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Agricultura Familiar CRIAÇÃO DE GALINHA CAIPIRA E FRANGO CAIPIRA Artigos Anexos: Construção de um Galinheiro Móvel Galinha Caipira Moderna

CRIACAO DE GALINHA E FRANGO CAIPIRA.pdf

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Agricultura Familiar

CRIAÇÃO DE

GALINHA CAIPIRA E

FRANGO CAIPIRA

Artigos Anexos:

Construção de um Galinheiro Móvel

Galinha Caipira Moderna

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Indice

Galinha Caipira ........................................................................................ 1 Validação do Sistema Alternativo de Criação de Galinha Caipira ....... 1 Instalações e Fases de Criação das Aves .......................................... 2 Manejo Produtivo ............................................................................. 5 Manjo Sanitário ................................................................................ 9 Manejo Alimentar ........................................................................... 10 Manejo Reprodutivo ........................................................................ 13 Custo do Sistema alternativo de Criação de Aves ........................... 14 Autores .......................................................................................... 15

Frango Caipira ....................................................................................... 17 Apresentação .................................................................................. 17 Introdução ...................................................................................... 17 Importância econômica .................................................................. 18 Aspecto agro e zoo ecológicos ........................................................ 18 Raças, características e exigências ecológicas (genética) .............. 19 Instalações ..................................................................................... 20 Alimentação .................................................................................... 22 Manejo ............................................................................................ 26 Cuidados sanitários ........................................................................ 28 Preparo para o mercado ................................................................. 28

Abate e processamento .......................................................... 28 Transporte da granja até a plataforma de recepção ................ 30 Pendura, insensibilidade e sangria ......................................... 31 Escaldagem ............................................................................. 31 Depenagem, escaldagem do pé e remoção de cutículas .......... 31 Evisceração ............................................................................. 32 Inspeção ................................................................................. 32 Lavagem ................................................................................. 33 Resfriamento .......................................................................... 33 Gotejamento ........................................................................... 33 Processamento ....................................................................... 33 Produtos ................................................................................. 34 Produtos Inteiros .................................................................... 34 Cortes ..................................................................................... 34 Subprodutos ........................................................................... 35 Resíduos ................................................................................. 35 Tratamento de efluentes ......................................................... 35 Embalagem ............................................................................. 36 Congelamento e Armazenamento ........................................... 37

Mercado e Comercialização ............................................................. 37 Escala de Produção e Comercialização .................................... 38 Marketing ............................................................................... 38

Coeficientes técnicos, custos, rendimentos e rentabilidade ............ 39 Referências Bibliográficas .............................................................. 42 Glossário ........................................................................................ 44

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Construção de um Galinheiro Móvel ................................................ 48 Cercando o Frango .......................................................................... 48 Divulgação ...................................................................................... 48 Montagem ....................................................................................... 49 Confira os esquemas de montagem e materiais utilizados .............. 50 Veja as medidas do projeto ............................................................ 51 Vista interna do Galinheiro pronto .................................................. 52

Galinha Caipira Moderna ......................................................... 53 Mais produtiva e “com aquele sabor”! ............................................ 53 Instalações e manejo ..................................................................... 55 Manejo Físico .................................................................................. 57 Vacinação ....................................................................................... 59

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Galinha Caipira

Validação do Sistema Alternativo de Criação de Galinha Caipira Tradicionalmente, as criações domésticas de galinha caipira, praticadas nas unidades agrícolas familiares, se caracterizam pela sua forma de exploração extensiva, na qual inexistem instalações, bem como, a adoção de práticas de manejo que contemplem eficientemente os aspectos reprodutivos, nutricionais e sanitários. Tal fato resulta em índices de fertilidade e natalidade reduzidos. A alta mortalidade das crias, principalmente nas primeiras semanas de vida, aliada a um baixo desempenho das aves caracterizam uma atividade de baixa eficiência produtiva. Os problemas sanitários também representam um obstáculo ao sucesso da atividade, além de consistirem em uma fonte potencial para disseminação de doenças, em função da convivência das aves com outros animais ou com pessoas no mesmo ambiente. Todos esses fatores tornam a criação de galinhas caipiras uma atividade incapaz de satisfazer às necessidades alimentares das famílias e, muito menos, de gerar lucro. Entretanto, a criação de galinhas caipiras é uma atividade cujo mercado é muito promissor, uma vez que, comumente, a oferta desse produto é menor do que a demanda. Além disso, a sua comercialização pode ser efetuada de modo direto (produtor-consumidor), ou com a existência de, no máximo, um intermediário, tornando compensadores e bastante atrativos os preços dos produtos para o produtor. Dessa forma, a Embrapa Meio-Norte, por intermédio de sua equipe técnica, idealizou um sistema alternativo de criação de galinhas caipiras, que consiste numa tecnologia dirigida ao agricultor familiar, capaz de organizar de forma gerenciada a atividade de criação destas aves. Esse sistema alternativo de criação melhora a qualidade de vida das famílias, seja pela maior oferta de carne e ovos de qualidade na sua alimentação, seja pela possibilidade de venda do excedente, uma vez que aumenta de forma substancial e eficiente, a capacidade produtiva do plantel. Esse sistema está sendo validado na Comunidade Boi Manso, Regeneração, PI e consiste em um conjunto de técnicas em que são empregados procedimentos simples e de fácil assimilação, que racionalizam a atividade sem onerá-la, utilizando mão-de-obra familiar ao longo de todo o ano, promovendo a fixação do homem no campo. O processo de validação está sendo efetivado mediante implantação de um núcleo modelo (unidade central) e por meio do monitoramento de oito núcleos periféricos (unidades periféricas) implantados pelos membros da comunidade assistida. Dentre as metas almejadas com a implantação desse sistema destacam-se os seguintes:

• Atingir um desempenho produtivo e econômico superior ao dos sistemas tradicionais,

obtendo taxa de postura de 65%, taxa de fertilidade e de eclosão de 85%, taxa de mortalidade de, no máximo, 10% e terminação dos frangos com aproximadamente 2,0 kg de peso vivo, aos 120 dias de idade.

• Disponibilizar fontes de proteína animal capazes de proporcionar melhoria na dieta alimentar dos agricultores e de seus familiares e dos consumidores.

• Diversificar as fontes de renda e empregar mão-de-obra familiar.

A seleção das matrizes pode ser feita com base no plantel já existente, do qual são aproveitadas fêmeas em fase de pré-postura, filhas de matrizes de conhecido desempenho produtivo. Recomenda-se, entretanto, que sejam introduzidos reprodutores provenientes de outros plantéis, que apresentem boa capacidade reprodutiva, adaptabilidade ao ambiente e ao sistema de manejo empregado, além de um porte compatível com o das matrizes, possibilitando o estabelecimento de um plantel não consangüíneo e capaz de atingir altos índices de produtividade.

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Instalações e Fases de Criação das Aves O sistema alternativo de criação de galinhas caipiras preconiza a construção de instalações simples e funcionais, a partir dos recursos naturais disponíveis nas propriedades dos agricultores, tais como madeira redonda, estacas, palha de babaçu, etc. (Figura 10). O principal objetivo dessa instalação é oferecer um ambiente higiênico e protegido, que não permita a entrada de predadores e que ajude a amenizar os impactos de variações extremas de temperatura e umidade, além de assegurar o acesso das aves ao alimento e à água.

Figura 10. Instalações recomendadas para o sistema alternativo de criação de galinhas caipiras Tais instalações consistem em um galinheiro com área útil de 32,0 m2 e divisões internas destinadas a cada fase de criação das aves: reprodução (postura e incubação), cria, recria e terminação (Figura 11). A área do galinheiro deve ser dimensionada de modo a proporcionar boa ventilação, luminosidade, drenagem, facilidade de acesso e disponibilidade de água. O piso deve ser revestido com uma camada de palha (cama) de 5 a 8 cm de espessura, distribuída de forma homogênea, podendo-se utilizar vários materiais como maravalha ou serragem, palha, sabugo de milho triturado ou casca de cereais (arroz). A remoção e substituição da cama, bem como, a desinfecção do aviário com cal virgem devem ser periódicas.

Figura 11. Planta baixa das instalações para o sistema alternativo de criação de galinhas caipiras

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Com exceção da área destinada à incubação e cria, as demais divisões internas devem permitir o acesso a piquetes de pastejo, com dimensões variáveis, capazes de atender às necessidades das aves e de abrigar todo o plantel de cada fase de criação (Figura 12). Os piquetes devem ser cercados de material semelhante ao utilizado no galinheiro e que seja capaz de evitar a entrada de predadores.

Figura 12. Esquema da disposição das áreas de pastejo do sistema alternativo de criação de galinhas caipiras. A fase de reprodução se caracteriza por apresentar uma relação macho/fêmea de 1:12, cujas aves devem possuir idade entre 6 e 24 meses. O peso vivo estabelecido para os machos deve ser de 2,0 a 3,5 kg, enquanto que, para as fêmeas, de 1,6 a 2,5 kg. A substituição dos reprodutores deve ser semestral, tendo em vista que, também, a cada semestre, ocorrerá a reposição das matrizes, que são oriundas do mesmo plantel e, portanto, filhas do reprodutor em serviço. Nessa fase de criação, a instalação deve ter subdivisões destinadas à postura e à incubação. Esse artifício permite um maior controle sobre a postura, evita perdas com a quebra de ovos, proporcionando-lhes maior higiene e manutenção de sua viabilidade. Na subdivisão de postura, as aves permanecem em regime semi-aberto, na qual a área coberta é de 3,75 m2, equipada com 2 a 4 ninhos de 0,35 m x 0,35 m, 1 bebedouro de pressão e 1 comedouro em forma de calha. O enchimento dos ninhos deve ser feito com o mesmo material utilizado na cama do aviário. A área de pastejo destinada a essa fase é de 40,0 m2, onde as aves complementam sua alimentação. A fase de postura dura aproximadamente 15 dias, ao longo da qual o número de ovos por matriz varia de 10 a 14. Por sua vez, na subdivisão de incubação, as aves que estiverem incubando seus ovos (chocando) permanecem em regime fechado, em uma área de 2,25 m2, equipada com 3 a 4 ninhos de 0,35m X 0,35 m (Figura 13), 1 bebedouro de pressão e 1 comedouro em forma de calha. O período de incubação dura 21 dias, após o qual, as matrizes devem retornar imediatamente para a divisão de postura onde, após 11 dias de descanso, iniciarão um novo ciclo de postura.

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Figura 13. Área destinada à postura, no sistema alternativo de criação de galinhas caipiras. No sistema de incubação natural, em que a própria galinha é quem choca os ovos, um ciclo reprodutivo dura 47 dias. O número de ovos a ser chocado por cada matriz pode variar de 12 a 15, de acordo com o tamanho da mesma. Entretanto, é possível se utilizar chocadeiras elétricas as quais, embora representem um custo adicional ao sistema de produção, podem ser adquiridas de forma coletiva. Seu maior benefício, porém, consiste na redução do ciclo reprodutivo das matrizes para 26 dias, visto que, após a fase de postura, as mesmas entram diretamente no período de descanso.Tal fato resulta em um aumento do número de ciclos anuais por matriz, passando de 7 para 13. Na fase de cria, os pintos permanecem desde o seu nascimento até os 30 dias de idade, em uma área coberta de 2,25 m2, equipada com 1 comedouro tipo bandeja e 1 bebedouro de pressão. Essa divisão dá acesso a um solário de 2,0 m2. Torna-se imprescindível nesta fase a proteção térmica dos pintos, além do fornecimento de água e alimento. Nesta fase, também, se dá início aos procedimentos para imunização do plantel. A fase de recria inicia-se na quarta semana (aos 31 dias de idade dos pintos) e se estende até os 60 dias de idade, com os pintos permanecendo em regime semi-aberto, em uma área coberta de 3,75 m2, equipada com 2 bebedouros de pressão e 2 comedouros em forma de calha. Nessa fase, embora a fonte principal de alimento seja a ração devidamente balanceada, a alimentação das aves pode ser complementada mediante uso de um piquete de pastejo com dimensão de 20,0 m2. O reforço na imunização do plantel torna-se muito importante. A fase de terminação inicia-se aos 61 dias e estende-se até os 120 dias de idade, quando as aves apresentam peso vivo de aproximadamente 1,8 kg, estando prontas para o abate. A área coberta destinada a essa fase é de 20,0 m2, equipada com poleiros, 4 bebedouros de pressão e 4 comedouros em forma de calha (Figura 14). Nesta fase, as aves têm acesso a um piquete de pastejo de 1.800,0 m2, o qual pode conter gramíneas como a Brachiaria humidicola, além de fruteiras como goiabeira, cajueiro e mangueira, que servirão como uma importante fonte de alimento, em complementação à ração fornecida.

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Figura 14. Divisão da área de terminação no sistema alternativo de criação de galinhas caipiras.

Manejo Produtivo Expectativa de Produção e Forma de Abate de Aves Para a estabilidade do plantel de um módulo de criação de galinhas caipiras deve ser levada em conta a mortalidade máxima aceitável de 10%, ficando o plantel assim configurado:

• 01 reprodutor com 6 a 24 meses de idade. • 12 matrizes com 6 a 24 meses de idade. • 63 a 97 pintos em fase de cria (1 a 30 dias de idade). • 60 a 92 pintos em fase de recria (31 a 60 dias de idade). • 112 a 174 frangos em fase de terminação (61 a 120 dias).

A variação no número de animais nas fases de cria, recria e terminação decorre do tipo de sistema de produção adotado, que pode ser com incubação natural ou artificial (chocadeira). Na unidade modelo da Comunidade Boi Manso, o módulo de criação conduzido no sistema de incubação natural apresentou, no período de janeiro a julho de 2002, resultados bastante satisfatórios (Tabela 11). Tabela 11. Evolução do plantel de aves no sistema alternativo de criação de galinhas caipiras, no período de janeiro a julho de 2002, na Comunidade Boi Manso, Regeneração, PI Estoque inicial Nascidos Adquiridos Mortos Consumidos Vendidos

Estoque Final

nº de animais

142 195 137 62 39 134 239 O monitoramento da evolução do plantel de aves é uma ferramenta extremamente importante para se ter o controle dos fatores que podem comprometer o sucesso da atividade. Por meio das informações coletadas e analisadas periodicamente, o criador pode gerenciar de forma mais eficiente a sua criação, visto que, encontra meios para detectar possíveis falhas ou problemas que podem ocorrer ao longo das diferentes etapas da criação.

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Dessa forma, a fim de facilitar a coleta de informações referentes a entradas e saídas de animais do plantel (nascimento, compra, morte, venda e consumo), bem como, aos dados de postura e incubação, podem ser utilizadas fichas de acompanhamento simples, conforme modelos:

Ficha 1. Modelo de ficha para controle mensal do plantel de galinhas caipiras

Categoria Estoque inicial

Entrada Saída Estoque final Nascidos Compra Morte Consumo Venda

Reprodutores

Matrizes

Pintos 1–30

Pintos 31–60

Frangos 61-150

Total geral

7

Ficha 2. Modelo de ficha para controle mensal de postura de galinha caipira.

CONTROLE DE POSTURA – MÊS____________/___________

Nome: _______________________________________________________________ Comunidade: __________________________________________________________ Município:_____________________________________________________________

Dia Postos Consumidos Vendidos Perdidos Incubados

01

02

03

04

05

06

07

08

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10

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26

27

28

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TOTAL

8

Ficha 3. Modelo de ficha para controle mensal de incubação de galinha caipira.

CONTROLE DE INCUBAÇÃO – MÊS_____________/___________

Nome: ____________________________________________ Comunidade: ______________________________________ Município:__________________________________________

Incubação Ovoscopia Eclosão Ovos cheios

Ovos secos Dia Mês Ovos Dia Mês Ovos Dia Mês Pintos

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

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28

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TOTAL

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As aves prontas para o abate e destinadas à comercialização são, em sua maioria, entregues vivas em restaurantes locais ou repassadas a terceiros (intermediários ou consumidores finais). Mesmo assim, o abate é uma prática comum realizada pelos agricultores, quando as aves se destinam ao consumo doméstico. Nesse caso, devem ser observados os aspectos higiênicos adequados e os procedimentos necessários para a obtenção de carne de boa qualidade, principalmente com relação ao sabor, cor e textura. O abate em maior escala requer uma observação mais criteriosa, que atenda aos requisitos da vigilância sanitária, inclusive com relação à manipulação dos resíduos que atraem outros animais, como moscas, roedores e alguns carnívoros, além de provocarem mau cheiro e de contaminarem o ambiente. No período que antecede ao abate, recomenda-se deixar as aves em repouso, suspendendo, seis horas antes, o fornecimento de alimentos sólidos a fim de evitar o rompimento dos intestinos e a contaminação da carcaça. Deve-se também levar em consideração a disponibilidade de água, a limpeza do local e dos instrumentos que serão utilizados na escaldagem, depenação e corte das aves, bem como, o uso de utensílios adequados para recepção de sangue, vísceras, penas e rejeitos. A fim de reduzir o sofrimento e a dor da ave durante a sangria, recomenda-se realizar a dessensibilização, que pode ser obtida pelo desnucamento ou pela perfuração da base da nuca. Nesse processo é importante a contenção adequada da ave, para que não ocorram fraturas ou mesmo contusões que comprometam a qualidade da carcaça, além de facilitar a sangria. A sangria completa melhora a tonalidade da carne e possibilita a sua melhor conservação. Para a depenação das aves, recomenda-se que a água esteja a uma temperatura de 65ºC, na qual a ave deve ser imersa por aproximadamente cinco minutos. Esta operação permite a retirada total das penas e pele das pernas e pés, sem causar danos à carcaça. Após a depenação, a carcaça deverá ser lavada em água corrente, quando estará pronta para ser cortada e ter suas vísceras retiradas. O primeiro corte deve ser feito no final do pescoço, possibilitando a extração do papo e esôfago. Um outro corte na região da cloaca, permite a retirada das vísceras (moela, fígado, intestinos e outros). Cuidados especiais são necessários para manter a integridade de órgãos que contenham alimentos e fezes. Após essa operação, realiza-se uma nova lavagem da carcaça, tanto externa como internamente em água corrente, deixando-a escorrer por 15 minutos. Para acondicionamento e armazenagem das carcaças, recomenda-se a utilização de sacos plásticos que permitam acomodá-las com suas respectivas vísceras. Para armazenar o produto por períodos inferiores a 48 horas pode-se refrigerar a carne a uma temperatura de 2 a 8ºC. Para períodos maiores, por sua vez, há a necessidade de se manter os refrigeradores a temperaturas de 10ºC, não devendo ficar armazenado por um período superior a 90 dias. Em termos de comercialização de produtos oriundos da atividade agrícola familiar, é muito importante que os agricultores estejam organizados em associações comunitárias. Tal fato não só permite a redução dos custos operacionais com mão-de-obra e transporte, como também, a manutenção de uma oferta regular, escalonada e competitiva dos produtos. Além disso, a adoção de todos os cuidados recomendados tanto na criação, como no abate das aves, permite que o produto final atenda às exigências do consumidor facilitando a obtenção de marcas comerciais que possibilitem a sua venda em outros locais.

Manejo Sanitário Tem por objetivo manter as condições de higiene no sistema de criação que permitam minimizar a ocorrência de doenças, obter boa performance e bem-estar das aves, além de assegurar ao consumidor um produto de boa qualidade. Uma das formas de controlar as doenças no plantel é por meio da higienização das instalações, controle de vetores de doenças e remoção de carcaças de aves mortas. Essas medidas visam a diminuir os riscos de infecções e aumentar o controle sanitário do plantel, resguardando a saúde do consumidor. O manejo sanitário deve ser estabelecido levando-se em conta dois pontos principais: 1) Assepsia de instalações e equipamentos: A remoção periódica dos excrementos e pulverização de toda a instalação com produtos naturais como fumo e sabão, cuja calda pode ser obtida a partir da desagregação de 200 gramas de fumo e sabão na proporção de (1:1) em um litro d'água durante 1 dia e posterior diluição e cinco litros d'água.

• Limpeza diária dos comedouros e bebedouros.

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• Renovação, a cada ciclo de incubação, do enchimento dos ninhos. 2) Controle de doenças fisiológicas, patogênicas e parasitárias:

• O controle de doenças fisiológicas é realizado mediante o uso de práticas de manejo que evitam situações estressantes. Deve ser efetuado levando-se em conta a taxa de lotação adequada, o suprimento protéico e mineral de acordo com a exigência para cada fase de criação, ventilação das instalações, fornecimento de água e comida nas horas adequadas, etc;

• As doenças patogênicas são transmitidas por meio de vírus e bactérias. As principais doenças que ocorrem na região Meio-Norte do Brasil são a Bronquite infecciosa, Newcastle, Gumboro e Varíola aviária (Bouba). Além da limpeza dos equipamentos e instalações, também deve ser estabelecida uma cobertura vacinal, além do uso de antibióticos (Tabela 12).

Para o controle das doenças parasitárias, além da limpeza de equipamentos e instalações deve-se, também, estabelecer um plano de controle de endo e ectoparasitas, que dependerá do monitoramento das condições das aves (Tabela 12) Tabela 12. Esquema de controle de doenças patogênicos e parasitárias nas diferentes fases do desenvolvimento das aves.

Tipo Controle Reprodução Cria Recria Terminação

dias Vacina contra doença de Newcastel

60 em 60 10 a 15 45 90 a 120

Vacina contra Bronquite infecciosa

60 em 60 10 a 15 45 90 a 120

Vacina contra Bouba Aviária

10 a 15

Controle de endo e ectoparasitas 45 em 45 45 90 a 120

Manejo Alimentar Tem como objetivo principal suprir as necessidades nutricionais das aves em todos os seus estágios de desenvolvimento e produção, otimizando o crescimento, a eficiência produtiva e a lucratividade da exploração, já que o custo com alimentos representa 75% do custo total de produção. O manejo alimentar proposto para o sistema alternativo de criação de galinhas caipiras prevê a integração das atividades agropecuárias, com o aproveitamento de resíduos oriundos da atividade agrícola. Tal fato não só permite a redução dos custos de produção, como também, a agregação de valores aos produtos, pois utiliza resíduos agrícolas, como a parte aérea da mandioca (folhas), que normalmente são abandonados no campo, transformando-os em proteína animal. Além da parte aérea da mandioca, que é rica em proteína, é possível se utilizar as raízes de mandioca, suas cascas e crueiras, que são subprodutos da fabricação da farinha e da goma de mandioca (Figura 15).

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Figura 15. Fontes alternativas de alimento para a criação de galinhas caipiras. Outra fonte de alimento rico em proteína que normalmente é pouco aproveitada, embora apresente enorme potencial para a alimentação de galinhas caipiras, é o farelo de arroz, cujos teores de proteína bruta são de aproximadamente 15%. Este produto resulta do processo de beneficiamento dos grãos de arroz para consumo, sendo relativamente fácil de ser obtido, principalmente nas unidades agrícolas familiares que adotam o sistema de cultivo do arroz. Por serem animais não ruminantes, as aves exigem que os alimentos contenham pouca fibra vegetal e sejam fornecidos de forma balanceada e devidamente triturados, a fim de facilitar a digestão. Alimentos fibrosos apresentam baixa digestibilidade, elevam os custos e atrasam o desenvolvimento das aves. Dessa forma, a dieta deve ser estabelecida de acordo com a exigência nutricional de cada fase do seu desenvolvimento, sendo que a formulação da ração deve ser feita com base nos teores de proteína apresentados por cada um de seus componentes, na sua eficiência alimentar (Tabela 13). Tabela 13. Exemplo de uma ração formulada a partir de vários ingredientes e considerando-se as diferentes fases de desenvolvimento das aves

Ingredientes Reprodução Cria Recria Terminação

(6 a 24 meses)

(1 a 30 dias)

(31 a 60 dias)

(61 a 120 dias)

Farelo de Soja 10 30 7 -

Milho 25 66 30 22

Folha de mandioca 36 - 40 53

Mistura mineral 4 4 3 3 Casca e crueira de

mandioca 25 20 22

Total 100 100 100 100

Pasto à vontade não controlada à vontade

Além dos produtos indicados, podem-se utilizar vários outros produtos, como fonte alternativa de alimentos para as aves, tais como fenos de feijão-guandu ou leucena, ou vagens moídas de faveira (Parkia platicephala), que é uma espécie abundante no Piauí. No caso de se utilizar qualquer uma dessas fontes de alimento, os seus teores de proteína devem ser considerados, a fim de permitir a formulação correta das rações e proporcionar um desempenho adequado das aves, conforme Tabela 14.

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Tabela 14. Desempenho esperado para as aves no sistema alternativo de criação de galinhas caipiras.

Idade Peso vivo

Ganho de Peso

Semanal

Consumo de Ração Conversão Alimentar Índice de Eficiência Alimentar

(IEA)

Semanal Acumulado Semanal Acumulado

Semana g g g g

Nascimento 42

1 105 63 112 112 1,778 1,778 56,25%

2 171 66 180 292 2,727 2,264 36,67%

3 249 78 220 512 2,821 2,473 35,45%

4 341 92 250 762 2,717 2,548 36,80%

5 446 105 280 1042 2,667 2,579 37,50%

6 551 105 330 1372 3,143 2,695 31,82%

7 669 118 390 1762 3,305 2,810 30,26%

8 800 131 470 2232 3,588 2,945 27,87%

9 932 132 520 2752 3,939 3,092 25,38%

10 1070 138 540 3292 3,913 3,202 25,56%

11 1200 130 550 3842 4,231 3,318 23,64%

12 1335 135 570 4412 4,222 3,412 23,68%

13 1460 125 580 4992 4,640 3,520 21,55%

14 1600 140 590 5582 4,214 3,583 23,73%

15 1740 140 600 6182 4,286 3,641 23,33%

16 1880 140 610 6792 4,357 3,695 22,95%

17 2000 120 620 7412 5,167 3,785 19,35%

18 2120 120 630 8042 5,250 3,870 19,05%

Os cálculos para estimativa de desempenho advêm da evolução zootécnica da espécie, onde com base no consumo de ração (CR) e do ganho de peso (GP) de cada fase ou de todo o ciclo reprodutivo estima-se, também, a conversão alimentar (CA), que é a razão entre as duas variáveis inicialmente citadas. Cálculos da Tabela 14 GP(semanal) = Peso Inicial – Peso Final CA (semanal) = CR(semanal) / GP(semanal) CA(acumulado) = CR(acumulado) / (PV(semanal)- PN) IEA % = GP(semanal) / CR(semanal) Onde: GP (Ganho de Peso), PI (Peso na semana anterior), PF (Peso no fim da semana), CA (Conversão Alimentar), CR (Consumo de Ração semanal), GP (Ganho de Peso na semana), PV (Peso Vivo na semana), PN (peso ao nascer) e IEA (índice de Eficiência Alimentar)

Índice de Conversão Alimentar É a razão entre consumo de ração do animal em um período de tempo e o ganho de peso. Exemplo: Índice de conversão alimentar em granja de aves de frangos de corte aos 42 dias de idade (idade de abate).

• Calcular o ganho de peso médio do lote, subtraindo-se o peso das aves aos 42 dias (peso médio do lote) pelo peso dos pintinhos no dia do alojamento (aproximadamente 40 g).

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• Lote com média de 2.400g por frango ao abate terá um ganho de peso médio de 2.360 g (ou 2400 – 40) no período de 1 a 42 dias de idade.

• Obter o consumo médio de ração por ave neste período. Supor que o consumo médio de ração de 4.250g/frango então I.C.A. = 4.250 (Consumo médio de ração por ave) / 2.360 (ganho de peso médio por ave) � 1,80. Isto equivale a dizer que, para cada quilo de ganho de peso da ave foram necessários 1,80 Kg de ração.

Quando o Índice de Conversão Alimentar isso indica que houve uma piora no desempenho portanto mais ração terá sido consumida para a produção de um quilo de frango.

Índice de Eficiência Alimentar É a razão do ganho de peso médio por ave no lote e o consumo médio de ração por ave.

• Usando-se o mesmo exemplo acima: 2.360 (g) / 4.250 (g) = 0,5553 ou 55,53%. Neste caso, pode-se dizer que a ave foi 55,53% eficiente para converter a ração consumida em peso vivo.

• Havendo um aumento na eficiência alimentar, diz-se que a ave “utilizou melhor aquilo que comeu”, e, um índice maior significa que houve melhora de desempenho.

Manejo Reprodutivo

Consiste em uma série de práticas que visam melhorar a eficiência do plantel, mediante cuidados com as aves (matrizes e reprodutores) e com os ovos. Algumas recomendações relacionadas à seleção e ao acondicionamento dos ovos devem ser feitas aos criadores, a fim de orientar e gerar subsídios para a implementação dessa atividade de forma mais eficiente. À medida que ocorre a postura dos ovos, os mesmos devem ser recolhidos, limpos com pano úmido e receber a inscrição do dia da postura. Em seguida, são selecionados de acordo com o tamanho e qualidade da casca. Os de tamanho médio devem ser destinados à incubação e os de tamanho grande e pequeno, ao consumo e/ou comercialização. Recomenda-se o seu acondicionamento em temperatura ambiente por no máximo sete dias, desde que estejam em local arejado. Já em geladeiras, podem ser acondicionados por um período de até trinta dias. A posição de acondicionamento dos ovos deve ser alterada constantemente, para que não ocorra aderência da gema à casca. Tanto na incubação natural como artificial, os critérios de seleção e acondicionamento dos ovos são muito importantes. O procedimento de analisar os ovos durante a incubação (ovoscopia) possibilita, após os primeiros dez dias de incubação, o recolhimento dos ovos não galados. A ovoscopia consiste em observar o interior do ovo através de uma fonte de luz em ambiente escuro. Neste procedimento, percebe-se defeitos da casca (rachaduras e despigmentação), duplicidade de gema e presença de elementos estranhos. No caso da incubação, observa-se o desenvolvimento do embrião.

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Custo do Sistema Alternativo de Criação de Aves Este sistema de criação foi desenvolvido para atender às necessidades de agricultores familiares de baixo poder aquisitivo. Dessa forma, suas instalações e seu modo de funcionamento foram dimensionados de forma que estejam ao alcance desses agricultores, pois preconiza a utilização de materiais baratos e compostos, em sua maioria, por recursos naturais existentes em suas propriedades (Tabela 15). Tabela 15. Valores orçamentários das obras e equipamentos referentes as instalações do sistema alternativo de criação de galinha caipira

Disciminação Unidade Quantidade Valor

Unitário (R$)

Total(R$)

Instalações

Forquilha (2,6) Unid 12 2,00 24,00

Foquilha (3,0) Unid 3 5,00 15,00

Linha de Cumieira m 10 4,50 45,00

Travessa m 28 5,00 140,00

Caibro (3,0) m 28 4,00 112,00

Costelas m 28 5,00 140,00

Palha de Babaçu Milheiro 3 20,00 60,00

Prego caibral kg 10 3,00 30,00

Tela m 30 4,00 120,00

Arame liso kg 10 4,00 40,00

Arame Farpado rolo 2 60,00 120,00

Estacotes Unid 2120 0,10 212,00

Estacas Unid 260 0,40 104,00

Mourões Unid 30 1,50 45,00

Grampo para cerca kg 20 4,00 80,00

Sub Total 1287,00

Equipamentos

Balança Unid 1 220,00 220,00

Triturador de forragem Unid 1 1280,00 1280,00

Comedouro Unid 5 8,00 40,00

Bebedouro Unid 5 10,00 50,00

Aves Reprodutoras Cabeça 13 7,10 92,30

Sub Total 1682,30

Total 2969,30 Entretanto, o sistema prevê a utilização de alguns equipamentos, como balança e triturador de forragem, os quais, embora representem um adicional considerável no custo total, podem ser adquiridos por meio de associações, reduzindo consideravelmente o valor a ser empregado por cada agricultor, visto que uma única unidade destes equipamentos é suficiente para atender a diversos módulos de criação.

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Autores Edvaldo Sagrilo Eng. Agrônomo, M.Sc. Embrapa Meio-Norte, Av. Duque de Caxias, 5650 - Buenos Aires, Caixa Postal 01, CEP: 64006-220 - Teresina -PI Fone: (0--86) 225.1141- ramal 261, Fax: (0--86) 225.1142 E-mail: [email protected] Eneide Santiago Girão Médica Veterinária, M.Sc. Embrapa Meio-Norte, Av. Duque de Caxias, 5650 - Buenos Aires, Caixa Postal 01, CEP: 64006-220 – Teresina –PI Fone: (0--86) 225.1141- ramal 242, Fax: (0--86) 225.1142 E-mail: [email protected] Firmino José Vieira Barbosa Zootecnista, Técnico de Nível Superior da Prefeitura de Teresina a disposição da Embrapa Meio-Norte, Av. Duque de Caxias, 5650 - Buenos Aires, Caixa Postal 01, CEP: 64006-220 – Teresina –PI Fone: (0--86) 225.1141- ramal 261, Fax: (0--86) 225.1142 E-mail: [email protected] Gonçalo Moreira Ramos Eng. Agrônomo, M.Sc. Embrapa Meio-Norte, Rua Professor Pires Gayoso, 39 - São Cristovão, CEP: 64046-350 - Teresina – PI Joaquim Nazário de Azevedo Eng. Agrônomo, M.Sc. Embrapa Meio-Norte, Av. Duque de Caxias, 5650 - Buenos Aires, Caixa Postal 01, CEP: 64006-220 - Teresina -PI Fone: (0--86) 225.1141- ramal 250, Fax: (0--86) 225.1142 E-mail: [email protected] Luiz Pinto Medeiros Médica Veterinária, Embrapa Meio-Norte, Av. Duque de Caxias, 5650 - Buenos Aires, Caixa Postal 01, CEP: 64006-220 – Teresina –PI Fone: (0--86) 225.1141- ramal 263, Fax: (0--86) 225.1142 Raimundo Bezerra de Araújo Neto Eng. Agrônomo, M.Sc. Embrapa Meio-Norte, Av. Duque de Caxias, 5650 - Buenos Aires, Caixa Postal 01, CEP: 64006-220 - Teresina -PI Fone: (0--86) 225.1141- ramal 253, Fax: (0--86) 225.1142 E-mail: [email protected] Tânia Maria Leal Médica Veterinária, M.Sc. Embrapa Meio-Norte, Av. Duque de Caxias, 5650 - Buenos Aires, Caixa Postal 01, CEP: 64006-220 – Teresina –PI Fone: (0--86) 225.1141- ramal 251, Fax: (0--86) 225.1142 E-mail: [email protected]

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Video da Embrapa

Código: 00080580 Nome: DVD - Sistema alternativo para

criação de galinha caipira Produto: DVD Ano Edição: 2006 ISBN:

Descrição: Tela em 4:3 - Cor, Áudio Dolby Digital, Região 4, Padrão NTSC com 20´24´´ minutos de duração.

Resenha: A criação de galinha caipira em propriedades familiares é feita tradicionalmente de forma extensiva, sem instalações apropriadas ou práticas eficientes de manejo que contemplem os aspectos reprodutivos, nutricionais e sanitários, o que acaba resultando em índices de fertilidade e natalidade reduzidos. A Embrapa desenvolveu tecnologia que pode modificar essa realidade. A Embrapa Meio-Norte idealizou uma tecnologia de criação de galinha caipira, dirigida ao agricultor familiar, capaz de organizar, de forma gerenciada, a atividade de criação dessas aves. Esse sistema alternativo melhora a qualidade de vida das famílias, seja pela maior oferta de carne e ovos de qualidade na sua alimentação, seja pela possibilidade de venda do excedente, uma vez que aumenta de forma substancial e eficaz, a capacidade produtiva do plantel. Autores: Edvaldo Sagrilo

Firmino José Vieira Barbosa

Hoston Tomás Santos do Nascimento

José Erivaldo Saraiva Serpa

José Oscar Lustosa de Oliveira Junior

Raimunda de Sousa Alves Silva

Raimundo Bezerra de Araújo Neto

Robério dos Santos Sobreira

Valdemício Ferreira de Sousa

OBS.: Os autores são listados em ordem alfabética.

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Frango Caipira

Recomendações técnicas para a produção, abate, processamento e comercialização de frangos de corte coloniais (caipira)

Apresentação Para se ter sucesso na produção alternativa de frangos de corte, há necessidade de

profissionalização dos produtores, comerciantes e administradores. Por tratar-se de atividade geradora de mão de obra e divisas para o município, o Estado e a União, e envolver alto risco, o município deve dar suporte técnico aos empreendedores. Esse suporte deve vir de equipes de assistência técnica capazes de localizar nas instituições de fomento e pesquisa, no Brasil e no exterior, e também nas organizações não governamentais, informação técnica que possa ser repassada aos interessados, além da responsabilidade técnica pela qualidade dos produtos produzidos no município, principalmente em se tratando de produtos de origem animal.

Neste documento estão organizadas as recomendações que permitirão aos profissionais da assistência técnica e os próprios produtores a elaborarem projetos completos de produção alternativa de frangos, considerando todas as etapas do processo, isto é desde a granja até o consumidor final.

Compreendem-se por produção alternativa de frangos de corte, todas as atividades de produção de frangos que não estejam contempladas na linha industrial normal de produção de frangos de corte. Entretanto, por razões de normatização pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA apenas o sistema de produção caipira ou colonial é descrito neste documento. As principais variações desses sistemas como, por exemplo, o sistema agro ecológico de produção, no qual todos os insumos devem ser produzidos na propriedade rural é apenas comentada para diferenciação em relação aos sistemas aqui descritos.

Introdução A produção de frangos de corte coloniais no Brasil está relacionada com a agricultura

familiar. Nessas condições ela representa muitas vezes a viabilidade econômica das propriedades rurais, dos assentamentos da reforma agrária e de alguns pequenos municípios em vários estados brasileiros. Ela caracteriza-se por uma criação tecnificada onde se busca melhorar o desempenho das aves via melhoria das linhagens ou raças utilizadas, melhoria na alimentação, no manejo e nos cuidados sanitários para se auferir uma produção sistematizada e contínua, com a qualidade necessária para o abastecimento dos canais de comercialização, obedecendo toda a legislação sobre comercialização de alimentos de origem animal. Está normatizada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por meio do Ofício Circular DOI/DIPOA n.7/99 de 19 de maio de 1999, (Brasil, 1999).

Algumas empresas maiores também se dedicam a produção de frangos de corte coloniais, mas as estatísticas oficiais ainda não demonstram participação expressiva na produção avícola brasileira. Ainda assim, essas empresas emprestam liderança e direção aos projetos menores ou individuais. Atualmente alguns supermercados brasileiros já expõem o produto com destaque, nas apresentações frangos inteiro e em pedaços.

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Importância econômica

Pesquisa recente realizada nas cinco principais cidades de Santa Catarina junto a consumidores e decisores de compra de supermercados, hipermercados, mercearias e lojas especializadas, apontam para a existência de um mercado promissor para produtos transformados na agricultura familiar.

A produção alternativa de frangos de corte pode ser uma opção interessante para produtores rurais localizados em agrovilas, assentamentos rurais, distritos e pequenos municípios do interior do Brasil. Inclusive para produtores que participaram de experiências na avicultura industrial e que atualmente não dispõem das condições para continuar participando daquele sistema.

É necessário, entretanto, que as iniciativas empreendedoras nesta área garantam a qualidade do produto, para se ter acesso ao mercado, e não coloquem em risco a avicultura industrial, que atualmente emprega milhões de pessoas nas cidades e gera divisas para o Brasil, não danifique

o meio ambiente e favoreça o bem-estar do homem e dos frangos. Essas condições serão garantidas na elaboração de um projeto profissional.

Aspectos agro e zoo ecológicos

O Sistema de produção profissional para frangos de corte coloniais é um sistema

orientado para o mercado, portanto com qualidade suficiente para atender as exigências dos supermercados brasileiros e para exportação. É ideal para pequenas propriedades rurais que praticam agricultura familiar, incluindo assentamentos rurais e agrovilas. É desejável que os produtores pratiquem agricultura com produção de grãos, forragens, hortaliças e fruticultura e ao utilizar as sobras dessas produções, possam agregar valor a esses subprodutos e ao mesmo tempo melhorar as características diferenciais da carne do frango; tais como, sabor e pigmentação da pele.

O sistema de produção para frangos de corte coloniais está normatizado no Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento no ofício circular DOI/DIPOA no. 007/99, sobre o registro de produto Frango Caipira ou Colonial. Esse documento define que deve se utilizar linhagens específicas, de crescimento lento, para chegar no peso ideal de abate com a idade mínima de 85 dias e que os pintos devem ter acesso ao piquete a partir dos 28 dias de idade e que em nenhuma fase da vida sejam alimentados com rações contendo promotores de crescimento, nem subprodutos de origem animal, como farinhas de carne por exemplo.

Para a implantação de projetos de produção de frango colonial nos municípios brasileiros, as prefeituras municipais não necessitam fornecer recursos financeiros, mas sua equipe técnica deve estar apta a conceber os projetos de produção, encaminhá-los para financiamento bancário e organizar os produtores interessados no mesmo assunto em associações. Normalmente as prefeituras municipais efetuam convênios com empresas estaduais de pesquisa e extensão rural para realizar essa tarefa.

Os projetos devem em primeiro lugar efetuar uma análise de mercado para definir o tamanho do mesmo e o tipo de produto demandado, a periodicidade e o selo de qualidade mais adequado para a situação. Devem também identificar quais os produtores interessados e quais os pontos fortes e pontos fracos de cada produtor. Pontos fortes devem ser multiplicados e no caso dos pontos fracos os mesmos devem ser melhorados. Normalmente um dos pontos fracos é a dificuldade em trabalhar junto a associações, outro, é a falta de atuação profissional, o que pode ser mudado via capacitação. Existem várias instituições oficiais e privadas que proporcionam essa capacitação.

O passo seguinte diz respeito ao sistema de produção com as recomendações de instalações, raças, reprodução, manejo, biosseguridade, cuidados sanitários, alimentação.

O passo posterior, e igualmente importante, diz respeito às definições logísticas em relação às demandas do mercado. Nessa etapa o projeto deve prever a origem dos pintos, matrizes ou dos ovos. Adquirir os pintos no mercado, exigindo-se qualidade e regularidade, até que o volume demandado seja suficiente para compensar a montagem de granja de matrizes própria. O planejamento para montagem de granja de matrizes ou de incubatório, são projetos a parte, não necessários para o início do empreendimento.

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Também é necessário identificar quem fornece a ração ou os ingredientes, bem como as misturas minerais e vitamínicas. Os macroingredientes das dietas podem ser produzidos na propriedade, como os grãos de cereais. Os demais ingredientes e aditivos devem ser adquiridos de fornecedores idôneos.

É necessário definir também quem procede o transporte. Normalmente uma terceira parte, tem se especializado nesse assunto, não necessitando investimentos em veículos, bastando apenas alugar os fretes.

Raças, características e exigências ecológicas (genética)

Normalmente se consegue produzir o tipo de frangos recomendados para criação

colonial pelo cruzamento entre raças de galinhas de corte e dupla aptidão. Aves com essa constituição genética apresentam crescimento mais lento, carne mais consistente, com menos gordura, do que os frangos industriais. Atualmente no mercado brasileiro existem várias linhagens comerciais de frangos caipiras ou coloniais. A Embrapa Suínos e Aves, por exemplo, comercializa para todo o mercado nacional a linhagem Embrapa 041, que atende estas exigências da norma. O desempenho de campo esperado para lotes de frangos Embrapa 041, criados em regime semi-confinados, com acesso às pastagens após os 28 dias de idade, é mostrado na Tabela 1.

Tabela 1. Desempenho esperado para lotes de frangos de corte coloniais semiconfinados

Idade dias

Peso vivo g

Ganho Semanal

g

Consumo de ração g Conversão alimentar Viabilidade

% Semanal Acumulado Semanal Acumulado

7 105 65 91 91 1,400 1,400 99,5

14 220 115 252 343 2,191 1,559 99,0

21 375 155 364 707 2,348 1,885 98,5

28 555 180 469 1176 2,606 2,119 98,0

35 755 200 560 1736 2,800 2,299 97,5

42 965 210 630 2366 3,000 2,452 97,0

49 1185 220 686 3052 3,118 2,576 96,5

56 1410 225 735 3787 3,267 2,686 96,0

63 1630 220 784 4571 3,564 2,804 95,5

70 1845 215 805 5376 3,744 2,914 95,0

77 2055 210 826 6202 3,933 3,018 94,5

84 2255 200 840 7042 4,200 3,123 94,0

91 2445 190 847 7889 4,458 3,227 93,5

Fonte: Manual da linhagem (Embrapa, 2001).

Para o fornecimento regular dos pintos da linhagem escolhida é necessário estabelecer

contatos prévios com futuros fornecedores, sendo o incubatório um ponto importante para a logística da atividade. Certamente dependendo da região em questão, ter-se-á maior ou menor facilidade para encontrar fornecedores idôneos, que comercializem aves vacinadas. Como recomendação, será prudente então dirigir-se às associações de criadores estaduais/nacionais, ou aos grupos de criadores para obter informações sobre representantes regionais.

A distância e o volume de aves encomendadas a serem transportadas influenciam no custo, portanto, seria prudente associar-se a outros produtores interessados para formar um lote maior, reduzindo este custo inicial.

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Como os pintos representam um custo elevado, é recomendável assegurar-se que o incubatório ofereça garantias quanto à sanidade e suporte técnico.

Instalações

Mesmo com a norma de 1999, que recomenda o acesso a piquetes, recomenda-se por questões de biosseguridade devido ao risco de doenças exóticas, manter as aves confinadas em aviários e piquetes telados, com malha de no máximo 2,5 cm de espaçamento, com o fornecimento de água em bebedouros apropriados e ração balanceada mais a alimentação alternativa complementar, em comedouros apropriados no interior da instalação telada, conforme ilustrado na Figura 1.

A Embrapa Suínos e Aves desenvolveu um sistema de galinheiro móvel que pode ser adaptado para uso neste tipo de sistema de produção, contendo todo tempo as aves, permitindo o acesso a pastagem e deslocando-se a instalação de forma a rotacionar o uso dos piquetes. Uma foto desse tipo de instalação está mostrada na Figura 2.

A partir de 28 dias de idade iniciar o fornecimento de alimentação alternativa, duas vezes ao dia (grãos, capim, hortaliças, frutas, tubérculos) até o limite de 20% do total de alimento consumido no dia. Os outros 80% devem ser obrigatoriamente ração balanceada específica por fase. Alojar 10 aves/m2 no galinheiro e utilizar 3m2/ave nas áreas de piquetes. É interessante fazer a rotação dos piquetes para evitar que as aves danifiquem a vegetação e para descontaminá-los pela ação dos raios solares durante o vazio sanitário. Recomenda-se iluminação artificial suplementar apenas na primeira semana de idade

. 1. Criação de frangos coloniais, em área cercada e com uso de galinheiros móveis, tipo

Embrapa

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Fig. 2. Galinheiro móvel tipo Embrapa

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Alimentação

Para os sistemas mais rudimentares e em pequena escala recomenda-se adquirir a ração de fornecedor idôneo, de preferência certificado para Boas Práticas de Fabricação-BPF. Quando houver condições na propriedade para fabricação de ração recomenda-se utilizar formulações convencionais, buscando-se a autosuficiência na propriedade, através da utilização de misturas incluindo produtos e subprodutos de custo mais baixo do que as formulações comerciais. A Figura 1 ilustra o ingrediente milho úmido ensilado pronto para ser misturado na propriedade rural, o que é uma alternativa para produtores com baixa capacidade de armazenamento de grãos. Antes de iniciar sua atividade, os futuros criadores que não tiverem acesso a um profissional de ciências agrárias autônomo, devem procurar assistência via órgãos públicos, como EMBRAPA ou EMATER, para obter informações seguras de como arraçoar suas aves.

Fig. 1. Detalhe de um silo trincheira com silagem de milho grão úmido, e também com detalhes de coloração de núcleo e da ração resultante

Para as fases inicial e crescimento, uma opção é fabricá-las com aquisição dos respectivos núcleos, como mostra o exemplo de ração de frangos de corte oferecido por Gessulli, (1999) misturando-se 10% do núcleo de frango de corte caipira/colonial para a fase inicial com 60 % de milho moído, mais 30% de farelo de soja 46% de PB. Da mesma forma para fabricar a ração recria/crescimento, aquele autor sugere uma mistura de 10% do núcleo de frango de corte para a fase crescimento com 65% de milho moído, mais 25% de farelo de soja 46% de PB, mas, em ambos os casos, observar as quantidades e instruções de mistura do fabricante do núcleo.

Tratando-se de criações de maior porte, como empresas avícolas integradoras, a formulação das rações deve atender a certas exigências que vão além do aspecto econômico e do ponto de vista de exigências nutricionais de acordo com os estágios de crescimento das aves. Deve-se também atender às exigências da norma oficial, devendo-se sobretudo não fazer uso de gorduras e farinhas de origem animal e não incluir promotores de crescimento. Além disso, no caso de criações orgânicas, deve-se fornecer alimentos livres de contaminação de produtos químicos de síntese, e sem inclusão de vegetais transgênicos. Isto requer que na fábrica de rações seja possível rastrear a origem dos ingredientes e monitorar todo o processo de mistura até o momento de ensacamento.

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Os requerimentos nutricionais dos frangos coloniais, por fase da criação estão mostrados na Tabela 1.

O arraçoamento deve ser diário, com incrementos semanais, para cada fase de vida da ave. As aves devem ser alimentadas com ração inicial balanceada (isenta de aditivos e promotores de crescimento) à vontade, até 28 dias de idade. Após essa idade, a dieta deve ser complementada com alimentos alternativos, principalmente pastagens e sobras de hortaliças e frutas, o que auxilia na pigmentação da pele e na diferenciação do sabor da carne, proporcionando o sabor característico de ave colonial.

A Tabela 2 apresenta sugestões de fórmulas de ração para frangos de corte coloniais, por fase da criação, com a respectiva composição nutricional.

Tabela 1. Exigências nutricionais do frango de corte Embrapa 041 por fase da criação.

Nutrientes Inicial 1-28 dias

Crescimento 29-60 dias

Terminação 61-91 dias

Energia metabolizável Kcal/kg

2800 2900 2900

Proteina bruta % 19,5 17,5 16,5

Cálcio % 1,0 1,0 0,95

Fósforo total % 0,71 0,67 0,61

Fonte: Manual da linhagem (Embrapa, 2001).

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Tabela 2. Sugestão de fórmulas de ração para frangos de corte colonial

Ingrediente Ração inicial Ração crescimento Ração final

Milho grão 54,381 63,051 63,2125

Farelo de soja 45% PB 30,796 27,216 21,372

Farelo de trigo 10,000 4,303 12,00

Calcáreo calcítico 1,299 1,373 1,450

Fosfato bicálcico 1,738 1,670 1,3285

Sal comum 0,403 0,411 0,4058

Dl-metionina 0,117 0,107 0,1211

Caulim ou areia lavada 1,115 1,740 -

Premix mineral 0,050 0,050 0,050

Premix vitamínico 0,100 0,080 0,060

Total 100,000 100,000 100,00

Preço R$ 0,3803 0,3673 0,3437

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Energia metabolizável Kcal/Kg 2800 2900 2900

Proteina bruta % 20,00 18,00 16,50

Fibra bruta % 4,0 3,4263 3,8678

Cálcio % 1,00 1,00 0,95

Fósforo disponível 0,468 0,435 0,386

Sódio % 0,15 0,15 0,15

Lisina % 1,005 0,90 0,7879

Metionina 0,400 0,38 0,384

Met + Cistina 0,7981 0,758 0,6363

Triptofano 0,2825 0,2487 0,2225

Treonina 0,7697 0,6994 0,6267

Arginina 1,3754 1,2285 1,004

Fenilalanina 0,9492 0,8581 0,7681

Glicina+Serina 1,9167 1,7349 1,5798

Isoleucina 0,8378 0,7557 0,6699

Leucina 1,7223 1,6123 1,466

Fenilalanina+Tirosina 1,7578 1,5989 1,4223

Valina 0,9440 0,8550 0,7797

Ácido linoleico 1,5272 1,5691 1,7405

Sódio 0,1800 0,1800 0,1800

Extrato etéreo 2,6528 2,6775 2,9829

É possível obter lotes mais pesados na idade mínima para abate. Nesse caso basta utilizar ração mais energética (em torno de 3000 kcal/kg e nível mais elevado de proteina 20, 18 e 18%, respectivamente, para as três fases da criação.), esperando-se, como consequência, um desempenho próximo daquele exemplificado na Tabela 3. Uma outra prática consiste em manter as aves confinadas por um período mais longo, isto é permitir o acesso ao piquete somente aos 35 ou aos 42 dias de idade. Também é possível melhorar a média de peso do lote

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na mesma idade se as aves forem separadas por sexo na data da liberação para os piquetes, constituindo-se um lote somente de fêmeas e outro somente de machos, o que evita a competição entre aves, permitindo o acesso mais uniforme aos comedouros.

Tabela 3. Potencial genético para frangos coloniais alimentados com ração mais energética (3000 kcal/kg) e proteica.

Idade dias

Peso vivo g

Ganho Semanal g

Consumo de ração g

Conversão alimentar Viabilidade %

Semanal Acumulado Semanal Acumulado

0 40 40 100

7 120 80 96 96 1,200 1,200 98,6

14 260 140 169 265 1,207 1,207 98,4

21 455 195 340 605 1,744 1,330 98,2

28 680 225 450 1055 2,000 1,551 97,9

35 925 245 540 1595 2,204 1,724 97,7

42 1180 255 615 2210 2,412 1,873 97,5

49 1440 260 690 2900 2,654 2,014 97,3

56 1703 263 745 3645 2,833 2,140 97,1

63 1968 265 795 4440 3,000 2,256 96,9

70 2228 260 825 5265 3,173 2,363 96,7

77 2483 255 870 6135 3,412 2,471 96,5

84 2728 245 900 7035 3,673 2,579 96,3

91 2963 235 925 7960 3,936 2,686 96,0

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Manejo

Alojar os pintos de um dia em aviários pinteiros, isolados das demais criações,

contendo cama nova (de boa qualidade cobrindo uniformemente todo o piso com 7 cm de espessura, podendo ser de maravalha/serragem, palha/capim ou sabugo triturado), aquecedores, bebedouros e comedouros infantís (desinfetados, limpos e abastecidos). Um círculo de proteção deverá ser construído ao redor desses equipamentos para facilitar o controle da temperatura no nível dos pintos, conforme mostrado na Figura 1. Este deverá ser ampliado a cada dia para permitir a maior movimentação e conforto dos pintos e retirado completamente ao final da primeira semana. Os bebedouros e comedouros devem ser distribuídos uniformemente no espaço dentro do círculo de proteção e posteriormente, após a retirada deste, no espaço do aviário.

Fig. 1. Círculo de proteção, cama de maravalha, uma fonte de aquecimento (lâmpada),

um bebedouro e dois comedouros, além do comportamento natural e adequado dos pintos. Utilizar bebedouros tipo pressão na primeira semana de vida dos pintos, na proporção

de um para 80 pintos e substituí-los gradativamente a partir dessa idade, por bebedouros tipo “sino”, também na proporção de um para 80 pintos. Nos dois tipos de bebedouros ter o cuidado da limpeza diária dos mesmos. Pendurar os bebedouros tipo sino para evitar a entrada de sujidades e a regulagem da altura deve ser semanal, obedecendo a altura de acesso da ave, a medida que esta cresce. Fornecer água em abundância, limpa, fresca e isenta de microorganismos.

Utilizar comedouros tipo bandeja, na proporção de um para 80 pintos na primeira semana de vida dos pintos e gradativamente substituí-los pelos comedouros tubulares com regulagem da saída de ração, na proporção de um para 40 pintos. Pendurá-los a uma altura que facilite o acesso das aves, sem contudo permitir que as mesmas desperdicem ração. Quando utilizar comedouros tubulares, abastecê-los de forma a permitir ração a vontade, sem restrição para as aves até 35 ou 42 dias de idade, dependendo da necessidade de ganho de peso para atender o mercado. A Figura 2 ilustra um aviário com comedouro tubular. A partir dessa idade as aves podem receber forragem verde a vontade, após ter consumido a ração recomendada para a idade. Um exemplo de consumo semanal pode ser obtido na tabela de potencial genético para frangos coloniais alimentados com ração mais energética (3000 kcal/kg) e proteica.

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Fig. 2. Detalhe do aviário mostrando as aves confinadas em cama seca e adequada,

numa lotação confortável e com o comedouro na altura adequada

O aquecimento do ambiente onde os pintos serão alojados é necessário antes da chegada dos pintos. Utilizar aquecedores, com resistência elétrica, com lâmpadas, à gas ou a lenha. O importante é que haja renovação de ar e que a temperatura ambiente seja mantida a 32oC no primeiro dia de vida dos pintos, e que seja reduzida em um grau centígrado a cada dia de vida, até alcançar a temperatura ambiente. Manejar o círculo de proteção e as cortinas adequadamente para manter a temperatura recomendada.

Para monitorar o peso do lote adquirido, pesar uma amostra de aves a cada duas semanas, calcular a média e comparar com os dados da Tabela 1. Retirar as aves menores e alimentá-las em separado do grande grupo. Nos casos de desuniformidade do lote, determinar a causa do problema que pode ser parasitismo, superpopulação, calor, frio ou desnutrição.

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Cuidados sanitários

A produção de frangos coloniais requer a implantação de cuidados de biosseguridade. Faz-se necessário respeitar um período mínimo de 14 dias entre alojamentos, após completa limpeza e desinfecção das instalações e dos equipamentos. As aves devem ser vacinadas no incubatório, contra a doença de Marek. Enfermidades como doença de Gumboro, bronquite infecciosa das aves e doença de Newcastle podem ser evitadas por meio da vacinação. O esquema de vacinação deve atender aos desafios sanitários da região em que se localiza a produção e estar em consonância com a orientação do serviço oficial. A prevenção contra a varíola aviária é feita por meio da vacinação por punção da asa, aos 21 dias de idade, ou via subcutânea, no primeiro dia de vida. Em regiões de alto desafio é recomendado fazer o reforço da vacina contra varíola aviária na quinta semana de idade. O controle de endo e ectoparasitos deve ser realizado com base no monitoramento periódico do lote. O controle da coccidiose pode ser feito pela vacinação das aves nos primeiro dias de vida.

Preparo para o mercado Para o produto alcançar o mercado é necessário definir quem procede o abate e o

processamento. Da análise do mercado se definirá o tipo de inspeção necessária. Se para mercado local, normalmente é suficiente uma planta de processamento (abatedouro) com inspeção municipal. Nesse caso, a logística de transporte e de conservação pode ser muito abreviada. Como exemplo, um projeto de produção para atender um mercado como o de Florianópolis-SC seria otimizado se a planta de abate e processamento estivesse localizada dentro do município, do que num município vizinho. Pois instalações mais simples para processamento, com inspeção municipal, sem a necessidade de túnel de congelamento e poucos veículos de transporte específicos de produtos refrigerados seriam suficientes. Para mercado estadual, é necessário uma planta de processamento com inspeção estadual e, para mercado regional/nacional ou internacional, é necessário uma planta de processamento com inspeção federal. As plantas de processamento não necessariamente devem ser construídas para cada projeto, mas podem ser alugadas ou compartilhadas com aquelas já em operação no município. A Figura 1 ilustra uma planta baixa de abatedouro de frangos com inspeção estadual.

O controle de qualidade normalmente é efetuado no ato da inspeção sanitária, entretanto, para produtos orientados para satisfazer nichos de mercado é importante a pro-atividade na implantação de um sistema de controle de qualidade em todo o processo desde a criação das aves. Para tal, devem ser efetuados contatos com universidades, institutos de pesquisa, laboratórios credenciados e organizações não governamentais para desenvolver programas de controle de qualidade.

Abate e Processamento Existem várias recomendações específicas para cada sistema de criação, na tentativa de

reduzir o estresse ante-mortem, evitando seus efeitos nefastos na qualidade dos produtos (hematomas, fraturas, manchas, mortes, etc). Recomenda-se a apanha silenciosa com as duas mãos sobre as asas e dorso, a contenção gentil e o uso de caixas de contenção adequadas a cada tipo de ave, nesse caso, existe uma limitação do espaço por cada caixa que no caso de frangos é limitada à 160cm2/kg, para aves com peso entre 1,6-3,0 kg. Da mesma forma, o trajeto da granja até o abatedouro não deve ser superior a 100 km, e o tempo de transporte deve ser inferior a 2 horas.

Há necessidade de treinamento/capacitação dos empregados (terceirizados ou não), responsáveis pela prática da apanha ou de população dos aviários, bem como de pessoal capacitado para realizar o transporte dessas aves.

No abatedouro necessita-se também oferecer garantias de que não haverá cruzamento de lotes diferentes nas nórias, monitoramento este que faz parte das normas de BPF (boas práticas de fabricação) e do programa de rastreabilidade.

Finalmente, é importante uma etiquetagem clara e precisa, que permita aos consumidores distinguirem este produto diferenciado.

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O abate e o processamento de carcaças de aves abrangem atividades de controle desenvolvidas dentro do abatedouro, desde o momento em que as aves chegam à plataforma de recepção, até a obtenção do produto final. Uma cadeia ininterrupta de medidas higiênicos-sanitárias, de segurança dos alimentos e de conservação a frio, assegura o controle de microrganismos patogênicos.

Independentemente do volume de abate, os pré-requisitos básicos para a manutenção da qualidade do produto e preservação do meio ambiente devem ser atendidos. As instalações de abate, processamento, armazenamento e tratamento de efluentes devem ser submetidos aos órgãos competentes, sejam eles Municipal, Estadual ou Federal. Aparentemente este é o maior gargalo para a produção de produtos coloniais pois exige altos investimentos bem como escala de produção.

Fig. 1. Modelo de abatedouro de aves com inspeção estadual

Imagem: Gilberto Schmidt e J. A. Equipamentos

Exemplo abatedouro para 200 a 300 aves/dia Equipamentos: 1) Mesa sangria Manual 2) Mesa de separação 3) Tanque de escaldagem 4) Depenadeira rotativa 5) Evisceração manual 6) Chiller resfriamento 7) Mesa recepção 8) Mesa de corte e preparação

9) Mesa de embalagem Os abatedouros devem, preferencialmente, ser exclusivos para este tipo de abate ou,

quando for compartilhado, devem ser estabelecidos turnos específicos, sob controle do sistema de inspeção, com identificação dos lotes produzidos, até a embalagem final.

Antes do abate de aves com selo diferenciado, devem ser realizados procedimentos de limpeza para eliminar resíduos de substâncias proibidas, prevendo-se por exemplo, troca de água de escaldadeira, pré-chiller e chiller

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Transporte da granja até a plataforma de recepção A plataforma de recepção, num abatedouro, é o local onde as aves permanecem após

sua chegada até a pendura. Devido a flutuações no sistema de entrega, as aves poderão permanecer alojadas nesta área durante algumas horas. Este local deve ser protegido da incidência direta dos raios solares e mantido em temperaturas entre 25 a 27oC utilizando-se ventiladores e nebulizadores, que adicionalmente possibilitam a diminuição de poeiras e sujidades em suspensão. Também a remoção frequente dos detritos acumulados no piso da plataforma é uma medida que auxilia na redução dos agentes contaminantes.

As condições de apanha, transporte e pendura têm influência na contaminação das penas e pele por material fecal. A limpeza e desinfeção dos caminhões e caixas se faz necessária a cada nova carga.

Deve-se atentar para o número de aves a serem colocadas nas caixas de transporte prevendo-se garantir suas integridades físicas durante a fase de transporte, bem como a distância a ser percorrida até o local de abate. A Figura 2 ilustra o transporte correto de frangos para o abate e a espera na plataforma de recepção do abatedouro.

Os principais pontos críticos são o número de aves por caixa de transporte e o manejo até a pendura. Normalmente as gaiolas apresentam capacidade para o alojamento de 12 a 18 aves, dependendo das condições climáticas, idade de abate e distância de deslocamento. A densidade de aves nas caixas tem influência na condenação por fraturas e arranhaduras na carcaça, além da disseminação dos agentes patogênicos.

Fig. 2. Caminhão para transporte de frangos na plataforma de recepção do abatedouro

As caixas de transporte, ainda no abatedouro, devem ser submetidas à lavagem e

desinfecção, antes do retorno às granjas para o acondicionamento de outras aves. O uso de água quente e de álcalis fortes facilitam a remoção dos detritos e incrustações e redução de contaminantes. Finalmente, agentes de desinfecção devem ser aplicados nas caixas de transporte limpas tornando-as seguras para uso posterior.

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Pendura, insensibilização e sangria Os equipamentos necessários para esta atividade são: nória de transporte, atordoador

e facas para a sangria. A aves são retiradas das caixas e penduradas pelos pés na nória que circula no túnel de

sangria e nas áreas de escaldagem e depena. A pendura deve ser realizada de modo a não estressar as aves e a evitar fraturas e hemorragias.

Após a pendura, as aves passam pelo processo de insensibilização, denominada de atordoamento, normalmente realizada em tanques de imersão com o uso de choque elétrico (70V) na região da cabeça. Deficiências no atordoamento aumenta a incidência de condenações totais ou parciais da carcaça.

Após o atordoamento, é efetuado o seccionamento dos vasos sanguíneos cervicais (artérias e veias) chamado de sangria. A sangria pode ser realizada manualmente ou através de equipamento anexado à nória de transporte. A finalidade do túnel de sangria é proporcionar o tempo necessário para a eliminação de todo o sangue da carcaça, antes que as aves alcancem os tanque de escaldagem. Segundo as normas do sistema de inspeção as aves devem permanecer ao redor de 3 minutos no túnel de sangria. Na condição de má sangria há condenação total da carcaça.

Escaldagem Após a passagem pelo túnel de sangria as aves são submetidas ao processo de

escaldagem, visando remover impurezas e o sangue da superfície externa e, facilitar a remoção das penas. Dentre os métodos disponíveis para este processo, destaca-se a imersão em água quente, chuveiros de água quente e aplicação de vapor.

A escaldagem por imersão é o método mais utilizado e usualmente consiste na imersão da ave em água a temperatura variando entre 50 a 63oC, durante 90 a 120 segundos, sendo estas duas variáveis fundamentais no que concerne a qualidade e aparência do produto. A água de escaldagem é mantida na temperatura desejável pela adição contínua de água quente.

Para se obter uma melhor aparência da carcaça, muitos abatedouros reduzem a temperatura da água de escaldagem a um mínimo necessário à depenagem (50 a 52oC) o suficiente para destruir “alguns” microrganismos deterioradores

Depenagem, escaldagem do pé e remoção de cutículas Após a escaldagem as aves sofrem a depenagem, que é efetuada mecanicamente em

máquinas depenadeiras estática ou em série, com alimentação contínua de água fria através de chuveiros, com vazão constante por todo o período de abate. As penas removidas são acumuladas numa canaleta no piso e são transportadas para fora do abatedouro e posteriormente para a graxaria. Esta operação consome grande quantidade de água.

Após a depenagem, as aves são transferidas para outra nória, onde são presas pela cabeça, ficando os pés livres para serem escaldados. A escaldagem dos pés é feita também por imersão, em um tanque contendo água quente, sendo que a temperatura neste caso, atinge 80oC, para amolecimento das membranas dos pés que são removidas através de máquinas semelhantes às depenadeiras.

A etapas referentes à escaldagem, depenagem e remoção de cutícula são realizadas dentro de uma mesma área, denominada de “área suja”, separada fisicamente de outra área chamada de “área limpa”, onde estão situadas todas as demais etapas do processo descritos a seguir.

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Evisceração A evisceração constitui-se basicamente das seguintes etapas:

1. Extração do conteúdo intestinal; 2. Abertura do abdomem; 3. Exposição das vísceras; 4. Retirada das vísceras comestíveis; 5. Retiradas das vísceras abdominais; 6. Retirada dos pulmões.

As vísceras comestíveis são retiradas manualmente, limpas, selecionadas e

encaminhadas para o resfriamento. A moela é limpa (manual ou mecânica) e recebe lavagem contínua. Posteriormente, os mesmos são embalados junto com os pés, para serem introduzidos dentro do frango ou embaladas para comercialização.

Todas estas atividades são realizadas na nória de evisceração, sobre a calha de evisceração, onde os resíduos são coletados. Uma Segunda inspeção da condição das carcaças, chamada “toalete”, ocorre no final deste processo, constituindo-se na eliminação de penas, penugens e outros materiais aderidos residualmente.

A Figura 3 ilustra o processo de limpeza, evisceração e gotejamento em abatedouros de frango com inspeção estadual.

Fig. 3. Processo de limpeza, evisceração e gotejamento em abatedouros de frango com

inspeção estadual. Inspeção Todo abatedouro deve apresentar um sistema de inspeção, seja Municipal (SIM),

Estadual (SIE) ou Federal (SIF). O tipo de inspeção determina a abrangência de comercialização do produto, mas não pode determinar a qualidade do produto, como se tem verificado em algumas situações.

A inspeção é realizada entre os processos de exposição e retiradas das vísceras comestíveis, na nória de evisceração. Em alguns casos, o sistema de inspeção solicita a inclusão no abatedouro de uma nória fixa para uma melhor avaliação das aves condenadas.

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As carcaças podem ser condenadas como um todo ou parcialmente e no primeiro caso enviadas para a graxaria. Aves condenadas parcialmente podem ser enviadas para a sala de corte e processamento. As principais causas de condenação são classificadas em:

Causas de Campo: Tuberculose, Leucose, Septicemia e toxemia, Aerosaculite, Synovitis e contusões.

Causas de abate: mortes, contaminação, mutilação e super escaldagem. Lavagem Um processo de lavagem das carcaças pode ser introduzido na nória de evisceração

antes da carcaça ser submetida ao resfriamento. A lavagem após a evisceração e inspeção final da carcaça é efetuada principalmente para assegurar que a ave esteja limpa e livre de resíduos. Os chuveiros devem ser eficientes e a pressão suficiente para remover contaminantes tanto da superfície externa da carcaça como da superfície interna, minimizando assim, a contaminação da água de resfriamento.

Resfriamento Uma vez completada a etapa de evisceração, as carcaças são retiradas dos ganchos dos

transportadores, manual ou mecanicamente, caindo em um tanque aberto (Pré-chiller) com água a temperatura ambiente, onde é feito um pré-resfriamento. Em seguida, mecanicamente as carcaças são transferidas para outro tanque (Chiller), para completar o resfriamento iniciado no pré-chiller. A água do tanque deve permanecer a 4oC, através de adição de gelo em escamas. O tempo de permanência da carcaça no chiller é de aproximadamente 30 minutos. Para empresas de pequeno porte não há necessidade de utilização do pré-chiller.

Gotejamento Após o resfriamento, as aves são retiradas mecanicamente do chiller através de uma

rampa coletora, sendo as carcaças destinadas à sala de processamento. Dependendo da estrutura de alimentação das salas de processamento, as aves poderão ser submetidas ao primeiro momento de seleção, separando as aves para produção de frango inteiro ou corte.

As aves são penduradas pelas pernas na nória que conduz à sala de processamento, e que poderá ser utilizada como nória de gotejamento, tendo o objetivo de remover o excesso de água da carcaça. Esta nória é fundamental para os produtos resfriados, pois o acumulo de água após embalagem, não é permitido.

Processamento Após o resfriamento e gotejamento as carcaças devem ser conduzidas para a área de

processamento. Pode se ter duas situações, a primeira onde após o resfriamento as aves já são classificadas, segundo suas características, como produtos inteiro ou corte. Para tanto, serão necessárias duas nórias, para diferenciar. Neste caso necessita-se duas equipes, trabalhando simultaneamente.

Na nória de frango inteiro, já na sala de embalagem, é adicionado à carcaça as vísceras comestíveis (moela, fígado e coração) e os pés, embalados em sacos plásticos e pré-refrigerados. Em seguida, sob uma mesa de aço inoxidável e com o uso de funil as carcaças são acondicionadas na embalagem primária (sacos plásticos) e lacradas. Posteriormente as carcaças devem ser acondicionadas na embalagem secundária, normalmente caixas de papelão, com padronização do peso total. A padronização é importante do ponto de vista comercial, pois facilita a comercialização e distribuição do produto.

As carcaças destinadas a corte podem ser trabalhadas na nória de transporte, ou sob mesas de aço inoxidável. Atualmente existem nórias de cones específicas para o corte, com alta eficiência de rendimento, acopladas a esteiras transportadoras, que devido ao custo e escala de produção não serão aqui consideradas.

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Após a realização dos cortes primários, isto é, asa, coxa/sobrecoxa, peito e carcaça inicia-se o refilamento dos cortes em função do portifólio determinado pela empresa. Posteriormente, os produtos são acondicionados nas embalagens primárias (bandejas e(ou) sacos plásticos) e enviados para a área de embalagem secundária. Considerando as exigências de mercado, principalmente ligados a automação através do código de barras e as exigências do consumidor, é necessário padronizar o peso na embalagem primária, e em função da logística de comercialização e distribuição, na embalagem secundária.

Em segundo lugar, considerando que seja utilizada a mesma nória de gotejamento, na sala de cortes pode se realizar uma etapa de cada vez, ou, se possível, selecionar as carcaças, destinando para diferentes mesas, onde o processo possa ser realizado, conforme descrito anteriormente.

Produtos O portifólio de produtos, do abatedouro deve ser preparado considerando o

fornecimento de carcaças inteiras e cortes. Dependendo do mercado, os produtos poderão ser fornecidos na forma inatura e(ou) temperado, podendo ser resfriados e(ou) congelados.

Produtos inteiros Os produtos inteiros são descritos como: Frango Inteiro, Carcaça, Galeto, Meio Frango,

Frango Desossado (com ou sem recheio). A seguir uma descrição dos mesmos. O frango inteiro, contendo as vísceras comestíveis, pés e cabeça (enchimento), é

utilizado como um produto de combate, devido ao preço. O meio frango (Figura 4) é comercializado em algumas regiões, cujo mercado exige porções menores.

Fig. 4. Produtos prontos para embalagem. No caso uma meia carcaça.

Cortes Asa: Asa, coxinha da asa “drumette”, ponta da asa, meio da asa “tulipa” e pontinha da

asa. Coxa/sobrecoxa: coxa/sobrecoxa, coxa, sobrecoxa (com e sem pele), “steak”, filé de

coxa, filé de sobrecoxa. Peito: Peito inteiro, peito sem pele, peito desossado (com e sem pele), filé de peito,

filetino e Sassami. Miúdos: Coração, figado e moela. Outros: frango a passarinho (cortes ou recortes), pertence de canja (dorso), pescoço e

pés (exportação).

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Subprodutos O rendimento de abate depende da estratégia de comercialização, isto é, na relação

inteiro/corte, oscilando entre 72 a 82%, sem considerar absorção de água ou inclusão de tempero. Isto significa que o abate gera uma grande quantidade de subprodutos e de resíduos. O aproveitamento, reciclagem e reutilização desses subprodutos são de grande interesse da indústria, uma vez que se trata de produtos ricos, sob o ponto de vista nutritivo e funcional, dadas as condições de sua obtenção e tratamento. Por outro lado, a gestão adequada dessas matérias ajuda a minimizar o impacto das indústrias cárneas sobre o meio ambiente.

A utilização dos subprodutos, em geral, representa o problema da contaminação microbiológica. Dessa forma, é preciso encontrar sistemas de higienização que não prejudiquem as propriedades nutricionais e funcionais dos subprodutos que possam ser destinados à indústria alimentícia. Com exceção dos materiais classificados como de risco, não há nenhuma restrição para o uso de subprodutos, que sejam considerados aptos para o consumo humano, como ingredientes na alimentação humana.

Os principais subprodutos gerados no processo de abate são: pele, gordura e carne mecanicamente separada (CMS), que podem ser utilizados na produção de embutidos; tais como mortadela, salsicha, etc.; e a cartilagem, ossos moídos, cabeça e pés, que podem ser utilizados para a produção de ingredientes de ração para animais de estimação (gato, cachorro, etc.).

Resíduos O processamento e(ou) tratamento dos resíduos e efluentes do abatedouro tem sido

uma das grandes preocupações da indústria avícola, principalmente em decorrência das restrições que o mercado consumidor vêm impondo as questões de meio ambiente e da sua reutilização.

A transformação de resíduos da indústria cárnea tem visado a obtenção de alimentos para os próprios animais. O surgimento de enfermidades como a Encefalopatia Espongiforme bovina, ou “doença da vaca louca”, tem limitado as possibilidades de utilização desses produtos na alimentação animal. Hoje, na Europa, está proibida a utilização de farinhas de origem animal na formulação de rações. Esta situação representa para a indústria uma questão a ser estudada: como reciclar e aproveitar os subprodutos de maneira segura e economicamente rentável.

Os principais produtos gerados com a utilização dos resíduos são as farinhas de pena, sangue, vísceras e carne e óleo. A maioria das integrações tem utilizado estes produtos como ingrediente na formulação das rações. O óleo também pode ser utilizado como combustível em caldeiras.

Tratamento de efluentes Embora esta publicação não trate deste assunto diretamente, deve ser ressaltada a sua

importância, devido a crescente exigência do mercado consumidor por produtos ecologicamente corretos e pela necessidade atual de certificação e obtenção de licença ambiental para a implantação de uma planta de abate e processamento.

Embalagem Inicialmente as embalagens eram utilizadas apenas para dar segurança e garantir que o

produto chegasse em boas condições até o consumidor final. Atualmente, tem um papel fundamental para a apresentação do produto no mercado, pois é um mecanismo de propaganda eficiente quando bem explorado.

O sistema de embalagem é o conjunto de operações, materiais e acessórios que são utilizados na indústria com a finalidade de conter, proteger e conservar os diversos produtos e transportá-los aos pontos de venda ou utilização, atendendo às necessidades dos consumidores

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e/ou clientes a um custo adequado. A função é proteger contra a ação de fatores ambientais: oxigênio, luz, umidade, odores estranhos, microrganismos, insetos e outros e, da perda da qualidade intrínseca: perda de peso, perda de aroma, outros. A proteção depende de cuidados na produção, estocagem e transporte.

As embalagens podem ser classificadas em primárias e secundárias, dependendo da sua função. A embalagem primária é aquela que acondiciona o produto e será a apresentação na gôndola, enquanto a embalagem secundária é utilizada para o armazenamento e transporte dos produtos. As caixas de papelão, celulose e até sacos plásticos podem ser utilizadas como embalagem secundária. A Figura 5 ilustra produtos embalados prontos para o comércio.

Como embalagem primária tem-se as bandejas, onde normalmente são acondicionados os cortes e miúdos, que são envolvidos por um filme termo encolhível contendo todas as informações sobre a empresa e o produto. O saco plástico é mais utilizado para o frango inteiro embora, alguns cortes também tem tido este tipo de apresentação. Os produtos congelados devem ser acondicionados em embalagens leitosas enquanto os resfriados em embalagem transparente.

Mais do que uma importante ferramenta de marketing, as embalagens também cumprem a função de transmitir informações obrigatórias sobre o produto, previstas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Ministério da Saúde, além de identificar sua procedência e ressaltar os atributos complementares do produto. De acordo com a Resolução no. 040 de 21/03/2001, as empresas produtoras de alimentos deverão colocar nos rótulos a composição nutricional (valor calórico, nutritivo, etc.) dos produtos comercializados no mercado interno.

Para os alimentos cárneos as informações necessárias são: A identificação mínima: País de origem do produto, data de nascimento, tipo de criação

e descrição do sistema de abate das aves; Estabelecimento de abate - SIF; Marca do produto; Nome e código de produto; Data de produção e ou vencimento e Prazo de validade.

Identificação Adicional desejável: Código de lote; Hora de embalagem ou produção e Sistema de código de barras.

Identificação especial para nichos mercadológicos: Selos de qualidade (Produto natural, colonial, orgânico), Identificação dos produtores e ou seus endereços e dados de rastreabilidade.

A forma e tamanho da embalagem é outro fator que deve ser avaliado pela empresa. A padronização do peso é um fator limitante para alguns mercados, pois reduz a manipulação do produto na gôndola, reduzindo a necessidade de mão-de-obra. Pesos-padrões diferenciados também é um apelo do consumidor, principalmente com relação à produtos com maior grau de industrialização ou pré-preparados.

As embalagens para acondicionamento de produtos congelados têm como principais objetivos a proteção contra a desidratação e oxidação e, por isso, deve-se utilizar materiais de baixa permeabilidade ao vapor de água e ao oxigênio. Também é recomendado evitar espaços vazios dentro da embalagem, que contribuem para a queima pelo frio, assim como é desejável uma baixa permeabilidade aos componentes voláteis do aroma. Além dessas características é imprescindível uma boa resistência mecânica, flexibilidade e elasticidade a baixas temperaturas para se evitar rasgamentos e furos durante todas as etapas de produção, estocagem e comercialização do produto congelado.

Para a manutenção da coloração do produto fresco, o material da embalagem deve ser de alta permeabilidade ao oxigênio. Por outro lado a coloração dos produtos curados só pode ser mantida na ausência do oxigênio. Outro requisito que a embalagem para aves resfriadas deve atender é a baixa permeabilidade ao vapor d’água. Desta forma evita-se a desidratação superficial e, consequentemente, a perda de peso e escurecimento do produto, devido a concentração de pigmentos na sua superfície, quando a estocagem é feita em ambientes com baixa umidade relativa. Uma embalagem para aves resfriadas ainda deve apresentar baixa permeabilidade a odores estranhos, flexibilidade, resistência a gordura e resistência mecânica a temperatura de refrigeração.

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Fig. 5. Produtos contidos na embalagem primária Congelamento e Armazenamento A principal vantagem do congelamento é o aumento do tempo de prateleira do produto.

A escolha do tipo de equipamento a ser utilizado depende primariamente do custo e secundariamente de fatores como qualidade do produto e flexibilidade operacional.

Várias metodologias de congelamento estão disponíveis e sua utilização depende do tipo de produto, volume de abate e da capacidade de investimento da empresa. Para o congelamento do frango inteiro, cortes e vísceras comestíveis, normalmente são utilizados os túneis estáticos e contínuos, sendo o último indicado para grandes escalas de produção. No caso de produtos resfriados é necessário um choque térmico, evitando-se porém o ponto de cristalização, antes dos mesmos serem colocadas na câmara de estocagem.

Para pequenas escalas, em alguns casos, a própria câmara de armazenamento pode ser utilizada para a realização do congelamento. É conveniente ressaltar que tanto o congelamento como o armazenamento congelado não podem ser considerados como método de destruição de bactérias, pois estas operações não eliminam a maioria das células vegetativas de microrganismos.

Mercado e comercialização Considerando as características do sistema de produção necessário para atender esta

demanda, a pequena e a média propriedade ou a propriedade familiar são as que melhor se enquadram. Além disso, para serem viáveis na atual competição de mercado, as pequenas propriedades brasileiras necessitam diversificar as atividades e associar-se entre elas para obter escala de produção.

De nada vale todo o trabalho desenvolvido antes da comercialização, se não houver a comunicação de forma correta com os consumidores. A etapa da comercialização costuma inviabilizar bons projetos, se não conduzida corretamente. Pequenas associações de produtores devem preferencialmente comercializar seus produtos com uma marca registrada e reconhecida. Os pontos preferenciais de comercialização, nesse caso, são os de varejo e preferencialmente com venda direta ao consumidor, como as feiras livres e mercados públicos, onde a organização disponha de ponto de venda. Quando se pretende abastecer casas especializadas, mercados, quitandas, supermercados, padarias, ou vender no atacado, as margens de lucro são drasticamente reduzidas e todo o trabalho será pouco remunerado.

Um exemplo interessante vem da França, onde o consumo de carne de aves assemelha-se ao do Brasil, que está em torno de 24 kg de aves consumida por habitante/ano estão incluídas aves como peru, pato, ganso, marreco, galinha d´angola, perdiz, codorna, pombo, faisão, galo capão e pássaros. Todas estas aves podem ser comercializadas com o selo vermelho (Label rouge), que é um selo com o qual o governo Francês assegura a origem e o modo de criação das aves.

A falta de padronização dos produtos, e a inexistência de políticas de fiscalização que assegurem a qualidade do produto ao consumidor são os principais fatores que poderão limitar o crescimento do segmento. Conceitos básicos devem ser conhecidos por quem pretende

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ingressar na atividade: sustentabilidade da produção, minimizar a compra de insumos, produção para um mercado diferenciado e selo de qualidade (rastreabilidade), entre outros.

Escala de Produção e Comercialização O sistema recomendado para a produção de produtos coloniais se enquadra no perfil

das pequenas e médias propriedades ou a propriedade familiar, porém, não se pode perder de vista que a produção, dentro das restrições impostas pelo mercado, deve utilizar tecnologias apropriadas para gerar produtos com as características demandadas pelo consumidor, principalmente no tocante a segurança do alimento associada a um retorno econômico adequado para atender as expectativas dos produtores.

As pequenas propriedades podem facilmente se capacitar para produzir com eficiência, porém, a indicação que as mesmas poderiam abater e comercializar seus produtos de maneira isolada, encontra diversos problemas, entre eles a manutenção da qualidade do produto, escala de produção, competência comercial, competitividade, entre outros. Portanto, o sistema adequado envolve uma relação de parceria entre os segmentos de produção, industrialização e comercialização, visando uma distribuição eqüitativa do retorno econômico gerado pelo sistema.

Do ponto de vista de negócio, a escala de produção depende da expectativa de demanda, que está em função do tipo de mercado (grandes redes, varejo, etc.) e da área de abrangência de comercialização. Com relação a empresa, além de considerar a demanda, a escala de produção depende da capacidade de investimento, expectativa de retorno econômico e do portifólio de produtos a serem oferecidos.

Na elaboração do projeto deve ser levada em conta as exigências do mercado atacadista e das grandes redes, que além da qualidade do produto e preço, exige volume e freqüência de abastecimento. Portanto, a logística de transporte e distribuição é um ponto importante a ser considerado na determinação da escala de produção.

A título de exemplo simulou-se um projeto de produção de frangos coloniais, envolvendo os segmentos de produção de frango (integração), produção de ração, abate e processamento e comercialização. Os custos de produção e investimentos foram estimados com base nas informações de uma empresa de médio porte. Considerando o abate de 2.000, 3000 e 5.000 aves/semana e uma relação entre frangos inteiros e cortes de 50% cada.

Os índices técnicos e econômicos para a integração são apresentados na Tabela 5. Estabeleceu-se que o tamanho mínimo do lote por produtor estaria ao redor de 3.000 aves. Como resultado principal tem-se o baixo investimento inicial e a taxa de retorno ao produtor, que pode ser ampliada considerando que parte do lucro final poderia ser utilizada como premiação ao desempenho de cada produtor integrado, necessitando porém o estabelecimento de indicadores de desempenho.

Marketing Procurando alavancar sua comercialização, muitos avicultores têm investido no

lançamento de produtos diferenciados e estratégias de marketing que destaquem suas qualidades nutritivas. Disponibilizar no mercado produtos mais saudáveis, embalagens mais modernas e explicativas, assim como criar novas marcas, têm sido algumas das estratégias utilizadas para combater de vez o baixo consumo entre os brasileiros.

Na rotulagem do produto poderão ser inseridas informações referentes aos métodos de criação e arraçoamento, desde que sejam inseridos no texto do rótulo a ser analisado pelo DIPOA, sem caracterizar propaganda, mas esclarecimento ao consumidor sobre a identidade do produto.

39

Coeficientes técnicos, custos, rendimentos e rentabilidade

A Tabela 1 mostra os coeficientes técnicos necessários para os cálculos iniciais para a

concepção do projeto e também simula e estima os custos de produção de frangos em criações coloniais em projetos de 3000 aves por lote.

Outras recomendações de caráter geral podem ser também seguidas, quando não contrariarem as recomendações específicas da norma, como por exemplo as recomendações de equipamentos, apanha, contenção, transporte, descarga, abate,processamento, comercialização.

Tabela 1. Coeficientes técnicos e econômicos para a integração de frangos de corte coloniais.

Variável Índices

Vazio Sanitário 14

Densidade Galpão (aves/m2) 10

Densidade parque (m2/ave) 3

Plantel/integrado 3.000

Área de piquete 9.000

Instalações alvenaria (m2) 320

Viabilidade (%) 94

Peso médio do frango (g) 3.100

Conversão alimentar 2,78

Idade de abate (dias) 85

Custo operacional (R$) 0,15

Consumo de ração/ave (g) 8.600

Custo da Ração/kg (R$) 0,55

Custo do Pinto (R$) 0,78

Remuneração do integrado (R$/unidade) 0,60

R$/lote 1.692,00

Custo final frango (R$/Kg) 2,080

Investimento total/integrado (R$) 6.670,00

Na Tabela 2 são apresentados os parâmetros produtivos do segmento, nas diferentes

escalas de produção.

Tabela 2. Quantidades médias instantâneas de aves presentes no campo, considerando o abate de 2.000, 3.000 e 5.000 aves/dia, com 22 dias úteis.

Variável No. de aves abatidas/dia

2.000 3.000 5.000

Número de pintos alojados/mês 46.809 70.213 117.021

Plantel total a campo 131.064 196.596 327.660

Número de frangos vivos 44.000 66.000 100.000

Produção frango (ton.) 106 159 264

Número de integrados 67 100 167

Um aspecto importante é a necessidade de manter uma relação adequada de frango

inteiro e cortes, pois o primeiro sempre será uma exigência do mercado e o segundo tem um maior valor agregado. Os índices técnicos do abatedouro são apresentados na Tabela 3.

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Tabela 3. Índices técnicos fixos do abatedouro. Variável (%)

Rendimento frango inteiro 86

Rendimento de cortes 76

Relação inteiro/corte 50

Os custos operacionais para o abatedouro e para as áreas administrativa e comercial

foram estimados com base numa empresa de pequeno porte. Verifica-se uma redução de 3,0% no preço do produto final, quando elevamos o abate de 3.000 para 5.000 aves/dia (Tabela 4).

Tabela 4. Parâmetros produtivos e econômico para o abatedouro e as áreas administrativa e comercial, considerando o abate de 3.000, 4.000 e 5.000 aves/dia, com 22 dias úteis.

Variável No. de aves abatidas/dia

2.000 3.000 5.000

Número de frangos abatidos/mês 44.000 66.000 100.000

Frango abatido (ton)/mês 136,40 204,60 341,00

Produtos (tons) – inteiro/dia 2,67 4,00 6,77

Produtos (tons) – cortes/dia 2,36 3,53 5,89

Total (ton) 110,48 165,73 276,21

Custo operacional total (R$) 0,40 0,38 0,36

Custo final/kg frango processado (R$) 2,878 2,868 2,858

Custo operacional/kg de frango (Área Administrativa) (R$)

0,072 0,054 0,036

Custo operacional/kg de frango (Área Comercial) (R$) 0,40 0,38 0,36

Custo final do produto processado/kg (R$) 3,412 3,407 3,372

Os resultados financeiros estimados, considerando os diferentes níveis de oferta e

preços praticados no mercado são apresentados na Tabela 5 e contribuição porcentual na composição do preço final do frango na Tabela 6. Verifica-se que existe margem para trabalhar os principais fatores de custo, entre eles a elevação da margem de lucro dos integrados, sem comprometer a lucratividade da operação.

Tabela 5. Análise econômica em função do número de aves abatidas/dia

Variável No. de aves abatidas/dia

2.000 3.000 5.000

Custo final do produto processado (R$) 3,412 3,407 3,372

Preço médio do frango inteiro (R$) 3,60 3,60 3,60

Preço médio dos cortes (R$) 3,82 3,82 3,82

Faturamento com a venda de frango inteiro (R$) 211.147,20 316.720,80 527.868,00

Faturamento com a venda de cortes (R$) 197.998,00 296.997,36 494.995,60

Faturamento total (R$) 409.145,44 613.718,16 1.022.863,60

Custo total (R$) 377.265,04 557.925,78 916.590,00

Receita liquida (R$) 31.880,40 55.792,38 106.273,60

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Tabela 6. Contribuição porcentual de cada item na composição do custo final do frango

Centro de custo No. de aves abatidas/dia

2000 3000 5000

Pintos 9,68 9,82 9,96

Integrado 7,00 7,10 7,20

Ração 55,28 56,07 56,88

Custo operacional da integração 5,42 5,50 5,58

Custo operacional do abatedouro 11,71 11,29 10,85

Custo operacional da área comercial 8,79 8,61 8,44

Custo operacional da área administrativa 2,12 1,61 1,09

Total 100,00 100,00 100,00

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Glossário

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z A Abate – termo técnico que significa o processo de insensibilização, sangria, depena,

evisceração e separação das partes da carcaça para consumo humano. É diferente de sacrifício, pois este não necessariamente destina o produto ao consumo humano.

Aditivo - pode apresentar vários significados, mas em geral, ao serem incorporados na ração, referem-se a substâncias adicionadas em pequenas quantidades para intensificar as propriedades desejáveis e (ou) eliminar as características indesejáveis da dieta. Podem ser classificados em: pró-nutrientes, coadjuvantes de fabricação e profiláticos

Agrovila - Aglomerado de residências no meio rural cujos moradores se ocupam de atividades agrícolas ou rurais.

Apanha - é o ato de pegar (apanhar) a ave e colocá-la dentro da caixa para transporte. Armazenamento – ato de armazenar os produtos para formar estoque antes de enviar

para o mercado.

B Biosseguridade – conceito que inclui o isolamento e cuidados sanitários e profiláticos

dos plantéis para evitar que se contaminem com organismos patogênicos.

C Caipira – denominação atribuída a pessoas ou produtos oriundos do meio rural não

modernizado e sem o uso de técnicas modernas de produção. Cama - é todo o material distribuído em um aviário para servir de leito aos animais.

Mais especificamente chama-se de cama de frango o material que, permanecendo no piso de uma instalação avícola, irá receber excreções, restos de ração e penas. O material mais comumente utilizado é a maravalha ou cepilho de madeira.

Campânula - equipamento côncavo utilizado no aquecimento das aves. Círculo de proteção - é um círculo montado com chapas de compensados ou folhas

metálicas, com altura de 0,40 a 0,60 m, cercando cada um deles, uma área de aproximadamente 7 m2 para 500 pintos. O círculo de proteção tem como função proteger os pintos de correntes de ar e limitar a área disponível aos mesmos, mantendo-os mais próximos da fonte de aquecimento, água e ração.

Colonial – originado na época do Brasil colônia de Portugal. Produzido na colônia – Produzido na propriedade dos colonos (imigrantes) que receberam uma gleba de 25 hectares, gleba essa referenciada como colônia de terra.

Compostagem - processo de degradação biológica da matéria orgânica sobre condições aeróbias, tendo como resultado um material, relativamente, estável denominado de composto.

Congelamento - ato de congelar o produto embalado para prolongar a vida útil durante o transporte e durante o tempo de exposição na prateleira no supermercado.

Cortina - pode ser de plástico especial trançado, lona ou PVC. Confeccionadas em fibras diversas, porosas, permitem a troca gasosa com o exterior, podendo funcionar apenas como quebra-vento, sem capacidade de isolamento térmico. Ela deve ser instalada nas laterais, pelo lado de fora, para evitar penetração de sol, chuva e controlar a ventilação no interior do aviário.

Cutículas – partes córneas da carcaça, principalmente unhas e bico.

D Densidade de criação - quantidade de aves criadas por m2 de piso. Depenagem – retirada das penas por meio mecânico (máquinas com dedos de

borraçha chamadas depenadeiras). Dieta - é a mistura equilibrada de ingredientes de modo a proporcionar nutrientes

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exigidos pelos animais para expressar o seu desempenho produtivo e reprodutivo.

E Efluentes – água de lavagem dos produtos e das instalações e equipamentos podendo

conter resíduos sólidos como vezes, partículas de gordura, penas, ossos, carne, produtos de higiene, que fluem para fora do abatedouro e necessitam destino adequado.

Energia da dieta - é o valor medido em termos de calorias de uma dieta, em geral expresso na forma metabolizável, ou seja, a energia absorvida da dieta nos processos bioquímicos do organismo animal, diminuída das perdas de energia nas fezes e urina.

Embalagem – envolvimento do produto final em filme protetor para evitar contaminação e perda de material.

Escaldagem – passagem da ave após a sangria pelo banho de água quente para soltar as penas e facilitar a depena.

Espera - tempo decorrido entre a chegada das aves ao abatedouro e o início do abate. Evisceração - ato de retirada das vísceras (papo, estômago, intestinos, glândulas) da

ave após a morte. Exigência - é a quantidade de nutriente ou de energia em gramas ou calorias por dia

ou, como porcentagem de uma dieta fornecida em determinada quantidade por dia, requerida para o animal manifestar seu desempenho e(ou) reprodução normais.

F Fórmulas de ração - são os resultados dos cálculos executados para determinar a

quantidade de cada ingrediente que compõem uma dieta. Frango de corte - macho ou fêmea híbrido duplo resultante do cruzamento de

galinhas de corte (matrizes) destinado à produção de carne com alto desempenho e abatido em idade jovem.

Frango de corte colonial - macho ou fêmea híbrido duplo resultante do cruzamento de galinhas de corte (matrizes) destinado à produção de carne com desempenho intermediário e abatido em idade tardia 85 dias.

G Galinheiro móvel – pequena instalação coberta e cercada para contenção e proteção

das aves, que fica instalada dentro dos piquetes, podendo ser trocada de local periodicamente para que as aves utilizem áreas não utilizadas dentro do piquete e descontaminar a área antiga pela atuação dos raios solares. Pode conter comedouro, bebedouro e puleiros no interior do galinheiro.

Gotejamento – retirada do excesso de água das carcaças pelo escorrimento e gotejamento quando penduradas na nória

Grãos – cereais e oleaginosas produzidos na propriedade agrícola que podem se tornar ingrediente para ração, por exemplo, o milho.

H Híbrido - indivíduo produzido pelo cruzamento de pais de dois genótipos diferentes. Higienização - limpeza, tornar propício à saúde. Compreende os procedimentos de

limpeza e desinfecção do sistema de produção.

I Ingrediente - se refere a matéria prima que compõe uma dieta e que contém um ou

mais nutrientes e energia. Insensibilização - ou atordoamento, que tem como finalidade o bem-estar da ave.

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Inspeção – ato de verificar a conformidade do processo. Normalmente se inspeciona para ter certeza de que a ave abatida não esteja doente e que a sua carcaça tenha sido tratada de maneira a evitar que se contamine com fezes ou outras sujidades.

Inspeção Federal, Estadual ou Municipal – significa que o inspetor é ligado ao sistema federal ou Estadual ou Municipal.

J

K

L Lavagem – retirada das sujidades aderidas a carcaça utilizando água corrente.

M Manejo – conjunto de práticas sistemáticas e necessárias para a cria, recria e engorda

do lote de frangos desde o alojamento com um dia de vida até o carregamento para o abatedouro.

Manejo pré-abate - processo que se inicia imediatamente após a fase criatória, com a retirada da ração, chegando até o abatedouoro.

N Nutriente - é uma substancia presente na dieta e responsável por função bioquímica e

fisiológica no animal.

O

P Pendura - é o processo em que as aves são retiradas das caixas e penduradas pelas

pernas em suportes (ganchos) ligados à nória. Piquete - área cercada onde as galinhas tem acesso à pastagem e exercício, isoladas

de outras espécies. Plataforma de recepção - plataforma na entrada do abatedouro onde encostam os

camihões para fazer a descarga das caixas de aves vivas que serão abatidas. Processamento – todos os processo por onde passa a ave dentro da indústria, desde

o abate até o produto final. Projeto – conjunto de planos e desenhos (plantas) técnicos que especificam todas as

etapas do empreendimento, contendo análise prévia da estimativas de produção e rentabilidade.

Q

47

R Raça - população de indivíduos com características comuns que são transmitidas de

geração para geração e permitem identificação e classificação dos mesmos. Ração - é determinada quantidade de uma dieta fornecida aos animais na base diária. Resfriamento – ato de baixar a temperatura das carcaças logo após a lavagem para

evitar a proliferação de microorganismos. Resíduos – partículas formadas no ato de abater, lavar, processar as aves, podem ser

fezes, gordura, carne, ossos, cutículas, águas servidas.

S Sangria - é a operação de abate. Na operação manual o operador corta as veias

jugulares, com pouco ou nenhum contato com os ossos do pescoço. Seleção - escolha dos melhores reprodutores para produzir a próxima geração. Subprodutos – produtos de interesse secundário que resultam do abate dos frangos,

tais como vísceras, sangue, pena. Sustentabilidade - estado de equilíbrio social, econômico e ambiental em um sistema

produtivo, que se perpetua no tempo, garantindo a existência deste para as presentes e futuras gerações.

T

U

V Vazio das instalações - veja Vazio sanitário. Vazio sanitário - termo comum que designa o período imediatamente após a limpeza

e desinfecção do aviário em que esse permanece fechado, interditado sem a presença de animais até o início de um novo alojamento.

W

X

Y

Z

48

Construção de um Galinheiro Móvel

Texto Luis Roberto Toledo

Ilustração Nilson Cardoso

Cergando o Frango

Galinheiro móvel é

barato, durável e

permite o rodízio de

piquetes, tornando a

criação em sistema

de semiconfinamento

mais eficiente

DIVULGAÇÃO

A criação de frangos caipiras ou coloniais pode ser uma boa alternativa econômica para produtores de pequeno porte ou mesmo para quem tem uma chácara de lazer. Para diminuir os gastos, a melhor opção é utilizar como abrigo para as aves alguma instalação já existente ou aproveitar materiais disponíveis no local, como eucalipto ou bambu. Pensando em casos onde nada disso é possível, a Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia, SC, elaborou, há dois anos, um projeto de galinheiro fabricado com ferro de construção civil e cobertura de cortina de aviário. Além de barato (seu custo, na época de lançamento, foi orçado em 220 reais) e de apresentar maior vida útil que galinheiros de madeira, o projeto tem outra característica importante: é móvel

Pesando pouco mais de 73 quilos, apresenta vantagens se utilizado em sistemas de

semiconfinamento, ou seja, quando os frangos têm acesso a uma área cercada para pastejo (recomenda-se uma proporção mínima de três metros quadrados por ave). Conforme explica o pesquisador Valdir Silveira de Avila, idealizador do projeto, terminado o ciclo de engorda - de 85 dias, se a intenção for comercializar as aves como frangos coloniais, segundo orientação do Ministério da Agricultura -, o galinheiro pode ser levado para uma outra área, permitindo melhor aproveitamento da propriedade.

O local anteriormente utilizado passa então por uma descontaminação natural, através

da radiação solar, e terá sua cobertura vegetal recuperada com facilidade, podendo mais tarde ser novamente usado para receber o galinheiro. "Com o rodízio de piquetes, evita-se o pisoteio demasiado numa mesma área e o vazio sanitário torna-se mais eficiente", explica Avila.

O módulo tem capacidade para 100 frangos até a idade de abate e deve ser equipado com bebedouro e comedouros. Avila recomenda que seja instalado de forma a ficar protegido pela sombra de árvores no período a tarde, para não esquentar muito.

49

MONTAGEM BASE - A base do galinheiro consiste numa estrutura feita com as barras de ferro de

meia polegada soldadas entre si. Suas dimensões são de três metros de largura por 3,5 metros de comprimento e 0,55 metro de altura. Uma das extremidades é dotada de estrutura para fixação de um portão de acesso e a outra, de um pontalete (barra de sustentação). Nos quatro cantos da base, assim como no centro das laterais e nas extremidades inferiores, deverão ser soldadas barras de ferro com 25 centímetros de comprimento que servirão para a fixação do módulo no solo (patas de enterrio).

COBERTURA - Essa estrutura será fixada sobre a base. Ela deve ser montada de forma

a ter uma projeção de 15 centímetros nas laterais e de 30 centímetros nos beirais frontal e posterior, sustentada pelas barras de ferro de 5/16 polegadas para fixar a lona impermeável da cobertura (cortina de aviário). Essa projeção tem como função amenizar a incidência direta das chuvas e goteiras dentro do galinheiro.

A lona do teto deve ter dimensões superiores à estrutura metálica, proporcionando um trespasse sob as barras de ferro das extremidades. Ela será presa

às barras superiores da estrutura da base através de borrachas tencionadas entre os ilhoses e a ferragem.

LATERAIS - As paredes da estrutura da base, assim como os oitões e o portão de

acesso ao galinheiro, deverão ser fechadas com tela de malha de seis centímetros. Se forem alojados pintos de um dia, entretanto, a malha deverá ser de três centímetros e o galinheiro precisará ser dotado de sistema de aquecimento.

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CONFIRA OS ESQUEMAS DE MONTAGEM E MATERIAIS UTILIZADOS

ferro 1/2" ferro 5/16" ferro 1/4"

Unidades Especificação do material Utilização no galinheiro

01 Barra de 1,80 m Pontalete

06 Barras de 2,15 m Tesouras

01 Barra de 4,10 m Cumeeira

06 Barras de 0,55 m Base

08 Barras de 0,25 Fixação no solo

04 Barras de 3,5 m Base - laterais

03 Barras de 3 m Base - frontais

02 Barras de 1,15 m Base - frontal

02 Barras de 1,46 m Portão

01 Barra de 0,70 m Portão

02 Barras de 1,44 m Portão

03 Barras de 0,67 m Portão

02 Barras de 4,10 m Cobertura - laterais

04 Barras de 2,30 m Cobertura - laterais

04 Barras de 2,30 m Sustentação lona

10,25 m2 Tela malha 6 cm Fechamentos

02 Dobradiças Portão

01 Trinco Portão

19,8 m2 Lonas plast. - 4,40x4,50m Cobertura

30 Atilhos de câmara de pneu Cobertura

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VEJA AS MEDIDAS DO PROJETO

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Vista interna do Galinheiro pronto

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Galinha Caipira Moderna: Mais produtiva e "com aquele sabor"!

Experiência é o que não falta: Nós criamos galinhas há uns bons 4.000 anos desde que nossos antepassados conseguiram prender e domesticar algumas espécies selvagens, no Extremo Oriente. Entre elas a de nome científico Gallus bankiva temm, considerada a ancestral de todas as galinhas de hoje. Mas, até o século passado, foi criada meio ao deus-dará, sem muita preocupação em aumentar ou melhorar a produção. Os conhecimentos científicos e as necessidades econômicas fizeram surgir, no século 20, não só pesquisas sérias sobre as raças e cruzamentos mas também as enormes granjas comerciais - que sem dúvida produzem em grande quantidade, mas estão longe de fornecer carne e ovos com as qualidades nutritivas e aquele sabor especial do tempo dos nossos antepassados. Então de uns tempos para cá, voltamos a valorizar a "galinha feita em casa" ou melhor por dizer a caipira dos ovos amarelinhos. E daqui desse ponto surgem o termo galinha caipira moderna ou melhorada geneticamente em relação às caipiras dos nossos avós, essas são extremamente mais produtivas.

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Caipiras melhoradas, galinhas rústicas ou simplesmente caipiras. Um ponto de equilíbrio entre o passado e o futuro, entre a rusticidade e produtividade. A velha galinha chamada vulgarmente de "pé-duro" ou caipira e de sabor inigualável, vem dando lugar a uma nova caipira com alta produtividade tanto de carne como ovos e conservando as qualidades da velha caipira a rusticidade e o sabor da carne e ovos da Pé-duro. Essas características viabilizaram a criação da nova caipira como uma alternativa de bons lucros para o criador.

O frango carijó (Plymouth rock-barrada) ou colorido alternativo, melhorado mediante cruzamentos de várias raças e com características rústicas, pode ser considerada hoje a melhor opção para pequenos produtores cansados de insistir na galinha de fundo de quintal, economicamente inviável por ser pouco produtiva, ou ainda sem condições de montar um plantel de frangos industriais.

A caipira de hoje é na verdade uma complexa combinação genética de carijós legítimos, remanescentes dos primeiros Plymouth rock-barrada introduzidos no país com outras raças rústicas, como a New hampshire e Rhode island red (responsáveis pela transmissão da cor vermelha) e outras raças de frango de corte. Dentre as caipiras mais famosas podemos citar as Label-Rouge e a Paraíso Pedrês da Fazenda Paraíso além dessas existem outros criadores com novos e bem sucedidos cruzamentos. Para aqueles que visam outras alterantivas nada melhor do que um meio sangue com as raças puras mais rústicas com a nossa caipirona ou até mesmo com as caipiras já famosas como as Label-rouge pescoço pelado conhecidas como polacas e as Paraíso pedrês

As raças puras mais rústicas e produtivas são as New Hampshire, Plymouth Rock-Barrada e a Rhodes. Abaixo mostradas fotos e caracterícas:

New Hampshire: Criada nos Estados Unidos, precisamente no Estado de New Hampshire a partir da raça Rhode Island Red. A Fêmea cruzada com o macho da raça Plymouth resulta numa ave muito melhor. Ovos: 260 em média por ano. Carne: Muito saborosa; 4 meses para o abate Postura: Entre 5 e 7 meses Declínio da Postura: Após 2 anos Peso Máximo: Galinha 3Kg; Galo: 4Kg Cor: Avermelhado Vive: até 8 anos Obs: A idade avançada não endurece a carne, no inverno a produção de ovos cai.

Plymouth Rock-Barrada: Entre as sete variedades dessa raça norte-americana de porte médio, a branca e a barrada são as mais populares. É a nossa conhecida galinha carijó. Ovos: 260 em média por ano. Carne: Muito saborosa; 2 meses para o abate Postura: Entre 5 e 7 meses Declínio da Postura: Após os 2 anos Peso Máximo: Galinha 5Kg; Galo: 6Kg Cor: Carijó (preto e branco), mas fica avermelhado se tomar muito sol Vive: até 8 anos Obs: A idade avançada não endurece a carne

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Rhodes: Raça rústica de médio porte que se dá bem até em umidade e suporta mudanças de temperatura. A variedade mais comum tem crista serrilhada. Ovos: 280 em média por ano. Carne: Muito saborosa; 4 meses para o abate Postura: Entre 5 e 7 meses Declínio da Postura: Após 2,5 anos Peso Máximo: Galinha 3Kg; Galo: 4Kg Cor: Avermelhado Vive: até 8 anos Obs: A idade avançada não endurece a carne

Instalações & Manejo:

Criação pequena e rústica a campo da raça Rhodes Island Red cruzada com caipiras brasileiras resultando num bom meio sangue, bem mais produtiva que a nossa caipira e mais rústica e mais ainda resistente como nossas caipiras. Na foto é dado capim como parte da sua alimentação.

Criação de Label-Rouge: Linhagem da avicultura alternativa por excelência. Indicada tanto para criação solta como semi-confinada. Foi desenvolvida na França a partir do cruzamento de raças rústicas pelo Instituto Agrícola (ISA). Forte pesada, é considerada boa poedeira e sua carne é muito apreciada.

É natural que você pode criar a moderna galinha caipira de várias maneiras possíveis,

desde a criação de subsistência para tirar uns ovinhos e carne para a família, e até mesmo a comercial com fins lucrativos. Vamos trabalhar aqui com o sistema semi-confinado padrão Label-Rouge servindo como referência para até mesmo a criação de fundo de quintal.

Se você deseja só criar algumas galinhas para curtir "uma criaçãozinha de fundo de quintal" mais que seja produtiva segue aqui o primeiro conselho: galinhas caipiras com um bom galo de raça (Plymout Rock Barrada , New Hampshire ou Rhodes). As galinhas caipiras se não são boas poedeiras nem dão muita carne, pelo menos têm uma resistência e simplicidade de trato suficientes para suportar os inevitáveis erros de manejo de um criador inexperiente. Do galo de raça, você vai usar toda força produtiva. Juntos, as caipiras e o galo certamente farão o

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galinheiro funcionar sem dar muito trabalho. O ideal seria inicialmente dez frangas no início de postura com sete meses para um galo já adulto de 1 a 2 anos de idade, para os criadores mais experientes a raça do galo pode ser qualquer uma das três de dupla aptidão puros dando preferência aos altos, com pernas compridas, canelas grossas, peito largo, olhos muito vivos. Quantos as caipiras nunca compre de um mesmo criador diversificando a origem das mesmas para evitar consangüinidades indesejáveis.

Uma outra forma de criação é a profissional que daqui em diante será abordada, e que hoje é conhecida como "avicultura alternativa", onde o criador inicialmente comprará os pintinhos já sexados, com a finalidade só de engorda e abate ou mesmo fazer seu próprio plantel com incubadoras artificial e etc. e o que eu particularmente aconselho aos criadores que façam o processo de ovo a ovo e que não fiquem atrelados e dependentes de fornecedores, se for comprar a linhagem label-rouge, paraíso pedrês, ou outros caipiras aprovados, tenha galos puros das raças plymouth rock-barrada, new hampshare e o rhodes que se tirará meio-sangue de alta performance, esse negócio de não poder cruzar linhagem puras que se perde em produtividade é pura conversa fiada prá boi dormir, na verdade as grandes empresas querem que o criador fique de certa forma longe de poder fazer seus próprios animais... Eu particularmente discordo por experiência própria pois já criei várias linhagens inclusive a label-rouge e cruzei com galos de dupla aptidão puros ou vice e versa e não deu perda de produtividade nenhuma absolutamente. Eu mesmo produzia minhas matrizes e nunca tive o que me queixar quanto a produtividade. Agora vale ressaltar que o trabalho genético feito é de suma importância e que jamais devemos descredenciá-los como fornecedores. Se você porém optar por criar somente os pintinhos caipiras para engorda e abate, eu aconselho que sejam das linhagens Label-Rouge ou mesmo os caipiras da Fazenda Paraíso aí em São Paulo que fazem um trabalho genético sério. Mas também existem os picaretas que cruzam linhagens puras Label-Rouge entre si ou mesmo com galos puros vendendo como legítimos Label-Rouge ou até mesmo novas linhagens. Aí nesse caso meu eu prefiro fazer minha própria ave é muito mais barato... e até de certa forma mais confiável.

Uma das inúmeras diferenças do frango caipira brasileiro para o frango de corte tradicional é que pode ser criado solto, confinado ou mesmo semi-confinado, dependendo do interesse do criador. Partindo deste conceito, o galpão pode ser novo ou mesmo pode-se aproveitar uma antiga instalação da propriedade. Todo local coberto e cercado torna-se um galpão em potencial, dependendo apenas da quantidade que se deseja criar e a que fim se destinará. É necessário apenas adequá-los às exigências básicas para a criação. Como não requer tanta tecnologia de construção quanto o galpão de frango de corte tradicional, é mais fácil construí-lo.

Uma boa recomendação que deve ser seguida na construção do galpão é orientar a sua cumeeira no sentido leste/oeste, desta maneira haverá menor incidência de sol no interior do galpão no calor e mais insolação nos períodos de frio durante o ano. O galpão deve estar localizado em um local de fácil acesso. Outro fator importante são as cortinas de proteção contra frio e chuva, essas podem ser feitas até mesmo de sacos plásticos de ração, bambu, sapé, madeira e ráfia, desde que sejam seguros e permitam a passagem de luz solar para o interior do aviário. O manejo das cortinas é muito importante, pois através delas, a umidade e a temperatura interna do galpão são controladas.

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Nos primeiros 10 a 15 dias de vida recomenda-se que fiquem levantadas, e nas idades críticas, depois que as aves estão empenadas deve-se manter as cortinas abaixadas, levantando-se somente nos horários frios, durante chuvas ou ventos mais fortes. Se o aviário estiver com um forte cheiro de amônia ou abafado, principalmente no período da manhã, deve-se quando possível, abaixá-las, de preferência do lado contrário à corrente de vento. Os piquetes para pastagens dos animais é muito salutar podendo ficar ao lado dos galpões, ou não, nele não pode faltar sombra e boa água de preferência corrente. A formação dos piquetes tem o papel fundamental nesse estilo de criação, já que a ave tem o hábito e a necessidade de pastar. A ave precisa de espaço para andar e desenvolver sua musculatura.

Pasto é um ponto forte na criação do frango caipira, pois esta ave tem hábito de pastar. Os capins e gramas mais usados para piquetes são mais os mais protéicos, como coast-cross ou tiffiton, quicuio, napier e a grama estrela africana entre outros. O frango caipira necessita, depois de 30 dias, de dois tipos de comedouros, um para ração comercial e outro para ração alternativa. O processo de alimentação desta ave, nos primeiros dez dias segue o tradicional. Usam-se bandejas ou comedouros tubulares infantis que são gradativamente substituídos por comedouros adultos. Outro fator importante é quanto à qualidade da água essa jamais pode faltar, os métodos para distribuição de água e comedouros pode seguir ao tradicional.

Manejo Físico

As recomendações a seguir são muito importantes como: a primeira água a ser consumida pelas aves tenha algum hidratante, que pode ser comercial ou caseiro (300g de açúcar/6 litros de água). Nos primeiros trinta dias, as aves podem ser alojadas em pinteiros ou criadas diretamente nos galpões nos círculos de eucatex com aquecedores ou melhor campânulas ( Gás, resistência elétrica ou lâmpadas infra-vermelho), de acordo com a possibilidade do criador. A partir da terceira semana, recomenda-se que as aves sejam liberadas pela manhã para um passeio, visando o desenvolvimento da musculatura, à tarde devem ser recolhidas. Um programa de iluminação acima de 10 lux é necessário para desenvolvimento sexual das aves, maior uniformidade e maior produção. com lâmpadas de 60watts dispostas a 2 metros da entrada do galinheiro, com 4 metros de distância uma das outras e 3 metros de altura. Nas primeiras 8 semanas- Luz natural; De 9 a 16 semanas - 12 horas de luz; De 17 a 18 semanas - 14 horas de luz; De 19 a 75 semanas - 17 horas de luz. Essa luz é importante par as matrizeiras e produtoras de ovos. Não se esquecendo de uma boa suplementação de cálcio na

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ração. A cama no galpão deve ser feita com maravalha de forma uniforme com uns 8cm espessura.

Se desejar incubar os ovos a temperatura da incubadeira deve ficar aos 38° C com umidade relativa do ar de 65% e viragem dos ovos pelo menos três vezes ao dia ou no sistema automático de 2 em 2 horas a partir do 1º ao 18º dia de incubação, sendo que o período para incubação é de 21 dias. Observação: Os ovos devem ter toda higienização possível se tiverem sujos devem ser limpos e só podem ser colocados na incubadeira depois de 7 dias e nunca depois do 10° dia (em condição normal de temperatura ambiente) e virado pelo menos uma vez ao dia - esse período dos 7 dias é para formação completa da câmera de ar dentro do ovo que o pintinho utilizará.

A higienização dentro e fora do galpão, independente do seu tamanho é importantíssima, pois evita diversos problemas sanitários na criação: Principais procedimentos de manejo sanitário:

• Manter os galpões sempre limpos e desinfectados a cada criada • Deixar o galpão vazio pelo menos por 15 dias após a desinfecção • Aplicar corretamente as vacinas e medicamentos necessários • Evitar o trânsito de pessoas e animais ao redor do galpão • Não guarde restos de cama do lote anterior • Ter pedilúvios e rodolúvios em todas as entradas e saídas das instalações • Recolher aves mortas se possível incinerá-las

Fazer o controle de insetos e roedores nas instalações

Como proceder com a limpeza e desinfecção das instalações:

• Retirar toda a cama antiga • Varrer toda a cama antiga • Passar lança chamas em todo o chão do galpão • Lavar o galpão com água e sabão • Pulverizar com desinfetante (Formol 5 a 8%) • Fazer uma caiação se necessário for • Espalhar a cama nova • Desinfetar todo equipamentos do galpão • Recolher entulhos ao redor do galpão • Manter os equipamentos em perfeito estado • Colocar veneno de rato e inseticida (dentro do galpão "Cuidado")

Só liberar o galpão depois de 15 dias para nova criada.

Detalhe de bebedouro

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Aquecimento Artificial

Vacinação

Recomenda-se um programa de vacinação das aves como abaixo mostrado:

• 7 dias - Newcatle Hb1+ Bronquite + Gumboro - Aplicação ocular ou na água • 25 dias - Bouba Forte - Alicação membrana da asa • 35 dias - Newcastle La Sota + Bronquite H52 + Gumboro - Aplicação na água • 50 dias - Coriza Hidróxido de Aluminio - Aplicação injetável na coxa • 70 dias - Newcastle La Sota + Bronquite H52 + Gumboro - Aplicação na água • 100 dias - Encefalomielite - Aplicação na água • 120 dias - Coriza Oleosa - Aplicação injetável no peito

135 dias - Vacina tríplice Oleosa + Newcastle + Bronquite + EDS - Aplicação injetável no peito