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GOVERNO D O EST ADO DE  SÃO PAULO 2 Eletricista

curso de eletricista basico

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    G O V E R N O D O E S T A D O D E S O P A U L O

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    Eletricista

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    Eletricista

    C O N S T R U O C I V I L

    emprego

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    GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO

    Geraldo Alckmin

    Governador

    SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO,

    CINCIA E TECNOLOGIA

    Rodrigo Garcia

    Secretrio

    Nelson Baeta Neves Filho

    Secretrio-Adjunto

    Maria Cristina Lopes Victorino

    Chefe de Gabinete

    Ernesto Masselani Neto

    Coordenador de Ensino Tcnico, Tecnolgico e Profissionalizante

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    Antonio Rafael Namur MuscatPresidente da Diretoria Executiva

    Hugo Tsugunobu Yoshida Yoshizaki

    Vice-presidente da Diretoria Executiva

    Gesto de Tecnologias aplicadas Educao

    Direo da reaGuilherme Ary Plonski

    Coordenao Executiva do ProjetoAngela Sprenger e Beatriz Scavazza

    Gesto do PortalLuiz Carlos Gonalves, Sonia Akimoto e

    Wilder Rogrio de Oliveira

    Gesto de ComunicaoAne do Valle

    Gesto do processo de produo editorial

    Gesto EditorialDenise Blanes

    Equipe de Produo

    Assessoria pedaggica:

    Ghisleine Trigo SilveiraEditorial:

    Airton Dantas de Arajo, Beatriz Chaves,Camila De Pieri Fernandes, Carla Fernanda Nascimento,Clia Maria Cassis, Daniele Brait, Fernanda Bottallo,Lvia Andersen, Lucas Puntel Carrasco, Main Greeb Vicente,Patrcia Maciel Bomfim, Patrcia Pinheiro de SantAna,Paulo Mendes e Sandra Maria da Silva

    Direitos autorais e iconografia:Aparecido Francisco,Beatriz Blay, Hugo Otvio Cruz Reis, Olvia Vieira daSilva Villa de Lima, Priscila Garofalo, Rita De Luca eRoberto Polacov

    Apoio produo:Luiz Roberto Vital Pinto, Maria ReginaXavier de Brito, Valria Aranha e Vanessa Leite Rios

    Diagramao e arte:

    Jairo Souza Design Grfico

    Fundao Carlos Alberto Vanzolini

    Concepo do programa e elaborao de contedos

    Geraldo Biasoto Jr.

    Diretor Executivo

    Lais Cristina da Costa Manso Nabuco de Arajo

    Superintendente de Relaes Institucionais e Projetos Especiais

    Coordenao Executiva do Projeto

    Jos Lucas Cordeiro

    Equipe TcnicaAna Paula Alves de Lavos, Bianca Briguglio,

    Dilma Fabri Maro Pichoneri, Emily Hozokawa Dias,

    Karina Satomi, Las Schalch, Selma Venco e

    Walkiria Rigolon

    Textos de Referncia

    Maria Helena de Castro Lima

    Fundao do Desenvolvimento Administrativo Fundap

    Secretaria de Desenvolvimento Econmico, Cincia e Tecnologia

    Coordenao do ProjetoJuan Carlos Dans Sanchez Equipe TcnicaCibele Rodrigues Silva e Joo Mota Jr.

    Agradecemos aos seguintes profissionais e instituies que colaboraram na produo deste material:

    CTP, Impresso e AcabamentoImprensa Oficial do Estado de So Paulo

    Anamaco, Arnaldo Borges da Silva Filho, Jhone da Silva, Marcelo Bonetti e Rima Yehia

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    Caro(a) Trabalhador(a)

    Estamos felizes com a sua participao em um dos nossos cursos do Programa

    Via Rpida Emprego. Sabemos o quanto importante a capacitao profissionalpara quem busca uma oportunidade de trabalho ou pretende abrir o seu prprio

    negcio.

    Hoje, a falta de qualificao uma das maiores dificuldades enfrentadas pelo

    desempregado.

    At os que esto trabalhando precisam de capacitao para se manter atualizados ou

    quem sabe exercer novas profisses com salrios mais atraentes.

    Foi pensando em voc que o Governo do Estado criou oVia Rpida Emprego.

    O Programa coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econmico, Cincia

    e Tecnologia, em parceria com instituies conceituadas na rea da educao profis-

    sional.

    Os nossos cursos contam com um material didtico especialmente criado para

    facilitar o aprendizado de maneira rpida e eficiente. Com a ajuda de educadores

    experientes, pretendemos formar bons profissionais para o mercado de trabalho

    e excelentes cidados para a sociedade.

    Temos certeza de que iremos lhe proporcionar muito mais que uma formao

    profissional de qualidade. O curso, sem dvida, ser o seu passaporte para a

    realizao de sonhos ainda maiores.

    Boa sorte e um timo curso!

    Secretaria de Desenvolvimento Econmico,Cincia e Tecnologia

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    Caro(a) Trabalhador(a)

    Voc, neste momento, dar continuidade ao caminho que iniciou na direo da

    construo de novas aprendizagens para exercer a ocupao de eletricista.O objetivo do ProgramaVia Rpida Emprego ampliar seus conhecimentos, paraalm dos contedos especficos da ocupao de eletricista.

    Este Programa parte do princpio de que muito importante que o estudante--trabalhador aprenda as tcnicas relacionadas ocupao. Porm, entendemos queigualmente importante compreender como os conhecimentos sobre essa reaavanaram ao longo do tempo, como est o mercado de trabalho da ocupao, oque se espera que o trabalhador saiba para exerc-la, como desenvolver o trabalho

    por conta prpria, entre outros aspectos.Tambm acreditamos que voc j tem muitos conhecimentos, experincias e vivncias,e que tudo isso ser valorizado e potencializado neste curso.

    Nas seis primeiras Unidades foram estudados vrios aspectos da ocupao, mas osaspectos prticos que iro pautar sua atuao no dia a dia ainda no foram abordados.

    Assim, na Unidade 7 voc vai conhecer, entre outros aspectos, como dimensionara demanda de eletricidade para uma residncia, incluindo as necessidades deiluminao e tomadas, bem como instalar o Quadro de Distribuio de Luz e Fora,

    definindo os circuitos eltricos.Na Unidade 8, o ponto de partida sero os principais problemas eltricos quecostumam surgir nas residncias: tomadas que no funcionam, chuveiros que noaquecem, lmpadas que queimam a toda hora etc. A partir desses problemas, veremoscomo fazer para corrigi-los.

    Na Unidade 9, voc ter a possibilidade de ref letir sobre a importncia das atitudese relaes no local de trabalho, discutindo sobre os modos de agir e de se relacionarem ambientes profissionais.

    Os diferentes vnculos de trabalho sero tratados na Unidade 10. Nela voc vai sabermais sobre trabalho autnomo, trabalho assalariado e sobre as condies de trabalhono mercado da ocupao de eletricista.

    Na Unidade 11, que encerra o Caderno, vo ser abordados temas tambm importantespara sua insero no mercado de trabalho: a organizao do seu currculo, bemcomo a necessidade de se preparar para uma entrevista de trabalho.

    Vamos continuar? Mos obra!

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    SUMRIO

    Unidade 79

    INSTALAESELTRICASRESIDENCIAIS: COMOFAZER

    Unidade 839

    MANUTENOCORRETIVARESIDENCIAL

    Unidade 947

    ASATITUDESEASRELAESNOSLOCAISDETRABALHO

    Unidade 1051

    POSSIBILIDADESDETRABALHOEVNCULOSEMPREGATCIOS

    Unidade 1161

    SEUSNOVOSCONHECIMENTOSESEUCURRCULO

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    FICHA CATALOGRFICA

    S A M - CRB-/T S M A - CRB-/

    So Paulo (Estado). Secretaria de Desenvolvimento Econmico, Cincia e Tecnologia. ViaRpida Emprego: construo civil: eletricista, v.2. So Paulo: SDECT, 2012.

    il. - - (Srie Arco Ocupacional Construo Civil)

    ISBN: 978-85-65278-39-3 (Impresso)978-85-65278-37-9 (Digital)

    1. Ensino profissionalizante 2. Construo civil - Qualificao tcnica 3. Eletricista -Instalao eltrica. Eletricidade - Aparelho e material eltrico I. Secretaria de DesenvolvimentoEconmico, Cincia e Tecnologia II. Ttulo III. Srie.

    CDD: 371.425621.31042621.31924

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 9

    UNIDADE 7

    Instalaes eltricasresidenciais: como fazer

    Imagine a seguinte situao: voc foi chamado para trabalharem uma casa que acabou de ser construda. As paredes estoerguidas e as janelas, portas e telhado j instalados em seus de-vidos lugares. At os dutos para a passagem dos cabos de energiaeltrica (chamados eletrodutos) esto embutidos nas paredes.

    Voc sabia?Existem eletrodutosde

    PVC e de metal. Os dePVC so mais recomen-dveis pelas seguintesrazes:

    No esquentam e noso condutores de ener-gia, o que acontece comos de metal.

    No tm cantos rgidos,o que diminui o risco deque cabos e fios sejam

    desencapados no mo-mento em que so pas-sados em seu interior.

    A impresso a de que tudo est pron-to. Quer dizer, quase tudo. Faltam asinstalaes eltricas. E no d parafazer a mudana sem isso, no ?

    Por onde voc comearia? Difcil?Nem tanto!

    A primeira coisa saber se existe um

    projeto de instalao eltrica.Embora importantssimos, no sotodas as residncias construdas quecontam com projetos de instalaeseltricas, elaborados por engenheirosou tcnicos com essa especialidade.

    Se houver um projeto, caber a voc eletricista execut-lo.

    Se no houver um projeto, caber avoc fazer as instalaes eltricas e,

    para isso, precisar conhecer alguns parmetros e detalhes tc-nicos desse tipo de instalao.

    De uma forma ou de outra, preciso que voc saiba como umprojeto desses. Por isso, vamos comear mostrando um deles.

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    10 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    Cada circuito eltrico tem uma numerao, que, em geral, indicada ao lado oudentro dos smbolos que marcam os pontos de iluminao, tomadas e interruptores.

    Veja, no exemplo de projeto a seguir, as outras marcaes.

    Talvez voc ainda no consiga entender exatamente o significado do que vai ver,mesmo com as legendas. No se preocupe com isso neste momento. Vamos voltara esses termos muitas vezes daqui para a frente.

    Leonardo

    doNascimentoPereiraeVitorMendona

    Ponto de luz no teto

    Tomada baixa monofsica com terra

    Tomada mdia monofsica com terra

    Ponto de luz na parede

    Interruptor simples

    Boto de campainhaCampainha

    Eletroduto embutido na laje

    Eletroduto embutido na parede

    Eletroduto embutido no piso

    Caixa de medio

    Quadro de distribuio

    Caixa de sada mdia bifsica com terra

    Caixa de sada alta bifsica com terra

    Interruptor paralelo

    Legenda

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 11

    Para ensinarmos passo a passo como devem ser as instala-es eltricas de uma casa, vamos supor, daqui em diante,que voc no teve acesso ao projeto de instalaes eltricas.

    Por onde comear? Algum que no trabalha na reaprovavelmente comearia pensando em comprar e ins-talar um poste de entrada de energia, desses que ficamna frente da casa e que so ligados aos postes de distri-buio de energia das ruas, instalados pelas empresasconcessionrias de energia.

    Essa uma das primeiras e mais importantes providn-cias, mas que se inicia com o dimensionamento da de-manda de eletricidade da casa.

    A escolha do poste de entrada de energia depende de haveruma previso da potncia (quantidade de watts [W]) que serutilizada na residncia. E esta, por sua vez, depende de uma

    previso da iluminao e das tomadas a serem instaladas.

    Voc sabia?Determinados serviospblicos so providos por

    concessionrias: empre-sas privadas que recebem

    do Estado uma concesso

    que lhes permite prestar

    algum servio. Isso acon-tece com energia eltrica,

    telefonia, distribuio de

    gua, coleta de lixo (estes

    dois ltimos em algunsmunicpios), entre outros

    servios.

    EduardoM

    arques/TempoEditorial

    Jacek/Kino

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    12 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    Enfim, essa ltima previso que servir de base paradefinir o tipo de fornecimento de energia que ser solici-tado concessionria. S assim a empresa responsvel peladistribuio de energia em seu municpio poder instalar

    e ligar o medidor dos servios de energia. E apenas dessamaneira a casa contar com a energia eltrica adequadapara todos os cmodos e ser possvel utilizar os aparelhoseltricos de uso cotidiano.

    Dimensionamento da demandade eletricidade

    Os primeiros passos para o dimensionamento da deman-

    da de eletricidade so definir os pontos de iluminao ede tomadas e calcular as potncias (cargas eltricas) queestaro associadas a cada um deles. A potncia total serdada, na sequncia, pela soma das potncias parciais.

    Definir a quantidade mnima de pontos de luz e de tomadasno uma deciso individual: nem do proprietrio da casa,nem do eletricista. A norma tcnica NBR 5 410 da Associa-o Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) que trata das

    instalaes eltricas de baixa tenso define critrios quedevem ser mantidos em todas as residncias. A deciso decolocar mais pontos de luz e de tomadas, alm do padromnimo, cabe ao proprietrio, ao engenheiro e/ou arquitetoresponsveis pelo projeto e ao eletricista.

    Vamos comear pelos critrios apresentados na NBR 5410.

    Dimensionamento da iluminao

    preciso que haja pelo menos um ponto de luz fixono teto de cada cmodo ou dependncia, com potn-cia mnima de 100 VA, com um interruptor corres-pondente de parede.

    Para cada 6 metros quadrados (m2) de rea deve-seprever um mnimo de potncia aparente de 100 VA.Acima desses 6 m2, para cada 4 m2adicionais deve-se

    acrescentar 60 VA de potncia.

    A unidade VA equivale avolt (tenso) x amperes (cor-

    rente eltrica) e corresponde

    potncia aparente (ativa e

    reativa).

    Recordando clculo de reas:Retngulo: figura geomtrica que

    tem quatro lados, sendo dois de ummesmo tamanho e dois de outro. Suarea calculada multiplicando a basepela altura: lado menor lado maior.

    Quadrado: figura geomtricaque tem quatro lados iguais e queformam um ngulo reto entre si.

    Sua rea calculada multiplicandolado lado.

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 13

    Por exemplo, se um quarto tiver uma rea de 9 m2, apotncia de iluminao prevista ser de 100 VA, pois ametragem equivalente a 6 m2+ 3 m2. Mas, se o quar-to tiver uma rea de 11 m2, a potncia prevista dever

    ser de 160 VA (100 VA para os primeiros 6 m2e 60 VApara os 5 m2adicionais).

    A iluminao do banheiro deve estar a pelo menos 60centmetros (cm) do boxe do chuveiro.

    Dimensionamento de tomadas

    Com relao s tomadas de uso geral conhecidas como

    TUG , aquelas usadas para a ligao de aparelhos mveisou portteis (televiso, liquidificador, secador de cabeloetc.), as recomendaes so as seguintes:

    preciso ter pelo menos uma tomada nos cmodos comrea de at 6 m2. Nos cmodos com mais de 6 m2, reco-menda-se pelo menos mais uma tomada, preferencialmen-te respeitando uma distncia de cerca de 5 m da primeira.

    No caso de cozinhas, o indicado uma tomada a cada

    3,5 m de permetro(medida em linha reta), indepen-dentemente da metragem.

    Nos banheiros, deve-se ter pelo menos uma tomadaprxima pia, mantendo, neste caso, a distncia de60 cm do boxe onde fica o chuveiro.

    As garagens e varandas tambm precisam contar compelo menos uma tomada.

    Para o clculo de potncia, devem ser consideradoscomo parmetros:

    - 600 VA por tomada a ser colocada em banheiros,cozinhas, copas, reas de servio e lavanderias, ondeso conectados aparelhos motores ou resistores que,em geral, consomem mais energia (liquidificador,ferro eltrico e barbeador, por exemplo).

    -

    100 VA por tomada para os demais cmodos da casa.

    Permetro: Soma dos ladosde uma figura.

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    Quanto s tomadas de uso especfico conhecidas como TUE , deve ser pre-vista uma delas para cada um dos usos relacionados: geladeiras, chuveiros, tor-neiras eltricas, micro-ondas, lavadoras de roupa, secadoras de roupa, aparelhosde ar-condicionado. Como se trata, neste caso, da potncia ativa, seu valor de-

    pende do consumo de energia (watts) preestabelecido em cada aparelho eltrico.Ou seja, a potncia do aparelho corresponde potncia ativa (watts).

    So ainda consideradas TUE o fornecimento de eletricidade a motores de equi-pamentos de manuteno como esmeril, tornos, furadeiras de bancada, serras etc.Tambm o caso, em casas mais luxuosas, de motores de piscina e banheiras dehidromassagem. Ainda que nesses casos no se coloque necessariamente o dispo-sitivo denominado tomada (como geralmente ocorre em chuveiros, em que a li-gao feita diretamente com juno dos fios), eles so denominados tomadas de

    uso especfico. exceo das TUE (cuja potncia ativa j est determinada no equipamento a que destinada), no caso das demais tomadas (TUG) e pontos de iluminao, os valo-res dimensionados consideram a potncia aparente (VA). preciso transform-losem potncia ativa.

    Fazer isso bastante simples: multiplica-se o valor da potncia aparente por umfator de potncia.

    No caso dos pontos de luz, esse fator de potncia 1.Na prtica, isso quer dizer que, num ponto de iluminao de 100 VA, a lmpadaincandescente utilizada poder ser de at 100 W, j que o fator de potncia 1.

    J para as tomadas de uso comum, multiplica-se a potncia aparente pelo fatorde potncia 0,8. Assim, para uma tomada de 100 VA, por exemplo, a maiorpotncia de um aparelho a ser ligado nela dever ser de 80 W. Ou seja, paratomadas dimensionadas para 100 VA no se pode ligar nenhum aparelho que

    tenha potncia superior a 80 W, como aspiradores de p, secadores de cabelo,computadores etc.

    O que est por trs desses fatores de potncia? O fator de potncia ser iguala 1 sempre que houver a possibilidade de toda a potncia aparente (VA) serefetivamente transformada em potncia ativa do aparelho (W). No h potn-cia reativa.

    Feitos os clculos de potncias ativas, basta som-las para chegar potncia total.

    Com o exemplo a seguir, tais clculos podem ficar mais claros:

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 15

    Tipo decmodo

    rea(m2)

    Permetro

    (m)

    Previsode ponto

    de luz

    Potncia

    aparente

    (VA)

    Previsode tomada

    (TUG)

    Potnciaaparente

    (VA)

    Previsode

    tomada(TUE)

    Potnciaativa (W)

    Quarto 9 12 1 100 3 300

    Sala 12 14 2 160 4 400

    Cozinha 9 12 1 100 2 1 2001

    (geladeira)400

    Banheiro 4 8 2* 200 1 6001

    (chuveiro)6 000

    Total 6 560 10 2 500 2 6 400

    * Embora considerando que na rea do banheiro um nico ponto de luz fosse obrigatrio, foram previstos dois pontos pelo fato deser comum, em banheiros, termos um ponto de luz central no teto e outro lateral, iluminando um espelho. A deciso de ir alm doque obrigatrio e previsto na NBR 5 410 , como j vimos, uma opo do proprietrio e pode ser recomendada pelos eletricistas.

    Total previsto para apotncia aparente (VA)

    Fator depotncia

    Potnciaativa (W)

    Ponto de luz 560 1 560TUG 2 500 0,8 2 000

    TUE 6 400

    Total a ser instalado 8 960

    Atividade 1AGORACOMVOC

    1. Voc vai trabalhar com mais dois colegas para calcular a potncia total que de-

    ver ser prevista em uma casa com as seguintes caractersticas:

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    16 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    O que vimos at agora foi odimensionamento da demanda de

    eletricidade de uma casa (oudimensionamento da potnciainstalada), tendo como base apreviso de pontos de luz e de

    tomadas necessrias. Esse trabalhono tem relao com o fornecimentode eletricidade, que pode ocorrer emdois padres, 110 V e 220 V. Assim, apotncia a ser instalada engloba tudo

    que ser fornecido em 110 V e/ouem 220 V.

    A diferenciao do fornecimentoser relevante apenas

    posteriormente, quando se fordimensionar cabos e fios eltricos

    e sistemas de segurana.

    a) Dois quartos, sendo um com 9 m2de rea e perme-tro de 12 m, e o outro com 16 m2de rea e permetrode 16 m.

    b) Um banheiro com chuveiro eltrico (5

    000 W).c) Uma cozinha onde haver uma geladeira (800 W).

    d) Uma rea de servio onde ficar uma mquina delavar roupa (1 200 W).

    e) Uma garagem.

    2. Faam uma tabela parecida com a da pgina anteriorou anotem seus clculos, passo a passo, no caderno.

    3. Comparem seus resultados com os dos demais grupos,aproveitando para resolver as dvidas com o monitor.

    Tipos de fornecimento de energia:monofsico, bifsico ou trifsico

    Como indicamos anteriormente, esses clculos tm comoobjetivo definir a demanda de energia eltrica da casa.Essa demanda servir de base para que se escolha o tipo

    de fornecimento de energia que ser solicitado conces-sionria responsvel por instalar e ligar o medidor.

    H trs possibilidades, apresentadas a seguir.

    Fornecimento monofsico, isto , feito com dois cabos um cabo fase e um neutro: quando a potncia ativatotal da residncia for inferior aos 12 000 W. Vale ressal-tar que esse valor pode variar conforme a companhiafornecedora. Por isso, importante o eletricista sempre ir

    companhia que atende a regio e conhecer esses limites.

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 17

    Nas cidades em que h fornecimento nominal de 110 V e o fornecimento monofsico,a voltagem nominal ser necessariamente de 110 V. Ou seja, em uma casa com esse tipode fornecimento de energia no se podem instalar equipamentos chuveiros, por exem-plo de 220 V. A tenso ser fornecida apenas com valor nominal de 110 V e, para

    qualquer uso de 220 V, sero necessrios transformadores.Vale lembrar que, nas regies Norte e Nordeste do Pas, por exemplo, existemconcessionrias que fornecem monofsico em 220 V. Nesses casos no h tensonominal de 110 V.

    Fornecimento bifsico, isto , feito com trs cabos dois cabos fase e um neutro.H, em alguns manuais, a indicao de que esse tipo de ligao deve ocorrerquando a potncia ativa total da residncia variar de 12 000 W a 25 000 W. Mais

    uma vez, entretanto, vale lembrar que esse valor indicativo. Ele pode sofrervariaes, dependendo da companhia fornecedora de energia. Dessa forma, ca-ber ao eletricista investigar, junto companhia que atende a regio, para saberos limites praticados na localidade.

    Tambm cabe observar que, em cidades fora do padro convencional, ou com redesmuito antigas, pode ocorrer de os trs fios serem fase. Nesse caso, no haver for-necimento em 110 V e s ser possvel instalar dispositivos 110 V com um trans-formador. Essa situao no comum. Mas, para no ter surpresas, consulte a

    empresa de fornecimento de energia local. Fornecimento trifsico, isto , feito com quatro cabos trs (cabos) fase e um neu-

    tro: confira, junto empresa responsvel, o padro de potncia ativa total da resi-dncia que exige esse tipo de fornecimento.

    HudsonCalasans

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    18 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    Atividade 2RETOMADADOEXERCCIOANTERIOR

    1. Na casa a que nos referimos a Atividade 1, a solicitaoa ser feita para a empresa concessionria ser de for-necimento monofsico. Por qu?

    2. E na residncia para a qual a classe calculou a potnciatotal (Atividade 1), que padro de fornecimento sersolicitado concessionria? Justifique sua resposta.

    O padro de entrada de energiaeltrica

    Definido o emprego do fornecimento monofsico, bif-sico ou trifsico para a residncia em funo do dimen-sionamento da demanda prevista, o proprietrio da casa

    poder mandar instalar um poste de fornecimento deenergia. Essa parte dever estar de acordo com o padrode fornecimento verificado no dimensionamento da po-tncia ativa da residncia.

    Com o poste, devero estar uma caixa de medio e umcabo de aterramento. Esse conjunto (poste + caixa demedio + cabo de aterramento) chamado padro deentrada. Ele comprado pronto e deve seguir a norma

    da ABNT NBR 5 410, citada anteriormente.

    Uma casa de padro mdiodificilmente ter potncia total acima

    de 75 000 W. Essa potncia , emgeral, caracterstica de indstrias e

    estabelecimentos comerciais,principalmente aqueles que utilizam

    mquinas, como no ramo daalimentao, oficinas mecnicas,clubes e associaes com grandesinstalaes eltricas, entre outros.

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 19

    Cabe ainda consultar a empresa fornecedora de energia,para verificar se h restries ou alteraes necessrias aopadro comum vendido em lojas de materiais de cons-truo. usual que, mesmo quando o padro comprado

    est dentro das especificaes, as companhias distribui-doras faam outras exigncias para ligar a energia. Oeletricista dever verific-las, para garantir que a ligaoseja executada.

    Note os detalhes apresentados a seguir:

    O cabo de aterramento vem com a bitola (dimetro)adequada potncia ativa prevista para a residncia

    (em geral, 16 milmetros quadrados [mm2]).

    A caixa de medio tem duas partes:

    a) uma dessas partes estar vazia e receber o relgio demedio que ser instalado pela empresa concession-ria de energia. Aps a instalao do relgio, esse ladoda caixa ser lacrado;

    Voc sabia?Apesar de a escolha doque comprar e da instala-o do padro na entradade energia da residnciaser de responsabilidade do

    proprietrio que arcarcom os custos antes mes-

    mo que a empresa de dis-tribuio chegue at acasa , a empresa distri-buidora pode se negar aligar a rede eltrica seidentificar que o dimensio-

    namento da demanda deenergia est equivocado.

    usual a distribuidorano realizar a ligao einstalao do medidor se

    o dimensionamento esti-ver abaixo do adequado(subdimensionado). Se oproblema for inverso su-

    perdimensionamento danecessidade de energia provvel que a ligaoe instalao do medidorsejam feitas, j que o con-

    sumidor pagar uma tari-

    fa maior pelo mesmo for-

    necimento de energia.

    Por essa razo, muitoimportante que o dimen-sionamento seja bem--feito.

    Caso um cliente (proprie-

    trio da residncia ondevoc ir trabalhar) peaalgo que voc considerefora do normal, consultea distribuidora de energia

    para orientaes sobrecomo responder a esse

    pedido do cliente.

    HudsonCalasans

  • 7/23/2019 curso de eletricista basico

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    20 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    b) na outra parte dever estar instalado um nico disjun-tor de, no mnimo, 50 amperes (A). Esse disjuntorprecisar ter o nmero adequado de polos (fios fase).Por exemplo: se forem dois fios fase, esse disjuntor ser

    bipolar, ou seja, ter dois terminais. Desses polos sai-ro os cabos que iro para o quadro de luz da casa.

    No topo do poste deve haver um isolador eltrico dotipo roldana (uma espcie de carretel, conhecido comocastanha entre os profissionais dessa rea). A conces-sionria o usar para prender o cabo de proteo quevir do poste de rua.

    Ao lado do poste haver um tubo de PVC chamadobengala (por conta de seu formato) , por onde o ele-tricista passar os cabos que sairo do disjuntor:

    a) um fio fase (vermelho ou preto) e um fio neutro (azul--claro), se o fornecimento for monofsico;

    b) dois fios fase (vermelhos ou pretos) e um fio neutro(azul-claro), se o fornecimento for bifsico;

    c) trs fios fase (vermelhos ou pretos) e um fio neutro(azul-claro), se o fornecimento for trifsico.

    O eletricista dever deixar esses cabos aparentes (cercade 50 cm), pois ser neles que a empresa concessionriafar as ligaes de energia. Eles so chamados fios deespera.

    Os cabos de aterramento e fios terraligados aos circuitos e aparelhos

    eltricos tm a funo de evitar que aenergia eltrica atinja as pessoas,provocando choques. Ou seja, oaterramento direciona a corrente

    eltrica e neutraliza seus efeitos casoencoste no aparelho. A corrente

    eltrica direcionada paraa terra e l dissipada.

    HudsonCa

    lasans

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 21

    O momento da inspeo

    Ainda antes das ligaes, a empresa concessionria deenergia realizar uma inspeo para verificar se a insta-

    lao est obedecendo s normas tcnicas. Apenas setudo estiver de acordo que ela far os ramais de ligaoe instalar o relgio medidor de energia, liberando, assim,passagem de energia da rua para a casa.

    Isso quer dizer que est tudo resolvido? As lmpadaspodem ser acesas, os aparelhos eltricos podem ser liga-dos, j possvel tomar um banho quente? Ainda no!

    O passo a passoNa realidade, agora comea a maior parte do trabalho:

    a instalao do Quadro de Distribuio de Luz e For-a (QDLF), tambm chamado quadro de distribuiode energia ou somente quadro de luz. ele que captaa energia que vem do medidor e a distribui para osdiversos espaos da casa;

    a definio dos circuitos eltricos; a passagem dos circuitos eltricos terminais;

    as ligaes dos pontos de luz, tomadas e chuveiros.

    Vamos ver cada uma dessas etapas.

    Se houver dvida sobre essescaminhos, reveja os esquemasapresentados na Unidade 6.

    Cabos e fios usados nos circuitos eltricos so chamados tambm condutores, pois por meio deles que

    a corrente eltrica e os eltrons so conduzidos.

    Conforme foi dito, os condutores so feitos de cobre (um metal com alto poder de condutividade), entre

    outros materiais condutores, e cobertos com material plstico, isolante.E qual a diferena entre um cabo e um fio?

    Os fios so compostos de um nico condutor (um nico fio de cobre).

    Os cabos so compostos de um conjunto de fios. Quanto maior o nmero de fios, maior o dimetro (oubitola) do cabo.

    Existem fios e cabos mais ou menos flexveis. Eles so classificados, segundo sua flexibilidade, de

    1 (menos flexvel) a 5 (mais flexvel).

    A flexibilidade importante porque os fios e cabos so colocados dentro de eletrodutos, que passam pelas pa-redes, pelos forros e pelos pisos das casas. Sendo assim, esses dutos fazem curvas e os fios e cabos precisam

    acompanh-los.

    Quanto mais flexveis os condutores, mais fcil coloc-los dentro dos dutos.

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    Instalao do quadro de distribuio de luz efora (QDLF)

    O passo inicial desse processo definir o local onde fi-

    car o quadro de luz. Essa definio dever ser feita como proprietrio da casa, mas h algumas regras a seguir.

    A primeira regra (e a mais importante) que o quadrode luz esteja colocado em lugar de fcil acesso, preferen-cialmente em um corredor, no qual no haja portas,mveis ou outras obstrues impedindo o acesso rpidoa ele.

    A segunda colocar o quadro onde as cargas eltricasfiquem equilibradas. Isso evitar que haja circuitos el-tricos muito diferenciados e que muitos cabos tenhamde passar em um mesmo eletroduto.

    Observe o projeto a seguir: considerando os dois critrios,o local destacado, que faz a passagem entre o banheiro ea cozinha, parece ser o mais adequado.

    H ainda uma terceira regra que poder ser seguida, tra-zendo alguma economia para seu cliente. Quanto maisperto do medidor o quadro estiver, menor ser o gastocom o cabo de ligao entre os dois (caixa de medio eQDLF). Como o dimetro (bitola) desse cabo deve ser

    igual ao dimetro do cabo que liga o poste da rua ao

    Alm de uma questo de segurana,para o conserto da maioria dos

    problemas de eletricidade, necessrio desligar os disjuntores.

    P

    lanomotor

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 23

    medidor, acaba sendo mais caro do que os utilizados paraos circuitos internos. Se voc us-lo em menor metragem,vai economizar.

    Definido o local da caixa, o passo seguinte ser a liga-o do circuito de distribuio, ou seja, a ligao entreo medidor e o quadro de luz.

    O dimetro dos cabos (fio neutro, fios fase e fio terra) queligam o padro de entrada ao quadro de distribuio idn-tico ao estipulado pela companhia de distribuio para opadro de entrada (isto , o cabo que vem da rua e se liga aomedidor), pois ambos tm de suportar a mesma potncia/

    amperagem. Assim, ao adquirir o padro de entrada, ne-cessrio j estimar o custo desses cabos. Observe que, quan-to maior a distncia entre o QDLF e o padro de entrada,maior ser esse custo. Uma vez adquiridos os cabos, bastarfazer a ligao com os cabos do padro de entrada ao QDLF.

    Essa ligao feita em dois locais no QDLF:

    O cabo de proteo (ou terra) ser ligado ao barra-mento de proteo ou barramento de terra.

    Os cabos neutro e os fios fase sero ligados a um disjun-tor especfico, chamado Disjuntor Diferencial ResidualGeral ou DR (diferencial residual).

    A funo desse disjuntor (DR) proteger as pessoas. Elecumpre essa funo porque identifica a fuga de correntee desvia essa parte da corrente eltrica para um aterramen-to, protegendo quem estiver por perto. o mesmo que

    acontece quando uma pessoa encosta num fio desencapa-do; ela passa a conduzir energia eltrica para o cho. Essaparte da corrente eltrica que desviada, e no retornapelo fio neutro ou por outro fio fase, identificada nodispositivo diferencial residual que desliga o circuito. Di-ferentemente deste, os disjuntores antigos s protegiam oscircuitos eltricos (fios) nos casos em que a corrente eltri-ca excedia o limite para o qual ele era projetado. O disjun-tor residual , portanto, uma pea obrigatria nos quadros

    de luz atuais. Mas nem sempre foi assim.

    O circuito eltrico que vai do medidorao quadro de luz (QDLF) chamado

    circuito de distribuio.Os circuitos que ligam o quadro stomadas e pontos de iluminao da

    casa so chamados circuitosterminais.

    Quanto maior o dimetro de umcabo, maior passagem de eltronsou energia ele capaz de aguentar

    e mais caro ele .Existem tabelas prontas que indicama relao entre amperagem e bitola

    (dimetro).

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    Embora seja um dispositivo de segurana muito importante, apenas recentementeesse tipo de disjuntor se tornou obrigatrio. Assim, no dia a dia de seu trabalho,voc poder encontrar casas antigas que no contam com disjuntores desse tipo.Nesse caso, as ligaes que vm da caixa de medio sero feitas diretamente no

    disjuntor termomagntico e no barramento de fio neutro. Tenha em mente tambmque um eletricista consciente deve orientar os proprietrios de imveis que aindano o possuam a instal-lo.

    Os disjuntores (DR) podem ser bipolares (1 fio fase + 1 fio neutro) ou tetrapolares(3 fios fase + 1 neutro, como o da figura).

    Sua sensibilidade em quaisquer dos casos pode variar. Existem bobinas desensibilidade de 30 mA, 100 mA, 300 mA, 500 mA, entre outras. As mais sensveis

    so de 30 mA. Nesse caso, cortam a passagem de energia sempre que h fuga decorrente eltrica.

    mA = miliampere1 mA = 1 milsimo de ampere

    Barramento de neutro

    Barramento deinterligao

    das fases

    Disjuntor diferencial

    residual tetrapolar

    Barramento de proteo

    Disjuntores dos

    circuitos terminais

    bifsicos

    Disjuntores dos

    circuitos terminais

    monofsicos

    HudsonCalasans

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 25

    Isso equivale a dizer que, por sua sensibilidade, o disjuntor detecta a variao decampo magntico e reage a problemas com grande rapidez. Isso impede que ocorramdanos graves s pessoas que levam choques e contribui para evitar que sofram riscono caso de contato acidental com fios desencapados, tomadas, torneiras energizadas,

    chuveiros mal instalados etc.Depois de passar pelo disjuntor diferencial residual, os cabos de fase seguem seu cami-nho para outro tipo de disjuntor existente no QDLF: o termomagntico. Mais especi-ficamente, eles vo para uma parte desse tipo de disjuntor chamado barramento deinterligao das fases.

    O disjuntor termomagntico presente em todos os quadros de luz tambm temfuno de proteo. Mas ele foi feito para proteger: fios, tomadas etc.

    Ele funciona com dois circuitos e reage, isto , desliga automaticamente, cortandoa passagem de energia, em duas situaes:

    Quando h aquecimento excessivo por sobrecarga de potncia funo termo.Dessa forma, impede-se o aquecimento da fiao e evita-se que ela pegue fogo.Essa parte do disjuntor protege o circuito em relao a uma sobrecarga pequenadurante um longo tempo. Mas se durante esse perodo a instalao tiver sobre-corrente (ou seja, uma corrente eltrica maior do que a corrente para a qual elafoi dimensionada e que suportada pela fiao por curtos intervalos de tempo)

    podem ocorrer incndios.

    Barramento de neutro

    Barramento de

    interligao

    das fases

    Disjuntor diferencial

    residual tetrapolar

    Barramento de proteo

    Disjuntores dos

    circuitos terminais

    bifsicos

    Disjuntores dos

    circuitos terminaismonofsicos

    H

    udsonCalasans

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    26 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    Quando h um aumento repentino de corrente eltri-ca, sendo esta maior que a especificada para o disjun-tor, como ocorre nos casos de curto-circuito.

    Vimos at agora como se d a ligao dos cabos que vmda rua, passando pelo medidor e indo at o quadro dedistribuio (QDLF). Vale lembrar que todos os fios uti-lizados at esse momento tm o mesmo dimetro dosque foram estipulados pelo padro de entrada.

    Para passarmos para a prxima etapa do trabalho, a ins-talao dos circuitos terminais (aqueles que ligam o qua-dro de luz s reas da casa), temos de voltar ao projeto

    de instalaes da casa e fazer o planejamento da distri-buio de energia.

    pelo projeto que se vai indicar a quantidade de disjun-tores terminais que sero acoplados ao barramento deinterligao das fases. Ou seja, a quantidade de disjun-tores depender da definio de quais (e quantos) seroos circuitos eltricos.

    Definio dos circuitos eltricos

    Vamos primeiro conhecer algumas regras bsicas rela-cionadas aos disjuntores.

    O nmero de disjuntores terminais e, portanto, decircuitos eltricos ser sempre par. Isto acontece por-que deve haver equidade na distribuio da potnciaem cada fase, de modo a no sobrecarregar uma delas

    enquanto as outras quase no so utilizadas.

    Os disjuntores terminais podem ser monofsicos (110V) como no caso dos pontos de luz e tomadas de usogeral (TUG) ou bifsicos (220 V) como no caso doschuveiros e outros equipamentos eltricos com potnciaativa (watts) elevada. Vale lembrar que o fio neutro nodeve ser ligado a um disjuntor no terminal. Ele ligadono barramento do fio neutro, assim como o fio terra,

    que ligado no barramento de proteo (do fio terra).

    Voc sabia?Chuveiros com resistncia

    eltrica comum no po-dem ser ligados em resi-dncias com disjuntordiferencial residual. Nesse

    tipo de chuveiro h fuga

    de corrente, que far oDR desligar o circuito.Nesse caso, o eletricistadever instalar um chuvei-

    ro com resistncia blinda-

    da, que seja compatvelcom o disjuntor diferen-cial residual. O tipo deresistncia informadonas embalagens dos chu-

    veiros.

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 27

    No caso dos disjuntores terminais monofsicos, deve-se buscar um equilbrio dapotncia prevista entre os pares.

    Alm dessas regras, h outras que devem ser obrigatoriamente cumpridas. So elas:

    Os circuitos de iluminao devem ser separados dos circuitos de tomadas. Cada TUE deve ter um circuito eltrico prprio, exclusivo para ela.

    Tambm deve ter circuito prprio (independente) todo ponto previsto para ali-mentar um equipamento com corrente superior a 10 A.

    Cada circuito eltrico deve receber, no mximo, 1 200 W (iluminao ou TUG).So excees as TUG de 600 W. Nesse caso, possvel ter trs no mesmo circui-to eltrico (1 800 W).

    Isso posto, vamos observar novamente o projeto da casa com o qual estvamostrabalhando.

    De imediato, podemos falar em dois circuitos eltricos bifsicos, sendo um para ochuveiro (circuito 1) e outro para a mquina de lavar roupa (circuito 2).

    Se forem colocadas duas TUG de 600 W na cozinha, este pode ser um terceirocircuito, com 1 200 W (circuito 3).

    O banheiro tambm receber duas TUG de 600 W. Ser o circuito 4, comportan-do 1 200 W.

    As tomadas (TUG) da sala e dos quartos comporo mais dois circuitos:

    4 TUG na sala = 400 W (circuito 5).

    2 TUG em cada quarto = 200 + 200 = 400 W (circuito 6).

    Os circuitos 7 e 8 sero de iluminao:

    quarto do casal (160 W), banheiro (100 W) e quarto menor (100 W) = 360 W(circuito 7).

    sala (160 W), cozinha (100 W) e rea de servio (100 W) = 360 W (circuito 8).

    Ficamos, assim, com oito circuitos eltricos, sendo dois bifsicos e seis monofsicos,estes ltimos formando dois pares com relativo equilbrio:

    TUE 6 000 W (circuito 1)

    TUE 1 000 W (circuito 2)

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    28 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    TUG 1200 W (circuito 3) ------ 1200 W (circuito 4)

    TUG 400 W (circuito 5) ------ 400 W (circuito 6)

    Iluminao 360 W (circuito 7) ------ 360 W (circuito 8)

    Atividade 3

    PLANEJE

    OS

    CIRCUITOS

    ELTRICOS

    1. Em grupo de quatro pessoas, estudem a planta da casa a seguir.2. Releiam as indicaes sobre os circuitos eltricos e planejem os circuitos dessa

    residncia.

    No planejamento, lembrem-se de considerar a proximidade entre os cmodos.

    3. Anotem um a um os circuitos planejados para verificar se h um equilbriopossvel entre os pares.

    4. Quando o grupo concluir que chegou ao desenho ideal, ele deve ser colocado na

    planta.

    Planomotor

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 29

    Alm do desenho dos circuitos, retornem ao incio da Unidade e relembrem ossmbolos dos pontos de iluminao e de tomadas e os incluam no desenho.

    5. Vocs vo comparar os desenhos dos vrios grupos e o monitor comentar, in-

    dicando os aspectos adequados e/ou inadequados das propostas.

    Antes ainda de vermos a passagem dos condutores eltricos pelos eletrodutos, vamosvoltar ao QDLF (pgina 22) e ver como ocorre a sada dos fios e cabos dos disjun-tores terminais e dos barramentos de fio neutro e de proteo (ver desenho a seguir).

    Lembre-se de que, obrigatoriamente, cada um dos circuitos eltricos dever ter, alm

    dos fios fase e neutro, um cabo de fio terra.

    Planomotor

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    30 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    Vamos olhar, mais uma vez, a representao de um quadro de distribuio. Obser-ve que cabos de neutro (1) e de proteo (2) vo sair dos barramentos que lhes socorrespondentes (1 e 2). J os cabos de fases sairo dos disjuntores terminais (3).

    Dimensionamento dos condutores

    Retomando os circuitos terminais que indicamos anteriormente, vamos ver, primei-ramente, quais so os cabos que vo compor:

    [1] TUE (chuveiro)2 F + PE (2 fases + proteo)

    [2] TUE (mquina de lavar roupa)

    2 F + PE (2 fases + proteo)[3] 2 TUG (cozinha) F + N + PE (fase + neutro + proteo)

    [4] 2 TUG (banheiro)F + N + PE (fase + neutro + proteo)

    [5] TUG (sala)F + N + PE (fase + neutro + proteo)

    [6] TUG (quartos)F + N + PE (fase + neutro + proteo)

    [7] Iluminao (quarto/banheiro/quarto)F + N + PE (fase + neutro + proteo)

    [8] Iluminao (sala/cozinha/servio)F + N + PE (fase + neutro + proteo)

    Barramento de neutro

    Barramento de

    interligao

    das fases

    Disjuntor diferencial

    residual tetrapolar

    Barramento de proteo

    Disjuntores dos

    circuitos terminaisbifsicos

    1

    2

    3

    Disjuntores dos

    circuitos terminais

    monofsicos

    HudsonCalasans

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 31

    O dimensionamento dos condutores a serem utilizados em cada circuito seguea padronizao indicada na NBR 5 410 da ABNT, que, como j citado, tratadas instalaes eltricas de baixa tenso.

    Essa norma tambm define como deve ser a forma de instalao dos eletrodutose dos fios e cabos. Em geral, nas instalaes eltricas residenciais, usa-se o m-todo de referncia B1. Isto equivale a dizer que os condutores podem ser dis-postos em eletrodutos de seo circular ou no circular; e que estes eletrodutospodem estar aparentes, embutidos nas alvenarias, sobre paredes ou um poucoespaados destas (menos de 0,3 vez o dimetro de eletroduto) ou, ainda, emespao de construo.

    Definido o mtodo de referncia, o prximo passo a escolha da bitola ou do di-

    metro dos cabos (condutores) que sero utilizados, que tambm deve estar apoiadanas determinaes da NBR 5 410.

    Essa escolha deve levar em conta a corrente eltrica prevista para passar pelos cabose a quantidade de condutores carregados de cada circuito (fases e neutro). Quantomenor a espessura do cabo, menor ser a corrente que suportar.

    A tabela com as indicaes precisas dos dimetros com as respectivas capacidadesde conduo de corrente eltrica est na ABNT. Confira a seguir algumas das in-dicaes que permitiro concluir as instalaes dos circuitos terminais.

    Seo nominal (mm2)

    Mtodo de referncia: B1

    Nmero de condutores carregados

    2 3

    Fase + Neutro 2 Fases + Neutro

    Capacidade de conduo de corrente eltrica (A)

    0,5 9 8

    0,75 11 10

    1 14 12

    1,5 17,5 15,5

    2,5 24 21

    4 32 28

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    32 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    Passagem dos circuitos eltricos terminais

    Definidos os circuitos terminais e dimensionados oscondutores, agora preciso lev-los at os pontos de li-gao: tomadas (TUE e TUG) e pontos de luz.

    Nesse momento, h um importante cuidado a ser obser-vado: quando dois circuitos se cruzam, os eletrodutos pelos

    quais eles sero passados devem estar em alturas diferentes:um na laje e outro no piso. Isso evita que sejam geradoscampos magnticos que tragam problemas futuros.

    Chegou a hora de fazer a passagem dos condutores peloseletrodutos.

    Para isso, voc usar uma ferramenta especfica: um pas-sa fio. Trata-se de cabo flexvel de PVC, que pode ter de15 m a 25 m. Em uma de suas pontas h uma pequena

    esfera, que ser introduzida, em primeiro lugar, no ele-

    Seo nominal(mm2)

    Mtodo de referncia: B1

    Nmero de condutores carregados

    2 3

    Fase + Neutro 2 Fases + NeutroCapacidade de conduo de

    corrente eltrica (A)

    35 125 110

    50 151 134

    70 192 171

    95 232 207

    120 269 239

    150 309 275

    185 353 314

    240 415 370

    300 477 426

    Essa tabela uma verso bastanteresumida das indicaes

    apresentadas na NBR 5 410. Diantede situaes diferentes das citadas, a

    norma dever ser consultada.

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 33

    troduto. Sua funo ser conduzir o passa fio e, caso necessrio, desobstruir even-tuais estrangulamentos.

    Na outra ponta do passa fio estaro presos os cabos que sero inseridos no eletrodu-

    to. Para prend-los, essa extremidade do passa fio conta com uma pequena abertura.

    Aps inserir os cabos de determinado circuito nessa abertura, o eletricista deverprend-los com fita isolante, assegurando-se de que estejam bem presos. Dessaforma, no haver risco de um dos cabos se soltar no meio do caminho e ficarperdido no eletroduto. Caso isso acontea, voc dever retirar todos os cabos e

    comear uma nova operao de passar os fios.Vale a pena enfatizar: se voc estiver fazendo uma instalao nova, todos os cabosde um mesmo circuito eltrico devem ser colocados no eletroduto ao mesmo tempo.Se a conduo dos fios e cabos for uma a uma, a chance de eles se atritarem, ma-chucando ou partindo sua camada de isolamento, aumenta.

    Se isso ocorrer, voc j sabe, haver fuga de corrente eltrica (de eltrons) por meiodos condutores. Alm de o proprietrio pagar pela energia desperdiada, o maiorperigo corresponde ao risco de choques e curtos-circuitos.

    Se a instalao no for nova, e voc tiver de substituir um fio cortado e/ou colocarum novo, no ir tirar todos os fios para pass-los outra vez. Nesse caso, passa-seapenas o novo fio, utilizando o passa fio.

    Um ltimo detalhe a ser observado na passagem dos condutores pelos eletrodutos o seguinte: os condutores no devem preencher mais do que 40% do dimetrodos eletrodutos.

    Esse cuidado tem o mesmo objetivo de que falamos: evitar atrito entre os cabos,

    rupturas em sua camada isolante e fuga de corrente eltrica.

    MarceloScandaroli/EditoraPini

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    34 A O CONSTRUO C IV IL Eletricista 2

    Atividade 4EXERCITEOUSODOPASSAFIOS

    No laboratrio da escola, vamos, neste momento, exercitar o uso de passa fios e a

    colocao dos condutores em eletrodutos.

    1. Forme dupla com um colega e se familiarizem com as ferramentas e materiais:condutores, passa fios, eletrodutos. Aproveitem este momento para se lembrar dopasso a passo do processo.

    2. Quando estiverem prontos, iniciem o trabalho. Um de vocs ser o responsvelpela atividade, enquanto o outro vai observar e orientar, de acordo com o quefoi visto nesse item. Depois, vocs invertem os papis.

    3. Terminada a atividade, conversem com os colegas e com o monitor sobre as di-ficuldades e os aprendizados. Anotem as concluses e as observaes que possamauxili-los quando forem exercer a ocupao.

    Ligaes dos pontos de luz, tomadas e chuveiros

    Vencida mais uma etapa! Agora os condutores eltricos esto nos eletrodutos, masainda falta lig-los.

    Vamos, agora, parte final de seu trabalho de instalador residencial: fazer, enfim,

    as ligaes dos pontos de luz (incluindo interruptores), tomadas e chuveiros.

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 35

    Para todas essas ligaes valem os mesmos procedimen-tos iniciais:

    Descasque as pontas dos fios que sero conectados;

    tanto dos fios que passaram pelos eletrodutos comodos aparelhos. Para isso, utilize descascadores de fios,com cuidado para no romp-los. H cabos cujos fiosque os compem so muito finos, o que requer umaateno especial.

    No momento de uni-los, tora um no outro e isole asconexes com fita isolante.

    Circuito de iluminaoJ vimos que os circuitos de iluminao envolvem trscondutores: fase, neutro e de proteo (fio terra).

    O que no falamos ainda que parte desses condutores temde passar por dois lugares: o ponto de luz e seu interruptor.

    Observe como as ligaes devem ser feitas.

    O condutor neutro (azul-claro) que tem seu ponto de

    origem no barramento de neutro ser conectado di-retamente ao ponto de luz.

    O condutor de proteo ou terra (verde ou verde e ama-relo) que tem origem no barramento de proteo poder ser isolado em uma parte da luminria, desdeque essa parte seja feita de material no condutor deenergia. Ele dever ser ligado na parte especfica do dis-positivo para o aterramento. Esse fio jamais poder ser

    ligado junto com o neutro ou com o fase.

    O condutor de fase (vermelho ou preto) que tem ori-gem nos disjuntores de circuito terminal monofsico ser conectado diretamente ao interruptor, e seguir,por meio do fio denominado retorno, do interruptor aoponto de luz.

    O trecho de ligao do condutor defase at o interruptor chamado

    circuito de fase. J o trecho de ligaodo ponto de luz ao interruptor

    chamado circuito de retorno.

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    F1 N

    N (neutro)

    PEF2

    Circuitode retorno

    Circuitode fase

    F2

    F2 (fase)N

    PE

    7 6 5 4 3 2 1

    Barra de aterramento

    para o fio terra - condutor

    de proteo eltrica (PE)

    E quando h dois interruptores acionando uma mesma lmpada?

    Essa situao bastante comum em quartos um interruptor fica prximo portae outro prximo cabeceira da cama e em escadas, quando se coloca um inter-ruptor em cada extremidade.

    Nesse caso, o condutor de fase dever ser conectado ao primeiro interruptor. Deste,

    devero sair dois retornos, que sero ligados ao segundo interruptor. Depois, comono caso anterior, um retorno ser ligado ao ponto de luz.

    Fase

    Neutro

    Retorno

    Retorno

    Retorno

    HudsonCalasans

    HudsonCalasans

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 37

    O condutor neutro (azul-claro) que tem seu ponto de origem no barramentode neutro ser conectado diretamente ao condutor neutro da tomada (indicadopela letra N).

    O condutor de proteo ou terra (verde ou verde e amarelo) que tem origem nobarramento de proteo deve ser ligado no conector do fio terra da tomada, que

    corresponde ao pino central. O condutor de fase (vermelho ou preto) que tem origem nos disjuntores de

    circuito terminal monofsico ser conectado diretamente ao condutor de faseda tomada (indicado pela letra F).

    7 6 5 4 3 2 1

    F1

    N (neutro)

    F2

    F1 (fase)N

    PE

    Barra de aterramento

    para o fio terra - condutor

    de proteo eltrica (PE)

    N (neutro)F1 (fase)

    PE

    N

    PE

    HudsonCalasans

    Circuito de ligao monofsico

    Por serem monofsicas, as tomadas mostradas anteriormente tm condutores emseus circuitos de ligao: fase, neutro e condutor de proteo (fio terra).

    Essas ligaes so mais simples do que as do circuito de iluminao, pois no hretorno. Veja no texto e no desenho a seguir.

    Circuito de ligao de chuveiro (tomadas de uso especfico TUE)

    Escolhemos o chuveiro para exemplificar um circuito de ligao bifsico, comequipamento de 220 V. Outras TUE so instaladas praticamente da mesma forma.

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    Atividade 5FAA, VOCMESMO, ASLIGAES

    hora de praticar! No laboratrio da escola, h tomadasde diferentes tipos e kitspara a instalao de pontos de luz.

    Escolha o que vai fazer primeiro e mos obra.

    Passe pelos trs tipos de circuitos. O monitor estar com

    a classe para orientar, tirar dvidas, relembrar os detalhestratados nas aulas.

    Anote suas dificuldades, as respostas e dicas que possamajud-lo no futuro.

    Bem, j que voc sabe como fazer, s ligar os disjunto-

    res. A casa agora, sim! pode ser habitada!

    N

    PEF2 F1 (fase)

    F1

    F2 (fase)N

    PE

    7 6 5 4 3 2 1

    Barra de aterramento

    para o fio terra - condutor

    de proteo eltrica (PE)

    Sempre que a passagem de correnteeltrica for expressiva e o risco de

    acidente ou choque o justificar,dever ser instalado, junto da ligao

    do aparelho, um disjuntor residual(DR) adicional, como medida de

    proteo. o caso dos chuveiros e deoutras TUE em reas molhadas ou

    externas das residncias.

    Hoje as instalaes residenciaisseguem, obrigatoriamente, um novo

    padro de tomadas. O reparo detomadas antigas pode ser feito, maso ideal que elas sejam substitudas.

    Embora essa deciso caiba aoproprietrio, o eletricista pode

    incentivar a mudana para o novopadro de tomada, por motivos

    de segurana.

    HudsonCalasans

    Esse tipo de ligao envolve trs condutores: 2 fases e 1condutor de proteo (fio terra). Nesse caso, todos os trsfios seguem o mesmo caminho, como mostrado no de-senho a seguir. Isso tambm ocorre em relao a outras

    tomadas de uso especfico.

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 39

    UNIDADE 8

    Manuteno corretivaresidencial

    Quando se fala em manuteno, logo pensamos em uma aoque se faz preventivamente, isto , antes que algum problemaacontea.

    De fato, essa uma das possibilidades de manuteno e, comcerteza, a mais recomendvel, por se tratar de equipamentos

    que envolvem algum risco, como o caso das instalaes el-tricas de uma casa.

    Mas, sejamos sinceros, dificilmente voc ser chamado por umcliente apenas para olhar se as instalaes eltricas de sua casaesto em ordem. O mais provvel voc ser chamado quandohouver algum problema eltrico a resolver.

    E quais so os mais comuns? Um chuveiro que no esquenta,

    um fio que derrete, uma tomada que no funciona, um inter-ruptor que no acende a lmpada...

    Em geral, so situaes simples, mas que podem se mostrarcomplicadas de serem resolvidas, se o diagnstico no for acer-tado. Ou seja, se voc no conseguir identificar o problema.

    Esta Unidade ser dedicada a destrinchar alguns desses proble-mas. Outros, voc aprender a solucionar na prtica da ocupa-o ou por meio de livros e manuais de consulta.

    Por onde comear?

    Qualquer que seja a causa pela qual voc foi chamado, observeatentamente se, antes de iniciar o trabalho, no preciso inter-romper a passagem de energia.

    H problemas que voc ter que investigar com a corrente eltricaem funcionamento. o caso, por exemplo, de identificar a tenso

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    fornecida utilizando um multmetro, o que possibilitarchecar se um circuito est funcionando corretamente.

    Outra situao semelhante a identificao da passagem

    de corrente em um circuito. Isso se faz com um alicateampermetro e com o disjuntor ligado. Somente paraintroduzir um ampermetro no circuito ou quando formexer nele, ele ser desligado.

    De qualquer forma, se voc tiver dvida quanto suasegurana, interrompa a passagem de energia. Isso evi-tar que voc se arrisque sem motivo.

    Constatado o problema, avalie se necessrio cortar a

    energia de toda a casa, desligando o disjuntor residual(DR), ou apenas desligar um dos disjuntores de circuitoterminal, de forma que a energia no chegue a um ououtro ponto da casa, mas esteja presente nos demais ramais.

    Depois, faa um teste para ver se, de fato, a passagem decorrente est interrompida. Afinal, pode ser que o proble-ma seja esse: excesso de energia passando por locais ondeno deveria. E como fazer esse teste? Utilizando um am-

    permetro, aparelho que mede se h passagem de energiaem determinado ponto e qual a sua intensidade.

    Outra providncia importante: no se esquea de seusequipamentos de proteo individual e de outros pro-cedimentos fundamentais para sua segurana. J trata-mos desse assunto na Unidade 4 do Caderno 1, masnunca demais reforar:

    use botas ou sapatos com solado de borracha; trabalhe com ferramentas com cabos feitos de materiais

    isolantes;

    esteja com as mos e os ps sempre secos;

    deixe em casa: relgios, brincos, anis, pulseiras, cor-rentes..., quaisquer objetos metlicos que tenha o cos-tume de usar com regularidade.

    Com esses cuidados, voc pode comear a trabalhar.

    Entre eletricistas h uma mxima quediz que nunca se utilizam as duas

    mos ao trabalhar com eletricidade,pois se a corrente eltrica passar

    entre as duas mos do profissional,ela passar pelo corao. Se a

    corrente eltrica no passar pelocorao, a chance de causar danos

    irreversveis ser menor.

    Veja o que diz este texto:O corpo humano con-dutor de eletricidade e sua

    resistncia varia de pes-soa para pessoa e ainda

    depende do percurso da

    corrente. A corrente no

    corpo humano sofrervariaes conforme for o

    trajeto percorrido e com

    isso provocar efeitos di-

    ferentes no organismo.

    Quando percorridos por

    corrente eltrica os rgosvitais do corpo podem

    sofrer agravamento e atcausar sua parada levando

    a pessoa morte.

    ALCANTARA, DanielSoares de. Efeitos daeletricidade no corpohumano. Disponvel em:.Acesso em: 4 jun. 2012.

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    Alguns problemas cotidianos e suas solues

    Iluminao

    Problema: este interruptor no acende a lmpada!

    Causas provveis:

    Um ou os dois fios que se ligam ao interruptor estodesconectados.

    O circuito eltrico no est funcionando, podendo serum problema de sobrecarga ou de fiao partida, im-pedindo a passagem de energia.

    O interruptor est quebrado/queimado.O que fazer:

    Primeira causa: com uma chave de fenda ou Philips,solte os parafusos e retire o espelho do interruptor. Sea causa do problema for comprovada, faa a religaodos fios. Teste o conserto, fechando o circuito. Reco-loque o espelho.

    Segunda causa: verifique se outros pontos de ilumina-o que fazem parte desse circuito eltrico esto ope-rando adequadamente. Faa isso usando um aparelhode medio de passagem de corrente. Se o circuitoestiver com problema, cheque se h sobrecarga queimpea o religamento do disjuntor.

    Descartada a sobrecarga, verifique se h problemas coma fiao e providencie sua substituio. Para acertar isso,

    desligue a chave geral (todos os disjuntores) e refaa ocircuito usando cabos novos.

    Terceira causa: verifique se h marcas de oxidao nosterminais ou colorao que indique sobreaquecimento edeteriorao do material. Se isso ocorrer, troque o inter-ruptor.

    Sempre que fizer emendas em fios,junte os lados com cuidado e

    firmeza, pois isso vai evitar que sesoltem ou esquentem pela liberao

    de energia. Depois de prender oscondutores, isole-os bem, sem

    economizar fita isolante.

    Informe o cliente sobre os custos e otempo desse tipo de reparo e aprove

    o oramento antes de iniciar otrabalho.

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    Problemas: qualquer lmpada nesse soquete queima di-reto! Uma hora essa lmpada acende, outra no. O que

    acontece?Causas provveis:

    O soquete da lmpada apresenta defeito ou mau con-tato.

    H problemas de isolamento eltrico nos fios do cir-cuito (fuga de corrente eltrica).

    Os fios esto fora do padro para a intensidade de

    energia.

    O que fazer:

    Primeira causa: teste o soquete para verificar se hproblemas de passagem de energia. Se confirmado odefeito, substitua-o.

    Segunda e terceira causas: substitua a fiao do circui-to eltrico.

    No segure na parte de metaldo bocal da lmpada se a energia

    no estiver cortada.

    HudsonCalasans

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 43

    Tomadas

    Problema: eu tento ligar a televiso e nada acontece!

    Causa provvel:

    A tomada est danificada, o que pode ser resultado do tempo de uso ou usoinadequado (ligao de um aparelho em curto-circuito, por exemplo).

    O que fazer:

    Use um multmetro para verificar se a tenso na tomada est correta, ou se noh tenso na tomada, e faa um teste para identificar o fio fase na tomada.

    Substitua a tomada.

    Desligue o circuito que alimenta a tomada em questo. Com uma chave defenda, desparafuse e retire o espelho da tomada. Remova os parafusos internos eretire a tomada da caixa onde fica embutida. Desaperte os parafusos que fixamos fios. Verifique se os fios esto em bom estado.

    Se estiver tudo certo, conecte os fios na tomada nova, aperte os parafusos e faao processo inverso, at a colocao do espelho.

    Se os fios estiverem danificados, faa a substituio.

    Chuveiro

    Problema: no meio do meu banho, o fio comeou a pegar fogo. Eu quase morri desusto!

    Causas provveis:

    Sobrecarga de energia.

    Condutores inadequados para a intensidade da corrente eltrica e potncia do

    aparelho.

    O que fazer:

    Desligue a passagem de energia e substitua o circuito eltrico do chuveiro. Con-fira se o dimensionamento do cabo utilizado est adequado e considere a utiliza-o de cabos com dimetro maior (maior bitola).

    Observe tambm as orientaes do fabricante com relao s distncias do chu-veiro at a caixa de distribuio.

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    Verifique as junes, pois como o chuveiro envolvegrande corrente eltrica elas podem causar o incndio.Utilize junes cermicas com dimenses adequadaspara a corrente eltrica do chuveiro.

    Problema: com todo esse frio, o chuveiro no esquenta!

    Causas provveis:

    Sobrecarga: ao ligar o chuveiro, caem os disjuntores.

    A resistncia est queimada ou partida.

    A corrente eltrica no est chegando at o chuveiro.

    A gua no pressiona o sistema que faz funcionar ochuveiro.

    O que fazer:

    Primeira causa: desligue a passagem de energia e subs-titua o circuito eltrico do chuveiro. Considere a uti-lizao de cabos com dimetro (bitola) maior.

    Segunda causa: substitua a resistncia.

    Terceira causa: verifique se a fiao est danificada ouse h fios partidos, com fuga de corrente eltrica, esubstitua o circuito eltrico do chuveiro.

    Quarta causa: com uma chave de fenda, ajuste os me-canismos de forma que fiquem da mesma altura e maissensveis presso da gua.

    Os procedimentos devem ser realizados com os disjun-

    tores desligados.

    Aquecedor, ferro eltrico, aparelho de ar--condicionado

    Problema: basta eu ligar o aparelho, que cai o disjuntor!

    Causas provveis:

    Sobrecarga de energia.

    No diminua a resistncia para fazera gua do chuveiro ficar mais quente,

    nem reaproveite pedaos daresistncia trocada.

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 45

    Os condutores so inadequados para a intensidade dacorrente eltrica e potncia do aparelho.

    O que fazer:

    Use um circuito eltrico de maior potncia para a li-gao desses aparelhos.

    Outra possibilidade substituir os cabos do circuitoeltrico que alimentam as TUE onde ficam esses apa-relhos. Considere a utilizao de cabos com dimetro(bitola) maior.

    Antes de iniciar o trabalho, desligue a passagem de energia.

    Atividade 1PESQUISEOUTRASSITUAES

    No a inteno, nesta Unidade, esgotar o universo depossibilidades de consertos, mas apenas dar algumasindicaes dos problemas mais comuns com os quais oeletricista tem de lidar em seu dia a dia.

    1. Para enriquecer essa lista, levantem na classe outros pro-blemas que lhes paream comuns. Faam uma lista comdez a quinze problemas mais usuais de uma instalao.

    Sempre prefira fios e cabos de boaqualidade. Embora mais caros, sua

    utilizao evita problemas comosuperaquecimento e desgaste

    acelerado dos isolantes, alm deevitar que a passagem de energia

    fique prejudicada.

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    2. A classe vai se dividir em grupos e cada grupo deve pesquisar as causas provveis,encontrando as possveis solues para trs ou quatro dos problemas apresentadosna lista do item anterior.

    3. Tragam os resultados da pesquisa para a classe. Vocs podem fazer um cartazpara cada um dos problemas pesquisados e suas solues. Antes de fazer o cartaze apresentar classe, verifiquem com o monitor se as solues propostas soadequadas.

    4. Terminadas as exposies, o monitor poder orientar a classe sobre como registraressas orientaes em seus cadernos. Assim, todos ficaro com dicas mais com-pletas dos procedimentos para a soluo de cada caso.

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    UNIDADE 9

    As atitudes e asrelaes nos locaisde trabalho

    Alm dos saberes tcnicos mais especficos da ocupao , sevoc retomar a Unidade 2, ver que h um conjunto de sabereslistados como necessrios na Classificao Brasileira de Ocupa-es (CBO) que dizem respeito ao modo de ser e de agir das

    pessoas em seus locais de trabalho.Nossa proposta examinar, neste momento, quais so essasatitudes e esses saberes.

    Alguns deles j foram comentados ao longo do texto, em par-ticular:

    A necessidade de seguir normas de segurana, que voc po-der consultar, sempre que necessrio, no sitedo Ministrio

    do Trabalho e Emprego (MTE), na seo Legislao e, den-tro dela, no item Normas Regulamentadoras, e de fazer usode equipamentos de proteo individual.

    A importncia de estar preparado para enfrentar situaes deemergncia, visto que, ao trabalhar com circuitos e equipa-mentos eltricos, os riscos de choque esto sempre presentes.

    Outros aspectos apontados na CBO, como manter ateno

    constante no trabalho, tambm tm relao direta com as con-dies de segurana que o tipo de atividade impe.

    Entretanto, possvel ir um pouco alm disso. Manter a atenotambm pode ter implicaes no tempo que se leva para fazerum servio e em seu resultado. A tendncia voc desempenharmelhor sua funo, de forma mais limpa e organizada, e issoficar evidente para seu cliente, gerando credibilidade e con-fiana em seu trabalho.

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    Associadas ateno, demonstrar iniciativa e organizao nos momentos de execu-o de um trabalho tambm so atitudes colocadas como caractersticas desejveispara os que querem exercer a ocupao de eletricista. E, certamente, no apenaspara estes.

    Mostrar-se motivado, buscar novas referncias para realizar um servio que aindano sabe fazer, ir atrs de novos aprendizados... so fatores que podem contribuirmuito para seu crescimento profissional.

    H vrias possibilidades de interveno: desde a procura de novos cursos e da lei-tura de revistas especializadas at a simples observao do trabalho de um colegade ocupao que tenha mais experincia que voc. Tudo isso o ajudar a conhecermais sobre a ocupao e a manter-se atualizado sobre novas tcnicas e materiais, e

    demonstrar sua iniciativa e vontade de saber mais.Quanto a organizar-se, j falamos, na Unidade 5, sobre como saber planejar bemum trabalho condio essencial no cotidiano de qualquer profissional.

    Isso no significa apenas programar-se e fazer um oramento bem-feito. muitoimportante levar a srio o cumprimento dos prazos combinados, seja com empre-gadores ou com clientes, no caso de exercer a atividade como autnomo.

    Ningum gosta de saber que uma obra vai atrasar, ainda mais quando isso envolve

    o prprio local de moradia.Contratempos so normais: a dificuldade de achar um produto no mercado, algumna famlia que precisa de sua ajuda e o faz se ausentar por algumas horas...

    Mas importante que voc tente comunicar a possibilidade de atraso com antece-dncia. E que explique os motivos pelos quais voc vai atrasar a entrega prevista.

    Essa explicao no resolver o problema, mas, certamente, mostrar sua disposiode resolv-lo da melhor forma possvel e seu profissionalismo e comprometimento

    com o trabalho, caractersticas que precisam estar sempre presentes em seu cotidia-no profissional.

    Um trabalhador com esse perfil mostra, tanto para os empregadores como para osclientes, que se pode contar com ele. Mais do que isso, mostra tica profissional. Eesse um caminho que pode lhe abrir novas portas no mundo do trabalho.

    Mas o que, afinal, ser tico?

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    Atividade 1REFLITASOBRETICANOTRABALHO

    1. Leia o quadro a seguir e marque SIM para as atitudes que voc considera ticase NO para as que no considera ticas.

    Atitudes SIM ou NO

    Fazer um oramento mais alto do que o normal porque naquele ms voc tevedespesas extras para cobrir.

    Ajudar um companheiro de trabalho que est atrasado em seu servio, mas queno faz parte do que seu empregador espera que voc faa.

    Levar para sua casa sobras de material.

    Comentar com o empregador ou com os encarregados em uma obra que umcolega de trabalho faz o trabalho dele muito devagar.

    Organizar um grupo de colegas de ocupao para reivindicar condies melhoresde trabalho.

    Procurar o sindicato, caso se sinta prejudicado no ambiente de trabalho,independentemente das relaes pessoais.

    2. Discuta suas respostas com a classe e tentem chegar a um consenso sobre asatitudes que todos devem ter no cotidiano (no apenas no ambiente de trabalho).

    Nessa discusso, vocs devem ter percebido como a cooperao fundamental.Principalmente em uma obra de porte mdio ou grande, onde vrias pessoas traba-lham juntas e, em geral, o trabalho de uma depende e interfere na atividade daoutra.

    Referir-se aos colegas, clientes e empregadores de forma respeitosa ajuda a preservaro clima de cooperao, alm de tornar o ambiente de trabalho mais prazeroso paratodos.

    Quantas vezes voc ouviu falar ou teve de conviver com pessoas grosseiras que sesentem superiores s demais? horrvel, no mesmo?

    Pois . Assim como no temos de conviver com algum que no nos reconhece nemnos respeita, tambm no devemos agir desse modo com os colegas.

    Pessoas so diferentes umas das outras: so diferenas fsicas, diferenas no modo

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    de pensar, diferenas no modo de agir, diferenas de idade, diferenas de orientaosexual, entre tantas outras.

    Alm de as pequenas regras de civilidade ajudarem a manter o ambiente de trabalho

    equilibrado, respeitar as diferenas e reconhecer a todos como iguais uma questode cidadania.

    Um ltimo aspecto que vale a pena ser relembrado tem relao com a necessidadede um eletricista demonstrar condicionamento fsico para exercer a funo. Isso noquer dizer ser magro ou extremamente gil. Afinal, nem sempre a atividade exigirtanto de voc.

    Entretanto, por outro lado, preciso ter claro que trabalhar em p durante vriashoras e subir em escadas, por exemplo, far parte de seu cotidiano. Reflita sobre

    suas caractersticas e disposio e veja se o trabalho est adequado ao que voc defato espera fazer.

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    UNIDADE 10

    Possibilidades detrabalho e vnculosempregatcios

    Saber como exercer uma ocupao nem sempre suficiente paraque as pessoas tenham sucesso em sua vida profissional.

    Estudar, ampliar nossos saberes, , sem dvida, o primeiro pas-

    so para comearmos nossa carreira. Contudo, mesmo que ado-temos essas atitudes, s vezes esbarramos em problemas que noconseguimos contornar e, com isso, no seguimos adiante naocupao escolhida.

    Voc j deve ter ouvido falar de algum que montou um neg-cio prprio, por exemplo, mas esse negcio no foi para a fren-te; ou de uma pessoa que sabe fazer muito bem alguma coisa,mas no encontra um emprego naquela rea.

    Isso pode acontecer por vrias razes: uma crise econmicanacional ou mundial, uma mudana no processo de produona rea em que estamos procurando trabalho e que ainda noconhecemos, uma alterao na forma de organizar um servi-o etc.

    Conhecer o mercado de trabalho pode ser um caminho paraevitar que voc seja pego de surpresa na hora de procurar umlocal para trabalhar, ajudando-o a saber quais so as oportuni-

    dades que seus novos saberes podem lhe abrir.

    por isso que nesta Unidade vamos tratar do mercado detrabalho que est aberto para eletricistas residenciais de nvelbsico.

    Mas lembre-se: o mercado de trabalho dinmico, ou seja,muda conforme a economia, a localidade, a ocupao. Portan-to, voc tem de estar sempre se atualizando. E isso vale para

    tudo que fazemos.

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    Como est o mercado de trabalho?

    Se pensarmos nos eletricistas de modo geral, podemosv-los com um amplo campo de trabalho pela frente.

    Quando vocs entrevistaram trabalhadores dessa rea,na Unidade 2, devem ter encontrado eletricistas atuandona indstria, na construo civil, em residncias... Sovrias as possibilidades.

    Atualmente, no Brasil, a construo civil um mercadoem franca expanso.

    Como a economia do Pas est crescendo, as pessoasesto conseguindo comprar moradias, as construtoras

    esto fazendo mais prdios e existe um maior investi-mento pblico em obras para a melhoria das cidades.

    Isso equivale a dizer que h muita procura por pedreiros,pintores, azulejistas, eletricistas, mestres de obra, entreoutros profissionais do setor. Ou seja, est mais fcilconseguir trabalho nessas reas.

    Por outro lado, tambm h um contingente grande de

    trabalhadores de outros setores buscando emprego naconstruo civil. Inclusive mulheres, que, h poucos anos,estavam totalmente ausentes das obras e desse tipo deocupao.

    O campo de trabalho para o eletricista que quer atuarnas reas industriais, na manuteno preventiva e corre-tiva de mquinas, tambm est em expanso.

    Afinal, mesmo que outras formas de energia que se

    renovem e no sejam nocivas ao meio ambiente estejamsendo buscadas, ainda h muitas indstrias e mquinasou equipamentos cujo funcionamento est concentradona eletricidade. E isso dever se manter por um bomtempo.

    Se voc mulher, certamente

    seu desafio para entrar nessarea maior. Mas as mulhe-

    res j enfrentaram tantas ve-zes a dificuldade de seremaceitas em novas ocupaes

    que no ser agora que vo

    desistir, no mesmo?

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    Eletricista 2 A O CONSTRUO C IV IL 53

    Atividade 1O TRABALHODEELETRICISTA

    1. O texto a seguir fala do trabalho de eletricista, comentando dois aspectos quenos interessam: o da segurana abordado na Unidade 4 e o do mercado detrabalho.Leia com ateno. Trata-se de parte de um artigo publicado no siteManuteno

    e Suprimentos.

    [...]

    O trabalho de um eletricista de alto risco de acidentes como choque

    eltrico, quedas de andaimes ou de escadas. Eles trabalham nas situaes

    mais desconfortveis, por isso, h a necessidade de utilizar sempre equi-

    pamentos de proteo individual para evitar acidentes graves, especialmen-

    te quando o profissional trabalha diretamente com instalao e monitora-

    mento de circuitos eltricos, seja em indstrias ou na construo civil.

    Energia renovvel aquela que pode ser gerada constantemente, sem depender de fontes que podem

    se esgotar de uma hora para outra. A energia captada por meio dos ventos (chamada energia elica), por

    exemplo, um tipo de energia renovvel.

    Diversificar a matriz energtica uma maneira de fazer a indstria crescer, mas tambm necessrio

    para o Pas.Veja o que diz Ricardo Baitelo, coordenador, no Brasil, da Campanha de Energias Renovveis da organi-zao no governamental Greenpeace.

    Hoje, o parque eltrico nacional baseado em grandes usinas hidreltricas e absolutamente depen-dente do regime pluviomtrico. Apesar de complementado pelo acionamento temporrio de terme-ltricas movidas a combustveis fsseis, esse modelo provoca insegurana e ameaa o desenvolvi-

    mento do Brasil, explica Baitelo. Os riscos de racionamento podem ser minimizados, no curto

    prazo, com polticas srias de incentivos s renovveis. Estamos propondo um novo modelo.

    Relatrio aponta caminho da sustentabilidade energtica brasileira. Greenpeace,28 maio 2008. Disponvel em: . Acesso em: 4 jun. 2012.

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    Para todos os riscos que esto dispostos a assumir na carreira,

    eletricistas so bem recompensados ganhando, em mdia, de

    R$ 2 000,00 a R$ 3 000,00 por ms, dependendo da sua experin-

    cia, dos conhecimentos tcnicos adquiridos com cursos complemen-

    tares e tambm da regio onde atuam. Sempre haver oportunida-des de emprego para eletricistas, porque h sempre um projeto de

    construo em curso, principalmente levando-se em conta que o

    setor de construo civil no Brasil cresce vertiginosamente. As em-

    presas sempre precisaro de servios de manuteno, uma vez que

    elas contam com uma grande quantidade de eletricidade para man-

    ter as operaes fluindo normalmente.

    O trabalho de um eletricista profissional. Manuteno &Suprimentos, 22 abr.

    2008. Disponvel em: . Acesso em: 4 jun. 2012.

    2. Junte-se com um colega e respondam:

    a) Por que o artigo considera que os eletricistas so bem recompensados por seutrabalho?

    b) Como vocs imaginam que o mercado de trabalho do eletricista ser afetado, casoo Pas passe a usar outras formas de energia, como prope o coordenador da Cam-panha de Energias Renovveis do Greenpeace no Brasil (ver boxe na pgina 55)?

    3. Compartilhe suas concluses com a classe.

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    Possibilidades de trabalho para umeletricista residencial

    Como eletricista residencial, voc pode trabalhar:

    como empregado assalariado na condio de ajudantede eletricista para construtoras particulares (empresasprivadas), que constroem prdios residenciais, e/oupara indstrias;

    como empregado assalariado, tambm na condio deajudante de eletricista, para pequenas construtoras e/ou pequenas empresas que atendem diretamente resi-dncias, prdios ou estabelecimentos de comrcio que

    necessitam de servios de eletricistas; por conta prpria de forma autnoma , fazendo

    atendimento em residncias, comrcios etc.; e tocandosua ocupao sozinho ou em parceria com algum ami-go ou colega.

    Empregado assalariado

    O empregado assalariado aquele que atua contratadopor outro: pode ser por uma pessoa fsica ou por umapessoa jurdica (uma empresa ou organizao). Em geral,quando pensamos em trabalho assalariado, sempre nosvem mente um trabalho com registro na carteira pro-fissional (carteira de trabalho) e direitos garantidos: apo-sentadoria aps determinado tempo de trabalho, auxlio--doena, auxlio em caso de acidente de trabalho,

    vale-transporte, vale-refeio etc. possvel que voc j tenha passado por uma experin-cia de trabalho assalariado. Por isso, pode ter uma opiniocom relao s vantagens e, tambm, quanto a algumasdificuldades que se tem de enfrentar quando se trabalhapara um empregador.

    As principais vantagens desse tipo de trabalho (indepen-dentemente do lugar) so o salrio garantido e o vnculo

    empregatcio assegurado pelo Estado.

    Neste caso, o incio da ocupaopode ser mais difcil, pois voc

    precisar arrumar clientes ecomprar todo o material necessrio

    para comear.

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    Em geral, o trabalhador tem um salrio fixo, que anotado em sua carteira detrabalho. E com esse registro em sua carteira, ele goza de direitos sociais como frias,13osalrio, descanso semanal remunerado e licena-maternidade ou licena-pater-nidade, entre outros benefcios assegurados pela Constituio Federal e pela Con-

    solidao das Leis do Trabalho (CLT).H ainda os direitos chamados previdencirios, que esto associados ao pagamento,por parte do empregador e do empregado, da contribuio previdenciria que feita ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

    O valor de contribuio dos empregados corresponde a um porcentual do que eleganha, e que recolhido diretamente do seu salrio. Esse porcentual varia: quantomaior o salrio do empregado, maior ser a alquota de contribuio.

    Veja a tabela a seguir:

    Tabela de contribuio dos segurados empregado, empregadodomstico e trabalhador avulso, para pagamento de

    remunerao. A partir de 1 de janeiro de 2012

    Salrio de contribuio (R$)Alquota para fins de

    recolhimento ao INSS(%)

    At R$ 1 174,86 8

    De R$ 1 174,87 a R$ 1 958,10 9

    De R$ 1 958,11 a R$ 3 916,20 11

    Tabela de Contribuio Mensal. Ministrio da Previdncia Social. Disponvel em:

    . Acesso em: 14 maio 2012.

    A contribuio previdenciria garante ao empregado o direito de receber um aux-

    lio em caso de doena ou de acidente de trabalho entre outros problemas , almde lhe assegurar a aposentadoria, que de fato a devoluo do imposto recolhidodurante a vida de trabalho.

    Outro aspecto positivo do trabalho assalariado que o trabalhador pode atuar comoutros profissionais de sua rea ou de reas semelhantes sua. E essa convivnciapossibilita uma troca de experincias muito rica para todos. Ou seja, novas possibi-lidades de qualificao so abertas.

    Os profissionais que atuam no mesmo local podem e devem se ajudar. A solidarieda-

    de e o esforo em equipe tornam o trabalho mais prazeroso e os resultados melhores.

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    Atividade 2PENSESOBREOTRABALHOASSALARIADO

    1. Com base no que voc leu at agora, reflita sobre as caractersticas do trabalho

    assalariado e como ter um emprego de ajudante de eletricista em uma grandee em uma pequena empresa. Veja o que lhe parece mais interessante e anote suasreflexes.

    2. Troque suas impresses com os colegas, de modo a perceber aspectos que aindano lhe tinham ocorrido e esto relacionados ao trabalho nas empresas. Podemser aspectos positivos ou negativos.

    Antes de seguir adiante, lembre-se: a forma ideal de trabalho sempre aquela quegarante os direitos do profissional. Entretanto, essa possibilidade no est dispon-vel para todos.

    Por outro lado, h pessoas que preferem trabalhar sozinhas, de forma mais autno-ma e com mais liberdade para organizar a prpria vida. Pense no que ser melhorem seu caso.

    Trabalho por conta prpria ou autnomo

    Se voc considerar que prefere trabalhar por conta prpria, para atuar como eletri-cista em residncias, em vez de ser empregado assalariado, lembre-se: esse caminho

    exige maior organizao e planejamento.

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    O primeiro passo, nesse caso, voc se planejar sobrecomo comear, respondendo para si mesmo um conjun-to de questes. Por exemplo:

    Vou precisar de ajuda financeira (financiamento) paracomprar os instrumentos e materiais de que preciso?

    Sei como e onde obter esse financiamento?

    Como vou divulgar meu trabalho e arrumar meusprimeiros clientes?

    O bairro onde moro um lugar adequado para divul-gar esses servios ou tenho de fazer essa divulgao em

    vrios locais da cidade? Estou tranquilo para iniciar meu negcio sozinho ou

    prefiro ter uma sociedade com algum?

    So vrias perguntas, no ?

    Atividade 3PARAATUARCOMOAUTNOMO

    1. Imagine-se trabalhando como autnomo.Procure lembrar-se de suas caractersticas pessoais e re-gistre a seguir, na coluna da esquerda, aquelas que podemajud-lo nesse processo. Na outra coluna, liste as carac-tersticas que podem atrapalh-lo.

    Podem ajudar Podem atrapalhar

    Exemplo: Sou muito organizado e cumpro osprazos com os quais me comprometo. Exemplo: No sei como cobrar adequadamentepor meu trabalho.

    Reflita sobre suas caractersticaspessoais e tente responder seguintepergunta: Eu tenho disposio para

    comprar materiais, planejar meutrabalho, controlar meus ganhos e

    minhas despesas? Essas so questesfundamentais para voc decidir

    trabalhar como autnomo.

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    2. Analise seu quadro e avalie se trabalhar por conta prpria combina com suascaractersticas.

    3. Apresente suas reflexes para a turma e troque ideias sobre suas concluses com

    os colegas.

    Como fazer uma planilha de custos

    Saber se voc tem ou no o perfil para trabalhar como autnomo provavelmenteno ser suficiente para decidir o que far adiante.

    Fazer uma planilha de custos servir para voc prever tudo o que vai gastar parainiciar na ocupao e ver se isso possvel nesse momento de sua vida.

    No laboratrio de informtica, use um programa para elaborar uma planilha ecalcular esses gastos. Se voc no tiver muita familiaridade com o computador,forme dupla com algum um pouco mais expe