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Crimes Hediondos-LFG

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Page 1: Crimes Hediondos-LFG

Crimes Hediondos (Lei 8.072/1990)

3 sistemas de conceituação

1) sistema legal – compete ao legislador enumerar, no rol taxativo os delitos

considerados hediondos.

2) Sistema judicial – compete ao juiz, na apreciação do caso concreto diante da

gravidade do crime ou da forma como foi executado decidir se a infração

praticada é hedionda ou não.

3) Sistema misto – o legislador apresenta um rol exemplificativo de crimes

hediondos, podendo o magistrado analisando o caso concreto encontrar outras

hipóteses.

4) Sistema misto com equidade – o legislador apresenta rol taxativo de crimes

hediondos, devendo o juiz, confirmar a hediondez na análise do caso concreto.

(STF)

Criticas

1) Legal – engessamento do sistema

2) Judicial – fere o poder da taxatividade ou mandado de certeza, princípio

da legalidade e não há segurança jurídica

3) Misto – pode-se encontrar outras hipóteses de interpretação analógica

O Brasil adotou o sistema legal. Art. 5, XLIII, CF

Único crime hediondo que não está no CP 1 – Genocídio (art. 1º, §único).

Crimes equiparados a hediondos – Art. 5º, XLIII, CF e Art. 2º Lei 8.072/90.

I. Tortura;

II. Tráfico;

III. Terrorismo

1 Não conta os equiparados.

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Uma primeira corrente entende que o crime de terrorismo está tipificado na Lei

7.170/83 em seu artigo 20. Porém ante a sua falta de determinação, fere o

princípio da legalidade eis que ausente o tipo penal específico para o delito de

terrorismo.

A segunda corrente, que prevalece, entende que não há tipo especial para o

crime de terrorismo (defendido por Alberto Silva Franco).

Principio da legalidade – 5 sub-princípios

a. Anterioridade

b. Escrita

c. Estrita

d. Certa (determinada / fácil entendimento)

e. Necessária

Conseqüências dos crimes hediondos

CF/88 vedou anistia + graça

Lei 8.072/90 Vedou anistia + graça + indulto

Primeira corrente - A vedação do indulto é inconstitucional. O legislador

ordinário não poderia ter suplantado a vedação constitucional. Para esta

corrente o legislador constitucional trouxe vedações máximas (LFG e Alberto

Silva Franco).

Segunda vedação – O legislador constituinte trouxe vedações mínimas. Tanto

o são que ele diz que “a lei definirá” (corrente defendida pelo STF).

Crimes praticados antes da Lei 8.072/90, mas a execução só começou depois

desta, cabe indulto ou não? O STF entende que essa vedação atinge os crimes

praticados antes da vigência da lei (STF HC 84572-RJ).

Lei 9.455/97 vedou anistia + graça

Primeira corrente diz que, se para o crime de tortura há a previsão de indulto,

pelo princípio da isonomia, implicitamente revogou a vedação ao indulto.

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A segunda corrente diz que pelo princípio da especialidade, não se estende o

indulto.

Lei 11.343/06 vedou anistia + graça + indulto (lei do tráfico)

Lei 11.464/07

Antes Depois

Fiança Fiança

Liberdade provisória

Supremo entende que ainda está vedada a liberdade provisória para os crimes

hediondos. (STF HC 91556). Por esse entendimento está intacta a súmula 697

STF.

Enquanto o constrangimento for legal, não cabe liberdade provisória, porém em

caso de sua ilegalidade, cabe o relaxamento da prisão.

Júri deve encerrar em 90 dias. Procedimento ordinário em 60 dias. Sumário em

30 dias, sob pena de constrangimento ilegal

Art. 2º, §1º e 2º

A pena será cumprida inicialmente em regime fechado.

Lei 11.464/07

Antes Depois

Regime integral fechado Regime inicial fechado.

Vedada a progressão Permite a progressão

STF havia entendido como

inconstitucional, por ferir o p. da

2/5 – primário

3/5 – reincidente2

2 Qualquer reincidência. Não precisa ser específico.

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dignidade, da individualidade da pena,

da isonomia, humanidade, a CADH...

Crime praticado antes da Lei 11.464/07, porém com sua execução após a lei.

Progride com quanto? Na época em que havia praticado o STF já havia

entendido pela vedação inconstitucional o regime integralmente fechado e

permitia a progressão com 1/6. Somente os fatos praticados a partir da lei que

progridem com 2/5 e 3/5.

2/5 ou 3/5 da pena imposta na sentença ou do máximo da pena a cumprir?

STF afirma que é sobre a pena imposta (súmula 715).

Art. 2º, §3º

STF entende que réu processado preso recorre preso, salvo se desaparecer o

motivo da preventiva. No entanto, réu processado solto, recorre solto, salvo se

surgirem motivos para a preventiva.

Art. 2º, §4º

Prisão temporária

Requisitos:

I. Imprescindível para investigação,

II. Fragilidade na identidade do sujeito

III. Indícios de participação nos seguintes crimes:

Prazo de

preventiva

Homicídio simples (grupo de extermínio) – Art. 121, caput,

CP.

30 + 30

Homicídio qualificado – Art. 121, § 2, CP. 30 + 30

Art. 148, CP 5 + 5

Roubo - Art. 157 CP

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Latrocínio – Art. 157, §3º CP

Extorsão

Extorsão qualificada pela morte – Art. 158, §2º, CP. 30 + 30

Extorsão mediante seqüestro - Art. 159, CP. 30 + 30

Estupro e atentado violento ao pudor – Art. 213 e 214, CP. 30 + 30

Epidemia com morte 30 + 30

Envenenamento de água potável 5 + 5

Genocídio 30 + 30

Tráfico 30 + 30

Crimes contra o sistema financeiro 5 + 5

Para haver prisão temporária, prevalece que deve ter o inciso I, com os crimes

do inciso III ou o inciso II com os crimes do inciso III.

O prazo é de 5 dias, com prorrogação por mais cinco. Em caso de crimes

hediondos o prazo é de 30 + 30.

O artigo 273 CP (falsificação de remédio) está na lei de crimes hediondos, mas

não está na lei da prisão temporária. Cabe prisão temporária?

Uma corrente afirma que como não está no inciso III, e para cabimento de PP

deve estar previsto no inciso III.

A segunda corrente, afirma que a lei dos crimes hediondos ampliou o rol de

crimes passiveis de prisão temporária. O prazo então seria de 30 + 30

(prevalece).

Conclui-se que o §4º não só ampliou o prazo de prisão temporária de 5 + 5

para 30 + 30, como também ampliou o rol de delitos passíveis desse tipo de

prisão.

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Art. 5º

(Livramento condicional Art. 83, CP)

Se o sujeito é primário + bons antecedentes ele tem direito a livramento

condicional com 1/3 da pena. Se for reincidente terá direito a liberdade

antecipada com 1/2 da pena cumprida.

Com a lei dos crimes hediondos ou equiparados, o livramento se dá depois de

cumprido 2/3 da pena, se não reincidente específico.

O que vem a ser reincidente específico?

1. Considera-se reincidente específico quem praticou dois crimes idênticos.

2. Considera-se reincidente específico quem pratica dois crimes com a mesma

objetividade jurídica.

3. Considera-se reincidente específico quem pratica dois crimes considerados

hediondos ou equiparados. Dois crimes do mesmo gênero (prevalece).

Art. 9º - causa de aumento. Utiliza-se o art. 224, CP para presunção de

violência.

A primeira corrente, para evitar o bis in idem, somente aplica a causa de

aumento de pena, da Lei dos crimes hediondos, em caso de violência real.

A segunda corrente afirma que se aplica o artigo 9º independente da espécie

de violência (STF).

Afirmam que o fato de a pessoa não poder consentir validamente, permitindo a

tipificação do crime sexual, não elimina outra conseqüência distinta, que é o

crime sexual ter se consumado contra vítima incapaz. Assim mostra-se

perfeitamente possível considerar a idade da vítima para tipificar o crime

sexual, bem como aumentar a pena nos termos do artigo 9º (HC 76004-RJ).

Crimes hediondos em espécie:1) Homicídio simples (grupo de extermínio) – Art. 121, caput, CP.Chacina. Homicídio condicionado1ª crítica:muito vago2ª crítica:um homicídio dessa espécie será necessariamente qualificado.Grupo:(Nucci e Paulo Rangel)

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1ª corrente:Não se confunde com par e nem com bando, então grupo é formado por 3.(Luiz Vicente Cernichiaro)2ª corrente:Não se confunde com par, buscar no CPB o conceito já que a lei não falou, então grupo é igual a bando 4 integrantes(Alberto Silva Franco)Quem decide se houve atividade de grupo de extermínio, o juiz ou o jurado?Fica a critério do juiz, trata-se de condição para incidência da lei dos crimes hediondos.2) Homicídio qualificado – Art. 121, § 2, CP:-É possível homicídio qualificado privilegiado?Sim.

Privilegiadoras Qualificadoras

a)Motivo social(subjetiva);b)Moral(subjetiva);c)Emoção(subjetiva)

a)Torpe(subjetiva);b)fútil(subjetiva);c)Cruel(Objetiva);d)Surpresa(Objetiva);;e)Fim especial(subjetiva)

*Só é possível quando privilégio convive com qualificadora de natureza objetiva.

-Homicídio qualificado privilegiado é hediondo?1ª corrente:É hediondo, porque a lei não excepciona essa figura.2ª corrente:Não é hediondo, pois o privilégio prepondera sobre a qualificadora, faz uma analogia ao art.67 do CPB(Prevalece no STF e no STJ)3-Latrocínio – Art. 157, §3º CP:2.1-Somente no caso de morte tentada ou consumada, o roubo qualificado pela lesão grave não é hediondo.2.2-A morte pode ser culposa ou dolosa que se configurará a hediondez.2.3-A morte tem que ser decorrência da violência, se a morte resulta da grave ameaça não é raciocínio.2.4-A violência deve se empregada durante o assalto e em razão do assalto.(fator tempo e nexo).2.5-Assaltante que mata o outro para ficar com o proveito do crime não comete latrocínio(Roubo em concurso com homicídio torpe).2.6- Assaltante que mata o outro tentando matar a vítima comete latrocínio(art.73 do CPB)2.7-Se a intenção inicial era matar e só depois resolver subtrair não comete latrocínio(Homicídio seguido de furto)