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Aula 00 Português p/ MP RJ - Todos os cargos Professor: Rafaela Freitas 00000000000 - DEMO

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    Portugus p/ MP RJ - Todos os cargosProfessor: Rafaela Freitas

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    Teoria e Questes Comentadas

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    AULA 0 COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS

    SUMRIO

    APRESENTAO......................................................................................1

    CRONOGRAMA E OBJETIVO DO CURSO......................................................2

    1. INTERPRETAO TEXTUAL....................................................................5

    2. TEXTO LITERRIO E NO LITERRIO.....................................................8

    QUESTES COMENTADAS BLOCO I..........................................................11

    3. TIPOS E GNEROS TEXTUAIS..............................................................27

    4. TIPO ARGUMENTAR............................................................................32

    QUESTES COMENTADAS BLOCO II........................................................37

    LISTA DE QUESTES COMENTADAS NESTA AULA......................................68

    GABARITOS........................................................................................102

    APRESENTAO

    Ol, caros alunos do Estratgia Concursos! com muita satisfao que

    comearemos com esta aula o curso que ir prepar-lo para o certame do

    Ministrio Pblico do Estado Rio de Janeiro (MP-RJ)! Como sabemos, o

    ltimo concurso foi em 2011, ento, espera-se um novo edital muito em

    breve! Isso significa que voc, aluno que j est se preparando, est saindo na

    frente dos concorrentes! Parabns!

    Minha funo aqui ajud-lo, da melhor maneira possvel, a alcanar o

    seu objetivo, pois o seu sucesso tambm o meu!

    Para que me conhea, falarei brevemente sobre mim: meu nome

    Rafaela Freitas, sou graduada em Letras pela Universidade Federal de

    Juiz de Fora, onde resido, e ps-graduada em Ensino de Lngua

    Portuguesa, pela mesma instituio (UFJF). Desde que me formei, em 2008,

    tenho trabalhado com a preparao dos alunos para os mais diversos

    concursos pblicos, em cursos presenciais, no que tenho colocado nfase em

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    minha carreira, embora tambm trabalhe com turmas preparatrias para

    vestibulares. Sou uma apaixonada pela nossa lngua me e por ensin-la!

    Tenham a certeza de que o portugus, j neste curso, no ser um problema,

    mas sim a soluo! Voc sabe muito mais dessa lngua do que imagina! Confie

    em mim e principalmente em seu potencial!

    importante esclarecer que o ltimo edital teve como banca examinadora

    a Fundao Jos Bonifcio (FUJB), mas no sabemos qual ser a banca do

    novo concurso. Por enquanto, vamos trabalhar com questes da Fundao

    Carlos Chagas (FCC) e de outras bancas que possuem o mesmo estilo. To

    logo saia o edital, faremos um estudo da banca com novas questes, pois

    sabemos que conhecer bem a banca examinadora, aliado ao seu estudo, o

    caminho certo para a sua aprovao! Ento, no se preocupe, assim que

    sair o novo edital, reorganizarei o cronograma e as aulas para que no

    fique NADA de fora!

    O

    Observao importante: este curso protegido por direitos autorais

    (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a

    legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os

    professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe

    adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-)

    OBJETIVO E CRONOGRAMA DO CURSO

    Este curso tem por objetivo trazer para os alunos contedo terico de

    Lngua Portuguesa e auxili-los na resoluo do maior nmero de

    questes possvel de certames anteriores, considerando o ltimo edital para

    MP-RJ, at que saia o prximo (que ser em breve!!), quando sero includas

    possveis alteraes.

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    Alunos que esto comeando a se preparar encontraro aqui todos os

    PDFHWHVHGLFDVGHTXHSUHFLVDP para um estudo objetivo. Os concurseiros j experientes tero com o curso uma fonte de reviso para se aprimorarem e

    se atualizarem bastante na Lngua Portuguesa. Todos sairo ganhando!

    Para que seja completo e satisfatrio, proponho que o curso seja dividido

    da seguinte maneira:

    CRONOGRAMA

    AULA MATRIA LIBERAO

    0 Compreenso e interpretao de textos 19/02/2015

    1 Valor semntico. Sentido figurado: metfora e

    metonmia 02/03/2015

    2 Semntica: sinonmia, antonmia, paronmia e

    homonmia 12/03/2015

    3 Coeso e coerncia. Reescrita de textos: sntese,

    ampliaes, discurso direto e indireto 23/03/2015

    4 Ortopica e prosdia. Ortografia 03/04/2015

    5 Acentuao. Diviso silbica

    13/04/2015

    6

    Identificao e emprego das classes gramaticais I: substantivo, adjetivo, numeral, preposio, conjuno, interjeio, artigo, advrbio (flexo

    dos nomes).

    23/04/2015

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    7 Identificao e emprego das classes gramaticais

    II: pronomes, colocao pronominal e verbo (flexo).

    04/05/2015

    8 Pontuao 24/05/2015

    9

    Termos da orao 04/05/2015

    10

    Perodo composto: uso dos conectivos 15/05/2015

    11

    Concordncia nominal e verbal 25/05/2015

    12

    Regncia nominal e verbal. Emprego do acento indicativo da crase.

    05/06/2015

    Desde j, coloco-me disposio para qualquer dvida ou esclarecimento,

    pelo e-mail: [email protected] ou ainda pelo

    frum de dvidas.

    Agora estudar! Vamos l!

    Ser um prazer t-lo como aluno! Bons estudos!

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    1. INTERPRETAO TEXTUAL

    (YLGHQWHPHQte, tudo pode ser visto nos textos, l que todo tipo de fenmeno acontece. (ANTUNES, 2007, p. 139)

    Ler o mundo atravs dos mais diversos textos com os quais nos

    deparamos em nosso cotidiano uma tarefa no mnimo reveladora!

    Em primeiro lugar, devo dizer aquilo que talvez voc j saiba: A leitura

    o meio mais eficaz para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos

    aprender a ler! A leitura precisa se tornar um hbito na vida de um

    concurseiro. Um candidato antenado com os acontecimentos atuais, conhecedor de textos literrios, entendedor de charges e textos de humor

    chegar ao sucesso com mais facilidade (ou menos dificuldade, rsrs) do que

    aquele que l pouco ou nada. E digo ler de verdade! No passar os olhos! Ler

    dar sentido vida e ao mundo, dominar a riqueza de qualquer texto, seja

    literrio, narrativo, instrucional, jornalstico, persuasivo, possibilidades que se

    misturam e se tornam infinitas.

    A dificuldade na compreenso e interpretao de textos deve-se a falta do

    hbito da leitura. Sim! Ento, desenvolva o hbito da leitura. Que tal

    estabelecer agora uma meta de ler, pelo menos, um livro por ms? Leia o que

    voc mais gosta! No importa o gnero. Crie o hbito da leitura e o gosto por

    ela. Quando passamos a gostar de algo, compreendemos melhor seu

    funcionamento. Nesse caso, as palavras tornam-se familiares a ns mesmos.

    No se deixe levar pela falsa impresso de que ler no faz diferena.

    Estudar interpretao textual para fazer uma prova de concurso

    extremamente importante! Boa parte da prova de portugus, com certeza,

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    ser com questes de interpretao. Qual a melhor maneira de estudar

    interpretao textual? Lendo bastante e desenvolvendo o maior nmero de

    questes possvel sobre interpretao dos mais diversos tipos de texto.

    Faremos isso aqui! - A maioria dos alunos acha interpretar muito difcil, ento vou organizar

    esta parte da matria em DICAS para organizar o seu estudo! No quero que

    voc perca pontinhos preciosos!!

    Algumas dicas para a interpretao:

    1) No se assuste com o tamanho do texto. JAMAIS! Voc ir venc-

    lo.

    2) Ler todo o texto pelo menos DUAS vezes o ideal, procurando ter

    uma viso geral do assunto principal. A primeira leitura ser para voc

    reconhecer o assunto. Podemos cham-la de leitura informativa. Grife

    palavras chaves, a ideia principal de cada pargrafo.

    3) Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura,

    v at o fim, ininterruptamente.

    4) Leia o texto pelo menos duas vezes, pois a primeira impresso

    pode ser falsa. J na segunda leitura, do tipo interpretativa, voc dever

    compreender, analisar e sintetizar as informaes do texto.

    5) Antes de responder s questes, retorne ao texto para sanar as

    dvidas. Na verdade, retorne ao texto SEMPRE que precisar. Isso pode

    parecer perda de tempo, mas no , garante uma interpretao sem falhas!

    6) Leia o texto com perspiccia (observando os detalhes), sutileza,

    malcia nas entrelinhas, para evitar pegadinhas. Ateno ao que se pede.

    7) s vezes, a interpretao est voltada para

    uma linha do texto e por isso voc deve voltar ao pargrafo para localizar

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    o trecho, pois uma frase fora do contexto pode mudar completamente de

    sentido!

    8) Quando for resolver as questes que estaro aqui no material, no

    momento de estudo, seja curioso, utilize um dicionrio e encontre o significado

    das palavras que voc no conhece.

    9) No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor.

    10) Partir o texto em pargrafos ou partes pode melhorar

    compreenso.

    11) Sinalizar cada questo no pargrafo ou parte do texto

    correspondente facilita muito visualmente.

    12) Cuidado com os vocbulos: destoa, no,

    correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras

    que aparecem nos enunciados e que, s vezes, dificultam a entender o que

    est sendo solicitado. Elas te induzem ao erro!

    13) Quando duas alternativas lhe parecem corretas

    (isso SEMPRE acontece, no mesmo?!?!), as duas realmente estaro

    adequadas para a resposta! Ento, procure a mais exata ou a mais completa.

    comum acontecer isso nas provas de mltipla escolha! No se deve procurar a

    verdade exata dentro daquela resposta, mas a opo que melhor se enquadre

    no sentido do texto e que responda ao enunciado.

    14) Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor,

    definindo o tema e a mensagem. O autor defende ideias e voc deve perceb-

    las.

    15) Aumente seu vocabulrio e sua cultura. Alm da leitura de textos,

    um bom exerccio para ampliar seu conhecimento lxico fazer palavras

    cruzadas. Faa tambm exerccios de palavras sinnimas e antnimas.

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    16) Seja leitor assduo de jornais e revistas! Um concurseiro bem

    informado!!

    17) Antes de comear a leitura, procure a fonte daquele texto. Ento

    voc j ter uma dica para saber se um texto literrio ou no literrio, um

    texto jornalstico ou no. Assim, poder saber o que esperar daquele dele.

    18) Aps a leitura, pense a que Gnero textual o texto pertence

    (veremos isso mais adiante, ainda nesta aula). Se for uma notcia, por

    exemplo, vai saber que o texto deve conter um fato a ser narrado, onde

    aconteceu, quando e com quem, mas no dever ter opinio do autor, por se

    tratar de uma fonte jornalstica imparcial (pelo menos deveria ser, rs).

    2. Texto literrio e no literrio

    Para que voc desenvolva em sua prova uma interpretao satisfatria,

    muito importante que saiba mais sobre os diversos textos e suas

    caractersticas.

    O que um texto?

    $ SDODYUD WH[WR YHP GR ODWLP WH[WXP TXH VLJQLILFD WHFLGR 3RGHPRVdizer que ele uma unidade bsica de organizao e transmisso de ideias,

    conceitos e informaes de modo geral. Pensando assim e mais amplamente,

    uma pintura, uma escultura, um smbolo, um sinal de trnsito, uma foto, uma

    propaganda, um filme, uma novela de televiso tambm so formas textuais.

    Para facilitar, analisamos os textos em dois grandes grupos:

    TEXTOS LITERRIOS E NO LITERRIOS.

    Vamos ver a diferena?

    TEXTO LITERRIO: aquele que apresenta uma linguagem

    conotativa, subjetiva ou figurada, e explora os sentimentos.

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    TEXTO NO LITERRIO: aquele que possui uma linguagem

    denotativa, objetiva e real, e visa informao.

    Os textos literrios so aqueles que possuem funo esttica, destinam-

    se ao entretenimento, ao belo, arte, fico. Mesmo que o assunto seja

    srio, ser tratado com leveza em um texto deste tipo. No texto literrio, o

    mais importante a expressividade das palavras. O contedo, nesse caso, fica

    em segundo plano. O vocabulrio bem selecionado transmite sensibilidade ao

    leitor. O texto rico de simbologia e de beleza artstica. Podemos citar como

    exemplo o conto, o poema, o romance, peas de teatro, novelas e crnicas.

    Os textos no literrios possuem funo utilitria, pois servem para

    informar, convencer, explicar, ordenar. So textos objetivos que no tm o

    interesse em despertar sentimentos. Quanto linguagem, o texto no

    literrio objetivo, claro, conciso, e pretende informar o leitor de

    determinado assunto. Para isso, quanto mais simples for o vocabulrio e mais

    objetiva for a informao, mais fcil se dar a compreenso do contedo.

    Como exemplo temos as notcias, os artigos jornalsticos, os textos didticos,

    os verbetes de dicionrios e enciclopdias, as propagandas publicitrias, os

    textos cientficos, as receitas culinrias, os manuais, etc.

    Veja os dois textos a seguir:

    TEXTO I

    Descuidar do lixo sujeira

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    Diariamente, duas horas antes da chegada do caminho da prefeitura, a

    gHUrQFLD GH XPD GDV ILOLDLV GR 0F'RQDOGV GHSRVLWD QD FDOoDGD GH]HQDV GHsacos plsticos recheados de papelo, isopor, restos de sanduches. Isso acaba

    propiciando um lamentvel banquete de mendigos. Dezenas deles vo ali

    revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calado.

    (Veja So Paulo, 23-29/12/92)

    O TEXTO I, "Descuidar do lixo sujeiraWUD] uma informao sobre o lixo despejado nas caladas, o que acontece com ele antes de o caminho do lixo

    passar para recolh-lo. um texto informativo e, portanto, no literrio.

    TEXTO II

    O bicho

    Vi ontem um bicho

    Na imundcie do ptio

    Catando comida entre os detritos.

    Quando achava alguma coisa,

    No examinava nem cheirava:

    Engolia com voracidade.

    O bicho no era um co,

    No era um gato,

    No era um rato.

    O bicho, meu Deus, era um homem.

    (Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1971,

    p.145)

    27(;72,,2ELFKRpXPSRHPDbasta observarmos a sua forma para sabermos disso, pois construdo em versos e estrofes e apresenta uma

    linguagem cheia de significados, o que chamamos de plurissignificao.

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    Cada palavra pode apresentar um sentido diferente daquele que lhe comum.

    Trata-se, por tanto, de um texto literrio.

    O esquema a seguir ir ajud-lo a ter uma viso melhor do que foi explanado

    at aqui sobre texto literrio e no literrio.

    Questes comentadas BLOCO I

    Leia o texto a seguir.

    Em fins do ano passado foi aprovada na Comisso de Constituio e

    Justia do Senado a denominada Emenda Constitucional da Felicidade, que

    introduz no artigo 6 da Constituio Federal, relativo aos direitos sociais, frase

    com a meno de que so essenciais busca da felicidade.

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    Pondera-se tambm que a busca individual pela felicidade pressupe a

    observncia da felicidade coletiva. H felicidade coletiva quando so

    adequadamente observados os itens que tornam mais feliz a sociedade. E a

    sociedade ser mais feliz se todos tiverem acesso aos bsicos servios pblicos

    de sade, educao, previdncia social, cultura, lazer, entre outros, ou seja,

    justamente os direitos sociais essenciais para que se propicie aos indivduos a

    busca da felicidade.

    Pensa-se possvel obter a felicidade a golpes de lei, em quase ingnuo

    entusiasmo, ao imaginar que, por dizer a Constituio serem os direitos sociais

    essenciais busca da felicidade, se vai, ento, forar os entes pblicos a

    garantir condies mnimas de vida para, ao mesmo tempo, humanizar a

    Constituio.

    A meno felicidade era prpria da concepo de mundo do Iluminismo,

    quando a deusa razo assomava ao Pantheon e a consagrao dos direitos de

    liberdade e de igualdade dos homens levava crena na contnua evoluo da

    sociedade para a conquista da felicidade plena sobre a Terra.

    Trazer para os dias atuais, depois de todos os percalos que a Histria

    produziu para os direitos humanos, a busca da felicidade como fim do Estado

    de Direito um anacronismo patente, sendo inaceitvel hoje a incluso de

    convices apenas compreensveis no irrepetvel contexto ideolgico do

    Iluminismo.

    Confunde-se nessas proposies bem-intencionadas, politicamente

    corretas, o bem-estar social com a felicidade. A educao, a segurana, a

    sade, o lazer, a moradia e outros mais so considerados direitos

    fundamentais de cunho social pela Constituio exatamente por serem

    essenciais ao bem-estar da populao no seu todo. A satisfao desses direitos

    constitui prestao obrigatria do Estado, visando dar sociedade bem-estar,

    sendo desnecessria, portanto, a meno de que so meios essenciais busca

    da felicidade para se gerar a pretenso legtima ao seu atendimento.

    O povo pode ter intensa alegria, por exemplo, ao se ganhar a Copa do

    Mundo de Futebol, mas no h felicidade coletiva, e sim bem-estar coletivo. A

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    felicidade um sentimento individual to efmero como varivel, a depender

    dos valores de cada pessoa. Em nossa poca consumista, a felicidade pode ser

    vista como a satisfao dos desejos, muitos ditados pela moda ou pelas

    celebridades. Ter orgulho, ter sucesso profissional podem trazer felicidade,

    passvel de ser desfeita por um desastre, por uma doena.

    Assim, os direitos sociais so condies para o bem-estar, mas nada tm

    a ver com a busca da felicidade. Sua realizao pode impedir de ser infeliz,

    mas no constitui, de forma alguma, dado essencial para ser feliz.

    (Miguel Reale Jnior. O Estado de S. Paulo, A2, Espao Aberto, 5 de fevereiro de 2011,

    com adaptaes)

    01. (INSS 2012 - Perito Mdico Previdencirio FCC) Afirma-se corretamente que o autor

    (A) est convencido de que uma sociedade s poder ser plenamente feliz

    se lhe for permitida a realizao de todas as suas expectativas, principalmente

    quanto aos seus direitos bsicos.

    (B) critica, tomando por base as obrigaes do Estado de Direito e os

    conceitos de felicidade e de bem-estar coletivo, a proposta de Emenda

    Constitucional por consider-la incua e defasada.

    (C) defende a concesso, pelo Estado, de garantias constitucionais para

    que a sociedade tenha qualidade de vida, imprescindvel sensao de bem-

    estar coletivo, que se torna o caminho para a felicidade geral.

    (D) censura a tardia preocupao do Senado brasileiro em oferecer

    condies mnimas de qualidade de vida populao, com a oferta dos direitos

    bsicos que venham a garantir a felicidade geral.

    (E) faz referncia necessria conscientizao de que o bem-estar da

    populao um bem indiscutvel, especialmente quanto liberdade e

    igualdade, a partir dos princpios que embasaram o Iluminismo.

    Comentrio: a alternativa B responde corretamente ao enunciado.

    Vejamos o que h de errado nas outras:

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    (A) est convencido de que uma sociedade s poder ser plenamente feliz

    se lhe for permitida a realizao de todas as suas expectativas, principalmente

    quanto aos seus direitos bsicos. ERRADA. O autor se coloca contra a ideia de que a garantia dos direitos bsicos so tambm garantia de

    uma sociedade feliz (confirme no ltimo pargrafo).

    (C) defende a concesso, pelo Estado, de garantias constitucionais para

    que a sociedade tenha qualidade de vida, imprescindvel sensao de bem-

    estar coletivo, que se torna o caminho para a felicidade geral. ERRADA. A posio do autor justamente contrria. Segundo ele, o Estado deve

    garantir os direitos bsicos para gerar bem-estar sociedade. A

    felicidade individual e depende de cada um (confirme nos pargrafos

    6 e 7).

    (D) censura a tardia preocupao do Senado brasileiro em oferecer

    condies mnimas de qualidade de vida populao, com a oferta dos direitos

    bsicos que venham a garantir a felicidade geral. ERRADA. O autor no censura e nem diz achar tardia a preocupao do Senado.

    (E) faz referncia necessria conscientizao de que o bem-estar da

    populao um bem indiscutvel, especialmente quanto liberdade e

    igualdade, a partir dos princpios que embasaram o Iluminismo. ERRADA. Para o autor a viso iluminista no se aplica nos dias de hoje da

    mesma maneira. Tal ideia seria hoje um anacronismo, porque

    funcionou para aquela poca (confirme no pargrafo 5).

    GABARITO: B

    02. (INSS 2012 - Perito Mdico Previdencirio FCC) Em relao ao desenvolvimento textual, est INCORRETO o que consta em:

    (A) Os dois primeiros pargrafos introduzem o assunto que ser analisado

    a seguir.

    (B) H passagens no texto que evidenciam o posicionamento do autor

    sobre o assunto em pauta.

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    (C) No 4 pargrafo identifica-se a argumentao de que se vale o autor

    para embasar a opinio que ser defendida no pargrafo seguinte.

    (D) O exemplo tomado Copa do Mundo, no 6 pargrafo, compromete o

    encadeamento das ideias defendidas no texto.

    (E) O ltimo pargrafo constitui uma concluso coerente de toda a

    discusso apresentada.

    Comentrio: trata-se de um texto argumentativo. O autor discorda da

    chamada Emenda Constitucional da Felicidade e formula a sua tese a fim de

    contestar o que diz nela. Dentre as alternativas desta questo, a nica

    INCORRETA (cuidado com o que pede o enunciado, para marcar a errada)

    a D, pois o exemplo da copa do mudo foi usada acertadamente pelo autor

    para confirmar o argumento de que bem-estar coletivo no o mesmo que

    felicidade.

    GABARITO: D

    Questo de gosto

    A expresso parece ter sido criada para encerrar uma discusso. Quando

    algum DSHODSDUDDWDOGDTXHVWmRGHJRVWRpFRPRVHGLVVHVVHFKHJDGHconversa, intil GLVFXWLU

    A partir da nenhuma polmica parece necessria, ou mesmo possvel.

    9RFrJRVWDGH%HHWKoven? Eu prefiro ouvir fanfarra GHFROpJLR4XHVWmRGHgosto.

    /HYDGD D VpULR UDGLFDOL]DGD D TXHVWmR GH JRVWR GLVSHQVD razes e argumentos, estanca o discurso crtico, desiste da reflexo, afirmando

    despoticamente a instncia definitiva da mais rasa subjetividade. Gosto disso,

    e pronto, estamos conversados.

    Ao interlocutor, para sempre desarmado, resta engolir em seco o gosto

    prprio, impedido de argumentar. Afinal, gosto no se discute. Mas se tudo

    questo de gosto, a vida vale a morte, o silncio vale a palavra, a ausncia

    vale a presena tudo se relativiza ao infinito. Num mundo sem valores a

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    definir, em que tudo dependa do gosto, no h lugar para uma razo tica,

    uma definio de princpios, uma preocupao moral, um empenho numa

    anlise esttica. O autoritarismo do gosto, tomado em sentido absoluto, apaga

    as diferenas reais e proclama a servido ao capricho. Mas h quem goste das

    frmulas ditatoriais, em vez de enfrentar o desafio de ponderar as nossas

    contradies.

    (Emiliano Barreira, indito)

    03. (TRT-2 2014 - ANALISTA JUDICIRIO/REA ADMINISTRATIVA FCC) Definida como instncia definitiva da mais rasa subjetividade, a questo de gosto ope-se, terminantemente,

    (A) atribuio de mrito naturalidade de uma primeira impresso.

    (B) ao primado do capricho pessoal, ao qual tantas vezes se apela.

    (C) dinmica de argumentos criteriosos na conduo de uma polmica.

    (D) ao subterfgio de que nos valemos para evitar um princpio de

    discusso.

    (E) ao princpio da recusa a qualquer fundamentao racional numa

    discusso.

    Comentrio: A instncia definitiva da mais rasa subjetividade a tal

    questo de gosto, citada no texto, quando as discusso deixam de acontecer,

    porque gosto no se discute. Dessa forma, no adianta argumentar, discutir,

    gosto gosto. Isso se opes ento dinmica de argumentao e polmica.

    GABARITO: C

    04. (TRT-2 2014 - ANALISTA JUDICIRIO/REA ADMINISTRATIVA FCC) Atente para as seguintes afirmaes:

    I. No 1 pargrafo, a meno a Beethoven e a fanfarra de colgio ilustra

    bem a disposio do autor em colocar lado a lado manifestaes artsticas de

    valor equivalente.

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    II. No 2 pargrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual

    alguns interlocutores dispem-se a desenvolver uma polmica.

    III. No 3 pargrafo, a expresso servido ao capricho reala a

    acomodao de quem no se dispe a enfrentar a argumentao crtica.

    Em relao ao texto est correto o que se afirma APENAS em

    (A) I.

    (B) I e II.

    (C) II.

    (D) II e III.

    (E) III.

    Comentrio: a nica alternativa correta a III, pois, ao estarem

    acomodados nas suas prprias opinies, a argumentao no faz sentido.

    Vamos ver o que h de errado nas outras:

    I. No 1 pargrafo, a meno a Beethoven e a fanfarra de colgio ilustra

    bem a disposio do autor em colocar lado a lado manifestaes artsticas de

    valor equivalente. tais manifestaes artsticas so de valor opostos. II. No 2 pargrafo, o termo despoticamente qualifica o modo pelo qual

    alguns interlocutores dispem-se a desenvolver uma polmica. No se desenvolve polmica despoticamente, pois dessa maneira as opinies no

    seriam levadas em conta.

    GABARITO: E

    05. (TRT-2 2014 - ANALISTA JUDICIRIO/REA ADMINISTRATIVA FCC) Ao longo do texto o autor se vale de expresses de sentido antagnico, para bem marcar a oposio entre uma razo crtica e

    uma mera manifestao do gosto. o que se constata quando emprega

    (A) encerrar uma discusso e nenhuma polmica.

    (B) engolir em seco e impedido de argumentar.

    (C) desafio de ponderar e estanca o discurso crtico.

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    (D) tudo questo de gosto e tudo se relativiza.

    (E) servido ao capricho e frmulas ditatoriais.

    Comentrio: esta questo busca uma alternativa que tenha antagonismo

    entre as partes, ou seja, uma oposio. o que temos na alternativa C. Nas

    outras, uma expresso est em conformidade com a outra.

    GABARITO: C

    Leia o texto para responder s questes de nmeros 06 e 07.

    A bruxa nos relgios

    Vou me concentrar no possvel: os afetos, o trabalho, a vida. Ento falo

    aqui de um tema que me fascina, sobre o qual j tenho refletido muito.

    Quando criana, eu achava que no relgio de parede do sobrado de

    uma de minhas avs, aquele que soava horas, meias horas e quartos de

    hora que me assustavam nas madrugadas insones em que eu

    eventualmente dormia l, morava uma feiticeira que tricotava

    freneticamente, com agulhas de metal, tique-taque, tique-taque, tecendo

    em longas mantas o tempo de nossa vida.

    Nessas reflexes mais uma vez constatei o que todo mundo sabe:

    vivemos a idolatria da juventude e do poder, do dinheiro, da beleza fsica e do prazer. Muitos gostariam de ficar para sempre embalsamados em seus 20

    RXDQRV2XWHUDRVDOPDMoYHP o que acho discutvel, pois deve ser melhor ter na maturidade ou na velhice uma alma adequada, o que no

    significa mofada e spera.

    A maturidade pode ter uma energia muito boa, pensamento e capacidade

    de trabalho esto no auge, os afetos mais slidos, a capacidade de enfrentar

    problemas e compadecer-se dos outros mais refinada. Passada (ou abrandada)

    a insegurana juvenil, possvel desafiar conceitos que imperam, limpar o p

    desse uniforme de prisioneiros, deixar de lado as falas decoradas, a tirania do

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    que temos de ser ou fazer. Pronunciar a nossa prpria alforria: vai ser livre,

    vai ser voc mesmo, vai tentar ser feliz.

    Portas continuam se abrindo: no apenas sobre salas de papelo

    pintado, porm sobre caminhos reais. Correndo pela floresta das

    fatalidades, encontramos clareiras de construir. De se renovar, no

    importa a cifra indicando a nossa idade. E sempre que algum resolver

    no pagar mais o altssimo tributo da acomodao, mas dar sentido

    sua vida, ver que a bruxa dos relgios no inteiramente m. E vai

    entender que o tempo no s nega e rouba com uma das mos, mas

    tambm, com a outra, oferece at mesmo a possibilidade de, ao envelhecer, alargar ainda mais as varandas da alma.

    (Lya Luft. Revista Veja, edio 2344, 23.10.2013. Adaptado)

    06. (Assistente administrativo-2014-Emplasa-Vunesp) - Em suas

    consideraes, o assunto principal tratado pela narradora a

    (A) tirania da maturidade e as novas oportunidades.

    (B) passagem do tempo e suas recompensas.

    (C) supremacia da juventude aos 20 anos e o poder do dinheiro.

    (D) ingenuidade da infncia e as histrias encantadas.

    (E) estabilidade da vida e o envelhecimento digno.

    Comentrio: trata-se de um texto literrio. Observa-se que a autora

    trabalha com a linguagem a fim de nos levar a umD YLDJHPSHORSDVVDGRpelo correr dos anos em nossas vidas. Ela desperta sentimentos e subjetiva o

    tempo todo ao falar de sua prpria experincia. Usa ainda a metfora da

    EUX[DQRVUHOyJLRV j no ttulo e depois a explica, para deixar a compreenso mais leve e fcil.

    Quanto ao que foi pedido no enunciado, a nica resposta correta ou

    adequada a letra B. Lya Luft fala com propriedade que o passar dos anos no

    de tudo ruim, pode ser recompensador. isso que resume o texto, este o

    assunto principal.

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    O que tem de errado nas outras alternativas: na letra A est errada

    DH[SUHVVmR WLUDQLDGDPDWXULGDGH, a maturidade tambm traz coisas novas, no tira apenas. A letra C inaceitvel porque, ao contrrio do

    que a alternativa diz, o texto nos mostra que a juventude e o dinheiro

    no tm supremacia sobre a maturidade. A letra D no pode ser a

    correta porque a autora usou a ingenuidade da infncia para introduzir

    o assunto principal que o passar dos anos, a chegada feliz da

    maturidade. E a letra E a que poderia causar dvidas, pois a autora

    quer justamente nos levar a refletir sobre o envelhecimento digno, feliz,

    pleno, o que pode ser confundido com estabilidade na vida e induzir o

    candidato ao erro. Lembre-se: na dvida, escolha a mais completa,

    mais adequada ao enunciado.

    GABARITO: B

    07. (Assistente administrativo-2014-Emplasa-Vunesp) Segundo o texto,

    (A) os sexagenrios tm a alma jovem.

    (B) a beleza fsica e o prazer devem ser buscados sempre.

    (C) a maturidade permite desafios e conquistas.

    (D) a juventude traz a mesma segurana que a maturidade oferece.

    (E) os jovens no tm a capacidade de compadecer-se dos outros.

    Comentrio: A autora no afirma que os sexagenrios tm alma jovem, mas que

    as pessoas na maturidade BUSCAM uma alma jovem, alternativa A errada. A letra B

    tambm est errada, pois a autora est ponderando justamente o contrrio, que a

    beleza fsica e o prazer da juventude do lugar a maior capacidade maior para o

    trabalho e para enfrentar problemas, afetos slidos, tranquilidade para buscar a

    felicidade sem rtulos. A letra C alternativa mais adequada, a correta. Segundo a

    autora, a maturidade permite desafios sim, novas possibilidades que a juventude no

    oferece. A letra D est equivocada. A maturidade traz a segurana que falta para a

    juventude. E a autora no afirmou em momento algum que os jovens no se

    compadecem dos outros! Letra E errada.

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    GABARITO: C

    Leia a charge a seguir para responder questo 08. Observe que agora vamos

    analisar uma questo com outro tipo de texto, embora tambm seja literrio.

    08. (Assistente administrativo-2014-Emplasa-Vunesp) A charge

    sugere que

    (A) os jovens acabam aceitando o convite do dono da loja.

    (B) o dono da loja teme que os jovens decidam fazer um UROH]LQKRHPseu estabelecimento.

    (C) os jovens no do importncia para a leitura de livros.

    (D) o dono da loja tem os mesmos interesses dos jovens.

    (E) o dono da loja fica triste por no ter sido convidado a participar do

    UROH]LQKR

    Comentrio: esta questo trouxe um gnero muito recorrente: a charge.

    Trata-se de um texto argumentativo literrio. Usa uma linguagem mista, ou

    seja, que une a linguagem verbal (palavras) e a no verbal (imagens), sendo

    que tanto uma quanto a outra so muito importantes, pois so

    complementares! Tente entender a charge em questo sem ler o que est

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    escrito. Tente agora compreender o que est escrito sem observar a imagem.

    Ficar difcil!

    Outra caracterstica comum das charges trazer uma reflexo, muitas

    vezes crtica, de algum fato ou assunto atual, como o caso desta em

    questo. A falta do hbito de leitura dos jovens criticada e fez-se meno

    tambm DRVUROH]LQKRVTXHILFDUDPIDPRVRVQR~OWLPRDQRLembra-se? Vou refrescar a sua memria: trata-se de encontros que reuniram centenas de

    jovens da periferia nos shoppings de So Paulo. Entre os primeiros eventos,

    estavam atos organizados por cantores de funk em resposta aprovao de

    um projeto de lei que proibia bailes nas ruas da capital paulista. Os tais

    UROH]LQKRVSUHRFXSDUDPRVFRPHUFLDQWHVDOJXQVLQFOXVLYHWLYHUDPTXHIHFKDUas portas, por medo de furtos (que chegaram a acontecer) e do tumulto

    causado pela multido.

    Ao observar todos os aspectos do texto, percebemos facilmente que a

    letra C a adequada para a resposta. clara a crtica falta do hbito de ler

    da maioria dos jovens de hoje em dia. Eles no se interessaram pelo convite

    implcito para conhecerem a livraria, pois o interesse deles era por cinema,

    moda e alimentao (alternativa A errada). Como perceber isso? Observe para

    onde a cabea dos jovens est virada! O dono da loja a minoria que valoriza

    a leitura. Ele no precisou se preocupar com furtos e com o tumulto dos

    UROH]LQKRV SRLV RV MRYHQV QmR VH LQWHUHVVDP SHOD ORMD GHOH Dlternativa B errada)! O dono da livraria no tem os mesmos interesses dos outros jovens,

    tanto que sua loja est vazia. Isso o entristece (alternativas D e E erradas).

    GABARITO: C

    Ateno: Para responder questo a seguir, considere o texto:

    O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro

    comea a avanar pelos vastos e desertos prados do Cazaquisto, deixando

    para trs a fronteira com a China.

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    O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendria Rota da

    Seda, antigo caminho que ligava a China Europa e era usado para o

    transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, at cair

    em desuso, seis sculos atrs.

    Hoje, a rota est sendo retomada para transportar uma carga igualmente

    preciosa: laptops e acessrios de informtica fabricados na China e enviados

    por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.

    A Rota da Seda nunca foi uma rota nica, mas sim uma teia de caminhos

    trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando

    ;LDQ cidade do centro-oeste chins, mais conhecida por seus guerreiros de WHUUDFRWD era a capital da China.

    As caravanas comeavam cruzando os desertos do oeste da China,

    viajavam por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e

    ento percorriam as pouco povoadas estepes da sia Central at o mar Cspio

    e alm.

    Esses caminhos floresceram durante os primrdios da Idade Mdia. Mas,

    medida que a navegao martima se expandiu e que o centro poltico da

    China se deslocou para Pequim, a atividade econmica do pas migrou na

    direo da costa.

    Hoje, a geografia econmica est mudando outra vez. Os custos

    trabalhistas nas cidades do leste da China dispararam na ltima dcada. Por

    isso as indstrias esto transferindo sua produo para o interior do pas.

    O envio de produtos por caminho das fbricas do interior para os portos

    GH6KHQ]KHQRX;DQJDL e de l por navios que contornam a ndia e cruzam o FDQDOGH6XH] algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz esse tempo para trs semanas. A rota martima ainda mais barata do que o

    trem, mas o custo do tempo agregado por mar considervel.

    Inicialmente, a experincia foi realizada nos meses de vero, mas agora

    algumas empresas planejam usar o frete ferrovirio no prximo inverno

    boreal. Para isso adotam complexas providncias para proteger a carga das

    temperaturas que podem atingir 40C negativos.

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    (Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)

    09. (TRT-19 2014 - ANALISTA JUDICIRIO FCC) Depreende-se corretamente do texto:

    (A) A lendria Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de

    camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da regio.

    (B) A expanso da navegao martima colaborou para que, no passado, a

    atividade comercial da China migrasse na direo da costa.

    (C) O frete ferrovirio deve ser substitudo pelo transporte martimo no

    inverno, j que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas

    temperaturas.

    (D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fbricas chinesas voltaram a

    exportar quantidades significativas de especiarias.

    (E) A navegao chinesa se expandiu e o transporte martimo atingiu o

    seu auge durante a poca em que ;LDQHUDDFDSLWDOGD&KLQD

    Comentrio: este modelo de questo tpico das provas da FCC.

    Depreender do texto poder afirmar algo a partir da leitura dele. Vamos

    analisar as alternativas:

    (A) A lendria Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de

    camelos e cavalos tinham dificuldade de enfrentar o frio extremo da regio. -

    ERRADA. A lendrio Rota da Seda foi abandonada quando a atividade

    econmica do pas mudou para a costa, devido s grandes navegaes

    e ao deslocamento do centro poltico da China para Pequim.

    (C) O frete ferrovirio deve ser substitudo pelo transporte martimo no

    inverno, j que a carga a ser transportada pode ser danificada pelas baixas

    temperaturas. ERRADA. Os cuidados para que as cargas no sejam

    danificadas pelas baixas temperaturas devero ser tomados, mas a

    ideia que, mesmo durante o inverno boreal, o transporte seja

    ferrovirio.

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    (D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fbricas chinesas voltaram a

    exportar quantidades significativas de especiarias. ERRADA. O texto no fala

    nada sobre as empresas voltarem a vender especiarias.

    (E) A navegao chinesa se expandiu e o transporte martimo atingiu o

    seu augHGXUDQWHDpSRFDHPTXH;LDQHUDDFDSLWDOGD&KLQD ERRADA. O desenvolvimento e o auge do transporte martimo levaram a capital da

    China para Pequim.

    GABARITO: B

    Leia o texto a seguir.

    Falo somente do que falo:

    do seco e de suas paisagens,

    Nordestes, debaixo de um sol

    ali do mais quente vinagre:

    que reduz tudo ao espinhao,

    cresta o simplesmente folhagem,

    folha prolixa, folharada,

    onde possa esconder-se a fraude.

    Falo somente por quem falo:

    por quem existe nesses climas

    condicionados pelo sol,

    pelo gavio e outras rapinas:

    e onde esto os solos inertes

    de tantas condies caatinga

    em que s cabe cultivar

    o que sinnimo da mngua

    Falo somente para quem falo:

    quem padece sono de morto

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    e precisa um despertador

    acre, como o sol sobre o olho:

    que quando o sol estridente,

    a contrapelo, imperioso,

    e bate nas plpebras como

    se bate numa porta a socos.

    7UHFKRGH*UDFLOLDQR5DPRV-RmR&DEUDOGH0HOR1HWR Melhores poemas de Joo Cabral de Melo Neto. SECCHIN, Antonio Carlos (Sel.), So Paulo: Global, 2013, formato

    ebook)

    10. (TRT-19 2014 - ANALISTA JUDICIRIO FCC) Considere as afirmaes abaixo.

    I. Ao lanar mo da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta

    visa a chamar para uma situao de misria a ateno de um leitor indiferente.

    II. expressa no poema a inteno de dar voz a pessoas submetidas a

    um contexto de privao.

    III. Depreende-se do poema que a misria provocada pela seca se

    esconde nas folhas prolixas da paisagem.

    Est correto o que se afirma APENAS em

    (A) I e III.

    (B) II e III.

    (C) II.

    (D) III.

    (E) I e II.

    Comentrio: trata-se de um texto literrio, de um poema dividido em trs

    estrofes. Na primeira, o eu-lrico fala de DOJR)DORVRPHQWHGRTXHIDORQDsegunda ele fala por DOJXpP)DORVRPHQWHSRUTXHPIDORHQD WHUFHLra ele fala para DOJXpP )DOR VRPHQWH SDUD TXHP IDOR 2 WHPD p D VHFD D YLGDdifcil e miservel do serto, tema recorrente de Joo Cabral de Melo Neto.

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    Depois dessa breve anlise, vamos ver as assertivas:

    I. Ao lanar mo da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta

    visa a chamar para uma situao de misria a ateno de um leitor indiferente.

    CORRETO. O eu-lrico (voz do poeta) chama a ateno do leitor desatento como se ele precisasse de um despertador para acordar e

    ver o que se passa!

    II. expressa no poema a inteno de dar voz a pessoas submetidas a

    um contexto de privao. - CORRETA. O eu-lrico fala pelos miserveis, d

    a voz para aqueles que no podem se expressar

    III. Depreende-se do poema que a misria provocada pela seca se

    esconde nas folhas prolixas da paisagem. ERRADA. A misria provocada

    pela seca no se esconde, se mostra na folhagem seca, cresta e

    abundante.

    GABARITO: E

    Queridos alunos, espero que at aqui vocs estejam gostando e

    me acompanhando! No deixem passar dvidas! Entrem em contato

    comigo se precisarem!

    Vamos em frente!

    3. Tipos e gneros textuais

    O texto faz parte do nosso cotidiano, no mesmo? Recorremos a eles

    para pedir um favor, enviar um e-mail importante, para comentar uma foto de

    um amigo nas redes sociais, para pedir um caf, para solicitar ao banco o

    cancelamento do carto de crdito, para reivindicar melhorias no transporte

    pblico, em fim! Para essas e para outras tantas situaes, usamos o qu? O

    texto!! O gnero textual, oral ou escrito, escolhido a partir da finalidade do

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    texto, por isso os exemplos so ilimitados. Se eu vou convidar um amigo

    prximo para uma viagem, posso fazer isso oralmente, pelo telefone ou

    pessoalmente, posso escrever um bilhete ou mandar uma mensagem informal

    via internet, mas no h necessidade de se fazer um ofcio, um e-mail formal!

    Escolher o gnero textual depende de qu?

    1) Finalidade do texto qual o objetivo texto, o que se pretende com ele.

    2) Os interlocutores leva-se em considerao para quem o texto se destina, qual a funo do destinatrio ou interlocutor,

    existe uma hierarquia?

    3) A situao normalmente observa-se se a situao formal ou informal. Se a comunicao deve ser rpida ou no.

    impossvel quantificar os gneros textuais! Por que isso acontece? Pela sua

    natureza, pois depende do objetivo pelo qual eles foram criados, para satisfazer a

    determinadas necessidades de comunicao. Assim sendo, podem aparecer ou

    desaparecer de acordo com a poca ou as necessidades dos que temos. Por isso,

    podemos afirmar que gnero textual uma questo de uso.

    Os textos, embora diferentes entre si, possuem pontos em comum, pois

    podem se repetir no contedo, no tipo de linguagem, na estrutura. Quando

    eles apresentam um conjunto de caractersticas semelhantes, seja na

    estrutura, contedo ou tipo de linguagem, so agrupados em tipos textuais.

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    Os textos so divididos didaticamente em TIPOS TEXTUAIS e cada TIPO

    dividido em vrios GNEROS TEXTUAIS.

    A maneira tradicional de se organizar os textos da seguinte forma:

    TIPOS TEXTUAIS GNEROS TEXTUAIS

    Narrativo

    Conto maravilhoso;

    Conto de fadas;

    Fbula;

    Lenda;

    Narrativa de fico cientfica;

    Romance;

    Conto;

    Piada;

    Etc.

    Relato

    Relato de viagem;

    Dirio;

    Autobiografia;

    Curriculum vitae;

    Notcia;

    Biografia;

    Relato histrico;

    etc.

    Argumentativo

    Texto de opinio;

    Carta de leitor;

    Carta de solicitao;

    Editorial;

    Ensaio;

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    Resenhas crticas;

    etc.

    Expositivo

    Texto expositivo;

    Seminrio;

    Conferncia;

    Palestra;

    Entrevista de especialista;

    Texto explicativo;

    Relatrio cientfico;

    etc.

    Instrucional:

    Receita;

    Instrues de uso;

    Regulamento;

    Textos prescritivos;

    etc.

    Mas baseada em que feita a diviso dos gneros em tipos

    textuais? Pergunta muito importante!

    As caractersticas dominantes de cada gnero os colocam em um grupo de

    textos (tipo) e no em outro. Por exemplo:

    - TIPO narrativo: todos os textos que esto neste grupo possuem os

    chamados elementos essenciais da narrativa: tempo, lugar, personagens, fato

    (enredo) e narrador em sua estrutura.

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    - TIPO relato: tambm possuem os elementos da narrativa, mas relatam

    algo real, no fictcia.

    - TIPO argumentativo: os textos deste grupo se dedicam a convencer o

    interlocutor. Possuem, por tanto, TESE (opinio) e ARGUMENTOS.

    - TIPO expositivo: os textos aqui tm por objetivo falar sobre um

    determinado assunto, explicar, expor sobre algo.

    - TIPO instruir: os textos deste tipo dedicam-se a levar o interlocutor a

    desenvolver uma dada atividade sozinho. So passadas instrues para que

    isso ocorra.

    Vimos que cada gnero possui sua caracterstica. Ok! Mas, importante

    destacar que no existe um texto que seja, por exemplo, exclusivamente

    argumentativo. Ao afirmar que a carta de leitor argumentativa, as

    caractersticas dominantes so levadas em considerao. A bula de um

    remdio dominantemente instrucional, mas tem uma parte dela que

    expositiva. Para facilitar a aprendizagem, entenda que o gnero textual a

    parte concreta, prtica, enquanto a tipologia textual integra um campo mais

    terico, mais formal.

    2 gnero textual uma noo propositalmente vaga para refletir os textos encontrados em nossa vida diria e que apresentam caractersticas

    sociocomunicativas definidas por contedos, propriedades funcionais, estilo e

    FRPSRVLomRFDUDFWHUtVWLFD (MARCUSCHI, 2002, P. 40).

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    Alunos, antes de resolvermos mais questes, proponho o seguinte:

    vamos analisar um tipo de texto muito recorrente em provas de

    concurso: ARGUMENTAR.

    4. TIPO ARGUMENTAR

    Objetivo comunicativo: fazer crer

    A argumentao constitui uma das partes mais significativas do discurso

    dissertativo. So os argumentos que definem o potencial de convencimento

    de que uma tese esteja correta.

    O que tese? a opinio do autor do texto. aquilo do qual ele

    pretende convencer, fazer crer o leitor.

    O que argumento? qualquer recurso lingustico capaz de convencer

    o interlocutor, o leitor.

    Apesar de serem inmeros os recursos argumentativos, na escrita alguns

    se sobressaem, tais como:

    - Argumento de autoridade: recurso que usamos a partir da fala de um

    especialista no assunto de que estamos falando.

    Ex.: Entende-se que programas de apoio seriam mais eficazes se

    acompanhados de trabalho visando mudar as relaes entre usurios

    dependentes, sua famlia e comunidade. S (1994) alerta para o fato de que os

    principais problemas enfrentados pelos usurios no so decorrentes do uso da

    substncia, mas aqueles frutos da marginalizao.

    (fonte: Cad. Sade Pblica vol.14 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 1998)

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    - Argumento de prova concreta: recurso lingustico que toma como

    base resultados de pesquisas, percentuais numricos, etc.

    Ex.: 2HYHQWRYLROHQWRHQYROYHXRXVRGHGURJDV"RVGDGRVpermitiram vislumbrar que: dos 2.736 atendimentos por todas as causas

    externas realizados em maio de 1996 no Miguel Couto, 343 (13%) envolveram

    o uso de drogas. No Salgado Filho, de 2.192 atendimentos ocorridos em junho

    de 1996, 295 (12,6%) tiveram alguma droga relacionada sua ocorrncia.

    (fonte: Cad. Sade Pblica vol.14 n.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 1998)

    - Argumento histrico: como o prprio nome assinala, este argumento

    apoia-se na histria documental para dar f tese que defende.

    Ex.: Os primeiros dados histricos sobre Bangladesh narram a sucesso de

    diversos imprios hindus, diversas lutas internas e conflitos entre hindus e

    budistas por dominar a zona. Tudo isto foi o preldio para o posterior

    levantamento do Isl que dominou o norte da ndia no fim do sculo XII.

    Mohammed Bakhtiar, de Turquia, capturou a zona em 1199 com apenas 20

    homens, grDoDVDXPDLQH[SOLFiYHOHVWUDWpJLD

    - Argumento de consenso: recurso de defesa baseado em informaes

    que tendem a certa objetividade, por se basear em conceitos culturalmente

    aceitos pela opinio pblica.

    Ex.: o abuso de poder por parte das autoridades, principalmente as da

    rea da segurana, ocorre constantemente neste pas.

    Leia os textos argumentativos a seguir e tente perceber a TESE e

    os ARGUMENTOS utilizados pelos autores!

    Neurocincia

    O lado srio dos ataques incontrolveis de riso.

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    Ter ataques de risos em ocasies, no mnimo, inoportunas, como enterros,

    reunies formais ou casamentos, pode ser mais do que inconveniente. Pode

    ser sinal de um distrbio cerebral chamado incontinncia emocional ou risada

    patolgica. Trata-se de uma condio de origem ainda pouco conhecida

    causadora de ataques incontrolveis de riso sem conexo com qualquer tipo de

    emoo. O problema s agora comea a ser investigado em maior

    SURIXQGLGDGHVHJXQGRDUHYLVWDEULWkQLFD1HZ6FLHQWLVW2SULPHLURUHPpGLRcontra a incontinncia emocional, desenvolvido por um laboratrio americano

    chamado Avanir, est espera de aprovao da Administrao de Alimentos e

    Remdios dos EUA (FDA, na sigla em ingls). Em geral, a incontinncia

    emocional est associada a problemas mais srios, como o mal de Parkinson.

    Todavia, h casos em que o nico transtorno na vida dos afetados so mesmo

    s ataques de risos em momentos, quase sempre, nada apropriados. Algumas

    pessoas sofrem tambm crises de choro sem motivo ou ataques de fria sem

    explicao. Existem ainda casos ligados a uma outra complicao chamada mal

    de Witzelsucht. Pessoas que sofrem deste ltimo volta e meia so

    consideradas terrivelmente chatas por contar histrias sem p nem cabea ou

    fazer brincadeiras de mau gosto. Cientistas acreditam que o problema esteja

    relacionado a leses cerebrais e que seu estudo possa revelar muito sobre as

    relaes bioqumicas entre emoo e comportamento que, diferentemente do

    que parece primeira vista, no esto diretamente ligados no crebro.

    (19.6.2009 Revista O GLOBO 41)

    A cor do Brasil

    Durante anos, os brasileiros cresceram ouvindo trs afirmaes de que

    Deus nasceu por aqui: o Brasil no tem furaces ou terremotos, o brasileiro

    um homem cordial e nesta terra no existe racismo. verdade que estamos

    livres de desastres naturais que infernizam outras naes, mas os ndices de

    violncia decorrentes da rpida urbanizao do Pas nas trs ltimas dcadas

    demoliram a teoria do brasileiro cordial. Agora, segundo pesquisa Isto

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    /Brasmarket publicada nesta edio, chegou a hora de rever o mito da

    convivncia pacfica entre brancos e negros. O brasileiro racista. Pelo menos

    para 83% dos entrevistados que disseram existir discriminao racial em

    relao ao negro.

    uma opinio forjada pelas histrias do cotidiano. No Rio Grande do Sul,

    um jovem negro de 19 anos, foi atropelado por um BMW. O motorista, branco,

    no socorreu o rapaz alegando tratar-se de um negro numa bicicleta roubada.

    O mesmo argumento serviu ao neurologista, tambm branco, para justificar a

    demora no atendimento ao rapaz, que fora levado ao Hospital Nossa Senhora

    das Graas, em Canoas. O jovem morreu dois dias depois em um outro

    hospital, o Me de Deus, vtima de traumatismo craniano. Pior: temendo ser

    confundido com um ladro de bicicletas, ele andava sempre com a nota fiscal

    no bolso. Pior ainda: nem o motorista nem o Hospital Nossa Senhora das

    Graas responderam na justia por seus atos.

    A discriminao contra o negro, assim como contra nordestinos e

    mulheres, prospera por causa da impunidade.

    (Revisa Isto , n1405, Prensa Trs. So Paulo, editora Trs, 4 set 2009)

    A TV manda, o futebol obedece

    [...]

    A simbiose entre o esporte e a TV vem de longe, mas atingiu nos ltimos

    tempos um grau assustador. O futebol profissional hoje, em grande parte,

    um evento produzido para a televiso e moldado por ela.

    Basta lembrar que, por convenincia da grade de programao da Rede

    Globo (cujas novelas so intocveis), foram alterados os horrios dos jogos

    noturnos do meio da semana - e s vezes tambm do fim-de-semana.

    Uma partida comear s 21h40 numa quarta-feira pode no ser

    conveniente para os jogadores nem para os torcedores, mas timo para a

    TV.

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    Outro exemplo de que a TV comanda hoje o espetculo futebolstico a

    nova onda de festejar os gols: em vez de abraar companheiros ou correr para

    a torcida, os jogadores procuram a cmera mais prxima para fazer

    coreografias, vestir mscaras, exibir mensagens escritas em camisetas e

    faixas.

    Ao tirar suas quinquilharias de dentro do calo para mostrar ao

    espectador, lembram aqueles camels televisivos dos "Shop Tours" da vida.

    E a torcida tambm faz a sua parte. Depois que a Globo - imitando o velho

    "Canal 100" - comeou a captar imagens de torcedores pitorescos na

    arquibancada, muitos comearam a ir ao estdio vestidos de maneira bizarra,

    com a cara pintada, segurando cartazes com mensagens para locutores e

    emissoras - implorando por cinco segundos de fama.

    O auge da demonstrao do poder monopolista da Globo tem acontecido

    nos jogos noturnos transmitidos pela emissora do Parque Antarctica.

    Enquanto a cmera focaliza um prdio vizinho ao estdio, o locutor

    literalmente manda os moradores apagarem e acenderem a luz.

    impressionante. O prdio fica parecendo uma rvore de Natal, o que

    prova duas coisas: 1) que quase todos os moradores estavam

    sintonizados na emissora; 2) que aceitam alegremente seu papel de

    teleguiados.

    Essa exibio de poder sempre me lembra uma cena poderosa e terrvel

    do filme "Rede de Intrigas", de Sidney Lumet.

    O apresentador de um programa de auditrio campeo de audincia

    - uma espcie de Ratinho alfabetizado - conclama seus telespectadores a

    ir at a janela e gritar, extravasando seu descontentamento com a vida.

    A cena seguinte a de centenas de cidados gritando das janelas de

    seus prdios.

    A diferena que os espectadores comandados pelo locutor da Globo no

    querem expressar nenhum protesto, mas apenas participar, nem que seja

    como uma annima luz piscante, do grande circo da televiso. Quanto ao

    futebol, ora, quem quer saber?

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    (Folha de S.Paulo, 2011)

    Questes comentadas BLOCO II

    Sobre a efemeridade das mdias

    Um congresso recente, em Veneza, dedicou-se questo da efemeridade

    dos suportes de informao, desde a tbua de argila, o papiro e o pergaminho

    at o livro impresso e os atuais meios eletrnicos. O livro impresso, at agora,

    demonstrou que sobrevive bem por 500 anos, mas s quando se trata de livros

    feitos de papel de trapos. A partir de meados do sculo XIX, passou-se ao

    papel de polpa de madeira, e parece que este tem uma vida mxima de 70

    anos (com efeito, basta consultar jornais ou livros dos anos de 1940 para ver

    como muitos se desfazem ao ser folheados). H muito tempo se realizam

    estudos para salvar todos os livros que abarrotam nossas bibliotecas; uma das

    solues mais adotadas escanear todas as pginas e pass-las para um

    suporte eletrnico.

    Mas aqui surge outro problema: todos os suportes para a transmisso e a

    conservao de informaes, da foto ao filme, do disco memria do

    computador, so mais perecveis que o livro. As velhas fitas cassetes, com

    pouco tempo de uso se enrolavam todas, e saam mascadas; as fitas de vdeo

    perdem as cores e a definio com facilidade. Tivemos tempo suficiente para

    ver quanto podia durar um disco de vinil sem ficar riscado demais, mas no

    para verificar quanto dura um CD-ROM, que, saudado como a inveno que

    substituiria o livro, ameaa sair rapidamente do mercado, porque podemos

    acessar on-line os mesmos contedos por um custo menor. Sabemos que

    todos os suportes mecnicos, eltricos ou eletrnicos so rapidamente

    perecveis, ou no sabemos quanto duram e provavelmente nunca chegaremos

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    a saber. Basta um pico de tenso, um raio no jardim para desmagnetizar uma

    memria. Se houvesse um apago bastante longo, no poderamos usar

    nenhuma memria eletrnica.

    Os suportes modernos parecem criados mais para a difuso do que para a

    conservao das informaes. possvel que, dentro de alguns sculos, a

    nica forma de ler notcias sobre o passado continue sendo a consulta a um

    velho e bom livro. No, no sou um conservador reacionrio. Gravei em disco

    rgido porttil de 250 gigabytes as maiores obras primas da literatura

    universal. Mas estou feliz porque os livros continuam em minha biblioteca uma garantia para quando os instrumentos eletrnicos entrarem em pane.

    (Adaptado de Umberto Eco UOL Notcias NYT/ 26/04/2009)

    01. (TRT/16 2009 - ENGENHARIA FCC) Analisando diferentes mdias, o autor tem sua ateno voltada, sobretudo, para

    (A) o grau de obsolescncia dos livros antigos, mormente os centenrios.

    (B) a conservao dos livros, que se vem revelando cada vez mais

    precria.

    (C) o conservadorismo de quem rejeita os suportes modernos de

    informao.

    (D) a preservao das informaes, quaisquer que sejam seus suportes.

    (E) a fidedignidade das informaes que circulam em suportes eletrnicos.

    Comentrio: o autor do texto tem o objetivo de falar sobre a conservao

    das informaes. Ele analisa a efemeridade dos meios, ou seja, o quanto eles

    duram pouco. O autor gosta de livros impressos, mas no dispensou guardar

    as maiores obras primas da literatura em um disco rgido, pois no importa o

    suporte, mas sim que as informaes sejam preservadas.

    GABARITO: D

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    02. (TRT/16 2009 - ENGENHARIA FCC) Atente para as seguintes afirmaes:

    I. No primeiro pargrafo, afirma-se que vem sendo processada a cpia

    eletrnica de livros para preservar a massa de informaes dos volumes que

    lotam nossas bibliotecas.

    II. No segundo pargrafo, considera-se no apenas a efemeridade dos

    ltimos suportes de mdia, mas tambm aspectos ticos envolvidos na

    transmisso de informaes on-line.

    III. No terceiro pargrafo, o autor sugere que informaes impressas em

    livro esto mais seguras do que as que se veem processando em suportes

    mais avanados.

    Est correto o que se afirma em

    (A) III, apenas.

    (B) II e III, apenas.

    (C) I, II e III.

    (D) I e II, apenas.

    (E) I e III, apenas.

    Comentrio: vejamos cada assertiva:

    I. No primeiro pargrafo, afirma-se que vem sendo processada a cpia

    eletrnica de livros para preservar a massa de informaes dos volumes que

    lotam nossas bibliotecas. CORRETA. Os livros tm sido escaneados e preservados em cpia eletrnica.

    II. No segundo pargrafo, considera-se no apenas a efemeridade dos

    ltimos suportes de mdia, mas tambm aspectos ticos envolvidos na

    transmisso de informaes on-line. - ERRADA. Nada foi falado sobre

    aspectos ticos.

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    III. No terceiro pargrafo, o autor sugere que informaes impressas em

    livro esto mais seguras do que as que se veem processando em suportes

    mais avanados. - CORRETO. Segundo o autor, os livros duram mais.

    GABARITO: E

    03. (TRT/16 2009 - ENGENHARIA FCC) O autor nega que seja um conservador reacionrio negativa que pode ser justificada atentando-se para o segmento

    (A) consulta a um velho e bom livro.

    (B) Gravei em disco rgido porttil.

    (C) mais para a difuso do que para a conservao das informaes.

    (D) nica forma de ler notcias sobre o passado.

    (E) os livros continuam em minha biblioteca.

    Comentrio: a alternativa correta a B. O autor justifica o fato de no ser

    um conservador reacionrio por fazer cpias em disco rgido.

    GABARITO: B

    04. (TRT/16 2009 - ENGENHARIA FCC) correto deduzir das afirmaes do texto que

    (A) a confiabilidade de suportes simples pode superar a dos mais

    complexos.

    (B) a limitao da mdia eletrnica revela-se na transmisso de

    informaes.

    (C) j houve tempo suficiente para se precisar a durabilidade do disco

    rgido.

    (D) a obsolescncia de todos os suportes de informao tem a mesma

    causa.

    (E) os livros feitos de papel de trapo no resistem mais que cinco sculos.

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    Comentrio: a questo pede que voc faa uma inferncia do texto, que

    deduza algo segundo as informaes dadas. A alternativa A est correta, pois

    os suportes simples como o papel podem ser mais confiveis. Analisando o que

    h de errado nas outras:

    B a limitao da mdia est na conservao das informaes, no na transmisso.

    C O autor no fala nada sobre isso. D Essa generalizao do TODOS est equivocada. E Os livros feitos de papel de trapo resistem pelo menos 500 anos, ou

    seja, pode durar mais do que cinco sculos.

    GABARITO: A

    As 5 questes a seguir baseiam-se no texto apresentado abaixo.

    Caipiradas

    A gente que vive na cidade procurou sempre adotar modos de ser, pensar

    e agir que lhe pareciam os mais civilizados, os que permitem ver logo que uma

    pessoa est acostumada com o que prescrito de maneira tirnica pelas

    modas moda na roupa, na etiqueta, na escolha dos objetos, na comida, na dana, nos espetculos, na gria. A moda logo passa; por isso, a gente da

    cidade deve e pode mudar, trocar de objetos e costumes, estar em dia. Como

    consequncia, se entra em contato com um grupo ou uma pessoa que no

    mudaram tanto assim; que usam roupa como a de dez anos atrs e

    respondem a um cumprimento com certa frmula desusada; que no sabem

    qual o cantor da moda nem o novo jeito de namorar; quando entra em

    contato com gente assim, o citadino diz que ela caipira, querendo dizer que

    atrasada e portanto meio ridcula.

    Diz, ou dizia; porque hoje a mudana to rpida que o termo est

    saindo das expresses de todo dia e serve mais para designar certas

    sobrevivncias teimosas ou alteradas do passado: msicas caipiras, festas

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    caipiras, danas caipiras, por exemplo. Que, alis, na maioria das vezes,

    conhecemos no praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e

    usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoresco.

    Nem podia ser de outro modo, porque o mundo em geral est mudando

    depressa demais, e nada pode ficar parado. Hoje, creio que no se pode falar

    mais de criatividade cultural no universo do caipira, porque ele quase acabou.

    O que h impulso adquirido, resto, repetio ou pardia e imitao deformada, mais ou menos parecida. H, registre-se, iniciativas culturais com

    o fito de fixar o que sobra de autntico no mundo caipira. o caso do disco

    Caipira. Razes e frutos, do selo Eldorado, gravado em 1980, que ser

    altamente apreciado por quantos se interessem por essa cultura to especial, e

    j quase extinta.

    (Adaptado de Antonio Candido, Recortes)

    05. (TRT/16 2012 - TECNICO JUDICIRO FCC) No primeiro pargrafo, estabelece-se uma contraposio entre as expresses

    $ORJRSDVVDHHVWDUHPGLD, destacando parmetros adotados pelos caipiras.

    %GHPDQHLUDWLUkQLFDe HVWiDFRVWXPDGDenfatizando as crticas dos citadinos aos modos caipiras.

    &dHYHHSRGHPXGDU, sublinhando os impulsos a que os caipiras tm que se render.

    'pDWUDVDGDHPHLRULGtFXOD, acentuando a variabilidade que ocorre com as modas.

    (PDLVFLYLOL]DGRVHIyUPXODGHVXVDGD, identificando pontos de vista adotados pelos citadinos.

    Comentrio: a nica oposio apresentada a que existe entre mais FLYLOL]DGRVHIyUPXODGHVXVDGD, pois indica o modo bom e o modo ruim de ser, segundo um citadino.

    GABARITO: E

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    06. (TRT/16 2012 - TECNICO JUDICIRO FCC) Atente para as seguintes afirmaes sobre o primeiro pargrafo:

    ,&RPDH[SUHVVmRRTXHpSUHVFULWRGHPDQHLUDWLUkQLFD, o autor est qualificando modos de ser, pensar e agir, com cuja imposio os citadinos

    esto acostumados.

    II. A submisso dos citadinos aos valores da moda a causa de uma

    alternncia de valores que reflete uma clara hesitao entre o que velho e o

    que novo.

    III. No ltimo e longo perodo, a sequncia de pontos e vrgulas destaca

    uma enumerao de traos que identificam um caipira aos olhos do citadino.

    Em relao ao texto, est correto o que se afirma em:

    (A) II e III, apenas.

    (B) I e II, apenas.

    (C) I, II e III.

    (D) III, apenas.

    (E) I e III, apenas.

    Comentrio: Vamos analisar as afirmaes:

    I. CORRETA

    II. A submisso dos citadinos aos valores da moda a causa de uma

    alternncia de valores que reflete uma clara hesitao entre o que

    velho e o que novo. ERRADA. Os citadinos buscam sempre o que novo. O que velho caipira.

    III. CORRETA

    GABARITO: E

    07. (TRT/16 2012 - TECNICO JUDICIRO FCC) Atentando-se para o 2 pargrafo, correto afirmar que o segmento

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    $ 'L] RX GL]LD sugere a velocidade com que um novo elemento da moda aprimora um anterior.

    % FHUWDV VREUHYLYrQFLDV WHLPRVDV RX DOWHUDGDV designa a precria permanncia de costumes caipiras.

    & R WHUPRHVWi VDLQGRGDVH[SUHVV}HVGH WRGRGLD refere-se moda que deixa de ser seguida.

    ' XP SURGXWR FRPHUFLDO SLWRUHVFR traduz a maneira pela qual o citadino reconhece a moda que ele mesmo promove.

    (a realidade do seu PXQGRest-se referindo ao universo do citadino.

    Comentrio: vamos reler o 2 pargrafo.

    'L] RX GL]LD SRUTXH KRMH D PXGDQoD p WmR UiSLGD TXH R WHUPR HVWisaindo das expresses de todo dia e serve mais para designar certas

    sobrevivncias teimosas ou alteradas do passado: msicas caipiras, festas

    caipiras, danas caipiras, por exemplo. Que, alis, na maioria das vezes,

    conhecemos no praticadas por caipiras, mas por gente que finge de caipira e

    usa a realidade do seu mundo como um produto comercial pitoUHVFR A No.. 'L] RXGL]LD LQGLFDTXH WXGRPXGDDWpD IRUPDGH IDODU Hdesignar algo.

    B Sim... sobrevivncia teimosa a dos hbitos caipiras. C No... a moda continua a ser seguida, o que muda o nome que se

    d queles que no a seguem.

    D No... o produto comercial pitoresco no a moda, mas o que foge dela.

    E No... refere-se quele que finge ser caipira. GABARITO: B

    08. (TRT/16 2012 - TECNICO JUDICIRO FCC) Ao afirmar que o universo do caipira (...) quase acabou, o autor emprega o termo quase em

    funo

    (A) de remanescerem repeties e pardias que aludem ao mundo caipira.

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    (B) de as mudanas do nosso tempo ocorrerem em alta velocidade.

    (C) de iniciativas culturais que reavivam e fortalecem os costumes

    caipiras.

    (D) da fermentao cultural que se propaga criativamente nesse universo.

    (E) da autenticidade que o citadino ainda reconhece nos costumes

    caipiras.

    &RPHQWiULRYDPRVFRQWH[WXDOL]DURWUHFKRUHWLUDGRGRWH[WRporque o mundo em geral est mudando depressa demais, e nada pode ficar parado.

    Hoje, creio que no se pode falar mais de criatividade cultural no universo do

    caipira, porque ele quase acabou. O que h impulso adquirido, resto,

    repetio ou pardia HLPLWDomRGHIRUPDGDPDLVRXPHQRVSDUHFLGD Ao ler o trecho dentro do contexto, fica claro que a alternativa correta a

    A.

    GABARITO: A

    Da utilidade dos prefcios

    Li outro dia em algum lugar que os prefcios so textos inteis, j que em

    100% dos casos o prefaciador convocado com o compromisso exclusivo de

    falar bem do autor e da obra em questo. Garantido o tom elogioso, o prefcio

    ainda aponta caractersticas evidentes do texto que vir, que o leitor poderia

    ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefcio

    adianta elementos da histria a ser narrada (quando se trata de fico), ou

    antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a

    serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que

    intil, o prefcio seria um estraga-prazeres.

    Pois vou na contramo dessa crtica mal-humorada aos prefcios e

    prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda o que no justifica a generalizao devastadora. Meu argumento simples e pessoal: em

    muitos livros que li, a melhor coisa era o prefcio fosse pelo estilo do

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    prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistncia

    das ideias defendidas, muito mais slidas do que as expostas no texto

    principal. H casos clebres de bibliografias que indicam apenas o prefcio de

    uma obra, ficando claro que o restante desnecessrio. E ningum controla a

    possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e

    inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final

    vou glosar uma observao de Machado de Assis: quando o prefcio e o texto

    principal so ruins, o primeiro sempre ter sobre o segundo a vantagem de ser

    bem mais curto.

    H muito tempo me deparei com o prefcio que um grande poeta, dos

    maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de

    uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moa como

    se fosse uma Ceclia Meireles (que, alis, alm de grande escritora era tambm

    linda). No havia dvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando

    o poder de seduo da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele

    conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moa que o prefcio

    acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginao de um grande gnio

    potico.

    (Aderbal Siqueira Justo, indito)

    09. (TRT-16 2014 - ANALISTA JUDICIRIO/REA ADMINISTRATIVA FCC) O primeiro e o segundo pargrafos estabelecem entre si uma relao de

    (A) causa e efeito, uma vez que das convices expressas no primeiro

    resultam, como consequncia natural, as expostas no segundo.

    (B) de complementaridade, pois o que se afirma no segundo ajuda a

    compreender a mesma tese defendida e desenvolvida no primeiro.

    (C) inteira independncia, pois o tema do primeiro no se espelha no

    segundo, j que o autor do texto quer apenas enumerar diferentes estilos.

    (D) contraposio, pois a perspectiva de valor adotada no primeiro

    confrontada com outra que a relativiza e nega no segundo.

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    (E) similitude, pois so ligeiras as variaes do argumento central que

    ambos sustentam em relao utilidade e necessidade dos prefcios.

    Comentrio: O primeiro pargrafo apresenta a perspectiva de que os

    prefcios so inteis. Tal perspectiva refutada, confrontada pela opinio

    contrria do autor. Segundo ele, os prefcios so importantssimos, podendo

    chegar at a sobressair com relao obra em si.

    GABARITO: D

    10. (TRT-16 2014 - ANALISTA JUDICIRIO/REA ADMINISTRATIVA FCC) Considere as afirmaes abaixo.

    I. No primeiro pargrafo, a assertiva o prefcio seria um estraga-prazeres

    traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefcios so textos

    inteis.

    II. No segundo pargrafo, o autor afirma que vai de encontro tese

    defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefcio represente a parte

    melhor de um livro.

    III. No terceiro pargrafo, o autor se vale de uma ocorrncia real para

    demonstrar que o gnio inventivo de escritores iniciantes propicia prefcios

    igualmente criativos.

    Em relao ao texto, est correto o que se afirma APENAS em

    (A) I.

    (B) II.

    (C) III.

    (D) I e II.

    (E) II e III.

    Comentrio: vamos analisar cada afirmao:

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    I. No primeiro pargrafo, a assertiva o prefcio seria um estraga-prazeres

    traduz o efeito imediato da causa indicada na assertiva os prefcios so textos

    inteis. ERRADA. No primeiro pargrafo temos duas perspectivas para os prefcios: so inteis e estraga-prazeres. As duas coexistem, se

    adicionam.

    II. No segundo pargrafo, o autor afirma que vai de encontro tese

    defendida no primeiro porque pode ocorrer que um prefcio represente a parte

    melhor de um livro. CORRETA

    III. No terceiro pargrafo, o autor se vale de uma ocorrncia real para

    demonstrar que o gnio inventivo de escritores iniciantes propicia prefcios

    igualmente criativos. ERRADA. O caso demonstra que quem faz o prefcio pode estar melhor preparado do que autores iniciantes das

    obras prefaciadas.

    GABARITO: B

    11. (TRT-16 2014 - ANALISTA JUDICIRIO/REA ADMINISTRATIVA FCC) Ao lado de razes mais pessoais, marcadas por alguma subjetividade, o autor indica, como prova objetiva da utilidade de

    certos prefcios, o fato de que

    (A) Machado de Assis os julgava obras-primas pelo poder de alta conciso

    de que seriam capazes.

    (B) eles antecipam, para o leitor mais desavisado, alguns fragmentos

    essenciais compreenso do texto principal.

    (C) algumas bibliografias valorizam-nos