMIDAROTTISROYTONRUBIRYT-PAKSANFILSATURNOSCANDIFLEXSFORPLASTSG PLASTICOSSHERWIN WILLIAMSSINIMPLAST/GLOBALPACK

SOLPLASSOLVAY INDUPASOPLASTSORIANI & OLIVEIRASPANDY PECASSPARTEXSQUADRONISTRINGALSULANSULFIXSURTECTAKAFERTANQUIMICATC ACRILICOSTECNOFLONTEC-PANTEFORMTHAYANETHE VALSPARTHERASKINTINTAS ANCORATINTAS PAUMARTIRRENOTOYO INFLAVEISTRANSCORTREDEGARTRM RESINASTUPAHUE TINTASUCI-FARMAUNIAO QUIMICAUNIPOLIUNIQUIMICAVIVACORWHITE MARTINSZURICH

Apesar das iniciativas legais edas vistorias técnicas e de forma-ção e informação desse sindicato edo próprio governo federal e de al-gumas prefeituras, os acidentes detrabalho, contaminações ambien-tais e doenças relacionadas ao tra-balho continuam causando danosirreparáveis aos trabalhadores esuas famílias.

Além disso, geram enorme pre-juízo para o País em termos econô-micos, sociais e ambientais. Mui-tas empresas, grandes e pequenas,negligenciam ou tratam de formaburocrática a gestão da segurançae a vigilância ambiental e de saú-de. Somente depois de notificadas,autuadas ou interditadas pelasautoridades públicas ou sindica-tos, é que adotam medidas adequa-das de proteção.

Por isso não podemos baixar aguarda e deixar de levar a sério aseleições de membros da CIPA oudo SUR, quando temos a oportuni-dade de escolher entre os nossos,aqueles que nos representarãofrente à gerência, frente ao enge-nheiro ou ao médico quepriorizam a produção e a empresa

Mais proteção, pela lei e pela açãoem detrimento da nossa saúde esegurança.

Também não podemos deixar deinformar o Sindicato quando algu-ma anormalidade acontece na pro-dução que pode colocar em risco asegurança e o meio ambiente, ouquando um dispositivo de seguran-ça é neutralizado por ordem da che-fia ou patrão.

Ou, pior ainda, no caso de umacidente de trabalho ou do apare-cimento de sinais e sintomas (do-res, alterações sanguíneas etc.)que podem estar anunciando umafutura doença profissional, comosurdez, LER/DORT ou benzenismo.Doenças essas, cuja cura ou rever-sibilidade é muito remota, o queacaba prejudicando a pessoa portoda a vida.

Daí a necessidade de aumentara proteção, seja pela lei, seja pelaação do Sindicato e dos órgãos pú-blicos de governo, como informa-mos nesse Sindiquim Especial Saú-de, para o qual pedimos a sua leitu-ra atenta. Esperamos que isso pos-sa resultar em ações de denúnciaao Conselho Municipal de Seguran-ça Pública (COMUSP) de Diadema

a existência de fábricas ou depósi-tos clandestinos de produtos; de-nunciando o médico ou a empresaque não notifica o acidente ou a do-ença do trabalho; ou aquela quenão cumpre as convenções coleti-vas relativas a prevenções de aci-dentes em máquinas injetoras, so-pradoras e moinhos de plásticos,além das cláusulas da ConvençãoColetiva de Trabalho da categoria.

Não deixe de usufruir do seudireito de obter informações sobre

os resultado dos seus exames mé-dicos junto à empresa. Exija tam-bém cópia do Perfil Profissiográfi-co Previdenciário – PPP, que des-creve suas condições de trabalho eos riscos a que está exposto na suaatividade.

José Freire da SilvaSecretário de Saúde, Trabalho

e Meio Ambiente

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ACIDENTES NO TRABALHO:

Um prejuízo social irreparávelTODOS OS ANOS MILHARES DETRABALHADORES SÃO MORTOSOU ADOECEM E FICAMINCAPACITADOS PARA OTRABALHO

3 D:

Solicitação de interdiçãoO Sindicato pediu a interdição das máquinas

injetoras da empresa 3 D, Comércio de PlásticosLtda, após inspeção (24/06) do Técnico de Segu-rança do Trabalho na fábrica. Ele verificou totaldescumprimento da Convenção Coletiva de Tra-balho sobre prevenção de acidentes em máqui-nas injetoras de plástico e demais legislações.

BRASKEM:

Dispositivos falhos causam acidenteApós inspeção nos setores de fabricações de resina hidrocarbô-

nica da Braskem (ex- Quattor/PQU), onde um grave acidente (11/06)decepou a mão de um trabalhador, o Sindicato dos Químicos do ABCsolicitou à empresa a interdição das duas máquinas do setor por apre-sentarem diversas irregularidades.

Segundo o relatório técnico, as pastilhadoras PA 801 (onde ocor-reu o acidente) e PA 812 tinham partes móveis expostas, escadas eplataformas deterioradas e dispositivos de segurança ineficazes.

“Em reunião com os diretores da empresa, comunicamos que tan-to as máquinas como o ambiente de trabalho estavam em total des-cumprimento com as exigências das legislações vigentes e pedimosa interdição das pastilhadoras”, comentou o Secretário de Saúde,Trabalho e Meio Ambiente do Sindicato, José Freire.

LIPSON:

Acidente fatal revela falha na proteçãoUm acidente na Lipson Cosméticos, em Diadema, custou a vida de um traba-

lhador por traumatismo craniano. Ele foi atingido por uma barra de referência deum torno. O acidentado aguardava a conclusão do lixamento de uma peça solici-tada ao operador. De acordo com o relatório da Superintendência Regional doTrabalho e Emprego de São Bernardo do Campo (ex-DRT), com o apoio da CIPA,foram identificadas falhas no equipamento e no local de trabalho:

Falta de proteção no equipamento para evitar que a barra de referênciapudesse alcançar trabalhadores próximos;

Falta de alerta no torno, indicando o risco de operar com materialacoplado no eixo-árvore;

Falta de demarcação das áreas dos equipamentos da manutenção, res-tringindo acesso aos operadores;

Interrupções constantes na rotina de trabalho do operador;Adoção de procedimento sem a devida avaliação dos riscos

IncêndioO Sindicato também está solicitando da Lipson esclarecimentos sobre um

incêndio ocorrido em 22/06. Segundo testemunhas, para dar combate ao fogoforam mobilizados todos os brigadistas.

O Sindicato também solicitou da empresa as Comunicações de Acidentes do Trabalho (CATs) emitidas em razão de doenças ou acidentes de2005 a 2010 (Lei nº 8.213).

Não podemos negar que a eco-nomia brasileira vai muito bem. Ossetores produtivos estão empre-gando e lucrando como nunca. En-tretanto, continua a nossa lutapara garantir a qualidade dos pos-tos de trabalho, onde milhares detrabalhadores adoecem, ficam in-válidos e até morrem em decorrên-cia de acidentes, especialmente nacategoria química.

Os números de acidentes reve-lam o total despreparo e falta deprioridade das empresas em rela-ção às questões de segurança notrabalho. Somente em 2008 foramregistrados no País 747 mil aciden-

tes, com 2.757 mortes e 12.071 ca-sos de trabalhadores (as) que sofre-ram incapacidade permanente.

Neste mesmo ano foram gastos46 bilhões de reais em despesascom assistência médica, benefíci-os por incapacidade temporária oupermanente, e pensões por mortede trabalhadores vítimas das máscondições de trabalho (os dadosabrangem somente os regidos pelaCLT e notificados junto à Previdên-cia Social).

E essa conta é paga por toda asociedade.

Sindicato na lutaOs altos índices de acidentes

de trabalho significam um prejuízosocial irreparável. Mas, o acidenteno trabalho não é fatalidade; elepode ser evitado.

O Sindicato dos Químicos doABC tem mobilizado a categorianum esforço para reverter esses ín-dices através de lutas nas fábricase nas instâncias de governo, pro-pondo e defendendo mudanças nalegislação.

São conquistas do nosso Sindi-cato e da categoria química o Di-reito de Recusa – lei que dá respal-do ao trabalhador que se recusa atrabalhar sob risco iminente, oAcordo Nacional Tripartite do Ben-zeno, as convenções de segurançado setor plástico etc.

Não se deixe intimidarO Sindicato orienta e alerta a cate-

goria de forma constante sobre os pe-rigos de se trabalhar doente ou em si-tuação de risco. Não se deixe intimi-dar. Lembre-se que a lei dá todo o res-paldo a quem se recusa a trabalhardoente ou em local não compatível.

A organização é nossa armaO Sindicato reivindica do Esta-

do, nas esferas municipal, estaduale federal, ações de proteção a saúdedo trabalhador. Também incentiva acategoria a participar das organiza-ções na fábrica que lutam pelamelhoria da saúde e condições detrabalho. Entre elas, a Comissão In-terna de Prevenção de Acidentes(CIPA), o Sistema Único de Represen-tação (SUR) e a Comissão de Fábrica.

A organização é a nossa melhorarma na luta por um ambiente detrabalho saudável.

Trabalhadores chegam ao trabalho na Lipson

Mais acidentes gravesO Sindicato recebeu denúncia de vários outros acidentes ocor-

ridos em empresas da categoria, entre elas a Tredegar, Pertech eEMS. Se tiver conhecimento de acidentes e doenças relacionadasao trabalho, denuncie ao Sindicato: 4433-5800.

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Sindicatos sugerem melhorias na saúde em DiademaELES FIZERAM 45 PROPOSTAS ESPECÍFICAS SOBRE A SAÚDE DO TRABALHADOR (A) PARA SEREM IMPLANTADAS NO MUNICÍPIO

Melhorar a atenção com asaúde bucal (próteses totais, alte-rações de tecido mole etc.) com ca-pacitação de dentistas e auxiliares.

Qualificar ações de vigilân-cia epidemiológica, saúde do tra-balhador e prevenção de DST/AIDSe hepatites A e B.

Garantir remuneração defuncionários sobre atividades forada jornada de trabalho

Promover a adaptação nasunidades para acessibilidade depessoas com deficiência, mobilida-de reduzida e idosos através derampas e elevadores.

ocupacional os impactos físicos eemocionais na saúde, resultantesde assédio moral e violência físicae mental.

Construir parceria com oINSS para tratar das questões daspessoas com transtornos mentais.

Estabelecer política de va-lorização profissional dos traba-lhadores profissionais em vigilân-cia em saúde.

Estruturar o núcleo de vigi-lância em saúde ambiental comequipe mínima de técnicos.

Incentivar ações conjuntasde saúde através do departamento

A 7ª Conferência de Saúde de Diadema, organizada pela Secretaria deSaúde do Município realizada de 28 a 30 de maio, contou com a participa-ção de representantes dos usuários do sistema, de trabalhadores da área ede gestores dos serviços. Entre as propostas aprovadas na Conferência, 45delas foram feitas pelos sindicatos da região.

José Freire, secretário de Saúde, Trabalho e Meio Ambiente do Sindi-cato dos Químicos do ABC, explica que muitas das propostas nasceram dereivindicações dos trabalhadores. “Uma delas é a inclusão dos impactosfísicos e emocionais como fator de risco ocupacional, resultantes de assé-dio moral e da violência física e mental sofrida pelos trabalhadores”.

Conheça algumas das propostas:

Articular a sociedade civilna construção de uma rede que in-tegre todos os setores envolvidoscom a saúde ambiental.

Banir totalmente o uso e acomercialização de amianto nomunicípio.

Constituir um núcleo de rea-bilitação física, mental e funcional,com equipe multiprofissional.

Erradicar e fiscalizar o traba-lho infantil através da criação deuma comissão interdisciplinar e in-tersetorial para cumprir o Estatutoda Criança e do Adolescente.

Incluir como fator de risco

Desde 1º de janeiro está em vi-gor o novo FAP (Fator Acidentáriode Prevenção), que muda a formade cálculo do valor recolhido pelasempresas ao SAT (Seguro Aciden-te de Trabalho). Essa importantecontribuição vai para o INSS – Ins-tituto Nacional de Previdência So-cial, que financia os custos deacidentabilidade (auxílio doençaacidentária; aposentadoria por in-

Jornadas de trabalho extensas, in-tensas e imprevisíveis têm causado mui-tos acidentes, às vezes fatais, e doençasao trabalhador (estresse, depressão, hi-pertensão, distúrbios do sono e lesão poresforços repetitivos, por exemplo).

A redução da jornada para 40 horasdiminui os acidentes no trabalho, os gas-tos com saúde e melhora a qualidade devida do trabalhador. Proporciona maistempo para qualificação, para ficar com afamília, o lazer etc. A redução cria novosempregos, distribui melhor a renda e aju-da no crescimento econômico do país.

Menos trabalho, mais vida

Ambiente de trabalho seguro é meta do governovalidez acidentária; auxílio aciden-te e aposentadoria especial).

NovidadeCom a nova política, o valor da

contr ibuição depende direta-mente das condições de trabalhoa que estão submetidos os traba-lhadores. A classificação é feitasegundo o grau de risco (FAP)atribuído a cada empresa. Deacordo com esse risco ela recolhede 1 a 3% da folha de pagamento(SAT). Ou seja, se a empresa in-vestir em um ambiente saudávelpoderá ter sua alíquota reduzidaem até 50%, caso contrário pode-rá ter a alíquota dobrada.

Quando o trabalhador é afastado por acidente de trabalho, de percur-so ou doença profissional, ele deve observar o seguinte:

No afastamento por até 15 dias, o pagamento é de responsabilida-de da empresa;

A partir do 16º dia, o trabalhador deve agendar uma avaliação mé-dica (perícia) no INSS pelo telefone 135, internet ou pessoalmente;

O benefício a ser requerido é o B-91 (Auxílio-doença Acidentário),pois esse código garante: estabilidade de um ano a partir do dia doretorno ao trabalho; recolhimento do FGTS durante o período de afas-tamento; direito de receber o valor integral da PLR.

A CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) deve ser encami-nhada junto com o requerimento de benefício.

de vigilância junto às UBSs.Instituir grupo de trabalho

de vigilância em saúde ambientalnos órgãos públicos.

Produzir boletim epidemioló-gico através da vigilância e garan-tir distribuição na rede.

Promover amplo debate so-bre a integração das vigilâncias.

Realizar campanha educati-va sobre a reciclagem do lixo.

Criar espaço para divulga-ção das informações da vigilânciaem saúde no site da Prefeitura deDiadema.

Como funciona?Uma vez a cada ano o governo

vai contabilizar o número de aci-dentes por empresa; o tempo queos acidentados ficaram afastados;e os custos para o INSS. Mas somen-te vão valer para o cálculo da novaalíquota os acidentes devidamen-te registrados no INSS.

ObjetivoO Brasil tem um dos maiores

índices de acidentes do trabalhono mundo. O objetivo do governo émudar esse quadro, incentivandoas empresas a investir em ambien-

tes de trabalho seguros. Com isso,ganham os patrões, os trabalhado-res e toda a sociedade.

De olho na empresaTodo trabalhador deve ficar

atento ao comportamento da em-presa, denunciando aquela quenão estiver notificando acidentesde trabalho. O trabalhador tambémdeve recusar o chamado trabalhocompatível (recuperação da saúdena fábrica). E fundamental exigirum ambiente de trabalho seguro esaudável.

FATOR ACIDENTÁRIO DEPREVENÇÃO (FAP) MUDACÁLCULO E PENALIZAEMPRESAS COM ALTO ÍNDICEDE ACIDENTES

Exija os seus direitos

Qualquer dúvida ligue para a Secretaria de Saúde do Sindicato:4433-5813

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Sindiquim – Como você adqui-riu doenças no trabalho?

Edson – Comecei a trabalhar naBASF em 94, como ajudante de pro-dução no envasamento. Serviçopesado; rolava tambor de mais de200 quilos. Em 95 fui promovido aoperador de empilhadeira, mas osalário continuou o mesmo até 98.Eles me tiravam da empilhadeira ejogavam na produção quando que-riam. Adquiri fortes lesões na colu-na, cinco hérnias de disco. O pro-blema se agravou, fiz exames pre-cisos, ressonância, mas fui guar-dando os resultados com medo deperder o emprego. Continuei traba-lhando; toma um analgésico aqui,outro ali, e vai levando... É errado,não é correto. Eu não aconselhoninguém a fazer isso. Se estivercom problema, se afasta.

S – Como contraiu hepatite?R – Descobri a hepatite B em

95, através do exame periódico naempresa. Faço acompanhamentoaté hoje. É uma coisa delicada econstrangedora para mim. Na mi-nha avaliação, a hepatite tevecomo causa o contato diário comprodutos químicos. Eu manuseavasolvente recuperado nas lavagensde tachos, além de contato comtodo tipo de matéria prima. Usavamáscara, mas certos tipos de con-

ENTREVISTA

“O direito não socorre quem dorme”EDSON GOMES DE LIMA É TRABALHADOR DA BASF HÁ MAIS DE DEZANOS. APÓS CINCO HÉRNIAS DE DISCO E HEPATITE B ADQUIRIDASNO TRABALHO, EM 2004 ELE FOI DEMITIDO. EDSON ENTROU COMAÇÃO TRABALHISTA E FOI REINTEGRADO EM 2010. ACOMPANHE:

taminação não são evitados com oEPI (Equipamento de Proteção In-dividual), porque se dão por viacutânea.

S – Você comunicou à empresa?R – Sim. O médico restringiu o

contato com produtos químicos.Mesmo sabendo disso, a empresacolocou-me no setor de tintas au-tomobilísticas. A chefia da Basfpressionava, obrigando-me a fazero que não era mais a minha função.As coisas só pioravam; eu já nãoaguentava mais as dores na colu-na, o esforço físico e o contato dire-to com produtos químicos.

S – Qual o procedimento daBASF?

R – Na época eu implorei à em-presa para abrir a CAT (Comunica-ção de Acidente de Trabalho), masela não atendeu. Entrei na Previ-dência com o auxílio doença comum,o B31, quando deveria ser por doen-ça do trabalho, o B91. O Juiz afir-mou nos autos que eu fui prejudica-do. Agora, quero ser a locomotiva defuturas reintegrações na Basf. Aju-dar a cada companheiro que, porfalta de informação, não sabe comoreivindicar seus direitos.

S – O que você fez quando foidemitido?

R – Depois de trabalhar naBASF mais de dez anos e ter a ca-pacidade de trabalho comprometi-da, em 2004 fui demitido. O motivoalegado foi a minha “falta deperformance”. Você é novo, o mer-cado de trabalho está em ascensão,me disseram. O que eu fiz? Fui lu-tar pelos meus direitos. O direitonão socorre quem dorme. Entrei deimediato com um processo de rein-tegração por acidente de trabalho.Teve muita manobra do Jurídico daempresa. No dia da perícia, a Basfnão deixou a perita designada peloJuiz entrar. Marcamos nova períciapara quase um ano depois. Na se-gunda perícia, a Basf ainda quisresistir, mas a perita disse: ou euentro ou vou usar de força maior. Aperícia foi feita.

S – Você tem condições de tra-balhar?

R - Fui reintegrado pela Justi-ça no dia 12 de julho desse ano, masestou afastado pelo INSS até de-

zembro. Voltarei para uma funçãocompatível com o meu estado desaúde. No momento não me achoem condições de trabalhar, poisainda sofro muitas dores. Faço tra-tamentos alternativos para as hér-nias. Alguns neurocirurgiões medisseram que não há garantias desucesso na cirurgia. Sobre a hepa-tite, o acompanhamento médico épelo resto da vida; a cada cincoanos faço biópsia.

S – Você teve problemas sociaispor causa da doença?

R – Sou casado e tenho um fi-lho. O trabalho é o bem maior detodo ser humano, mas o meu foi cei-fado pela Basf. Uma situação difí-cil, pois fiquei sem o plano de saú-de, dependendo do SUS, tinha difi-culdade para marcar consultas.Lembro que fiquei esperando maisde um ano para fazer um exame noSUS porque não podia pagar. Ali-viou a situação quando comecei areceber o auxílio doença.

SINDICATO:

Trabalhar doente é o pior caminhoO SECRETÁRIO DE SAÚDE,TRABALHO E MEIO AMBIENTEDO SINDICATO JOSÉ FREIREMOSTRA PORQUE NÃO SEDEVE TRABALHAR DOENTE.

Sindiquim – São comuns as doen-ças do trabalho?Freire – Sim. Muito mais comunsdo que muitos imaginam. Para boaparte das empresas considera otrabalhador (a) como uma máqui-na, um equipamento, que deve sersubstituída quando apresenta de-feito.

S – Esse caso da BASF é um exem-plo?F – Neste acidente, chama aten-ção o tipo de política anti-socialpraticado por uma multinacionalde grande porte como a BASF. Sãoinadmissíveis as manobras adota-das pela empresa paradescaracterizar o problema, nãoabrindo a CAT (Comunicação de

Acidente de Trabalho) e aindafazendo oposição à perícia mé-dica judicial.

S – Qual a orientação que você dáà categoria?F – Muito simples. A nossa saúdeestá sempre em primeiro lugar.Não trabalhe com atestado nobolso ou deixe de procurar o mé-dico por medo de perder o empre-go. Se o trabalhador (a) o fizer,somente vai agravar o problema.Quando o problema vier à tona,ele (a) perderá o emprego. Estaentrevista do Edson deve servirde alerta. Por mais importanteque seja o trabalho em nossas vi-das, sem saúde não vamos a lu-gar algum.

Acidentesquímicos na

mira dogoverno

Autoridades públicas e re-presentantes da sociedade civile do setor empresarial discuti-ram a primeira versão do PlanoNacional de Prevenção, Prepa-ração e Resposta Rápida a Emer-gências Ambientais com Produ-tos Químicos Perigosos (P2R2).A idéia do plano nasceu após oacidente com uma carreta quetransportava amônia, na rodoviaque liga MG ao ES. O objetivodo governo é aproximar estados,municípios, população e empre-sas na elaboração de planos deações emergenciais, a fim deprevenir danos de acidentes.

MEIO AMBIENTE

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Com a assinatura da Conven-ção Coletiva de Trabalho de Segu-rança em Máquinas Injetoras dePlástico, nos anos 90, os acidentesgraves com estas máquinasdiminuiram drasticamente. Mas agrande sacada foi a criação de umaComissão que discutisse de formapermanente os resultados, adequa-ções necessárias e a necessidadeou não de outros dispositivos desegurança.

O trabalho da Comissão deucerto, com resultados impressio-nantes. Agora falta apenas a assi-natura de uma Convenção paraconcluirmos as exigências de segu-rança em todas as máquinas do se-tor. A idéia é que as convençõesacomponham a Norma Regulamen-tadora Nº 12, para ganhar validadenacional.

Capacitação e direito àinformação

Atenção: os cursos de capaci-tação para o trabalho com máqui-nas injetoras, sopradoras e moi-nhos devem ser ministrados porprofissionais devidamente habili-tados pela CPN.

Categoria conquista mais segurançaCOMISSÃO PERMANENTE DE NEGOCIAÇÃO(CPN) BUSCA AELIMINAÇÃO DOS RISCOS NO SETOR

Selos de segurançaToda máquina injetora, sopra-

dora e moinho deve ter afixado, emlocal visível, o Selo de Segurançafornecido pela CPN (Comissão Per-manente de Negociação).

Ação Civil Públicagarante auxílio-doença

Em 1985, nascia em São Ber-nardo do Campo o primeiro ser-viço público voltado exclusiva-mente à saúde do trabalhador.Este programa teve grande im-portância na criação do Cerest –Centro de Referência em Saúdedo Trabalhador. Não menos im-portante para a fundação da en-tidade foi a luta dos trabalhado-res químicos do ABC no comba-te à intoxicação nas fábricas porchumbo, mercúrio e outros me-tais pesados.

Hoje, a atenção à saúde dotrabalhador através dos Cerestsse transformou num importanteserviço social em diversos muni-cípios. Ele prioriza a participa-ção social, a prevenção e o aten-dimento.

Agora, o Cerest de São Ber-nardo do Campo lança em todosos serviços públicos de saúde oRAAT- Relatório de Atendimen-to a Acidente de Trabalho. Estedocumento deve ser preenchidoquando um trabalhador vítimade acidente ou doença do traba-lho é atendido na Unidade Bási-ca de Saúde (UBS), Pronto Socor-ro (PS), Unidade de Pronto Aten-dimento (UPA), hospital etc.

O trabalhador deve informara relação entre o seu problema desaúde e o seu trabalho, facilitan-do um diagnóstico mais preciso.

Unidades doCerest na região

do ABCDAo ser atendido, informe todosos problemas de saúde relacio-nados ao trabalho

Cerest Santo AndréAl. Vieira de Carvalho, 170, San-ta Terezinha – tel: 4996-4853

Cerest São Bernardo do CampoRua Wenceslau Braz, 170, VilaQuirino de Lima – tel: 4128-7748(próximo do Sindicato dosMetalúrgicos)

Cerest DiademaAv. Antônio Piranga, 700, 3º an-dar, Centro – tel: 4043-8173

Cerest MauáAv. Dom José Gaspar, 869, JardimPilar – tel: 4555-8453 e 4513-7969

A aposentadoria especial é obenefício concedido ao segura-do que tenha trabalhado em con-dições prejudiciais à saúde ou àintegridade física. Para ter essedireito, deve-se comprovar otempo de trabalho e a exposiçãoaos agentes nocivos químicos,físicos e biológicos pelo períodoexigido para a concessão do be-nefício (15, 20 ou 25 anos).

SINDICATO PEDE VIAATUALIZADA E AUTÊNTICADE DOCUMENTO PARAHOMOLOGAÇÃO

O que é o PPP?O Perfil Profissiográfico Pre-

videnciário (PPP) é o documentode comprovação da exposição dotrabalhador aos agentes nocivos,e deve ser apresentado ao INSSno pedido da aposentadoria es-pecial.

Toda empresa está obrigadapor lei a preencher e atualizar oPPP, feito com base em LaudoTécnico de Condições Ambien-tais de Trabalho (LTCAT) expe-dido por médico do trabalho ouengenheiro de segurança do tra-balho. No documento devem es-tar reunidos os dados, registrosambientais, resultados demonitoração biológica no localde trabalho etc.. Isso durantetodo o período de atividade exer-cido pelo trabalhador.

HomologaçãoO Sindicato também exige

uma via do PPP atualizada e au-têntica (não pode ser cópia) noato de homologação da rescisãodo contrato de trabalho.

Moinho: máquina demoagem de plástico

APOSENTADORIA ESPECIAL:

Trabalhador deve exigir PPPpreenchido e atualizado

O Instituto Nacional do SeguroSocial (INSS) definiu uma nova for-ma de pagamento dos benefícios doauxílio-doença para o trabalhadorafastado. Com a Resolução nº 97,publicada no Diário Oficial daUnião em 20/07, acaba o corte au-tomático do benefício para quemestiver esperando por nova períciamédica.

Mas atenção:A nova regra só vale para quem

fez o Pedido de Prorrogação (PP).Ou seja, para aquele trabalhador (a)que já está em benefício com datapara cessar, mas que não se sentiuapto a voltar ao trabalho. Nessecaso, o trabalhador (a) deve solici-tar a continuidade do benefício apartir de 15 dias antes de vencer oprazo da Alta Programada, o quesignifica marcar uma nova perícia.

TRABALHADOR (A) CONTINUARECEBENDO ATÉ FAZER NOVAPERÍCIA

Cerest:25 anos aserviço do

trabalhador

emprego. Mas se ficar comprovadopela CPN que o acidente foi causa-do por desobediência às normas deproteção especificadas na conven-ção, o trabalhador não terá direitoao estabelecido nas convenções.

Penalidades para empresasAs empresas pagarão multas

que variam de 2 a 15 salários nor-mativos da categoria caso deixemde cumprir alguma cláusula previs-ta nas convenções. Em caso de rein-cidência, o valor será em dobro.

Garantir cumprimento dasconvenções

As empresas devem proporcio-nar condições e garantias para queos trabalhadores e seus represen-tantes façam a checagem periódicados itens previstos na convenção.

Direito de estabilidade noemprego

Trabalhadores que sofreremacidente no trabalho com máqui-nas injetoras, sopradoras e moi-nhos têm direito à estabilidade no

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A lei que cria um canal de co-municação para os cidadãos infor-marem situações de risco às auto-ridades competentes, já em vigorem Diadema, pode ser estendidapara todo o ABCD e cidades próxi-mas. Paulo Lage, presidente do Sin-dicato dos Químicos do ABC expli-ca (entrevista abaixo) que a lei foipensada pelo Sindicato a partir daexplosão seguida de incêndio naDi-all Química em março do anopassado.

A lei insere entre as atribuiçõesdos conselhos municipais de segu-rança pública a dimensão do riscode acidente industrial ampliado,de desmoronamento e inundações.Dessa forma, o cidadão que descon-fiar de alguma empresa ou negócioque pode colocar em risco a suacasa ou a escola dos seus filhos, porexemplo, deve denunciar ao conse-lho que adotará de imediato as pro-vidências.

Por que o acidente ocorrido emDiadema motivou essa proposta?

Paulo Lage – Os próprios mora-dores do entorno da Di-All Quími-ca comentaram comigo que haviauma desconfiança sobre o que con-tinham os tambores que entravame saiam do local quase que diaria-mente, mas não sabiam com quem

Se o perigo mora ao lado, denuncie...!SINDICATO PROPÕE PROJETO DE LEI, APROVADO EM DIADEMA,QUE PODE SER ESTENDIDO A OUTROS MUNICÍPIOS

Explosão seguida de incêndio na Di-all Química gerouproposta de lei aprovada em Diadema

conversar e nem imaginavam o ris-co a que estavam expostos. Daí aidéia de criar esse canal de comu-nicação, algo como “se o perigomora ao lado, denuncie antes queseja tarde”. A proposta virou lei emDiadema e agora trabalhamos paraque vire lei no ABCD e cidades pró-ximas, com o objetivo de chegar aser uma lei nacional.

Essas empresas sabem que es-tão expondo a comunidade a riscos?

Lage – Em parte sim. As gran-des corporações sabem eminimizam esses riscos. Já as pe-quenas e médias empresas carecemde informação, orientação e apoiopara assegurar suas instalações, asaúde dos trabalhadores, da comu-nidade e não prejudicar o meioambiente. O problema é que a gran-de indústria transfere para tercei-ros as atividades mais perigosas einsalubres, em parte para fugir des- sa responsabilidade. Mas felizmen-

te o mundo todo está caminhandopara responsabilidade da empresasobre o seu produto durante todo ociclo de vida, incluindo o transpor-te e o descarte final. Aqui no Brasilisso já acontece com os pneus e pi-lhas, por exemplo. E a sanção doprojeto de lei que cria a Política deResíduos Sólidos, pelo presidenteLula, caminha nessa direção.

Onde encontramos o risco quí-mico?

Lage – O risco químico não estásó na indústria química. A Di-all,por exemplo, não era indústria quí-mica, mas depósito e comércio deprodutos de limpeza. Muitas indús-trias utilizam químicos em seusprocessos, como a indústria daconstrução, embalagens, móveis.Temos os salões de beleza, na áreade serviços, as lojas e depósitos defogos de artifício, postos de com-bustíveis. Os químicos estão emtodos os lugares, as ações preven-tivas não, por isso a importânciadas grandes empresas químicasreconhecerem essas questões e seanteciparem na regulação da segu-rança química. Existem iniciativas

Sindicato apresenta leia vereadores

A lei que cria um canal de comunicação para os cidadãosinformarem situações de risco às autoridades competentes, jáem vigor em Diadema, pode ser estendida para demais municípi-os do ABCD e cidades próximas. Essa foi a disposição demonstra-da pelos vereadores na reunião realizada pelo Sindicato dosQuímicos do ABC (6/08), com presenças de Orlando Vitoriano(PT) de Diadema (autor do projeto aprovado), Expedito UbiratanTobias (PR) de Mogi das Cruzes, Edgard Nóbrega (PT) de SãoCaetano e Paulo Suares (PT) de Mauá.

voluntárias, o que é positivo, masinsuficientes.

O que é necessário para queessa lei de Diadema tenha um efei-to prático, um efeito preventivo?

Lage – Precisamos de divulga-ção. Ela precisa ser amplamentedivulgada aos membros doComusp, aos membros dos Conseg(Conselhos Comunitários de Segu-rança) e para toda a população. OSindicato veria com bons olhos umacolaboração da indústria nessa di-vulgação.

Seria uma ação de responsabi-lidade social?

Lage – Sim, um evento recenteda indústria química nacionalenfatizou a importância dessa nos-sa proposta de lei. Empresáriosapreciaram a idéia de ampliar oconceito de segurança químicapara segurança da comunidade,criando um canal de comunicaçãosobre risco de acidente industrialampliado, de desmoronamento einundações. Então as empresaspoderiam contribuir nessa divulga-ção como uma ação prática de res-ponsabilidade social.

Paulo Lage

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Coerente com os 25 anos de his-tória da Comsat (Comissão de Saú-de do Trabalhador), o Sindicato dosQuímicos do ABC segue antecipan-do desafios à saúde dos trabalha-dores e ao meio-ambiente. É o casodo uso da nanotecnologia em pro-cessos produtivos, técnica quemanipula a matéria na escala deátomos e moléculas.

A unidade de medida é o nanô-metro, equivalente a um bilionési-mo do metro. Moléculas em escalatão pequena têm grande relaçãosuperfície/volume, responsável pornovas propriedades físicas e quími-cas de produtos. No ABCD, algu-mas empresas já pesquisam e utili-zam a nova técnica, como aBraskem, a Oxiteno e a EMS.

Onde está o perigo?A ausência de estudos mais

profundos sobre as nanotecnologi-as e seus possíveis riscos à saúde eao meio-ambiente, levam cientistasa sugerir cautela na sua utilização.São pouco conhecidos os seus efei-tos biológicos, especialmente so-bre os trabalhadores da produçãoe o meio-ambiente.

Ação pioneiraEm seu 5º Congresso (2007), a

CNQ (Confederação Nacional doRamo Químico da CUT) decidiuampliar o debate sobre os reais im-pactos da nanotecnologia, e abrirum diálogo permanente com a so-ciedade, as universidades e as em-presas.

Em 2008, a Secretaria de Saú-de, Trabalho e Meio Ambiente doSindicato, em parceria com o Diesat(Departamento Intersindical deEstudos e Pesquisas de Saúde e dosAmbientes de Trabalho), organizouum debate sobre nanotecnologias,realizado no Sindicato.

Conquistas da ação sindicalO resultado dessas atividades

Sindicato mantém atuação devanguarda com nanotecnologias

culminou com uma reivindicaçãoapresentada pela Fetquim na ne-gociação coletiva dos químicos (em2008) e dos farmacêuticos (em2009). A cláusula exigia que asempresas informassem os membrosda CIPA e do Sindicato sobre a uti-lização de materiais nanoestrutu-rados. Além de disponibilizar infor-mação sobre possíveis riscos à saú-de dos trabalhadores e medidas deproteção adotadas.

O setor patronal aceitou incluiro tema, mas apenas como recomen-dação às SIPAT. Assim, as conven-ções coletivas dos químicos (cláu-

sula 35) e a dos farmacêuticos (clá-usula 36) são as primeiras do Brasila incluir as nanotecnologias comotema nos cursos para trabalhado-res, inclusive para CIPAs.

Para reforçar a formação da ca-tegoria, foi elaborada uma históriaem quadrinhos sobre a nova tecno-logia no ramo químico mostrandocomo identificar e prevenir riscosà saúde e ao meio-ambiente.

Desde 2009, o Sindicato acom-panha visitas técnicas às empresasque utilizam nanotecnologias noBrasil. No ABCD, já foram visitadasa Braskem e a Oxiteno.

Luta agora é pela regulaçãopública

A partir desta exitosa ação sin-dical, o Sindicato passou a partici-par, através da assessoria técnica doDIEESE, do Fórum deCompetitividade sobre Nanotecno-logia, lançado pelo governo federal.O Fórum definiu o uso da nova tec-nologia em áreas estratégicas, como objetivo de concretizar a regulaçãopública e garantir a utilização danova tecnologia no desenvolvimen-to do país, geração de empregos eprodutos saudáveis e seguros.

Visita técnicagarante

prevenção deacidentes

Nos últimos doze meses oSindicato, através da Secretariade Saúde, Trabalho e Meio Am-biente, realizou cerca de 31 vi-sitas técnicas nos locais de tra-balho, beneficiando cerca de9.000 trabalhadores.

Após a visita à fábrica, o Téc-nico de Segurança no Trabalhoelabora um relatório detalhadoque é entregue ao empresário eaos representantes dos traba-lhadores (as). Sempre se reco-menda que as sugestões demelhoria sejam discutidas e ne-gociadas nas reuniões da Comis-são Interna de Prevenção deAcidentes (CIPA). Depois, as su-gestões devem ser inseridas nosprogramas de segurança da em-presa, como o Programa de Pre-venção dos Riscos Ambientais(PPRA) e o Programa de Contro-le Médico de Saúde Ocupacio-nal (PCMSO).

O Sindicato acredita na pos-sibilidade de produção com se-gurança e saúde no ambiente detrabalho. A visita técnica fazparte de um trabalho que buscagarantir a prática da prevençãopelas empresas. Para solicitaruma visita, entre em contatocom um representante do Sindi-cato ou da CIPA, ou ligue para4433-5813 (Secretaria de Saúde).

COMPARANDO OSTAMANHOS

O rio Amazonas mede quase 7.000 quilômetrose é cheio de água. Uma gota de água que sai de

uma torneira grande pode ter por exemplo 7milímetros. assim, uma gota de água perto detodo o comprimento do Rio Amazonas é como

um nanômetro perto do metro.

Rio Amazonas

gotad’Água

Mesa de encerramento do simpósio internacionalque reuniu mais de 300 participantes para tratardos impactos das nanotecnologias à saúde dostrabalhadores e ao meio ambiente, realizado emmaio deste ano no auditório do Conselho Regionalde Química, em São Paulo

Peça a sua noSindicato ou acessewww.quimicosabc.org.br

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