5
 CRITICA AO MARXISMO Vários aspectos do marxismo são alvos de críticas. A maior crítica feita ao Marxismo na atualidade diz respeito ao seu caráter reducionista, ou seja, à sua concepção de que todas as ocorrências da vida humana são sujeitas aos fatores econômicos, ao modo de  produção e à organização da sociedade em diferentes classes. Karl Marx e Friedrich Engels levavam a análise de todas as ações humanas para o campo da luta de classes, desconsiderando que há diversas ações humanas que não podem ser explicadas tão- somente por uma busca por melhores meios de produção ou por vantagens econômicas; se marx traz novas luzes aos estudos sociológicos, há que se recordar que suas idéias estão fortemente impregnadas pelo espírito dos pensadores do século XIX, os quais acreditavam na lógica matemática e científica como regra de pensamento para as ações humanas, conseqüência natural de um século de inovações e do surgimento das grandes corporações; essa linha de pensamento, contudo, veio a ser questionada pelas descobertas científicas modernas, sobretudo as da Física Quântica, que mostram que a intencionalidade do pesquisador pode alterar os resultados de pesquisas realizadas em nível molecular - o que coloca sob reflexão a infabilidade da ciência e da lógica cartesiana. Outro ponto das idéias de Karl Marx que é criticado por teóricos modernos é sua concepção de que a consciência e a moral são derivadas da organização econômica e dos modos de produção da sociedade. Roberto Campos, pensador brasileiro, em seu artigo Perdeu-se o Marxismo , de 31 de outubro de 1999, faz uma referência à idéia de Marx e Engels sobre a determinação da consciência a partir da existência e dos  processos de produção, em resumo, das condições econômicas: "Quando o velho Marx, em plena era do vapor e do aço, formulou a noção de que a existência determina a consciência, chamou a atenção geral para o fato de que as grandes transformações pelas quais estava passando o mundo tinham uma base nas condições concretas, nas relações de produção e na tecnologia. Depois disso, tivemos uma formidável aceleração (eletricidade, motor a explosão, síntese química, biologia, eletrônica) e, agora, com a globalização digital, estamos entrando em cheio na era da informação. Tudo está mudando muito mais depressa do que nossa capacidade de acompanhar. Assim como o capitalismo do século XVIII acabou com o escravo e o servo da gleba, e o capitalismo americano criou uma sociedade de classe média e de consumo de massa, o novo modo de produção da informação vai criar - o quê? Não sei. Precisamos pensar. Mesmo errando, ou parecendo errar." As razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos modernos como a busca do homem pelo status ainda que este não venha a representar qualquer vantagem econômica ou o crescimento da cultura das celebridades. Também depõem contra as idéias de Karl Marx o resultado histórico dos diversos regimes que até o presente momento adotaram o ideário político-ideológico do Marxismo, como a União Soviética, o regime castrista de Cuba e as chamadas "repúblicas vermelhas" do Sudeste Asiático. Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADticas_ao_marxismo "

CRITICA AO MARXISMO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CRITICA AO MARXISMO

5/10/2018 CRITICA AO MARXISMO - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/critica-ao-marxismo 1/5

 

CRITICA AO MARXISMO

Vários aspectos do marxismo são alvos de críticas. A maior crítica feita ao Marxismo na

atualidade diz respeito ao seu caráter reducionista, ou seja, à sua concepção de que

todas as ocorrências da vida humana são sujeitas aos fatores econômicos, ao modo de

 produção e à organização da sociedade em diferentes classes. Karl Marx e Friedrich

Engels levavam a análise de todas as ações humanas para o campo da luta de classes,

desconsiderando que há diversas ações humanas que não podem ser explicadas tão-somente por uma busca por melhores meios de produção ou por vantagens econômicas;

se marx traz novas luzes aos estudos sociológicos, há que se recordar que suas idéias

estão fortemente impregnadas pelo espírito dos pensadores do século XIX, os quais

acreditavam na lógica matemática e científica como regra de pensamento para as ações

humanas, conseqüência natural de um século de inovações e do surgimento das grandes

corporações; essa linha de pensamento, contudo, veio a ser questionada pelas

descobertas científicas modernas, sobretudo as da Física Quântica, que mostram que a

intencionalidade do pesquisador pode alterar os resultados de pesquisas realizadas em

nível molecular - o que coloca sob reflexão a infabilidade da ciência e da lógica cartesiana.

Outro ponto das idéias de Karl Marx que é criticado por teóricos modernos é sua

concepção de que a consciência e a moral são derivadas da organização econômica e

dos modos de produção da sociedade. Roberto Campos, pensador brasileiro, em seu

artigo Perdeu-se o Marxismo, de 31 de outubro de 1999, faz uma referência à idéia de

Marx e Engels sobre a determinação da consciência a partir da existência e dos

 processos de produção, em resumo, das condições econômicas: "Quando o velho Marx,

em plena era do vapor e do aço, formulou a noção de que a existência determina a

consciência, chamou a atenção geral para o fato de que as grandes transformações pelasquais estava passando o mundo tinham uma base nas condições concretas, nas relações

de produção e na tecnologia. Depois disso, tivemos uma formidável aceleração

(eletricidade, motor a explosão, síntese química, biologia, eletrônica) e, agora, com a

globalização digital, estamos entrando em cheio na era da informação. Tudo está

mudando muito mais depressa do que nossa capacidade de acompanhar. Assim como o

capitalismo do século XVIII acabou com o escravo e o servo da gleba, e o capitalismo

americano criou uma sociedade de classe média e de consumo de massa, o novo modo

de produção da informação vai criar - o quê? Não sei. Precisamos pensar. Mesmo

errando, ou parecendo errar."

As razões de caráter econômico também são insuficientes para explicar fenômenos

modernos como a busca do homem pelo status ainda que este não venha a representar 

qualquer vantagem econômica ou o crescimento da cultura das celebridades. Também

depõem contra as idéias de Karl Marx o resultado histórico dos diversos regimes que até

o presente momento adotaram o ideário político-ideológico do Marxismo, como a

União Soviética, o regime castrista de Cuba e as chamadas "repúblicas vermelhas" do

Sudeste Asiático.

Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%ADticas_ao_marxismo"

Page 2: CRITICA AO MARXISMO

5/10/2018 CRITICA AO MARXISMO - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/critica-ao-marxismo 2/5

 

A Escola de Frankfurt, ascensão e queda da Teoria Crítica

O pensamento alemão, seja qual for a tonalidade ideológica queassumiu, dominou grande parte do cenário intelectual ocidental entre1850 e 1950, período que correspondeu a formação do modernoestado germânico (II Reich – República de Weimar – III Reich) e suatransformação numa das potências mundiais, até que duas guerrasmundiais o destruíram.Nestes cem anos, filósofos críticos e contestadores como Marx eNietzsche tiveram enorme ascendência sobre as ciências sociais esobre as ideologias e partidos que se formaram. Última representantedaquela fase áurea do espírito alemão, a Escola de Frankfurt, fundadaem 1924, foi a presença derradeira que se irradiou por campos atéentão não explorados pelo crivo da crítica no sentido de estudar os

tormentos da vida moderna.Uma cronologia da filosofia alemãNuma classificação livre, puramente cronológica, poderíamosidentificar, a partir do final do século XVIII, cinco momentos nahistória do moderno pensamento alemão: o primeiro deles foi odominado pelo "idealismo clássico", que teve em Kant, Herder,Fichte, Schelling, Hegel e Schopenhauer, independentemente dassuas divergências ou aproximações, seus principais expoentes, e quese estendeu mais ou menos até 1860.

O segundo, foi basicamente um pensamento no exílio, cuja cabeçaprincipal foi a de Karl Marx, secundado por seu companheiro FriedrichEngels, expoentes do materialismo filosófico, sendo que as datas de1850 a 1880 assinalam o período dos seus trabalhos maissignificativos. O terceiro foi aquele ocupado inteiramente porNietzsche, cuja ressonância maior deu-se após sua morte, ocorridaem 1900. Seguiu-se-lhes então, já no século XX, um quarto momentocaracterizado pelo ecletismo e que lançou sua influência sobre amaior parte do pensamento filosófico contemporâneo. Tratou-se da

época dos três H's, formada por J. E. Husserl na fenomenologia, N.Hartmann na ontologia e por M. Heidegger no existencialismo.Os começos da Escola de FrankfurtNum quinto momento, mais ou menos simultaneamente com oanterior, estruturou-se a Frankfurt Schule, a Escola de Frankfurt , soba liderança de Félix Weil, Max Horkheimer, Theodor Adorno e HerbertMarcuse, tendo ainda como "companheiro de viagem", um tantodistante deles, o filósofo Ernst Bloch e o psicólogo social ErichFromm, cuja importância revelou-se mais tarde durante o exílioamericano deles. A "Escola" denominada oficialmente como Institutsfur Sozialforschun ,Instituto de Pesquisa Social, (*), foi fundada noauditório da Universidade de Frankfurt em 22 de junho de 1924,

Page 3: CRITICA AO MARXISMO

5/10/2018 CRITICA AO MARXISMO - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/critica-ao-marxismo 3/5

 

como resultante de um encontro preliminar – na verdade umseminário denominado de Erste Marxistische Arbeitswoche - ocorridonum hotel em Ilmenau, na Turíngia, numa época de inflaçãogalopante e de tumultos políticos espalhados por grande parte daAlemanha. Além de Weil, estiveram presentes Friedrich Pollock,Georgy Luckás, Karl Wittfogel, Karl Korsh e Victor Sorge.Poucos grêmios de intelectuais tiveram uma vida tão acidentada mastambém tão rica e diversa como a dos seus integrantes. O destino osfez ser testemunhas das grandes transformações que a PrimeiraGuerra Mundial, e as agitações e revoluções que se seguiram,provocou na sociedade européia em geral. (*) Na verdade adenominação original da Escola era mais abrangente: Institut fürForschungen über die Geschichte des Sozialismus und derArbeiterbewegung, über Wirtschaftsgeschichte und Geschichte und

Kritik der politischen Ökonomie. Quanto a ela merecer a designaçãode escola constata-se a existência de alguns sinais essencias que aconfirmam, tais como a existência de um quadro instituicionalrepresentado pelo Instituto; a presença de um mestre-de-pensamento carísmático na figura de Horkheimer e depois Adorno;um manifesto ou programa de ação apresentado por Horkheimer noseu discurso inaugural de 1931, a afirmação de um "novo paradigma"representado pela fusão do materialismo histórico com a psicanálise,além da abertura a outros pensadores como Schopenahauer e

Nietzsche, que terminou sendo apresentada como Teoria Crítica, e aexistência de uma revista períodica que abrigava os ensaiso dosintergantes e colaboradores (Rolf Wiggershaus – A Escola de

Frankfurt , 2002, p.34).Os quadros da Escola, por igual, foram contemporâneos da primeiratentativa de implantação de uma sociedade democrática naAlemanha: a República de Weimar (1918-1933), num cenáriointernacional turbulento e extremamente agitado provocado pelaeclosão da Revolução Russa de 1917, pela ditadura bolchevique e

pelo surgimento do fascismo. E, entre perplexos e atemorizados,assistiram a assombrosa e rápida nazificação do país, sendo que porisso forçados a ter que abandonar o país em 1933. Cumpriram então,a contra gosto, um roteiro de ciganos, partindo para Genebra, Paris,México, ou para várias cidades dos Estados Unidos, tão afastadasuma da outra como Nova York de Los Angeles. Os que, mais tarde,retornaram para a terra natal, como foi o caso de Horkheimer,Adorno e Pollock, só o fizeram depois de vinte anos de exílio, quando,talvez, amargurados com as teorias e idéias que esposavam antes,terminaram por renegá-las, como se deu com Horkheimer.A origem do Instituto foi estranha. Félix Weil, um jovem intelectualde apenas 25 anos - a quem um biógrafo denominou de "milionário,

Page 4: CRITICA AO MARXISMO

5/10/2018 CRITICA AO MARXISMO - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/critica-ao-marxismo 4/5

 

agitador e doutorando" - conseguiu convencer seu pai Herman Weil,um negociante judeu muito rico que fizera fortuna na Argentina, atornar-se um mecenas a fim de financiar as obras e amparar opessoal da instituição de cunho marxista que idealizou. Ela seria umaespécie de anexo da Universidade de Frankfurt ligado, todavia, aoMinistério da Educação e Cultura da Prússia. Mesmo assim tinhagarantias de total autonomia.Além de ter um prédio próprio, oInstituto receberia uma dotação anual de 120 mil marcos dos fundosde Herman Weil. A inspiração mais próxima para sua abertura veio-lhes da existência do Instituto Marx-Engels de Moscou que havia sidofundado por D. Riazanov na União Soviética, em 1920. Umatestemunha da época, assegurou que a intenção de Félix Weil comseus instituto de estudos marxistas era entrega-lo mais tarde a umEstado Soviético implantado algum dia futuro na Alemanha.

As circunstancias históricas em que a escola surgiu lembraram umtanto as que influenciaram o idealismo alemão dos séculos XVIII eXIX, que também fori contemporâneo de revoluções. Se Kant e Hegelviveram na época de Robespierre e Napoleão, os "frankfurtianos" oforam de Lenin e Stalin. E, de uma maneira tipicamente alemã,regiram aos acontecimentos espetaculares que explodiram ao redordeles por meio da elucubração teórica, da busca incessante demodelos teóricos de origem multidisciplinar mesclados com trabalhosde campo que lhes permitissem entender o que estava ocorrendo.

Foram inúmeros os intelectuais alemães que, entre as décadas detrinta e cinqüenta, giraram como cometas ao redor dos seusdiretores. Primeiro em torno de Horkheimer e a seguir de Adorno. Deuns 30 ou 40, mais de 10 deles deixaram significativa contribuição àciência social e ao mundo da cultura em geral.O viés esquerdista deles não lhes empanou as pesquisas, visto que,não estavam atrelados a nenhum dogma partidário. O vigor críticoque eram possuídos em nenhum momento se transformou em pulsãorevolucionária, pois a própria preocupação da Escola em voltar-se

para o estudo e a publicação já revelava em si já descartava apossibilidade de uma transformação radical, de massas, na sociedadealemã do após-Primeira Guerra Mundial.A percepção dessa incapacidade revolucionaria – da profunda criseem que marxismo alemão atravessava, detectada por Horkheimer -

 já se encontrou manifesta na própria aula inaugural do Institutopronunciada pelo seu primeiro diretor, Carl Grünberg, um veteranohistoriador do socialismo, que, apesar de se confessar "adepto domarxismo", assegurou que esse deveria ser compreendido "não numsentido partidário, mas estritamente num sentido cientifico" (Festredegehalten, 22 de junho de 1924).

Page 5: CRITICA AO MARXISMO

5/10/2018 CRITICA AO MARXISMO - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/critica-ao-marxismo 5/5