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Culto Ancestrais

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SANTO EB S

LEGISLAÇÃO

REZAS ANCESTRAIS CATIÇOS CARGOS

/HIERARQUIAS ROJETOS SOCIAIS

AGENDE SEUHORÁRIO

SAIBA SEU OD QUALIDADES DOSORIXÁS

LENDAS E MITOSDOS ORIXÁS

VEJA TAMB M

RTEO STUDIO DESING

O espírito de um antepassado pode ser invocado a fim de assumir aforma material, aparecendo sozinho e falando, trazendo bênçãos eorientações aos que assim desejam. Nessa forma recebem o nomede Egúngún – ―Mascarados‖.

Para preservar a sua condição de Ará Órun – ―habitante do Órun‖ - oespírito apresenta-se completamente envolvido numa vestimentadenominada agò, feita de panos de diversas cores; abalá – tirascoloridas; bànté e ópá – costurados em conjunto de tal forma que ocobre da cabeça aos pés, mas não ocultando as suas característicasfísicas principais. Daí o nome ―mascarado‖. Ele somente vê através de um buraco no tecido, à altura dos olhos ecoberto com uma rede denominada Kàfó, mas que esconde a suaidentidade. Ninguém, excepto algumas pessoas autorizadas – Òjè – pode chegar perto e tocá-lo. Na sua comunicação usa de uma vozardente e grossa, séègì e sempre em linguagem ritual devidamentetraduzida pelos Òjé, que se utilizam de uma vareta de madeiradenominada ìsan, extraída da árvore Àtórí ou das nervuras do Igiope, (dendezeiro).

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A palavra Egúngún significa, exactamente, mascarado, sendocostume usar a forma Egun, que significa: osso, esqueleto.No Brasil, o culto tem o seu sacerdote mais elevado, o Aláàpinri, queem terras yorubá, deve ser um homem monórquido, ou seja, comum só testículo. Esses Egúngún são relacionados com os orixás enas suas representações públicas, usam os símbolos dos própriosOrixás para evidenciar a sua identidade: Bàbá Agbóulá; Àjímúdá ou Yánsàn. A palavra Babá aí utilizada para definir os Egúngún revelauma forma respeitosa à ancestralidade, aí revivida através da suamanifestação.

Nos ritos religiosos do Candomblé, todas as vezes em que sereverenciam os Orixás uma parte das cerimónias é destinada aos

ancestrais da comunidade, nas dependências. São conhecidos comoÉsà e são representados pelos títulos que possuíam: Ésà Asika, ÉsàObitiko (Bámgbósé), Ésà Oburo (Oba Sàniyà), Ésà ajadi, Ésà Adiro,Ésà Akésan e Ésà Akáyodé.

EGUNGUN

O Egun é a morte que volta à terra em forma espiritual e visível aosolhos dos vivos. Ele "nasce" através de ritos que sua comunidadeelabora e pelas mãos dos ojé (sacerdotes) munidos de uminstrumento invocatório, um bastão chamado ixan, que, quandotocado na terra por três vezes e acompanhado de palavras e gestosrituais, faz com que a "morte se torne vida", e o Egungun ancestralindividualizado está de novo "vivo".

A aparição dos Eguns é cercada de total mistério, diferente do cultoaos Orixás , em que o transe acontece durante as cerimôniaspúblicas, perante olhares profanos, fiéis e iniciados.O Egungun simplesmente surge no salão, causando impacto visual eusando a surpresa como rito. Apresenta-se com uma forma corporalhumana totalmente recoberta por uma roupa de tirasmulticoloridas, que caem da parte superior da cabeça formandouma grande massa de panos, da qual não se vê nenhum vestígio doque é ou de quem está sob a roupa. Fala com uma voz guturalinumana, rouca, ou às vezes aguda, metálica e estridente —

característica de Egun , chamada de séégí ou sé , e que está

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relacionada com a voz do macaco marrom, chamado ijimerê naNigéria.

- Babá Egun ,sob vigilancia do Ojé ,aconselha um fiel prostrado àsua frente. -

As tradições religiosas dizem que sob a roupa está somente aenergia do ancestral; outras correntes já afirmam estar sob os panos algum mariwo (iniciado no culto deEgun) sob transemediúnico. Mas, contradizendo a lei do culto, os mariwo não podemcair em transe, de qualquer tipo que seja. Pelo sim ou pelonão, Egun está entre os vivos, e não se pode negar sua presença,energética ou mediúnica, pois as roupas ali estão e isto é Egun.

A roupa do Egun — chamada de eku na Nigéria ou opá na Bahia , ouo Egungunpropriamente dito, é altamente sacra ou sacrossanta e, por dogma, nenhum humano pode tocá-la. Todos os mariwo usamo ixan para controlar a "morte", ali representada pelos Eguns. Eles ea assistência não devem tocar-se, pois, como é dito nas falas populares dessas comunidades, a pessoa que for tocada por Egun setornará um assombrado", e o perigo a rondará. Ela então deverá passar por vários ritos de purificação para afastar os perigos dedoença ou, talvez, a própria morte.

Ora, o Egun é a materialização da morte sob as tiras de pano, e ocontato, ainda que um simples esbarrão nessas tiras, é prejudicial. E

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mesmo os mais qualificados sacerdotes — como os Ojé atokun, queinvocam, guiam e zelam por um ou mais Eguns — desempenhamtodas essas atribuições substituindo as mãos pelo ixan.

Os Egun-Agbá (ancião), também chamados de Babá-Egun (pai),são Eguns que já tiveram os seus ritos completos e permitem, porisso, que suas roupas sejam mais completas e suas vozes sejamliberadas para que eles possam conversar com os vivos.Os Apaaraká são Eguns ,ainda mudos e suas roupas são as maissimples: não têm tiras e parecem um quadro de pano com duastelas, uma na frente e outra atrás. EssesEguns ainda estão em processo de elaboração para alcançar o status de Babá; sãotraquinos e imprevisíveis, assustam e causam terror ao povo.

O eku dos Babá são divididos em três partes: o abalá, que é umaarmação quadrada ou redonda, como se fosse um chapéu que cobretotalmente a extremidade superior do Babá, e da qual caem váriastiras de pano coloridas, formando uma espécie de largas franjas aoseu redor; o kafô, uma túnica de mangas que acabam em luvas, e pernas que acabam igualmente em sapatos, do qual ,também caemmuitas tiras de pano da altura do tórax ; e o banté, que é uma largatira de pano especial presa aokafô e individualmente decorada eque identifica o Babá.

O banté, que foi previamente preparado e impregnadode axé (força, poder, energia transmissível e acumulável), é usado pelo Babá quando está falando e abençoando os fiéis. Ele o sacodena direção da pessoa e esta faz gestos com as mãos que simulam oato de pegar algo, no caso o axé, e incorporá-lo. Ao contrário dotoque na roupa, este ato é altamente benéfico. Na Nigéria, os Agbá- Egun portam o mesmo tipo de roupa, mas com alguns apetrechosadicionais: uns usam sobre o alabá máscaras esculpidas em madeira

chamadas de erê egungun ; outros, entre os alabá e o kafó, usam peles de animais; alguns Babá carregam na mão o opá iku e, àsvezes, o ixan. Nestes casos, a ira dos Babás é representada poresses instrumentos litúrgicos.

Existem várias qualificações de Egun, como Babá e Apaaraká,conforme seus ritos, e entre os Agbá, conforme suas roupas, paramentos e maneira de se comportarem. As classificações, emverdade, são extensas.

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O RITO

Nas festas de Egungun, em Itaparica, o salão público não tem janelas, e, logo após os fiéis entrarem, a porta principal é fechada esomente aberta no final da cerimônia, quando o dia já estáclareando. Os Eguns entram no salão através de uma portasecundária e exclusiva, único local de união com o mundo externo.

Os ancestrais são invocados e eles rondam os espaços físicos doterreiro. Váriosamuixan (iniciados que portam o ixan) funcionamcomo guardas espalhados pelo terreiro e nos seus limites, paraevitar que alguns Babá ou os perigosos Apaaraká que escapem aosolhos atentos dos Ojé saiam do espaço delimitado e invadam asredondezas não protegidas.

Os Eguns são invocados numa outra construção sacra, perto masseparada do grande salão, chamada de ilê awo (casa do segredo),na Bahia, e igbo igbalé (bosque da floresta), na Nigéria. O ilê awo édividido em uma ante-sala, onde somente os Ojépodem entrar, e

o lêsànyin ou balé, onde só os Ojé agbá entram.Balé é o local onde estão os idi-egungun, os assentamentos - estessão elementos litúrgicos que, associados, individualizam eidentificam o Egun ali cultuado -, e o ojubô-babá, que é um buracofeito diretamente na terra, rodeado por vários ixan, os quais, de pé,delimitam o local.

Nos ojubô são colocadas oferendas de alimentos e sacrifícios deanimais para o Egun a ser cultuado ou invocado. No ilê awo tambémestá o assentamento da divindade Oyána qualidade de Igbalé, ouseja, Oyá Igbalé - a única divindade feminina venerada e cultuada,simultaneamente, pelos adeptos e pelos próprios Egun.

No balé os Ojé atokun vão invocar o Egun escolhido diretamente noseu assentamento, e é neste local que o awo (segredo) - o poder eo axé de Egun — nasce através do conjunto Ojé-ixan / idi-ojubô. Aroupa é preenchida e Egun se torna visível aos olhos humanos.

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- Ojé e Amuixan ,atentos ,acompanham Babá Egun na suacaminhada. -

Após saírem do ilê awo, os Eguns são conduzidos pelos amuixan atéa porta secundária do salão, entrando no local onde os fiéis osesperam, causando espanto e admiração, pois eles ali chegaramlevados pelas vozes dos Ojé, pelo som dos amuixan, branindoos ixan pelo chão e aos gritos de saudação e repiques dos tamboresdosalabê (tocadores e cantadores de Egun). O clima é realmente perfeito.

O SALÃO E A FESTA

O espaço físico do salão é dividido entre sacro e profano. O sacro é a parte onde estão os tambores e seus alabês e várias cadeirasespeciais previamente preparadas e escolhidas, nas quais os Eguns,após dançarem e cantarem, descansam por alguns momentos nacompanhia de outros, sentados ou andando, mas sempre unidos, omaior tempo possível, com sua comunidade. Este é o objetivo principal do culto: unir os vivos com os mortos.

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Nesta parte sacra, mulheres não podem entrar nem tocar nascadeiras, pois o culto é totalmente restrito aos homens. Masexistem raras e privilegiadas mulheres que são exceção, como sefossem a própria Oyá; elas são geralmente iniciadas no cultodosOrixás e possuem simultaneamente oiê (posto e cargohierárquico) no culto de Egun — estas posições de grande relevânciacausam inveja à comunidade feminina de fiéis. São estas mulheresque zelam pelo culto, fora dos mistérios, confeccionando as roupas,mantendo a ordem no salão, respondendo a todos os cânticos ou puxando alguns especiais, que somente elas têm o direito de cantar para os Babá. Antes de iniciar os rituais para Egun, elas fazem umaroda para dançar e cantar em louvor aos Orixás; após esta saudaçãoelas permanecem sentadas junto com as outras mulheres. Elas

funcionam como elo de ligação entre os atokun e os Eguns aotransmitir suas mensagens aos fiéis. Elas conhecem todos os Babá,seu jeito e suas manias, e sabem como agradá-los.

Este espaço sagrado é o mundo do Egun nos momentos de encontrocom seus descendentes. A assistência está separada deste mundo pelos ixan que os amuixancolocam estrategicamente no chão,fazendo assim uma divisão simbólica e ritual dos espaços,separando a "morte" da "vida". É através do ixan que se evita ocontato com o Egun: ele respeita totalmente o preceito, é oinstrumento que o invoca e o controla. As vezes, os mariwo sãoobrigados a segurar o Egun com o ixan no seu peito, tal é a volúpiae a tendência natural de ele tentar ir ao encontro dos vivos, sendo preciso, vez ou outra, o próprio atokun ter de intervir rápida erispidamente, pois é o Ojé que por ele zela e o invoca, pelo qual eletem grande respeito.

O espaço profano é dividido em dois lados: à esquerda ficammulheres e crianças e à direita, os homens. Após Babá entrar no

salão, ele começa a cantar seus cânticos preferidos, porquecada Egun em vida pertencia a um determinado Orixá. Como diz areligião, toda pessoa tem seu próprio Orixá e esta característica émantida pelo Egun. Por exemplo: se alguém em vida pertenciaa Xangô, quando morto e vindo comoEgun, ele terá em suas vestesas características de Xangô, puxando pelas cores vermelha ebranca. Portará um oxê (machado de lâmina dupla), que é suainsígnia; pedirá aos alabês que toquem o alujá, que também é oritmo preferido de Xangô, e dançará ao som dos tambores e das palmas entusiastas e excitantemente marcadas pelos oiê femininos,que também responderão aos cânticos e exigirão a mesma

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animação das outras pessoas ali presentes.

Babá também dançará e cantará suas próprias músicas, após terlouvado a todos e ser bastante reverenciado. Ele conversará com osfiéis, falará em um possível iorubá arcaico e seu atokun funcionaracomo tradutor. Babá-Egun começará perguntando pelos seus fiéismais freqüentes, principalmente pelos oiê femininos; depois, pelosoutros e finalmente será apresentado às pessoas que ali chegaram pela primeira vez.Babá estará orientando, abençoando e punindo,se necessário, fazendo o papel de um verdadeiro pai, presente entreseus descendentes para aconselhá-los e protegê-los, mantendoassim a moral e a disciplina comum às suas comunidades,funcionando como verdadeiro mediador dos costumes e das

tradições religiosas e laicas.Finalizando a conversa com os fiéis e já tendo visto seusfilhos, Babá-Egun parte, a festa termina e a porta principal é aberta:o dia já amanheceu. Babá partiu, mas continuará protegendo eabençoando os que foram vê-lo.

Esta é uma breve descrição de Egungun, de uma festa e de suasociedade, não detalhada, mas o suficiente para um primeiro esimples contato com este importante lado da religião. E também para se compreender a morte e a vida através das ancestralidadecultuadas nessas comunidades de Itaparica, como um reflexo dasobrevivência direta, cultural e religiosa dos iorubanos da Nigéria.

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