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O ENSINO DO SAQUE NO VOLEIBOL A PARTIR DO MÉTODO DE ENSINO DA DESCOBERTA ORIENTADA
SCHERPINSKI Vilson José1
Pitanga/PR-CEP: 85 200 000 [email protected]
PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – SEED – SETI – UNICENTRO
Luis Carlos de Almeida Lemos
RESUMO
A disciplina de Educação Física passou ao longo da história por diversos períodos no que se refere à sua importância e eficácia, ou seja, por muitos anos esta prática foi considerada ineficiente para a educação, ficando níveis à baixo de matérias como Português, Matemática, História entre outras como Geografia, Ciências. Contudo, de acordo com experiências de diversos docentes da área de Educação Física, pode-se perceber que em dias mais modernos, ela tem sido muito reconhecida, pois beneficia não somente o intelecto dos alunos, mas o bem estar físico e corporal. Em outras palavras, muitos docentes apenas influenciavam a prática de esportes em quadra sem auxiliar os alunos quanto a correta posição e regras de jogo. Assim, partindo da necessidade que a Educação Física apresenta no que se refere aos métodos de ensino, é necessário apresentar o Método da Descoberta Orientada a fim de focalizar se o mesmo contribui para a aprendizagem dos alunos. Tomando como base de análise o saque por cima, pode-se perceber que entre os alunos, mesmo os iniciantes esta é a preferência, podendo associá-la à própria mídia que demonstra nos jogos os profissionais realizando este tipo de saque, o que por vezes não é ensinado na escola em determinadas séries, sendo utilizado em grande parte o saque chamado “por baixo”. Sendo assim é necessário estudar a eficácia do método, de modo que seja possível implantá-lo de maneira significativa. Deste modo, o artigo encontra-se dividido em subtítulos que tratam do histórico do voleibol, o voleibol na escola, o método da descoberta orientada e os benefícios da atividade física e do esporte como o voleibol, para a qualidade de vida.
Palavras-chave: Voleibol; Método da Descoberta Orientada; Saque por cima; Educação Física.
THE TEACHING OF VOLLEYBALL IN DRAWING FROM THE GUIDED
DISCOVERY TEACHING METHOD
ABSTRACT
The discipline of physical education passed throughout history by various periods as regards its importance and effectiveness, i.e. for many years, this practice was
1 Graduado pela Universidade Estadual de Londrina – UEL, Especialização em Educação Especial/Deficiência Mental FAFIJAN e em Pedagogia Escolar/Supervisão Escolar – FACINTER. 2 Orientador do Artigo apresentado ao PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional.
2
considered inefficient for education, getting to low levels of substances such as Portuguese, Mathematics, history, geography, science, amongst others as. However, according to various experiences of teachers of physical education, one can realize that in modern days, she has been widely recognized, because it benefits not only the intellect of students, but the physical well-being and body. In other words, many teachers only influenced the practice of sports on the Court without assist students regarding the correct position and game rules. Thus, starting from the need that physical education exposes as regards teaching methods, it is necessary to submit the Discovery Method Oriented to focus on whether it contributes to the students ' learning. Taking as a basis on which to analyse the sack on top, one can see that among the students, even the newbies this is the preference, and associate it with the media itself that demonstrates in this type of professionals performing drawing, which sometimes is not taught at school at series, being used to a large extent the sack called "underneath". Therefore it is necessary to study the effectiveness of the method, so you can deploy it in a meaningful way. Thus, the article is divided into subtitles that deal with the history of volleyball, volleyball in high school, guided discovery method and the benefits of physical activity and sport like volleyball, to the quality of life. Keywords: Volleyball; Guided Discovery method; By drawing up; Physical Education.
INTRODUÇÃO
O presente artigo tratará do ensino do saque do voleibol a partir do Método da
Descoberta Orientada, segundo Musska Mosston, em 1978.
Sendo assim, o artigo analisará, através de pesquisas tanto bibliográficas,
como de campo, no Colégio Estadual D. Pedro I – EFMPN, no município e NRE de
Pitanga/PR os alunos da 7ª série C evidenciando de que forma o Método da
Descoberta Orientada poderá contribuir para que os alunos no esporte do voleibol
desenvolvam o saque, uma vez que o voleibol é tido como um esporte
entusiasmante, e, portanto, digno de um grande número de alunos praticantes.
Logo, serão pesquisados níveis de desempenho dos alunos, bem como a eficácia de
determinado método no saque por cima.
Deste modo, o artigo verificará a eficácia do método de ensino da descoberta
orientada para o fundamento de saque no voleibol, identificando os níveis de
desempenho dos alunos no fundamento do saque na prática do voleibol; o Método
da Descoberta Orientada no saque por cima e a prática do voleibol, nas aulas,
através de uma maior participação dos educandos nas aulas de Educação Física.
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VOLEIBOL E A ESCOLA
O voleibol é um esporte que remonta o ano de 1895. Tem-se que nesta data
esta prática desportiva foi introduzida em Hollyke Massachusetts, E. U. A. pelo então
professor Willian C. Morgan.
Inicialmente foi apresentado, segundo a Confederação Brasileira de Voleibol –
CBV o voleibol com o nome de “minonette” e somente mais tarde foi denominado
voleibol por Halstead, pois o objetivo era atirar a bola de um lado para o outro por
cima de uma rede.
De acordo com a CBV, (1990) este esporte inicialmente era praticado por
homens de negócios e somente depois de algum tempo foi popularizado em outros
locais, bem como disponibilizado para a prática feminina.
Cita ainda a Confederação - CBV que com o passar dos anos o esporte foi se
expandindo passando a fazer parte de outros países como o Canadá que em 1900 o
adotou e teve muitos praticantes entre homens, mulheres e crianças. Em seguida,
foi a vez de Cuba, em 1905, Porto Rico em 1909, Filipinas em 1910, Uruguai em
1912 e China e Japão em 1913.
Posteriormente foi sendo divulgado por diversos lugares, onde era praticado
como esporte e lazer.
Segundo a Confederação - CBV (1990) os métodos e regras do esporte
desenvolveram-se de diversas maneiras nos diferentes países, bem como o estilo
de jogo, como é o caso do volei de praia, praticado em 1936 pela primeira vez em
Copacabana no Rio de Janeiro, onde era praticado por apenas dois homens em
quadra formando dois times com dois jogadores cada.
Com a sua divulgação pelo mundo teve como marco o primeiro campeonato
em Praga, Tchecoslováquia, em 1949, tendo aproximadamente dez países
participantes.
Desta forma, o voleibol ganhou no seu percurso, muita popularidade nos
países socialistas, onde o esporte ocupa lugar de destaque no que se refere à parte
de cultura física, sendo que atualmente, este esporte tem sido caracterizado, como:
“Um dos esportes mais populares e importantes do mundo [...] assim o voleibol mais
do que um esporte é altamente recreativo, é um jogo interessante, fácil de aprender
e interessante para ser praticado”. (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL,
1990, p. 1),
4
Pode-se acrescentar, além disso, que o volei, como é chamado
popularmente, proporciona motivação a equipe que o joga de modo que deixa um
jogo muito mais emocionante tanto para aqueles que assistem quanto para aqueles
que estão envolvidos no jogo, propriamente dito.
Salienta-se ainda que não é um esporte agressivo, pois não mantém contato
direto dos participantes, reduzindo desta forma, o risco de lesões.
Castellani Filho (2009) ensina que são muitas as qualidades desta
modalidade, pois pode ser praticado de diversas formas, em quadra fechada ou
aberta, no gramado, madeira, piso ou até mesmo na praia. Pode-se observar a
prática competitiva, o que exige maior habilidade entre os jogadores que deverão
desenvolver atividades pertinentes para se tornar um bom jogador, ou ser fonte de
relaxamento, sendo jogado entre amigos como mera distração.
Resta acrescentar a importância desta prática não somente como competição
e lazer, mas como atividade física nos ambientes escolares, onde os alunos possam
realizar o esporte e aprender teoricamente como se dá seus movimentos e sua
história.
Modernamente, segundo Castellani Filho (2009) a educação física surgiu da
necessidade social concreta. Assim, o autor analisa que a mesma sempre
desempenhou um papel significativo, pois trata-se de uma prática pedagógica. Além
disso, explica também que sua origem tem sido bastante discutida, pois cada
historiador costuma elucidar diferentes entendimentos à respeito dela.
No âmbito escolar, ela surge na Europa no final do século XVIII e início do
século XIX. “Esse é o tempo e o espaço da formação dos sistemas nacionais de
ensino, característicos da sociedade burguesa daquela época”. (CASTELLANI
FILHO, 2009, p. 50).
Conforme o autor, esse tempo e espaço, ou seja, entre o século XVIII e XIX,
constitui-se na Europa o palco da construção e consolidação de uma nova
sociedade, a sociedade capitalista, onde os exercícios físicos, bem como a
educação física, passaram a ter um papel destacado.
No Brasil, especificamente nas quatro primeiras décadas do século XX, foi
marcante no sistema educacional a influência de Métodos Ginásticos e da instituição
militar. Neste período, segundo Castellani Filho (2009), a educação física passou a
ser entendida como atividade exclusivamente prática, fato que contribuiu para não
diferenciá-la da instituição física militar.
5
Explica Marinho (1971) que nas décadas de 70 e 80 surgem os movimentos
renovadores na educação física, destacando-se a psicomotricidade com variantes
como a psicocinética que como contestação àquela por considerá-la ligada a uma
concepção dualista do homem. Deve-se citar também a fase humanista, que se
caracteriza pela presença de princípios filosóficos em torno do ser humano, sua
identidade e valor, tendo como fundamento os limites e interesses do homem.
Por fim, conforme Moraes (2011) essa influência do esporte no sistema
escolar tornou-se de tão grande magnitude que hoje não se costuma mais falar em
esporte da escola, mas esporte na escola.
O EXERCÍCIO FÍSICO E A PRÁTICA DO VOLEIBOL COMO QUALIDADE DE VIDA
Acredita-se, segundo Moraes (2011), que o exercício físico possa ser uma
das formas alternativas na melhoria da qualidade de vida, assim como, uma forma
de minimizar ou até mesmo prevenir muitas doenças melhorando, desta forma a
qualidade de vida das pessoas que a praticam.
São muitas as colaborações e conceitos sobre a história desta atividade,
realizada por diversos estudiosos, como Moraes (2011), Oliveira (2005) e Chaves
(1985), que traçam o perfil histórico da educação física. Moraes (2011) menciona
que tudo teve início quando o homem primitivo sentiu a necessidade de lutar, bem
como fugir ou até mesmo caçar primando assim, pela sua sobrevivência.
O mesmo autor ainda explica que a atividade física nasceu junto com o ser
humano, pois a partir do momento que este executa movimentos, ou seja, desde os
seus primeiros anos de vida, quando começa andar, correr, saltar, já realiza os
movimentos corporais básicos.
Com o passar dos anos, a educação física bem como suas atividades,
passaram a ganhar importância, inclusive no campo pedagógico, uma vez que foi
instituída a disciplina de Educação Física para as crianças (MORAES, 2001).
Assim, a educação física passou de mero esporte, onde não havia
metodologia por parte dos docentes quanto ao cuidado na prática dos esportes, se
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tornando importante em vários campos, tanto pedagógicos quanto de saúde e bem
estar dos alunos . (OLIVEIRA, 2005).
Neste sentido, pode-se ressaltar que a educação física, como um todo,
desempenha papel preponderante na vida dos indivíduos desde os primórdios e seu
campo de atuação além de ter se tornado vasto continua prolongando-se no
percurso da história.
Historicamente, a educação física é vista desde tempos muito longínquos.
Segundo Júnior (2011):
A história da Educação Física começa com os chineses, hindus, egípcios, persas e mesopotâmicos e com os gregos e romanos assume maior precisão em face de um conhecimento melhor das condições de sua civilização. A Idade Média é o período de obscuridade da Educação Física que ressurge com o movimento conhecido sob a denominação de Renascença. Os períodos moderno e contemporâneo são os mais ricos em informação.
Conforme explicita Júnior (2011), a prática do exercício constitui-se como algo
muito antigo partindo até mesmo da pré-história.
Neste período já era possível observar que os homens queriam e admiravam
a força, até mesmo por uma questão de sobrevivência, em uma época onde
sobrevivia aquele que tivesse mais força física, uma vez que a própria alimentação
dependia da habilidade da caça e a força era necessária para defender-se do
inimigo.
A necessidade de adquirirem força para a própria sobrevivência fazia com
que eles se tornassem resistentes para as eventuais lutas e batalhas que poderiam
acontecer. Assim, para alcançar a resistência, eram realizadas longas caminhadas e
marchas, velocidade nas corridas, precisão nos arremessos e força nos braços e
pernas, o que lhes garantiam extraordinário desenvolvimento muscular.
Segundo Júnior (2011), certamente também não houve uma ação teórico-
prática de crítica para tal fato, no sentido de desenvolver um corpo de conhecimento
científico que pudesse imprimir uma identidade pedagógica à educação física no
currículo escolar.
O VOLEIBOL NA ESCOLA
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O esporte no ambiente escolar tem sido praticado a bastante tempo. Assim,
as aulas antes meramente práticas com exercícios ginásticos passaram a ser
intercaladas com práticas de exercícios que serviam não somente como
condicionamento físico, mas como prática de atividades voltadas aos esportes
pensando em aprendizagem e revelando alguns alunos para o esporte propriamente
dito que seriam os treinamentos fora dos horários das aulas curriculares.
Não somente por esse motivo, a prática do esporte nas escolas foi um
importante instrumento de socialização, onde os alunos poderiam, entre si,
conversar e formar equipes. Oliveira (2005, p. 5) afirma que: “O contato de qualquer
pessoa com o mundo do esporte acontece desde muito cedo, ainda criança”.
Completando o raciocínio de Oliveira (2005), pode-se salientar que até
mesmo antes de adentrar no âmbito escolar, as crianças já vêm munidas de
conhecimento esportivo, ou seja, no próprio lar, ou até mesmo nas brincadeiras
entre os colegas e amigos de infância, as crianças já brincam de diferentes esportes,
criando suas regras e limitações.
Segundo a Confederação Brasileira de Voleibol (1990, p. 5):
O esporte, como prática social que institucionaliza temas lúdicos da cultura corporal, se projeta numa dimensão complexa de fenômenos que envolvem códigos, sentidos e significados da sociedade que o cria e o pratica. Por isso, deve ser analisado nos seus variados aspectos, para determinar a forma em que deve ser abordado pedagogicamente no sentido de esporte “da” escola e não como o esporte “na” escola.
Assim, o esporte na escola serve como instrumento não somente de
conhecimento, mas de prazer e melhor desempenho também na convivência com os
demais colegas.
Deste modo, o voleibol na escola deve ser diferente de uma instituição
esportiva, pois os alunos devem aprender teórica e praticamente como se dá o seu
desempenho e suas variações. Explica o Coletivo de Autores (1992, p. 71) que:
Na escola é preciso resgatar os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, defender o compromisso da solidariedade e respeito humano, a compreensão de que jogo se faz “a dois”, e de que é diferente jogar “com” o companheiro e jogar “contra” o adversário.
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Deste modo, nota-se segundo Oliveira (2005), a importância do profissional
da área de educação fisica, uma vez que este deve estar apto a incentivar o aluno
em relação às práticas desenvolvidas no ambiente de jogo.
Assim, ensinar a conviver deve ser trabalhado de modo que os educandos
possam até mesmo conviver melhor entre sí, podendo desenvolver outras técnicas,
como a organização e a convivência. Oliveira (2005, p.197) considera que:
Para que o esporte seja modificado é necessário enxergá-lo como instituição social que produz e reproduz um sistema de valores, mas é imprescindível afirmar a sua condição de produção humana, como algo passível de transformação, inclusive pela prática pedagógica.
Conforme explica Oliveira (2005), o voleibol, diferentemente de muitos outros
esportes é muito aconselhável na escola, pois proporciona uma série de elementos
considerados essenciais e não nocivos aos alunos.
Em Oliveira (2005, p. 89) encontramos:
O esporte, por ser uma prática muitas vezes coletiva, não representa perigo, pois na escola, é jogado de maneira amena, ou seja, evita o risco de lesões ou violências na enquanto jogado. Além disso, desperta o sentimento de equipe e competição, mas não cobra nenhum tipo de esforço cujo qual não possa ser alcançado pelos alunos.
Além disso, desempenha papel preponderante de organização, pois contribui
para a formação de jogadores responsáveis que mediante o jogo, tenham que
organizar-se para formarem de fato um time apto para ganhar do adversário.
Para Kunz (2004, p. 36):
Compreender o esporte nos seus múltiplos sentidos e significados para nele poder agir com liberdade e autonomia exige, além da capacidade objetiva de saber efetivamente praticar esporte, ainda, a capacidade da interação social e comunicativa.
Assim, de acordo com os ensinamentos de Kunz (2004), a partir do tema
voleibol no âmbito escolar, pode-se dizer que o mesmo visa promover a saúde e a
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educação através de hábitos saudáveis, com o objetivo de produzir uma sociedade
obediente nos costumes vigentes.
ESTILO DE ENSINO MUSKA MOSSTON
Segundo Weineck (1999), uma variedade de estratégias de ensino pode ser
utilizada, eficientemente, para desenvolver um determinado conteúdo.
Assim, é necessário que o professor esteja preparado para as situações que
encontrar no ambiente de ensino, podendo o mesmo ter a necessidade de
desenvolver diferentes metodologias.
Cada estratégia tem suas vantagens e desvantagens, dependendo da
situação específica da aula, conteúdo, objetivo, e do processo de ensino desejado.
Weineck (1999) explica que um critério importante na seleção da estratégia é
conhecer o processo, suas características inerentes e implicações para o
desenvolvimento da criança. Evidências de estudos sugerem que os professores
mais efetivos são aqueles que variam o ambiente de ensino e de aprendizagem.
Segundo Mosston (1982), os estilos de ensino são elementos fundamentais
na estruturação de estratégias de ensino.
Tais estilos ou elementos foram propostos originalmente por Muska Mosston
em 1978, com o objetivo de ampliar as possibilidades pedagógicas dos professores
e de enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, tanto para os professores
quanto para os alunos.
O autor do Método da Descoberta Orientada, Mosston, demonstrou que cada
estilo de ensino favorece o desenvolvimento dos alunos em um determinado
aspecto, denominados pelo autor de Canais de Desenvolvimento. Os principais
canais de desenvolvimento apontados por Mosston foram: “O Canal Físico, o Canal
Cognitivo, o Canal Emocional e o Canal Social”. (WEINECK, 1999, p. 52).
Weineck (1999, p. 55) cita ainda que Mosston demonstrou ao longo de sua
trajetória um trabalho de considerável impacto na Educação Física, descrevendo o
ensino visto através de constantes transformações e decisões:
Muska Mosston desenvolveu trabalho de considerável impacto na Educação Física, descreve o processo de ensino como uma cadeia constante de decisões a serem tomadas. Em qualquer área, os professores estão
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envolvidos em decisões sobre os objetivos, a organização da aula, o conteúdo, a avaliação e especificidades relacionadas ao ambiente, entre outros inúmeros fatores. Cada aula bem sucedida é desenvolvida a partir de um número de decisões que podem ser agrupadas em três categorias: 1. Pré-contato (preparação): Objetivos gerais Nível de habilidade; Número de alunos; Equipamento/material; Instalações/Local; Tempo; Atitudes gerais e antecipação do ambiente de ensino; Seleção da estratégia de ensino; estilo; padrão de organização; modo de comunicação; papel do professor; papel dos alunos; Conteúdo específico (quantidade e qualidade); Avaliação (estimativa). 2. Contato: Ajuste (condições climáticas, contratempos, etc.); Observação do comportamento; Ajuste do comportamento observado; Avaliação (em relação aos critérios) Feedback. 3. Pós-contato: (Reflexão); Avaliação da estratégia de ensino; Avaliação da performance dos alunos; Avaliação da performance do professor. (WEINECK, 1999, p. 55).
Entende-se, segundo Muska Mosston (1978), que não há um estilo de ensino
superior, ou melhor, devendo o professor saber combinar as diversas condições e
conteúdo com a variedade de estilos de ensino e padrões de organização para
produzir o melhor resultado.
Logo, o bom professor seria aquele que conhece um amplo repertório de
metodologias e não teme em combiná-los e modificá-los de acordo com as
necessidades.
O estilo de ensino baseado em descoberta orientada tem como característica
o apelo ao domínio cognitivo do aluno de forma predominante.
Neste sentido, o aluno é solicitado a pensar. Para tanto, a cada momento o
professor elabora questões e desafios.
Segundo Faria Júnior, Correa e Bresslane (1987, p. 89), esse estilo de ensino
é normalmente utilizado para:
a) Recordar informações e conhecimentos ou habilidades psicomotoras; b) Servir de elemento incentivador, de modo a estimular a motivação dos alunos; c) Estimular a reflexão e dirigir o raciocínio do aluno; d) Ajudar a efetuar avaliações e retificações da aprendizagem; e) Introduzir novos conhecimentos.
No voleibol, em especial, em um dado momento, o professor deseja que os
alunos executem a manchete de acordo com um modelo, o que pode levar o
emprego dos estilos de comando ou prático, ou visar que o aluno receba um
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feedback imediato sobre seu desempenho nas habilidades, o que provavelmente
levará ao uso do estilo recíproco.
No entanto, às vezes, de acordo com Weineck (1999, p. 57) o professor
poderá fazer com que os alunos descubram os princípios de força e os ângulos
aplicados no saque, então o estilo de descoberta deverá ser o método mais
indicado. Caso queira enfatizar a flexibilidade dentro do conteúdo, pode-se solicitar
que o aluno descubra diferentes formas de executar uma habilidade.
Explica ainda Weineck (1999) que depois de ter ensinado os elementos
básicos do saque, o professor deverá solicitar ao aluno que descubra diferentes
formas de sacar sobre a rede; então o estilo de produção divergente é o mais
adequado.
Assim, os objetivos dos domínios de aprendizagem psicomotor, cognitivo e
social, podem ser alcançados utilizando-se os dois estilos de ensino, ou seja, o
reprodutivo e o produtivo.
MATERIAIS E MÉTODOS
Segundo Ariés (2003), a metodologia é uma dimensão importante do
processo de investigação. Neste sentido, ela é utilizada com o objetivo de analisar
dados concretos, dando respostas às perguntas de investigação.
Sendo assim, para toda e qualquer investigação é necessário um método
para direcionar a pesquisa rumo ao objetivo pretendido, possibilitando a progressão
e consequente conhecimento acerca dos dados.
Em outras palavras, o método é o caminho para chegar a um fim. Bakthin
(2005) explica que:
Os métodos de investigação são um procedimento ou um conjunto de procedimentos que servem de instrumento para alcançar os fins da investigação. A maioria dos métodos de investigação, são descritivos, tentam descobrir e interpretar a realidade. A investigação descritiva preocupa-se com as condições ou relações que existem, com as práticas que prevalecem, com as crenças, pontos de vista ou atitudes que se mantêm, com os processos em desenvolvimento, com os efeitos que se sentem ou com as tendências que se desenvolvem. (BAKTHIN, 2005, p. 78).
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Neste sentido, para embasar a pesquisa foi usada a pesquisa bibliográfica e
de campo, onde a primeira contou com diversas obras e a segunda fez a recolha de
dados que foi realizada no Colégio Estadual D. Pedro I – E. F. M. P. N, Núcleo
Regional de Pitanga/PR, com alunos da 7ª série C.
Os alunos foram investigados num total de 12 aulas, onde o professor
ensinou as práticas do saque por cima do voleibol. Ao final destas aulas foi
distribuído um questionário com testes, os quais foram respondidos pelos alunos e
entregues ao professor, para análise.
Ainda sobre o método de estudo, pode-se citar Severino (2004), o qual
menciona que o interesse e a curiosidade vindos do homem são fatores primordiais
para investigar a realidade dos aspectos mais diversificados.
Assim, cada tipo de pesquisa possui suas particularidades. Explica Severino
(2004) que:
Na pesquisa pura ou básica, o pesquisador tem como meta o saber buscando satisfazer a uma necessidade intelectual pelo conhecimento. Já na pesquisa aplicada, o investigador é movido pela necessidade de contribuir para fins práticos mais ou menos imediatos, buscando soluções para problemas concretos. (SEVERINO, 2004, p. 78).
Deste modo, a pesquisa além de ser bibliográfica, ou seja, aquela que
procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em
documentos, de campo, isto é, a investigação dos alunos na prática, será
exploratória explicada por Severino (2004) como:
O estudo exploratório, designado por alguns autores como pesquisa quase científica ou não científica é, normalmente, o passo inicial no processo de pesquisa pela experiência e um auxílio que traz a formulação de hipóteses significativas para posteriores pesquisas. (SEVERINO, 2004, p. 89).
Estes estudos exploratórios contribuíram para uma familiarização com o
fenômeno descobrindo novas idéias. Ainda, pode-se dizer que este realizou
descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre os
elementos componentes da mesma.
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ANÁLISE DE DADOS
A pesquisa foi realizada junto ao Colégio Estadual D. Pedro I com 28 (vinte e
oito) alunos da 7º série “C”. A pesquisa teve como objetivo enfatizar o Método da
Descoberta Orientada de Moska Mosston, a qual enfatiza a necessidade de recordar
aos alunos informações conhecimentos ou habilidades psicomotoras, além de servir
de elemento incentivador de modo a estimular a motivação dos alunos, fator
principal deste método.
Assim, entende-se que principalmente no Voleibol, quando o professor deseja
que os alunos executem um tipo de movimento é necessário que ele intervenha
fazendo as modificações necessárias e acompanhando para que soa mesmos
possam aprender o jogo se utilizando do que já sabem e apenas aprimorando os
seus conhecimentos.
Com base no questionário proposto, a primeira pergunta foi em relação ao
gosto dos educandos pelas aulas de Educação Física. Dos entrevistados, foi
unânime o gosto pela disciplina sendo que os mesmos acrescentaram que não
faltam nas aulas e gostariam que houvesse no colégio mais jogos entre as salas e
também entre os demais colégios da cidade.
A segunda pergunta foi em relação ao que mais gostam nas aulas de
Educação Física. Vinte e dois dos entrevistados responderam que adoram os jogos,
quatro responderam que gostam das brincadeiras e dois dos exercícios.
A terceira pergunta foi em relação à aprendizagem dos jogos, ou seja, como
os alunos aprendem mais, se com o auxílio dos professores ou dos colegas que já
detém o saber das regras que envolvem os jogos. Somente quatro alunos
mencionaram aprender com os colegas, devido ter mais afinidades com os mesmos,
e serem um pouco tímidos com o professor. Os demais mencionaram que gostam
das intervenções do professor e que isso os ajuda a aprender de maneira eficaz.
Foi indagada na quarta questão se os mesmos gostavam especificamente do
jogo de Voleibol, sendo também unânime as respostas que sim, ou seja, que gostam
de jogar esta modalidade de jogo e os jogam não só na escola, mas em casa nas
brincadeiras que promovem entre os amigos.
A quinta e última pergunta foi em relação a aprender a parte técnica do jogo
de voleibol, bem como os movimentos do jogo. Deste questionamento, apenas
quatro responderam que gostariam, mas têm medo de não aprenderem o jogo.
14
Outros vinte e quatro alunos responderam que gostariam que o professor fizesse as
intervenções nos jogos e os ensinasse para que pudessem realizar torneios e
campeonatos do jogo aprendido.
Assim, pode-se perceber que muitos alunos apresentam-se tímidos frente à
aprendizagem sendo necessário que o professor se torne um mediador do ensino e
ao mesmo tempo um motivador, ajudando os alunos a aprenderem e
conseqüentemente gostarem do jogo de Voleibol.
Em relação ao saque por cima, um dos movimentos básicos do jogo de Vôlei,
foi aos poucos sendo aprendido pelos educandos e os mesmos puderam aos
poucos aprimorarem seus talentos, aperfeiçoando a aprendizagem repassada pelo
professor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se perceber diante da pesquisa que muitos alunos precisam da figura
do professor como mediador do ensino e também como incentivador da prática do
esporte, principalmente do jogo de Voleibol, esporte muito freqüente na vida dos
educandos tanto no colégio, como opção de brincadeira em casa.
Pode-se perceber que o Voleibol é muito jogado pelos alunos e os mesmos
apreciam o jogo. No entanto, poucos dominam as técnicas e movimentos adequados
para jogar sendo necessária a intervenção do professor para o ensino.
Por fim, resta dizer que baseados no Método da Descoberta Orientada foi
possível fazer com que os alunos aprendessem e principalmente participassem mais
ativamente uns com os outros e todos com o jogo, havendo assim, a interação e a
motivação em quadra.
Assim, os objetivos dos domínios de aprendizagem psicomotor, cognitivo e
social, puderam ser alcançados utilizando-se os dois estilos de ensino, ou seja, o
reprodutivo e o produtivo.
REFERÊNCIAS
ARIÈS, P. História da vida privada: da renascença ao século das luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
15
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. México: Siglo XX, 2005. CASTELLANI FILHO, Lino. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 2009. CHAVES, R. S. O treinamento, a especialização e a competição para crianças. Revista Sprint. Rio de Janeiro, 1985. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL. Manual do treinador. Rio de Janeiro: Despostivas, 1990. FARIAS JÚNIOR. Alfredo. Estilos de ensino segundo Mosston. Disponível em: <http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:3w4UZflavtUJ:vsites.unb.br/fef/downloads/ronaldo/estilos_de_ensino.doc+o+que+%C3%A9+m%C3%A9todo+descoberta+orientada&hl=pt-YO3i4bo0AyR0vDzBJF3QFM02FSJamFyj12q6Bmc-dttaA>. Acesso em 20 de Mar de 2011. FARIAS JUNIOR, A. G.; CORREA, E. S.; BRESSLANE, R. S. Prática de ensino em educação física, estágio supervisionado. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987. JÚNIOR, Walace. Educação física, esporte e lazer. Disponível em: <http://educacaofisicaprfwalace.blogspot.com/2009/01/histria-da-educao-fsica-parte-01.html>. Acesso em 8 de fev. de 2011.
MARINHO, Inezil Penna. Educação física, recreação e jogos. 2.ed. rev. ampl. São Paulo: Ed. J. Konfino, 1971. MORAES, Luiz Carlos de. História da educação física. Disponível em: <http://www.cdof.com.br/historia.htm>. Acesso em 6 de Mar de 2011. OLIVEIRA, Sávio Assis de. Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica. 2. ed. São Paulo: Autores Associados, 2005. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo, Cortez, 2004. WEINECK, J. Treinamento ideal: instruções técnicas sobre o desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. São Paulo: Editora Manole, 1999.
16
ANEXOS
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QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS DA 7º SÉRIE “C” DO COLÉGIO ESTADUAL D. PEDRO I
1 Você gosta das aulas de Educação Física? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes 2 O que mais você gosta nas aulas de Educação Física? ( ) Jogos ( ) Brincadeiras ( ) Exercícios 3 Como você aprende melhor os jogos? ( ) Com os ensinamentos dos professores ( ) Com o auxílio dos colegas 4 Você gosta do jogo de Voleibol? ( ) Sim ( ) Não 5 Você gostaria de aprender a parte técnica do jogo de Voleibol, bem como os movimentos certos de jogo? ( ) Sim ( ) Não