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8/19/2019 Critica.atual.a.michels.M.S.braga
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REVISTA DE SOCIOLOGIA E PO
RESUMO
DEMOCRACIA E ORG NOS PARTIDOS POREVISITANDO OS MICROFUNDA
Maria do Socorro Sou
O objetivo deste artigo é resgatar os pressupostos da tese
organizacional dos partidos políticos marcada por duas tend
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clássico particularmente a respeito do Partido
Social-Democrata Alemão (SPD)2, embora suatese mais geral se referisse aos organismos sociaisde ins-piração nitidamente democrática,exemplificados tanto pelo Estado quanto pelossindicatos e outras formas associativas.
Para Michels, o SPD era o exemplo do partidode massa moderno mais complexo, que, emboraconcebido como instrumento privilegiado do
desenvolvimento da democracia política, tornara-se inevitavelmente uma organização oligárquica.Para inferir sua tese, Michels vai investigar todo o processo e as causas que teriam determinado essa
alcançar um mínimo
por um lado, essesnecessidade estratégic político, por outro lalimitações enquanto oIsso é o que podemseguir, quando Miche para o surgimento deum partido políticodirigentes sobre a esA principal causa ddemocráticos é encontécnica das liderançaem consequência da d
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como uma concentração de poder ilegítimo nas
mãos de uma elite entrincheirada [...] que lançamão de seu poder organizacional para impedir qualquer oposição interna à sua autoridade. ParaMichels, nos termos originais da lei férrea daoligarquia, o problema da ilegitimidade do poder éo uso da organização pelos seus líderes de formaa buscar objetivos novos, rejeitados pelos demais; já para Leach, mais importante do que a redefiniçãodos fins da organização pelos dirigentes é comose estabelece o poder (ou a influência) deles.Considerando isto, os tipos de ilegitimidade do poder seriam três: (1) a ilegitimidade das pessoas,que exercem o poder mas não teriam recebido
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as técnicas mobilizadas pelos líderes para manter
seu domínio sobre as áreas vitais de um partido,entre as quais estariam a manipulação de suasfinanças, o controle sobre a imprensa partidária, autilização de uma base de poder extrapartidária(como previsto por membros do poder Legislativo)e a “tática de renúncia”.
Nessas condições, a democracia nos grandes partidos políticos, segundo Michels, não teria
chances de prevalecer, pois a vida partidária seriadominada pelo antagonismo permanente entre duasgrandes tendências: a ininterrupta concentraçãode poderes no aparato organizacional pela elite
polí tica di rigente
organização partidcontribuiria para iss poder centralizadorrepousaria sobre osEstado: autoridade e um governo em minia para sua existência nário.
Outro problema dirigida segundo primudança dos fins oriarregimentar o ma
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É no contexto do pós-guerra, período de
florescimento da teoria democrática pluralista,especialmente nos Estados Unidos, e da teoria dodesenvolvimento político, em várias regiões doglobo, que surgem as críticas mais contundentesà “lei férrea da oligarquia”. Essas críticas foramdirecionadas a questões tanto metodológicas da pesquisa empírica quanto às unidades conceituaisfundamentais à sua tese principal. Devido aosobjetivos específicos deste artigo, nós vamosfocar este estudo no segundo bloco de inquie-tações: as imprecisões conceituais.
De acordo com Hands (1971), um dos
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saber o que é uma organização para identificarmos
qual é a intenção dela em manter a especializaçãode funções e as pessoas que realizam essa intenção.Para ele, seguindo Weber, é preciso identificar qualé a especialização própria da organização analisadae qual a persistência ou continuidade no tempo dessacaraterística. Esse aspecto ainda permitiria verificar que algumas organizações são de curta duração.Cassinelli chega ao seguinte conceito deorganização, visando a superar essa deficiência dotrabalho de Michels: “Uma organização é um grupode atividades humanas ordenadas por um sistemade funções especializadas; um subgrupo dessasatividades tem como objetivo a manutenção dessa
organização caracteri
das atividades que a cque têm o maior grauchamadas de ativi‘executiva’), estão lidas atividades organi
De acordo com Cadefinição é a de liberdque não significa qu
completamente as açmembros da organizabordagem estruturaatividades serão sem
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concessões políticas com o propósito de absorver
novos membros. Nessa condições, segundoMidding, o controle oligárquico, conforme defendeMichels, seria muito difícil de ser alcançado.
Se, por sua vez, o partido permanecer mais preocupado com a manutenção da homogeneidadesocial, pureza doutrinária ou seletividade demembros, ele seria menos adaptável àqueleambiente competitivo e, em consequência, o
controle oligárquico teria maior probabilidade dese estabelecer. Em outras palavras, para Midding,determinadas características dos partidos, comovoluntariedade associativa e a busca do poder nas
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constrangimento poderoso sobre a elite dirigente,
podendo ser forçada a abandonar propostas por não contarem com o apoio da coletividade.
A segunda pressuposição de Michels discutida por Midding refere-se à noção de que, pelo fatode os seguidores não poderem iniciar alternativasde políticas específicas e decidir sobre elas, nãoexerceriam qualquer controle ou influênciasignificativos sobre a tomada de decisão. Para
Midding, o mais correto seria afirmar que a tarefade exercer o controle acabaria sendo mais difícil,embora não fosse impossível. Isso porque ele pressupõe que as escolhas políticas dos membros
processo decisório
diversificada, explica, para um processo de vários níveis no interioentre grupos de líderesou ainda entre líderes
As indicações de buscadas, particularmseja, em instituições
também no padrãcomissões e subcom processos de negociadesacordos políticos
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Consequentemente, para efeito da compreensão
da tomada de decisão, o partido seria composto por uma classe dirigente compacta que enfrentariauma massa homogênea de seguidores. Middingquestiona essa ênfase sobre a divisão entre oslíderes e liderados porque ignoraria o conteúdodas decisões e dos pontos de vista políticos. Mascomo vimos anteriormente, isso não incomodaMichels, cujos pressupostos normativos e cujasteorias de classe simplesmente ignoram outrosaspectos de diferenciação social. Assim, todas asoutras formas de diferenciação funcional (como, por exemplo, representantes parlamentares,sindicalistas burocracia do partido) são
para a
váriasos líd polí ticseguid bem saceitados lídMiddiisso tede pesde qudeferêquem
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elaborada por Blau (1964), Panebianco definiu o
poder como sendo relacional , assimétrico masrecíproco. Em outras palavras, o poder manifestar-se-ia numa relação de troca desigual, em que umator ganha mais do que o outro, contudo, o poder nunca é absoluto, mas é limitado pela próprianatureza da interação. Em contrate com a tese deMichels da “lei férrea da oligarquia”, portanto,Panebianco defende que a relação de poder entreos dirigentes e a coletividade deve ser concebidacomo uma relação de troca desigual, na qual osdirigentes ganham mais que os seguidores,contudo devem dar algo em troca. A eficáciadessas trocas por sua vez depende do grau de
qual a institucionaliz
substituição dos sobrevivência da orgno entanto, nas orgahaveria um processomeio dos quais os adaptados às exigorganizativas. Essfundamentais partransformações ocorrcomo o SPD alemãSegundo Panebiancodesses partidos a reformista e a lingu
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a seleção dos candidatos aos cargos públicos
eletivos.IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na tentat iva de compreender a naturezacomplexa das relações de poder dentro dos partidos polí ticos de sua época, Michels, emSociologia dos partidos políticos, formulou umadas teses clássicas que vem desde então motivandoimportante debate sobre os problemas enfrentados
pelas organizações representativas no que tange,especialmente, a como o poder é distribuído noseu interior, como se reproduz, como se modificamessas relações de poder e com quais conseqüências
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férrea polí ti preocuAlém
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as implicações dessa evolução para o sistema
político, também deve ser notado que a suainterpretação da relação entre a liderança políticae a democracia é muito otimista. Sendo assim,enquanto para Ostrogorski e Michels a ausênciade democracia interna nos partidos minaria todoo sistema democrático, na análise weberiana, umaliderança forte e responsável politicamente seriauma necessidade para o bom funcionamento dademocracia. Isto seria assim porque, a menos queo partido fosse controlado por uma forte liderança polí tica, a burocracia poderia, em virtude daeficiência de sua organização, facilmente obter uma posição política predominante e se tornar o
democracia é, ela
ninguém nunca pcontinuando as invincessantemente paranão deixaremos de fecundo pela democ241).
Contudo, a maioreconhece que as in
contexto de democ passasse a predominintermediário necesEstado, tornar-se-
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MEDDING, P. Y. 1970. A Framework for the
Analysis of Power in Political Parties. Political Studies, Malden, v. 18, n. 1, p. 1-17, Mar.
OFFE, C. 1984. Problemas estruturais do Estadocapitalista. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
OSTROGORSKI, M. J. 1970. Democracy and the Organization of Political Parties. NewYork: Haskell.
PANEBIANCO, A. 2005. Pol itical Parties:Organization & Power. Cambridge (UK):Cambridge University.
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DEMOCRACY AND ORGANIZATION WITHIN POLITICAL PARMICRO-BASIS OF MICHELS’ WORK
Maria do Socorro Sousa Braga
My goal here is to return to the premises of Robert Michels’ thesis on the political parties, marked by two supposedly antagonistic tendencies: concentration of powers in the hands of an oligarchy, on the one hand, aon the part of other party members, on the other. I also look at how sch
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phenomenon tied to contemporary organizational perspe prognosis for democracy that emerges from his studies.
KEYWORDS: Robert Michels; Political Parties; Po Participation.
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LA DÉMOCRATIE ET L´ORGANISATION DANSANALYSE DES MICRO-FONDEMENTS DE MICHE
Maria do Socorro Sousa Braga
L´Objectif de cet article c´est de reprendre les présupprapport à la dynamique organisationnelle des partis politiquantagoniques : l´inclination à la concentration de pouvoirs et, de l´autre, l´aspiration des autres membres du parti poc´est celui de vérifier comment les spécialistes du phéorganisationnelle contemporaine ont évalué la validité de
de cet auteur sur la démocratie dans ses études.
MOTS-CLÉS: Robert Michels; partis poli tiques ; participation.