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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Curso de Pós-Graduação em Direito do
Consumidor - Aula 53
REVELIA E RÉPLICA NA RELAÇÃO DE
CONSUMO
Artigos 344 a 346 do Código de Processo Civil
1. Conceito
A revelia ou contumácia ocorre no instante em que o
réu, regularmente citado, não oferece resposta no prazo
legal ou deixa de fazê-lo.
Contumácia: recusa obstinada em comparecer em juízo.
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O réu não tem o dever de contestar a ação, mas tem o
ônus de fazê-lo.
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Revel significa aquele que se rebela contra
determinada lei. O réu revel demonstra falta de interesse em
se defender na demanda.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
A revelia é a omissão do réu, que não impugna ao
pedido formulado na inicial. Por sua vez, a contumácia é a
inércia de qualquer das partes, que deixa de praticar um ato
processual que era ônus seu.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigo 344 do Código de Processo Civil
Se o réu não contestar a ação, será considerado
revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato
formuladas pelo autor.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Os efeitos da revelia não são absolutos, mas relativos.
O art. 344 do CPC indica que a revelia incide sobre a matéria
de fato e não de direito.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
O ônus do réu é que impugne precisamente os
fatos narrados na petição inicial sob pena de tê-los
presumidamente como verdadeiros.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Quando não ocorrem os efeitos da revelia?
a) Matéria de direito.
b) Matéria que exija prova.
c) Matérias indicadas no art. 345 do CPC
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Artigos 345, incisos de I a IV do Código de Processo
Civil
A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344
se:
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a
ação:
Litisconsórcio unitário: o juiz de direito decide a lide
de uma única forma para os litisconsortes. Nesse caso, a
defesa é comum aos litisconsortes unitários, porque a defesa
de um abrange o mesmo ponto ou pontos da defesa dos
demais.
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Trata-se de uma defesa de cunho genérico, porque
diz respeito a todos os réus. Se apenas um deles contestar,
contrariando os pontos comuns, a presunção de veracidade
será afastada em relação a todos os réus, porque o fato
tornar-se-á controvertido.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Pode acontecer também que o litisconsorte simples
apresente defesa de fato comum, impedindo os efeitos da
revelia. No litisconsorte simples, o juiz de direito decide de
forma distinta para os litisconsorte.
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Assim, não haverá presunção de veracidade dos
fatos, quando:
a) Houver contestação de um litisconsorte unitário.
b) Houver contestação de um litisconsorte simples que
alegue fato comum, que também diga respeito aos demais
réus.
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II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis:
Direitos indisponíveis são aqueles direitos dos quais a
pessoa não pode abrir mão, como o direito à vida, à
liberdade, à saúde e à dignidade.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Os direitos indisponíveis não permitem
autocomposição nem disponibilidade, isto é, não podem ser
transacionados. Por essa razão, não incide sobre eles a
revelia. Nesses casos, o juiz nomeará curador especial ao
réu revel. A curatela será exercida em especial pela
Defensoria Pública.
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III - a petição inicial não estiver acompanhada de
instrumento que a lei considere indispensável à prova
do ato:
O magistrado não poderá presumir verdadeiro atos
jurídicos que só podem ser provados por documentos,
como, por exemplo, os contratos de compra e venda de
bens imóveis.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Os contratos de compra e venda de bens imóveis
dependem de escritura pública que é da própria substância
do negócio jurídico. Sem o instrumento público, a existência
do negócio jurídico que o exige não poderá ser
demonstrada, porque o ato não terá se aperfeiçoado.
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IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova
constante dos autos:
O autor narra o fato e os fundamentos jurídicos do
pedido. A narrativa jurídica deve ser “verossímel”, ou seja,
deve ter aparência da verdade. Em outras palavras, não pode
ser uma narrativa fantasiosa.
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Se a petição inicial trouxer uma história mirabolante,
utópica, inacreditável, não haverá revelia mesmo que o réu
não a conteste.
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Compete ao juiz de direito analisar a verossimilhança
do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido do autor.
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Pode acontecer também de o autor narrar
determinados fatos e fundamentos jurídicos e juntar
documentos que contradizem suas argumentações. Por
exemplo: ação declaratória de cláusula abusiva.
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Por fim, é importante salientar que os prazos contra o
revel que não tenha advogado(a) nos autos do processo
fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão
oficial sem que seja o réu intimado dessas decisões. No
entanto, ele poderá intervir no processo em qualquer fase,
recebendo-o no estado em que se encontra.
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Se o réu não contestar a ação, o juiz verificará se
houve os efeitos da revelia. Em havendo, julgará
antecipadamente o processo. Se não houver os efeitos da
revelia, ordenará ao autor que especifique as provas que
pretenda produzir, se ainda não tiver indicado.
Exemplo: perícia nos casos de ação indenizatória por erro
médico.
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O réu revel poderá produzir provas, desde que se
faça representar nos autos a tempo de praticar os atos
processuais indispensáveis a essa produção.
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Concluída a fase postulatória, com o término do prazo
da contestação, terá início a segunda fase do processo de
conhecimento que é chamada de “fase ordinatória”.
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DOS FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO
DO DIREITO DO AUTOR
RÉPLICA – ARTIGOS 350 E 351 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL
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Artigo 350 do Código de Processo Civil
Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15
(quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
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O fato impeditivo é aquele de natureza negativa, a
saber, a falta de uma das circunstâncias que devem
concorrer com os fatos constitutivos, a fim de que estes
produzam os efeitos que lhes são peculiares e normais.
Ex.: Inexistência de defeito na prestação de serviço.
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O fato modificativo é aquele que, sem excluir ou
impedir a relação jurídica, à qual são posteriores, têm a
eficácia de modificá-la. Assim, o autor apresenta
determinado fato e busca a tutela de seu direito.
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Por sua vez, o réu alega e prova que o fato trazido
pelo autor não ocorreu de acordo com aqueles narrados na
inicial, mas ocorreu de maneira diferente. Assim, reconhece
parcialmente a situação, requerendo que a decisão
considere a modificação demonstrada.
Exemplo: há débito, mas também o instituto da
compensação, visto que o autor também é devedor do réu.
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O fato extintivo cessa a relação jurídica. Por
exemplo, a decadência, a novação e o pagamento.
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Artigo 351 do Código de Processo Civil
Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas
no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de
15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova.
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Em síntese:
Quando o réu apresentar contestação, o juiz verificará
a necessidade de dar a oportunidade para o autor se
manifestar. Se a contestação apresentar os institutos
jurídicos relacionados nos arts. 350, 351 do Código de
Processo Civil, o juiz dará oportunidade ao autor apresentar
a réplica.
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O que justifica a réplica é a exigência do
contraditório, visto que o réu trouxe questões que exigem a
manifestação do autor. São questões preliminares
(contestação) e processuais (mérito – fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor).
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O conteúdo da réplica deverá ficar restrito às
preliminares e aos fatos impeditivos, modificativos ou
extintivos do direito do autor.
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