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Custos e implicaes das falhasna Higiene e Segurana Alimentar
C
Custos e Implicaes das Falhas na HSA
1 Doenas de origem alimentar2 Custos e implicaes das doenas de origem alimentar3 Toxinfeces Alimentares 3.1 Toxinfeces de origem biolgica
3.1.1 Causadas por bactrias3.1.2 Causadas por vrus3.1.3 Causadas por parasitas3.1.4 Causadas por pries3.1.5 Causadas por outras toxinas de origem biolgica
3.2 Toxinfeces de origem qumica3.2.1 Causadas por Poluentes Orgnicos Persistentes(POP)3.2.2 Causadas por metais pesados
4 Bibliografia
23
1414141919202023252526
ndice
- Reconhecer a necessidade de segurana alimentar.Objectivos Gerais
1 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
De acordo com a OrganizaoMundial de Sade (OMS),anualmente mais de 30% doshabitantes dos pasesindustrializados adoecem devido ingesto de alimentoscontaminados por microrganismos.Em Portugal, com uma populaoaproximada de 11 milhes (censode 2001), a estimativa deaproximadamente 3 milhes eembora nem todos os casos sejamreportados ou requeiramassistncia mdica, acabam porter algum impacto em termoseconmicos quer em despesasdirectas (devido necessidade deassistncia mdica e aquisio demedicamentos), quer em despesasde outro tipo (perda derendimento, falta ao servio, etc.).Estas situaes ocorremfrequentemente devido noexistncia de cuidados bsicos namanipulao de alimentos,especialmente, nos locais depreparao e venda a retalho. Afalta de cuidados na manipulaodos alimentos e produtosalimentares pode ter ainda outrasconsequncias, no de sade, masde ordem econmica. Anualmente,so retirados dos locais de vendaou retidos, ainda antes da suadisponibilizao ao consumidor,milhares de toneladas de produtosdevido a problemas diversos, dosquais a presena de substnciasque podem causar perigo para oconsumidor representam a principalcausa.
So diversos os agentes causadores
de doenas de origem alimentar:bactrias ou as suas toxinas; toxinasproduzidas por bolores; vrus;substncias qumicas naturais ouintroduzidas durante a produoe/ou processamento; etc. Apresena destes agentes pode serevitada ou limitada bastando, paratal, seguir algumas regras de fcilaplicao.
Conhecer ou reconhecer asimplicaes das falhas de Higienee Segurana na manipulao oupreparao de alimentos e/ouprodutos alimentares, a nvel decustos assim como a nvel da sade,pode e deve permitir tomarconscincia da necessidade de serrigoroso na aplicao das medidasbsicas necessrias para prevenira introduo, no mercado, dealimentos e/ou produtosalimentares possveis causadoresde doenas.
Custos e Implicaes dasFalhas na HSA
2 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
De acordo com a OrganizaoMundial de Sade, uma Doena deOrigem Alimentar uma doena,geralmente de natureza infecciosaou txica, provocada por agentesque entram no corpo atravs daingesto de alimentos ou de gua.
a. Infeces alimentaresAs infeces alimentares ocorremquando se ingere um alimentocontaminado com ummicrorganismo patognico que capaz de crescer e colonizar otracto gastrointestinal. Os sintomasaparecem aps um perodo deincubao, iniciado pela ingestodo alimento e que pode durar umashoras, vrios dias ou at semanas,pois necessrio tempo para queo microrganismo se multiplique eexera a sua aco patognica.
b. Intoxicaes alimentaresAs intoxicaes alimentaresocorrem quando se ingeremalimentos em que esto presentessubstncias txicas. Estassubstncias podem ter diversasorigens: - O prprio alimento:Em determinadas condies, algunsprodutos vegetais (batatas, tomate,etc.), animais (nomeadamentealguns peixes) ou outros organismos(cogumelos venenosos), produzem
toxinas que so ingeridas quandoestes alimentos so consumidos. - Microbiana:Por vezes, consomem-se alimentosonde previamente cresceu ummicrorganismo que produziutoxinas, que acabam por seringeridas juntamente com oalimento. O agente patognicopode, inclusivamente, terdesaparecido antes da ingesto doalimento, mas no as suas toxinas. - Qumica:O consumo prolongado dealimentos (incluindo gua deconsumo) contaminados comtxicos de origem qumica, comoso os casos dos metais pesadosou das dioxinas, pode resultar numaacumulao destes txicos o que,a mdio/longo prazo, podedesencadear diversas doenas dosforos oncolgico, neurolgico,entre outros. Geralmente, estestxicos so veiculados pela gua,ar, solos, ou por materiais emcontacto com os alimentos.
c. Toxinfeces alimentaresAs toxinfeces alimentaresocorrem quando se ingeremalimentos em que esto presentesmicrorganismos patognicos. Umavez no intestino, estesmicrorganismos desenvolvem-se eproduzem toxinas que so osresponsveis directos pelossintomas.Por vezes, tal como acontece nestetexto, utiliza-se o termotoxinfeco para designar qualquertipo de envenenamento de origemalimentar, independentemente de
1 Doenas de origem alimentar
Estima-se que, por ano, cercade 30% da populao dos pasesindustrializados sofra deste tipode doenas.
se tratar de infeco, intoxicaoou toxinfeco.
Muitas destas doenas tmsintomas comuns (diarreias, doresabdominais, vmitos edesidratao) o que impossibilitaa sua diferenciao,exclusivamente, pelos sintomas.Alm disso, estes mesmos sintomasso prprios de outras doenas deorigem no alimentar, o que podeconduzir a diagnsticos errados.
Para muitas das vtimas, a doenatem apenas como consequnciadesconforto e perda de tempo noseu emprego. Para outras,especialmente crianas na idadepr-escolar, idosos necessitados decuidados de sade e aqueles quepossuem um sistema imunitrio
diminudo, as doenas causadaspelos alimentos podem terconsequncias mais graves e,eventualmente, chegar a causarperigo de vida.
Qualquer que seja o impacto queas toxinfeces de origemalimentar possam ter em cada umde ns como indivduo, o custoanual em termos de sofrimento,reduo de produtividade e custosmdicos est estimado emcentenas de milhes de euros.
Nos Estados Unidos da Amrica(EUA) os custos previstos para oano de 2000 foram 6,9 bilies dedlares, contabilizando apenas oscustos associados aos casosprovocados por cinco
Ingesto de toxina prejudicial juntamente com oalimento.
2 Custos e implicaes dasdoenas de origem alimentar
Toxinfeco
Intoxicao
Ingesto de microrganismos prejudiciais juntamentecom o alimento que vo crescer e colonizar o aparelhogastrointestinal.
Infeco
Tabela I. Classificao das doenas de origem alimentar
Ingesto de microrganismos prejudiciais juntamentecom o alimento que vo crescer e produzir toxinas noaparelho gastrointestinal.
Em 1994 foi estimado pelaOrganizao Mundial de Sadeque entre 6,5 e 33 milhes depessoas adoeceram devido presena de microrganismos nosalimentos, resultando da, cercade 9 000 mortes desnecessriastodos os anos.
Se eventualmente alguma vezfoi vtima de envenenamentode origem alimentar,provavelmente umaexperincia que no gostaria derepetir. Os sintomas no sonada agradveis e, geralmenteincluem um ou mais dosseguintes: diarreia, vmitos,dores de cabea, nuseas edesidratao.
3 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
microrganismos patognicos.
A obteno de dados referentes incidncia de envenenamento deorigem alimentar normalmentecomplicada devido a vriosfactores. O principal parece ser ano declarao por parte dosresponsveis (mdicos), ou a noassociao por parte destes, dossintomas com casos deenvenenamento de origemalimentar. Muitas das vezes, eapesar de poder ocorrer danosseveros e mesmo morte, existemcasos em que dada a poucaseveridade dos sintomas no serecorre assistncia mdica.Existem alguns microrganismospatognicos cuja disseminao nose faz, apenas, atravs dosalimentos, mas sim atravs da guae mesmo pessoa a pessoa, tornandodesse modo difcil a associao aosalimentos.
Apesar das dificuldadesanteriormente descritas, existemalguns dados disponveis que nospermitem avaliar o real impactoque estas situaes podem ter. AFigura 1 mostra a evoluo donmero de casos de doenas deorigem alimentar notificados noReino Unido (UK) desde 1985 at2004.
A situao em Portugal onde noh o hbito de registar taisocorrncias (apenas os casos defebre tifide, paratifoide e outrassalmoneloses, brucelose e shigeloseso de declarao obrigatria), no
muito diferente da verificada nosrestantes pases tal como se podeobservar dos dados obtidos do 8thReport 1999-2000 de 2003 daWorld Health Organization (WHO)Surveillance Programme for Controlof Foodborne Infections andIntoxications in Europe) e de dadosfornecidos pelo Instituto Nacionalde Sade Dr. Ricardo Jorge (INSA)sobre surtos identificados peloInstituto em Lisboa, de 2001 a 2005(Figura 2). Estes dados sofrequentemente utilizados paraefectuar estimativas dos nmerosreais de casos de doenasalimentares.
Existem muitas reas na cadeia deproduo alimentar, desde ahorta ao consumidor final, ondeos alimentos podem sercontaminados e/ou malmanipulados. por isso importanteque todas as reas desde aproduo at ao consumidor finalsejam cuidadosamentemonitorizadas e controladas demodo a diminuir os riscos de causardoenas de origem alimentar.
Nestes estabelecimentos, amonitorizao e controlo dosperigos torna-se mais crtica.
Muitos dos casos ocorridosacontecem devido a MSPRTICAS DE MANIPULAO noslocais de fornecimento derefeies e locais de venda aretalho (Figura 3).
4 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Fonte: Health Protection Agency Centre for Infections/ Communicable Disease Surveillance Centre, Health Protection Scotland and Communicable DiseaseSurveillance Centre
5 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000
78921
79087
81551
95551
98076
96866
105060
105596
94925
92603
91129
76711
72139
59497
59721
59214
49864
34800
28887
23556
anos
n de casos
Fonte: Health Protection Agency Centre for Infections/ Communicable Disease Surveillance Centre, Health Protection Scotland and Communicable DiseaseSurveillance Centre
Figura 1.Evoluo do n de casos de envenenamento alimentar notificados (UK).
A anlise dos dados referentes aoslocais de contaminao eaquisio/consumo, permiteverificar que nosestabelecimentos de restauraocolectivos que tm ocorrido o maiornmero de surtos e casos detoxinfecoo alimentar. Apesardos dados relativos a 2001-2005indicarem um aumento dos casosrelacionados com a ingesto dealimentos preparados/consumidosem casas particulares, a vigilnciae o controlo nas referidas unidadesno deve deixar de merecer amaior ateno por parte dasentidades competentes eresponsveis.
Os dados epidemiolgicos dossurtos ocorridos repetidamente,
identificam 5 principais factoresde risco, relacionados comcomportamentos dosmanipuladores e prticas demanipulao/preparao dealimentos nos estabelecimentos depreparao e venda de alimentos,como sendo os que maiscontribuem para os casos detoxinfeco de origem alimentar: 1-Manuteno dos alimentos atemperaturas inadequadas; 2-Processamento/cozedurainadequada; 3-Utilizao de equipamentocontaminado; 4-Alimentos de fontes noseguras; 5-Falta de higiene pessoal porparte dos manipuladores.
6 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
2001 2002 2003 2004 2005
surtos e casos afectados hospitalizados
Figura 2.Toxinfeces alimentares 2001-2005
Evoluo do n de casos de envenenamento alimentar notificados (Portugal) ocorridos entre 2001 e2005.Os dados referem-se apenas aos casos registados no INSA-Lisboa. Dados gentilmente cedidospela Dr Rosrio Novais (INSA-Lisboa)
C
7 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
36%
32%
26%
3%
3%
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0%
pastelaria
serv.catering
restaurantes
refeitrio
casa particular
Figura 3. Toxinfeces alimentares 2001/2005 locais de consumo/aquisio
Distribuio dos casos de toxinfeco alimentar pelos diversos locais de manipulao de alimentos.Os dados referem-se apenas aos casos registados no INSA-Lisboa. Dados gentilmente cedidos pelaDr Rosrio Novais (INSA-Lisbos)
contaminao por pessoas infectadas
utilizao de ingredirntes infectados
alimentos obtidos de fontes no seguras
cozedura inadequada
temperatura de manuteno inadequada
refrigerao inadequada
preparao de alimentos antecipadamente
12%
16%
4%
36%
8%
4%
20%
Figura 4.Toxinfeces (1999-2000) - factores contribuintes
Principais factores indicados como responsveis pelos casos de toxinfeco alimentar em Portugal.Os dados referem-se apenas aos casos registados em Portugal nos anos 1999 e 2000.Dados obtidos de:WHO Surveillance Programme for Control of Foodborne Infections and Intoxications in Europe. 8thReport 1999-2000. Country Reports: PORTUGAL
8 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Tambm relativamente aosprincipais factores de risco, osdados existentes em Portugalindicam como principais factoresresponsveis pelos casos detoxinfeco alimentar, osanteriormente descritos (Figura 4).
As implicaes da falta de Higienee Segurana na manipulao deprodutos alimentares no selimitam ao anteriormente exposto.A presena de algunsmicrorganismos ou outroscontaminantes nos alimentos levafrequentemente retirada domercado de grandes quantidadesde produtos. Na Europa, existeuma rede de alerta RAPID ALERT SYSTEM FOR FOODAND FEED (RASFF) que tem comoobjectivo agrupar e divulgar todosos casos em que se detectaramalimentos cuja utilizao poder,de alguma forma, constituir umrisco para o consumidor. A baselegal para a RASFF o Regulamento(CE) N 178/2002, no qual o artigon 50 estabelece o sistema dealerta rpido para alimentos comouma rede envolvendo os EstadosMembros, a Comisso e aAutoridade Europeia para aSegurana Alimentar (EFSA). Estarede emite dois tipos denotificaes:
-Notificao de Alerta:sempre que, num dos estadosmembros detectado algumalimento que se encontra nomercado e, de alguma forma, possacolocar em risco o consumidor, e
que, por isso, se tornanecessria uma intervenoimediata Recolha/Retirada domercado;
-Notificao de Informao:sempre que, num dos Estados -Membros detectado algumalimento que ainda no se encontrano mercado, e de alguma formapossa colocar em risco oconsumidor, e que, por isso, osrestantes membros no precisamde tomar medidas imediatas (namaioria dos casos, dizem respeitoa produtos importados e rejeitadosno controlo fronteirio dos pasesmembros).
Quando comparamos os dados de2004 com os de anos anteriores,torna-se evidente que a tendncia a existncia de cada vez maisnmeros de notificaes (Figura5).Tal aumento pode no significarque existam cada vez mais produtoscom riscos para o consumidor, masque a vigilncia cada vez maior.Como anteriormente foi referido,a existncia de um maior nmerode notificaes referidas por umdeterminado pas (Figura 6), nosignifica que nesse pas a situaorelativamente seguranaalimentar esteja m. Muito pelocontrrio, pode significar que nessepas as entidades responsveis pelavigilncia da segurana alimentaresto mais atentas/activas (maiornmero de inspeces).
9 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Figura 5.Evoluo das notificaes emitidas pela RASFFdesde 1999 a 2004
0
6000
5000
4000
3000
2000
1000
1999 2000 2001 2002 2003 2004
alerta ad.
alerta
informao
informao ad.
Dados obtidos de: ANNUAL REPORT ON THE FUNCTIONING OF THE RASFF.2004
Distribuio do n total de notificaes registadas pela RASFF em 2004. Distribuio por pas deorigem.Dados obtidos de: ANNUAL REPORT ON THE FUNCTIONING OF THE RASFF.2004
itlia (I) 576
espanha (E) 305reino unido (RU) 231holanda (H) 146frana (F) 124grcia (G) 95noruega (N) 85blgica (B) 59dinamarca (D) 53finlndia (Fi) 52sucia (S) 44repblica checa (RC) 41austria (Au) 32eslovnia (Es) 27portugal (P) 25
eslovquia (El) 24chipre (C) 23
hungria (Hu) 22
litunia (L) 21polnia (Po) 17irlanda (Ir) 16letnia (Lt) 15luxemburgo (Lu) 13malta (M) 8estnia (Et) 6islndia (Is) 2liechtenstein (Li) 0
alemanha (A) 526
Figura 6.Nmero de notificaes de acordo com o pas
Segundo o relatrio da RASFF, amaioria das notificaes de alertaocorridas no ano de 2004, foramdevidas presena decontaminantes de origem qumicano definidas, logo seguida pelasde origem microbiolgica (Figura7).No foram encontrados dadosrelativos ao nmero de recolhasefectivas verificadas nestes pases,nem aos montantes (toneladas ouKg) de produtos recolhidos.
Relativamente a Portugal, tem-severificado ultimamente uma maioractividade da entidade responsvel(ASAE) e apesar de no estaremdisponveis dados relativos apenas segurana alimentar, possveldeduzir pelos dados apresentados(Tabela II e Figura 8) que o nocumprimento das regras
impostas tem custos bastanteelevados.
Os dados apresentados pela ASAE,no referem de uma forma gerala causa responsvel pelaapreenso/retirada do mercado.No entanto, e segundo dadosreferentes aos EUA, verificam-seanualmente recolhas de produtosalimentares da ordem dos milharesde toneladas (Figura 9).
S no perodo entre Janeiro de2005 e Junho de 2006, foramdeclarados para recolha quase130 000 toneladas de produtossendo que, 98% (126 miltoneladas) dessas recolhas foramdevidas a problemas de origemmicrobiana.
10 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Figura 7.Notificaes de alerta de acordo com o tipo de risco (perigo)
Distribuio do n total de notificaes de alerta registadas pela RASFF em 2004. Distribuio porcategoria de risco.Dados obtidos de: ANNUAL REPORT ON THE FUNCTIONING OF THE RASFF.2004
qumicas (outras)
microbiolgicas
micotoxinas
residos de produtos mdicos/vet.parasitas
no determinadas
corpos estranhos
metais pesados
microrganismos patognicos
outros
Tabela II ACTIVIDADE OPERACIONAL at 30 NOVEMBRO 2006 (ASAE)
11 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV TOTAL
ProcessosCrime
Processos CO
Detenes
Taxa deIncumprimento
Peso (ton)
Volume (m3)
Quantidade(x1000)
Valor(milhares )
APRE
ENS
ES
12
11
319
3
1
111
0
35%
125,40
0,00
1,8
181,2
SeguranaAlimentar
FiscalizaoEconmica
OperadoresInspeccionados
ActividadeSuspensa
9
24
1 026
1
15
199
2
21%
7,62
0,05
5,9
128,0
71
65
1 668
22
35
640
17
40%
262,71
179,16
8,7
676,2
46
37
1 529
29
47
430
14
31%
501,15
1148,39
84,4
1742,8
89
67
1 770
58
69
796
17
49%
49,96
627,57
141,1
1701,1
100
98
1 320
61
122
573
17
52%
98,49
0,04
285,2
681,3
109
117
2 468
51
75
598
21
27%
215,86
33,91
1757,5
1123,1
94
110
1 750
35
110
570
12
39%
86,97
35,15
50,4
768,8
157
152
1 709
55
50
651
11
41%
85,08
25949,02
53,5
8917,5
168
166
1 970
53
55
694
29
38%
249,25
73,97
67,1
868,0
158
125
1 851
80
132
702
24
45%
220,82
139,48
113,0
1058,9
1013
972
17 381
448
711
5.966
164
38%
1903,28
28186,7
2568,5
17846,8
Dados obtidos de: www.asae.pt/
12 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Figura 8. Comunicado de imprensa emitido pela ASAE (14/02/07) relativamente apreenso de produtosalimentares.Dados obtidos de: www.asae.pt/
Os dados apresentados dizemrespeito s notificaes de recolhaemitidas pelo Food Safety andInspection Service (FSIS) que aagncia de sade pblica doDepartamento de Agricultura dosEUA, responsvel pela vigilnciarelativamente comercializaode carne, ovos e derivados e dizemrespeito apenas a um total de 33casos de notificao de recolha,dos quais 22 foram devidos aproblemas microbiolgicos e osrestantes devidos a outrosproblemas (6 Presena desubstncias alergnicas;
1- Rotulagem deficiente;1-Presena de pedaos de metal;1 Presena de pedaos de osso;1 Subprocessamento; 1 Presenade pesticidas). No entanto, convmsalientar que esta no a nicaentidade dos EUA responsvel pelaemisso de notificaes pararecolha de produtos alimentares.A Food and Drug Administration(FDA) outra das agnciasresponsvel pelas notificaes deoutros produtos que no sejam base de carnes ou ovos (cereais ederivados, frutos secos, etc.).
13 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Volume de recolhas (toneladas de produtos) verificado nos EUA no perodo 2005 Junho 2006, classi-ficadas de acordo com a causa da recolha. Dados obtidos de: http://www.fsis.usda.gov/
Figura 9.Volume de recolhas nos EUA (2005-2006)
0
2000
0
4000
0
6000
0
8000
0
1000
00
1200
00
1400
00
microbiolgica
outrosrecolhas (ton)
Actualmente so conhecidas maisde 200 doenas que sotransmitidas pelos alimentos.Ascausas das doenas de origemalimentar incluem vrus, bactrias,toxinas, parasitas, metais, pries,etc. Os sintomas vo desde umagastroenterire passageira, aproblemas neurolgicos(botulismo), hepticos (HepatiteA), e falhas da funo renal (E.Coli O157:H7) capazes de pr emrisco a vida.
A vigilncia e a obteno de dadosconcretos relativamente stoxinfeces de origem alimentar(TIAs) geralmente complicada,existindo vrios factores, janteriormente mencionados, quecontribuem para tal.
3.1 Toxinfeces de origembiolgica
As bactria so os principaiscausadores de Doenas de OrigemAlimentar, no s em nmero comoem frequncia, embora outrosagentes como os vrus ou parasitastambm as possam provocar. Porisso, neste documento, dar-se-maior relevncia aos aspectosrelacionados com as toxinfecesde origem bacteriana.
Quando se estudam as toxinfecesde origem alimentar, convenientesaber quais os alimentos que, commais frequncia, esto associadosa surtos ou a casos deenvenenamento alimentar deorigem microbiana, assim como,qual ou quais os principais agentes
txicos ou infecciosos presentesnesses alimentos. aindaconveniente saber quais osprincipais sintomas associados aosprincipais casos. A tabela IIIapresenta alguns alimentosfrequentemente envolvidos emcasos de toxinfeco alimentar eos principais agentes associados.
3.1.1 Causadas por bactriasAs bactrias so microrganismosunicelulares com uma estruturamuito simples, o que lhes permitereplicarem-se muito rapidamentecaso encontrem nutrientes,temperatura, pH, humidade econcentrao de oxigniofavorveis. Nalguns casos, apenas20 minutos so suficientes paraque o nmero de bactriasduplique, o que significa que umnmero inicial de 10 bactrias numdeterminado alimento, emcondies favorveis, semultiplicar de tal modo que seformaro 640 bactrias ao fim de2 horas.Geralmente, as infecesbacterianas de origem alimentarso referidas simplesmente comoinfeces alimentares. Osprincipais sintomas so diarreias,dores abdominais, vmitos,desidratao e, por vezes, febre.Aparecem aps um perodo deincubao que pode durar umashoras ou vrios dias e podemprevalecer durante um perodo quepode variar entre um dia e umasemana. Nas ltimas dcadas, aSalmonella tem estado na origemda maioria dos casos de infeces
3 Toxinfeces Alimentares
14 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
15 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Frutos do mar crus Vibrio sp., vrus Hepatite A, Norovirus (Norwalk-like viruses)
Carnes pouco cozinhadas Salmonella e Campylobacter, Escherichia coli STEC, Clostridium perfringens
Tabela III Alimentos e agentes causadores de toxinfeces alimentares geralmente associados.
Alimento Microrganismos geralmente associados
Ovos crus Salmonella
Leite ou sumos no pasteurizados Salmonella, Campylobacter, Yersinia, STEC
Queijos moles no pasteurizados Salmonella, Campylobacter, Yersinia, Listeria sp., STEC
Conservas caseiras Clostridium botulinum (botulismo)
Salsichas; fiambres, etc. Listeria sp.
16 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
alimentares, geralmenteresultantes da ingesto de ovos,carne de animais de capoeira eoutras carnes, leite cru echocolate. No entanto, aprevalncia de infeces porCampylobacter jejuni(potencialmente presente em leitecru, animais de capoeira crus oumal cozinhados e em gua deconsumo) tem aumentado de talmodo nos ltimos anos que, nalgunspases, chega a rivalizar com aSalmonella. Embora ainda combaixa incidncia, o aparecimentode casos de infeces por Listeriamonocytogenes (geralmenteproveniente de leite cru, leitepasteurizado posteriormentecontaminado, queijos, gelados esaladas), nas ltimas dcadas temtrazido preocupaes, dado queesta bactria pode provocar danosseveros ou mesmo fatais em bebs,crianas, mulheres grvidas, idosose indivduos imunodeprimidos.Acresce ainda, o facto destabactria conseguir crescer atemperaturas to baixas como asde um frigorfico.
Quando ao crescimento domicrorganismo no tractogastrointestinal est associada aproduo de toxinas, ocorre umatoxinfeco bacteriana, sendo oClostridium perfringens um dosseus agentes mais frequentes. Otermo toxinfeco tem, contudo,que ser interpretado com algumaprecauo, uma vez que muitasvezes utilizado para,genericamente, designar o
conjunto das infeces e dasintoxicaes alimentares, tal comoj anteriormente foi referido ecomo tem sido utilizado nestedocumento.O consumo de alimentos ondepreviamente cresceu uma bactriaque produziu toxinas, que acabampor ser ingeridas juntamente como alimento, pode desencadear umaintoxicao alimentar. As toxinasactuam directamente sobre otracto gastrointestinal e ossintomas surgem poucas horas(duas a quatro) aps a ingesto doalimento contaminado.As intoxicaes provocadas porYersinia enterocolitica e poralgumas estirpes de Escherichiacoli tm-se tornado prevalentesnos ltimos anos, embora existamoutras bactrias comoStaphylococcus aureus, Clostridiumbotulinum, ou Bacillus cereus,implicadas em intoxicaesalimentares.Relativamente s toxinfeces deorigem bacteriana, verifica-se queexistem quatro agentes (algunsautores consideram apenas trs)que so os mais frequentementeresponsabilizados pelos casos detoxinfeco colectiva: Salmonella;Clostridium perfringens; S. aureuse Campylobacter. A Tabela IVapresenta as principaiscaractersticas das doenascausadas pelos principais agentesbacterianos, relativamente aossintomas, perodos deincubao e alimentos maisfrequentemente associados aosdiversos microrganismos.
Campylobacter jejuni
Clostridium perfringens
Cryptosporidium parvum
Escherichia coli (vriostipos: EPEC; EIEC; ETEC eEHEC)
Listeria monocytogenes
Salmonella spp
Shigella spp
Infeco Diarreia, por vezes acompanhada porfebre; dores abdominais; nuseas; doresde cabea e dores musculares.
Clicas abdominais intensas; diarreia.
Diarreia aquosa severa; dores abdominais;febre baixa; problemas pulmonares e detraqueia.
Diarreia aquosa; clicasabdominais; febre baixa; nuseas;mal-estar.
Nuseas; vmitos; diarreia; compossvel progresso para dor decabea, confuso, perda de equilbrioe convulses; pode originar abortoespontneo
Clicas abdominais; diarreia; febre;dores de cabea.
Febre, dores e clicas abdominais;diarreia.
Carne de aves crua e outros alimentoscontaminados por carne de aves crua, leiteno pasteurizado, gua no tratada.
Carnes e derivados; molhos; produtos ricosem protena.
gua contaminada; alimentos contaminadospor matria fecal; vegetais e frutascontaminadas com guas.
gua contaminada; carne picada malcozinhada; sumos e leite no pasteurizados;pedaos de melo.
Alimentos pr cozinhados (Ready-to-eatfoods) contaminados com bactrias,incluindo leite cru, queijos, gelados, vegetaiscrus, salsichas fermentadas cruas, carne deaves crua e cozinhada e peixe cru e fumado.
Alimentos de origem animal; outrosalimentos contaminados devido ao contactocom fezes, produtos crus de origem animalou manipuladores infectados. Carne de aves,ovos, leite cru e carnes encontram-sefrequentemente contaminados.
Alimentos com contaminao de origemfecal.
2 5 dias
8 16 horas
1 6 semanas
12 72 horas48-288 hrs (EHEC)
Desconhecido; pode irde alguns dias a 3semanas.
12 72 horas
12 48 horas
Vrios dias
24 horas
2 4 dias (podeestender-se at 4semanas)
6 72 horas;2 - 8 dias (EHEC)
Vrios dias asemanas
3 4 semanas
5 7 dias
Tabela IV Caracterizao das principais toxinfeces de origem alimentar
Microorganismo Tipo de Doena Sintomas Perodo de Incubao DuraoAlimento provvel
Toxinfeco
Infeco
Infeco
Infeco
Infeco
Infeco
Tabela IV Caracterizao das principais toxinfeces de origem alimentar (Continuao)
Microorganismo Tipo de Doena Sintomas Perodo de Incubao DuraoAlimento provvel
Staphylococcus aureus
Intoxicao
- Nuseas, vmitos, dores abdominais - Alimentos contaminados devido amanipulao e temperaturas de armazenageminadequadas carne e derivados; carne deaves e ovoprodutos; saladas ricas emprotenas; recheios de sanduches; produtosde pastelaria com cremes de recheio.
1 6 horas 24 48 horas
Giardia lamblia
Trichinella spiralis
*Bacillus cereus
Clostridium botulinum
- Diarreia, clicas abdominais; nuseas. - gua e alimentos que estiveram em contactocom gua contaminada.
Infeco - Carne de porco e derivados crus e malcozinhados.
1 2 semanas 2 6 semanas
- Nuseas, diarreia, vmitos, fadiga, febre,clicas abdominais
- Produtos cozinhados deixados destapados- leite, carnes, vegetais, peixe, arroz ealimentos ricos em amido.
1 2 dias Alguns meses
Intoxicao - Diarreia aquosa, clicas.
- Conservas caseiras com processamentoinadequado; salsichas; produtos marinhos;alho picado enlatado; mel.
8 20 horas 24 horas
- Nuseas e vmitos
- Letargia; fraqueza; tonturas; visodupla, dificuldade em falar, engolir e/ourespirar; paralisia; possvel morte.
Intoxicao
- Produtos cozinhados deixados destapados- leite, carnes, vegetais, peixe, arroz ealimentos ricos em amido.
Vrias semanasaps tratamentocom antitoxina
1 6 horas 24 horas
12 36 horas
* - B. cereus produz dois tipos de toxinas Emtica e Diarreica.
Infeco
3.1.2 Causadas por vrusOs vrus so agentes infecciososcom uma organizao muitosimples: uma capa proteica e umcido nucleico (DNA ou RNA) noseu interior. So muito maispequenos do que as bactrias epara se multiplicarem requeremque uma clula viva, de umaespcie para a qual so especficos,lhes sirva de hospedeiro.
Alguns vrus so causadores deDoenas de Origem Alimentar.Embora no se multipliquem nosalimentos (por serem especficospara as clulas humanas), a suadestruio tambm no ocorre ano ser que os alimentos sejamdevidamente cozinhados. A suaespecificidade tambm implica queos vrus que infectam animais,como o caso do vrus da pestesuna, no representem quaisquerperigos para a sade humana sendoo seu controlo justificado apenaspor uma questo de sanidadeanimal.
Os vrus mais frequentementeimplicados em Doenas de OrigemAlimentar so os da hepatite A eda hepatite E, o rotavrus (principalcausa de diarreia infantil) e os vrusda famlia Norwalk (que provocamgastroenterites). A Tabela Vapresenta as principaiscaractersticas das doenascausadas por estes vrus.
Os moluscos como as ostras, osmexilhes, as amijoas e oberbigo, apanhados junto costa
em zonas poludas, so os principaisalimentos implicados em virosesde origem alimentar.
Os frutos e as saladas so outrogrupo de alimentosfrequentemente associados stoxinfeces. A contaminaodestes produtos ocorrenormalmente durante a suaproduo devido utilizao deexcrementos humanos comofertilizantes.
Qualquer alimento que no sejareaquecido depois de manipuladopor um indivduo infectado, umpotencial veculo de infeco.
3.1.3 Causadas por parasitasOs vermes e os protozorios soparasitas, isto , organismos quevivem sobre ou no interior de outroorganismo (o hospedeiro)beneficiando desta associaoenquanto prejudicam o hospedeirodo qual geralmente obtmnutrientes.As Doenas de Origem Alimentarprovocadas por estes parasitas somuito menos frequentes do que asde origem bacteriana. Estesparasitas, que so muito maioresdo que as bactrias, podem crescere atingir o estado adulto no tractogastrointestinal do Homem, ou serdirectamente ingeridos porconsumo de tecidos de animaiscontaminados. Nalguns dos casos,os sintomas podem durar vriassemanas ao fim das quais diminuemou desaparecem para,posteriormente, reaparecerem.
19 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Entre os principais parasitascausadores de Doenas de OrigemAlimentar encontram-se Giardialamblia (G. intestinalis),Cryptosporidium parvum(protozorios) e Trichinella spiralis(verme). A Tabela VI apresenta asprincipais caractersticas dasdoenas causadas por estesparasitas.
3.1.4 Causadas por priesO prio uma partcula proteicainfecciosa e que se presume ser oagente causador das EncefalopatiasEspongiformes Transmissveis (TSE),como a Encefalopatia EspongiformeBovina (BSE-doena das vacasloucas) e a sua variante humana,o scrapie dos carneiros e das cabrase a doena de Creutzfeldt-Jakob(CJD). constitudo por umaprotena modificada que, porcontacto com uma protena s, amodifica, convertendo-a numaprotena patognica que, por suavez, vai modificar outra protenas, produzindo uma reaco emcadeia.
3.1.5 Causadas por outras toxinasde origem biolgicaSo colocadas neste grupo todasas micotoxinas, toxinas produzidaspor algas e todas as toxinasproduzidas pelos alimentos.
As micotoxinas resultam docrescimento de muitos dos boloresconhecidos. As aflatoxinasproduzidas por Aspergillus flavuse por Aspergillus parasiticus, emnozes, amendoins e outras
sementes oleosas, so asmicotoxinas mais frequentes e maisgraves, tendo algumas delas umapotente aco cancergena. Outrasmicotoxinas como a ocratoxina A,a patulina e as fumosinasprocedentes de outras espcies debolores, como Penicillium eFusarium, so muito menos txicas.
A intoxicao por cogumelos(fungos venenosos) pode resultarda ingesto de qualquer das muitasespcies existentes. O potencialde intoxicao pode variar dentroda mesma espcie, em diferentesmomentos da poca decrescimento e conforme secozinham. Uma das subtnciasperigosas que est presente emalgumas espcies de cogumelos, a muscarina (Figura 10).
A intoxicao por plantas earbustos pode resultar da ingestodas suas folhas e frutos, quer sejamsilvestres ou domsticos. As favaspodem provocar a rotura dosglbulos vermelhos em pessoasgeneticamente susceptveis(favismo). As razes ou os rebentosverdes que crescem debaixo dosolo e que contm solanina podemprovocar nuseas ligeiras, vmitos,diarreia e fraqueza.
A solanina encontra-senaturalmente presente na batata,cujo teor aumenta quando asbatatas ficam expostas luz eadquirem uma cor esverdeada. Estetxico no destrudo pelacozedura e pode ser letal.
20 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
21 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
Figura 10. Alguns cogumelos do gnero Inocybe_Inocybe lanuginosa e Inocybe bongardii
Fotos de: http://www.dipbot.unict.it/funghi_etna/photogallery/page_04.htm
Tabela V. Caracterizao das doenas de origem alimentar causadas por vrus
Vrus Perodo de incubao Alimentos mais implicadosSintomas Perodo de durao da doena
Hepatite A 28 dias
Rotavirus
Norwalk
Hepatite E 6 semanas
1-3 dias
14-48 horas
Astrovirus 10-72 horas
Fraqueza, diarreia,clicas, ictercia
2 semanas a 3 meses No especificados
Fraqueza, diarreia,clicas, ictercia
Vmitos, diarreialquida efebre moderada
Nuseas, vmitos emjacto, dores abdominais,diarreia, febre, mialgiase dores de cabea
Vmitos, diarreia lquidae febre moderada
1 ms
48 horas
12 horas a 3 dias
2 a 9 dias
gua
No especificados
No especificados
No especificados
Tabela VI.Caracterizao das doenas de origem alimentar causadas por parasitas
Vrus Perodo de incubao Alimentos mais implicadosSintomas Perodo de durao da doena
Giardia lamblia(G. intestinalis)
2 dias
Trichinellaspiralis
Cryptosporidiumparvum
10 dias
1-2 dias2 -8 semanas(infeco larvar)
Diarreia, nuseas,dores abdominais eflatulncia
Meses (sem tratamento) gua, salmo, frutos evegetais
Diarreia, clicasabdominais, febrebaixa e doresde cabea
Nuseas, diarreia,vmitos, cansao,febre e doresabdominais
?
?
gua
A carne de porco ou os seusderivados consumidos crusou cozinhados de forma in-suficiente
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Cryptosporidiumparvum
10 dias Diarreia, colicasabdominais, febrebaixa e dores decabea
? gua
A intoxicao pela cravagem docenteio acontece ao ingerir cereaiscontaminados pelo fungo Clavicepspurprea (Figura 11). Este fungo o responsvel por uma doenadesignada ergotismo, tambmconhecido por "Envenenamento porErgot" e "Fogo de Santo Antnio".
A intoxicao por produtos domar pode ser provocada por peixesou mariscos. Normalmente, aintoxicao por peixes resulta deuma de trs toxinas: ciguatera,tetrodotoxina ou saxitoxina.
A toxina ciguatera produzida pordeterminadas algas microscpicasque servem de alimento aos peixesmarinhos com barbatanas, deregies sub-tropicais ou tropicais,e que se acumulam na sua carne.Entre os peixes mais associados ciguatera podemos citar: garoupa,barracuda, vermelho,cngulo ecavala.
A saxitoxina produzida poralgumas algas que so conhecidaspor provocarem as marsvermelhas. Esta toxina filtradae retida por mexilhes, ostras eoutros bivalves sem que isso lhescause quaisquer malefcios. Noentanto, a ingesto por humanosde bivalves contaminados podeprovocar uma intoxicao agudamuito grave conhecida porParalytic Shellfish Poisoning (intoxicao paralisante pormariscos). Esta toxina, tal como aciguatera, continua activa,inclusivamente depois de se ter
cozinhado a comida.
A tetrodotoxina uma potentetoxina de origem marinha,produzida por vrias espciesanimais mas especialmente pelopeixe globo. Este peixe, que seencontra sobretudo nos mares doJapo, constitui uma refeiomuito apreciada nos pasesasiticos. Como apresenta umaelevada toxicidade, tambmusado por muitos com o objectivode suicdio.
A intoxicao pela histamina(envenenamento escombroide),procedente de peixes como acavala, o atum e a albacora,acontece quando os tecidos destespeixes se decompem depois dasua captura e libertam altos teoresde histamina. Depois da suaingesto, a histamina provoca umavermelhido facial imediata. O teorde histamina em determinadosprodutos de pesca estregulamentado a nvel europeu.
3.2 Toxinfeces de origemqumica
A intoxicao por contaminantespode afectar pessoas que tenhamingerido frutas sem as lavar evegetais pulverizados com arsnico,chumbo ou insecticidas orgnicosou que tenham ingerido lquidoscidos servidos em recipientes dechumbo vidrado ou alimentosarmazenados em recipientesrevestidos de cdmio. Os principaisagentes no biolgicos responsveis
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Figura 11.Fotografia de uma espiga de cereal infectada pelo fungoClaviceps purpurea.
Fotos de: http://www.wetterzentrale.de/np/galerie/index.php
por envenenamento alimentar soos chamados POP (PoluentesOrgnicos Persistentes) e o MetaisPesados.
3.2.1 Causados por PoluentesOrgnicos Persistentes (POP):Os POP so compostos que seacumulam no ambiente, no corpohumano e nos animais. Os exemplosmais conhecidos so as dioxinas,que so subprodutos indesejveisde alguns processos industriais ede resduos de incinerao, os PCBusados nas indstrias de produode equipamentos elctricos e ohexaclorobenzeno usado comoaditivo na indstria do papel, naproduo de PVC, ou como agenteintermedirio na manufactura deoutras substncias.
3.2.2 Causados por metaispesadosChumbo, mercrio e cdmio soos metais pesados que, atravs dosalimentos (incluindo a gua deconsumo), mais tm contribudopara os casos de intoxicaoprolongada ou crnica descritos.O chumbo e o mercrio provocamdanos neurolgicos em bebs ecrianas e o cdmio provoca danosnos rins, geralmente observadosnos idosos. Tal como os POP,contaminam os alimentos atravsda poluio do ar, gua e solos.
Sndroma do restaurante chins.Ao contrrio do que por vezes seouve dizer, o que popularmente seconhece como sndroma dorestaurante chins no um tipode intoxicao alimentar porprodutos qumicos. antes uma
reaco de hipersensibilidade aoglutamato monossdico (GMS), umasubstncia que intensifica o sabore que utilizada na comidachinesa. Nas pessoas susceptveis,o glutamato monossdico podeprovocar uma sensao de pressona cara, dor no peito e sensaesde ardor por todo o corpo. Aquantidade de glutamatomonossdico capaz de provocarestes sintomas varia de pessoa parapessoa.
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26 Custos e Implicaes das Falhas na HSA
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