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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” CRIANÇAS HIPERATIVAS OU SEM LIMITES? REJANE RAMOS DE ALMEIDA MATOS Orientadora: PROFª Ms. DAYSE SERRA . Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

CRIANÇAS HIPERATIVAS OU SEM LIMITES?

REJANE RAMOS DE ALMEIDA MATOS

Orientadora:

PROFª Ms. DAYSE SERRA

.

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

CRIANÇAS HIPERATIVAS OU SEM LIMITES?

Trabalho monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau de

especialista em psicopedagogia.

REJANE RAMOS DE ALMEIDA MATOS

Rio de Janeiro

2011

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AGRADECIMENTOS

A Deus, o autor e consumador da minha fé, o qual neste

ano me fez desenvolver não apenas psicopedagogia, mas

a prática da vida piedosa, principalmente no

desenvolvimento do saber. Aos meus pais, que foram e

são incentivadores na minha vida acadêmica. A minha

querida sogra, companheira de profissão, que me auxiliou

no que foi preciso para confecção deste trabalho. A minha

querida amiga e companheira de turma Sharlene que

lutou juntamente comigo para a conclusão deste curso.

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DEDICATÓRIA

Ao meu amado esposo Sandro, que tem sido uma coluna

fiel de incentivo, amor e compreensão. Ao meu amado

filho Lucas, que, apesar da sua tenra idade soube

compreender a minha ausência em dias de estudo.

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RESUMO

A presente monografia trata da importância de um diagnóstico precoce

do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), e o papel

fundamental que a família assume no desenvolvimento da criança portadora

desse distúrbio. A criança com esse problema tende a apresentar um

comportamento agitado, disperso e muitas vezes agressivo. Para que essa

criança consiga se integrar na sociedade ela necessita da dedicação não só

dos pais e professores, mais sim de todas as pessoas a sua volta. Os pais e

mestres e parentes rotulam as crianças agitadas e não se preocupam em

verificar a razão específica do problema, porém o reconhecimento do TDAH o

quanto mais cedo possível é muito importante para uma intervenção eficaz.

Existem vários tratamentos para ameniza e controlar o comportamento do

hiperativo. É essencial compreender quais são as possíveis causas e pesquisar

as possíveis intervenções que tanto o educador quanto a família podem fazer

para ajudar a criança com TDAH a se ajustar melhor no processo ensino-

aprendizagem e na sociedade em que vivem. È importante o educador

conhecer o TDAH e como que a criança com TDAH pode ser afetada. Esse

transtorno atinge cerca de 3% a 6% de crianças em todo o mundo,

influenciando o baixo rendimento escolar, levando a repetência e problemas

sérios de aprendizagem.

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METODOLOGIA

Este trabalho terá como metodologia a pesquisa bibliográfica, onde será

analisado materiais diversos a fim de auxiliar e embasá-lo. Os principais

autores utilizados foram Barkley; Silva; Grundpun; Barkley; Grunspun;

Goldstein.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8

CAPÍTULO I

RETROPESCTIVA HISTÓRICA ......................................................................... 10

CAPÍTULO II

SINTOMAS E DIÁGNOSTICOS ........................................................................ 18

CAPÍTULO III

AÇÕES PEDAGÓGICAS ................................................................................... 25

CONCLUSÃO .................................................................................................... 32

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 34

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata do Transtorno de Déficit de

Atenção/Hiperatividade (TDAH). Nesse sentido faz-se necessário citar

questões que estão inseridas no assunto pesquisado como, o que é e como

auxiliar aos portadores desse transtorno na sua adequação na escola e na

sociedade.

O desejo pelo tema abordado surgiu por conhecer uma pessoa muito próxima à

mim, em que seu filho possui esse transtorno e que antes de diagnosticar não

tinha noção de como auxiliar pensava que poderia ser pirraça,manha,mas

desconhecia o TDAH,até mesmo por que seu diagnóstico não é tão simples.

Iniciei a busca de informações que pudessem me responder o que era o

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade, pois muitas vezes

diagnosticamos sem mesmo conhecer o assunto. Acabamos por rotular criança

e fazer como que elas se sintam discriminadas e acuadas, pois nem elas

mesmas entendem o que esta acontecendo.

Este trabalho terá como metodologia a pesquisa bibliográfica, onde será

analisado material diverso a fim de auxiliar e embasar teoricamente este

trabalho.

Foi percebido rótulo aparecem pela falta de conhecimento das pessoas.

O objetivo pretendido com este trabalho e identificar o que e o TDAH,

como diagnosticar e os possíveis tratamentos para os portadores auxiliando os

pais, familiares, escola e professores na adaptação da criança na

aprendizagem e na sociedade em que faz parte.

Para fundamentação teórica utilizaremos autores que tratam do assunto

como nos diz Rohde & Benczik (1999) da predominância da desatenção: “As

crianças que apresentam este tipo de TDAH tem muitos sintomas de

desatenção e não apresentam ou tem poucos sintomas de

hiperatividade/impulsividade. Este tipo parece ser mais comum em meninas”.

Já Barros (2002) trata da necessidade do diagnostico precoce do TDAH “É

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9 necessário o reconhecimento do TDAH quanto mais cedo possível, na vida da

criança, visto que sua interferência no desenvolvimento infantil e inevitável”,

entre outros que irão auxiliar na estruturação e desenvolvimento desta

pesquisa.

Esta pesquisa esta dividida em três capítulos onde se segue uma ordem

para melhor compreensão.No primeiro capítulo será abordada a evolução

histórica do desenvolvimento humano, como surgiram os estudos sobre o

TDAH e sua evolução no decorrer dos anos. O segundo capítulo definiu o tema

propriamente dito, seus tipos, diagnósticos e atuação da escola. Por fim o

terceiro capítulo nos mostrará as ações pedagógicas e tratamento para o

TDAH.

Sabemos que não conseguiremos elucidar todas as dúvidas sobre o

tema que é amplo, mas pretendem-se aquelas pessoas que possuem

questionamentos sobre o TDAH, auxiliando também os portadores

possibilitando-lhes viver em uma sociedade mais esclarecida e menos

excludente.

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CAPÍTULO I

RETROSPECTIVA HISTÓRICA

1.1- Evolução Histórica do Desenvolvimento

Na passagem do século XX, havia divergências concernentes á

influência predominante no desenvolvimento infantil. Alguns teóricos

acreditavam na natureza (forças intrínsecas). Enquanto outros consideravam o

ambiente (forças extrínsecas) como agente influenciador no curso do

desenvolvimento da criança.

Partindo desta idéia natureza x meio ambiente, consideramos cinco grupos

de teorias mais significativas sobre o desenvolvimento, as teorias: biológica,

behaviorista, psicanalítica, cognitivo-desenvolvimental e do sistema ecológico.

Arnold Lucius Gesell (1976, apud. Barros, 2002), foi um dos pioneiros no

estudo do desenvolvimento infantil, adotando uma forma sistemática e

estabelecendo normas de desenvolvimento. Relatava que todo

desenvolvimento, físico ou mental, implicava uma organização.

Através de sua teoria maturacional, enfatizava o desenvolvimento como

função do amadurecimento e crescimento biológico, atribuindo ao avanço da

idade e herança genética os mais importantes mecanismos de transformação.

(Gesell, 1976 apud. Barros, 2002)

Para o teórico, a criança desenvolve-se num ritmo biológico

predeterminado, relatando que o desenvolvimento da mente esta diretamente

relacionado com o desenvolvimento do sistema nervoso, iniciando-se, ainda ,

durante a vida fetal. Descreve o autor que “...a mente, tanto quanto

conseguimos perscrutá-la pela observação direta, e uma expressão da

organização do protoplasma, que manifesta em esquemas visíveis de

comportamento. O desenvolvimento da mente da criança não e inteiramente

diverso do crescimento de uma planta. Revela-nos si próprio; e processa-se

numa seqüência inata” (Gesell, 1976 apud. Barros, 2002).

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Os teóricos behavioristas defendem exatamente o contrário, já que

salientam as funções dominantes da experiência, partindo do conceito do

condicionamento operante – reforço positivo e negativo, através das interações

sociais ou mudanças ambientais.

Primeiramente, Ivan Petrovich Pavlov formulou a teoria da

aprendizagem, conceitualizando o condicionamento clássico através de

pesquisas realizadas quanto ao reflexo de salivação em cães (BEE, 1996 apud.

Barkley, 2002).

John Broadus Watson, influenciado pelos estudos de Pavlov, propôs que

os métodos de pesquisa utilizados com animais fossem aplicados em criança.

Então seu experimento, envolvendo um bebê de 11 meses, comprovou que

com manipulação do ambiente, o comportamento do mesmo pode ser

moldado, partindo da premissa de que a mente da criança e uma tabua rasa

(KREBS, 1995 apud.Barros, (2002)

Burrhus Frederik Skinner avançou na teoria propondo que animais e

seres humanos sustentavam as respostas quando estas induziam a um

resultado favorável; entretanto, quando os resultados eram insatisfatórios, esta

respostas eram eliminadas. Diante desta afirmação, Skinner sugeriu que aos

estímulos externos tem maior influência no comportamento do que forças

intrínsecas (KREBS, 1995 apud. Barros, 2002).

A teoria psicanalítica defende a função da superação dos conflitos para

o avanço do desenvolvimento, destacando como fundamental a qualidade dos

relacionamentos da criança com figuras representativas e com objetos de seu

mundo. Atribui ao desenvolvimento tipos de estágios, como cada um destes

centrado numa determinada forma de tensão ou numa tarefa especifica (BEE,

1996 apud. BARKLEY 2002 ).

Segundo Barros, (2002) Sigmund Freud salienta o desenvolvimento

psicossexual, propondo que um impulso sexual instintivo e inconsciente, a

libido e uma energia impulsora do desenvolvimento. Esta teoria acreditava num

desenvolvimento da consciência supondo que a personalidade possui uma

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componentes: id, considerando o centro da libido; o ego, um elemento

mediador da personalidade; e o superego, caracterizado por ser o centro da

consciência e da moralidade.

Erik Homburger Erikson (1971 apud. BARKLEY, 2002) igualmente

considera o desenvolvimento psicossexual, porem numa característica

interacionista, atribuindo as forças intrínsecas (fatores maturacionais) e as

forças extrínsecas (fatores ambientais) o progresso do desenvolvimento,

acreditando que a sociedade influência a personalidade do homen. (KREBS,

1995 apud, BARROS, 2002).

A teoria cognitivo-desenvolvimental destaca a criança como um ser com

inteligência, enfatizando a exploração ativa dos objetos com a finalidade de

entender seu mundo. Também adota o modelo de estágios de

desenvolvimento.

Jean Piaget (1896 apud. GRUNSPN, 1999.) considerava que o

desenvolvimento ocorria através do processamento interno que a criança faz

da experiência. Através de suas observações sobre o pensamento da criança,

supôs que e da natureza do organismo humano adaptar-se ao meio ambiente.

(Bee, 1996 apud. BARKLEY, 2002)).

No que diz respeito a teoria do sistema ecológico, de Urie

Bronfernbrenner (1979) esta destaca as possíveis relações de uma ser em

desenvolvimento e contexto em que esta inserido. O teórico propõe que se

devem considerar interdependente as propriedades da pessoa e o meio

ambiente, a estrutura dos cenários ambientais e os processos que ocorram

dentro e entre eles.

Para perceber o desenvolvimento da criança, é preciso considerar tanto

o todo como único, isto é, respeitar a natureza e o meio ambiente, a biologia e

a cultura, visto que estão inseridos em todas as perspectivas do

desenvolvimento humano.

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1.2 - Estudos Iniciais Sobre o Distúrbio

Na Wayne Country Training School, em Michigan, Estados Unidos,

pesquisaram crianças deficientes metais, focalizando os processos que

estariam na base das deficiências de aprendizagem. Com base nessas

pesquisas, definiram diretrizes para um programa educativo eficiente para

aquelas crianças. Adotaram a classificação das deficiências mentais propostas

por Strauss (1933), em endógenas e exógenas, de acordo com a sua etiologia.

Seriam consideradas do grupo das exógenas as crianças portadoras de lesão

cerebral e do grupo das endógenas aquelas com atencedentes familiares de

distúrbio mentais.(BARROS, 2002)

As crianças eram classificadas como do grupo de distúrbios exógenos

quando evidenciavam, na sua historia de vida, indícios de situações pré-natais,

natais ou pos-natais problemáticas e causadoras de distúrbio cerebral. Durante

as pesquisas, no entanto, encontraram crianças de comportamento semelhante

aos dos lesionados cerebrais, sem que se pudesse identificar, na sua história

de vida, o dano cerebral que estaria causando aquele comportamento.

Passaram a considerá-las como grupo exógeno, acreditando poder

diagnosticas o dono cerebral através dos distúrbios de comportamento.

Strausse outros colegas com quem se associaram, desenvolveram

pesquisas em que comparavam o comportamento e o desempenho das

crianças exógenas e endógenas, em tarefas planejadas para o estudo das

diferentes funções cerebrais. Observaram nas crianças exógenas um

comportamento muito peculiar, que as diferenciavam das endógenas: eram

incapazes de manter a atenção na tarefa, atraídas pelos estímulos ambientais

irrelevantes, e eram mais desinibidas, impulsivas, lábeis, descontroladas,

descoordenadas e não aceita socialmente. E esse conjunto de comportamento

e designado por Strauss e Lehtinen (1947) com o nome de hiperatividade.

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À medida que novas constatações eram feitas, Strauss interessava-se

em utilizar as pesquisas na formulação dos programas educativos com

crianças exógenas.

Em 1939, Werner e Strauss preconizaram a abordagem da análise

funcional como guia para o trabalho reeducativo, recomendam que os métodos,

técnicas e materiais para o treino deveriam ser escolhidos visando os “déficits”

funcionais encontrados. Em 1940 recomendam a diminuição dos estímulos não

essenciais no ambiente de aprendizagem das crianças com dificuldade de

concentração. Em 1947, Strauss e Lehtinen publicaram, de maneira

sistematizada, os resultados de uma década de pesquisas e trabalhos clínicos

realizados na Wayne Country Training School. Afirmam que, como a lesão

orgânica não pode ser tratada pelos recursos médicos, os esforços devem ser

orientados em duas direções: na manipulação ambiental e na educação da

criança no sentido de desenvolver o controle voluntário.

Os trabalhos de Strauss orientaram todas as pesquisas relacionadas aos

distúrbios de aprendizagem, a lesão cerebral mínima e a disfunção cerebral

mínima, conceitos que passaram a surgir na literatura especializada, particular

na língua inglesa.

1.3 - Evolução Histórica do TDAH

O conceito de instabilidade, termo usado, surgiu ao final do século XIX e

inicio do século XX. Para época, a instabilidade era a designação para aquelas

crianças que não eram deficientes mentais, contudo sofriam de uma alteração

do sistema nervoso central, especialmente relacionado com a doença mental.

(MELO, 2000)

As crianças instáveis em idade escolar foram descritas, apenas, no inicio

do século XX, a partir da observação da incapacidade de manter a atenção em

etimologicamente, por alterações do estado orgânico. Mas ao longo dos anos

esta atribuição foi alterada.

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Numa perspectiva européia do assunto, considera-se a linha de

investigação francesa a pioneira e de maior revelação desta problemática da

infância.

Segundo Melo (2000), os estudos, nos primeiros quarenta anos do

século XX, encontravam-se em busca ao esclarecimento etiológico e

delineamento da instabilidade. Descreve a autora que:

... as questões que se colocam dizem respeito a uma dualidade entre: (1) a existência de um sintoma de origem constitucional ou apenas de um conjunto de sintomas reunidos que não passam de uma caracterização de outras patologias já definidas; (2) a instabilidade encarada como um distúrbio caracterial ou psicomotor; (3) a origem ser, sobretudo afetivo emocional ou de imaturidade motora’. (BARROS, 2002).

Nesta etapa da evolução, o conceito mais importante e o da instabilidade

psicomotora, a qual Abramson (1940, apud. MELO, 2000) considera a

precursora. Melo salienta que seu estudo baseia-se em características de

imaturidade do desenvolvimento, problemas de comportamento e distúrbios

afetivos. Ressalta, ainda, que o dado de revolução de seu estudo foi a

preocupação de Abramson em traçar um quadro clinico descrevendo a

instabilidade quanto aos fatores psicomotor, mental, afetivo e de personalidade.

A partir dos anos quarenta, o estudo da instabilidade dispõe de novos

trabalhos. Apesar de serem discordantes são férteis no que diz respeito e

descrição e etiologia, preocupando-se na busca da qualidade de entidade

clinica

Melo (2000) revela que estes novos rumos no estudo da instabilidade,

quanto a diversidade entre aspectos orgânicos, psicológicos e sócio-familiares,

decorrem do surgimento de vários casos com sintomas fiéis aos descritos em

décadas anteriores, contudo sem lesão orgânicas-puramente conseqüência da

ll Guerra Mundial.

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Assim, as questões que permeiam os tipos de instabilidade e a

investigação da sintomologia comandam diferenciadas linhas de estudo. E

paralelamente, enfraquecem o conceito da instabilidade psicomotora.

Nas décadas de setenta e oitenta, mais uma vez o estudo e reformulado,

posicionando-se na condição do estudo da instabilidade infantil, e atendo-se a

investigar varias etiologias, e não mais a uma única explicação etiológica.

Finalmente, a linha de investigação francesa atribui a instabilidade

infantil a uma ocorrência precoce do processo de separação mãe/bebê,

caracterizada pó uma desarmonia; remetendo-se, portanto, ao campo da

psicanálise. Outra abordagem teórica é a perfectiva anglo-saxônica, que, ao

contrário da literatura francesa, encara a hipercinesia (nomenclatura usada)

como uma síndrome decorrente de uma lesão cerebral que pode ou não ser

observada. Assim, os estudos foram conduzidos no plano da neurologia.

Por cerca dos anos trinta e quarenta, segundo Melo (2000), a correlação

entre hiperatividade e lesão cerebral foi reforçado pela implementação dos

primeiro estudos sobre a utilização de medicamentos, relatando a maneira com

que alguns destes diminuíam os estados de hiperatividade e aumentavam os

níveis de atenção.Porem relata Barros (2002), que nas décadas seguintes,

quarenta de maneira favorável. Conseqüentemente, abandonaram a

proposição organicista, como único esclarecimento.

Em decorrência disto, a designação da lesão cerebral é usada apenas

para os casos em que há comprovação da mesma, enquanto o termo lesão

cerebral mínima corresponde a etiologia neurológica indefinida, segundo

Thiffault (1982 apud. MELO, 2000).

Na década de sessenta, autores ingleses passam a referir-se a tal

problema como Síndrome Hipercinética, enquanto americanos mencionam

hiperatividade.Embora haja uma discordância na nomenclatura, ambos se

harmonizam no que concerne a entidade clinica.

Autores ingleses utilizam o conceito Síndrome Hipercinética, em casos

de lesão cerebral orgânica comprovada, e caracterizam-na por um excesso de

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17 movimento, impulsividade dificuldade de sustentar a atenção e dificuldade de

respeitar regras. E os estudos norte-americanos concordam com as

características relacionadas, porem descartam o fator da dificuldade de

respeitar regras substituindo pelo atraso escolar na descrição de sua entidade

clinica, a hiperatividade. Ainda considerando-na, apresentado varias etiologias

e diferentes maneiras de expressar-se comportamentalmente.

Perante esta separação, encontramos publicamente distintas em cada

linha de investigação. A Associação Americana de Psiquiatra (APA), em 1968,

insere em seu Manual Diagnostico e Estático, 2° edição (DSM-ll), o termo

Reação Hipercinética da infância, dando enfoque ao excesso de atividade

motora; porém, havia controvérsias quanto a definição da síndrome e a

validação do processo de diagnósticos.

Posteriormente, em sua 3° edição, o DSM-lll (1980)propõe dois tipos de

Déficit de Atenção:como ou sem Hiperatividade, tendo como sintomas

principais o déficit de atenção, a impulsividade e a hiperatividade. E em 1987,

na revisão da 3° edição do DSM (DSM-lllR), considerou-se a diversidade dos

sintomas e, esta subdivisão foi descartada, sendo adotado o termo Transtorno

de Déficit de Atenção e Hiperatividade, utilizando ate os dias atuais.

Por outro lado, estas mesmas crianças podem ser diagnosticadas

através de Classificação Internacional de Doenças-Organização Mundial de

Saúde (CID), como possuidoras de uma Perturbação da Conduta ou uma

Perturbação Emocional, enfatizando a desibinição motora, sua força e sua

Constancia. Assim, manifesta-se a linha de investigação inglesa.

Melo (2000) conclui em seu trabalho, que o “estudo da instabilidade

privilegia individuo com ser psicossocial em relação ao mundo, ao passo que o

estudo da hipercinesia ou hiperatividade privilegia aspectos neuropediatrico,

isto e, o organismo e a sua estrutura psicofisiológica”.

Portanto a designação obedece, sobretudo à abordagem teórica que a

sustenta, diferenciado o tipo de instrumento, critérios utilizados para avaliar e

diagnosticar.

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CAPÍTULO II

SINTOMAS E DIAGNÓSTICOS

2.1 – Definição de déficit de atenção

O TDAH é um problema de saúde mental que tem três características

básicas: a desatenção, a agitação (ou hiperatividade) e a impulsividade. Este

transtorno tem um grande impacto na vida da criança ou do adolescente e das

pessoas com as quais convive (amigos, pais e professores). Pode levar a

dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social, bem como a um

baixo desempenho escolar. (RODE & BENCZIK, 1999)

Dificuldade de manter a atenção concentrada é a principal característica

do Transtorno de Déficit de Atenção. Este problema tem sua origem em

condição orgânica, relacionada a uma estrutura cerebral chamada lobo pré-

frontal. Quando esta estrutura cortical tem seu funcionamento comprometido,

pessoas passam a ter vários problemas, entre eles dificuldade de focar a

atenção.

A definição da Associação de Psiquiatria Americana (APA), através do

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM-IIIR (1987),

instituiu o termo Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade sem

evidenciar a questão essencial do déficit de atenção ou excesso de atividade

motora.

Porém esta definição foi bastante criticada pelos autores, e Barkley

(1988) confrontou com APA, propondo outra definição em que enfoca o

transtorno como uma desordem de desenvolvimento do autocontrole e de

condutas sociais. Descreve o autor que:

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é

um transtorno do tempo de atenção, impulsividade e/ou

superatividade, assim como do comportamento

controlado por regras, no qual estes déficites são

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significamente inapropriados para a idade mental da

criança; tem seu início na primeira infância;

significativamente transtucional por natureza; é

geralmente crônico ou persistente ao longo do tempo;

e não é resultado direto de atraso severo de

linguagem, surdez, cegueira, autismo ou psicose

infantil. (BARKLEY, 1988, p.95)

2.1.1 – Tipo desatento

Segundo Grunspun (1999), o tipo desatento é uma criança inquieta,

mexe as mãos e os pés quando sentado, sua musculatura está

constantemente tensa, possui dificuldade em ficar parado num lugar por muito

tempo. Sua concentração é baixa, desvia facilmente sua atenção do que está

fazendo e comete erros por prestar pouca atenção a detalhes.

Por sua distração constante não se concentra na hora da aula, leitura de

livros... (dificilmente termina de ler um livro, a não ser que o interesse muito).

Às vezes parece não ouvir quando falamos ou chamamos. É relutante em

executar tarefas que exijam longo esforço mental.

Possui dificuldade em organizar-se com objetos (mesa, gavetas,

arquivos, papéis...) e com o planejamento do tempo. Sua memória tem curto

prazo, perde ou esquece objetos, nomes, prazos, datas... E durante uma

conversa pode ocorrer de esquecer o que ou sobre o que estava falando.

2.1.2 – Tipo hiperativo-impulsivo

Neste caso o hiperativo faz várias coisas ao mesmo tempo, está sempre

a mil por hora, em busca de novidades, de estímulos fortes. Detesta o tédio.

Consegue ler, assistir televisão e ouvir música ao mesmo tempo. Muitas vezes

é visto como imaturo, insaciável. Podem falar, comer, comprar,

“...compulsivamente e/ou sobrecarregar-se no trabalho, muitos acabam

estressados e impacientes” (SILVA, 2003).

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20 Ele interrompe a fala dos outros; sua impaciência faz com que responda

perguntas antes de serem concluídas. Não suportam esperar ou aguardar por

algo, filas, telefonemas, atendimentos em lojas, restaurantes... quer tudo na

sua hora. Sua tolerância é nula, não consegue lidar com frustrações, com erros

(nem os seus, nem dos outros). Muitas vezes sente raiva e se recolhe.

Seu humor é inconstante, ora está ótimo, ora está péssimo, sem que

precise de motivo sério para isso. Os fatores podem ser externos ou internos,

uma vez que costuma estar em eterno conflito. Tem um temperamento

explosivo, não suporta críticas, provocações e / ou rejeições.

Possui dificuldade em se expressar, pois muitas vezes as palavras e a

fala não acompanham a velocidade da sua mente, e quando estão em grupo,

falam sem parar, sem se dar conta que outras pessoas gostariam de emitir

opiniões, fazer colocações e o que deveria ser um diálogo, transforma-se num

monólogo que só interessa a quem está falando.

“O tipo combinado apresenta as características combinadas de

distrabilidade, hiperatividade e impulsividade” (GRUNSPUN, 1999).

2.2 – Criança hiperativa e a criança sem limites

As crianças portadoras de TDAH ultrapassam a barreira das travessuras

engraçadinhas, transformando-se em um verdadeiro transtorno na vida dos

pais, professores e todos que estiverem a sua volta. Elas parecem ignorar as

regras de convívio social e, devido ao incômodo que causam, acabam sendo

consideradas de má índole, caráter ou coisa parecida. No entanto, é preciso

deixar claro que as crianças hiperativas não são, de forma nenhuma, más.

Além disso, elas não se convencem facilmente e não conseguem se concentrar

na argumentação lógica, já que essas crianças têm extrema dificuldade em

sentar e dialogar.

À luz das análises de Schuartzman (2001), algumas vezes o

comportamento hiperativo pode estar relacionado a uma perda da visão ou

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21 audição, a um problema de comunicação, como a incapacidade de processar

adequadamente os símbolos e idéias que surgem, estresse emocional,

convulsões ou distúrbios do sono. Também pode estar relacionado à paralisia

cerebral, intoxicação por chumbo, abuso de álcool ou drogas na gravidez,

reação a certos medicamentos ou alimentos e complicações de parto, como

privação de oxigênio ou traumas durante o nascimento. Esses problemas

devem ser descartados como causa do comportamento antes de tratar a

hiperatividade da criança.

O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar

e social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldades em prestar

atenção e aprender, como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente

distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos

inoportunos. As crianças hiperativas estão sempre em movimento, sempre

fazendo algo e são incapazes de ficarem quietas, algumas são impulsivas, não

param para olhar e ouvir. Devido à sua energia, curiosidade e necessidade de

explorar surpreendentes e aparentemente infinitas, são propensas a se

machucar e a quebrar e danificar coisas.

As crianças hiperativas toleram pouco as frustrações. Elas discutem com

os pais, professores, adultos e amigos. Fazem birras e seu humor oscila

rapidamente. Essas crianças também tendem a serem muito agarradas às

pessoas. Precisam de muita atenção e tranquilização. É importante para os

pais perceberem que as crianças hiperativas entendem as regras, instruções e

expectativas sociais. O problema é que elas têm dificuldades em obedecê-las.

Esses comportamentos são acidentais e não propositais.

MATTOS (2003) considera que a criança hiperativa pode ter muitos

problemas.

Apesar da “dificuldade de aprendizado”, essa criança é geralmente muito

inteligente. Sabe que determinados comportamentos não são aceitáveis. Mas,

apesar do desejo de agradar e de ser educada e contida, a criança hiperativa

não consegue se controlar. Pode ser frustrada, desanimada e envergonhada.

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22 Ela sabe que é inteligente, mas não desacelerar o sistema nervoso, a ponto de

utilizar o potencial mental necessário para concluir uma tarefa, a criança

hiperativa muitas vezes se sente isolada e segregada dos colegas, mas não

entende porque é tão diferente. Fica perturbada com suas próprias

incapacidades sem conseguir concluir as tarefas normais de uma criança na

escola, no playground ou em casa, a criança hiperativa pode sofrer de

estresse, tristeza e baixa auto-estima.

Frequentemente, a desatenção leva a distração, ao sonhar acordado e à

dificuldade de preservar numa única tarefa por um período prolongado de

tempo.

Como a atenção é desviada de um estímulo para outro, essa criança

frequentemente deixa pais e professores com a impressão de que não está

ouvindo.

Um especialista em comportamento infantil pode ajudar a distinguir entre

a criança realmente hiperativa. As crianças até mesmo as menores podem

correr, brincar e agitarem-se felizes durante horas sem cochilar, dormir ou

demonstrar qualquer cansaço. Para garantir que a criança realmente é

hiperativa seja tratada adequadamente e evitar o tratamento inadequadamente

de uma criança normalmente ativa é importante receber diagnóstico preciso.

2.3 – A visão da escola dos alunos com TDAH

As crianças de um modo geral se agitam ao estarem em grupo,

principalmente na escola, lugar de atividades diversas, mas que

cotidianamente se relacionando. Essa agitação quando constante interfere na

relação das atividades chamando a atenção da equipe pedagógica que de um

modo geral solicitam os responsáveis e encaminham o aluno a um especialista

para diagnosticar (ANDRADE, 1984).

Na idade escolar, as crianças com TDAH apresentam uma maior

probabilidade de repetência, evasão escolar, baixo rendimento acadêmico e

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23 dificuldade emocional e de relacionamento social. Supõe-se que os sintomas

do TDAH sejam catalisadores, tornando as crianças mais vulneráveis ao

fracasso nas duas áreas mais importantes para um bom desenvolvimento – a

escola e o relacionamento com os colegas.

À medida que cresce o conhecimento médico, educacional psicológico e

da comunidade a respeito dos sintomas e dos problemas ocasionados pelo

TDAH, um número cada vez maior de crianças em idade escolar está sendo

corretamente identificado, diagnosticado e tratado. Mesmo assim, suspeita-se

que um grupo significativo de crianças com TDAH ainda permanecem não

identificado ou com diagnóstico incorreto.

Segundo Barkley (2003), o TDAH é com freqüência apresentado,

erroneamente, como um tipo específico de problema de aprendizagem. Ao

contrário, é um distúrbio de realização. Sabe-se que as crianças com TDAH

são capazes de aprender, mas têm dificuldade em se sair bem na escola

devido ao impacto que os sintomas do TDAH têm sobre uma boa atuação. Por

outro lado, 20% a 30% das crianças com TDAH também apresentam um

problema de aprendizagem, o que complica ainda mais a identificação correta

e o tratamento adequado. Pessoas que apresentaram sintomas de TDAH na

infância demonstram uma probabilidade maior de desenvolver problemas

relacionados com comportamento opositivo desafiador, delinqüência,

transtorno de conduta, depressão e ansiedade.

2.4 – A visão dos professores sobre os alunos com TDAH

Uma sala de aula eficiente para crianças desatentas deve ser

organizada e estruturada. A estrutura supõe regras claras, um programa

previsível e carteiras separadas. Um programa de reforço baseado em ganhos

e persa deve ser parte integral do trabalho da classe. A avaliação do professor

deve ser freqüente e imediata. Interrupções e pequenos incidentes têm

menores conseqüências se ignorados. O material didático deve ser adequado à

Page 24: CRIANÇAS HIPERATIVAS OU SEM LIMITES? - AVM - Pós ... · ... em que seu filho possui esse transtorno e que antes de diagnosticar não tinha noção de como auxiliar pensava que

24 habilidade da criança. Estratégias cognitivas que facilitam a autocorreção,

assim como melhoram o comportamento nas tarefas, devem ser ensinadas.

De acordo com Cypel (2003), as tarefas devem variar, mas continuar

sendo interessantes para os alunos. Os horários de transição, bem como os

intervalos e reuniões especiais, devem ser supervisionadas. Pais e professores

devem manter uma comunicação freqüente. Os professores também precisam

estar atentos à qualidade de reforço negativo do seu comportamento. As

expectativas devem ser adequadas ao nível de habilidade da criança e deve-se

estar preparado para mudanças.

Os professores devem ter conhecimento do conflito incompetência x

desobediência, e aprender a discriminar entre os dois tipos de problemas. É

preciso desenvolver um repertório de intervenções para poder atuar

eficientemente no ambiente da sala de aula de uma criança com TDAH. Essas

intervenções minimizam o impacto negativo do temperamento da criança. Um

segundo repertório de intervenções deve ser desenvolvido para educar e

melhorar as habilidades deficientes da criança com TDAH.

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25

CAPÍTULO III

AÇÕES PEDAGÓGICAS

3.1 - Orientação e Treinamento aos Pais

Os pais com freqüência se queixam de que o relacionamento com seus

filhos que apresentam TDAH é, por vezes, difícil e desgastante. Segundo

Rohde & Benczik (1999, p73) “Alguns momentos de relação prazerosa são

cortados por inúmeros momentos de relação tensa e tumultuada”. Embora não

existam “receitas prontas”, algumas atitudes e comportamentos podem ser

bastante úteis no sentido de aliviar essa tensão.

Antes de tudo, lembre-se que seu filho está tendo certas dificuldades não

porque ele é ruim ou teimoso, e sim porque o TDAH leva a criança a agir

diferentemente do esperado. É importante compreender os problemas sociais,

escolares e familiares que seu filho enfrenta e estar disposto a auxiliá-lo

sempre. Ao mesmo tempo, procure refletir sobre como seu filho pode estar se

sentindo quando não consegue corresponder às suas expectativas. De nada

adianta exigir mais do que ele pode lhe dar.

Outro fator fundamental e de grande importância aos pais e

principalmente para as crianças é a escolha da escola. É fundamental que a

escola tenha uma equipe de professores e orientadores educacionais que

estejam familiarizados com conceito básico sobre TDAH, ou que, pelo menos,

tenham interesse em discuti-los.

Acima de tudo, é importante que a escola tenha disponibilidade para

receber um aluno que poderá apresentar dificuldades no decorrer do ano e

possivelmente precisará de um apoio e toda uma estratégia de ensino que irá

influir também na turma.

O treinamento aos pais de crianças com TDAH freqüentemente começa

com ampla divulgação de informações. Existe uma grande quantidade de

livros, vídeos e fitas disponíveis com dados a respeito do transtorno em si e de

estratégias efetivas que podem ser usadas por familiares.

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De acordo com Barros (2002), há uma série de estratégias que os pais

de portadores de TDAH podem, como:

1 - Aprender o que é o TDAH, os pais devem compreender que, para poder

controlar em casa o comportamento resultante do TDAH, é preciso ter um

conhecimento correto do distúrbio e suas complicações.

2 - Incapacidade de compreender e com isso se torna rebelde, os pais devem

desenvolver a capacidade de distinguir entre problemas que resultam de

incapacidade e problemas que resultam de recusa ativa em obedecer a ordens.

Os primeiros devem ser tratados através da educação e desenvolvimento de

habilidades. Os outros são resolvidos de maneira satisfatória através da

manipulação das conseqüências.

3 – Dar instruções positivas, pais devem cuidar para que seus pedidos sejam

feitos de maneira positiva ao invés de negativa. Uma indicação positiva mostra

para a criança o que deve começar a ser feito e evita que ela focalize em parar

o que está fazendo.

4 – Recompensar, os pais devem recompensar amplamente o comportamento

adequado. Crianças com TDAH exigem respostas imediatas, freqüentes,

previsíveis e coerentemente aplicadas ao seu comportamento. Da mesma

maneira, necessitam de mais tentativas para aprender corretamente. Quando a

criança consegue completar uma tarefa ou realiza coisa corretamente, deve ser

recompensada socialmente ou com algo tangível mais freqüentemente que o

normal.

5 - Usar técnicas de “custo de resposta”, os pais devem entender bom o que

seja “custo de resposta”, uma técnica de punição em que se pode perder o que

se ganhou.

6 – Punir adequadamente, os pais devem compreender que a punição sozinha

não irá reduzir os sintomas de TDAH. Punir deve ser uma atitude diretamente

relacionada apenas a um comportamento declaradamente desobediente. No

entanto, a punição só trará modificações de comportamento para a criança com

TDAH se acompanhada de uma estratégia de controle.

Page 27: CRIANÇAS HIPERATIVAS OU SEM LIMITES? - AVM - Pós ... · ... em que seu filho possui esse transtorno e que antes de diagnosticar não tinha noção de como auxiliar pensava que

27 7 – Planejar adequadamente, os pais devem aprender a reagir aos limites de

seu filho de maneira positiva e ativa. Aceitar o diagnóstico de TDAH significa

aceitar a necessidade de fazer modificações no ambiente da criança. A rotina

deve ser consistente e raramente variar. As regras devem ser dadas de

maneira clara e concisa. Atividades ou situações em que já ocorreram

problemas devem ser evitadas ou cuidadosamente planejadas.

8 – Construir ilhas de competência, o que realmente importa para o sucesso

dessa criança na vida é o que existe de certo com ela e não o que está errado.

Cada vez mais, a área da saúde mental focaliza seu trabalho em aumentar os

pontos fortes em vez de tentar diminuir os pontos fracos. Uma das melhores

maneiras de criar pontos fortes é uma boa relação dos pais com seus filhos.

Moura (1999) revela que aconselhar a família pode ser benéfico para

auxiliar os pais a compreenderem as fontes de ansiedade as crianças,

fornecendo-lhes apoio emocional em situações desagradáveis.

3.2 - Intervenções Psicoterápicas e Psicopedagógicas

De acordo com Barkley (2002), as crianças e adolescentes com TDAH

necessitam, na maioria das vezes, de algum acompanhamento psicoterápico. A

decisão do tipo de intervenção a ser utilizada deve ser tomada pelo profissional

de saúde mental que estiver atendendo a criança e sua família. Entretanto, as

evidências científicas disponíveis no momento parecem indicar que

intervenções que têm como base estratégicas cognitivo- comportamentais são

fundamentais para o adequado manejo dos sintomas deste transtorno. Muitas

vezes o transtorno é acompanhado de sintomas de ansiedade, de depressão,

de baixa auto-estima. Nesses casos, é importante que o profissional possa

lançar mão de estratégias de apoio e de compreensão das dificuldades pelas

quais a criança ou o adolescente esteja passando.

Segundo Rohde e Benczik (1999), cerca de 25% a 30% das crianças

com TDAH apresentam problemas de aprendizagem secundários ou

associados ao transtorno. Nesses casos, a intervenção psicopedagógicas é

Page 28: CRIANÇAS HIPERATIVAS OU SEM LIMITES? - AVM - Pós ... · ... em que seu filho possui esse transtorno e que antes de diagnosticar não tinha noção de como auxiliar pensava que

28 fundamental. É importante ressaltar que a maioria dos adolescentes com o

transtorno são diagnosticados tardiamente. Logo, já existem lacunas de

aprendizagem que necessitam ser abordada por meio de um trabalho de

reconstrução das habilidades e conteúdos. Tal reconstrução deve ser feita por

um profissional especializado (psicopedagogo ou fonoaudiólogo), pois o

tratamento sintomatológico ou de reforço de conteúdo não resolve as seqüelas

de aprendizagem que ficaram para trás. Em conjunto ou após o atendimento

psicopedagógico, às vezes é necessário uns acompanhamentos pedagógicos,

feitos pelo professor, que ajude a prevenir novas lacunas na aprendizagem.

3.3 - Como a Escola e o Professor atuam com Alunos TDAH

A estrutura e a rotina no ambiente são favoráveis às crianças com

TDAH, portanto uma sala de aula eficiente deve ser organizada e estruturada.

Goldstein (2001) propõe que a estrutura supõe regras claras, um programa

previsível e carteiras separadas. As premiações devem ser coerentes e

freqüentes e um programa de reforço baseado em ganho e perda deve ser

parte integral do trabalho de classe.

A avaliação do professor deve ser freqüente e imediata. Estratégias

cognitivas que facilitam a auto-correção, bem como melhoram o

comportamento nas tarefas, devem ser ensinadas. As tarefas devem variar,

mas devem permanecer interessantes aos alunos.

Exige-se uma comunicação direta e freqüente entre pais e professores.

As expectativas devem ser adequadas ao nível de habilidades da criança e

devem-se estar preparado para mudanças. Barros (2002), afirma que os

professores devem ter o conhecimento do conflito incompetência x

desobediência, e aprender a discernir entre os dois tipos de problemas. É

preciso desenvolver um repertório de intervenções no ambiente e um segundo

repertório, visando à educação e melhoria das habilidades deficitárias da

criança TDAH.

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29 Goldstein (2001, p.48) sugere intervenções específicas que o professor

pode fazer para ajudar a criança com este transtorno a se ajustar melhor à sala

de aula, tais como:

1 - Proporcionar estrutura, organização e constância (exemplo: sempre a

mesma arrumação das carteiras, programas diários, regras claramente

definidas).

2 – Colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa

da professora, na parte de fora do grupo.

3 – Encorajar frequentemente, elogiar e ser afetuoso, porque essas crianças

desanimam facilmente. Dar responsabilidades que elas possam cumprir faz

com que se sintam necessárias e valorizadas. Começar com tarefas simples e

gradualmente mudar para mais complexas.

4- Proporcionar um ambiente acolhedor, demonstrando calor e contato físico de

maneira equilibrada e, se possível, fazer os colegas também terem a mesma

atitude.

5 – Nunca provocar constrangimento ou menosprezar o aluno.

6 – Proporcionar trabalho de aprendizagem em grupos pequenos e favorecer

oportunidades sociais. Grande parte das crianças com TDAH consegue melhor

resultados acadêmicos, comportamentais e sociais quando no meio de grupos

pequenos.

7 – Comunicar-se com os pais. Geralmente, eles sabem o que funciona melhor

para o seu filho.

8 – Ir devagar com o trabalho. Mudar o ritmo ou o tipo de tarefa com freqüência

elimina a necessidade de ficar enfrentando a inabilidade de sustentar a

atenção, e isso vai ajudar a autopercepção.

9 – Favorecer oportunidades para movimentos monitorados, como uma ida a

secretaria, levantar para apontar o lápis, levar um bilhete para o professor,

regar as plantas ou dar comida ao mascote da classe.

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30 10 – Adaptar suas expectativas quanto à criança, levando em consideração as

deficiências e inabilidades decorrentes do TDAH. Por exemplo, se o aluno tem

um tempo de atenção muito curta, não esperar que ele se concentre em

apenas uma tarefa durante todo o período da aula.

11 – Recompensar os esforços, a persistência e o comportamento bem

sucedido ou bem planejado.

12 – Propiciar exercícios de consciência e treinamento dos hábitos sociais,

Avaliação freqüente sobre o impacto do comportamento da criança sobre ela

mesma e sobre os outros ajuda bastante.

Essas intervenções irão auxiliar o professor e adaptar o aluno TDAH à turma e

as atividades cotidianas possibilitando que ele se integre à turma com mais

facilidade e não interfira no desenvolvimento do trabalho do professor. As

intervenções citadas mostram que o TDAH necessita de uma atenção especial

mais não deve ser tratado como um aluno que mereça privilégios mais sim

limites para se adaptar ao meio em que está inserido.

13 – Favorecer freqüente contato aluno/professor. Isto permite um “controle”

extra sobre a criança com TDAH. Ajuda-a a começar e continuar a tarefa,

permite um auxilio adicional e mais significativo, além de possibilitar

oportunidades de reforço positivo e incentivo para um comportamento mais

equilibrado.

14 – Colocar limites claros e objetivos, ter uma atitude disciplinar equilibrada e

proporcionar avaliação freqüente, com sugestões concretas e que ajudem a

desenvolver um comportamento adequado.

15 – Assegurar que as instruções sejam claras, simples e dadas uma de cada

vez, com um mínimo de distrações.

16 – Desenvolver um repertório de atividades físicas para a turma.

17 – Estabelecer intervalos previsíveis de períodos sem trabalho que a criança

pode ganhar como recompensa por esforço feito.

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31 18 – Reparar se criança se isola durante situações recreativas barulhentas.

Isso pode ser um sinal de dificuldades de coordenação ou auditivas que

exigem uma intervenção adicional.

19 – Preparar com antecedência a criança para as novas situações. Ela é

muito sensível em relação às suas deficiências e facilmente se assusta ou se

desencoraja.

20 – Desenvolver métodos variados utilizando apelos sensoriais diferentes

(som, visão, tato) para ser bem sucedido ao ensinar uma criança com TDAH.

Essas intervenções não são receitas prontas, que é só utilizar e tudo irá

transcorrer bem em sala de aula, o professor precisa estar estudando o

assunto constantemente e procurando proporcionar ao aluno TDAH um

ambiente favorável a sua aprendizagem em que seja encorajado e não interfira

na aprendizagem dos demais.

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CONCLUSÃO

Ao chegarmos ás considerações finais podemos perceber o quanto foi

prazeroso trabalhar e descobrir mais sobre o tema abordado, tendo a

possibilidade de ampliar o conhecimento sobre o assunto e descobrir que

muitas pessoas falam tal vez por não conhecerem (e também não tentarem

conhecer) sobro o assunto causando um mal estar no portador de TDAH.

O tempo sem dúvida foi reduzido para a pesquisa, pois a medida que vai

se buscando, descobrindo parece que uma luz surge no fim do túnel e nasce

um desejo surpreendente de descobrir mais e auxiliar aqueles que possuem o

transtorno, seus familiares e a própria escola que às vezes encontra-se

despreparada para tratar e auxiliar o TDAH.

Durante a retrospectiva histórica, vimos o quanto os cientistas foram

incompreendidos e buscaram através do meio científico comprovar seus

estudos e serem reconhecidos como verdadeiros pelo meio científico e pela

sociedade da época, isso acontece nos dias atuais que por ser um tema vasto

e ainda pouco conhecido tem crescido o interesse e os estudos, pois há muitos

questionamentos sobre o tema.

A partir das leituras feitas no decorrer da pesquisa, conseguiu-se

esclarecimento sobre fatores importantes como a impossibilidade de cura do

transtorno e que seu diagnóstico não é de fácil, havendo possibilidade de erro

na avaliação. Nosso desejo é que em um futuro bem próximo o diagnóstico

seja mais objetivo e claro, auxiliando a todos.

O objetivo deste trabalho não é o de solucionar e elucidar tudo sobre o

assunto abordado, mas auxiliar aqueles que precisam conhecer mais sobre o

tema.

Fazendo uma retrospectiva e fazendo um apanhado sobre o que é o

TDAH, demonstrando com isso que muitos dos rótulos dados a crianças

demonstram a falta de conhecimento sobre o distúrbio e que elas precisam de

acompanhamento.

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Demonstra também que a escola e principalmente o professor precisam

estar atento ao comportamento diferente e tentar auxiliar no que for possível

solicitando a ajuda de um especialista que poderá diagnosticar o transtorno. A

partir do diagnóstico o professor irá precisar reformular sua prática em prol do

aluno para que ele possa se adaptar e não interferir no desenvolvimento dos

demais alunos.

Essa tarefa não é nada simples, mas o professor pode e deve contar

com o auxilio da equipe pedagógica da escola. Os pais também devem estar

atentos e em constante entrosamento com a escola, pois como vimos no

decorrer do trabalho o TDAH se evidência no período em que as crianças vão

pra escola.

Vimos que os tratamentos podem ser realizados de maneira diferenciada

e que irá auxiliar na adequação da criança com TDAH no meio social e

educacional.

Este tratamento consiste em: intervenções psicoterapêutica e

psicopedagógica, acompanhamento fonoaudiológico e medicamentoso. Eles

auxiliam e reduzem os sintomas fazendo com que a criança possa ter uma

rotina quase normal.

Concluímos que a informação sobre o Transtorno de Déficit de

Atenção/Hiperatividade é fundamental para o auxilio e que influencia muito no

tratamento dos que o possuem, todos os envolvidos com a criança devem estar

cientes de que não é um comportamento por vontade própria mais um distúrbio

que precisa ser tratado, mas ainda não há cura.

O assunto é amplo e inesgotável, mas fica aqui o desejo da descoberta

para que outras pessoas que vivem o dilema do não conhecimento do

transtorno e o desafio de poder auxiliar os portadores de TDAH.

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