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FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL Prof. Bernardo Mueller

Curso de Formação Econômica Brasileira

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Powerpoint do curso de FEB, slides muito bem feitos e didáticos.

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  • FORMAO ECONMICA DO BRASILProf. Bernardo Mueller

  • Aula 2O Economista Como HistoriadorFlvio Versiani

  • Metodologia CientficaFatos Estilizados.Teoria.Premissa.Hipteses refutveis (ou testveis).Exemplo - Por que no surgiu um setor produtor de manufaturas no sculo XVIII no Brasil?

  • Histria Econmica

  • Teoria EconmicaAgentes Maximizadores (utilidade, lucro).Agentes racionais.Equilbrio.Razes de ineficincia: informao assimtrica, incerteza, custos de transao.

  • Por que h tanta disparidades de riqueza entre os pases ?Poucos pases ricos, muitos pobres e o hiato no est sendo reduzido em muitos casos.No h formula secreta, a receita bvia.Diviso do trabalho e trocas so a fonte do crescimento econmico e da riqueza. (Adam Smith 1776 A Riqueza das Naes) Como explicar ento o paradoxo?Por que alguns pases puderam seguir este caminho e outros no?

  • Instituies - regras que restringem nosso comportamento.Dificuldades de reformas.Quem consegue bloquear?H como fazer pagamentos compensatrios?Risco poltico.

  • Formao Econmica do BrasilCelso Furtado1959

  • Antecedentes:Histria Econmica do Brasil - Roberto Simonsen 1933Histria Econmica do Brasil - Caio Prado Jr. - 5a edio 1959.

  • Formao Econmica do BrasilCelso FurtadoAnaltico em vez de descritivo.Lanou diversas hipteses que geraram grandes debates na literatura e linhas de pesquisa.Hipteses foram: confirmadas, ajustadas, revistas ou radicalmente negadas.O livro no foi mudado.

  • Celso Furtado consegue, lastreado no instrumental analtico slido da teoria econmica, encontrar um sentido coerente e harmonioso em um campo em que o convencional era descrio pura dos fatos, entremeada de datas e cifras.

  • Celso FurtadoCEPAL.Criou a SUDENE.Ministro Extraordinrio do Planejamento no governo Goulart.Ministro da Cultura - governo Collor (?)

  • Qual o objetivo central deFormao Econmica do Brasil ?

  • Analisar as causas do subdesenvolvimento brasileiro sob uma tica econmica, com especial ateno para o desequilbrio externo.

  • Como isto feito?Qual o arcabouo terico no qual sua anlise est baseada?Qual a viso do Celso Furtado?

  • A questo central entender quando e como o Brasil atingiu um crescimento auto-sustentadoCrescimento auto-sustentado a capacidade do pas de um pas sustentar seu processo de crescimento, derivado de um impulso externo, mesmo quando cessa este impulso.

  • Crescimento Auto-sustentadoCrescimento econmico depende do volume anual de gastos autnomos. Gastos autnomos so exportaes, investimento, consumo ou gastos do governo. PIB = Consumo Pessoal + Gastos do Governo + Gastos com Investimentos + Exportaes - Importaes.PIB = Salrios + Renda dos Proprietrios + Renda da Terra - Depreciao.

  • Crescimento Auto-sustentadoEstes gastos aumentam o produto e a renda: diretamente e indiretamente.Efeito direto - produto maior que insumo.Efeito indireto - efeito multiplicador.

  • Efeito MultiplicadorO efeito direto gera renda, parte da qual se volta demanda de bens produzidos dentro do pas, fazendo com que estes setores e o mercado interno em geral cresa.O efeito multiplicador pode levar a um crescimento auto-sustentado se o dinamismo do mercado interno persistir aps o fim do impulso externo.

  • Efeito MultiplicadorO efeito direto gerado pela renda recebida pelos exportadores de banana (no exemplo do Versiani).O efeito multiplicador (ou indireto) gerado pelo fato que os produtores de banana vo usar a renda recebida para comprar po, enxadas e arroz produzidas no mercado interno.

  • Efeito MultiplicadorO efeito multiplicador continua pelo fato que o padeiro usa a renda recebida vendendo po para o produtor de bananas para comprar enxadas e arroz, e o produtor de arroz usa a renda recebida do produtor de bananas e do padeiro para comprar enxadas e po e bananas e assim por diante.Celso Furtado usa uma estimativa de 3 para o efeito multiplicador.

  • Efeito MultiplicadorO efeito multiplicador pode tambm levar a uma maior e mais eficiente utilizao dos fatores produtivos, levando a um crescimento do produto per capita.

  • Crescimento Auto-sustentadoImplcita nesta proposio est a idia de que a diversificao da estrutura produtiva benfica e desejvel. Versiani pg.52.Est idia central para Furtado e a CEPAL. Produtos primrios tem termos de intercmbio perversos, alta inelasticidade renda, pouco potencial para melhorias tecnolgicas.Note que contraria a Teoria das Vantagens Comparativas.

  • Existem vrias condies que podem impedir que se atinja o crescimento auto-sustentado mesmo havendo um forte estmulo externo.

  • Condio I - Distribuio de RendaM distribuio limita o efeito multiplicador.A renda gerada vai parar na mo de poucas pessoas logo gera-se pouca demanda no mercado interno.No h estmulos para diversificao.Exemplo - ciclo do acar.

  • Condio II - Conhecimento e TecnologiaNo basta um impulso externo e boa distribuio de renda.Para se criar produo interna preciso tecnologia e know-how.Oportunidades de consolidar o mercado interno podem no serem realizadas.Exemplo, ciclo da minerao.

  • Condio III - Capacidade EmpresarialPara o mercado interno crescer preciso de indivduos com capacidade empresarial.O mercado cresce a medida que entrepreneurs investirem, tomando riscos.Exemplo, gestao do caf 1a metade do sculo XIX.

  • Condio IV - Problemas de Balano de PagamentosPara produzir internamente preciso importar mquinas, equipamentos e matrias primas.Problemas com a exportao do produto dinmico do pas pode dificultar essa importao.Exemplo - industrializao 1900-1940.

  • Brasil atingiu o crescimento auto-sustentado a partir da Grande Depresso1929-33.

  • Prxima Aula:Portugueses na ndiaNo h texto.

  • Aula 3Portugueses na ndia(No h texto)

  • Os Desenvolvimento Econmico de Portugal no Sculo XVIouComo se Perdeu o Leste.

  • Pontos chave desta aula:A rota martima para a ndia.O que significou a descoberta do Brasil para Portugal?Qual o panorama econmico de Portugal antes da descoberta do Brasil?O comercio com o oriente via caravanas.Como os Portugueses optaram por usar a rota martima para a ndia?Por que os Portugueses perderam a hegemonia no Oriente aps 100 anos ?.Proteo versus comrcio. A escolha foi racional?

  • Pontos chave desta aula:As companhias holandesas: inovao institucional.Path dependence, o papel da historia no presente.

  • Ciclos Econmicos de Portugal15001600Ouro na fricaEspeciarias na siaAcar no BrasilReferncia sobre histria econmica Portuguesa deste perodo:Godinho, Vitorino M. 1963. Os Descobrimentos e a Economia Mudial, Editoral Presena.

  • Ciclos Econmicos de Portugal15001600Ouro na fricaEspeciarias na siaAcar no BrasilRota descobertaUm sculo de hegemoniaPortugueses suplantados pelos holandeses e Ingleses

  • A Rota Martima para a ndia.Percorrida pela primeira vez por Vasco da Gama em 1498.Uma inovao tecnolgica.Vamos comparar depois com as companhias holandesas que so inovaes institucionais.

  • Uma teoria sobre a revoluo comercial na siaReferncia:Steensgaard, N. (19??). The Asian Trade Revolution of the Seventeenth Century: The East India Companies and the Decline of the Caravan Trade.

  • Trs atores:As caravanasAs empresas redistributivas.As companhias.

  • As Caravanas.Indivduos.Pequenas quantidades.Alto valor.Mercado organizado e complexo.Contabilidade, instrumentos financeiros.Custo de transporte vs. custo de proteo.Tarifas, taxas, direito de passagem, suborno, ladroes, principies, sutes, etc.

  • As Caravanas.Incerteza e falta de informao era uma caracterstica crucial deste mercado.Mercado competitivo.Os preo eram altos devidos incerteza e instabilidade.

  • Empresas RedistributivasVendem proteo.Estados, principados, etc.Quanto expropriar? No era monoplio.Taxa de desconto e reputao.

  • Empresas RedistributivasPortugueses como empresas redistributivas.Escolha: deslocar todo fluxo de comrcio para a rota martima ou manter caravanas?Comercializar ou vender proteo?Preo das especiarias continuou alto e a oferta incerta (mercado no-transparente).Estrutura do mercado de especiarias continuou o mesmo, mudou somente quem recolhia a proteo.

  • Empresas Redistributivas:Explicaes CulturaisMentalidade de expansionismo.Cavaleiros vs. mercadores.

  • Empresas Redistributivas:Explicao Econmica.Lembrar metodologia: agentes maximizadores e racionais.Mercado de proteo j existia e Portugal tinha superioridade militar.Primeira viagem de Cabral: comeou diplomtica com feitoria em Goa, depois saques.Rendeu um lucro enorme.

  • Empresas Redistributivas:Explicao Econmica.Dois grupos no Conselho dos Reis em Portugal: fazer comrcio vs. vender proteo. Deciso racional.Segunda viagem de Vasco da Gama: rendeu 15 vezes mais do que a de Cabral.Deciso clara e racional - leva em conta curto prazo.

  • Nisto o Brasil foi descoberto.O que isto significou?No havia ouro.Terra nada valia.Nada economicamente vivel para extrair.Sem oportunidades de comrcio. Nativos primitivos.Custo de oportunidade inviabiliza quase que qualquer atividade.Custo de manuteno. Miragem do ouro.

  • Digresso: custo de oportunidadeDefinio:

  • No sculo XVII as companhias Holandesas e Inglesas tomariam a hegemonia Portuguesa na ndia usando para isto comrcio.Isto mostra que comrcio eventualmente se torna superior.Por que Portugal no mudou para aproveitar esta oportunidade?

  • Haviam retornos decrescentes para o uso de fora nesta situao.

  • Relao Principal-Agente entre a Coroa Portuguesa e o Estado da ndia.A distncia e a dificuldade de transporte tornam difcil o controle dos agentes.No incio violncia compensava - bons incentivos e conquistar hegemonia.Eventualmente problemas surgem: vtimas adaptam e maiores oportunidades de desvio por parte dos agentes.

  • Relao Principal-Agente entre a Coroa Portuguesa e o Estado da ndia.Falta de informao permitia desvios.Coroa tentou mitigar este problema reduzindo o numero de viagens, estabelecendo datas certas, colocando inspetores, etc. Problemas persistiram.

  • Relao Principal-Agente entre a Coroa Portuguesa e o Estado da ndia.Coroa tinha cincia do problema. Por que no mudar?Coroa tentava apropriar as rendas por outros mtodos. Exemplo: leiles de postos.Por que to difcil mudar?Interesses privados foram institucionalizados. Exemplo - regras sobre uso do espao nos navios de volta.

  • Relao Principal-Agente entre a Coroa Portuguesa e o Estado da ndia.A Coroa tentou mudar mas no conseguiu.Paralelo com estatais. Exemplo da porcelana de Malaca.Tentativas de mudanas: 1570 - abre mercado para todos Portugueses mas tem que passar por Lisboa.1578 - Meio a meio com mercador alemo.1586 - Acordo com sindicato italiano, taxa fixa.outras.

  • Note que o estilo de administrao centralizada iria continuar na colnia Brasil.

  • As CompanhiasExemplos:Companhia Unidas das ndias Orientais - HolandesaCompanhia das ndias Orientais - Inglesa

  • As Companhias.Primeiro navio Holands para as ndias - 1594.Separadas do Estado. Apropriava resduo.Comrcio acima de violncia.Capital Permanente.Juntar investidores dispersos.Mercado de aes.Reduz miopia dos agentes, um dos problemas dos portugueses.Analogia com empresa pblica-privada.

  • As Companhias.Com as companhias no mercado as caravanas no puderam competir. S seda continuou.Portugal tentou copiar modelo mas no conseguiu.Portugal se volta ao Brasil que estava entrando no perodo auge do acar.

  • A importncia da histria(path dependence)Portugal no pde mudar mesmo quando percebeu que isto seria desejvel para o pas. A cada momento do tempo as escolhas que so viveis so limitadas. Veremos este conceito de novo...

  • Prxima Aula Celso FurtadoCaptulosI, II, III e IV

  • Aula 4Celso Furtado Captulos I, II, III e IV

  • Lembrar estrutura da anlise de FurtadoPor que surgiu o ciclo em questo? Quais condies precisaram existir para que a colnia pudesse se engajar economicamente nesta atividade?Que efeito teve o ciclo sobre a economia da colnia. Qual o fluxo de renda gerada e que tipo de efeito multiplicador isto teve?Como o ciclo acabou e o que aconteceu com a dinmica interna da economia?

  • Captulo IDa Expanso Comercial Empresa Agrcola

  • A ocupao do Brasil foi causada por expanso comercial e no presso demogrfica.Fatores de atrao e no de empurre.

  • A descoberta do Brasil de incio pareceu ser episdio secundrio.Ocupar o Brasil significava um alto custo de oportunidade.

  • No entanto o ouro nas colnias espanholas (Mxico e Peru) mantm o interesse portugus. Outros pases tambm passam a querer ocupar terras no Mundo Novo.

  • Descoberta de ouro levou a Espanha a empreender uma ocupao concentradaContrafatuais:E se Portugal tivesse encontrado ouro desde o incio?E se no se tivesse descoberto ouro no Mundo Novo?

  • Ocupao das terras.Tratados eram letra morta. S ocupao gerava posse.O valor das terras era nulo.Pau BrasilMiragem do ouro mantm interesse portugus e fora Portugal a defender sua posse.

  • Produo de Acar.Se no tivesse sido possvel produzir acar dificilmente Portugal teria tido como resistir presso dos outros pases.Produo de acar no Brasil foi a primeira produo agrcola na Amrica. Antes havia extrao, espoliao ou comrcio.

  • Note paralelo da ocupao da colnia brasileira e a atual ocupao da Amaznia.Ocupao e posse.Terra sem valor.Esperana de futuros tesouros.Custo de oportunidade.Medo de ocupao estrangeira.

  • Condies necessrias (porm no suficientes) para que fosse possvel produzir acar economicamente no Brasil.

  • Captulo IIFatores do xito da Empresa Agrcola

  • I - Tecnologia. Experincia obtida na produo nas ilhas do Atlntico.

  • II - Experincia e organizao comercial.Holandeses dominavam a comercializao do acar brasileiro.Importante evitar super-produo.

  • III - Demanda.Criao de um mercado para acar tambm foi realizada com grnade participao Holandesa.

  • IV - Financiamento.Novamente os Holandeses foram instrumentais na proviso de financiamento. No s para refino e comercializao, mas mesmo para produo e transporte.

  • V - Mo de Obra.Salrios eram inviveis e terra nada valia. Havia pouca oferta em Portugal.Portugal j tinha experincia com escravos atravs de seus negcios na frica.

  • V - Mo de Obra.Escravos indgenas foram usados.Alta rentabilidade do acar tornou possvel usar escravos importados.

  • Outras condies:Clima apropriado.Terras apropriadas.Ausncia de concorrncia.

  • houve um conjunto de circunstncias favorveis sem o qual a empresa no teria conhecido o enorme xito que alcanou.

  • Caso a defesa das novas terras houvesse permanecido por muito tempo como uma carga financeira para o pequeno reino, seria de esperar que tendesse a relaxar-se. O xito da grande empresa agrcola do sculo XVI constituiu portanto a razo de ser da continuidade da presena dos portugueses em uma grande extenso das terras americanas

  • Captulo IIIRazes do Monoplio

  • Conceito econmico: MonoplioO que um monoplio?Qual preo o monopolista vai escolher?preoLucroP*

  • Conceito econmico: MonoplioO que um monoplio?Qual preo o monopolista vai escolher?Um monoplio produz menos do que um mercado em competio perfeita e cobra um preo mais alto.Um monoplio s poder persistir ao longo do tempo se houver alguma barreira de entrada.

  • Por que a Espanha no produziu acar tambm no sculo XVI?A Espanha tinha at melhores condies para isso do que Portugal, pois tinha mo de obra mais evoluda e maior proximidade da Europa.

  • A Espanha:Concentrou suas atividades no ouro.Tiveram que limitar-se s regies com ouro.No fomentou intercmbio entre as suas colnias.No fomentou outras atividades nas colnias.

  • Transformaes estruturais geradas pelo ouro na Espanha.O Estado cresceu desmesuradamente.Grande nmero de pessoas inativas vivendo de subsdios.Inflao crnica em toda a Europa.No permitiu surgimento de atividades produtivas na Espanha. Reduziu a importncia na sociedade e poltica da classe ligada a atividades produtivas.

  • Argumento do Furtado:Se o ouro no tivesse reduzido o poder da classe produtiva, esta teria fomentado atividades produtivas nas colnias para aumentar o mercado do seu produto.Uma opo seria a produo de acar.Se isto tivesse ocorrido Portugal no teria desfrutado uma situao de monoplio por tanto tempo.

  • Cabe portanto admitir que um dos fatores do xito da empresa colonizadora agrcola portuguesa foi a decadncia mesma da economia espanhola...

  • Captulo IVDesarticulao do Sistema

  • Ocupao holandesa do Brasil

    Ocupao 1630 a 1650.Pernambuco, Itamarac, Paraba, Sergipe, Rio Grande do Norte.Absoro Portuguesa pela Espanha - 1580 a 1655.Guerra da Holanda com a Espanha - 1580 a 1609.Impedida de participar do empreendimento do acar no Brasil os Holandeses buscam ocupar parte do Brasil para faz-lo diretamente.

  • Furtado afirma que a ocupao permitiu aos Holandeses obterem conhecimento dos aspectos tcnicos e organizacionais da produo de acar, permitindo que montassem sua prpria produo no Caribe.Note que a quebra do monoplio teria de acontecer mais cedo ou mais tarde. Um monoplio sempre atrai foras neste sentido.

  • Decadncia do Acar.A auge do acar foi em 1650. Depois o volume das exportaes mdias anuais cai para a metade do preo nos melhores anos.Os preos caem pela metade.A renda real se reduziu a um quarto da renda real anterior.

  • A Decadncia do Acar.A moeda portuguesa se desvaloriza.Isto ocorre por que cai a demanda por moeda portuguesa para compra de acar.Isto mostra que o acar representava um importante elemento da economia portuguesa.A desvalorizao afeta a colnia por que os bens importados no eram produzidos em Portugal. Logo o acar brasileiro passa a comprar menos bens em troca.

  • Prxima Aula

    Uma anlise comparativa do sistema de propriedade e uso da terra no Brasil e na Amrica do Norte.Seo IBernardo Mueller

  • Uma Anlise Comparativa da Evoluo Histrica do Sistema de Propriedade e Uso de Terra no Brasil e nos EUABernardo Mueller

  • Seo I - O Sistema Americano de Propriedade e Uso da Terra.Prxima aula:Seo II - O Sistema Brasileiro de Propriedade e Uso da Terra.

  • Estrutura desta aula:Introduo .Premissas Comportamentais.A Dinmica da Colonizao da Amrica.A Evoluo de um Mercado de Terra.O Aumento do Valor da Terra.Escravido Temporria.Concesso de Vilarejos.Competio.Plantaes: Escravido, monocultura e latifndios.Concluses: Dependncia no Caminho (A histria importa).

  • Introduo.149217761621DescobertaPrimeiroAssentamentoIndependnciaConsolidao de 13 sistemas diferentes em um sistema homogneo, sem restries e equitativo.

  • IntroduoA consolidao no era inevitvel, nem foi tranquila e sem controvrsias. Haviam outras alternativas.

  • IntroduoA consolidao no era inevitvel, nem foi tranquila e sem controvrsias. Haviam outras alternativas.Houve um processo no qual vrios arranjos institucionais se enfrentaram e atravs do qual o padro final emergiu, moldado pelas condies da fronteira.

  • IntroduoTreze colnias.Algumas assentadas pela Coroa Britnica.Algumas cedidas a companhias do colonizao.Algumas cedidas a proprietrios.

  • Arranjos institucionais diferentes.Virgnia primeira colonizaocedida a uma companhiapropriedade comunitria

  • Arranjos institucionais diferentes.Georgiacaridade; pobres e desafortunados sem fins lucrativosregras rgidas de posse de terralimites no tamanho da posseescravido proibidaherana s filho homem, revertendo para a corporaoservio militar obrigatrio

  • Arranjos institucionais diferentes.Massachusettscedida ao Conselho da Nova Inglaterradistribuio a grupos em forma de vilarejoshouve tentativas de implantao de um sistema feudal

  • Arranjos institucionais diferentes.Maryland e Pennsylvaniacedidas a proprietriosMaryland - Lord BaltimorePennsylvania - William PennQuakersTotal liberdade de usoAmbos tentaram estabelecer seu prprio sistema de terra.

  • Arranjos institucionais diferentes.Nova Iorqueoriginalmente assentada pelos holandesespatroons, sistema holands distribuio de terra

  • Premissas ComportamentaisToda anlise cientfica tem que especificar quais premissa est usando para as motivaes dos agentes.Coroa - Maximizao de rendaouroreligiovender terrataxar comrcio

  • Premissas ComportamentaisCompanhias - maximizao de riqueza por definio

  • Premissas ComportamentaisProprietrios religioidiossincrasiasutilidaderendao preo de uma ideologia

  • Premissas ComportamentaisColonos e migrantesperseguio religiosapresses demogrficas - revoluo agrcolavagabundosaventureirosescravos

  • A Dinmica da ColonizaoPor que a Coroa distribuiu terra gratuitamente? Por que no centralizar a explorao da Amrica?Paralelo com empreitada Portuguesa na ndia. Problema principal-agente.Era preciso oferecer incentivos para que indivduos e grupos optassem por se estabelecer na Amrica.

  • A Dinmica da ColonizaoA Coroa transferiu amplos poderes e liberdades no intuito de incentivar a colonizao e gerar um fluxo de comrcio que pudesse ser taxado.A medida que a colonizao avanava a terra passava a subir de valor e Coroa tentou retomar controle de vrias colnias.No era mais preciso dar incentivos to grandes para atrair migrantes.

  • A Dinmica da ColonizaoEmbora nenhuma colnia havia sido assentado pela Coroa, at 1776 ela havia retomado controle sobre sete delas.Com o aumento do fluxo de comrcio a Coroa tentou se apropriar de uma fatia cada vez maior da renda gerada.

  • A Dinmica da ColonizaoEstes acontecimentos levaram independncia Americana em 1776. uma tpica estria de independncia: quando os interesses econmicos locais comeam a se chocar com os interesses da metrpole natural que surjam foras no sentido da independncia.

  • A Evoluo de um Mercado de TerrasO surgimento de um mercado significa que terra passa a se tornar escassa.Um mercado a melhor forma de alocar um bem.Pelo fim do sculo XVIII a terra era o bem que melhores oportunidades de ganhos oferecia na colnia.Como a terra passa a ter valor?

  • Aumento do Valor da Terra

  • A Evoluo de um Mercado de TerrasA evoluo de mercados na colnia exigia grandes fluxos de migrantes.Haviam diversos obstculos que dificultavam esta imigrao:ausncia de incentivoscusto da passagemdificuldade de adaptaoDiversas instituies surgiram para contornar estas dificuldades.

  • Escravido TemporriaNome enganoso em portugus. (headrights)Terra era concedida a qualquer pessoa que pagasse a sua ida ou a ida de outro para a Amrica.A terra valia pouco e no era grande incentivo, porm o contrato previa tambm que o migrante se obrigava a trabalhar por um tempo especificado para aquele que financiava sua ida.

  • Escravido TemporriaO tempo de trabalho era em geral de sete anos.Grandes nmeros de migrantes foram levados Amrica por este tipo de contrato.Houve abusos, mas estes no significam que estes contratos fossem perversos. Exemplo, consrcios.

  • Escravido TemporriaResolvia-se o problema de custo de incerteza.Ao trazer grandes levas de migrantes estes contratos contriburam para gerar um estrutura de posse da terra mais igualitria.

  • Concesses de VilarejosOriginalmente usadas na Nova Inglaterra.Grupos obtinham a terra atravs de uma petio junto companhia a quem havia sido concedida a colnia. O grupo ento distribua lotes entre seus membros.No incio era sem custo.Grupos religiosos homogneos.

  • Concesses de VilarejosGerou povoamento denso o que propiciava especializao e trocas, alm de proteo contra ndios.Reduzia custos de transao de casar colonos com terra.A organizao dos grupos aumentava as chances de sucesso do grupo.No haviam restries quanto auto-gesto dos grupos.

  • Concesses de VilarejosLevou ao aumento do valor da terra e eventualmente as companhias passaram a vender em vez de conceder os vilarejos.Vrias outras colnias adaptaram a idia de concesso de vilarejos.

  • CompetioA competio entre as treze colnias por migrantes levou a um processo evolutivo que vez com que as instituies ineficientes fossem eliminadas.Migrantes votavam com os ps.Trata-se de um Darwinismo institucional, ou seja, um processo de seleo natural das regras de uso e posse da terra e organizao social.

  • CompetioA competio foi na direo de regras no restritivas quanto ao sistema de terra e tambm quanto concentrao da propriedade. A idia de um sistema federalista esta parcialmente baseado nos efeitos benficos deste tipo de competio.

  • Plantaes e o Sistema Americano de Propriedade de Terra.At aqui foi argumentado que o sistema Americano de terra que evoluiu era baseado em pequenas propriedades familiares.

  • Plantaes e o Sistema Americano de Propriedade de Terra.Ento como se explica as conias do sul onde haviam grandes plantaes escravistas monocultoras?

  • Plantaes e o Sistema Americano de Propriedade de Terra.No seria o sistema de terra nestas colnias mais parecido com aquele do Brasil, baseado na exportao de produtos tropicais, do que o sistema das colnias do Norte?

  • Defendendo o argumento.As grandes plantaes no incio no usavam predominantemente o trabalho escravo.Surgiram concomitante a inmeras pequenas propriedades.No incio do sculo XVIII o trabalho escravo se tornou predominante nas plantaes, por razes do crescimento da oferta de escravos.

  • Defendendo o argumento.Havia ganhos de escala na produo e as grandes plantaes proliferaram.As pequenas propriedades persistiram e se encaixaram em um sistema de diviso de trabalho.Em muitas reas no propcias s plantaes as pequenas propriedades dominavam.

  • Defendendo o argumento.Em 1850 18% dos estabelecimentos do sul eram plantaes (101.335 de 569.201).Em 1790 30% dos escravos estavam em fazendas com menos de 10 escravos, 26% em fazendas com 10 a 20 escravos 28% em fazendas com 20 a 50 escravos, e 16% em fazendas com mais de 50 escravos.

  • Defendendo o argumento.A organizao da agricultura sob a forma de pequenas propriedades no sul era a regra. tanto em nmero quanto em extenso geogrfica.As plantaes esgotavam o solo e migravam fronteira agrcola. Muitas terras foram subseqentemente aproveitadas para produo de outros produtos, geralmente em pequenas propriedades.

  • ConclusesDependncia na histria(path dependence)

  • ConclusesAs opes abertas em um dado momento do tempo dependem do caminho pelo qual se chegou a este ponto.O caminho seguido at qualquer ponto importante na determinao do caminho futuro.

  • ConclusesEspera-se portanto que os caminhos seguidos, sejam eles produtivos ou improdutivos, tendam a se reforar e persistir.Pequenas propriedades e igualdade do voz aos cidados no governo, o que leva a manuteno e propagao deste sistema.

  • Path DependenceQ W E R T Y

  • Path DependenceQ W E R T Y

  • Concluses Path dependence tecnolgico e institucional.Um sistema igualitrio de terra atraa mais migrantes e os grandes nmeros de migrantes levavam a um sistema igualitrio de terra.Reforma agrria at hoje no Brasil um exemplo da dificuldade de mudar de caminho.

  • Prxima aulaSeo II - O Sistema Brasileiro de Propriedade e Uso da Terra.

  • Uma Anlise Comparativa da Evoluo Histrica do Sistema de Propriedade e Uso de Terra no Brasil e nos EUABernardo Mueller

  • Aula 6Seo II - O Sistema Brasileiro de Propriedade e Uso da Terra.

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889Perodo que levou para o sistema americano se definir. Foi uma evoluo rpida com muita variao institucional

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889Perodo que levou para o sistema brasileiro se definir. Foi uma evoluo lenta e sem variao institucional.

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889Acar1550-1650

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889Reverso econmica

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889Minerao1700-1780

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889Reverso econmica

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889CafGestao - 1800-1850Boom - 1850 - 1930

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889Lei de TerrasNo 601

  • Evoluo do Sistema Brasileiro150016001700180018501889Mercado de terras - Sistema sem restries porm altamente concentrado.

  • Premissas ComportamentaisCoroa - maximizar renda.Indivduos Mais atraente ir ndia.Portugal tinha problemas demogrficos.Inteno de voltar a Portugal.Contraste com imigrantes na Amrica.Pioneiros e Bandeirantes V. Moog, 19??.

  • Instituies de Propriedade e Uso de Terra.Carta para Martim Afonso.Capitanias Hereditrias.Sesmarias.Posses.Vcuo Institucional.Lei de Terras de 1850.

  • Instituies de Propriedade e Uso de Terra.Cartas para Martim Afonso. Primeira - Martim Afonso capito e governador, podendo conceder terra e organizar governo.Reflete ausncia de informaes.Tentativa e erro.Segunda - dois anos depois - Capitanias hereditrias.

  • Capitanias HereditriasResposta necessidade de ocupao diante da ausncia de informao.Confuso com feudalismo.Similar estratgia usado na Amrica.Donatrios eram obrigados a conceder terra a qualquer pessoa de qualquer qualidade ou condio.

  • Capitanias HereditriasDuraram 16 anos.Alguns donatrios nem foram ao Brasil.No pode ser considerado a gnese da concentrao de terra no Brasil.

  • http://www.governo.rj.gov.br/historia/f_hist.htm1532 - Preocupa-se o Governo portugus com as sucessivas invases e decide o Rei D.Joo III colonizar o Pas dividindo-o em 15 Capitanias Hereditrias, para 12 fidalgos cuja obrigao principal era ocupar e desenvolver a agricultura em suas terras, defendendo-se dos ataques dos ndios e dos contrabandistas. O territrio hoje ocupado pelo Rio de Janeiro ficou pertencendo aos donatrios da Capitaniade S.Vicente, doada em 1534 a Martim Afonso de Souza, e a de S.Tom, doada em1536 a Pero Gis da Silveira, vizinha do Esprito Santo. O donatrio de S.Tom fundou a Vila Rainha, perto do Rio Itabapoana desenvolvendo a lavoura canavieira, mas esta foi constantemente atacada pelos ndios Goitacases, provocando a fuga dos colonos para o hoje Esprito Santo. A capitania de S.Vicente foi povoada apenas na parte sul do quinho que lhe coube e se desenvolveu em torno do porto de S.Vicente, hoje So Paulo. Martim Afonso de Souza concedeu algumas sesmarias na regio de Parati e Angra dos Reis em1556.

  • 1548 - No tendo a colonizao dado bons resultados atravs das Capitanias Hereditrias e, com o permanente assdio dos franceses sobre os ndios para comercializar o pau-brasil, resolve o Rei de Portugal criar um governo geral destinado a auxiliar os donatrios especialmente na luta contra os ndios, que no paravam de atacar vilas e engenhos, destruindo as plantaes dos colonos. nomeado o fidalgo portugus Tom de Souza, 1o. Governador Geral do Brasil. Desembarcou na Baa de Todos os Santos em 1459, fundando a cidade de Salvador, nossa primeira capital.

  • http://www.oglobo.com.br/Vestib/ves70.htmOs professores recomendam uma boa reviso do sistema de capitanias hereditrias, iniciado em 1536 pelo rei de Portugal, dom Joo III. De incio, foram criadas 14 capitanias, divididas em 15 lotes e distribudas a 12 donatrios, que eram representantes da nobreza portuguesa. Em troca,eles eram obrigados a pagar tributos Coroa. A partir das capitanias, foi inventado o sistema desesmarias, que consistia na permisso do uso dasterras para colonos. Os historiadores identificam neste momento o incio dos grandes latifndios.

  • SesmariasJ existiam antes do descobrimento do Brasil. Origem 1375 para incentivar o uso da terra diante da escassez demogrfica no campo.Concesso de terra - condies: uso e dzimo.Poucas restries pois o interesse da Coroa era atrair imigrantes ao Brasil.

  • SesmariasPreo da terra s aumentou em locais especficos, devido a razes locacionais ou quedas dgua.Em geral no h escassez de terra e portanto seu preo no sobe nem so necessrias regras para seu racionamento e uso.Compare com gua ou ar.Letra morta.

  • SesmariasNa prtica posses eram regra.Dom Pedro I fim das sesmarias 1822.

  • Ciclo do Acar e Escassez de Terra.1550-1650.Em 1600 120 engenhos.No gera oportunidades que atrassem imigrantes.Efeito direto alto mas efeito multiplicador quase nulo.Pecuria.

  • Ciclo da Minerao e Escassez de Terra.1700 - 1775.Grande aumento da populao.Tinha quase todas condies para gerar um mercado interno.Produo itinerante. Integrou a economia da colnia mas gerou pouca escassez de terra.

  • Ciclo da Minerao e Escassez de Terra.Com fim do ouro volta economia da subsistncia.Sesmarias ainda existiam mas a regra ainda no representava uma restrio.

  • Evoluo da Populao no Brasil e nos EUA.

  • Ano

    Pop. Total

    % No Escrava

    Cresc. a.a.

    1550

    15.000

    40%

    -

    1600

    100.000

    40%

    0.005

    1660

    184.000

    40%

    0.014

    1700

    300.000

    40%

    0.024

    1776

    2.700.000

    52%

    0.080

    1800

    3.660.000

    52%

    0.013

    1823

    4.899.000

    70%

    0.013

    1850

    7.256.000

    87%

    0.017

    1872

    10.112.061

    87%

    0.015

    1890

    14.333.915

    100%

    0.023

    1900

    17.318.556

    100%

    0.021

  • ContrafatuaisSe o ouro durasse algumas dcadas a mais.Se ouro descoberto desde o comeo da colonizao.Se o ouro nunca tivesse sido descoberto.

  • Aumento do Preo da TerraVcuo institucional.Famlia real no Brasil.Abertura dos portos.Jos Bonifcio e extino das sesmarias.Extino das sesmarias 2 meses antes da independncia.Constituio de 1824.

  • Aumento do Preo da TerraProliferao de possesSurgimento do caf e presso por terra.Demanda por direitos de propriedade.Quando h oportunidades de ganhos que no podem ser capturados sob as regras correntes, h demanda por novas regras que possibilitem realizar estes ganhos.

  • Aumento do Preo da TerraA oferta de direitos de propriedades depende de questes polticas.No Brasil caf gerou presso sobre a terra levando a disputas e conflitos.Isto por sua vez levou Lei de Terras de 1850.

  • Aumento do Preo da TerraEvoluo da produo de caf:1821 - 30 3.178.000 sacas1831 - 4010.430.000 sacas 1841 -5018.367.000 sacas 1851 - 6027.339.000 sacas

  • Aumento do Preo da TerraDescrever processo de aumento do preo da terra e surgimento de disputas gerando custos aos proprietrios pretendentes.

  • Lei de Terras No 601 de 1850Sesmarias e posses legitimadas integralmente.Terra s pode ser adquirida por compra.Imposto sobre a terra seria moderado.Criou facilidades para incentivar imigrao.

  • Lei de Terras No 601 de 1850Outra motivao da lei era resolver o problema da mo de obra.Fim do trfico transatlntico em 1850. (Em 1831 j havia sido tentado por presso inglesa).A idia era forar imigrantes a venderem sua fora de trabalho nos cafezais.No fim a urgncia de mo de obra no caf fez com que se desistisse deste esquema.

  • Hiptese de Domar

    S podem existir 2 dos 3 seguintes simultaneamente:terra livretrabalho livreproprietrios ociosos

  • Surgimento do mercado de terras.A imigrao aumentou com o crescimento do caf.Construo de ferrovias permite terra mais distante ser colocada em produo.Em 1860 terra passa a ser usada como garantia no lugar de escravos.

  • Surgimento do mercado de terras.Em 1889 proclamao da Repblica.Cada estado seguiu seu prprio caminho com relao a terra, mas todos dentro do mesmo padro.O sistema de terra era sem restries, porm altamente concentrado.

  • Surgimento do mercado de terras.Desde aquela poca se percebia os problemas que isto gerava e eram sugeridas reformas.At hoje estamos tentando mudar para esta forma mais eficiente.As escolhas hoje so restritas pelo caminho que foi trilhado no passado (path dependence).

  • Prxima AulaFurtadoVIII, IX, X, XI, XII(Pulamos V e VI, veremos VIII depois)

  • Aula 7Formao Econmica do BrasilCelso FurtadoCaptulos VIII, IX, X, XI e XII

  • Estrutura da AulaCaptulo VIII - Capitalizao e Nvel de Renda na Economia Aucareira.Captulo IX - Fluxo de Renda e Crescimento.Captulo X - Economia Pecuria.Captulo XI - Formao do Complexo Econmico Nordestino.Captulo XII - Contrao Econmica e Expanso Territorial.

  • Estatsticas do Acar.Em 1600 - 120 engenhos. 15.000 por engenho 1.800.000 capitais aplicados na indstria do acar.20.000 escravos africanos. 25 por escravo.375.000 investimento em escravos.20,8% parcela dos capitais relativos a escravos.

  • Qual a renda lquida gerada pelo acar?Precisamos saber isto para determinar qual o efeito do acar sobre a economia e sua capacidade de atingir o crescimento auto-sustentado.

  • Contabilidade do Acar.O valor das exportaes em um determinado ano corresponde ao Valor Bruto da Produo do setor aucareiro neste ano.Presumimos que todo o acar produzido exportado.VBP = quantidade x preo

  • Contabilidade do Acar.Produto Bruto (ou Renda Bruta):PB = VBP - CIonde CI = Consumo IntermedirioCI = os bens e servios usados na produo do acar e produzidos for a dos engenhos.Estes eram basicamente transporte (dentro e for a da colnia), armazenamento, seguros, lenhas, e cana produzida por lavradores independentes.

  • Contabilidade do Acar.Produto Lquido (ou Renda Lquida):PL = PB - RDonde RD = Reservas de DepreciaoRD = depreciao dos escravos, das construes, dos equipamentos e dos animais.

  • Contabilidade do Acar.Qual a repartio da renda lquida entre a Coroa e os fatores de produo (capital, trabalho e terra)?RL = tributos indiretos + renda dos proprietrios + renda dos trabalhadores

  • Contabilidade do Acar.Renda Lquida a custos de fatores (subtraindo a tributao):RLcf = renda dos proprietrios + renda dos trabalhadores

  • Contabilidade do Acar.Quais so os nmeros para o caso da economia aucareira?

    1.500.000 = 2.500.000 - ( CI - 110.000)

    portanto CI = 890.000 Este nmero alto pois inclui transporte do acar paraPortugal.

  • Contabilidade do Acar.

    Natureza dos Gastos

    Classificao dos Gastos

    Valor Absoluto (em )

    Porcentagens

    Transporte e armazenamento na colnia

    Consumo Intermedirio

    75.000

    5%

    Lenha e outros gastos

    Consumo Intermedirio

    25.000

    1,7%

    Gastos de reposio de bois

    Reservas de Depreciao

    25.000

    1,7%

    Gastos de reposio de mquinas e escravos

    Reservas de Depreciao

    110.000

    7,3%

    Salrios

    Renda do Trabalho

    22.500

    1,5%

    Renda dos proprietrios de engenhos e de plantaes de cana

    Renda Lquida dos Proprietrios

    1.242.500

    82,8%

  • Contabilidade do Acar.Destinao dada pelos proprietrios a sua renda segundo Furtado:

    gastos de consumopoupanaBens locaisBens importadosAo preo de 15.000 por engenho essa poupana daria para montar 42,8 engenhos.

  • Contabilidade do Acar.Apenas um tero do valor da poupana correspondia a importaes de bens de capital. Assim as exportaes de acar poderiam ter financiado uma expanso da capacidade da indstria aucareira bem superior efetivamente observada.A explicao mais plausvel talvez seja que parte substancial dos capitais aplicados na produo aucareira pertencesse aos comerciantes. Explicar-se-ia assim a ntima coordenao existente entre as etapas de produo e comercializao, coordenao essa que preveniu a tendncia natural superproduo

  • Fluxo de Renda e CrescimentoCaptulo IX

  • Que possibilidades de expanso e crescimento estrutural apresentava o sistema econmico escravista?Qual a diferena entre expanso e crescimento estrutural?

  • Qual a diferena entre expanso e crescimento estrutural?Exemplo de mudanas estruturais:inovao tecnolgica.cercamentos na Inglaterra.maior diviso de trabalho e especializao.depresso que leve a mudana no balano de poder.revoluo.

  • Fluxo de Renda e CrescimentoUm investimento inicial em um engenho gerava um crescimento direto, mas este crescimento no gerava, por sua vez, nenhum efeito indireto.O crescimento da produo era limitado somente pelo lado da demanda.Oferta de terra e mo de obra era elstica.

  • Fluxo de Renda e CrescimentoTodo crescimento se dava em extenso, sem alterar a estrutura. o crescimento se realizava sem que houvesse modificaes sensveis na estrutura do sistema econmico. Os retrocessos ocasionais tampouco acarretavam qualquer modificao estrutural.

  • Fluxo de Renda e CrescimentoNo havia, portanto, nenhuma possibilidade de que o crescimento com base no impulso externo originasse um processo de desenvolvimento de autopropulso.

  • Projeo da Economia Aucareira: A PecuriaCaptulo X

  • Economia PecuriaPecuria como efeito indireto do acar.Pecuria para transporte, fora, carne e couro, era praticamente o nico artigo que poderia ser suprido internamente.Ocupao extensiva, itineirante e de baixo nvel de investimento.Proprietrio muitas vezes absentesta.

  • Economia PecuriaPecuria foi uma forma de especializao.Por que no houve outras formas?1) interesse dos exportadores portugueses e holandeses.2) fretes baixos para a volta ao Brasil.3) Abundncia de terras na proximidade dos engenhos. So Vicente no podia competir.4) Preocupao poltica de evitar a produo na colnia que competisse com a metrpole.

  • Economia PecuriaO setor pecurio crescia independente da procura.Permitiu a ocupao do interior.Renda total gerada pela pecuria era 5% do valor do acar exportado.Populao ocupada 13.000.650.000 cabeas de gado. 50 por pessoa.

  • Economia PecuriaQual a possibilidade de oferta desse sistema?No haviam empecilhos do lado da oferta. Seu crescimento dependia da demanda gerada pelo setor exportador.Sua produtividade diminua com o crescimento devido distncia, logo a renda tendia a cair.

  • Sistema da QuartaSer visto em maior detalhe na aula sobre o modelo principal-agente.Um vaqueiro que trabalhasse cinco anos em uma fazenda tinha direito a uma participao no rebanho (uma cria em quatro).Haviam fazendas s com escravos, com proprietrio absentesta. Ver Gorender.Escravismo na pecuria

  • Formao do Complexo Econmico NordestinoCaptulo XI

  • Efeitos da contrao no acar e na pecuria.A pecuria no tinha gastos monetrios no processo de reposio do capital e de expanso da capacidade produtiva. O capital se repunha automaticamente. O crescimento demogrfico se mantinha pois sempre havia disponibilidade de alimentao .

  • Efeitos da contrao no acar e na pecuria.Com a queda do preo o acar se torna menos rentvel e as unidades marginais vo a falncia.Em ambas h uma involuo econmica com a retrao da diviso de trabalho e especializao, passando-se a um sistema de subsistncia.

  • Contrao Econmica e Expanso TerritorialCaptulo XII

  • Sculo XVIIO sculo XVII foi um perodo de dificuldades. A primeira metade foi tomado pela ocupao holandesa e na segunda o preo do acar caiu.A ocupao holandesa deu mais prejuzo a Portugal do que ao Brasil. Parte da renda dos holandeses era retida no Brasil o que ajudou a desenvolver a vida urbana.

  • Sculo XVIINa poca da prosperidade do acar houve a preocupao em estender os domnios portugueses o que levou expanso territorial.Durante todo este perodo se ocupou e defendeu o Brasil de norte a sul.Maranho, So Vicente e regio sulina: pouco desenvolvimento

  • Sculo XVIIS a partir de 1700, com a descoberta de ouro a economia voltaria a atividade novamente.

  • Prxima AulaO Ciclo da MineraoFurtado Captulos XIII, XIV e XV

  • Aula 9O Ciclo da MineraoFurtado XIII, XIV e XV

  • Povoamento e Articulao das Regies MeridionaisDescoberta de ouro circa 1700.Segundo Furtado Coroa enviou ajuda tcnica para achar ouro. Bandeiras j haviam aberto os caminhos.Reao ao ouro foi rpida.Houve migrao interna do Nordeste e do Sul. Houve tambm deslocamento de fatores de produo, principalmente escravos.Houve imigrao Portuguesa espontnea.

  • Povoamento e Articulao das Regies MeridionaisFurtado coloca que a economia da minerao apresentava uma estrutura fundamentalmente diferente da economia do acar.Veremos em aula subsequente que Jacob Gorender discorda.

  • A Economia MineiraSe bem que a base da economia mineira tambm seja o trabalho escravo, por sua organizao geral ela se diferencia amplamente da economia aucareira. Os escravos em nenhum momento chegam a constituir maioria da populao. Por outro lado, a forma como se organiza o trabalho permite que o escravo tenha maior iniciativa e que circule em um meio social mais complexo. Muitos escravos chegam a trabalhar por conta prpria, comprometendo-se a pagar periodicamente uma quantia fixa a seu dono, o que lhes abre a possibilidade de comprar a prpria liberdade.

  • A Economia Mineira

  • A Economia MineiraO ouro Brasileiro era de aluvio. Isto gerava maiores oportunidades para indivduos de pequenas posses do que ouro em minas. Tinha implicaes tambm para a ocupao da terra.Ocorreu especializao da regies, ou seja, o efeito multiplicador da minerao foi maior do que o do acar.

  • A Economia MineiraGado e mulas.maior demanda do que no ciclo do acar;integrou as regies do pas;modelo principal-agente e demanda por mulas e cavalos.

  • Captulo XIV - Fluxo de RendaAuge da produo de ouro 1760; 2,5 milhoes de por ano. Circa 1780 caiu para menos de 1 milho de por ano. Renda da total da economia mineira 3.6 milhes de por ano. Renda per capita 12 por pessoa livre. No acar foi 66 por pessoa livre. Porm era menos concentrada e tinha maior efeito multiplicador.

  • Tratado de Methuen

  • Por que no se atingiu o crescimento auto-sustentado.Condies que propiciavam a produo interna de manufaturados:havia demanda derivada da atividade gerada pela minerao.havia um nvel populacional alto; disperso mas reunido em torno de centros urbanos.a distncia at os portos encarecia os produtos importados.

  • Por que no se atingiu o crescimento auto-sustentado.Dado que as condies eram propcias, por que no surgiu a produo no Brasil de bens manufaturados nesta poca?

  • Por que no se atingiu o crescimento auto-sustentado.Explicao potencial:Portugal proibia a implantao de atividades manufatureiras no Brasil.

  • Explicao do Furtado.A causa principal possivelmente foi a prpria incapacidade tcnica dos imigrantes para iniciar atividades manufatureiras numa escala pondervel.

  • Lgica do FurtadoExportao do acar cai.

    Dificuldades econmicas em Portugal. No consegue importarReao dos produtores de vinho,

    Dificuldades econmicas em Portugal. No consegue importar1684 fomento a manufaturas de txteis. Protecionismo.Quebra da manufatura Portuguesa

    Tratado de Methuen em 1703. Ingleses reduzem tarifa sobre vinho portugus, e Portugal retirou embargo sobre tecidos Ingleses.cont.Realidade Paralela

  • Realidade Paralela - No h ouro no BrasilNo h ouro no Brasil.

    Problemas de balano de pagamentos em Portugal. Vinho no paga tecido.Protecionismo restaurado.

    Tratado de Methuen suspenso.Desvalorizao da Moeda Portuguesa.Migrantes Portugueses no Brasil levariam tcnicas e eventualmente surgiriam manufaturas no Brasil.Manufatura Portuguesa comea a se desenvolver lentamente.

  • Realidade de Fato - H ouro no BrasilOuro do Brasil permitiu que Portugal continuasse importando tecidos.Tratado de Methuen permaneceu vigente.No surgem manufaturas no Brasil

    Migrantes Portugueses no levaram tcnicas ao Brasil.Manufatura Portuguesa no se desenvolveu.

  • Cuidado para no interpretar a lio do Tratado de Methuen sobre o papel do protecionismo d maneira errada.

  • Importncia do ouro Brasileiro para o desenvolvimento industrial e financeiro da Inglaterra.

  • Captulo XV - Regresso Econmica e Reverso Subsistncia.Com o fim do ouro o nvel da atividade econmica caiu drasticamente.Houvesse a economia mineira se desdobrado num sistema mais complexo, e as reaes seguramente teriam sido diversas. Na Austrlia, trs quartos de sculo depois, o desemprego causado pelo colapso da produo de ouro constituiu o ponto de partida da poltica protecionista que tornou possvel a precoce industrializao deste pas.

  • Captulo XV - Regresso Econmica e Reverso Subsistncia.A medida que os sistema se descapitaliza h uma reverso subsistncia, ou seja uma diviso do trabalho ao contrrio.Veremos adiante que Furtado creditar aos 70 anos aps o fim do ciclo da minerao as razes do subdesenvolvimento brasileiro.

  • Aula 10Escravismo na MineraoGorender, Jacob, 1988, O Escravismo Colonial, So Paulo, Editora tica, cap. XXI, pg. 443-471.

  • Efeitos da Economia MineradoraAumento rpido da populao colonial.Ampliao da ocupao territorial em direo ao interior.Propenso urbanizao.Formao de mercado interno.Acentuao da diviso social do trabalho.Estreitamento dos vnculos econmicos inter-regionais

  • Efeitos da Economia MineradoraInfluncia na histria de Portugal.Repercusso na economia europia, em particular na Inglaterra.Aguamento da tenso entre Colnia e Metrpole.

  • Objetivo do captulo:Refutar a tese de que a minerao haja suscitado um novo tipo de sociedade na histria colonial do Brasil.

  • Qual a tese aceita na literatura?Se bem que a base da economia mineira tambm seja o trabalho escravo, por sua organizao geral ela se diferencia amplamente da economia acareira. Os escravos em nenhum momento chegam a constituir maioria da populao. Por outro lado, a forma como se organiza o trabalho permite que o escravo tenha maior iniciativa e que circule em um meio social mais complexo. Muitos escravos chegam a trabalhar por conta prpria, comprometendo-se a pagar periodicamente uma quantia fixa a seu dono, o que lhes abre a possibilidade de comprar a prpria liberdade. Furtado cap.XIII.

  • Qual a tese aceita na literatura?Edson Carneiro, 1964, Ladinos e Crioulos:No teve paralelo em parte alguma do pas, em perodo comparvel, o nmero de escravos que encontraram modos e maneiras de comprar sua alforria.Nelson W. Sodr, 1962, Formao Histrica do Brasil:A minerao seria uma nova sociedade.

  • Composio populacional.Gorender concorda que houve um forte surto de imigrao mas contesta os nmeros.Atribui as sobre-estimativas s reaes da Coroa para coibir a imigrao. Note que a populao de Portugal no comeo do sculo XVIII era em torno de 2.100.000.

  • Populao de Minas Gerais

    Anos

    Brancos

    % sobre a populao total

    Negros escravos e forros

    % sobre a populao total

    1776

    70.664

    22%

    166.488

    51%

    1821

    131.047

    25%

    211.548

    41%

  • Interesse da CoroaA prpria Coroa interessou-se em garantir oportunidades gente mais pobre, pois no convinha Corte de Lisboa que se repetisse na minerao o processo de repartio que resultara na formao de latifndios incultos. Ao invs de permitir que um punhado de privilegiados aambarcasse jazidas minerais numa extenso superior sua capacidade de explorao, cuidou a Coroa de incentivar o maior nmero possvel de mineradores, com vistas obviamente extrao de mais elevadas quantidades de metal precioso.

  • Regras da Economia MineradoraEra concedido duas braas de terra aurfera por cada escravo que se possusse.No entanto, segundo Gorender, a estratificao social continuou a existir.Aqueles com mais recursos teriam mais escravos e receberiam portanto mais terra conseguindo assim extrair mais ouro.Poucos conseguiram subir a escala social.

  • Regras da Economia MineradoraPara mover montanhas e secar rios era necessrio ter muitos escravos. Os que tinham este capital que conseguiam extrair a maioria do ouro.Os faiscadores na realidade ficavam com as migalhas.

  • Dados de proprietrios em Minas Gerais 1717

    De 1 a 9 escravos

    De 10 a 19 escravos

    De 20 a mais escravos

    Total

    No de proprietrios

    442

    75

    27

    544

    No de escravos

    1.556

    923

    788

    3.267

    % sobre o total de proprietrios

    81,2%

    13,8%

    5,0%

    100%

    % sobre o total de escravos

    47,6%

    28,3%

    24,1%

    100%

    Mdia de escravos por proprietrio

    3,5

    12,3

    29,1

    6,0

  • Dados de proprietrios em Minas Gerais 171718,8% dos proprietrios tinham direito a 52,4% das lavras aurferas.

    De 1 a 9 escravos

    De 10 a 19 escravos

    De 20 a mais escravos

    Total

    No de proprietrios

    442

    75

    27

    544

    No de escravos

    1.556

    923

    788

    3.267

    % sobre o total de proprietrios

    81,2%

    13,8%

    5,0%

    100%

    % sobre o total de escravos

    47,6%

    28,3%

    24,1%

    100%

    Mdia de escravos por proprietrio

    3,5

    12,3

    29,1

    6,0

  • Dados de proprietrios em Minas Gerais 1717Por outro lado haviam amplas oportunidades para pessoas de poucas posses

    De 1 a 9 escravos

    De 10 a 19 escravos

    De 20 a mais escravos

    Total

    No de proprietrios

    442

    75

    27

    544

    No de escravos

    1.556

    923

    788

    3.267

    % sobre o total de proprietrios

    81,2%

    13,8%

    5,0%

    100%

    % sobre o total de escravos

    47,6%

    28,3%

    24,1%

    100%

    Mdia de escravos por proprietrio

    3,5

    12,3

    29,1

    6,0

  • Dados de proprietrios em Minas Gerais 1780Em Morro de So Joo, prximo a So Joo del-Rei, em 1780 empregava-se 2,426 escravos, 1,267 dos quais pertenciam a somente 8 proprietrios.

  • Dados de proprietrios em Minas Gerais 181438,6% dos proprietrios detm 80% das lavras.

    De 1 a 9 escravos

    De 10 a 19 escravos

    De 20 a mais escravos

    Total

    No de proprietrios

    312

    103

    94

    509

    No de escravos

    1,886

    1,306

    3,301

    6,493

    % sobre o total de proprietrios

    61,4%

    20,2%

    18,4%

    100%

    % sobre o total de escravos

    29,0%

    20,1%

    50,9%

    100%

    Mdia de escravos por proprietrio

    6,0

    12,7

    36,2

    12,7

  • Dados de proprietrios em Minas Gerais 1814 - Proprietrios com mais de 50 escravos

    Proprietrios

    % sobre o total

    Escravos

    % sobre o total

    Mdia de escravos por proprietrio

    17

    3,3

    1,188

    18,3

    69,8

  • ndices de Concentrao de PropriedadeVila de Pitangui, ndice de Gini entre 1718 a 1723 passou de 0,403 a 5,32. (1 igual concentrao total, 0 igualdade perfeita).

  • FaiscadoresPara Furtado esta possibilidade significava a existncia de oportunidades econmicas mesmo para os mais pobres.Para Gorender a existncia de faiscadores era o resultado de um sistema desigual. Faiscadores apareceriam nos perodos de decadncia da minerao.Comparao com camels.

  • O Escravismo na MineraoCom a descoberta de ouro os escravos foram transferidos de outras atividades regio do ouro. as minas absorviam escravos, cavalos e bois e at trabalhadores qualificados necessrios aos engenhos.No comeo a Coroa tentou coibir mas em 1706 desistiu.

  • O Escravismo na MineraoO preo do escravo subiu inicialmente mas como a oferta era elstica este efeito foi de pouca durao.

  • Regras de alocao das lavras.Regimento de abril de 1702: S teriam direito a uma data inteira de 30 braas de terreno aurfero os proprietrios de um mnimo de 12 escravos, cabendo aos demais duas braas e meia por por escravo.Isto evidncia para Gorender da correlao essencial entre escravismo e minerao.

  • Regras de alocao das lavras.As datas deveriam comear a ser lavradas dentro do prazo de 40 dias, sob pena de perda delas para a Fazenda Real, exceto em casos de dificuldade for a do comum.

  • Tributao na Minerao.1700 foram enviados os primeiros provedores para receber os quintos. Era necessrio uma guia para exportar. Haviam registros nas estradas.Em 1713 o governador quis construir uma casa de fundio e mineradores ofereceram 30 arrobas de finta. Em 1718 a finta abaixou para 25 arrobas.

  • Tributao na Minerao.Casas de fundio comearam em 1725. Em 1730 o quinto foi abaixado para 12% para reduzir a fraude.Em 1735 foi usado imposto de capacitao de 17 gramas de ouro por escravo. Como haviam 100.000 escravos isto deveria render 113 arrobas no auge.

  • Tributao na Minerao.Em 1750 voltou o quinto e as casas de fundio.Arrecadao:1759116 arrobas1766comeou a cair1777 70 arrobas180830 arrobas18197 arrobas18202 arrobas

  • Escravismo na MineraoGorender pg.455Como se v carece de fundamento a tese de que os escravos nunca predominaram numericamente sobre os homens livres.Porm, estes nmeros so significativamente diferentes daqueles da poca do acar.

    Anos

    Escravos

    Livres

    Total

    % de escravos no total

    1742

    94.128

    80.000

    174.128

    54%

    1776

    163.240

    156.529

    319.769

    51%

    1786

    174.135

    188.712

    362.847

    48%

  • Alforrias (Manumisso)Alguns escravos trabalhavam como faiscadores com o consentimento dos senhores em troca de pagamento de uma renda fixa.Como explicar a existncia de manumisso?Modelo principal-agente.

  • Alforrias (Manumisso)Para Gorender as alforrias atingiam principalmente mulheres e velhos e no representavam uma possibilidade realista maioria dos escravos.Dois processo de alforria institucionalizados:achar diamante de 20 quilates ou mais.Delatar dono que traficasse diamantes.

  • Alforrias (Manumisso)A concluso a tirar consiste em que a minerao, por si mesma induzia escravido. O que multiplicou o nmero de alforrias - sem afetar as bases do regime escravista - no foi propriamente a minerao, porm sua decadncia.Em 1786 34% da populao total era forros.Em 1808 este nmero sobe para 41%.

  • Condies de trabalho dos escravos.A maioria dos escravos no trabalhava como autnomo e sim coletivamente.trabalho coletivo sob vigilncia de feitores.gua fria.dentro de minas.transporte de cascalho.mortalidade alta.acidentes.

  • Condies de trabalho dos escravos.Rebeldia e fugas como evidncia da ms condies de vida.Como estas condies comparam com a condio de vida no acar?

  • A economia posterior minerao.Para Furtado o fim da minerao trouxe um processo de involuo atrofiante e desarticulao.Para Gorender este processo foi setorial e transitrio. A agropecuria que cresceu em Minas Gerais como efeito indireto da minerao teria continuado aps o fim da minerao, especialmente com a transferncia da Corte ao Rio de Janeiro em 1808, e com o surgimento do caf.

  • Prxima AulaFurtado Captulos VII, XVI e XVII

  • Aula 11Celso FurtadoCaptulos VII, XVI e XVII

  • Captulo VIIEncerramento da Etapa ColonialOcupao Holandesa 1630 - 1650.Associao de Portugal Espanha 1580-1640.Em 1661 a Espanha ainda no havia reconhecido a separao e Portugal ainda estava negociando a paz com a Holanda.Portugal pagou indenizaes Holanda e at ofereceu de dividir o Brasil.

  • Situao de Portugal na segunda metade do Sculo XVII.Perdeu posio na sia. Recuperando da ocupao Holandesa.Preo do acar em queda.Enfrentamentos com Espanha e Holanda.Concluso - Portugal no podia ficar em posio neutra. Precisava se aliar.

  • Acordos de Portugal com a InglaterraTratados em 1642, 1654 e 1661.Esprito dos tratados: Portugal fazia concesses econmicas em troca de promessas e garantias polticas.Concesses econmicas: jurisdio extra-territorial, liberdade de comrcio, vantagens tarifrias.Em clausula do tratado de 1661 os ingleses prometiam defender as colnias portuguesas contra qualquer inimigo.

  • Situao de Portugal na segunda metade do Sculo XVII.Moeda portuguesa desvaloriza.Fomenta a produo interna de tecidos, e surge um setor manufatureiro incipiente.1703 - Tratado de Methuen.

  • Esse acordo significou para Portugal renunciar todo desenvolvimento manufatureiro e implicou transferir para a Inglaterra o impulso dinmico criado pela produo aurfera no Brasil. Graas a este acordo, entretanto, Portugal conservou uma slida posio poltica numa etapa que resultou ser fundamental para a consolidao definitiva do territrio de sua colnia americana. Furtado pg.34.

  • O prprio Methuen negociou a entrada de Portugal na guerra que garantiu a sua participao na conferncia de Utrecht.Nesta conferncia Portugal consolidou sua posse exclusiva do Amazonas e da colnia de Sacramento.

  • Efeitos do ouroPortugal: entreposto tributao e comrcio.Brasil: Expanso geogrfica e demogrfica.Inglaterraestmulo ao desenvolvimento manufatureiro.capacidade de importar.concentrao de reservas, principal centro financeiro da Europa.

  • A Portugal entretanto, a economia do ouro proporcionou apenas uma aparncia de riqueza, repetindo o pequeno reino a experincia da Espanha no sculo anterior. Como agudamente observou Pombalo ouro era uma riqueza puramente fictcia para Portugal: os prprios negros que trabalhavam nas minas tinham que ser vestidos pelos ingleses. Contudo nem mesmo Pombal que tinha uma viso lcida da situao da dependncia poltica em que vivia seu pas e uma vontade de ferro, conseguiu modificar fundamentalmente as relaes com a Inglaterra. Na verdade, essas relaes constituam uma ordem superior das coisas sem a qual no seria fcil explicar a sobrevivncia do pequeno reino como Metrpole de um dos mais ricos imprios coloniais da poca. Furtado Pg. 35.

  • Fim do Sculo XVIIIFim do ciclo do ouro no Brasil.Revoluo Industrial na Inglaterra.Adam Smith.Agora Inglaterra precisa de mercados.Ideologia liberal - contra protecionismo.Fatos geram idias ou idias geram fatos.Em 1786 a Inglaterra reduz a tarifa de vinho para a Frana e para Portugal sem ferir o Tratado de Methuen.

  • Independncia do BrasilCoroa Portuguesa no Brasil 1808.Abertura dos portos.Coroa Portuguesa temia reconhecimento de governo francs em Portugal.Acordos com Ingleses visam o no reconhecimentos.Novamente privilgios econmicos em troca de garantias polticas.

  • Independncia do BrasilIndependncia sem descontinuidade transferiu privilgios Ingleses de Portugal para o Brasil. Passivo Colonial.Independncia no podia ser vista como agresso a Portugal. Ocorreu sem traumas.Ligao com a Inglaterra continua at meados do sculo XIX. Ento comea a associao com os EUA.Segunda metade do sculo XIX pode ser vista como transio econmica do Brasil e a primeira metade como transio poltica.

  • Captulo XVIFim da poca Colonial

  • Economia no final do sculo XVIIIRenda per capita 50 dlares, nvel mais baixo da histria do Brasil.Constelao de sistemas frouxamente articulados acar, ouro, pecuria.Par e Maranho sistemas isolados.Maranho teve breve prosperidade devido ao arroz e guerra da independncia Americana.

  • Economia no final do sculo XVIIIRevoluo Francesa e desarticulao do acar no Haiti favoreceu brevemente o acar a partir de 1789. Porm foi temporrio.

  • Captulo XVIIPassivo Colonial, Crise financeira e Instabilidade Poltica.

  • Passivo ColonialAbertura dos Portos como uma imposio dos fatos.Tratados:1810 - extra territorialidade, tarifas preferenciais.1822 - separao definitiva de Portugal.1827 - (ps-independncia) renova vantagens econmicas.

  • Passivo ColonialEliminao do poder de D. Pedro I em 1831 e ascenso definitiva da classe colonial dominante da grande agricultura de exportao.Passivo colonial foi uma consequncia natural da forma como se processou a independncia.No houve fragmentao territorial. Interesses regionais eram mais fortes do que interesse nacional.

  • Passivo ColonialEliminao do poder de D. Pedro I em 1831 e ascenso definitiva da classe colonial dominante da grande agricultura de exportao.Passivo colonial foi uma consequncia natural da forma como se processou a independncia.No houve fragmentao territorial. Interesses regionais eram mais fortes do que interesse nacional. A vinda da Corte ajuda a manter a integridade.

  • Pergunta:O atraso do Brasil se deve aos privilgios concedidos Inglaterra?

  • Pergunta:Em outras palavras:Se no tivesse sido pelos acordos o Brasil teria podido fomentar sua industrializao atravs de protecionismo e com isto ter adiantado seu processo de desenvolvimento em quase um sculo?

  • Protecionismo no sculo XIX?A classe dominante era agrcola e no tinha interesses no comrcio.Esta classe queria a independncia mas no tinha interesse em industrializao.Esta classe conflitava com os interesses de Portugal (um entreposto) mas no com os interesses ingleses (comprador de produtos tropicais e vendedor de manufaturados).

  • Protecionismo no sculo XIX?Inglaterra forou a abolio (fim do trfico) para favorecer suas colnias Antilhanas.

  • Portanto, no se pode afirmar que, se o governo brasileiro houvesse gozado de plena liberdade de ao, o desenvolvimento econmico do pas teria sido muito intenso. Furtado pg.96.

  • Efeitos dos Tratados.Tarifas baixas implicavam arrecadao baixa do imposto de importao.Uma classe agrcola exportadora no taxaria exportaes.As despesas de uma nova nao eram altas.Rebelies, guerra civil so reflexos da escassez de recursos, e ao mesmo tempo geravam maiores despesas.

  • Efeitos dos Tratados.O caf, ainda incipiente, gera um ncleo de estabilidade na regio central.Com dficits oramentrios a soluo emisso de papel moeda o que gerou inflao e desvalorizao da moeda.Os custos da inflao incidiam sobre a populao em geral que consumia um alta frao de importados.

  • Efeitos dos Tratados.Em 1844 o tratado que restringia as tarifas expira e no renovado. Isto permite a elevao das tarifas e aumento da arrecadao.

  • Prxima AulaFurtado XVIII, XIX e XX

  • Aula 12Celso FurtadoCaptulos XVIII, XIX e XX

  • Lembrando da aula anterior.As observaes anteriores pem em evidncia as dificuldades criadas indiretamente pelas limitaes impostas ao governo brasileiro nos acordos comerciais com a Inglaterra, firmados entre 1810 e 1827. Sem embargo, no parece ter fundamento a crtica corrente que se faz a estes acordos, segundo a qual eles impossibilitaram a industrializao do Brasil nesta etapa, retirando das mos do governo o instrumento do protecionismo.

  • Lembrando da aula anterior.Preo de exportaes em baixa.Maiores gastos com independncia.Emisso de moeda e inflao.Excluso do entreposto portuguesa. Aumento das importaes.Presso sobre balana de pagamentos.Desvalorizao da moeda.

  • Se se houvesse adotado, desde o comeo, uma tarifa geral de 50%, possivelmente o efeito protecionista no tivesse sido to grande como resultou ser com a desvalorizao da moeda.

  • Efeitos de uma desvalorizaoPreo de um carro importado US$10.000Taxa de cmbio 1,20 R$/US$Preo em Reais = R$12.000Suponha uma desvalorizao para 1,60 R$/US$Agora preo em Reais = R$16.000Resultado: desvalorizao encarece as importaes, logo favorece a produo local.

  • Efeitos de uma desvalorizaoPreo de uma saca de caf nos EUA US$ 50Taxa de cmbio 1,20 R$/US$Preo em Reais = R$ 60Suponha uma desvalorizao para 1,60 R$/US$Agora preo em Reais = R$ 80Resultado: desvalorizao aumenta a receita do exportador.

  • Por que se industrializaram os EUA no sculo XIX, emparelhando se com as naes europias enquanto o Brasil evolua no sentido de transformar-se no sculo XX em uma vasta regio subdesenvolvida?

  • Respostas:Inferioridade de raa.Inferioridade de clima?Explicao econmica.

  • Resposta do Furtado:Na poca da independncia (1776) a classe dominante nos EUA eram pequenos agricultores e grandes comerciantes urbanos.No Brasil eram os grandes agricultores escravistas.

  • Resposta do Furtado:Mesmo antes da independncia o norte dos EUA produziam bens manufaturados que no competiam com a Metrpole. Permitia-se a produo de ferro mas no de ao. Eventualmente passaram a concorrer com a Metrpole. Isto contribuiu para o movimento de independncia.

  • Resposta do Furtado:Guerra da independncia e transtornos na Europa permitiram crescimento da indstria nacional americana.No entanto o principal ingrediente da industrializao americana foi o algodo.Revoluo industrial gerou demanda mundial por algodo. EUA tinha vantagens comparativas (terra, clima e escravido).

  • Resposta do Furtado:Consumo de algodo em 1780: 2.000 ton.Consumo de algodo em 1850: 250.000 ton.Efeitos do algodo:metade das exportaes americanasincorporao de terras.incentivo imigrao e migrao ao oeste.baixa dos preos dos tecidos.

  • Resposta do Furtado:Tarifa sobre tecidos importados nos EUA em 1789: 5%Tarifa mdia sobre outras mercadorias em 1789: 8,5%Tarifa sobre tecidos importados nos EUA em 1808 (indstria txtil j consolidada): 17.5%

  • Papel do Estado nos EUA no sculo XIXPrimeira metade do sculo o Estado teve um papel importante na criao de infra-estrutura e fomento direto a atividades bsicas.Na segunda metade prevalece a ideologia da no intromisso do Estado na esfera econmica.

  • Efeitos de protecionismo em diferentes etapas do desenvolvimento.Brasil antes de 1900Brasil 1900 a 1970Brasil 1980 a hojeIndstria desenvolvidaIndstria incipienteO pas no tem os ingredientes essenciais para o surgimento de indstrias.Protecionismo gera custos maiores do que benefciosProtecionismo contribui para a industrializao.Protecionismo no capaz de iniciar uma industriali- zao.

  • Captulo XIXDeclnio a longo prazo do nvel de renda: Primeira metade do sculo XIX.

  • Condio bsica para o desenvolvimento da economia brasileira, na primeira metade do sculo XIX, teria sido a expanso das suas exportaes. Fomentar a industrializao nessa poca, sem o apoio de uma capacidade de importar em expanso, seria tentar o impossvel num pas totalmente carente de base tcnica.

  • Cabe reconhecer que dificultar a entrada no pas de um produto cujo preo apresentava to grande declnio seria reduzir substancialmente a renda real da populao numa etapa em que esta atravessava grandes dificuldades.

  • A causa principal do grande atraso relativo da economia brasileira na primeira metade do sculo XIX, foi portanto, o estancamento das suas exportaes.

  • Exportaes brasileiras primeira metade do sculo XIXCrescimento anual mdio das exportaes brasileiras: 0,8 %Crescimento anual da populao: 1,3% Acar (1821-30 a 1841-50): valor exportado 24% exportando 2 vezes mais. Algodo valor exportado metadeFumo valor exportado estvel.Couro dobro da quantidade exportada para receber 12% menos.

  • Exportaes brasileiras primeira metade do sculo XIXTermos de intercmbio caram.preos das exportaes 40%preo das importaes estvel.Logo termos de intercmbio 40%.A renda real gerada pelas exportaes cresceu 40% menos que o volume fsico delas.Renda per capita do Brasil 43 dlares.

  • Captulo XX Gestao da Economia Cafeeira.

  • para superar a etapa de estagnao o Brasil necessitava reintegrar-se nas linhas em expanso do comrcio internacional.

  • Outra alternativa para o pas crescer seria atravs da entrada de capitais externos (investimento ou emprstimos). Porm isto seria difcil em uma economia estagnada. Mesmo projetos mais atraentes (ferrovias) requeriam garantia de juros.

  • Quais as possibilidades de se reintegrar nas correntes em expanso do comrcio exterior?Acar: competio de Louisiana (EUA), Cuba, beterraba na Europa.Algodo: EUA Fumo: EUA, perdeu mercado africano com fim do trfico.Couros: Rio da Prata.Arroz: EUACacau: demanda incipiente.

  • CafIntroduzido no Brasil no incio do sculo XVII.Na poca da independncia o caf compunha 18% das exportaes e em 1840 j era o principal produto exportado com 40% das exportaes.

  • Fatores que propiciaram o crescimento da produo do caf no BrasilClima e terra. Regio do Rio de Janeiro.Recursos pr-existentes e capacidade ociosa em mulas e escravo.Evoluo da demanda. O preo caiu entre 1820 e 1845 mas mesmo assim a quantidade exportada quintuplicou. Aps 1850 os preos e a demanda sobem dramaticamente.O caf requer um nvel menor de capital do que o acar.

  • Nova classe de empresriosNo acar os produtores eram separados da comercializao.No caf atuavam no processo inteiro: compra de terra, recrutamento de mo de obra, organizao e direo da produo, transporte interno, comercializao nos portos, contatos oficiais, interferncia na poltica financeira e econmica.Furtado: uma nova classe dirigente que utilizou o controle sobre o governo para alcanar objetivos perfeitamente definidos de uma poltica.

  • Prxima AulaFurtadoCaptulos XXI, XXII, XXIII e XXIVO Problema da Mo de Obra

  • Aula 13Celso FurtadoFormao Econmica do BrasilCaptulos XXI, XXII, XXIII e XXIV

  • O Problema da Mo de ObraCaptulo XXIOferta Interna Potencial

  • O Problema da Mo de ObraOferta de mo de obra era inelstica.Nmero de escravos no Brasil:1800 ----------- 1 milho1872 ----------- 1,5 milho

    Nmero de escravos nos EUA:1800 ----------- 1 milho1860 ----------- 4 milhesImportou mais de 750.000 escravos neste perodo. Logo mortalidade > natalidadeImportou 320.000 escravos

  • O Problema da Mo de ObraPor que a diferena?Por que havia crescimento vegetativo nos EUA e no no Brasil?No havia criao de escravos nem no Brasil nem nos EUA. Por que no?

  • O Problema da Mo de ObraFim do trfico transatlntico de escravos em 1850. Wakefield, Lei de Terras No.601.Hiptese de Domar.1845-49 importou-se 48 mil escravos por ano, depois a importao (contrabando) foi quase nulo. Ver prximo slide.Dependncia da economia brasileira em mo de obra.

  • Estimativa de desembarque de escravos no Brasil1781-9016.0901791-180023.3701801-181024.1401811-182032.7701821-183043.1401831-184033.4301841-185037.8401851-1855900

  • O Problema da Mo de ObraQuais as solues possveis para o problema?I - Mo de obra do setor de subsistncia.Caboclo, roa, queima e racionalidade econmica.Vnculos sociais, dono da terra e oposio ao recrutamento dessa mo de obra.Salrios como forma de recrutamento.

  • O Problema da Mo de ObraQuais as solues possveis para o problema?II- Mo de Obra das reas urbanas.Problemas com a adaptao ao trabalho agrcola.

    III - Coolies (Baro de Mau).Como no Oeste Americano.

  • Imigrao EuropiaCaptulo XXII

  • Imigrao EuropiaComo estabelecer esta imigrao?Imigrao Europia nos EUA:grandes fluxos no sculo XIX.no era para a grande lavoura.espao nos navios de retorno.complementaridade com as plantaes.oportunidades para imigrantes.

  • Imigrao EuropiaColonizao inicial no Brasil:baseadas na idia da superioridade racial dos outros pases europeus sobre Portugal.altos gastos.as colnias no se tornavam auto-sustentveis.Por que? Leis, clima, mercado?Fracassos levaram a um movimento contra a imigrao europia para o Brasil.

  • Servido temporria no BrasilSenador Vergueiro, colnia de camponeses alemes e suos em 1857. Abuso na implementao do sistema. No tinha limite de tempo.Reao europia.Sistema de parceria. Problema de risco. Depois sistema misto.

  • Dilema do prisioneiroVoc confessaVoc no confessaComparsa confessaComparsa no confessaPriso domiciliar Priso domiciliarCadeira eltrica LiberdadePriso perptua Priso perptuaLiberdade Cadeira eltrica

  • Problema de bem pblico no financiamento da imigrao.Voc no colaboraVoc colaboraTodos outros faz. no colaboramTodos outros faz. colaboram1.053 252.699.9981.0530000 252.699.998Suponha que para esquema funcionar preciso que se arrecade pelo menos 200 milhes.

  • Imigrao EuropiaA partir de 1870 o governo passou a financiar o transporte de imigrantes para a lavoura cafeeira.O fazendeiro cobria os gastos de adaptao do imigrante e providenciava um pedao de terra.A exploso da demanda do caf foi decisiva para o sucesso do esquema.

  • Imigrao EuropiaCrise no sul da Itlia aumentou a oferta de imigrantes.Nmero de imigrantes para o Brasil1870-187913 mil1880-1889184 mil1890-1899609 mil

  • Transumncia AmaznicaCaptulo XXIII

  • Ciclo da borrachaSistema de extrao de produtos amaznicos dos jesutas entra em decadncia no final do sculo XVIII. Produto principal cacau.Problema principal mo de obra e demanda.

  • Ciclo da borrachaExportao de borracha (incio 1820): 1840-49 460 toneladas anuais 451850-1859 1.900 toneladas anuais 1181860-18693.700 toneladas anuais 1821870-18796.000 toneladas anuais1880-188911.000 toneladas anuais1890-188921.000 toneladas anuais1900-190935.000 toneladas anuais1910-11 512Aps 1917 menos de 100

  • Ciclo da borrachaA demanda por pneus cresceu muito de 1890 a 1940 quando a indstria de automveis foi um dos centros dinmicos das economias industrializadas.Trs fases da borracha:1a fase - soluo a curto prazo, produo na Amaznia de forma extrativa.2a fase - soluo economicamente racional, produo onde houvesse maior infra-estrutura e oferta de mo de obra.3a fase - ??

  • Ciclo da borrachaTrs fases da borracha:1a fase - soluo a curto prazo, produo na Amaznia de forma extrativa.2a fase - soluo economicamente racional, produo onde houvesse maior infra-estrutura e oferta de mo de obra.3a fase - borracha sinttica.

  • Ciclo da BorrachaImigrao para a Amaznia 260.000 pessoas de 1872 a 1900. A maior parte deste fluxo foi proveniente do Nordeste.Evidncia de que estoque de mo de obra interno poderia ter sido uma soluo para o caf.Furtado compara a imigrao europia para a regio do caf com a migrao nordestina para a regio da borracha. Os ltimos sofreram um isolamento que talvez nenhum outro sistema econmico haja imposto ao homem.

  • Eliminao do Trabalho EscravoCaptulo XXIV

  • Efeitos da abolioMaiores detalhes no texto do Gorender.Efeitos econmicos e efeitos sociais.Hecatombe social. Comparao com reforma agrria ou abertura comercial.Quais os efeitos da abolio sobre:distribuio da rendaorganizao da produo

  • Dois cenrios extremosCenrio ISuponha uma regio sem terra livre (por exemplo uma ilha).Com abolio escravos viram assalariados porm salrio baixo por que no h outras alternativas de emprego.A distribuio de renda pouco se altera.A organizao da produo pouco se altera pois os preos relativos de trabalho, capital e terra no mudam.

  • Dois cenrios extremosCenrio IISuponha uma regio com terra abundante.Com abolio escravos podem buscar terra livre. Fazendeiros teriam de oferecer salrios mais altos para manter-los nas fazendas.H uma redistribuio de renda a favor dos ex-escravos.A organizao da produo pode alterar pois o preo de trabalho est mais caro relativo ao preo de capital e terra.

  • O Brasil se aproxima mais de qual cenrio?

  • O Brasil se aproxima mais de qual cenrio?Regio do acar se aproxima mais do cenrio I. Pouca terra livre e pouca demanda por mo de obra.A regio do caf se aproxima mais do cenrio II. Havia possibilidade de migrao e obteno de terra para subsistncia e salrios foram maiores.

  • O Brasil se aproxima mais de qual cenrio?Na prtica a imigrao europia mitigou a redistribuio a favor dos ex-escravos.Furtado nota a desvantagem dos ex-escravos em competir com os imigrantes europeus.

  • Abolido o trabalho escravo, praticamente em nenhuma parte houve modificaes de real significncia na forma de organizao da produo e mesmo na distribuio da renda.

  • Prxima AulaFlvio VersianiEscravido Brasileira: Uma Anlise Econmica

  • Aula 14Escravido no Brasil: Uma Anlise EconmicaFlvio Versiani

  • Estudo da EscravidoAssunto amplamente estudado.Pode ser analisado em seus diversos aspectos: sociolgico, demogrfico, antropolgico, econmico, e outros.Mesmo sua anlise econmica pode ser, macroeconmica, microeconmica, contabilidade nacional e outros.Nosso enfoque ser principalmente micro.

  • Estudo da EscravidoCliometria - Robert Fogel e Stanley Engerman, Time on the Cross 197?.Estudo da histria usando teoria econmica e mtodos de anlise estatstica rigorosos.Papel da ferrovias no desenvolvimento dos EUA, antropometria.Modelo principal-agente.

  • Estudo da EscravidoLiteratura brasileira de escravido:incompatibilidade entre o trabalho escravo e a racionalidade capitalistatrabalho escravo menos eficiente que o trabalho assalariado. Por que?portanto a escravido eventualmente deixaria de ser usada.FHC, Octvio Ianni, Caio Prado Jr.

  • Tipos de TarefasAtividades intensivas em esforo:trabalho em equipe, fora fsica, carregar pedras, cavar valas, plantio de cana, etc.podem ser avaliadas em termos quantitativos (baixo custo de monitorao).

    Incentivos negativos so mais eficientes do ponto de vista econmico. Punies, castigos, suspenso de direitos.

  • Tipos de TarefasAtividade intensivas em ateno (ou habilidade):elemento qualitativo mais importante.trabalho domstico, minerao de ouro e diamantes em lavras, possibilidades de sabotagem, etc.alto custo de monitorao.Incentivos positivos so mais eficientes do ponto de vista econmico. Remunerao ou recompensa.

  • ManumissoIncentivos positivos abrem a possibilidade a um escravo poupar para comprar sua liberdade.Se escravos forem movidos pelo desejos de comprar sua liberdade eles trabalharo com mais afinco e portanto pode-se argumentar que sua produtividade pode ser maior do que aquela dos trabalhadores livres.Portanto em ambos tipos de atividades trabalho escravo pode ser mais eficiente do que trabalho livre.

  • Retornos decrescentes para punies ou recompensasQuantidadede castigo ou recompensaEsforo

  • Anlise grfica da deciso de quanto trabalho ofertar.$/diaNtempo$/dia$/diatempoNMOPSS

  • Anlise grfica da deciso de quanto trabalho ofertar.Um trabalhador livre escolhe um nvel de trabalho menor que ON. O escravo obrigado a trabalhar ON.Se o salrio do trabalho livre for baixo o suficiente ele trabalhar ON.Portanto, contanto que o salrio no seja to baixo, o escravo trabalhar mais do que o trabalhador livre.

  • Anlise grfica da escolha pelo fazendeiro entre escravos e trabalhadores livresWTMlMeCEDOFS ML# trabalhadoressalriocoaosubsistncia

  • Deciso entre comprar escravos e contratar trabalhadores assalariadosEscravos sero preferidos (tudo mias constante):quanto maior o diferencial de produtividade dos escravos.quanto mais alto o salrio.quanto menores o preo dos escravos.quanto menores os custos de coao.quanto menores as taxas de juros.

  • Anlise Emprica.I - Implicao testvel da teoria:

    Intensivoem esforoIntensivoem atenoBenevolnciano supervisionadoincentivos positivosmanumissoTratamentoduro superviso estreita

  • Anlise Emprica.II - Implicao testvel da teoria:A produtividade dos escravos em atividades intensivas em ateno maior do que a produtividade do trabalhador assalariado.A produtividade dos escravos em atividades intensivas em esforo tambm maior do que a produtividade do trabalhador assalariado.

  • Anlise Emprica.Como testar as implicaes refutveis?Vis da escolha da evidncia.

  • Escravos na economia do acarA maioria dos escravos no acar eram escravos de enxada e foice.Trabalho em equipe reduz custo de monitorao.Gilberto Freyre natureza benevolente do escravismo no acar no Brasil.Trabalho em perodo integral (mximo biolgico) e durante todo o ano.

  • Escravos na economia do acarUso de trabalho assalariado no acar ocorreu quando o preo dos escravos cresceu (em regies da Bahia e Pernambuco).Escravos eram substitudos primeiro onde eram menos produtivos vis a vis trabalho assalariado. Por exemplo onde a terra era mais frtil e onde as tarefas eram mais intensivas em esforo se usava mais escravos.Algodo por exemplo usou trabalho assalariado primeiro.

  • Escravos na economia do cafO caf envolve trabalho intensivo em esforo, capinas, limpezas, colheita. No se observa incentivos positivos.Por que no se usou trabalho assalariado antes no caf. Escravos eram mais produtivos do que trabalhadores livres por se tratar de tarefa intensiva em esforo.Com o aumento do preo dos escravos eles passaram a ser usados mais onde eram mais produtivos, cultivo do cafezal em vez de operaes auxiliares como edificaes. Houve deslocamento de escravos das reas urbanas para as rurais.

  • Escravos em outras atividades:pecuria, minerao, atividades urbanasPecuria: intensiva em ateno (alto custo de monitorao).Haviam fazendas com escravos. Quarta.Minerao: intensiva em ateno. Incentivos positivos, prmios, alforrias.Contraria Gorender com respeito correlao entre declnio da minerao e alforrias.

  • Escravos em outras atividades:pecuria, minerao, atividades urbanasEscravido domstica e urbana:recompensas monetrias, alforrias. Haviam fazendas com escravos. Quarta.Escravido na Indstria.No era observado (exceto ferro).Podia ser usado dependendo do custo.

  • Tempo na CruzEscravido nos EUA. Sul - algodo e fumo.Economias de escala s eram atingidas com uso de escravos. Homens livres no se combinavam para atingi-las pois implicava em custos muito alto.Em determinadas situaes escravos recebiam uma renda superior a produtores livres na produo do mesmo bem.

  • Tempo na CruzRenda pecuniria.Renda no-pecuniria.Escravos no tinham escolha sobre incorrer perda no pecuniria.Pode-se compensar a perda no pecuniria com pagamento ou usar fora. Qual a combinao tima? (Exemplo criana).

  • Tempo na CruzComea-se geralmente com fora, mas devido a retornos decrescentes, eventualmente usa-se incentivos positivos.Um escravo recebia 15% a mais de renda que um trabalhador livre. 20% do ganho devido s economias de escala iam para os escravos.Analistas erraram ao interpretar isto como sendo evidncia de escravos representarem um custo maior do que trabalho livre.

  • Ganhos e Perdas de Renda em Grandes Fazendas em 1850Perdas No-PecuniriasGanhos PecuniriosPerdas ou Ganhos LquidasDonos de EscravosConsumidores de AlgodoEscravosTotal60903010140-601014-8490

  • Ganhos e Perdas de Renda em Grandes Fazendas em 1850Em 1850 os escravos perderam 84 milhes para que o resto do mundo (consumidores e produtores) ganhassem 24 milhes.Para cada $1 ganho por um consumidor havia um escravo que perdia $400.

  • Prxima AulaJacob GorenderOs Fazendeiros do Oeste PaulistaCaptulo XXVII de O Escravismo Colonial

  • Aula 15Os Fazendeiros do Oeste PaulistaO Escravismo ColonialJacob Gorender

  • Objetivo do captulo:manifestar opinio acerca de uma tese aparentemente firmada na Historiografia a ponto de haver conquistado a confiabilidade de moeda corrente

  • Posio da LiteraturaCelso Furtado (Captulo XX) - Nova classe de senhores. Sem destinguir entre regies ou fases.Sergio Buarque de Holanda - (Raizes do Brasil) - cafeicultores eram uma nova raa de senhores rurais desapegada da terra e da rotina rural. Comearam em uma poca em que o fim da escravido dificultava a obteno de escravos.

  • Posio da LiteraturaFernando Henrique Cardoso - O empresrio paulista perdia sua condio de senhor para se tornar empresrio capitalista.Octvio Ianni - a fazenda do Oeste Paulista se transformou em uma empresa. Acredita na incompatibilidade entre o escravo e o lucro.

  • Posio da LiteraturaPaula Bieguelman - Movimento abolicionista teria sido uma consequncia da necessidade de gerar um mercado interno atravs da imigrao e uso de mo de obra assalariada.Boris Fausto - O uso de escravos pela burguesia do caf era uma opo de emergncia enquanto ensaiava a implantao do trabalho livre.

  • Posio da LiteraturaWarren Dean - A singularidade do fazendeiro do Oeste Paulista seria derivada de fatores situacionais; itinerantismo e necessidade de co