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DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - advocef.org.br · A promessa inicial, de implementar a nova carreira profissional até o final de 2008, não foi cumprida pela CAIXA. E, no momento,

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Conselho Editorial: Davi Duarte, Bruno Vanuzzi, Carlos Alberto R. de Castro Silva, Roberto Maia, GryecosAttom V. Loureiro, Anna Claudia de Vasconcellos e Júlio Vítor Greve|Jornalista responsável: Mário GoulartDuarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected]. Projeto gráfico: Eduardo Furasté|Editoração ele-trônica: José Rober to Vazquez Elmo|Capa e contracapa: Eduardo Furasté|Ilustrações: RonaldoSelistre|Tiragem: 1.100 exemplares| Impressão: Nova Prova|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituições deensino e jurídicas.

Fevereiro | 20092

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.647.8899

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2008-2010Presidente: Davi Duarte (JURIR/Porto Alegre)|Vice-Presidente: BrunoVicente Becker Vanuzzi (JURIR/Porto Alegre)|1º Secretário: RicardoGonçalez Tavares (JURIR/Porto Alegre)|2º Secretário: José CarlosPinotti Filho (REJUR/Londrina)|1º Tesoureiro: Fernando da Silva Absda Cruz (REJUR/Novo Hamburgo)|2º Tesoureiro: Mariano Moreira Júnior(JURIR/Florianópolis)|Diretor de Articulação e RelacionamentoInstitucional: Carlos Alberto Regueira de Castro Silva (JURIR/Recife)[email protected]|Diretor de Comunicação: Roberto Maia(JURIR/Porto Alegre) [email protected]|Diretor deHonorários: Gryecos Attom Valente Loureiro (REJUR/Niterói)[email protected]|Diretor de Negociação: Anna Claudiade Vasconcellos (JURIR/Florianópolis) [email protected]| Diretor de Prerrogativas: Júlio Vitor Greve (GETEN)[email protected] REGIONAISDIJUR/GEAJU/GERID: Elisia Sousa Xavier|GETEN: Júlio Vitor Greve|JURIR/AJ: Laert Nascimento Araújo|JURIR/BE: Patrick Ruiz Lima|JURIR/BH: Helena Discini Silveira|JURIR/BR: Juliana Varella Barcade Miranda Porto|JURIR/BU: Henrique Chagas|JURIR/CB: EberSaraiva de Souza|JURIR/CG: Alfredo de Souza Briltes|JURIR/CP:Carlos Henrique Bernardes C. Chiossi|JURIR/CT: Jayme de AzevedoLima|JURIR/FL: Edson Maciel Monteiro|JURIR/FO: Adonias Melo deCordeiro| JURIR/GO: Ivan Sérgio Vaz Porto|JURIR/JP: Leopoldo VianaBatista Junior|JURIR/ME: Dioclécio Cavalcante de Melo Neto|JURIR/MN: Alcefredo Pereira de Souza|JURIR/NA: Myerson Leandro daCosta|JURIR/PO: Marcelo Quevedo do Amaral|JURIR/PV: Melissados Santos Pinheiro|JURIR/RE: Pedro Jorge Santana Pereira|JURIR/SA: Jair Oliveira Figueiredo Mendes|JURIR/SL: Enio Leite Alves daSilva|JURIR/SP: Roland Gomes Pinheiro da Silva|JURIR/TE: RenatoCavalcante de Farias|JURIR/VT: Ângelo Ricardo Alves daRocha|REJUR/CV: Renato Luiz Ottoni Guedes|REJUR/JF: RodrigoTrezza Borges|REJUR/LD: Altair Rodrigues de Paula|REJUR/MR: JoséIrajá de Almeida|REJUR/NH: Clarissa Pires da Costa|REJUR/NT: DanielBurkle Ward|REJUR/RP: Sandro Endrigo de Azevedo Chiaroti|REJUR/SJ: Flávia Elisabete de Oliveira Fidalgo Souza Karrer|REJUR/SM:Leonardo da Silva Greff|REJUR/SR: Antônio Carlos OrigaJunior|REJUR/UB: Lucíola Parreira Vasconcelos|REJUR/VR: AldirGomes Selles.CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos: Patrícia Raquel Caires Jost Guadanhim (REJUR/Londrina), Marcelo Dutra Victor (JURIR/Belo Horizonte), RenatoLuiz Harmi Hino (JURIR/Curitiba), Laert Nascimento Araújo (JURIR/Aracaju) e Henrique Chagas (REJUR/Presidente Prudente).Membros suplentes: Arcinélio de Azevedo Caldas (REJUR/Camposdos Goytacazes), Daniele Cristina Alaniz Macedo (JURIR/São Paulo)e Maria Eliza Nogueira da Silva (JURIR/Brasília).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Rogério Rubim de Miranda Magalhães (JURIR/Belo Horizonte), Alfredo Ambrósio Neto (JURIR/Goiânia), e LianaCunha Mousinho Coelho (JURIR/Belém).Membros suplentes: Fábio Romero de Souza Rangel (JURIR/JoãoPessoa) e Sandro Cordeiro Lopes (JURIR/Rio de Janeiro).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Lote 1, BL S, Sala 1205 | Edifício Empire CenterCEP 70070-904 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Auxiliar administrativo:Priscila Christiane da Silva.Endereço em Porto Alegre/RS:Rua Siqueira Campos, 940 / 201 | Centro | CEP 90010-000Fones (51) 3286-5366 e (51) 3221-7936Auxiliares administrativos: Elisabeth Maria Vazquez Elmo(Administrativo), Lisandra de Andrade Pereira (Secretaria) eVirginia Mary Junges Casagrande (Financeiro).

| Editorial

Chegou fevereiro de2009.

Daqui a pouco será Car-naval, a festa mais populardo Brasil e para a qual mui-tos se preparam o ano todo.

Novamente a ADVOCEFem REVISTA chega a você,com inúmeros assuntos inte-ressantes, mas advogadas eadvogados daCAIXA têmuma expecta-tiva bem mai-or. Todos que-remos saberqual a solu-ção para acláusula 47do Acordo Coletivo de Traba-lho firmado em 2008.

A promessa inicial, deimplementar a nova carreiraprofissional até o final de2008, não foi cumprida pelaCAIXA. E, no momento, nemsequer a equipe de negocia-dores está formada.

Sabemos todos que mui-tas situações começam a serresolvidas mesmo após o Car-naval. Mas não contávamos enão esperávamos por isso.

À luta,companheiros

"O compromissoestá escrito.

Mas é precisoconcretizá-lo.

E já."

É chegado o momentode, novamente, trazer paranossas mãos o futuro quequeremos. Se lançamos aesperança como arma mai-or, para atingir a meta, po-demos dizer que o êxitoocorreu, pois o compromis-so está escrito. Mas é preci-so concretizá-lo. E já.

Essa demo-ra, no entanto,pode ser com-parada a umacrise. Então va-mos usar a difi-culdade atualpara crescer ereforçar nossa

união, lançar os planos econquistar, por mérito, o quetemos condições de obter.

A partir de agora cabe acada um de nós, sob a dire-ção da ADVOCEF, realizar aconquista que considera-mos adequada, justa e me-recida.

À luta, companheiras ecompanheiros.

Davi DuartePresidente da ADVOCEF

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| Honorários

Exercícios de interpretaçãoHonorários devidos aos advogados não são pagos pela CAIXA

Por que os advogados da CAIXA nãorecebem os honorários devidos nos acor-dos celebrados nos mutirões da parceriaCAIXA-Judiciário? O assunto voltou à dis-cussão no Jurídico depois da realizaçãode mais uma bem-sucedida Semana Na-cional da Conciliação, realizada em de-zembro de 2008 (leia no quadro).

Em dois artigos publicados nas pági-nas 4 e 5, os advogados Gryecos Lourei-ro, diretor de Honorários da ADVOCEF, eVeronica Torri, integrante da Coordena-ção de Relevantes e presidente da Co-missão de Honorários do JURIR/Rio deJaneiro, especulam por que a CAIXA nãorealiza esses pagamentos, especifica-mente nos acordos firmados nas açõesde poupança e de juizado especial.

Veronica Torri registra que a CAIXA éelogiada por seu trabalho nos mutirões,

peração de crédito, "seja ele de que na-tureza for".

No artigo, Gryecos informa que aADVOCEF estuda a possibilidade decontratação de auditoria externa, "namedida em que as notícias de sonega-ção de repasse de honorários, mesmoos já depositados na conta que é geridapela CAIXA para este fim, tem aumenta-do consideravelmente".

ganhando cumprimentos dos membrosda Justiça Federal e das partes, especial-mente de mutuários que conseguiramquitar a casa própria. Os associados daADVOCEF, por sua vez, não entendem porque a CAIXA não recolhe os honoráriosprevistos na norma.

O direito no ManualEm seus artigos, tanto Veronica

quanto Gryecos citam o Manual Norma-tivo AE061, que, segundo eles, no item3.2 assegura claramente esse direito.

Greycos observa que a CAIXA temadotado a tese de que somente emações em que haja recuperação de cré-ditos são devidos honorários. "Essa in-terpretação é uma 'viagem'!", brinca odiretor, baseado no texto do Normativo,que não prevê, em sua opinião, a recu-

|Veronica:são recebidos

elogios, masnão

honorários

| Artigo

Por iniciativa conjunta do Jurídico Re-gional do Rio de Janeiro com o TribunalRegional Federal da 2ª Região, foram rea-lizados no mês de dezembro de 2008 trêsmutirões de conciliação visando à diminui-ção das ações judiciais em curso na Justi-ça Federal deste estado.

Durante duas semanas os advogadosdo JURIR/RJ realizaram em média 50 au-diências por dia, que resultaram emextinção de centenas de demandas judi-ciais através de acordo no âmbito dasações de SFH, poupança e Juizados Espe-ciais Federais. O êxito das audiências deSFH e poupança foi de 86,35% e 66,31%,respectivamente1.

Como se percebe, os mutirões forambem sucedidos, tendo a CAIXA recebidoelogios dos membros da Justiça Federal edas partes que compareceram às audiên-cias, especialmente os mutuários que con-seguiram quitar a casa própria.

No tocante ao recolhimento dos hono-rários advocatícios, os associados da

Reflexões sobre a norma Veronica Torri (*)ADVOCEF vêm questionando por que a CAI-XA não recolhe honorários nos acordos fir-mados nas ações de poupança e de juizadoespecial. De fato, analisando-se o item 3.2do MNAE061 verifica-se que são devidoshonorários pela CAIXA "em qualquer açãojudicial ajuizada e/ou acompanhada poradvogado empregado da CAIXA, inclusive

"Não há no Manualnenhuma hipótese de

dispensa de honoráriosnos casos em questão."

Nesta linha, ressalte-se que apesar daLei nº. 10.259/2001 não prever a condena-ção da parte vencida em honorários na pri-meira instância, nada dispõe sobre as hipó-teses de acordo. Além disso, o pagamentode honorários nesses casos não teria nenhu-ma repercussão econômica para o autor dademanda, eis que a responsabilidade pelorecolhimento dos honorários à ADVOCEF se-ria da CAIXA/ré.

Vale notar, ainda, que o MNAE 016, quedispõe sobre as atividades jurídicas no âmbi-to da CAIXA, prevê em seu item 3.2.1 comoatribuição da Diretoria Jurídica a aprovaçãode relatório dos acordos realizados no âmbi-to dos Juizados Especiais Federais, demons-trando a importância desses acordos para aEmpresa.

Estas breves reflexões são lançadas como intuito de que a questão seja debatida portodos os membros da ADVOCEF, especialmen-te seus dirigentes, e com a esperança de quepossamos em breve chegar a uma solução.

(*) A(*) A(*) A(*) A(*) Advdvdvdvdvogada da CAIXAogada da CAIXAogada da CAIXAogada da CAIXAogada da CAIXAno Rio de Janeirno Rio de Janeirno Rio de Janeirno Rio de Janeirno Rio de Janeiro/RJ.o/RJ.o/RJ.o/RJ.o/RJ.

ações de conhecimento, o percentual de ho-norários é de 5% (cinco por cento), a incidirsobre o valor da recuperação ou do acordoquando este for efetivado, exceto nos seguin-tes casos: (...)".

Quanto às exceções, não há no MN ne-nhuma hipótese de dispensa de honoráriosnos casos em questão, donde se conclui quedeveria prevalecer o item 3.2 do MN.1 Fonte: Site do TRF da 2ª Região (www.trf2.gov.br)

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Muito tem se falado acerca da au-sência de pagamento de honorários nosacordos celebrados pelos advogados daCAIXA em sede de mutirões de audiên-cias, ou projetos análogos de concilia-ção.

De regra, o entendimento que temsido adotado, em nosso desfavor, apon-ta no sentido de somente serem pagosos honorários nas ações de SFH, igno-rando por completo o trabalho desen-volvido nas ações de poupança, talcomo ocorreu com o FGTS.

No intuito de estabelecer o vórtexda divergência, achamos interessantetranscrever o texto do MN AE 061 012,que estabelece que:

"3.23.23.23.23.2 Em qualquer ação judicial ajui-zada e/ou acompanhada por advogadoempregado da CAIXA, inclusive açõesde conhecimento, o percentual de ho-norários é de 5% (cinco por cento), aincidir sobre o valor da recuperação ouououououdo acordo quando este for efetivado,exceto nos seguintes casos:" (grifos edestaque são nossos)

A análise que a CAIXA vem adotan-do, e que, infelizmente, forçou aADVOCEF a ajuizar mais de um proces-so judicial, é que somente em ações emque haja recuperação de créditos se-rão devidos honorários.

Em que pese a mensagem tenhasido expressa entre vírgulas e tendo aconjunção "ou" sido inserida especifi-camente para diferenciar as hipóteses,a interpretação do patrão entende queo texto fala em algo mais ou menoscomo "em acordo celebrado em açõesque envolvam recuperação de crédito".

A análise nos parece um completoequívoco e se me permitem uma jovia-l idade (ainda que minha antesincipiente, ora imponente, calvície tei-me em me dar ares de seriedade), essainterpretação é uma viagem!

Além de discordarmos desta conclu-são, não somos capazes de definir qual

Leitura equivocadaGryecos Attom Valente Loureiro (*)

seria o critério hermenêutico utilizadopara encontrá-la. Realmente, gostariade saber...

De mãos dadas conosco e, certa-mente devendo ser mais sensível à pró-pria CAIXA, está o próprio MN AE, quelogo adiante estabelece que:

"3.2.63.2.63.2.63.2.63.2.6 Nas ações que visam cobrardébitos condominiais de imóveis adju-dicados, pela CAIXA ou pela EMGEA, oshonorários advocatícios de 5% incidemsobre o valor total pago ao Condomínio,resultante do acordo, aplicando-se osprocedimentos previstos no item 4.7."

| Artigo

o mesmo texto. Às vezes somos surpre-endidos pela divergência de análise atéquanto a fato. A miopia do caso, entre-tanto, parece advinda do propositado es-quecimento do uso das lentes corretivas.

Em apertada e talvez açodada sín-tese, parece-nos que a interpretação vi-gente, data venia, não é daquelas ori-ginadas a partir do exame técnico daquestão. No cotidiano forense, apren-demos que muitas conclusões são pri-meiro criadas, para só depois seremescudadas em texto legal que permitainterpretação mais larga.

Ainda que sejamos mais inclina-dos à interpretação teleológica, nãopodemos nos furtar à análise histó-rica do caso, ante sua imperiosa re-levância.

Nesta toada, lembramos que o tex-to do Manual Normativo foi extraído deacordo celebrado em ação trabalhistae que representava ganho (ou perda,para os pessimistas) para ambas aspartes.

No caso dos advogados, estava empauta a redução da jornada, a defasa-gem salarial, entre outras perdas facil-mente identificáveis à época.

Assim, ao aceitar receber os hono-rários - com glosa de 5%, é bom que sediga, pois sabemos que a praxe foren-se os fixa de regra em 10% -, os advo-gados da CAIXA abriram mão de outrosdireitos que agora, com a interpretaçãovigente (e equivocada - não cansamosde repetir) do MN AE 061 012, são no-vamente vilipendiados.

O ajuizamento de processos por ne-gativa de pagamento de honorários ain-da é a regra por parte da ADVOCEF. En-tretanto, a questão tem sido cada vezmais pensada estrategicamente no âm-bito da Diretoria Executiva, haja vistaas interpretações advindas dos tribu-nais.

Notícia alvissareira e até certo pon-to lenitiva foi o sucesso no processo do

Resta claro, mesmo ao leitordesavisado, que esta hipótese trata deprocesso movido contra a CAIXA e queem nenhuma hipótese lhe proporciona-rá a recuperação de crédito, seja ele deque natureza for.

Não seria o caso de normas diver-gentes no normativo e muito menos háespaço para se falar em método de so-lução para este conflito aparente.

Assim, se a justificativa para a tungade nosso suado dinheirinho é o textodo Normativo, nos parece que ele ain-da não foi integralmente lido por quemo tem interpretado, ou se o foi, o intér-prete não se utilizou da recomendávelinterpretação sistemática.

Como advogados, estamos habitua-dos à discussão de teses jurídicas e aconviver com análises diferentes sobre

"Parece que oManual ainda não foi

integralmente lidopor quem o teminterpretado."

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FGTS, consoante já divulgado no site daAssociação.

O precedente ali criado é norte paraa mudança da interpretação que se dáao normativo vigente e certamente nãopassou despercebido aos algozes quetêm optado por ceifar o honorário quenos é justo e de direito.

Além destas questões, já estamosdiscutindo a possibil idade decontratação de auditoria externa, namedida em que as notícias de sonega-ção de repasse de honorários, mesmoos já depositados na conta que é geridapela CAIXA para este fim, tem aumen-tado consideravelmente.

A riqueza de detalhes com que as no-tícias nos têm chegado tem causado pre-ocupação e, no nosso entender, somenteuma entidade externa e autônoma pode-rá mergulhar nestes números e emergircom dados e informações confiáveis.

O descumprimento do prazo para a apre-sentação do novo PCS, ou reestruturação,ou reengenharia... pela empregadora de-monstra que a grande insatisfação dos ad-vogados ainda não foi sentida adequada-mente nas plagas do planalto central.

Até então, a posição desta Direto-ria de Honorários era aguardar o desen-rolar das negociações e, de boa-fé, con-tribuir para a via do acordo.

Esta postura tinha assento na cren-ça de que o caminho do entendimentoé a bússola da atual gestão da ADVOCEFe na confiança no trabalho que vinhasendo desenvolvido.

O momento institucional de nego-ciação vinha absorvendo boa parte daDiretoria e, em muitos casos, conflitavacom as pendências de honorários.

Um caminho é o da conversa e dobom senso, e ainda acreditamos queserá o fim desta negociação coletiva.

A outra via é a do litígio, das rusgase do enfrentamento propriamente dito.Ainda que este caminho seja o quemelhor nos cabe, por nosso conhecidotemperamento, ainda torcemos since-ramente para que a solução seja atra-vés da avença.

Apesar disso, a paciência e a boavontade estão por um fio. Neste desen-rolar, a pauta dos honorários é nossoponto central, sobremaneira quanto àintervenção externa para o controle dodinheiro que é nosso.

Lembramos que o emai [email protected], bem comoa caixa postal deste diretor, estão àdisposição para o recebimento da ma-nifestação de ideias de todos os as-sociados.

(*) Dire(*) Dire(*) Dire(*) Dire(*) Diretttttor de Honoráriosor de Honoráriosor de Honoráriosor de Honoráriosor de Honoráriosda ADda ADda ADda ADda ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF.....

A parceria CAIXA-Judiciáriocontinua obtendo sucesso nosmutirões realizados durante aSemana Nacional da Conciliação.No último evento, em dezembrode 2008, o JURIR/Rio de Janeiroe o Tribunal Regional Federal da2ª Região registraram êxito ex-pressivo nas audiências de SFH(86,35%) e de poupança(66,31%). De parte da CAIXA, o re-sultado reflete o trabalho de duassemanas dos advogados, que re-alizaram em média 50 audiênci-as por dia, alcançando a extinçãode centenas de demandas.

Membros do Judiciário têm ex-pressado satisfação com o trabalhoda CAIXA (que envolve também asáreas operacionais), pois os resulta-dos obtidos são os desejados pelaJustiça. Numa solenidade de encer-ramento da Semana, o presidente doTRF da 2ª Região, Castro Aguiar, res-saltou a parceria com a CAIXA e coma EMGEA, que permitiu "realizar essetrabalho social gigantesco, que dig-nifica à Corte e a todos nós, juízes".

Parceria de sucesso

Forma rápida e barata

Para o presidente do Conselho Na-cional de Justiça e do Supremo Tribu-nal Federal, Gi lmar Mendes, osmutirões são cada vez mais bem rece-bidos no Brasil como forma de resol-ver de maneira rápida e barata os pro-cessos judiciais. A desembargadora fe-deral Tania Heine, que coordena o Nú-cleo de Conciliação do TRF da 2ª Re-gião, diz que "no mutirão saem ganhan-do a Justiça, que desafoga a pauta dos

juízes, a CAIXA, que conseguereceber recursos dados comoperdidos, e, principalmente, osmutuários, que zeram suas dí-vidas e acabam com o proble-ma que há anos os perturba-vam".

A presidente do TRF da 4ªRegião, Silvia Goraieb, achaque a principal virtude da con-ciliação é evitar a sensação deperda de uma das partes quan-do recebe uma decisão desfa-vorável. A presidente do TRF da3ª Região, Marli Ferreira, defi-

ne a conciliação como "um projetode paz social", no qual as par tesabrem mão de direito parcial, e nãohá vencedores ou perdedores. Se-gundo a desembargadora, a médiade acordos registrada pela JustiçaFederal nos processos do SFH e doFGTS com a CAIXA é de cerca de70%. "Mesmo que tivéssemos 10%de conciliação já seria uma grandevitória, porque 10% do acervo do es-tado de São Paulo é uma enormida-de de processos."

|Magistrados do CNJ, da Justiça Federal e de tribunaisregionais, em solenidade da Semana Nacional

da Conciliação

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Processo lentoAdvogados se mobilizam para apressar as negociações

Após descumprir o compromisso as-sumido de apresentar o projeto de revi-são da carreira profissional ainda em2008, a CAIXA desmarcou a reuniãoagendada para 15/1/2009 com os re-presentantes dos advogados. Aparen-temente, a equipe de negociação foidestituída, refletindo mudanças naárea de gestão da empresa. Atéo fechamento destaedição, nada foicomunicado àADVOCEF, que,cumprindo suaparte da agenda,elaborou com aANEAC o docu-mento que aCONTEC apresentouà CAIXA em 8 de janei-ro, que subsidiaria a reu-nião que não saiu (veja noquadro).

| Negociação

O diretor de Honorários da ADVOCEF,Gryecos Loureiro, estava na reunião coma comissão de negociação e lembra do quefoi combinado. "Ressalto que o prazo foifixado pela própria CAIXA e, sinceramen-

te, eu havia acreditado na palavra das pes-soas que compunham a mesa de negoci-ação. Talvez eu devesse ter exigido o fiodo bigode de algum deles..."

Apesar de acreditar que as discussõesserão logo retomadas, o diretor diz

que tudo se encaminha para ummovimento paredista. Argu-menta que as consultas fei-tas à categoria, "todas infru-tíferas", refletiram a opinião

dominante num dado mo-mento. "São como merafotografia daquele ce-nário. Agora o cenárioé outro e carece denovo 'flash'."

Gryecos lembraque em 2006 a

ADVOCEF estabeleceu umcronograma, houve reuniões,

assembleia na sede do Sindica-to dos Advogados, publicação de

A CONTEC encaminhou à CAIXA, em8/1/2009, as propostas dos integran-tes da carreira profissional paraimplementar o Acordo Coletivo de Tra-balho 2008/2009. O documento alinhacomentários sobre projeto preliminar daempresa, levando em conta trabalhoelaborado pela ADVOCEF e ANEAC.

Na correspondência (OF. CONTECnº 09/017, disponível no site daADVOCEF), a entidade que representaos empregados da CAIXA considerapositivo o aumento da estrutura para48 referências, "se vier acompanhadode melhor remuneração para os últimosníveis, sob pena de achatamento dacarreira". Sobre a jornada de 8 horas,diz que "apoia a permanente luta dosbancários pela jornada de 6h".

O estudo apresentado pela CAIXAprevê modificação na curva de evolu-ção salarial. Atualmente, os "deltas" sãocalculados em percentual fixo sobre a

Projeto em discussãoreferência imediatamente anterior, sen-do cada "delta" de aproximadamente R$75,00 no início da carreira e R$ 150,00ao final. A proposta sugere a inversãodesta lógica, privilegiando a evoluçãosalarial logo nas primeiras referências.

Outro tema em discussão é a cisãoda tabela única para a carreira profissio-nal, como forma de melhor representar omercado de trabalho de cada um doscargos profissionais (Advogado, Enge-nheiro, Arquiteto, Médico, Assistente So-cial, etc...). CONTEC e entidadesassociativas avaliam que a manutençãode tabela única, ainda que com referên-cias de ingresso diferenciadas, é o me-lhor caminho.

Defasagem na tabelaInformações preliminares repassadas

pela CAIXA apontam sensível defesagemno salário médio em relação a outrasempresas públicas, como Petrobrás, e

mesmo em relação a bancos privados.O ofício da CONTEC postula que esta de-fasagem, diagnosticada no salário mé-dio e não apenas no salário de ingres-so, seja considerada em toda a tabelasalarial, afastando a já conhecida e re-pudiada sistemática de pisos de merca-do, que achata a carreira e cria maisdistorções.

Sobre a pesquisa de mercado, quesegundo a CAIXA envolve a combinaçãode mercado externo com os demais car-gos do PCS e PCC e alinhamento comas diretrizes estratégicas da empresa, odocumento ressalta a necessidade desua reavaliação "em períodos fixos e pré-determinados, em intervalo não superi-or a 2 (dois) anos".

Por fim, sobre as condições impos-tas pela CAIXA, de efetuar "avaliação deações judiciais colidentes com a propos-ta" e de o profissional "não estar vincu-lado ao REG/REPLAN não saldado", aCONTEC registra que "o direito de açãoé assegurado pela Constituição Federal".

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Fevereiro | 2009 7

A diretora de Negociação da ADVOCEF,Anna Claudia Vasconcellos, mostra que hámaneiras alternativas para protestar. Vejasuas sugestões.

"Sou partidária de uma demonstraçãode coesão dos profissionais, de ânimo deluta, nesses dias que precederão o prazofatal para a apresentação da nova tabelae estrutura da nossa carreira. Não uma pa-ralisação efetiva, mas algo mais simples,que não tenha de observar o regramentolegal das greves.

Por exemplo, um dia, ou dias, de estu-dos, onde cumpriremos nosso expedien-te, porém, sem atendimento externo e semcumprimento de prazos não peremptórios- pela manhã elaboraremos nossas con-testações, apelações e agravos e, a partir

Receita de coesãoeditais, mas ao final a categoria decidiuem sentido contrário. Acha que se devefazer tudo de novo, "a fim de que alogística de guerra, ou nosso dever decasa, como preferirem, estejam em dia".

Cozimento em banho-mariaA diretora de Negociação da

ADVOCEF, Anna Claudia de Vasconcellos,concorda com Gryecos e diz que o mo-mento das reuniões, apenas, passou."Estamos a dois meses do prazo paraapresentação da nova tabela e, até omomento, temos apenas 'propostas depremissas' para serem analisadas, o quesignifica dizer que nada há de concreto."

Anna observa que na mesa de negoci-ação ninguém discorda de que os saláriosdos advogados da CAIXA estão abaixo dospraticados no mercado e de que as condi-ções de trabalho, "seja pela estruturacapenga, pela carreira estagnada ou pelafalta de pessoal, estão aquém do razoável".Recorda que os encontros do ano passadomostravam o propósito de se implementarimediatamente uma carreira para valorizaros profissionais, antigos e novos. Após umasucessão de protelações e reuniões vazi-

as, surge agora "o medo de uma propostaque não nos satisfaça, apresentada no fimdo tempo regulamentar e sem prorrogação".

A diretora diz que a categoria nãopode ficar à espera da CAIXA. Ela tam-bém acha que é preciso havermobilização, e desde já. Sugere uma sé-

O advogado Leandro Jacob Neto, doJURIR/Goiânia, elaborou uma relação deconcursos disponíveis para advogados.Veja alguns.

- Adasa - Agência Reguladora deÁguas, Energia e Saneamento do DistritoFederal. Salário inicial: R$ 6.798,36 + gra-tificação de 35%. Remuneração inicialsuperior a R$ 10 mil.

- Procurador do município de Natal/RN. Jornada: 30 horas semanais. Inicial(3º classe): R$ 8.600,00.

- Procurador do Estado de Alagoas.Inicial: R$ 9.496,43.

- Procurador do Estado do Ceará. Ini-cial: R$ 11.895,35.

- Procurador do Estado do EspíritoSanto. Inicial: R$ 8.955,65.

- Procurador do Estado do Piauí. Ini-cial: R$ 12.749,47.

- Defensor Público do Estado do Pará.Inicial: R$ 10.296,41.

- Advogado do INSS, universidadesfederais, Banco Central e outras

Visão do mercadoautarquias (administração pública indiretafederal). Inicial: R$ 14.049,53.

- Analista Judiciário de tribunais regio-nais. Inicial: R$ 6.551,52.

Próximos aos valores praticados pelaCAIXA, por sua vez, estão os cargos de Pro-curador Jurídico dos municípios abaixo, doisdeles com carga horária de 20 horas sema-nais:

- Advogado do município deBrazabrantes/GO. Carga horária: 20 horassemanais. Inicial: R$ 4.950,00.

- Procurador Jurídico (cargo nsu-01) domunicípio de Campo Alegre/AL. Jornadasemanal: 30 horas. Inicial: R$4.960,34 +honorários + benefícios.

- Advogado do município de Santa Lu-zia/MG. Carga horária: 20 horas semanais.Inicial: R$ 3.000,00.

BNDES e a advocacia pública

Em 2008, o Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico (BNDES) abriu con-curso para advogados, entre outros car-

gos, com salário inicial previsto deR$ 7.308,00. Esse valor foi acrescido doreajuste de 8,15%, concedido pelo AcordoColetivo de Trabalho 2008/2009. Há ain-da um crompromisso firmado para a cria-ção de um novo Plano de Cargos e Salári-os até 31/08/2009 (cláusula 14 do ACT),com base na MP 440 (cláusula 23 do ACT),que prevê salário inicial de R$ 14.049,53para as carreiras de advogado da adminis-tração pública federal direta e indireta.

Por cumprir atividades jurídicas seme-lhantes às da CAIXA, o BNDES é conside-rado um dos modelos para a questão sa-larial.

das 14h, gruposde estudos denormativos jurí-dicos.

Uma açãoconcatenada,nacional, reali-zada, preferencialmente, sempre antes deuma reunião da comissão. Essa ação nãodeverá assustar muito os advogados maisconservadores, ao mesmo tempo que, sebem orquestrada (e é um risco que temosde assumir), fará muito bem à nossa altaestima, que anda em baixa."

rie de ações, que não precisa necessari-amente iniciar pela greve (veja no qua-dro). A ideia é mostrar a capacidade dereação da categoria. "A CAIXA até podequerer nos cozinhar em banho-maria,mas a nossa função, a nossa obrigação,é dificultar o cozimento."

|AnnaVasconcellos:a alta estima

anda em baixa

|BNDES: entre os modelos salariais

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| Idioma

O voo das ideiasMudanças do Acordo atingem palavras de uso frequente

No início, parecia muito simples. Afi-nal, o Acordo Ortográfico, promulgadopelo Decreto nº 6.583, de 29/9/2008,mexe em apenas 0,5% dos vocábulos re-conhecidos no Brasil. No entanto, logose percebeu que algumas dessas pala-vras aparecem com muita frequêncianos textos encontrados no cotidiano. Ajornalista Marta Barcellos é uma que,obrigada a mudar de ideia, não gostou,literalmente: "As ideias desacentuadasficam pululando no texto, pare-cem repetidas à exaustão,quase perdem a origina-lidade".

A reforma foiconcebida para uni-ficar a grafia nosnove países de lín-gua portuguesa, fa-cilitando a integra-ção e a publicaçãode documentos ofi-ciais em fóruns inter-nacionais. No Brasil,vigora desde 1º de ja-neiro, mas vai conviveraté dezembro de 2012com a regra antiga, que valerá nesseperíodo em vestibulares, concursos eprovas escolares (veja a íntegra do de-creto e todas as mudanças no JurisTantum encartado nesta edição).

O professor Cláudio Moreno fez ascontas. Perderam o acento na língua por-tuguesa 904 paroxítonas com os diton-gos oi e ei (paranoia, ideia), 358 com

trema (aguentar), 32 com u e i tônicosapós ditongo (feiura), 22 com acento di-ferencial (polo) e 18 com os oo (voo).

De acordo com o gramático EvanildoBechara, membro da Academia Brasilei-ra de Letras (ABL) e autoridade máximano Brasil sobre o tema, depois de cincoreformas Portugal é que está cedendomais, tendo que mudar cerca de 1,5%

de seus vocábulos. Na ortografia dosportugueses, palavras como "adoptar" e"direcção" perderão o p e o c.

A chamada "infernização"O acento diferencial concentra boa

parte das reclamações contra a reforma.Os idealizadores dizem que o contexto

define a compreensão - "mas nem sem-pre", na ótica do professor PasqualeCipro Neto, colunista da Folha de S. Pau-lo. "Por exemplo, um jornal nunca pode-rá titular 'Trânsito pesado pára São Pau-lo', sem o acento. Que contexto vai defi-nir o entendimento?"

O escritor Sérgio Rodrigues, no blogTodoprosa, apresenta outro exemplo:

"Ele para para comprar pão". Porcausa disso, o jornalistaMarcelo Spalding acredi-ta que no futuro a pre-posição "para" pode vi-

rar definitivamente"pra", como na fala,escrevendo-se porexemplo, mais clara-mente, "para prapensar".

Mas a dificulda-de principal parece

estar na hifenização,chamada de

"infernização" por um ami-go do acadêmico Evanildo

Bechara. "Ninguém sabia usaro hífen, e todos permanecerão sem

sabê-lo", resume o professor Cipro Neto.Segundo Bechara, poderá ser firmadauma regra pela qual só se usará hífense, ao juntar dois termos, a pronúnciasair errada.

"Um exemplo é o de 'sub-região'. Semhífen, o desavisado poderia ler 'su-bregião'. Se, com a junção, a pronúncianão mudar, nada de hífen", imaginaBechara. Mas ninguém sabe se vai serassim e aguardam todos a posição ofici-al da ABL, em março, quando será pu-blicado o VOLP (Vocabulário Ortográficoda Língua Portuguesa).

Andréia com acentoA advogada Andréia Amarilho, do

JURIR/Florianópolis - atingida em cheiopela mudança, pode-se dizer -, já avisouque "com reforma ou sem reforma" vaicontinuar usando seu nome com acento.Ela gostou da volta das letras k, w e y aoalfabeto e diz que sua maior dificuldade- como todo mundo - é a utilização do hí-

O caso GuaibaEm Porto Alegre, os especialistas se

dividem sobre o uso do acento na palavraGuaiba, nome do rio que banha a cidade.O linguista Paulo Flávio Ledur defende quea nova regra retira o acento agudo nasparoxítonas com i ou u tônicos depois deditongo, seja este decrescente ou crescen-te (como Guaíba). Já o professor CláudioMoreno, adepto da preservação do acen-to, sustenta que a regra trata do i ou do utônicos após uma semivogal do ditongo e

não da vogal (a), como em Guaiba. Guaira,cidade paranaense, está na mesma situ-ação, que é rara na língua portuguesa.

O jornal gaúcho Zero Hora ainda grafa"Guaíba", com acento, enquanto aguardaa confirmação oficial. Mas a AcademiaBrasileira de Letras já respondeu a umaconsulta da ADVOCEF EM REVISTA: Guaibanão tem acento, "porque o i está precedi-do de ditongo e não está em sílaba final,como Piauí".

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fen, com o acréscimo da letra r ou s, emalgumas palavras.

O advogado Hamilton Esequiel deResende, do JURIR/Belo Horizonte, achaque o Acordo é uma tentativa válida defacilitar o domínio da língua, com regrasmais objetivas e lógicas. "Gostei muito dodesaparecimento quase total do trema ede alguns acentos que não são importan-tes para entender o sentido da palavra."Não gostou das alterações no uso do hí-fen. "Parece que trocaram seis por meiadúzia: continua muito confuso."

O cronista Ricardo de Mattos, no siteDigestivo Cultural, lembrou dos revisores,autores, editores e outros profissionaisenvolvidos: "Agora eles sabem o que éestudar um Código Civil por cinco anos,sair da faculdade e logo depois estudartudo de novo, por conta da revogação, semmencionar os demais ramos do Direito".

AAAAAté os anos 1té os anos 1té os anos 1té os anos 1té os anos 1930930930930930João acorda na manhan de sabbado,

começa a tomar seu cafèzinho, mas per-cebe signais de uma jibóia, prompta paradar o bote. Êle pára, olha e tenta sahirtranqüilamente da sala, sem assustal-a.Vizinhos o vêem correndo pela auto-es-trada e oferecem abrigo na egreja.

AAAAAté os anos 1té os anos 1té os anos 1té os anos 1té os anos 1999997070707070João acorda na manhã de sábado,

começa a tomar seu cafèzinho, mas per-cebe sinais de uma jibóia, pronta paradar o bote. Êle pára, olha e tenta sair tran-qüilamente da sala, sem assustá-la. Vizi-nhos o vêem correndo pela auto-estradae oferecem abrigo na igreja.

Cronograma das mudançasO texto abaixo mostra as mudanças sofridas pela língua portuguesa, registradas

pelo jornal O Estado de S. Paulo.

AAAAAté 2008té 2008té 2008té 2008té 2008João acorda na manhã de sábado,

começa a tomar seu cafezinho, mas per-cebe sinais de uma jibóia, pronta paradar o bote. Ele pára, olha e tenta sairtranqüilamente da sala, sem assustá-la.Vizinhos o vêem correndo pela auto-es-trada e oferecem abrigo na igreja.

A parA parA parA parA partir de 2009tir de 2009tir de 2009tir de 2009tir de 2009João acorda na manhã de sábado,

começa a tomar seu cafezinho, mas per-cebe sinais de uma jiboia, pronta para daro bote. Ele para, olha e tenta sairtranquilamente da sala, sem assustá-la.Vizinhos o veem correndo pela autoes-trada e oferecem abrigo na igreja.

Ao longo da história é fácil verificar queo trabalho, no início braçal e na maioria dasvezes escravo, foi a força motriz que ajudoua promover o desenvolvimento da humani-dade. Enquanto alguns carregavam pedras,outros iam em busca da glória e das con-quistas nos campos de batalha.

Os romanos, ao longo de quase oito sé-culos de dominação, mantinham suas legi-ões distantes de Roma, para evitar os gol-pes, e pagavam seus legionários com... sal!

Era o sal que movimentava a vida famili-ar, e do sal veio a palavra salário, e este meiode pagamento que depois foi representadopor moedas vem sendo até os dias de hojea forma de uma paga justa por um trabalhocontratado.

Ao longo do tempo, vieram os pagado-res, os recebedores e os coletores. Os pri-meiros tornaram-se áulicos do patrão e am-bos fizeram de tudo para explorar os traba-lhadores. Estes, por sua vez, sujeitavam-seà violência salarial, porque tinham que so-breviver, e eram visitados pelos coletores,que a título de impostos retiravam o poucoque restava em nome do rei.

Na CAIXA, meus amigos, vivem na ilhada fantasia os áulicos que, ligados ao poder,pouco ou nada fazem pela recuperação denossos salários, para que possamos receber

| Artigo

O sal que move a humanidade Jayme de Azevedo Lima (*)uma paga justa pelo lucro que conquistamospara a empresa. E ainda vem o leão e nostoma mais quatro meses de nossos ganhos.

As poucas esperanças se desvanecemnas mãos de quem se diz representante dorei para trazer propostas de adequação sa-larial de mercado, e essa gente não cumpreos prazos, as propostas não atendem àsnossas expectativas e pouco a pouco nostornamos órfãos do talvez:

• Talvez eu possa ganhar um dia deacordo com o lucro que dou para a em-presa;

• Talvez eu possa um dia olhar parameus filhos e dizer cumpri com meu dever,criei-os com dignidade porque tive um salá-rio justo;

• Talvez eu possa mostrar aos áulicos,que pensam que defendem a instituição aonos negar uma paga mais justa, que ao finaleles serão responsáveis direta e indiretamen-te pelo passivo que criam para a CAIXA;

• Talvez meus colegas e eu tenhamos odom de ser o sal da terra, que a cada dia, talcomo em nosso sertão nordestino, vira terracrestada, água salobra e ainda espera no diade São José a chuva que acalenta, que setransforma em rio, verdes pastagens, e osertanejo, antes de mais nada um forte, selevanta e diz... basta!

Que, nestes tempos de propostas deajustes salariais, tenhamos as boas novasde que seremos respeitados pelo trabalhoque fazemos, pelos lucros que damos, pelasdecisões que tomamos e porque somos nósque representamos a instituição em juízo emuitas vezes fora dele, porque merecemosganhar tal qual nossos pares que atuam naárea governamental, até porque fazemosmais do que eles.

Finalmente, porque um nordestino queocupa a principal cadeira na ilha da fanta-sia, disse: Lutem por melhores salários!

(*) A(*) A(*) A(*) A(*) Advdvdvdvdvogado da CAIXA emogado da CAIXA emogado da CAIXA emogado da CAIXA emogado da CAIXA emCuritiba/PR - 35 anos de serCuritiba/PR - 35 anos de serCuritiba/PR - 35 anos de serCuritiba/PR - 35 anos de serCuritiba/PR - 35 anos de serviço.viço.viço.viço.viço.

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| Jurídico da CAIXA

Vitória suada

| Comunicação

Novos associadosNovos associadosNovos associadosNovos associadosNovos associados Confira quem são os novos filiados da ADVOCEF, inscritos entre25/11/2008 e 25/1/2009.

Nome Lotação Data FiliaçãoLeonardo Tarouco de Freitas PO/RS 27/11/2008Luiz Carlos Pazini Filho FL/SC 18/12/2008Ana Cristina Aoiama BR/DF 29/12/2008Marcelo Frossard Pincinato GETEN 29/12/2008Olimpia Izabel de Sousa Silva GETEN 29/12/2008Eduardo Henrique Víderes de Albuquerque JP/PB 6/1/2009Magdiel Jeus Gomes Araújo JP/PB 6/1/2009Aldo Lins e Silva Pires RE/PE 21/1/2009Renato Paes Barreto de Albuquerque RE/PE 21/1/2009Vitor Yuri Antunes Maciel RE/PE 21/1/2009

O PAB Justiça Federalcontabilizou, em 5/12/2008,o montante deR$17.641.819,54, pertencen-te ao Fundo de Garantia, queestava bloqueado pela JustiçaFederal desde 1992. Odesbloqueio atende à decisãoda 7ª Vara Federal do Rio deJaneiro, de 22/10/2008, quedeterminou o repasse dos re-cursos através do depósito ju-dicial nº 625.005.20000741-5, "vez que não se referem acontas particularizadas, porbusca e apreensão desteJuízo, nas contas irregularesdos advogados".

A decisão diz respeito aos processos9200575625 e 920046889-6, que tra-tam de levantamento de FGTS em mudan-ça de regime, para reaver valores quehaviam sido pagos por ordem indevida.

O depósito realizado é resultado delongo trabalho de advogados da CAIXA,principalmente do JURIR/Rio de Janei-ro, e dos profissionais da GIFUG/RJ. "Elesse dedicaram ao caso com muito deno-do e por muito tempo", ressaltou o pre-sidente da ADVOCEF, Davi Duarte.

Justiça devolve ao FGTS valores buscados desde 1992

À espera desde 1999No pagamento determinado pela

Justiça, parte dos autores e substituí-dos beneficiados pela sentença já ha-via recebido o saldo de suas contas deFGTS, em razão de decisões proferidasem outras ações judiciais. Diante dis-so, a defesa dos autores devolveu es-ses valores, transferindo à Justiça aquantia de Cr$ 49.297.173.841,14, namoeda da época.

Apesar de a CAIXA ter pos-tulado em várias ocasiões e deuma perícia ter confirmado aduplicidade dos depósitos, o re-curso estava pendente no Tribu-nal Regional Federal da 2ª Re-gião desde setembro de 1999.

Em janeiro de 2008, o advo-gado Leonardo Kataoka informa-va à GIFUG/RJ que o Tribunal, fi-nalmente, dera provimento ao re-curso de apelação interposto pelaCAIXA. Sem analisar o mérito daquestão - direito ou não ao levan-tamento do saldo da conta deFGTS -, o TRF-2 reformou a senten-ça proferida pelo juízo da 7ª VaraFederal, que culminou com o pa-

gamento do saldo das contas de FGTS dequase 19 mil trabalhadores.

Mesmo assim, após o acórdão dodesembargador Antonio Cruz Netto,proferido em 12/12/2007, foi neces-sário quase um ano para a juíza SaleteMaccaloz, da 7ª Vara, expedir o ofícioautorizando a devolução do dinheiroaos cofres do FGTS.

Em decisão anterior, já transitadaem julgado, os honorários haviam sidofixados pelo TRF em R$ 20 mil.

|Obra do escultor Alfredo Ceschiatti, exposta em frente ao STF

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Fevereiro | 2009 11

| Artigo

Não é questão demercado (2) Angelo Ricardo Alves da Rocha (*)

O descaso da empresa até agora paracom a nossa carreira profissional é incon-cebível. O Jurídico é sabidamenteautossustentável, fato aferível apenascom base nos honorários recebidos, emque se chega facilmente a uma contribui-ção calculada em cerca de R$ 700 mi-lhões de reais no último balanço.

E nem se diga que não podemos mi-rar a remuneração da carreira jurídica daUnião, pois esses profissionais, que háalguns anos percebiam salários menoresque os nossos, não desistiram de suasreivindicações e demonstram disposiçãode continuar na luta pela VALORIZAÇÃOprofissional, cujo alvo é remuneraçãosemelhante à do MP Federal.

Ora, buscar no mercado o parâmetropara nossa remuneração é a mais purabalela, pois trabalhamos numa empresa100% pública. Portanto, qualquer que sejao prisma pelo qual se examine a questão,ou praticamos a advocacia pública ou atu-amos na defesa de interesses públicos. Nomais, o volume de trabalho e a complexi-dade são os mesmos das carreiras jurídi-cas citadas, sem contar que sobre nós re-cai o ônus da inexistência das prerrogati-vas processuais desses colegas. Além dis-so, salário digno não é privilégio dos servi-dores públicos.

A situação financeira da empresa éamplamente favorável, nossa atuação,comprometimento e números militam anosso favor; então, qual seria o motivodo desrespeito da direção da empresapara com seus valiosos colaboradores?A resposta é simples: não se trata de aná-lise de mercado; simplesmente a empre-sa passou a não dar valor aos seus pro-fissionais do quadro jurídico.

Exemplo disso, como tem sido lem-brado por alguns colegas, é a carreiragerencial-segmento negocial, colegas quemerecem todo o nosso respeito e admi-ração, cujas funções exigem para acessoformação no 2º grau e remuneram seusocupantes de forma muito mais genero-sa do que os advogados e demais inte-grantes da carreira profissional. Vejamos:atualmente os pisos dos gerentes de aten-

"Buscar no mercado oparâmetro para nossaremuneração é a mais

pura balela, poistrabalhamos numa

empresa 100% pública."

dimento ou relacionamento IV, III, II e Isão respectivamente: R$ 7.265,00, R$7.480,00, R$ 7.706,00 e 7.939,00. Porsua vez, os gerentes gerais IV, III, II e Itêm pisos salariais fixados em R$8.767,00, R$ 9.380,00, R$ 10.038,00e R$ 10.740,00, conforme a ordem dasfunções.

Já a carreira gerencial e de asses-soramento estratégico-MZ e filiais remu-nera de forma mais graciosa os gerentesde serviço III, II e I, além de outras fun-ções que também só exigem para acessoo 2º grau completo, da seguinte forma, naordem acima mencionada: R$ 6.892,00,R$ 7.925,00 e R$ 8.788,00. Todos os pi-sos são relacionados na faixa I.

Vale lembrar que a CAIXA assumiutambém o compromisso de revisão des-ses valores para o próximo ano, ou seja:hoje ganhamos menos do que todas asfunções enumeradas acima e no ano quevem essa distância será maior.

Para finalizar, parece cristalino queo problema não é o mercado. Nosso pro-blema salarial tem sede na DESVALORI-ZAÇÃO PROFISSIONAL. Nossa emprega-dora simplesmente não nos dá valor.Nossos salários são bem menores dosque os recebidos pela carreira jurídica daUnião, única referência razoável paracorreção de nossa remuneração, e beminferiores aos que são pagos às funçõesda carreira gerencial da CAIXA.

ASSIM, PRECISAMOS ABRAÇAR ACAUSA DA NOSSA VALORIZAÇÃO PROFIS-SIONAL. É necessário que a ADVOCEFcontrate com urgência empresa isenta equalificada, que promova um estudo quedemonstre quem somos, o que fazemose o quanto produzimos para a empresa.

A penúria salarial e a baixa estimatêm conduzido alguns a desejarem salá-rios inferiores ao que merecem. Já nãoousamos defender que não se pode acei-tar remuneração inferior ao das carrei-ras jurídicas da União.

Para a ADVOCEF fica a súplica pelatentativa constante de diálogo com a ad-ministração, mas sem abandonar medi-das urgentes, práticas e contundentes,

se necessário, para demonstração do nos-so valor, a exemplo do trabalho desenvol-vido pela PGFN, não se olvidando do es-forço contínuo para união da categoria, aluta pelo reconhecimento judicial de quesomos categoria diferenciada. Precisamosque a nova Diretoria se constitua numaliderança firme e confiável, que persigaincansavelmente REMUNERAÇÃO DIGNAE MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO.

Não podemos aceitar paliativos minis-trados a conta-gotas que não trazem asolução para nosso grave problema sala-rial enquanto nos desvalorizam frente aoutras categorias dentro da própria em-presa.

(A primeira parte deste artigo foipublicada no número anterior daADVOCEF EM REVISTA.)

(*) A(*) A(*) A(*) A(*) Advdvdvdvdvogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAem Vitória/ES.em Vitória/ES.em Vitória/ES.em Vitória/ES.em Vitória/ES.

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Fevereiro | 200912

| Cena Jurídica

O processo em São Paulo1. 2.

3.

Trabalho em pautaGraças ao trabalho conjunto

da AGU, CGU, TCU eministérios públicos, a

União economizou em 2008mais de R$ 55,4 bilhões.Só os advogados da União

monitoraram 180 processose atuaram em 900 açõescontra obras do PAC. As

informações constam emmatéria do boletim EmQuestão, editado pelogoverno federal. Um

balanço dos feitos dosadvogados da CAIXA em2008 é item de pauta da

ADVOCEF EM REVISTA.

Meta digitalDigitalizar cerca de 150 milhões depáginas de 450 mil processos, até31/7/2009: é a meta do STJ,anunciada pelo presidente Cesar AsforRocha. "Não teremos mais processosem papel. O STJ será o primeirotribunal a trabalhar totalmenteinformatizado", afirmou o ministro.

Vitória da advocacia2.1. Apenas dois ministros foram contra aedição da súmula. Ellen Gracie acha que a

ferramenta deve ser usada paraevitar a proliferação de disputas demassa. Joaquim Barbosa disseque "a questão criminal não évocacionada ao tratamento emsúmula". Do outro lado, o relator,ministro Menezes Direito,defendeu que "os grandes temasrelativos aos direitosfundamentais" devem constar emsúmula. E Celso de Melloconsiderou "necessário,conveniente e relevante" amedida.

"É um momento histórico paraadvocacia brasileira", definiu o vice-presidente nacional da OAB, Vladimir RossiLourenço.

O STF aprovou, em 2/2/2009, a primeirasúmula vinculante requerida por entidade de

caráter privado. O pedido,feito pela OAB no final doano passado, originou a

chamada Proposta deSúmula Vinculante (PSV). A

14ª súmula vinculantegarante o acesso irrestritode advogados a dados de

inquéritos sigilosos:"É direito do defensor, no

interesse do representado,ter acesso amplo aos

elementos de prova que, jádocumentados em

procedimento investigatóriorealizado por órgão com competência de

polícia judiciária, digam respeito ao exercíciodo direito de defesa."

|Vladimir Rossi Lourenço

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ABABABAB AB

|Presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha

Sistemas eletrônicos, de verdade,existem há pouco tempo, na análise dojuiz. "Apesar de se falar da

informatização do Judiciário há 20 anos, na verdade, o que sefazia era substituir a ficha pela tela do computador e a máquinade escrever pelo editor de texto, nada mais do que isso."

Existem hoje 18 milhões deprocessos parados no TJ de São Paulo."Para cada dois paulistas, um ajuizouprocesso na Justiça. Isso é uma coisafora dos padrões mundiais", comentaPedrassi. No Brasil inteiro, existem 65milhões de processos tramitando. "Ouseja, um terço está no TJ."

Um dado curiosoregistrado no Tribunal

de Justiça de SãoPaulo: o número de

recursos ajuizados étrês vezes menor

quando o processo édigital. Em entrevista à

Consultor Jurídico, ojuiz Claudio Augusto

Pedrassi, responsávelpela área de TI, disse

que as causas dofenômeno estão sendo

estudadas.

Revista de DireitoEm 16/3/2009 encerra o prazopara envio dos artigos para a 8ªedição da

Revista deDireito da

ADVOCEF. Olançamento

acontecerá emAracaju/SE,

durante o XVCongresso da

entidade. Apublicação,

que já éleitura habitual no meio jurídico do

país, divulga o trabalho científicodos advogados da CAIXA. Outras

informações estão disponíveis nosite da ADVOCEF. Os contatos devem

ser feitos através do [email protected].

Vale a pena saberA coluna Vale a Pena Saber, publicada na ADVOCEF

EM REVISTA, já pode ser acessada no site daADVOCEF. O conteúdo atualizado de doutrina e

jurisprudência, de interesse dos advogados da CAIXA,receberá em breve ferramentas de busca. São

responsáveis pela coluna os advogados GiulianoD'Andrea (REJUR/Ribeirão Preto) e Jefferson Soares

(JURIR/Campinas). Já estão disponibilizados também,no site, todos os artigos do encarte Juris Tantum e da

Revista de Direito da ADVOCEF.

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Fevereiro | 2009 13

| Cena Jurídica

Outras vitórias1. 2.Passou a vigorar em 13/1/2009a Lei nº 11.902, que reduz

de 10 para cinco anos oprazo para clientes exigirem

prestação de contas dosadvogados em relação a

quantias pagas por serviçosprestados.

A Lei confere tratamentoigualitário na relação entrecliente e advogado, pois o

profissional já dispunha deapenas cinco anos para

cobrar os honorários.

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|Cezar Britto

O presidente Cezar Britto esperaagora que o Senado aproveprojeto de lei, já aprovadona Câmara dos Deputados,que criminaliza a condutadaqueles que violam asprerrogativas da advocaciae da defesa. Outras vitóriasaguardadas para logoenvolvem os projetos de leique tratam das férias dosadvogados e doaviltamento dos honoráriosadvocatícios.

Balanço do STJEm 2008, os ministros do STJ

julgaram 354.042 processos, 7,2% amais do que em 2007. A média de

processos julgados por ministro subiude 11.901 em 2007 para 12.383 em

2008. Destacam-se os recursosespeciais (107 mil), habeas corpus(23.504), conflitos de competência(9,5 mil) e mandados de segurança

(745). Do total de processos, 52,62%foram negados, 27,74% providos,15,26% não foram conhecidos e

4,38% incluídos na categoria"outros", referentes a desistências eacordos. Pouco menos da metade

dos recursos especiais foramprovidos, 40,25% negados e 4,38%

enquadrados como "outros".(Fonte: STJ.)

Fez porque quisMillôr

Fernandesconta em sua

coluna daVeja que

ouviu JânioQuadros

negando aautoria do

famoso "Fi-loporque qui-

lo". Foi em um programa da MaríliaGabriela: "Não, senhora, jamais ooooo

disse! Porque, se ooooo dissesse, seimuito bem que o pronome relativoqqqqqueueueueue, incluso na conjunção, atrai a

partícula pronominal. Teria dito:'Fi-looooo. Porque ooooo quis!'".

|Jânio Quadros

Contra a criseA partir deste ano, as faculdades de

Direito deverão ter 40% de seu corpodocente com nível de doutorado.

Devem oferecer também bibliotecacom os livros de cada disciplina. O

programa do curso será avaliado poruma comissão de técnicos do MEC e

da OAB. O objetivo é combater acrise de qualidade do ensino jurídicono Brasil. Na última edição do Exame

Nacional de Desempenho dosEstudantes (Enade), 89 instituições

receberam notas 1 e 2. Pelo maudesempenho, o MEC cortou, em

2008, 24.380 vagas, das 45.042que eram oferecidas em cursos de

Direito.

Contra a crise 2De acordo com o CNJ, existemcerca de 300 vagas no PoderJudiciário e muita dificuldade parapreenchê-las. Em 2008, o Tribunalde Justiça de São Paulo abriuconcurso para ocupar 183 vagas,mas apenas 76 candidatospassaram. Em Santa Catarina, só12 candidatos se classificarampara 18 vagas de juiz substituto.No Distrito Federal, dos 2.108candidatos inscritos no concursode setembro de 2007, apenas 16foram aprovados. Sobraram 67vagas, e novo processo de seleçãoestá em andamento. (Dados dematéria de Karla Correia, publicadano Jornal do Brasil.)

Mandato no STFO deputado Flávio Dino (PC do B/MA)vai apresentar ao Congresso propostaque institui mandato de 11 anos paraos ministros do STF, acabando com avitaliciedade do cargo, para evitar a

formação de uma "aristocraciajudiciária" e a "hiperconcentração de

poder" numa Corte com um"crescente papel de supremacia

sobre os outros Poderes". Opresidente nacional da OAB, CezarBritto, já afirmou que é favorável,

sugerindo o prazo de 10 anos.

Ticket JáO presidente da ADVOCEF, Davi

Duarte, participou dolançamento da campanha

"Ticket Já", lançado pela APCEF/RS, em Porto Alegre, para

reivindicar o benefício auxílio-alimentação para os

empregados admitidos naCAIXA até 1995. No evento,

ocorrido em 22 de janeiro, aAPCEF/RS lançou também um abaixo-assinado que

circulará em todo o país para pressionar a CAIXA aapresentar proposta de acordo com os empregados,

conforme previsto na cláusula 35 do ACT 2008/2009. Participaram da cerimônia representantes da

AGEA, UNEI, Federação dos Bancários do RS eSindicato dos Bancários de Porto Alegre.

O STJ na internetDez anos depois de seuingresso na internet, em

1998, o Tribunal Superior deJustiça registra 6,9 milhõesde acessos em seu site. As

notícias mais acessadas em2008 são as do Direitoprivado. A matéria maisprocurada foi "Em tempo

recorde STJ publica oprimeiro acórdão relativo a

recursos repetitivos",publicada em 28/9, commais de 71 mil acessos ànotícia, que trata da Lei

11.672/08.

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Fevereiro | 200914

| Vale a Pena Saber

Cessão de crédito em contratos habitacionaisA cessão de crédito é o negócio jurídico pelo qual o cre-

dor é substituído através da transferência de seus direitos aterceiros. Sendo, em regra, oneroso, bilateral, consensual enão solene, embora possa ser, por outro lado, gratuito e uni-lateral. Tem natureza de contrato. O artigo 286 do CódigoCivil abarca esse conceito: "art. 286. O credor pode ceder oseu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obriga-ção, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitivada cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé,se não constar do instrumento da obrigação."

Com a cessão há, pois, a transferência de direitos narelação obrigacional. O credor é substituído, não se tratan-do de novo contrato entre as partes originais (novação), oupagamento de dívida por terceiro (sub-rogação), ou transfe-rência global do negócio (cessão de contrato, que dependeda anuência da outra parte), nem, muito menos e principal-mente, a assunção de dívida. Há somente cessão e não dedébito.

Nestes termos, existindo processo com sentença conde-nando o cedente a pagar ou repetir "x" quantia ao mutuário,deve ele (mutuário) acionar o cedente que perdeu a deman-da e nunca o cessionário.

Nesse sentido, temos lapidar decisão de 1ª instância re-conhecendo que "ante o exposto, acolho a preliminar de ile-gitimidade passiva e com fundamento no art. 267, VI, do

Código de Processo Civil, EXCLUO DA LIDE a CAIXA ECO-NÔMICA FEDERAL e a EMGEA. À vista da solução encontra-da, DECLINO DA COMPETÊNCIA para processar e julgar o pre-sente feito e determino, após operada a preclusão da pre-sente decisão, a remessa dos autos à 1ª Vara Cível daComarca de São Carlos, com baixa na distribuição." (autosn.º 2007.61.15.001143-6, Subseção Judiciária de SãoCarlos, DJe de 26/jan/2009).

SFH. Cobertura securitária. Prescriçãoe doença pré-existente

"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. ARTIGO 557, § 1º, DO CÓ-DIGO DE PROCESSO CIVIL. SISTEMA FINANCEIRO DA HA-BITAÇÃO. COBERTURA SECURITÁRIA. PRESCRIÇÃO. CA-BIMENTO. PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. 1- Compete ex-clusivamente à CEF, na qualidade de sucessora legal doBanco Nacional da Habitação - BNH, nos termos do arti-go 1º, §1º, do Decreto-Lei nº 2.291/86 e como AgenteFinanceiro da relação contratual objeto da presente de-manda, ocupar o pólo passivo. 3- O direito do mutuárioem relação aos contratos de seguro habitacional obri-gatório tem natureza pessoal e, por tanto, o prazoprescricional aplicável é o de 10 anos, previsto no arti-go 205 do Código Civil. 4- O prazo prescricional no casode contratos de seguro habitacional obrigatório é inter-rompido pela comunicação da ocorrência do sinistro esó volta a correr após a notificação da recusa expressaao mutuário. 5- O Superior Tribunal de Justiça já seposicionou no sentido de que a Seguradora não podealegar doença pré-existente a fim de negar coberturasecuritária nos casos em que recebeu pagamento deprêmios e concretizou o seguro sem exigir exames pré-vios. 6- A comprovação da concessão de aposentadoriapor invalidez pelo INSS é suficiente para demonstrar aocorrência do sinistro, mostrando-se a repetição da pe-rícia judicial prescindível. 7- Os argumentos trazidos pelaagravante no presente recurso não atacam os fundamen-tos da decisão recorrida, que se apresenta fundamenta-da em jurisprudência dominante desta Corte e dos Tri-bunais Superiores. 8- Agravo a que se nega provimen-to." (TRF 3, AC 2004.61.00.034004-8 SP, Segunda Tur-ma, Rel Des. Henrique Herkenhoff, DJe 22/jan/2009)

SFH. Constitucionalidade do DL n.º 70/66. Possibilidade deinscrição do nome do devedor no rol de inadimplentes"1-Pertencendo à técnica dos procedimentos de execução o aparelhamen-to da defesa em vias exógenas não é dentro, mas no lado de fora do pro-cesso de execução que se disponibilizam os meios jurídicos adequados àampla defesa do devedor. Alegação de inconstitucionalidade do Decreto-Lei nº 70/66 rejeitada. Precedente do E. STF. 2 - É legítima a inscrição donome do mutuário inadimplente nos cadastros dos órgãos de proteção aocrédito. Para afastamento da excogitada providência, não basta a mera pro-positura de demanda, havendo necessidade de preenchimento do requisi-to da verossimilhança das alegações quanto à exigência da instituição fi-nanceira que compõe questão principal." (TRF 3, AG 1999.61.00.051188-0SP, Quinta Turma, Rel. Des. Peixoto Júnior, DJe 13/jan/2009).

SFH. Execução judicial por atraso deprestações. Necessidade de

adequação ao rito da Lei n.º 5.741/71 "1-Eleita a via judicial, a ação adequada paraa cobrança do crédito hipotecário vinculadoao SFH com fundamento na falta de pagamen-to das prestações vencidas segue o rito da Leinº 5.741/71. Apenas a execução fundada emoutra causa será processada na forma do Có-digo de Processo Civil. Inteligência dos arti-gos 1º e 10 da Lei nº 5.741/71." (TRF 3, AG2008.03.00.003792-5 SP, Quinta Turma, Rel.Des. Peixoto Júnior, DJe 13/jan/2009).

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| Vale a Pena Saber

Fevereiro | 2009 15A coluna Vale a Pena Saber pode ser acessada, na íntegra, no site da ADVOCEF, no menu Publicações.

A natureza jurídica do processoProcesso, em sentido amplo, é o caminho que liga o direito de

ação (provocação da jurisdição) e a efetiva prestação da jurisdição(julgamento da lide). É a forma de compor a lide em juízo através deuma relação jurídica intersubjetiva de direito público (HumbertoTheodoro Junior, Curso de direito processual civil, v. 1. 43ª ed. Riode Janeiro: Forense, 2005). É o método pelo qual atua a jurisdição.

Elpídio Donizetti (Curso didático de Direito Processual Civil. 9ª.Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008) sustenta que a natureza jurídi-ca do processo é relação jurídica de direito público com produção deefeitos jurídicos, ressalvando que o processo é autônomo, pois podeser instaurado independentemente da existência de direito material.Tal autor limita-se a apresentar esse posicionamento acerca da natu-reza jurídica do processo, consolidado pela doutrina nacional, ano-tando, contudo, que outras, já superadas, existiram, como a que clas-sificava o processo como contrato ou quase-contrato.

Prosseguindo, Alexandre Freitas Câmara, em sua obra Liçõesde Direito Processual Civil (11ª Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,2004) apresenta, sucintamente, evolução histórica das teoriassobre o processo para, após, esclarecer que a maior controvérsiaacerca da natureza jurídica do processo está na confusão da dou-trina da diferença entre "conceito" e "natureza jurídica". Assim,elucida que os institutos jurídicos são todos divididos em categori-as, que são o gênero dos quais são espécie. E o gênero confunde-se com a natureza jurídica (ex: agravo, apelação e recurso especi-al são espécies de um gênero recurso e, por isso, têm naturezajurídica de recurso). Após fazer esse raciocínio, o citado autor con-clui que o processo não guarda relação jurídica com nenhum ou-tro instituto jurídico, não pertence a nenhum "gênero". E por issodeveria ser classificado como categoria jurídica autônoma. Arre-mata com a ideia de que a preocupação deve estar concentradano conceito de processo.

Assim, diante do exposto acima, temos que a natureza jurídi-ca do processo é autônoma, por ser, nesse aspecto, gênero doqual é a própria - e única - espécie. Contudo, dar-lhe somente aqualidade de autônomo não o situa suficientemente dentro dodireito. Daí a importância de incluí-lo dentro do gênero das rela-ções jurídicas que produzem efeitos jurídicos, pois é ferramentapara exercício da jurisdição, meio pelo qual o Estado dirime osconflitos sociais (por isso é relação jurídica de direito público). Seonde há sociedade há direito (ubi societas ibi jus) - o que possibi-lita e impõe relações jurídicas - e a solução dos conflitos cabe, emúltima análise, ao Estado, a melhor definição da natureza jurídicado processo é a relação jurídica de direito público que, por serautônomo, é categoria jurídica de per se.

Por fim, cabe, ainda, apresentar todas as outras teorias quebuscam explicá-la, sendo que tal rol é baseado na obra de EdwardCarlyle Silva (Direito Processual Civil. Niterói: Impetus, 2007).

a) teoria imanentista-praxista: teoria pela qual o direito pro-cessual seria dependente do direito processual. Daí que ainexistência do direito material implicaria na inexistência da ação(não há ação sem direito; não há direito sem ação). Tal teoria,defendida por Savigny, tinha, entre nós, previsão que a sustentavano antigo código civil (art. 75: a todo direito corresponde umaação, que o assegura);

b) teoria contratualista: oriunda do direito romano. As partescompareciam a um magistrado (pretor) que encontraria a fórmulapara solução da lide e nomearia um incumbido para sua aplica-ção (iudex). As partes de comum acordo aceitariam a fórmula,chamada de "contrato";

c) teoria quase-contratualista: também oriunda do direito ro-mano. O processo deveria estar no âmbito privado e não se en-quadrava no conceito de contrato da época, tampouco no concei-to de delito. Restava-lhe a denominação de quase-contrato;

d) teoria da relação jurídica processual: desenvolvida por OskarVon Bulow, que situa o processo como meio existente para dirimirconflitos de direito material entre partes (relação jurídica). Pauta-se na máxima "iudicium est actus trium personarum, iudicis, actoriset rei" (o processo é atividade de três pessoas: o juiz, o autor e oréu). É a teoria dominante;

e) teoria do processo como categoria jurídica autônoma: posi-ção de Alexandre Freitas Câmara, já exposta acima;

f) teoria do procedimento em contraditório: desenvolvida porElio Fazzallari, para o qual quando o processo é de cunho judicial,possui uma característica peculiar que é a observância do contra-ditório. Para o autor, "procedimento" seria a realização de atosvoltados para um fim. E o processo seria esse procedimento emcontraditório, nome da teoria; e,

g) teoria da entidade complexa: para essa teoria, o processonão se confundiria com o procedimento, mas o procedimento fa-ria parte dele. Assim, haveria no processo um aspecto externo (queé o procedimento em contraditório); e um aspecto interno, queseria a relação jurídica entre as partes envolvidas. Tal teoria temcomo precursor Cândido Rangel Dinamarco.

Princípios Fundamentais do Direito ConstitucionalAutor: Manoel Gonçalves Ferreira FilhoEditora: Saraiva. Ano: 2009. Páginas: 302Já consagrado constitucionalista, Manoel Gonçalves Ferreira Fi-

lho elaborou a presente obra focando "o estado da questão no iníciodo século XXI, em face do direito comparado e, particularmente, dodireito positivo brasileiro". Trata-se da condensação, em livro, de cursode pós-graduação que o autor ministrou na Faculdade de Direito daUSP. Aborda os temas do constitucionalismo e constituição, da atribui-ção, limitação e divisão do poder.

Trata-se de texto de relevante interesse, pois traz aspectos históri-cos relativos ao tema, com abordagem no direito comparado e concluia obra com um parecer crítico da questão no Estado contemporâneo.

ELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃOELABORAÇÃO

Giuliano D'Andrea, da REJUR/Ribeirão Preto([email protected])

e Jefferson Douglas Soares, do JURIR/Campinas([email protected]).

Colaborou: Vinícius Greghi Losano, do JURIR/Campinas.

Sugestões dos colegas são bem-vindas.

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Fevereiro | 200916

| Série VIAGENS

Livre para viajarUma dose de aventura é essencial para refletir sobre a vida

| No Muro das Lamentações, em Jerusalém

| Em Machu Picchu, no Peru

Minha vida de viajante começou um pou-co tarde. Estive um bom tempo preso aosobstáculos impostos por meu pequeno mun-do e por mim mesmo. Mas, a partir do mo-mento em que me libertei dessas amarras,comecei a viajar para o exterior. Isso ocorreuem 1995. Estávamos no início do Plano Real,em que se comprava um dólar por R$ 0,90.Uma viagem para o exterior ficava mais ba-rata que ir ao Nordeste, por exemplo.

Minha primeira viagem com esse novoespírito foi para a Flórida (Miami, Orlando eTampa), o primeiro destino que a maioria dosbrasileiros deseja quando pensa em ir parao exterior. Um ano depois fui para a Europa,onde fiquei cerca de 30 dias. Alugamos umcarro e fizemos um trajeto para conheceraqueles países que devem constar no currí-culo de um bom viajante.

Contudo, a grande mudança para eudescobrir que tipo de passeio me agradariamais começou em fevereiro de 1996, quan-do meu colega Marcos Vinicius Ayres convi-dou-me, faltando poucas semanas, paraacompanhá-lo numa viagem à Bolívia, Perue Ilhas Galápagos. Sua intenção era fazer aTrilha Inca a pé. Disse a ele que fazer a Trilhaera programa de índio, que iria de trem e oesperaria em Machu Picchu. Quando chegueia Cuzco, mudei de ideia, comprei uma bota eenfrentei o caminho.

Depois dessa experiência, vi que essetipo de viagem me agradava muito mais doque aquela no estilo "mauricinho". A viagemcom uma dose de aventura, geralmente, te

Hamilton Esequiel de Resende (*)

leva a lugares interessantes onde você vaiencontrar pessoas com o mesmo espírito,geralmente jovens de tudo quanto é cantodo mundo. Além do mais, quando o roteiroexige esforço físico, quase sempre somos for-çados a uma certa introspecção que nos levaa refletir sobre a vida e tudo que nos rodeia,sem falar do prazer de saber que demos con-ta de chegar ao objetivo traçado.

A bomba do grupo ETAJá fiz treze viagens internacionais, sendo

três vezes à Trilha Inca e MachuPicchu. Visitei o Cânion Colca (ber-ço de condores) por duas vezes,no sul do Peru, perto da Cidadede Arequipa. Já fiquei cerca deuma semana em um barco nasIlhas Galápagos, visitando as ilhasque foram motivo de estudos, ecruciais, na elaboração da Teoriada Evolução por Charles Darwin.Fui por duas vezes ao Deserto doAtacama, onde tirei as fotos maisbonitas das viagens que já fiz. Fuiao Círculo Polar Ártico, obviamen-te que não fui muito ao norte, masna Lapônia (Finlândia) e na parteNorueguesa do Polo Norte. Fiz oCaminho de Compostela por duas

vezes, andando quase 800 km, desde a fron-teira de Espanha e França até a fronteira deEspanha e Portugal. Já tirei fotos debaixo dasfinadas Torres Gêmeas. Fiz um tour de carrode oeste a leste em Cuba. Enfim, na minhacontabilidade, se não estou errado, já visitei32 países.

Esse espírito aventureiro já me proporci-onou situações interessantes, como o fato deter encontrado, casualmente, em Amsterdamum sul-africano que havia conhecido seismeses antes, no Peru, numa excursão aoCânion Colca. Já encontrei em Helsinque umfinlandês que havia conhecido dois anos an-tes em Galápagos. Nesse caso, fiz o contatopara proporcionar o encontro. Já passei porsituações que é bom lembrar mas que nãofaria, se soubesse o risco que correria. Jácheguei a pé à cidade de Logroño, Espanha,três horas depois que o grupo ETA havia ex-plodido uma bomba. Estive em Israel commeus pais no primeiro mês da Intifada, se-tembro de 2000, que dura até hoje. Comoera um pacote turístico, íamos aos lugaresprogramados na Palestina, conforme era li-berado pelo Exército de Israel.

Viajar é bom, voltar é melhorUm dos passeios mais interessantes que

fiz foi a Cuba. O país parece um filme de 50

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Fevereiro | 2009 17

| Série VIAGENS

O que vai ficar namemória

Já vivi experiências em que prepareia viagem e outras em que fui convidadode última hora. As viagens para as quaisme preparei mais são aquelas que envol-vem esforço físico, como as caminhadasem que tenho que levar roupa especial eoutros apetrechos para dar suporte àempreitada, como ocorreu no Caminho deCompostela e na Trilha Inca. Busquei nainternet a lista do que seria necessário,adaptei às minhas necessidades e no fi-nal foi só fazer o check list e seguir para oaeroporto. Também já viajei a convite deamigos, tendo espaço de tempo muitocurto para dizer sim ou não. Normalmen-te, o maior problema era convencer o che-fe a me dar férias, mas nunca tive proble-mas nesse sentido, pois, quase sempre,viajei fora do período de alta temporada.

Uma dessas viagens teve como desti-no a Europa, onde rodamos por 38 dias,começando de carro pela Toscana, Alpessuíços, passando pela Áustria, seguindode trem para Praga e Budapeste, de aviãopara Istambul e Atenas, de barco para aIlha de Santorini, finalizando de avião paraa Finlândia e barco para a Estônia. Enfim,um roteiro longo e sem monotonia. Foi aúltima viagem que fiz com o dólar barato(R$1,20 por USD$1,00).

Os fatos e as fotosHá um item importante na prepara-

ção que é a verificação antecipada parasaber se o país de destino exige visto decidadão brasileiro, como acontece comalguns países do leste europeu. Há paísesem que se pode pedir o visto na entrada,mas para a maioria é melhor que sejamobtidos aqui mesmo no Brasil. Digo isso,pois já tive um problema na Eslováquia,sem que estivéssemos visitando aquelepaís. Como estávamos, eu e meus doisamigos, indo de trem de Praga para Bu-dapeste, não atinamos para o fato de queele passava na Eslováquia. Na fronteiracom a Hungria, dois guardas com quepesimponentes à la URSS e voz impostadapediram o "eslovaca visa". Pensamos que

Guia de Viajante

seríamos presos. Tivemos que sair dotrem, mas eles só queriam que pagásse-mos 65 dólares cada um pelo visto. Omais interessante foi que o trem parouna Estação "Kúty" e eu estava com umvereador do PT de Resende Costa, minhacidade. É claro que culpei a CUT (ou a"Kúty") por nosso infortúnio.

O custo da viagem, seja para o Bra-sil ou para exterior, é um item a que opretenso viajante tem que dar muita im-portância. A viagem tem que serprazerosa antes (na preparação), duran-te (na vivência) e depois (na recordação).Se a pessoa endivida-se de maneira ir-responsável não aproveitará a últimafase, a mais duradoura delas, e, certa-mente, não poderá dar sequência à suasaga de viajante. Nas primeiras viagensque fiz, com câmbio favorável, gasteimuito em dólares, mas em montante quemeu orçamento suportava. Quando hou-ve a mudança cambial, em janeiro de1999, continuei a viajar, mantendo osgastos no mesmo nível, em reais, redu-zindo-os, obviamente, em dólar. Deixei decomprar quinquilharias, presentes, epassei a ignorar o free shop. Estipuleique não poderia gastar mais do que meusalário mensal. Esse fato obrigou à re-dução do custo, mas trouxe como bônuso fato de que passei a dar importânciasomente à viagem, ao intercâmbio comoutros povos e culturas, àquilo que real-mente vai ficar na memória de um pas-seio: as fotos e os fatos.

anos atrás. Como lá não se pode entrar semter uma reserva de hotel, fiquei três dias emum e depois descobri um lance que foi omais interessante da viagem. Os cubanos,para melhorar sua renda, alugam quartos(geralmente uma suíte simples) para turis-tas, ao preço de 20 dólares. Foi uma formamuito interessante de penetrar no seio dafamília cubana e desvendar os mistérios quecercam esse povo. É em geral um povo cul-to, alegre, que adora uma roda de salsa narua, e que está sempre à procura de umaconversa com turista. A aparência pobre es-conde pessoas com um nível de estudomaior do que a nossa média. Para se termobilidade no país, há que se alugar umcarro, pois os serviços de transporte sãomuito ruins. Isso me deu, ainda, a oportuni-dade de evitar lugares com muitos turistas,como Varadero, e procurar outros em queteria um contato maior com a gente do lu-gar. As praias do Caribe cubano são mara-vilhosas.

Como tenho predileção por viagens queocupem os 30 dias das férias ou umpouquinho mais (incluindo APIP e licença-prê-mio), acho que elas são uma forma de fugir-mos da realidade estressante que nos envol-ve e daquele sentimento de que somosinsubstituíveis. Nada como voltar e perceberque tudo continua como antes. Antes de co-meçar essa vida de viajante, me preocupavamuito com o que deixava de ganhar, se via-jasse por tanto tempo. Hoje, não só não mepreocupo com isso como acho que não exis-te dinheiro tão bem gasto como este. A cultu-ra adquirida nessas viagens não pode ser to-mada, penhorada ou coisa que o valha. Alémdo mais, é sempre bom criar paradigmas aonosso Brasil. Costumo dizer que é muito bomviajar, mas é sempre melhor voltar.

No momento não tenho nenhuma viagemprogramada, mas venho acalentando a pos-sibilidade de fazer a Ferrovia Transiberiana. Noentanto, desde 2006, embarquei numa via-gem, talvez a mais interessante de todas paraum homem, a viagem da paternidade, tornan-do-me pai da Beatriz e, desde então, comoquem toma um trem para o infinito, passo porvárias estações e nenhuma delas é igual àsanteriores. Já estou preparando-a para entrarno mundo das viagens. Como o verbo que elamais gosta de conjugar é "passear" e adorouganhar uma mochila de presente, acho quevai seguir meu legado de viajante.

(*) A(*) A(*) A(*) A(*) Advdvdvdvdvogado da CAIXA emogado da CAIXA emogado da CAIXA emogado da CAIXA emogado da CAIXA emBelo HorizontBelo HorizontBelo HorizontBelo HorizontBelo Horizonte/MG.e/MG.e/MG.e/MG.e/MG.

| Na estrada para a ilha Cayo Coco,em Cuba

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Fevereiro | 200918

Paulista aparaibanadoAdvogado escreve carta aos netos de colega homenageado

"A Paraíba ficou intelectualmente menorhoje", comunicou o advogado Leopoldo VianaBatista Júnior, a respeito da saída do advoga-do Ricardo Pollastrini, de João Pessoa paraSão Paulo. Numa crônica, "Paulistaaparaibanado", Leopoldo homenageou o co-lega, nomeado coordenador jurídico em suagestão na gerência jurídica do JURIR/JoãoPessoa.

"É que as palavras, quando escritas, tantoas boas quanto as más, não se perdem namemória. Ao contrário, fixam-se no tempo e sãoregistros à posteridade", escreveu o cronistaao homenageado. Especulou: "Quem sabe seos seus netos um dia não pedirão para quevocê conte as suas histórias matutas? E nes-se dia, decerto você já velhinho necessitará dealguma ajuda às suas boas lembranças da par-te da sua vida em que andou por estas ban-das, pela Paraíba. Pois bem, essa será minhacontribuição pessoal para eles".

Confira parte do texto, em que o cronistase dirige aos netos do homenageado.

"Rapazes e moças, foi um grande prazerconviver diretamente com o avô de vocês. Emprincípio, cheguei a me inibir na convivênciacom um advogado formado na mais famosafaculdade de Direito do Brasil, a do Largo deSão Francisco. O avô de vocês foi colega dealgumas grandes expressões jurídicas nacio-nais. E eu (nós, para falar precisamente), sim-ples provinciano e quase rábula se compara-do à categoria técnica do seu avô. Mas, sai-bam, foi enorme a minha satisfação pessoale aprendizado profissional.

"Em verdade, o explorava. Minto, o explo-rávamos, todos. Seu desempenho profissio-nal foi extraordinário e sua capacidade emdizer, explicar e aplicar o Direito vivo seguia amesma linha dos grandes mestres nacionais,italianos e alemães. Não aprendeu, meusqueridos, quem não quis ou se sentiu cons-trangido a fazê-lo, porque amiudado. Eu, con-fesso, tirei grandes lições, também, do com-portamento ético, humano, cristalino eisonômico dele refletido num caráter semrasuras ou emendas, pois o possuía íntegro.

"Nem falar da sua disponibilidade ao ser-viço, sendo eu testemunha privilegiada des-sa, a ponto de reclamar dele, algumas vezespor escrito se me lembro bem, que se mos-trava inaceitável sua permanência na unida-de após as 23h, tendo chegado diversas ve-zes a estar mais de 12 horas contínuas naempresa. (...)

| Homenagem

o trabalho do advogado da CAIXA certamen-te exigirá apenas um computador e quemsabe deverá ser feito - considerem que euestou acreditando que ela existirá no futu-ro para mim, no presente para vocês - emqualquer ambiente, inclusive em suas pró-prias casas. Mas, no nosso tempo, as coi-sas não funcionavam bem assim, o velhi-nho de vocês as dirá melhor que eu.

"Pois bem, o seu italiano avô contribuiusignificativamente para a Caixa EconômicaFederal e sua unidade jurídica na Paraíba,como afirmei. Vejam rapidamente e muitoresumidamente [no quadro abaixo] a parteque me lembro das suas realizações, semqualquer ordem de datas, pois que não soumuito bom em guardar estas últimas.

"Rapazes e moças, digo ainda que o avôde vocês, entretanto, não precisou de qual-quer ajuda interna ou externa para ocuparas relevantes funções que ocupou, nem de-las necessitava ao desempenho do seu mis-ter. Para o conhecimento de vocês, em pro-grama de banco de talentos e sucessorescriado pela Caixa Econômica Federal, comcaráter nacional e totalmente aberto paratodo o Nordeste, participou ele e teve o per-fil operacional aprovado e recomendado. Ali-ás, foi o único a obter tal grau dentre todosos muitos advogados do Brasil e da Paraíbaque se submeteram ao certame para loca-lização do Perfil que a CAIXA desejava à de-signação das funções de Coordenador Jurí-dico e Gerente Regional Jurídico, tendo as-cendido, pois, por seus próprios méritos

"Mas, rapazes e moças, quando estive-rem lendo estas linhas lembrem-se todosde guardarem os referenciais de cada épo-ca e das suas necessidades próprias. Eubem imagino, pois, que daqui a uns 50 anos

! Colocou o JURIR/PB no primeiro lugarentre todos do Brasil em extinção deprocessos judiciais;! Ofertou sugestões para tratamento de

valores depositados em processos ju-diciais trabalhistas extintos, outrorasem tratamento por todo o Brasil;! Implementou política operacional, para

devolver aos cofres do FGTS mais deum milhão de reais paralisados emcontas de garantia de embargos emprocessos extintos;! Ofertou pareceres sobre a necessidade

de transparência dos recursos públicosaplicados pela CAIXA, tese abraçada pos-teriormente pela própria Justiça, quedeclarou que não havia hipótese de si-gilo bancário em operações tais;! Ofertou parecer sobre a necessidade e

vinculação de licitação em processo dereforma e locação de sede de varas do

Realizações de Pollastrinitrabalho e de instalação de agência daCAIXA;! Implementou a contratação da locação

do prédio e aprovou o projeto de refor-ma da instalação da Extensão Jurídicade Campina Grande PB;! Revelou-se como ferrenho defensor da

CAIXA, tanto judicial quanto administra-tivamente;! Ofertou diversas teses de defesa no

SFH, FGTS, Indenizatórias, etc, comsignificativas vitórias judiciais;! Aplicou os melhores conceitos de ad-

ministração enquanto ciência, decidin-do com isonomia, equidade, legalida-de e proteção aos interesses públicos;! E, ainda, sem descuidar-se das prerro-

gativas da nossa classe, representou,por vários anos, com independência erespeito, todos os advogadosparaibanos junto à ADVOCEF.

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Fevereiro | 2009 19

Escola de vidaO paulista Ricardo Pollastrini estava no

JURIR/João Pessoa desde sua admissão naCAIXA, em 2002. De 2005 a 2008 exerceua função de Coordenador Jurídico, e, a par-tir daí, até a transferência para o JURIR/SãoPaulo, em 23/1/2009, trabalhava na célu-la do FGTS.

A passagem pela Paraíba é conside-rada pelo advogado como excelente ex-periência. "À parte João Pessoa ser umótimo lugar para morar (só falta um pou-co mais de cinema, pizza e café spresso),foi onde aprendi a morar sozinho, a seradvogado, a ter reconhecimento profis-sional e onde tive a oportunidade de co-nhecer gente muto boa", explica. Sofreuum pouco com a distância da família,mas diz que aprendeu também sobreisso. Tem 41 anos e é solteiro.

Na Paraíba, adquiriu habilidadesgerenciais, como análise de situações e pro-

cessos de tomadade decisões. Afirmaque sempre buscoudeixar clara a inde-pendência técnicadas manifestaçõesda unidade, que considera crucial para adefesa dos interesses da empresa públicaCAIXA.

Percebeu, no exercício da função, que,"enquanto algumas pessoas não mudam deatitude, outras modificam substancialmen-te seu comportamento e o tratamento dis-pensado".

De volta à convivência com a família,se sente empolgado também com a mudan-ça profissional.

|Pollastrini:João Pessoa é

ótima para morar

| Crônica

Dizem que Isaac Newton formulou a mai-or parte de suas teorias - dentre elas a dagravidade - dando aulas para seu cachorroDiamante. Depois do meu casamento, semquerer me comparar ao famoso cientista,pensei em fazer o mesmo com o cachorro daminha esposa, que veio ato contínuo a habi-tar o novo lar do casal. Embora eu soubesseque ele não me pertencia, e que jamais po-deria usucapi-lo na constância da sociedadeconjugal, passei a chamá-lo simplesmente de"meu cachorro".

O fato é que aquele ser peludo, já na mi-nha primeira semana de casado, frustroumeu inocente objetivo de ensinar-lhe o Direi-to, demonstrando profundo conhecimento deconceitos jurídicos. O primeiro deles foi o de"direito adquirido". Em sua vida pregressa, ocachorro tinha livre trânsito no quarto da mi-nha esposa, direito esse que lhe foi sumaria-mente tolhido na primeira noite em sua casanova. Em suas lamentações do outro lado daporta, eu podia até ouvir: "A lei não prejudica-rá o direito adquirido, o ato jurídico perfeito"...Pensei em gritar pra ele que o casamento erauma espécie de poder constituinte originário,mas acabei atirando o chinelo na porta e re-solvendo o problema na base do "fato do prín-cipe".

Meu cachorro e o DireitoÉder Maurício Pezzi López (*)Outro aspecto que marcou a minha rela-

ção com o canino foi o pacta sunt servanda.Nos seus primeiros dias depois da mudan-ça, não sei se por desorientação ou por re-volta ante a diminuição de seu patrimôniojurídico, o cachorro passou a confundir a nos-sa sala com a área de serviço, onde ficava ojornal próprio para suas necessidades. E nãoadiantava gritar com o bicho ou ameaçar darum tapa que ele vez e outra deixava um "pre-sente" no meio da sala. "Se na base do po-der de polícia não está dando, vamos tentara função social dos contratos", pensei, e co-mecei a dar a ele um pedaço de presuntopara cada "tiro no alvo". A lição, felizmente,foi aprendida com louvor: hoje, para cada obri-gação de fazer (no lugar certo), ele vem bus-car o seu pagamento. O problema é que des-de então se tornou altamente perigoso faltarpresunto em casa, pois, afinal, ele pode que-rer aplicar a exceptio non adimpleticontractus, e aí voltamos à estaca zero.

Enfim, é interessante ver que o Direito,mais do que na lei e nos livros, está na vida,e é possível ver suas manifestações na sim-plicidade do quotidiano, e até mesmo no com-portamento do cachorro lá de casa. A propó-sito, quanto ao mascote de Newton, dizem

que, depois da morte do seu mestre, a RoyalSociety convidou-o informalmente a ocupara sua cátedra. O objetivo era que ele dividis-se os ensinamentos aprendidos nas aulas re-cebidas, mas acabou sendo afastado por "uri-nar em local impróprio", maculando diaria-mente os pilares do saguão de reuniões. Senaquele tempo algum "sir" tivesse aplicado atécnica do presunto, quem sabe a históriada Física e da Matemática pudessem ter tidooutro rumo.

(*) A(*) A(*) A(*) A(*) Advdvdvdvdvogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAogado da CAIXAno Rio de Janeirno Rio de Janeirno Rio de Janeirno Rio de Janeirno Rio de Janeiro/RJ.o/RJ.o/RJ.o/RJ.o/RJ.

Fevereiro | 2009 19

quando se apresentou vaga no JURIR/JoãoPessoa.

"Por fim, rapazes e moças, saibam queo que acima registro se constitui em ínfimafração das qualidades do seu avô Ricardo -a esta altura certamente conhecidas por to-dos que me leem - e foram firmadas com opropósito, também, de dizer-lhes que en-quanto tive a honra de com ele conviveraprendi, dentre tudo, ainda, a refletir quemesmo sabedores da efemeridade da nos-sa passagem por aqui, necessitamos apren-der... aprender... aprender. A propósito, so-bre o tema VIDA o avô de vocês construiuum pensamento que nos permite refletir con-tinuamente e corre o mundo ao lado de ou-tros grandes pensadores. Disse ele: "Viver éaprender a medida das coisas."

"Não esqueçam de viver. Aprendam amedida das coisas e orgulhem-se muito doseu ancestral.

"Sintam-se fraternalmente abraçados,"Leopoldo Viana Batista Júnior

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