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1 Algomais Saúde • AGO/SET/OUT/2015 Ano 1 | nº 05 | Ago/Set/Out R$ 9,50 Cura que vem da natureza Pesquisas comprovam o que nossas avós já sabiam: plantas medicinais são eficazes para tratar doenças

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1Algomais Saúde • Ago/Set/Out/2015

Ano 1 | nº 05 | Ago/Set/Out

R$ 9,50

Cura que vem da naturezaPesquisas comprovam o que nossas avós já sabiam: plantas

medicinais são eficazes para tratar doenças

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EDITORIAL

Expediente

Nesta terra tudo dá, até remédioQuando a sabedoria popular faz uma parceria com o conhecimento acadê-mico, o resultado pode ser muito proveitoso para todos. É o que observamos nas crescentes pesquisas científicas que comprovam a eficácia de plantas medicinais. São estudos que partem do saber de comunidades rurais, indíge-nas ou mesmo urbanas. Na reportagem de capa desta edição, o leitor vai conhecer o verdadeiro ar-senal terapêutico que pode ser cultivado nos jardins. Também verá algumas iniciativas que incentivam a população a usar a fitoterapia. As pessoas pas-sam a tratar doenças simples como uma gripe a um custo menor e ganham uma autonomia para cuidar de si próprias. E tem mais: como salientou Tiago Ribeiro, coordenador de políticas integra-tivas da Secretaria Municipal de Saúde, há todo um resgate afetivo quando usamos as plantas medicinais. Afinal, ele lembra, ninguém se recorda com carinho do anti-inflamatório que tomou para tratar uma doença, mas certa-mente não esquece daquela xícara quentinha de chá que nossa mãe nos deu quando estávamos doentes.A boa notícia é que em breve vamos ter fitoterápicos gratuitos a partir de uma iniciativa da Secretaria de Saúde. Veja detalhes na matéria de capa.E se você já foi alguma vez diagnosticado com virose não pode deixar de ler a matéria da página 16. O termo é muito usado por médicos para indicar um quadro infeccioso e tem causado muita irritação nos pacientes, que o consi-deram um diagnóstico impreciso. Mas os médicos explicam na reportagem porque eles recorrem à terminologia.A seção Bem-Estar traz a notícia de que os especialistas em Alzheimer come-çam a voltar suas atenções também para o familiar que cuida dos pacientes com a doença. É um parente que enfrenta um alto nível de estresse a ponto de adoecer. A matéria traz dicas de como aliviar a sobrecarga dessa situação.Também trazemos duas novidades nesta edição. Uma delas é a seção Pensan-do Bem Saúde que terá sempre um artigo de um especialista renomado. Neste número, o hepatologista Fábio Marinho aborda a gordura no fígado. Numa outra seção, Fala, Doutor, outro médico de competência reconhecida infor-mará novidades no tratamento de doenças. O endocrinologista Luiz Griz, comenta nesta edição, as inovações na terapia contra o diabetes.

Boa leitura!

DIRETORIA EXECUTIVASérgio Moury FernandesRicardo de AlmeidaLuciano Moura Francisco Cunha

REDAÇÃOFone: (81) 3327.3944/4348Fax: (81) [email protected]

EDITORA-GERALCláudia Santos

REPORTAGENSCamila Moura

EDITORIA DE ARTERivaldo NetoCaroline RochaHumberto Araújo

[email protected]: (81) 3126.8161

PUBLICIDADEEngenho de Mídia Comunicação Ltda.Fone/Fax: (81) [email protected]

Uma publicação da SMF- TGI EDITORA Av. Domingos Ferreira, 890, sala 805 Boa Viagem | 51110-050 | Recife/PE - Fone: (81) 3126.8181

Os artigos publicados são de inteira e única responsabilidade de seus respectivos autores, não refletindo obrigatoriamente a opinião da revista.

SUMÁRIO

Capa. Você pode cultivar uma verdadeira farmácia no seu jardim. Página 06

Gordura no fígado. Saiba como ela pode prejudicar sua saúde Página 11

É virose. Veja porque os médicos dão esse diagnóstico. Página 16

Cuidar do cuidador. Familiar que assiste parente com Alzhei-mer também requer atenção. Página 18

Diabetes. Conheça as novidades no tratamento. Página 22

EDIÇÃO 5

Cláudia Santos - Editora [email protected]

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Nesta terra tudo dá, até remédio

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CAPA

Uma farmácia no seu JARDIMTradição que vem dos nossos antepassados, uso de plantas medicinais tem eficácia comprovada por pesquisas científicas no tratamento de diversas doenças

Cláudia Santos

Se você pensa que aquele chá que sua avó lhe oferecia quando es-tava doente não traz benefícios para a saúde, é bom mudar de

ideia. Existem comprovações cientí-ficas dos efeitos positivos das plantas medicinais e dos remédios produzidos a partir delas, os fitoterápicos. A tradi-ção de nossos ancestrais de transfor-mar a flora numa verdadeira farmácia ganhou status de ciência. E não é só isso. Também virou política pública. O Ministério da Saúde (MS) vem incen-tivando a fitoterapia País afora a par-tir do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). E aqui, na Veneza Brasileira, a Secretaria de Saúde do Recife vai inaugurar no ano que vem um projeto de Farmácia Viva no Jardim Botânico para distri-buir plantas medicinais e fitoterápicos

aos pacientes da rede municipal. Pernambuco já teve um laboratório

semelhante. Foi o primeiro do Brasil per-tencente ao serviço público. Isso aconte-ceu lá pelos idos de 1983, em Olinda, tendo à frente a médica Evani Araújo, que hoje é professora do Curso de Farmácia da Facul-dade Pernambucana de Saúde (FPS). Uma série de fatores, porém, levou à suspensão

da iniciativa, que, no entanto, deixou se-mentes. A ponto de hoje já termos certa expertise para fazer um novo laboratório.

“Quando comecei, nos anos 80, a fi-toterapia era mal vista pelos colegas”, recorda-se Evani. “Mas a concepção foi evoluindo até que em 2006 veio a reso-lução do Ministério da Saúde oficiali-zando o uso no SUS da fitoterapia. Em seguida foi divulgada a Relação Nacio-nal de Plantas Medicinais de Interes-se ao SUS (Renisus)”, relata a médica. Nessa relação constam 71 plantas mui-to pesquisadas e que já têm segurança de uso. A intenção do MS é expandir a utilização delas tanto in natura quanto na forma de fitoterápicos.

Segundo dados de 2012 do Progra-ma de Melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica do MS, 970 municí-pios disponibilizam fitoterápicos em ao

Ministério da Saúde vem incentivando o uso de fitoterápicos

Brasil afora na rede de atenção básica

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menos um estabelecimento de saúde da atenção básica e 80 ofertam esses remé-dios no modelo de Farmácia Viva. A fi-toterapia também ganhou as farmácias comerciais. Basta dar uma olhada nas prateleiras das drogarias para perceber a quantidade e variedade desses medi-camentos que são vendidos.

Os que desejam saber como cultivar e usar essas plantas têm a oportunidade de participar de cursos gratuitos ofertados pelo Núcleo de Apoio às Práticas Integra-tivas (Napi), ligado à Secretaria de Saúde do Recife. O aluno aprende a fazer a for-mulação caseira mais adequada, seja um chá, um lambedor, ou até um xampu, a partir de vegetais muito comuns em jardins e quintais, como quebra-pedra, babosa e Melão-de-São-Caetano. Gente de todas as classes sociais frequentam as aulas, desde donas de casa, até profissio-nais da área de saúde que estão fazendo mestrado ou doutorado.

Evani é uma das professoras e asse-gura que a melhor alternativa para ad-quirir uma planta medicinal é fazer seu próprio cultivo. “Deve-se saber onde bus-car a planta, nem sempre os mercados públicos são a opção mais vantajosa. O melhor é cultivar em casa, mesmo sendo

num apartamento. Pode-se plantar até numa garrafa PET”, incentiva a médica.

Usar plantas medicinais requer um certo cuidado. Qualquer interferência ex-terna pode modificar sua eficácia, como a poluição. “E se não forem utilizadas logo depois da coleta, devem ser secadas”, orienta Elba Lúcia Amorim, professora associada e vice-chefe do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPE.

Elba, que também é conselheira do Conselho Regional de Farmácia, alerta, ainda, para a falsa ideia de que as plan-tas medicinais não provocam efeitos adversos. Portanto, esqueça aquele pen-samento de que tudo que é natural se não fizer bem, mal não faz. “Elas apre-sentam ações benéficas, mas não des-providas de efeitos colaterais”, adverte a farmacêutica. Quer ver um exemplo? O boldo é uma planta cuja eficácia contra a indigestão é conhecida por muita gen-te e teve seus efeitos benéficos compro-vados por pesquisas. Mas, em grande quantidade pode provocar câncer he-pático. Vale também um alerta especial para gestantes e bebês. Como ainda não existem estudos científicos que compro-vem que plantas medicinais não são tó-xicas para eles, grávidas e crianças mui-to pequenas não devem fazer uso delas.

Por todas essas razões, antes de recorrer à fitoterapia, o ideal é obter informações seguras de como se bene-ficiar de uma horta medicinal. Uma das maneiras, por exemplo, é participar dos cursos, como o do Napi. Maria Alci Me-deiros é uma das alunas que usufruiu dos conhecimentos das aulas. Ao sofrer

de infecção urinária, foi parar duas ve-zes na emergência. Ela se curou com o bom e velho chá de quebra-pedra. “Nun-ca mais tive nada”, comemora Alci.

Já os medicamentos fitoterápicos contêm o princípio ativo (substância que produz o efeito farmacológico) que foi extraído das plantas. Mas não pensem que por serem originados da natureza não passam por fiscalização. Assim como os remédios industrializa-dos, eles precisam do registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitá-ria), para serem comercializados. Esse registro é obtido a partir da confirma-ção de testes que comprovem sua eficá-cia terapêutica e a segurança quanto à toxicidade.

PESQUISAO Brasil – Pernambuco incluído – tem um potencial grande para expandir o uso de plantas medicinais e produzir uma quan-tidade diversificada de fitoterápicos. Afi-nal, nossa biodiversidade é imensa. Mas esbarramos nos obstáculos para realizar pesquisas que evidenciem o efeito desses medicamentos. “Desenvolver esses estu-dos é um investimento muito caro. Falta incentivo”, lamenta Evani.

Tratar-se, na verdade, de um pro-cesso que pode levar mais de 10 anos. Primeiro identifica-se a planta, a partir da classificação botânica internacional com nome em latim. Em seguida, estu-da-se como ela se apresenta durante o ano, colhendo mês a mês para verificar se sofre algum tipo de alteração. Em seguida vem uma série de testes pri-

Alfavaca (Ocimum gratissimum) - Utilizada principalmente na forma de inalação para tratamentos de sinusites ou como digestivo, contra vômitos.

ELBA AMORIM

Plantas medicinais têm ação benéfi ca, mas não são desprovidas de

efeitos colaterais"

Erva-lanceta (Solidago chilense) - Conhecida como arnica brasileira, e com ela se prepara um gel para uso local em caso de pancada e contusões.

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Mentrasto (Ageratum conyzoides) - Excelente cicatrizante e anti-infla-matório para uso tópico.

meiro em animais, depois em pessoas. Elba coordenou um estudo sobre os

efeitos de determinada planta no com-bate a infecções por fungos. Mas teve que paralisar a pesquisa na fase de tes-tes em animais porque não conseguiu financiamentos de R$ 50 mil para dar prosseguimento à investigação. A pro-fessora da UFPE não revelou nome do vegetal porque pretende patenteá-lo.

Um cuidado compreensível uma vez que a biopirataria é uma realida-de. “Pessoas de outros países pegam a informação com a população sobre o uso medicinal das plantas, produzem seu medicamento, visando o lucro, mas

não dão retorno às comunidades que detinham o conhecimento. A paten-te de um medicamento leva 20 anos”, confronta Evani. Segundo o Ministério da Saúde existe legislação para evitar a saída das plantas. “Mas é difícil a fiscali-zação, somos um país continental, com áreas de difícil acesso, os vegetais são exportados sem proteção”, afirma Elba.

Mas, estudiosos como ela não de-sistem das pesquisas. Hoje, Elba está à frente de um estudo de certa planta da caatinga de Altinho (cidade próxima a Caruaru) para observar seus efeitos como protetor solar. “Analisamos se o extrato dessa planta consegue filtrar a radiação ultravioleta. As pesquisas es-tão em andamento na fase de testes in vitro”, informa a professora.

Evani também realizou vários estu-

dos, mas agora optou por trabalhar com as plantas já pesquisadas e comprovada-mente eficazes no combate às doenças. “Meu trabalho visa repassar para os profissionais e população em geral os resultados de pesquisas sobre eficácia e segurança no uso das plantas".

Ressalte-se, porém, que os fitote-rápicos não são substitutos dos me-dicamentos industrializados, mas são complementares. Porém oferecem uma boa economia para o bolso do consumidor, principalmente quan-do o laboratório do Jardim Botânico estiver concluído já que serão ofer-tados gratuitamente. Economia que também pode ser usufruída se o tra-tamento for à base de plantas medici-nais cultivadas pelo próprio paciente. E você também pode se beneficiar. Basta transformar o seu jardim numa farmácia natural. Portanto, mão à obra, ou melhor à terra!

Conheça os termosFitoterapia – ciência que estuda a terapia com plantas medicinais

Planta medicinal – vegetal que tem uso tradicional pela população como remédio, sem comprovação científica.

Droga vegetal – planta medicinal ou partes dela que passaram por pro-cesso de secagem (como as que são vendidas nos mercados públicos)

Medicamento fitoterápico – remédio obtido quando a planta sofre um processamento para se transformar uma fórmula farmacêutica (comprimido, xarope, etc).

Manjericão (Ocimum basilicum) - Planta aromática usada na culiná-ria que tem ação digestiva e anti--inflamatória.

Espaço | Evani revela que se pode cultivar os vegetais até num apartamento

UMAOPERAÇÃO

DE SUCESSONO HOSPITAL

JAYMEDA FONTE.

VERTICAL_ANÚNCIO JAYME DA FONTE_28,5X26.pdf 1 07/08/2015 15:35:21

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UMAOPERAÇÃO

DE SUCESSONO HOSPITAL

JAYMEDA FONTE.

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A população do Recife contará , em breve, com uma Farmácia Viva, isto é, vai adquirir, gratuitamente, plantas medici-nais, drogas vegetais e medicamentos fitoterápicos na rede de atenção básica do município. O projeto é uma parceria da Secretaria Municipal de Saúde com a Secretaria Meio Ambiente, que cedeu o Jardim Botânico do Recife (JBR) para cul-tivar a horta medicinal. No JBR também será instalado um laboratório para a fa-bricação dos remédios.

“Resolvemos fazer essa parceria com o Jardim Botânico, que já tem a ex-pertise no manejo dessas plantas, alian-do à nossa capacidade técnica desenvol-vida no Núcleo de Práticas Integrativas (Napi) da Secretaria da Saúde”, explica o secretário de Saúde Jailson Correia. O núcleo a que o secretário se refere ofe-rece aos pacientes da rede municipal

Em breve, plantas e fitoterápicos gratuitos

atividades como tai chi chuan, bioener-gética, ioga, acupuntura, além de orien-tações relativa à fitoterapia seguindo um conceito de saúde integral.

E é a partir dessa experiência que a Farmácia Viva está sendo implanta-da. Não por acaso, quem participa da iniciativa é Tiago Ribeiro, coordenador do Napi. Ele explica que o projeto ven-ceu um edital do Ministério da Saúde, em 2014, e garantiu cerca de R$ 450 mil para estruturação do serviço e compra de equipamentos. “Como contraparti-da a Secretaria de Saúde terá que ban-car o investimento da construção da sede do laboratório”, acrescenta.

Mesmo com a retração da economia, Jailson Correia garante que as obras esta-rão concluídas no prazo estabelecido de 2016. “Estamos somando os esforços com a Secretaria de Meio Ambiente para a construção desse laboratório, indo atrás de novos recursos. Apesar do momento difícil, vamos manter a expectativa de tê--lo funcionando no ano que vem.”

Dez plantas medicinais serão cul-tivadas no Jardim Botânico: capim--santo, maracujá, aroeira da praia, ba-bosa, melão-de-são-caetano, chambá, alumã, boldo, hortelã graúda e colônia. Segundo Correia, o desenvolvimento do projeto está sendo realizado em sintonia com a prática dos recifenses.

“Nossa população ainda usa bastante as plantas medicinais”, constata.

E a população vai poder participar dessa iniciativa, não apenas adquirin-do produtos fitoterápicos, mas também participando de atividades no Jardim Botânico. “Vamos promover ações edu-cativas para a comunidade em geral e também para profissionais e estudantes da área de saúde”, acrescenta Ribeiro.

Esse contato com as pessoas, de acordo com Ribeiro, é importante por-que há uma demanda cada vez maior da fitoterapia, que oferece não ape-nas tratamento para as doenças, mas promove um resgate afetivo, de um conhecimento que foi transmitido por nossos antepassados. “É algo que está inerente na nossa cultura. Ninguém se recorda com afetividade do anti--inflamatório que tomou, mas nos lem-bramos com carinho daquela xícara quente de chá que nossa mãe nos deu quando estávamos doentes. ”

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Plano | Correia: projeto é feito em sintonia com a prática da população

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Horta | Ribeiro informa que dez es-pécies de plantas medicinais serão cultivadas no Jardim Botânico

Colaboração:

Elba Amorim - Farmacêutica Fone: (81) 2126-8511

Evani Araújo - MédicaFone: (81) 3035-7777

Jailson Correia - Secretário de SaúdeFone: (81) 3355-8000

Tiago Ribeiro - PsicólogoFone: (81) 3355-2810

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PENSANDO BEM - SAÚDE

O que você precisa saber sobre: gordura no fígado

Muito se tem falado sobre fígado gorduroso, e nós não estamos nem falan-do do famoso foie gras,

deliciosa iguaria da culinária sofisti-cada. Falamos sim do fígado gordo dos humanos, ou da famosa esteatose he-pática. Essa entidade tem sido assunto em várias especialidades médicas en-tre cardiologistas, endocrinologistas, gastroenterologistas e hepatologistas, além de rodas e redes sociais.

Essa doença não é nova, apenas foi mais estudada e divulgada nos últimos 20 anos. Trata-se na verdade de acú-mulo de triglicérides nas células hepá-ticas, os hepatócitos. Esse acúmulo está relacionado a vários fatores, dentre os quais sobrepeso e obesidade, aumen-to dos níveis séricos de triglicérides e colesterol, alterações da glicose ou diabetes mellitus, sedentarismo, erros alimentares, doenças hepáticas outras e consumo de álcool. Atualmente se dá ênfase às causas não relacionadas ao álcool, já que sabemos bem dos efeitos deletérios do álcool ao fígado. Chama--se, então, de esteatose não-alcoólica.

Então, o que pode ocorrer com o fígado se você estiver com gordura? Normalmente o fenômeno da estea-tose está relacionado muito de perto a aumento do risco de eventos cardio-vasculares, como infarto e acidentes vasculares. Quanto ao fígado em si, o risco é do desenvolvimento de cirrose – e lembro – independente do consu-mo do álcool. Se houver inflamação as-sociada à presença da gordura no fíga-do, esse risco é bastante mais elevado.

Então, ao logo do tempo, se não

* Fábio Marinho é médico hepatologista

houver cuidado com a esteatose po-derá ocorrer cirrose. Essa é a princi-pal mensagem que quero passar. Há uma cultura equivocada de que “todo mundo tem gordura no fígado”, e que isto seria normal e que estaria ligada a fatores de risco. Mas só que se precisa saber que um percentual desses pa-cientes irá evoluir negativamente, com inflamação e desenvolverá cirrose. A doença hepática gordurosa do fígado é hoje a segunda indicação de transplan-te de fígado nos Estados Unidos, logo depois da hepatite C crônica. O Brasil caminha para essas cifras.

Atualmente é frequente nos nossos consultórios, por exemplo, pacientes diabéticos de longa data com con-trole inadequado, que já chegam cirróticos e muitas vezes com com-plicações, como câncer de fígado ou ascite (água no abdome). Isso pode ocorrer com pacientes que também têm esteatose por outras causas, como obesidade, ou colesterol elevado. Você pode imaginar que muitas pessoas podem se enquadrar em pacientes de risco para cirrose hepática. Claro que nem todas as pessoas que têm esteatose te-rão cirrose. Por isso é necessá-ria uma avalia-ção de-talhada por pro-fissional capacita-do para

saber se aquela esteatose carrega em si o risco da cirrotização. De qualquer ma-neira o fato de haver esteatose merece no mínimo uma avaliação cardiológi-ca pelos riscos inerentes à condição. A investigação das causas da doença e do seu risco são fundamentais para guiar o tratamento.

O tratamento para essa condição é baseado essencialmente em mudanças de estilo de vida. Os medicamentos são utilizados para redução dos níveis alte-rados de glicose, colesterol, triglicérides entre outros agravos. Os remédios para a esteatose também funcionam para reduzir e cessar a inflamação,

podendo fazer com que a doença re-grida.

O mais importante nessa doen-ça é enten-der que é uma entida-de potencial-mente grave, mas que tem como ser tra-tada. Precisa--se que todas as pessoas que têm a esteatose hepática sejam bem avaliadas para se enten-der se “aquela” esteatose tem potencial de cirrotização.

Atualmente é frequente nos nossos consultórios, por exemplo, pacientes diabéticos de longa data com con-trole inadequado, que já chegam cirróticos e muitas vezes com com-plicações, como câncer de fígado ou ascite (água no abdome). Isso pode ocorrer com pacientes que também têm esteatose por outras causas, como obesidade, ou colesterol elevado. Você pode imaginar que muitas pessoas podem se enquadrar em pacientes de risco para cirrose hepática. Claro que

reduzir e cessar a inflamação, podendo fazer

com que a doença re-grida.

importante nessa doen-ça é enten-der que é uma entida-de potencial-mente grave, mas que tem como ser tra-tada. Precisa--se que todas as pessoas que têm a esteatose hepática sejam bem avaliadas para se enten-der se “aquela” esteatose tem potencial de cirrotização.

têm esteatose te-rão cirrose. Por isso é necessá-ria uma

talhada por pro-fissional capacita-do para

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12 Algomais Saúde • AGO/SET/OUT/2015

MITO OU VERDADE?

Usar boné com muita frequência faz cair o cabelo?

Verdade. O boné, segundo a dermatologista do Realder-ma (Hospital Português) Rossana Chagas, provoca um aumento da oleosidade dos fios devido à elevação da temperatura na cabeça. “O calor aumenta, e conse-quentemente, leva ao aparecimento da seborreia que pode ocasionar a queda dos cabelos”, alerta a médica. Rossana salienta ainda que existem alguns tipos de bonés que causam atrito e podem depilar o local no couro cabeludo. 

Comer e logo em seguida tomar banho de chuveiro, mar ou piscina faz mal à saúde?

Mito. O que ocorre é que após a refeição, a circulação sanguínea para região abdominal aumenta, com o intuito de auxiliar na digestão. O sangue é direcionado para o esôfago, estômago e intestino, que são os órgãos responsáveis pelo processamento dos alimentos e posterior absorção dos nutrientes obtidos com a dieta. Quanto mais farta for a refeição,

maior será a quantidade de sangue requerida para ser digerida. Temperaturas extremas, muito frias ou muito quentes, fazem com que a circula-ção seja desviada para a pele e extremidades a fim de estabilizar

a temperatura corporal e irrigar os músculos. Banhos de imersão (mar ou piscina) nessas condições de temperatura, por serem

mais prolongados, maximizam esses efeitos. Logo, há uma "competição" pelo sangue entre o trato gastrointestinal

e a pele/músculos, o que pode ocasionar sintomas de indigestão ou câimbras. “No entanto, exceto no caso de refeições fartas com banhos de imersão em tempera-turas extremas, se alimentar e tomar banhos de chu-veiro, mar ou piscina não faz mal à saúde, sobretudo porque as águas do nosso País tropical geralmente são mornas e confortáveis”, explica o gastroentero-

logista e endoscopista do Hospital Esperança Olinda, Gerson Brasil.

Comer e logo em seguida tomar banho de chuveiro, mar ou piscina faz mal à saúde?

Mito. O que ocorre é que após a refeição, a circulação sanguínea para região abdominal Mito. O que ocorre é que após a refeição, a circulação sanguínea para região abdominal aumenta, com o intuito de auxiliar na digestão. O sangue é direcionado para o esôfago, aumenta, com o intuito de auxiliar na digestão. O sangue é direcionado para o esôfago, estômago e intestino, que são os órgãos responsáveis pelo processamento dos alimentos estômago e intestino, que são os órgãos responsáveis pelo processamento dos alimentos e posterior absorção dos nutrientes obtidos com a dieta. Quanto mais farta for a refeição, e posterior absorção dos nutrientes obtidos com a dieta. Quanto mais farta for a refeição,

maior será a maior será a quantidade de sangue requerida para ser digerida. Temperaturas quantidade de sangue requerida para ser digerida. Temperaturas extremas, muito frias ou muito quentes, fazem com que a circula-extremas, muito frias ou muito quentes, fazem com que a circula-ção seja desviada para a pele e extremidades a fim de estabilizar ção seja desviada para a pele e extremidades a fim de estabilizar

a temperatura corporal e irrigar os músculos. Banhos de imersão a temperatura corporal e irrigar os músculos. Banhos de imersão (mar ou piscina) nessas condições de temperatura, por serem (mar ou piscina) nessas condições de temperatura, por serem

mais prolongados, maximizam esses efeitos. Logo, há uma mais prolongados, maximizam esses efeitos. Logo, há uma "competição" pelo sangue entre o trato gastrointestinal "competição" pelo sangue entre o trato gastrointestinal

e a pele/músculos, o que pode ocasionar sintomas de e a pele/músculos, o que pode ocasionar sintomas de

Gerson Brasil.Gerson Brasil.

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13Algomais Saúde • Ago/Set/Out/2015

Cirurgião e laringologista Jorge Pinho é um enófilo reconhecido

ALÉM DO CONSULTÓRIO

Entre Bacoe o bisturiChefe da Unidade de Cirurgia

Cabeça, Pescoço e Tireoide do Hospital Memorial São José, o médico Jorge Pinho é especia-

lista em laringologia. Mas seu principal objeto de estudo, a garganta, ganha ou-tra função aos finais de semana: a de apreciar os sabores dos mais variados vinhos. O interesse em conhecer mais profundamente a bebida de Baco começou há pelo menos 20 anos quando o cirur-gião levou um amigo em uma viagem aos Estados Unidos para tratar de um câncer. “Sempre saíamos para beber juntos, até que o médico disse que a única bebida que ele poderia tomar era vinho. Resolvi acompanhá-lo e comecei a estudar sobre o tema”, conta. Para dar início ao apren-dizado, o Dr. Jorge comprou o livro Tintos e Brancos, de Saul Galvão, e, desde então, já viajou o mundo para visitar as principais vinícolas.

Graças a sua dedicação, o médico se transformou em uma referência quando o assunto é vi-nho. “Sempre me consultam para saber qual comprar. Quando es-tou em um congresso, por exem-plo, pedem para que eu escolha o vinho”, revela. Com a intenção de compartilhar os conhecimen-tos e desmistificar a bebida, o cirurgião fundou, junto com um grupo de colegas, a Sociedade dos Amigos do Vinho em Pernambuco (SBAV-PE) em 1997. Mesmo

sem curso de especialização, o enófilo tem o gabarito necessário para minis-trar palestra. Esse dom de ensinar, de acordo com ele, é uma herança da me-dicina. “Nós, médicos, temos mania de dar aula, porque somos muito curiosos

e estamos sempre estudando.”Nas viagens, o vinho nunca sai do

roteiro do laringologista e já o fez conhe-cer as mais diversas regiões produtoras

como Provença e Bordeux, ambas na França, e Douro, em Portugal. A eno-gastronomia, por sua vez, também não pode ser esquecida nos passeios que faz com a esposa, a neurocirurgiã Débora. “O segredo é escolher vinhos produzidos

com a uva daquela localidade. Se eu estou na Borgonha, tenho que tomar Pinot Noir”, orienta.

Além do prazer da degusta-ção, o médico atribui, à bebida mi-lenar, o surgimento de novas ami-zades e a adega dele é prova disso. “Eu tenho na minha casa um vi-nho para cada amigo, porque o vi-nho não tem essa história de com-prar só pensando em mim. Eu compro para tomar com os ami-gos.” Jorge Pinho ainda formou com outros sete apaixonados pela bebida um grupo de Whatsapp, o Top Wine Group, no qual trocam fotos e informações quando estão viajando. Os integrantes também se revesam na função de anfitrião para receber os colegas e saborear a bebida.

Nomes como Château Mou-ton Rothschild e Nuits Saint Georges estão entre os preferi-dos do médico de 59 anos. Mas, segundo ele, vinho bom é aquele que respeita o orçamento de cada um. “Dizer que o melhor vinho é o Romanée-Conti, que é o mais

caro do mundo, é fácil. No entanto, não cabe no bolso de todos”, sentencia. O cirurgião ainda associa a qualidade do vinho a boas recordações.

união | Pinho divide o prazer do vinho com amigos

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14 Algomais Saúde • AGO/SET/OUT/2015

GOSTOSO & SAUDÁVEL*Sylvia Lobo é nutricionista da Prodieta. www.prodieta.com.br(81) 3241-5961

Quem tem criança em casa sabe o quanto é difícil conven-cer os pequenos a se alimentarem de forma saudável e deixar um pouco de lado salgadinhos, biscoitos e refrigerantes. O bom-bardeio da indústria alimentícia, que invade os supermercados associando sua marca a desenhos animados, além da influência dos colegas estão entre os principais vilões.

Já um dos principais aliados é a influência dos pais. É importante que o exemplo seja dado não só através do com-portamento à mesa, como também pela oferta abrangente de alimentos naturais e saudáveis dentro de casa. A ausência do pai e da mãe, que muitas vezes passam o dia fora e não acompanham a alimentação dos filhos, também pode pesar

na balança. É de extrema importância que os pais controlem os tipos de alimentos oferecidos e os horários das refeições.

Mesmo quem tem filhos saudáveis deve dar duro e des-de cedo impor uma alimentação nutritiva e com controle de gorduras e calorias. Isso previne doenças futuras, como obesidade, hipertensão e diabetes, levando-se em considera-ção que as crianças estão em fase de pleno desenvolvimento e crescimento dos ossos, músculos e órgãos, e por isso pre-cisam de mais nutrientes que os adultos. Nos primeiros 6 meses, a amamentação deve ser exclusiva, até os dois anos já devem ser introduzidos alimentos saudáveis e variados para a formação de hábitos corretos à mesa e assim por diante.

É importante ressaltar que não adianta forçar uma ali-mentação só com frutas e saladas. O cardápio tem que ser diferenciado para o paladar que a meninada estava acos-tumada, equilibrando os nutrientes. Pratos criativos, colo-ridos e divertidos ajudam na aceitação das crianças ao ali-mento. Pipoca, picolé, bolo e balas são permitidos sim, mas tudo com quantidade e hora certa, com menos gorduras e mais fibras. Os pais que quiserem uma forcinha para aju-dar a reeducar a alimentação dos filhos podem recorrer ao SPA Kids, indicada para a garotada de 8 a 16 anos. Através do programa, idealizado e oferecido pela clínica de nutri-ção Prodieta, é feito um atendimento e acompanhamento nutricional  para formar e incentivar hábitos alimentares saudáveis nas crianças.

Para já começar a incentivar novos hábitos alimentares, a coluna hoje traz uma receitinha de hambúrguer de bróco-lis. Confira!

ALIMENTAÇÃO INFANTIL

Preaqueça o forno em temperatura média (180°C). Unte e polvilhe uma assadeira média (33x23cm). Reserve. Em uma tigela média, junte os brócolis, a cebola, a clara, a aveia, a farinha de rosca, a maionese light e o sal. Misture. Enfarinhe as mãos com a farinha de rosca, coloque porções da mistura e modele pequenos hambúr-gueres. Coloque um ao lado do outro na assadeira reservada e leve ao forno por 10 minutos. Vire os hambúrgueres e deixe por mais 10 minutos ou até dourarem. Retire do forno, cubra cada um com uma fatia do queijo minas frescal light, coloque sobre ela outro hambúrguer e leve ao forno mais 5 minutos ou até derreter o queijo. Sirva em seguida. Se preferir, coloque 1 fatia de tomate sobre a de queijo, cubra com outro hambúrguer e leve ao forno.

HAMBÚRGUER DE BRÓCOLIS

1 maço médio de brócolis japonês cozido e picado (só as flores)1 cebola pequena picada1 clara2 colheres de sopa de aveia em flocos finos3 colheres de sopa de farinha de rosca1/2 xícara (chá) de maionese light1/2 colher (chá) de sal7 fatias de queijo minas frescal light

Para untar e polvilhar: margarina light e farinha de rosca

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16 Algomais Saúde • AGO/SET/OUT/2015

VIROSE, um diagnóstico vago?Saiba porque o médico usa essa terminologia e não informa com mais precisão o tipo de doença que acomete o paciente que tem febre, dor no corpo e fadiga

INFECTOLOGIA

Quem nunca saiu irritado de um consultório médico após receber um diagnóstico de virose, que atire o primeiro

comprimido de anti-inflamatório. A sensação é de que os médicos já não sabem mais detectar com precisão uma simples gripe. Mas a história não é bem assim. Não é tão fácil quanto se pensa descobrir com exatidão qual a doença que acomete o paciente. Isso porque vários tipos diferentes de viro-ses – como gripe, dengue, zika, resfria-do, mononucleose, entre outras – apre-sentam sintomas semelhantes, como febre, dor de cabeça, fadiga.

Mas, afinal, o que é virose? “É toda

infecção causada por vírus”, responde o infectologista Filipe Prohaska, do Hospital Português. Uma doença in-fecciosa também pode ser causada por outros tipos de micróbios - ou como dizem os especialistas micro-organis-mos - como como fungos e bactérias.

Mas, segundo Prohaska, cerca que 90% das pessoas atendidas nas emer-gências com infecção possuem sinto-mas clássicos provocados por vírus. As viroses, porém, compõem uma gama ampla de doenças, desde um resfriado, passando pela dengue, zika, até hepa-tites e Aids. Boa parte daquelas que acometem os pacientes, no entanto, é benigna, os sintomas desaparecem em

menos de uma semana.Além de apresentarem sintomas

semelhantes, as viroses são causadas por micro-organismos que muitas ve-zes são difíceis de serem detectados em exames. “Muitos vírus não alteram tanto o teste laboratorial”, explica o infectologista. Na Europa, de acordo com Prohaska, já existem exames que identificam de forma mais precisa 20 tipos diferentes de vírus. A má notícia, porém, é que custam cerca de R$ 4 mil. “O custo benefício não vale a pena. Essa é uma vertente para o futuro”, es-tima o médico.

Para algumas viroses, como a den-gue, já existem testes disponíveis no

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17Algomais Saúde • AGO/SET/OUT/2015

indicar um quadro mais grave. Caso a pessoa com virose sinta dor abdominal intensa, alteração de comportamento (ficar desorientada ou até agressiva), alterar o nível de consciência e ficar muito sonolenta, apresentar queda de pressão, desidratação, falta de ar, des-maios, começar a suar frio ou vomitar com muita frequência deve ser levada imediatamente para a emergência.

Mas na maioria das vezes as in-fecções virais que nos acometem não provocam grandes consequências e desaparecem depois de alguns dias. Durante a recuperação a dica funda-mental é manter o repouso.

E, agora, que você já sabe o quanto é difícil detectar um vírus, não precisa mais ficar irritado quando receber o diagnóstico de virose. Descanse, tome bastante água e tenha paciência que logo, logo o vírus vai embora.

FILIPE PROHASKA

Muitas vezes, o vírus não é detectável num exame laboratorial"

DANYLO PALMEIRA

Hidratar-se é fundamental para

evitar pressão baixa"

País. É a sorologia, obtida por meio do hemograma. Por isso, quando você vai à emergência com sintomas de infec-ção o médico, muitas vezes, solicita um exame de sangue. Nele são identifica-dos os anticorpos presentes no seu or-ganismo, que são uma espécie de exér-cito de defesa do nosso corpo capaz de combater os micro-organismos. Para cada tipo de vírus, existem anticorpos específicos para combatê-los.

A dengue, por exemplo, é diagnosti-cada pela presença de anticorpos cha-mados  IgM e IgG. Mais recentemente a virose também é detectada pela presen-ça de um antígeno – substância que pro-duz anticorpos – chamado NS1. Mesmo nesse caso, porém, o diagnóstico não é tão simples de ser feito. Se o resulta-do der negativo para a presença dessas substâncias não significa que a pessoa não esteja com a doença.

“Os anticorpos, muitas vezes, demo-ram a aparecer nos testes e só por volta do sétimo dia a contar do início da doen-ça, é que vão ser detectáveis”, esclarece Danylo Palmeira infectologista dos Hos-pitais Jayme da Fonte e Português. Resul-tado: a pessoa tem o vírus mas o exame não é capaz de identificá-lo.

Apesar dessas dificuldades, você pode ajudar o médico nessa difícil arte

de diagnosticar a virose, oferecendo o maior número de informações sobre os sintomas. Por isso, é fundamental a chamada anamnese, isto é o inter-rogatório que o especialista faz nas consultas com o paciente procurando detalhes para formar um diagnóstico. “Se alguém, por exemplo, reporta que está com tosse com secreção amare-lada e febre, ao invés de um resfriado ou gripe, podemos estar diante de uma infecção bacteriana, sendo necessário o uso de antibióticos”, deduz Palmeira.

Não se espante se o médico não prescrever um medicamento quando você estiver com virose, porque não existem remédios que eliminem a gran-de quantidade de vírus que provocam a infecções como gripes, resfriados, dengue, rotavírus, entre muitos outros. Mas não se preocupe: em alguns dias a infecção desaparece. “Costumo dizer que o curso da doença não vai mudar com, sem ou apesar do remédio. O pro-cedimento é usar medicamentos para aliviar os sintomas”, orienta Prohaska.

Assim, prescreve-se um analgési-co para dor, um antiemético para vô-mitos, antitérmicos para febre. Fique longe, porém, dos anti-inflamatórios se estiver com suspeita de dengue. “Nesse caso, pode provocar hemorra-gias”, alerta Danylo Palmeira. Nem pense também em tomar antibióticos. Eles só combatem bactérias.

ÁGUAÉ importante tomar muita água pois o corpo se desidrata quando sofre uma infecção. Isso acontece porque nos va-sos sanguíneos não há apenas sangue, mas água também. A febre provoca uma dilatação nos vasos expulsando essa água para outras partes do corpo. “Hidratar-se é fundamental para evi-tar queda da pressão arterial”, explica Palmeira, alertando que a hipotensão pode levar ao choque, um estado po-tencialmente letal para o organismo.

Crianças e idosos devem ter aten-ção especial quando são acometidos por infecção, porque não costumam tomar muita água. Cuidado redobrado tam-bém com pessoas com baixa resistência, como indivíduos em tratamento oncoló-gico, com Aids ou grávidas devido à fra-gilidade do seu sistema de defesa.

Também é muito importante estar atento aos sinais de alerta que podem

Colaboração:

Danylo Palmeira - InfectologistaFone: (81) 3416- 0000

Filipe Prohaska - Infectologista Fone: (81) 3416-1090

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18 Algomais Saúde • Ago/Set/Out/2015

CUIDADOR também precisa de cuidadosFamiliares responsáveis por assistir parente com Alzheimer enfrentam situações tão estressantes a ponto de comprometerem a sua saúde

Profissionais que atendem pes-soas com Alzheimer começam a voltar suas atenções também para o familiar que cuida des-

ses pacientes. A experiência nos con-sultórios, corroborada por pesquisas cientificas, mostram que os cuidado-res familiares vivenciam um nível de estresse tão elevado a ponto de, em muitos casos, afetar a sua saúde.

Foi o que constatou o estudo reali-zado pelo geriatra Alexandre de Mat-tos na Universidade de Pernambuco (UPE). De acordo com resultados da

da família. “Um profissional não passa pelo mesmo estresse do familiar, que está envolto com uma relação subjetiva e afetiva com o paciente”, ressalta o mé-dico e psicoterapeuta Dival Cantarelli.

O primeiro estresse é o próprio im-pacto do diagnóstico, já que a doença paulatinamente vai afetando a memó-ria e a capacidade de realizar tarefas ba-nais do cotidiano, como tomar banho. É como se a pessoa, aos poucos, deixasse de ser ela mesma e, como explica Can-tarelli, não mais representasse o mes-mo papel na trama familiar a que todos

pesquisa, o cuidador familiar de uma pessoa com Alzheimer tem três vezes mais chances de desenvolver depres-são e quatro vezes mais de ficar com ansiedade em comparação com cuida-dores de idosos que não têm a doença. “Existem estudos que mostram adoeci-mento não só psíquico como também aumento de infarto e AVC”, acrescenta Mattos, que é professor da UPE e geria-tra do Instituto de Medicina do Idoso.

Esse desgaste acontece independen-temente de haver ou não um cuidador profissional e da condição financeira

alerta | Pesquisas revelam que familiar pode sofrer de ansiedade, desenvolver depressão ou até ter um infarto

BEM-ESTAR

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19Algomais Saúde • Ago/Set/Out/2015

os parentes estavam acostumados.Foi o que aconteceu com a funcio-

nária pública, Maria Joene Pires, cuja mãe, Quitéria Carolina, hoje com 92 anos, tinha uma participação forte e ativa na família. “Lá em casa era um matriarcado”, resume Joene. Foi muito doloroso para ela e seus irmãos perce-

berem que a “matriarca” sempre muito “condutora” e presente na vida da casa e dos filhos estava com Alzheimer. “É como se ela começasse a desaparecer. Uma morte em vida”, lamenta. “No início, a gente demora a perceber os sintomas, o que, na verdade, é uma es-pécie de negação. Depois as coisas vão se esclarecendo, como num processo de decantação”, compara.

Um dos sintomas que causa mais estresse emocional é quando a pes-soa perde a memória a tal ponto que não reconhece os próprios parentes. “É uma situação delicada, o familiar poderá sentir como se não houvesse afeto”, analisa Cantarelli. Sofrimen-to vivenciado por Sheila de Almeida Leite, cuja mãe, já falecida, estava com Alzheimer. “Certa vez, ela ficou meio ausente e, de repente, não me reconhe-cia, ficou estranha, e eu fiquei louca, só chorava. Mas, graças a Deus, no caso dela esse esquecimento durou pouco tempo”, recorda-se.

Além das questões emocionais, há ainda as demandas de cuidar de uma pessoa que não consegue mais realizar ações simples, como trocar de roupa. Mas os sintomas que dão mais impac-to, de acordo com Mattos, são os com-portamentais. Muitos passam a noite acordados, pode haver agressividade e agitação. Também é comum pacientes perambularem pela rua, sem que os fa-miliares saibam, e se perderem.

“Quanto mais intensos e frequen-

tes os sintomas, maior o impacto na saúde do cuidador”, adverte o geria-tra. A doença é progressiva, apresenta muitas fases de mudanças de compor-tamento e o paciente vai piorando gra-dativamente. “Cada vez que ele muda é pior para o familiar que está cuidando dele”, salienta a geriatra Carla Núbia Nunes Borges.

SOLITÁRIONa maioria dos casos, alguém da fa-mília se coloca na função do cuidador, em geral filho ou cônjuge, e carrega sozinho toda a sobrecarga de cuidar do doente. Esse isolamento não acon-tece, muitas vezes, por simples aco-modação dos demais parentes. Alguns enfrentam uma limitação emocional diante da nova realidade. Uma mu-lher, por exemplo, que durante toda a vida conjugal sentia-se frágil e foi sempre cuidada pelo marido, pode ter dificuldades em perceber que seu forte protetor se encontra numa situação de vulnerabilidade.

Sheila, por exemplo, lembra que cuidou sozinha de sua mãe durante o perído de um ano e meio que ficou hospitalizada. “Não contei com nin-guém, apenas com cuidadoras a quem eu pagava. Meu irmão não conseguia ir ao hospital, pois não aguentava vê-la internada”.

O familiar que se dispõe a ser o cuidador tenta abarcar o atendimen-to de todas as demandas do parente

DIVAL CANTARELLI

Eles muitas vezes abrem mão dos projetos

profissionais, da interação social e da realização amorosa"

Cuide de si mesmo, você não conseguirá cuidar bem do seu familiar, se você estiver doente ou esgotado.

Confira os serviços de apoio em sua comunidade. Grupos como a Abraz mantêm uma rede para dar assistência e orientação a cuidadores.

Informe-se sobre o Alzheimer, é importante conhecer as fases da doença e se preparar.

Peça ajuda quando necessário e, mais importante, aceite ajuda. Cuide de sua própria saúde, fazendo consultas regulares com médicos, tendo

boa alimentação e praticando exercícios, que ajudam a diminuir o estresse. Dê valor ao seu cuidado. Faça uma lista de todas as coisas que você já

fez e vem fazendo pelo seu familiar com Alzheimer e consulte-a sempre.

Consulte um psicoterapeuta e obtenha ajuda, caso seu nível de estresse esteja alto ou se esteja se sentindo deprimido.

Se você é uma pessoa religiosa procure se aconselhar também com o

seu líder espiritual. Reserve um tempo na semana para lazer, como ir ao cinema, a um

show, jantar com amigos. E não esqueça de tirar férias. Isso é fundamental para recarregar as energias.

Se estiver havendo conflitos entre os demais familiares – o que é muito

comum – considere a consultoria de um terapeuta de família que ajudará na mediação.

Faça as pazes com o Alzheimer. É muito importante admitir e verdadeiramen-

te aceitar doença. Aprenda a amar a pessoa exatamente como ela é agora.

Dicas para aliviar o estresse

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ALEXANDRE DE MATTOS

São necessárias polí�icas públicas para que se comece a assis�ir

também o cuidador, não só o paciente"

descanso | Carla: "É salutar que o familiar tenha tempo para o lazer"

com Alzheimer. Passa a entrar numa situação de estresse, comprometendo a qualidade de vida, o tempo e até a carreira profissional. Cantarelli ressal-ta que o Alzheimer tem surgido numa faixa etária cada vez mais precoce e, como muitas mulheres passaram a ter filhos numa idade mais avançada, existem muitos jovens cuidando de pais com essa doença.

“Eles, em muitos casos, estão tão imbuídos de salvar seu familiar, que abrem mão dos projetos profissionais, da interação social e da realização amo-rosa. Às vezes se separam até dos filhos para priorizar aquela ajuda”, relata o psicanalista. “Entram num processo de estresse e podem até ser agressivos com o paciente, sem ter a menor intenção disso”, acrescenta. Não por acaso, mui-tos acabam doentes, comprometendo sua disposição de cuidar do familiar.

É POSSÍVEL PARTILHARMesmo diante dessa situação proble-mática, é possível aliviar a sobrecarga do cuidador familiar. O primeiro passo é partilhar o cuidado com outros paren-tes e tirar um tempo para si próprio e para o lazer. O que nem sempre é fácil. Muitas vezes o cuidador não se per-mite ter direito a uma folga. “Existem aqueles que acham que só ele entende o doente e só ele sabe cuidar. Mas é sa-lutar que tenham momentos de lazer,

Colaboração:

Alexandre de Mattos - GeriatraFone: (81) 3037-8686

Carla Núbia Borges - Geriatra Fone: (81) 3097-3087

Dival Cantarell - Médico e psicoterapeuta Fone: (81) 3442-0576

para descansar, renovar as energias e todos os familiares têm que participar”, recomenda Carla Núbia, que também é presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAZ-PE), entidade sem fins lucrativos, formada por profissio-nais de saúde e familiares de portado-res da doença.

O objetivo da Abraz é divulgar in-formações sobre a doença. E, nesse sen-tido tem ajudado muito os familiares, alertando-os para a importância de par-tilhar o cuidado com o doente. “Orien-tamos os familiares sobre o que muda com a doença, como proceder, como reagir, quando interditar. Levamos in-formações científicas que ajudam no cuidado. Enfatizamos a união da famí-lia e a necessidade de o cuidador ter momentos de lazer para se distrair e deixar o dia a dia mais leve. Nosso lema é: você não está sozinho, a Abraz PE está com você”, informa a médica.

Fazer psicoterapia é outra medida que pode ajudar o cuidador e os de-mais familiares. “O ideal seria ainda por ocasião do diagnóstico os familia-res procurassem um psicoterapeuta”, orienta Dival Cantarelli. Joene sabe o quanto as sessões de terapia podem

ajudar. Ela já se consultava com um psicoterapeuta quando soube que a mãe era portadora de Alzheimer. Ca-çula de uma família de cinco filhos (quatro mulheres e um homem) Joene é a típica cuidadora familiar embora não more mais com a mãe. “Entrei em pânico de resolver milhares de coisas ao mesmo tempo. Fiquei estressada, mas a terapia me ajudou muito”, con-ta, aliviada.

Ela descobriu que precisa ter mo-mentos de descanso para poder en-frentar essa realidade. Por isso, junto com a família está providenciando um cuidador profissional para passar as noites com a mãe. “Do contrário, não terei tempo para mim. Se ficarmos ir-ritados, cansados, impacientes não va-mos poder colaborar”, constata.

Fundamental para Joene foi tam-bém escolher um especialista para sua mãe que levasse em conta as necessida-des da família. “No início ficamos com um médico que era mais frio, um mero passador de remédio. Depois mudamos para a Dra. Carla Núbia, e fiquei encan-tada. Percebi que na relação com o mé-dico faltava mais informação, conversa com familiares, aconchego”, compara.

Essa visão de tratamento que inclui a família também é defendida por Ale-xandre de Mattos. Ele sugere a adoção de políticas públicas para que o gover-no comece a olhar para o cuidador fa-miliar e não só para o doente, de forma que haja um grupo multidisciplinar que atenda também os parentes. “As-sim, a partir do diagnóstico, poderia-se oferecer ao familiar que estivesse com depressão ou ansiedade, a oportunida-de de ser encaminhado para ambula-tórios específicos para tratar desses sintomas”, propõe o geriatra. Fica dada então a dica: em casos de Alzheimer, o cuidador familiar também tem que ser cuidado. (C.S.)

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22 Algomais Saúde • Ago/Set/Out/2015

Conheça mais sobre o diabetes

FALA, DOUTOR

Endocrinologista aponta a últimas novidades no tratamento da doença e ressalta a importância de hábitos saudáveis para realizar a prevenção

Diabetes mellitus é uma desor-dem metabólica caracteriza-da pelo aumento da glicose no sangue (hiperglicemia).

Os principais tipos são, os diabetes tipo 1 (que corresponde a 10% do total de casos da doença), resultante da des-truição das células beta do pâncreas por um processo autoimune, o qual ocorre mais frequentemente em crian-ças, adolescentes e adultos jovens, e o diabetes tipo 2 (90% dos casos), carac-terizado por um defeito na secreção de insulina ou da ação da insulina, acometendo em geral, pessoas de mais de 50 anos de idade, associado à obe-sidade e história familiar de diabetes. Para critério diagnóstico, a glicemia de jejum normal é até 99 mg/dl, entre 100 e 125 é chamado de intolerância à gli-cose e diabetes quando a glicemia for igual ou acima de 126 mg/dl. Outros critérios diagnósticos: hemoglobina glicada igual ou acima de 6.5% ou uma glicemia após 75 gramas de glicose ani-dra igual ou acima de 200 mg/dl.

Segundo, dados da Organização Mundial da Saúde, estima-se que em 2030 existam 366 milhões de diabéti-cos no mundo. A doença tem um gran-de impacto do ponto de vista de saúde

Luiz Griz*

pública devido à elevada morbidade e dos elevados custos. Diabetes é a causa mais frequente de amputação de mem-bros inferiores depois de trauma, de insuficiência renal em pacientes que estão em regime de hemodiálise, perda da visão antes dos 70 anos e do aumen-to do risco de eventos cardiovasculares

(infarto do miocárdio e acidente vas-cular cerebral). O diabetes tipo 2 é uma doença silenciosa e em muitas vezes o paciente já procura o médico com uma complicação crônica.

Daí a importância de anualmente avaliar aqueles sujeitos de risco au-mentado para desenvolver a doen-

Medicamento | Insulina é utilizada no tratamento do diabetes tipo 1

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23Algomais Saúde • Ago/Set/Out/2015

Exercício | Atividade física é uma das maneiras de reduzir o índice de açúcar no sangue

*Luiz Griz é MD, PhD, FACE, professor-ad-junto doutor da disciplina de Endocrino-logia da FCMP/UPE, médico preceptor da Residência Médica da Unidade de Endocri-nologia e Diabetes do Hospital Agamenon Magalhães e Fellow of the American Colle-ge of Endocrinology.

ça. Os pacientes de maior risco para diabetes tipo 2 seriam aqueles acima de 40 anos, com dislipidemia (níveis elevados de gordura no sangue), his-tória familiar de diabetes, sedentá-rios, hipertensos, intolerante à glicose e obesos. Nas mulheres, história de recém-nascido macrossômico (excesso de peso) e síndrome de ovários policís-ticos seriam outros fatores de risco.

Quanto ao tratamento, o diabetes tipo 1 é tratado desde o início com múl-tiplas doses de injeções de insulina. Uma insulina basal e outra de ação rápida antes das refeições. Enquanto o diabetes melitus tipo 2 é tratado usualmente no início com hopoglicemiantes orais.

Vem ocorrendo um grande avanço em relação aos hipoglicemiantes orais, tais como as incretinas e os inibidores dos transportadores sódio-glicose 2 (SGLT2). As incretinas são hormônios liberados no intestino que estimulam a secreção de insulina por ocasião da in-gestão de carboidratos. Nestes grupos nós temos o agonista do receptor do GLP1 (Glucagon-like peptide 1) e os ini-bidores da DPP 4. A vantagem do ago-nista do GLP em relação aos inibidores do DPP 4 é que além reduzir a glicemia, está associado a uma redução do peso na maioria dos pacientes. Os agonis-tas do GLP1 disponível no Brasil são: o Victosa (liraglutida) e o Lyxumia (lixi-senatida), usados (forma injetável) via subcutânea ao dia ou o semanal deno-minado de bydureon (exenatida), dis-ponível nos Estados Unidos, mas que pode ser importado.

Os inibidores dos transportadores sódio-glicose 2 ( SGLT2) são compostos que atuam inibindo a reabsorção da glicose nos rins, aumentando sua ex-creção na urina e consequentemente reduzindo a glicemia. No Brasil, já dis-pomos de: o forxiga (dapagliflozina), jardiance (empagliflozina) e o invoka-na (canagliflozina). Esses medicamen-tos também apresentam um efeito na redução do peso corpóreo e da pressão arterial.

Atualmente, os hipoglicemiantes

bito urinário aumentado e muita sede) com glicemia muito elevada. O contro-le glicêmico deve ser uma meta desde o início no tratamento do diabetes para reduzir suas complicações e desse modo, permitir que os pacientes pos-sam ter uma expectativa de vida igual à população não diabética e com boa qualidade de vida. O alvo para atingir o bom controle glicêmico é através dos níveis de hemoglobina glicada e deve ser individualizado para cada paciente. Níveis de hemoglobina glicada menor que 7% estão associadas à redução das complicações crônicas do diabetes. Na-queles sujeitos com idade não muito avançada, pouco tempo de diabetes e sem complicações cardiovasculares, o objetivo poderia ser níveis de hemo-globina glicada menor que 6.5%. En-tretanto, naqueles com complicações crônicas avançadas, ou que tenham episódios de hipoglicemias severos e expectativa de vida limitada, níveis de hemoglobina glicada menor que 8%, podem ser apropriadas.

orais (metformina, incretinas e os ini-bidores da SGLT2) são considerados como o padrão ouro no tratamento do diabetes mellitus tipo 2. No início do tratamento, devemos enfatizar a mudança de estilo de vida (redução do

peso e exercício) e iniciar o tratamento com a metformina, a menos que haja uma contra-indicação. Caso esta não consiga um controle glicêmico ade-quado, deve-se associar uma segunda droga e posteriormente uma terceira se necessário (incretinas ou os inibido-res da SGLT2).

A insulinoterapia também deve ser considerada nos pacientes portadores de diabetes tipo 2 quando não se alcan-çar as metas do tratamento através dos hipoglicemiantes orais ou naqueles pa-cientes sintomáticos (perda de peso, dé-

Segundo, dados da Organização Mundial

da Saúde, estima-se que em 2030 exis-

tam 366 milhões de diabéticos no mundo

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24 Algomais Saúde • AGO/SET/OUT/2015

OLHAR INTERIOR

Desde que a espécie humana surgiu no planeta, cami-nhamos. As pernas foram sempre nosso meio de loco-

moção. Pés e pernas fizeram os deslo-camentos de nossos ancestrais. E, atra-vés da terra, eles, nômades, buscavam os lugares seguros, onde os alimentos tinham melhor colheita de acordo com a época do ano, etc.

Séculos e milênios se passaram com as pernas conduzindo o ser humano pelo e através do planeta. Hoje, estamos perdendo esta maravilha que a natu-reza nos proporcionou por absoluta acomodação e preguiça, aliadas a des-culpas como segurança ou tempo livre.

Sedentários, os homens não que-rem sair da frente da TV ou dos bancos macios dos carros parados e estacio-nados em engarrafamentos, os quais imobilizam máquinas que possuem motores para andar a mais de 200 km/h e andam a 10, 15, 20 km/h. Um desperdício de motor e de pernas.

Uma paralisação geral torna-se co-tidiana. Afastados da natureza, engana-mos a nós mesmos, acreditando que a vida não pode parar e que temos que es-tar constantemente correndo ou engar-rafados. Ilusão. Perdemos, assim, a saú-de das pernas e dos pés e fortalecemos o racional, o cognitivo e o intelectual.

Sabemos em nossa cabeça tudo ou muito. E, nossos pés e pernas, muitas vezes, não visitam a esquina próxima. Em outras palavras, não têm oportu-nidade de praticar sua vida. E, desen-volvemos algumas vezes, pernas mecâ-nicas, burocráticas e sem vida. Calos, micoses mostram que a saúde dos pés deve ser cuidada. Com massagens, es-calda pés, talcos desodorantes, palmi-lhas. Toda sorte de auxílios que permi-

tam que possamos seguir e ir adiante.Caminhar pode dissolver nossas

irritações, mágoas, feridas, pode esva-ziar nossa cabeça e mente, geralmente tão exigidas. Pode permitir que a criati-vidade brote e surja, justamente da ca-beça vazia, pela energia vital que desce para os pés, cedendo lugar para novas ideias. Caminhar amplia a respiração e beneficia a circulação sanguínea.

Caminhar, segundo a medicina chi-nesa, que diz que temos nas plantas dos pés pontos que correspondem aos ór-gãos principais do corpo humano, per-mite o massagear destes pontos e, con-sequentemente, ativa e vitaliza estes órgãos. Caminhar pacifica o organismo e o interior. E, se estamos em paz, um lugar no planeta estará em paz.

Também o andar sobre a terra per-mite que sintamos a estreita e rica re-lação de nossos pés com o planeta. So-mos filhos da Mãe Terra. Dela viemos. Mas, a rejeitamos à medida que nos afastamos do contato com ela. E mais, ensinamos nossos filhos a somente andar calçados e a não pisar na terra, com medos e receios de adoecerem.

" O andar sobre a terra permite que sintamos a estreita e rica rela-ção de nosso pés com o planeta. Somos filhos da Mãe Terra"

* Jayme Panerai Alves é psicoterapeuta do Libertas

Rejeitamos o lugar de onde viemos. A prática do caminhar nos traz para o único e verdadeiro lugar da vida e do mundo que é o aqui e agora. Des-frutamos os cheiros, o azul do céu, as plantas e suas cores, e permanecemos ligados na respiração.

Se quisermos, podemos inspirar calma e expirar paz para todas as pes-soas. Caminhar junto com outra pes-soa, ao longo da vida, faz bem e apoia. Andar com amigos, com a família, com colegas de trabalho.

Existem algumas iniciativas que se organizam ao caminhar em grupo. Existe uma, do Libertas com a psicó-loga Fátima Lucas que, todo último domingo de cada mês, sai da frente do parque da Jaqueira às 6 hs da manhã e anda perto de 8 km por pontes, mu-seus, igrejas e mercados.

Outras iniciativas já se reúnem com este objetivo. Andar e redescobrir a cida-de, o corpo, as pernas, os pés e a saúde. Nossas pernas são duas colunas visíveis que sustentam uma invisível que é a coluna vertebral. Necessitamos desta trindade, tanto como da respiração, do coração e do cérebro. Ou ainda, dos rins, do fígado e do pâncreas ou do baço.

Enfim, caminhar na vida pode devol-ver em nós a alegria ancestral de mover--nos na direção de nossa construção.

INFORMAÇÕESLIBERTASRua Rodrigues Sete, 158 - Casa Amarela. Contato: (81) 3441-7462 | 3268-3311 | 3268-3596 | 9721-2021www.libertas.com.brfacebook.com/libertastwitter.com/libertas_brasil

Caminho! Caminhe! Caminhemos!

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antibacteriana utilizando dois tipos de bactérias: Escherichia coli e Staphylococ-cus epidermidis.

Há também estudos com a nano-tecnologia na terapêutica do câncer bucal, de próstata, útero, pele e bexiga, em que medicamentos são injetados localmente, aguardando-se um deter-minado tempo para a aplicação de luz com o auxílio da fibra ótica.

Mas, como tudo na vida, benefícios também têm potenciais riscos e, com a nanotecnologia não é diferente. Já se começa a observar problemas rela-cionados à nanopoluição gerada pelos nanomateriais ou durante a confec-ção destes, que por sua capacidade de flutuação no ar percorrem grandes distâncias. Devido ao seu pequeno ta-manho, essas minúsculas partículas podem entrar nas células dos seres hu-manos, animais e plantas, com danos e efeitos adversos ainda desconhecidos.

Portanto, teremos que aguardar...

O QUE HÁ DE NOVO...

Nanotecnologia: O que podemos esperar?

Já há algum tempo que se vive num mundo de tecnologias, e, a cada dia mais surpresas surgem nesse uni-verso antes encantado e distante, mas hoje tão real. Nos últimos anos é crescente a introdução de um

novo elemento nessa viagem tecnológi-ca, rápida e não perceptível ao olho nu, que se chama de nanotecnologia. Um novo produto que começa a estar pre-sente em muitos componentes eletrôni-cos, desde computadores até aparelhos da medicina e outros tantos itens que possuem um alto padrão tecnológico.

E o que vem a ser a nanotecnolo-gia? Na verdade, um nanômetro (maté-ria próxima à escala de um átomo para produzir novas estruturas) é uma me-dida como outra qualquer, assim como o centímetro, o metro e o quilômetro. Mas, explicar com palavras o que é um nanômetro parece ser simples, quando se diz que ele equivale a um bilioné-simo de metro, mas isso não explica realmente o que ele é e a sua importân-cia na vida de cada um de nós.

Imaginar um nanômetro seria, de uma forma simplística, o mesmo que comparar uma bola de futebol com a lua (moléculas 90 mil vezes menores do que a espessura de um fio de cabe-lo). Incrível, não é?

O termo nanotecnologia foi criado e definido pela Universidade Científica de Tóquio, no ano de 1974, embora já fosse falado em 1959 pelo físico Richard Faynman. Entre 1980 e 1990 muitas ou-tras teorias foram elaboradas em cima da definição básica criada por um pro-fessor da Universidade de Tóquio e, no ano de 2000, começou a serem desen-volvidas em laboratórios de pesquisas

sendo até hoje o centro das atenções em várias áreas da ciência.

Atualmente, a nanotecnologia vem sendo aplicada em vários produtos, como processadores de computadores, placas de vídeos, games, sendo tam-bém muito utilizada na medicina, na química quântica, indústrias aeroes-paciais, refinarias e na produção de artigos como raquete e bolas de tênis, filtros de proteção solar, screening contra raios ultra violeta, nano-colas, cabeamento de vidros com antierosão, polímeros antirriscos, assim com teci-dos que não amassam e não mancham por não permitirem que substâncias, líquidos e ou secreções contendo mi-crorganismos entrem em suas tramas.

Na medicina, várias são as pesqui-sas que vêm sendo usada na criação de aparelhos para diagnosticar deter-minadas doenças, as quais não podem ser detectadas apenas com base em sintomas e exames comuns. Assim, na-nômetros vêm sendo usados na área de ortopedia (implantes ortopédicos) e de cardiologia (cateteres, válvulas car-díacas, marca-passo). Há estudos com o uso de nanopartículas de ferro, como uma alternativa para ajudar no diag-nóstico do mal de Parkson.

A nanotecnologia também está presente no desenvolvimento de cos-méticos, medicamentos tópicos para herpes, bactérias e fungos, assim como em aparelhos de filtração de ar ins-talados em ambientes fechados que têm seus filtros dimensionados contra poluentes da atmosfera, evitando a re-produção de bactérias nocivas à saúde. Os filtros revestidos com nanopartícu-las de prata vêm apresentando eficácia

*Sylvia Lemos Hinrichsen é médica infectologista e professora universitária.

Inovação | Nanopartículas levam me-dicamento até células cancerígenas sem afetar tecidos saudáveis