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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009...2009/2011, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná,em que suas possibilidades pedagógicas propostas nesta intervenção, destacam a multidisciplinaridade

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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CAMINHADAS HISTÓRICAS:UMA PERSPECTIVA MULTIDISICPLINAR A

PARTIR DA EDUCAÇÃO FÍSICA.

PROFª MÔNICA SYRINO CORDEIRO

Profª da Rede Publica de Ensino do Paraná - Pinhais

PROFª Drª LILIANA MENDONÇA PORTO

Universidade Federal do Paraná - UFPR

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo,descrever atividades de interação,

através da prática educativa corporal,em caminhadas histórico-culturais,utilizando-se

de conceitos básicos da caminhada na natureza.

Os caminhos históricos da Região Metropolitana de Curitiba,são praticas

que se distanciam do ensino maçante, desestimulante, repetitivo que muitas vezes

não sai do quadrado vôlei,basquete,handebol e futsal, ou ainda em aulas em

ambientes fechados onde o alunado fica horas escutando o professor falar do

conteúdo proposto para aquele determinado dia de aula.

Considerar o aprendizado trazido pelo aluno para a escola e desenvolver

reflexões sistemáticas sobre essas práticas num contexto multidisciplinar torna-se

um desafio neste trabalho,que sugere as caminhadas na natureza, com estratégia

potencial de articulação com as demais áreas dos saberes.

Palavra-chave: Educação Física; multidisciplinaridade; corporeidade; trilhas

históricas.

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INTRODUÇÃO

Este artigo faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional- PDE-

2009/2011, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná,em que suas

possibilidades pedagógicas propostas nesta intervenção, destacam a

multidisciplinaridade pela prática corporal,valorizando as atividades trazidas pelo

aluno corporalmente de fora do muro da escola, para dentro do espaço escolar.

Pensar disciplinas escolares como a base do conhecimento indicam a limitação

desta perspectiva,quando pensamos no aluno em sua integralidade,considerando

que o mesmo no cotidiano tem acesso ao aprendizado informal, que passa pelo

aluno de forma lúdica ,sem uma sistematização,que interligue as caminhadas e os

conhecimentos vinculando as demais áreas do saber.

A dualidade corpo-mente, firmou-se, ao longo do tempo como base do

tratamento da cultura corporal dentro da escola: aulas padronizadas e pautadas na

repetição de movimentos, trazem uma herança tecnicista, deixando a cultura

corporal do movimento banalizada ,o que nos remete a propor, neste projeto

práticas de intervenção através das quais, o individuo possa valorizar sua cultura

corporal a partir da sua vivência motora,lúdica.

Produzir um material de apoio pedagógico, visando interligação entre as

áreas do saber, sugerimos a inclusão das trilhas pedagógico-educativas nos

planejamentos de aulas,bem como na proposta político pedagógica da escola.

A elaboração de rotas e expedições em trilhas com contexto histórico-sócio-

cultural e ambiental possibilitam ao aluno o gosto pelas caminhadas na natureza,

com significados multidisciplinares, apontando o caminhar e as caminhadas na

natureza não como competição – questionando um modelo, onde o tempo,recordes,

do percurso,planilhas de controle são mais importante e chegar primeiro passa a ser

prioridade.

Propomos um caminhar com sentido educativo pedagógico, acerca das rotas

escolhidas. A preocupação em estimular o lúdico, o prazer em conhecer o

corpo,reconhecer suas possibilidades e seus limites,com múltiplos olhares

pedagógicos e sistematizá-los dentro espaço escolar, passa a ser um desafio.

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Ainda nesta proposta trataremos de trilhas distintas dentro da Região

Metropolitana de Curitiba historicamente registrada, com uma rota ainda não inclusa

nos registros formais das instituições competentes, como museus, secretaria de

turismo e esportes.

O cuidado ao tratar o ambiente sócio-histórico-cultural e preservá-lo passa a

fazer parte de caminhar esportivo pedagógico. Nestes espaços voltamos no tempo,

vivenciamos as trilhas, passando por elas e não competindo dentro dela.

O caminhar multidisciplinar pode sugerir ao alunado, uma autonomia na

busca pelo conhecimento,percebê-los, senti-los no contato direto com a natureza,e

suas faces,no trato da consciência corporal onde buscamos nos posicionar melhor

para caminhar com mais qualidade,o que de acordo com ESCOBAR,(1995:)

cultura implica apreender o processo de transformação do mundo natural a partir dos modos históricos da existência real dos homens nas suas rela-ções na sociedade e com a natureza:( 93.)

Antes de tudo o aluno aprende que faz parte do ambiente, natural e histórico

e que seu corpo é a história, a natureza por onde ele irá caminhar, com estas possi-

bilidades que direcionamos o trabalho nesta temática de intervenção.

A compreensão do que o aluno esteve vivenciando nestas rotas foi a preocu-

pação maior, sendo que estes hábitos não fazem parte do cotidiano, nem do plane-

jamento das aulas em vigência.

DESENVOLVIMENTO

CAMINHADAS HISTÓRICA E APRENDIZADO CORPORAL.

As caminhadas foram atividades significativas no contexto do atual Paraná ou

seja no período pré-colonial – garantindo a caça,pesca e coletas indígenas – ou

posteriormente,através dos caminhos abertos por tropeiros e exploradores no trecho

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que liga a planície ao planalto Paranaense,conhecido como Caminho do Itupava.

O homem historicamente sempre caminhou: para buscar alimentos para

locomover-se, banhar-se, entre outras necessidades. Os índios Carijós que vivam e

circulavam na Serra da Graciosa no trecho que liga a planície ao planalto

Paranaense,conhecido como Caminho do Itupava eram seguidos por mineradores e

caçadores de índios que por sua vez fugiam de caçadores. (FAGNANI 2006 :30).

Numa realidade mais tecnicista e positivista ainda temos nas raízes

higiênicas,um movimento das massas no Brasil a famosa EPT (esporte para todos) 1, foi instalada que tinha como propósito todos caminharem para promoção da

saúde, do bem estar, enquanto outras formas de caminhadas tomavam o

caminho,político com o nascimento de lideranças populares em caminhadas pela

democracia,pela liberdade de expressão.

Os dois estilos de caminhadas eram distintas: uma que educava o corpo e

outra educava pelo corpo, mas cada uma com sua simbologia que ainda perdura

pelos nossos dias.

Na Educação do corpo,destacamos as repetições,exaustões de trabalho

físico,como por exemplo a esportivização encontrada na escola, sendo exemplos:

como repetir corridas para aumentar resistência cardiorrespiratória, resistência

muscular ,onde o corpo que temos na escola deve ser colocado a serviço interesse

dos clubes esportivos,e os não escolhidos ficam excluídos da condição de

atleta,deixam de lado os movimentos corporais,pois aprendem que se o rendimento

do corpo não for de um atleta ele não pode praticar atividade física.

Na Educação pelo corpo, o mundo é explorado, conhecido pelo indivíduo

através de seu corpo, onde progressivamente ele vai decifrando códigos que a

sociedade lhe traz,e ampliando o leque de possibilidades contidas neste corpo.

É muito comum nos caminhos históricos, ambientais, rotas turísticas na

Região Metropolitana de Curitiba, observarmos a prática do lazer com perfil de

competição,ou simplesmente pelo lazer desenfreado e descabido.Os praticantes em

sua maioria são amantes do esporte e da natureza, mas pouco conhecem a relação

1 O “Esporte para Todos”, chegou ao Brasil pela carta européia e tornou-se a lei 6251/75 iniciando

um mega evento com 196 mídias envolvidas entre jornais,rádios e tv, 35 mil

voluntários,caracterizou- se pelo esporte informal e técnico principalmente com as caminhadas que

foram motivadas como atividade de mais adeptos .

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com o legado histórico multidisciplinar que observamos em seus trajetos. Muitos

agridem a natureza fazendo fogueiras em locais proibidos, deixando lixos pelo

caminho, abrindo atalhos como complicador do impacto mínimo ambiental,deixando

garrafas pelas trilhas, além da ingestão de bebida alcoólica que traz malefícios

corporais,psicológicos, e pode causar acidentes.

O que propomos neste trabalho é levantar novos olhos para esta prática,

perceber o espaço, entender os sentidos, relacionar o corpo com os aspectos sócio-

histórico-culturais, motivando o rompimento da vivência corporal dicotômica,

buscando um olhar sobre o homem como unidade, reescrevendo sua relação com o

meio e estes espaços, e trazendo da antropologia o princípio da alteridade no campo

da cultura corporal, tão pensado e discutido na escola em nosso tempo.

Propomos caminhadas sem tempo ou recordes, afinal o importante é passar

pelo percurso, perceber, vivenciar, descobrir. Ninguém vai ser atleta, bater recordes

ou vencer os colegas não faz parte do propósito, mas o troféu é chegar ao final de

cada trilha,incorporando parte do conhecimento que ela traz como possível.

AS PRÁTICAS CORPORAIS DENTRO E FORA DO ESPAÇO ESCOLAR,E

A PRESENÇA DA DICOTOMIA CORPO-MENTE.

As práticas corporais, na escola se dão geralmente dentro da quadras,em frente

à cantina, estacionamento ou na própria sala de aula,criando assim um conceito

que só se podem exercer práticas corporais dentro destes espaços,como de acordo

com as DCES,(2008)

A pratica pedagógica da Educação Física não deve limitar-se ao fazer

corporal,isto é,ao aprendizado única e exclusivamente das habilidades

físicas,motoras,destrezas,táticas de jogo e regras(:63)

A prática da atividade física e a expressão corporal ficam fora dos planos do

aprendizado, e o aprendizado do corpo toma proporção ampla enquanto a

aprendizagem pelo corpo se resume a atividades isoladas e esporádicas. A

perspectiva corpo e mente é a todo o momento reforçado, quando dentro do espaço

escolar: a mente tem grande relevância e o corpo é ignorado,assim se o corpo

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reage querendo ir ao banheiro, o mesmo só poderá fazer necessidades quando ao

toque do recreio,ou se a boa vontade e entendimento do mestre

permitirem,caracterizando que o mestre tem as direções e o poder para condução

das atitudes na escola,que de acordo com Foucault(2009)

O treinamento das escolares deve ser feito da mesma maneira: poucas palavras, nenhuma explicação, no máximo um silêncio total que só seria interrompido sinais, sinos, palmas gestos, simples olhar do mestre, ou ainda aquele pequeno aparelho de madeira que os irmãos as escolas cristãs usarem; era chamado por excelência o sinal e devia significar em sua brevidade maquinal ao mesmo tempo a técnica do comando e a moral da obediência”:( 160.)

Ainda encontrarmos escolas, onde palmatórias se mostram pela simbologia

das atitudes, onde para sair da sala de aula e entrar nas aulas o critério é a fila

indiana, como se esta prática de controle sobre os indivíduos e a disciplina total do

silêncio, o levassem a atender as formas que o poder pedagógico em vigência

propõe,como se o silêncio e o não questionamento determinassem um aprendizado

com significados. De acordo com Foucault (2009),nos ajuda a compreender esta

dinâmica novamente:

O corpo é colocado num sistema de coação e privação, e de obrigações de intermediários. O sofrimento físico,a dor do corpo e não mais os elementos constitutivos da pena:(16)

A disciplina e a punição ainda perduram como uma referência de formação do

individuo e como meta no aprendizado do escolar. O professor fala e o aluno escuta.

Como professor me arrepia quando o alunado de 5ª serie não pode virar-se para os

lados, perguntar, questionar, em seu tempo de raciocínio, e precisa que as

professoras permitam que suas angustias, duvidasse expressem fora deste tempo.

Durante a explicação faz-se silêncio, assim o corpo obedece de forma silenciosa

sem reclamar ou questionar, pois quando se questiona, não é dado o

direcionamento correto para essas atitudes, são excluídos e punidos, e a obediência

das regras propostas pelos regimentos escolares, conselhos escolares e poderes

superiores,prevalecem sobre a individualidade peculiar de cada sujeito.

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O corpo na escola através dos tempos tem sido tratado como um fragmento

do individuo, como se o intelecto fosse importante para o homem e o corpo fosse

uma base de sustentação do mesmo, um corpo que atualmente é tratado como

problemático indisciplinado que atrapalha o bom andamento das aulas, que dispersa

a mente do que realmente na visão majoritária na educação é essencial ao individuo

e a sua formação.

METODOLOGIA

A ESCOLHA DA ROTAS PARA EXPEDIÇÃO PEDAGÓGICA.

A forma didática escolhida para ilustrar as atividades com os alunos foi o uso

de slides, vídeos curtos e fotos pensando que a apresentação visual além da beleza

local, remeteria os alunos a relembrar aprendizados em sala de aula e associá-los

com as observações históricas feitas nestes locais além de fauna,flora,abertura do

caminho e suas características históricas ,desmistificar o conceito que só bens

preparados fisicamente podem ter o prazer de caminhar por estes espaços.

Apresentamos caminhos históricos como Caminho Lapa, com ampla riqueza

sócio histórico, com características tropeiras, onde tem seu marco pela revolução

Federalista. cultural, e ambiental,aberto no século XVII,com possibilidades

pedagógicas multidisciplinares ampla em trilha compacta bem preservada.

Como cada sala de aula normalmente tem 40 alunos decidimos por Rotas

que a Capacidade de Suporte de trilha fosse, compatível com o numero de alunos,

de cada sala de aula.

No que se refere às buscas teóricas, um levantamento bibliográfico que

abordasse as mais diversas rotas de trilhas na Região Metropolitana de

Curitiba,sendo realizada bem como pesquisa bibliográfica e de campo na coleta de

informações a cerca das mais variadas rotas. Nas Secretarias de Esportes, Turismo

e meio-ambiente, entre os competidores de trekking, empresas de turismo e

moradores locais,estas se mostram as coletas mais importantes.

Um fichamento bibliográfico, e com entrevistas, anotações que pudessem

contribuir como base na elaboração da temática das trilhas histórico-naturais,suas

expedições, de cada uma das rotas.

Após a coleta das informações necessárias para produzir um material didático

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de apoio a implantação do projeto, com significados, com sensações de

calor,frio,vento,chuva na natureza,com sentimentos remontados a partir dos

caminhos feitos por indígenas, escravos, uma sensibilização feita pensando em

como este corpo era crucificado,massacrado pelo trabalho corporal penoso.

As trilhas foram pensadas, como atividade nas normas de segurança,sem

que os alunos corressem o risco de sofrer acidentes como quedas,fraturas,e

síndrome de mal da montanha – mau estar e tontura - ,para isso buscamos

informações para normas de segurança e qualidade nas caminhadas,como por

exemplo usar adequadamente vestimenta,mochila,hidratação,forma de pisar nas

pedras, caminhar nas trilhas compactadas,conduta consciente em espaço histórico-

sócio-ambientais,capacidade de suporte de trilha.

• Aqui destacaremos sugestões ao leitor deste artigo, sobre passos importantes

para a escolha das rotas:

• Procurar em sites e guias as rotas desejadas e depoimentos de pessoas que

já fizeram o percurso. Colher informações com grupos de amigos, que já

tenham feito.

• Buscar informações sobre o local com moradores antigos, ouvi-los conhecer

o que o lugar representa historicamente e socialmente em suas vivências, nos

museus e saberes da sua história.

• Procurar saber o máximo de informações gerais sobre o local, fauna, flora,

fotos tempo de percurso grau de dificuldade, referencial geográfica.

Devemos lembrar que ser atleta, bater recordes e chegar primeiro que

os outros são as únicas coisas que não nos interessa, o importante é chegar

ao fim da trilha respeitando a condição física de cada um.Fazer um check list

das coisas a serem levadas e organizadas, afinal não é tão simples

organizar, mochilas, vestimentas, primeiros socorros, fogareiros, alimentos,

aquecimento e alongamento.

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ROTAS SUGERIDAS E OS ALUNOS ENVOLVIDOS.

A participação do número máximo de alunos possíveis, incluídos no projeto,

foi uma preocupação didático-metodológicas.O publico alvo foram 105 alunos

matriculados nas 6 séries B,C,D- faixa etária de 10 a 14 anos- do Colégio Estadual

Amyntas de Barros,no Município de Pinhais,Região Metropolitana de Curitiba.

As expedições foram feitas no período de agosto a dezembro de 2010. A

opção foi por envolver todas as turmas de 6ª série da escola,onde todos os alunos

pudessem, ao menos uma vez, passar por uma das trilhas.

Foram feitas 05 expedições cada uma delas contando com 40 alunos,mas

aqui destacaremos as menos conhecidas na região.

ROTA Nº1: RESERVA DO CARVALHO, Município de Piraquara ,conhecido

como Marco Zero do Saneamento do Paraná.( três expedições)

ROTA Nº2 CASA DE PEDRA, Serra da Graciosa, propriedade da Família

Garbers,( uma expedição)

ROTA Nº3: CAMINHO DO ITUPAVA, Borda do Campo até Casa do Ipiranga,

( uma expedição).

PASSO-A-PASSO

O primeiro passo antes de ir para a pratica pedagógica,foi fazer um

questionário investigativo sobre as condições de saúde de cada participante, além

de um termo de compromisso entre pais,escola e professora e responsável. O

Termo mostra uma interatividade para conhecimento dos responsáveis da prática

desenvolvida.

Fomos pessoalmente verificar as medidas de cada trilha,utilizamos do GPS

de mão e do GPS automotivo. Esclareceremos os motivos que nos levou a este

método. Primeiro, no GPS do Carro, temos uma noção de como se locomover da

cidade,ou da escola onde nos encontramos(Pinhais),afinal não são todos que

podem ir de carro,e existem outros transportes alternativos,como ônibus,vans,e

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bicicletas.

Já o GPS de mão, nos deu as coordenadas cardeais, dentro do espaço que

escolhemos para fazer a trilha, medidas exatas da trilha, níveis de altitude do mar, e

além de um mapa de rota descrito a cada expedição,desta maneira foi possível

classificar qual grupo se identificaria,com mais ou menos dificuldades com relação

ao percurso por nós programado.

O Segundo passo foi verificar sugerir e abrir espaço as mais diversas áreas

do saber e propor interligações, com às mais diversas áreas como

fauna,flora,erosão,impacto no suporte de trilha,dificuldade muscular,classificação

anaeróbia ou anaeróbia,e grupos musculares mais exigidos no percurso,além do

nível de hidratação de cada expedição,e contexto histórico presente em cada uma

delas.

Em uma aula feita previamente com os alunos em um campo aberto ,em

frente ao Colégio Estadual Amyntas de Barros,fizemos uma simulação de conduta

consciente e princípios de primeiros socorros em trilhas.

Caminhar nestes espaços não é simplesmente colocar o pé na trilha, e fazer o

percurso,cada trilha tem uma conduta de preservação,e cada uma delas tem suas

características próprias, então sugerimos a seguir algumas atitudes já estabelecidas

que são comuns em todas elas:

• O grupo deve ser pequeno no máximo 15 pessoas,aconselha-se a todos:

• Manter-se em trilhas abertas sem usar atalhos, e nem criar novas trilhas, esta

é uma atitude aumenta a erosão, além de trazer risco para o grupo,como por

exemplo ,se perder na expedição,ser atacado por animais,ou mesmo quedas

e fraturas.

• Animais, ferros antigos, plantas de rara beleza, sementes, raízes fazem parte

da história de preservação do ambiente, admire, mas não traga para casa.

• Leve seu alimento e não esqueça, traga as embalagens vazias, deixe tudo

como você encontrou.

• Apresentar as condutas básicas para pratica da caminhada na natureza, e

descrever que existe diferenças importantíssimas, entre o trekking, a corrida

de aventura e o proposto pedagógico neste trabalho,foi fundamental para que

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o alunado percebe que seu corpo fala,reclama, portanto caminhar cada um a

seu tempo.

• Este processo é significativo e saber diferenciar as atividades propostas aqui,

com as propostas em revistas e na mídia,ou em experiências com trekking é

a ação metodológica a ser atingida.

ROTA: RESERVA DO CARVALHO(Piraquara)

COMO CHEGAR LÁ

Partindo do Carrefour Pinhais são 10.600m até a Barragem do CAYUGUAVA,

a partir de onde há mais 2.300m de subida pouco íngreme de uma estrada mal

conservada. A parir deste ponto chegamos à casa dos operários da Obra do

Saneamento de 1905. Lá é possível encontrar o processo de restauração das casas

e ruínas das casas dos operários.

A partir deste ponto, observamos o sul o Morro do Canal e Morro do Vigia

(locais para realização de trilhas, são locais muito íngremes, que num primeiro

momento para um contexto pedagógico de 10 a 12 anos, em que não foi possível

planejar uma expedição,nesta etapa mas que posteriormente será viabilizada.

Nossa meta era caminhar cerca de 2.000m (ida) e chegar ao grande

Reservatório do Carvalho,onde ali são recebidas de 16 caixas coletoras,que

abastecem o reservatório. Cada caixa coletora é uma trilha e nós optamos pela

sugestão dos gestores do centro,além da caminha de 2000 m de ida,mais duas

trilhas uma de 1600m,conhecida como trilha da Chaminé e outra de 800m,

conhecida como trilha do Salto que somando ida e volta são aproximadamente

9.600m de uma caminhada cheia de prazer,de observação. Uma parada de

sensibilização para escutar o barulho das águas,onde encontramos nascentes que

formam o Iguaçu,durante um minuto, sentimos seu som,seu cheiro além do prazer

de beber água em uma das da nascente.

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A TRILHA DA CHAMINÉ

Os aspectos ambientais contam com briófitas, pteridófitos, orquídeas. O

calçamento feito com pedriscos restaurado, e antes era solo compacto com valas de

erosão. Esta trilha chega na Chaminé, que encontra no meio da Grande Represa e

tem 1600 m de extensão, a conservação é de excelente estado. Ao alto verificamos

uma torre grande de 30m de altura bem no meio da Barragem de Piraquara, muitos

se enganam e as confundem com uma olaria, mas na verdade é a chaminé da

máquina que bombeava água de 1925 a 1945,para a grande Curitiba.

A caminhada é suave em pedriscos, mas com ampla possibilidade de

articulação histórica e ambiental.

TRILHA DO SALTO

O início da trilha fica na Casa Amarela, construída em 1905, onde ficava o

escritório da Companhia Paulista de Melhoramentos de São Paulo, empresa

responsável pela obra do Saneamento. É a única caixa que, não vai para o

Reservatório do Carvalho, mas que por sua vez se interligava as outras e que

abasteciam o Carvalho. Esta trilha tem 800m.

A unidade ainda conta com um museu de peças e instrumentos de caças,

apreendidas, que expõe também espécies da flora local entre outras curiosidades.

A Rota do Carvalho, é o Marco Zero do Saneamento no Paraná, antes de

levar alunos de 10 a 12 anos, medimos a trilha, observamos fauna, flora, trabalho

muscular exigido, e fizemos um diagnóstico biomecânico do movimento corporal,

aferição cardíaca para classificação da condição cardiorrespiratória,e também

levantamos aspecto históricos e geológicos possibilidades multidisciplinares.

Nossa opção por caminhar neste belo espaço do marco Zero do Saneamento

do Paraná, nos fez limitar o tempo e a distância deste percurso e transformá-lo em

pedagógico,então sugerimos a descrição abaixo para alunos acima de 10 anos.

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REFERÊNCIAS ESPORTIVAS PARA ESTA EXPEDIÇÃO,REPRESA DO

CARVALHO.

Faixa etária indicada: acima de 10 anos

Numero de alunos envolvidos: 105 divididos em três expedições

Caminhada até o grande Reservatório: 4000 m (ida e volta)

Percurso1: Trilha da Chaminé ida e volta:3200mt,pouco íngreme

Percurso 2 : Trilha do Salto ida e volta : 1600 mt

Capacidade de suporte de trilha: 40 pessoas

Musculatura exigida: Panturrilha, pernas, costasCaracterísticas

cardiorrespiratórias e vasculares: aeróbio

Classificação: leve-média

Percurso com declives com muitas retas bem conservadas.

Alongamento, antes durante e após o percurso.

Hidratação a cada 20 minutos

Aferição cardíaca: a cada 10 minutos.

ROTA:CASA DE PEDRA

COMO CHEGAR A CASA DE PEDRA

Seguindo a estrada da Serra da Graciosa logo no início, ao chegar no posto da

Polícia Rodoviária temos duas opções: a primeira e deixar o carro por ali no posto e

fazer o seguinte trajeto chegando no posto da polícia no início da descida da

Graciosa, saindo do posto da polícia rodoviária são exatos 4.900m,entrar a direita

seguir a estradinha, e são mais 700 m até casa de pedra.

A Segunda opção é pegar o ônibus Curitiba-Morretes,via estrada da

Graciosa,descer no posto da Polícia Rodoviária,ou ainda descendo

aproximadamente 4000m tem uma placa indicativa dizendo Casa de Pedra.

Para os mais corajosos uma pedalada, que partindo do passeio publico são

48,5km, somente de ida é bom lembrar que par ir de bike tem que estar preparado

fisiologicamente, psicologicamente e antes passa por uma triagem médica pra

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verificar as condições de saúde.

CURIOSIDADES DA PROPRIEDADE

Conhecemos populares que circulam pelas imediações da Casa de Pedra, ou

caminhantes que passam por ela para ir até o Morro do Sete (após a Casa de

Pedra, encontra-se

o Morro do Sete), que insistem que estas ruínas foram refúgio de Primeira Guerra

mundial, e que alemães ali se instalaram para se proteger da guerra. Inclusive sites

de aventura relatam esta versão.

Outros, por sua vez, acreditam que um alojamento subterrâneo existente na

propriedade esconderia escravos, trazidos por mineradores na época da construção

da estrada da graciosa, que os mesmos se alojavam ali pra seguirem viajem

Destacamos a importância da entrevista com o Sr Hans, neste trabalho para

esclarecimento dos fatos, destacados como mitos e lendas.

ENTREVISTA SR. HANS

De acordo com Sr. Hans, ele saía de Curitiba por volta do meio dia e chegava

com 04 horas de percurso até a propriedade, que era seu lugar de lazer. A bicicleta

era de contrapedal e devido ao número de subidas e descidas, com a utilização da

prática esportiva com locomoção da seguinte forma: aproveitava ao máximo a

descida e na subida desmontava a bicicleta e fazia o percurso a pé.

Segundo a entrevista, a casa foi construída, vindo da Alemanha em 1901.

chegando ao Brasil pelo Porto de Paranaguá.

Sr. Hans ainda desmente as lendas de que as grades subterrâneas eram

espaços considerados porões de senzala e refugio de primeira Guerra Mundial.

Esclarece que eram utilizadas para o armazenamento de mantimentos e materiais

como ferramentas e outros objetos. E o banheiro tinha grades, que eram unicamente

de proteção.

No local tem um simpático caseiro conhecido na região por Sr. Espalha

Brasa.Ele cuida da propriedade que tem curiosamente, além das lendas e mitos,um

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forno de assar pão do século XX,janelas curiosamente sem pregos,ou tramelas,uma

roda d’água,e podemos observar as faces do Morro do sete,rochas com desenhos

interessantes e espécies centenárias,como xaxim.

REFERÊNCIAS ESPORTIVAS PARA ESTA EXPEDIÇÃO,DA CASA DE

PEDRA.

Faixa etária: 10 a 16 anos

Numero de alunos envolvidos 30.

Saída: Posto policial, da graciosa,até propriedade a Casa de Pedra,

São 4.900 m,entrar a esquerda e mais 700 m

Percurso: 5.600 m, somente ida.

Tempo estimado do percurso: 45 Minutos (ida)

Capacidade de Suporte de trilha: não identificada,mas sugerimos 30.

Musculatura mais exigida: membros inferiores, costas.

Classificação do percurso: leve-médio.

Alongamento de 10 minutos de relaxamento após a trilha.

Hidratação a cada 20 minutos.

Aferição cardíaca: a cada 10 minutos.

ROTA DO CAMINHO DO ITUPAVA.

COMO CHEGAR LÁ

Para chegar ao ponto inicial da descida partindo da Borda do Campo, são

vários os meios de transporte bicicleta, carro próprio, vans.

Partindo do Carrefour Pinhais,são exatos 20,1km de extensão seguindo por

Pinhais-Piraquara.( Via Rodovia João Leopoldo Jacomel).

Outra opção seria pegar um ônibus circular no Terminal do Guadalupe,

chamado Borda do Campo e parar no ponto final.

Lá tem um posto do IAP,onde é feito obrigatoriamente um cadastro de todos

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os visitantes e estes devem estar munidos de documento de identidade, o

procedimento é obrigatório.Também tem um estacionamento pra deixar carro,vans e

bikes.

O CAMINHO E SUAS ARTICULAÇÕES MULTIDISCIPLINARES

Além das belas bromélias, Hortência e beijinhos, que foram plantadas para a

chegada de Dom Pedro II para a inauguração da estrada de Ferro Curitiba-

Paranaguá,o caminho conta com um calçamento original feito com pedras dos Rios

das margens como Nhundiaquara.

Para a prática caminhada neste caminho é necessário muito cuidado,porque

as pedras são dos riachos próximos o que transforma o caminhar perigoso,por

serem pedras escorregadias,e principalmente trechos com muito declives,então

sugerimos,que apóie o pé inteiro na pedra e certifique-se que está seguro,depois

apóie o outro pé,caminhe próximo as laterais dos caminhos se possível agarre em

troncos e raízes fortes,assim aumentará a segurança.

A floresta é úmida e são aproximadamente 500 espécies de ombrófilas

estima-se 200.000 espécies.

Curiosamente o primeiro pedágio do Paraná foi feito no Itupava as praças

eram divididas em quartéis, são aproximadamente onze praças que cobravam por

selas,barril de pólvora,armas de fogo entre outros itens.Cada vez que passar por

uma encruzilhada dentro do caminho do Itupava,era um pedágio a ser pago.

Primeira divisão do caminho em quartéis (trechos) para manutenção

conforme estabelecido pelo Ouvidor Rafael Pires Pardinho em 1721,que foram

divididas em onze praças de pedágio entre Paranaguá e a rua Itupava,mas ao longo

do trecho feito pelos alunos do projeto passamos e identificamos quatro praças.

1 bruaca de farinha, com 2 alqueires. 400 réis1 bruaca de sal 520 réis1 bruaca de chumbo perdigoto ou bala 320 réis1 carga de ferramenta 320 réis1 barril de pólvora 320 réis1 fardo de aniagem 640 réis

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1 caixa 200 réis1 marmita 160 réis1 frasqueira 640 réis1 arma de fogo 80 réis1 padiola conduzida por quatro homens 3200 réis1 canastra 640 réis1 besta selada, aluguel. 640 réisFONTE:www.altamontanha.com

Tabela de preços dos fretes vigentes por volta de 1770

REFERÊNCIAS ESPORTIVAS PARA ESTA EXPEDIÇÃO,CAMINHO DO

ITUPAVA.

Centro de informações da borda do campo, até a casa do Ipiranga.

Faixa etária: de 10 a 16 anos.

Numero de alunos envolvidos: 25

Tempo aproximado de caminhada: 5:40 horas(ida e volta)

Distância: 7,13 km( ida e volta)

Classificação do percurso: médio-pesado.

Capacidade de suporte de trilha: aproximadamente 300 a 400 pessoas

por fim de semana.

Musculatura mais exigida: panturrilha, pernas, costas.

Característica cardiorrespiratória e vascular: aeróbia,anaeróbia.

Centro de informações da borda do campo, até a casa do Ipiranga.

Percurso com declive, e trechos íngremes com irregularidade na trilha.

Alongamento a cada 30 minutos de caminhada.

Hidratação a cada 30 minutos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O potencial de articulação entre a Educação Física e as demais áreas do

saber, sugerem interdisciplinaridade e multidisciplinaridade, através socialização

pelo aprendizado corporal, pautada na corporeidade na ludicidade.No entanto para

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se atingir tais objetivos é necessário respeitar o limite da individualidade de cada

aluno,pode ser um instrumento de motivação,trazendo assim conhecimentos

adquiridos ao ar livre,onde o corpo,brinca,ri,se diverte.

.Criar e estimular o gosto pelo cheiro da terra, pelo prazer ao ar livre, sentir ar

fresco,puro,escalar uma rocha chegando e ter esta tarefa como uma etapa

vencida,é relevante pois é neste momento que o corpo aprende que temos

limites,desejos e vontade de superá-los.

O trabalho em grupo onde um ajuda o outro,esperando o colega que não é

tão rápido, a pela recuperação do cansaço do colega,traz um aprendizado de

companheirismo tão afastado de nosso alunado.

Na dinâmica do grupo,o critério é andar no ritmo do ultimo, assim aprendemos

interagir,entender que os limites são diferentes entre todos.

Através deste processo aprendemos que o aluno percebe seu corpo e seu

potencial, não sendo o apito do professor que determina o que ele deve fazer com

suas tarefas.

Os conhecimentos sócio-histórico-cultural se entrelaçam pelo seu potencial

multidisciplinar das trilhas e sua exploração através das caminhadas nos aspectos

geográficos, cognitivos,sócio-afetivos,condutas motoras,limites cardiovasculares

unem o conhecimento corpo e mente,rompendo aqui a visão dicotômica e afastando

assim tradicional pensamento iluminista.

Por fim cabe ressaltar que ao reunir vários professores,de diversas áreas sem

uma única atividade,o projeto estimula relações pessoais e a troca de conhecimento

entre os membros do corpo docente da escola.

REFERÊNCIAS

ANDERSON, Bob:Alongue-se: São Paulo,editora Summus editorial,1980.

A Educação Física no ensino médio, e as discussões sobre o meio ambiente,um encontro necessário. Rev.Bras. Ciência. Esporte, Campinas. v, n.3, p.141-155, maio 2007.

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BECK, Sérgio: A aventura de caminhar-São Paulo, editora agora, 1989.

CAVALLARI, Guilherme: Guia de trilhas Volume 1. Editora Kalapago. São Paulo. 2008.

CAPARROZ, Francisco Eduardo: Entre a Educação Física na escola e a Educação Física da escola: 2a edição – Campinas, Sp: autores associados, 2005.

DAOLIO,J: Da cultura do Corpo. Campinas: Papirus, 1995.

Dicionário Crítico de Educação Física/ Org. Fernando Jaime, Paulo EdivaldoFensterseifr-Ijuí: Ed. Unijuí, 2005 – 424p (Coleção de Educação Física)

ESPORTES DE AVENTURA AO SEU ALCANCE/ Coordenação, edição, projetoeditorial e gráfico BEI .Ilustrações Marcelo Cípis – São Paulo: BEI comunicação2002(coleção entenda e aprenda.)

FREIRE, João Batista: Educação de corpo inteiro, teoria e prática da educaçãofísica: 4a Edição – SP –Scipione, 1994.

FOUCAULT, Michel: Vigiar e punir; nascimento da prisão; tradução de Raquel.Ramalhete. 36. Ed.Petrópolis, Rj: vozes, 2009.

MARINHO, Alcyane, LOPES F.I.M, Gianim, L.M: Viagens, lazer e esporte: editora Manole, 2006.

Paulo de Tarso de Lara et. al: Itupava: O Caminho das nossas origens: Curitiba,

Regina Leite Garcia (Org). O corpo que fala dentro e fora da escola -Rio deJaneiro: DP&A, 2002.

RODRIGUES, Antonio V: A educação ambiental: Botucatu: Unesp, 2000.

ROTEIRO TURÍSTICO DE PIRAQUARA - Piraquara 2009- Comatur, Conselho Municipal do Meio Ambiente, Agricultura e Turismo.

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SABA, Fábio: Mexa-se atividade física, saúde e bem-estar-São Paulo: Takanoeditora, 2003.