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Cuidando da saúde e prevenindo doenças, com a ingestão de frutas,

verduras e legumes na alimentação diária.

Profª PDE Sandra Mara Siqueira

Orientadora Profª Drª da UTFPR Maria de Fátima Ribeiro Raia

Resumo

Os temas saúde, bem estar e prevenção, encontram-se em destaque na mídia,

fazem parte de programas da Organização Mundial de Saúde e estão presentes nas

políticas governamentais, com o objetivo de aumentar o consumo de frutas, verduras

e legumes na alimentação diária, para a manutenção da saúde e prevenção às

doenças. Partindo dessas constatações, é proposto nesse projeto PDE, o estudo de

estratégias lúdicas, com a criação de propagandas e com pesquisas, que

possibilitem investigações, reflexões e mudanças nos hábitos alimentares dos

alunos e familiares, destacando que a ausência desses alimentos pode comprometer

o desenvolvimento integral do indivíduo. Ao concluir o projeto, percebe-se, que os

conhecimentos e reflexões, trouxeram pequenas mais significativas mudanças nas

escolhas e nos hábitos alimentares dos alunos e de seus familiares, tornando

hábitos alimentares inadequados em escolhas mais adequadas e nutritivas,

associando saúde, sua manutenção e bem estar, às escolhas da dieta alimentar em

prol a uma vida mais saudável.

Palavras chave: Hábitos Alimentares Saudáveis;Prevenção de Doenças; Saúde.

Introdução

Os meios de comunicação divulgam a importância de uma alimentação

saudável para o bom funcionamento do organismo e prevenção às doenças,

destacando os temas saúde e bem estar. Esses temas são também preocupação da

Organização Mundial da Saúde e fazem parte de políticas governamentais. Muito se

questiona sobre alimentação adequada e inadequada, e suas possíveis relações

com a saúde humana.

Quando se trata de evitar doenças é essencial que o organismo esteja em

bom funcionamento e isso ocorrerá a partir do momento em que as escolhas

alimentares realizadas forem mais conscientes, o que não é tarefa muito fácil, pois

essas escolhas geralmente não são conscientes ou analisadas do ponto do vista

saudável (MENDES, 2009).

Atualmente a mídia exerce grande influência nos hábitos alimentares das

crianças e adolescentes, que seduzidos pelo modismo do fast-food e alimentos

industrializados acabam optando por esses alimentos nada saudáveis, desprezando

ou desconhecendo a importância de alimentos nutricionais em seu cardápio e em

seu organismo (BOOG, 2003).

Esse artigo tem por objetivo destacar a importância de investigar as escolhas

alimentares dos alunos, propiciar conhecimentos sobre o valor nutricional dos

alimentos, bem como seus benefícios e consequências de sua carência para o bom

funcionamento do organismo, orientando na escolha de uma dieta alimentar

saudável, promovendo saúde, prevenção de doenças e bem estar futuro.

Dentro desse contexto, cabe a disciplina de Ciências intervir, promover a

reflexão a respeito de mudanças nos hábitos alimentares, com informações em

relação ao uso de frutas, verduras e legumes, no cardápio diário e de como essa

mudança, pode trazer benefícios, melhorar o funcionamento do organismo e

prevenir doenças, auxiliando na manutenção da saúde. Evitando assim, o

desenvolvimento de doenças, como anemia, obesidade, colesterol, diabete e outras,

que geralmente, são desenvolvidas em organismos com deficiências nutricionais.

Essas intervenções podem contribuir para uma formação qualitativa do ensino

aprendizagem desse cidadão (DCEs, 2008).

Por meio dessas informações, busca-se estimular o consumo de alimentos

com elevada qualidade nutricional, incorporando-os aos hábitos alimentares dos

alunos e de seus familiares, destacando a importância da alimentação saudável na

manutenção da saúde e bem estar (BIZZO; JORDÃO, 2009).

Partindo desses conhecimentos e reflexões, abordar o tema saúde, doenças

e prevenção, não é apenas uma forma de cumprir o conteúdo programático da

disciplina de Ciência, mas também aproximar o contexto social à sala de aula, pois,

ensinar Ciências atualmente é um grande desafio, porém ao aliar o conhecimento

científico, desenvolver a criatividade e estimular a reflexão do educando, a cerca de

assuntos significativos e contextualizados, pode se estar intervindo na dinâmica de

vida do aluno, bem como, provocando mudanças de hábitos e atitudes alimentares,

frente a uma reflexão desconhecida ou não analisada e a partir de então, contribuir

para um novo posicionamento pessoal, familiar e até de sua comunidade (DCEs,

2008).

Analisar as situações de escolhas alimentares, a partir de conhecimentos

científicos vinculados à vivência do educando, a vida moderna e a mídia/propaganda

de forma crítica e lúdica, poderá propiciar mudanças nos hábitos alimentares dos

educando e de seus familiares, proporcionando melhoria na qualidade de vida.

Partindo dessas possibilidades, o artigo do trabalho PDE, cujo titulo é

“Cuidando da saúde e prevenindo doenças com a ingestão de frutas, verduras e

legumes na alimentação diária”, tem a intenção de trazer conhecimentos e reflexões

a respeito de hábitos alimentares, destacando a importância de ingerir frutas,

verduras e legumes diariamente.

Segundo Mendes (2009), o não consumo desses alimentos pode provocar

deficiências nutricionais, resultado de uma dieta alimentar insuficiente ou

inadequada, que muitas vezes é estimulada por hábitos alimentares imediatistas, por

apelos da mídia/propagandas ou simplesmente por desconhecimento das

consequências que uma alimentação com baixo valor nutricional pode ocasionar ao

organismo doenças ou carências nutricionais, influenciar no desempenho,

desenvolvimento, funcionamento e diminuir as defesas baixando a imunidade.

A linha de estudo desenvolvida refere-se a encaminhamentos metodológicos

no ensino de Ciências, as atividades sugeridas, nesse trabalho são: pesquisas,

debates, observações, análises e criação de propagandas.

Nas diretrizes curriculares a pesquisa visa à construção do conhecimento, por

meio da interpretação, redação própria, organização de ideias e argumentação; o

trabalho em grupo propicia trocas de experiências, confronto de ideias, desenvolve o

espírito de equipe e atitude colaborativa; o lúdico permite a interação do educando

com o mundo, usando a imaginação, a exploração, curiosidade, entre outros, que

permitem uma interação significativa, entre o assunto abordado e a reestruturação

cognitiva. A observação do cotidiano e a apresentação do trabalho, também estão

presentes como parte da compreensão crítica do conteúdo pesquisado, explicitando

sua interpretação e compreensão do tema (DCEs, 2008, p.75- 77).

Ao usar essas ferramentas pretende-se somar e contribuir com o tema

abordado, que muitas vezes é negligenciado na prática pedagógica e/ou pouco

explorado nos livros didáticos, as metodologias utilizadas podem ser adequados a

outros temas e turmas, de acordo com a realidade escolar na qual se realizara a

intervenção pedagógica.

Desenvolvimento

São abordados três aspectos fundamentais para desenvolver o tema: Saúde e

Doença, Alimentação Moderna e Nutrição na Formação Educacional.

SAÚDE E DOENÇA

Atualmente muito se divulga sobre a importância de uma alimentação

saudável para o bom funcionamento do organismo e prevenção às doenças; uma

alimentação inadequada pode resultar em carências nutricionais, provocando

diversas doenças (BOOG, 2003).

Segundo a Revista Saúde Pública, pode-se afirmar que desde o início do

século XX a utilização de frutas, verduras e legumes (FVL) na alimentação diária é

primordial para a manutenção da saúde e prevenção às doenças. Essa constatação

faz parte de estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que no

início do século XXI, estimava que o consumo inadequado desses alimentos

estivesse entre os principais fatores de risco para a carga total global de doenças em

todo mundo (JAIME, 2009).

Esse estudo mostra que com 400 gramas desses alimentos, diariamente, o

que equivale a cinco porções, seria o suficiente para que o organismo obtivesse

fontes de micronutrientes, fibras e de outros componentes com propriedades

funcionais adequadas a uma dieta saudável e com poucas calorias, favorecendo a

manutenção do peso corporal e prevenção à saúde (GUIA ALIMENTAR, 2005).

Essas informações demonstram que uma alimentação rica em verduras,

legumes e frutas (FVL) desempenham um importante papel na resistência do

organismo às doenças e ao seu funcionamento adequado (KAMEL; KAMEL, 2003).

Segundo Philippi (2007), a alimentação está presente em todas as fases da

vida, iniciando no nascimento até a velhice e em cada fase sua finalidade é

específica, como crescimento, desenvolvimento, prevenção e manutenção da saúde,

mas uma alimentação insuficiente ou excessiva pode trazer prejuízos ao

desenvolvimento, crescimento, aprendizagem e à saúde, provocando doenças por

carências ou excessos nutricionais; esse desequilíbrio é consequência de uma dieta

inadequada e com baixo valor nutricional (PHILIPPI, 2007).

Torna-se então indispensável, para se ter boa saúde e prevenir às doenças, o

consumo diário e adequado de FVL, reduzindo os riscos de doenças crônicas não

transmissíveis e as deficiências nutricionais (MENDES, 2OO9).

Kamel e Kamel (2003, p.12-15), acrescentam que “a vida se mantém por

trocas constantes de substâncias e por transformações dessas em energia, e essas

são encontradas em uma dieta com vários nutrientes, entre eles as FVL, que

possuem alta concentração de fósforo, magnésio, cálcio, ferro, vitaminas entre

outros que são essenciais à saúde e à vida”.

Alimentação Moderna

A alimentação saudável, muitas vezes, é substituída por fast-food com muitas

frituras, sanduiches, refrigerantes, doces, biscoitos e salgadinhos. Caracterizando,

assim, uma alimentação inadequada e muito constante nos cardápios alimentares

atuais, podendo provocar como consequências, carências e deficiências nutricionais

ao organismo, causando baixa imunidade e resistência, tornando-o mais suscetível

às doenças e infecções (MENDES, 2009).

Para Boog (2003), as crianças e os adolescentes são presas fáceis para o

marketing das indústrias de alimentos, suas mensagens seduzem, convence, criam

desejos e substituem carências pessoais, influenciando na escolha dos alimentos e

na decisão de compra para o consumo.

Além da mídia, segundo Mendes (2009), a nova estrutura familiar e social,

aumenta o consumo de produtos industrializados, que atendem ao imediatismo,

economizam tempo de preparo, facilitam o consumo, suprem à necessidade

alimentar do momento, porém não fazem parte de uma dieta adequada e

balanceada. Ao contrário, a baixa qualidade desses alimentos refletem em

carências de vitaminas, sais minerais, entre outros nutrientes que podem vir a

ocasionar o desequilíbrio, que poderia ser evitado ou amenizado com uma dieta

alimentar composta de frutas, verduras e legumes, essenciais ao funcionamento

adequado do organismo (MENDES, 2009).

Considerando essas situações somadas aos problemas que elas trazem para

saúde das crianças e adolescentes, acrescenta-se a atividade física reduzida por

entretenimentos que requerem posturas estáticas, como videogames, computadores

e televisão, além de estímulos constantes por propagandas de alimentos

hipercalóricos associados a formas de lazer, beleza, sexualidade e aceitação nos

grupos, o resultado é no mínimo preocupante (BIZZO; JORDÃO, 2009).

Segundo Vasconcellos e Gewandsznajder (1993), os hábitos alimentares

errados surgem dá má educação, por falta de informações, crendices e

condicionamentos da mídia, que levam ao consumo de alimentos não pelo valor

nutricional e os benefícios à saúde, mas pela sedução e facilidade criada para vida

moderna.

Moura (2010) destaca que na revisão sistemática elaborada pelo Comitê de

Publicidade de Alimentos e Dieta de Crianças e Jovens do Instituto de Medicina dos

Estados Unidos, existem fortes evidências de que a propaganda televisiva influencia

as preferências, os pedidos de compra e as opiniões sobre alimentos e bebidas por

parte das crianças entre dois e onze anos. Há também evidências que o referido

recurso, num prazo curto de tempo, influencia o consumo semanal e até diário das

crianças, levando-as a preferir e pedir alimentos e bebidas com alto teor calórico e

baixo teor nutritivo. Além disso, esta revisão também encontrou fortes evidências de

que há associação estatística entre a exposição à propaganda televisiva e o

sobrepeso entre as crianças e adolescentes.

Nutrição na Formação Educacional

Frente a tal situação, Bizzo e Jordão (2009), acrescentam, “é necessário uma

nova alfabetização, a nutricional, que traga conhecimento e a compreensão de que

há opções alimentares, e que refletir sobre a natureza e a contribuição nutricional

dos alimentos, para o bem estar e a saúde, é essencial”. Salientam ainda, que essas

mudanças na escolha alimentar, pode ser o grande diferencial entre um organismo

saudável e um doente.

Para Barros e Paulino (2009), uma dieta alimentar adequada fornece

elementos necessários ao crescimento e manutenção do corpo que não é

necessariamente aquela que atende às preferências pessoais, o corpo precisa de

uma dieta saudável para continuar funcionando. O organismo não é capaz de

fabricar os nutrientes que necessita, ele precisa que seja ingerido, durante as

refeições, alimentos variados, pois não existe alimento que possua sozinho a

quantidade adequada de “combustível e matéria–prima” para garantir todas as

atividades de manutenção, construção, reconstrução, crescimento e

desenvolvimento do organismo. Quando se opta por hábitos alimentares saudáveis,

é necessário que se tome algumas atitudes, como reduzir a ingestão de doces,

frituras, lanches e refrigerantes, além de adicionar às refeições, um bom prato de

salada, frutas e suco, além de carnes magras e grelhadas, grãos e fibras.

É compreensível que diante de uma refeição se tenha o desejo de comer

apenas alimentos apreciados, no entanto, a saúde depende muito do que se come,

por isso é essencial que se conheça os tipos e quantidades de alimentos

necessários ao organismo (BIZZO; JORDÃO, 2009).

Apesar de não ser uma tarefa nada fácil, mudar de comportamento e de

hábitos é tarefa de cada pessoa. Essa mudança não esta em eliminar do cardápio

aquilo que mais gosta e sim em fazer escolhas mais saudáveis e responsáveis no

sentido de proteger o organismo e desenvolver hábitos alimentares que levem a uma

dieta alimentar mais adequada (WEIL, 1998).

Tendo esses conhecimentos e percebendo as dificuldades, cabe aos espaços

escolares interar, criar oportunidades, adquirir e treinar competências, além de

auxiliar e conscientizar na importância das escolhas alimentares, promover hábitos

saudáveis (PEREIRA; CARVALHO, 2006).

A nutrição faz parte do conteúdo estruturante, corpo humano e saúde, das

diretrizes curriculares, que objetivam integrar os sistemas e suas funções para a

manutenção de um organismo saudável. Aprofundar os estudos e reflexões sobre

esse tema, com métodos de aprendizagem mais significativos, possibilitará

mudanças de comportamento que diminuam os riscos de distúrbios alimentares

(DCEs, 2008).

Nesse contexto a disciplina de Ciências, amplia a visão do educando, a

respeito dos alimentos saudáveis, confrontando os hábitos, com as informações da

mídia e com o conhecimento científico, por meio do diálogo com o grupo de estudo,

para que ocorram debates, reflexões, trocas de informações e conclusões a respeito

dos estudos realizados (DCEs, 2008).

A realização de estudos em grupo, segundo Senge apud Bohm (2004) é um

momento muito importante, no processo ensino/aprendizagem, pois no que se refere

ao diálogo e ao aprendizado, destaca-se que o aprendizado coletivo é capaz de

obter significados sutis do fluxo do pensamento e possibilita a realização dos

potenciais da inteligência humana (SENGE, 2004).

Quando esse tema, alimentação e saúde, são estudados em grupo e tratados

do ponto de vista “lúdico”, apresentados em forma de propagandas, criando rótulos

nutricionais, para destacar as propriedades, os benefícios e as consequências

provocadas pela ausência desses alimentos no organismo, transforma-se o

ambiente escolar, em um ambiente propício e valioso para o desenvolvimento de

ações educativas, na área da nutrição e saúde (REBELLO, 2010).

Nesse sentido Mészáros (2007), propõe uma reflexão a respeito da

importância de utilizar diferentes metodologias, para valorizar a concepção de

ensino/aprendizagem, permitindo que professores e estudantes, promovam

transformações no meio pesquisado.

Ainda destacam a importância do trabalho em grupo e as diferentes

metodologias para facilitar o processo de ensino/ aprendizagem, tendo em vista o

desenvolvimento integral e a educação para promoção da saúde.

Tratando-se da dieta alimentar, muitas vezes, não se consome na alimentação

diária, os alimentos necessários ao organismo, por desconhecer seus benefícios e

consequências de sua carência, é necessário então, estimular uma discussão

crítica, sobre hábitos, escolhas alimentares, saúde e doenças (VASCONCELLOS;

GEWANDSZNAJDER, 1993).

De acordo com Ramos (2004), para que ocorra o processo de ensino

aprendizagem, contextualizar e fazer trocas é necessário, para analisar, discutir e

debater as pesquisas realizadas e as observações do que foi estudado, partindo

então à compreensão e apreensão do conhecimento adquirido com as intervenções

aplicadas.

No ato educacional, contextualizar, construir, reconstruir e apropriar, é

fundamental ao ensino/aprendizagem e quando o educando perceber que suas

escolhas alimentares “nem sempre são conscientes, nem sempre são suas, e nem

sempre levam em conta o bom funcionamento do organismo e a saúde”, é a

apropriação do conhecimento proposto (DCEs, 2008).

A metodologia diversificada, a pluralidade de recursos, linguagens e tarefas

são fundamentais para que os alunos desenvolvam suas competências e sua

compreensão a cerca dos estudos realizados (PEREIRA; CARVALHO, 2006).

Segundo Anastasiou (2004), “a metodologia, longe de ser um prescritivo de

modelos de ação docentes e discentes, torna-se vivência planejada, discutida,

acompanhada e alterada [...] torna-se referência de uma possibilidade de ação”.

Essas considerações referenda o artigo exposto, que tem a contextualização,

a pesquisa e a metodologia diversificada, como norteadores do estudo da

alimentação saudável e sua importância para a manutenção da saúde, possibilitando

aos educadores um momento de reflexão, novas ideias e sugestões de como tornar

este tema mais significativo na vida do educando/cidadão e na possibilidade de

transformação do seu meio.

O trabalho metodológico desenvolvido leva em consideração as reflexões a

respeito das diversidades metodológicas, bem como, as orientações das diretrizes

curriculares do Estado do Paraná, no que diz respeito, à relação dos conteúdos

científicos com o cotidiano do estudante.

Destacam a pesquisa, o trabalho em grupo e o lúdico como formas de

atividades, que buscam influenciar favoravelmente na formação de hábitos

desejáveis, aprofundar as pesquisas, análises, discussões e reflexões a respeito dos

diferentes temas educacionais.

Os conteúdos estruturantes envolvidos no tema desse estudo são: matéria,

sistemas biológicos e energia; e os conteúdos básicos: constituição da matéria,

morfologia, fisiologia dos seres vivos e formas de energia; com enfoque em nutrição

e saúde.

Esses conteúdos são poucos discutidos e incentivados nos livros didáticos,

deixando uma lacuna na formação do aluno, no que diz respeito, à ingestão de

frutas, verduras e legumes em suas escolhas alimentares, há pouca relação com a

saúde, prevenção de doenças e a sensibilização sobre a importância da educação

nutricional e qualidade de vida. Justificando, assim, a existência desse estudo, para

provocar reflexões e ações que supram essa lacuna.

Resultados Obtidos

Os aspectos, saúde e doença, alimentação moderna e nutrição na formação

educacional foram abordadas de forma teórica/pesquisa e na prática com a

intervenção pedagógica, envolvendo 28 alunos e pais do 8º ano B, período da

manhã do Colégio Estadual Lincoln Setembrino Coimbra Ensino Médio e

Fundamental, em Araucária, na disciplina de Ciências, chegando as seguintes

constatações.

A falta de informação a respeito da relação entre saúde e doença com a

alimentação e esta com a ingestão de frutas, verduras e legumes (FVL), esta

presente em 57% dos alunos, que demonstraram surpresa ao conhecer esta relação

e os mesmos mostraram interesse, após obter essas informações, a repensar em

suas escolhas alimentares como prevenção às doenças.

Esses relatos confirmam a necessidade de uma abordagem mais abrangente

do conteúdo alimento e saúde, com foco na ingestão de FVL, sugerida nesse

estudo.

Observa-se também, que o papel da mídia foi percebido por 64% dos alunos,

como estímulo à alimentação inadequada, rica em gorduras e açucares, contribuindo

para o desenvolvimento da obesidade, colesterol, diabetes e outras doenças.

O apelo e a sedução utilizada nas propagandas foram percebidos por 57%

dos alunos, que admitem serem esses alimentos realmente muito gostosos, mas

pretendem diminuir seu consumo em busca de uma alimentação mais adequada e

equilibrada.

Nesse trabalho, a mídia teve um papel positivo, pois foi utilizada para

sensibilização, por meio de clipes, vídeos e palestras, usados no sentido de alertar,

com sons e imagens provocantes, á reflexão de hábitos alimentares e físicos,

destacando consequências, benefícios e malefícios da alimentação, relacionando à

manutenção da saúde e ao bem estar do organismo. Sendo que, 75% dos alunos

pontuaram que as imagens auxiliaram na compreensão e seriedade envolvidas nas

más escolhas alimentares.

Partindo das informações obtidas, percebe-se que retomar o tema nutrição na

formação educacional é um caminho viável, para se obter informações mais

abrangentes, reflexões e discussões, que orientem os educando e seus familiares

para novas possibilidades de escolha alimentar que visem não apenas saciar a fome

e sim, que promovam a manutenção da saúde e o bem estar do organismo.

Segundo o relato dos pais, 29% mudaram seus hábitos alimentares, 39%

acrescentaram em seu cardápio mais FVL, que deixaram de ser tão aversivas, 21%

acrescentam que as frutas são as mais aceitas na alimentação diária e 75%

acreditam que projetos sobre esse tema podem auxiliar em uma mudança nutritiva

nas escolhas alimentares de pais e filhos.

Faz-se importante destacar, que mais que um simples conteúdo da disciplina

de Ciências, abordar esse tema é uma possibilidade de trazer reflexões e

discussões aos alunos e seus familiares, em relação às escolhas alimentares,

auxiliando e orientando a desenvolver novos hábitos alimentares, a partir de

informações e autoanálises, que poderão fazer a diferença na qualidade de vida,

prevenção à saúde e manutenção do bom funcionamento do organismo.

Sabe-se que somente essa intervenção pedagógica não solucionará os

problemas da má alimentação, mas poderá ser o início de novas pesquisas,

sugestões e práticas, tornando esse tema mais abrangente nas escolas,

ultrapassando disciplinas e turmas, buscando estimular novas possibilidades

alimentares, destacando a importância da ingestão de frutas, verduras e legumes,

que de acordo com o Guia alimentar (2005), bastam 400 gramas desses alimentos,

diariamente cinco porções, para que o organismo obtenha fontes de micronutrientes,

fibras e outros componentes com propriedades funcionais adequadas a uma dieta

saudável e com poucas calorias, favorecendo a manutenção do peso corporal e

prevenção à saúde.

Nesse contexto esse artigo busca contribuir com reflexões, informações e

incentivos metodológicos às discussões com relação ao tema proposto.

Considerações Finais

Ao concluir esse artigo, constata-se que o processo de ensino aprendizagem

proposto viabilizou um significado mais amplo ao tema saúde, doença e prevenção;

oportunizando reflexões a respeito da influência da mídia nos hábitos alimentares, a

importância das escolhas dos alimentos, bem como, um repensar dessas escolhas a

partir de pesquisas que propiciaram uma maior compreensão do valor nutricional dos

alimentos, destacando a ingestão de frutas, verduras e legumes.

Durante o desenvolvimento do trabalho, os questionamentos, confrontos e

dúvidas em relação aos hábitos alimentares, as informações da mídia e o

conhecimento científico, ampliaram a visão do aluno; que por meio da pesquisa,

diálogo, debates, reflexões, trocas de informações e conclusões sobre o tema

proposto, passaram a questionar e repensar seus hábitos alimentares e a forma de

escolha dos alimentos.

No decorrer desse processo educativo, os alunos se mostraram mais

conscientes e se propuseram a fazer escolhas mais adequadas. Posicionaram-se,

nesse momento, como pesquisadores de abordagem científica e observadores do

seu dia a dia, generalizando conceitos, fazendo associações e relacionando o seu

conhecimento, com o conhecimento científico, dando assim um novo significado ao

seu aprendizado.

Percebe-se ao analisar os dados, que esses conhecimentos e reflexões,

trouxeram pequenas, mas significativas mudanças nas escolhas e nos hábitos

alimentares dos alunos e de seus familiares, que transformaram hábitos alimentares

inadequados em escolhas mais adequadas e nutritivas, associando saúde,

manutenção e bem estar do organismo às escolhas de uma dieta alimentar mais

saudável.

A intervenção metodológica utilizada visa estimular e aprofundar as

pesquisas, análises, discussões e reflexões sobre o tema, cabem aos colegas que

dela se apropriarão adaptar e direcionar de acordo com a realidade escolar na qual

se realizará a intervenção.

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